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1 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA UniCEUB FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS FATECS CURSO: COMUNICAÇÃO SOCIAL HABILITAÇÃO: JORNALISMO ÁREA: COMUNICAÇÃO PÚBLICA COMUNICAÇÃO PÚBLICA: ESTUDO DE CASO SOBRE A VOZ DO BRASIL MARÍLIA GOMES DE OLIVEIRA 2075920/0 Brasília 1/2011

Estudo de Caso de a Voz Do Brasil

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Estudo de Caso de a Voz Do Brasil. Nãoo é de minha autoria.

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    CENTRO UNIVERSITRIO DE BRASLIA UniCEUB

    FACULDADE DE TECNOLOGIA E CINCIAS SOCIAIS APLICADAS FATECS

    CURSO: COMUNICAO SOCIAL

    HABILITAO: JORNALISMO

    REA: COMUNICAO PBLICA

    COMUNICAO PBLICA:

    ESTUDO DE CASO SOBRE A VOZ DO BRASIL

    MARLIA GOMES DE OLIVEIRA

    2075920/0

    Braslia

    1/2011

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    MARLIA GOMES DE OLIVEIRA

    COMUNICAO PBLICA:

    ESTUDO DE CASO SOBRE A VOZ DO BRASIL

    Monografia apresentada como um dos requisitos para a concluso do curso de Comunicao Social habilitao em Jornalismo do UniCEUB Centro Universitrio de Braslia;

    Prof(a). Orientador(a): Glucia Magalhes

    Braslia

    1/2011

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    MARLIA GOMES DE OLIVEIRA

    COMUNICAO PBLICA:

    ESTUDO DE CASO SOBRE A VOZ DO BRASIL

    Monografia apresentada como um dos requisitos para a concluso do curso de Comunicao Social habilitao em Jornalismo do UniCEUB Centro Universitrio de Braslia;

    Prof(a). Orientador(a): Glucia Magalhes

    Banca examinadora:

    _________________________

    Prof(a). Glucia Magalhes

    Orientadora

    _________________________

    Prof(a). Edla Lula

    Examinador(a)

    ________________________

    Prof(a). Katrine Boaventura

    Examinador(a)

    Braslia

    1/2011

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    Dedico este trabalho aos meus pais que, mesmo longe, se

    fizeram presente nesses quatro anos de caminhada. Longe dos

    olhos, mas bem pertinho do corao, vocs me ensinaram a

    ser forte e nunca ter medo de ir luta. Ao meu irmo, cujo o

    companheirismo e apoio foram essenciais para que eu

    chegasse at aqui. Aos meus pais do corao, Leonita e

    Natanael, que me aceitaram em sua casa, me acolheram como

    filha e no mediram esforos para que eu trilhasse o caminho

    mais correto: AMO VOCS! Aos demais familiares pelo apoio e

    incentivo. Aos amigos, por apoiarem minhas decises e

    estarem ao meu lado em todos os momentos da minha vida.

    Aos mestres, pelos puxes de orelha e por me ensinarem que

    o jornalismo muito mais do que vocao. Ser jornalista ter

    amor pelo que se faz.

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    AGRADECIMENTO

    Agradeo ao meu Deus, pelo dom da vida. Aos meus pais, por

    acreditarem em mim e por no medirem esforos para que eu

    conseguisse realizar meu sonho. Prof. e Orientadora

    Glucia Magalhes pelo aprendizado e que, apesar de s ter

    tido contato agora, no final do curso, pude adquirir respeito e

    admirao. Aos demais que, de uma forma ou de outra

    entenderam minhas ausncias, minhas angstias, e

    contriburam para a concluso de mais essa etapa da minha

    vida.

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    (...) o ser jornalista, para chegar de fato a ser jornalista, no

    sentido escrito, ter, um dia, atingido a conscincia de que seu

    trabalho pequenino, como de um varredor de rua, de um

    entregador de gs, de um cobrador de nibus. E que no h

    trabalhos grandes, apenas trabalhos honestos. E sinceros. E

    repassar aquilo que se viu, ouviu de especial delicadeza se o

    outro, aquele que recebeu, pde se emocionar, se sensibilizar,

    se entristecer ou se animar, em suma, se a mensagem

    proferida teve a qualidade de ver o outro como um ser humano,

    to digno de ateno e respeito como ele mesmo, que tanta

    porrada teve que tomar na vida para aprender esta singela

    lio. Que no h nada mais importante que o anonimato de

    um trabalho decente.

    Granja Viana

  • 7

    RESUMO

    Com o surgimento das novas mdias, a necessidade de interao dos meios de comunicao com seu pblico aumentou e, para isso, foi necessrio estabelecer conceitos para que emissor e receptor de informaes conseguissem se entender. A sociedade, cada vez mais informada, comeou a cobrar dos meios de comunicao um maior comprometimento com as informaes de interesse pblico, levando em conta tambm o interesse do pblico. Assim, o conceito de comunicao pblica surgiu para promover uma ligao entre Estado, governo e sociedade, em busca da construo de uma cidadania mais igualitria, onde todos tivessem acesso s informaes. A comunicao pblica ainda um conceito em construo no Brasil, com base nos conceitos estabelecidos pelo estudioso francs Pirre Zmor. Esse novo modelo est ligado ao conceito de comunicao governamental, praticado pelo governo para publicizar seus atos, mas no deve ser confundido com jornalismo pblico. A comunicao pblica vem com um propsito de construir uma cidadania mais participativa, e no de promover a cidadania. Essa comunicao um instrumento criado para que o cidado possa passar de mero espectador dos fatos e usurio de servios para elemento participativo no processo de decises. Deve ser usada, tambm, para que se crie um lao interativo entre governo, Estado e sociedade.

    Palavras-chaves: comunicao pblica, jornalismo pbico, cidadania

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    Sumrio

    1. Introduo ........................................................................................................... 9

    2. Referencial Terico ............................................................................................. 11

    2.1 Comunicao Pblica ............................................................................................................. 11

    2.2 Notcia e Interesse Pblico ..................................................................................................... 17

    2.3 Comunicao Governamental ............................................................................................... 17

    2.4 Jornalismo Pblico ................................................................................................................... 18

    3. Metodologia ......................................................................................................... 22

    4. Estudo de Caso ................................................................................................... 24

    4.1 EBC Empresa Brasil de Comunicao ............................................................................. 24

    4.2 A Voz do Brasil ......................................................................................................................... 24

    4.2.1 O que A Voz do Brasil ...................................................................................................... 24

    4.2.2 Histrico ................................................................................................................................. 25

    4.3 Anlise do programa A Voz do Brasil ................................................................................... 27

    5. Concluso ............................................................................................................ 39

    6. Referncias .......................................................................................................... 42

    APNDICE ................................................................................................................ 44

    ANEXO ..................................................................................................................... 47

  • 9

    1. Introduo

    O interesse pblico, ponto de partida apontado pelos autores para

    estabelecer o conceito de comunicao pblica, traz tona a discusso de que as

    questes que interessam ao cidado devem ser expostas de maneira clara e

    objetiva. O interesse do pblico tambm importante ser retratado.

    A comunicao pblica serve para inserir no s o jornalista como tambm

    sua audincia nos processos polticos e sociais da sociedade, sem que se tornem (a

    populao) meros espectadores dos fatos e, tambm, para que os cidados faam

    parte do processo de construo da informao que transmitida por meio da

    comunicao pblica.

    Para alguns autores, o conceito de comunicao pblica est diretamente

    ligado comunicao governamental, que deveria ser a que mais divulga as

    questes ligadas ao que o pblico precisa saber, levando em conta transparncia e

    veracidade dos fatos, j que o governo tem por obrigao tornar pblicos os seus

    atos.

    Esta monografia vem com a proposta de investigar se o programa A Voz do

    Brasil pode ser considerado um veculo de comunicao pblica quanto ao seu

    modo de informar. Para compreender a construo da informao repassada pela

    Voz do Brasil, ser analisado o modelo de comunicao adotada pelo programa e

    ser verificado se o mesmo um instrumento de comunicao pblica. Para isso

    ser feito um estudo de caso do referido programa. A escolha deste programa para

    estudo de caso foi baseada no contedo da informao que transmitida

    populao e na forma como so conduzidas as reportagens.

    importante estudar o tema, pois as discusses em torno do que venha a

    ser e de como fazer comunicao pblica so cada vez mais constantes e, o estudo

    do programa A Voz do Brasil pode vir a relacionar comunicao pblica com a

    construo da informao repassada pelo referido programa.

    Num primeiro momento do trabalho encontra-se o referencial terico, base

    deste trabalho. O captulo aborda sobre os conceitos de comunicao pblica

    estabelecidos por alguns autores que tratam de comunicao pblica no Brasil. Traz

  • 10

    ainda uma pequena descrio sobre comunicao governamental, uma das

    vertentes da comunicao pblica.

    O segundo captulo aborda, tambm, as diferentes vertentes da

    comunicao pblica abordadas por Elizabeth Brando e os oito princpios da

    comunicao pblica apresentados por Luiz Gushiken. Alm disso, traz uma

    pequena abordagem sobre jornalismo pblico e traa uma comparao do que

    esse tipo de jornalismo e comunicao pblica.

    J o terceiro captulo trata da metodologia utilizada na construo desta

    monografia, que constitui uma pesquisa exploratria por meio de levantamento

    bibliogrfico em livros, artigos, sites, anlise dos udios da Voz do Brasil e estudo de

    caso do referido programa. Para realizar o estudo de caso foi aplicado um

    questionrio fechado para dez ouvintes do programa, e duas entrevistas abertas:

    uma com a editora-executiva do programa, Ktia Sartrio e outra com o professor

    Jorge Duarte, um estudioso sobre comunicao pblica.

