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Monografia de Graduação (TCC) para a obtenção do título de Bacharel em Administração, pela Universidade Federal de alagoas.Para citar: SOUZA, G. H. S. de; PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2012. 92 p. Monografia (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2012.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDAD E
ADMINISTRAÇÃO - BACHARELADO
Gustavo Henrique Silva de Souza
José Fernandes Vieira Pontes Junior
ESTILOS DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS VERSUS MÉTODOS DE
ENSINO DOS PROFESSORES DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Maceió
2011
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
SOUZA, G. H. S. de
PONTES Jr., J. F. V.
ESTILOS DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS VERSUS MÉTODOS DE
ENSINO DOS PROFESSORES DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Dissertação1 apresentada como trabalho de conclusão de curso para a obtenção do título de Bacharel em Administração pela Universidade Federal de Alagoas, orientada pelo professor Dr. Antonio Carlos Silva Costa.
Maceió
2011
____________________________
1 Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, Dissertação é: “1. Exposição desenvolvida, escrita ou oral, de matéria doutrinada, científica ou artística. 2. Exposição, escrita ou oral, acerca de um ponto das matérias estudadas, que os estudantes apresentam aos professores. 3. discurso; conferência; preleção.” (FERREIRA, 1986, p. 599). Nesse sentido, os autores do seguinte trabalho, tomaram a liberdade de denominar este trabalho de conclusão de curso de graduação como uma Dissertação, tanto, face à relevância do estudo, quanto, face à abrangência da palavra.
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
GUSTAVO HENRIQUE SILVA DE SOUZA
JOSÉ FERNANDES VIEIRA PONTES JUNIOR
ESTILOS DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS VERSUS MÉTODOS DE
ENSINO DOS PROFESSORES DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
Esta dissertação foi julgada e aprovada para a obtenção do título de
Bacharel em Administração pela Faculdade de Economia,
Administração e Contabilidade da Universidade Federal de Alagoas.
Data: ___ / ___ / ___
BANCA EXAMINADORA:
_______________________________
Antônio Carlos Silva Costa, Dr.
Orientador (a)
_______________________________
Paulo da Cruz Freire dos Santos, Dr.
Examinador (a)
_______________________________
Jorge Artur Peçanha de Miranda Coelho, Dr.
Examinador (a)
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
A todas as pessoas próximas que nos acompanham nessa estrada.
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Agradecimentos
De Gustavo Henrique
Agradeço primeiramente à minha companheira, motivação para todas minhas horas, sendo minha amiga e cúmplice por toda a vida. Aline, eu te amo.
Agradeço em especial à minha avó, Silvia, pelo qual espero enchê-la de orgulho. Agradeço toda à minha família... Primeiro, à Claudia e Alceu, pela dedicação. Meus irmãos, Arthur e Andressa. Ao meu avô, Valdeci. Às minhas tias, Raquel, Patrícia, e claro, Susu e Paulinha. E meus tios, Carlinhos e Antonio. Aos meus primos, todos eles, e em especial ao Gabriel, pela amizade.
À minha sogra, Regina, e à minha cunhada, Alice, por me agüentarem e por terem me recebido de braços abertos em seu lar.
Ao meu irmão de coração, Artur César, pela amizade, pelos momentos de música e farra...
Agradeço aos amigos de faculdade, que me agüentaram por 4 anos, e estarão comigo por toda a vida. Em especial ao G.A.R.R.A. inteiro. Em destaque ao Allan David, pelos livros da biblioteca que ele locou para me emprestar, e eu assim, poder concluir este trabalho.
A meu amigo, José Fernandes, pelo companheirismo de tantos anos. Às minhas amigas Jana e Mônica. Ao meu orientador, e também amigo Professor Antônio Carlos, pela dedicação, conselhos e apoio. À professora Claudia Milito, pela amizade, pelas orientações e puxões de orelha, e por ter me ensinado a escrever bem. Ao professor Paulo da Cruz, pelos conselhos. E ao professor Jorge Artur, por ter aceitado participar da banca deste trabalho.
De José Fernandes
Primeiramente agradecer a Deus, à minha família e a todos que me apoiaram nessa luta durante a graduação. Agradecer, em especial, aos meus pais (in memoria), a principal motivação de todas as minhas conquistas nessa vida.
Aos professores, deixo meus agradecimentos, por acreditarem no potencial de cada aluno e de todos juntos. Agradeço à Claudia Milito, pela oportunidade de trabalhar junto com ela em projetos de pesquisa, ao Antônio Carlos, orientador deste trabalho, ao Paulo da Cruz, ao Nelsio Abreu e aos demais pela atenção e competência.
Lembrar de amigos, é lembrar de Gustavo Henrique, Moisés Omena, Lucas Andrade, Vitor Olímpio, Alberto Antunes, Luana, Aina, Jéssica, Yasmim, Leomagna, Janaina, Mônica, G.A.R.R.A. e de tantos outros que estiveram juntos em momentos de alegria ou de tomada de decisão. Amigos são peças fundamentais para conquistas, querem sempre seu bem, procuram evitar desafios mostrando onde está o perigo, em outras palavras, abrem o caminho e te empurram para a vitória.
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
The praise of the praiseworthy is above all rewards.
J. R. R. Tolkien
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
RESUMO
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos Versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 90 f. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
O aumento da produtividade das aulas nos cursos de graduação, pela descrição da
relação dos métodos de ensino utilizados pelos professores com o modo como os alunos
aprendem, torna-se relevante no sentido de aumentar a eficiência das habilidades e
conhecimentos que são transmitidos dos professores para os alunos, partindo-se do
pressuposto de que a capacidade de aprendizagem dos alunos possa ser estimulada por
métodos de ensino adequados ao modo de aprendizagem destes. A questão coloca-se de
modo a observar a compatibilidade entre o método de ensino dos professores do curso
de Administração da Universidade Federal de Alagoas com modo como os alunos do
mesmo curso aprendem no processo de desenvolvimento de competências do
administrador. A metodologia foi de caráter descritivo com uma abordagem
quantitativo-qualitativa, através da aplicação de um questionário contendo o Inventário
de Estilos de Aprendizagem elaborado por Kolb (1999a), para mapear os estilos de
aprendizagem dos alunos e o estilo de ensino dos professores. Identificou-se que os
estilos de aprendizagem dos alunos de Administração concentraram-se no estilo
Assimilador (46,2%), em que tais indivíduos possuem preferência por aulas expositivas,
assistir palestras, e atividades em sala de aula, o que é compatível com os métodos
utilizados pelos professores de Administração, apesar do estilo de ensino dos
professores concentrarem-se no estilo Convergente. Conclui-se com este estudo, que se
utilizando de ferramentas de ensino compatíveis com os estilos de aprendizagem dos
alunos, podem-se conseguir melhores resultados no processo de aprendizagem, no
entanto, tornou-se perceptível que para se conseguir uma aprendizagem efetiva, é
necessário que os alunos estejam motivados à aprendizagem. A profundidade obtida
com essas informações visa impelir novos estudos à investigação da motivação dos
alunos em sala, e à aprendizagem experiencial em ambientes de ensino.
Palavras-chave: Aprendizagem Experiencial; Estilos de Aprendizagem; Ensino em Administração.
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
ABSTRACT
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos Versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 90 f. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
The increased productivity in the classes of undergraduate courses, on describing the
relationship among of teaching methods used by teachers with the way students learn, it
becomes relevant to increase the efficiency of skills and knowledge transmitted from
teachers to students, starting from the assumption that the learning ability of students
can be stimulated by teaching methods appropriate to the learning styles. The issue
arises in order to observe the compatibility between the teaching methods of the
professors of management of the Universidade Federal de Alagoas with how students
learn in the process of skills development administrators. The methodology was
descriptive with a quantitative-qualitative approach, by applying a questionnaire
containing the Learning Styles Inventory developed by Kolb (1999a), to map the
learning styles of students and the teaching style of teachers. It was found that the
learning styles of students of management focused on style Assimilating (46.2%), in
which such individuals have a preference for lectures, and activities in the classroom,
which is compatible with the methods used by management professors, despite the
teaching style of teachers concentrate on Convergent style. It is concluded from this
study, that using tools that are compatible with the teaching styles of student learning,
you can achieve better results in the learning process, however, it became apparent that
to achieve an effective learning is requires that students are motivated to learning. The
depth information obtained from these studies is intended to spur new researches about
the motivation of students in the classroom, and about experiential learning in teaching
environments.
Key words: Experiential Learning; Learning Styles; Teaching Administration.
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
RESUMEN
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos Versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 90 f. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Lo aumento de la productividad en las clases de pregrado, por la descripción de la
relación entre los métodos de enseñanza utilizados por los profesores con el modo de
aprendizaje, es importante para aumentar la eficiencia de las habilidades y
conocimientos que los profesores pasó a estudiantes, a partir de la suposición de que la
capacidad de aprendizaje de los estudiantes puede ser estimulada por los métodos de
enseñanza apropiados para el modo de aprendizaje. La pregunta es con el fin de
observar la compatibilidad entre el estilo de enseñanza de los profesores de
Administración de la Universidade Federal de Alagoas y cómo aprenden los estudiantes
en este mismo curso en el proceso de desarrollo de las habilidades de lo administrador.
La metodología fue descriptiva, con un enfoque cuantitativo-cualitativo, mediante la
aplicación de un cuestionario que contiene el Inventario de Estilos de Aprendizaje
desarrollado por Kolb (1999a), para asignar los estilos de aprendizaje de los estudiantes
y el estilo de enseñanza de los profesores. Se encontró que los estilos de aprendizaje de
los estudiantes de administración fue centrado en el estilo Asimilador (46,2%), en que
estos individuos tienen una preferencia por las conferencias y actividades en el aula, que
es compatible con los métodos utilizados por los profesores de gestión, a pesar del estilo
de enseñanza de los profesores se concentran en el estilo Convergente. Se concluye de
este estudio, que el uso de herramientas de enseñanza que son compatibles con los
estilos de aprendizaje de los estudiantes, se puede lograr mejores resultados en el
proceso de aprendizaje, sin embargo, se hizo evidente que para lograr un aprendizaje
efectivo es requiere que los estudiantes están motivados para aprender. Las
informaciónes obtenida de estos estudios se pretende impulsar nuevas investigaciónes
sobre la motivación de los estudiantes en el aula y el aprendizaje experiencial en
entornos educativos.
Palabras clave: Aprendizaje experiencial; Estilos de Aprendizaje; Enseñanza de la
Administración.
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Círculo de aprendizagem 32
Figura 2 - Os quatro estilos de aprendizagem de Kolb 36
Figura 3 - Diagrama do fluxo cíclico dos estilos de aprendizagem de Honey
& Mumford 36
Figura 4 - Ciclo de aprendizagem de Kolb 37
Figura 5 - Diagrama explicativo do processo de aprendizagem e dos estilos de
aprendizagem 40
Figura 6 - Esquema relacional entre as Capacidades cognitivas e os Modos de
Aprendizagem 56
Figura 7 - Diagrama de plotagem das médias dos modos de aprendizagem 68
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Estilos de Aprendizagem dos professores de Administração 70
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Fortalezas básicas de cada estilo de aprendizagem 41
Quadro 2 - Características dos Estilos de Aprendizagem para alunos e
professores 43
Quadro 3 - Atividades realizadas em sala de aula segundo os docentes 63
Quadro 4 - Estilo de ensino dos professores através de seus respectivos
estilos de aprendizagem 71
Quadro 5 - Relação de adequação dos métodos de ensino aos estilos de
aprendizagem 72
Quadro 6 - Atividades de ensino pelas capacidades cognitivas dos indivíduos
da Observação Reflexiva (OR) 73
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Distribuição percentual dos alunos por Estilo de Aprendizagem 65
Tabela 2 - Comparação das médias e desvios padrão dos normativos de Kolb
com o do estudo 67
Tabela 3 - Profissão dos pais dos alunos pesquisados 74
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
UFAL - Universidade Federal de Alagoas
AL - Alagoas
FEAC - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
IEA - Inventário de Estilos de Aprendizagem
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 16
1.1. Definição do estudo ............................................................................................. 20
1.2. Problema e Justificativa ...................................................................................... 20
1.3. Objetivos .............................................................................................................. 21
1.3.1. Objetivo geral ........................................................................................... 21
1.3.2. Objetivos específicos ................................................................................ 21
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA ................................................................................ 22
2.1. Capítulo 1 – Aprendizagem ................................................................................ 22
2.1.1. Aprendizagem Experiencial ...................................................................... 23
2.1.2. Aprendizagem Experiencial segundo David Kolb .................................... 25
2.1.3. A teoria de Kolb ........................................................................................ 27
2.2. Capítulo 2 – Modelo de Estilos de Aprendizagem de Kolb ................................ 30
2.2.1. Modos de aprendizagem ............................................................................ 30
2.2.2. Estilos de Aprendizagem ........................................................................... 35
2.3. Capítulo 3 – Ensino-Aprendizagem ..................................................................... 44
2.3.1. Processo de Ensino-Aprendizagem ........................................................... 45
2.3.2. Gestão da Aprendizagem ........................................................................... 46
2.3.3. Métodos de ensino para a aprendizagem formal ....................................... 48
3 MÉTODOS ................................................................................................................. 57
3.1. Tipo de pesquisa .................................................................................................. 57
3.2. O caso estudado ................................................................................................... 57
3.3. Coleta de dados .................................................................................................... 58
3.3.1. Premissas básicas ....................................................................................... 58
3.3.2. Instrumentos de coleta de dados ................................................................ 58
3.3.2.1. Inventário de Estilos de Aprendizagem ...................................... 59
3.3.2.2. Roteiro de observação ................................................................. 59
3.4. Tratamento dos dados .......................................................................................... 60
4 RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO ........................................................... 61
4.1. O Ambiente de Ensino investigado ..................................................................... 61
4.2. Métodos de ensino segundo os Docentes ............................................................ 62
4.3. Estilos de Aprendizagem ..................................................................................... 64
4.4. Análise relacional: Estilos de Aprendizagem versus Métodos de Ensino ........... 71
4.5. Outras questões relevantes .................................................................................. 74
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS, RECOMENDAÇÕES E LIMITAÇÕES .............. 76
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS .................................................................... 79
APÊNDICES .................................................................................................................. 83
ANEXOS ........................................................................................................................ 88
OS AUTORES ............................................................................................................... 91
ORIENTADOR .............................................................................................................. 92
16
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
1. INTRODUÇÃO
O estudo da aprendizagem experiencial vem crescendo substancialmente desde o
final dos anos 70, especialmente no âmbito da administração. Diversos autores colocam
em foco o tema dentro das áreas da psicologia organizacional, comumente nos
incentivos à criatividade e na aquisição de novas competências derivadas da
aprendizagem contínua (KOLB; RUBIN & MCINTYRE, 1978; BOYATZIS; COWEN
& KOLB, 1995; RUAS; ANTONELLO; BOFF et al., 2005; CARBONE; BRANDÃO;
LEITE et al., 2006; SOUZA; MILITO & PONTES Jr., 2011).
Segundo Souza et al. (2011, p. 2), “a aprendizagem se configura como um
conceito de extrema relevância na atividade empresarial da atualidade”, pois, em um
ambiente onde existe a necessidade de constante aprimoramento, a aprendizagem
experiencial vem a surgir como um facilitador no processo de adaptação às mudanças
(BRANSFORD; BROWN & COCKING, 2007; FRANCO, 2007; SOUZA et al., 2011).
Exigir das organizações, de ensino ou empresariais, posicionamentos voltados para a
pro-atividade individual e a gestão do conhecimento, pode vir a aumentar a produção de
competências inovadoras dos indivíduos, criando, nesse sentido, capital intelectual
(BOYATZIS et al., 1995; MINNITI & BYGRAVE, 2001; DORNELAS, 2003; TACLA
& FIGUEIREDO, 2003; SILVA, 2004; RUAS et al., 2005; FRANCO, 2007;
PIMENTEL, 2007; SOUZA et al., 2011).
Estimular e motivar os indivíduos à aprendizagem, segundo Souza et al. (2011),
é dar suporte aos indivíduos, de forma que estes se tornem a vontades a contribuir na
geração de idéias e até na construção de conhecimento. De acordo com Minniti e
Bygrave (2001), o processo de aprendizagem tende a se estabelecer tanto pela educação
e formação, quanto pelo compartilhamento de conhecimentos e de fatores cognitivos.
