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Estudo Setorial Tecnologia da Informação e Comunicação de Santa Catarina

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    FICHA TCNICA

    GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Lucia Gomes Vieira Dellagnelo Secretrio de Estado do Desenvolvimento Econmico

    Sustentvel Amir Hamad Diretor de Desenvolvimento Econmico

    Mrcia Helena Neves Gerente de Desenvolvimento Econmico

    CONSELHO DELIBERATIVO DO SEBRAE/SC Alcantaro Corra Presidente do Conselho Deliberativo

    Srgio Alexandre Medeiros Vice-Presidente do Conselho Deliberativo

    ENTIDADES Federao da Agricultura e Pecuria do Estado de Santa Catarina FAESC

    Federao das Associaes de Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina FAMPESC Federao das Associaes Empresariais de Santa Catarina FACISC

    Federao das Cmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina FCDL Federao das Indstrias do Estado de Santa Catarina FIESC

    Federao do Comrcio do Estado de Santa Catarina FECOMRCIO Agncia de Fomento do Estado de Santa Catarina BADESC

    Banco do Brasil S.A. BB Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul BRDE

    Caixa Econmica Federal CAIXA Fundao Centros de Referncia em Tecnologias Inovadoras CERTI

    Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico Sustentvel SDS Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas SEBRAE

    Servio Nacional de Aprendizagem Industrial SENAI/DRSC Universidade Federal de Santa Catarina UFSC

    DIRETORIA EXECUTIVA DO SEBRAE/SC

    Carlos Guilherme Zigelli Diretor Superintendente Anacleto Angelo Ortigara Diretor Tcnico

    Srgio Fernandes Cardoso Diretor Administrativo Financeiro

    ORGANIZAO Ricardo Monguilhott de Brito Gerente da Unidade de Atendimento Coletivo UAC

    Roberto Tavares de Albuquerque Coordenador do Ncleo da Indstria UAC Claudio Ferreira Analista Tcnico UGE

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    CONSULTORIA TCNICA

    GAPE ASSESSORIA COMERCIAL LTDA. Marcos Durval Sabota Breda Diretor administrativo

    Daniel Marques de Lucena, Msc. Responsvel tcnico Gustavo Gallo Economista Analista tcnico de dados secundrios

    Davi Wazlawick Analista tcnico de dados secundrios Elmo Tambosi Filho, Dr. Consultor tcnico de dados secundrios

    Mara Denise Brum Analista tcnica de dados primrios Jean Carlos Schroder Analista tcnico de dados primrios Paulo Queiroz Pesquisador de levantamento qualitativo

    Joo Luis Pasquali Savi Pesquisador de levantamento qualitativo Alexandre Moura Suporte e gesto de dados

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    SUMRIO

    INTRODUO ______________________________________________________________ 9 I. APRESENTANDO O ESTUDO SETORIAL _________________________________________ 9 II. PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC ___________________________________________ 9 III. O SETOR ECONMICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAO E COMUNICAO DE SANTA CATARINA __________________________________________________________ 10 RESUMO EXECUTIVO _______________________________________________________ 13 I. PANORAMA DO SETOR ____________________________________________________ 13 II. VISO DOS ESPECIALISTAS _________________________________________________ 15 III. VISO DO EMPRESRIO ___________________________________________________ 17 IV. PANORAMADE NOVOS MERCADOS _________________________________________ 18 V. PROSPECO DE NOVOS MERCADOS ________________________________________ 19 CAPTULO I PANORAMA DO SETOR __________________________________________ 21 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _______________________________________ 27 1.1 APRESENTAO _____________________________________________________ 27 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ________________________________________________ 29 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO ____________________________________________ 30 1.3.1 Tipo de pesquisa _____________________________________________________ 30 1.3.2 Critrios de anlise ___________________________________________________ 30 1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE ________________________________________ 31 1.5 CONTEXTO ATUAL ____________________________________________________ 33 2 DADOS MACROECONMICOS __________________________________________ 34 2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ______ 34 2.2 PRINCIPAIS DADOS DEMOGRFICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA _________ 36 3 PANORAMA DA ATIVIDADE DE TIC ______________________________________ 38 3.1 PANORAMA MUNDIAL DA ATIVIDADE ____________________________________ 38 3.1.1 Consideraes gerais _________________________________________________ 38 3.1.2 Produo e consumo mundial __________________________________________ 39 3.1.3 Outros dados relevantes do setor no mercado internacional __________________ 39 3.2 PANORAMA BRASILEIRO DA ATIVIDADE __________________________________ 40 3.2.1 Importncia da atividade na economia nacional ____________________________ 40 3.2.2 Principais indicadores setoriais _________________________________________ 41 3.2.3 Nmero de empresas de TIC por Regio __________________________________ 42 3.2.4 Perfil dos empresrios do setor _________________________________________ 43 3.2.5 Mo de obra empregada na atividade ____________________________________ 44 3.2.6 Produo do segmento _______________________________________________ 46 3.2.7 Investimentos realizados e previstos _____________________________________ 47 3.2.8 Principais polos produtores nacionais ____________________________________ 48 3.2.9 Volume das importaes e exportaes __________________________________ 50 3.3 PANORAMA CATARINENSE DA ATIVIDADE ________________________________ 52 3.3.1 Importncia da atividade na economia catarinense _________________________ 52

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    3.3.2 Principais indicadores setoriais _________________________________________ 53 3.3.3 Participao catarinense no mercado nacional _____________________________ 55 3.3.4 Perfil dos empresrios do setor _________________________________________ 56 3.3.5 Mo de obra empregada na atividade ____________________________________ 57 3.3.6 Investimentos realizados e previstos _____________________________________ 58 3.3.7 Principais cidades produtoras catarinenses ________________________________ 60 3.3.8 Dados das importaes e exportaes catarinenses _________________________ 61 4 POLOS SETORIAIS DO ESTUDO _________________________________________ 63 4.1 DADOS DEMOGRFICOS E ECONMICOS DOS POLOS INCLUDOS NO ESTUDO ____ 63 4.1.1 Coordenadoria regional Grande Florianpolis ______________________________ 64 4.1.2 Coordenadoria regional Norte __________________________________________ 65 4.1.3 Coordenadoria regional Oeste __________________________________________ 66 4.1.4 Coordenadoria regional Vale do Itaja ____________________________________ 66 4.2 APRESENTAODO SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAO E COMUNICAO

    TIC ______________________________________________________________ 67 4.2.1 Polo Setorial de Tecnologia da Informao da Grande Florianpolis ____________ 68 4.2.2 Polo Setorial de Tecnologia e Informao do Vale do Itaja ___________________ 68 4.2.3 Polo Setorial da Cadeia da Indstria de Software e TI da Regio Norte __________ 69 4.2.4 Polo Setorial de Software e TI da Regio Oeste _____________________________ 69 4.3 NMERO DE EMPRESAS POR POLO ______________________________________ 70 4.3.1 Empregos gerados por polo ____________________________________________ 71 4.4 MDIA SALARIAL POR POLO ____________________________________________ 73 4.5 COMPARATIVO DEVALOR ADICIONADO FISCAL (VAF), SEGUNDO GRUPO DE

    ATIVIDADE ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________ 74 4.6 COMPARATIVO DE EXPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA E MACRORREGIES DO SEBRAE ______________________________ 76 4.7 COMPARATIVO DE IMPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA MACRORREGIES DO SEBRAE _______________________________ 77 5 TENDNCIAS DA ATIVADADE ___________________________________________ 78 5.1 TENDNCIAS E PROJEES DA ATIVIDADE DE TECNOLOGIA DA INFORMAO E

    COMUNICAO EM NVEL INTERNACIONAL, NACIONAL E ESTADUAL ___________ 78 5.2 OPORTUNIDADE DE MERCADO _________________________________________ 80 5.3 AMEAAS DE MERCADO _______________________________________________ 82 5.4 OUTROS DADOS RELEVANTES AO SETOR __________________________________ 82 REFERNCIAS _____________________________________________________________ 84 ANEXOS _________________________________________________________________ 87 ANEXO A - LISTA DE POLOS DO ESTUDO NOVA ECONOMIA@SC _____________________ 87 ANEXO B - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL GRANDE FLORIANPOLIS E QUANTIDADE

    DE EMPRESAS POR CIDADE ____________________________________________ 89 ANEXO C - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL NORTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS

    POR CIDADE ________________________________________________________ 90 ANEXO D - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL OESTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS POR

    CIDADE ____________________________________________________________ 91 ANEXO E - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL VALE DO ITAJAI E QUANTIDADE DE

    EMPRESAS POR CIDADE _______________________________________________ 92

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    CAPTULO II VISO DOS ESPECIALISTAS ______________________________________ 93 1 CONSIDERAES PRELIMINARES _______________________________________ 97 1.1 APRESENTAO _____________________________________________________ 97 2 ASPECTOS METODOLGICOS __________________________________________ 97 2.1 TIPO DE PESQUISA ___________________________________________________ 97 2.2 CARACTERIZAO DOS SUJEITOS DE PESQUISA _____________________________ 98 2.3 COLETA DOS DADOS __________________________________________________ 99 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ____________________________________________ 100 3 ANLISE DOS DADOS ________________________________________________ 100 3.1 CENRIO DO MERCADO DE TIC EM SANTA CATARINA ______________________ 101 3.1.1 Perspectivas de crescimento __________________________________________ 101 3.2 NECESSIDADES, DIFICULDADES E CONCORRNCIA DO SETOR EM SANTA

