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ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO NA ILHA DO SUPERAGUI Priscilla Nascimento Amorim, Profº Dr. Roberto Martins de Souza [email protected] ; [email protected] Entende se que o termo Educação do campo é novo. E tão pouco conhecido para muitos, entretanto o mais importante não seria apenas conhecer o porquê do termo “Educação do Campo” e sim os principais objetivos que existem entorno dele, e de fato o direito a uma educação diferenciada segundo a visão de mundo dos agentes do campo/ilha. Essa luta constante para a inserção da educação construída a partir do campo inicia na década de 1990 e segue encontrando diversas limitantes até os dias de hoje. Para isso, o Programa Institucional de Bolsa a Iniciação a Docência (PIBID), e seus acadêmicos do curso de Licenciatura de Ciências Sociais, com o apoio do Colégio Estadual do Campo da Ilha de Superagui, estão conseguindo observar conflitos existentes na sua implantação, ao mesmo tempo em que atuamos na proposição de aulas na área de Conhecimento de Ciências Humanas I – sociologia e filosofia. INTRODUÇÃO Na implantação das aulas nessa perspectiva, realizamos oficinas com a participação da comunidade, professores e estudantes, a fim de gradualmente integrarmos os saberes tradicionais aos saberes escolares, dando-lhes o sentido atribuído pela comunidade, ou seja, as realidades locais organizaram os conteúdos da área de conhecimento, mediados pela didática histórico-crítica. De outra forma, propiciar alunos a prática de uma educação do campo como (aulas expositivas, leituras, debates, partilhas, desenhos, pesquisas, etc.) que inclui seu cotidiano, o que tem demonstrado até o presente uma participação maior nas aulas para que façam essa construção de conhecimentos a partir dos saberes tradicionais sobre a Ilha (saberes/modo de vida). METODOLOGIA RESULTADOS E DISCUSSÃO Nossa ação, enquanto bolsistas, promoveu diferenças na medida em que nosso conhecimento dos limites e desafios postos no cenário da escola nos facultou a compreensão dos “olhares” oriundos dos professores, funcionários e comunidade e alunos da Ilha sobre as dificuldades e experiências em educação do campo vivenciados na escola, permitindo que antecipássemos obstáculos e tivéssemos formação para realizarmos planos de aula a partir da visão de mundo dos pescadores e pescadoras artesanais. Aliás, para a realização dos planos de aulas, foi necessário reformularmos os eixos temáticos com base no PPP das Ilhas, identificando no contexto local, os conflitos e disputas que envolvem o mundo do trabalho dos pescadores e pescadoras artesanais. Referências: Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro/São Paulo: EPSJV- Fiocruz/Expressão Popular, 2012, pp. 217. http://novo.mst.org.br/educacao-cultura-e-comunicacao/ Por uma Educação do Campo. Brasília: Incra; MDA, 2008. Pg 77. Paraná, SEED. Projeto Político Pedagógico das Ilhas do Litoral do Paraná. 2009. SOUZA, Maria Antônia de. Educação do campo: políticas, práticas pedagógicas e produção científica. Educ. Soc. [online]. 2008, vol.29, n.105. CONCLUSÕES Todas essas observações trazem suposições sobre alguns limites e desafios, sobretudo, indicam a precariedade no processo de formação docente em educação do campo por parte do Estado do Paraná, nos últimos 4 anos. Atenta-se para a importância da formação docente e a responsabilidade dos processos formativos propostos pelo PIBID Ciências Sociais, que em pouco mais de 3 meses viabilizou práticas pedagógicas em educação do campo, para nove bolsistas, demonstrando com isso que os limites da construção da proposta se referem muito mais a motivos ideológicos e políticos – negam a diferença e produzem a desigualdade social na educação - do que operacionais e pedagógicos. Nesse ponto de vista, não é possível negligenciar o direito étnico desses grupos sociais, por isso, independente da postura política de governos, cabe a comunidade, docentes, técnicos e alunos reivindicar essa construção coletiva da educação do campo.

ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO NA ILHA DO SUPERAGUI Priscilla Nascimento Amorim, Profº Dr. Roberto Martins de Souza [email protected]

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ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO DA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO DO CAMPO NA ILHA DO SUPERAGUI

Priscilla Nascimento Amorim, Profº Dr. Roberto Martins de Souza [email protected] ; [email protected]

Entende se que o termo Educação do campo é novo. E tão pouco conhecido para muitos, entretanto o mais importante não seria apenas conhecer o porquê do termo “Educação do Campo” e sim os principais objetivos que existem entorno dele, e de fato o direito a uma educação diferenciada segundo a visão de mundo dos agentes do campo/ilha. Essa luta constante para a inserção da educação construída a partir do campo inicia na década de 1990 e segue encontrando diversas limitantes até os dias de hoje. Para isso, o Programa Institucional de Bolsa a Iniciação a Docência (PIBID), e seus acadêmicos do curso de Licenciatura de Ciências Sociais, com o apoio do Colégio Estadual do Campo da Ilha de Superagui, estão conseguindo observar conflitos existentes na sua implantação, ao mesmo tempo em que atuamos na proposição de aulas na área de Conhecimento de Ciências Humanas I – sociologia e filosofia.

INTRODUÇÃO

Na implantação das aulas nessa perspectiva, realizamos oficinas com a participação da comunidade, professores e estudantes, a fim de gradualmente integrarmos os saberes tradicionais aos saberes escolares, dando-lhes o sentido atribuído pela comunidade, ou seja, as realidades locais organizaram os conteúdos da área de conhecimento, mediados pela didática histórico-crítica. De outra forma, propiciar alunos a prática de uma educação do campo como (aulas expositivas, leituras, debates, partilhas, desenhos, pesquisas, etc.) que inclui seu cotidiano, o que tem demonstrado até o presente uma participação maior nas aulas para que façam essa construção de conhecimentos a partir dos saberes tradicionais sobre a Ilha (saberes/modo de vida).

METODOLOGIA

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nossa ação, enquanto bolsistas, promoveu diferenças na medida em que nosso conhecimento dos limites e desafios postos no cenário da escola nos facultou a compreensão dos “olhares” oriundos dos professores, funcionários e comunidade e alunos da Ilha sobre as dificuldades e experiências em educação do campo vivenciados na escola, permitindo que antecipássemos obstáculos e tivéssemos formação para realizarmos planos de aula a partir da visão de mundo dos pescadores e pescadoras artesanais. Aliás, para a realização dos planos de aulas, foi necessário reformularmos os eixos temáticos com base no PPP das Ilhas, identificando no contexto local, os conflitos e disputas que envolvem o mundo do trabalho dos pescadores e pescadoras artesanais.

Referências: Dicionário da Educação do Campo. Rio de Janeiro/São Paulo: EPSJV- Fiocruz/Expressão Popular, 2012, pp. 217. http://novo.mst.org.br/educacao-cultura-e-comunicacao/ Por uma Educação do Campo. Brasília: Incra; MDA, 2008. Pg 77. Paraná, SEED. Projeto Político Pedagógico das Ilhas do Litoral do Paraná. 2009. SOUZA, Maria Antônia de. Educação do campo: políticas, práticas pedagógicas e produção científica. Educ. Soc. [online]. 2008, vol.29, n.105.

CONCLUSÕES Todas essas observações trazem suposições sobre alguns limites e desafios, sobretudo, indicam a precariedade no processo de formação docente em educação do campo por parte do Estado do Paraná, nos últimos 4 anos. Atenta-se para a importância da formação docente e a responsabilidade dos processos formativos propostos pelo PIBID Ciências Sociais, que em pouco mais de 3 meses viabilizou práticas pedagógicas em educação do campo, para nove bolsistas, demonstrando com isso que os limites da construção da proposta se referem muito mais a motivos ideológicos e políticos – negam a diferença e produzem a desigualdade social na educação - do que operacionais e pedagógicos. Nesse ponto de vista, não é possível negligenciar o direito étnico desses grupos sociais, por isso, independente da postura política de governos, cabe a comunidade, docentes, técnicos e alunos reivindicar essa construção coletiva da educação do campo.