Os indivíduos de destaque têm sido aqueles que têm possuído alto nível de educação.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Pode-se ainda afirmar que, a aprendizagem contínua, desenvolve a capacidade de
inovação dos indivíduos (BOYATZIS et al., 1995; DOLABELA, 2003; DORNELAS,
2003; TACLA & FIGUEIREDO, 2003; RUAS et al., 2005; FRANCO, 2007;
PIMENTEL, 2007; MAXIMIANO, 2008; KOLB & KOLB, 2009; SOUZA et al.,
2011).
Desse modo, percebe-se que a crescente temática da aprendizagem experiencial
no âmbito da administração, pode vir a criar novos conhecimentos. Pois, segundo Kolb,
Rubin e McIntyre (1978), Carbone et al. (2006), Maximiano (2008) e Pimentel (2007),
os modelos teóricos de aprendizagem voltados para as organizações estão associadas à
solução de problemas, e não, à construção de capital intelectual, especialmente nos
cenários atuais de inovação, em que o conhecimento pode ser visualizado como recurso
indispensável para o indivíduo dentro das organizações modernas (DRUCKER, 1998;
DORNELAS, 2003; SILVA, 2002, 2004; SOUZA et al., 2011).
Segundo Kolb, Rubin e McIntyre (1978) e Bransford et al. (2007), tem-se a
aprendizagem como um processo que pode vir a ocorrer dos modos: ativo e passivo. E,
quando a aprendizagem volta-se para a solução de problemas, o processo de
aprendizagem se torna mais ativo, pois o indivíduo aprende de maneira concreta e
através da experiência. Peter Senge (2008, p. 32) reitera, afirmando que “todo
aprendizado relaciona-se à ação”. E, quando o processo de aprendizagem dá-se através
da passagem de conhecimento entre professor e aluno, o professor tende a guiar o aluno,
mostrando o que este deve aprender, e o aluno aceita as proposições feitas pelo
professor, tornando o processo de aprendizagem passivo (KOLB; RUBIN &
MCINTYRE, 1978; BOYATZIS et al., 1995; KOLB; BOYATZIS & MAINEMELIS,
2001; MAINEMELIS; BOYATZIS & KOLB, 2002; KOLB & KOLB, 2009). O
indivíduo é induzido a aprender, e neste caso, o problema que se apresenta a este é o
18
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
teste de avaliação proposto pelo professor. Neste sentido, aprender torna-se uma
necessidade do aluno (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; VALENTE; ABIB &
KUSNIK, 2007; VALENTE; CORNACHIONE JR.; ABIB et al., 2008).
No entanto, a problemática do ensino está nos questionamentos sobre a real
aprendizagem do aluno, pois o aprendizado não tende a ocorrer exclusivamente de
modo passivo (LIBÂNEO, 1990; BRANSFORD et al., 2007; SENGE, 2008). Tem-se
então: ou o aluno aprendeu ou apenas memorizou informações em um processo
mecânico que irão se perder em um determinado tempo. A eficiência do ensino está em
transformar as informações passadas aos indivíduos, em conhecimentos, atitudes,
habilidades e capacidades destes próprios (BORDENAVE & PEREIRA, 1977;
LIBÂNEO, 1990; BOYATZIS et al., 1995; OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002;
BRANSFORD et al., 2007; VALENTE et al., 2008; KOLB & KOLB, 2009).
Assim, a preocupação com o processo de desenvolvimento de conhecimentos e
competências do administrador, torna-se relevante no sentido de criar melhorias no
ensino de Administração, e não quando este já se encontra inserido dentro da
organização. Pois, tanto relacionada à solução de problemas, quanto à passagem de
conhecimento, o fator de pro-atividade e inovação, não é visualizado dentro dessa
perspectiva de aprendizagem, visto que no ambiente de ensino as questões têm sido
tratadas de forma mais teórica que prática (BORDENAVE & PEREIRA, 1977;
BOYATZIS et al., 1995; DRUCKER, 1998; BOYATZIS & MAINEMELIS, 2000;
SILVA, 2004; RUAS et al., 2005; CERQUEIRA, 2006; BRANSFORD et al., 2007;
PIMENTEL, 2007; VALENTE et al., 2007; SENGE, 2008).
Percebe-se também, que a aprendizagem experiencial, tanto voltada para as
organizações quanto para a ambiência educacional, não está ligada somente à prática ou
à transmissão de conhecimento teórico (KOLB, RUBIN E MCINTYRE, 1978; KOLB,
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
1984; BOYATZIS et al., 1995; KOLB et al., 2001; MAINEMELIS et al., 2002;
SENGE, 2008; VALENTE et al., 2008; KOLB & KOLB, 2009). A aprendizagem
experiencial vem a surgir no intuito de criar transformações no processo de
aprendizagem, de modo que o conhecimento torne-se prática e a prática torne-se
conhecimento (KOLB, 1984; BOYATZIS et al., 1995; BAKER; JENSEN & KOLB,
1997; BOYATZIS & MAINEMELIS, 2000; KOLB et al., 2001; MAINEMELIS et al.,
2002; CORBETT, 2005; KOLB & KOLB, 2009).
Nesse sentido, em todas as perspectivas de aprendizagem observadas, seja
através da solução de problemas. Seja através da passagem de conhecimento. Ou ainda,
através da perspectiva de impelir alunos, empresários, colaboradores, ou qualquer
indivíduo, à pro-atividade e à inovação, adquirindo novas habilidades, conhecimentos e
competências (BOYATZIS et al., 1995; DORNELAS, 2003; RUAS et al., 2005;
BRANSFORD et al., 2007; SENGE, 2008; SOUZA et al., 2011). Verifica-se relevante
tornar o indivíduo que aprende mais motivado e a vontade a aprender (SANTOS,
2008a; SOUZA et al., 2011).
Segundo Valente et al. (2008), em geral, os alunos universitários apresentam
estilos de aprendizagem predominantes. Desse modo, a busca por melhorias no processo
de ensino-aprendizagem, vai partir da criação de conhecimentos sobre a aprendizagem
dos alunos. E assim, focar as estratégias de ensino baseando-se nos estilos de
aprendizagem propostos por David Kolb, nos quais tendem a possuir melhor
aproveitamento na formação de profissionais, em especial no ensino superior (BAKER
et al., 1997; BOYATZIS & MAINEMELIS, 2000; KOLB et al., 2001; SMITH, 2001;
VALENTE et al., 2007; VALENTE et al., 2008; NOGUEIRA, 2009).
Desse modo, estudos voltados para este tema, passam a trazer contribuições
relevantes, em uma perspectiva de harmonizar os fatores que tornam a aprendizagem
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
mais eficaz (MAINEMELIS et al., 2002; VALENTE et al., 2008; SOUZA et al., 2011).
Especialmente em ambientes educacionais que estão ligados à passagem de
conhecimento teórico (LENG & TIN, 2002; KOLB & KOLB, 2009).
1.1. Definição do Estudo
O seguinte estudo buscou verificar a questão da compatibilidade entre ensino e a
aprendizagem dentro de um ambiente educacional. O ambiente escolhido para estudo
foi o curso de Administração, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Para
entender como se dá o processo de ensino-aprendizagem dentro desse ambiente, foram
mapeadas as características de aprendizagem dos indivíduos que aprendem e, os
modelos e técnicas de ensino utilizadas pelos indivíduos que ensinam, buscando por em
relevância todo o ambiente educacional em si.
1.2. Problema e Justificativa
Segundo Bordenave e Pereira (1977), as técnicas e recursos utilizados nas
universidades brasileiras são influenciados e nutridos por conhecimentos de outros
países, especialmente de literaturas vindas de países desenvolvidos – de primeiro
mundo. Assim, o processo de ensino-aprendizagem, tem se baseado em proposições de
outras realidades, e não tem uma relação direta com as dificuldades e problemas que
estão inseridos nas instituições de ensino brasileiras (BORDENAVE & PEREIRA,
1977; VALENTE et al., 2008). Desse modo, verifica-se a necessidade de focar o
processo de ensino-aprendizagem nas questões pertinentes ao ambiente de ensino
estudado (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; VALENTE et al., 2008; KOLB &
KOLB, 2009; NOGUEIRA, 2009). Assim, a falta de dados sobre aprendizagem, na
relação dos estilos de aprendizagem dos alunos com os métodos de ensino utilizados,
especialmente em Administração, apresenta-se como uma questão de relevância, no
sentido de ampliar a conhecimento dentro dessa área.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Verificar de que forma a questão de Ensino-Aprendizagem está presente no
curso de Administração da UFAL, identificando os estilos de aprendizagem dos alunos
e comparando-os com os métodos de ensino dos professores, para aferir
compatibilidades ou assimetrias.
1.3.2. Objetivos Específicos
• Identificar os estilos de aprendizagem dos alunos do curso de administração
diurno;
• Mapear o método de ensino utilizado pelos professores;
• Comparar os estilos de aprendizagem dos alunos com o método de ensino dos
professores;
• Apontar relações de compatibilidade ou assimetria entre os estilos de
aprendizagem e os métodos de ensino.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Capitulo 1 – Aprendizagem
As questões sobre aprendizagem vêm sendo observadas há mais de dois
milênios, segundo Claxton e Murrel (1987). Percebe-se que essas observações, nutriram
diversas teorias diferentes sobre aprendizagem no decorrer dos séculos (CLAXTON &
MURRELL, 1987; NOGUEIRA, 2009). As abordagens, apesar de serem diversas,
puderam trazer definições específicas de aprendizagem, baseadas em discussões tanto
pedagógicas, quanto psicológicas (BRANSFORD et al., 2007).
De acordo com Kuethe (1978), sempre houve muitos problemas para se definir a
aprendizagem, face às diversas abordagens ao tema. No entanto, Kuethe (1978) afirma
que uma das definições mais propostas e aceitas pelos estudiosos, assume que a
aprendizagem “é o processo pelo qual a conduta se modifica em resultado da
experiência” (KUETHE, 1978, p. 6). Bransford et al. (2007) completa, afirmando que
esse processo se estabelece através de conexões entre estímulos e reações, o que reforça
a relação da aprendizagem com a experiência.
As teorias da aprendizagem que têm abordado a experiência como principal fator
da aprendizagem do indivíduo, advêm em especial de abordagens psicológicas, com
algumas alusões de enfoques pedagógicos. Podem-se considerar os pioneiros no âmbito
da aprendizagem experiencial, estudiosos como Piaget, Vygotsky, Wallon, Dewey,
Gagné, Skinner, Lewin, dentre outros. Tais contribuições constringem fatores mentais,
sociais, ambientais, motivacionais e cognitivos (WALLON, 1951; LEWIN, 1965;
BORDENAVE & PEREIRA, 1977; KOLB, 1984; VIGOTSKY, 1984; FLAVELL,
1996; HINTON, 1998; SWAILES & SENIOR, 1999; SMITH, 2001; IGARI, 2006;
NEVES & DAMIANI, 2006; PIAGET, 2007; PIMENTEL, 2007) em uma perspectiva
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
que impele toda aprendizagem a algum tipo de experiência (KUETHE 1978; KOLB,
1984; PIMENTEL, 2007).
2.1.1. Aprendizagem Experiencial
O estudo da aprendizagem experiencial traz contribuições de diversos autores.
Estes autores, apesar de terem focos diferentes, têm partido de fundamentos inter-
relacionados.
Na perspectiva de Henri Wallon, que faz reflexões sobre a problemática
educativa, a aprendizagem possui relação com o ambiente, assim, o individuo que
aprende, desenvolve-se através do meio em que está. Já, quanto às habilidades
intelectuais mais complexas, o indivíduo necessita da linguagem e da passagem de
conhecimento (WALLON, 1951, 1973; GALVÃO, 1995).
Em outra perspectiva, em que a aprendizagem é focada na psicologia, têm-se
estudiosos como Jean Piaget, que contribuiu para aprendizagem com noções e
perspectivas de desenvolvimento cognitivo, e aponta que o indivíduo evolui do
aprendizado concreto para o aprendizado abstrato (BORDENAVE & PEREIRA, 1977;
FLAVELL, 1996; SWAILES & SENIOR, 1999; IGARI, 2006; PIAGET, 2007;
PIMENTEL, 2007).
John Dewey, que contribuiu com enfoques na experiência como
desenvolvimento da aprendizagem, enfatizando a natureza do exercício, pelo princípio
da continuidade da experiência. Ou seja, o processo de aprendizagem prossegue na
medida em que o indivíduo vive e se depara com as diversas situações do mundo
(KOLB, 1984; HINTON, 1998; SWAILES & SENIOR, 1999; SANTOS, 2008a).
“Como um indivíduo passa de uma situação para outra, seu mundo, seu ambiente,
expande ou contrai” (DEWEY, 1938 apud KOLB, 1984, p. 27).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Kurt Lewin, tendo o processo de aprendizagem através do diálogo, classifica a
aprendizagem como um processo de mudança na estrutura cognitiva, e criou um modelo
formado por um ciclo de quatro estágios (LEWIN, 1965; KOLB, 1984). Os estágios da
aprendizagem de Lewin se iniciam a partir da experiência concreta, e então, passam a
ser submetidos a reflexões e observações. Em seguida, formam-se concepções,
generalizações e abstrações, e por fim, desembocam em um ambiente de teste dos
conceitos adquiridos (LEWIN, 1965; KOLB, 1984). Kolb (1984) afirma que o modelo
de aprendizagem experiencial de Dewey é similar a este modelo de Lewin.
Pensador e psicólogo, Lev Vygotsky contribuiu para as teorias da aprendizagem
focadas em fatores histórico-culturais e sócio-históricos (VIGOTSKY, 1984; NEVES &
DAMIANI, 2006; PIMENTEL, 2007). Vygotsky também propôs relações altamente
relevantes entre o indivíduo que aprende e o indivíduo que ensina. Em uma perspectiva
de que a aprendizagem é um processo em desenvolvimento que se inicia desde o
nascimento do indivíduo (VIGOTSKY, 1984).
Segundo Brookfield (1983), os estudiosos da área da aprendizagem experiencial
têm utilizado duas perspectivas em relação ao tema. Na primeira perspectiva, os estudos
partem para o tipo de aprendizagem em sala de aula, no intuito de se produzir
conhecimentos e adquirir habilidades. Esta visão da aprendizagem está ligada ao
processo de ensino-aprendizagem desenvolvido em instituições de ensino
(BROOKFIELD, 1983; SMITH, 2001).
Na segunda perspectiva sobre a aprendizagem experiencial, os estudos têm
partido para o tipo de aprendizagem dentro do cotidiano do individuo, que envolve o
aprendizado através de reflexões, experiências sócio-culturais e sensoriais. Este tipo de
aprendizagem tende a ocorrer de forma indireta e espontânea (BROOKFIELD, 1983;
SMITH, 2001).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Outra teoria categoriza a aprendizagem experiencial em quatro focos (ou
Aldeias2), e traz os conceitos mais clássicos à tona, tendo como direcionamento a teoria
da aprendizagem primária, que pouco se discute sobre a problemática da aprendizagem
através da própria experiência (WEIL & McGILL, 1989; SMITH, 2001).
No primeiro foco, os estudos atêm-se para a avaliação da aprendizagem, e para a
aprendizagem que advém de experiências da vida e do trabalho. No segundo foco,
verifica-se a aprendizagem experiencial como base para criar mudanças estruturais da
educação pós-escolar. No terceiro foco, enfatiza-se a aprendizagem experiencial como
base para a construção da consciência de grupo, ou seja, uma aprendizagem relacionada
às relações interpessoais. E o quarto foco, relaciona a aprendizagem experiencial com a
autoconsciência do ser humano e o crescimento pessoal deste (WEIL & McGILL, 1989;
SMITH, 2001).
Apesar das diversas teorias da aprendizagem experiencial, segundo Smith
(2001), é a teoria de David Kolb que tem o melhor “ponto referencial central para a
discussão” (SMITH, 2001, p. 1). Visualiza-se ainda o aumento de produções
acadêmicas relacionadas à aprendizagem experiencial, após o surgimento da teoria de
David Kolb (SMITH, 2001).
2.1.2. A Aprendizagem Experiencial segundo David Kolb
A teoria de aprendizagem experiencial de David Kolb, proposta no livro
Experiential learning: experience as the source of learning and development (KOLB,
1984) que também utiliza a abordagem psicológica, baseou-se de forma elementar nos
três autores citados acima (que se enfocam na psicologia e na aprendizagem
experimental), Piaget, Dewey e Lewin, na qual se observa no arcabouço teórico de Kolb
diversas contribuições destes estudiosos (KOLB, 1984; HINTON, 1998; SWAILES &
SENIOR, 1999; SMITH, 2001; SANTOS, 2008a). A teoria de Kolb também faz
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
alusões a princípios e conceitos das teorias de aprendizagem de Lev Vygotsky
(PIMENTEL, 2007). Pimentel (2007, p. 160) afirma que “A teoria kolbiana tem no
postulado histórico-cultural (Vygotsky e seguidores) uma fonte de inspiração”.
