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O presente estudo tem como propósito a análise da qualidade de vida no trabalho em uma organização pública federal, com especial atenção para os aspectos relativos à ergonomia.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO DO SUL
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS
Curso de Especialização em Gestão Pública
LEANDRO BOLZAN DE REZENDE
HELAINE NANTES DE BRITES
ERGONOMIA APLICADA AO AMBIENTE DE TRABALHO:
ESTUDO DE CASO DO 9º BATALHÃO DE SUPRIMENTO –
EXÉRCITO BRASILEIRO
Campo Grande – MS
Abril – 2012
1
LEANDRO BOLZAN DE REZENDE
HELAINE NANTES DE BRITES
ERGONOMIA APLICADA AO AMBIENTE DE TRABALHO:
ESTUDO DE CASO DO 9º BATALHÃO DE SUPRIMENTO –
EXÉRCITO BRASILEIRO
Relatório técnico apresentado a Banca
Examinado da Universidade Federal do
Mato Grosso do Sul como exigência
parcial para a obtenção do grau de
Especialista em Gestão Pública sob
orientação do Prof. MSc Claudia Moreira
Borges.
Campo Grande – MS
Abril – 2012
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
1.1. Problema .................................................................................................................... 4
1.2. Objetivos .................................................................................................................... 5
1.3. Procedimentos operacionais ........................................................................................ 5
2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................................... 7
2.1. Características gerais do órgão em estudo ................................................................... 7
2.1.1. Histórico do órgão ...................................................................................................... 7
2.1.2. Missão do órgão ......................................................................................................... 8
2.1.3. Visão de futuro do órgão ............................................................................................ 8
2.1.4. Produtos e serviços do órgão ...................................................................................... 9
2.1.5. Mercado de atuação do órgão ..................................................................................... 9
2.1.6. Estrutura administrativa da empresa.......................................................................... 10
2.1.7. Dinâmica de funcionamento ..................................................................................... 11
2.2. Diagnóstico do órgão ................................................................................................ 12
2.3. Alternativas para a solução do problema ................................................................... 23
2.3.1. Análise do cenário da solução proposta ..................................................................... 25
2.3.2. Ações necessárias para implementar a solução proposta ........................................... 26
3. CONCLUSÃO ............................................................................................................ 33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 34
3
1. INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como propósito a análise da qualidade de vida no trabalho em
uma organização pública federal, com especial atenção para os aspectos relativos à
ergonomia. No setor privado a temática qualidade de vida no trabalho encontra-se mais
desenvolvida (FERREIRA, M., 2009) que no setor público, em especial pela necessidade de
adaptação das relações de trabalho após o declínio do modelo de gestão/produção do Estado
de Bem Estar Social.
O início da década de 1970 marcou os estudos sobre qualidade de vida no ambiente de
trabalho, em especial nas grandes corporações (FERREIRA, M., 2009). Nesse processo
começam a surgir os Programas de Qualidade de Vida no Trabalho, caracterizado pelo
conjunto de medidas sistematizadas com o objetivo de promover a qualidade de vida dos
funcionários no ambiente de trabalho.
As mudanças ocorridas nas relações de mercado provocaram influências dentro do setor
público, colocando em pauta os assuntos relacionados à inovações nas relações de trabalho e
qualidade dos serviços e ambientes de trabalho. Ferreira R. et al (2009) constata que na
América Latina os cidadãos-usuários estão cada vez mais exigentes no que tange ao uso dos
serviços prestados pelos governos.
Walter (1973 apud FERREIRA, M., 2009) apresenta um modelo de qualidade de vida
no trabalho que contempla os seguintes aspectos: compensação justa e adequada; condições
de trabalho; uso e desenvolvimento das capacidades; chances de crescimento e segurança;
integração social na empresa; constitucionalismo; trabalho e espaço total de vida e relevância
social do trabalho.
A pesquisa do tema qualidade de vida no ambiente de trabalho é desenvolvida através
de diversos segmentos, conforme elenca Limongi-França (2002): saúde, ecologia, ergonomia,
psicologia, sociologia, economia, administração e engenharia.
Fruto das observações de Limongi-França (2002) e Walter (1973 apud FERREIRA, M.,
2009), verifica-se a compatibilidade entre os conceitos de qualidade de vida no ambiente de
trabalho e ergonomia, no que tange ao estudo das condições de trabalho em que as pessoas
estão inseridas.
Portanto, dentre as diversas vertentes de estudo da qualidade de vida no trabalho
apresentadas por Fleury (2002, p. 296), a que se constitui como base para análise desse
relatório é a ergonomia, que, segundo a autora, “estuda as condições de trabalho ligadas à
4
pessoa. Fundamenta-se na medicina, na psicologia, na motricidade e na tecnologia industrial,
visando o conforto e ao desempenho nas diversas posições de trabalho”.
A possibilidade de melhorar o desempenho das organizações públicas através da
melhoria do ambiente de trabalho constitui-se um grande desafio aos gestores públicos. Nesse
sentido, o presente relatório se propõe a contribuir para o crescimento do arcabouço de
conhecimentos na área de qualidade de vida no ambiente de trabalho através de um estudo de
caso que demonstre o processo de análise e proposição de soluções para os problemas de
qualidade de vida nas organizações públicas.
O ambiente de estudo desse relatório é o 9° Batalhão de Suprimento, unidade de
logística do Exército Brasileiro, situado em Campo Grande-MS.
1.1. Problema
Em ambientes de trabalho caracterizados pela alta carga de trabalho burocráticos
imposta pelo formalismo do cargo público, a adequação e organização dos espaços de
trabalho influenciam significativamente a produtividade do servidor público.
A má administração dos fatores higiênicos referentes ao ambiente de trabalho resulta no
decréscimo indesejável no desempenho dos serviços, o que vai de encontro ao princípio da
eficiência a qual todo trabalhador do Estado está vinculado.
Consequência natural da exposição do trabalhador a uma ambiente de trabalho
inadequado do ponto de vista da ergonomia é o aparecimento de sintomas que afetam a saúde
do servidor, o que contribui para redução da produtividade do trabalho.
