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i PAULO HENRIQUE DA SILVA LEITE COELHO ESTUDOS DO LIMIAR DE PERCOLAÇÃO ELÉTRICA DE NANOCOMPÓSITOS POLIMÉRICOS HÍBRIDOS DE PMMA COM NANOTUBOS DE CARBONO E NEGRO DE FUMOCampinas 2014

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PAULO HENRIQUE DA SILVA LEITE COELHO

“ESTUDOS DO LIMIAR DE PERCOLAÇÃO ELÉTRICA DE

NANOCOMPÓSITOS POLIMÉRICOS HÍBRIDOS DE PMMA

COM NANOTUBOS DE CARBONO E NEGRO DE FUMO”

Campinas

2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA

PAULO HENRIQUE DA SILVA LEITE COELHO

“ESTUDOS DO LIMIAR DE PERCOLAÇÃO ELÉTRICA DE

NANOCOMPÓSITOS POLIMÉRICOS HÍBRIDOS DE PMMA

COM NANOTUBOS DE CARBONO E NEGRO DE FUMO”

Orientadora: Profª. Drª. Ana Rita Morales

Tese de Doutorado apresentada à Faculdade de Engenharia Química

como parte dos requisitos para a obtenção do título de Doutor em

Engenharia Química.

Campinas

2014

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Folha de aprovação

Tese de Doutorado defendida por Paulo Henrique da Silva Leite Coelho e aprovada em 10

de Dezembro de 2014 pela banca examinadora constituída pelos doutores:

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RESUMO

A modificação de matrizes poliméricas isolantes em semicondutoras ou condutoras

pela incorporação de cargas de carbono é amplamente difundida. O Negro de Fumo (NF) é

a carga condutora mais utilizada e os Nanotubos de Carbono são considerados uma

alternativa pelas suas propriedades diferenciadas. Neste trabalho estudou o comportamento

destas cargas em nanocompósitos de PMMA obtidos por polimerização in situ. Para a

análise da condutividade elétrica dos materiais resultantes foi considerada a teoria da

percolação aplicando-se o modelo do volume excluído, que prevê a ocorrência de uma

concentração crítica conhecida como o limiar de percolação. O trabalho foi dividido em

etapas. Primeiramente foram estudadas as condições de dispersão e de polimerização para a

obtenção dos nanocompósitos, obtendo-se as curvas de percolação da condutividade

elétrica dos nanocompósitos e determinando o limiar de percolação para os sistemas com

Nanotubos de carbono de paredes múltiplas (NTCPM) e NF de alta estrutura.

Considerando-se a hipótese de que a combinação de cargas condutoras com diferentes

geometrias pode apresentar efeitos diferentes da soma das cargas individuais, investigou-se

o efeito da mistura NTCPM e NF em comparação com nanocompósitos das mesmas cargas

individuais. Foram encontrados valores de condutividade próximos ao de semicondutores, e

limiares de percolação de quase 8 vezes menor para NTCPM em relação ao NF. Para os

sistemas híbridos, ou seja, sistemas de misturas das cargas, o limiar de percolação ocorreu

para concentração total abaixo dos valores dos nanocompósitosos com as cargas unitárias,

indicando o efeito de sinergismo. Por análise de microscopia eletrônica de transmissão

observou-se que, morfologicamente, os NTCPM atuaram como filamentos ligando os

agregados de NF, o que pode explicar o efeito observado para a menor concentração

necessária para a percolação.

A modelagem da condutividade elétrica de compósito polimérico com uma carga

condutora é muito importante e pode prever o comportamento condutivo dos materiais.

Para os sistemas híbridos pouco tem se avançado com relação à modelagem, e isto motivou

a segunda parte deste trabalho, quando se levantou a hipótese de que é possível o

desenvolvimento de um programa capaz de simular o limiar de percolação e o efeito de

sinergismo, utilizando-se o método de Monte Carlo e programado em linguagem Fortran.

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A simulação foi feita levando-se em consideração a geometria das cargas condutoras para o

sistema em duas dimensões. Este método mostrou-se eficaz na previsão do limiar de

percolação dos sistemas híbridos e simples sendo uma importante contribuição para a

previsão do comportamento de materiais o que permite a redução da quantidade de

amostras a ser preparadas num estudo experimental.

Palavras-chave: Percolação, Nanocompósitos poliméricos, Híbridos, Nanotubos de

Carbono, Método de Monte Carlo.

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ABSTRACT

The insulating polymer matrices modification with conductive carbon fillers is

widely known. Carbon black is the most used conductive filler and Carbon Nanotubes are

considered an important alternative because of its unique properties. The present work

studied these fillers behavior in PMMA nanocomposites obtained by in situ polymerization.

