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ESTUDO 04
A IMPORTÂNCIA DO VISAGISMO E MAQUIAGEM NO
TRATAMENTO ONCOLÓGICO - A BUSCA DA IMAGEM
PESSOAL DURANTE O TRATAMENTO DO CÂNCER
Josilene Pereira Soares de Brito
Kathyelem Alves Ferreira
Karolainy Aires Pereira dos Santos
Cecília Cristina Viana de Castro Brasilino
Valdirene Cássia Silva
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A IMPORTÂNCIA DO VISAGISMO E MAQUIAGEM NO TRATAMENTO
ONCOLÓGICO - A BUSCA DA IMAGEM PESSOAL DURANTE O
TRATAMENTO DO CÂNCER
Josilene Pereira Soares de Brito1
Kathyelem Alves Ferreira2
Karolainy Aires Pereira dos Santos3
Cecília Cristina Viana de Castro Brasilino4
Valdirene Cássia Silva5
RESUMO: O câncer é um problema de saúde pública, considerado uma doença
dolorosa e incurável, o seu diagnóstico desencadeia reações emocionais provocando
sentimentos, desequilíbrios e conflitos internos acarretando a perda da autoestima.
Existem muitos tratamentos como a radioterapia e a quimioterapia que são agressivos
ao corpo, trazendo efeitos colaterais como a perda de cabelos, ressecamento da pele
entre outros. Nesse sentido o profissional esteticista tem todo conhecimento e
autonomia para promover bem-estar e uma melhor qualidade de vida ao paciente
oncológico. Portanto, esse artigo objetivou identificar mudanças comportamentais,
emocionais e psicológicas para o paciente em tratamento de câncer decorrente de ações
realizadas pelo esteticista através do visagismo e maquiagem. Dado o exposto a
metodologia do presente estudo é caracterizada por nível qualitativo exploratório no
qual conduz a pesquisa a um resultado positivo, trazendo uma imagem pessoal
restaurada e progressos durante o tratamento.
Palavras-chave: Câncer; Autoestima; Visagismo; Maquiagem; Esteticista.
ABSTRACT: Cancer is a public health problem, considered a painful and incurable
disease, its diagnosis triggers emotional reactions causing feelings, imbalances and
internal conflicts leading to loss of self-esteem. There are many treatments like
radiotherapy and chemotherapy that are aggressive to the body, bringing side effects
such as hair loss, skin dryness and others. In this sense, the professional beautician has
all the knowledge and autonomy to promote well-being and a better quality of life for
cancer patients. Therefore, this article aimed to identify behavioral, emotional and
psychological changes for cancer patients due to actions performed by the beautician
through visagism and makeup. Given the above the methodology of the present study is
1 Josilene Pereira Soares de Brito Acadêmica do curso de Estética do Centro Universitário Luterano de Palmas- CEULP/ULBRA. E-
mail: [email protected];
2 Kathyelem Alves Ferreira Acadêmica do curso de Estética do Centro Universitário Luterano de Palmas- CEULP/ULBRA. E-mail:
3 Karolainy Aires Pereira dos Santos Acadêmica do curso de Estética do Centro Universitário Luterano de Palmas- CEULP/ULBRA. E-
mail: [email protected]
4 Esteticista especialista em Dermato-Estética; Pós-graduanda em Acupuntura; Professora no CEULP/ULBRA (Palmas-TO) e UNISULMA (Imperatriz - MA); 5 Doutora e Mestre em Educação (UFBA). Professora do CEULP/ULBRA. Professora da FACTO. Vinculada a UNEST e a FESAR. Membro do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Saúde da Universidade Federal do Tocantins. E-mail: [email protected].
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characterized by exploratory qualitative level in which leads the research to a positive
result, bringing a restored personal image and progress during treatment.
Keywords: Cancer; Self - Esteem; Visagism; Makeup; Beautician.
INTRODUÇÃO
O câncer é uma realidade de muitas mulheres, atualmente é considerado uma das
maiores causas de morte no mundo. De acordo com o INCA (Instituto Nacional do
Câncer), câncer é o nome destinado a um conjunto com mais de 100 doenças que têm
em comum o crescimento desordenado de células que invadem tecidos e órgãos,
podendo espalhar-se para outras regiões do corpo. Existem diversos tipos de
tratamentos para o câncer, e cada tratamento depende do estágio da doença no paciente.