    CATARINA _________________________________________________________ 103 3.2.1 Dificuldades e ameaas enfrentadas pelo setor ___________________________ 103 3.2.2 Situao da concorrncia do setor ______________________________________ 105 3.3 OPORTUNIDADES PARA O SETOR DE TIC DE SC ____________________________ 107 3.3.1 Oportunidades de Mercado para o setor de TIC ___________________________ 107 3.3.2 Expectativas de mercadospotenciais consumidores para o setor de TIC ________ 108 3.3.3 Percepo do empresrio sobre o setor de TIC ____________________________ 111 3.4 A SITUAO DOS ASPECTOS DA LOGSTICA PARA O SETOR DE TIC DE SC ________ 113 3.4.1 Infraestrutura logstica do setor de TIC __________________________________ 113 4 CONSIDERAES FINAIS _____________________________________________ 115 ANEXOS ________________________________________________________________ 118 ANEXO A - ROTEIRO SEMIESTRUTURADO - FORMADORES DE OPINIO _______________ 118 CAPTULO III VISO DO EMPRESRIO _______________________________________ 121 1 CONSIDERAES PRELIMINARES ______________________________________ 125 1.1 APRESENTAO ____________________________________________________ 125 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO _______________________________________________ 126 2 ASPECTOS METODOLGICOS _________________________________________ 126 2.1 TIPO DE PESQUISA __________________________________________________ 127 2.2 POPULAO E AMOSTRA _____________________________________________ 127 2.3 COLETA DOS DADOS _________________________________________________ 128 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ____________________________________________ 128 3 ANLISE DOS DADOS ________________________________________________ 128 3.1 ANLISE DAS CARACTERSTICAS SOCIOECONMICAS DAS EMPRESAS __________ 129 3.1.1 Descrio da atividade econmica ______________________________________ 130 3.1.2 Regio, municpio e polo das empresas __________________________________ 133 3.1.3 Incio das atividades das empresas _____________________________________ 135 3.1.4 Nmero de colaboradores das empresas ________________________________ 137 3.1.5 Classificao de faturamento por porte das empresas ______________________ 139 3.1.6 Entidades de classe associadas s empresas ______________________________ 140 3.1.7 Gnero dos entrevistados ____________________________________________ 141 3.1.8 Grau de escolaridade dos entrevistados _________________________________ 143

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    3.2 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: DEMANDAS ATENDIDAS ________________________________________________________ 145

    3.2.1 Mercados consumidores atendidos _____________________________________ 145 3.2.2 Gnero dos clientes _________________________________________________ 149 3.2.3 Faixa etria dos respondentes _________________________________________ 151 3.2.4 Classe social dos respondentes ________________________________________ 153 3.2.5 Principais razes de compra dos clientes finais ____________________________ 155 3.2.6 Fatores que influenciam as vendas _____________________________________ 157 3.2.7 Influncia sazonal de consumo ________________________________________ 159 3.2.8 Meses de variao sazonal ____________________________________________ 162 3.2.9 Prospeco de clientes finais __________________________________________ 165 3.2.10 Pesquisas de satisfao com clientes finais _____________________________ 167 3.2.11 Tipos de pesquisa de satisfao com clientes finais ______________________ 168 3.2.12 Grau de satisfao dos clientes finais__________________________________ 169 3.2.13 Frequncia da pesquisa de satisfao _________________________________ 171 3.3 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: CADEIA DE

    PLAYERS E CONJUNTURA DA ATIVIDADE _________________________________ 173 3.3.1 Canais de venda para acesso a clientes __________________________________ 173 3.3.2 Regio de origem dos clientes finais ____________________________________ 175 3.3.3 Regio de origem dos fornecedores _____________________________________ 178 3.3.4 Regio de origem dos concorrentes _____________________________________ 181 3.3.5 Nvel de concorrncia do mercado _____________________________________ 184 3.3.6 Percepo sobre o mercado ___________________________________________ 185 3.3.7 Estgio atual da empresa: crescimento, estabilidade ou declnio ______________ 187 3.3.8 Taxa anual de crescimento em faturamento ou vendas na empresa ___________ 188 3.3.9 Taxa anual de declnio em faturamento ou vendas na empresa _______________ 190 3.3.10 Prticas de crescimento utilizadas na empresa __________________________ 192 3.3.11 Motivos de estabilidade/declnio em faturamento ou vendas na empresa ____ 194 3.3.12 Tipos de inovao desenvolvidas na empresa ___________________________ 196 3.3.13 Impacto das inovaes na empresa ___________________________________ 198 3.3.14 Problemas ou desafios enfrentados pelo respondente ____________________ 199 3.3.15 Aes de acesso a novos mercados na empresa _________________________ 201 3.3.16 Resultados obtidos nas vendas com aes de acesso a novos mercados ______ 203 3.3.17 Dificuldades de acesso a novos mercados ______________________________ 205 3.3.18 Oportunidades de novos mercados para a empresa ______________________ 209 3.3.19 Expectativas estratgicas da empresa _________________________________ 213 3.4 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE LOGSTICA DAS EMPRESAS _______________ 215 3.4.1 Modelos logsticos __________________________________________________ 215 3.4.2 Natureza da compra de mercadorias das empresas ________________________ 217 3.4.3 Dificuldades com fornecedores locais ___________________________________ 219 3.4.4 Poder de barganha da empresa em relao a fornecedores __________________ 221 3.4.5 Movimentao da produo na empresa ________________________________ 223 3.4.6 Canais de fornecedores da empresa ____________________________________ 225 3.4.7 Meios de intermediao das compras na empresa _________________________ 226 3.4.8 Quantidade de fornecedores na empresa ________________________________ 227 3.4.9 Quantidade de clientes na empresa _____________________________________ 229

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    3.4.10 Meios de transporte utilizados na logstica de compra da empresa __________ 231 3.4.11 Meios de transporte utilizados na logstica de venda e entrega da empresa ___ 232 3.4.12 Gesto de estoque na empresa ______________________________________ 233 3.4.13 Software de logstica ______________________________________________ 234 3.4.14 Cadeia logstica da empresa _________________________________________ 236 3.4.15 Sugestes de melhorias na infraestrutura e logstica da empresa ___________ 238 3.4.16 reas da empresa com necessidade de investimentos ____________________ 240 4 CONSIDERAES FINAIS _____________________________________________ 242 4.1 SNTESE DE RESULTADOS _____________________________________________ 242 4.1.1 Perfil das empresas __________________________________________________ 242 4.1.2 Percepo do mercado atual __________________________________________ 243 4.1.3 Percepo do mercado atual cadeia de players e conjuntura da atividade _____ 244 4.1.4 Anlise das caractersticas de logstica das empresas _______________________ 246 ANEXOS ________________________________________________________________ 248 ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ________________________________ 248 CAPTULO IV PANORAMA DE NOVOS MERCADOS _____________________________ 257 1 INFORMAES PRELIMINARES ________________________________________ 263 1.1 APRESENTAO ____________________________________________________ 263 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO _______________________________________________ 264 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO ___________________________________________ 265 1.3.1 Tipo de pesquisa ____________________________________________________ 265 1.3.2 Critrios de anlise __________________________________________________ 265 2 LIMITAES DE PESQUISA ____________________________________________ 267 3 PANORAMA NACIONAL ______________________________________________ 267 4 PANORAMA DAS REGIES DO BRASIL __________________________________ 269 5 PANORAMA DOS ESTADOS ___________________________________________ 271 5.1 ESTADO DE SO PAULO ______________________________________________ 271 5.2 ESTADO DO PARAN_________________________________________________ 277 5.3 ESTADO DE SANTA CATARINA _________________________________________ 283 5.4 ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL_______________________________________ 289 6 CONSIDERAES FINAIS _____________________________________________ 295 REFERNCIAS ____________________________________________________________ 297 CAPTULO V PROSPECO DE NOVOS MERCADOS ____________________________ 299 1 CONSIDERAES PRELIMINARES ______________________________________ 303 1.1 APRESENTAO ____________________________________________________ 303 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO _______________________________________________ 304 2 ASPECTOS METODOLGICOS _________________________________________ 304 2.1 TIPO DE PESQUISA __________________________________________________ 304 2.2 POPULAO E AMOSTRA _____________________________________________ 305 2.3 COLETA DOS DADOS _________________________________________________ 306 2.4 LIMITAES DA PESQUISA ____________________________________________ 306 3 ANLISE DOS DADOS ________________________________________________ 306

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    3.1 ANLISE DAS CARACTERSTICAS SOCIOECONMICAS DAS EMPRESAS __________ 307 3.1.1 REGIO E MUNICPIO DAS EMPRESAS ___________________________________ 308 3.1.2 Setor produtivo da amostra ___________________________________________ 310 3.1.3 Descrio da atividade econmica ______________________________________ 311 3.1.4 Incio das atividades das empresas _____________________________________ 314 3.1.5 Nmero de colaboradores das empresas ________________________________ 316 3.1.6 Porte e classificao das empresas _____________________________________ 318 3.2 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE MERCADO DAS EMPRESAS: DEMANDAS ____ 319 3.2.1 Mercados atendidos _________________________________________________ 320 3.2.2 Canais de vendas ___________________________________________________ 321 3.2.3 Origem dos principais clientes _________________________________________ 323 3.2.4 Frequncia da contratao de servios de tecnologia _______________________ 324 3.2.5 Quantidade de fornecedores de tecnologia da informao e comunicao ______ 326 3.2.6 Satisfao em relao aos produtos de TIC _______________________________ 328 3.2.7 Necessidade de aprimoramentos em produtos e servios de TIC ______________ 329 3.3 ANLISE DAS CARACTERSTICAS DE DEMANDAS POR PRODUTOS E SERVIOS DE

    TIC _______________________________________________________________ 331 3.3.1 Aprimoramentos tecnolgicos _________________________________________ 331 3.3.2 Necessidades (aptido) por produtos e servios do TIC _____________________ 333 3.3.3 Servios de tecnologia adquiridos pelas empresas _________________________ 336 3.3.4 Regio dos fornecedores de TIC ________________________________________ 338 3.3.5 Investimentos em TIC no ano de 2012 ___________________________________ 339 3.3.6 Contato com fornecedores de Santa Catarina _____________________________ 342 3.3.7 Aquisio de produtos e servios de TIC com fornecedores catarinenses _______ 344 3.3.8 Interesse das empresas em trabalhar com fornecedores catarinenses de TIC ____ 347 3.4 ANLISE DA DEMANDA POTENCIAL INTERESSADA EM NEGCIOS COM

    EMPRESAS CATARINENSES DE TIC ______________________________________ 348 3.4.1 Estrato da demanda potencial por grupo e atividade econmica ______________ 349 3.4.2 Estrato da demanda potencial versus Interesse em produtos e servios ________ 352 4 CONSIDERAES FINAIS _____________________________________________ 355 4.1 SNTESE DE RESULTADOS _____________________________________________ 355 4.1.1 Caractersticas Socioeconmicas das empresas____________________________ 355 4.1.2 Caractersticas de mercado das empresas: aspectos das demandas atendidas ___ 356 4.1.3 Caractersticas da demanda ___________________________________________ 357 ANEXOS ________________________________________________________________ 360 ANEXO A - INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ________________________________ 360

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    INTRODUO

    I. APRESENTANDO O ESTUDO SETORIAL

    Este documento fruto da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento

    Econmico Sustentvel de Santa Catarina e o Servio de Apoio s Micro e Pequenas

    Empresas de Santa Catarina Sebrae/SC, para a realizao de uma robusta anlise

    econmica intitulada Estudo Setorial de Tecnologia da Informao e Comunicao em

    Santa Catarina. O trabalho faz parte da anlise de doze setores econmicos no

    contexto Catarinense, os quais se dividem em quarenta e sete polos industriais, que

    subsidia informaes para o Programa Nova Economia@SC.