The electrical conductivity of the materials was analyzed considering the percolation theory

by the excluded-volume model, which predicts the critical concentration known as the

percolation threshold. The work was divided into steps. First, the nanocomposites dispersion

and polymerization conditions were studied, obtaining the percolation curve of the electrical

conductivity and determining the percolation threshold for carbon nanotube multi-walled

(MWCNT) and high-structure carbon black (CB) nanocomposites. Aiming the hypothesis

that conductive fillers combination with different geometries could provide different effect

than the additive one, the present study analyzed the effect of the MWCNT and CB mixture

on the electrical and dispersion properties of nanocomposites, comparing with individual

fillers nanocomposites. The conductive value founded near the semiconductor and

percolation threshold 8 times lower for NTCPM that for NF. Hybrid nanocomposites, the

percolation threshold achieved total concentration below the singles fillers nanocomposites,

showing the synergism effect. From the Transmission Electronic Microscopy, we could

notice that, morphologically, the MWCNT acted as filaments linking clusters of the CB,

what can explain the lower concentration required for the percolation threshold.

Modeling of the electrical conductivity of carbon-filler-filled polymer composites is

very important for predicting the conductive behavior of the materials and for material

design. There are only few works related to modeling hybrid systems and this motivated the

second part of this study considering the hypothesis that could be possible the prediction of

the percolation threshold and the synergism effect by a simulator based on the Monte Carlo

method programed in FORTRAN. This method demonstrated to be efficient in predicting

the hybrid fillers and single fillers systems percolation, which can allow a decrease in the

number of samples in an experimental study.

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Key words: Percolation, Polymeric nanocomposites, Hybrid, Carbon nanotubes, Method

of Monte Carlo.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.....................................................................................................................1

ORGANIZAÇÃO DA TESE................................................................................................5

CAPÍTULO 1 - MODELOS DE PERCOLAÇÃO ELÉTRICA APLICADOS PARA

COMPÓSITOS POLIMÉRICOS CONDUTORES................................................................7

1.1 Introdução.........................................................................................................................7

1.2 Compósitos Poliméricos Condutores................................................................................8

1.3 Preparação e dispersão dos Compósitos Poliméricos Condutores.................................10

1.3.1 Solução.............................................................................................................11

1.3.2 Polimerização in situ........................................................................................12

1.4 Teoria da Percolação.......................................................................................................12

1.5 Modelos de Percolação para Compostos Poliméricos de Partículas Condutoras e Matriz

Polimérica Isolante. ..............................................................................................................14

1.5.1 Modelo Clássico Estatístico de Percolação.......................................................15

1.5.2 Modelo geométrico de percolação....................................................................17

1.5.3 Modelo do Volume Excluído...........................................................................18

1.6 Discussão.........................................................................................................................26

1.7 Referências Bibliográficas..............................................................................................26

CAPÍTULO 2 - MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................31

2.1. Materiais.........................................................................................................................31

2.2 Método de preparação dos nanocompósitos de PMMA.................................................32

2.3 Etapas. ............................................................................................................................34

CAPÍTULO 3 - ESTUDO DA DISPERSÃO EM ESCALA SUB-MÍCRON DE

NANOTUBOS DE CARBONO DE PAREDES MÚLTIPLAS E PMMA VIA

POLIMERIZAÇÃO IN SITU...............................................................................................38

3.1 Resumo............................................................................................................................38

3.2 Introdução.......................................................................................................................39

3.3 Experimental...................................................................................................................40

3.4 Resultados e Discussão...................................................................................................41

3.5 Conclusões......................................................................................................................43

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3.6 Referências Bibliográficas..............................................................................................44

CAPÍTULO 4 - COMPARATIVE STUDY OF THE ELECTRICAL PERCOLATION

AND DISPERSION OF CB/PMMA COMPOSITE.............................................................45

4.1 Abstract...........................................................................................................................45

4.2 Introduction.....................................................................................................................46

4.3 Materials and Methods....................................................................................................47

4.4 Results and Discussion....................................................................................................49

4.5 Conclusion......................................................................................................................52

4.6 References.......................................................................................................................52

CAPÍTULO 5 - ELECTRICAL PERCOLATION, MORPHOLOGICAL AND

DISPERSION PROPERTIES OF PMMA/MWCNT NANOCOMPOSITES....................55

5.1 Abstract...........................................................................................................................55

5.2 Introduction.....................................................................................................................55

5.3 Experimental...................................................................................................................58

5.4 Results and Discussion....................................................................................................60

5.5 Conclusion.......................................................................................................................64

5.6 References.......................................................................................................................65

CAPÍTULO 6 - A COMPARATIVE STUDY OF THE ELECTRICAL CONDUCTIVITY

AND DISPERSION OF NANOCOMPOSITES WITH DIFFERENT FILLERS:

MWCNT/PMMA AND CB/PMMA....................................................................................68

6.1 Abstract...........................................................................................................................68