Os tratamentos mais comuns são a radioterapia e a quimioterapia, que se apresentam
como evasivos para o corpo. A radioterapia é um tratamento onde se utilizam radiações
ionizantes para destruir ou impedir que as células do tumor aumentem. Essas radiações
não são visíveis, porém os efeitos colaterais são agressivos, os mais comuns são a falta
de apetite, fadiga e dor ao engolir, já a quimioterapia é o tipo de tratamento ainda mais
evasivo para o corpo, pois se destina a eliminar células de rápido crescimento. Sendo
assim, acaba afetando as células saudáveis, quando falamos dos efeitos colaterais da
quimioterapia, a queda de cabelo, queda dos cílios e sobrancelhas e o ressecamento da
pele aparecem entre os problemas estéticos mais temidos, pois com eles vem para
muitas a perda da identidade ou da imagem pessoal, levando em conta que vivemos
numa sociedade que molda a mulher perfeita, vendendo a ideia de que, qualquer mulher
que se encontre fora daquela visão está ultrapassada e, portanto, não é aceita pela
sociedade e assim destroem sua autoestima.
Sendo assim, quando a paciente recebe o diagnóstico positivo para o câncer
inicia-se o processo de enfretamento e uma dura aceitação, diante desse processo de
aceitação surgem problemas que vão desde a preocupação com o tratamento até os
pensamentos negativos que envolvem sua vaidade e a feminilidade, trazendo para essas
mulheres um cenário de vergonha, abatimento, em alguns casos evitando até o convivo
social. A perda da autoestima é vivenciada pela maioria das mulheres com câncer e afeta
a paciente psicologicamente. A aparência física para muitas representa a própria
identidade. Diante do exposto, nota-se que em grande parte, as mulheres que passam a
fazer tratamento do câncer acarretam para si uma imagem negativa.
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Nesse sentindo o cuidado estético ajuda na recuperação da autoestima das mulheres e a
devolvê-las sua aceitação no meio social. Assim, surgiu a proposta do cuidado estético
voltado especificamente para o visagismo e a maquiagem na reconstrução de uma nova
identidade, revelando uma imagem pessoal que ajuda a reestruturar a autoestima nas
pacientes submetidas a cuidados oncológicos.
REFERÊNCIAL TEÓRICO
CÂNCER
Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), Câncer é o nome dado a um
conjunto de mais de 100 doenças que têm em comum o crescimento desordenado de
células, que invadem tecidos e órgãos podendo espalhar-se (metástase) para outras
regiões do corpo. (INCA, 2019)
De acordo com o ministério da saúde, as modalidades do câncer que ocorrem
mais frequentemente entre as mulheres são aquelas que acometem os órgãos sexuais
femininos, com destaque para o câncer de mama e de colo uterino, perdendo apenas
para o câncer de pele (INCA, 2018).
Quanto ao câncer de mama, desde a década de 70 a medicina tem se dedicado
mais ao impacto psicossocial da doença. Estudos dessa época delinearam que as
mulheres sofrem desconforto psicológico, como ansiedade, depressão e raiva; mudanças
no padrão de vida, relacionadas ao casamento, vida sexual e atividades no trabalho, e,
ainda, medos e preocupações concernentes à mastectomia, recorrência da doença e
morte (MEYEROWITZ, 1980).
É relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária
sua incidência cresce rápida e progressivamente. As estatísticas indicam o
aumento de sua frequência tanto nos países desenvolvidos quanto naqueles
em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas
décadas de 60 e 70 registrou-se um aumento de 10 vezes nas taxas de
incidência ajustadas por idade nos Registros de Câncer de Base Populacional
de diversos continentes (INCA, 2006a). No Brasil, é a primeira causa de
morte por câncer na população feminina, principalmente na faixa etária entre
40 e 69 anos (INCA, 2006b). Em países do Ocidente, entre todas as causas de
óbito, ele é a mais comum em mulheres abaixo da idade de 50 anos (Boyd,
1999).
Tratamentos complementares geralmente são necessários, como a radioterapia,
quimioterapia e hormonioterapia. O prognóstico e a escolha do tratamento são
embasados na idade da paciente, estágio da doença, características do tumor primário,
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níveis de receptores de estrógeno e de progesterona, medidas de capacidade
proliferativa do tumor, situação da menopausa e saúde geral da mulher (Malzyner,
Caponero & Donato, 2000).
