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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
EDERSON MARQUES DOLORES
ESTUDO DOS NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE DE ESCOLARES DE 7 A 16 ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA MUNICIPAL
DE DOURADOS – MS
Dourados-MS2012
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS
EDERSON MARQUES DOLORES
ESTUDO DOS NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE DE ESCOLARES DE 7 A 16 ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA MUNICIPAL
DE DOURADOS – MS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Educação Física da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde como pré-requisito para obtenção do título em Bacharelado em Educação Física.
Orientadora: Professora: Me. Zeina Hassen Mustafa
Dourados-MS
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Central - UNIGRAN
796.4D694e
Dolores, Ederson Marques
Estudo dos níveis de flexibilidade de escolares de 7 a 16 anos de idade de uma escola municipal de Dourados - MS / Ederson Marques Dolores. – Dourados : UNIGRAN, 2012. 17f. : il.
Orientadora: Prof. Ms. Zeina Hassen MustafaArtigo (Graduação em Educação Física) – UNIGRAN.
1. Educação física. 2. Flexibilidade. 3. Flexiteste. 4. Flexíndice. I. Título.
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado, em 13 de Novembro de 2012, pelos avaliadores:
___________________________________________________Professora Orientadora: Me. Zeina Hassen Mustafa
___________________________________________________Professor Me. Carlos Muchão Castilho
___________________________________________________Professor Esp. Rogério da Cruz Montes
ESTUDO DOS NÍVEIS DE FLEXIBILIDADE DE ESCOLARES DE 7 A 16 ANOS DE IDADE DE UMA ESCOLA MUNICIPAL DE DOURADOS – MS
STUDY OF THE LEVELS OF FLEXIBILITY OF SCHOOL FROM 7 TO 16 YEARS OF AGE OF A SCHOOL HALL OF GOLDEN – MS
DOLORES, E¹ M; MUSTAFA, Z2 H; CASTILHO, C2
M; MONTES R2 D.
1 Discente do curso de Educação Física do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados / MS.
Contato: [email protected] Docente do curso de Educação Física do Centro Universitário da Grande Dourados, Dourados / MS.
Contato: [email protected]
Zeina Hassen Mustafa
Bacharel em Ciências Jurídicas (Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN; 1998), graduada em Educação Física (Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN; 2002), com especialização em Avaliação e Prescrição de Atividades Físicas (Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN; 2004) e Mestrado em Ciências da Saúde (Universidade de Brasília - UnB; 2006). Atualmente é professora do Centro Universitário da Grande Dourados - UNIGRAN, Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde, Departamento de Educação Física.
CARTA DE SUBMISSÃO
À Revista INTERBIO
Carta de Direitos Autorais
Carta de Direitos Autorais,
Nós autores, Ederson Marques Dolores, Zeina Hassen Mustafa, Rogério da Cruz Montes e Carlos Muchão Castilho, autores do trabalho intitulado “avaliação da flexibilidade em escolares do ensino fundamental das escolas municipais da cidade de Dourados-MS” o qual submeteremos a apreciação da Comissão Editorial da Revista eletrônica concorda que os direitos autorais a ele referentes se tornarão propriedade exclusiva da Revista INTERBIO, e fica vedada qualquer reprodução total e parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação impresso sem previa autorização da revista INTERBIO. Declaramos que o artigo é original e que não se encontra sob análise em qualquer outro veículo de comunicação científica ou que tenha sido publicado em outro periódico cientifico de forma total ou parcial. Atestamos também que os autores citados no artigo participaram da concepção realização ou dos experimentos que resultam neste artigo. Declaramos também que não temos nenhum conflito de interesses com o tema abordado nem com os produtos citados
RESUMO
O objetivo deste trabalho é avaliar os níveis de flexibilidade em escolares de 7 a 16 anos do ensino fundamental da escola municipal da cidade de Dourados-MS, identificar os níveis de flexibilidade por meio do flexiteste, classificar os resultados encontrados de acordo com a literatura e estabelecer diferenças entre as variáveis idade e sexo. Este trabalho é quantitativo, descritivo e transversal. A amostra consiste de 18 crianças, com faixa etária distribuída entre 07 à 16 anos, que foram avaliadas através de um flexiteste. A análise dos dados foi feita com base em um flexíndice. Os níveis de flexibilidade em escolares de 7 a 16 anos do ensino fundamental das escolas municipais da cidade de Dourados-MS não se encontram dentro dos limites relatados na literatura como adequados para a idade e o sexo. Os resultados da avaliação mostraram que os índices de flexibilidade diminuem muito com o passar dos anos e ainda, que as mulheres têm maior flexibilidade que os homens. Apenas 22% dos meninos obtiveram uma pontuação considerada alta no flexiteste contra 78% das meninas. A análise da faixa etária mostrou uma grande diminuição da flexibilidade, para a faixa etária de 07 à 16 anos, a pontuação feminina foi de 56 (grande) à 44 (média +), e a pontuação masculina, para a mesma faixa etária, foi de 49 (média +) à 39,5 (Média -). Esses resultados evidenciaram a necessidade um trabalho específico a fim de melhorar e conservar a flexibilidade de escolares.
