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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO TECNOLÓGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA PROJETO DE GRADUAÇÃO ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULAÇÃO FEMOPATELAR COM AVALIAÇÃO EM R.M. E ASPECTOS PRÁTICOS ANOZÔR LIMA GRATIVAL GUSTAVO BERMUDES PALAURO VITÓRIA ES AGOSTO/2005

ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULAÇÃO …mecanica.ufes.br/.../files/field/anexo/anozor_e_gustavo.pdf · Figura 14– Variação das forças com o ângulo de flexão. ... neste

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIacuteRITO SANTO

CENTRO TECNOLOacuteGICO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECAcircNICA

PROJETO DE GRADUACcedilAtildeO

ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULACcedilAtildeO FEMOPATELAR COM AVALIACcedilAtildeO EM RM E ASPECTOS

PRAacuteTICOS

ANOZOcircR LIMA GRATIVAL GUSTAVO BERMUDES PALAURO

VITOacuteRIA ndash ES AGOSTO2005

ANOZOcircR LIMA GRATIVAL

GUSTAVO BERMUDES PALAURO

ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULACcedilAtildeO FEMOPATELAR COM AVALIACcedilAtildeO EM RM E ASPECTOS

PRAacuteTICOS

Projeto de Graduaccedilatildeo dos alunos Anozocircr Lima Gratival e Gustavo Bermudes Palauro elaborado sob orientaccedilatildeo do professor orientador Vladimir I Dynnikov apresentado ao Departamento de Engenharia Mecacircnica do Centro Tecnoloacutegico da Universidade Federal do Espiacuterito Santo para obtenccedilatildeo do grau de Engenheiro Mecacircnico

VITOacuteRIA ndash ES AGOSTO2005

ANOZOcircR LIMA GRATIVAL

GUSTAVO BERMUDES PALAURO

ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULACcedilAtildeO FEMOPATELAR COM AVALIACcedilAtildeO EM RM E ASPECTOS

PRAacuteTICOS

COMISSAtildeO EXAMINADORA ___________________________________ Prof Dr Vladimir I Dinnikov Orientador ___________________________________ Meacutedico Dr Liboacuterio Mule Junior Co-orientador ___________________________________ Prof Dr Cherlio Scandian Examinador ___________________________________ Prof Osvaldo Paiva de A Filho Examinador

Vitoacuteria - ES 11 agosto 2005

4

DEDICATOacuteRIA

Aos alunos e professores do Curso de Engenharia Mecacircnica da UFES

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para

que vieacutessemos a concluir o curso de Engenharia Mecacircnica a Deus aos pais

amigos e aos que amamos aos professores da UFES ao meacutedico Liborio Mule

Juacutenior a equipe do CDI e ao nosso professor orientador

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC 15

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla 16

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro 17

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP 18

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005 19

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos 20

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9] 30

Figura 8ndash Exame de RM 31

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas 32

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos 32

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees 32

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo 33

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame 36

Figura 14ndash Variaccedilatildeo das forccedilas com o acircngulo de flexatildeo 37

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial

(Zajac 1989) 40

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x

estaacute representada a velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com

sinal oposto (Zajac 1989) 41

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil

(CE) o elemento elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE)

(Zajac 1989) 42

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do

muacutesculo sartorius de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025)

(FFm+025) = 03123 neste teste Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner

1973) 43

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de

rato (Zierler 1978) 45

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees 47

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10] 49

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho 51

7

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo 53

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos 53

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica 55

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa 56

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame 57

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas 58

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo 74

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo 74

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

ANOZOcircR LIMA GRATIVAL

GUSTAVO BERMUDES PALAURO

ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULACcedilAtildeO FEMOPATELAR COM AVALIACcedilAtildeO EM RM E ASPECTOS

PRAacuteTICOS

Projeto de Graduaccedilatildeo dos alunos Anozocircr Lima Gratival e Gustavo Bermudes Palauro elaborado sob orientaccedilatildeo do professor orientador Vladimir I Dynnikov apresentado ao Departamento de Engenharia Mecacircnica do Centro Tecnoloacutegico da Universidade Federal do Espiacuterito Santo para obtenccedilatildeo do grau de Engenheiro Mecacircnico

VITOacuteRIA ndash ES AGOSTO2005

ANOZOcircR LIMA GRATIVAL

GUSTAVO BERMUDES PALAURO

ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULACcedilAtildeO FEMOPATELAR COM AVALIACcedilAtildeO EM RM E ASPECTOS

PRAacuteTICOS

COMISSAtildeO EXAMINADORA ___________________________________ Prof Dr Vladimir I Dinnikov Orientador ___________________________________ Meacutedico Dr Liboacuterio Mule Junior Co-orientador ___________________________________ Prof Dr Cherlio Scandian Examinador ___________________________________ Prof Osvaldo Paiva de A Filho Examinador

Vitoacuteria - ES 11 agosto 2005

4

DEDICATOacuteRIA

Aos alunos e professores do Curso de Engenharia Mecacircnica da UFES

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para

que vieacutessemos a concluir o curso de Engenharia Mecacircnica a Deus aos pais

amigos e aos que amamos aos professores da UFES ao meacutedico Liborio Mule

Juacutenior a equipe do CDI e ao nosso professor orientador

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC 15

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla 16

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro 17

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP 18

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005 19

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos 20

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9] 30

Figura 8ndash Exame de RM 31

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas 32

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos 32

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees 32

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo 33

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame 36

Figura 14ndash Variaccedilatildeo das forccedilas com o acircngulo de flexatildeo 37

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial

(Zajac 1989) 40

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x

estaacute representada a velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com

sinal oposto (Zajac 1989) 41

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil

(CE) o elemento elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE)

(Zajac 1989) 42

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do

muacutesculo sartorius de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025)

(FFm+025) = 03123 neste teste Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner

1973) 43

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de

rato (Zierler 1978) 45

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees 47

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10] 49

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho 51

7

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo 53

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos 53

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica 55

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa 56

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame 57

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas 58

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo 74

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo 74

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

ANOZOcircR LIMA GRATIVAL

GUSTAVO BERMUDES PALAURO

ESTUDO DO MOVIMENTO E CARGA NA ARTICULACcedilAtildeO FEMOPATELAR COM AVALIACcedilAtildeO EM RM E ASPECTOS

PRAacuteTICOS

COMISSAtildeO EXAMINADORA ___________________________________ Prof Dr Vladimir I Dinnikov Orientador ___________________________________ Meacutedico Dr Liboacuterio Mule Junior Co-orientador ___________________________________ Prof Dr Cherlio Scandian Examinador ___________________________________ Prof Osvaldo Paiva de A Filho Examinador

Vitoacuteria - ES 11 agosto 2005

4

DEDICATOacuteRIA

Aos alunos e professores do Curso de Engenharia Mecacircnica da UFES

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para

que vieacutessemos a concluir o curso de Engenharia Mecacircnica a Deus aos pais

amigos e aos que amamos aos professores da UFES ao meacutedico Liborio Mule

Juacutenior a equipe do CDI e ao nosso professor orientador

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC 15

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla 16

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro 17

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP 18

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005 19

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos 20

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9] 30

Figura 8ndash Exame de RM 31

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas 32

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos 32

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees 32

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo 33

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame 36

Figura 14ndash Variaccedilatildeo das forccedilas com o acircngulo de flexatildeo 37

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial

(Zajac 1989) 40

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x

estaacute representada a velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com

sinal oposto (Zajac 1989) 41

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil

(CE) o elemento elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE)

(Zajac 1989) 42

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do

muacutesculo sartorius de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025)

(FFm+025) = 03123 neste teste Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner

1973) 43

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de

rato (Zierler 1978) 45

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees 47

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10] 49

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho 51

7

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo 53

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos 53

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica 55

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa 56

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame 57

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas 58

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo 74

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo 74

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

4

DEDICATOacuteRIA

Aos alunos e professores do Curso de Engenharia Mecacircnica da UFES

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para

que vieacutessemos a concluir o curso de Engenharia Mecacircnica a Deus aos pais

amigos e aos que amamos aos professores da UFES ao meacutedico Liborio Mule

Juacutenior a equipe do CDI e ao nosso professor orientador

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC 15

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla 16

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro 17

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP 18

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005 19

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos 20

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9] 30

Figura 8ndash Exame de RM 31

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas 32

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos 32

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees 32

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo 33

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame 36

Figura 14ndash Variaccedilatildeo das forccedilas com o acircngulo de flexatildeo 37

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial

(Zajac 1989) 40

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x

estaacute representada a velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com

sinal oposto (Zajac 1989) 41

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil

(CE) o elemento elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE)

(Zajac 1989) 42

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do

muacutesculo sartorius de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025)

(FFm+025) = 03123 neste teste Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner

1973) 43

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de

rato (Zierler 1978) 45

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees 47

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10] 49

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho 51

7

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo 53

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos 53

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica 55

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa 56

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame 57

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas 58

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo 74

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo 74

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

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ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

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oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

5

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos aqueles que colaboraram direta ou indiretamente para

que vieacutessemos a concluir o curso de Engenharia Mecacircnica a Deus aos pais

amigos e aos que amamos aos professores da UFES ao meacutedico Liborio Mule

Juacutenior a equipe do CDI e ao nosso professor orientador

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC 15

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla 16

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro 17

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP 18

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005 19

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos 20

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9] 30

Figura 8ndash Exame de RM 31

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas 32

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos 32

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees 32

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo 33

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame 36

Figura 14ndash Variaccedilatildeo das forccedilas com o acircngulo de flexatildeo 37

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial

(Zajac 1989) 40

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x

estaacute representada a velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com

sinal oposto (Zajac 1989) 41

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil

(CE) o elemento elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE)

(Zajac 1989) 42

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do

muacutesculo sartorius de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025)

(FFm+025) = 03123 neste teste Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner

1973) 43

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de

rato (Zierler 1978) 45

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees 47

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10] 49

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho 51

7

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo 53

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos 53

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica 55

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa 56

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame 57

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas 58

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo 74

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo 74

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

6

LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC 15

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla 16

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro 17

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP 18

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005 19

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos 20

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9] 30

Figura 8ndash Exame de RM 31

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas 32

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos 32

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees 32

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo 33

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame 36

Figura 14ndash Variaccedilatildeo das forccedilas com o acircngulo de flexatildeo 37

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial

(Zajac 1989) 40

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x

estaacute representada a velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com

sinal oposto (Zajac 1989) 41

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil

(CE) o elemento elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE)

(Zajac 1989) 42

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do

muacutesculo sartorius de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025)

(FFm+025) = 03123 neste teste Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner

1973) 43

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de

rato (Zierler 1978) 45

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees 47

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10] 49

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho 51

7

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo 53

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos 53

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica 55

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa 56

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame 57

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas 58

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo 74

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo 74

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

7

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo 53

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos 53

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica 55

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa 56

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame 57

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas 58

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo 74

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo 74

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

8

SUMAacuteRIO

DEDICATOacuteRIA 4

AGRADECIMENTOS 5

LISTA DE FIGURAS 6

SUMAacuteRIO 8

VOCABULAacuteRIO 11

1 INTRODUCcedilAtildeO 13

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 15

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil 15

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica 20

3 PATOLOGIAS DO JOELHO 23

31 Tipos de Patologia 23

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior 24

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior 24

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial 24

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral 24

315 Artrite 25

316 Osteoartrite 25

317 Artrite Reumatoacuteide 25

318 Gota 26

319 Artrite Gotosa Aguda 26

3110 Cisto de Baker 26

3111 Bursite 27

3112 Doenccedila de Still de Adultos 27

3113 Condromalaacutecia Patelar 27

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter 27

3115 Pseudogota 28

3116 Artrite psoriaacutetica 28

3117 Siacutendrome de Reiter 28

3118 Esclerodermia 28

32 Tipos de Deformidades 29

321 Deformidade em Varo 29

322 Deformidade em Valgo 29

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

9

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 30

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado 30

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo 33

5 DEFEITOS DA RM 34

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio 34

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo 36

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica 38

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular 38

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular 40

54 O Modelo de Hill 41

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo 47

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo 47

5511 Jarrete 47

5512 O Quadriacuteceps da Coxa 48

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados 48

552 Ligamentos 49

5521 Ligamento Patelar 50

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral

Tibial (Medial) 50

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado 51

5524 Ligamentos Cruzados 52

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo 53

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo 54

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA 55

61 O Equipamento de Carga 57

62 Modificaccedilotildees Realizadas 58

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 59

71 Preparaccedilatildeo para o exame 59

72 Seguranccedila durante o exame 60

73 O que acontece durante o exame 60

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS OBTIDAS

ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA 62

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

10

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica 62

811 Paracircmetros Intriacutensecos 62

8111 Tempos de Relaxamento 63

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2 63

8113 Tempo de Relaxamento T1 64

812 Paracircmetros Extriacutensecos 64

8121 TR e TE 64

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem 65

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR 65

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica 65

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE 65

82 Planos de Imagem 68

821 Posicionamento do Paciente 68

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM 69

831 Imagens Axiais 69

832 Imagens Sagitais 69

833 Imagens Coronais 70

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO 71

91 Resultados dos testes 72

911 O Primeiro Teste 72

912 O Segundo Teste 72

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS 73

101 Comentaacuterio dos Resultados 73

102 Proposta de Melhoria 74

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 75

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

11

VOCABULAacuteRIO

CDI ndash Cliacutenica de diagnoacutestico por imagem

Femopatelar ndash Regiatildeo anterior da articulaccedilatildeo do joelho

USP ndash Universidade de Satildeo Paulo

RM ndash Ressonacircncia magneacutetica

Tesla ndash Unidade de medida para campo magneacutetico

EMBRAPA ndash Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaacuteria

CNPq ndash Conselho Nacional de desenvolvimento Cientiacutefico e Tecnoloacutegico