No sentido de verificar a necessidade de implantação de modificações no ambiente de
trabalho com o objetivo de adequar-se as normas de ergonomia1 foi formulado o seguinte
problema:
Em que medida de conformidade o ambiente de trabalho do 9º Batalhão de Suprimento
encontram-se em relação às normas de ergonomia?
1 NR-17: normal que especifica as condições mínimas de conforto físico e mental;
NBR-10152: nível de ruído para conforto acústico; NR-7: programa de controle médico de saúde ocupacional (PCMSO); NR-24: condições sanitárias e de conforto nos locais de trabalho; Resolução – RE nº 9, 16/jan/2003 – ANVISA: padrões referenciais de qualidade do ar interior em ambientes climatizados artificialmente de uso público e coletivo; NBR-5413: iluminâncias de interiores; dentre outras.
5
1.2. Objetivos
Objetivo geral
o Analisar o ambiente do trabalho do 9º Batalhão de Suprimento sob a
perspectiva da ergonomia.
Objetivos específicos
o Identificar os fatores de ergonomia aplicáveis a um ambiente de trabalho
em organizações do setor público;
o Identificar o grau de aderência do 9º Batalhão de Suprimento a normas
de ergonomia;
o Identificar o percentual de problemas de saúde ocupacional relacionadas
ao ambiente de trabalho;
o Analisar as possíveis causas de problemas relacionados a ergonomia do
ambiente de trabalho;
o Propor possíveis oportunidades de melhoria voltadas a tornar o ambiente
de trabalho o mais ergonômico possível.
1.3. Procedimentos operacionais
O presente estudo foi realizado com o objetivo de uma pesquisa teórica e prática, aos
modos de uma pesquisa descritiva e como forma de objeto a pesquisa bibliográfica e pesquisa
de campo.
A parte bibliográfica e teórica alicerçou-se sobre os estudos “Soluções Ergonômicas
para Processos Industriais” de Attwood et al. (tradução nossa) e na “Enciclopédia de Saúde e
Segurança no Trabalho” da Organização Internacional do Trabalho (tradução nossa) no que
diz respeito a como e quais fatores afetam o ser humano na sua percepção, bem como no
“Guia de Segurança e Conforto” da empresa Hewlett-Packard Company, para a determinação
dos padrões ideais de um ambiente de trabalho.
A parte prática e de pesquisa de campo foi realizada através de questionário sobre a
percepção das consequências de um ambiente não ergonômico e da observação in loco de
uma seção de trabalho dentro do aquartelamento estudado.
6
Para identificar os possíveis benefícios da implementação de um projeto de ergonomia
no 9° Batalhão de Suprimento somaram-se aos dados provenientes da pesquisa de campo, os
indicadores do estudo “Resultado da Intervenção Ergonômica em Usuários de Computador XI
INIC / VII EPG – UNIVAP 2007” de LOPES et al.
A amostra da pesquisa de campo foi de 45 pessoas, sendo 44 homens e 1 mulher,
variando entre 22 e 52 anos.
7
2. DESENVOLVIMENTO
O presente estudo foi dividido em vários tópicos que buscam apresentar separadamente
os componentes que permitirão construir o conhecimento necessário a concluir sobre as
possíveis soluções para o problema levantado. Deste modo, compõe esse trabalho as seguintes
partes:
Características gerais do órgão em estudo;
Diagnóstico do órgão;
Alternativas para a solução do problema.
2.1. Características gerais do órgão em estudo
2.1.1. Histórico do órgão
Sediado na cidade de Campo Grande, o 9º Batalhão de Suprimento - "Batalhão Guia
Lopes" - foi criado em 1989, por intermédio da Portaria Ministerial nº 040 - Res, de 08 de
agosto de 1989, com a aglutinação, a partir de 1º de janeiro de 1990, de 7 (sete) Organizações
Militares, a saber:
Depósito Regional de Subsistência/9;
Depósito Regional de Combustíveis e Lubrificantes/9;
Depósito Regional de Material de Saúde/9;
Depósito Regional de Material de Intendência/9;
Depósito Regional de Armamento/9;
Depósito Regional de Material de Engenharia/9; e
Depósito de Armamento e Munição/9
A Organização atual teve a finalidade de racionalizar estruturas e aperfeiçoar o apoio
das diferentes classes de suprimento e, embora tenha iniciado suas atividades em 1º de janeiro
de 1990, adotou-se o dia 1º de março para celebração de sua criação, homenageando-se, dessa
forma, o Serviço de Subsistência da Circunscrição Militar do Estado de Mato Grosso, raiz
histórica do Depósito Regional de Subsistência da 9ª Região Militar, uma das Organizações
Militares das quais se originou o 9º Batalhão de Suprimento (9º B Sup).
8
O 9º B Sup é responsável pela aquisição, recebimento, controle, armazenagem e
distribuição de suprimentos das seguintes classes:
Classe I (gêneros alimentícios);
Classe II (fardamentos);
Classe III (combustíveis e lubrificantes);
Classe V (armamento e munição);
Classe VIII (material de saúde); e
Classe IX (material de motomecanização).
Desta forma, o 9º Batalhão de Suprimento presta apoio logístico ao Comando Militar do
Oeste, grande comando que abrange os Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e o
Município de Aragarças (Goiás), o que corresponde a uma área de aproximadamente
1.300.000 km² (cerca de 15% do território nacional). Além disso, presta apoio a 38 (trinta e
oito) Organizações Militares, totalizando 15.380 militares e 1.098 viaturas, sendo que para
atingir tais objetivos seus veículos de transporte de cargas deslocam-se pelas estradas da
Região Centro-Oeste, percorrendo, mensalmente, um total de aproximadamente 5.300 km por
veículo.
2.1.2. Missão do órgão
A declaração da missão do 9º Batalhão de Suprimento foi atualizada em 2009 conforme
segue:
“Nós, do 9º Batalhão de Suprimento, temos por missão: adquirir, receber e distribuir
suprimentos militares ao Comando Militar do Oeste, atuando de forma precisa e pontual”.
2.1.3. Visão de futuro do órgão
Quando da formulação do plano estratégico 2009-2013 o comandante da organização
militar estipulou a seguinte visão para o período em questão:
“Ser reconhecida no âmbito do Comando Militar do Oeste como a Organização Militar
de Logística de maior capacidade administrativa e operacional”.