    II. PROGRAMA NOVA ECONOMIA@SC

    O Programa Nova Economia@SC uma parceria do Servio de Apoio s Micro e

    Pequenas Empresas de Santa Catarina Sebrae/SC, com o Governo do Estado de Santa

    Catarina, por meio da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico

    Sustentvel SDS, que visa aumentar a competitividade da economia e dos polos

    industriais catarinenses.

    Alm do Projeto Polos Industriais, o programa Nova Economia@SC conta com

    outros projetos: Juro Zero, Polos de Economia Verde e Desenvolvimento Territorial.

    O Projeto de Fortalecimento de Polos Industriais tem como objetivo promover

    a inovao das micro e pequenas empresas, agrupadas em 47 polos setoriais regionais

    de setores industriais estratgicos do estado de Santa Catarina, objetivando ganhos de

    qualidade e produtividade e a insero dessas empresas em novos mercados.

    O Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao um dos polos industriais

    selecionados do Programa Nova Economia@SC, conforme descriminado na Tabela 1.

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    Tabela 1 - Lista de setores estudados e quantitativo de polos por setor1

    Setores estudados Nmero de polos por setor

    Alimentos e Bebidas 4

    Confeco de Vesturio e Acessrios 11

    Calados e Artefatos de Couro 2

    Produtos de Madeira 3

    Produtos de Borracha e de Plstico 2

    Construo Civil 3

    Eletrometalmecnico 9

    Mveis 6

    Tecnologia da Informao e Comunicao 4

    Joias e Semi Joias, Bijuterias e tica 1

    Nutico 1

    Higiene Pessoal, Cosmticos e Perfumaria 1

    Total 47 Fonte: Elaborado pela empresa gape Consultoria Ltda.

    III. O SETOR ECONMICO DE TECNOLOGIA DA INFORMAO E COMUNICAO DE SANTA CATARINA

    O referido estudo buscou reunir informaes de mercado sobre o cenrio

    econmico recente e atual das empresas catarinenses com atividades de Tecnologia da

    Informao e Comunicao (TIC), em quatro polos industriais definidos neste estado,

    descritos a seguir, na etapa 1. O perodo para sua completa realizao, iniciada em

    outubro do ano de 2012, teve a durao de 18 meses.

    A anlise de um setor econmico representa a iniciativa e o esforo em buscar

    informaes que representem e expliquem um determinado contexto econmico em

    uma regio, zona, distrito, atividade ou campo de ao. Para efeitos do presente

    estudo, as atividades do setor de TIC so descritas em mbito regional, estadual e

    nacional, envolvendo o esforo de pesquisa de cinco levantamentos complementares,

    descritos como captulos ou etapas deste Estudo Setorial e correspondem aos

    seguintes ttulos:

    I. Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    II. Viso dos Especialistas do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    III. Viso do Empresrio do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

  • 11

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    IV. Panorama de Novos Mercados para o Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    V. Prospeco de Novos Mercados do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    O primeiro captulo Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e

    Comunicao de Santa Catarina contempla um estudo exploratrio de dados

    secundrios, extrados de fontes de informao oficiais brasileiras, tais como da RAIS,

    IBGE e AliceWeb. Trata-se da coleta e organizao de informaes, opinies publicadas

    de instituies de classe e outros estudos setoriais para fins comparativo e descritivo

    do cenrio do setor de TIC em Santa Catarina.

    O segundo captulo Viso dos Especialistas do Setor de Tecnologia da

    Informao e Comunicao de Santa Catarina vai alm, complementando o primeiro

    com um levantamento qualitativo com a realizao de entrevistas em profundidade,

    observando a opinio dos representantes das entidades de classe e empresrios deste

    setor no estado de Santa Catarina. A ideia que a opinio de quinze especialistas

    descreva a atual conjuntura do setor, apontando os desafios, problemas enfrentados

    pelo empresariado, oportunidades e capacidades da cadeia de mercado.

    Uma vez que a etapa anterior buscou profundidade de informaes pela

    discusso de contedo qualitativo, o Captulo III Viso do Empresrio do Setor

    Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina caracteriza o mercado

    catarinense de empresas de TIC em um levantamento quantitativo descritivo,

    observando a opinio de 201 gestores de empresas espalhados pelos quatro polos

    deste estado. Nessa etapa so tratadas informaes de perfil socioeconmico destas

    empresas, a percepo do mercado e aspectos logsticos concernentes a cada natureza

    produtiva da amostra.

    Os Captulos IV - Panorama de Novos Mercados para o Setor de Tecnologia da

    Informao e Comunicao de Santa Catarina e V - Prospeco de Novos Mercados do

    Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina respectivamente,

    somam foras para explicar os mercados potenciais de entrada para empresas

    catarinenses do setor madeireiro. Estes possveis novos mercados so apontados pelos

    entrevistados nos captulos II e III e observados em um estudo exploratrio de dados

    secundrios para quantificao de indicadores econmicos de crescimento (captulo

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    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    IV), seguido por um levantamento quantitativo descritivo com empresas destes

    mercados potenciais (captulo V). Nesta ltima parte, a pesquisa prioriza a descrio de

    dois mercados, o catarinense e o paulista, os quais somam 489 entrevistas. Esta ltima

    etapa limita-se a analisar estes dois mercados geogrficos, por entender, no decorrer

    do estudo, como os mais promissores e viveis para fomento, sem descartar quaisquer

    outras possibilidades em mbito nacional.

    .

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    RESUMO EXECUTIVO

    O Estudo do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina busca a compreenso do contexto econmico do setor por meio de cinco

    levantamentos complementares. Apresenta-se a seguir, a sntese das principais

    concluses acerca dos resultados encontrados.

    I. PANORAMA DO SETOR

    Analisando mundialmente, o segmento brasileiro do TIC no ano de 2010 era o

    stimo maior mercado interno, e Santa Catarina contribui com esta realidade, pois

    cresceu a uma taxa mdia de 20% ao ano. Crescimento este proporcionado pelos polos

    tecnolgicos de Florianpolis, Blumenau, Joinville e Chapec. Nestas regies a

    integrao das empresas deste setor com as cadeias produtivas circunvizinhas

    caracterstica marcante. Em 2012 o Brasil, segundo a ABES, registrou crescimento

    percentual superior quelas economias tradicionais deste setor, Estados Unidos,

    Inglaterra e Japo.

    Em termos nacionais indicadores econmicos, como por exemplo, a receita

    lquida de vendas, o valor bruto de produo, o nmero de empresas e o nmero de

    empregos, indicam crescimento nos ltimos quatro anos anteriores. No estado de

    Santa Catarina, independentemente da regio em que se localiza o polo de TIC, alguns

    destes indicadores tambm seguem a mesma tendncia (nmero de empresas,

    nmero de empregos e a receita lquida de vendas), demonstrando assim a pujana da

    indstria de base tecnolgica de nosso estado. Considerando-se os polos analisados

    neste estudo, pode-se afirmar que, no ano de 2011 operam 4.207 empresas, que

    geram 23.854 empregos; com um VAF de R$ 525,7 milhes, e um comrcio exportador

    da ordem de R$ 48 milhes oriundos da fabricao de equipamentos de informtica,

    produtos eletrnicos e pticos.

    O estado de Santa Catarina atualmente passa por uma situao em que a taxa

    de dependncia definida como a razo entre a populao inativa (soma das pessoas

    com at 15 anos e com mais de 65 anos de idade) e a populao potencialmente ativa

    (entre 15 e 64 anos) dever diminuir de 47,7% para 43,7%, entre 2010 e 2030, alm

  • 14

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    de que a sua composio tambm dever mudar. Ainda segundo expectativas, a razo

    entre a populao jovem e a populao em idade ativa passar de 21,8% para 17%, e a

    razo equivalente populao com mais de 65 anos aumentar de 10,5% para 13,3%,

    nesse mesmo perodo.

    Em se tratando do empresariado catarinense, sabe-se que este tem perfil

    jovem, muito empreendedor e com elevado grau de instruo (por exemplo: mestres e

    doutores). Sua inexperincia profissional, dentro da vida empresarial, pouca. Em

    decorrncia desta situao, encontrada tambm em nosso pas, o governo federal por

    meio da FINEP, desenvolve importantes programas, destacando-se dentre alguns o

    Programa Nacional de Apoio as Incubadores (PIN) e Parques Tecnolgicos. Em Santa

    Catarina, atualmente existem vinte e uma incubadoras em operao e mais quatro em

    fase de implantao. Quanto aos Parques Tecnolgicos, temos trs em operao e

    outros cinco em fase de projeto. As incubadoras de empresa contribuem

    substancialmente na reduo das taxas de mortalidade. inegvel o papel das

    incubadoras no desenvolvimento da indstria de TIC em nosso estado, que revelou

    para o Brasil e o mundo diversas empresas, como a Audaces, Alto QI, Guarda Fila,

    Automatiza, dentre outras. A projeo da SOFTEX que em 2013 haja um dficit de

    mais de 142 mil trabalhadores no setor no Brasil.

    Os grandes eventos, a Copa e as Olimpadas, esto sendo apontadas como

    grandes oportunidades para as empresas do TIC, e que se estimam investimentos da

    ordem de R$ 6 bilhes, nas reas de produo de produtos (tablets, notebooks entre

    outros), de transmisso de dados e imagem; sistemas de segurana, logstica e

    infraestrutura. Ainda como oportunidade de novos negcios, o governo pretende

    expandir seus gastos com TI, na ordem de 9%, segundo a Associao Brasileira dos

    Distribuidores de Tecnologia da Informao ABRADISTI. Considerando a diversidade

    da indstria de TIC catarinense, a qual representada, principalmente pelas atividades

    econmicas de fabricao de equipamentos de comunicao, fabricao de aparelhos

    de recepo, reproduo, gravao e amplificao de udio e vdeo; eletroteraputicos

    e equipamentos de irradiao, fabricao de equipamentos e instrumentos pticos,

    fotogrficos e cinematogrficos, atividades dos servios de tecnologia da informao,

    tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades. Acredita-se,

  • 15

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    segundo esta associao, que estas oportunidades sero bem aproveitadas pelas

    empresas de Santa Catarina.