Segundo o Ministério da Saúde (2012). As duas últimas décadas testemunharam
um considerável avanço no tratamento do câncer, tendo-se a cura como objetivo
terapêutico real em 50% dos tumores diagnosticados. São as principais formas de
tratamento do câncer: cirurgia, radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e a terapia
combinada que pode ser a combinação de todas as outras. Conforme descrito no site
ONCOGUIA.ORG:
Radioterapia: É o uso das radiações ionizantes para destruir ou inibir o
crescimento das células anormais que formam um tumor. Existem vários
tipos de radiação, porém as mais utilizadas são as eletromagnéticas (Raios X
ou Raios gama) e os elétrons (disponíveis em aceleradores lineares de alta
energia). Embora as células normais também possam ser danificadas pela
radioterapia, geralmente elas podem se reparar, o que não acontece com as
células cancerígenas. A radioterapia é sempre cuidadosamente planejada de
modo a preservar o tecido saudável, tanto quanto possível. No entanto,
sempre haverá tecido saudável que será afetado pelo tratamento, provocando
possíveis efeitos colaterais. Existem vários tipos de radioterapia e cada um
deles têm uma indicação específica dependendo do tipo de tumor e
estadiamento da doença: radioterapia externa, radioterapia conformacional
3D, radioterapia de intensidade modulada (IMRT), radiocirurgiaestereotáxica
(GammaKnife) e braquiterapia. A radioterapia pode ser utilizada como o
tratamento principal do câncer, como tratamento adjuvante (após o
tratamento cirúrgico), como tratamento neoadjuvante (antes do tratamento
cirúrgico), como tratamento paliativo, para alivio de sintomas da doença
como dor ou sangramento e para o tratamento de metástases.
De acordo com dados do Inca (2016), pacientes que fazem a quimioterapia
sentem alguns incômodos com remédios.
A quimioterapia não causa dor, o paciente deve sentir apenas a "picada" da
agulha na pele. Algumas vezes, certos remédios podem causar uma sensação
de desconforto, queimação na veia ou placas avermelhadas na pele, como
urticárias, o médico deve ser imediatamente avisado de qualquer reação
(INCA, 2016).
Segundo Sherman JR (1994) citado por Carolina Linard de Oliveira, et al (2010,
pg 54) considerada uma patologia com grande potencial de ameaça à vida, integridade e
funcionalidade corporais”. O câncer configura-se como uma das doenças culturalmente
mais temidas, já que se vincula imediatamente e à ideia de uma terapêutica radical e
mutiladora, a mudanças na rotina de vida e à forte perspectiva de morte.
Segundo o INCA (2012), os pacientes que passam pelo tratamento de câncer não
seguem os padrões estéticos impostos pela sociedade, fazendo-as terem pensamentos
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negativos, trazendo como consequências o desprezo da sua própria imagem, portanto
sendo que os cuidados estéticos são essenciais para se olhar no espelho e se sentir bem,
ajudando a elevar sua autoestima e assim evitando outras intercorrências como a
depressão durante o tratamento.
A autoestima diz respeito a maneira como o indivíduo elege suas metas, projeta
suas expectativas, aceita a si mesmo, e valoriza o outro. (ANDRADE, SOUZA E
MINAYO, 2009).
A fase mais difícil é quando o paciente descobre o diagnóstico do câncer, é
um momento que as dúvidas e o desespero toma conta deixando-o totalmente
abalado. O período de aceitação da doença e do tratamento quimioterápico
traz um sofrimento físico e psicológico, pois além de desestabilizar a
autoestima tem vários efeitos colaterais, como a queda dos cabelos, o
ressecamento da pele, a queda dos cílios e das sobrancelhas, fazendo o
paciente encarar com dificuldade este processo, por isso o paciente precisa do
total apoio familiar neste período, para amenizar o sentimento de incertezas e
insegurança. (GONÇALVES et. al., 2016, p. 4).
Mediante à alta incidência de pessoas acometidas por câncer, é necessário ter
atenção à percepção que o paciente tem sobre a própria vida, de modo que o mesmo
consiga obter um bom índice de qualidade de vida. Também se faz necessário que seu
estado emocional, embora abalado, se mantenha saudável.
Dessa forma, a autoestima que instiga as atitudes de aprovação, quanto à
capacidade e valor que o indivíduo tem de si mesmo, decorrerá do estado emocional
desse, ao qual seu nível de confiança estará relacionado. (LEITE et.al., 2015).