6.2 Introduction.....................................................................................................................69

6.3 Experimental...................................................................................................................70

6.4 Results and Discussion....................................................................................................71

6.5 Conclusion.......................................................................................................................75

6.6 References.......................................................................................................................76

CAPÍTULO 7 - ELECTRICAL CONDUCTIVITY, PERCOLATION THRESHOLD

AND DISPERSION PROPERTIES OF PMMA NANOCOMPOSITES OF HYBRID

CONDUCTING FILLERS...................................................................................................78

7.1 Abstract...........................................................................................................................78

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7.2 Introduction....................................................................................................................79

7.3 Experimental...................................................................................................................80

7.4 Results and discussions...................................................................................................82

7.5 Conclusion.......................................................................................................................86

7.6 References........................................................................................................................87

CAPÍTULO 8 - SIMULAÇÃO DO LIMIAR DE PERCOLAÇÃO PARA OS

NANOCOMPÓSITOS..........................................................................................................91

8.1 Introdução.......................................................................................................................91

8.2 Simulação........................................................................................................................94

8.3 Resultados e Discussões..................................................................................................95

8.3.1 Verificação do Simulador para pontos dispersos. ...........................................95

8.3.2 Simulação dos compósitos com Nanotubos de Carbono.................................98

8.3.3 Simulação dos compósitos com Negro de fumo............................................102

8.3.4 Simulação dos Nanocompósitos Híbridos......................................................107

8.4 Conclusão......................................................................................................................109

8.5 Referências....................................................................................................................109

CONCLUSÃO...................................................................................................................111

SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS...........................................................112

APÊNDICE I.......................................................................................................................113

APÊNDICE II.....................................................................................................................116

APÊNDICE III....................................................................................................................119

APÊNDICE IV....................................................................................................................120

APÊNDICE V.....................................................................................................................121

ANEXO I............................................................................................................................133

ANEXO II...........................................................................................................................135

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Dedico este trabalho

aos meus pais,

e à eterna companheira Claudia.

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AGRADECIMENTOS

À minha eterna companheira Claudia Cavalheiro de Freitas, pelo amor e dedicação

demonstrados a todo instante.

A toda minha família, pais, irmãos, avós, madrinha, tios e sogros, por serem os

principais responsáveis pelo desenvolvimento deste trabalho.

Ao amigo irmão Victor Antonio Armellini, pela amizade, companheirismo e apoio

científico desde a Graduação em todos os momentos vividos até aqui.

À minha orientadora Ana Rita Morales, pela amizade, orientação, incentivo e

confiança durante a realização deste trabalho.

A todos os professores da Faculdade de Engenharia da Unicamp que direta ou

indiretamente contribuiram com o seguro ensinamento concedido nas disciplinas.

Aos amigos e companheiros de laboratório, Ivanei, Thiago, Marcel, Carol, Mayara,

Marina, Paula e Jefferson pela amizade e conhecimentos transmitidos.

Ao CNPq pela bolsa concedida.

À FAPESP pelo apoio financeiro.

Ao LNLS pelo uso da instalações e dos equipamentos fundamentais para o

desenvolvimento deste trabalho.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1.1 - Exemplo de uma rede bidimensional (a) de sítios desocupados (1-p) e (b) de

sítios ocupados (p).

Figura 1.2 – Estrutura Esferocilindro.

Figura 1.3 – Ilustração do volume excluído para cargas simples: (a) NTC, (b) NF, (c)

mistura real das cargas (NTC e NF) e (d) situação extrema de mistura.

Figura 2.1 – Análise visual da dispersão dos NTCPM.

Figura 2.2 – Micrografia: a) NF puro e b) NTCPM puro.

Figura 2.3 – Fluxograma Etapa 1.

Figura 2.4 – Fluxograma Etapa 2 – NF/PMMA.

Figura 2.5 – Fluxograma Etapa 2 – NTCPM/PMMA.

Figura 2.6 – Fluxograma Etapa 2 – NTCPM/NF/PMMA.

Figura 2.7 – Fluxograma Etapa 3.

Figura 3.1 – Microscopia Óptica dos compósitos: (a)PMMA/0,1NTC/2min;

(b)PMMA/1NTC/2min; (c) PMMA/0,1NTC/20min e (d) PMMA/1NTC/20min.

Figura 2.2 – Curva de DSC das amostras 4 (PMMA/1NTC/20min) e 5 (PMMA puro).

Figure 4.1 - Volumetric electrical conductivity as a function of CB concentration for

CB/PMMA nanocomposites.

Figure 4.2 - SAXS intensity as a function of the scattered q-vector plotted in a logarithmic

scale for nanocomposites of CB/PMMA.

Figure 5.1 - Volumetric electrical conductivity as a function of MWCNT concentration for

MWCNT/PMMA nanocomposites.