    O quarto captulo apresenta o estudo de caso do programa A Voz do Brasil,

    produzido pela Empresa Brasil de Comunicao (EBC), com um breve histrico do

    programa e as anlises das transmisses no perodo determinado pela autora do

    projeto. O estudo de caso foi realizado no intuito de ilustrar a o tema abordado:

    comunicao pblica.

  • 11

    2. Referencial Terico

    2.1 Comunicao Pblica

    Uma informao que circula, segundo Caldas (2004), atravs dos meios de

    comunicao de massa, sejam eles radiofnicos, televisivos, via web ou impressos,

    e passa a pertencer ao domnio pblico do cidado acaba por se tornar uma

    comunicao pblica.

    Comunicao nada mais do que a troca de informaes entre pessoas

    e/ou veculos que desejam que a sua idia seja difundida e debatida. Se comunicar

    receber, emitir e transmitir mensagens por meios onde possa ser possvel realizar

    essa troca, esse movimento de informaes. E, para que se torne pblica

    necessrio que seja de uso e conhecimento de todos.

    O conceito de comunicao pblica ainda est em formao, por isso, no

    possvel definir como certeza o que venha a ser esse tipo de comunicao. Os

    conceitos, que j existem e so debatidos, foram baseados nos conceitos

    elaborados por Pierre Zmor, presidente da Federao Europia de Associaes de

    Comunicao Pblica.

    Para Zmor, as funes da comunicao pblica so basicamente:

    informar; ouvir demandas, expectativas, interrogaes e debate pblico; contribuir

    para assegurar a relao social; e acompanhar as mudanas, tanto as

    comportamentais quanto as de organizao social (ZMOR, 1995 apud TONELINI,

    2008).

    De acordo com Graa Monteiro (2007), os autores que buscam definir

    comunicao pblica usam frequentemente trs modalidades de comunicao para

    procurar estabelecer os limites e as finalidades da comunicao pblica. So elas:

    governamental, institucional, poltica:

    a. A governamental, essencialmente ligada s questes de

    interesse pblico, tratada pelos autores como o principal

    conceito que define comunicao pblica, pois est diretamente

    ligada aos trs setores da comunicao pblica: Estado, Governo

    e Sociedade.

  • 12

    b. A institucional est mais ligada na divulgao dos dados que

    compem uma empresa, seja ela de comunicao ou no, mas

    que diga respeito ao interesse pblico.

    c. A poltica ligada diretamente aos partidos polticos e candidatos,

    que querem transparecer o modo de governar e tornar pblico

    seus objetivos.

    Elizabeth Brando (2007) identifica cinco reas diferentes de conhecimento

    e em que se possa atuar profissionalmente visando construo da informao para

    a formao cidad.

    Na primeira dessas, Brando (2007) mostra a comunicao pblica com os

    conhecimentos e tcnicas da rea de Comunicao Organizacional, que a rea

    que analisa a comunicao interna das instituies, na busca de melhorar o

    relacionamento com os diversos pblicos que essas instituies atingem e, ento,

    construir uma identidade que se fixe na memria do cidado, para que haja a

    relao entre a imagem do rgo e o pensamento da populao.

    A segunda rea identifica comunicao pblica como comunicao cientfica

    e apresenta dois fatores que ajudam a identificar as atividades de comunicao

    cientfica com comunicao pblica:

    1 a comunicao cientfica se expande a partir de uma rea tradicional da Cincia da Informao. (...) Trata-se de um processo de comunicao construdo e mantido pelo Estado, tendo em vista o desenvolvimento do pas e de sua populao; 2 a premissa de que o acesso s informaes de cincia e tecnologia fundamental para o exerccio pleno da cidadania. (BRANDO, 2007, p. 3-4)

    J a terceira identifica comunicao pblica com a comunicao do Estado

    e/ou governamental. Nessa dimenso, Brando (2007) explica que de

    responsabilidade do Estado e do governo estabelecer uma relao comunicativa

    com os cidados. Segundo Brando (2007, p. 5), comunicao pblica, nesse

    sentido, um processo comunicativo das instncias da sociedade que trabalham

    com a informao voltada para a cidadania.

    Segundo Monteiro (2007), a comunicao governamental pode sim ser

    compreendida como comunicao pblica, na medida em que envolve a sociedade

    nas polticas adotadas pelo governo para a prpria sociedade, e nas aes que

    promovem o debate pblico. E ainda, segundo Monteiro (2007), a comunicao

  • 13

    governamental a praticada pelos governos, a fim de envolver a sociedade na

    poltica que cerca os cidados.

    De acordo com Matos (2007) o conceito de comunicao pblica tem sido

    entendido como sinnimo de comunicao governamental, e que recente o

    entendimento da comunicao pblica como espao da e para a sociedade

    organizada.

    Na quarta rea, Brando (2007) identifica a comunicao pblica com a

    comunicao poltica. Pode ser a que esteja diretamente ligada comunicao

    pblica, porque comunicao e poltica uma relao que se intensifica cada vez

    mais, principalmente atravs da imprensa multimiditica. De acordo com Monteiro

    (2007), a comunicao poltica est diretamente ligada aos processos eleitorais.

    aquela utilizada pelos candidatos e pelos partidos polticos com o direcionamento

    totalmente voltado aos eleitores.

    Na quinta e ltima concepo, Brando (2007) identifica a comunicao

    pblica com estratgias de comunicao da sociedade civil organizada. Nessa viso,

    entende-se a prtica da comunicao desenvolvida pelo terceiro setor (a sociedade

    civil), atribuindo as responsabilidades no s ao governo, como tambm para toda a

    sociedade.

    Segundo Matos (2007, p. 49), a comunicao pblica est relacionada com

    democracia e cidadania e define a comunicao pblica como processo de

    comunicao instaurado em uma esfera pblica que engloba Estado, governo e

    sociedade, um espao de debate, de negociao e tomada de decises relativas

    vida pblica do pas. Para Matos (2007), necessrio que o pblico tambm se

    envolva e seja responsvel no que diz respeito comunicao pblica. A

    comunicao pblica uma ao coletiva que envolve interesse pblico, que tem

    por objetivo a tomada de decises consensuais para benefcio mtuo.

    A comunicao pblica pode ser definida como um processo de

    comunicao instaurado entre Estado, governo e sociedade, tratando de expor ao

    cidado informaes de interesse pblico, podendo ser utilizada na construo da

    cidadania e no desenvolvimento da democracia, para que haja uma troca mtua de

    informaes de interesse pblico e do pblico entre os trs setores que formam a

  • 14

    comunicao pblica: governo (primeiro setor), mercado (segundo setor) e

    sociedade civil (terceiro setor).

    Brando (2007, p.3) define comunicao pblica como sendo

    Um processo de comunicao que se instaura na esfera pblica entre o Estado, o Governo e a Sociedade e que se prope a ser um espao privilegiado de negociao entre os interesses das diversas instncias de poder constitutivas da vida pblica no pas.

    Enquanto Duarte (2007, p. 64) explica que a comunicao pblica

    Deve ser compreendida com sentido mais amplo do que dar informao. Deve incluir a possibilidade de o cidado ter pleno conhecimento da informao que lhe diz respeito, inclusive aquela que no busca por no saber que no existe, a possibilidade de expressar suas posies com a certeza de que ser ouvido com interesse e a perspectiva de participar ativamente, de obter orientao, educao e dilogo.

    De acordo com Costa (2004) a comunicao pblica um conceito mais

    amplo, envolvendo no s toda a comunicao praticada pelo governo, mas tambm

    a comunicao feita pelas empresas sejam elas jornalsticas ou no e pela

    sociedade em geral.

    Para Costa (2004, p.189), ao se tratar de comunicao pblica preciso

    tratar de cidadania, acolhendo-se a noo sobre a atuao da sociedade no espao

    pblico, de onde emergem conceitos tais como sociedade civil organizada e

    civilidade. Ou seja, sendo a sociedade tambm responsvel pela construo da

    informao que gera a comunicao pblica, necessrio que haja uma sincronia

    de atuaes com os outros setores que tambm compem a comunicao pblica:

    Estado e governo.

    O objetivo da comunicao pblica, segundo Costa (2004), promover um

    relacionamento de interesse pblico entre os diversos setores da sociedade, ou seja,

    para que haja comunicao pblica de verdade, necessrio que Governo, Estado

    e sociedade estejam totalmente envolvidos e interligados.

    Duarte (2007 p.61) destaca em seu texto tudo aquilo que no pode ser

    considerado comunicao pblica. Segundo ele, no trata de comunicao sobre

    interesses particulares, privados, de mercado, pessoais, corporativos, institucionais,

    comerciais, promocionais ou de um pblico.

  • 15

    Para Duarte (2007), comunicao pblica deve ir alm do que s informar,

    deve incluir o direito de o cidado ter pleno conhecimento da informao que lhe diz

    respeito (informaes de interesse pblico).