VISAGISMO
O termo visagismo foi criado em 1936 por Fernand Aubry (1907 – 1976) um
maquiador e cabeleireiro, que viu a possibilidade de fazer arte esculpindo rostos através
do cabelo e da maquiagem. (HALLAWELL 2008 p 21).
O Visagismo é uma arte, uma filosofia de trabalho que exige estudo, dedicação e
readequação de procedimentos e técnicas. Não existem fórmulas prontas ou pré-
estabelecidas. O profissional visagista presa revelar qualidades intrínsecas na imagem
pessoal, trazer à tona características interiores, porém sempre respeitando a harmonia e
a estética das formas. Muitos creem que é preciso ser bonito para ser belo, porém,
analisando a fundo, percebe-se que estas questões vão muito além (HALLAWELL,
2014).
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O visagista, não está preocupado unicamente com as questões estéticas, mas
também com a imagem que seu cliente precisa expressar. Para que isso seja possível, é
necessário seguir o princípio de que toda pessoa é única, levando em consideração
características não somente físicas, mas também a sua própria personalidade
(HALLAWELL, 2008, p. 16).
Segundo Montorsi (2017, apud AGUIA 2003, p.155):
Visagismo é um novo conceito no estudo de linhas, ângulos, formas e cores
aplicadas em técnicas profissionais de cabelo, maquiagem, que busca um
visual equilibrado e personalizado entre biótipo, idade e ambiente
sociocultural do cliente.
Para muitas mulheres a nova realidade durante o tratamento do câncer, é um ato
constante da aceitação do seu corpo, de uma nova curvatura, da autoimagem fragilizada
e do seu psicológico abalado (ARAGÃO, 2015). A presença do profissional da estética
com alternativas como o visagismo e a maquiagem é de importância notória, uma vez
que uma imagem pessoal restaurada para uma paciente que sofre os temores diários da
luta com o câncer, pode trazer progresso na humanização dos horrores que
anteriormente devastavam corpo e mente.
A IMPORTÂNCIA DO TECNOLÓGO EM ESTÉTICA
A Estética atua juntamente com outros profissionais da área da saúde, tais como,
psicólogos, enfermeiros, nutricionistas, assistentes sociais e outros, para que haja a
promoção da saúde, tanto nos cuidados da patologia quanto no aumento da autoestima e
bem-estar que são imprescindíveis. Abrangendo os aspectos positivos, não somente no
físico, mas também no emocional do paciente. Contribuindo com cuidados, utilizando
as técnicas de visagismo, micropigmentação da aréola mamária, drenagem linfática e
cuidados paliativos que nada mais é promover o bem-estar e uma melhor qualidade de
vida do paciente oncológico. (SILVA, 2017)
A Estética vem cada vez mais contribuindo com cuidados paliativos que
promovem o bem-estar e uma melhor qualidade de vida do paciente oncológico. Diante
do exposto, que a maioria das mulheres em tratamento do câncer acarretam para si uma
imagem negativa, com sentimentos de imagem quebrada, corrompida e de não-aceitação
da sociedade, veio a se analisar a importância do visagismo e da maquiagem na
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reconstrução de uma nova imagem pessoal para essas mulheres, trabalho este que é de
cunho do profissional graduado em Estética e Cosmética, sendo este qualificado para
executar procedimentos nas pacientes submetidas a cuidados oncológicos.
O esteticista deve saber analisar a imagem, os traços físicos não deixando para
traz a personalidade. Deve-se sondar primeiramente as necessidades e preferências,
usando as técnicas visuais para se obter um resultado satisfatório. Assim sendo o
visagismo na área da beleza busca oferecer serviços individualizados, adequados para as
necessidades de cada paciente. Dentro do visagismo o esteticista pode trabalhar com a
maquiagem, que além de exaltar e realçar ainda mais a beleza da mulher, pode
promover o aumento da autoestima segundo SILVA (2017, Apud CHIMEND, 2010).
MAQUIAGEM EM PACIENTES ONCOLÓGICOS
O rosto é uma parte do corpo onde não só se transmite a imagem do ser humano,
como também nele reflete os sentimentos, sendo eles bons ou ruins, como alegria, paz e
rejeição, tristeza, entre outros. Quando se fala em identidade, não se refere ao
reconhecimento físico e sim em algo mais profundo que é o que o rosto da pessoa
expressa. Com isso é importante que o ser humano encontre em si um equilíbrio com a
imagem facial e com os seus sentimentos, sendo relevante para a saúde física, mental e
emocional, levando a autoconfiança e a autoestima (SILVA, 2017 apud, MEDEIROS e
SILVA, 2012).