9
2.1.4. Produtos e serviços do órgão
O principal produto oferecido pelo 9º Batalhão de Suprimento é o apoio logístico em
suprimentos militares às Organizações Militares apoiadas, assegurando-lhes o cumprimento
de suas missões constitucionais.
Para a sociedade os principais produtos oferecidos são a segurança pública e a formação
do cidadão. A segurança pública é fornecida à sociedade através da missão constitucional de
garantia da lei e da ordem e da soberania nacional. A formação do cidadão se dá através das
atividades de instrução e dos diversos cursos que promovem os atributos das áreas afetivas,
cognitiva e física, além de oportunidades de inserção cívico-social para os jovens que
ingressam no serviço militar obrigatório no 9º Batalhão de Suprimento.
Os processos organizacionais necessários à produção dos serviços foram mapeados e
divididos em finalísticos e de apoio, sendo disponibilizados para todos os profissionais
através da rede interna e site interno do Batalhão.
As instalações do 9º Batalhão de Suprimento estão divididas em dois endereços, a sede,
situada na Av. General Nepomuceno Costa, 219, onde se concentram a administração e os
depósitos de alimentos, fardamentos, combustíveis e lubrificantes, saúde, armamento e
motomecanização, e a 2ª Companhia de Suprimento, situada na Rua Fernando de Noronha,
780, onde se encontram os paióis, local destinado a guarda de munições.
As principais tecnologias e equipamentos necessários para o desempenhos das
atividades compreendem:
Sistemas informatizados para controle dos materiais (SIMATEX);
Sistemas informatizados para comunicação e informação (SPED, Intranet);
Rede de microcomputadores;
Veículos tipo carretas graneleiras (2), baús secos (3), baús frigorificados (5),
veículos administrativos (8), operacionais (4) e empilhadeiras a gás (4);
2.1.5. Mercado de atuação do órgão
O 9º Batalhão de Suprimento atende um total de 38 (trinta e oito) organizações
militares, sendo 31 (trinta e uma) no Estado de Mato Grosso do Sul, 6 (seis) em Mato Grosso
e 1 (uma) em Goiás, conforme pode ser verificado através da figura 1.
O fornecimento do suprimento militar aos clientes é entregue diretamente pelo 9º
Batalhão de Suprimento através da realização de comboios de suprimentos.
PERFIL DA ORGA
NIZAÇÃO
10
Figura 1 - Mapa de atuação
Fonte: Autores.
2.1.6. Estrutura administrativa da empresa
Os principais instituidores do 9º Batalhão de Suprimento são as organizações presentes
na hierarquia do governo federal, conforme pode ser verificado através da figura 2:
Figura 2 - Cadeia de comando
Fonte: Autores
O organograma funcional do 9º Batalhão de Suprimento é apresentado na figura 3 a
seguir:
11
Figura 3 - Organograma funcional
Fonte: Autores.
2.1.7. Dinâmica de funcionamento
A dinâmica de funcionamento do 9º Batalhão de Suprimento se dá através de 4
macroprocessos organizacionais relacionados a missão da organização, quais sejam: obtenção
de suprimentos; recebimento e análise de artigos; armazenamento; e distribuição
Na obtenção de suprimento a organização conta com a seção de Aquisições, Licitações
e Contratos, a qual tem por responsabilidade realizar a aquisição de artigos de suprimento de
fardamento e afins (em casos específicos – ex.: preparação das forças do CMO para emprego
no Haiti), lubrificantes e correlatos, ração animal, veículos, dentre outros. Os demais artigos
de suprimento são obtidos por intermédio da cadeia de comando, seja pela aquisição ou pelo
remanejamento entre os batalhões e depósitos de suprimento do Exército Brasileiro.
12
O recebimento de artigos de suprimento da classe I (gêneros alimentícios) ocorre por
intermédio do Laboratório de Inspeção, Análise e Bromatologia (LIAB), seção encarregada de
realizar os testes laboratoriais de modo a verificar a conformidade da entrega com os padrões
solicitados em edital de licitação pública e normas sanitárias vigentes. Os artigos de classe II
(fardamento) são recebidos no 9º Batalhão de Suprimento após análise laboratorial do
Laboratório de Análise de Material de Intendência (LAMI), sediado em São Paulo, SP. Os
artigos da classe III (lubrificantes) são recebidos após análise junto a laboratórios civis
conveniados ao INMETRO. Os demais artigos são recebidos por intermédio de comissões
técnicas internas.
O armazenamento dos artigos ocorre nas instalações do 9º Batalhão de Suprimento,
sendo a 2ª Companhia de Suprimento destacada do endereço da sede e responsável pelo
armazenamento e controle dos artigos de munição. Os demais itens de suprimento ficam
estocados na sede da organização.
A distribuição dos artigos de suprimento é realizada por intermédio de ordem emanada
pela 9ª Região Militar, comando enquadrante da organização em estudo, através dos meios de
transporte orgânico do 9º Batalhão de Suprimento. Em determinadas situações as
organizações apoiadas realizam a retirada do artigo na própria instalação, dispensando o
transporte por parte do 9º B Sup.
2.2. Diagnóstico do órgão
A análise da qualidade de vida no ambiente de trabalho do 9° Batalhão de Suprimento,
com foco na ergonomia, teve por base os critérios elencados pela empresa Hewlett-Packard
Company em seu Guia de Segurança e Conforto. O quadro 1 apresenta a lista de verificação
de segurança e conforto utilizada na pesquisa. Os resultados obtidos foram coletados através
de observação direta do ambiente de trabalho.
QUESITO SIM NÃO
POSIÇÃO DO ASSENTO
Você encontrou opções de postura e de assento nas quais se sente mais
confortável? X
Você costuma mudar de posição dentro da sua “área pessoal de
conforto” ao longo do dia, especialmente à tarde? X
Os pés estão totalmente apoiados no chão? X
Os músculos posteriores das coxas, perto dos joelhos, estão relaxados? X
Os músculos das panturrilhas estão relaxados? X
13
QUESITO SIM NÃO
POSIÇÃO DO ASSENTO
Existe espaço suficiente para os joelhos e as pernas embaixo da área de
trabalho? X
A parte inferior das costas está apoiada? X
OMBROS, BRAÇOS, PULSOS E MÃOS
Os ombros estão relaxados? X
As mãos, os pulsos e os antebraços estão em uma posição neutra e
confortável? X
Caso utilize suportes para os braços, esses suportes estão ajustados de
forma que os ombros permaneçam relaxados e os pulsos mantenham-se
em uma posição neutra e confortável?