    Luiz Gushiken, enquanto ministro chefe da Secretaria de Comunicao da

    Presidncia da Repblica do primeiro mandato do governo Lula (2003 - 2007), tratou

    de enumerar o que seriam os oito princpios da comunicao pblica. Esses

    princpios fazem parte do conceito de comunicao pblica que, segundo Brando

    (2007), no governo Lula passa a ganhar mais visibilidade. So eles:

    1. Cidado tem direito informao, que base para o exerccio da

    cidadania o cidado estando bem informado sobre o que est

    acontecendo no governo vai ter como formar sua opinio e cobrar, como

    construir um conceito e debater idias que serviro para estabelecer uma

    informao que ser usada na construo da referida cidadania;

    2. Dever do Estado de informar a informao deve circular entre todos os

    meios da sociedade para que haja uma comunicao mais justa e mais

    verdica e uma troca de informaes que seja possvel compreender o

    que se quer dizer;

    3. Zelo pelo contedo informativo, educativo e de orientao social cuidar

    para que a informao seja trabalhada de modo a envolver governo

    Estado sociedade no mesmo patamar de comunicao;

    4. Comunicao pblica no deve se centrar na promoo pessoal dos

    agentes pblicos a comunicao pblica deve centrar nas informaes

    de interesse pblico deixando claro o teor da informao que se quer

    repassar, sem tratar de promoes pessoais;

    5. Promover o dilogo e a interatividade a comunicao pblica deve

    fazer com que a populao interaja com o governo para que haja um

    acordo de informaes e a construo da cidadania seja feita de forma

    mais democrtica com a participao de todos os setores;

  • 16

    6. Estmulo do envolvimento do cidado com as polticas pblicas a

    comunicao pblica serve tambm para que o cidado esteja envolvido

    com as aes do governo;

    7. Servios pblicos tm de ser oferecidos com qualidade comunicativa a

    preciso da informao necessria, sem ela, a comunicao se torna

    coadjuvante na construo da cidadania. Talvez esse princpio seja o que

    explique melhor para que veio a comunicao pblica;

    8. Comunicao pblica tem de se basear na tica, na transparncia e na

    verdade no s os veculos que praticam a comunicao pblica, como

    todo e qualquer veculo de comunicao deve se manter atento este

    princpio. Verdade, tica e transparncia so elementos fundamentais

    para a construo de uma informao de qualidade e,

    consequentemente, uma sociedade melhor informada.

    A comunicao pblica, de acordo com Matos (2007, p.57), uma ao

    coletiva sobre questes de interesse pblico, cujo objetivo a tomada de decises

    consensuais para benefcio mtuo. Isto significa que a comunicao pblica deve

    atender as necessidades do pblico que a envolve, tornando a informao de

    compreenso mais fcil, para que haja consenso entre todas as esferas que fazem

    parte da comunicao pblica. Cada esfera tem os seus papis e responsabilidades

    diferenciados dentro da sociedade.

    Jorge Duarte (2007), ao procurar uma forma de melhor definir a informao

    que se constri em cima do conceito de comunicao, agrupou a comunicao

    pblica em sete categorias: institucionais que se referem responsabilidades e

    funcionamento das organizaes; de gesto que se referem ao processo decisrio

    e de ao dos que atuam em temas de interesse pblico; de utilidade pblica que

    se refere aos temas relacionados ao dia-a-dia das pessoas; de interesse privado

    que se referem exclusivamente ao cidado, empresa ou instituio; mercadolgicos

    referem-se a produtos e servios que participam de concorrncia no mercado; de

    prestao de contas que dizem respeito explicao sobre decises polticas e

    uso de recursos pblicos; dados pblicos aqueles de controle do Estado que

    dizem respeito ao conjunto da sociedade e a seu funcionamento.

  • 17

    A comunicao pblica exerce papel fundamental na construo da

    cidadania, ao passo que se estabiliza dentro de um espao pblico democratizado e

    exige participao efetiva do cidado preservando, assim, o contedo da informao

    e a clareza na troca dessas informaes, permitindo que toda a sociedade participe

    do que pode, realmente, ser chamado de comunicao.

    2.2 Notcia e Interesse Pblico

    Relacionando o conceito de comunicao pblica com jornalismo, verifica-se

    que todo programa jornalstico deve ter foco na notcia. Mas, o que notcia?

    quando se divulga um acontecimento por meios jornalsticos, que adquire um valor

    maior quando acaba de acontecer, ou que ainda no foi noticiada por nenhum outro

    veculo. Nem toda informao sempre notcia, porm, toda notcia fruto de uma

    informao bem apurada. Deve-se levar em conta, ao se produzir, apurar e redigir

    uma notcia de qualidade, a novidade, a proximidade, o tamanho e a relevncia da

    informao que vai ser repassada. Sempre focando o interesse do cidado.

    A imprensa deve servir para auxiliar o cidado, porm, se no atender aos

    interesses do cidado que, em suma, o interesse pblico, poder estar desvirtuada

    da sua principal razo de existir. Quem trabalha com jornalismo deve sempre focar

    na notcia para informar, levando em conta a facilidade de entendimento e a

    interpretao da informao bem repassada para a sociedade.

    Para Martins (2002, p.59), o interesse pblico o valor fundante do papel

    da imprensa na vida pblica, da entender-se a imprensa como um Poder Pblico e

    uma atividade de f pblica, ainda que no seja de forma escritural, cartorial e

    oficial.

    2.3 Comunicao Governamental

    A comunicao governamental praticada no Brasil, segundo Brando (2007),

    pode ser compreendida como comunicao pblica visto que divulga as aes do

    governo e faz uso da propaganda para veicular suas polticas pblicas para a

    sociedade pela grande mdia. Isso a faz atender a uma questo de interesse pblico,

    ao anunciar aos cidados tudo aquilo que ele precisa e tem que saber sobre o que

    acontece no governo.

  • 18

    De acordo com Brando (2007, p.10) a comunicao de origem

    governamental sofreu alteraes e buscou a adoo do sentido de comunicao

    pblica, ou seja, aquela com o objetivo de informar o cidado. De acordo com

    Brando, desde o governo FHC (1994-1998/1998-2002), a idia de que a

    comunicao governamental est ligada comunicao pblica vista com maior

    destaque.

    Ainda segundo Brando (2007), a partir do governo Lula que esse conceito

    adotado como um dos formadores do conceito principal de comunicao pblica

    ganha status e comea a ser tratado como um tipo de comunicao para levar

    informao sociedade. A comunicao governamental est diretamente ligada ao

    governo e ao conceito de comunicao pblica, mas apenas uma das vertentes

    que compem esse tipo de comunicao, como afirma Brando.

    De acordo com Duarte (2009, p.56)

    A comunicao pblica hoje discutida pode ser considerada como uma evoluo do conceito de comunicao governamental, talvez, em muitos casos, com significado similar a uma comunicao do setor pblico, embora seja restringir seu potencial. (...) So os profissionais que tm maior responsabilidade e compromisso em permitir ao cidado exercer plenamente seus direitos e cumprir suas obrigaes.

    A comunicao governamental, essencialmente ligada s questes de

    interesse pblico, pode ser considerada o principal conceito que define comunicao

    pblica, pois est diretamente ligada aos trs setores que compem a comunicao

    pblica: Estado, governo e sociedade.

    2.4 Jornalismo Pblico

    O conceito de jornalismo pblico (civic jornalism) foi criado por David Merrit,

    editor-chefe do Wchita Eagle (Kansas), em 1990. Como tema jornalstico ainda no

    recebeu o mesmo status das outras especializaes como o esportivo, econmico,

    poltico e, no Brasil, ainda no encontrou uma traduo definitiva nem uma

    denominao especfica que ele venha a representar enquanto funo jornalstica,

    rea de cobertura e/ou campo para o profissional. possvel considerar que no

    Brasil o jornalismo pblico esteja emergindo com caractersticas prprias, ainda no

    houve funes que especifiquem que esse tipo de jornalismo seja uma categoria.

  • 19

    De acordo com Martins (2002), falar de jornalismo pblico seria uma

    redundncia, pois todo jornalismo deve ser essencialmente pblico, j que a

    imprensa teoricamente desenvolve um papel de agente fiscalizadora do poder

    pblico e suas subdivises: executivo, legislativo e judicirio.

    Segundo Martins (2002, p.48), a coisa pblica (res publica) no ser

    automaticamente pblica se no for objeto de visibilidade, transparncia e controle.

    Para ele, a imprensa deve ajudar o cidado a entender o que acontece na

    sociedade, fiscalizar, ser delegada do pblico. Mas nem sempre isso que acontece,

    quando alguns veculos de comunicao acabam por atender a interesses

    particulares e dar privilgios a um determinado grupo.

    Ainda segundo Martins (2002, p.57-58), o jornalismo pblico

    Serviria para qualificar a cobertura deliberada e at especializada de assuntos relacionados divida social e cidadania. Nesse tipo de jornalismo, os fatos noticiosos no constituem notcias apenas como incidentes fenomenais: as prprias empresas criam eventos, fatos promocionais e mobilizaes que viram notcia.

    Nem sempre os fatos de interesse pblico so fatos que podem angariar

    audincia e nem toda informao de interesse do pblico tratada com desprezo.

    Muitas vezes so essas notcias (jornalismo de celebridade) que movem o veculo

    jornalstico. O jornalista tem que se preocupar com os dois tipos de interesse para

    que o seu pblico entenda a informao repassada e fique satisfeito com o material

    lido.

    Para Martins (2002), alm de retratar o social e assuntos ligados

    cidadania, o jornalismo pblico apresenta uma outra vertente que seria a cobertura e

    a divulgao de aes sociais nos campos da responsabilidade social das

    empresas ou da cidadania corporativa. Isso pode ser confundido com o marketing

    social, pois envolve as aes e iniciativas sociais das empresas, e geram notcias de

    interesse do pblico. importante ressaltar que marketing negcio e no uma

    atividade de caridade ou filantropia desenvolvida pela empresa que adota o

    marketing social.

    No Brasil, o jornalismo pblico tem, de acordo com Martins (2004),

    encontrado um denominador comum que promover a cidadania e, junto a isso a

    promoo do desenvolvimento social e do desenvolvimento humano.

  • 20

    Enquanto o jornalismo, de maneira geral, alimenta-se de fatos carregados de valor-notcia, espera-se do jornalismo pblico mais que a misso bsica de informar. Caberia ao jornalismo pblico dar nfase s solues dos problemas e no aos problemas em si. (...). Jornalismo pblico muito mais do que simplesmente dar preferncia s boas notcias. (MARTINS, 2004, p.4)

    Segundo conceito de alguns autores sobre jornalismo pblico, pode-se dizer

    que,

    Jornalismo pblico, ento, seria aquele praticado desde as redaes a servio dos governos Federal e Estadual ou por emissoras estatais, o que, evidentemente, uma impreciso, j que, na atualidade, conforme alguns autores, Nuria Cunill Grau, entre eles a sociedade civil vem crescentemente tambm tomando a si o papel de divulgar fatos de interesse pblico e lutar para que eles ganhem espao nos meios de comunicao de massa. (AMARAL, CRISPIM, MARTINS e S, 2004, p.7)

    De acordo com os autores Amaral, Crispim, Martins e S (2004), as

    entidades da sociedade civil organizada e ONGs vm assumindo tambm o papel

    do jornalismo pblico, tomando para si o papel de divulgar fatos de interesse pblico

    e lutar para que essas informaes ganhem espao nos meios de comunicao de

    massa.

    Ainda segundo os autores acima citados, o que vem caracterizando o

    jornalismo pblico a inteno de ser usado no apenas para se servir dos fatos

    sociais no que eles apresentam de dramticos (jornalismo pblico no se aproveita

    do drama humano para gerar notcia), mas agregar os valores notcia tradicionais

    elementos de anlise e de orientao do pblico para que o jornalismo pblico esteja

    a servio da sociedade.

    Os autores apresentam quatro caractersticas diferentes para o jornalismo

    pblico:

    1. Jornalismo pblico de patrocnio que seria aquele praticado por

    agncias ligadas ao fator social que distribuem diariamente por e-mail

    uma pauta-clipping com resumos de matrias sobre a temtica com a

    qual trabalham, bem como informaes acerca das decises tomadas

    pelo governo que afetem diretamente o pblico para o qual trabalham.

    Como exemplo, as agncias que trabalham com os direitos infantis e

    adolescentes que distribuem material sobre as aes da agncia;

  • 21

    2. Jornalismo pblico de campanhas que seria aquele praticado por

    veculos jornalsticos que noticiam, sob formas de campanhas

    jornalsticas, assuntos relacionados conscientizao da sociedade

    sobre determinado assunto que se deseja tratar.

    3. Jornalismo pblico institucional - que seria aquele praticado pela

    imprensa sob a forma de matrias de cunho social e, em cadernos

    inteiros que se voltem para atividades sociais.

    4. Jornalismo pblico promocional seria aquele praticado por empresas

    que, mesmo no sendo de cunho jornalstico, promovem o jornalismo

    pblico, a responsabilidade social da mdia, com premiaes e suportes

    permanentes em matria de pautas e informaes, tanto partindo de

    ONGs, quanto enviadas diretamente s redaes.

    Enquanto o jornalismo pblico est, de certa forma, sempre ligado com o

    social, com a promoo da cidadania e com atividades que envolvam o pblico

    naquilo que foi pautado para sair como notcia e dar mais ateno ao interesse do

    pblico, a comunicao pblica age diferente. A comunicao pblica traz consigo

    um maior enfoque no interesse pblico, sem deixar de lado o do pblico e feita no

    s por veculos jornalsticos, afinal, a comunicao est presente no dia a dia da

    sociedade, se comunicar um ato espontneo, praticado todos os dias.

  • 22

    3. Metodologia

    Para ilustrar a temtica abordada, foi realizado um estudo de caso sobre o

    programa A Voz do Brasil, analisando as transmisses de 1 a 14 de maro de 2011.

    A escolha desse perodo deve-se ao fato de ser o perodo do Carnaval do referido

    ano e, assim, poder contar com uma maior variedade de informaes numa mesma

    transmisso.

    O estudo de caso consiste em uma inquirio emprica que investiga um

    fenmeno contemporneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira

    entre o fenmeno e o contexto no claramente evidente e onde mltiplas fontes de

    evidncia so utilizadas (YIN apud DUARTE, M. 2005, p. 216).

    Para fins de anlise do objeto de pesquisa, foi aplicado um questionrio

    fechado para um pblico de dez pessoas que escutam A Voz do Brasil diariamente,

    e foram feitas duas entrevistas abertas: uma com Ktia Sartrio, editora-chefe do

    programa, responsvel pela edio do poder executivo (que produzido pela EBC)

    e outra com o Assessor Especial/Comunicao Pblica da Secretaria de

    Comunicao da Presidncia da Repblica, Jorge Duarte. Pesquisador sobre

    comunicao pblica, Duarte tem livros e teorias publicadas sobre o assunto.

    As entrevistas realizadas com a Ktia Sartrio e o Jorge Duarte foram

    entrevistas no estruturadas, abertas que, segundo Duarte (2005) essencialmente

    exploratria e flexvel, j que se dispe a discorrer sobre um determinado tema.

    Foram realizadas duas entrevistas com a Ktia Sartrio, nos dias 11 de maro de

    2011 e 26 de abril de 2011. As entrevistas foram previamente marcadas e a

    entrevistada se mostrou muito receptiva s questes levantadas pela pesquisadora.

    Com Jorge Duarte, a entrevista aconteceu no dia 5 de maio de 2011, Na Secretaria

    de Comunicao da Presidncia da Repblica. O entrevistado respondeu a todas as

    perguntas da pesquisadora, que j havia adiantado o assunto quando a entrevista foi

    marcada e se mostrou receptivo.

    J para os ouvintes, escolhidos aleatoriamente, foi aplicado um questionrio

    fechado com o intuito de analisar como os ouvintes, ficam sabendo como participar

    do programa, se eles participam, ou j participaram alguma vez e se obtiveram

    retorno da Voz do Brasil. Das dez pessoas entrevistadas, cinco foram indicados por

  • 23

    pessoas que conhecem quem escuta A Voz do Brasil, trs foram abordados atravs

    do twitter do programa e responderam ao questionrio por e-mail, j que no moram

    em Braslia e dois foram abordados na rua.

    Entre os entrevistados, tiveram quatro estudantes com mdia de idade de 22

    anos, um professor universitrio de 55 anos, um motorista de txi de 50 anos e um

    empresrio de 40 anos, todos de Braslia. Os outros trs, que no moram em

    Braslia, uma era analista de mdia de 21 anos, que mora em Niteri (RJ), outra

    advogada de 33 anos, que mora em Uberlndia (MG) e um Procurador da Repblica

    de 36 anos, que mora em Belo Horizonte (MG).

    O questionrio foi aplicado no perodo de 25 de abril a 6 de maio de 2011.

    Todos os entrevistados se mostram receptivos com o questionrio, responderam de

    maneira rpida. Mesmo os que se manteve contato pelo twitter, responderam no

    mesmo dia em que os questionrios foram enviados pelo e-mail.

    Para alcanar os objetivos deste trabalho, alm da pesquisa de campo e

    das entrevistas, foi realizada uma pesquisa bibliogrfica, com a finalidade de se

    poder observar e analisar melhor a realidade abordada. A pesquisa de campo tornou

    possvel, por meio do estudo de caso, do levantamento bibliogrfico e das

    entrevistas, um conhecimento maior sobre o tema e, assim, uma anlise mais

    detalhada e uma interpretao de dados mais bem estruturada permitindo, assim,

    uma melhor compreenso do problema proposto e pesquisado.

  • 24

    4. Estudo de Caso

    Com o objetivo de verificar se o programa A Voz do Brasil pode ser

    considerado um instrumento de comunicao pblica, este captulo apresenta um

    estudo de caso sobre o referido programa. A proposta analisar as transmisses de

    1 a 14 de maro de 2011 referentes primeira meia hora do programa que

    produzido pela EBC e diz respeito ao Poder Executivo.

    4.1 EBC Empresa Brasil de Comunicao

    A Empresa Brasil de Comunicao (EBC) o rgo responsvel pela

    divulgao das aes do governo federal diretamente ligado Secretaria de

    Comunicao Social da Presidncia da Repblica.

    Foi criada pelo Decreto n 6.246 de 24 de outubro de 2007, publicado no

    Dirio Oficial da Unio do dia 25 de outubro do mesmo ano que, em seu artigo

    primeiro decreta: Art. 1 Fica criada a Empresa Brasil de Comunicao EBC,

    empresa pblica federal, vinculada Secretaria de Comunicao Social da

    Presidncia da Repblica.

    A EBC composta por um complexo de comunicao composto pela nova

    TV Pblica, oito emissoras de rdio e uma agncia de notcias. Conta ainda com um

    Conselho Curador, um meio encontrado pelo governo para que a sociedade

    participe da gesto de empresas pblicas de comunicao, o que diferencia a EBC

    dos canais estatais, controlados pelos governos ou poderes pblicos.

    4.2 A Voz do Brasil

    4.2.1 O que A Voz do Brasil

    A Voz do Brasil um programa radiofnico que vai ao ar de segunda a

    sexta-feira, sempre s 19 horas, horrio de Braslia, e tem veiculao obrigatria em

    todas as emissoras de radiodifuso (excludas as de televiso), de acordo com o

    Cdigo Brasileiro de Telecomunicaes (Lei n. 4.117, de 227 de agosto de 1962.

    cap. V, art. 38, alnea e).

    Com durao de uma hora, os primeiros 25 minutos so produzidos pela

    EBC Empresa Brasil de Comunicao, e tem por objetivo levar populao

    notcias de interesse do pblico sobre o Poder Executivo (presidente, governadores,

  • 25

    prefeitos e sub-reparties). O tempo restante, 35 minutos, de responsabilidade

    dos Poderes Legislativo e Judicirio.

    4.2.2 Histrico

    A Voz do Brasil o programa mais antigo do rdio brasileiro. Foi ao ar pela

    primeira vez em 22 de julho de 1935, no governo de Getlio Vargas, com o nome de

    Programa Nacional. Criado por Armando Campos, A Voz do Brasil tinha o intuito de

    divulgar as idias de Vargas para a populao.

    De 1935 a 1962 foi ao ar com o nome de Hora do Brasil e, a partir de 1938

    passou a ter veiculao obrigatria em rede nacional para todas as emissoras de

    rdio do pas. Ainda em 62 entrou em vigor o Cdigo Brasileiro de

    Telecomunicaes e o programa Hora do Brasil passa a se chamar A Voz do Brasil.

    Tambm neste ano, os poderes Legislativo e Judicirio passam a ter espao na

    programao (Fonte: Agncia Brasil).