Essa teoria foi proposta por Kolb e Fry (1975), Kolb, Rubin e McIntyre (1978) e
Kolb (1984), e pôde contribuir para a visualização da aprendizagem em outras
perspectivas, como o foco na área da administração, em empreendedorismo e intra-
empreendedorismo (MAINEMELIS et al., 2002; CORBETT, 2005; SANTOS, 2008a;
SOUZA et al., 2011).
A teoria de Kolb também tem sido estudada, na área da administração, em
disciplinas de Marketing por Petrus Jr., treinamento em gestão por Henrik Holt Larsen,
e desenvolvimento de recursos humanos por Baiying Yang (SANTOS, 2008a); Nos
cursos de graduação de diversas áreas, como os estudos em engenharia por Cury (2000),
em tecnologia por Trevelin e Belhot (2006), em comunicação social e ciências contábeis
por Valente et al. (2007) e Valente et al. (2008), e em psicologia por Pimentel (2007).
No qual, segundo Boyatzis et al. (1995) e Smith (2001), a teoria de Kolb tende a ter
melhor aproveitamento na formação de profissionais, especialmente no ensino superior.
Nessa perspectiva, a teoria da aprendizagem experiencial desenvolvida por Kolb
(1984), também conhecida como aprendizado através da ação (BAKER et al., 1997;
MARSICK & O’NEIL, 1999), torna-se uma forte base para estudos voltados para a
identificação de um modo de aprendizagem especifica para determinado indivíduo ou
um grupo de indivíduos (KOLB, 1984; BOYATZIS et al., 1995; KOLB et al., 2001;
MAINEMELIS et al., 2002; VALENTE et al., 2007; VALENTE et al., 2008; KOLB &
KOLB, 2009). Apontar as características das pessoas que aprendem, pode assim,
fornecer aos agentes de ensino (professores), informações que norteiem estratégias de
ensino que sejam adequadas ao modo como os alunos aprendem (BELHOT, 1997;
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
BOYATZIS et al., 1995; CERQUEIRA, 2000; MAINEMELIS et al., 2002; SALLES,
2007; VALENTE et al., 2007; VALENTE et al., 2008; KOLB & KOLB, 2009; SOUZA
et al., 2011).
Sendo assim, evidencia-se que esta literatura vem a facilitar o estudo da
aprendizagem dentro de diversos ambientes: educacionais, sociais e empresariais, entre
outros (BOYATZIS et al., 1995; BOYATZIS & MAINEMELIS, 2000; VALENTE et
al., 2007; SANTOS, 2008a; KOLB & KOLB, 2009; SOUZA et al., 2011). E, o
ambiente estudado assume características altamente propícias para a utilização da teoria
de David Kolb (1984), especialmente para contribuir no aprimoramento de técnicas de
ensino dentro do ambiente educacional (BOYATZIS et al., 1995; ACHARYA, 2002;
ADU-FEBIRI, 2002; VALENTE et al., 2008; KOLB & KOLB, 2009).
2.1.3. A teoria de Kolb
A definição proposta por David Kolb (1984) para aprendizagem experiencial
seguiu a linha de diversos outros autores e estudiosos sobre o tema, no qual possui o
foco na experiência como base da aprendizagem (KOLB, 1984; BAKER et al., 1997;
KOLB et al., 2001). Kolb definiu a aprendizagem experiencial como "o processo pelo
qual o conhecimento é criado através da transformação da experiência. O conhecimento
resulta da combinação de se obter e transformar a experiência" (KOLB, 1984, p. 41).
Segundo Kolb (1984), a definição proposta por ele, salienta muitos aspectos
sobre aprendizagem que advém de uma perspectiva experimental, no qual ele
argumenta, pontuando quatro aspectos em sua teoria.
Primeiro é a ênfase no processo de adaptação e aprendizagem ao invés de conteúdo ou resultados. Segundo, que o conhecimento é um processo de transformação, sendo continuamente criado e recriado, e não uma entidade independente a ser adquirido ou transmitido. Terceiro, a aprendizagem transforma a experiência, tanto, em formas objetivas, quanto em formas subjetivas. Finalmente, para compreender a aprendizagem, devemos entender a natureza do conhecimento, e vice-versa (KOLB, 1984, p. 38).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Baseando-se nessas teorias, Kolb (1984) trouxe fundamentos para a
aprendizagem experiencial que puderam dar um direcionamento ao tema e explicar o
comportamento da aprendizagem humana, e em conseqüência, pôde contribuir para a
resolução de problemáticas da aprendizagem.
O modelo de aprendizagem de Kolb (1984) propõe que a aprendizagem requer
habilidades opostas, e que o indivíduo escolhe quais habilidades vai utilizar em um
determinado processo de aprendizagem (KOLB, 1984; KOLB et al., 2001; KOLB &
KOLB, 2009). Alguns indivíduos obtêm experiência através da percepção de uma
situação concreta, ou seja, a partir da realidade vivida. Outros indivíduos compreendem
novas situações em seu cotidiano, através de análises, pensamentos, ou até
planejamentos sistêmicos, ao invés de utilizar suas próprias experiências (KOLB, 1984;
KOLB et al., 2001; MAINEMELIS et al., 2002). Assim, desse mesmo modo, pode-se
visualizar que no processamento (transformação) da experiência, alguns indivíduos
tendem a observar e refletir sobre a experiência de outros indivíduos que estão
experimentando, enquanto alguns indivíduos preferem vivenciar as situações (KOLB,
1984; KOLB et al., 2001).
“Cada dimensão do processo de aprendizagem apresenta-nos uma escolha”
(KOLB et al., 2001, p. 4). Segundo Kolb (1984), sendo natural do ser humano ter suas
próprias experiências de vida e em um ambiente próprio, o indivíduo desenvolve em si a
melhor maneira de escolher. O indivíduo tende a resolver conflitos para escolher como
aprender, se de modo concreto ou abstrato, ou de modo ativo ou reflexivo (KOLB,
1984; KOLB et al., 2001; KOLB & KOLB, 2009). Essas características visualizadas,
que em alguns indivíduos são padronizadas, definem-se por ‘modos de aprendizagem’.
Nessa perspectiva, esse modelo desenvolvido por Kolb (1984), consegue
demonstrar de forma donairosa um círculo de aprendizagem, ou ciclo de aprendizagem,
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
que pode ser visualizado como o foco central da aprendizagem experiencial, e que
proporciona compreender, tanto os estilos de aprendizagem individuais, diferentes em
cada um, quanto o círculo de aprendizagem, que se adapta a todos os indivíduos.
Kolb (1984) afirma que este círculo de aprendizagem representa um espiral, em
que o aprendiz toca todas as bases. E que o aprendiz iniciará o círculo de aprendizagem
na base que este se sentir mais confortável (KOLB, 1984; KOLB et al., 2001;
MAINEMELIS et al., 2002; KOLB & KOLB, 2009).
Para a identificação dos métodos de aprendizagem dos indivíduos (Ver
Apêndice B), David Kolb criou o Inventário de Estilos de Aprendizagem (IEA) (1999a,
1999b) (Anexo 1). Este Inventário foi desenvolvido no início de suas pesquisas sobre
aprendizagem experiencial, nas quais, percebe-se que este instrumento passou por uma
série de mudanças. Tais mudanças podem ser visualizadas como altamente relevantes, e
tiveram o intuito de aperfeiçoar o instrumento, para aproximar-se mais da realidade do
aprendente.
Um dos primeiros inventários de estilos de aprendizagem desenvolvidos por
David Kolb encontra-se na obra “Psicologia Organizacional: uma abordagem
vivencial” (KOLB; RUBIN & MCINTYRE, 1978). Visualizam-se neste Inventário
alguns pontos primitivos, que podem ser compreendidas como fragilidades,
especialmente face à abrangência do instrumento (Anexo 2).
Assim, no decorrer da evolução do Inventário de Estilos de Aprendizagem
(IEA), foram introduzidas questões de cunho mais psicológico, que propõem uma
aprendizagem ligada aos fatores cognitivos dos indivíduos, enquanto o antigo Inventário
(KOLB; RUBIN & MCINTYRE, 1978) estava mais ligado à interpretação pessoal,
focando-se principalmente na aprendizagem organizacional (KOLB; RUBIN &
MCINTYRE, 1978; KOLB, 1999a).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
É possível discutir-se a utilização especifica dos dois diferentes Inventários,
focando a aplicação do primeiro Inventário (KOLB; RUBIN & MCINTYRE, 1978) em
ambientes organizacionais, em especial por ter sido desenvolvido para aplicação em
organizações, por ter uma maior facilidade de se responder, e por ter a geração de
resposta mais imediata. E assim, focar a aplicação do segundo Inventário (KOLB,
1999a) em ambientes acadêmicos, por ter características mais complexas e de maior
precisão.
Souza et al. (2011) também discute o fato de que a aplicação deste Inventário
mais complexo gerou problemas em relação ao entendimento das questões do
instrumento pelos indivíduos que o respondeu em sua pesquisa, que eram em geral de
baixa escolaridade, o que reforça a idéia de que se pode ter melhor aproveitamento do
Inventário de Estilos de Aprendizagem (IEA) no ensino superior (BOYATZIS et al.,
1995; SMITH, 2001; SOUZA et al., 2011).
2.2. Capitulo 2 – Modelo de Estilos de Aprendizagem de Kolb
O modelo de estilos de aprendizagem desenvolvido por David Kolb englobou
uma série de teorias que padronizaram a identificação de como os indivíduos aprendem.
Essa teoria expõe tal padronização de forma que se aplica a qualquer indivíduo (KOLB
& FRY, 1975; KOLB, 1984, 1999a; KOLB et al., 2001; KOLB & KOLB, 2009).
2.2.1. Modos de aprendizagem
Kolb e Fry (1975), Kolb, Rubin e McIntyre (1978) e Kolb (1984) propõem que o
aprendizado sempre desenvolve-se em quatro estágios. Os quatro estágios da
aprendizagem, também chamados de fases, caracterizam-se por indicar um modo como
o indivíduo aprende. O indivíduo tende a experienciar todos os estágios da
aprendizagem, de forma que esta se torna um ciclo (KOLB & FRY, 1975; KOLB et al.,
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
1978; KOLB, 1984; 1999a; KOLB et al., 2001; MAINEMELIS et al., 2002; KOLB &
KOLB, 2009).
Os modos de aprendizagem deste ciclo descrevem-se por Experiência Concreta
(EC), Conceptualização Abstrata (CA), Observação Reflexiva (OR) e Experimentação
Ativa (EA) (KOLB, 1984; BAKER et al., 1997; KOLB, 1999a; KOLB et al., 2001;
KOLB & KOLB, 2009).
Segundo Mainemelis et al. (2002), Chapman (2005) e Corbett (2005), o ciclo de
aprendizagem proposto por David Kolb pode ser visualizado como um ciclo de
treinamento, em que cada indivíduo possui um modo de aprendizagem individual e
próprio, relacionado ao que se aprende, como aprende, e as situações vividas pelo
indivíduo no cotidiano (KOLB, 1984; BAKER et al., 1997; KOLB, 1999a; KOLB et
al., 2001; MAINEMELIS et al., 2002; CHAPMAN, 2005; KOLB & KOLB, 2009;
SOUZA et al., 2011).
Esse ciclo de aprendizagem deve ser compreendido como um processo baseado
na experiência (KOLB, 1984; BAKER et al., 1997; KOLB et al., 2001; SANTOS,
2008a; KOLB & KOLB, 2009). Os quatro estágios do ciclo são divididos em dois
pontos, que conceituam os modos de aprendizagem em: como adquirir experiência, que
caracteriza-se pelos modos de aprendizagem: Experiência Concreta (EC) e
Conceptualização Abstrata (CA). E o manejo da experiência, caracteriza-se pelos modos
de aprendizagem: Observação Reflexiva (OR) e Experimentação Ativa (EA) (KOLB,
1984; 1999a; KOLB et al., 2001; MAINEMELIS et al., 2002; CORBETT, 2005; KOLB
& KOLB, 2009).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Figura 1. Círculo de aprendizagem Fonte: Adaptado de CORBETT (2005).
O ciclo de aprendizagem no indivíduo pode vir a iniciar-se em qualquer uma das
quatro fases da aprendizagem. Verifica-se, que este é um ciclo de experiência, reflexão,
pensamento e atividade (KOLB, 1984, 1999a), no qual, o melhor aproveitamento da
aprendizagem dar-se-á quando o indivíduo passa pelas quatro fases (KOLB, 1999a).
Desse modo, quando o indivíduo começar a aprender, escolherá o modo mais
confortável e o ciclo se iniciará. Se o indivíduo iniciar o processo de aprendizagem
através da Experimentação Ativa (EA), ou seja, fazendo, este irá sentir o que foi
produzido e realizará um feedback próprio. Assim, este indivíduo dará continuidade ao
ciclo, criando generalizações sobre a experiência obtida. O aprendiz idealizará ligações
concretas entre o que adquiriu aprendendo, então este estará na segunda fase do ciclo, a
Experiência Concreta (EC) (KOLB, 1984; 1999a; KOLB et al., 2001; MAINEMELIS et
al., 2002; CORBETT, 2005; KOLB & KOLB, 2005; SOUZA et al., 2011).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Os quatro modos de aprendizagem, segundo Kolb (1984, 1999a) são definidos
pelas seguintes características:
−−−− Experiência Concreta (EC): O indivíduo que aprende através da Experiência
Concreta está envolvido com as situações práticas. Este indivíduo se baseia em
situações já vividas e análogas às situações correspondentes, executando o
conhecimento obtido. Nessa perspectiva, ele aprimora-se cada vez que presencia uma
nova situação. Este modo de aprendizagem advém de uma série de relações e trocas de
informações entre indivíduos, em que a experiência é fator de maior relevância no
processo de aprendizagem (KOLB, 1984, 1999a; MAINEMELIS et al., 2002; KOLB &
KOLB, 2005; SOUZA et al., 2011).
−−−− Observação Reflexiva (OR): O indivíduo que aprende através da Observação
Reflexiva tem o cuidado de observar atentamente a todas as situações. Desse modo, este
indivíduo vem a refletir de vários ângulos o seu objeto de estudo, ou a situação em que
vivencia. O intuito do aprendiz na Observação Reflexiva (OR) é coletar informações,
tendo como foco no processo de aprendizagem, a correlação entre as informações
coletadas e os fatos que foram ou serão apresentados ao dia-dia do aprendente (KOLB,
1984, 1999a; MAINEMELIS et al., 2002; KOLB & KOLB, 2005; SOUZA et al.,
2011).
−−−− Conceptualização Abstrata (CA): O indivíduo que aprende através da
Conceptualização Abstrata produz conceitos baseados em fundamentos lógicos que se
são comparados à realidade. O objetivo do aprendente é encontrar a melhor análise para
as situações. Este indivíduo poderá gerar hipóteses para formar perspectivas lógicas
sobre as situações, com o intuito de adquirir o conhecimento mais adequado para a
própria vivência (KOLB, 1984, 1999a; MAINEMELIS et al., 2002; KOLB & KOLB,
2005; SOUZA et al., 2011).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
−−−− Experiência Ativa (EA): O indivíduo que aprende através da Experiência
Ativa tende a executar o conhecimento que foi adquirido nas experiências práticas. Este
indivíduo desenvolverá reflexões com embasamento teórico no intuito de utilizá-las nas
novas situações que forem vividas. É pela da fundamentação teórica desenvolvida por
este indivíduo, que ele mesmo se sentirá estimulado para a utilização do conhecimento
adquirido, para realizar a atitude correta, em especial na resolução de problemas e na
tomada de decisão. Pode-se ainda afirmar que uma característica que compõe os
indivíduos que utilizam esse modo de aprendizagem seja a impaciência (KOLB, 1984,
1999a; MAINEMELIS et al., 2002; KOLB & KOLB, 2005; VALENTE et al., 2008;
SOUZA et al., 2011).
Esses modos de aprendizagem propõem que a aprendizagem ocorrerá através
das escolhas do indivíduo por um determinado modo de aprendizagem individual
(KOLB, 1984). Percebe-se assim que, o modo como o indivíduo aprende está
relacionado à sua resposta emocional à experiência, em que fatores motivacionais terão
alto poder de interferência na aprendizagem (KOLB, 1984; LENG & TIN, 2002;
CORBETT, 2005; VALENTE et al., 2007; VALENTE et al., 2008; KOLB & KOLB,
2009).
