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Estertores O termo estertor é auto-explicativo. Os problemas surgem devido às diversas descrições que geralmente são acrescentadas, como rude, médio, fino, úmido ou seco. Estes termos acrescentam pouco à nossa compreensão; porém, é possível distinguir dois tipos principais. O primeiro, que são estertores grosseiros, ocorrem na presença de líquido em grandes brônquios e um som de borbulhar rude pode ser ouvido, desaparecendo ou se alterando conforme as secreções são eliminadas pela tosse ou respiração profunda. O som dos estertores “finos” pode ser imitado pela passagem dos cabelos de sua têmpora em seus dedos. Estes estertores ocorrem na inspiração e são sons explosivos ou de alta freqüência. Imagina-se que o mecanismo de produção destes sons seja o seguinte. Muitas condições levam ao fechamento prematuro das pequenas vias aéreas no final da expiração. Durante a próxima inspiração, estas unidades somente podem ser abertas novamente se for superada a tensão de superfície que as mantém fechadas. Quando elas eventualmente se abrem, os estertores são produzidos. Durante a inspiração, os grandes brônquios se abrirão antes dos menores, de modo que os estertores da bronquite crônica e da bronquiectasia tendem a ocorrer precocemente. Condições que envolvem em parte os alvéolos, como a insufciência ventricular esquerda, a fibrose e a pneumonia, tendem a produzir estertores no final da inspiração. Esta distinção tem valor clínico. Observe se os estertores estão localizados. Este tipo de comportamento pode ser esperado na pneumonia e nos casos leves de bronquiectasia. O edema pulmonar e a alveolite fibrosante tipicamente afetam as bases pulmonares de maneira simétrica. Pessoas normais, especialmente tabagistas, podem apresentar alguns estertores basais; estes estertores geralmente desaparecem após algumas respirações profundas.

Estertores

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Estertores

O termo estertor é auto-explicativo. Os problemas surgem devido às diversas descrições que geralmente são acrescentadas, como rude, médio, fino, úmido ou seco. Estes termos acrescentam pouco à nossa compreensão; porém, é possível distinguir dois tipos principais. O primeiro, que são estertores grosseiros, ocorrem na presença de líquido em grandes brônquios e um som de borbulhar rude pode ser ouvido, desaparecendo ou se alterando conforme as secreções são eliminadas pela tosse ou respiração profunda.

O som dos estertores “finos” pode ser imitado pela passagem dos cabelos de sua têmpora em seus dedos. Estes estertores ocorrem na inspiração e são sons explosivos ou de alta freqüência. Imagina-se que o mecanismo de produção destes sons seja o seguinte. Muitas condições levam ao fechamento prematuro das pequenas vias aéreas no final da expiração. Durante a próxima inspiração, estas unidades somente podem ser abertas novamente se for superada a tensão de superfície que as mantém fechadas. Quando elas eventualmente se abrem, os estertores são produzidos. Durante a inspiração, os grandes brônquios se abrirão antes dos menores, de modo que os estertores da bronquite crônica e da bronquiectasia tendem a ocorrer precocemente. Condições que envolvem em parte os alvéolos, como a insufciência ventricular esquerda, a fibrose e a pneumonia, tendem a produzir estertores no final da inspiração. Esta distinção tem valor clínico.

Observe se os estertores estão localizados. Este tipo de comportamento pode ser esperado na pneumonia e nos casos leves de bronquiectasia. O edema pulmonar e a alveolite fibrosante tipicamente afetam as bases pulmonares de maneira simétrica.

Pessoas normais, especialmente tabagistas, podem apresentar alguns estertores basais; estes estertores geralmente desaparecem após algumas respirações profundas.