Figure 5.2 - TEM micrographs showing nanotubes: (a) parallel to the cutting direction for

PMMA/0,62MWCNT; (b) random cutting direction for PMMA/0,62MWCNT ; (c) and (d)

for pure MWCNT.

Figure 5.3 - SAXS intensity as a function of the scattered q-vector plotted in a double

logarithmic scale for nanocomposites of PMMA/MWCNT.

Figure 6.1 – Volumetric electrical conductivity as a function of CB concentration for

CB/PMMA nanocomposites.

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Figure 6.2 – Volumetric electrical conductivity as a function of MWCNT concentration for

MWCNT/PMMA nanocomposites.

Figure 6.3 – SAXS intensity as a function of the scattered q-vector plotted in a logarithmic

scale for nanocomposites of CB/PMMA and MWNT/PMMA

Figure 7.1. Volumetric electrical conductivity as a function: (a) CB concentration; (b)

MWCNT concentration, for nanocomposites.

Figure 7.2. Volumetric electrical conductivity as a function of MCFFS and SCFFS

(MWCNT) concentrations.

Figure 7.3 - TEM micrographs MCFFS with different approximation: (a) reveals the

cosupporting conductive networks; (b) larger view of dispersion fillers in the matrix.

Figura 8.1 – Esquema de nanotubos de carbono discretizados.

Figura 8.2 – Matrizes do verificador do Simulador de 5X5 elementos com a concentração

de 60% de cargas.

Figura 8.3 - Esquema da representação volumétrica da estrutura do NTC na perspectiva do

simulador.

Figura 8.4 - Gráfico dos valores da ra em função de pc para 100 simulações consecutivas.

Figura 8.5 – Micrografia do Negro de Fumo de alta estrutura puro.

Figura 8.6 Esquema da representação volumétrica do agregado de NF na matriz: (a)

agregado na perspectiva do simulador; (b) agregado após a aplicação do fator de correção

α.

Figura 8.7 - Ld em função de pc para 100 simulações consecutivas para o fator de correção

α = 10.

Figura 8.8 – Ajuste linear da curva log (Ld) vs log (pc) para o NF.

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xxi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 – Concentração de percolação para diferentes dimensionalidades.

Tabela 2.1 – Propriedades do NF PRINTEX XE 2-B

Tabela 2.2 – Propriedade do NTCPM TNM2.

Tabela 3.1 – Formulações e tempos de processo.

Table 4.1: Weight and volume loads of CB in the nanocomposites of PMMA.

Table 5.1 – Weight and volume loads of MWCNT in the nanocomposites of PMMA.

Volumetric electrical conductivity measurements.

Table 7.1 - Volumetric fraction (%) of MWCNT, CB in the MCFFS of PMMA.

Tabela 8.1 – Número de percolação em 100 simulações para diferentes dimensões de

matrizes.

Tabela 8.2. Simulação do pc,NTC com variação da ra dos NTC e avaliação do sucesso de

percolação em 100 matrizes simuladas consecutivas.

Tabela 8.3 Valores do limiar de percolação para os sistemas de NF: variação de Ld e do

valor de α.

Tabela 8.4 Sucesso de percolação (S) de 100 simuladas para os nanocompósitos híbridos.

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1

INTRODUÇÃO

A adição de partículas eletricamente condutoras, tais como pó de metal, grafite,

negro de fumo (NF) e nanotubos de carbono (NTC) acima de concentrações críticas em

uma resina polimérica isolante tem sido um recurso para a obtenção de compostos

condutores (BAUHOFER, 2009). Nos últimos anos, um dos sistemas mais promissores são

os nanocompósitos formados de NTC em matrizes poliméricas (WINEY e KASIWAGI,

2007; OUNAIES et al., 2003).

Desde a descoberta dos NTC por IIJIMA em 1991, grande atividade acadêmica está

sendo dedicada à exploração de suas propriedades mecânicas, térmicas e elétricas

(BIERCUK et al., 2002; WEISENBERGER et al., 2003) pela preparação de nanocompósitos

que se beneficiam de uma ou mais destas características, para aplicação em diversos

dispositivos (SPITALSKY et al., 2010). Logo, os NTC têm grande potencial para uso em

uma variedade de aplicações como, emissão de campo elétrico, plásticos condutores,

condutores térmicos, adesivos condutivos, suporte de catalisadores, aplicações biológicas,

filtração de ar e água, entre outras (MA et al., 2010).

A utilização dos NF é um dos recursos mais comuns para modificação de polímeros

para conferir condutividade elétrica ou característica antiestática. Porém a alta concentração

de NF necessária para conferir condutividade elétrica promove a redução nas propriedades

mecânicas em polímeros termoplásticos. As propriedades elétricas de compósitos de NF em

polímeros têm sido estudadas, mas são poucos os artigos concentrados em avaliar

quantitativamente a condutividade elétrica, bem como a aplicação de modelos que explicam

o mesmo fenômeno.