EMBRAER ndash Empresa Brasileira de Aeronaacuteutica

INCOR ndash Instituto do Coraccedilatildeo

UNESP ndash Universidade Estadual de Satildeo Paulo

IFSC ndash Instituto de Fiacutesica de Satildeo Carlos

TORM ndash Projeto de desenvolvimento e pesquisa sobre a RM

Imagenologia ndash Estudo atraveacutes das imagens

Artroscopia ndash Teacutecnica que permite corrigir lesotildees atraveacutes de pequena inserccedilatildeo em

pequenos orifiacutecios na pele

LCA ndash Ligamento cruzado anterior

LCP ndash Ligamento cruzado posterior

LCM ndash Ligamento colateral medial

LCL ndash Ligamento colateral lateral

Varo ndash Tipo de deformidade no joelho

Valgo ndash Tipo de deformidade no joelho

Raio-X ndash Meacutetodo de diagnoacutestico por imagem

Isomeacutetrico ndash Que apresenta a mesma medida

Isotocircnico ndash Que apresenta a mesma forccedila

Cabeccedilas Miosiacutenicas ndash Filamentos que formam o tecido muscular

Actina ndash Filamento que junto com as cabeccedilas miosiacutenicas formam o tecido muscular

Sarcocircmero ndash Unidade contraacutetil do muacutesculo formada pela actina e miosina

Sartoacuterius ndash Muacutesculo da perna

Estrutura z ndash Estrutura formada pelas metades de dois sarcocircmeros adjacentes

V ndash Velocidade muscular

Vm ndash Velocidade muscular maacutexima

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

12

F ndash Forccedila muscular

Fm ndash Forccedila muscular maacutexima

Qit ndash Calor dissipado pelo movimento isotocircnico

Qe ndash Calor dissipado pelo encurtamento do muacutesculo

Qim ndash Calor dissipado pelo movimento isomeacutetrico

Qe - Fluxo de calor de encurtamento

imQ - Fluxo de calor atraveacutes do movimento isomeacutetrico

itQ - Fluxo de calor devido ao movimento isotocircnico

W - Potecircncia muscular

RCM ndash Razatildeo contraste-ruiacutedo

Voxels ndash Sinais emitidos durante exposiccedilatildeo

TE ndash Tempo de exposiccedilatildeo

TR ndash Tempo de repeticcedilatildeo

T1 ndash Tempo de equiliacutebrio dos momentos magneacuteticos

T2 ndash Tempo de perda na coerecircncia do sinal emitido

RF ndash Radio frequumlecircncia

Bo ndash Momento magneacutetico

Spin-Spin ndash Tipo de sinal emitido

Spin-Eco ndash Tipo de sinal emitido

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

13

1 INTRODUCcedilAtildeO

Com o passar dos tempos o conhecimento e a tecnologia tecircm-se desenvolvido de

tal maneira que novas soluccedilotildees para doenccedilas e patologias tem se tornado uma

necessidade para uma melhor qualidade da vida humana

Por isso profissionais da aacuterea de biomeacutedicas vecircm se empenhando em desenvolver

meacutetodos para avaliaccedilatildeo do corpo humano de um modo geral para vivermos mais e

melhor Mas estes profissionais possuem limitaccedilotildees para desenvolvimento de

tecnologias para que os diagnoacutesticos sejam realizados de maneira mais precisa

Para que isso aconteccedila surge a necessidade do envolvimento da engenharia para

realizaccedilatildeo de diagnoacutesticos com tal precisatildeo

Em caso especial de tratamento patologias e ou doenccedilas em joelhos em que uma

pessoa se submeta a uma avaliaccedilatildeo por ressonacircncia magneacutetica um dos meios mais

utilizados para visualizaccedilatildeo sem necessidade de cirurgias para o diagnostico

Meacutedicos tecircm percebido que os laudos natildeo condizem com o real esforccedilo sofrido nos

joelhos de seus pacientes tendo em vista que o trabalho de ressonacircncia eacute realizado

sem uma condiccedilatildeo real de esforccedilo (paciente deitado)

Com a colaboraccedilatildeo de uma cliacutenica de diagnoacutestico por imagem (CDI) foi

desenvolvido um simulador de carga para esforccedilo no joelho Atraveacutes deste foi

possiacutevel observar alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar em especial a condiccedilatildeo de

estado da gordura de Hoffa ou tecido infrapatelar contida entre o fecircmur e a Patela

Para isso foi realizada pesquisa bibliograacutefica para um melhor conhecimento sobre o

mecanismo do joelho bem como o equipamento de ressonacircncia e seu correto

funcionamento No que diz respeito agrave parte mecacircnica foi realizado um levantamento

sobre as condiccedilotildees a que satildeo submetidos os joelhos sendo a carga em suas

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

14

articulaccedilotildees as principais lesotildees os muacutesculos e a variaccedilatildeo de esforccedilo com o

movimento

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

15

2 RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

21 Histoacuterico da ressonacircncia magneacutetica no Brasil

A seguir estaremos apresentando um breve histoacuterico acerca da ressonacircncia

magneacutetica no Brasil tendo a USP (Universidade de Satildeo Paulo) como principal

articuladora do desenvolvimento da ressonacircncia magneacutetica no paiacutes aleacutem de outros

centros

A proposta de usar a ressonacircncia magneacutetica de proacutetons para obter imagens

comeccedilou a mostrar seu imenso potencial para o diagnoacutestico meacutedico no iniacutecio dos

anos de 1980 quando os principais laboratoacuterios nas universidades do primeiro

mundo comeccedilaram a desenvolver instrumentos e meacutetodos para aquela finalidade

Naquela mesma eacutepoca a grande familiaridade com o fenocircmeno da ressonacircncia

magneacutetica e a instrumentaccedilatildeo associada resultado de uma longa experiecircncia de

pesquisa na aacuterea garantia uma qualificaccedilatildeo para empreender um desenvolvimento

semelhante no Brasil Decidiu-se entatildeo pesquisar os meacutetodos para a produccedilatildeo de

imagem por ressonacircncia magneacutetica [1]

Figura 1- Primeiro sistema de aquisiccedilatildeo de imagens desenvolvido no IFSC

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Koogan 1991

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

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1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

16

Usando a infra-estrutura obtida e construiacuteda pelo grupo entatildeo num primeiro

protoacutetipo do sistema foram obtidas imagens de pequenos objetos jaacute em marccedilo de

1983 estas seriam as primeiras obtidas no hemisfeacuterio sul

Figura 2- Sistema de RM de 20 Tesla

Em 1985 foi construiacutedo o sistema de RM de 20 Tesla capaz de examinar objetos

de ateacute 15 cm de diacircmetro figura 3 Neste aparelho jaacute em 1987 foram obtidas

imagens em vivo de extremidades humanas Teses e dissertaccedilotildees foram realizadas

ligadas ao desenvolvimento de hardware e software assim como meacutetodos de

obtenccedilatildeo de imagens Dai surgiu a primeira aplicaccedilatildeo praacutetica quando foi

demonstrado para a EMBRAPA o uso do RM para exame natildeo destrutivo de diversos

frutos Esses resultados que se tornaram bem conhecidos dentro e fora do Brasil

fizeram com que em 1988 fosse doado pela Universidade da Califoacuternia em San

Francisco um magneto resistivo de grande porte com campo de apenas 005 Tesla

capaz de acomodar completamente uma pessoa no seu interior Pouco tempo

depois em fins de 1988 era possiacutevel obter imagens tomograacuteficas de cabeccedila com

voluntaacuterios Decidiu-se entatildeo desenvolver um sistema realmente capaz de ser

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Koogan 1991

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

17

usado clinicamente para diagnoacutestico Isto significava um sistema com um miacutenimo de

atributos a saber

bull Qualidade de imagem

bull Confiabilidade

bull Facilidade de operaccedilatildeo

bull Rapidez na realizaccedilatildeo dos exames

bull Capacidade de examinar diversas anatomias

bull Sensibilidade para detectar patologias

Figura 3- Magneto com capacidade para objetos de ateacute 15 cm de diacircmetro

Embora dispondo de um campo magneacutetico extremamente baixo (005 Tesla)

comparado com os usados na maioria dos sistemas comerciais da eacutepoca (05 a 15

Tesla) conseguiu-se alcanccedilar o objetivo proposto e jaacute em meados de 1992 o

sistema era utilizado para o diagnoacutestico de pacientes da regiatildeo Isto constituiu um

marco importante no desenvolvimento da pesquisa aplicada agrave medicina no paiacutes

como foi claramente apontado na ocasiatildeo pelo entatildeo ministro da Sauacutede Prof Adib

Jatene em visita ao laboratoacuterio da USP acompanhado do entatildeo presidente do

CNPq

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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16 de junho de 2005

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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acessado em 24 de junho de 2005

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acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

18

Figura 4- Sistema de 005 Tesla instalado nos laboratoacuterios do IFSC-USP

O sistema ainda que instalado num ambiente natildeo apropriado foi continuamente

solicitado para efetuar exames em pacientes da regiatildeo tendo seu uso sido decisivo

em numerosos casos nos quais a tomografia tradicional de raios-X natildeo seria

adequada particularmente lesotildees cerebrais problemas de coluna e articulaccedilotildees A

revista Ciecircncia Hoje publicou parte destes resultados no seu suplemento de

tecnologia

Nessa altura algumas empresas notoriamente a EMBRAER procuraram o centro

de pesquisa para analisar o projeto com vista agrave eventual industrializaccedilatildeo O estudo

feito pela EMBRAER mostrou a viabilidade teacutecnico-econocircmica do projeto embora a

situaccedilatildeo da empresa na eacutepoca em vista da futura privatizaccedilatildeo impediu-a de

assumi-lo

Como o resultado do envolvimento quase no iniacutecio das pesquisas nesta aacuterea no

mundo todo o grupo detinha um conhecimento ao mesmo tempo profundo e

abrangente que iria cobrir desde os fundamentos cientiacuteficos ateacute os detalhes da

instrumentaccedilatildeo hardware e software do RM A equipe consolidada refletia a

interdisciplinaridade no assunto e contava com de fiacutesicos aleacutem de engenheiros

profissionais de computaccedilatildeo e medicina

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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acessado em 24 de junho de 2005

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acessado em 25 de junho de 2005

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acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

19

Figura 5- Console de operaccedilatildeo do TORM 005

Praticamente todo profissional envolvido com RM no Brasil conhecia o trabalho

desenvolvido pelo centro de pesquisa em RM da USP e o grupo era tido como

referecircncia na aacuterea Hospitais de Satildeo Paulo como o Hospital das Cliacutenicas Hospital

Universitaacuterio da USP e o INCOR contavam com a colaboraccedilatildeo do grupo De outro

lado empresas multinacionais como a General Electric enviavam seus clientes

(Beneficecircncia Portuguesa Hospital Sara Kubitchek) para suporte teacutecnico e cientiacutefico

nas aplicaccedilotildees mais sofisticadas

Esta situaccedilatildeo fez com que o grupo recebesse uma importante doaccedilatildeo feita pela

Faculdade de Medicina da UNESP em Botucatu de um magneto supercondutor de

05 Tesla Este novo magneto abriu a possibilidade de construir um novo sistema

capaz de igualar-se em qualidade de imagem e velocidade aos mais modernos em

uso hospitalar Tratava-se de uma oportunidade excepcional que natildeo pocircde ser

desperdiccedilada em razatildeo das vaacuterias consequumlecircncias e resultados que poderia gerar

Foi feito um convecircnio entre a USP e a Santa Casa de Satildeo Carlos para a criaccedilatildeo do

Centro de Desenvolvimento de Ressonacircncia Magneacutetica do IFSC-USP A Santa Casa

foi responsaacutevel pela construccedilatildeo do preacutedio e a USP desenvolveu e instalou todos os

equipamentos necessaacuterios para o seu funcionamento Neste Centro estaacute em

operaccedilatildeo cliacutenica hoje o TORM 05 (sistema de 05 Tesla) figura 6 atendendo agrave

populaccedilatildeo de Satildeo Carlos e regiatildeo

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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1997 SP ndash Brasil

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acessado em 24 de junho de 2005

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acessado em 25 de junho de 2005

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

20

Figura 6- Sistema de 05 Tesla instalado na Santa Casa de Satildeo Carlos

22 Importacircncia da Ressonacircncia Magneacutetica

A ressonacircncia magneacutetica tornou-se o meacutetodo de imagem de escolha para o estudo

das articulaccedilotildees devido a sua grande diferenciaccedilatildeo tecidual resoluccedilatildeo de

estruturas imagens em muacuteltiplos planos e estudos de imagens em movimento A

articulaccedilatildeo do joelho eacute um dos exames de ressonacircncia magneacutetica mais solicitado na

aacuterea osteoarticular O conhecimento detalhado da anatomia fisiologia e aspecto de

imagenologia da regiatildeo permite uma interpretaccedilatildeo adequada dos exames

Ao contraacuterio do que muitos imaginam as lesotildees de joelho satildeo bastante comuns e

natildeo satildeo provocadas apenas por traumas podem ser tambeacutem congecircnitas Aleacutem

disso natildeo satildeo apenas os atletas profissionais ou amadores que correm o risco de

adquirir uma lesatildeo no joelho os natildeo-atletas tambeacutem desenvolvem problemas

variados na articulaccedilatildeo ldquoPor exemplo cerca de 30 das crianccedilas com idade a partir

de trecircs anos apresentam alguma deformidade de joelho cuja principal causa eacute a

geneacutetica Ou seja satildeo hereditaacuteriosrdquo explica o ortopedista esportivo e cirurgiatildeo de

joelho do Hospital Satildeo Luiz Joaquim Grava [2]

No entanto segundo ele a boa notiacutecia eacute que com o advento da ressonacircncia

magneacutetica para o diagnoacutestico preciso da gravidade da lesatildeo e dos procedimentos e

equipamentos ciruacutergicos como a artroscopia (procedimento minimamente evasivo

uma espeacutecie de viacutedeo cirurgia que permite visualizar precisamente as lesotildees nos

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

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Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

21

tendotildees e articulaccedilotildees aleacutem de trataacute-las e prevenir a evoluccedilatildeo das mesmas) os

iacutendices de cura tecircm elevado significativamente girando em torno de 90 dos casos

O joelho eacute uma articulaccedilatildeo complexa (tipo dobradiccedila) composta por ligamentos

cruzados colaterais meniscos tendotildees e muacutesculos Suas funccedilotildees de movimento

(extensatildeo rotaccedilatildeo e impulsatildeo) satildeo muito importantes tanto em atletas quanto em

natildeo atletas ldquoSatildeo muito comuns agraves lesotildees no joelho a maior parte delas originaacuteria de

traumas por esforccedilo diretos e indiretos e podem ser isoladas ou combinadasrdquo diz o

especialista

ldquoNo entanto o tratamento das lesotildees no joelho varia de acordo com a gravidade das

mesmas e pode envolver desde antiinflamatoacuterios fisioterapia executada em cliacutenicas

especializadas e ateacute em alguns casos procedimentos ciruacutergicosrdquo relata Grava ldquoDaiacute

a importacircncia de se realizar o diagnoacutestico preciso do tipo de lesatildeo e posteriormente

agrave aplicaccedilatildeo de tratamento adequadordquo reforccedila o especialista

Os atletas estatildeo mais sujeitos a lesotildees dependendo da modalidade esportiva Os

surfistas por exemplo sofrem mais com meniscos e ligamentos rompidos devido agrave

forccedila aplicada em uma manobra quando o joelho eacute forccedilado a um movimento brusco

de rotaccedilatildeo No voleibol os saltos constantes e a impulsatildeo vertical provocam lesotildees

na articulaccedilatildeo do joelho Os ciclistas com frequumlecircncia de dor nas articulaccedilotildees

inferiores estimuladas geralmente por lesotildees provocadas pela inadequaccedilatildeo das

dimensotildees da bicicleta ao corpo do atleta Aleacutem destas peculiaridades contam

tambeacutem as variaccedilotildees anatocircmicas de quem pedala a intensidade a forma de

treinamento e a duraccedilatildeo dos treinos tambeacutem satildeo responsaacuteveis pelo problema

O aumento da incidecircncia de lesotildees no joelho tem sido constatado em adolescentes

jovens homens acima de 45 anos e mulheres estas uacuteltimas porque estatildeo

praticando cada vez mais esporte

A dor no joelho eacute uma queixa um tanto comum a maioria delas se originando de

trauma por esforccedilo satildeo dores pouco agudas e que se resolvem sem tratamento ou

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

22

apenas com analgeacutesicos levesTraumas graves com ligamentos lesionados ou

rompidos resultam em dor e instabilidade da articulaccedilatildeo do joelho

Exerciacutecios fiacutesicos moderados (como caminhadas) natildeo causam problemas no joelho

Se o joelho natildeo estiver lesado o exerciacutecio normalmente eacute beneacutefico Esforccedilos laterais

satildeo os que causam a maioria das lesotildees no joelho jaacute que este natildeo foi projetado

para suportar esses esforccedilos

O desgaste irregular da cartilagem pode fazer com que a perna se dobre para dentro

ou para fora Estar acima do peso tambeacutem pode contribuir para os problemas no

joelho

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

23

3 PATOLOGIAS DO JOELHO

Neste capitulo descreve-se as principais patologias e deformidades que ocorrem no

joelho

31 Tipos de Patologia

bull Danos ao ligamento ou cartilagem devidos aos traumas ou lesotildees

- lesatildeo de LCA Ligamento Cruzado Anterior

- lesatildeo de LCP Ligamento Cruzado Posterior

- lesatildeo de LCM Ligamento Colateral Medial

- lesatildeo de LCL Ligamento Colateral Lateral

bull Artrite

bull Osteoartrite

bull Artrite reumatoacuteide

bull Artrite gotosa aguda

bull Cisto de Baker

bull Bursite

bull Doenccedila de Still de adultos

bull Condromalaacutecia patelar

bull Artrite gotosa crocircnica

bull Doenccedila de Osgood-Schlatter

bull Pseudogota

bull Gota

bull Artrite psoriaacutetica

bull Siacutendrome de Reiter

bull Esclerodermia

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

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oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

24

311 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Anterior

As lesotildees do ligamento cruzado anterior satildeo mais comuns em esportes em que o peacute

estaacute fixo ao solo e a perna eacute rodada com o corpo como no futebol basquetebol

esqui Com a rotaccedilatildeo no joelho o paciente pode ouvir um ldquopoprdquo quando a lesatildeo

ocorrer e natildeo consegue prosseguir a atividade A incidecircncia desta lesatildeo eacute maior

durante a terceira deacutecada de vida

Os jogadores de basquete e futebol que desaceleram subitamente para mudar de

direccedilatildeo tambeacutem podem produzir uma lesatildeo do LCA

312 Lesatildeo do Ligamento Cruzado Posterior

O ligamento cruzado posterior eacute o restritor primaacuterio da translaccedilatildeo posterior da tiacutebia

sobre o fecircmur A sua lesatildeo eacute muito menos comum que a do cruzado anterior

O LCP eacute duas vezes mais forte que o LCA com maior aacuterea de corte transversal e

forccedila tecircnsil estas caracteriacutesticas satildeo responsaacuteveis por menor incidecircncia de ruptura

no LCP As lesotildees no LCP representam apenas 5 das lesotildees dos ligamentos do

joelho

313 Lesatildeo do Ligamento Colateral Medial

O ligamento colateral medial tem uma porccedilatildeo superficial e outra profunda (capsular)

A porccedilatildeo superficial provecirc a principal resistecircncia ao estresse em valgo A porccedilatildeo

profunda esta fixada ao menisco medial e fornece adicional estabilidade ao estresse

em valgo A lesatildeo do colateral medial eacute a lesatildeo ligamentar mais comum do joelho

314 Lesatildeo do Ligamento Colateral Lateral

Lesotildees deste ligamento satildeo menos comuns que o medial e geralmente satildeo mais

graves e raramente satildeo lesotildees isoladas pois os ligamentos cruzados e o complexo

posterolateral satildeo frequumlentemente lesionados O tratamento destas lesotildees eacute difiacutecil

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

25

315 Artrite

O termo artrite se refere agrave inflamaccedilatildeo nas articulaccedilotildees ou juntas do corpo humano

As juntas satildeo superfiacutecies onde haacute o contato entre dois ou mais ossos possibilitando

assim a mobilidade do esqueleto humano Satildeo estruturas muito complexas devido

aos seus diversos componentes e sua interaccedilatildeo entre os mesmos Existem vaacuterios

tipos de artrites que satildeo causadas por diversos fatores e doenccedilas Costuma-se

diferenciar a princiacutepio as artrites relacionadas com sintomas sistecircmicos (como

febre sinais inflamatoacuterios anemia etc) daquelas cujas manifestaccedilotildees se restringem

agraves articulaccedilotildees envolvidas

316 Osteoartrite

A osteoartrite eacute o tipo de artrite que mais afeta a populaccedilatildeo mundial levando agrave

diminuiccedilatildeo da qualidade de vida de milhotildees de pessoas em todo o mundo Afeta

principalmente os joelhos quadris e matildeos regiotildees muito importantes para a

independecircncia fiacutesica do ser humano Eacute uma causa muito importante de afastamento

do trabalho e de aposentadoria precoce Aleacutem disso eacute responsaacutevel por inuacutemeras

cirurgias numa populaccedilatildeo cujo risco ciruacutergico eacute muito elevado os idosos Durante

muito tempo pouco se sabia sobre como ocorriam as alteraccedilotildees articulares que

levam agrave debilidade fiacutesica Hoje sabe-se de vaacuterios fatores de risco para o

desenvolvimento do quadro cujo conhecimento tem facilitado uma melhor

abordagem terapecircutica e uma melhor prevenccedilatildeo da doenccedila

317 Artrite Reumatoacuteide

A artrite reumatoacuteide eacute uma doenccedila auto-imune em que se inflamam simetricamente

as articulaccedilotildees incluindo habitualmente as das matildeos e peacutes originando inchaccedilo dor

e muitas vezes levando agrave destruiccedilatildeo definitiva do interior da articulaccedilatildeo

A artrite reumatoacuteide tambeacutem pode desencadear uma variedade de sintomas em

todo o corpo Desconhece-se a sua causa exata embora sejam muitos os vaacuterios

fatores (inclusive a predisposiccedilatildeo geneacutetica) que podem influir na reaccedilatildeo auto-imune

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

26

Cerca de 1 da populaccedilatildeo sofre desta doenccedila que afeta as mulheres duas ou trecircs

vezes mais frequumlentemente que os homens A artrite reumatoacuteide apresenta-se em

primeiro lugar em indiviacuteduos entre os 25 e os 50 anos de idade mas pode fazecirc-lo

em qualquer idade Em alguns casos a doenccedila resolve-se de forma espontacircnea e o

tratamento alivia sintomas em trecircs de cada quatro pessoas Contudo pelo menos 1

em cada 10 pessoas fica incapacitada

Nesta doenccedila o sistema imunitaacuterio ataca o proacuteprio tecido que reveste e protege as

articulaccedilotildees Finalmente a cartilagem o osso e os ligamentos da articulaccedilatildeo

deterioram-se provocando a formaccedilatildeo de cicatrizes dentro da articulaccedilatildeo que se

deteriora a um ritmo muito variaacutevel

318 Gota

Eacute a presenccedila de depoacutesitos de cristais de aacutecido uacuterico no espaccedilo da articulaccedilatildeo que

causam uma intensa reaccedilatildeo inflamatoacuteria e dor Na maioria das vezes a gota eacute uma

forma de artrite com episoacutedios recorrentes O perfil mais comumente associado agrave

gota eacute de um homem com excesso de peso e com o peacute inflamado

319 Artrite Gotosa Aguda

A artrite gotosa aguda eacute o segundo estaacutegio da gota Eacute a artrite dolorosa que ataca

principalmente os membros inferiores quase sempre atingindo uma uacutenica

articulaccedilatildeo A articulaccedilatildeo mais acometida eacute a metatarso-falangiana do primeiro dedo

(do dedatildeo do peacute) chamada podagra (podos = peacute) Nesta fase os fluidos do corpo

saturados pelo aacutecido uacuterico formam cristais que ocasionam inflamaccedilatildeo

3110 Cisto de Baker

O cisto de Baker eacute um saco com liacutequido localizado na borda medial da fossa

popliacutetea do joelho Esse saco ciacutestico pode comunicar-se com a cavidade do joelho

estando associado com a degeneraccedilatildeo do corno posterior do menisco medial com

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

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Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

27

ou sem laceraccedilatildeo do menisco Com maior frequumlecircncia o cisto origina-se dos tendotildees

mediais dos muacutesculos iacutesquios - tibiais

3111 Bursite

Bursite eacute a inflamaccedilatildeo da bursa pequena bolsa contendo liacutequido que envolve as

articulaccedilotildees e funciona como amortecedor entre ossos tendotildees e tecidos

musculares A bursite ocorre principalmente nos ombros cotovelos e joelhos

3112 Doenccedila de Still de Adultos

Uma das formas cliacutenicas da doenccedila reumatoacuteide juvenil pode acometer adultos com

febre geralmente alta e intermitente como manifestaccedilatildeo cliacutenica inicial da doenccedila

Deformidades articulares raramente ocorrem e os testes laboratoriais e anticorpos

antinucleares satildeo negativos

3113 Condromalaacutecia Patelar

Termo utilizado para indicar uma condiccedilatildeo dolorosa devido agrave anormalidade

cartilaginosa na face posterior da patela pela fricccedilatildeo repetida desta regiatildeo sobre a

face articular do fecircmur Esta condiccedilatildeo pode levar a uma degeneraccedilatildeo gradual e

progressiva A cartilagem apresenta-se rugosa e estriada

3114 Doenccedila de Osgood-Schlatter

A doenccedila de Osgood-Schlatter eacute uma inflamaccedilatildeo do osso e da cartilagem na parte

superior da tiacutebia A doenccedila de Osgood-Schlatter ocorre entre os 10 e 15 anos mais

frequumlentemente em meninos Supotildee-se que a sua causa seja uma lesatildeo que ocorre

quando o tendatildeo patelar traciona excessivamente sobre o seu ponto de inserccedilatildeo na

parte superior da tiacutebia Geralmente a doenccedila afeta somente a tiacutebia

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

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Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

28

3115 Pseudogota

A pseudogota (doenccedila da deposiccedilatildeo de pirofosfato de caacutelcio dihidratado) eacute um

distuacuterbio caracterizado por crises intermitentes de artrite dolorosa causada por

depoacutesitos de cristais de pirofosfato de caacutelcio O distuacuterbio geralmente ocorre em

indiviacuteduos idosos e afeta igualmente os homens e as mulheres Em uacuteltima instacircncia

a pseudogota provoca degeneraccedilatildeo das articulaccedilotildees afetadas

3116 Artrite psoriaacutetica

A psoriacutease (uma doenccedila da pele que causa surto de erupccedilotildees cutacircneas

avermelhadas e escamosas espessamento das unhas e ponteado ungular) pode

preceder ou seguir-se agrave inflamaccedilatildeo articular A artrite afeta habitualmente as

articulaccedilotildees dos dedos da matildeo e do peacute embora tambeacutem possa afetar outras

articulaccedilotildees inclusive as ancas e a coluna vertebral As articulaccedilotildees podem inchar e

deformar-se quando a inflamaccedilatildeo eacute crocircnica Os sintomas articulares e cutacircneos

podem aparecer e desaparecer conjuntamente

3117 Siacutendrome de Reiter

A siacutendrome de Reiter eacute uma inflamaccedilatildeo das articulaccedilotildees e das inserccedilotildees tendinosas

nas articulaccedilotildees frequumlentemente acompanhada de inflamaccedilatildeo da conjuntiva e das

membranas mucosas como a da boca do trato urinaacuterio da vagina e do pecircnis e

tambeacutem de uma erupccedilatildeo cutacircnea caracteriacutestica A siacutendrome de Reiter eacute

denominada de artrite reativa porque a inflamaccedilatildeo articular parece ser uma reaccedilatildeo a

uma infecccedilatildeo originada em outra aacuterea do corpo que natildeo as articulaccedilotildees Essa

siacutendrome eacute mais comum em homens com 20 a 40 anos de idade

3118 Esclerodermia

A esclerodermia (esclerose sistecircmica) eacute uma doenccedila crocircnica caracterizada por

alteraccedilotildees degenerativas e endurecimento dos tecidos da pele articulaccedilotildees e

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

29

oacutergatildeos internos e pela dureza e espessamento anormais das paredes dos vasos

sanguiacuteneos

Desconhece-se a sua causa A perturbaccedilatildeo eacute quatro vezes mais frequumlente em

mulheres que em homens e nas crianccedilas eacute pouco comum A esclerodermia pode

apresentar-se como parte de uma doenccedila mista do tecido conjuntivo

Muitas vezes escuta-se um som aacutespero quando os tecidos inflamados entram em

contato particularmente nos joelhos e por baixo destes Os dedos os pulsos e os

cotovelos podem sofrer um processo de flexatildeo progressiva (contratura) devido ao

espessamento da pele Tambeacutem podem ocorrer feridas nas pontas dos dedos e nos

noacutes dos dedos

32 Tipos de Deformidades

Os tipos de deformidades relacionadas ao joelho satildeo as deformidades em varo e em

valgo Satildeo os problemas mais comuns congecircnitos e que se manifestam por volta

dos trecircs ou quatro anos de idade

321 Deformidade em Varo

A deformidade do joelho em varo eacute joelho para fora e perna para dentro tiacutepico de

cavaleiros O joelho varo pode ser causado tambeacutem pelo raquitismo e deficiecircncia de

vitamina D

322 Deformidade em Valgo

A deformidade do joelho em valgo eacute o joelho para dentro e perna para fora joelho

em ldquoXrdquo

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

30

4 O PORQUEcirc DO USO DA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Estabelecendo uma comparaccedilatildeo entre os meacutetodos de diagnoacutestico por imagem

utilizados no joelho encontramos os raios-X e a ressonacircncia magneacutetica como sendo

os meacutetodos mais utilizados atualmente Neste capiacutetulo faremos uma breve

avaliaccedilatildeo de custo benefiacutecio entre estes dois meacutetodos

41 Pesquisa de Custo e de Exame Utilizado

Na utilizaccedilatildeo do meacutetodo de diagnoacutestico por raios-X obteacutem-se oacutetimos resultados na

avaliaccedilatildeo de fraturas oacutesseas presenccedila de objetos estranhos e proacuteteses como

observamos na figura 7 Mas este resultado natildeo se apresenta da mesma maneira

para muacutesculos e outros elementos que possam ser analisados na articulaccedilatildeo

tornando-se entatildeo um meacutetodo ineficaz para aplicaccedilotildees que estatildeo ligadas a

patologias

Figura 7 ndash Chapas de raio x [9]

O meacutetodo de utilizaccedilatildeo que preenche esta lacuna satildeo as ressonacircncias magneacuteticas

que revelam as patologias referentes aos muacutesculos cartilagens tendotildees

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

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[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

31

ligamentos vasos etc Como mostrado na figura 8 podemos observar os detalhes

da articulaccedilatildeo

Figura 8ndash Exame de RM

Para uma comparaccedilatildeo acerca do meacutetodo de captaccedilatildeo de imagem mais adequado a

ser utilizado realizamos uma pesquisa no Hospital Praia da Costa localizado no

municiacutepio de Vila Velha - ES com o ortopedista Henrique Morais formado em

medicina pela Faculdade de Medicina de Petroacutepolis A resposta veio a confirmar o

relatado acima os raios-X satildeo muito mais utilizados que a ressonacircncia magneacutetica

devido a simplicidade e ao baixo custo do exame

Para obtermos dados referentes a custos foi realizada uma pesquisa no Centro de

Diagnoacutestico por Imagem (CDI) localizado na Praia do Canto Vitoacuteria - ES onde

foram obtidos os seguintes resultados

O valor de um exame de ressonacircncia magneacutetica incluindo laudo e filme foi de R$

73000 (setecentos e trinta reais) para o raios-X o custo teria uma meacutedia de R$

1500 (quinze reais) por exame

Uma outra pesquisa foi realizada por Nabarrete em 1999 que tinha como objetivo

colher informaccedilotildees referentes aos diversos aspectos relacionados agraves lesotildees quais

os tipos mais frequumlentes e seus mecanismos mais comuns bem como as

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

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[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

32

caracteriacutesticas dos indiviacuteduos que em sua maioria foram do sexo masculino Os

resultados seratildeo apresentados nas figuras 9 10 11 e 12

Figura 9 - Ocorrecircncia de lesotildees e quais estruturas satildeo mais lesadas

Figura 10 - Esportes de contato que mais geram lesotildees nos ligamentos

Figura 11 - Neste graacutefico veremos os mecanismos causadores de lesotildees

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

33

Figura 12 - Procedimentos que foram utilizados para definiccedilatildeo do grau da lesatildeo

42 Conclusatildeo do Capiacutetulo

Apesar da teacutecnica dos raios-X ser o exame mais utilizado o de menor custo o mais

simples e mais raacutepido seraacute utilizado neste estudo a ressonacircncia magneacutetica pois

neste caso a preocupaccedilatildeo eacute mostrar o comportamento da estrutura do joelho com e

sem a aplicaccedilatildeo de carga e tal avaliaccedilatildeo soacute seraacute possiacutevel pelo o exame de RM pois

mostraraacute os diferentes tipos de tecidos do joelho e suas variaccedilotildees

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

34

5 DEFEITOS DA RM

O paciente em questatildeo ao dar entrada na sala de ressonacircncia natildeo poderaacute portar

nenhum tipo de material magneacutetico ou qualquer instrumento que venha gerar

artefatos no resultado do exame Os artefatos satildeo gerados atraveacutes de interferecircncia

com o campo magneacutetico Assim portadores de proacuteteses marcapasso ou quaisquer

materiais eleacutetricos natildeo podem utilizar o meacutetodo de diagnoacutestico por ressonacircncia

O objetivo deste capiacutetulo eacute identificar os problemas relacionados agrave mecacircnica no que

diz respeito ao modo como eacute realizado o exame Seraacute mostrado agora um dos

problemas encontrados durante a realizaccedilatildeo do exame com o paciente em repouso

estando ele com um carregamento nulo ou proacuteximo disto na regiatildeo femopatelar

51 Abordagem da Variaccedilatildeo da Pressatildeo na Superfiacutecie de Apoio

Para esta demonstraccedilatildeo a variaccedilatildeo da pressatildeo sofrida nos peacutes para situaccedilotildees reais

e tambeacutem para a situaccedilatildeo da ressonacircncia onde o paciente encontra-se deitado

Seraacute feito ainda uma avaliaccedilatildeo das forccedilas sobre os muacutesculos no joelho em duas

posiccedilotildees e para acircngulos diferentes

Em um primeiro estudo seraacute considerado uma pessoa deitada em repouso e com

sua distribuiccedilatildeo de massa homogecircnea e constante ao longo de todo corpo sendo

esta a situaccedilatildeo em que o paciente encontra-se no momento da ressonacircncia

magneacutetica temos

Massa = constante

A aacuterea de contato com a superfiacutecie

Aacuterea (estimada) = 2400 cm2

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

35

Considerando a massa do indiviacuteduo como 80 kg estimamos entatildeo a pressatildeo

exercida pela superfiacutecie do corpo em contato com a maca da ressonacircncia

Pressatildeo = F A

Sendo assim foi encontra uma pressatildeo de 0033 kgf cm2 para uma pessoa deitada

na maca da RM

Ilustrando a situaccedilatildeo de uma pessoa de peacute onde os peacutes estatildeo totalmente apoiados

no solo em repouso com a massa distribuiacuteda de maneira uniforme em toda a

superfiacutecie de contato

Aacuterea (estimada) = 132 cm2

Considerando o mesmo indiviacuteduo da situaccedilatildeo anterior teremos uma pressatildeo de

0606 kgf cm2

A uacuteltima situaccedilatildeo teraacute o mesmo indiviacuteduo com suas pernas flexionadas e com uma

aacuterea de apoio reduzida esta eacute uma situaccedilatildeo criacutetica para o joelho devido ao aumento

das tensotildees nos muacutesculos e tendotildees esta situaccedilatildeo seraacute abordada mais adiante

Aacuterea (estimada) = 80 cm2

Sendo assim a pressatildeo correspondente a esta situaccedilatildeo seraacute de 1 kgf cm2

Observando os resultados das situaccedilotildees anteriores eacute faacutecil de verificar a ocorrecircncia

de uma grande variaccedilatildeo da pressatildeo Comparando os resultados das situaccedilotildees onde

o indiviacuteduo estaacute de peacute com toda a superfiacutecie do peacute apoiada com o resultado do

indiviacuteduo na maca verifica-se que a pressatildeo eacute aproximadamente vinte vezes maior

e a situaccedilatildeo onde o indiviacuteduo encontra-se com a superfiacutecie do peacute parcialmente

apoiada a diferenccedila aumenta em mais de 30 vezes em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo de exame

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

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[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

36

52 A Impossibilidade de Variaccedilatildeo do Acircngulo

Durante o exame de ressonacircncia magneacutetica o acircngulo do joelho na posiccedilatildeo eacute

travado entre 10 e 15deg como mostrado na figura 13

Durante um agachamento agraves forccedilas compressivas chegam proacuteximas a 8000 Kgf

com cargas elevadas (250 a 38250 kg) sendo praticamente a mesma nos acircngulos

entre 60deg a 130deg de flexatildeo de joelhos (NISSEL amp EKHOLM 1986) poreacutem ainda natildeo

foi estudado um valor limite para as estruturas resistirem a forccedilas compressivas

Deve-se lembrar no entanto que da mesma forma que a compressatildeo excessiva

pode ser lesiva para meniscos e cartilagens elas tem um papel importante na

estabilidade dos joelhos (NISSEL amp ELKHOLM 1986 MARKOLF et al 1981

SHOEMAKER amp MARKOLF 1985 YACK et al 1994) [12]

Figura 13ndash Acircngulo de posiccedilatildeo do joelho durante o exame

Logo concluiacute-se que em acircngulos menores que 60deg os esforccedilos na regiatildeo

femopatelar satildeo pequenos e haacute pouco desgaste da articulaccedilatildeo para acircngulos entre

60 e 130deg haacute grande esforccedilo e desgaste poreacutem em ambos os casos todos os

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

37

esforccedilos contribuem para a estabilidade do joelho A figura 14 ilustra claramente

que com a alteraccedilatildeo do acircngulo do joelho as forccedilas existentes aumentam

consideravelmente

Figura 14ndash Na figura 14 pode-se observar que Qp Rf(resultante) e Pa satildeo vetores forccedila que atuam

diretamente sobre a patela ao flexionar o joelho como jaacute foi abordado anteriormente as forccedilas

apresentam grandes aumentos O grupo de forccedilas representados pelos vetores Qt Rc(resultante) e

P(forccedila peso) atuam na articulaccedilatildeo do tornozelo e aumentam com a flexatildeo do joelho bem como o

aumento da forccedila normal(forccedila de contato do chatildeo com a ponta dos peacutes) que provoca um maior

momento na articulaccedilatildeo O conjunto de vetores representados por Rc(resultante) Qt e P satildeo vetores

que atuam na articulaccedilatildeo da anca do fecircmur e a bacia neste caso temos um pequeno aumento destes

com o aumento do acircngulo Por fim temos o conjunto de vetores representados por Pa Rt e

Rg(resultante) que atuam na articulaccedilatildeo entre o fecircmur e a tiacutebia

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

38

53 Contraccedilatildeo Isomeacutetrica e Isotocircnica

A relaccedilatildeo entre a forccedila muscular e seu comprimento durante uma contraccedilatildeo

determina o tipo de contraccedilatildeo muscular Eacute chamada contraccedilatildeo isomeacutetrica aquela em

que o efeito da formaccedilatildeo das pontes cruzadas implica no aumento da rigidez do

muacutesculo atingindo um estado de equiliacutebrio estaacutetico neste caso o muacutesculo natildeo

altera seu comprimento ainda que as pontes cruzadas estejam ativas para suportar

a carga aplicada Modificaccedilotildees na carga levam ao aumento ou a diminuiccedilatildeo da

rigidez do muacutesculo e a manutenccedilatildeo do comprimento O outro tipo de contraccedilatildeo

chamada isotocircnica ocorre quando o muacutesculo se encurta ainda que sob a accedilatildeo de

uma carga Tomando-se como exemplo a elevaccedilatildeo de um peso numa contraccedilatildeo

isomeacutetrica este estaria sendo sustentado estaticamente enquanto uma contraccedilatildeo

isotocircnica seria capaz de levantaacute-lo [6]

531 Relaccedilatildeo Comprimento - Forccedila Muscular

Quando o comprimento de um muacutesculo se encontra proacuteximo ao seu valor de

repouso tambeacutem chamado comprimento oacutetimo a maior quantidade possiacutevel de

cabeccedilas miosiacutenicas pode formar pontes cruzadas com as moleacuteculas de actina esta

situaccedilatildeo corresponde ao maior grau de superposiccedilatildeo entre os filamentos grosso e

fino Gordon et alli (1966) mediu a faixa de comprimento onde a maacutexima tensatildeo

ocorria numa fibra isolada do muacutesculo sartorius da ratilde de 94 a 106 do

comprimento oacutetimo (Figura 15 A)

Diminuindo gradativamente o comprimento do muacutesculo para ateacute um limite de 60

do comprimento oacutetimo a forccedila caiacutea a aproximadamente 80 da forccedila maacutexima -

evento relacionado provavelmente ao encontro de filamentos finos opostos

Encurtamentos mais pronunciados levavam agrave cessaccedilatildeo da forccedila muscular com o

provaacutevel choque dos filamentos grossos com as estruturas Z Por outro lado se o

muacutesculo era estirado acima do comprimento oacutetimo a forccedila muscular caia

gradativamente ateacute cerca de 130 deste comprimento Nesta condiccedilatildeo o

sarcocircmero distendido diminui o nuacutemero de pontes cruzadas ativas ateacute o limite ao

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

39

redor de 170 do comprimento oacutetimo onde a superposiccedilatildeo entre filamentos

grossos e finos jaacute natildeo ocorre

Em muacutesculos inteiros e natildeo apenas numa fibra isolada alongamentos a partir do

comprimento oacutetimo trazem consigo o aparecimento de uma forccedila elaacutestica passiva

exercida pelos elementos elaacutesticos natildeo contraacuteteis do muacutesculo perimiacutesio endomiacutesio

sarcolema assim como por elementos da proacutepria fibra muscular (Zajac 1989)

Dependendo ainda da ativaccedilatildeo a forccedila muscular fica reduzida a uma fraccedilatildeo da forccedila

maacutexima situaccedilatildeo em que nem todas as fibras satildeo recrutadas ou a somaccedilatildeo

temporal natildeo chegou ao maacuteximo (Figura 15 B)

Em muacutesculos do aparelho locomotor a modulaccedilatildeo da forccedila eacute feita

predominantemente pelo recrutamento ateacute cerca de 70 (50 a 85

dependendo do muacutesculo) da forccedila maacutexima valor a partir do qual as unidades

motoras passam a disparar com maior frequumlecircncia (Enoka 1993) [6]

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

40

Figura 15 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento A - Ativaccedilatildeo maacutexima B - Ativaccedilatildeo parcial (Zajac 1989)

532 Relaccedilatildeo Velocidade - Forccedila Muscular

Um muacutesculo isolado sujeito a uma carga constante por exemplo suportando um

peso se for estimulado inicialmente se encurtaraacute parando em seguida Variando-se

a carga eacute possiacutevel relacionaacute-la com a velocidade de encurtamento sendo obtida a

curva velocidade - forccedila muscular Quando a velocidade de encurtamento eacute maacutexima

o muacutesculo natildeo estaacute sujeito a nenhuma carga isto eacute a forccedila muscular eacute nula Se por

outro lado o muacutesculo natildeo consegue se encurtar ainda que seu comprimento seja

oacutetimo senatildeo apenas suportar a carga a velocidade eacute nula e a forccedila assume o valor

maacuteximo (Figura 16) Forccedilas maiores do que a maacutexima aplicadas ao muacutesculo levam

seu alongamento ateacute um limite de aproximadamente 180 da forccedila maacutexima

aumentos subsequumlentes de forccedila levariam a alongamentos draacutesticos no muacutesculo

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

41

Figura 16 - Relaccedilatildeo forccedila-velocidade para ativaccedilotildees maacutexima e parcial No eixo x estaacute representada a

velocidade de encurtamento a velocidade do muacutesculo com sinal oposto (Zajac 1989)

54 O Modelo de Hill

Os modelos derivados da proposta inicialmente apresentada por A V Hill em 1938

possuem caracteriacutesticas suficientemente simples e de faacutecil compreensatildeo e satildeo

capazes de modelar satisfatoriamente os principais fenocircmenos macroscoacutepicos

observados na contraccedilatildeo muscular e que os tornaram os mais utilizados ateacute entatildeo

em estudos de dinacircmica e controle de movimento Na Figura 17 podem ser

observados os componentes baacutesicos deste modelo um elemento contraacutetil (CE) no

qual a forccedila muscular eacute gerada a partir da energia quiacutemica disponiacutevel um elemento

elaacutestico em seacuterie (SEE) responsaacutevel pela resposta mecacircnica do muacutesculo agraves

alteraccedilotildees de comprimento raacutepidas Se um muacutesculo estaacute sendo submetido a

alongamentos natildeo-despreziacuteveis eacute comum a inclusatildeo de um elemento elaacutestico em

paralelo (PE) atuando como uma mola passiva [6]

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

42

Figura 17 - Estrutura funcional do modelo de Hill mostrando o elemento contraacutetil (CE) o elemento

elaacutestico em paralelo (PE) e o elemento elaacutestico em seacuterie (SEE) (Zajac 1989)

A partir de medidas de forccedila isotocircnica em muacutesculos tetanizados sabe-se que quando

esta aumenta os muacutesculos se contraem mais lentamente Foi proposta entatildeo por Hill

uma relaccedilatildeo empiacuterica hiperboacutelica que ajustava a dependecircncia da velocidade maacutexima

de contraccedilatildeo (V) com a forccedila muscular (F) (Figura 18)

(F+a)+(V+b)=const (41)

Tal que

V eacute a velocidade inicial (maacutexima) de encurtamento

F eacute a forccedila muscular

a e b satildeo as constantes sendo b = a (VmFm)

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

43

Figura 18 - Hipeacuterbole de Hill Os dados experimentais de contraccedilotildees isotocircnicas do muacutesculo sartorius

de ratilde foram ajustados com a equaccedilatildeo empiacuterica (VVm+025) (FFm+025) = 03123 neste teste

Vm=52 cms e Fm=65 gf (Talbot e Gessner 1973)

Hill obteve a relaccedilatildeo acima atraveacutes de medidas da potecircncia muscular que eacute a soma

das energias mecacircnica e teacutermica durante a contraccedilatildeo isotocircnica Inicialmente o calor

liberado na contraccedilatildeo isotocircnica (Qit) foi considerado como a soma do calor liberado

durante a contraccedilatildeo isomeacutetrica (Qim) e do calor liberado devido ao encurtamento (Qe)

Q Q Qit e im (42)

Hill constatou que Qe era proporcional apenas agrave distacircncia encurtada ou que sua

variaccedilatildeo temporal era proporcional a V No entanto Qit o calor total diminuiacutea com o

aumento da forccedila A potecircncia total no muacutesculo soma da potecircncia mecacircnica (fv) e do

calor extra dissipado por accedilatildeo da viscosidade no encurtamento (Qe) pode ser

expressa como

( )W fv Qe fv av b f fm (43)

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

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acessado em 25 de junho de 2005

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acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

44

Tal que fm eacute a forccedila muscular maacutexima (ou seja para v = 0) Somando ab + bf nos dois

lados da equaccedilatildeo acima

( )( ) ( )f a v b b a fm (44)

Mas Hill percebeu posteriormente que ldquoardquo dependia de f (Hill 1964)

a f f fm( ) 016 018 (45)

Apesar das equaccedilotildees 44 e 45 descreverem com maior precisatildeo a relaccedilatildeo forccedila-

velocidade a equaccedilatildeo original de Hill 41 continua sendo empregada com suficiente

credibilidade para muitos muacutesculos Wilkie (1950) notou que hipeacuterboles

geometricamente semelhantes eram obtidas para vaacuterios muacutesculos mostrando que a

variaccedilatildeo da velocidade com a forccedila ocorria de maneira ateacute certo ponto invariante

Normalizando a eq 41 pela forccedila maacutexima (fm) e pela velocidade maacutexima de contraccedilatildeo

sem carga (vm) vem

f

f

v

vm m

1

4

1

4

5

16 (46)

Uma vez que para muitos muacutesculos vale a relaccedilatildeo

a

f

b

vm m

1

4 (47)

Abott e Wilkie (1953) mostraram que a equaccedilatildeo de Hill normalizada eq 47 se aplica

para muacutesculos que se encontram em diversos estados de alongamento ou contraccedilatildeo

e natildeo apenas no comprimento oacutetimo Assim a forccedila do elemento contraacutetil eacute

completamente definida para uma estimulaccedilatildeo tetacircnica se a curva forccedila-comprimento

eacute levada em conta aleacutem da curva forccedila-velocidade A forccedila muscular eacute entatildeo uma

funccedilatildeo de duas variaacuteveis uma relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade (figura 19)

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

45

Figura 19 - Relaccedilatildeo forccedila-comprimento-velocidade para muacutesculo interno reto de rato (Zierler 1978)

Este modelo baacutesico possui alguns pequenos desvios dependendo das condiccedilotildees

especiacuteficas de operaccedilatildeo Muacutesculos que se contraem a partir de um comprimento inicial

elevado encurtam-se mais lentamente do que aqueles que estavam inicialmente

menos estendidos A duraccedilatildeo da estimulaccedilatildeo se longa diminui a velocidade de

contraccedilatildeo processo ligado provavelmente ao metabolismo energeacutetico (Zierler 1978)

A partir das relaccedilotildees expostas acima jaacute eacute possiacutevel calcular a potecircncia muscular

Sendo a taxa de calor gerado no encurtamento ( Qe ) proporcional agrave velocidade de

encurtamento

( )Q Q f f vit im m 016 018 (48)

Incluindo o termo fv da potecircncia mecacircnica e considerando a = 025 a potecircncia

muscular total entendida como a soma da taxa de produccedilatildeo de calor e da potecircncia

mecacircnica durante a contraccedilatildeo isotocircnica fica

W Q f v fvim m 0 25 (49)

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

46

E utilizando a relaccedilatildeo determinada por Hill para o calor isomeacutetrico

Qf v

im

m m

16 (410)

Tem-se que uma expressatildeo para a potecircncia muscular seria

Wf v v

v

f

f

v

v

m m

m m m

161 4 16 (411)

Que a partir da equaccedilatildeo 46 da hipeacuterbole normalizada de Hill (Talbot e Gessner

1973) pode ser expressa em funccedilatildeo apenas da velocidade de encurtamento ou da

forccedila muscular

Wf v

vv

vv

m m m

m

16

1 24

1 4 (412)

Wf v f

f

f f

f f

m m

m

m

m

161 1

4 75 20

16 64 (413)

A equaccedilatildeo de Hill normalizada (46) eacute a base para a determinaccedilatildeo da curva

velocidade-forccedila muscular As equaccedilotildees 411 e 412 por sua vez podem fornecer

importantes dados sobre consumo de energia muscular e o comportamento das

forccedilas para um estudo mais especiacutefico Em sistemas de estimulaccedilatildeo eleacutetrica neuro-

muscular poderatildeo ser uacuteteis no estabelecimento de estrateacutegias de controle

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

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acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

47

55 Estrutura Muscular na Articulaccedilatildeo

A seguir seratildeo apresentados os muacutesculos e ligamentos no movimento do joelho De

acordo com o mostrado na Figura 20 podemos observar a quantidade de muacutesculos

diretamente ligados ao joelho bem como os ligamentos que satildeo responsaacuteveis por

manter a integridade da articulaccedilatildeo

Figura 20 - Demonstrativa dos muacutesculos ligamentos e suas disposiccedilotildees

551 Os Muacutesculos da Articulaccedilatildeo

Doze muacutesculos atuam na articulaccedilatildeo do joelho e satildeo classificados em trecircs grupos

bull Jarrete

bull Quadriacuteceps da coxa e

bull Muacutesculos natildeo-classificados

5511 Jarrete

O grupo do jarrete inclui os muacutesculos semitendiacuteneo semimembranaacuteceo e biacuteceps da

coxa (cabeccedila longa e curta) Todos exceto a cabeccedila curta do biacuteceps atuam como

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

48

extensores do quadril Como os muacutesculos do jarrete demonstram uma linha de

traccedilatildeo posterior ao eixo de rotaccedilatildeo do joelho eles servem como flexores do joelho

Aleacutem de fletir o joelho os muacutesculos semimembranaacuteceo e semitendiacuteneo giram

medialmente a tiacutebia quando o joelho estaacute parcialmente fletido Na condiccedilatildeo de

sustentaccedilatildeo de peso esses muacutesculos tendem a girar lateralmente o fecircmur sobre a

tiacutebia Esses movimentos satildeo relativamente equivalentes

5512 O Quadriacuteceps da Coxa

O quadriacuteceps da coxa eacute constituiacutedo pelos muacutesculos reto da coxa e trecircs vastos (vasto

lateral medial e intermeacutedio) Apenas o reto da coxa atua em mais de uma

articulaccedilatildeo Contudo todos os membros causam inequivocadamente uma extensatildeo

potente do joelho e tambeacutem devido a sua inserccedilatildeo medial tendem a causar

rotaccedilatildeo medial da tiacutebia

O comportamento eleacutetrico do vasto medial estaacute relacionado agrave diminuiccedilatildeo da

magnitude do braccedilo de momento do quadriacuteceps para a extensatildeo do joelho durante

os 15ordm finais de movimento Os aumentos na atividade do vasto medial no final da

extensatildeo do joelho foram relacionados ao seu papel como estabilizador da patela

contra uma luxaccedilatildeo lateral Em geral ainda eacute relativamente seguro afirmar que todos

os muacutesculos do quadriacuteceps satildeo mais ou menos simultaneamente ativos durante a

extensatildeo do joelho e proporcionalmente ativos durante elevaccedilotildees e reduccedilotildees na

tensatildeo da extensatildeo

5513 O Grupo de Muacutesculos natildeo Classificados

O grupo de muacutesculos natildeo-classificados da articulaccedilatildeo do joelho inclui o sartoacuterio o

graacutecil o popliacuteteo o gastrocnecircmico e o plantar Os dois uacuteltimos atuam

predominantemente na articulaccedilatildeo do tornozelo embora passem atraacutes da

articulaccedilatildeo do joelho e possuam alguma capacidade de flexatildeo

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

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Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

49

O muacutesculo graacutecil considerado parte da massa muscular referida como adutores do

quadril no entanto ao atravessar a articulaccedilatildeo do joelho ele tende a causar um

torque associado agrave rotaccedilatildeo medial da tiacutebia bem como a flexatildeo do joelho

O sartoacuterio que eacute o muacutesculo mais longo do corpo tambeacutem se associa agrave rotaccedilatildeo

medial da tiacutebia e atua no quadril como flexor

O popliacuteteo eacute um muacutesculo profundo e pequeno situado atraacutes da articulaccedilatildeo do joelho

A orientaccedilatildeo de suas fibras o torna um rotador medial da tiacutebia Geralmente se

observa atividade do muacutesculo no iniacutecio da flexatildeo do joelho aleacutem de ajudar a

estabilizar o membro inferior sustentador do peso quando estaacute numa posiccedilatildeo com o

joelho fletido auxiliando o ligamento cruzado posterior a restringir esse movimento

indesejaacutevel

Figura 21 ndash Localizaccedilatildeo dos principais muacutesculos relacionados ao joelho [10]

552 Ligamentos

Ligamento Cruzado Anterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo permitindo

o movimento para frente

Ligamento Cruzado Posterior responsaacutevel pela estabilidade do joelho natildeo

permitindo o movimento para traacutes mais ligamentos colaterais localizados nas

laterais do joelho responsaacuteveis pela estabilidade lateral e medial da articulaccedilatildeo

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

50

Os ligamentos tecircm como principal funccedilatildeo limitar os movimentos das articulaccedilotildees em

direccedilotildees indesejaacuteveis a fim de que natildeo ocorram lesotildees (danificaccedilotildees nas mesmas)

A caacutepsula fibrosa do joelho eacute suplementada e reforccedilada por cinco ligamentos

intriacutensecos

bull Ligamento Patelar

bull Ligamento Colateral Fibular

bull Ligamento Colateral Tibial

bull Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo

bull Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Estes satildeo frequumlentemente denominados ligamentos externos para diferenciaacute-los

dos ligamentos internos e ligamentos cruzados que se encontram dentro da caacutepsula

fibrosa

5521 Ligamento Patelar

Eacute a continuaccedilatildeo do tendatildeo do muacutesculo quadriacuteceps da coxa distal agrave patela Eacute

extremamente forte e contiacutenuo com a caacutepsula fibrosa da articulaccedilatildeo do joelho e eacute

palpado com maior facilidade quando a perna esta estendida Resiste agrave tendecircncia

da face tibial superior de deslocar-se para frente com referecircncia ao fecircmur durante

alguns tipos de movimento

5522 Ligamento Colateral Fibular (Lateral) e Ligamento Colateral Tibial

(Medial)

Esse ligamento tem mais importacircncia que o ligamento colateral fibular (lateral) no

que diz respeito agrave estabilidade do joelho

O ligamento colateral medial eacute composto de uma parte superficial o ligamento

colateral tibial e uma parte profunda ldquoo ligamento capsular medialrdquo Estas estruturas

satildeo importantes no controle da angulaccedilatildeo vara (voltado medialmente) e valga

(voltada lateralmente) rotaccedilatildeo tibial e deslocamento tibial antero-posterior Esses

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

51

ligamentos satildeo firmemente fixados ao menisco medial e a caacutepsula fibrosa da

articulaccedilatildeo do joelho

Os ligamentos colaterais tibial e fibular normalmente impedem a ruptura das faces

laterais da articulaccedilatildeo Satildeo firmemente estirados quando a perna eacute estendida

impedindo a rotaccedilatildeo da tiacutebia lateralmente ou do fecircmur medialmente Durante a

flexatildeo da perna eles se aproximam permitindo alguma rotaccedilatildeo da tiacutebia sobre o

fecircmur

Ligamento colateral medial possui duas porccedilotildees superficial e profunda Estabiliza a

joelho nos estresses em valgo

Ligamento colateral lateral ou fibular colateral Eacute o principal estabilizador ao estresse

em varo Faz parte do complexo ou canto posterolateral e resiste agrave rotaccedilatildeo externa

Figura 22ndash Ligamentos da articulaccedilatildeo do joelho

5523 Ligamento Popliacuteteo Obliacutequo e Ligamento Popliacuteteo Arqueado

Eles reforccedilam a parte de traz do joelho Ajudam a resistir qualquer tendecircncia

para a articulaccedilatildeo se mover aleacutem de seu limite de extensatildeo (hiperextensatildeo) Aleacutem

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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Koogan 1991

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Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

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1997 SP ndash Brasil

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[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

52

disso a direccedilatildeo de suas fibras sugere que eles limitem o movimento rotatoacuterio

5524 Ligamentos Cruzados

O mais fraco ligamento eacute o cruzado anterior que impede o deslocamento posterior

do fecircmur sobre a tiacutebia e a hiperextensatildeo da articulaccedilatildeo aleacutem de conter a tiacutebia que eacute

tracionada agrave frente quando a articulaccedilatildeo eacute fletida em acircngulo reto

O ligamento cruzado posterior que eacute estirado durante a flexatildeo da articulaccedilatildeo do

joelho impede a luxaccedilatildeo anterior do fecircmur sobre a tiacutebia ou a luxaccedilatildeo posterior da

tiacutebia Tambeacutem ajuda a evitar a hiperflexatildeo da articulaccedilatildeo do joelho

Estes ligamentos muito fortes situam-se no interior da caacutepsula articular unindo o

fecircmur e a tiacutebia Localizam-se entre os cocircndilos medial e lateral separados da

cavidade articular pela membrana sinovial

Satildeo faixas arredondadas que se cruzam obliquamente como um X e se denominam

anterior e posterior de acordo com seu local de fixaccedilatildeo na tiacutebia Estes ligamentos

satildeo essenciais para a estabilidade acircntero-posterior da articulaccedilatildeo do joelho

principalmente quando eacute fletido

Ligamento cruzado anterior Eacute responsaacutevel pela limitaccedilatildeo da translaccedilatildeo anterior e

rotaccedilatildeo da tiacutebia em relaccedilatildeo ao fecircmur

Ligamento cruzado posterior Evita a subluxaccedilatildeo posterior da tiacutebia em relaccedilatildeo ao

fecircmur

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

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acessado em 24 de junho de 2005

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[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

53

56 Movimentos de Rotaccedilatildeo e Translaccedilatildeo

No joelho existem movimentos de escorregamento do fecircmur sobre os meniscos

tornando o movimento ainda mais complexo Nas figuras 23 e 24 estatildeo identificadas

as proacuteteses de 1 e 4 eixos que nos datildeo uma boa visualizaccedilatildeo dos movimentos

relativos entre as superfiacutecies de um joelho

Figura 23 - Proacuteteses de um Eixo

Figura 24 - Proacuteteses de 4 eixos

Podemos observar a diferenccedila dos movimentos proporcionados por proacutetese e

concluiacutemos que o movimento da proacutetese de 4 eixos eacute o que mais se aproxima do

movimento real no joelho jaacute que proporciona o deslizamento entre as superfiacutecies

enquanto na proacutetese de 1 eixo ocorre apenas o movimento de rotaccedilatildeo em torno do

eixo

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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acessado em 24 de junho de 2005

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acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

54

57 Conclusatildeo do Capiacutetulo

O meacutetodo atual de exame do joelho a ressonacircncia magneacutetica natildeo estaacute adequado

com a pesquisa biomecacircnica pois como pode ser observado neste capiacutetulo a

pressatildeo no joelho em movimento eacute no miacutenimo 30 vezes superior comparada agravequela

na maca de ressonacircncia assim como os acircngulos satildeo os mais variados possiacuteveis

proporcionando variaccedilatildeo ciacuteclica com baixas ou altas taxas de variaccedilatildeo das forccedilas

Com relaccedilatildeo ao meacutetodo de Hill pode-se ter uma noccedilatildeo dos gastos de energia

envolvidos na geraccedilatildeo dos movimentos e como varia a forccedila com a velocidade

muscular

Pode-se verificar tambeacutem a complexidade do joelho quando foram citados e

mostrado a quantidade de muacutesculos ligamentos e outras estruturas que o compotildee e

a sua complexibilidade bem como o movimento existente

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

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[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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acessado em 24 de junho de 2005

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acessado em 25 de junho de 2005

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acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

55

6 PROPOSTA PARA A SOLUCcedilAtildeO MECAcircNICA

Propotildee-se entatildeo um sistema que simule a compressatildeo exercida sobre o joelho com

um carregamento estaacutetico com valor equivalente ao peso do paciente Isto seria

possiacutevel ao variar o carregamento e o acircngulo da articulaccedilatildeo que seria o ideal para

simular as atividades cotidianas como subir uma escada pular correr um

agachamento e outras situaccedilotildees onde o joelho eacute severamente solicitado

Situaccedilotildees como correr e pular necessitariam de um equipamento com software que

captassem imagens dinacircmicas para esta situaccedilatildeo a escolha seria por um simulador

de carga com caracteriacutesticas elaacutesticas desta forma com o movimento haveria

acreacutescimo ou decreacutescimo dos esforccedilos no joelho do paciente de acordo com a

variaccedilatildeo do comprimento da cinta elaacutestica A impossibilidade de realizaccedilatildeo de um

exame deste tipo eacute devido ao fato de natildeo haver um equipamento de RM que capta

imagens dinacircmicas aqui no estado do Espiacuterito Santo Figura 25 o que nos levou

a pensar em outra soluccedilatildeo para o caso

Figura 25 - Equipamento utilizado na ressonacircncia magneacutetica

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

56

Como a uacutenica possibilidade eacute de simular um carregamento com um acircngulo entre 10ordm

e 15ordm (acircngulo da bobina de captaccedilatildeo de imagem) na articulaccedilatildeo femopatelar e a

impossibilidade descrita no paraacutegrafo anterior pensamos entatildeo em um equipamento

que atendesse a esta situaccedilatildeo

Na Figura 26 observamos a forccedila F em direccedilatildeo perpendicular ao solo simulando a

forccedila peso desta maneira procuramos desenvolver um aparato que nos permitisse

simular a mesma direccedilatildeo A soluccedilatildeo foi um conjunto de cintas com baixa

elasticidade e boa resistecircncia mecacircnica agrave traccedilatildeo com dispositivo de travas O

equipamento natildeo possui componentes ferromagneacuteticos e medidores de forccedila

eletroeletrocircnicos

Figura 26 - Descriccedilatildeo da cinta e figura ilustrativa

A seguir podemos observar a figura 27 com o voluntaacuterio utilizando o equipamento

no momento anterior agrave ressonacircncia

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

57

Figura 27 ndash Paciente utilizando a cinta ao dar entrada na sala de exame

61 O Equipamento de Carga

O equipamento eacute composto por trecircs cintas dispostas do seguinte modo a primeira

cinta eacute responsaacutevel pelo carregamento do joelho tencionando o sistema a segunda

eacute responsaacutevel pela ligaccedilatildeo da cinta inferior a primeira com a superior a terceira e a

terceira cinta seraacute responsaacutevel por limitar o movimento que seraacute ajustada conforme

o tamanho do paciente

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

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16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

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acessado em 24 de junho de 2005

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acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

58

Figura 28 ndash Montagem do conjunto de cintas

62 Modificaccedilotildees Realizadas

Foram necessaacuterias algumas adaptaccedilotildees para que as cintas pudessem ser utilizadas

no equipamento de ressonacircncia magneacutetica pois havia alguns componentes

ferromagneacuteticos tais como mola e eixo Estes foram confeccionados em bronze e

as molas foram retiradas de maneira que natildeo alterasse a funcionalidade do

equipamento

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

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acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