    De acordo com a EBC, no processo de redemocratizao sofrido em 1985

    (fim do regime militar e eleio indireta de Tancredo Neves), o programa comeou a

    desgastar. O nmero de aparelhos desligados assim que O Guarani, de Carlos

    Gomes, comeava a tocar era grande.

    O Instituto DataFolha, em 1995, revelou que j naquela poca 88% dos

    brasileiros com mais de 16 anos conheciam ou j ouviam falar do programa. Essa

    pesquisa est disponvel no site do Jornalismo Digital. Nas regies Nordeste e

    Centro-Oeste a audincia maior. Dois teros dos entrevistados dessas regies que

    conhecem A Voz do Brasil ouvem o programa regularmente (disponvel em:

    www.jornalismodigital.org.br)

    Em 1998, o programa reformulado e introduzida a voz de uma mulher na

    locuo dA Voz do Brasil, que at ento s tinha locuo masculina. O tema O

    Guarani permaneceu, mas novas vinhetas foram introduzidas e o tema ganhou

    novos acordes. A linguagem tambm mudou e passou a ser mais leve, tornando a

    compreenso das informaes um pouco mais fceis.

    http://www.jornalismodigital.org.br/
  • 26

    Em entrevista realizada pela aluna Marlia Gomes de Oliveira, no dia 11 de

    maro de 2011, com a editora-chefe da Voz do Brasil (Poder Executivo), Ktia

    Sartrio, a editora disse que o formato em que o programa se encontra foi

    estabelecido no governo Lula, em 2003, como parte do novo conceito de

    comunicao pblica, e a EBC promoveu uma profunda reforma editorial no

    programa. Segundo Sartrio, a parte destinada ao Poder Executivo ganhou um foco

    mais jornalstico, a reportagem saiu do gabinete presidencial e foi para as ruas em

    busca de estabelecer uma relao entre as polticas pblicas do governo e a

    necessidade da populao.

    Na entrevista Ktia disse que, A Voz do Brasil uma prestao de servios

    e tem como linha editorial foco no cidado. Para ela, o cidado tem por direito saber

    o que tem sido feito com o dinheiro dos impostos pagos ao Governo Federal e, o

    programa procura passar essas informaes para o ouvinte, cidado, aquele que

    paga imposto.

    A editora destacou que no h uma medio de audincia, mas que eles

    sabem que a audincia grande por conta do retorno do pblico quanto

    divulgao de servios. Como exemplo disso, h alguns anos, quando A Voz

    divulgou um servio da Caixa Econmica Federal e deu o nmero para informaes.

    Por volta das 21 horas do dia da divulgao no programa, o pessoal da Caixa

    Econmica ligou para a redao da Voz pedindo que o nmero no fosse mais

    divulgado por conta da quantidade de ligaes recebidas e que eles no estavam

    dando conta de atender a todas.

    Na segunda entrevista realizada no dia 26 de abril de 2011, feita para

    esclarecer algumas dvidas que ficaram pendentes na primeira, Ktia Sartrio disse

    que os meios mais utilizados pelos ouvintes para contato so o twitter do programa,

    que j ultrapassa os 11 mil seguidores, e o e-mail da pauta, que so divulgados nas

    transmisses. Alm da internet, os ouvintes fazem ligaes e mandam cartas para o

    programa, sugerindo reportagens, elogiando o programa, criticando tambm, tirando

    dvidas sobre alguma matria que no foi bem entendida pelo ouvinte.

    A editora explicou que, quando os ouvintes sugerem pautas, elas so

    direcionadas para uma central de pautas do programa, onde so apuradas pela

    equipe, para ver se tem alguma relao, algum link com o Poder Executivo. Depois

  • 27

    da apurao, essas sugestes so apresentadas na reunio de pauta. Muitas delas

    so aproveitadas e, quando isso acontece, divulgado no programa que tal matria

    foi sugerida pelo ouvinte, a no ser que a pessoa pea para no ser identificada.

    Sartrio acredita que A Voz do Brasil seja um instrumento de comunicao

    pblica e exera o seu papel frente a isso. O programa presta contas do Poder

    Executivo (que a parte do programa produzida pela EBC) ao cidado e, pelo fato

    de ter veiculao nacional e a circulao de informaes ser grande, A Voz do Brasil

    hoje, faz comunicao pblica.

    4.3 Anlise do programa A Voz do Brasil

    Programa do dia 1 de maro de 2011

    Este programa tratou de falar do reajuste que o Bolsa Famlia vai sofrer este

    ano. Tratou tambm da dedicao do ms de maro mulher pela Presidncia da

    Repblica, que comeou em Irec (BA), com a visita da presidenta Dilma Rousseff a

    referida cidade.

    Falou da assinatura de um convnio entre o Governo da Bahia e a

    Petrobrs, da criao de contas especficas pelos bancos para serem utilizados

    pelos clientes que usam meios eletrnicos para movimentaes financeiras. Com

    essas contas, os clientes podem deixar de pagar algumas taxas cobradas pelos

    bancos.

    Tratou da balana comercial que fechou em alta no ms de fevereiro, e

    explicou o que a balana comercial para que os ouvintes entendessem, e sobre

    comrcio exterior, levando um convidado especialista no assunto para o estdio.

    Falou da medida implantada pelo Ministrio da Sade que deu direito aos

    hipertensos e diabticos a receberem seus remdios de graa nas farmcias

    populares. A matria apresentou os servios que os usurios podem procurar para

    ter acesso s informaes.

    Trouxe informaes sobre o envio de tropas federais os estado da Paraba,

    sobre o ProUni e sobre a IX Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto

    Brasileiro de Museus.

  • 28

    Pelos elementos analisados neste programa, pode-se perceber que A Voz

    do Brasil s reproduz as atividades do Governo Federal para a linguagem

    radiofnica e repassa populao. No d para perceber se houve participao do

    pblico sugerindo pauta em nenhuma das matrias.

    O destaque foi para o especialista que traduziu termos em linguagem mais

    simples para que o ouvinte pudesse entender melhor sobre a notcia de economia,

    esclarecendo posteriores dvidas que se viesse a ter sobre balana comercial e

    comrcio exterior. Isso faz com que o pblico se interesse pela notcia e passe a

    entender melhor sobre o assunto tratado.

    Programa do dia 2 de maro de 2011

    Este programa tratou de falar do relatrio da Junta Internacional de

    Fiscalizao dos Entorpecentes e, com relao ao Brasil, este relatrio destacou o

    aumento do consumo de crack. Falou tambm das medidas adotadas pelo Governo

    Federal para o combate ao uso da droga.

    Tratou da liberao de verbas pelo governo federal, anunciado pelo ministro

    da Integrao Nacional, Fernando Bezerra, para as cidades atingidas pela chuva no

    Rio de Janeiro e em So Paulo.

    Trouxe informaes sobre as doenas transmitidas pelo beijo, j que o

    programa foi ar na semana que antecedeu o carnaval deste ano. Deu um destaque

    maior para a sfilis e, como identificar e se prevenir contra a doena. Forneceu o

    telefone onde o cidado pode se informar melhor.

    Falou dos problemas que a demora da liberao de importaes de

    materiais de pesquisa para estudos pode causar para as entidades de educao e

    tambm para cientistas que trabalham na produo de medicamentos.

    Tratou de falar de um novo programa da ANATEL (Agncia Nacional de

    Telecomunicaes) que pode beneficiar os cidados atendidos pelo Bolsa Famlia.

    Mostrou como o usurio pode se informar melhor. Falou tambm da assinatura de

    um acordo da ANAC (Agncia Nacional de Aviao Civil) com a polcia federal que

    vai permitir que a polcia tenha acesso s listas de vos e tripulantes bordo, para

    controlar a segurana do pas.

  • 29

    Falou da destinao de recursos do MEC (Ministrio da Educao) para a

    escolarizao de jovens e adultos, em parceria com o Ministrio da Justia, para que

    seja aplicado nos presdios e, assim, permitir que os detentos possam estar

    qualificados para o mercado de trabalho quando sarem da priso. O programa est

    previsto para ter incio em julho.

    Tratou da reunio que a presidenta Dilma Rousseff teve com os

    representantes da base aliada no Palcio do Planalto. E tambm sobre o

    crescimento da produo industrial brasileira, que foi de comportamento moderado.

    Informou como proceder com a declarao do imposto de renda.

    Pelo percebido na anlise deste programa, foi constatado que A Voz do

    Brasil atua como instrumento de servio pblico, divulgando dicas de como a

    populao pode se informar melhor sobre os programas do governo e seus

    parceiros. Mas, ainda assim, no d para saber como a populao participou da

    produo deste programa, pois eles no apresentam endereo, nem telefone e nem

    alguma outra forma que o cidado possa participar sugerindo pautas para o

    programa.

    Programa do dia 3 de maro de 2011

    Este programa tratou de falar do aumento do PIB (Produto Interno Bruto) no

    ano passado e destacou que foi o maior aumento desde 1986 segundo o IBGE

    (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica). Trouxe ao estdio o editor da Voz

    para explicar o que significa esse aumento para a economia do pas.

    Falou da visita do primeiro ministro do Timor Leste ao Brasil, que foi recebido

    pela presidenta e sobre o que trataram nessa visita.

    Trouxe informaes sobre como doar sangue e, destacou que nos feriados

    prolongados os acidentes aumentam e preciso um estoque maior no banco de

    sangue dos hemocentros, j que o carnaval se aproximava.

    Falou da construo de unidades industriais da Hemobrs (Empresa

    Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia) em Pernambuco, que vai possibilitar o

    aumento de ofertas de hemoderivados, que pode gerar medicamentos que auxiliem

    no tratamento de vrias doenas.

  • 30

    Em comemorao ao ms da mulher, foi destacada a participao feminina

    junto s obras do PAC, de como a mulher tem participado mais do mercado de

    trabalho na rea de construo civil.

    Voltou a falar sobre a declarao do imposto de renda, que a quantidade de

    declaraes entregues est dentro do previsto pela Receita Federal e, tambm,

    falou do que pode ser usado para deduzir valores do imposto de renda. Trouxe

    informaes das bolsas oferecidas pelo ProUni.

    Ao analisar este programa foi constatado que, A Voz, como instrumento de

    comunicao, se preocupa em deixar claro todas as informaes que contenham

    certa dificuldade de entendimento pelos ouvintes, trazendo pessoas ao estdio para

    explicar tais assuntos. Oferece tambm os servios de utilidade pblica, trazendo

    telefones, endereos eletrnicos e meios de como o cidado pode se informar sobre

    os programas do governo.

    Programa do dia 4 de maro de 2011

    Este programa tratou de falar sobre o reforo da segurana do sistema

    eltrico, j que h um maior consumo no perodo do carnaval, com ateno especial

    aos estados onde h maior visitao de turistas e eventos carnavalescos, para que

    no haja falta de energia e, se houver, possam estar capacitados para resolver o

    problema.

    Informou tambm sobre a principal causa de acidentes nas estradas, o

    excesso de velocidade e, para evitar isso, a polcia rodoviria federal reforou o

    planto nas estradas. Falou do esquema de circulao de veculos pesados nas

    rodovias federais, organizado pela ANTT (Agncia Nacional de Transportes

    Terrestres).

    Trouxe uma vinheta conscientizadora produzida pelo Denatran (Departamento

    Nacional de Trnsito) e Governo Federal, como parte da campanha Se beber, no

    dirija. O Departamento Nacional de Trnsito focou a campanha nas cidades do Rio

    de Janeiro, Salvador, Recife e Olinda, e nos jovens que, segundo pesquisa do

    departamento, 78% deles dirigem depois do consumo de lcool.

  • 31

    Falou dos possveis atrasos de vos que podem ocorrer durante o perodo de

    Carnaval, trazendo recomendaes de como evitar constrangimentos na hora do

    embarque.

    Falou tambm do uso dos lana-perfumes, que antes era moda nos bailes de

    Carnaval e hoje considerada uma droga ilcita, que pode levar morte de quem o

    inala. E tambm sobre os danos que podem ser causados sade pelo uso dos

    sprays de espuma colorida. Informou sobre o pode ser feito caso o produto seja

    ingerido, ou atinja os olhos.

    Trouxe informaes do lanamento da campanha do combate s doenas

    sexualmente transmissveis no sambdromo do Rio de Janeiro, da importncia de se

    usar camisinha nas relaes sexuais.

    Informou sobre o aumento da inflao no ms de fevereiro, que deve boa

    parte educao (material escolar, matrculas nas escolas). Mas tambm falou da

    queda de preos de determinados tipos de alimentos.

    Falou dos recursos destinados ao Fundo de Amparo ao Trabalhador para que

    as taxas de desemprego diminuam. Isso ser possvel com o financiamento de

    novos negcios.

    Falou tambm sobre professores que tenham conseguido arcar com a

    faculdade com a ajuda do FIES, podem quitar sua dvida com o governo trabalhando

    em escolas pblicas por um determinado perodo de tempo.

    Informou que a Receita Federal no ia receber declaraes do imposto de

    renda no final de semana do Carnaval. A Receita Federal no manda informativos

    pelos Correios sobre qualquer modificao sofrida nas declaraes, s se obtm

    informaes sobre isso no site da Receita.

    Falou do reajuste sofrido nos valores dos benefcios pagos pelo INSS por

    conta do aumento do salrio mnimo.

    Na anlise deste programa foi constatado que, as informaes de interesse

    pblico, principalmente com relao ao Carnaval, puderam ser bem expressadas. A

    preocupao em levar a informao ao ouvinte pde ser mais bem percebida nesta

    transmisso. A Voz trouxe tambm a divulgao do twitter do programa, uma forma

  • 32

    de se comunicar com o cidado internauta para sugestes de pauta por parte do

    cidado.

    Programa do dia 7 de maro de 2011

    Este programa tratou de falar sobre o balano dos acidentes do final de

    semana de Carnaval que, feito pela Polcia Rodoviria Federal, constatou que mais

    da metade dos acidentes foram causados por pessoas alcoolizadas.

    Falou da importncia da alimentao para os folies, que precisam estar

    ligados no que consomem. Tambm destacou o fato de que representantes de

    empresas internacionais tenham vindo assistir aos desfiles no sambdromo carioca,

    e que isso faz parte da estratgia de estimular as exportaes.

    Tratou do Dia Internacional da Mulher (j que o programa no vai ao ar no dia

    8, pois feriado nacional) e, informou populao o nmero de apoio e de

    denncias para que a mulher possa usar para diminuir a violncia.

    Trouxe tambm um pequeno destaque a outro programa produzido pela

    emissora, o caf com a presidenta, no qual Dilma destacou a importncia das

    mulheres no Brasil e que a mulher ajuda a construir o futuro do Brasil. Falou do

    Plano Nacional de Polticas para as Mulheres que est em ao desde o ano de

    2008.

    Tratou do preo dos combustveis, que as pessoas devem fazer pesquisas

    para evitar desperdcio de dinheiro, e que poucos sabem que o consumidor pode

    pesquisar pela internet e pelo celular em qual posto o combustvel est mais barato.

    E da troca de leo para o funcionamento dos veculos.

    Falou do apoio do Ministrio da Integrao Nacional aos municpios

    maranhenses atingidos pelas enchentes.

    Na anlise deste programa ficou constatado que, mesmo servindo ao pblico,

    passando as informaes das aes do governo federal para a sociedade, ainda no

    se pode dizer se as notcias da Voz atendem ao interesse do pblico. Mesmo que o

    programa divulgue o twitter e pea para ser seguido e para que os seguidores dem

    sugestes de pauta, no d para saber se as matrias veiculadas foram de sugesto

    do pblico.

  • 33

    Programa do dia 9 de maro de 2011

    Este programa tratou de falar sobre os acidentes registrados nas rodovias

    federais, ocorridos nos cinco dias de Carnaval, em balano feito pela Polcia

    Rodoviria Federal. Ressaltou que um dos grandes problemas das estradas foi o

    consumo de lcool. O movimento dos aeroportos estava normal e com poucos

    atrasos.

    Avisou s mulheres que o CPF (Cadastro de Pessoa Fsica) pode ser obtido

    de graa at a sexta-feira (11) nas agncias da Caixa Econmica Federal. Uma

    forma de contribuio da Caixa para que as mulheres tenham acesso aos vrios

    programas do governo.

    Falou sobre o movimento feminista, uma greve comandada s por mulheres

    americanas em 1857, e deu origem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado no

    dia 8 de maro. Falou tambm sobre a violncia sofrida pelas mulheres dentro de

    casa pelos companheiros, e que existe uma central que registra as denncias essas

    agresses sofridas, informa sobre a Lei Maria da Penha e os direitos da mulher, que

    s preciso ligar no disque180.

    Tratou do uso dos repelentes, que no vero bastante usado por conta do

    aumento de pernilongos nessa poca do ano. Por conta disso, a Anvisa (Agncia

    Nacional de Vigilncia Sanitria) abriu uma consulta pblica para receber sugestes

    da populao e definir regras de segurana para o uso do produto.

    Trouxe tambm informaes sobre os preos dos alimentos, uma

    preocupao de quem faz compras desses produtos. Falou de como possvel ter

    acesso aos preos de hortalias, frutas e verduras, consultando os sites dos

    CEASAS (Centrais de Abastecimento) de cada estado. Falou que preciso o

    fortalecimento da agricultura familiar para ajudar na reduo dos preos.

    Falou dos editais abertos pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e

    Combate Fome, destinados a criao de bancos de alimentos, cozinhas

    comunitrias e restaurantes populares, para que ofeream alimentos mais baratos

    para a populao atendida pelos programas do governo federal.

  • 34

    Na anlise deste programa, ficou constatado que A Voz procura uma

    proximidade maior com o pblico adotando vinhetas musicais com msicas de

    artistas locais. Busca atender ao interesse pblico, mas sem deixar de lado o

    interesse do pblico, passando populao informaes relevantes sobres os

    programas do governo e sobre a gratuidade em certas extraes de documentos.

    Programa do dia 10 de maro de 2011

    O programa deste dia tratou de falar sobre os acidentes nas estradas que,

    neste carnaval ocorreram em maior nmero e, desde 2003, no tinha tido um

    carnaval to violento nas rodovias federais. Que os maiores fatores contribuintes

    para esses acidentes so a imprudncia nas estradas e o consumo de bebidas

    alcolicas. Tambm falou sobre a grande quantidade de drogas apreendidas pela

    Polcia Rodoviria Federal neste feriado prolongado, uma das maiores quantidades

    j apreendidas.

    Trouxe informaes sobre a campanha do teste do HIV, promovida pelo

    Ministrio da Sade, que convoca os folies que mantiveram relaes sexuais sem

    proteo, e onde fazer o teste.

    Falou tambm do pedido da presidenta ao ministro da Integrao Nacional

    que visite os estados atingidos recentemente pela chuva e, que o ministrio das

    relaes exteriores trabalhe para garantir a integridade do jornalista brasileiro

    mantido refm na Lbia.

    Tratou da produo de gros no Brasil, que a quantidade que ser colhida

    ter produo recorde, apesar da queda produtiva na regio sul. Falou da lei que

    autoriza a regulamentao da atuao da EMBRAPA (Empresa Brasileira de

    Pesquisa Agropecuria) em outros pases, com relao s exportaes.

    Informou sobre as financeiras que oferecem emprstimos, para que o

    cidado tome cuidado ao solicitar um financiamento, para se proteger dos golpes.

    Sobre as dicas do Banco Central para que o consumidor se proteja dos golpistas, e

    como e onde se informar sobre essas instituies financeiras.

  • 35

    Falou sobre as facilidades que a internet trouxe em movimentaes

    bancrias para o consumidor, e sobre os perigos que esse recurso pode trazer, j

    que existem quadrilhas especializadas em roubar dados bancrios pela internet.

    Voltou a falar sobre a declarao do imposto de renda e alertou sobre a

    multa para quem perder o prazo da entrega.

    Tratou da contratao de instituies financeiras que o Ministrio da

    Agricultura vai realizar para auxiliar nas linhas de crdito dos cafeicultores.

    Falou do curso Polcia e Comunidade, que est sendo oferecido pelo

    governo israelense para fortalecer as aes de polcia comunitria com base na

    polcia israelense, que ser realizado em Israel.

    Na anlise deste programa, ficou constatado que A Voz faz uso de recursos

    para manter o cidado em alerta sobre prazos de entrega e retirada de documentos,

    e sobre cursos oferecidos. D para perceber uma atuao das aes de

    comunicao governamental dentro da comunicao pblica.

    A Voz atende algumas das funes de que Zmor (1995) prope para

    comunicao pblica, que o de informar, ouvir demandas, expectativas e promover

    o debate pblico. Atravs da divulgao de certos servios, a populao pode ter

    acesso ao que lhe convm.

    Programa 11 de maro de 2011

    Este programa tratou sobre as negociaes do reajuste do imposto de renda

    entre as centrais sindicais e a presidenta. Tratou tambm sobre a assinatura de uma

    portaria que firma que funcionrios de empresas pblicas e estatais vinculadas ao

    governo federal, participem dos conselhos de administrao destas empresas.

    Falou sobre as cidades em situao de emergncia em Mato Grosso por

    causa das chuvas, e sobre a liberao de recursos para a recuperao da infra-

    estrutura das cidades, que ser feito pelo Ministrio da Integrao Nacional.

    Tratou sobre a manifestao de solidariedade do governo brasileiro para com

    o Japo, em virtude do terremoto que devastou o pas. E deu detalhes sobre o

    acidente. Tambm informou que a embaixada brasileira no Japo trabalha na ajuda

  • 36

    brasileiros que moram no pas e na comunicao com parentes que querem saber

    notcias dos seus que moram no Japo.

    Falou sobre a febre aftosa, uma doena que atinge o rebanho bovino e de

    bfalos, e que foi erradica no Brasil, graas vacinao dos rebanhos.

    Voltou a falar sobre a movimentao econmica que ocorreu no Brasil, e que

    a vinda de investidores estrangeiros ao pas para negociaes e exportaes foi

    bastante proveitosa.

    Informou sobre a questo ambiental, da crescente conscientizao da

    sociedade com relao poluio nas cidades. O Ministrio do Meio Ambiente

    lanou a campanha Saco um Saco, para evitar que sacolas plsticas fossem

    jogadas na rua.

    Falou da queda da taxa de desemprego, que se deve, principalmente, s

    reas de produo industrial e de construo civil.

    Na anlise deste programa, foi constatado que a linguagem est bem mais

    dinmica, as vinhetas esto sendo dinamizadas e que o servio pblico continua a

    existir. As informaes so todas voltadas ao pblico em geral e, a preocupao

    com a notcia, em transformar as informaes passadas pelo governo para a

    produo do programa, est cada vez mais freqente.

    Mesmo sendo um programa pautado pelo governo, existe a preocupao em

    traduzir as informaes para uma linguagem que o pblico compreenda, e assim,

    possa haver comunicao entre a sociedade, o Estado e o Governo. O crculo

    dessas informaes importante para que haja realmente comunicao e, para que

    o conceito de comunicao pblica seja atendido.

    Programa do dia 14 de maro de 2011

    Este programa tratou de falar sobre um anncio da presidente referente

    construo de creches e escolas do governo federal e sobre a implantao da Rede

    Cegonha para atendimento integral de mes e crianas. E falou sobre a

    preocupao da presidenta com a violncia domstica, e que o Ministrio da Sade

    tornou obrigatria a notificao da violncia contra a mulher tanto nas redes pblicas

    quanto privadas de sade no Brasil.

  • 37

    Informou que o ex-presidente do Banco Central vai comandar a Autoridade

    Pblica Olmpica. Sobre o reajuste dos preos dos remdios, os medicamentos vo

    ficar mais caros, e que, os novos preos, devero ser mantidos at maro de 2012.

    Tambm sobre as novas taxas de embarque nacionais nos aeroportos e como vai

    funcionar a cobrana.

    Falou sobre o retorno de brasileiros que foram tentar a vida fora, voltam para

    o pas em busca de novos empregos, e encontram dificuldade em arranjar uma vaga

    no mercado de trabalho do Brasil. Para ajudar, o Governo Federal criou um ncleo

    de ajuda insero desses brasileiros no mercado de trabalho.

    Tratou do terremoto no Japo, que a embaixada brasileira pediu aos

    brasileiros residentes no pas que saiam das proximidades da usina de Fukushima,

    j que ainda h riscos de novos terremotos. A produo do programa consultou um

    especialista em estudos de terremotos para esclarecer quais os problemas que

    podem acontecer se voltarem a acontecer novos terremotos.

    Falou das fortes chuvas que atingem Paran e Santa Catarina e causa

    transtornos nos estados. Informou tambm sobre o programa Bolsa Atleta do

    Ministrio dos Esportes. Sobre o destino do dinheiro dos prmios de loterias, que

    ajuda a custear programas sociais.

    Na anlise deste programa, ficou constatado a preocupao com o foco nos

    elementos que fazem a notcia, houve uma ateno maior com os temas que

    interessam ao pblico. A sociedade, neste programa, parece estar mais bem

    atendida com relao s informaes.

    Atende denominao de comunicao governamental, pois, esse tipo de

    comunicao, segundo Duarte (2009), pode ser considerada como uma evoluo do

    conceito de comunicao pblica. A Voz est diretamente ligada aquilo que o

    pblico quer saber sobre as aes do Governo Federal.

    Resultado da aplicao do questionrio

    A Voz do Brasil um programa dirio semanal, no vai ao ar apenas nos

    finais de semana e feriados. Aps aplicao do questionrio relacionando a

    audincia do programa aos conceitos de comunicao pblica ficou constatado que

  • 38

    das dez pessoas entrevistadas, a maioria (quatro) ouviam o programa trs vezes por

    semana, no carro e que no participavam do programa por no saber como, mas

    sabiam da possibilidade de participar.

    A pouca divulgao dos meios de participao, apenas na segunda e na

    sexta, faz com que muitos ouvintes no saibam como entrar em contato com a

    produo do programa, apesar de quererem dar alguma sugesto, tirar alguma

    dvida, ou at mesmo elogiar o prprio programa.

    De acordo com o questionrio, a forma de informar da Voz, avaliada pelos

    ouvintes boa e eles se sentem bem informados quanto as notcias do governo

    federal. Dos dez, apenas trs participaram do programa, e dois tiveram retorno da

    produo da Voz ao contato mantido.

    Com isso, foi possvel identificar traos da comunicao entre sociedade,

    governo e Estado, uma das principais caractersticas do conceito de comunicao

    pblica e que busca unificar esses trs setores em prol da construo da cidadania.

  • 39

    5. Concluso

    O conceito de comunicao pblica ainda muito difuso. No se sabe como

    definir esse tipo de comunicao com certeza, pois, muitas formas de se comunicar

    podem ser entendidas como comunicao pblica. O que possvel definir que ela

    deve ser utilizada como um instrumento de circulao e debate de informaes entre

    governo, Estado e sociedade.

    Essa nova forma de comunicao no deve ser confundida com o jornalismo

    pblico, j que a comunicao pblica mais voltada para os interesses pblico e do

    pblico e o jornalismo pblico trabalha mais voltado para as aes sociais com a

    promoo da cidadania. A comunicao pblica instrumento de construo da

    cidadania e no de promoo da mesma.

    Ao realizar o estudo de campo do programa A Voz do Brasil, nos trinta

    minutos referentes ao Poder executivo, que so os produzidos pela Empresa Brasil

    de Comunicao (EBC), foi possvel identificar caractersticas da comunicao

    pblica. No acompanhamento das transmisses do programa e do twitter da Voz,

    percebeu-se que os cidados tinham acesso a uma informao trabalhada, e que

    era possvel a comunicao entre os que fazem o programa e a sociedade.

    Durante o perodo delimitado pela autora para anlise e fundamentao do

    estudo de caso, no foi possvel perceber a participao do pblico na produo do

    programa. Porm, no decorrer dos meses que esta monografia foi redigida, a autora

    deste trabalho identificou participao do pblico, pois, quando isso ocorria, os

    apresentadores da Voz diziam que aquela pauta foi sugerida pelos ouvintes.

    Por ser um programa feito para divulgar as aes do Governo Federal, est

    diretamente ligada definio de comunicao governamental, prestando contas

    populao do que o governo vem fazendo com o dinheiro pblico. Os cidados no

    s escutam o programa, eles tambm participam de vrios meios, e fazem uso dos

    servios pblicos oferecidos e divulgados pelo programa. Os editores da Voz do

    Brasil procuram responder a todo contato mantido entre pblico, produo e governo

    que chegam at a redao do programa. O cidado deixa de ser somente audincia

    e passa a ter participao na produo da Voz.

  • 40

    Nas entrevistas com a editora executiva do programa, foi verificado que o

    pblico tem participado de vrias formas, escrevem cartas, ligam, mandam e-mails,

    postam no twitter. H uma preocupao na questo da informao: quanto maior for

    o pblico atingido por esta ou aquela obra do Governo Federal, mais relevncia tem

    a informao e maior destaque vai ter dentro do programa.