A combinação de diferentes cargas de carbono apresenta-se como uma hipótese para

a obtenção de um sistema com propriedades e custos equilibrados. A mistura destes tipos

de cargas pode ser mais eficiente na formação das redes condutoras, pois as cargas com alta

razão de aspecto, como os NTC podem atuar como transportadoras de cargas elétricas, e as

partículas com menor razão de aspecto, como os NF podem ter a função de preencher os

espaços promovendo a interligação entre os nanotubos no composto polimérico. As

diferentes características das cargas condutoras de carbono podem propiciar ao compósito

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um limiar de percolação elétrica com concentrações menores comparadas aos compósitos

com apenas um tipo de carga (CLINGERMAN et al., 2002; THONGRUANG et al., 2002).

Além disso, as propriedades mecânicas, especialmente o módulo elástico e a tensão

de ruptura, podem ser ainda maiores com a mistura de cargas híbridas. Porém, como a

maioria dos NTC apresentam estruturas altamente emaranhadas, devido às interações de

Van der Waals entre os tubos individuais, a dispersão destes tubos na matriz polimérica é

um fator considerado essencial para a produção de compósitos com propriedades ótimas.

Dificuldades no processamento para a abtenção de boa dispersão, juntamente com os

preços ainda relativamente elevados, limita o uso de NTC para aplicações de alto valor.

Portanto, o uso de sistemas com misturas de cargas que combinem as propriedades dos

NTC, com os menores custos de outras cargas condutoras são um desafio e de grande

relevância econômica (MA et al., 2009). Em matrizes de termoplásticos poucos resultados

são relatados na literatura sobre o uso de duas cargas de carbono (DRUBETSKI et al.,

2007, SUN et al., 2009, SOCHER et al.,2011, KARSLI et al., 2014, ZHANG et al., 2014).

A principal questão sobre os nanocompósitos poliméricos condutores está

relacionada com a variação da condutividade em função da concentração das partículas

condutoras, onde se observa existir uma concentração crítica a partir da qual ocorre um

aumento na condutividade do sistema. Este fenômeno pode ser explicado pela teoria da

percolação.

Vários modelos de percolação foram desenvolvidos para descrever este fenômeno e

uma revisão abrangente foi feita por Lux (1993), considerando fatores estruturais

micrométricos das misturas. Porém, a quase totalidade destes modelos descrevem os

fenômenos para apenas um tipo de carga condutora, e muito pouco se tem discutido sobre

um modelo adequado para sistemas com diferentes partículas condutoras de carbono. Os

trabalhos de Sun et al. (2009) e de Socher et al. (2011) descrevem, a partir da teoria do

volume excluído, a percolação elétrica das cargas individuais de NTC e NF e de suas

misturas em função da fração volumétrica destas partículas . Estes dois estudos foram feitos

para polímeros termoplásticos pelo processo de extrusão no estado fundido, restringiram-se

em estudar a curva de percolação elétrica e descreveram resultados muito divergentes,

principalmente com relação à concentração do limiar de percolação, a condutividade

elétrica e o efeito de sinergismo entre as cargas estudadas.

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3

Considerando-se o potencial para o sistema híbrido de cargas e as investigações

ainda necessárias relativas aos efeitos de diferentes processos de preparação dos

nanocompósitos, nível de dispersão das nanocargas e características estruturais nas

propriedades elétricas, o presente trabalho é proposto. O objetivo foi o estudo inédito da

percolação elétrica de compósitos híbridos de NTC e NF em polimetacrilato de metila

(PMMA) preparados por polimerização in situ, visando avaliar a hipótese do efeito de

sinergismo da mistura de diferentes concentrações de cargas nas propriedades elétricas em

comparação as propriedades dos nanocompósitos formados pelas cargas individuais. Como

suporte, um simulador com base no método de Monte Carlo e apoiado no modelo do

volume excluído foi desenvolvido para analisar outra hipótese, a de que o simulador fosse

capaz de prever o limiar de percolação dos nanocompósitos e representar o efeito sinérgico

encontrado experimentalmente.

Referências

Bauhofer, W. & Kovacs, J. Z. - Compos. Sci. Technol., 69, p.1486 (2009).

Biercuk, M. J.; Llaguno, M. C.; Radosvljevic, M.; Hyun J. K. & Johnson, A. T. - Appl.

Phys. Lett., 80, p.15 (2002).

Clingerman, L. M.; Weber, E. H.; King, J. A. & Schulz, K. H. - Polym. Compos., 23, p.911

(2002).

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ORGANIZAÇÃO DA TESE

Durante o desenvolvimento dos trabalhos foram obtidos resultados e surgiram

oportunidades para apresentação dos mesmos em Congressos. Por esta razão optou-se por

apresentar a Tese na forma de capítulos associados aos trabalhos publicados, apresentados

em Congressos, ou submetidos para publicação.

O capítulo 1 discute o estado da arte e é uma revisão da bibliografia, sendo

apresentado na forma de artigo que foi submetido para publicação. Os capítulos de 2 a 7

são de resultados experimentais obtidos e o capítulo 8 discute a etapa de simulação.

Capítulo 1: “COMPÓSITOS POLIMÉRICOS OBTIDOS A PARTIR DE CARGAS

CONDUTORAS: APLICAÇÃO DOS MODELOS DE PERCOLAÇÃO

ELÉTRICA” traz parte da revisão bibliográfica realizada no estudo, descrito neste

artigo de revisão em fase final de avaliação, submetido na revista Polímeros:

Ciência em Tecnologia.

Capítulo 2: MATERIAIS E MÉTODOS.

Capitulo 3: “ESTUDO DA DISPERSÃO EM ESCALA SUB-MÍCRON DE

NANOTUBOS DE CARBONO DE PAREDES MÚLTIPLAS E PMMA VIA

POLIMERIZAÇÃO IN SITU”. Apresentação do estudo experimental inicial do

projeto, no qual foram determinadas as condições de dispersão posteriormente

aplicadas na preparação dos compósitos. O trabalho foi apresentado no 11°

Congresso Brasileiro de Polímeros – 16 a 20 de Outubro de 2011 – Campos de

Jordão – SP.

Capítulo 4: “COMPARATIVE STUDY OF THE ELECTRICAL PERCOLATION

AND DISPERSION OF CB/PMMA COMPOSITES”. Desenvolvimento de

Compósitos de NF e PMMA para a determinação do limiar de percolação elétrico.

O trabalho foi apresentado no 20° Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência

de Materiais – 4 a 8 de Novembro de 2012 – Joinville – SC.

Capítulo 5: “ELECTRICAL PERCOLATION, MORPHOLOGICAL DISPERSION

PROPERTIES OF PMMA/MWCNT NANOCOMPOSITES”. Desenvolvimento de

Natubos de Carbono e PMMA para a determinação do limiar de percolação elétrico.

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Artigo foi aceito e será publicado na revista Materials Research, Ibero-American

Journal of Materials. ISSN 1516-1439.

Capítulo 6: “A COMPARATIVE STUDY OF THE ELECTRICAL

CONDUCTIVITY AND DISPERSION OF NANOCOMPOSITES WITH

DIFFERENT FILLERS: MWCNT/PMMA AND CB/PMMA”. Neste estudo foi

realizado a comporação dos resultados encontrados nos Capítulos 4 e 5 para as

diferentes cargas. Artigo foi apresentado no 29th

International Conference of the

Polymer Processing Society – 15 a 19 de Junho de 2013 – Nuremberg –

Alemanha.

Capítulo 7: “EFFECT OF THE MIXTURE OF CARBON NANOTUBES AND

CARBON BLACK IN THE ELECTRICAL CONDUCTIVITY, PERCOLATION

THRESHOLD AND DISPERSION PROPERTIES OF PMMA

NANOCOMPOSITES”. Neste estudo, nanocompósitos contendo cargas híbridas de

NTC e NF foram desenvolvidos, visando analisar e comparar o limiar de percolação

elétrica, os valores de condutividade e a dispersão das misturas. O modelo do

volume excluído foi utilizado para avaliar o efeito de sinergismo entre as cargas na

matriz polimérica. Trabalho submetido no 14th IEEE International Conference on

Nanotechnology (IEEE-NANO 2014), a ser realizado entre 18 e 21 Agosto de

2014, Toronto, Canadá.

Capítulo 8 – SIMULAÇÃO DO LIMIAR DE PERCOLAÇÃO PARA OS

NANOCOMPÓSITOS. Nesta etapa foi desenvolvido um programa que simula o

limiar de percolação, utilizando método de Monte Carlo programado em liguagem

Fortran. O programa foi desenvolvido visando o limiar dos nanocompósitos

preparados com as cargas individuais e as cargas híbridas.

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CAPÍTULO 1

MODELOS DE PERCOLAÇÃO ELÉTRICA APLICADOS PARA COMPÓSITOS

POLIMÉRICOS CONDUTORES

1.1 Introdução

A incorporação de partículas eletricamente condutoras em uma matriz isolante

polimérica é um exemplo importante da modificação de materiais em áreas até então

restrita aos metais, tais como, piezo elétricos[1]

, adesivos condutivos[2]

, roupas e artigos

antiestáticos[3]

, blindagem eletromagnética[4]

e sensores químicos[5]

. A esta classe é dada a

denominação de compósitos condutores poliméricos que apresentam muitas vantagens em

comparação aos metais, como por exemplo, resistência à corrosão, densidade,

processabilidade e custo[6]

.

A adição de cargas eletricamente condutoras, tais como, partículas metálicas[7-9]

,

nanofolhas de grafite[10-12]

, NF[13,14]

e nanotubos de carbono NTC[15-18]

em uma resina

polimérica isolante tem sido o principal recurso para a obtenção de compostos condutores.

Entre estas cargas destacam-se os NTC[17,18]

.

A principal questão sobre os nanocompósitos poliméricos condutores está

relacionada com a variação da condutividade em função da concentração das partículas

condutoras, onde se observa existir uma concentração crítica a partir da qual ocorre um

aumento na condutividade do sistema. Este fenômeno pode ser explicado pela teoria da

percolação.

Vários modelos matemáticos foram desenvolvidos para descrever o fenômeno de

percolação e uma revisão abrangente foi feita por Lux 1993[19]

, considerando fatores

estruturais micrométricos das misturas. Desde então, estes modelos continuam a ser

aplicados e discutidos. Mais recentemente, destaca-se a importância de novos materiais

obtidos a partir de cargas cujas dimensões são nanométricas.

Bauhofer & Kovacs[20]

apresentaram uma revisão em 2009 sobre a percolação

elétrica destes compósitos poliméricos, evidenciando dados de mais de uma centena de

artigos relacionados à determinação do limiar de percolação. Foram considerados diversos

parâmetros relacionados à síntese, tratamento, dimensionalidade, bem como métodos de

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preparação e dispersão das cargas na determinação dos limiares de percolação. Aspectos

importantes como a aplicação da lei das potências, valores do expoente crítico e a

condutividade máxima obtida para os compósitos pela variação dos parâmetros acima

mencionados foram discutidos. Este artigo, embora bastante abrangente, limitou-se aos

estudos da condutividade elétrica em sistemas com NTC e não discutiu a aplicação dos

modelos de percolação para estes sistemas.

Diante deste quadro o presente artigo tem como objetivo ampliar esta discussão a

partir dos trabalhos relatados na literatura recente relativos à aplicação dos modelos de

percolação elétrica para compósitos poliméricos obtidos com cargas condutoras

nanométricas.

1.2 Compósitos Poliméricos Condutores

Compósitos de poliméricos com cargas à base de carbono recebem, recentemente,

uma atenção considerável, tanto na pesquisa acadêmica quanto industrial, devido à

possibilidade em se combinar alta condutividade elétrica com baixo peso específico e

facilidade de processamento[21,22]

.

Existem basicamente quatro tipos de cargas de carbono: negro de fumo (NF), grafite

(G), fibras de carbono (FC) e nanotubos de carbono (NTC), sendo que cada tipo apresenta

distintas características na formação de compósitos condutores, sendo que nos últimos

anos, um dos sistemas mais promissores são os nanocompósitos formados de NTC em

matrizes poliméricas[23,24]

.

Desde a descoberta dos NTC[25]

grande atividade acadêmica tem sido dedicada à

exploração de suas propriedades mecânicas, térmicas e elétricas[15,16]

, pela preparação de

materiais nanocompósitos que se beneficiam de uma ou mais destas características, na

busca de aplicações para diversos tipos de dispositivos[17]

. Logo, os NTC têm grande

potencial para uso em uma variedade de aplicações como termoplásticos condutores

elétricos ou térmicos, adesivos condutivos, suporte de catalisadores, aplicações biológicas,

filtração de ar e água, entre outras[18]

.

Ainda nos dias atuais a utilização dos NF é um dos recursos mais comuns para

modificação de polímeros com a finalidade de condutividade elétrica ou propriedades

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antiestáticas. Em compósitos poliméricos com NF um volume relativamente elevado de

carga, cerca de 10 vol.%, é necessário para atingir a percolação elétrica, dependendo da

morfologia, tamanho e da dispersão das cargas[26,27]

, e isto gera um aumento na viscosidade

do composto, e perdas em propriedades mecânicas. As propriedades elétricas de

compósitos NF/polímeros têm sido estudadas[13,14]

, mas não há um número vasto de artigos

concentrados em avaliar quantitativamente a condutividade elétrica, bem como a aplicação

de modelos que explicam o mesmo fenômeno.

Comparando-se estas duas principais opções os NTC são de enorme interesse

devido à sua alta condutividade até 10.000 S/cm[28]

e sua alta razão de aspecto

(normalmente > 1000), que o torna um material apropriado para a obtenção de um baixo

limiar de percolação elétrica[29,30]

, sendo relatadas concentrações críticas abaixo de 0,1 %

em massa[17]

.

Park et al.[31]

estudaram compósitos de PMMA e NTC e observaram um aumento de

até 12 ordens de grandeza na condutividade elétrica do composto em relação ao PMMA

puro.

Shao et al.[32]

também analisaram a condutividade, mas de compostos de NF e NTC

com polipropileno (PP), e observaram aumento da condutividade na ordem de grandeza de

10 e 11, respectivamente para NF/PP e NTC/PP.

Assim como os NTC as nanofolhas de grafite (NFG) são materiais promissores na

preparação de compósitos poliméricos, devido à alta razão de aspecto e condutividade

elétrica e térmica. Recentemente tem havido um interesse crescente em materiais

compósitos de polímeros/NFG[10-12]

, pois estes apresentam baixo limiar de percolação

elétrico, abaixo de 1% em volume [33,34]

, e a modelagem deste comportamento tem sido

feita com base no alinhamento e na orientação das partículas e na sua influência nas

propriedades destes compósitos[35-37]

.

A mistura de dois tipos de cargas, uma particulada e outra na forma de fibras ou

nanotubos, vem sendo estudada[30,38]

e apresenta-se promissora na formação das redes

condutoras, principalmente pelo fato de as cargas condutoras com alta razão de aspecto (FC

e NTC) atuam como transportadoras de cargas elétricas e que as partículas de menor razão

de aspecto (G e NF) têm a função de preencher os espaços promovendo a interligação entre

as fibras ou os nanotubos no composto polimérico[39,40]

.

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A combinação de diferentes cargas de carbono mostra-se como uma opção para

obter-se as propriedades e custos equilibrados. Estudos mostram que cargas com diferentes

formas incorporadas aos materiais poliméricos resultam em um limiar de percolação com

concentrações menores quando comparados aos compósitos com apenas um tipo de

partícula.[20,38, 41-43]

.

Sumfleth et al.[43]

relataram que, devido ao efeito sinérgico na formação de rede e

no transporte de carga elétrica, a mistura de NTC e NF em matriz epóxi leva a um

comportamento elétrico similar quando comparado aos nanocompósitos com apenas NTC.

Além disso, a adição de NF aumenta a condutividade máxima alcançada com o aumento da

concentração de cargas.

Para sistemas baseados em compósitos de borracha de estireno-butadieno, Bokoza

et al.[44]

encontraram uma melhor dispersão dos NTC, menores valores de resistividade e

redução no limiar de percolação passando de 10 pcr para valores entre 2 e 3 pcr, quando se

utilizou NTC e NF juntos.

Em matrizes de termoplásticos, vários resultados são relatados na literatura sobre o

uso de dois tipos de cargas de carbono[30,38,45,46]

. A mistura de FC e NF em polietileno foi

descrito por Calleja et al.[45]

, que relataram que as FC forneceram o transporte de cargas

elétricas em grandes distâncias e as partículas de NF melhoraram os contatos entre as fibras

levando a um aumento de condutividade. Lee et al.[46]

observaram uma diminuição da

resistividade ao adicionar NTC em compósitos contendo NF, no entanto os autores não

discutiram os efeitos sinérgicos entre as duas cargas. Socher et al.[30]

analisaram o limiar de

percolação elétrico de compósitos de poliamida 12 com NTC e NF, e concluíram que,

apesar da influência do teor de cada carga na concentração crítica de percolação nenhum

efeito sinergético entre as cargas foi encontrado para estes sistemas.

Compósitos poliméricos com partículas metálicas condutoras são também de

interesse para muitos campos da engenharia[7-9]

. Este interesse é resultante das

características elétricas destes compósitos, próximas das propriedades dos metais, enquanto

que as propriedades mecânicas e os métodos de processamento são típicos dos

polímeros[47]

. Observou-se experimentalmente, que a condutividade elétrica de compostos

metal-polímero depende predominantemente de características como a forma e o tamanho

das partículas, concentração volumétrica e o arranjo espacial das cargas na matriz[48-50]

.

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1.3 Preparação e dispersão dos Compósitos Poliméricos Condutores

Diversos métodos de preparação de compósitos condutores baseados em matrizes

termoplásticas ou termofixas têm sido relatos na literatura[51-53]

. Dentre estes métodos,

alguns são mais usualmente citados como: mistura em solução, polimerização in situ, e

mistura do fundido. Embora existam diferentes métodos, todos afetam as propriedades

finais do composto. Para a obtenção de compósitos com propriedades ótimas as nanocargas

devem estar bem dispersas e distribuídas na matriz polimérica, pois a distribuição está

associada com a homogeneidade da amostra enquanto que a dispersão descreve o estado de

aglomeração[54]

.

A dispersão dos NTC é um problema que difere bastante da dispersão de outras

cargas convencionais, como as partículas esféricas, fibras de carbono e silicatos em

camada. