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Autores 1 e 2 :Fisioterapeuta com formação na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem vínculo institucional, Juiz de Fora, Minas Gerais
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EPIDEMIOLOGIA DAS LESÕES EM ATLETAS PARALÍMPICOS DE ELITE COM
DEFICIÊNCIA VISUAL: UMA REVISÃO DE LITERATURA.
EPIDEMIOLOGY OF INJURIES IN ELITE VISUALLY IMPAIRED PARALYMPIC
ATHLETES: A LITERATURE REVIEW.
Luciana Almeida Ottoni de Luna Freire¹
Humberto Almeida Ottoni de Luna Freire²
RESUMO
Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar as lesões que ocorrem em atletas paralímpicos com deficiência visual. Metodologia: E, para tanto, foi preciso pesquisar em fontes digitais o que a literatura apresenta sobre lesões em atletas paralímpicos com deficiência visual. Esta revisão foi baseada em uma pesquisa da literatura nas seguintes bases de dados: PubMed, LILACS e MEDLINE. A pesquisa foi desenvolvida com as seguintes palavras chaves: “paralympic” E “injuries” ou “lesões” E “paralímpico”. Para ser elegível para inclusão o estudo deveria: a) estar escrito em inglês ou português; b) ter sido publicado nos últimos 10 anos; c) incluir participantes com deficiência visual em esportes paralímpicos; d) apresentar lesões relacionadas à prática esportiva sejam elas agudas ou crônicas. Após a busca na literatura foram encontrados 197 (cento e noventa e sete) artigos, desses, 7 (sete) foram incluídos no presente estudo. Considerações finais: É possível concluir que as lesões provenientes da prática esportiva são significativas no esporte de alto rendimento com atletas deficientes visuais. A heterogeneidade dos estudos torna difícil concluir a epidemiologia das lesões, visto que os estudos apresentam diferentes definições de lesão. Sendo assim, é importante salientar a necessidade de mais estudos sobre as lesões em atletas deficientes visuais de alto rendimento nas diferentes modalidades paralímpicas.
Palavras-chave: paralímpico. Lesão. Deficiente visual. Epidemiologia.
ABSTRACT
Objective: This study aimed to investigate the injuries that occur in Paralympic athletes with visual impairment. Methodology: For that, it was necessary to search in digital sources what the literature presents about injuries in Paralympic athletes with visual impairment. This review was based on a literature search in the following databases: PubMed, LILACS and MEDLINE. The research was developed with the following key words: "paralympic" AND "injuries" or "lesões" and "paralímpico". To be eligible for inclusion, the study should: a) be written in English or Portuguese; b) have been published in the last 10 years; c) include visually impaired participants in Paralympic sports; d) present sports-related injuries, whether acute or chronic. After the search in the literature were found 197 (one hundred and ninety seven) articles, of these, 7 (seven) were included in the present study. Conclusion: It is possible to conclude that sports injuries are significant in high performance sports with visually impaired athletes. The heterogeneity of the studies makes it difficult to conclude the epidemiology of the injuries, since the studies present different definitions of injuries. Therefore, it is important to emphasize the need for further studies on injuries in visually impaired athletes of high performance in the different paralympic sports.
Key words: injuries, Paralympic, visual impared, epidemiology
Autores 1 e 2 :Fisioterapeuta com formação na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem vínculo institucional, Juiz de Fora, Minas Gerais
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INTRODUÇÃO
Exercícios físicos são frequentemente associados com benefícios para a
saúde e são amplamente recomendados como um comportamento protetor para
reduzir o risco de várias doenças, como a osteoporose, doenças cardiovasculares,
síndromes metabólicas e câncer (PEDERSEN 2006). Para pessoas com deficiência
é ainda mais importante ser fisicamente ativo para melhorar e manter o
condicionamento cardiovascular, independência e a qualidade de vida (BLAUWET
2012). Entretanto, é importante ressaltar que a prática de um esporte torna a pessoa
suscetível a lesões independente da deficiência.
Esportes paralímpicos tiveram um crescimento exponencial em participação,
desde os 16 pacientes que participaram dos primeiros Jogos de Stoke Mandeville,
em 1948, até os mais de 4000 atletas que participaram dos Jogos Paralímpicos de
Londres em 2012 (WEBBORN 2014). Em 1960 os Jogos Internacionais de Stoke
Mandeville aconteceram em Roma e desde então os Jogos são realizados na
mesma cidade selecionada para os Jogos Olímpicos. Deficientes visuais foram
incluídos a partir de 1976, nos Jogos que aconteceram em Toronto/Canadá
(WEBBORN 2014).