Assim, em um processo de ensino-aprendizagem, interpretar a maneira de
aprender dos indivíduos torna-se relevante no sentido de enfatizar os métodos de ensino
no modo de aprendizagem preferencial, e assim criar uma ambiência mais confortável à
aprendizagem à medida que este indivíduo que aprende tornar-se-á motivado (LENG &
TIN, 2002; CORBETT, 2005; SANTOS, 2008a; VALENTE et al., 2007; VALENTE et
al., 2008; SOUZA et al., 2011).
Depreende-se assim, que focar o processo de ensino-aprendizagem no modo
como os alunos aprendem, seria transformar este processo em um ciclo, em que as
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
atividades de ensino iniciariam no modo preferencial de aprendizagem do alunado, e
mudariam conjuntamente como a mudança dentro do ciclo de aprendizagem.
No entanto, a proposta de focar o processo de ensino-aprendizagem no aluno,
parte da teoria proposta por David Kolb, de que a partir da junção de dois modos de
aprendizagem, resulta-se assim, em estilos de aprendizagem (KOLB, 1984; KOLB,
1999a, 1999b; KOLB et al., 2001; KOLB & KOLB, 2005).
Ou seja, focar-se nos estilos de aprendizagem torna o processo de identificação
da aprendizagem em maior abrangência, de modo que se compreenda, tanto os fatores
cognitivos, quanto os fatores de personalidade dos indivíduos, através da identificação
dos principais características que compõem cada modo de aprendizagem.
A utilização dos modos de aprendizagem torna-se um auxiliador às análises dos
estilos de aprendizagem nos indivíduos a partir da visualização das características de
aprendizagem, tanto dos seus modos de aprendizagem, quanto dos seus estilos de
aprendizagem, para então poderem-se fazer inferências sobre a aprendizagem dos
indivíduos.
2.2.2. Estilos de Aprendizagem
O individuo que aprende possui preferências por modos de aprendizagem, e que,
quando combinados dois dos modos de aprendizagem, apresenta-se assim, um estilo de
aprendizagem individual (KOLB 1984, 1999a; KOLB et al., 2001; MAINEMELIS et
al., 2002; KOLB & KOLB, 2009). Estes estilos de aprendizagem podem ser
visualizados também como uma matriz dois por dois dos modos de aprendizagem, pelo
qual Kolb (1984, 1999a) utiliza para estes os termos: Divergente (EC/OR), Assimilador
(CA/OR), Convergente (CA/EA), e Acomodador (EC/EA) (Figura 2).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Figura 2. Os quatro estilos de aprendizagem de Kolb
Fonte: Adaptado de KOLB (1984).
Incidentalmente, a teoria de Honey e Mumford (1986), assemelha-se muito à
teoria de Kolb (1984), pois, apresenta definições típicas de estilos de aprendizagem,
baseando-se na aplicação de um questionário de questões sobre a aprendizagem e
experiência. O ciclo de Honey e Mumford (1986) também possui quatro estágios, que
estão ligados a quatro estilos de aprendizagem (Figura 3). Honey e Mumford (1986)
afirmam que existem mais semelhanças entre o seu modelo e o de Kolb que diferenças,
no qual este aponta similaridades, relacionando aos estilos de Kolb (em vermelho, na
figura abaixo).
Figura 3. Diagrama do fluxo cíclico dos estilos de aprendizagem de Honey & Mumford
Fonte: Adaptado de HONEY & MUMFORD (1986).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Torna-se perceptível ao longo dos estudos sobre a aprendizagem experiencial,
que as diversas teorias possuem uma série de fragilidades, porém são os estilos de
aprendizagem propostos por Kolb que têm tido maior enfoque (BROOKFIELD, 1983;
SMITH, 2001). Segundo Brookfield (1983) e Smith (2001), a teoria de David Kolb
fundamenta-se de modo mais completo do que as outras teorias da aprendizagem
experiencial.
A teoria de Kolb (1984, 1999a), propõe também, que existem indivíduos que
possuem mais de um estilo de aprendizagem, e assim, o Inventário de Estilos de
aprendizagem identificará nesse indivíduo o seu estilo predominante. Ou seja, esse tipo
de indivíduo, em geral, possui um perfil que se equilibra em mais de uma dimensão do
ciclo de aprendizagem. O estilo predominante pode vir a indicar quais os modos de
aprendizagem que se podem ter melhor aproveitamento neste indivíduo (Figura 4)
(KOLB, 1984, 1999a; KOLB & KOLB, 2005, 2009).
Figura 4. Ciclo de Aprendizagem de Kolb
Fonte: Adaptado de KOLB (1999a).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
A definição de David Kolb para os quatro estilos de aprendizagem podem ser
indicadas pelas seguintes características:
−−−− Divergente (EC/OR): Os indivíduos de estilo Divergente partem da
Experiência Concreta (EC) e continuam o processo de aprendizagem através da
Observação Reflexiva (OR). Estes indivíduos tendem a ter habilidade imaginativa e
preferência por observar as situações concretas por diversos ângulos e pontos de vista.
Segundo Kolb (1999, p. 5) pode-se identificar neste indivíduo uma tendência por
“afastar-se das soluções convencionais, e optar por possibilidades alternativas”. Em
situações de aprendizagem formal, os indivíduos deste estilo de aprendizagem tendem a
ter preferência por discussões, brainstorming (tempestade cerebral ou produção de
idéias), e trabalhos em grupo no intuito de reunir novas informações para a criação de
idéias. Os divergentes, em geral, possuem uma mente aberta para ouvir e receber
informações, e por isso é provável que possuam também interesses culturais, podendo
ser bem receptivos a carreiras relacionadas a entretenimento, a serviços ou a arte
(KOLB & FRY, 1975; KOLB, 1984, 1999a, 1999b; MAINEMELIS et al., 2002; KOLB
& KOLB, 2005; SANTOS, 2008a; VALENTE et al., 2008; SOUZA et al., 2011).
−−−− Assimilador (CA/OR): Os indivíduos que pertencem ao estilo Assimilador
executam a experiência partindo da Conceptualização Abstrata (CA) e transformam-na
através da Observação Reflexiva (OR). Esses indivíduos, em geral, gostam de lidar com
muitas informações ao mesmo tempo e possuem a habilidade de ordená-las. A tendência
para os indivíduos deste estilo de aprendizagem é se preocupar mais com conceitos e
teorias do que com questões humanas, bem como lidar com pessoas. O indivíduo
prioriza a teoria, e é menos preocupado com a usabilidade prática dessas teorias,
incorporando “a experiência de aprendizagem numa estrutura de idéias mais ampla” e
por isso tendem a demonstrar interesse mais em ciências básicas do que em ciências
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
aplicadas (KOLB, 1999a, p. 5). A aprendizagem dos assimiladores explora mais
elementos abstratos, como idéias e conceitos, e assim eles acabam se relacionando mais
a carreiras que envolvam a ciência e a informação. Na aprendizagem formal, torna-se
natural que os indivíduos de estilo assimilador prefiram aulas expositivas, assistir
conferências, visitar exposições, trabalhar com modelos analíticos e desenvolver
analises de profundidade (KOLB & FRY, 1975; KOLB, 1984, 1999a, 1999b;
MAINEMELIS et al., 2002; KOLB & KOLB, 2005; SANTOS, 2008a; VALENTE et
al., 2008; SOUZA et al., 2011).
−−−− Convergente (CA/EA): Os indivíduos convergentes iniciam sua experiência
partindo da Conceptualização Abstrata (CA), e por meio de conceitos transforma-a
através da Experimentação Ativa (EA), ou seja, preferem a aplicação prática das teorias
e conceitos que adquiriu, inclinando-se especialmente a lidar com coisas técnicas, no
qual, segundo Valente et. al. (2008, p. 59), essas característica dos convergentes “são
exatamente o oposto dos divergentes”. Os indivíduos do estilo convergente não têm
inclinações para temáticas voltadas para a sociedade e relações interpessoais, e em
contra partida são indivíduos que tendem a ter grande aptidão para a resolução de
problemas e tomar decisões com embasamento na busca de solução, e assim, torna esses
indivíduos mais inclinados a trabalhar com tecnologia e especializações técnicas.
Quando o indivíduo convergente está inserido em um ambiente de aprendizagem formal
prefere experimentar simulações, role-plays, tarefas de laboratório e aplicações práticas
de novas idéias (KOLB & FRY, 1975; KOLB, 1984, 1999a; MAINEMELIS et al.,
2002; SANTOS, 2008a; VALENTE et al., 2008; SOUZA et al., 2011).
−−−− Acomodador (EC/EA): Os indivíduos de estilo Acomodador executam
primeiramente a Experiência Concreta (EC), e a transforma por meio da
Experimentação Ativa (EA), em que o principal foco desses indivíduos é fazer as coisas
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
de modo intuitivo para se obter experiência. “É provável que sua tendência seja atuar
com base em seus sentimentos em vez de analisar logicamente a situação” (KOLB,
1999a, p. 7), e por isso estes indivíduos preferem ter novas experiências, e executar
planos que apresentem desafios. Na resolução de problemas, este indivíduo prefere se
basear nas informações obtidas com outras pessoas, ao invés de se basear nas suas
próprias análises, e tais características levam o acomodador a inclinar-se a trabalhos que
envolvam o mercado e vendas. Segundo Santos (2008a, p. 5) “é possível que esse seja o
tipo de estilo que tenha a preferência de empreendedores”3, pois são indivíduos que
tendem a ter características de liderança, a assumir riscos, a iniciar projetos e a ser
prático. Nas situações de aprendizagem formal, provavelmente os indivíduos
acomodadores prefiram trabalhar com outras pessoas no intuito de cumprir os objetivos,
desenvolver trabalhos em campo e práticos, e provar diversos tipos de conceitos e
teorias para a realização de projetos específicos (KOLB, 1984, 1999a; MAINEMELIS
et al., 2002; KOLB & KOLB, 2005; SANTOS, 2008a; SOUZA et al., 2011).
Figura 5. Diagrama explicativo do processo de aprendizagem e dos estilos de aprendizagem Fonte: Adaptado de CHAPMAN (2005).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
A figura 5, adaptada do diagrama proposto por Alan Chapman (2005) explica o
processo de aprendizagem, de modo que auxilie o entendimento de como se dá a
aprendizagem individual, a partir de um diagrama que demonstra o ciclo de
aprendizagem, e a combinação dos modos de aprendizagem para a formação dos estilos
de aprendizagem.
Assim, compreender o estilo de aprendizagem que cada indivíduo possui,
analisando também os pontos fortes e fracos que caracterizam cada estilo, pode ser
visualizada como uma fase altamente relevante para que se possa aumentar o poder de
aprendizagem do indivíduo (ver quadro 1) (KOLB, 1984, 1999a; KOLB et al., 2001;
MAINEMELIS et al., 2002; CORBETT, 2005; SOUZA et al., 2011).
Quadro 1:
Fortalezas básicas de cada estilo de aprendizagem
Divergente
Experiência Concreta +
Observação Reflexiva
Assimilador
Observação Reflexiva +
Conceptualização Abstrata
Convergente
Experimentação Ativa +
Conceptualização Abstrata
Acomodador
Experiência Concreta +
Experimentação Ativa
Ser criativo Planificar Resolver problemas Liderar
Compreender as pessoas Criar modelos Tomar decisões Assumir riscos
Reconhecer os problemas Definir problemas Compreender os problemas Ser prático
Gerar uma grande quantidade de idéias
Desenvolvimento de teorias e conceitos
Racionalizar as deduções em fundamentação
Fazer com que as coisas se realizem
Ter uma mente aberta Ser paciente Ser lógico Adaptar-se
Fonte: Adaptado de KOLB (1999a, 1999b) e KOLB & KOLB (2005).
Segundo Kolb (1984, 1999a), a maioria dos indivíduos tende a demonstrar claras
e fortes preferências por apenas um estilo de aprendizagem na vida, no entanto, alguns
indivíduos acabam tendo preferência por mais de um estilo de aprendizagem. Essa
habilidade para utilizar ou transitar por diferentes estilos não é algo fácil, para qualquer
indivíduo, e o indivíduo não se adapta de forma natural a qualquer estilo. Desse modo,
recomenda-se que o indivíduo tenha apenas uma preferência de estilo, e foque-se nas
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
fortalezas básicas deste estilo de aprendizagem preferido, no intuito de aprender mais
eficazmente (KOLB, 1984, 1999a; SOUZA et al., 2011)
De acordo com David Kolb (1984), esse modelo experimental é apenas um guia
de referência, e não pode ser considerado como um estrito grupo de regras. A utilização
do Inventário de Estilos de Aprendizagem (IEA) também contém limitações, pois este
instrumento não foi validado no Brasil. Sendo assim, a tradução do autor do seguinte
estudo para o IEA, não o oferece 100% de confiabilidade, vista a ser somente uma
adaptação. Muito embora, diversos estudiosos brasileiros, como Santos (2008a),
Valente et al. (2007, 2008), Pimentel (2007), Nogueira (2009), Souza et al. (2011) entre
outros (evidenciados também neste estudo), têm utilizado o inventário de estilos de
aprendizagem em pesquisas acadêmicas, o que vem tornando o instrumento cada vez
mais usual.
Harb et al. (1995) propõe que ciclo de aprendizagem proposto por David Kolb
pode vir a ser utilizado como estratégia para o planejamento do processo de ensino-
aprendizagem, afirmando que o ciclo de ensino deve seguir as fases do ciclo de
aprendizagem. Isso se dá, porque cada estilo de aprendizagem corresponde ao um estilo
de ensino do próprio individuo, descrevendo as características assumidas pelo
individuo, tanto como aluno, quanto como professor (HARB et al., 1995).
Assim, Valente et al. (2007) desenvolveu um quadro relacional baseado nas
teorias propostas por Harb et al. (1995), que faz relações significativas entre os estilos
de aprendizagem dos indivíduos e o modo como estes mesmos agem na passagem de
conhecimento, definindo assim os estilos de ensino.
Apresenta-se a seguir o quadro relacional dos quatro tipos de estilos de ensino
correspondentes a cada um dos os quatro tipos de estilos de aprendizagem baseado nas
teorias de Harb et al. (1995) e de Kolb (1984) (Ver quadro 2).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Quadro 2:
Características dos Estilos de Aprendizagem para Alunos e Professores
Fonte: Valente et al. (2007, p. 65).
Assim, analisando o quadro 2, pode-se inferir algumas características que são
intrínsecas aos professores. Como por exemplo, professores de estilo de aprendizagem
Divergente, possuem características de criatividade e inovação, também são bastante
compreensivos, e possuem o estilo de ensino Motivador, que age sempre em prol do
desenvolvimento de seus alunos e são bons motivadores à aprendizagem.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
2.3. Capitulo 3 – Ensino-Aprendizagem
O processo de aprendizagem no ambiente de ensino sempre esteve em foco,
tanto face à extrema relevância desse processo como objetivo principal do ensino,
quanto à produção de conhecimento com bases científicas dentro das instituições
educacionais (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; KUETHE, 1978; LIBÂNEO, 1990;
BRANSFORD et al., 2007; FILHO; BATISTA; & SIQUEIRA, 2008; LUCKESI;
BARRETO; COSMA et al., 2010). Desse modo, o papel do educador como balizador
do processo de aprendizagem, visa à criação de uma relação entre o professor e o aluno,
de forma que estes se caracterizem como agentes desse processo dentro do ambiente de
ensino (KUETHE, 1978; LUCKESI, 1990; LUCKESI et al., 2010).
Essa relação entre o professor e o aluno propõe que cada um destes seja um
sujeito na formação dos fatores da aprendizagem, em que o professor é o “sujeito de
criação, coordenação, proposição de estudos, questionamentos e debates” (LUCKESI et
al., 2010, p. 43), sendo nesse sentido, o motivador do aluno para a busca de
desempenho (DAVIS & OLIVEIRA, 2010). E o aluno, por outro lado, é o agente do
próprio aprendizado (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; KOLB, 1984; DAVIS &
OLIVEIRA, 2010; LUCKESI et al., 2010).
