Estado do maranhao

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  • 8/17/2019 Estado do maranhao

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    8  Alternativo

    O AC/DC relutou por um tempo, mas acabade disponibilizar o catálogo da banda paravenda no iTunes, assim como Beatles, LedZeppelin e Metallica, outros artistas que

    demoraram a se render à loja digital daApple. A notícia foi divulgada no siteoficial do grupo. A banda havia serecusado a comercializar canções pelainternet com o intuito de preservar oformato de álbum, em vez de permitir quepudessem ser compradas músicas avulsas.

    Internet

    O Estado do Maranhão - São Luís, 21 de novembro de 2012 - quarta-feira

    "Eu sou o diretor, eusou o escritor, eu sou o

    produtor, eu sou odiretor de ação, quase

    tudo, mas não soumais jovem,

    honestamente"Jackie Chan, ator sobre deixar de

    atuar em filmes de ação

    A produtora T4F anunciou uma nova cota deingressos para os shows de Madonna emdezembro, no dia 2, no Rio (Parque dos Atletas)

    e 5, em São Paulo (estádio do Morumbi). Osingressos de pista, que eram vendidos aR$ 360,00 com meia-entrada a R$ 180,00podem agora ser comprados por R$ 200,00 commeia-entrada a R$ 100,00. Não foram anunciadospreços diferentes para os shows no dia 4, emSão Paulo, e no dia 9, em Porto Alegre.

    Desconto

    São Luís por sua iconografiaJomar Moraes

     

    omparado ao de outras capitais brasileiras,o acervo iconográfico relativo a São Luís épequeno, embora a afirmação mereça re-

    servas, levando-se em conta o fato de ainda nãose achar tal acervo conhecido em sua totalidadeou pelo menos em proporção inequivocamenterepresentativa de seu universo.

     Algumas coleções particulares e outras sob custó-dia de órgãos públicos poderiam compor um con- junto expressivo de imagens da cidade, inobstantesubsista a certeza de que muito ainda poderá ser acres-centado, como resultado de pacientes pesquisas.

    Sim, porque desde há muito fotografa-se emSão Luís. Descobertas a arte e a técnica da fotogra-fia, não tardaram os oficiais desses ofícios a apor-tar na capital maranhense.

    No século XIX, de fins da década de 40 em dian-te, são cada vez mais comuns os anúncios, pelaimprensa, de fotógrafos aqui desembarcados e queofereciam seus serviços à população. O interesse,por então, não era retratar a cidade, mas as pes-soas nela residentes.

     Antes, entretanto, do surgimento de engenhosmecânicos de reprodução de imagem, os dotadosde atributos artísticos para produzi-las ou repro-duzi-las fixaram-nas relativamente a São Luís eseus habitantes.

     A imagem inaugural desse rarefeito, porémimportante círculo iconográfico é a gravura de L.Gualtier, representativa da solene fundação de SãoLuís, como sede da França Equinocial, em 8 de se-tembro de 1612, seguida das seis gravuras que re-tratam os índios que acompanharam frei Clauded'Abbeville reproduzidas em sua História da mis-são dos padres capuchinhos na Ilha do Maranhãoe terras circunvizinhas; em que se trata das singu-laridades e dos costumes estranhos dos índio ha-bitantes do país (Paris; Imprimerie de François Hu-by, 1614; 2ª ed., mesmo ano e mesmo e editor).

    Não são de pessoas nem de paisagens, mas deanimais e de vegetais as 160 pranchas litográficas

    reunidas no livro História de animais e árvores doMaranhão (Lisboa: Arquivo Histórico Ultramari-no e Centro de Estudos Históricos Ultramarinos,

    1967; 2ª ed., Rio de Janeiro: Alhambra, 1985; 3ª ed.,São Luís: Alumar, 1998; 4ª ed., Lisboa: Instituto deInvestigação Científica/ Comissão Nacional paraas Comemorações dos Descobrimentos Portugue-ses, 2000),que corre sob o nome de frei Cristóvãode Lisboa e perfaz 276 desenhos da flora e fauna(inclusive a ictiológica) do Maranhão e do Pará, vas-ta região que à época estava administrativamentesubordinada ao Maranhão. O dizer-se que a His-tória dos animais e árvores do Maranhão corre sobo nome de frei Cristóvão decorre das procedentes

    suspeitas de que não seja somente ele o autor des-se livro, em que subsistem claros indícios de parti-cipação francesa na confecção dos desenhos, e is-so talvez em razão de iniciativa preexistente ao en-volvimento do frade nesse famoso trabalho.