    Porm, a divulgao de como o pblico pode participar do programa peca

    um pouco pelo fator tempo. So 25 minutos cravados que a EBC tem para produzir

    as notcias do poder executivo e, repassar os meios de comunicao para que os

    ouvintes possam entrar em contato poderia prejudicar o contedo do programa. Por

    isso, algumas pessoas tm interesse de trocar informaes com o programa, mas

    no sabem como, pois apenas na segunda e na sexta divulgado o twitter e o e-

    mail de pauta da Voz do Brasil.

    Em entrevista com Jorge Duarte, no dia 5 de maio de 2011, foi questionado

    se A Voz do Brasil poderia ser um instrumento de comunicao pblica, j que o

    programa tem traos de comunicao governamental, que uma das vertentes da

    comunicao pblica. Segundo Duarte, A Voz pode sim ser denominada como

    instrumento de comunicao pblica. Alm de divulgar a informao, o programa d

    ao ouvinte a oportunidade de checar se a informao verdica e de cobrar as

    aes que foram prometidas ou realizadas naquela regio divulgada no rdio.

    Depois da anlise, foi possvel chegar a concluso que, apesar de ser

    considerada instrumento de comunicao pblica, algumas falhas ainda esto

    presentes. Porm, no que diz respeito a contedo, informao e construo do

    programa, A Voz do Brasil exerce bem o seu papel, e promove a discusso pblica

    de diversos assuntos ligados ao poder executivo.

    Com o advento das novas mdias, a populao deixou de ser mera

    espectadora dos fatos e passou a participar mais da construo da informao,

    passou a cobrar e a ter retorno dessas cobranas. Com a comunicao pblica, a

    sociedade passou a ter voz e a publicizar informaes, que muitas vezes eram

    deixadas de lado, por tratar de falar somente do interesse do pblico e no do

    interesse pblico, mas que interessava a uma boa parcela da populao.

  • 41

    Acredita-se que o maior desafio da comunicao pblica ainda seja

    promover a integrao entre governo, Estado e sociedade, para que a informao

    consiga atingir, cada vez mais, um maior nmero de pessoas. S ento, o debate

    dessas informaes chegar ao ponto de ser possvel definir, com mais facilidade, o

    que realmente venha a ser comunicao pblica.

  • 42

    6. Referncias

    A Voz do Brasil: Um programa fora de sintonia. Disponvel em: http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI152378-15223,00-A+VOZ+DO+BRASIL+UM+PROGRAMA+FORA+DE+SINTONIA.html acesso em 27 de maro de 2011

    AMARAL, L. et al. Jornalismo Pblico: o social como valor-notcia.In: Jornalismo Pblico: O social como valor-notcia. Braslia: Casa Das Musas, 2004

    BRANDO, Elizabeth. Conceito de comunicao pblica. In: DUARTE, Jorge (Org.). Comunicao pblica: Estado, governo, mercado, sociedade e interesse pblico. So Paulo: Atlas, 2007

    BRASIL. Lei n 4.117, de 227 de agosto de 1962. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L4117.htm acesso em: 4 de abril de 2011

    BRASLIA. Decreto n 6.246 de 24 de outubro de 2007. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6246.htm acesso em: 4 de abril de 2011

    CALDAS, Esther. A Memria da Comunicao Impressa Brasileira e o Exerccio da Cidadania. In: OLIVEIRA, Maria Jos da Costa (Org.). Comunicao Pblica. Campinas: Alnea, 2004

    CASTILHO, Alceu Lus. Os oito princpios da comunicao pblica, segundo Gushiken. Disponvel em: http://www.sinprorp.org.br/clipping/2005/145.htm acesso em: 20 de maro de 2011

    DUARTE, Jorge (Org.). Comunicao pblica: Estado, governo, mercado, sociedade e interesse pblico. So Paulo: Atlas, 2007

    ___Os desafios da comunicao pblica. In: PAULINO, Fernando Oliveira (Org.). LUSOCOMUM: Transparncia, governana, accontability e comunicao pblica. Braslia, 2009

    http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI152378-15223,00-A+VOZ+DO+BRASIL+UM+PROGRAMA+FORA+DE+SINTONIA.htmlhttp://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI152378-15223,00-A+VOZ+DO+BRASIL+UM+PROGRAMA+FORA+DE+SINTONIA.htmlhttp://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%204.117-1962?OpenDocumenthttp://www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L4117.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6246.htmhttp://www.sinprorp.org.br/clipping/2005/145.htm
  • 43

    DUARTE, Marcia. Estudo de Caso. In: BARROS, Antnio e DUARTE, Jorge (Org.). Mtodos e Tcnicas de Pesquisa em Comunicao. So Paulo: Atlas, 2005

    Histrico A Voz do Brasil. Disponvel em: http://stream.agenciabrasil.gov.br/estatico/radio_voz_do_brasil_historia.htm acesso em: 27 de maro de 2011

    Histria da Voz do Brasil. Disponvel em: http://www.ebcservicos.ebc.com.br/programas/a-voz-do-brasil/historia acesso em: 27 de maro de 2011

    MARTINS, Luiz. Imprensa e cidadania: possibilidades e contradies. In: MOTTA, Luiz Gonzaga (Org.). Imprensa e Poder. Braslia: Editora Universidade de Braslia, 2002

    ___ Jornalismo Pblico: O social como valor-notcia. Braslia: Casa Das Musas, 2004

    MATOS, Heloiza Helena. Comunicao pblica, esfera pblica e capital social. In: DUARTE, Jorge (Org.). Comunicao pblica: Estado, governo, mercado, sociedade e interesse pblico. So Paulo: Atlas, 2007

    MONTEIRO, Graa Frana. A singularidade da comunicao pblica. In: DUARTE, Jorge (Org.). Comunicao pblica: Estado, governo, mercado, sociedade e interesse pblico. So Paulo: Atlas, 2007

    ___ Comunicao Pblica e Cincia Cidad. In: OLIVEIRA, Maria Jos da Costa (Org.). Comunicao Pblica. Campinas: Alnea, 2004

    Plano Editorial Voz do Brasil Radiobrs- fevereiro de 2004. Disponvel em: http://www.jornalismodigital.org/wp-content/uploads/2011/05/plano-editorial-voz-do-brasil-2004.pdf acesso em: 10 de maio de 2011

    TONELINI, Tatiany. Estudo de Caso: Mutiro da Cidadania da Secretaria de Justia, Direitos Humanos e Cidadania do Distrito Federal (Sejus). In: PRADO, Mnica (Org.). Coletnea@pblica: Prticas de Comunicao Pblica em Braslia. Entreposto Acadmico e DCE-UniCEUB. Braslia, 2008

    http://stream.agenciabrasil.gov.br/estatico/radio_voz_do_brasil_historia.htmhttp://www.ebcservicos.ebc.com.br/programas/a-voz-do-brasil/historiahttp://www.jornalismodigital.org/wp-content/uploads/2011/05/plano-editorial-voz-do-brasil-2004.pdfhttp://www.jornalismodigital.org/wp-content/uploads/2011/05/plano-editorial-voz-do-brasil-2004.pdf
  • 44

    APNDICE

    Para subsidiar o estudo de caso, foi aplicado um questionrio aos ouvintes

    da Voz do Brasil no perodo de 25 de abril a 6 de maio de 2011. Segue questionrio

    aplicado.

  • 45

    APNDICE A QUESTIONRIO APLICADO AOS OUVINTES DA VOZ

    DO BRASIL

    1. Com que freqncia voc escuta A Voz do Brasil?

    ( ) Diariamente ( ) 3 vezes por semana ( ) 1 vez por semana

    2. Em que ocasio voc costuma ouvir A Voz do Brasil?

    ( ) Em casa ( ) No carro/nibus ( ) No local de trabalho ( ) Outro local

    3. Voc sabia que h possibilidade de participar do programa?

    ( ) Sim ( ) No

    4. J participou alguma vez do programa sugerindo pauta, opinando, elogiando,

    denunciando algo ou tirando alguma dvida?

    ( ) Muitas vezes ( ) Algumas vezes ( ) Uma Vez ( ) Nenhuma vez

    5. Em caso afirmativo, quando participou, a produo do programa A Voz do

    Brasil respondeu ao seu contato?

    ( ) Sim ( ) No

    6. Ainda em caso afirmativo, como voc ficou sabendo que possvel participar

    do programa?

    ( ) Ouvindo o programa ( ) Acessando ao twitter do programa

    ( ) Por meio de conhecidos ( ) Outros meios

    7. Em caso negativo, voc teria interesse em participar do programa, dar

    sugestes de reportagem, elogiar, denunciar algo?

    ( ) Sim ( ) No

    8. O que faltou para voc ser informado da possibilidade de participao?

    ( ) Divulgao em outros veculos ( ) Divulgao na prpria Voz do Brasil

    ( ) Mais acesso ao twitter do programa ( ) Outros

  • 46

    9. Como voc avalia a forma de informar da Voz do Brasil?

    ( ) tima ( ) Muito Boa ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim ( ) Pssima

    10. Voc acha que est sendo bem informado sobre as notcias e aes o

    Governo Federal quando ouve A Voz do Brasil?

    ( ) Sim ( ) No

  • 47

    ANEXO

    Para a realizao deste trabalho, foram realizados alguns contatos pelo

    twitter, com ouvintes da Voz do Brasil que no moram em Braslia, para resposta do

    questionrio. Ento, foi dado um print screen na pgina do twitter da autora

    comprovando as entrevistas realizadas pela rede social. Este material pode ser

    encontrado a seguir como complementao da monografia.

  • 48

    ANEXO A PRINT SCREEN DO CONTATO COM LETCIA XAVIER,

    ANALSTA DE MDIA, NITERI (RJ).

  • 49

    ANEXO B PRINT SCREEN DO CONTATO COM LAINE SOUZA,

    ADVOGADA, UBERLNDIA (MG).

  • 50

    ANEXO C PRINT SCREEN DO CONTATO COM PATRICK

    SALGADO, PROCURADOR DA REPBLICA, BELO HORIZONTE

    (MG).