O aluno é aquele que exercita o próprio conhecimento e pode desenvolver as
próprias potencialidades e habilidades, que advêm de esforços individuais de
assimilação e questionamento, para assim, a criação de reflexões críticas,
caracterizando-se como um “processo psicológico em constrição” (DAVIS &
OLIVEIRA, 2010, p. 107). Ou seja, o aluno ao aprender, depende de aspectos
cognitivos, afetivos e motivacionais. Essa premissa impele o aluno ao estreitamento de
informações, que se somam a fatores ambientais, para então, haver a produção de
conhecimento (KOLB, 1984; LUCKESI, 1990; HARB; TERRY; HURT et al., 1995;
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
FLAVELL, 1996; KOLB et al., 2001; PIAGET, 2007; DAVIS & OLIVEIRA, 2010;
LUCKESI et al., 2010).
Desse modo, percebe-se que o professor é apenas um motivador à aprendizagem,
em que o objetivo deste é facilitar a transmissão de informações, práticas e habilidades,
de modo que o aluno sinta-se motivado a aprender. E tais perspectivas, incluem apontar
que os alunos podem vir a aprender de maneira mais eficaz, caso o método utilizado
seja compatível com o seu estilo de aprendizagem (KUETHE, 1978; KOLB, 1984;
BOYATZIS et al., 1995; HARB et al., 1995; KOLB et al., 2001; LENG & TIN, 2002;
FILHO et al., 2008; VALENTE et al., 2008; NOGUEIRA, 2009; DAVIS &
OLIVEIRA, 2010).
2.3.1. Processo de Ensino-Aprendizagem
A dinâmica de ensino, especialmente em ambientes de aprendizagem formal,
quase sempre se configurou em modelos pré-estabelecidos de métodos de aulas, em que
o objetivo, ainda, é tão somente a transmissão de conhecimento (BORDENAVE &
PEREIRA, 1977; KUETHE, 1978; FILHO et al., 2008). Essa transmissão de
conhecimento, na atualidade, que está ligada ao rápido desenvolvimento tecnológico e à
globalização (velocidade da comunicação), tem se caracterizado como uma “[...] Mera
consumidora e repetidora de informações importadas para “profissionalizar” [...]”
(LUCKESI et al., 2010, p. 29). Ou seja, o ensino como catalisador da aprendizagem,
passa a ser apenas um transmissor de informações “enlatadas” (BORDENAVE &
PEREIRA, 1977; BRANSFORD et al., 2007; LUCKESI et al., 2010).
Desse modo, a característica do ensino, de dar ao aprendiz a capacidade de
utilizar o que se aprende em sala de aula em outros contextos, como o local de trabalho,
se torna fragmentado. Pois a transferência de conhecimento pode ser visualizada como
um processo amplo de instrução e educação do aprendiz, e não exposição de
46
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
informações e treinamento dos indivíduos inseridos no ambiente educacional
(LIBÂNEO, 1990; OLIVEIRA-FORMOSINHO, 2002; BRANSFORD et al., 2007;
FILHO et al., 2008).
Essa característica do ensino, segundo Kuethe (1978), propõe que o ensino seja
um processo, e a aprendizagem seja o produto desse processo. Percebe-se então, que a
conclusão do processo de ensino resultará na aprendizagem. Ou seja, no processo de
ensino, quando não houver aprendizagem, não houve ensino (KUETHE, 1978). Tais
perspectivas consideram que haja um professor, educador, ou indivíduo como figura
motora desse processo. Embora a aprendizagem não só advenha do processo de ensino,
pois, o individuo também aprende sozinho e através de diversos fatores ambientais,
motivacionais e cognitivos (SAWREY & TELFORD, 1971; KOLB & FRY, 1975;
KOLB, 1984; BOYATZIS et al., 1995; KOLB et al., 2001). No entanto, considera-se a
perspectiva de aprendizagem como produto do processo de ensino, quando discutido os
fatores relacionados ao ambiente de educacional, relevando-se o professor como
dinamizador do ensino. Assim, pode-se identificar que a interdependência do ensino
para com a aprendizagem, é um processo único, visualizado como o processo de
Ensino-Aprendizagem (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; KUETHE, 1978).
2.3.2. Gestão da Aprendizagem
A literatura tem apontado que a necessidade de gestão da aprendizagem dentro
do ambiente de ensino é relevante no sentido de aumentar a produtividade das aulas nos
cursos de graduação (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; RUAS et al., 2005;
VALENTE et al., 2007; FILHO et al., 2008; VALENTE et al., 2008). A aprendizagem
é o momento em que há a união dos conhecimentos estruturais e das experiências,
resultando na geração do desenvolvimento profissional (KOLB; RUBIN &
MCINTYRE, 1978; KOLB, 1984; BOYATZIS et al., 1995; MAINEMELIS et al.,
47
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
2002; CHAPMAN, 2005; RUAS et al., 2005; BRANSFORD et al., 2007). Nessa
perspectiva, a relação dos métodos de ensino utilizados pelos professores com o modo
como os alunos aprendem, tende a aumentar a eficiência das habilidades e
conhecimentos transmitidos, ou diminuir, caso não haja compatibilidade entre estes
(BORDENAVE & PEREIRA, 1977; KUETHE, 1978; BOYATZIS et al., 1995;
ACHARYA, 2002; JACOBSOHN, 2003; VALENTE et al., 2008).
Nesse sentido, buscar gerir a aprendizagem dentro do local de ensino é fazer
com que os alunos se tornem mais inclinados a aprender (KOLB, 1984; VALENTE et
al., 2008; SOUZA et al., 2011). Assim, é relevante entender como os professores
promovem a aprendizagem na passagem de conhecimento, e na capacitação interna e
externa, dentro deste ambiente (ACHARYA, 2002; ADU-FEBIRI, 2002; RUAS et al.,
2005; FILHO et al., 2008; SOUZA et al., 2011).
Visando a melhor aprendizagem do alunado estudado e a facilitação do trabalho
de ensino, é necessário verificar se os métodos de ensino que os professores estão
desenvolvendo para promover a aprendizagem de seus alunos são compatíveis com o
estilo de aprendizagem dos mesmos, “é interessante saber como aprendem, o que os
motiva a aprender, onde se sentem mais confortáveis, dentro desse processo”
(SANTOS, 2008a, p. 2). Para assim, permitir melhorias no processo de ensino-
aprendizagem (ACHARYA, 2002; LENG & TIN, 2002; VALENTE et al., 2008;
NOGUEIRA, 2009) e o desenvolvimento de um significante feedback dos alunos para o
ambiente de ensino.
Smith (2001) reitera que o educador pode vir a aumentar a eficiência de suas
aulas, se for capaz de utilizar os estilos de aprendizagem dos alunos como base. Assim,
este precisa criar ambiências em sala de aula que sejam mais adequadas aos estilos, de
modo que o aluno tenha uma aprendizagem eficaz (KOLB; RUBIN & MCINTYRE,
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
1978; KOLB, 1984; KOLB et al., 2001; SMITH, 2001). Desse modo, recomenda-se que
quando, em sala de aula, houver mais de um estilo de aprendizagem predominante,
desenvolvam-se atividades do mesmo tema, sob a perspectiva de cada estilo.
Harb et al. (1995) reiteram afirmando que o ciclo de aprendizagem desenvolvido
por David Kolb, pode ser considerado como fundamento para estratégias de ensino, para
que a aprendizagem do venha a ocorrer de modo mais eficiente, pois os estilos de
aprendizagem refletem no modo como se passa o conhecimento. Ou seja, não apenas os
aprendentes têm estilos devem passar pelo ciclo de aprendizagem, mas os agentes de
ensino também devem seguir o mesmo processo.
Como exemplo, tendo-se juntos em um mesmo ambiente o estilo Assimilador,
que possui preferências por aulas expositivas, e o estilo Convergente, que possui
preferências por aulas práticas e simulações, inicialmente, se pode abordar o tema de
estudo com uma preleção e exposição de slides e vídeos, e em seguida, criar uma
situação prática, para que o aluno experiencie os conceitos. Provavelmente, esta deva
ser o melhor modo para se utilizar os estilos de aprendizagem.
2.3.3. Métodos de ensino para a aprendizagem formal
Os métodos de ensino, em geral, são determinados através de uma orientação
para a realização de objetivos específicos. Esses objetivos induzem o professor a criar
modelos sistemáticos de ações, passos e procedimentos, que exigem a utilizações de
meios. Os meios dependem da concepção metodológica do processo educativo,
incluindo o tipo de informações e habilidades que serão passadas para os alunos
(LIBÂNEO, 1990). Segundo Libâneo (1990, p. 151), o método de ensino é um
“processo de transmissão e assimilação ativa de conhecimentos e habilidades”, no qual,
os indivíduos que aprendem devem ser preparados para a realidade, e utilizando-se dos
conhecimentos obtidos (LIBÂNEO, 1990; MARTINS, 1990).
49
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
No entanto, os métodos de ensino utilizados pelos professores nas instituições de
ensino superior têm sido considerados repetitivos, sendo a preleção (exposição oral), o
método mais utilizado pelos professores (BORDENAVE & PEREIRA, 1977).
Bordenave e Pereira (1977) afirmam que muitos professores universitários foram
mergulhados na prática do ensino sem treinamento pedagógico. O ponto chave, na
verdade, para muitos autores, está ligada a necessidade do aluno de participar de forma
ativa do processo de aprendizagem (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; KUETHE,
1978; LIBÂNEO, 1990; MARTINS, 1990; LUCKESI et al., 2010; SENGE, 2009).
Embora as literaturas venham apontando para métodos que envolvem cada vez
mais o aluno de forma ativa, Bordenave e Pereira (1977) ressaltam que todos os
métodos de ensino possuem limitações, que variam desde as competências do professor,
até a não adequação aos estilos de aprendizagem dos alunos (BORDENAVE &
PEREIRA, 1977; KUETHE, 1978).
Muitos autores do âmbito da pedagogia discutem conceitos, teorias, tipologias e
definições para os métodos de ensino. No seguinte estudo, foi utilizado como base para
a discussão pedagógica, autores como Bordenave e Pereira (1977), Kuethe (1978),
Libâneo (1990) e Luckesi et al. (2010). Esses autores, em suas obras, propõem uma
série de métodos de ensino, que partem de fundamentos bastante semelhantes.
Kuethe (1978) propõe sete técnicas de ensino, que estão relacionadas à resolução
de problemas fundamentais de instrução. Essas técnicas consideram o assunto dado pelo
professor e suas habilidades de ensino, focando o método na melhor maneira de se
ensinar determinado tema (KUETHE, 1978). No qual, tem-se:
� A Preleção - é um método que utiliza o discurso formal e a apresentação
verbal do tema, feito pelo professor, com o intuito de instruir o alunado.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Essa técnica possui limitações que envolvem, principalmente, a exaustão
do aluno (KUETHE, 1978).
� A Discussão - é um método que permite uma troca de informações sobre
o tema entre os alunos e os professores. Esse método envolve o aluno de
forma um pouco mais ativa no processo de ensino-aprendizagem. Kuethe
(1978) aponta que na utilização desse método é comum que muitos
alunos não participem das discussões, e que pressionar os alunos a
opinar, não é a melhor resolução para o problema (KUETHE, 1978).
� Criar Projetos - é um método que envolve mais a participação do aluno.
A capacidade de auto-reforço destes assume um formato relativamente
ativo, pois gera uma interação entre o tema e o indivíduo, o que pode
levá-lo a conclusões satisfatórias, que permitam a visualização do
aprendizado (KUETHE, 1978).
� A Recitação - é um método tradicional de realização de exercícios em
sala de aula, como por exemplo, a repetição de conceitos, criação de
referências de memorização, ou também o chamado “ditado”. Este tipo
de método torna-se um modelo repetitivo que costuma não causar
interesse por parte dos alunos (KUETHE, 1978).
Kuethe (1978) afirma que algumas técnicas especializadas envolvendo a
psicologia da aprendizagem, compreendem o uso de ambientes e vivências na
aprendizagem dos alunos. No qual, tem-se:
� Criar Ambientes Simulados - é um método que simula momentos que
exigem a utilização de habilidades e conhecimentos dos alunos. Essas
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
simulações são utilizadas, em especial, no ensino de Administração,
Medicina, dentre outros (KUETHE, 1978).
� Os Jogos Didáticos - são um método que se baseia na integração do
conteúdo que o professor deseja ensinar, com brincadeiras que em geral
o usam uma moral significativa para argumentar os conceitos vistos em
sala (KUETHE, 1978).
� A Instrução Programada - é um método que baseado em uma indução
criada pelo professor para que o aluno possa desenvolver relações sobre
o tema, como uma teia ou um mapa. Esse método utiliza-se de metáforas,
de situações do cotidiano e de demonstração de conceitos. Esse tipo de
técnica produz um feedback imediato do aluno para o professor
(KUETHE, 1978).
Os métodos de ensino, propostos por Kuethe (1978), melhor adéquam-se quando
relacionados aos Estilos de aprendizagem e suas principais características. No entanto, o
modelo teórico de Bordenave e Pereira (1977) para métodos de ensino, adaptou-se aos
Modos de aprendizagem, pois estão ligados a características das fases da aprendizagem.
Bordenave e Pereira (1977) indicam que, face à abrangência dos métodos de
ensino, o melhor estilo de ensino está em desenvolver atividades, e não técnicas
específicas de ensino. Desenvolver atividades significa criar uma série de operações que
sejam focadas nas capacidades cognitivas dos alunos, principalmente no ensino em
grupo (BORDENAVE & PEREIRA, 1977). Todo e qualquer assunto, temática, ou até
capacidades de ensino do professor, está intrínseco à problemática educativa, e assim as
técnicas de ensino têm de estar ligadas ao modo como os alunos aprendem
(BORDENAVE & PEREIRA, 1977; LENG & TIN, 2002; VALENTE et al., 2008).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Essa teoria proposta por Bordenave e Pereira (1977), parte da mesma premissa
deste estudo, de guiar o ensino baseando-se na aprendizagem. Essa teoria assume um
formato que compreende capacidades que são desenvolvidas por alunos, e que desse
modo, podem-se indicar atividades que são mais parecidas a essas capacidades
(BORDENAVE & PEREIRA, 1977).
Bordenave e Pereira (1977) classificam as atividades de ensino em cinco
tipologias de capacidades, que podem se adequar, de modo analítico e exclusivo da
interpretação dos autores deste trabalho, aos quatro estilos de aprendizagem propostos
por David Kolb (1984).
1. Capacidade de Observar: envolve a percepção da realidade e a descrição
de situações, no intuito de adquirir conhecimentos pela transformação de
informações (BORDENAVE & PEREIRA, 1977). As principais
atividades que partem deste tipo de capacidade são:
• Excursão e visitas;
• Técnicas de diagnóstico;
• Palestras, conferências e aulas expositivas;
• Seminários, simpósios e painéis;
• Auxílios audiovisuais; dentre outras.
2. Capacidade de Analisar: Envolve a decomposição de objetos ou
sistemas, em pequenos elementos, para que se possam criar relações,
parâmetros, e discriminar problemas, de modo que haja um processo para
identificação de peças constitutivas (BORDENAVE & PEREIRA, 1977).
As principais atividades que partem deste tipo de capacidade são:
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
• Diagnóstico de situações;
• Estudos de caso;
• Discussão dirigida;
• Visualização de esquemas, diagramas e gráficos;
• Demonstração de métodos; dentre outras.
3. Capacidade de Teorizar: Envolve a construção de modelos, que se
somam através de inferências, generalizações, pensamentos críticos sobre
a realidade, no intuito de desenvolver conceitos e proposições, para que
se possam interpretar esses conhecimentos no cotidiano (BORDENAVE
& PEREIRA, 1977). As principais atividades que partem deste tipo de
capacidade são:
• Pesquisa bibliográfica;
• Redação de resenhas críticas;
• Reflexão individual baseada em leitura de textos científicos;
• Projetos de pesquisa;
• Contato com pesquisadores e estudiosos; dentre outras.
4. Capacidade de Sintetizar: Envolve operações de julgamento, avaliação,
discussão de valores, no sentido de resolver problemas através da tomada
de decisões (BORDENAVE & PEREIRA, 1977). As principais
atividades que partem deste tipo de capacidade são:
• Resolução de problemas;
• Escrever resenhas;
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
• Exposição oral de solução de problemas em curto prazo;
• Trabalhos em campo;
• Tempestade cerebral (brainstorming ou produção de idéias);
dentre outras.
5. Capacidade de Aplicar e Transferir conhecimento: Envolve operações
de planejamento, organização, realização, execução e produção, que tem
por objetivo dirigir situações e construir proposições que transformem os
conhecimentos em práticas (BORDENAVE & PEREIRA, 1977). As
principais atividades que partem deste tipo de capacidade são:
• Aplicação de métodos;
• Delegar funções a alunos;
• Simulação de situações;
• Estágios direcionados;
• Analise e avaliação de situações reais; dentre outras.