    Contemplando este cenrio para o Setor de TIC, como sendo pujante

    economicamente, encontram-se empreendedores em sua maioria jovem e de

    empresas altamente inovadoras e competitivas, pelas quais h que se atentar para a

    necessidade de aes colaborativas entre os seus diversos atores. Haja vista que neste

    estudo ficou patente, que parques tecnolgicos, incubadoras e instituies tm

    travado uma batalha invisvel ao invs da sinergia de aes estratgicas ao setor. Faz-

    se necessria a criao de polticas que promovam a convergncia de esforos,

    associada a uma governana que estruture o setor para promover ainda mais o

    crescimento que vem apresentando.

    II. VISO DOS ESPECIALISTAS

    A anlise de especialistas de mercado revela que o setor de TIC tende a crescer

    e se desenvolver em todas as esferas econmicas, dentro e fora do pas, em funo da

    crescente necessidade de tecnologia em praticamente todas as esferas do consumo

    humano, cada vez mais dependente de tecnologias e inovaes, que renovam as

    expectativas de mercado e pressionam a mudana nas empresas, para atender as

    tendncias de mercado em constante renovao.

    Tambm consenso geral dos especialistas entrevistados, que o mercado est

    enfrentando o incio de um gargalo produtivo, em razo da escassez de colaboradores

    capacitados, preparados para atender as demandas das empresas de TIC no estado de

    Santa Catarina e no pas. Esta realidade igual para todos os polos econmicos deste

    estado, mas tende a se agravar em regies onde as empresas no possuem o amparo

    de instituies de ensino consagradas na formao acadmica e profissional de

    cincias da computao e tecnologia. Existem problemas com a legislao trabalhista,

    pouco ajustvel s necessidades de flexibilidade de contratao das demandas

    empresariais de empresas de desenvolvimento de software, por exemplo. Na mesma

    linha de pensamento, a carga tributria do setor e encargos sociais freia o seu

    desenvolvimento, que poderia ser maior. As empresas, mais competitivas, sobretudo

  • 16

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    em Santa Catarina, que visto pelos entrevistados como um estado de excelncia na

    produo de produtos e servios de TIC.

    Como ameaas de mercado, discute-se o impacto da concorrncia

    internacional, sobretudo advindos da China e ndia, vista como concorrncia desleal

    pelos entrevistados. O gargalo produtivo por escassez de pessoal qualificado, tambm

    dever se agravar no futuro prximo, uma vez que as aes de fomento qualificao

    e formao profissional no acompanham o avano das mudanas de mercado.

    Somando-se a isto, Santa Catarina tem um problema de infraestrutura de banda larga,

    tal como os demais estados do Brasil. A dificuldade de transmisso de dados em

    determinadas regies do estado, sobretudo oeste, dificulta a competitividade. Neste

    caso, a necessidade de ampliao do cabeamento por fibra tica tida como um

    gargalo logstico.

    Mas o setor de TIC tambm tido como um setor unido e progressista,

    favorvel s mudanas que, na viso dos especialistas, demonstra forte esprito

    associativo, onde as empresas se veem como agentes propulsores do

    desenvolvimento tecnolgico. Quanto a tendncias que se consolidam, a computao

    nas nuvens, software como servios (SaaS), adequao mobilidade e inovao de

    dispositivos mveis de comunicao, puxam o desenvolvimento de mercado. ampla a

    citao do varejo como grande mercado a ser explorado, necessitando de ERP para

    gesto integrada e e-commerce para as vendas.

    Seguindo as tendncias de crescimento, os mercados apontados como mais

    promissores ao desenvolvimento de produtos e servios de TIC so caracterizados

    como da biomedicina, a logstica, o agronegcio ou a indstria de alimentos e o

    transporte. As oportunidades se apresentam de norte a sul do Brasil, mas forte a

    ideia de que Santa Catarina tem muita a demandar de empresas locais ou forasteiras

    de tecnologia. Sobretudo para as micro e pequenas empresas que sofrem com a

    capacidade de atendimento em regies geogrficas distantes. Tambm comumente

    citado que as empresas locais devem pensar globalmente para crescerem, a comear

    pelos estados vizinhos da regio Sul (PR e RS) e So Paulo.

  • 17

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    III. VISO DO EMPRESRIO

    A pesquisa de levantamento com os empresrios e gestores do mercado de TIC

    em Santa Catarina apresenta a opinio destes acerca do seu mercado, sua empresa e

    aspectos logsticos, revela em primeira instncia um perfil consolidado de empresas,

    no to jovens para o setor, com mdia de 7 anos de atuao e com estrutura para

    atender s demandas de mercado, em geral com at 5 colaboradores, cuja maioria

    formada por micro empresas. Os empresrios possuem em grande parte, formao

    universitria.

    As empresas de TIC estudadas atendem tanto o consumidor final pessoa fsica

    quanto s empresas. Predomina o atendimento a consumidores jovens e adultos de

    classe B e C, principalmente, e tambm s empresas varejistas. A indicao de

    terceiros a principal forma destas empresas conseguirem clientes, mas a promoo

    por divulgao tambm tem destaque, ainda que a venda direta estimulada por

    vendedores tm 1/4 significncia da amostra. Ainda assim, nos quatro polos do

    estudo, a maioria das empresas afirma que prospecta clientes e quase todos

    promovem a venda direta, mas poucos fazem pesquisas de satisfao para obter

    feedback de clientes.

    Em geral, a rea de influncia das empresas dentro do raio da sua regio

    metropolitana e para quase 1/3 os clientes esto instalados fora do estado de Santa

    Catarina, sendo o estado de So Paulo o mais citado como cliente. No sentido inverso,

    os fornecedores so em grande parte de outros estados do Brasil, sobretudo do Sul e

    de So Paulo.

    A maioria absoluta de 80% das empresas afirma que o seu mercado est em

    crescimento e 82% indica que a sua empresa est acompanhando ou superando este

    crescimento a uma taxa mdia de 27% ao ano. Tambm as empresas de TIC localizadas

    nas regies da Grande Florianpolis e Oeste do estado so aquelas que mais

    promovem inovao, em geral relacionada a novos processos de trabalho ou novos

    produtos. J as empresas do Vale do Itaja so aquelas que menos promovem. Este

    entrave justificado pela falta de mo de obra especializada nesta e nas demais

    regies.

  • 18

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    Apesar de a maioria, 56% das empresas, no acessar novos mercados, as

    vendas pela internet representam o principal fator de prospeco, seguido pela

    atuao direta e presente em outros estados. Essa atuao, em geral, foi bem

    sucedida, resultando em aumento de vendas. Sobre as oportunidades, citam diversos

    tipos de atividades como novos negcios interessantes para investirem, desde

    manuteno de tablets a desenvolvimento de software mobile e vislumbram o

    mercado catarinense como o mais promissor a investir. So Paulo o segundo estado

    mais citado, mas representa uma pequena parcela de indicaes (3% da amostra). As

    empresas tm expectativas de aumentarem o seu faturamento entre 10% e 30% para

    o prximo ano.

    No que tange s questes logsticas, boa parte das empresas trabalham com a

    montagem de produtos ou somente com a mo de obra para criao de sistemas de

    informao ou para processos produtivos e percebem como gargalo a falta de

    fornecedores nas regies onde suas empresas esto instaladas e o alto custo com

    estes fornecedores. Quanto ao setor de compras, as empresas negociam diretamente

    com os fabricantes, seja de software ou hardware, bem como lidam com

    representantes comerciais e atacadistas. Em geral lidam com uma mdia varivel entre

    7 e 10 fornecedores por empresa. Em relao a clientes, a mdia sobe para 170, seja

    esta forma por pessoa fsica ou jurdica.

    IV. PANORAMADE NOVOS MERCADOS

    A anlise exploratria de mercados potenciais buscou demonstrar o grau de

    importncia destes setores no Brasil na regio Sul e Sudeste do pas. Uma vez que

    foram indicadas nos levantamentos anteriores como as mais promissoras como novos

    mercados.

    Como destaque de segmentos estudados, foram realizados agrupamentos por

    setores produtivos da indstria e do comrcio, com destaque para as indstrias com

    atividades do setor metalmecnico e alimentcios e para atividades varejistas e

    atacadistas de calados, confeces, acessrios e de alimentos.

    Quanto ao crescimento destes segmentos especificados, as empresas da

    agroindstria tm se destacado como o nico dos setores industriais a apresentar

  • 19

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    saldo positivo de faturamento em vendas, sendo tambm responsvel pelas maiores

    receitas da indstria. J o varejo de confeces o setor que detm o maior nmero

    de empresas nos quatro estados pesquisados, fato que representa uma grande

    demanda potencial.

    A regio Sudeste concentra o maior nmero de empresas de indstria e

    comrcio, o que a caracteriza como um grande mercado potencial e atingido pelas

    empresas de base tecnolgica. Os estados do Sul, porm, representam uma

    proximidade geogrfica com as empresas instaladas em SC, fator que atraente pelas

    questes de atendimento logstico.

    V. PROSPECO DE NOVOS MERCADOS

    O ltimo levantamento do estudo setorial apresenta as opinies dos

    empresrios dos setores produtivos do comrcio e da indstria, principalmente, nas

    atividades descritas na etapa anterior (IV), acerca das suas demandas e aptides em

    trabalhar com empresas do setor de tecnologia da informao e comunicao

    provenientes de Santa Catarina.

    Respondendo diretamente questo macro, sobre o interesse em produtos e

    servios de empresas catarinenses de TIC, a resposta positiva, sobretudo para as

    empresas do prprio estado de Santa Catarina (cerca de 35% das empresas deste

    estado querem produtos de fornecedores catarinenses), sendo que o segmento de

    varejo em confeces, calados e acessrios o maior demandante interessado. As

    maiores demandas por produtos e servios esto relacionadas a web marketing para

    divulgao da empresa e para ERP ou SAARS relacionados a controle de estoque,

    vendas ou para toda a gesto das empresas.