59

7 O QUE SIGNIFICA RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

Ressonacircncia Magneacutetica (RM) eacute uma ferramenta meacutedica moderna e precisa

disponiacutevel aos meacutedicos para a imagem seccional do interior do corpo Esta visatildeo

magneacutetica fornece aos meacutedicos uma quantidade de informaccedilotildees detalhadas sobre

a localizaccedilatildeo tamanho e composiccedilatildeo do tecido corporal a ser examinado Este

conhecimento pode ser decisivo no estabelecimento de um diagnoacutestico raacutepido e

preciso

A RM eacute um meacutetodo de investigar o corpo tatildeo complicado quanto parece A RM natildeo

usa raios-X De fato como o nome indica o procedimento eacute baseado nas

propriedades magneacuteticas dos aacutetomos que constituem todas as substacircncias incluindo

o corpo humano Em um campo magneacutetico forte como o produzido pelo scanner da

RM sinais eleacutetricos satildeo emitidos pelo nuacutecleo atocircmico do tecido corporal Esses

sinais satildeo interceptados por uma antena circular ao redor do paciente A intensidade

do sinal varia de acordo com o tipo de tecido Um computador designa os sinais aos

pontos correspondentes das aacutereas corporais em exame e transforma-as em imagem

na tela

71 Preparaccedilatildeo para o exame

Natildeo eacute necessaacuterio remover as roupas como eacute o caso em muitos exames de raio-X

poreacutem os pacientes satildeo solicitados a retirar todos os objetos que possam interferir

no processo de imagem principalmente aqueles contendo metal Isto inclui natildeo

somente brincos broches colares reloacutegios de pulso mas tambeacutem canetas

esferograacuteficas e chaves Os pacientes devem tambeacutem retirar placas dentaacuterias

removiacuteveis e informar o meacutedico se houver qualquer implante metaacutelico ou objeto

estranho incluindo

bull Marca-passo

bull Vaacutelvula cardiacuteaca artificial

bull Proacutetese vascular

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

60

bull Membro artificial

bull Unha ou placa metaacutelica

bull Estilhaccedilo ou tala de metal

bull Dispositivo intra-uterino (para contracepccedilatildeo)

bull O meacutedico deve ser informado se vocecirc estaacute graacutevida

Para o exame os pacientes satildeo conduzidos a um recosto almofadado no centro do

scanner da RM Eacute importante que o paciente sinta-se confortaacutevel para o iniacutecio e

permaneccedila calmo e quieto o quanto possiacutevel durante o exame jaacute que qualquer

movimento fiacutesico pode interferir com a precisatildeo das medidas ou alterar os resultados

dos testes

72 Seguranccedila durante o exame

Uma vez que a ressonacircncia magneacutetica natildeo envolve o uso de raios-X natildeo eacute

necessaacuterio tomar as mesmas medidas de precauccedilatildeo para exames de raios-X Pelo

conhecimento cientiacutefico atual a forccedila do campo magneacutetico necessaacuteria para obter

resultados precisos (ateacute 2 Tesla = 20000 vezes o campo magneacutetico da Terra) natildeo

possui efeito prejudicial

Nos uacuteltimos anos milhotildees de exames foram realizados sem quaisquer efeitos

colaterais conhecidos - durante ou apoacutes o exame Os exames de RM geralmente

natildeo podem ser realizados em pacientes com marca-passo cardiacuteaco

73 O que acontece durante o exame

Durante o exame o paciente deita-se no centro de uma abertura tipo tuacutenel do

scanner da RM o que natildeo eacute perigoso nem doloroso Poreacutem se o paciente natildeo gosta

da sensaccedilatildeo de se sentir preso ou sofrem de claustrofobia tomar um sedativo leve

com consulta do meacutedico pode ajudar

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

61

Cada imagem da RM leva de 5 a 15 minutos para ser obtida Durante o exame o

paciente ouviraacute um som de batida leve Natildeo haacute com que se preocupar Esse eacute o

funcionamento normal do scanner da RM

Quando eacute necessaacuterio obter vaacuterias imagens o recosto iraacute mover-se automaticamente

agrave posiccedilatildeo apropriada O paciente deve continuar o mais tranquumlilo possiacutevel

Dependendo do tipo do exame o tempo total do procedimento pode ser de ateacute 60

minutos

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

62

8 PARAcircMETROS QUE AFETAM O ASPECTO DAS IMAGENS

OBTIDAS ATRAVEacuteS DE RESSONAcircNCIA MAGNEacuteTICA

A seguir seraacute abordado os paracircmetros envolvidos para a obtenccedilatildeo das imagens dos

diferentes planos em que satildeo mostradas as imagens e por fim os resultados

obtidos nos experimentos com e sem o equipamento de carga

81 Paracircmetros que Afetam o Aspecto das Imagens Obtidas Atraveacutes de

Ressonacircncia Magneacutetica

O aspecto de uma imagem produzida atraveacutes de RM eacute determinado atraveacutes de

muitos paracircmetros Em geral estes paracircmetros podem ser divididos em (1) aqueles

que possuem um valor fixo determinado pela fiacutesica da RM e (2) aqueles que podem

ser modificados pelo usuaacuterio para alterar o aspecto da imagem

O objetivo de qualquer estudo de RM eacute gerar imagens da anatomia tecidual nas

quais a razatildeo contraste-ruiacutedo (RCR) eacute suficiente para permitir identificaccedilatildeo do

processo patoloacutegico Isto eacute realizado variando-se os paracircmetros definidos pelo

usuaacuterio para enfatizar diferenccedilas nos valores de paracircmetros intriacutensecos e para

enfatizar diferenccedilas na intensidade do sinal entre voxels contendo tecidos normais e

patoloacutegicos

811 Paracircmetros Intriacutensecos

Os paracircmetros intriacutensecos satildeo tecidos-dependentes e natildeo estatildeo sob controle do

operador Como exemplos de paracircmetros intriacutensecos estatildeo a densidade da aacutegua e a

gordura no tecido fluxo sanguiacuteneo e as velocidades de relaxamento dos momentos

magneacuteticos de volta ao equiliacutebrio apoacutes perturbaccedilatildeo Alguns paracircmetros intriacutensecos

satildeo invariaacuteveis entre todos os tecidos (por exemplo a intensidade do campo

magneacutetico)

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

63

O acuacutemulo de liacutequido de edema em torno de um tumor eacute uma patologia comum O

edema tem maior proporccedilatildeo de aacutegua que o tecido normal circundante e portanto

maior densidade de proacutetons por unidade de volume Este aumento da densidade de

proacutetons por unidade de volume pode ser observado utilizando-se meacutetodos de estudo

por RM Tipicamente imagens por RM ponderadas em densidade protocircnica satildeo

obtidas utilizando-se os menores TE e tempo de repeticcedilatildeo (TR) possiacuteveis que

permitem relaxamento T1 completo de todos os momentos magneacuteticos de volta ao

equiliacutebrio

8111 Tempos de Relaxamento

Apoacutes ser excitado o sinal de RM natildeo pode ser detectado para sempre Sofre

descaimento em virtude de dois tipos diferentes de processos de relaxamento (1) o

retorno do momento magneacutetico de volume ao equiliacutebrio teacutermico e (2) a perda de

coerecircncia da fase na magnetizaccedilatildeo final em virtude de interaccedilotildees com outros

momentos magneacuteticos no tecido

A velocidade com que estes processos retornam agrave magnetizaccedilatildeo final ao equiliacutebrio eacute

fundamental porque a experiecircncia com RM deve ser repetida para cada etapa de

codificaccedilatildeo de fase e o grau de magnetizaccedilatildeo disponiacutevel para o estudo depende da

forma como muitos dos momentos magneacuteticos satildeo realinhados com o campo

magneacutetico principal

8112 Tempos de Relaxamento T2 e T2

Apoacutes excitaccedilatildeo o sinal de RM presente no plano XY decai exponencialmente ateacute

zero com o tempo O tempo necessaacuterio para o desaparecimento irreversiacutevel de 63

do sinal eacute denominado tempo de relaxamento T2 ou tempo de relaxamento spin-spin

ou transversal Este descaimento eacute causado pelos muitos processos que produzem

uma perda de coerecircncia da fase no sinal de RM Apoacutes o pulso de RF todos os

momentos magneacuteticos inicialmente processam com fases idecircnticas (a precessatildeo eacute o

alinhamento dos momentos magneacuteticos em torno do campo principal) Entretanto

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

64

variaccedilotildees na intensidade efetiva do campo magneacutetico fazem com que os momentos

magneacuteticos processem em diferentes frequumlecircncias por curtos periacuteodos de tempo

8113 Tempo de Relaxamento T1

O tempo de relaxamento T1 (isto eacute spin-lattice ou tempo de relaxamento

longitudinal) eacute o tempo necessaacuterio para restabelecer 63 da populaccedilatildeo de equiliacutebrio

de momentos magneacuteticos Bo apoacutes o pulso de excitaccedilatildeo O relaxamento T1 eacute um

processo exponencial

O tempo de relaxamento T1 para qualquer material varia em funccedilatildeo da intensidade

do capo magneacutetico pois ocorrem mais variaccedilotildees na intensidade do capo magneacutetico

efetivo local em menores frequumlecircncias O tempo de relaxamento T1 eacute sempre maior

ou igual ao tempo de relaxamento T2

812 Paracircmetros Extriacutensecos

Muitos tipos de paracircmetros controlados pelo operador podem alterar o aspecto da

imagem Estes incluem eventos de determinaccedilatildeo do tempo como TR TE e em

estudos de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo de inversatildeo do spin Outros paracircmetros

que afetam o aspecto da imagem satildeo espessura do corte resoluccedilatildeo digital e CDV

O aspecto da imagem tambeacutem pode ser modificado aplicando-se mais de um pulso

de RF antes da coleta de dados

8121 TR e TE

Tipicamente satildeo necessaacuterias 128 ou 256 etapas de codificaccedilatildeo em uma aquisiccedilatildeo

de RM O TR eacute o tempo entre etapas consecutivas de codificaccedilatildeo de fase e o TE eacute

o tempo entre o pulso de RF perturbador inicial e o centro do periacuteodo de aquisiccedilatildeo

O TR geralmente eacute maior que o TE exceto para algumas sequumlecircncias raacutepidas como

aquisiccedilatildeo raacutepida estaacutegio estacionaacuterio apoacutes contraste e imagem raacutepida com

precessatildeo estaacutegio estacionaacuterio

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

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91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

65

813 Manipulaccedilatildeo dos Paracircmetros Extriacutensecos para Variar o Contraste da

Imagem

8131 Imagem de Ressonacircncia Magneacutetica Ponderada em TI e TR

Todas as imagens geradas por RM satildeo ponderadas em T1 em algum grau os

tempos de relaxamento T1 para aacutegua e gordura no corpo vaiam de 100 a 2000 ms

A fonte primaacuteria de atenuaccedilatildeo do sinal em uma imagem spin-eco eacute a saturaccedilatildeo

progressiva do momento magneacutetico pelos pulsos de seleccedilatildeo do corte repetitivos O

sinal da gordura eacute brilhante enquanto as intensidades de sinal do muacutesculo e liacutequido

em um cisto do menisco satildeo menores

8132 Ponderaccedilatildeo em densidade Protocircnica

As imagens onde o contraste eacute governado pela concentraccedilatildeo relativa de aacutegua no

tecido podem ser geradas utilizando-se TRrsquos longos (TR gt 20 ms) Estas imagens

satildeo denominadas imagens ponderadas em densidade protocircnicas As imagens

ponderadas em densidade protocircnica fornecem mais detalhes anatocircmicos porque

satildeo usadas para visualizar estruturas finas Estas satildeo obtidas e satildeo uacuteteis para

interpretaccedilatildeo de aacutereas de sinal de intensidade elevada observada na imagem

ponderada em T2 na qual os detalhes anatocircmicos estatildeo encobertos

8133 Ponderaccedilatildeo em T2 e TE

O liacutequido e o edema podem ser enfatizados em imagens produzidas por RM

utilizando-se longos tempos de TE porque possuem maiores tempos de

relaxamento T2 que os tecidos normais Com TEs longos o descaimento do sinal

exponencial devido ao relaxamento T2 atenua o sinal de liacutequido e edema mais

lentamente que o sinal da gordura muacutesculo ou tecidos conjuntivos normais

Portanto o liacutequido e o edema apresentam-se brilhantes em imagens por RM

ponderadas em T2 obtidas utilizando-se longos tempos TE e longos tempos TR A

seguir seraacute exposto um quadro com um breve resumo da interpretaccedilatildeo de RM

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

66

Resumo da interpretaccedilatildeo de IRM

Definiccedilotildees

Tempos de relaxamento Comportamento caracteriacutestico da magnetizaccedilatildeo tecidual

(propriedades dos tecidos)

T1 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons se

tornem inicialmente alinhados com o capo magneacutetico

estaacutetico (ou se realinhem apoacutes excitaccedilotildees repetidas)

T2 Tempo caracteriacutestico necessaacuterio para que os proacutetons

saiam de fase uns em relaccedilatildeo aos outros apoacutes excitaccedilatildeo

por radiofrequumlecircncia (RF)

TR O tempo entre as excitaccedilotildees sucessivas de RF no tecido

(um TR curto seleciona proacutetons com T1 curto)

TE Sequumlecircncia em spin-eco tempo no qual o sinal de RF

tecidual (spin-eco) eacute recebido (um TE longo seleciona

proacutetons com T2 longo)

TI Sequumlecircncia de inversatildeo-recuperaccedilatildeo o tempo consumido

ateacute que a magnetizaccedilatildeo do tecido em recuperaccedilatildeo seja

defletido para recepccedilatildeo (tecido cuja magnetizaccedilatildeo passa

pelo zero no tempo TI produz intensidade zero)

Efeitos sobre a

Imagem

T1 Um T1 curto possibilita uma remagnetizaccedilatildeo raacutepida de

modo que a intensidade do sinal eacute grande (a gordura tem

T1 muito curto) e o tecido aparece brilhante o tecido com

T1 longo (como o liacutequido) natildeo se magnetiza plenamente

entre as excitaccedilotildees e apresenta um aspecto escuro na

imagem a inversatildeo-recuperaccedilatildeo com TI semelhante ao T1

de um tecido resulta em sinal nulo para este tecido (a

gordura pode ser zerada pelo emprego de um TI curto)

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

67

T2 Um T2 curto faz com que os proacutetons em precessatildeo saiam

rapidamente de fase levando agrave perda do sinal tecidos com

T2 curto (como o muacutesculo) tecircm aspecto escuro nas

imagens obtidas em TE longo tecidos com T2 longo (como

liacutequido ou tumor) mantecircm sua coerecircncia de fase por mais

tempo do que outros tecidos e apresentam um aspecto

brilhante nas imagens obtidas com um TE longo uma

teacutecnica ponderada em T2 utiliza um TR e um TE longos

Aspecto do tecido em sequumlecircncia de IRM

Spin-eco

Tecido Tempo de

relaxamento

Ponderaccedilatildeo T1

TE e TR curtos

Ponderaccedilatildeo T2

Tumor liacutequido T1 e T2 longos Escuro Claro

Muacutesculo T1 longo e T2 curto Escuro Escuro

Gordura T1 curto e T2 longo Claro Menos claro

Para finalizar nossa anaacutelise acerca dos paracircmetros podemos dizer que em uma

sequumlecircncia DP teremos valores curtos para TR e tambeacutem para TE ou seja teremos

