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1 EQ651 - Material Elaborado pelas Profas. Katia Tannous e Sandra C.S. Rocha EQ651 – Operações Unitárias I Capítulo III – Escoamento em Meios Porosos

EQ651 – Operações Unitárias I · PDF fileFiltração: uma mistura sólido ... Volume de vazios ... baixas e que a constante de proporcionalidade assumia valores diferentes para

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EQ651 – Operações Unitárias I

Capítulo III – Escoamento em Meios Porosos

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Aplicações

Filtração: uma mistura sólido-líquido passa através de um meio poroso de forma que o líquido passa e o sólido fica retido no meio filtrante poroso.

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Colunas de Recheio: destilação, adsorção, absorção, etc.

•Transferência de um componente do gás para o líquido

(Água, óleo)

(Ar+butano)(Ar+benzeno)

(facilita o contato entre as fases)

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Reatores catalíticos

Reatores de leito fixo Reatores de leito fluidizado

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Secadores Recobridores (coaters)

Contato contracorrente entre gás e sólido

Ex: fármacos, fertilizantes3 fases: gás – líquido - sólido

(Kunii, D. e Levenspiel, O. Fluidization Engineering, 1991)

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Definições importantes

indica o grau de compactação do leitoPorosidade (ε)

totalvolumevaziosdevolumeε =

Volume de vazios ≡ volume dos poros

T

s

VV

−=1ε

totalvolumesólidodevolumeleitodototalvolumeε −

=

0 < ε < 1

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Conhecendo a massa e o material do sólido que constituio recheio determina-se Vs

Medindo VT obtém-se εs

ss ρ

mV =

AQq =Velocidade superficial

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ochaVelocidade real ou intersticial

u = velocidade do fluido nos poros

vaziosvazios AAq

AQu ==

LL

AAquvazios

×= onde L é o comprimento do leito

εq

VVquvazios

T == vel. real = vel. superficial do gás/ porosidade

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Tipos de Escoamento - Correlações

Darcy (1856)

Escoamento lento – baixasvelocidades superficiais

Darcy verificou que ∆p/L (gradiente de pressão) é proporcional a q para vazões baixas e que a constante de proporcionalidade assumia valores diferentes para fluidos com viscosidades diferentes e para tipos diferentes de recheio (tamanho, forma).

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ochaAssim, a equação de Darcy ou lei de Darcy é:

qKµ

Lp

=∆

AQ

Lp

=∆

ou

µ - viscosidade do fluido

K – permeabilidade do meio poroso (propriedade do meio que indica uma maior ou menor facilidade ao escoamento)

↑ K ⇒ maior facilidade de escoamento do fluido ↓ ∆p

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Para altas vazões ocorre um desvio apreciável em relação à lei de Darcy desvio da linearidade

Kµθtg =

vaziosA

vaziosA

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ochaObtenção da Permeabilidade do Meio: experimentalmente

Previsão a partir do Modelo de Karman-Kozeny (Modelo Capilar)

Escoamento Laminar em um tubo cilíndrico

24 Rv8µ

πRQµ8

L∆p

==Equação de Hagen-Poiseuille

Para escoamento em uma seção não circular, Deq = 4 RH

molhadoPerímetroescoamento de superfície Área )hidráulico (raioR

H=

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ochaTubo cilíndrico

22

2 RR

RRH ==π

πRRDeq 2

24 == HRR 2=

v/2R

µL∆p

)(2Rv8µ

L∆p

2H

2H

=⇒=

Generalizando, para escoamento em um canal qualquer:

β - fator de forma do espaço para escoamento

- velocidade do fluido no canalvv

/βRµ

L∆p

2H

=

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Para um meio poroso

Ou:

uβ/R

µLp

2H

=∆

q Lp

−∆

εq

β/Rµ

Lp

2H

=∆ Relação

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Exprimindo RH em função das características do meio

Analogia com Darcy: βεRK

2

H=

molhada totalSuperfície vaziosVolume

LL

molhado Perímetroescoamento ÁreaRH =×=

molhada/V totalSuperfícieV/VR

total

totalvaziosH ==

a – superfície total molhada / Vtotal ≡ superfície específica do meio

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ochaSupondo que o fluido entre em contato com todas as partículas do

meio poroso,

total

p

VnA

a =n – número de partículasn = Vsólidos / VpVp – volume de cada partícula

vp

p

total

sól

total

ppsól a)ε1(VA

VV

VA)V/V(

a −=

==

vH a)ε1(

εaεR

−==

va)ε1(a −=

Pela analogia com a lei de Darcy, e

βa)ε1(εK 2

v2

3

−=

vH a)ε1(

εR−

=βεRK

2H=

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Para um recheio de partículas esféricas, pp3

p

2p

p

pv d

6r3

rπ34

rπ4VA

a ====

β36)ε1(dε

K 2

2p

3

−= Equação de Karman-Kozeny para predição

da permeabilidade

Para partículas arredondadas e porosidades entre 0,3 < ε < 0,5; 4 < β < 5É comum a utilização da expressão:

β = 5 muito boa para esferas2

2p

3

)ε1(180dε

K−

=

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2v

2

3

a)ε1(Kεβ−

=Partícula av (cm-1) ε K (cm2)

Esferas 7,69,5

0,3930,405

6,2.10-6

4,9.10-44,604,22

Cubos 18,610,8

0,1900,318

4,6.10-6

1,4.10-46,574,23

Selas de Berl

24,5 0,832 2,94.10-3 8,62

(Coulson e Richardson, 1968 - Tecnologia Química - Operações Unitárias)

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ochaPara meios constituídos de partículas com vários dp´s e esfericidade φ

e2

2p

3

)1(180

)d(K

ε−

φε= ( )∑

=pii d/x

1pd Para estimar K

Altas vazões: Experimentalmente tem-se: Para a região não Darcyana

2BqAqLp

+=∆

Proposição:

2q)ρ,dp,ε(FqKµ

Lp

+=∆

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ochaCorrelação de Ergun (1952)

Ergun propôs um fator de atrito, f*, e um no de Reynolds, Re*

modificado para o meio poroso.

)1(q

DLpf

3

2p*

ε−ε

ρ

∆= 2vρ

DLp

2∆

=Para um tubo horizontal, f

)1(qD

Re p*ε−µ

ρ= pdDp φ =

Utilizando dados experimentais com vários tipos de recheio, foi obtido o ajuste:

75,1Re150f *

* += Correlação de Ergun

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Ou, substituindo as definições:

75,1qD

)1(150)1(q

DLp

p

3

2p +

ρε−µ

=ε−

ε

ρ

Rearranjando,

2

p32p

3

2q

D)1(75,1q

D)1(150

Lp

ρ

ε

ε−+

ε

µε−=

∆Correlação de Ergun

Bons resultados para K > 10-5 cm2

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2

2p

3

ergun)1(150

dK q

K ε−

ε=⇒

µNote que: se 1o termo for:

Diferença em relação a Correlação de Karman-Kozeny:

Valor de 36β para os vários meios testados é 150

Na literatura 150 < 36β < 180

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Determinação experimental do termo quadrático

2BqAqLp

+=∆ BqA

Lp

q1

+=∆

αtgα≡B

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ochaOutra correlação da literatura: proposta por Massarani e colab. (década de

70) – através da teoria de escoamento em meios pororos equação do movimento, que integrada com a expressão para força resistiva de Forcheimer:

2qKρcq

Lp

+=∆

(1) Onde c ≡ c(ε,K)

Ajuste para o fator c:

3/213,062

72,061

2/3 K1010.6

K1010

ε1c

+

=

−−

−− K em cm2

c adimensional

Bons resultados para: 10-12 < K < 10-3 cm2

0,1 < ε < 0,9

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Fazendo uma analogia da equação (1) com Ergun,

2

p32

p3

2q

D)1(75,1q

D)1(150

Lp

ε

ε−ρ+

ε

ε−µ=

∆ Equação de Ergun

2

ergunq

Kcq

KLp ρ

=∆

)ε1(150DpεK

2/3

−=

KD

)1(75,1cp

ε−=2

p3 qD

)1(75,1K

ε−ρ=

ρOu pela Equação de Ergun:

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ochaSubstituindo a expressão para: K

2/3p

2/3

p3

14,0)1(150

D

D)1(75,1c

ε=

ε−

ε

ε

ε−=

2

23

)ε1(150DpεK

−=

2qK

cqKL

p ρ+

µ=

∆Correlação de Ergun:

2/3ε14,0c =

Limite do escoamento Darcyano: experimentalmente ou quando:

10)ε1(µ

DpqρRe* <−

=01,0µ

qKρcReK <= [Ergun][Massarani]

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Figura 1 - Esfericidade em função da porosidade em leitos recheados randomicamente com partículas de tamanho uniforme(Foust et al., 1982- Princípios das Operações Unitárias)

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Recheios de Coluna

Tipos de Recheio

Sólidos quebrados: mais baratos, mas não uniformes,

gerando um leito com características não uniformes

(porosidade).

Recheio de forma definida: são mais usados, pois geram

leitos com características uniformes.

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Características necessárias aos recheios:

Ser quimicamente inerte ou quimicamente adequado (dependendo da aplicação);Ser resistente;Proporcionar uma passagem adequada do fluido sem excessiva perda de carga;Proporcionar um contato efetivo;Custo razoável.