    A respeito do perfil destas empresas, a maioria j ultrapassou o tempo inicial de

    instalao, em fase de maturidade, com mdia alta de 15 anos de atividade, o que

    representa um certo grau de maturidade. A demanda formada por microempresas,

    com mdia de 14 colaboradores.

    Sobre o mercado paulistano, a aptido por produtos e servios de TIC

    catarinenses significativamente menor que em relao s empresas catarinenses

  • 20

    Estudo Setorial Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    (21,6%, somadas as alternativas sim com certeza e provvel que sim), conforme a

    pesquisa denota, ainda que somente o momento da venda reflita a verdadeira aptido

    por estes produtos e servios, dadas as condies de venda, relaes de mercado

    concorrente e fornecedor e conjuntura econmica do momento. Os setores de

    atividade que mais denotam interesse em fornecedores catarinenses de TIC so: varejo

    de calados e de confeces, indstria de confeces e aviamentos, bazar e acessrios.

  • 21

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    Captulo I Panorama do Setor

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    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

  • 23

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    LISTA DE SIGLAS

    ABES Associao Brasileira das Empresas de Software

    ABRADISTI Associao Brasileira dos Distribuidores de Tecnologia da Informao

    ACIL Associao Empresarial de Lages

    APL Arranjos Produtivos Locais

    BI Business Intelligence

    BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social

    BPO Business Processing Outsourcing

    BRASSCOM Associao Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informao e Comunicao

    BRIC Brasil, Rssia, ndia e China

    CAGED Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

    CELTA Centro Empresarial para Laborao de Tecnologias Avanadas

    CERTI Centro de Referncia em Tecnologias Inovadoras

    CETIL Centro Eletrnico de Indstria Txtil

    CNAE Classificao Nacional de Atividade Econmica

    CRM Customer Relationship Management

    CTAI Centro de Tecnologia em Automao e Informtica

    DEATEC Polo Tecnolgico do Oeste Catarinense

    EBT Empresas do segmento de Base Tecnolgica

    ERP Enterprise Resource Planning

    FAPESC Fundao de Apoio Pesquisa Cientfica e Tecnologia do Estado de Santa Catarina

    FGV Fundao Getlio Vargas

    FINEP Financiadora de Estudos e Projetos

    IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    ICMS Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao

    IDC International Data Corporation

    IEL Instituto Euvaldo Lodi

    IFSC Instituto Federal de Santa Catarina

    INAITEC Instituto de Apoio Inovao

    INPETRO Instituto Sapiens e Instituto de Petrleo, Energia e Gs

    IPI Imposto sobre Produtos Industrializados

    ITES Information Technology Enabled Services

    KPO Knowledge process outsourcing

    MCTI Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao

    MDIC Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior

    MPE Micro e Pequena Empresa

    MTE Ministrio do Trabalho e Emprego

    MTI Ministrio da Cincia, Tecnologia e Inovao

    NRI Networked Readiness Index

    PAC Programa de Acelerao do Crescimento

    PIA Pesquisa Industrial Anual

    PIB Produto Interno Bruto

    Pnad Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios

    PNI Poltica Nacional de Informtica

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    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    PNI Programa Nacional de Apoio s Incubadoras de Empresas

    RAIS Relao Anual de Informaes Sociais

    RLV Receita Lquida de Vendas

    SCM Supply Chain Management

    SDS Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econmico Sustentvel

    SEBRAE Servio de Apoio s Micro e Pequenas Empresas de Santa Catarina

    SIS Sntese de Indicadores Sociais

    SOFTEX Projeto Software para Exportao

    TIC Tecnologia da Informao e Comunicao

    UDESC Universidade do Estado de Santa Catarina

    UFSC Universidade Federal de Santa Catarina

    UNISUL Universidade do Sul de Santa Catarina

    UNOESC Universidade do Oeste de Santa Catarina

    VAF Valor Adicionado Fiscal

    VBP Valor Bruto de Produo

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    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    SUMRIO

    1 CONSIDERAES PRELIMINARES _______________________________________ 27 1.1 APRESENTAO _____________________________________________________ 27 1.2 OBJETIVO DO ESTUDO ________________________________________________ 29 1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO ____________________________________________ 30 1.3.1 Tipo de pesquisa _____________________________________________________ 30 1.3.2 Critrios de anlise ___________________________________________________ 30 1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE ________________________________________ 31 1.5 CONTEXTO ATUAL ____________________________________________________ 33 2 DADOS MACROECONMICOS __________________________________________ 34 2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA ______ 34 2.2 PRINCIPAIS DADOS DEMOGRFICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA _________ 36 3 PANORAMA DA ATIVIDADE DE TIC ______________________________________ 38 3.1 PANORAMA MUNDIAL DA ATIVIDADE ____________________________________ 38 3.1.1 Consideraes gerais _________________________________________________ 38 3.1.2 Produo e consumo mundial __________________________________________ 39 3.1.3 Outros dados relevantes do setor no mercado internacional __________________ 39 3.2 PANORAMA BRASILEIRO DA ATIVIDADE __________________________________ 40 3.2.1 Importncia da atividade na economia nacional ____________________________ 40 3.2.2 Principais indicadores setoriais _________________________________________ 41 3.2.3 Nmero de empresas de TIC por Regio __________________________________ 42 3.2.4 Perfil dos empresrios do setor _________________________________________ 43 3.2.5 Mo de obra empregada na atividade ____________________________________ 44 3.2.6 Produo do segmento _______________________________________________ 46 3.2.7 Investimentos realizados e previstos _____________________________________ 47 3.2.8 Principais polos produtores nacionais ____________________________________ 48 3.2.9 Volume das importaes e exportaes __________________________________ 50 3.3 PANORAMA CATARINENSE DA ATIVIDADE ________________________________ 52 3.3.1 Importncia da atividade na economia catarinense _________________________ 52 3.3.2 Principais indicadores setoriais _________________________________________ 53 3.3.3 Participao catarinense no mercado nacional _____________________________ 55 3.3.4 Perfil dos empresrios do setor _________________________________________ 56 3.3.5 Mo de obra empregada na atividade ____________________________________ 57 3.3.6 Investimentos realizados e previstos _____________________________________ 58 3.3.7 Principais cidades produtoras catarinenses ________________________________ 60 3.3.8 Dados das importaes e exportaes catarinenses _________________________ 61 4 POLOS SETORIAIS DO ESTUDO _________________________________________ 63 4.1 DADOS DEMOGRFICOS E ECONMICOS DOS POLOS INCLUDOS NO ESTUDO ____ 63 4.1.1 Coordenadoria regional Grande Florianpolis ______________________________ 64 4.1.2 Coordenadoria regional Norte __________________________________________ 65 4.1.3 Coordenadoria regional Oeste __________________________________________ 66 4.1.4 Coordenadoria regional Vale do Itaja ____________________________________ 66 4.2 APRESENTAODO SETOR DE TECNOLOGIA DA INFORMAO E COMUNICAO

    TIC ______________________________________________________________ 67 4.2.1 Polo Setorial de Tecnologia da Informao da Grande Florianpolis ____________ 68

  • 26

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    4.2.2 Polo Setorial de Tecnologia e Informao do Vale do Itaja ___________________ 68 4.2.3 Polo Setorial da Cadeia da Indstria de Software e TI da Regio Norte __________ 69 4.2.4 Polo Setorial de Software e TI da Regio Oeste _____________________________ 69 4.3 NMERO DE EMPRESAS POR POLO ______________________________________ 70 4.3.1 Empregos gerados por polo ____________________________________________ 71 4.4 MDIA SALARIAL POR POLO ____________________________________________ 73 4.5 COMPARATIVO DEVALOR ADICIONADO FISCAL (VAF), SEGUNDO GRUPO DE

    ATIVIDADE ECONMICA E COORDENADORIAS REGIONAIS DO SEBRAE __________ 74 4.6 COMPARATIVO DE EXPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA E MACRORREGIES DO SEBRAE ______________________________ 76 4.7 COMPARATIVO DE IMPORTAO POR POLO, SEGUNDO GRUPO DE ATIVIDADE

    ECONMICA MACRORREGIES DO SEBRAE _______________________________ 77 5 TENDNCIAS DA ATIVADADE ___________________________________________ 78 5.1 TENDNCIAS E PROJEES DA ATIVIDADE DE TECNOLOGIA DA INFORMAO E

    COMUNICAO EM NVEL INTERNACIONAL, NACIONAL E ESTADUAL ___________ 78 5.2 OPORTUNIDADE DE MERCADO _________________________________________ 80 5.3 AMEAAS DE MERCADO _______________________________________________ 82 5.4 OUTROS DADOS RELEVANTES AO SETOR __________________________________ 82 REFERNCIAS _____________________________________________________________ 84 ANEXOS _________________________________________________________________ 87 ANEXO A - LISTA DE POLOS DO ESTUDO NOVA ECONOMIA@SC _____________________ 87 ANEXO B - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL GRANDE FLORIANPOLIS E QUANTIDADE

    DE EMPRESAS POR CIDADE ____________________________________________ 89 ANEXO C - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL NORTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS

    POR CIDADE ________________________________________________________ 90 ANEXO D - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL OESTE E QUANTIDADE DE EMPRESAS POR

    CIDADE ____________________________________________________________ 91 ANEXO E - LISTA DAS CIDADES DA REGIONAL VALE DO ITAJAI E QUANTIDADE DE

    EMPRESAS POR CIDADE _______________________________________________ 92

  • 27

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    1 CONSIDERAES PRELIMINARES

    1.1 APRESENTAO

    As atividades econmicas tm convergido de forma no programada para

    aglomerados produtivos, ou polos econmicos, em uma mesma regio geogrfica. Este

    fenmeno pode ser observado em nvel mundial e, a ttulo deste estudo, em mbito

    regional no que concerne ao contexto catarinense e tambm brasileiro.

    Polo econmico pode ser descrito como um conglomerado de empresas com

    atividades afins, ou complementares, situadas em um ambiente de fcil intercmbio1.

    No caso de um polo tecnolgico, podemos defini-lo como uma concentrao de

    empresas e instituies de pesquisa que atuam na criao de novos produtos, servios

    ou processos de acesso, operao e armazenamento dos dados.