No Brasil, o esporte paralímpico teve um engrandecimento nos últimos anos,
principalmente após os Jogos Paralímpicos de Atenas, em 2004. A divulgação pela
mídia fez com que um maior número de pessoas com deficiência procurasse o
esporte como forma de atividade física recreacional ou competitiva. Sendo assim, o
aumento do número de atletas com algum tipo de deficiência também ocasionou um
crescimento no número de lesões esportivas decorrentes de sua pratica (MAGNO E
SILVA 2011).
Atletas com deficiência visual devem que ser avaliados formalmente por um
oftalmologista para determinar sua classificação antes de competir. Esses atletas
podem ser classificados como um dos três níveis: B1, de nenhuma percepção
luminosa em um dos olhos até percepção visual incapaz de reconhecer o formato de
uma mão em qualquer distância ou direção; B2, da habilidade de reconhecer o
formato de uma mão até uma acuidade visual de 20/600 ou um campo de visão
menor que 5 graus no melhor olho com a melhor correção possível; B3, uma
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acuidade visual acima de 20/600 até 20/200 ou um campo visual menor que 20
graus e maior que 5 graus no melhor olho com a melhor correção possível
(LIEBERMAN 2011).
Os atletas deficientes visuais participam de várias modalidades esportivas, a
saber: a natação, o atletismo, o futebol de 5, o goalball, o judô, o ciclismo, o hipismo,
o triatlo e também no remo. Sendo que as modalidades judô, futebol de 5 e o
goalball são de exclusiva participação para deficientes visuais.
No goalball dois times com três atletas competem para marcar gols ao
laçarem ou rolarem uma bola que faz barulho ao se mover. Quando no ataque os
atletas dão alguns passos e rotacionam o corpo para lançar a bola. Quando na
defesa os jogadores ficam deitados de lado com os braços e pernas esticados para
cobrir a maior área possível. Os jogadores permanecem em seu próprio campo tanto
na defesa como no ataque, sendo assim não ocorre contato físico entre os
oponentes. De acordo com o regulamento todos os atletas devem estar com os
olhos vendados (ZWIERZCHOWSKA 2020).
O judô paraolímpico assim como o olímpico é dividido por gêneros e
categorias de peso, no caso do paraolímpico ainda existem a classificação funcional
do atleta. Outra diferença é que no paraolímpico os atletas devem comer a luta
segurando o kimono do adversário e devem permanecer a luta toda assim (Fagher
2019).
O futebol de 5 é jogado com quatro jogadores de linha mais um goleiro, que
é o único jogador que enxerga. A bola apresenta um guizo no seu interior e com isso
emite um som ao se movimentar para que os atletas possam identificar a sua
posição, além disso o campo é cercado por placas que formam um perímetro que
auxilia os jogadores a identificarem sua posição em campo, além da existência de
guias fora de campo para auxílio. Todos os jogadores de linha devem usar vendas
nos olhos (WEBBORN 2015).
Na natação os atletas classificados com S11, que corresponde ao B1, tem
que usar óculos opacos para evitar qualquer vantagem em comparação aos outros.
Além disso são comunicados da proximidade da borda com um toque de um bastão
com ponta de espuma (MAGNO E SILVA 2013b).
Autores 1 e 2 :Fisioterapeuta com formação na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem vínculo institucional, Juiz de Fora, Minas Gerais
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Atualmente o atletismo paraolímpico apresenta oito modalidades de pista
(track), 100 , 200, 400, 800, 1500, 5000,1000 metros e maratona, seis modalidades
de campo (field), salto em distâcia, alto em altura, salto triplo, lançamento de disco e
dardo e arremesso de peso, além de uma prova combinada, o pentatlon. As regras
permitem assistência acústica e um guia para atletas classificados como T/F 11 e
T/F12, que corresponde a B1 e B2 respectivamente. Sendo que atletas T/F11 devem
usar vendas para garantir que não tenham nenhuma vantagem. Os atletas T/F13,
que correspondem ao B3, seguem as mesmas regras que atletas regulares
(MAGNO E SILVA 2013c).
No ciclismo os atletas com deficiência visual utilizam bicicletas tandem, que
são bicicletas para duas pessoas, o deficiente usa o acento de trás e o guia o acento
da frente. As provas podem ser de estrada ou de pista (COMITÊ PARALIMPICO
BRASILEIRO, 2020).