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Recheios Padronizados

(a) (b)

Figura 2 - Recheios padrão: a) cerâmicos; b) plásticos; c) metálicos

(http://www.rauschertus.com/process_technologies/stpk.html)

(c)

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(b)(a)

Figura 3: Anéis de Raschig – a) cerâmicos; b) metálicos(http://www.rauschertus.com/process_technologies/stpk.html)

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(a) (b)

(c)

Figura 4: Anéis de Pall: a) cerâmicos; b) metálicos; c) plásticos

(http://www.rauschertus.com/process_technologies/stpk.html)

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(a) (b)

(c)

Figura 5: a) Anéis de Lessing cerâmicos; b) Partição cruzada; c) Selas de Berl

(http://www.rauschertus.com/process_technologies/stpk.html)

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Características de alguns recheios

(McCabe e Smith, Operaciones Básicas de Ingeniería Química, 1981)

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Escoamento bifásico em meios porosos

Contato gás-líquido:

Um bom contato gás-líquido não é facilmente obtido, principalmente em torres muito grandes.

Aplicação: Absorção

(água, óleo)

(ex.:ar+NH3 )

Líquido +soluto(ex.:água+NH4OH)

ex.: ar+NH3, ar+benzeno, ar+butano

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ochaCaso ideal: distribuição e escoamento do líquido uniformes

em toda a coluna

Caso real: distribuição e escoamento do líquido não uniformes na coluna (filme líquido torna-se espesso em alguns locais e outros secos)

Formação de “channeling” ou “canal preferencial” prejudica a performance da coluna.

Canais preferenciais são obtidos em menor grau para partículas finas ou empacotamentos bastante regulares,como os anéis.

Torres grandes, os “channeling” são mais pronuncidos.

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Caso real

Para minimizar os canais preferenciais:

- Dcoluna ≥ 8 dp (diâmetro do recheio)

- Utilizar redistribuidores de líquidos em colunas finas com recheios grandes

- Vazão: também influencia na formação dos canais preferenciais

Vazão Fração molhada da coluna (até uma vazão bastante alta)

* Quando o recheio fica molhado e efetivo o efeito channelingnão é mais importante

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Queda de pressão

A maioria das colunas opera em regime turbulento e a forma geral da relação entre gradiente de pressão e a velocidade mássica do gás é:

L2 > L1

G ≡ velocidade mássica do gás: [G] = M / L2 t

L1 e L2 ≡ velocidade mássica do líquido:[L] = M / L2 t

G = ρq(q = velocidade superficial do gás)

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Quando não há líquido, a linha reta obtida tem coeficienteangular ≈ 2,0 Escoamento turbulento do gás em leito fixo:

0,2G LP

α∆

Quando existe líquido descentente, a perda de carga não ésignificativamente afetada para baixas e médias vazões de gás,havendo uma maior perda devido à menor porosidade (líquido ocupa espaços vazios) e resulta em uma linha paralela a L = 0.

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Quando a vazão do gás atinge um valor correspondente ao ponto X, ∆P aumenta mais rapidamente, e ∆P α G2,5. Até o ponto X, oaumento de G não interfere na retenção (hold-up) de líquido, h.

colunadavolumelíquidodevolumeh =

A partir de X, chamado ponto de carga, o movimento do gásinterfere no movimento do líquido e começam a ocorrer acúmulos locais, aumentando h, até atingir o ponto Y, ponto de inundação.

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A partir de Y não é mais possível operar a coluna, pois o líquido fica retido e se o gás conseguir vencer a perda de carga adicional da coluna de líquido, o líquido é arrastado junto com o gás.

•É vantajoso trabalhar com um valor razoável de h, porque promove ocontato na interface (↑ transferência de massa).

•Entretanto, por segurança deve-se operar a coluna no ponto de cargaX ou pouco abaixo dele.

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Previsão do ponto de inundação

x

y

y

x

ρρ

GG

yxc

xxpy

gFG

ρρµρ 2.02 )/3.62(

Correlação de Eckert:Chemical Eng. Progr. 66(3), 39, 1970

McCabe e Smith, Operaciones Básicas de Ingeniería Química, 1981

Figura 6: Curvas de determinação do ponto de inundação

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Nomenclatura e Unidades

Gx ≡ L - veloc. mássica do líquido, lbm / ft2 s

Gy ≡ G - veloc. mássica do gás, lbm / ft2 s

µx - viscosidade do líquido, cp

ρx - massa específica do líquido, lbm / ft3

ρy - massa específica do gás, lbm / ft3

gc - fator de proporcionalidade, 32,2 ft lbm / lbf s

Fp – fator de empacotamento (valor tabelado para os diversos tipos de

recheio (McCabe – tab. 23-1)

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Previsão do ponto de inundação

3εaFp ≅

ε)(1arecheio volume

recheiodosuperfíciea v −==

VpAp

partícula da volumepartícula da lsuperficia áreaav ==

onde:

Dado prático: para garantir um bom contato entre as fases, é comum seoperar as torres de recheio com velocidade ~ 80% da velocidade do gásno ponto de inundação

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Fluidização

O uso extensivo da fluidização começou na indústria depetróleo com as reações catalíticas. Hoje, muitas outras reações catalíticas utilizam leito fluidizado, e também:

Secagem de sólidos

Recobrimento

Granulação, etc

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Fluidização

Vantagens:

- Assegura um contato global fluido-sólido

- Minimiza variações de temperatura, umidade, etc no leito(devido a agitação vigorosa)

Desvantagens:

Perda de carga maior que num leito fixo

Quebra de partículas

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Mecanismo da fluidização

Suponhamos um tubo vertical parcialmente cheio com material granular (por ex. Areia). Gás ou líquido escoa através do leito a uma taxa pequena,sem causar movimento nas partículas. O leito se comporta como um leito poroso fixo.

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anno

use

Sand

ra C

.S. R

ochaSupondo que o fluido é ar:

A vazão de ar vai sendo progressivamente aumentada. A queda de pressão vai aumentando, enquanto o leito está fixo, seguindo a linha OA até oponto onde a queda de pressão se iguala à força da gravidade que atua noleito e as partículas começam a se mover (ponto A).

Inicialmente há um movimento leve, com as partículas ainda em contato. A porosidade aumenta e a ∆p aumenta mais lentamente, região AB.

Ao atingir o ponto B, ao menor aumento de q, as partículas se separam eocorre a fluidização. A ∆p diminui um pouco (F) e a partir daí aspartículas se movem vigorosamente em direções randômicas. A aparênciaé de um líquido em ebulição.

49

EQ65

1 -

Mat

eria

l Ela

bora

do p

elas

Pr

ofas

. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Se a velocidade cai a um valor inferior a qmf, o leito se deposita de foma organizada e a ∆p volta a seguir uma linha reta. Entretanto, agora aporosidade é maior e ocorre uma diferença em relação à ∆p original para o mesmo valor de q. Nessas condições o leito é chamado expandido.

Continuando a aumentar q, a porosidade aumenta e o leito se expande. Noponto P ocorre arraste de sólidos e no ponto Q, a porosidade é próxima de 1. Não existe mais o leito fluidizado e ocorre o transporte simultâneo dasfases (transporte pneumático).

50

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1 -

Mat

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Pr

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. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Figura 7: Queda de pressão no leito em função da velocidade do gás(GRACE, J. R., 1984 - Hydrodynamics of gas fluidized beds, fluidized bed boilers: design and application)

51

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1 -

Mat

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Pr

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. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Líquido

q > qmfFluidização homogênea

Expansão uniforme com ↑ de q↑ε , L ↑

q < qmfLeito fixo

q = qmfFluidizado incipiente

ou mínima fluidização

52

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. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

a) Pistão simétrico (parts. finas)

b) Pistão assimétrico (leito estreito e alta velocidade)

c) Pistão completo (parts. grandes)

q > qmfFluidização heterogênea

↑ε , L ↑

53

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. Kat

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anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

q >>>> qmf e > qcríticoTransporte de partículas

Com líquido hidráulicoCom gás pneumático

q >> qmfFluidização turbulenta↑ε , L ↑ - sem bolhas

54

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. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Porosidade de mínima fluidização

εmf

b. Carvão ativadoc. Anéis de Raschig quebradosf. Areia de partículas arredondadasg. Areia de bordas cortantesh. coque

εmf é a porosidade doleito para q = qmf.

εmf é função da forma e tamanho daspartículas

Figura 8: Porosidade na mínima fluidização em função do diâmetro da partícula

( McCabe e Smith, 1981 - Operaciones Básicas de Ingeniería Química)

55

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. Kat

ia T

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Altura do leito

q > qmf L ε

Seja S a área da seção transversal do leito

Se S for constante:

ε = ε (L)

Chamando Lo a altura que o leito teria se ε = o, ou seja, os sólidos ocupariam todo leito Vs = Lo A

L – altura do leito fluidizado

LAAL

1VV

1VV o

T

S

Total

vazios −=−==ε

56

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. Kat

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use

Sand

ra C

.S. R

ochaPara uma dada condição 1 do leito:

1

o1 L

L1−=ε

Para uma dada condição 2 do leito:

2

o2 L

L1−=ε

)1(LL 11o ε−= )1(LL 22o ε−=Ou:

)1(L)1(L 2211 ε−=ε−

57

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. Kat

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Queda de pressãoQuando a fluidização começa, a queda de pressão no leito contrabalança a força da gravidade nos sólidos.

Em primeira aproximação vamos equacionar a queda de pressão na mínima fluidização, (∆p)mf, pela força exercida pelo gás no leito e aforça da gravidade menos empuxo. Desprezamos assim o atrito entre aspartículas, forças eletrostáticas, etc.

pa.A + empuxo = pb.A + peso

(pa – pb).A = peso - empuxo

(∆p )mf

58

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. Kat

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha⇒gVgmA)p( SSmf ρ−=∆ )VV(gA)p( SSSmf ρ−ρ=∆

ρ−ρ=∆ T

T

ST

T

SSmf V

VV

VVV

gA)p(

)1( mfε− ALmf

))(1(AgLA)p( Smfmfmf ρ−ρε−=∆

g))(1(L

)p(Smf

mf

mf ρ−ρε−=∆

59

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. Kat

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

e g))(1(L)p( Smfmfmf ρ−ρε−=∆

)1(L)1(L mfmf ε−=ε−Sabemos que:

ctepg))(1(L)p( Smf =∆=ρ−ρε−=∆

g))(1(L

)p(S ρ−ρε−=

60

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. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Velocidade de mínima fluidização: qmf

Extrapolando a equação de Ergun para a mínima fluidização:

g))(1(L

)p(Smf

mf

mf ρ−ρε−=∆

)ε(1µ

ρdµqdρ

εε11,75q

)d(εµ)ε150(1

Lp)(

mf2

3pmfp

3mf

mf2mf

p3mf

2mf

mf

mf

−+

φ

−=

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

)ε(1µ

ρd

mf2

3p

−Multiplicando por:

2

3psmfp

3mf

2mf

2

2mf

2p

2

3mfmf

mf

µ

dρ)gρ(ρµqdρ

εφ)ε150(1

µ

qdρ

φε1,75

LP −

=−

+=∆

µqdρ

Re mfpmfp, =

Substituindo:

2

3ps

mfp,3mf

2mf2

mfp,3mf µ

dρ)gρ(ρRe

εφ)ε150(1Re

φε1,75 −

=−

+ Expressão Geral

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use

Sand

ra C

.S. R

ochaCasos limites:

20Re mf,p < 1o termo é desprezível

−−φ

=)ε(1

εµρ)g(ρ

150)d(

qmf

3mfs

2p

mf

1000Re , >mfp 1o termo é preponderante

3mf

sp2mf ε

1,75ρρ)g)(ρd(

q−φ

=

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Sand

ra C

.S. R

ochaAproximações: Wen e Yu (citado em Kunii e Levenspiel, 1991)

e1 1113mf

2mf ≈

εφ

ε−143

mf≈

φε

Substituindo na expressão geral,

( ) 33,7µ

ρ)gρ(ρd0,040833,7Re

1/2

2s

3p2

mfp, −

−+= Para qualquer Rep,mf

2s

3p

µ

ρ)gρ(ρd0,0408 −=Ar Número de Arquimedes

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.S. R

ocha

Fluidização Heterogênea (Gás-Sólido)

(coesivas)

(aeráveis)

(borbulhantes)

(jorráveis)

Figura 9: Classificação de Geldart

GELDART, 1986 - Gas Fluidization Technology

65

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Sand

ra C

.S. R

ocha

Tipo C – partículas coesivas – fluidização muito difícil, formação de canais preferenciais

Tipo A – leito expande antes de formar bolhas –comportamento de fluidização homogênea; qmf << qmb

Tipo B – leito fluidizado heterogêneo – formação de bolhas no início da fluidização (tipo areia); qmf ≈ qmb

Tipo D – movimento preferencial é o de jorro, partículas grandes. Fluidização com canais preferenciais.

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Sand

ra C

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ocha

Comportamento Fluidodinâmico das bolhas

Fluidização Heterogênea – tipo B (classificação de Geldart)

Previsão de L (altura do leito) para cada velocidade superficial q

(ε ≈ εmf)

Teoria das 2 fases: fase densa ou particulada + fase bolha

(Davidson J.F. e Harrison D., Fluidization, 1971)

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ra C

.S. R

ochaeb gD711,0u =Davidson e Taylor – 1950:

Bolha isolada qb - velocidade natural de ascenção da bolha. Podeser considerada a 1a bolha, na mf

De – diâmetro da esfera de igual volume ao da bolha

Conjunto de bolhas num LF

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Sand

ra C

.S. R

ochaObjetivo: encontrar a relação L-q

Hipótese: todo gás acima de qmf passa pelo leito sob a forma de bolhas

q – qmf = velocidade do gás que passa como bolhas

leito do volumebolhas nN

o

= V = volume de cada bolha

leito do al transversseção áreabolhas como passa que gás vazãoqq mf =−

leito do al transversseção áreabolhas passagem / tempobolhas volume qq mf =−

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Sand

ra C

.S. R

ocha

leito do trans.seção da área bolhas passagem tempoleito volumeV N qq mf ×

⋅⋅=−

amf u V Npassagem tempo

leito do altura V Nqq ⋅⋅=⋅=−

ua = velocidade das bolhas no LF

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Sand

ra C

.S. R

ocha

amf u V Nqq ⋅⋅=− (1)

∆Vleito = variação de volume do leito = volume total das bolhas

L)LL(V N mf−

=⋅A L V N)LL(A mf ⋅⋅⋅=−⋅ (2)

Ainda,

)qq(uu mfba −+= (3)

equação do modelo

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Sand

ra C

.S. R

ochaPara q = qmf ua = ub

Trabalhando com as equações:

)qq(uV N

qqmfb

mf −+=⋅

−De (1) e (3)

)qq(gD711,0V N

qqmfe

mf −+=⋅

−ou

1)qq(

gD711,0V N

1

mf

e +−

=⋅

(4)

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

De (2): Com (4):=mfLL

LV N

1−⋅

1)qq(

gD711,0LL

L

mf

e

mf+

−=

)qq(gD711,0

LLL

mf

e

mf

mf

−=

−Rearranjando: (5)

Proposta: D ≅ 4 De (empírica) D = diâmetro do leito

−+=

gD355,0qq1LL mf

mf)qq(4/gD711,0

LLL

mfmf

mf−

=−

(6)

Relação L-q para fluid. heterogênea

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. Kat

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Fluidização Homogênea: Correlação de Richardson e Zaki

Relação L-q é diferente para fluidização homogênea

Análise dimensional grupos adimensionais importantes na fluidização

ε

µρ⋅⋅

= ;Dd

;qdfvq pp

t

=

i ipi

p

dx

1d

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use

Sand

ra C

.S. R

ochaCorrelação obtida através de dados experimentais

n

tvq

ε= Richardson e Zaki

Onde:

0,03p ReDd

17,54,35n −

+= 1,0Re45,4n −= 20 < Re < 5000,2 < Re < 1

0,1p ReDd

184,45n −

+= 39,2n =1 < Re < 20 Re > 500

µq d ρ

Re p=Com:

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Sand

ra C

.S. R

ochaCritérios para determinação do tipo de fluidização: homogênea ou heterogênea

pdgqFr

2mf

mf =Grupos adimensionais: Froude

µq pd ρRe mf

mfp, =D

L;ρρ-ρ mfS

Diâmetrto do leitoRice e Wilhelm (1958)

< 100 Homogênea

−D

Lρρρ))(ReFr( mfS

mf,pmf> 100 Heterogênea

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.S. R

ocha

Tipos de distribuidores

Placa simples, plana e perfurada – geralmente usada em escala de laboratório. Apresenta desvantagem quando as partículas pequenas obstruem os orifícios.

Duas placas perfuradas e sobrepostas – este tipo pode resolver os problemas apresentados no item (a). É conveniente para uso em escala industrial, de fácil construção e com boa distribuição de gás.

Figura 10: Tipos de distribuidores(Kunii e Levenspiel, Fluidization Engineering, 1991)

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ocha

Côncava e perfurada – usada em leitos de partículas com baixo ângulo de escoamento para promover alta mistura de sólido, evitando a formação de bolhas e canais no centro.

Convexa e perfurada – usada em leito de partículas queapresenta baixa escoabilidade.

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ocha

Placas perfuradas com recheio – funciona como isolantetérmico quando um leito aquecido é alimentado por gás frio. Melhora a distribuição de gás e aumenta a perda de carga.

Fendas entre barras em forma de grade – possui característicasda placa perfurada mas com menor distribuição de gás.

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ocha

Bocais com cap – evitam que as partículas caiam no distribuidor. Apresentam complicações na construção, no entanto a distribuição de gás não é superior aos tipos (b) e (e).

Cap de bolhas – idem ao tipo (g).

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ocha

Placas com multifuros – apresentam melhor distribuição de gás que os tipos (g) e (h), todavia, cuidados especiais serão necessários para garantir que a entrada de gás esteja livre de obstáculos.

Grade de tubos

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ocha

Queda de pressão através do distribuidor

A estimativa da queda de pressão no distribuidor é fundamental

para o projeto de uma coluna de leito fluidizado.

Se a queda de pressão no distribuidor for muito pequena, o

resultado é uma fluidização pobre, ou seja, alguma parte do

leito receberá menos gás do que outra, e poderá ser

temporariamente ou permanentemente defluidizado, enquanto

que em outras partes podem formar-se canais ou jatos semi-

permanentes.

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ochaA experiência mostra que os distribuidores devem ter uma queda

de pressão suficiente, ∆pd, para manter o escoamento sobre toda a seção transversal do leito. Adota-se a seguinte recomendação (Kunii e Levenspiel, 1991):

∆pd = (0,2-0,4)∆pb (1)

onde ∆pb é a pressão através do leito calculada por:

))(1(L

psmf

mf

b ρ−ρε−=∆ (2)

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ocha

É importante conhecer o mínimo ∆pd que proporcione a uniformidade da fluidização.

Pela teoria do orifício e equações de leito fixo, pode-se mostrar que:

qpd ∝∆ para placas planas

para placas perfuradas e tuyeres2qpd ∝∆

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ocha

Tamanho e Espaçamento dos Orifícios

De acordo com Geldart (Geldart, Gas Fluidization Technology, 1986):

i) Distribuidores com orifícios de dor < 1 mm são inviáveis;ii) Ocorre deposição de sólidos através dos orifícios se dor > 5dp. Assim, utiliza-se uma tela sobre ou sob o distribuidor, ou utilizam-se distribuidores do tipo caps ou tuyeres;

iii) Os distribuidores porosos formam bolhas menores, sem formação de zonas mortas próximo ao distribuidor. Entretanto, normalmente existe considerável variação na porosidade da placa, produzindo uma fluidização irregular.

iv) Se o número total de orifícios do distribuidor exceder 1000 orifícios/m2, o tamanho das bolhas formadas é o mesmo de um distribuidor poroso. Entretanto, se Nor é muito pequeno, pode ocorrer problemas de penetração de jato e movimento da partícula (ver item zona mortas).

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.S. R

ochaQureshi e Creasy (1979), apresentaram um critério para estimativa

do espaçamento dos orifícios em um distribuidor, baseando-se na área livre, definida pela equação:

orqqF =

De acordo com o arranjo escolhido para os orifícios, o espaçamento entre os orifícios, , é dado pelas equações:

orl(Qureshi e Creasy, Powder Technology, 22, p. 113, 1979)

Para arranjo quadrático Para arranjo triangular eqüilateral

qqd oror

or 234π

=l

qqd oror

or 2π

=l

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ocha

Orientação dos orifícios

arranjo quadrangular arranjo triangular

Figura 11: Orientação da distribuição de orifícios

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ocha

Penetração do jato

Importância da penetração do jato

arraste de sólidos - alta velocidade do jato no orifício (até 180 m/s em escala laboratorial e 30-40 m/s em distribuidores comerciais)

erosão das superfícies (distribuidor e leito)

atrição de sólidos friáveis nos leitos ocorre primeiramente nos jatos

processos envolvendo mudanças rápidas químicas e físicas - combustão, gaseificação, reação com chama, granulação, revestimento, desvolatilização - a característica e qualidade do produto obtido depende fortemente do que acontece quando ocorre a alimentação do gás no leito.

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ocha

Comprimentos de Penetração do Jato

Definição de Filla et al. [1983]: distância entre a placa e o centro da bolha para o instante em que ocorre o desprendimento do jato

Figura 12: Comprimento de penetração do jato

(Filla, Massimilla e Vaccaro, J. Multiphase Flow, 9, p. 259, 1983)

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ocha

Alguns resultados importantesWerther [1978]

• Aplicação: em placas planas•q=20cm/s, •fração de área livre = 0,3%, •velocidade do jato (qor=67m/s)•sólido qualquer

Resultados:• Para vários pequenos diâmetros, dor=2,1mm Lj=10-15 cm• Para poucos e grandes furos, dor=9,5 mm Lj=50-60 cm

Conclusão: Para um dado qor, pequenos orifícios apresentam pequenos jatos, mas são acompanhados por uma grande perda de carga do distribuidor.

(Werther, in Fluidization, Davidson Keairns, eds. Cambridge Univ. Press, Nova York,1978)

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ra C

.S. R

ochaYates et al.[1984]

Aplicação: Um simples orifício e diferentes tipos de escoamento sobre Lj

Resultados:• Lj aumenta bruscamente quando a velocidade superficial está próxima de umf no leito (Figura 13a)• Para altos valores de q, Lj diminui devido ao movimento lateral dos sólidos do leito, causado pelo jato do gás. •Alta pressão do sistema e alta qor produz longos jatos (Figura 13b)

(Kunii, D. e Levenspiel, O. Fluidization Engineering, 1991)

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ra C

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ocha

Figura 13: Efeito do tipo de escoamento e pressão sobre a altura de penetração de um jato vertical, dor=1,55 mm

qorq/qmf

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ocha

Correlações Empíricas

0,47

p

2or

0,654goror

0,585

g

s

or

p

or

jdg

qµρqd

ρρ

dd

814,2dL

=

Wen (1980)

(7)

21,0

or

p68,0

s

g05,0

goror37,0

p

2or

or

j

ddqd

gdq

2,21dL

ρ

ρ

µ

ρ

=

Yates et al.[1984]

(8)

ρ

ρ= 1

gdq

3,1d

d2,5

dL 2,0

or

or3,0

ps

gor

or

j

Merry (1975)

(6)

(Kunii, D. e Levenspiel, O. Fluidization Engineering, 1991)

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1 -

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l Ela

bora

do p

elas

Pr

ofas

. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Zonas Mortas

1 – zonas mortas entre orifícios2 – zonas parcialmente mortas3 – zona de mistura intermitente4 – zona de mistura homogênea5 – zona do jato d gás6 – formação da bolha7 - bolha

Figura 14: Zonas mortas em placa perfurada de orifícios grandes.

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1 -

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Pr

ofas

. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ochaA Figura 14 ilustra a penetração do gás no leito de partículas e a

identificação de zonas mortas do leito com distribuidor de placa perfurada com orifícios grandes.

As zonas mortas no distribuidor devem ser evitadas, principalmente se os sólidos são coesivos. O movimento das partículas, induzido pelo gás que sai do orifício depende das propriedades de escoamento do sólido e da vazão do gás pelo orifício.

A orientação dos orifícios influencia na formação de zonas mortas. Wen et al. (1980) define o tipo de arranjo triangular e constata ser melhor que o tradicional quadrangular (Figura 11)

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Pr

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. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Deposição de Sólidos

A deposição de sólidos consiste na queda das partículas, com o

tempo, através dos orifícios do distribuidor. Algumas partículas

caem para a região de homogeneização do gás, enquanto outras

são re-embarcadas através dos orifícios do distribuidor.

A deposição de sólidos pode ocorrer durante a paralisação do leito,

ou durante a operação normal, o que pode causar erosão dos

orifícios e entupimentos.

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ia T

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Atrito de Sólidos

Altas velocidades do gás nos orifícios reduz e até elimina a deposição de sólidos, e obtém-se uma boa distribuição de gás devido a uma grande queda de pressão no distribuidor. Porém, pode ocasionar um aumento considerável do atrito das partículas.

Atrito em leitos fluidizados tem sido muito estudado, porém a sua caracterização e quantificação se torna difícil, pois depende de cada partícula que compõe o leito.

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. Kat

ia T

anno

use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Erosão

Erosões locais de partes do distribuidor e das paredes do leito

são principalmente causadas pelo impacto direto da saída do jato

de gás e transporte de partículas. A limitação do comprimento de

penetração do jato pode evitar a erosão.

Erosão no cap ou orifício é muitas vezes associada com

deposição de sólidos, podendo ser limitada pela seleção

adequada de velocidades de operação.

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. Kat

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use

Sand

ra C

.S. R

ocha

Erosão das partes do distribuidor (caps, orifícios, etc.) podem ser

também devido a uma circulação secundária (Figura 15).

O projeto do cap angulado (Figura 15a) causou uma circulação

secundária, permitindo que os sólidos entrem no cap. O atrito

dos sólidos e o cap provoca perfuração do mesmo.

O problema pode ser resolvido pelo projeto alternativo do bico,

apresentado na Figura 15b.

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Erosão considerável Erosão desprezível

Figura 15: Bicos do processo de cloro da Shell

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ra C

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ocha

Projeto de Distribuidores

Método apresentado em Kunii e Levenspiel (1991)

1 – Determinar a queda de pressão necessária através do distribuidor, ∆pd,

bdp)4,02,0(p ∆-=∆

2 – Calcular o número de Reynolds da coluna, Re , para o fluxo total aproximado do distribuidor

µqρD

Re gc=

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Sand

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.S. R

ocha3. Selecionar o valor correspondente para o coeficiente de

orifício, Cd,or.

Re 100 300 500 1000 2000 >3000Cd,or 0,68 0,70 0,68 0,64 0,61 0,60

4 – Determinar a velocidade do gás através do orifício

A razão q/qor fornece a fração de área livre na placa distribuidora. Recomenda-se ∆pmf/ ∆pteorico>1

21

g

dord,or ρ

P2Cq

∆=

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Sand

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ocha

5 – Arbitrar o dor mais adequado e encontrar o número de orifícios por unidade de área de distribuidor correspondente pela equação:

orororo Nqdq 24π

=

Para um tuyere com um orifício de entrada, Nor deve ser o número de tuyeres por unidade de área. Por outro lado, para tuyeres sem orifício de entrada, Nor é dado por:

=

tuyerefuros de número

áreatuyereNor

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ocha

6- Calcular o espaçamento entre os centros dos orifícios de acordo com o nº de orifícios encontrados e o arranjo de orientação dos orifícios:

2orl

1 Ac=orN para arranjo quadrático

2or3 l

2 Ac= para um arranjo triangular equilateralorN