    Neste estudo tratada a anlise de doze setores econmicos no contexto

    catarinense, os quais se dividem em quarenta e sete polos industriais (ver ANEXO A),

    onde so observados em uma anlise conjuntural de conglomerados para fins de

    embasamento analtico de mercados, que subsidia informaes para o Programa Nova

    Economia@SC.

    Especificamente para este estudo, so analisados diferentes dados

    macroeconmicos com enfoque nas atividades do setor de Tecnologia da Informao e

    Comunicao em Santa Catarina e em seus quatro polos de atuao. Em seguida

    apresentam-se diferentes indicadores de mercado e anlises de fontes de dados

    confiveis. Esses dados foram revisados e adaptados a este estudo (mantendo a

    fidedignidade e origem intactas) para fazer-se a interpretao sob o contexto de

    importncia do Polo Setorial de Tecnologia Catarinense, analisado nas diferentes

    esferas geogrficas apresentadas.

    1CARVALHO JR. L. C.; CAIRO, S. A.; SEABRA, F. Polos Industriais do Sul do Brasil: experincias de competitividades e

    empreendedorismo. Florianpolis: FAPEU, 2007. 202 p.

  • 28

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    Os polos analisados neste relatrio so:

    Polo Setorial de Tecnologia da Informao da Grande Florianpolis;

    Polo Setorial de Tecnologia e Informao do Vale do Itaja;

    Polo Setorial da Cadeia da Indstria de Software e TI da Regio Norte;

    Polo Setorial de Software e TI da Regio Oeste.

    A composio de atividades econmicas includas no molde analtico desta

    pesquisa provm da Classificao Nacional de Atividade Econmica, ou simplesmente

    CNAE, sendo este o instrumento de padronizao nacional dos cdigos de atividade

    econmica e dos critrios de enquadramento utilizados pelos diversos rgos da

    Administrao Tributria do pas, contribuindo para a melhoria da qualidade dos

    sistemas de informao que do suporte s decises e aes do estado.2 Tendo como

    estrutura:

    Seo (Formato x)

    Diviso (Formato xx)

    Grupo (Formato xxx)

    Classe (Formato xxx-x)

    Sub-Classe (Formato xxx-xx)

    Como demonstrado, a estrutura CNAE segue a seguinte hierarquia de

    classificao: Seo, Diviso, Grupo, Classe e Subclasse. Com mais detalhamento e

    descries de atividade econmica medida que se subdivide em uma classificao

    cada vez mais especfica.

    Trata-se de um detalhamento da CNAE, verso 2.0, aplicada a todos os agentes

    econmicos que esto engajados na produo de bens e servios, podendo

    compreender estabelecimentos de empresas de natureza privada ou pblica,

    estabelecimentos agrcolas, instituies sem fins lucrativos e agentes autnomos

    2CNAE. Classificao Nacional de Atividades Econmicas. Subclasses. Disponvel em: . Acesso em: 26 jul. 2013.

  • 29

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    (pessoa fsica). A CNAE resulta de um trabalho conjunto das trs esferas de governo,

    elaborado sob a coordenao da Secretaria da Receita Federal e orientao tcnica do

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE, com representantes da Unio, dos

    estados e dos Municpios.3

    As CNAE analisadas neste relatrio so as indicadas na Tabela 1.

    Tabela 1 - Lista de CNAE do estudo setorial de Tecnologia da Informao e Comunicao1

    Diviso CNAE Descrio

    Diviso 26 Fabricao de equipamentos de informtica, produtos eletrnicos e pticos

    Grupo 261 Fabricao de componentes eletrnicos

    Grupo 262 Fabricao de equipamentos de informtica e perifricos

    Grupo 263 Fabricao de equipamentos de comunicao

    Grupo 264 Fabricao de aparelhos de recepo, reproduo, gravao e amplificao de udio e vdeo

    Grupo 265 Fabricao de aparelhos de instrumentos de medida, teste e controle; cronmetros e relgios

    Grupo 266 Fabricao de aparelhos eletromdicos e eletroteraputicos e equipamentos de irradiao

    Grupo 267 Fabricao de equipamentos e instrumentos pticos, fotogrficos e cinematogrficos

    Grupo 268 Fabricao de mdias virgens, magnticas e pticas

    Diviso 62 Atividades dos servios de tecnologia da informao

    Grupo 620 Atividades dos servios de tecnologia da informao

    Diviso 63 Atividades de prestao de servios de informao

    Grupo 631 Tratamento de dados, hospedagem na internet e outras atividades relacionadas

    Grupo 639 Outras atividades de prestao de servios de informao Fonte: Comisso Nacional de Classificao (CONCLA); IBGE.

    1.2 OBJETIVO DO ESTUDO

    O estudo tem como objetivo identificar as caractersticas sobre o setor de

    Tecnologia da Informao e Comunicao, com dados de abrangncias diversas de

    forma a contextualizar os grupos de empresas que compem a populao deste

    conglomerado industrial de Santa Catarina. Para tanto, utilizam-se pesquisas e estudos

    como fontes secundrias para coleta de dados, como por exemplo: dados do IBGE,

    dados do Ministrio do Trabalho e Emprego (MTE), a Relao Anual de Informaes

    Sociais (RAIS), dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED),

    3BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Disponvel em:

    . Acesso em: 4 mar. 2013.

  • 30

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    dados do Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio, alm de dados de

    outras fontes institucionais e privadas.

    1.3 METODOLOGIA DO ESTUDO

    1.3.1 Tipo de pesquisa

    A presente pesquisa caracterizada por mtodo exploratrio que rene

    informaes pr-existentes sobre o assunto em pauta, identifica informaes que

    possam ser reunidas para a investigao, identifica fontes e questes reais que possam

    ser usadas como questes de mensurao e para estruturar a anlise.

    O nvel de informao classificado como fonte secundria de dados, formada

    por interpretaes de dados primrios, tais como enciclopdias, livros, manuais,

    artigos de revistas e jornais, estudos de pesquisas e publicaes de entidades de

    classe, governos, universidades e empresas pblicas ou privadas, dentre outros.

    1.3.2 Critrios de anlise

    Como critrio de anlise, so coletados, das referidas fontes, os dados mais

    atuais disponveis, em geral observando uma evoluo de trinio, ou seja, dos trs

    ltimos anos a contar da base de dados mais recente, disponibilizada pelos principais

    rgos pblicos responsveis pela disponibilizao de informaes econmicas no

    Brasil. Considera-se essencialmente a busca de resultados das CNAEs analisadas neste

    relatrio, para os dados a seguir indicados:

    Empregos diretos (fonte: RAIS) Anos analisados: 2009, 2010, 2011;

    Nmero de empresas (fonte: RAIS) Anos analisados: 2009, 2010, 2011;

    Valor Adicionado Fiscal (Fonte: Secretaria do Estado da Fazenda de SC) Ano

    analisado: 2011;

    Valor Bruto de Produo Industrial ou somente de Produo, dependendo

    da atividade (de acordo com a CNAE) analisada, (Fonte: IBGE) Anos

    analisados: 2008, 2009, 2010;

  • 31

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    Valor Lquido de Vendas (Fonte: IBGE) Anos analisados: 2008, 2009, 2010;

    Movimentao da importao/exportao (Fonte: AliceWeb) Anos

    analisados: 2010, 2011, 2012.

    1.4 BREVE HISTRICO DA ATIVIDADE

    A origem da comunicao na humanidade remonta a mais de 40.000 anos A.C.,

    datada aps a descoberta das pinturas rupestres em cavernas da Europa.4A

    necessidade de transmitir a informao por longas distncias fez surgir sistemas de

    telgrafos de tochas, tambores, fumaa ou quaisquer mecanismos de comunicao at

    a descoberta da eletricidade no sculo XIX, quando surge o telgrafo eltrico,

    inventado por Samuel Morse. A informao era transmitida por impulsos eltricos que

    faziam soar um bip ou acender uma luz e para a transformao desses sinais em

    informao foi desenvolvido o cdigo Morse.5

    A criao do rdio foi atribuda a Nikola Tesla, que desenvolveu a tecnologia

    que possibilita a transmisso de ondas de rdio no final do sculo XIX. No mesmo

    sculo, surge o primeiro telefone, cuja polmica sobre sua criao dividida entre

    Antonio Meucci e Alexander Graham Bell.4

    Foi somente na segunda metade do sculo XX que a conexo em rede avanou

    de forma significativa. Com o intuito de interligar as bases militares e os

    departamentos de pesquisa do governo estadunidense, foi criado em 1970 a ARPANET

    (Advanced Research Projects Agency Network), primeira rede operacional de

    computadores baseada em comutao de pacotes, precursora da internet.6

    Muito tempo depois da criao da empresa Telecomunicaes Brasileiras S.A.

    (TELEBRAS) em 1972, a primeira empresa pblica de telecomunicao no Brasil, foi

    criada em 1984 a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), que foi o primeiro backbone

    precursor da internet no Brasil.6

    4GASPAR, M. A arte rupestre no Brasil. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2003. 54 p.

    5NETO, P. A. Histria das comunicaes e telecomunicaes. Universidade de Pernambuco. Disponvel em:

    . Acesso em: 20 mar. 2013. 6BANDA LARGA. Caminhos para a universalizao. Disponvel em: . Acesso em: 20 abr. 2013.

  • 32

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    Aps o desmembramento e privatizao da TELEBRAS em 1998, pelo governo

    do ento presidente Fernando Henrique Cardoso, foi necessria a criao da Agencia

    Nacional de Telecomunicaes (ANATEL) para regular e fiscalizar as empresas que

    passaram a atuar neste ramo no pas.7

    A Tecnologia de Informao e Comunicao (TIC) corresponde a todas as

    tecnologias que interferem e mediam os processos informacionais e comunicativos.

    Esses processos podem ter integrados entre si um conjunto de recursos tecnolgicos

    que proporcionam, por meio das funes de hardware, software e telecomunicaes: a

    automao, a comunicao dos processos de negcios, a pesquisa cientfica e o ensino

    e aprendizagem.

    Em 2006, estavam identificados como os principais mercados de TIC e os

    mercados de maior interesse para o Brasil, os dos pases chamados de BRIC (Brasil,

    Rssia, ndia e China), os tradicionais exportadores de software (ndia, Irlanda e Israel)

    e o Mxico, principal mercado latino-americano alm do Brasil.8

    A segmentao do mercado mundial era fortemente influenciada pelos

    mercados maduros, como o estadunidense, que sozinho correspondia a mais de um

    tero do total.