T1 longo e T2 curto assim natildeo teremos sequumlecircncia ponderada em T1 como

tambeacutem natildeo teremos ponderada em T2 esta sequumlecircncia nos daraacute cor escura para

liacutequidos e gorduras entatildeo poderemos diferenciar os muacutesculos que teratildeo cor

brilhante podendo entatildeo diagnosticar problemas musculares

Para valores curtos de TR e TE teremos sequumlecircncia ponderada em T1 desta forma

as gorduras apareceratildeo com cor brilhante e os muacutesculos e liacutequidos apareceratildeo em

cor escura sendo uma oacutetima maneira de analisar o quatildeo intacta se encontra o tecido

infrapatelar ou gordura de Hoffa encontrada na regiatildeo femopatelar

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

68

Para valores longos de TR e TE teremos uma sequumlecircncia ponderada em T2 desta

forma as gorduras e muacutesculos se encontraratildeo em cor escura mas os liacutequidos

estaratildeo em cor brilhante assim poderemos diagnosticar a presenccedila de aacutegua e

edemas na regiatildeo patelofemoral Lembrando ainda que a gordura neste caso tem a

funccedilatildeo de lubrificantes para as superfiacutecies das cartilagens dos ossos a presenccedila de

aacutegua ou edemas prejudicam a lubrificaccedilatildeo na regiatildeo fazendo com que as

cartilagens venham a deteriorar-se

82 Planos de Imagem

Uma aquisiccedilatildeo axial atraveacutes da articulaccedilatildeo patelofemoral eacute usada como o localizador

inicial para imagens subsequumlentes nos planos sagital e coronal A patologia do

menisco eacute avaliada basicamente em imagens do plano sagital Entretanto a

morfologia e a intensidade de sinal das cartilagens do menisco devem ser avaliadas

secundariamente em imagens no plano coronal Os ligamentos cruzados satildeo mais

bem observados em imagens no plano sagital com o coronal e o axial para

visualizaccedilatildeo secundaacuteria e confirmaccedilatildeo da patologia Os ligamentos colateral medial

e lateral (LCM E LCL) satildeo claramente exibidos em imagens coronais e axiais e

tambeacutem podem ser identificados rotineiramente em imagens sagitais As superfiacutecies

da cartilagem articular dos compartimentos medial e lateral satildeo avaliadas nos planos

coronal e sagital A articulaccedilatildeo patelofemoral incluindo a faceta patelar e a

cartilagem articular do sulco troclear eacute mais bem observada em imagens axiais e

sagitais

821 Posicionamento do Paciente

Embora os estudos por imagem sejam realizados rotineiramente com o joelho

colocado em 10ordm a 15ordm de rotaccedilatildeo externa (para realinhar o ligamento cruzado

anterior [LCA] paralelo ao plano de imagem sagital) esta rotaccedilatildeo externa torna-se

menos importante quando satildeo usados cortes mais finos (lt 3 mm) A rotaccedilatildeo externa

excessiva do joelho resulta em alongamento das dimensotildees acircntero-posteriores do

cocircndilo femoral (principalmente o cocircndilo femoral lateral) e pode diminuir a

visualizaccedilatildeo precisa da anatomia do menisco Uma alternativa eacute usar imagens

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

69

sagitais em plano obliacutequo paralelo agrave orientaccedilatildeo do LCA avaliada em um localizador

axial

83 Abordagem Quanto aos Tipos de Planos Utilizados na RM

831 Imagens Axiais

As imagens no plano axial tecircm importante papel na avaliaccedilatildeo de rotina do joelho As

facetas patelares e a cartilagem articular devido agrave sua orientaccedilatildeo obliacutequa satildeo

demonstradas com maior precisatildeo em imagens axiais atraveacutes da articulaccedilatildeo

patelofemoral A doenccedila patelofemoral (isto eacute condromalaacutecia) pode ser super ou

subestimada quando usadas apenas imagens sagitais Imagens axiais com TF 3D

submilimeacutetrica satildeo usadas para definir padrotildees de lesatildeo circunferencial do menisco

e criar imagens compostas 3D utilizando-se uma estaccedilatildeo de trabalho As imagens

no plano axial tambeacutem satildeo usadas como localizador para determinar os planos

sagital e coronal Embora imagens axiais de rotina em 4 ou 5 mm natildeo satildeo sensiacuteveis

agrave patologia do menisco porque os cortes satildeo muito espessos Imagens sagitais que

secionam o menisco perpendicular agrave sua superfiacutecie proporcionam a melhor

demonstraccedilatildeo da anatomia e patologia interna do menisco

832 Imagens Sagitais

A dessecaccedilatildeo no plano sagital exibe os componentes dos ligamentos colaterais

medial e caacutepsula adjacente O compartimento patelofemoral o quadriacuteceps e o

tendatildeo patelar satildeo demonstrados em dissecaccedilotildees meacutedio-sagitais

O LCA e o LCP satildeo mais bem exibidos em imagens sagitais O LCL ou ligamento

colateral fibular e o tendatildeo do muacutesculo biacuteceps femoral tambeacutem podem ser

observados em cortes sagitais perifeacutericos

Em cortes meacutedio-sagitais os tendotildees quadriacuteceps e patelar que demonstram sinal

de baixa intensidade satildeo observados em suas fixaccedilotildees anteriores aos poacutelos

patelares superior e inferior respectivamente O coxim adiposo infrapatelar de Hoffa

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

70

estaacute situado diretamente posterior ao tendatildeo patelar e demonstra sinal de

intensidade brilhante (dependendo dos paracircmetros escolhidos) A cartilagem

articular patelar posterior exibe arco uniforme ou convexo em cortes atraveacutes das

facetas patelares medial e lateral Na ausecircncia de liacutequido articular a bursa patelar

colapsada natildeo eacute observada proximal ao poacutelo superior da patela

833 Imagens Coronais

A dissecaccedilatildeo anatocircmica coronal poacutestero-anterior demonstra a caacutepsula posterior o

tendatildeo popliacuteteo os ligamentos cruzados e menisco os ligamentos colaterais e e o

mecanismo extensor

Cortes meacutedio-coronais exibem a espinha tibial anterior enquanto as imagens

anteriores satildeo caracterizadas pelo sinal de alta intensidade do coxim adiposo

infrapatelar de Hoffa anterior ao compartimento lateral do joelho

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

71

9 COMPARATIVO DO SISTEMA MECAcircNICO COM O JOELHO

Ao iniciar nossa discussatildeo faremos uma comparaccedilatildeo entre a junta do joelho e um

par de buchas mecacircnicas a cartilagem presente em torno dos cocircndilos seraacute

comparada a uma bucha de desgaste o osso seraacute considerado como a peccedila

importante que natildeo poderaacute ser substituiacuteda e a gordura de Hoffa (tecido adiposo

infrapatelar) seraacute considerada como um lubrificante de elevada viscosidade

No sistema mecacircnico quando haacute uma contaminaccedilatildeo no lubrificante tem-se o

aumento do atrito e em consequumlecircncia o desgaste prematuro do conjunto A

presenccedila de aacutegua por exemplo causa uma alteraccedilatildeo da viscosidade do lubrificante

essa alteraccedilatildeo natildeo permite a formaccedilatildeo de cunha na regiatildeo de contato entre as

superfiacutecies assim no caso de elementos mecacircnicos poderemos ter microsoldas

ruiacutedos vibraccedilatildeo aquecimento e outros

Em semelhanccedila com este modelo faremos um comparativo em relaccedilatildeo ao joelho

que apresenta componentes com funccedilotildees muito proacuteximas de um par de buchas

mecacircnicas Com o passar do tempo as constantes situaccedilotildees que envolvem o joelho

no dia a dia sejam elas os esforccedilos em um jogo de futebol ou em um simples

agachamento vatildeo levar este conjunto a pressotildees elevadas e ainda a infiltraccedilotildees de

aacutegua por diversos motivos pancadas torccedilotildees etc Neste caso a presenccedila da aacutegua

assim como no sistema mecacircnico iraacute causar desgaste das cartilagens ocorrendo o

contato entre os cocircndilos o que futuramente poderaacute provocar por exemplo uma

artrite

No caso de um desgaste mecacircnico resolve-se o problema trocando o elemento de

desgaste e solucionando o problema de lubrificaccedilatildeo O que natildeo pode ser realizado

com tanta simplicidade no caso do joelho que requer um tratamento ou ateacute uma

intervenccedilatildeo ciruacutergica

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

72

91 Resultados dos testes

Foram realizados dois testes com e sem carga para que pudeacutessemos avaliar a

mudanccedila nos resultados da RM

911 O Primeiro Teste

O primeiro teste foi realizado no dia 25 de junho de 2005 no CDI (centro de

diagnoacutestico por imagem) localizado em Santa Luacutecia ndash Vitoacuteria O teste foi realizado

em uma pessoa de aparecircncia saudaacutevel sem histoacuterico de problemas no joelho e sem

ocorrecircncia de dor com idade de 28 anos

Os resultados obtidos natildeo apresentaram alteraccedilatildeo significativa das fissuras

912 O Segundo Teste

O segundo teste foi realizado no dia 18 julho de 2005 no mesmo local do teste

anterior O teste foi realizado com uma pessoa saudaacutevel com histoacuterico de problemas

no joelho e sem dores nos dias anteriores ao teste bem como nos dias posteriores

com idade de 54 anos

O resultado obtido com carga apresentou uma pequena variaccedilatildeo da fissura na

gordura de Hoffa

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

73

10 DISCUSSAtildeO DOS RESULTADOS E MELHORIAS

Neste capiacutetulo faremos uma abordagem sobre os resultados e uma proposta de

melhoria para o equipamento

101 Comentaacuterio dos Resultados

Nos resultados obtidos foram verificadas alteraccedilotildees na regiatildeo femopatelar quando

se aplica uma carga o que natildeo poderia ser obtido em um exame convencional de

ressonacircncia magneacutetica

No primeiro teste pode ser observada uma pequena diferenccedila devido agrave

aproximaccedilatildeo dos cocircndilos Considerando ser o indiviacuteduo uma pessoa saudaacutevel e

sem dores era de se esperar que o resultado natildeo apresentasse alguma anomalia

No segundo teste observou-se abertura de uma pequena fissura na gordura de

Hoffa o que tambeacutem se esperava pois a pessoa apresentava um histoacuterico de

problemas no joelho apesar de que ele natildeo apresentava sintomas de qualquer

anomalia no momento do teste

Visto que os testes natildeo puderam ser realizados com pessoas que tinham um

histoacuterico e uma situaccedilatildeo que caracterizasse um problema no joelho o que foi

determinante para os resultados e devido a impossibilidade de realizar testes nas

condiccedilotildees ideais descritas no quarto capiacutetulo bem como aos custos altiacutessimos que

envolvem os exames que foram realizados juntamente com os exames dos clientes

da cliacutenica sendo assim era de se esperar que os resultados natildeo causassem

diferenccedila de grande expressatildeo

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

74

102 Proposta de Melhoria

Visto que os resultados foram considerados satisfatoacuterios apesar das condiccedilotildees

adversas propomos possiacuteveis melhorias no que diz respeito agrave avaliaccedilatildeo da pressatildeo

exercida no joelho

Sugerimos entatildeo a utilizaccedilatildeo de palmilhas figuras 29 e 30 para avaliar a pressatildeo

equivalente exercida no joelho e o uso de um software por exemplo o Ansys

(elementos finitos) para criar uma nova imagem corrigida Isso seria viaacutevel e

interessante poreacutem exigiria mais aprofundamento e muito mais tempo o que poderaacute

ser realizado em futuros trabalhos

Figura 29 ndash Palmilhas para mediccedilatildeo da pressatildeo

Figura 30 ndash Resultado de uma anaacutelise de pressatildeo

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994

75

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

[1] httpmriifscuspbrpaginasporttormprojetohistoricohtml acessado

em 11 de junho de 2005

[2] httpwwweagoracombrlerphpidnew=13596 acessado em 15 de

junho de 2005

[3] Rasch Philip j Cinesiologia e Anatomia Aplicada Editora Guanabara

Koogan 1991

[4] Kendall Henry Otis Kendall Florence Peterson Wadsworth Gladys

Elizabeth Muacutesculos Provas e Funccedilotildees Editora Manole Ltda 1980

[5] Haaga Hohn R Lanzieri Charles F Tomografia Computadorizada e

Ressonacircncia Magneacutetica do Corpo Humano Vol 2 Editora Guanabara Koogan

1996

[6] Antonio Raimundo dos Santos Metodologia Cientiacutefica a construccedilatildeo do

Conhecimento 6ordfed Editora DPampA 2004

[7] Tese de Mestrado do aluno Luciano Luporini Menegaldo Campinas

1997 SP ndash Brasil

[8] httpwwwgrupodojoelhocombrartigosanat_biomhtmc acessado em

16 de junho de 2005

[9] httpwwwgrupodojoelhocombrlcahtm acessado em 16 de junho de

2005

[10]httpwwwcorpohumanohpgigcombrsist_muscularsist_muscularhtml

acessado em 20 de junho de 2005

[11] httpwwwmsd-brazilcommsd43m_manualmm_sec5_47htm

acessado em 24 de junho de 2005

[12] httpgeocitiesyahoocombrcorpoemovview_musculacao_24htm

acessado em 25 de junho de 2005

[13]httpwwwtudosobredorcombrpaciente_templatephp3pagina=joelho

acessado em 06 de julho de 2005

[14] Stimac Gary k Introduccedilatildeo ao diagnoacutestico por imagens Editora

Guanabara Koogan 1994