Palavras-chave: flexibilidade, flexiteste, flexíndice.
ABSTRACT
The objective of this study is to evaluate the levels of flexibility for students aged 7 to 16 years of basic education school in the city hall of Golden-MS, to identify levels of flexibility through flexitest, sort the results according to the literature and establish differences between age and sex. This study is quantitative, descriptive and cross. The sample consists of 18 children, aged between distributed 07 to 16 years, who were evaluated through a flexitest. Data analysis was based on a Flexindex. The levels of flexibility for students aged 7 to 16 years of basic education in municipal schools in the city of Golden-MS are not within the limits reported in the literature for age and sex. The evaluation results showed that flexibility rates decrease much over the years and yet, women have greater flexibility than men. Only 22% of boys achieved a high score in flexitest considered against 78% of girls. The analysis of age showed a large decrease in flexibility for the age group of 07 to 16 years, the female score was 56 (high) to 44 (average +), and the male score for the same age group was 49 (mean +) to 39.5 (average -). These results indicated the need for a specific job in order to improve and maintain the flexibility of school.
Keywords: flexibility, flexitest, flexindex.
Introdução
Desde o princípio da existência do ser humano, as suas atividades sofreram grandes
modificações, como ressalta Ardenghe (2007). Para a autora, com o passar dos anos as
pessoas diminuem o esforço físico das atividades diárias uma vez que sempre procuram
mais praticidade. Essa vida moderna possui algumas vantagens com relação à tecnologia
(carros, computadores, controles) que podem ser ótimos aliados da educação em geral, no
entanto, essa tecnologia também pode contribuir para um estilo de vida sedentária, para
uma alimentação inadequada, enfim, hábitos nocivos à saúde das pessoas.
Visto que esse estilo de vida está cada vez mais presente, é necessário criar
condições para que se possa induzir às pessoas a terem um estilo de vida mais saudável,
que será aliado a prática de atividade física, e esta última promoverá a manutenção e a
recuperação da saúde. Nessa luta em busca da aquisição de um estilo de vida mais
saudável a Educação Física não pode ficar de fora. Através das atividades físicas
promovidas adequadamente pelos profissionais de Educação Física é possível prevenir
doenças e remediar as já ocorrentes (SILVA, et al, 2006).
A flexibilidade é importante nesta busca porque proporciona o aumento da
qualidade dos movimentos, melhora a postura corporal, melhora a quantidade de
movimentos, previne cardiopatias e outras doenças, produz sensação de rejuvenescimento,
diminui os riscos de lesões, melhora as funções respiratórias, retarda a aparição da fadiga e
ajuda na recuperação mais rápida (GUEDES; GUEDES, 2003).
Guedes e Guedes (2003) e Silva et al. (2006), discutem que a melhor fase pra se
trabalhar a flexibilidade é na infância e adolescência, principalmente entre os 7 e 16 anos
de idade. Já a falta de exercícios de flexibilidade nessa idade pode acarretar no
encurtamento muscular e desvios de postura, é por isso que se deve dar uma atenção
especial para que se desenvolvam esses tipos de atividades nessa faixa etária.
A flexibilidade pode ser definida de várias formas, para Barbanti (2003) a
flexibilidade é a capacidade de realizar movimentos em certas articulações com amplitude
de movimento adequada. Já para Varejão et al (2007) a flexibilidade pode ser definida
como a amplitude de movimentos disponíveis em uma articulação ou conjunto de
articulações. Entre outras definições, ainda tem-se a de Heyward (2004), na qual a
flexibilidade é a capacidade de uma articulação mover-se com facilidade em sua amplitude
de movimento.
Gajdosik (2001) argumenta que de forma clínica, a flexibilidade é a máxima
amplitude articular e representa o maior comprimento muscular. Para Wilhelms et al
(2010), a melhoria da flexibilidade tem uma relação linear com o aumento da força nos
músculos devido à relação força comprimento, ou seja, havendo um aumento desta
habilidade, os exercícios podem ser executados com maior amplitude, força, facilidade e
rapidez, de maneira mais fluente e eficaz.
São vários os fatores que interferem na flexibilidade, alguns são internos, como por
exemplo, a genética, o gênero, a idade, volume muscular e adiposo, outros fatores são
externos, como treinamento, temperatura e ambiente. Com relação a esses fatores, alguns
estudos em geral mostram que a flexibilidade aumenta da infância até o princípio da
adolescência e diminui ao longo da vida. E também as mulheres são mais flexíveis do que
os homens. Estudos relatam que a maior quantidade do hormônio estrógeno no gênero
feminino, causa menor desenvolvimento da massa muscular e concentra mais água e
polissacarídeos do que no gênero masculino, diminuindo o atrito entre as fibras
musculares, sendo a responsável pela maior flexibilidade (RASSILAN, 2006).
Segundo Heyward (2004), um bom nível de saúde e qualidade de vida está
relacionado à prática regular de exercícios físicos, e é falando especificadamente desta
prática que se encontra a flexibilidade como um elemento indispensável. O aumento da
flexibilidade proporciona o aumento da qualidade dos movimentos, melhora a postura
corporal, melhora a quantidade de movimentos, previne cardiopatias e outras doenças,
produz sensação de rejuvenescimento, diminui os riscos de lesões, melhora as funções
respiratórias, retarda a aparição da fadiga e ainda ajuda em uma recuperação mais rápida.
Segundo Braccialli (2000), o aumento da flexibilidade está diretamente ligado à
melhoria dos problemas posturais. É por meio de programas de alongamentos onde a
flexibilidade da coluna vertebral é priorizada que se conseguem melhores resultados.
Como retrata Guariglia (2008), a postura pode ser definida como o estado de
equilíbrio entre os músculos e ossos com capacidade para proteger as demais estruturas do
corpo humano de traumatismos, seja na posição em pé, sentado ou deitado. Os métodos
mais conhecidos para correção postural são: exercícios físicos Reeducação Postural
Global, Pilates, colete associado a exercícios ou isolado, reorganização tônica e fásica da
postura, entre outros.
Observa-se nesses métodos que quase sempre é adotada a utilização de exercícios
de alongamentos, mostrando a relação existente nesses métodos entre a flexibilidade e a
postura.
Os músculos são fundamentais na flexibilidade devido às suas propriedades
elásticas (SILVA et al, 2006). No entanto, segundo Foss e Keteyian (2000), é a fibra
muscular que apresentará o maior potencial para o desenvolvimento da flexibilidade.
Para Franken (2010) existem alguns fatores limitantes da flexibilidade, como por
exemplo, o tecido conjuntivo que contém uma enorme variedade de células especializadas,
que realizam funções de defesa, proteção, armazenamento, transporte, ligação, conexão e
suporte geral e reparo; o colágeno, que está sempre sendo produzido e decomposto, ou
seja, se a produção exceder a decomposição, a estrutura torna-se mais resistente ao
alongamento; o tecido elástico, que desempenha um papel importante na determinação da
amplitude possível de extensibilidade das células musculares, desenvolvendo uma
variedade de funções, como disseminar estresses, aumentar a coordenação dos movimentos
rítmicos, armazenar energia, mantendo a tonicidade durante o relaxamento dos elementos
musculares, desenvolvendo defesa contra forças excessivas.
Os tendões, que são músculos conectados aos ossos por cordões rígidos que são
adaptados para resistir ao movimento em uma direção; os ligamentos, que ligam osso com
osso, tendo como principal função a sustentação de uma articulação e a fáscia, que são
todas as estruturas conectivas fibrosas, que varia em espessura e densidade de acordo com
as exigências funcionais e encontra-se, geralmente, na forma de folhas membranosas. Ela
pode ser dividida em três tipos: a fáscia superficial (pele) é composta de duas camadas, a
camada externa é denominada de panículo adiposo e a camada interna é uma membrana
fina que geralmente não tem gordura; a fáscia profunda está diretamente abaixo da fáscia
superficial, normalmente mais rígida, mais firme e mais compacta que a fáscia superficial
além de proteger e dividir o corpo separando os músculos e os órgãos viscerais internos; a
fáscia suberosa é mais profunda em volta das cavidades do corpo formando a camada
fibrosa das membranas serosas que cobrem e sustentam a víscera (pleura que reveste os
pulmões) (SILVA, BADARÓ; 2007).
Rassilan (2006) realizou estudos com o objetivo de verificar a evolução da
flexibilidade em crianças de 7 a 14 anos segundo a idade e o gênero. A autora, em uma
análise de 208 alunos, observou que as meninas foram mais flexíveis que os meninos, com
exceção apenas a idade de 10 anos. Pode-se considerar que essa diferença advém de uma
maior capacidade de estiramento e elasticidade da musculatura e dos tecidos conectivos do
sexo feminino.
Em algumas pesquisas, Glaner (2005), ao comparar a flexibilidade entre
adolescentes dos meios urbanos e rurais, encontrou resultados semelhantes, ou seja, não
contendo diferença significativa entre níveis os de flexibilidade. Já Silva et al (2006)
encontrou em suas pesquisas que as meninas não apresentam melhores níveis de
flexibilidade que os meninos, que se diz contrario à literatura. No estudo realizado por
Minatto et al. (2010) concluiu-se que a flexibilidade diminui com o aumento da idade,
sendo influenciada pela variável composição corporal.
A flexibilidade pode ser classificada como estática e dinâmica, a flexibilidade
estática é a amplitude do movimento ao redor de uma articulação, e a flexibilidade
dinâmica é a oposição ou resistência de uma articulação ao movimento em qualquer
amplitude (FERREIRA, 2008).
Segundo Gennari (2002), o alongamento é um dos principais métodos para
aumentar a flexibilidade. Os Alongamentos são exercícios voltados para o aumento da
flexibilidade muscular, que promovem o estiramento das fibras musculares, fazendo com
que elas aumentem o seu comprimento.
Os alongamentos podem reduzir as tensões musculares, relaxar o corpo,
proporcionar maior consciência corporal, deixar os movimentos mais soltos e mais leves,
prevenir lesões, preparar o corpo para as atividades físicas e ativar a circulação
(GENNARI, 2002).
Na primeira idade escolar (6-7 aos 9 anos), revelam-se tendências contraditórias,
por um lado a capacidade de flexão coxofemoral, escapular e da coluna vertebral atinge o
máximo da sua mobilidade aos 8-9 anos. Por outro lado, pode-se observar uma redução da
mobilidade dorsal escapular e diminuição da capacidade de abdução coxofemoral. Neste
período, recomenda-se a utilização de exercícios de alongamento, visando a melhora da
abdução do quadril e aumento da mobilidade dos ombros através de exercícios com
enfoque lúdico ou com a aplicação de pequenos jogos.
A segunda idade escolar (10 anos ao início da puberdade) é caracterizada como
uma fase em que a mobilidade da coluna vertebral, das articulações coxofemoral e
escapular encontram-se estabilizadas. Portanto, recomenda-se nesta fase, um trabalho de
mobilidade e exercícios de alongamento, na puberdade (meninas 11-12 anos, meninos 12-
13 anos) ocorre redução da flexibilidade decorrente do estiramento dos músculos e
ligamentos que responde tardiamente ao crescimento acelerado em estatura. Nesta fase,
torna-se necessária a realização de um trabalho de alongamento que evite sobrecargas
sobre o aparelho motor passivo (ACHOUR JÚNIOR, 2009).
Na adolescência (meninas 13-14 até 17-18 e meninos 14-15 até 18-19) o esqueleto
começou a ossificar-se e o crescimento em altura. Os princípios gerais válidos para a
adolescência são os mesmos aplicáveis aos exercícios dos adultos (ACHOUR JÚNIOR,
2009).
O flexiteste é um teste adimensional, ou seja, não há uma unidade convencional
como ângulo ou centímetros para expressar os resultados obtidos. São utilizados apenas
critérios ou mapas de análise preestabelecidos (DELGADO, 2004).
O flexiteste original é um método que consiste na medida e avaliação da
mobilidade passiva máxima de 20 movimentos articulares corporais (30 se considerados
bilateralmente), englobando as articulações do tornozelo, quadril, “tronco”, punho,
cotovelo e ombro. São feitos oito movimentos nos membros inferiores, três movimentos no
tronco e nove movimentos nos membros superiores. A numeração dos movimentos é feita
no sentido distal-proximal e cada um desses movimentos é medido em uma escala
crescente e descontinua de números inteiros de zero à quatro, dando um total de cinco
valores possíveis (ARAÚJO, ARAÚJO; 2004).
Para fazer a medida, executa-se um movimento lento (sem aquecimento) até a
obtenção do ponto máximo da amplitude e a posterior comparação entre os mapas de
avaliação e a amplitude máxima obtida pelo avaliador no avaliado. Com o somatório de
vinte movimentos isolados, obtém-se o índice geral de flexibilidade (flexíndice)
(DELGADO, 2004).
Esta pesquisa objetiva avaliar os níveis de flexibilidade em escolares de 7 a 16 anos
do ensino fundamental das escolas municipais da cidade de Dourados-MS para obter
informações sobre os níveis de flexibilidade e mobilidade articular de crianças e
adolescentes, que servirão de alerta acerca a importância de se desenvolver exercícios de
alongamento desde a infância até a vida adulta.
A avaliação da flexibilidade no ambiente escolar é muito importante porque
estraves desta pode-se detectar problemas relacionados com a aptidão física e,
consequentemente, com a saúde.
Material e Métodos
Este trabalho é quantitativo descritivo transversal que se propõem avaliar os níveis
de flexibilidade. O projeto deste estudo foi aceito pelo comitê de ética e pesquisa da
UNIGRAN.
O estudo foi realizado em uma escola municipal do município de Dourados – MS.
Foram selecionados por sorteio para compor a amostra de 18 escolares de 07 à 15 anos de
ambos os sexos, do Ensino Fundamental, sendo 9 crianças do sexo masculino e 9 crianças
do sexo feminino.
Foi obtida uma autorização por escrito da direção da escola concedendo o pedido.
Posteriormente foi enviado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) aos
pais dos alunos informando os objetivos da pesquisa e solicitando sua autorização.
As crianças foram avaliadas através do método adimensional de medida de
avaliação da flexibilidade, denominado flexiteste (ARAÚJO, 2004). Apesar de a análise do
flexiteste ser feita para cada movimento isoladamente, é possível somar os resultados e
obter um índice geral de flexibilidade, denominado flexíndice, variando de 0 a 80.
Os resultados foram representados segundo a classificação proposta por Araújo
( 2004):
Muito pequena = 0;
Pequena = 1;
Média = 2;
Grande = 3;
Muito grande = 4.
Foi garantido aos alunos o direito de não participarem ou a possibilidade de
abandonar em qualquer momento a pesquisa. O nome das crianças foi mantido em sigilo.
Durante os testes foram tomados todos os cuidados necessários para que nenhuma criança
fosse exposta a nenhum tipo de estresse.
Resultados e Discussão
Uma pesquisa realizada por Rassilan e Guerra (2006) mostrou que na maioria das
idades as meninas apresentam índices de flexibilidade com valores superiores aos meninos
e que ainda, os mesmos índices tendem a diminuir com o aumento da idade, esse resultado
encontrado por Rassilan e Guerra corrobora os resultados encontrados neste trabalho.
Em sua pesquisa, Cruz et al. (2010) também encontrou que a flexibilidade diminui
de acordo com a idade, no entanto o gênero feminino não apresenta esta característica de
forma plausível, mostrando que o sexo feminino é mais flexível que o masculino e que essa
diferença se mantém ao longo de toda a vida.
Nesta pesquisa são apresentados os resultados em comparação entre o gênero e a
idade e a pontuação no flexíndice, encontrados na tabela 01. Observou-se que as meninas
apresentaram um índice de flexibilidade bem maior que os meninos, no entanto, ambos
tiveram um decréscimo de flexibilidade com o aumento da idade, assim como nos estudos
de Rassilan e Guerra (2006).