    Diferentemente de pases como a China e a ndia, nos quais h um claro

    predomnio da parcela de hardware, o mercado brasileiro apresenta uma segmentao

    que j se assemelha mundial, indicador da sua maturidade. O mercado brasileiro em

    2006 representava 1,3% do mercado mundial e correspondia a 43% do mercado latino-

    americano de TIC. Vale ressaltar que, de acordo com a International Data Corporation

    IDC, apesar de pequeno no contexto mundial, o mercado latino-americano

    apresentou em 2007 um crescimento de 13%, superior s taxas de crescimento dos

    Estados Unidos (EUA) e da Unio Europeia, estimadas em 7% e 5%, respectivamente.

    O alto crescimento do mercado de TIC brasileiro um sinal da maturidade do

    pas no contexto global, apesar de diferirem as prioridades para investimento. Em nvel

    global, a liderana pertence s solues de BI (Business Intelligence). J na Amrica

    7 BANDA LARGA. Caminhos para a universalizao. Disponvel em: . Acesso em: 20 abr. 2013. 8GUTIERREZ, R. M. V. Complexo eletrnico: o setor de software brasileiro e o prosoft. In: BNDES Setorial, Rio de

    Janeiro, n. 26, p. 25-62, set. 2007.

  • 33

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    Latina, cujo maior demandante o Brasil, as maiores prioridades so em ordem

    decrescente: a virtualizao de servidores e storage; aplicaes de BI e

    datawarehouse; e aplicaes empresariais, como o ERP (Enterprise Resource Planning),

    o SCM (Supply Chain Management) e o CRM (Customer Relationship Management).

    Quanto ao porte dos demandantes, a IDC prev que, na Amrica Latina, a maior

    parte dos investimentos vir das grandes empresas (acima de quinhentos usurios),

    embora o maior crescimento dos investimentos seja registrado nos segmentos de

    pequenas e mdias empresas. Essa situao perdurou at 2009, quando o segmento

    de mdias empresas investiu em TIC valores superiores aos das grandes.

    Em 2010, o Brasil passou a ser o stimo maior mercado interno de Tecnologia

    da Informao e Comunicao, representando 8% do Produto Interno Bruto do pas. O

    setor tecnolgico catarinense destaque no pas, pois cresceu a taxas mdias

    superiores a 20% ao ano. Concentrado nas principais cidades catarinenses como

    Blumenau, Chapec, Cricima, Florianpolis e Joinville, o setor est plenamente

    integrado com as atividades industriais existentes em cada uma das regies

    circunvizinhas a estas cidades. Somente em Florianpolis, cidade com pouca tradio

    industrial, em 2010 havia mais de 500 empresas de TIC.

    Santa Catarina destaca-se tambm, dentre as empresas do setor de TIC, por

    possuir um dos maiores polos de empresas de eletrnica, automao e

    telecomunicaes. Atualmente j so 51 as empresas autorizadas pelo Ministrio da

    Cincia, Tecnologia e Inovao (MCTI) para utilizarem os benefcios fiscais da Lei de

    Informtica. Este nmero representa 8,78% do total de empresas brasileiras

    autorizadas neste processo bastante rigoroso de concesso de incentivos fiscais9.

    1.5 CONTEXTO ATUAL

    A indstria de TI tem se consolidado ao longo das ltimas dcadas como fator

    de acelerao do crescimento das principais economias globais, o que pode ser

    percebido com a anlise de alguns aspectos que acompanham seu amadurecimento,

    9BRASSCOM. Brasil TI-BPO Book 2010-2011. Rio de Janeiro, 2012.

  • 34

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    como a gerao de empregos, o crescimento geral da produtividade, a elevao dos

    ndices de competitividade e o aumento do PIB per capita.

    De acordo com a mesma fonte, empresas contratantes de servios terceirizados

    so tambm estimuladas pela necessidade de expandir operaes, reduzir custos,

    aumentar receitas e aperfeioar processos. Como consequncia, o mercado offshore

    de TI, que movimentou US$ 58 bilhes em 2010, tambm avana em ritmo acelerado:

    entre 2009 e 2014, a expanso mdia anual deve ser de 8,3%. Segundo dados da AT

    Kearney, em 2014 a previso que alcance US$ 79 bilhes. A consultoria tambm

    afirma que pases maduros em aquisio de tecnologia, como Estados Unidos e Japo,

    iro apresentar taxas de desenvolvimento no setor menores do que as economias

    emergentes, como o caso do Brasil, onde a previso de que a indstria cresa at

    201410.

    2 DADOS MACROECONMICOS

    2.1 PRINCIPAIS INDICADORES ECONMICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA11

    A participao de Santa Catarina no PIB Nacional, juntamente com a taxa de

    crescimento real do PIB, evoluiu entre os anos de 1996 e 2009, com um crescimento

    praticamente constante, segundo o Caderno de Indicadores (2012). Este crescimento

    passou de 3,54% em 1996, para 4,01% em 2009, ainda que, neste ano tenha havido

    queda no PIB Estadual em razo da crise internacional e da economia Catarinense.

    De acordo com os dados do referido Caderno, a evoluo do nmero de

    empregados por setor econmico na ltima dcada evidencia o crescimento da mo

    de obra empregada e da estrutura produtiva do estado em diferentes setores.

    O emprego aumentou em mdia 91,25% no estado, passando de 1.077.929

    postos, em 2000, para 2.061.577, em 2011. No perodo de 2000 a 2010, o crescimento

    do setor de Construo Civil foi de 137%, enquanto o Comrcio cresceu 117,8% e setor

    de Servios cresceu 93%. A indstria da transformao, que o segmento que mais

    10

    BRASSCOM. Brasil TI-BPO Book 2010-2011. Rio de Janeiro, 2012. 11

    O contedo desta seo tem como referncia: SANTA CATARINA. Governo do Estado de Santa Catarina. Caderno de Indicadores. 2012. Florianpolis, 2012

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    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    emprega no estado, cresceu 70% no mesmo perodo, acompanhando o ritmo da

    produo industrial e do crescimento do emprego no mbito nacional.

    Seguindo a anlise do Caderno de Indicadores (2012), em relao s

    exportaes em 2011, verifica-se um aumento da contribuio dos produtos

    originrios de Santa Catarina, tais como motores, carnes congeladas e fumo, entre

    outros. Naquele ano, estes produtos representavam 54,2% das exportaes do estado,

    enquanto em 2000 os mesmos produtos detinham 34,9% deste total, evidenciando

    uma concentrao da produo exportada no perodo analisado. Destaca-se tambm a

    importncia das exportaes de produtos crneos, do fumo, da soja e dos motores

    eltricos na balana comercial catarinense.

    Em relao infraestrutura, verifica-se um aumento per capita no nmero de

    automveis nas regies Catarinenses, o que ilustra a forte expanso da frota de

    automveis no estado, a qual duplicou em 10 anos, passando de 988.214 veculos em

    2000, para 1.982.129 unidades em 2010, obtendo crescimento de 100,6%. Embora

    haja um ritmo de crescimento diferenciado entre as regies do estado, observa-se que

    em todas elas houve um crescimento substancial.

    Ainda observando os dados de crescimento no Estado, a frota de caminhes

    cresceu 27,9%, a de motos 258% e a de camionetas 132%. Como consequncia deste

    acentuado crescimento em apenas uma dcada, sem o suficiente investimento em

    infraestrutura viria e nos transportes coletivos, houve o congestionamento de

    veculos nos principais polos urbanos do Estado, o que representa um grande desafio a

    ser solucionado e tambm um gargalo logstico para as empresas catarinenses.

  • 36

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    Tabela 2 - Indicadores econmicos do Brasil e de Santa Catarina2

    Indicadores Nacional Catarinense

    PIB 2011 R$ 4.143.013.000.000,00 R$ 169.050.000.000,00

    Valor Bruto Produo Industrial 2011 R$ 2.034.912.695.000,00 R$ 96.968.855.000

    Emprego 2012 47.458.712 2.103.002

    Exportaes 2012 US$ 209.225.190.379,00 US$ 8.234.028.075,00

    Importao 2012 US$ 206.977.406.917,00 US$ 14.003.344.148,00

    Taxa de juros (Selic - junho 2014) 10,9% ao ano -

    Inflao oficial (IPCA - ndice Nacional de Preos ao Consumidor Amplo) em 05/2014

    0,46% -

    IGP-M (ndice Geral de Preos do Mercado) em 06/2014

    -0,64% -

    Reservas internacionais em julho de 2013

    US$ 373.643.000.000,00 -

    Salrio Mnimo em 2014 R$ 724,00 -

    Fontes: IBGE; RAIS; CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados; AliceWeb2 MDIC; Banco Central do Brasil; FGV; portalbrasil.net.

    2.2 PRINCIPAIS DADOS DEMOGRFICOS DO BRASIL E DE SANTA CATARINA12

    Analisando comparativamente os dados coletados junto ao IBGE sobre a

    populao brasileira e catarinense no ano de 2010, apresentados na Tabela 3,

    constatou-se que no referido ano 3,28% dos brasileiros habitavam o estado de Santa

    Catarina e, assim como no Brasil, esta populao era em sua maioria composta por

    mulheres, sendo que a expectativa de vida da populao catarinense era 2,5 anos a

    mais do que a nacional. Em relao densidade demogrfica, Santa Catarina possua

    quase trs vezes mais habitantes por km2 do que a mdia brasileira.

    Tabela 3 - Indicadores demogrficos do Brasil e de Santa Catarina3

    Indicadores demogrficos de 2010 Nacional Catarinense

    Populao Total 190.755.799 de habitantes 6.248.436 de habitantes

    Densidade demogrfica 22,4 habitantes/km 65,29 habitantes/km

    Populao - Mulheres 97.348.809 3.148.076

    Populao - Homens 93.406.990 3.100.360

    Expectativa de vida 73,48 anos 76 anos

    Fontes: IBGE; Pnad (Pesquisa Nacional Por Amostra de Domiclios); SIS (Sntese de Indicadores Sociais).

    12

    O contedo desta seo tem como referncia: SANTA CATARINA. Governo do Estado de Santa Catarina. Caderno de Indicadores. 2012. Florianpolis, 2012.