X
Os cotovelos estão aproximadamente na mesma altura da base do
teclado? X
Você evita apoiar as mãos e os pulsos enquanto digita ou utiliza o
dispositivo apontador? X
Você evita apoiar as mãos e os pulsos em quinas ou outras superfícies
pontiagudas? X
Você evita segurar o telefone entre o ouvido e o ombro? X
Os itens utilizados com mais frequência, como o telefone ou materiais de
referência, estão em um local de fácil acesso? X
OLHOS
Você costuma descansar os olhos com frequência focalizando-os em um
ponto distante? X
Você consulta um oftalmologista regularmente? X
Você pisca os olhos com uma frequência suficiente? X
ESTILO DE DIGITAÇÃO
Você costuma se policiar no sentido de digitar de forma mais suave
quando percebe que está pressionando as teclas com muita força? X
Caso não conheça as técnicas de datilografia, está tentando aprendê-las? X
Você costuma alongar e massagear todos os dedos, inclusive os que não
utiliza para digitar e mover o dispositivo apontador, para relaxá-los
quando estão tensos?
X
Você movimenta todo o braço para alcançar as teclas que estão distantes
da base do teclado? X
TECLADO E DISPOSITIVO APONTADOR
O teclado está posicionado diretamente na sua frente? X
A altura e a inclinação do teclado estão ajustadas de forma que os
ombros permaneçam relaxados e os pulsos mantenham-se em uma
posição neutra e confortável?
X
Se costuma utilizar um mouse ou um TrackBall separado, ele está
colocado logo à direita ou à esquerda do teclado? X
Se costuma utilizar um dispositivo apontador, você está segurando esse
dispositivo suavemente com a mão relaxada? X
Você solta o dispositivo apontador quando não o está utilizando? X
Você costuma clicar suavemente nos botões do dispositivo apontador
(mouse, trackball, touchpad ou bastão apontador)? X
Você costuma limpar o mouse ou o trackball com frequência? X
14
QUESITO SIM NÃO
MONITOR
O monitor está posicionado na sua frente a uma distância de
visualização confortável de, aproximadamente, um braço? Ou, se você
costuma olhar mais para documentos impressos do que para o monitor,
o suporte para documentos está na sua frente com o monitor
posicionado em um dos lados?
X
Os brilhos e reflexos de luz do monitor foram eliminados sem
comprometer a sua postura? X
Toda a área de visualização do monitor está posicionada logo abaixo da
altura dos olhos? X
O monitor está inclinado paralelamente ao seu rosto? X
Você ajustou os controles de brilho e contraste para melhorar a
qualidade de textos e gráficos? X
O suporte para documentos está posicionado perto e na mesma
distância, altura e ângulo do monitor? X
NOTEBOOK
Você muda de postura com frequência, procurando deixar os ombros
relaxados ao mesmo tempo em que mantém o pescoço em uma postura
confortável?
X
Ao trabalhar durante longos períodos, você já experimentou levantar o
notebook com um suporte ou livro ou já tentou utilizar um teclado e um
dispositivo apontador externos?
X
PRECAUÇÕES GERAIS
Você faz intervalos e caminha um pouco, pelo menos uma vez por hora? X
Você pratica exercícios regularmente? X
Você avalia periodicamente os momentos de estresse pelos quais já
passou e tenta mudar tudo o que estiver no seu alcance? X
Se você apresenta qualquer sintoma que possa estar relacionado ao uso
do computador, seja durante o trabalho ou em outras ocasiões, já
consultou um médico e, se disponível, o departamento de saúde e
segurança da sua empresa?
X
FATORES AMBIENTAIS
O nível de ruído está abaixo de 65 dBA? X
A temperatura ambiente está entre 20 e 23°C? X
A temperatura ambiente está distribuída igualmente? X
A velocidade do vento está abaixo de 0,75m/s? X
A umidade do ar está entre 40 e 70%? X
A iluminação é adequada? X
Quadro 1 - Lista de verificação de segurança e conforto
Fonte: HP – Hewlett-Packard Company. Guia de Segurança e Conforto. São Paulo, 2002. 62
p (adaptado).
A partir da análise do quadro 1, pode-se verificar que a seção de compras do 9°
Batalhão de Suprimento cumpre 40,4% dos quesitos de ergonomia e segurança orientados, o
que mostra que o quadro apresentado naquele aquartelamento é passível de melhoria, fins de
tornar o trabalho seguro e confortável e, portanto, melhorando as condições de qualidade de
vida no ambiente de trabalho daquela organização.
As figuras de 4 a 11 mostram o ambiente de trabalho pesquisado e sob quais ângulos
foram analisados os quesitos elencados no quadro 1.
15
Figura 4 - Fotografia do ambiente estudado n° 1
Fonte: Autores.
Figura 5 - Fotografia do ambiente estudado n° 2
Fonte: Autores.
16
Figura 6 - Fotografia do ambiente estudado n° 3
Fonte: Autores.
Figura 7 - Fotografia do ambiente estudado n° 4
Fonte: Autores.
17
Figura 8 - Fotografia do ambiente estudado n° 5
Fonte: Autores.
Figura 9 - Fotografia do ambiente estudado n° 6
Fonte: Autores.
18
Figura 10 - Fotografia do ambiente estudado n° 7
Fonte: Autores.
Figura 11 - Fotografia do ambiente estudado n° 8
Fonte: Autores.