Hallawell, (2010, p.8,38) aponta que "um dos momentos mais belos que um
profissional de beleza pode proporcionar para o outro ser humano é quando este se olha
no espelho e diz: “esse sou eu!”, toda via o profissional de estética busca o encontro da
imagem interior com a imagem exterior. É importante ressaltar que esse encontro deve
ser natural, caso contrário o resultado final não será satisfatório, podendo haver uma
crise de identidade.
METODOLOGIA
O artigo foi desenvolvido utilizando o método de pesquisa de nível exploratória
a fim de encontrar, conhecer e analisar projetos que trabalham com a maquiagem como
promotora de autoestima em pacientes oncológicos.
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A pesquisa foi feita de forma qualitativa visando incorporar a questão do
significado e da intencionalidade como inerentes aos atos, às relações e às estruturas
sociais nestes pacientes.
O presente estudo analisou através de revisão bibliográfica, como as mulheres
são afetadas no seu físico, psicológico e emocional após o diagnóstico do câncer, visto
que este caracteriza-se como uma doença agressiva e com tratamentos evasivos para o
corpo, gerando efeitos colaterais. Os tratamentos analisados foram a radioterapia e
quimioterapia. Fatores como queda de cabelos e pelos, ressecamento de pele e
enfraquecimento de unhas podem surgir durante o tratamento. Consequentemente,
devidos à esses fatores conflitos emocionais são gerados como a diminuição da
autoestima e abalo na imagem pessoal.
Com isso, veio a análise da importância do profissional esteticista no sentido
voltado aos cuidados paliativos. Viu-se que o profissional da estética vem a oferecer por
meio de tratamentos paliativos, uma melhora na qualidade de vida do paciente. Como
tratamento paliativo, foi analisado o efeito do visagismo e da maquiagem como
reconstrução da imagem perdida, visto que tais métodos propões a despadronização da
imagem, ressaltando que cada beleza é única e singular.
Os projetos encontrados e analisados foram o projeto “De bem com você – A
beleza contra o câncer”, realizado pelo Instituto ABIHPEC, este projeto, tem como
finalidade atender mulheres em tratamento oncológico, nesse atendimento são ofertadas
oficinas de automaquiagem em clínicas e hospitais. O projeto teve início em 2012, com
oficinas em três hospitais da capital paulista: Centro de Referência da Saúde da
Mulher/Hospital Pérola Byington, Instituto Brasileiro de Controle do Câncer e
Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. As oficinas objetivam-se em
minimizar os efeitos secundários relacionados à quimioterapia, à radioterapia e a outros
tratamentos oncológicos na aparência das mulheres.
Outro projeto que subsidiou a base teórica foi o projeto BELEZATERAPIA,
criado em 2014 por preceptores e residentes do Programa de Residência
Multiprofissional em Saúde do Adulto e do Idoso da Universidade Federal de Alagoas.
O projeto conta com oficina de amarração de lenço; oficina de automaquiagem; e
triagem para fornecimento de perucas capilares.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Mediante os resultados positivos dos projetos avaliados e da revisão
bibliográfica a respeito do assunto, foram identificados os benefícios que a autoestima
trás para as pacientes em luta com o câncer, através de atitudes simples como maquiar-
se para exibir uma imagem pessoal mais agradável para si e para a sociedade.
O esteticista pode sugerir e influenciar a paciente a usar maquiagem para realçar
a beleza, fazendo o uso de maquiagens minerais e resistentes a água, deixando a pele
com uma aparência mais saudável. Vale ressaltar que a maquiagem não possui apenas o
intuito de embelezar, mas também é um poderoso acessório que reforça seu estilo,
imagem pessoal, a personalidade ou atitude, não se trata de uma máscara, e sim de
explorar diversas possibilidades do uso desta ferramenta para uma melhor qualidade de
vida.
Contudo, nota-se a necessidade de novos estudos científicos com temas voltados
para a inclusão do esteticista nos cuidados oncológicos e de maior fomento nas
intervenções promovidas pelos profissionais da Estética devidamente capacitados para
cuidados paliativos, de modo a garantir a humanização do tratamento do câncer
abrangendo suas dimensões biopsicossociais.
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