Estas atividades representam apenas sugestões, que segundo Bordenave e
Pereira (1977), devem ser adicionadas de modo viável ao estilo do professor, e não ser
tratadas como regras irrefutáveis. E tais atividades de ensino tendem a se combinar de
maneira que não só um tipo de atividade seja utilizado ao mesmo tempo.
Segundo Bordenave e Pereira (1977), a combinação dessas atividades pode ter
duas dimensões. A primeira dimensão é uma complementaridade horizontal ou
simultânea, ou seja, são atividades que fazem parte da mesma capacidade cognitiva, o
que pode vir a dar ao aluno oportunidade de se adequar melhor ao método. E a segunda
dimensão é uma complementaridade longitudinal ou seqüencial, ou seja, são atividades
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
de capacidades cognitivas diferentes, mas que podem dar ao aluno uma visualização de
uma situação ou temática por meios diferentes ao mesmo tempo. Essas dimensões não
contribuem “somente para o enriquecimento da aprendizagem, mas também para a
retenção do aprendido” (BORDENAVE & PEREIRA, 1977, p. 132).
Nessa perspectiva, podem-se criar relações entre estilos de aprendizagem e
atividades de ensino, para se identificar modelos que possam assumir melhores
resultados na aprendizagem dos alunos, e aumentar a eficácia das aulas nos ambientes e
instituições de ensino (KOLB; RUBIN & MCINTYRE, 1978; ACHARYA, 2002;
LENG & TIN, 2002; VALENTE et al., 2008; VALENTE et al., 2009; SOUZA et al.,
2011). O que está altamente ligado à proposta do seguinte estudo, no intuito de criar
relações de excelência entre o ensino e a aprendizagem, que possam dar melhores
resultados em sala de aula.
Os métodos propostos por Kuethe (1978), apesar de conseguirem relacionar-se
aos Estilos de Aprendizagem, não podem ser facultados aos Modos de Aprendizagem,
quando parte-se da mesma perspectiva. Pois, um Modo de Aprendizagem pode está
ligado a dois Estilos de Aprendizagem. Assim, torna-se relevante também, criar relações
significativas entre os Modos de Aprendizagem e as Atividades de Ensino da teoria de
Bordenave e Pereira, que se baseiam nas capacidades cognitivas dos indivíduos. Desse
modo, está indicado nos esquemas a seguir o modelo relacional das Capacidades
cognitivas com os Modos de Aprendizagem (Figura 6).
Capacidade de Observar
Observação Reflexiva (OR)
Conceptualização Abstrata (CA)
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Figura 6. Esquema relacional entre as Capacidades cognitivas e os Modos de Aprendizagem
Fonte: Elaborado pelo autor.
Assim, analisando a figura 6, observa-se que, em um processo de ensino-
aprendizagem, quando os alunos possuírem características, por exemplo, de
Experimentação Ativa (EA), pode-se utilizar atividades que envolvam as Capacidades
de Aplicar, de Analisar e de Teorizar. Assim, é provável que este alunado tenha melhor
aproveitamento com atividades como: Diagnóstico de situações; Redação de resenhas
críticas; Aplicação de métodos; entre outras.
Capacidade de Analisar
Experimentação Ativa (EA)
Observação Reflexiva (OR)
Capacidade de Teorizar
Experimentação Ativa (EA)
Conceptualização Abstrata (CA)
Capacidade de Sintetizar
Experiência Concreta (EC)
Capacidade de Aplicar
Experiência Concreta (EC)
Experimentação Ativa (EA)
Conceptualização Abstrata (CA)
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
3. MÉTODOS
Os métodos escolhidos para desenvolver a seguinte pesquisa tiveram o intuito de
estabelecer relações entre os estilos de aprendizagem e os métodos de ensino no curso
de Administração da UFAL, e verificar como a questão de Ensino-Aprendizagem está
sendo conduzida no ambiente educacional escolhido.
Inicialmente foi desenvolvida uma base para o estudo do Ensino e da
Aprendizagem. Nos estudos desenvolvidos sobre Ensino e Aprendizagem, a pesquisa
foi conduzida focando-se, tanto em literaturas acadêmicas, quanto em literaturas
didáticas e literaturas clássicas, como: Piaget (1971), Bordenave e Pereira (1977),
Kuethe (1978), Kolb e Fry (1975), Kolb (1984, 1999a), Luckesi (1990), Libâneo
(1990), Valente et al. (2008), Santos (2008a), Souza et al. (2011), entre outros autores
citados no decorrer do estudo.
3.1. Tipo de pesquisa
A pesquisa adotou caráter descritivo com uma abordagem quantitativa e
qualitativa visando desenvolver um mapeamento dos estilos de aprendizagem dos
alunos e os métodos de ensino dos professores. O estudo envolveu a análise de um caso
selecionado do fenômeno de interesse, para produzir dados e informações de instrução,
de como a instituição pode tirar proveito das questões demográficas, comportamentais,
de personalidade e cognitivas dos alunos (LARSON & FARBER, 2004; MALHOTRA,
2011).
3.2. Definição do caso estudado
O curso escolhido para a análise foca-se na formação do alunado baseando-se na
criação de habilidades potenciais para a administração. Observa-se que os incentivos à
aquisição de novas competências são derivados da aprendizagem contínua e da
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
motivação dada aos alunos pelos professores. Então, visando a aprendizagem do
alunado em questão e a facilitação do trabalho de aprendizagem, a definição por um
curso de graduação que estuda um ambiente prático, decorreu da premissa de que o
ensino voltado para os estilos de aprendizagem dos alunos, podem trazer ganho de
tempo, uma aprendizagem mais eficaz, e a formação concreta das habilidades do
administrador, de um modo que se adéqüe ao modo como os alunos aprendem. Nesse
sentido, a verificação dos estilos de aprendizagem em função dos métodos de ensino,
torna-se relevante para aferir o quanto à instituição (professores) está alinhado com a
demanda de seus alunos, produzindo uma relação direta com as melhorias contínuas do
ensino.
3.3. Coleta de dados
3.3.1. Premissas básicas
Inicialmente foi traçado o panorama do ambiente educacional em questão,
focalizando as visões gerais da instituição e do ensino. Buscou-se compreender a
relação que existe entre os métodos de ensino e o modo como os alunos aprendem,
pondo também em relevância, o ambiente. A aplicação do questionário nos alunos foi
por acessibilidade, frente à quantidade de alunos no curso de administração foi
impossibilitado um estudo maior, tanto pelo decesso de tempo dos respondentes, quanto
pela sazonalidade nas aulas de alguns alunos. O universo da pesquisa abrangeu 249
alunos (77,81% do total de aproximadamente 320 alunos) e 19 professores (100%), do
curso de Administração do período diurno.
3.3.2. Instrumentos de coleta de dados
Os instrumentos utilizados para a coleta de dados foi o Inventário de Estilos de
Aprendizagem (IEA), e um roteiro de análise para as questões de ensino. O Inventário
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
de Estilos de Aprendizagem foi respondido por 249 alunos, que correspondeu a 77,81%
dos alunos de Administração diurno, sendo 128 alunos do sexo feminino (51,4%), e 121
alunos do sexo masculino (48,6%) e, por 15 professores (78,% do total de professores).
3.3.2.1. Inventário de estilos de aprendizagem
Foi aplicado o inventário de estilos de aprendizagem (IEA), instrumento
desenvolvido por David Kolb (1984, 1999a) (Apêndice B), nos alunos do curso de
Administração, e também nos professores para identificar o perfil aprendente destes em
relação às atividades de professor (HARB et al., 1995). O inventário de estilos de
aprendizagem foi adaptado pelos autores deste estudo, e foram acrescentadas outras
questões ao Inventário no intuito de identificar também as questões demográficas dos
alunos, como idade, sexo, profissão dos pais, entre outras questões (Ver Apêndice B).
3.3.2.2. Roteiro de observação
O roteiro de observação teve o objetivo de apontar o formato de ensino que os
professores assumem em sala de aula, como definem as temáticas específicas, e à
receptividade dos alunos para esses formatos.
Esse roteiro dividiu-se em duas etapas:
• Na primeira etapa, foi levantado junto aos professores o método de
ensino utilizado por estes, visando obter a opinião deles sobre o próprio
método de ensino. O intuito foi conhecer o método de ensino dos
professores e compreender como são conduzidas suas aulas. Assim
como, a idade, o tempo de ensino, o intitulação, dentre outras questões
correspondentes aos professores (Apêndice C).
• Na segunda etapa, foi desenvolvida uma observação empírica do
ambiente de ensino e dos métodos de ensino dos professores, para
60
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
identificar as principais questões pertinentes ao estudo, baseada nas
teorias de Bordenave e Pereira (1977) e Valente et al. (2007).
3.4. Tratamento dos dados
Os dados obtidos na pesquisa foram tabulados e analisados no software
estatístico Statistic Package for Social Science – SPSS 17.0. Realizaram-se
mensurações dos estilos de aprendizagem dos participantes da pesquisa de forma
quantitativa, analisados através de estatística descritiva adequada aos dados coletados,
como média e desvio padrão, e foram comparados aos valores normativos do Inventário
de Estilos de Aprendizagem (KOLB, 1999b).
Os dados obtidos sobre os estilos de aprendizagem e os métodos de ensino estão
apresentados de forma descritiva. Desse modo, foi possível obter um panorama do
ambiente de ensino em questão, identificando como os professores atuam e qual o seu
posicionamento frente ao processo de aprendizagem. Esses dados forneceram elementos
para verificar qual a principal característica de aprendizagem acionada pelo formato de
aula utilizado.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
4. RESULTADOS, ANÁLISE E DISCUSSÃO
4.1. O ambiente de ensino investigado
O ambiente investigado foi o curso de Administração Bacharelado de uma
universidade pública do estado de Alagoas, a UFAL. Esta universidade, vista a ser a
principal do estado, permitiu que o estudo partisse de premissas atuais de
empreendedorismo e inovação, difundidas dentro dos cursos de administração no país.
Percebe-se que através do crescimento da temática empreendedora, tanto no Brasil,
quanto em países de economias emergentes, os alunos de administração estão sendo
influenciados por tais idéias, e cada vez mais impelidos a abrir seus próprios negócios.
Para influenciar, e até ensinar aos alunos, dinâmicas mercadológicas e processos
de inovação, existe a necessidade de incentivos dos diversos formatos, para criação de
idéias, para participação dos alunos, assim como, para o seu comprometimento, e um
espaço adequado, dentro do ambiente de ensino, que possa ser propício para tais
atividades (ADU-FEBIRI, 2002; SOUZA et al., 2011).
É provável que em um ambiente de ensino confortável e com infra-estrutura
adequada, os alunos sintam-se mais motivados a estarem presentes (ADU-FEBIRI,
2002; LENG & TIN, 2002). Nesse sentido, observam-se, nesse ambiente, algumas
características sobre conforto dentro das salas de aula e equipamentos de multimídia4.
Visualizam-se a existência nas salas de aula, espaços que estão dentro de padrões
aceitáveis, e razoavelmente confortáveis, especialmente para atividades de aula
expositiva, preleção e discussão.
Os equipamentos de multimídia, embora não atendam à demanda, são
disponibilizados aos professores em qualquer aula. Segundo Bordenave e Pereira (1977)
e Adu-Febiri (2002), os alunos tendem a se interessar mais pelas aulas, quando utilizado
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
em sala de aula, equipamentos que deem dinamicidade às atividades. Afirmam ainda
que, o processo de motivação do aluno está altamente relacionado ao ambiente em que
está inserido (BORDENAVE & PEREIRA, 1977; ADU-FEBIRI, 2002).
Valente et al. (2007, p. 67) ressaltam que, igualmente, o processo de ensino e
aprendizagem “é uma via de mão dupla e que depende da predisposição de ambos os
atores de enfrentar toda a sorte de entraves que possa advir”5.
4.2. Métodos de ensino segundo os Docentes
Através do roteiro de entrevista aplicado junto aos professores do curso de
Administração para obter-se a opinião destes sobre seus próprios métodos de ensino,
pôde-se compreender que alguns professores não possuem ciência sobre que métodos
são mais adequados para os alunos, ou qual a tipologia de métodos o próprio utiliza,
tendo apenas a afirmação de um dos professores de que “como professor, sou bastante
racional”.
Além disso, foi visualizado no decorrer da coleta de dados, o fato de alguns
professores absterem-se a responder qual o seu método de ensino utilizado, o que não
permitiu uma análise geral das principais características de ensino de todos os docentes
do curso de Administração.
Desse modo, foram mapeadas as principais atividades em sala, desenvolvidas
pelos professores, a partir da visão dos próprios (Quadro 3). Percebe-se que as
atividades desenvolvidas pelos professores estão dentro das possibilidades previstas em
sala de aula. Segundo Bordenave e Pereira (1977), os principais métodos de ensino
utilizados em sala de aula, como Preleção e Aula expositiva, apesar de serem os mais
comuns, são limitados em relação à dinâmica de ensino baseada nos estilos de
aprendizagem.
63
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
Quadro 3:
Atividades realizadas em sala de aula segundo os docentes
Fonte: Dados da pesquisa.
Identificou-se também, pelo roteiro de entrevista, que a idade média dos
professores de Administração é de 45 anos de idade, sendo 73,3% deles Doutores, o que
provavelmente indica que são profissionais com grande experiência.
No entanto, observou-se a existência de certa disparidade entre o tempo de
ensino dos professores, pois, embora o tempo médio de ensino seja de 17,8 anos,
verifica-se que 2 professores (13,3%) tinham entre 1 ou 2 anos de ensino, outros 2
professores (13,3%) tinham entre 13 e 15 anos de ensino, e a maioria dos professores
(11 professores, 73,3%) tinham mais de 20 anos de ensino, ratificando nesse sentido, a
idéia de que são professores que possuem experiência em sala de aula, e que
possivelmente, também possuem experiência no mercado.
A partir do desenvolvimento de uma observação empírica dos métodos de
Principais Atividades Equipamentos e Fundamentos
Aulas expositivas Data show; Quadro negro; Assunto corrente; Vídeos e Filmes.
Exercícios Artigos científicos; Textos de livros; Questões estruturadas; Listas.
Preleção Quadro; Data Show; Experiências administrativas.
Discussão
Estudos de caso ou estudos dirigidos; Articulação da prática com a teoria; Conversas com incentivos à participação; Envolvimento dos alunos com o assunto passado.
Ambientes simulados Visitas técnicas; jogos e brincadeiras;
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ensino, investigando-se como se dão as aulas no curso de Administração, pôde-se
verificar que as atividades de ensino apontadas pelos professores, como sendo
utilizadas, realmente condizem com as atividades que foram observadas.
Bordenave e Pereira (1977) discutem o fato de que muitos pesquisadores ou
profissionais do mercado entram em sala de aula, como professor, sem conhecimentos
específicos de como lecionar. Nesse sentido, arrazoa-se a questão de que, cursos como o
de Administração possuem uma necessidade relevante, de professores que tenham
advindo do mercado ou que possuam experiências mercadológicas. Por isso, essa
fragilidade torna-se crítica, ao ponto de compreender-se que os professores de
Administração deveriam passar por cursos de capacitação e treinamento para a sua
inserção em sala de aula.
Assim, através da educação do professor, espera-se que estes agentes do ensino,
devam ser profissionais “que procurem expandir os limites intelectuais de seus alunos
com estratégias de ensino que envolva variados métodos e técnicas, de acordo com as
necessidades” (VALENTE et al., 2007, p. 68).
4.3. Estilos de Aprendizagem
Após a obtenção dos seguintes resultados dos Estilos de Aprendizagem dos
alunos de Administração, pôde-se desenvolver tanto um mapeamento dos estilos de
aprendizagem, quanto uma teia de relações entre os estilos de aprendizagem e as
variáveis abordadas, como idade, sexo, a profissão dos pais dos alunos, dentre outras
variáveis.
Através do mapeamento dos estilos de aprendizagem, pode-se visualizar que o
estilo de preferência dos alunos foi o Assimilador, com 46,2% da amostra, e em
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
seguida, o estilo Divergente, com 23,3%, que somam 69,5% da amostra pesquisada
(Tabela 1).