19
Analisando as figuras de 4 a 11 podem-se apontar os seguintes acertos e erros:
Certo:
A. Luminosidade: a entrada de iluminação que poderia refletir no monitor foi
quebrada através de persiana que permite a entrada mínima de luz;
B. Postura: colaborador trabalha com a coluna ereta;
C. Pausa: apesar de não sistematizado, a seção dispões de espaço para que os
colaboradores façam pausas durante o trabalho para tomar água ou café;
D. Área útil: o telefone, o qual é de uso frequente, foi colocado em local onde
dois colaboradores podem acessá-lo, sem que para tal precisem esticar-se para
fora de sua área útil;
E. Organização: as mesas de apoio ao lado do computador permitem que o
colaborador organize os materiais que mais usa em um espaço de fácil acesso;
F. Teclado/mouse: o teclado e mouse estão posicionados um ao lado do outro,
permitindo ao colaborador acessá-los sem que para tal precise mover
amplamente o braço;
G. Pés: os pés estão completamente apoiados no chão, distribuindo igualmente a
pressão do corpo sobre os pés;
H. Adaptabilidade: a cadeira disponível permite a regulagem de altura,
adequando-se a qualquer colaborador que a use.
Errado:
I. Computador: os gabinetes dos computadores, que são utilizados com pouca
frequência, estão posicionados na mesa, impedindo a utilização adequada do
mouse, bem como ocupando espaço útil que poderia ser destinado a material
amplamente usado;
J. Monitor: os monitores estão posicionados muito abaixo da altura
recomendada, fazendo que os colaboradores tenham que olhar para baixo para
utilizar o equipamento, e, por consequência, forçando a região cervical. A
colocação do monitor sobre um suporte permite, ainda, a liberação do espaço
abaixo do monitor para colocação de materiais que são utilizados com
frequência;
K. Pulsos: os pulsos estão apoiados nas quinas da mesa, saindo da postura correta
(cotovelo-pulso-teclado). Os pulsos devem ser apoiados na mesa ou em apoio
destinado para tal, somente quando em momentos de descanso;
20
L. Olhar baixo: a inadequação da posição dos monitores obriga o colaborador
olhar para baixo, forçando a região cervical;
M. Velocidade do ar: como o ambiente não possui distribuição homogênea da
temperatura, os colaboradores ligam o ventilador posicionado ao fundo da
seção, aumentado os níveis de ruído e velocidade do ar;
N. Apoio da coluna: as cadeiras disponíveis não permitem o apoio completo da
coluna sobre o mobiliário, impedindo a distribuição do peso do corpo de forma
mais espalhada e confortável;
O. Leitura: a leitura de qualquer documento ou realização de outra atividade deve
ser realizada com a coluna alinhada, a exemplo da execução de trabalhos ao
computador;
P. Apoio para os braços: as cadeiras disponíveis não possuem apoio para os
braços, não permitindo o descanso dos braços ao digitar e provocando o
desalinhamento da postura de digitação (cotovelo-pulso-teclado);
Q. Pés fora do chão: ao se analisar a fotografia 26, observa-se que os rodízios da
cadeira estão sujos em razão da colocação dos pés sobre os mesmos. Ao mudar
a posição dos pés o colaborador tira seu apoio do chão, forçando a região
posterior da coxa próxima ao joelho;
R. Mouse: o mouse está posicionado fora da área útil do colaborador, forçando o
mesmo, ao utilizá-lo, flexionar sua coluna para frente, perdendo assim o apoio
das costas e consequente falta de distribuição do peso e desalinhamento dos
pulsos e coluna para a direita;
S. Temperatura: a temperatura ambiente não é distribuída homogeneamente
pelo ambiente, em razão de existir somente um condicionador de ar
posicionado no canto da sala. Como visto anteriormente, esta falta de
distribuição ocasiona o acionamento do ventilador e consequente aumento da
velocidade do ar e do ruído;
T. Notebook: a utilização direta de notebook impossibilita a adequação do
homem à máquina. Usuários de computadores portáteis devem utilizar suporte
para elevar a posição do monitor, bem como mouse e teclado externos;
U. Apoio para os braços fixos: os apoios para os braços da cadeira da fotografia
28 são fixos, impedindo a adaptação do mobiliário ao usuário. Como
consequência dessa inadequação, o usuário fica com a posição de digitação
21
prejudicada, pois fica sem apoio para os cotovelos e acontece o
desalinhamento na posição de digitação;
V. Pés inclinados: apesar dos pés estarem apoiados por completo no chão, ao
inclinar a perna os pés acabam tendo que se dobrar para ficarem complemente
apoiados ao chão. O uso de apoio para os pés se faz necessário para correção
da posição ao sentar, pois as pernas do colaborador estão em posição
adequada, sendo equivocada somente a posição dos pés.
Após a análise das figuras de 4 a 11, deve-se projetar medidas de modo que as estações
de trabalhos fiquem, após a intervenção, minimamente conforme exemplifica a figura 12.
Figura 12 - Condições mínimas de ergonomia
Fonte: SDT1. Conselhos ergonômicos. Disponível em: <http://studium.ppg.br/blog/index.
php?s=posicion%C3%A1>. Acesso em: 12 fev. 2012.
Em Lopes et al. (2007) o percentual de melhora em dois anos de intervenção foi de 26%
pontos percentuais, passando de 81% de colaboradores com reclamações de dores em 2004
para 55% em 2006. A tabela 1 apresenta o resultado da pesquisa realizada no 9° Batalhão de
Suprimento.
Tabela 1 - Localização de dor ou desconforto relatada pelos funcionários
CLASSIFICAÇÃO APONTAMENTOS
Homens 44
Mulheres 1
Cervical 16
Dorsal 8
Joelhos 2
Lombar 18
Mãos 9
Olhos 17
22
CLASSIFICAÇÃO APONTAMENTOS
Ombros 12
Pernas 3
Pulsos 10
Sem queixa nenhuma 10
Fonte: Autores.
A tabela 2 apresenta a análise dos dados da tabela 1, de modo a verificar possíveis
causas relacionadas à ergonomia do ambiente de trabalho que possam gerar as dores e
desconfortos apontados.
Tabela 2 - Dores X possíveis causas
INCIDÊNCIA CLASSIFICAÇÃO QTD POSSÍVEL CAUSA
1° Lombar 18 Cadeira sem apoio para a
região lombar;
Postura ao sentar mais
deitada, procurando adequar-se
a posição do monitor e,
consequente, desapoio da região
lombar.
2° Olhos 17 Utilização de computador
por mais 5 horas sem a
realização dos devidos
intervalos;
Resolução da tela do
computador muito alta,
diminuindo o tamanho dos
objetos projetados;
Leitura excessiva de
documentos sem a utilização de
óculos específicos ou de
descanso.