Na tabela 01 estão apresentados os resultados por meio da soma dos pontos obtidos
na aplicação do flexíndice entre os gêneros feminino e masculino. Cada pontuação foi
obtida com a soma de 20 articulações, sendo elas: flexão do tornozelo, extensão do
tornozelo, flexão do joelho, extensão do joelho, flexão do quadril, extensão do quadril,
adução do quadril, abdução do quadril, flexão do tronco, extensão do tronco, flexão lateral
do tronco, flexão do punho, extensão do punho, flexão do cotovelo, extensão do cotovelo,
adução posterior do ombro com 180° de abdução, extensão com adução posterior do
ombro, extensão posterior do ombro, rotação lateral do ombro com 90° de abdução e
cotovelo flexionado a 90° e rotação medial do ombro com 90° de abdução e cotovelo
flexionado a 90°.
Tabela 01: Pontuação no flexíndice entre os gêneros feminino e masculino e a faixa etária de 07 à 16 anos.
GênerosIdade
07 08 09 10 11 12 13 14 15
Feminino 63 54 51 54 57 54 52 46 42Masculino 54 49 44 54 46 45 50 46 33
Em uma rápida análise, observa-se que o gênero feminino obteve maior pontuação
com o decorrer da idade. O sexo feminino, por possuir um nível muito alto de estrógenos
que leva à retenção de água e por apresentar menor pausa muscular e menor densidade
tecidual do que o sexo masculino apresenta um maior índice de flexibilidade (WEINECK,
1999). Observa-se também, que quase não há ganho de flexibilidade com o passar do
tempo, o que é muito preocupante, uma vez que a amostra representa uma população ativa
e em desenvolvimento. Essa perda de flexibilidade pode ser devido a estímulos
insuficientes ou uma prática ineficiente de atividade física.
A tabela 01 ainda apresenta valores referentes à idade, nela está transcrito que a
partir da evolução da idade corresponde uma diminuição do nível de flexibilidade. A
flexibilidade é bastante específica para cada articulação, sendo assim, ela pode variar de
indivíduo para indivíduo, e até no mesmo indivíduo. Em geral, a redução da flexibilidade
com o passar dos anos, parece estar ligada a uma diminuição da capacidade de
estiramentos dos tendões, ligamentos e músculos, devido à perda de água, fibras elásticas e
mucopolissacarídeos.
A tabela 02 mostra em estratos os valores médios da pontuação no flexiteste e a
classificação conforme o flexíndice.
Tabela 2: Pontuação média no flexisteste e classificação no flexíndice.
GênerosIdade
07 a 09 10 11 a 13 14 a 16
Feminino Grande Grande Grande Média +Masculino Média + Grande Média + Média -
Ao analisarmos a população como um todo, observamos que 75% das meninas
tiveram uma pontuação no flexiteste classificada como grande, enquanto que somente 25%
dos meninos obtiveram essa classificação.
Com relação às faixas etárias houve um decréscimo relativamente linear da
flexibilidade, em ambos os sexos, com exceção apenas da faixa de 10 a 13 anos que
mostrou um declínio por volta dos 10 anos e depois uma ascensão por volta dos 13 anos. e
os níveis de flexibilidade também não sofrem grandes alterações, para cima ou para baixo,
ao longo da idade (RASSILAN e GUERRA, 2006);(GUEDES; GUEDES, 1997).
Conclusão
A pesquisa evidencia melhores níveis de flexibilidade no sexo feminino e ainda
uma diminuição nos índices de flexibilidade com o passar dos anos.
Isto gera certa preocupação ao se constatar que quase não há ganho de flexibilidade
com o passar dos anos, visto que a população estudada é ativa e está em desenvolvimento,
justifica-se esses resultados com o fato de que normalmente o sexo masculino sofre uma
perda de flexibilidade devido aos poucos exercícios executados ao longo da vida, em
contrapartida o sexo feminino apresenta melhor flexibilidade pelos exercícios executados
de forma direta e indireta.
A flexibilidade é resultante da capacidade de elasticidade demonstrada pelos
músculos e os tecidos conectivos, combinados à mobilidade muscular, sendo assim, a
manutenção de uma boa elasticidade dos tecidos muscular e conectivo poderá garantir a
manutenção de níveis desejados de flexibilidade.
Diante do exposto, alerta-se para o fato da necessidade de se trabalhar a
flexibilidade durante a infância e adolescência, como forma de manter bons níveis que
previnam problemas relacionados a encurtamentos musculares e a postura.
Tal perspectiva remete a importância do profissional de Educação Física, no sentido
de conscientizar toda a população da fundamental importância da flexibilidade para a
saúde.
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