Os Assimiladores possuem características que priorizam mais a teoria do que a
prática, e são indivíduos que não gostam de lidar com questões humanas. Tendem a
demonstrar interesse, especialmente, pelas ciências básicas, e por isso, exploram mais
elementos abstratos, como conceitos e idéias. Desse modo, percebe-se que os
Assimiladores tornam-se mais propícios a se relacionar a carreiras que envolvam a
ciência e a informação, que possivelmente não são características esperadas em
administradores. Em geral, estes indivíduos, em situações de aprendizagem formal, têm
preferências por aulas expositivas, ou assistir palestras, ou seja, possuem preferências
por aprender em sala de aula (KOLB, 1984, 1999a, 1999b; MAINEMELIS et al., 2002;
VALENTE et al., 2007; SANTOS, 2008b; VALENTE et al., 2008; SOUZA et al.,
2011).
Tabela 1:
Distribuição percentual dos alunos por Estilo de Aprendizagem
Estilo Percentual Freqüência Percentual acumulado
Assimilador 46,2% 115 69,5%
Divergente 23,3% 58 23,3%
Convergente 15,7% 39 85,1%
Acomodador 14,9% 37 100%
Total 100% 249 -
Fonte: Dados da pesquisa.
Por sua vez, os Divergentes tendem a ter grande habilidade imaginativa, e são
indivíduos que preferem observar situações por diversos pontos de vista, ou seja,
possuem uma tendência a se afastar de soluções convencionais para os problemas, e
procurar novas alternativas. Os divergentes, em situações de aprendizagem formal, têm
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preferência por discussões e trabalhos em grupo, ou seja, são indivíduos que possuem
mais disposição participativa. É provável também, que estes indivíduos sejam mais
receptivos a carreiras relacionadas a serviços, ou a entretenimento, que possivelmente,
pode-se afirmar que são características relevantes em administradores (KOLB, 1984,
1999a, 1999b; MAINEMELIS et al., 2002; VALENTE et al., 2007; SANTOS, 2008b;
VALENTE et al., 2008; SOUZA et al., 2011).
Os resultados encontrados, não foram compatíveis com as premissas observadas
para o desenvolvimento de habilidades comumente à administração mercadológica e a
processos de resolução de problemas, por possuírem características passivas.
Compreende-se que os estilos que tiveram menos concentração, os
Acomodadores e Convergentes, possivelmente são os estilos que mais espera-se
encontrar em Administradores, e em especial, em Empresários, pois são indivíduos que
tendem a ter características que envolvem liderança, o gosto por assumir riscos, ter
grande capacidade de resolução de problemas, e por serem lógicos (SANTOS, 2008a,
2008b).
Os resultados dos modos de aprendizagem dos alunos foram comparados aos
valores normativos encontrados no Inventário de Estilos de Aprendizagem (IEA)
(KOLB, 1999b), que é o padrão relativo aos modos de aprendizagem, desenvolvido
através das pesquisas realizadas por David Kolb (1999b) para a produção do IEA.
Visualiza-se que as comparações dos resultados não mostraram diferenças relevantes,
tanto, relativo às médias normativas, quanto aos desvios padrão (Tabela 2).
Observa-se que as diferenças mais significantes foram em relação às médias do
Abstrato-Concreto, e principalmente da média do Ativo-Reflexivo. Nos desvios padrão,
puderam-se verificar algumas diferenças relevantes, pois, os números obtidos por Kolb
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(1999b) foram superiores, e tais diferenças decorrem, especialmente, pela não igualdade
em tamanho, das amostras utilizadas em cada um dois estudos (KOLB, 1999b;
SANTOS, 2008a).
Tabela 2:
Comparação das médias e desvios padrão dos normativos de Kolb com os do estudo
Kolb Pesquisa
Modos de aprendizagem Siglas Média DP Média DP
Experiência concreta EC 26.00 6.8 24.15 6.03
Conceptualização abstrata CA 30.28 6.7 30.30 5.33
Experimentação ativa EA 35.37 6.9 33.25 6.32
Observação Reflexiva OR 29.94 6.5 32.40 6.05
Abstrato-Concreto CA - EC 4.28 11.4 6.15 9.55
Ativo-Reflexivo EA - OR 5.92 11.0 0.85 10.62
Fonte: Dados da pesquisa.
Segundo Santos (2008a), diferenças sociais e culturais de indivíduos em que
foram aplicados o Inventário de Estilos de aprendizagem (IEA), são altamente
relevantes à compreensão de qualquer discrepância entre os dados obtidos por Kolb
(1999b) e os dados obtidos em demais estudos.
Observa-se, com a plotagem das médias dos modos de aprendizagem, no
diagrama desenvolvido por Kolb (Figura 7), que os resultados dos modos de
aprendizagem dos alunos de Administração estão na média dos 32.40 pontos para o
modo Observação Reflexiva (OR), que representa aproximadamente 70% dos
indivíduos do grupo padrão de Kolb (1999b), e na média dos 30.30 pontos para o modo
Conceptualização Abstrata (CA), representando aproximadamente 50% dos indivíduos
do grupo padrão de Kolb (1999b).
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Figura 7. Diagrama de plotagem das médias dos modos de aprendizagem
Fonte: Dados da pesquisa.
Apesar de os resultados indicarem o estilo de aprendizagem Assimilador como
predominante nos alunos de Administração, verifica-se que os modos de aprendizagem
apresentados pelos alunos, estão um pouco equilibrados no eixo do diagrama dos modos
de aprendizagem (Figura 7).
Assim, é provável que estes indivíduos tenham mais facilidade a adaptar-se a
outros estilos de aprendizagem, e até transitar entre os estilos de aprendizagem sem
sofrer relevantes perdas de aprendizagem (KOLB, 1999a, 1999b; SANTOS, 2008a).
Desse modo, depreende-se que esse dado é importante, para se afirmar que a
EC: 24.15
OR: 32.40
CA: 30.30
EA: 33.25
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aprendizagem desses indivíduos, possivelmente é mais fácil, pois estão abertos a inserir-
se em outros estilos (KOLB, 1984, 1999a, 1999b SANTOS, 2008a; SOUZA et al.,
2011).
De acordo com, Acharya (2002), Valente et al. (2007), Santos (2008a), Valente
et al. (2008) e Souza et al. (2011), para se produzir melhores resultados no processo de
ensino-aprendizagem, deve-se atrair o interesse dos aprendentes focando-se em métodos
de ensino que sejam compatíveis com os estilos de aprendizagem, e em especial,
quando a aprendizagem for em grupo, que tais métodos sejam compatíveis com os
modos de aprendizagem do grupo, e no caso dos alunos de Administração, a
Observação Reflexiva (OR) e a Conceptualização Abstrata (CA). Em que, segundo
Bordenave e Pereira (1977), na aprendizagem em grupo, ao se desenvolver atividades
relacionadas às capacidades da maioria dos alunos, é provável que se consigam
resultados mais eficazes.
Segundo Harb et al. (1995) e Valente et al. (2007), os professores possuem seus
próprios estilos de ensino preferidos, que em geral, correspondem aos seus estilos de
aprendizagem individuais. Nesse sentido, podem-se identificar os quatro estilos
distintos de aprendizagem dos alunos, como também identificar quatro diferentes estilos
de ensino para os professores, através da aplicação do Inventário de Estilos de
Aprendizagem (IEA) de Kolb (BELHOT, 1997; HARB et al., 1995; VALENTE et al.,
2007).
Assim, quando o Inventário de Estilos de aprendizagem foi aplicado com os
professores, verificou-se que 53,3% dos professores possuíam o estilo Convergente, e
33,4% possuíam o estilo Assimilador. Os outros dois estilos, Divergente e Acomodador
ficaram distribuídos nos 14% restantes (Gráfico 1).
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Gráfico 1 – Estilos de aprendizagem dos professores de Administração
Fonte: Dados da pesquisa.
Desse modo, compreende-se a proposta de Harb et al. (1995), que relaciona os
estilos de ensino com estilos de aprendizagem de Kolb. Assim, visualizam-se através
das características de aprendizagem dos professores de administração, as suas
respectivas características de ensino. Sendo, o estilo Convergente, o de maior
concentração entre esses professores, percebe-se que possuem as características de
Tutores, ou seja, visam a produtividade dos alunos, e costumam combinar aulas em sala,
com aulas em laboratórios e atividades extra-classe (Quadro 4) (HARB et al., 1995;
VALENTE et al., 2007).
O segundo estilo de maior concentração entre os professores de Administração
foi o estilo Assimilador, que possui características de expositores. Como expositores, os
professores, comumente, preferem utilizar-se de métodos de ensino mais tradicionais,
principalmente de aulas expositivas. Além disso, os expositores costumam ser mais
rígidos em relação à passagem de conhecimento, visando sempre à fundamentação das
aulas em teorias (HARB et al., 1995; VALENTE et al., 2007).
Percebe-se, que essas particularidades de ensino baseadas nas proposições de
Harb et al. (1995) e Valente et al. (2007), têm grande compatibilidade com a realidade
dos professores do curso de Administração (Quadro 4).
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Quadro 4:
Estilo de ensino dos professores através de seus respectivos estilos de aprendizagem
Estilo de aprendizagem
Percentagem Estilo de ensino
Convergente
53,3% dos
professores
Tutores:
• Visam a independência dos alunos;
• Combinam aulas formais com laboratório e com atividades extra-classe;
• Procuram que os alunos produzam em sala.
Assimilador
33,4% dos
professores
Expositores:
• Visam à transmissão de conhecimento;
• Conduzem aulas expositivas e são mais tradicionais;
• Procuram ser rigorosos e autoritários.
Fonte: Dados da pesquisa.
Comparando-se tais características de ensino dos professores com os estilos de
aprendizagem dos alunos, pode-se observar que existem algumas disparidades, com
exceção, do estilo Expositor. Verificou-se este estilo como o segundo na preferência dos
professores (33,4%). Sendo Expositores, possuem relevantes predisposições para
desenvolver métodos de ensino compatíveis com a maioria dos alunos de Administração
(46,2%), que são de estilo Assimilador.
4.4. Análise relacional: Estilos de Aprendizagem versus Métodos de Ensino
Foram feitas análises relacionais entre as teorias dos Estilos de Aprendizagem de
Kolb (1984) e dos Métodos de Ensino de Kuethe (1978), pois, como observado na
revisão teórica, ficou compreendido que a teoria de Kuethe melhor se adéqua à teoria de
Kolb, pois propõe métodos de ensino, que relacionam-se à resolução de problemas.
Desse modo, essas técnicas consideram o melhor método de ensinar determinado tema,
com o objetivo de resolver as problemáticas do tema discorrido (KUETHE, 1978). E
assim, assemelha-se ao fundamento dos estilos de aprendizagem, que parte do
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desenvolvimento de atalhos, pelo próprio indivíduo, para a resolução de problemas
(KOLB, 1999a).
O intuito foi criar uma teia entre as teorias de David Kolb e James Kuethe, de
modo que fossem relacionadas, com vias a criar um parâmetro, tanto para os alunos
compreenderem qual o método de ensino que melhor se encaixa ao seu estilo de
aprendizagem, quanto para os professores tomarem ciência de quais técnicas devem ser
utilizadas para cada estilo de aprendizagem.
O quadro 5 relaciona os Estilos de Aprendizagem à três métodos de ensino. É
possível afirmar, que o primeiro método seja o mais adequado para determinado estilo
de aprendizagem. E que, o segundo e o terceiro método, são apenas métodos possíveis
para determinado estilo de aprendizagem, ou seja, são métodos que podem ser
executados no estilo de aprendizagem relacionado, sem grande perda na aprendizagem.
Quadro 5:
Relação de adequação dos Métodos de Ensino aos Estilos de Aprendizagem
Estilo de
aprendizagem
Método de ensino
mais adequado
Outros Métodos possíveis
Divergente
Discussão • Jogos didáticos
• Criar projetos
Assimilador
Preleção • Recitação
• Instrução programada
Convergente
Jogos didáticos • Ambientes simulados
• Criar projetos
Acomodador
Criar projetos • Jogos didáticos
• Ambientes simulados
Nota. Analise do autor a partir das teorias de Kolb (1984; 1999a) para os estilos de aprendizagem e de Bordenave e Pereira (1977) para os métodos de ensino.
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Comparando os estilos de aprendizagem em concentração, com os respectivos
métodos de ensino, podem-se visualizar quais os métodos mais adequados a serem
utilizados. Tendo-se o estilo em concentração o Assimilador, com 46,2%, compreende-
se o método mais adequado a Preleção, considerando também, como possíveis métodos
a Recitação e a Instrução Programada. Sendo o estilo Divergente, com 23,3%, o
segundo estilo em concentração, afirmar-se que o método mais adequado é a Discussão,
podem-se considerar também, como possíveis métodos os Jogos Didáticos e a Criação
de projetos.
Em relação aos Modos de Aprendizagem e as Atividades de Ensino de ensino,
visualiza-se que o modo de aprendizagem de maior concentração foi o da Observação
Reflexiva (OR). Nesse sentido, torna-se perceptível, através da teoria das Atividades de
Ensino, propostas por Bordenave e Pereira (1977), que duas das capacidades cognitivas
são compatíveis com o Modo de Aprendizagem da Observação Reflexiva (OR), a
Capacidade de Observar e a Capacidade de Analisar. Estas capacidades envolvem
atividades de ensino, principalmente: Aulas expositivas, Seminários, Técnicas de
diagnóstico, dentre outras (Quadro 6).
Quadro 6:
Atividades de ensino pelas capacidades cognitivas dos indivíduos da Observação Reflexiva (OR)
Modo de
aprendizagem Capacidades cognitivas Atividades de ensino
Observação Reflexiva (OR)
Capacidade de Observar Visitas/ Técnicas de diagnóstico/ Palestras/ Aulas expositivas com auxílios audiovisuais.
Capacidade de Analisar Estudos de caso/ Discussão dirigida/ Visualização de esquemas, diagramas e gráficos/ Demonstração de métodos.
Fonte: Dados da pesquisa.
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4.5. Outras questões relevantes
Por fim, buscou-se analisar a profissão dos pais dos alunos pesquisados, com o
intuito de inferir sobre a provável realidade que estes alunos vivem, partindo do
pressuposto de que através da visualização da profissão, é possível conhecer a classe
social do indivíduo.
Tabela 3 :
Profissão dos pais dos alunos pesquisados
Fonte: Dados da pesquisa.
Pode-se observar na Tabela 3, que houve dez profissões em concentração, sendo
Funcionário Público (14,1%), Aposentado (10,8%), Autônomo (8,4%) e Empresário
(8%) as de maior percentagem. Analisando as dez profissões em concentração, percebe-
se que não são profissões de baixa renda, sem contar que, muitas das outras 46
profissões abrangem também: médicos, dentistas, advogados, juízes, dentre outras
profissões também não são consideradas de baixa renda.
Ou seja, a maioria do alunado de administração provavelmente está entre a
classe B (classe média) e a classe A (classe alta), no qual, pode-se afirmar que também
devem ser alunos com alto nível de escolaridade. Segundo Kolb (1999b), os estilos de
aprendizagem estão ligados ao perfil do indivíduo, inclusive sua realidade e sua classe
Profissões Freqüência Percentagem
Funcionário Público 35 14,1%
Aposentado 27 10,8%
Autônomo 21 8,4%
Empresário 20 8%
Professor 15 6%
Comerciante 15 6%
Motorista 9 3,6%
Administrador 8 3,2%
Bancário 6 2,4%
46 outras profissões 133 37,5%
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social. Depreende-se então, que tais fatos justificam as poucas diferenças entre os dados
normativos encontrados por Kolb (1999b) e os dados encontrados neste estudo.
Quanto à validade do constructo do Inventário de Estilo de Aprendizagem
(IEA), têm-se questionamentos, pois não existe tradução oficial do IEA para o
português. Entretanto, segundo Cerqueira (2000), as pesquisas desenvolvidas sobre os
estilos de aprendizagem de Kolb no Brasil, demonstram que os resultados condizem
com as características dos estilos de aprendizagem, e que o IEA tem determinado o
estilo de aprendizagem dos indivíduos de modo correto.
Valente et al. (2007) reitera as proposições desenvolvidas por Cerqueira (2000),
afirmando que essas constatações de que os resultados realmente condizem com a
realidade, também foram também observadas nos resultados obtidos em seu estudo:
Quando da apresentação dos resultados do teste aos sujeitos pesquisados, que ao ler as características do estilo de aprendizagem no qual se inseriam de acordo com o teste Kolb, confirmavam serem aquelas as suas preferências no modo de aprender, demonstrando não somente uma aceitação em relação aos resultados do teste como também, em alguns casos, uma certa admiração com a coincidência das características do seu perfil e de seu estilo de aprendizagem (VALENTE et al., 2007, p. 64).