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    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    A dinmica demogrfica, isto , as transformaes no ritmo de crescimento, na

    distribuio e na estrutura da populao, segundo o Caderno de Indicadores (2012),

    uma varivel fundamental na identificao daquilo que impulsiona a economia e atua

    nas condies de vida da populao.

    Esse tipo de dinmica de extrema importncia para o estado de Santa

    Catarina, uma mudana que especialmente relevante devido s oportunidades que

    abre e pelos desafios que prope s polticas pblicas. Tambm deve ser considerado

    nessa dinmica o movimento migratrio, de anlise mais complexa e que ocorre

    principalmente nas regies litorneas do estado.

    O estado de Santa Catarina atualmente passa por uma situao em que a taxa

    de dependncia definida como a razo entre a populao inativa (soma das pessoas

    com at 15 anos e com mais de 65 anos de idade) e a populao potencialmente ativa

    (entre 15 e 64 anos) dever diminuir de 47,7% para 43,7%, entre 2010 e 2030, alm

    de que a sua composio tambm dever mudar. Ainda segundo expectativas, a razo

    entre a populao jovem e a populao em idade ativa passar de 21,8% para 17%, e a

    razo equivalente populao com mais de 65 anos aumentar de 10,5% para 13,3%,

    nesse mesmo perodo.

    Considerando a expanso dos contingentes populacionais por faixa etria entre

    2000 e 2010, faz-se uma projeo para 2030. A populao jovem tende a cair, girando

    em torno de 1.202.000 de pessoas no final da prxima dcada e a populao de 15 a

    64 anos, que constitui a maior parte da fora de trabalho potencial, aumentar dos

    4.452.680 observados em 2010 para 4.929.000 em 2030, revelando, nessas duas

    dcadas, uma taxa de crescimento mdia de 0,9% ao ano. A quantidade de idosos

    (acima de 65 anos) o que mais dever crescer, com taxas de variao de 3,9% ao ano,

    entre 2010 e 2030.

    Essa mudana no perfil demogrfico levar a um movimento na demanda por

    novos produtos que atendam a esse perfil, alm de criar espaos para investimentos

    na melhoria dos produtos j existentes e na melhoria da qualidade de atendimento.

  • 38

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    3 PANORAMA DA ATIVIDADE DE TIC

    3.1 PANORAMA MUNDIAL DA ATIVIDADE

    3.1.1 Consideraes gerais

    Segundo relatrio da ABES (2012), o crescimento percentual do mercado

    brasileiro foi superior quele apresentado em outras economias tradicionais do setor,

    como Estados Unidos, Inglaterra e Japo.

    Em contrapartida, o relatrio do Frum Econmico Mundial (2012) mostra que

    a preparao para as TICs na frica subsaariana ainda baixa, com a maioria dos

    pases, inclusive os BRICS, registrando atrasos considerveis em termos de

    conectividade devido ao desenvolvimento insuficiente da infraestrutura de TICs, que

    continua a ser demasiado cara, e demonstrando baixos nveis de competncia, que

    no permitem o uso eficiente da tecnologia disponvel.

    Mesmo nos pases onde a infraestrutura de TICs recebeu melhorias, seus

    impactos na competitividade e bem-estar deixam a desejar, resultando em uma nova

    segregao digital. Com alcance recorde de 142 economias em todo o mundo, o

    relatrio continua a ser a avaliao internacional mais abrangente e abalizada do

    impacto das TICs sobre a competitividade e o bem-estar dos pases. Aps um processo

    de reviso de dois anos, o ndice de Prontido da Conexo em Redes (NRI, sigla em

    ingls) apresentado no relatrio evoluiu de modo a captar os principais fatores

    determinantes de um setor de TIC em rpida mutao e continua a ser importante

    para aqueles que tomam as decises nos setores pblico e privado13.

    Verifica-se que, a par do processo contnuo de criao de novas empresas,

    marca de um setor inovador como o de software, j foi iniciado nesses pases um

    processo de consolidao de empresas, semelhana do que tem ocorrido no mundo.

    Tal consolidao um importante fator de acelerao do crescimento dos atores

    nacionais, na medida em que diminui o risco de mortalidade das empresas e propicia

    a acumulao de capacidades, algo necessrio para a competio no cenrio mundial.

    13

    FORUM ECONMICO MUNDIAL. Relatrio sobre tecnologia da informao global 2012: vivendo em um mundo hiperconectado. Geneva, 2012.

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    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    fundamental observar que tal competio d-se no somente fora do Brasil, mas

    tambm no mercado interno.

    3.1.2 Produo e consumo mundial

    No contexto atual, o melhor exemplo dessa fora e desse dinamismo o setor

    que rene servios de TI e terceirizao de processos de negcio (Business Processing

    Outsourcing - BPO), cujas previses de crescimento mantm-se elevadas. Em termos

    globais, servios de TI-BPO geraram US$ 1,14 trilho em 2010 e, em 2011, atingiram

    US$ 1,2 trilho14.

    Os principais pases produtores de equipamentos e servios de TIC so: Sucia,

    Singapura, Finlndia, Dinamarca, Sua, Holanda, Noruega, Estados Unidos e Canad15.

    Os maiores pases importadores de equipamentos e servios de TIC so China,

    Estados Unidos, Mxico, Alemanha e Chile16.

    3.1.3 Outros dados relevantes do setor no mercado internacional

    Evidencia-se que o movimento de internacionalizao das empresas de

    software tem o objetivo bastante bvio do crescimento, pelo qual se busca atingir

    novos mercados, aumentar a escala dos produtos, a base de clientes e,

    consequentemente, receitas e lucros.

    No menos importante, contudo, um segundo objetivo: as empresas buscam

    defender as posies de mercado alcanadas. O crescimento do mercado brasileiro

    tem motivado a entrada no pas de novos competidores, que passam a disputar espao

    no sentido da internacionalizao e precisam que os fornecedores de software,

    principalmente de servios de TI, os acompanhem nessa jornada.

    H o caso ainda de clientes tradicionais das empresas de software que so

    adquiridos ou incorporados a empresas internacionais e, portanto, passam a estar

    sujeitos aos mesmos fornecedores globais dos novos grupos. Tudo isso indica que a

    14

    BRASSCOM. Brasil TI-BPO Book 2010-2011. Rio de Janeiro, 2012. 15

    FORUM ECONMICO MUNDIAL. Relatrio sobre tecnologia da informao global 2012: vivendo em um mundo hiperconectado. Geneva 2012. 16

    IBGE (2009).

  • 40

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa Catarina

    competio no mercado de TI, mesmo internamente, sempre global, o que leva

    concluso de que a atuao internacional, salvo em nichos especficos, condio de

    sobrevivncia17.

    3.2 PANORAMA BRASILEIRO DA ATIVIDADE

    3.2.1 Importncia da atividade na economia nacional

    O setor industrial de TIC foi responsvel por 3,55% de toda Receita Liquida de

    Vendas de atividades industriais nacional no ano de 2008, 3,46% em 2009 e 3,45% em

    2010. Chegando a contabilizar R$ 64.779.242.000,00 de Receita Lquida de Vendas de

    atividades industriais em 2010, representando 3,45% do total nacional que foi de R$

    1.876.410.151.000,00. Em prestao de servios de informao e comunicao, houve

    em 2010 uma receita bruta de R$ 35.444.317.000,00, mostrando o dinamismo do

    setor18.

    Com a Poltica Nacional de Informtica (PNI), o Brasil se consolidou como

    produtor mundial de software. Por meio do projeto Software para Exportao

    (SOFTEX), iniciou-se a estruturao e coordenao para incrementar a exportao de

    software produzido no pas. Para tanto, foram criadas novas empresas de software.

    Em 2009, o mercado brasileiro de software ocupou a 12 posio do mercado mundial.

    No mesmo ano, o pas contava com 8.500 empresas no setor, sendo que desse total,

    76,5% das empresas atuam no desenvolvimento e produo de software19. A indstria

    de software do Brasil foi estimulada tanto pela existncia interna de demanda em

    diferentes setores quanto pelas polticas pblicas voltadas s atividades de tecnologia

    da informao. Em 2010, o setor de software teve um crescimento superior a 20% e

    ocupou a 11 posio no ranking mundial em relao movimentao do setor20.

    17

    GUTIERREZ, R. M. V. Complexo eletrnico: o setor de software brasileiro e o prosoft. In: BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 26, p. 25-62, set. 2007. 18

    IBGE (PIA, 2011). 19

    (ABES, 2010). 20

    ANJOS, F. F. M. Avaliao da estrutura de governana do arranjo produtivo de software da Grande Florianpolis (SC). 2012. Dissertao (Mestrado em Administrao)- Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Ps-Graduao em Administrao, Florianpolis, 2012.

  • 41

    Panorama do Setor de Tecnologia da Informao e Comunicao de Santa

    Catarina

    3.2.2 Principais indicadores setoriais

    De acordo com o IBGE, o Valor Bruto de Produo industrial nacional de 2008

    registrou um valor de quase R$ 57 bilhes que foi, logo em 2009, atingido por uma

    queda de 16,64%, deixando o valor total em menos de R$ 47,5 bilhes. No ano de

    2010 houve uma recuperao na ordem de 23,48%, transformando o montante em

    mais de R$ 58,5 bilhes, o que fecha o perodo com taxa total positiva de 2,93%.

    Grfico 1 - Valor Bruto de Produo industrial nacional1

    Fonte: Resultados elaborados pela Empresa gape a partir de dados do IBGE (PIA, Tabela 1848). Nota: Considera o somatrio das atividades econmicas compreendidas por: Fabricao de equipamentos de informtica, produtos eletrnicos e pticos (grupos 261, 262, 263, 264, 265, 266, 267, 268).

    Em relao Receita Lquida de Vendas nacional, verifica-se um crescimento de

    7,8% entre os anos de 2008 e 2010. Apesar da queda de 8,22% entre 2008 e 2009, o

    binio seguinte apresentou um crescimento de 17,43%, fechando 2010 com mais de

    R$ 64,7 bilhes de Receita Lquida de Vendas.

    Grfico 2 - Receita Lquida de Vendas nacional2

    Fonte: Resultados elaborados pela Empresa gape a partir de dados do IBGE (PIA, Tabela 1848). Nota: Considera o somatrio das atividades econmicas compreendidas por: Fabricao de equipamentos de informtica, produtos eletrnicos e pticos (grupos 261, 2