    Da época da invasão holandesa do Maranhão(1641/43) data o desenho do artista plástico batavoFrans Post (1612-80) retratando a nascente cidade-zinha de São Luís vista do mar, encimado pela legen-da MARAGNON e inserta na "História dos feitos re-centemente praticados durante oito anos no Brasil",de Gaspar Barlaeus (Recife: Fundação de Cultura Ci-dade do Recife, 1980; tradução de Claudio Brandão).

    Datam do primeiro quartel do século XIX (anos20) as quatro graciosas aquarelas retratando a vidados escravos em São Luís, de Joaquim Cândido Gui-lhobel, cognominado o Debret maranhense. Gui-lhobel foi um oficial desenhista do Exército portu-guês que acompanhou coronel-engenheiro Anto-

    nio Bernardino Pereira do Lago em sua missão aoMaranhão, oportunidade em que ambos realizaramobras de saneamento e urbanização de São Luís,

    além de outros trabalhos de grande importância.Também retrata São Luís, porém em outra fa-

    se de seu desenvolvimento, pois que 1864, a lito-grafia de T. H. Muller e Gluck, de que existe exem-plar no Palácio dos Leões.

    Diversos anos se passaram até que fosse impressoo primeiro álbum iconográfico de São Luís, o Mara-nhão Ilustrado(São Luís, Typ. Teixeira, 1899), reunin-do 27 fotografias seguidas de textos a elas referentes.

    Logo a seguir (ca. 1904), o mesmo grupo em-presarial, porém já sob o nome de Gaspar Teixei-

    ra & Irmãos, Sucs., imprimiu o Álbum do Mara-nhão, conjunto de 24 fotos apenas legendadas,mas com este curioso detalhe: todas foram ma-nualmente coloridas.

    Tal fato inicia um importante capítulo da his-tória cartão-postal no Maranhão, onde desde hámuito circulava esse importante instrumento decomunicação interpessoal e de fixação de imagensessenciais para reconstituições históricas e paragratificantes viagens no tempo.

    Mas o que se deseja acentuar é que aí começaou, mais provavelmente, intensifica-se a produ-ção de cartões-postais. Nem sempre impressos emSão Luís, porém produzidos a partir de imagensda capital maranhense, o que lhe deu o veículoadequado para correr mundo. Pelo menos 18 das24 fotografias insertas no Álbum do Maranhão fo-ram transformadas em cartões-postais.

    Embora César Augusto Marques demonstre di-

    ligência e perspicácia em acolher tudo quanto ofe-recesse interesse para a história do Maranhão emseu clássico "Dicionário histórico-geográfico da

    província do Maranhão" (1ª ed., 1870; 2ª ed., 1970;3ª ed., revista e ampliada, 2008) nada fez constardessa importante obra que se referisse à fotogra-fia no Maranhão, e isso a despeito de tal técnica jáhaver surgido quando da elaboração do referidolivro. Deve-se, porém, à 3ª edição a inserção de umverbete dedicada ao assunto, embora com as la-cunas compreensíveis.

    Essa omissão reduz consideravelmente a dis-ponibilidade de informações confiáveis acerca doaparecimento dos primeiros fotógrafos em SãoLuís e de como se desenvolveu a profissão em ter-ras maranhenses.

    Sabe-se, entretanto, que as sucessivas técnicasde reprodução da imagem (que aqui serão gené-rica e indistintamente chamadas fotografia) nãotardaram a chegar ao Maranhão, a partir da comu-nicação oficial da revolucionária descoberta deLouis Jacques MandéDaguerre, feita em 19 deagosto de 1839, por François Arago, às Academiasde Ciências e de Belas-Artes de Paris.

    Sem nenhuma intenção de apontar uma datainicial, refira-se que já em agosto de 1846 o daguer-reotipista norte-americano Charles D. Fredericksanunciava, sob a razão social A. & C. D. Fredericks(o A. seria de seu sócio e acompanhante Alexan-der B. Weeks, que logo se desligaria da firma, tor-nada individual), sua recente chegada a São Luís,procedente de Belém, dispondo-se a fazer retra-tos coloridos pelo processo daguerreotipia.

    Em janeiro do ano seguinte, dizia Frederickspela imprensa que acabara de receber de Nova York "um belo sortimento das mais perfeitaslâminas (ou chapas)", razão por que resolvera"demorar-se mais alguns dias nesta cidade pa-ra que possam com oportunidade obter os pro-gressos da presente ocasião todos aqueles queainda não o tenham feito."

    Descobertas a arte e a técnica daotografia, não tardaram os oficiais dessesofícios a aportar na capital maranhense

    Hoje é dia de...