3° Cervical 16 Monitor posicionado abaixo
da altura recomendada,
obrigando o colaborador a
baixar a vista, forçando a
cervical.
4° Ombros 12 Falta de apoio para os
braços, obrigando o colaborador
a manter os braços levantados
por longo período, uma vez que
não se fazem intervalos.
5° Pulsos 10 Apoio dos pulsos nas mesas
ao digitar e/ou movimentar o
mouse;
Dobrar os pulsos ao digitar
e/ou movimentar o mouse.
23
INCIDÊNCIA CLASSIFICAÇÃO QTD POSSÍVEL CAUSA
6° Sem queixa nenhuma 10 Grande parte da população
pesquisada tem idade entre 22 e
29 anos e pratica atividade
física regularmente, o que
contribui para a resistência
muscular e, consequente,
aumento da capacidade de
resistir às condições do
ambiente de trabalho.
7° Mãos 9 Apoio dos pulsos para
digitar, o que obriga o
colaborador a flexionar os
dedos para trás para conseguir
digitar, forçando, portanto,
aquela região. O correto é
digitar flexionando os dedos
para frente.
8° Dorsal 8 Falta de apoio completo para
a região das costas, não
permitindo que o peso do corpo
se espelhe de modo homogêneo.
9° Pernas 3 Cadeira desregulada ou sem
recurso de ajuste de posição;
Entrelaçamento dos pés
junto aos pés-da-cadeira,
forçando a região posterior da
coxa próxima aos joelhos.
10° Joelhos 2 Espaço disponível para as
pernas muito pequeno, fazendo
que os joelhos do colaborador
fiquem em contato com a
parede ou a mesa.
Fonte: Autores.
2.3. Alternativas para a solução do problema
Como se pode verificar através da comparação da realidade apresentada e da teoria
sobre o ambiente ideal de trabalho, a situação de ergonomia no 9° Batalhão de Suprimento
possui ponto passíveis de melhoria, fins de proporcionar melhoria nas condições de trabalho e
redução dos índices de reclamações identificados pela tabela 8. Caso seja mantida a proporção
observada em Lopes et al. (2007) o índice de reclamações, que hoje figura na casa de 77,78%,
pode ser reduzido para 52,81%, o que representa 24,97% pontos percentuais de melhoria.
24
Apesar da existência de alguns mobiliários ajustáveis, de um modo geral o
conhecimento de como utilizá-los não é difundido, reduzindo a performance possível de ser
alcançada com o material existente.
A análise da seção de compras do 9° Batalhão de Suprimento revelou a existência de
diversos pontos a melhorar, onde se pode citar:
Ambiente:
o Temperatura homogênea: distribuir a temperatura no ambiente através
da instalação de um novo condicionador de ar no lado oposto da seção.
o Velocidade do ar: como o ambiente não tem a temperatura igualmente
distribuída, os colaboradores ligam o ventilador para amenizar a
temperatura, o que acaba aumentado a velocidade do ar dentro do
ambiente de trabalho acima do valor recomendado.
Rotina de trabalho:
o Pausas: instituir pausas durante o trabalho para que se façam os
exercícios recomendados e que os colaboradores conversem, diminuindo
assim o estresse do trabalho. Para lembrar os integrantes da seção do
momento para realizar a pausa, deve-se instalar um software que dê
alerta quando transcorrido o tempo designado.
Capacitação:
o Orientação: orientar os colaboradores dos benefícios a saúde e os
resultados do trabalho em ambientes ergonômicos, contribuindo para que
os próprios funcionários se policiem e busquem sempre estar em
posições adequadas de trabalho.
o Organização: organizar as estações de trabalho para que cumpram os
requisitos mínimos de ergonomia, proporcionando condições adequadas
de conforto e segurança, resultando em melhor performance e saúde dos
colaboradores.
Mobiliário:
o Cadeiras, mesas e apoios: criar políticas de compras de mobiliários
ergonômicos. Dentre os itens a serem contemplados no estudo destacam-
se cadeiras e mesas ajustáveis, apoios para os pés e pulsos (mouse e
teclado), suporte de monitores e documentos, monitores com caixa de
25
som integrada (liberar espaço nas mesas), suporte para notebooks, dentre
outros.
Grande parte das intervenções são possíveis de serem realizadas apenas com o
treinamento e orientação dos colaboradores, sendo poucas as medidas que demandam
investimento de recursos financeiros. A alocação de recursos para ergonomia não se configura
como custo, mas sim como investimento. A revista Exame (1995) apresenta que a cada dólar
investido em ergonomia, obtém-se o retorno de 4 dólares em produção. A instituição
analisada tem como ponto forte, que colabora para a redução dos custos de implantação de um
projeto dessa matéria, a existência de uma seção de marcenaria, a qual seria capaz de
confeccionar os apoios para monitor, pés e notebooks (conforme figura 13), o que reduz
drasticamente o número de itens e valor a ser investido.
Apoio para os pé Suporte de monitor Suporte para notebook
Figura 13 - Acessórios para ergonomia
Fonte: GOOGLE. Imagens. Disponível em: <www.google.com.br>. Acesso em: 12 fev. 2012.
2.3.1. Análise do cenário da solução proposta
A análise do cenário da solução proposta para o problema em questão levou em
consideração aspectos da qualidade de vida no ambiente de trabalho relacionados às teorias de
ergonomia, satisfação com o ambiente de trabalho e motivação.
No campo da ergonomia, foram observados os aspectos teóricos relacionados com os
fatores pessoais, assim entendido aqueles relacionados a como o ser humano recebe e
processa informações do ambiente de trabalho, especialmente na questão da visão, audição,
atenção, percepção, memória, decisão, força e resistência muscular, antropometria
(ATTWOOD et al, 2004).
26
Ainda nas teorias administrativas relacionadas à ergonomia, fatores ambientais
complementaram os fatores pessoais através do estudo dos aspectos relacionados à iluminação
do ambiente de trabalho, à temperatura e ao ruído (ATTWOOD et al, 2004).
Os fatores pessoais e ambientais nos permitem inferir como seria o ambiente de trabalho
ideal. No Brasil, existem normas que regulam os requisitos de um ambiente de trabalho
saudável, onde a mais conhecida e empregada é a NR-17. Além da norma referida, existem
outras regulamentações para partes específicas do conhecimento, como, por exemplo, NBR-
10152 (ruídos), NR-7 (controle médico de saúde ocupacional), NR-24 (água potável),
resolução RE n° 9, de 16/jan/2003 da ANVISA (qualidade do ar), NBR-5413 (norma de
iluminação), dentre outros.
Fatores relacionados ao comportamento organizacional, como, por exemplo, a
satisfação no ambiente de trabalho e as teorias motivacionais foram levados em consideração
para a elaboração da proposta de solução.
A qualidade de vida no ambiente de trabalho está relacionada a satisfação em relação ao
mesmo, porém esse mister só é alcançado através de investimentos voltados a produtividade,
uma vez que a satisfação está diretamente relacionada à produtividade (ROBBINS, 2005).
Condições de trabalho desfavoráveis corroboram para a má qualidade de vida nas
organizações, e ainda são responsáveis pela ocorrência de problemas com saídas de
funcionários, atitudes negativas, falta de lealdade e, por fim, negligência (ROBBINS, 2005).
Os fatores relacionados à motivação, de forma análoga à satisfação, contribuem para a
construção da qualidade de vida no ambiente de trabalho. Desta forma, teorias como a de dois
fatores de Frederick Herzberg auxiliam na construção da qualidade de vida no ambiente de
trabalho das organizações públicas, uma vez que a atuação dos gestores nos fatores
higiênicos, ou seja, aqueles relacionados ao ambiente, podem gerar satisfação nos
colaboradores e contribuir para a melhoria da qualidade de vida no ambiente de trabalho.
2.3.2. Ações necessárias para implementar a solução proposta
O 9º Batalhão de Suprimento adotou desde 2009 a metodologia de projetos do Project
Management Institute (PMI) para todas as propostas de soluções a problemas diagnosticadas
na organização. Deste modo, as ações necessárias foram esquematizadas na forma de projeto
conforme preconiza o escritório de excelência gerencial daquela organização.
27
2.3.2.1. Integração
I – Resumo do projeto
O presente projeto tem por finalidade apresentar as oportunidades de melhoria voltadas
à adequação do ambiente de trabalho do 9º Batalhão de Suprimento as normas de ergonomia
estipuladas pelo Ministério do Trabalho e Emprego e demais instituições de notória qualidade
de trabalho relacionada ao ambiente de trabalho.
II - Justificativa
O número de pessoas que apontaram sentir algum tipo de dor relacionada as condições
de trabalho é muito elevado, o que aponta para a necessidade de serem promovidas
modificações na dinâmica e ambiente de trabalho dos funcionários de modo a se promover
uma melhoria na qualidade das condições ambientais. Busca-se, ainda, a melhoria no
desempenho dos funcionários, reduzindo-se assim o tempo de execução dos processos. O
projeto busca interferir no desempenho dos indicadores apresentados na tabela 3 a seguir:
Tabela 3 - Indicadores do projeto ergonomia
Item Indicador de desempenho Antes Depois
1 Percentual de adequação do ambiente de trabalho 40,40% 95,00%
2 Percentual de reclamações de dores associadas ao
ambiente de trabalho 77,77% 95,00%
Fonte: Autores.
III – Gerente do Projeto
GERENTE: S1 (Chefe da Seção de Recursos Humanos)
O Escritório de Excelência Gerencial auxiliará o gerente de projetos na promoção de
ações que permitam a execução das atividades com os meios necessários planejados, atuando
de elo entre o gerente de projetos e sua equipe e o Comando do 9º Batalhão de Suprimento.
Quaisquer problemas que venham a, de algum modo, interferir no cumprimento do
cronograma aprovado devem ser levados a conhecimento do EEG para as medidas de
correção necessárias.
2.3.2.2. Escopo
I – EAP
28
Figura 14 - Estrutura Analítica do Projeto Ergonomia
Fonte: Autores
II – Produto
Ao final do projeto o produto que se espera entregar é um ambiente de trabalho mais
próximo do adequado, conforme apresentado na figura 12.
2.3.2.3. Tempo
I – Cronograma
Tabela 4 - Cronograma projeto ergonomia
Item Atividades / Recursos Prazo Início Término Inicia após
1 Projeto Ergonomia 85 dias D0 D115
2 Condições Pessoais 11 dias D0 D14
3 Conscientização 1 dia D0 D0
4 Implantação de pausas 10 dias D1 D14 3
5 Condições do Ambiente 85 dias D0 D115
6 Licitação 30 dias D0 D40
7 Entrega 30 dias D43 D81 6
8 Climatização 10 dias D84 D95 7
9 Organização 5 dias D98 D102 8
10 Cadeiras e mesas 5 dias D105 D108 9
11 Acessórios de ergonomia 5 dias D111 D115 10
Fonte: Autores
II – Gantt
29
Figura 15 - Gráfico de Gantt do projeto ergonomia
Fonte: Autores
2.3.2.4. Custos
I – Recursos Necessários
Tabela 5 - Custo de implantação projeto ergonomia
Item Natureza da despesa Custo Total
1 ND 33.90.30 – Material de consumo R$ 2.582,30
2 ND 33.90.39 – Serviços de pessoa jurídica R$ 0,00
3 ND 44.90.52 – Material permanente R$ 58.699,70
Fonte: Autores
2.3.2.5. Qualidade
I – Padrões de Qualidade
Em relação às condições pessoais, as pessoas que passarem pela palestra de
conscientização devem ser capazes de reconhecer em um ambiente de trabalho os erros mais
comum. Para verificar o conhecimento deve ser aplicado ao final da palestra um teste com
uma ilustração de um ambiente de trabalho, onde os funcionários devem relacionar os erros
apresentados às suas respectivas colunas presentes no teste.
No que concerne aos produtos adquiridos para modificar o ambiente de trabalho deve-se
ter especial atenção as características técnicas previstas no edital de licitação, em especial
aquelas relacionadas ao desempenho do item.
Antes e depois de promover as alterações no ambiente de trabalho deve-se aplicar o
questionário previsto no quadro 1 apresentado de modo a permitir inferir sobre a percepção de
melhoria após a realização do trabalho.