Fato que também foi visualizado no seguinte estudo, quando apresentado os
resultados do teste aos respectivos respondentes. Os indivíduos que puderam ver o
resultado do teste, logo se identificaram com as características do seu estilo de
aprendizagem, o que, possivelmente, torna os resultados obtidos neste trabalho, o mais
próximo da realidade do ambiente estudado.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS, RECOMENDAÇÕES E LIMITAÇÕES
O resultado do modo de aprendizagem em concentração do alunado investigado,
neste estudo, agrupou-se no modo da Observação Reflexiva. Provavelmente, os
indivíduos que estão neste modo de aprendizagem, têm o extremo cuidado em observar
atentamente as coisas que aprende no intuito de fazer reflexões sob vários ângulos.
Especialmente na aprendizagem formal, são indivíduos mais receptivos às atividades
em sala de aula e atividades em grupo. Pode-se dizer então, que talvez, seja mais
interessante a educação básica, para os indivíduos desse modo de aprendizagem.
Pode-se verificar também, que os estilos de aprendizagem que tiveram maior
concentração foram os Assimiladores e os Divergentes. Tais indivíduos, segundo a
literatura, possuem preferência por aulas expositivas, gostam de assistir palestras, de
atividades em sala de aula, de discussões, e trabalhar em grupo, o que é compatível com
os métodos utilizados pelos professores do curso de Administração da universidade
investigada.
Embora os métodos de ensino utilizados sejam os mais adequados para o
alunado de administração, o estilo de ensino dos professores concentraram-se no estilo
Tutor (Estilo de aprendizagem Convergente), que é um estilo de professores que visam
mais a produtividade dos alunos, e tem preferência por atividades extraclasse, bem
como, aulas em laboratórios e simulações, que não possui muitas compatibilidades com
os estilos de aprendizagem dos alunos. No entanto, foi encontrada uma compatibilidade,
através da identificação do segundo estilo em maior concentração entre os professores,
o estilo Expositor (estilo de aprendizagem Assimilador), que possui características de
ensino mais tradicional, e preferências, especialmente, por preleções e aulas expositivas.
Observa-se também, outro fator relevante para este estudo, que está relacionado
à aprendizagem efetiva dos alunos. Identificou-se no decorrer do estudo que muitos
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
alunos se queixavam por não terem uma aprendizagem eficaz em sala de aula, nos
quais, foram apontados alguns fatores, entre eles: métodos de ensino antiquados. Porém,
não foi encontradas discrepâncias entre os estilos de aprendizagem dos alunos de
Administração e os métodos de ensino utilizados pelos professores, pelo contrario,
houve mais semelhanças que assimetrias.
Conclui-se então, que através da utilização de ferramentas de ensino compatíveis
com os estilos de aprendizagem, podem-se conseguir melhores resultados no processo
de aprendizagem, de modo que deixem os alunos mais a vontades a aprender. Mas que,
torna-se perceptível, que para se conseguir uma aprendizagem efetiva dos aprendentes,
é necessário que estes estejam motivados dentro do ambiente de ensino.
Depreende-se também, que os estilos de aprendizagem desse alunado vão de
encontro aos valores empreendidos pelo curso e pelos professores de Administração,
que visam à formação de lideres e de empreendedores. Pois, os estilos de aprendizagem
em concentração possuem bastantes características passivas, o que aponta
incompatibilidade com as premissas estruturais de um empreendedor.
O instrumento utilizado neste estudo, o Inventário de Estilos de Aprendizagem
(IEA), é um ótimo indicador de como se tirar proveito dos estilos de aprendizagem dos
indivíduos, em especial, por apontar técnicas especificas que possam deixar os alunos
mais confortáveis a aprender. A literatura também aponta que os próprios indivíduos
podem fortalecer seus estilos de aprendizagem, e que, o ganho de aprendizagem pode
ser consideravelmente maior, caso os aprendentes desenvolvam as aptidões de seu estilo
de aprendizagem, algo que, o próprio professor pode vir a incentivar.
As limitações deste estudo advêm de seu formato unidimensional, pois, não há
comparações com outros ambientes de mesma característica, e as principais
considerações deste trabalho são altamente relevantes, somente, para o ambiente de
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ensino estudado. Desse modo, compreende-se a existência de dificuldades de
abrangência para os dados encontrados, para além desse estudo. Entretanto, verifica-se a
criação de novos conhecimentos relevantes para o curso de Administração da UFAL,
que envolve tanto a compreensão de que os métodos utilizados pelos professores são os
corretos para os estilos de aprendizagem dos alunos, quanto para desenvolver novos
meios de motivação à aprendizagem dos alunos, no intuito de conseguir melhores
resultados em sala de aula. A profundidade obtida com esses conhecimentos visa
impelir novos estudos para a investigação da motivação dos alunos em sala, e também
para a utilização da aprendizagem experiencial em ambientes de ensino.
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APÊNDICES
(Notas, Questionários, e Roteiros)
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
APÊNDICE A
NOTAS. 1 Segundo o dicionário Aurélio da língua portuguesa, Dissertação é:
“1. Exposição desenvolvida, escrita ou oral, de matéria doutrinada, científica ou artística. 2. Exposição, escrita ou oral, acerca de um ponto das matérias estudadas, que os estudantes apresentam aos professores. 3. discurso; conferência; preleção.” (FERREIRA, 1986, p. 599).
Nesse sentido, os autores do seguinte estudo, tomaram a liberdade de denominar este trabalho de conclusão de curso de graduação como uma Dissertação, tanto, face à relevância do estudo, quanto, face à abrangência da palavra. 2 Tradução do original “Village” de Weil e McGill (1989). 3 A definição utilizada neste trabalho para Empreendedor, foi a proposta por Santos (2008b, pp. 65-66) em que
“empreendedor é alguém que sente necessidade de criar novos produtos e serviços para atender as demandas da sociedade ou inovar, melhorando o que já existe. Para executar essas ações é necessário ser proativo (ter visões e antecipar o futuro) e estar decidido a agir da forma que julgue adequada para iniciar a atividade a que se propõe, ou seja, empreender. Nesse contexto ele atua e exerce a destruição criativa”.
4 Compreendem-se, salas de aula confortáveis, com: ventilação, cadeiras acolchoadas, quadros brancos, entre outros; E equipamentos de multimídia, como: computadores, data shows, som e vídeo, dentre outros equipamentos. 5 Por razões éticas, os autores deste estudo abstêm-se de apontar fatos que possam gerar futuros problemas para a instituição ou para os alunos, e também criar comparações entre ambientes de ensino. O intuito destas decisões parte, em especial, da manutenção da integridade de todos os envolvidos.
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
APÊNDICE B – Inventário de estilos de aprendizagem - adaptado de Kolb (1999a) para aplicação nos estudantes e nos professores
Esta foi uma tradução, do espanhol para o português, desenvolvida e adaptada
pelos autores deste estudo para o Inventário de Estilos de Aprendizagem. Esta tradução
não foi revisada por especialistas em tradução, nem autorizada pela equipe editorial e de
direitos autorais de David A. Kolb. No entanto, o intuito foi deixar o mais claro possível
e adaptável ao português.
Desse modo, pede-se ao leitor que consulte o Inventário original no “Inventario
de Estilos de Aprendizaje” (KOLB, 1999a), terceira versão, publicada pela
Hay/MacBer, tanto para se obter maior precisão do texto, quanto para conhecer todo o
Inventário” (Ver Anexo 1).
Inventário de Estilos de Aprendizagem
SEXO: Período/Ano:_______
Feminino Masculino
Profissão dos Pais:________ Bairro onde mora:_______ Idade:_______
Abaixo você encontrará 12 frases com opções para completá-las. Avalie o final, de cada frase considerando aquele que você acha que se encaixa melhor com o que você faria ao aprender algo. Em seguida, nos espaços em branco, dê um valor “4” para o fim da frase que descreve melhor como você aprende até “1” para o fim da frase que parece menos com a maneira de você aprender. Não deixe nenhum espaço em branco e não repita o mesmo número em cada linha.
Exemplo:
Sentença A Nº B Nº C Nº D Nº
1. Eu prefiro:
Ler 2 Ouvir 3 Falar 1 Agir 4
Lembre-se:
4 = mais parecido com você, melhor maneira para você aprender;
3 = segundo mais parecido com você, segunda melhor maneira para você aprender;
2 = terceiro mais parecido com você, terceira melhor maneira para você aprender;
1 = menos parecido com você, maneira menos provável de você aprender.
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Sentença A Nº B Nº C Nº D Nº
1. Quando eu aprendo:
Gosto de lidar com
meus sentimentos
Gosto de refletir
sobre idéias
Gosto de estar fazendo
coisas
Gosto de observar e
escutar
2. Aprendo melhor quando:
Escuto e observo com
atenção
Me apóio no pensamento
lógico
Confio nas minhas
intuições e sentimentos.
Trabalho de forma intensa para realizar
as coisas.
3. Quando estou aprendendo:
Tendo a examinar as
coisas.
Sou responsável em relação às
coisas.
Mantenho-me calado e reservado.
Tenho
sentimentos e reações fortes.
4. Eu aprendo:
Sentindo. Fazendo. Observando. Pensando.
5. Quando aprendo:
Fico aberto a novas
experiências.
Examino todos os lados das
questões.
Analiso as coisas,
decompondo-as em partes.
Gosto de
experimentar as coisas.
6. Quando estou aprendendo:
Sou uma pessoa
observadora
Sou uma pessoa ativa.
Sou uma pessoa
intuitiva.
Sou uma pessoa lógica.
7. Aprendo melhor a partir de:
Observação. Relacionamentos
pessoais.
Teorias racionais.
Oportunidades de
experimentar e praticar.
8. Quando aprendo:
Gosto de ver os resultados
do meu trabalho.
Gosto de idéias e
teorias.
Penso antes de agir.
Sinto-me pessoalmente envolvido nas
coisas.
9. Aprendo melhor quando:
Me apóio nas minhas
observações.
Me apóio nos meus
sentimentos.
Posso tentar as coisas por mim mesmo.
Me apóio nas minhas idéias.
10. Quando estou aprendendo:
Sou uma pessoa
reservada
Sou uma pessoa acolhedora
Sou uma pessoa
responsável.
Sou uma pessoa
racional.
11. Quando aprendo:
Me envolvo todo.
Gosto de observar.
Avalio as coisas.
Gosto de estar
ativo.
12. Aprendo melhor quando:
Analiso as idéias.
Sou receptivo e
com a mente aberta.
Sou
cuidadoso. Sou prático.
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APÊNDICE C – ROTEIRO DE ENTREVISTA PARA PROFESSORES
Título:___________ Idade:_______ Tempo de Ensino:_______
SEXO: Feminino Masculino Bairro onde mora:_______
Comente sobre o seu método de ensino utilizado:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
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ANEXOS
(Inventario de Estilos de Aprendizaje)
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ANEXO 1 – ORIGINAL DO INVENTÁRIO DE ESTILOS DE APRE NDIZAGEM
Inventario de Estilos de Aprendizaje
EJEMPLO:
Cuando aprendo
Soy feliz
2
Soy cuidadoso
4
Soy rápido
1
Soy lógico
3
1. Cuando aprendo
Me gusta manejar mis sentimientos
Me gusta pensar em las ideas
Me gusta estar activo
Me gusta observar y escuchar
2. Aprendo mejor
Cuando escucho y observo
cuidadosamente
Cuando confío em El pensamiento lógico
Cuando confio em mis
presentimientos
Cuando trabajo duramente para concretar las
tareas
3. Cuando estoy aprendiendo
Tiendo a razonar las
cosas
Soy responsable Soy Callado y reservado
Tengo reacciones y sentimientos
fuertes
4. Aprendo Sintiendo Actuando Observando Pensando
5. Cuando aprendo
Estoy abierro a nuevas
experiencias
Tomo em cuenta todos los aspectos del
problema
Me gusta analizar las cosas
em detalle
Me gusta intentar nuevas cosas
6. Cuando estoy aprendiendo
Soy uma persona
observadora
Soy uma persona activa
Soy uma persona intuitiva
Soy uma persona lógica
7. Aprendo mejor de
La observación Las relaciones personales
Teorías racionales
Las posibilidades de intentar y
practicar
8. Cuando aprendo
Me gusta ver los resultados de mi
trabajo
Me gustan las ideas y las teorías
Me tomo un tiempo antes de
actuar
Me siento involucrado
personalmente em las cosas
9.Aprendo mejor cuando
Confío em mis observaciones
Confío em mis sentimientos
Puedo intentar por mi mismo
Confío em mis ideas
10. Cuando estoy aprendiendo
Soy uma persona
reservada
Soy uma persona que acepta sugerencias
Soy uma persona responsable
Soy uma persona racional
11. Cuando aprendo
Me comprometo Me gusta observar Evalúo las situaciones
Me gusta actuar
12. Aprendo mejor cuando
Analizo las ideas
Soy receptivo y abierto
Soy cuidadoso Soy práctico
Fonte: In: KOLB (1999a). Inventario de estilos de aprendizaje (IEA).
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SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
ANEXO 2 – 1º INVENTÁRIO DE ESTILOS DE APRENDIZAGEM
1. ____ Discriminador ____ Experimentador ____ Envolvido ____ Prático
2. ____ Receptivo ____ Relevante ____ Analítico ____ Imparcial
3. ____ Sentimento ____ Observação ____ Pensamento ____ Ação
4. ____ Aceitador ____ Assume riscos ____ Avaliador ____ Consciente
5. ____ Intuitivo ____ Produtivo ____ Lógico ____ Questionador
6. ____ Abstrato ____ Observador ____ Concreto ____ Ativo
7. ____ Orientado para o presente
____ Reflexivo ____ Orientado para o futuro
____ Pragmático
8. ____ Experiência ____ Observação ____ Conceitualização ____ Experimentação
9. ____ Intenso ____ Reservado ____ Racional ____ Responsável
Apenas para a marcação dos pontos
EC 234578
OR 136789
CA 234589
EA 136789
91
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
OS AUTORES
Gustavo Henrique Silva de Souza
Graduado em Administração Bacharelado pela
Universidade Federal de Alagoas. Bolsista de Iniciação
Científica por três anos, Gustavo foi orientado pela
professora Dr. Claudia Maria Milito, e faz parte grupo de
pesquisa “Empreendedorismo: potencial, aprendizado,
inovação e estratégia – UFAL”. Gustavo atua na linha de
pesquisa ‘Potencial, Comportamento, Aprendizado,
Inovação e Estratégias empreendedoras’. Está engajado e
tem publicações nas áreas de Aprendizagem
Organizacional, Redes Estratégicas, e Aprendizagem
Experiencial. Atualmente tem seus interesses voltados para
estudos em Psicologia social.
José Fernandes Vieira Pontes Júnior
Graduado de Administração Bacharelado pela
Universidade Federal de Alagoas. Foi bolsista de Iniciação
Científica, orientado pela professora Dr. Claudia Maria
Milito, e faz parte grupo de pesquisa “Empreendedorismo:
potencial, aprendizado, inovação e estratégia – UFAL”.
Foi Coordenador Científico do XV Encontro Regional de
Administração - EREAD, e responsável pelos fechamentos
de contrato e parcerias com os palestrantes, os hotéis e as
empresas no evento. Atualmente vem atuando dentro do
mercado, especialmente nas áreas de produção, como um
consultor industrial do Grupo Pimentel Lopes.
92
SOUZA, G. H. S. de; & PONTES Jr., J. F. V. Estilos de aprendizagem dos alunos versus métodos de ensino dos professores do curso de Administração. 2011. 92 p. Dissertação de Graduação (Bacharelado em Administração) - Curso de Administração - FEAC, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2011.
ORIENTADOR
Antônio Carlos Silva Costa
Possui graduação em Ciências Sociais pela Universidade
Federal de Pernambuco (1981), mestrado em Psicologia
(Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo
(1986) e doutorado em Psicologia (Psicologia
Experimental) pela Universidade de São Paulo (1996).
Atualmente é Professor Associado da Universidade Federal
de Alagoas. Tem experiência na área de Administração,
com ênfase em Administração de Recursos Humanos,
atuando principalmente nos seguintes temas: geração de
renda, modelo assistencial, cooperativismo,
empreendedorismo e educação superior. É Professor do
Mestrado Profissional em Ensino em Saúde da UFAL. E
atua como consultor em organizações públicas e privadas
para assuntos de planejamento, diagnóstico e
desenvolvimento.