A única disciplina no hipismo paralímpico é o adestramento, as provas são
individual, estilo livre individual e por equipes. Atletas com deficiências físicomotoras
e visuais competem juntos, classificados de acordo com a habilidade equestre
(COMITÊ PARALIMPICO BRASILEIRO, 2020).
Nas provas de triátlon os atletas percorrem 750metros de natação, 20
quilômetros de ciclismo e 5 quilômetros de corrida. Todos os atletas são
acompanhados por guias, na parte do ciclismo usam bicicletas tandem. Durante a
natação e a corrida uma corda liga o atleta ao seu guia, essa pode ser presa na
cintura ou na perna durante a natação e na corrida cada um segura uma ponta da
corda (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TRIATLON, 2020).
Em paralimpíadas a única prova de remo que atletas deficientes visuais
podem participar acontece com um barco com quatro pessoas, nos jogos Mundias e
Copas do Mundo existem provas com duas pessoas. Atletas com deficiência visual
podem ser no máximo 50% da guarnição (COMITÊ PARALIMPICO BRASILEIRO,
2020).
Nos esportes paralímpicos a grande variedade de deficiências, modalidades
esportivas e sistemas de classificação criam um desafio significativo para aqueles
que estudam a epidemiologia das lesões esportivas (FERRARA, 2000). A deficiência
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deve ser considerada um fator intrínseco que não pode ser modificado (MAGNO E
SILVA, 2011).
Juntamente, é importante ressaltar que, assim como para o atleta sem
deficiência, porém em maior grau, uma lesão causada pelo esporte além de
influenciar a prática da atividade, conjuntamente, tem repercussões nas atividades
de vida diária desse atleta, podendo levar a consequências significativas em sua
qualidade de vida (VANLANDEWIJCK, 2011). Por isso é muito importante que seja
trabalhada a prevenção dessas lesões. E para que seja feita essa prevenção
devemos começar com a identificação das mesmas.
2. DESENVOLVIMENTO
Esta revisão foi baseada em uma pesquisa da literatura nas seguintes bases
de dados: PubMed, LILACS e Scielo. A pesquisa foi desenvolvida com as seguintes
palavras chaves: “paralympic” AND “injuries” ou “paralímpico” E “lesões”.
Para ser elegível para inclusão o estudo deveria: a) estar escrito em inglês
ou português; b) ter sido publicado nos últimos 10 anos; c) incluir participantes com
deficiência visual em esportes paraolímpicos de verão; d) apresentar lesões
relacionadas a prática esportiva, sejam elas agudas ou crônicas.
3. RESULTADOS
Após a busca na literatura foram encontrados 125 artigos, desses, 32 foram
excluídos por serem revisões de literatura, e 11 foram incluídos no presente estudo
após leitura dos resumos. Na figura 1 é descrito o processo de seleção dos artigos.
Na tabela 1 são apresentadas as características dos artigos encontrados e
das lesões descritas nos mesmos.
Atletas de atletismo foram analizados durante as paralimpíadas de 2012 no
estudo de Blauwet et al. Apesar de o estudo ter sido feito com toda a equipe de
atletismo de 160 delegações, os autores apresentam dados específicos de cada
deficiência, Sendo assim é possível observar que nas modalidades de pista
participaram 160 atletas e 37 lesões foram reportadas. Já nas modalidades de
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campo participaram 43 atletas e 14 lesões foram reportadas. O estudo traz
informações de região anatômica mais afetada, porém ess informação é dada sobre
o total de atletas, não tendo essa análise apenas dos deficientes visuais (BLAUWET,
2016).
Durante os jogos paraolímpicos de 2016 no Rio de Janeiro Derman e
colaboradores analisaram todas as lesões relatadas peloa atletas durante os jogos.
É relatado que 88 atletas deficientes visuais apresentaram 112 lesões, entretanto
não é informado o total de atletas deficientes visuais presentes nos jogos.
Informações de lesões por parte do corpo foram informadas apenas da amostra
geral, sendo assim não se tem essa informação sobre os deficientes visuais
(DERMAN, 2017).
O estudo de Fagher e colaboradores avaliou retrospectivivamente os atletas
de judô presentes no training camp que ocorreu no Reino Unido em 2016
conjuntamente com o VI Grand Prix. Um total de 45 atletas participaram do estudo,
sendo 14 mulheres e 31 homens. Com relação a classificação 14 atletas B1, 19
atletas B2 e 12 atletas B3. Um total de 38 atletas reportaram 70 lesões. Este estudo
apresenta dados de parte do corpo mais afetada e o tipo de lesão apresentada
(FAGHER, 2019).
Gawroński et al. realizaram a coleta de informações sobre as lesões
apresentadas pelos atletas paralímpicos da Polônia durante os Jogos Paralímpicos
em Pequin 2008 e Londres 2012. Da delegação polonesa 14 atletas eram
deficientes visuais em 2008, 3 mulheres e 11 homens, e 8 atletas em 2012, 2
mulheres e 6 homens. Em 2008, 5 atletas apresentaram lesões, 2 traumáticas, 3 por
sobrecarga, e 1 em 2012, sendo ele traumática. Nos resultados não foi apresentado
a quantidade de homens e mulheres dentro do grupo dos lesionados e também não
foi apresentado o tipo de lesão mais frequente nem o local de lesão mais frequente.
Na pesquisa desenvolvida por Magno e Silva et al. publicada em 2011 a
amostra contou com integrantes da seleção brasileira nas modalidades de atletismo,
futebol de 5, goalball, judô e natação, em competições internacionais, entre os anos
de 2004 e 2008, Jogos Paralímpicos de 2004, Atenas (GRE); Jogos Pan-
Americanos IBSA 2005, em São Paulo (SP); Jogos Mundiais IBSA 2007, em São
Paulo (SP); Jogos Pan-Americanos 2007, Rio de Janeiro (RJ); Jogos Paralímpicos
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de 2008, em Pequim (CHI). Um total de 131 atletas, sendo 42 do sexo feminino e 89
do sexo masculino, 61 com classe visual B1, 13 mulheres e 48 homens, 46 com
classe B2, 21 mulheres e 25 homens, e 24 com classe B3, 8 mulheres e 16 homens,
participaram da amostra. Dessa amostra 102 atletas apresentaram lesões, 51 com
classe B1, 13 mulheres e 38 homens, 34 com classe B2, 15 mulheres e 19 homens,
e 17 com classe B3, 8 mulheres e 9 homens. Com relação a localização das lesões
essa pesquisa apresenta dois resultados, um por seguimento corporal e outro por
região corporal, sendo a segunda mais detalhada do que a primeira.
O grupo de pesquisa de Magno e Silva et al. publicou em 2013 três trabalhos
sobre lesões em atletas deficientes visuais de elite brasileiros, cada um deles tendo
como amostra um esporte diferente, atletismo, natação e futebol de 5. Os 3
trabalhos fizeram análise das lesões em 5 competições entre os anos de 2004 e
2008, Paralímpicos de 2004, Atenas (GRE); Jogos Pan-Americanos IBSA 2005, em
São Paulo (SP); Jogos Mundiais IBSA 2007, em São Paulo (SP); Jogos Pan-
Americanos 2007, Rio de Janeiro (RJ); Jogos Paralímpicos de 2008, em Pequim
(CHI). Com relação a localização das lesões essas 3 pesquisas, assim como a
anterior, apresentam dois resultados, um por seguimento corporal e outro por região
corporal, sendo a segunda mais detalhada do que a primeira
No trabalho realizado com os nadadores foi apresentado um total de 28
atletas, 12 classificados como S11, 12 como S12 e 4 como S13, 9 mulheres de 19
homens. Desses, 18 apresentaram lesões, 9 classificados como S11, 5 como S12 e
4 como S13, 6 mulheres e 12 homens.
Já no trabalho desenvolvido com o futebol de 5 a amostra era composta por
13 atletas, todos homens classificados como B1. Desse total, 11 atletas
apresentaram lesões.
No que diz respeito ao trabalho desenvolvido com o atletismo, a amostra era
composta por 40 atletas, 12 mulheres e 28 homens, 14 classificados como F/T11, 15
como F/T12 e 11 como F/T13. Um total de 31 atletas apresentaram lesões, 11
mulheres e 20 homens, 12 classificados como F/T11, 12 como F/T12 e 7 como
F/T13. Nesse caso ainda foi apresentada uma terceira classificação, de acordo com
o tipo de evento, sendo pista (track) ou campo (field).
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A pesquisa desenvolvida por Webborn et al. foi desenvolvida com 70 atletas
homens, classificados como B1 praticantes de futebol de 5 durante os jogos
paralímpicos de Londres em 2012. Este estudo além de apresentar a quantidade, o
diagnóstico e o local da lesão apresenta também o momento da lesão, podendo ser:
3 dias antes dos jogos, nos jogos durante os treinos, nos jogos durante as partidas e
nos jogos fora do esporte. Cada classificação apresentou respectivamente 7, 6, 8 e
1 lesões. Um total de 22 atletas apresentaram lesões, sendo que desses, todos
eram jogadores de linha, ou seja, nenhum goleiro apresentou lesão. No que
concerne a localização das lesões este estudo apresentou uma classificação por
região das lesões. Porém não foi relatado o diagnóstico das lesões.
No estudo de Willick et al., que também foi desenvolvido nos jogos
paralímpicos de 2012 em Londres, não foi feita uma separação das lesões por tipo
de deficiência, foi feita por esporte, então para a análise no estudo foram
considerados apenas os esportes praticados exclusivamente por deficientes visuais.
Devido a esse fato não é possível concluir a região do corpo que apresentou mais
lesões pois esta informação é apresentada para toda a amostra, não sendo dividida
nem por esporte, nem por deficiência. E também não foram apresentados os
diagnósticos das lesões ocorridas.
Zwierzchowska e colaboradores analisaram as lesões de atletas de goalball
de diferentes países no campeonato europeu de goalball, a pesquisa contou com 43
atletas, 24 mulheres e 19 homens. Desse total 25 foram classificados com B3, 15
como B2 e 3 como B1. Os atletas que reportaram alguma lesão representaram 44%
do total de participantes. Este estudo ainda trouxe informações sobre o local do
corpo mais acometido pelas lesões e o tipo de lesão.
4. DISCUSSÃO
A heterogeneidade dos estudos torna difícil concluir a epidemiologia das
lesões, visto que os estudos apresentam diferentes definições de lesão.
Uma delas é apresentada por Magno e Silva et al. e afirma que lesão
decorrente do esporte é qualquer lesão que ocorra com o atleta durante prática,
treinamento ou competição que cause a interrupção, limitação ou modificação de
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sua participação por um dia ou mais (MAGNO E SILVA, 2011). Zwierzchowska et al.
utilizam uma definição próxima a anterior, porém mais simples, em que lesões
esportiva são lesões a tecidos corporais resultantes da prática de esportes e
exercícios (ZWIERZCHOWSKA, 2020).
Outra definição encontrada nos artigos classifica lesão esportiva como
reclamação musculoesquelética ou neurológia relacionada ao esporte, que levam o
atleta a procurar suporte médico (WILICK, 2013. DERMAN, 2017).
Mais uma definição, apresentada por mais de um estudo, é que lesão
esportiva é sintoma musculoesquelético recentemente adquirido ou exacerbação de
uma lesão pré-existente durante treino ou competição (GAWROŃSKI, 2013.
BLAUWET, 2016). Similar a essa foi a definição utilizada por Fagher et al. que
considera uma lesão dor, desconforto ou machucado musculoesquelético que
causou alterações nos treinos ou competições, sejam elas de duração, intensidade,
modo ou frequência, independentemente de perda de treinos ou competições
(FAGHER, 2019).
Portanto, para uma melhor comparação entre os resultados será preciso se
estabelecer uma definição única para estudos futuros.
Outro entrave do presente estudo foi o número reduzido de artigos
encontrados. Sendo que, desses, apenas seis foram feitos exclusivamente com
atletas com deficiência visual. Nos outros cinco a pesquisa foi realizada em vários
atletas de vários esportes e diferentes deficiências e nos resultados as lesões foram
separadas por esporte e/ou tipo de deficiência.
Da mesma forma, a falta de especificação sobre qual esporte o atleta
lesionado estava praticando, é outro fator negativo, uma vez que cada modalidade
tende a apresentar lesões diferentes, e assim pode alterar a interpretação dos
dados.
Por outro lado, um ponto positivo dos estudos encontrados é o fato de todos
terem sido realizados com atletas em competições importantes de alto rendimento,
como paralimpíadas, campeonatos continentais e mundiais, sendo assim, analisam
a elite do esporte para deficientes visuais.
Ademais, quase todos os trabalhos apresentados são prospectivos, o que
garante uma melhor qualidade quando comparado com os estudos retrospectivos, já
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que esses últimos apresentam viés de memória. Apenas o estudo de Fagher et al. é
retrospectivo.
Conjuntamente, a data das publicações sendo recentes nos mostra que esse
é o cenário atual do esporte paralímpico para deficientes visuais. O que explica o
critério de incluir apenas os artigos publicados nos últimos dez anos.
É possível perceber que a localização das lesões é variável de acordo com o
esporte, o que pode ser explicado pelo fato de que cada esporte apresenta um gesto
e uma técnica individuais. Outrossim, os esportes em que o atleta tem um risco
maior de choque com outros atletas ou barreiras apresentam mais lesões
traumáticas. Por isso é importante que os estudos apresentem a epidemiologia
específica de cada esporte.
A maior incidência de lesões nos membros inferiores de deficientes visuais
pode ser relacionada a uma pobre propriocepção, pois já foi estabelecido que a
estabilidade postural é influenciada por problemas visuais (AYDOG, 2006).
Por conseguinte, a classificação do atleta pode influenciar nas lesões
apresentadas. Concomitantemente, os atletas classificados como B3 podem ter uma
percepção maior do ambiente esportivo antes da colocação das vendas enquanto o
atleta classificado como B1 não tem essa possibilidade (MAGNO E SILVA, 2011).
Além disso, como dito anteriormente, atletas cegos apresentam um déficit de
equilíbrio postural quando comparados com atletas com visão parcial e com atletas
com visão total, o que pode influenciar que a diferença das lesões entre as
diferentes classes (AYDOG, 2006).
Nos trabalhos analisados apenas três apresentam análise de acordo com a
classificação, desses, apenas um apresenta diferença estatisticamente significativa
mostrando que atletas B1 tem uma incidência de lesão maior do que atletas B3
(MAGNO E SILVA, 2011). Porém é preciso ressaltar que os outros dois estudos que
não relataram diferença estatisticamente significativa apresentam amostras
reduzidas, o que pode influenciar nos resultados. Dessa maneira, são necessários
estudos com uma amostra mais robusta para que seja possível estabelecer
conclusões mais fortes.
Alguns estudos comparam o índice de lesões de homens e mulheres, e
concluem que mais mulheres apresentam lesões do que os homens, porém os
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homens apresentam um maior número de lesão, entre tanto em sua maioria esses
valores não são estatisticamente significativos (MAGNO E SILVA, 2013c; MAGNO E
SILVA, 2013b). No caso do judô paralimpico no estudo de Fagher de 2019 a
quantidade de homens lesionados foi significativamente maior que a de mulheres
(FAGHER, 2019). Essa mesma relação de homens apresentarem mais lesões que
mulheres também foi observada no atletismo no estudo de Blauwet e colaboradores
(BLAUWET, 2016). Parece que os padrões em homens e mulheres atletas, de um
mesmo esporte, apresentou pouca diferença quando estudados atletas sem
deficiência (SALLIS 2001, ZWIERZCHOWSKA, 2020).
No estudo apresentado por Magno e Silva et al. foi demonstrado uma
redução da porcentagem de atletas lesionados durante um ciclo paralímpico (Jogos
Paralímpicos de 2004 e de 2008), mesmo com o aumento do número de
participantes. Essa redução está relacionada ao investimento nos atletas e na
equipe de saúde (médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, psicólogos), que
acompanharam os períodos de treinamento e competição, promovendo não apenas
o tratamento de afecções, mas também orientações preventivas (MAGNO E SILVA,
2011).
Outro dado comparativo presente nos estudos é a redução da proporção de
lesões nos jogos paraolímpicos de 2016 no Rio de Janeiro quando comparado com
os jogos paraolímpicos de 2012 em Londres. Visto que o nem Comitê paraolímpico
Internacional nem as federações esportivas apresentaram uma estratégia específica
direcionada para a redução das lesões pode-se concluir que isso reflete uma
preocupação crescente das equipes de saúde que acompanham esses atletas entre
cada ciclo paraolímpico. Ao fazer outras comparações entre os dois eventos
paraolímpicos, Londres 2012 e Rio 2016, os autores também salientam que o futebol
de 5 apresentou uma elevada quantidade de lesões quando comparado com outros
esportes em ambas as competições, o que mais uma vez mostra a importância de
se preocupar com lesões em atletas deficientes visuais (DERMAN, 2017).
Um terceiro estudo que apresentou dados comparativos entre diferentes
competições, dessa fez os jogos paralímpicos de 2008 em Pequim e os jogos
paralimpicos de 2012 em Londres, mostrou que a quantidade de lesões agudas
reportadas pela delegação da Polônia foi menor no segundo evento em comparação
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com o primeiro. O autor discute que essa redução das lesões pode ser devido ao
fato de que todos os atletas passaram por uma avaliação multidisciplinar antes de
irem para os jogos de Londres em 2012, coisa que não aconteceu em Pequim 2008,
o que mostra a importância de um acompanhamento desses atletas pela equipe de
saúde (GAWROŃSKI, 2013).
Na revisão de Fagher et al. é apresentado uma comparação entre a taxa de
lesões nos jogos olímpicos e nos jogos paralímpicos de 2012, e mostra que o
panorama das lesões é similar entre os dois grupos de atletas. Sendo assim as
pesquisas que focam nos atletas paralímpicos são tão importantes quanto as que
focam nos atletas olímpicos (FAGHER, 2014).
A deficiência deve ser considerada um fator inerente que não pode ser
modificado, sendo assim é de significativa importância que os fatores intrínsecos e
extrínsecos que podem ser modificados sejam amplamente estudados, para que
com isso se torne possível encontrar a situação ideal para que os atletas
apresentem o mínimo de lesões possível. (MAGNO E SILVA, 2011).
Isso demonstra a importância dos estudos epidemiológicos, visto que são
eles que guiam os trabalhos preventivos das equipes de saúde. Ou seja, quanto
mais estudos epidemiológicos de alta qualidade são desenvolvidos, maior é a
possibilidade de prevenção das lesões desses atletas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sendo assim, é possível concluir que as lesões provenientes da prática
esportiva são significativas no esporte de alto rendimento com atletas deficientes
visuais.
Com isso, é importante salientar a necessidade de mais estudos sobre as
lesões em atletas deficientes visuais de alto rendimento nas diferentes modalidades
paralímpicas. Visto que cada modalidade apresenta uma demanda específica, com
isso o ideal seria termos diferentes estudos de um mesmo esporte com dados mais
detalhados com relação a parte do corpo lesionada e o tipo de acometimento. Para
que assim possam ser desenvolvidas orientações preventivas voltados para cada
esporte.
Autores 1 e 2 :Fisioterapeuta com formação na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem vínculo institucional, Juiz de Fora, Minas Gerais
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E também, é recomendada a padronização da definição de lesão e do
método de avaliação das lesões. Já que definições mais amplas levam a estudos
com uma maior quantidade de lesões e definições mais restritas vão gerar estudos
com poucas lesões. Por isso é importante que se encontre uma definição que possa
ser amplamente utilizada.
Além disso, não foram encontrados nos estudos estratégias para a redução
das lesões, o que se mostra como sendo outro tópico importante para futuros
estudos sobre o assunto. Apesar de que já é possível observar uma redução das
lesões a cada competição paraolímpica, o que mostra que existe uma preocupação
com a prevenção de lesões nas delegações participantes.
Com o esporte para deficientes sendo cada vez mais difundido e cada vez
mais praticado em todo o mundo, também se torna uma vasta fonte de pesquisa,
não apenas para a fisioterapia e a educação física como para muitos outros campos
de pesquisa da saúde de atletas, como a psicologia, a nutrição, a medicina e o
serviço social. Já que um trabalho multidisciplinar integrado e coeso pode trazer
cada vez mais resultados positivos para os atletas e suas delegações.
Autores 1 e 2 :Fisioterapeuta com formação na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem vínculo institucional, Juiz de Fora, Minas Gerais
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Figura 1 - Fluxograma da pesquisa literária
Autores 1 e 2 :Fisioterapeuta com formação na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem vínculo institucional, Juiz de Fora, Minas Gerais 15
Tabela 1 - Descrição dos artigos selecionados
Autor (ano de publicação)
Amostra Definição de lesões Quantidade de lesões Tipo e locais das lesões
Blauwet, 2016 210 atletas de atletismo, 160 de modalidades de pista, 50 de modalidades de campo
Sintoma musculoesquelético recentemente adquirido ou exacerbação de uma lesão pré-existente durante treino ou competição.
57 lesões foram reportadas
Não foi descrito
Derman, 2017 O estudo não cita a quantidade total de atletas com deficiência visual.
Reclamação musculoesquelética ou neurológia relacionada ao esporte, que levam o atleta a procurar suporte médico.
88 atletas apresentaram 112 lesões
Não foi descrito
Fagher, 2019 45 atletas de judô sendo 14 mulheres e 31 homens. 14 B1 19 B2, 12 B3.
Dor, desconforto ou machucado musculoesquelético que causou alterações nos treinos ou competições, sejam elas de duração, intensidade, modo ou frequência, independentemente de perda de treinos ou competições
38 atletas reportaram 70 lesões 71% traumáticas 29% sobrecarga
O tipo de lesão mais reportada foi contusões (26%). O local mais acometido foi o ombro (29%)
Gawroński, 2013.
22 atletas, multidesporto. Pequim 2008 e Londres 2012
Sintoma musculoesquelético recentemente adquirido ou exacerbação de uma lesão pré-existente durante treino ou competição.
6 atletas apresentaram lesões. 50% traumática. 50% sobrecarga.
Não foi descrito.
Magno e silva, 2011
131 atletas, multidesporto. 89 homens, 42 mulheres. 61 B1, 46 B2 e 24 B3. 5 competições internacionais entre 2004 e 2008.
Qualquer lesão que ocorra com o atleta durante pratica, treinamento ou competição que cause a interrupção, limitação ou modificação de sua participação por um dia ou mais.
102 atletas apresentaram 288 lesões. 47,22% por acidentes. 52,78% sobrecarga.
Os 3 tipos de lesões mais frequentes foram tendinopatias (21,18%), contraturas (18,75%) e contusões (16,67%). Os 3 locais mais frequentes foram coxas (15,63%), joelho (12,85%) e ombro (11,11%)
Magno e Silva 2013a
13 atletas, futebol de 5 13 Homens, 13 B1. 5 competições internacionais entre 2004 e 2008.
Qualquer lesão que cause a interrupção, limitação ou modificação de sua participação por um dia ou mais.
11 atletas apresentaram 35 lesões. 20% traumática. 80% sobrecarga.
Os 2 principais tipos de lesão foram contusões (35,4%) e torções (25,7%). Os 3 locais de lesões mais frequentes foram joelho (28,6%), pés (17,1%) e tornozelos (11,4%).
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Magno e Silva 2013b
28 atletas, natação. 19 homens, 9 mulheres, 12 S11, 12 S12 e 4 S13. 5 competições internacionais entre 2004 e 2008.
Qualquer lesão que cause a interrupção, limitação ou modificação de sua participação por um dia ou mais.
18 atletas apresentaram 41 lesões. 20% traumática. 80% sobrecarga.
Os 2 principais tipos de lesão foram espasmos (36,59%) e tedinopatias (26,83). Os 3 locais mais frequentes foram ombro (29,27%), coluna torácica (21,95%) e lombar (17,07%).
Magno e Silva 2013c
40 atletas, atletismo. 28 homens, 12 mulheres. 14 T/F11, 15 T/F12 e 11 T/F13. 5 competições internacionais entre 2004 e 2008.
Qualquer lesão que cause a interrupção, limitação ou modificação de sua participação por um dia ou mais.
31 atletas apresentaram 77 lesões. 18% traumática. 82% sobrecarga.
Os 2 principais tipos de lesão foram espasmos (26,0%) e tedinopatias (23,4%) Os 3 locais mais frequentes de lesões foram coxas (33,8%), perna (16,9%) e joelho (9,1%).
Webborn 2016
70 atletas, futebol de 5. Homens, B1. Londres 2012.
Lesão recentemente adquirida ou exacerbação de uma lesão pré-existente durante treino ou competição.
Ocorreram 22 lesões. 54% traumáticas. 46% sobrecarga.
Os 3 locais mais frequentes de lesões foram joelhos (18,2%), perna (13,6%) e cabeça e face (13,6%).
Wilick 2013 295 atletas, multidesporto. Londres 2012
Reclamação musculoesquelética ou neurológia relacionada ao esporte, que levam o atleta a procurar suporte médico.
Ocorreram 50 lesões.
Não foi descrito
Zwierzchowska, 2020
43 atletas de goalball, 24 mulheres e 19 homens
Lesões a tecidos corporais resultantes da prática de esportes e exercícios
44% dos atletas reportaram lesões
Os principais tipos de lesão foram lesões de pele (39%) e contusões (37%). Os locais mais afetados foram dedos (22%) e punho (18%).
Autores 1 e 2 :Fisioterapeuta com formação na Universidade Federal de Juiz de Fora, sem vínculo institucional, Juiz de Fora, Minas Gerais
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