Após as seções receberem a intervenção, deve-se aplicar o questionário de perguntas
sobre dores relacionadas ao ambiente de trabalho, de modo a se concluir sobre o grau de
melhoria provocado na condição de saúde dos funcionários.
30
2.3.2.6. Recursos Humanos
I – Lista de recursos humanos
Tabela 6 - Lista de recursos humanos do projeto ergonomia
RH Nome Seção E-mail Ramal
1 Comandante CMT [email protected] 4928
2 S1 S1 - 4251
3 Ch EEG EEG [email protected] 4291
4 Adj EEG EEG [email protected] 4291
Fonte: Autores.
2.3.2.7. Comunicações
I – Reuniões
Tabela 7 - Reuniões prevista para o projeto ergonomia
Item Evento Data Hora Local Quem?
1 Abertura dos trabalhos D 0 09:30 S1 S1, Ch EEG, Adj
EEG 2 Lições aprendidas D 116 09:30 S1
Fonte: Autores
2.3.2.8. Riscos
I – Identificação e respostas
Tabela 8 - Riscos identificados para o projeto ergonomia
Item Entrega Riscos Prob Impac Respostas
1 Condições pessoais Nenhum risco identificado 0 0 -
2 Condições do ambiente Nenhum risco identificado 0 0 -
Fonte: Autores.
2.3.2.9. Aquisições
I – Necessidades de compra
Tabela 9 - Relação de materiais para o projeto ergonomia
Item Descrição detalhada Qtd Preço
Unt
Preço
Total
1
APOIO ERGONÔMICO PÉS. ESPECIFICAÇÕES
TÉCNICAS: Apoio ergonômico para os pés, tipo regulável,
material alumínio (estrutura) e plástico (base para os pés), cor
preta, dimensões 42,5 x 28 cm. Garantia 12 meses
70 28,90 2.023,00
31
Item Descrição detalhada Qtd Preço
Unt
Preço
Total
2
APOIO PUNHO PARA TECLADO. ESPECIFICAÇÕES
TÉCNICAS: Apoio de punhos ergonômico para teclado de
computador, aplicação prevenção de L.E.R., tamanho
440x70mm
70 18,99 1.329,30
3
CONDICIONADO AR SPLIT QUENTE/FRIO 18.000
BTUS. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS: Condicionado de
ar, tipo Split. Tipo de operação: Quente e Frio; Capacidade
térmica (BTUs): 18.000; Compressor: Rotativo; Classificação
de consumo (Selo Procel): A; Dimensões da unidade externa
(LAP) mm: 830x637x285; Peso da unidade externa (kg): 49;
Cor: Branco; Consumo (kWh): 34,5; Tensão/Voltagem:
220V; Garantia: 36 meses; Filtro HEPA (retém 99% das
bactérias); Painel Digital; Função memória: memoriza a
configuração preferida de modo de funcionamento,
temperatura e velocidade; Função timer: programa o tempo
para ligar ou desligar o aparelho; Função turbo: proporciona
um resfriamento rápido do ambiente; Função oscilar: usada
para controlar a movimentação da saída de ar ou para fixá-la
em uma posição preferencial; 3 Velocidades; Temperatura:
18 C ~ 32 C; Controle remoto; Silencioso; Aviso limpa filtro;
1 saída de ar na parte inferior.
15 1.380,00 20.700,00
4
MESA L 160X160X75. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:
Mesa com tampo em MDP 25mm de espessura, revestimento
melamínico, acabamento frontal e interno com ergosoft
laterais com fita de borda, cantos retos, travessa aço, pé
carambola e estrutura em aço duas colunas com madeira
lateral, pés com espaço para passar fio. Dimensões: 75 x 160
x 160 cm (A x L x C), profundidade 60cm Garantia 12 meses
37 630,00 23.310,00
5
MOUSE PAD ÓPTICO ERGONÔMICO.
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS: Mouse pad desenvolvido
em tecido de lycra, apoio dos pulsos em gel, base borracha
anti-derrapante, dimensões 260x225cm, espessura 4,5mm,
cor preta
70 17,90 1.253,00
6
POLTRONA PRESIDENTE LISA. ESPECIFICAÇÕES
TÉCNICAS: Poltrona presidente, espuma injetada anatômica
de 65mm e densidade mínima de 45kg/m3, base giratória
metálica com capa, regulagem de altura do assento por pistão
a gás, com relax, braço corsa poliuretano e fixação do assento
e encosto por lâmina de aço, revestimento em tecido 100%
polipropileno J. Serrano cor preta. Capacidade 120kg por
lugar. Garantia 12 meses
55 190,00 10.450,00
7
SUPORTE MONITOR. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:
Suporte para monitor, encaixe modulável, cor preta,
dimensões 35x24x6cm.
70 19,90 1.393,00
32
Item Descrição detalhada Qtd Preço
Unt
Preço
Total
8
SUPORTE NOTEBOOK. ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS:
Suporte para notebook de até 17´´, 8 níveis de regulagem de
posições, 2 coolers e 4 entradas USB auxiliares
10 82,37 823,70
Fonte: Autores
33
3. CONCLUSÃO
A implantação de ambientes ergonomicamente corretos é preocupação antiga nas
empresas privadas, porém, mais recentemente, tem ganhado espaço dentro os órgãos públicos.
O Ministério do Trabalho e Emprego edita as normas e fiscaliza se as empresas estão
cumprindo os requisitos de ergonomia previstos na NR-17, na CLT e demais normas. O 9°
Batalhão de Suprimento, apesar de estar vinculado a outras regras empregatícias, que não as
previstas na CLT, possui condições de aplicar os conceitos de ergonomia para melhorar a
saúde e a performance dos colaboradores, contribuindo, assim, para o cumprimento do
princípio constitucional da eficiência.
A quantidade de estudos e obras disponíveis para a elaboração de um Projeto de
Ergonomia são suficientes e elucidadoras, permitindo a qualquer instituição fazê-lo sem
problemas. Existem, ainda, diversos acessórios para adaptação das estações de trabalho, bem
como softwares de apoio que permitem a completa adequação do ambiente de trabalho.
As técnicas de ergonomia já foram satisfatoriamente experimentadas por diversas
empresas e órgãos públicos, onde se mostraram um investimento viável e de mútuo retorno, a
exemplo do que foi demonstrado por Lopes et al. (2007).
34
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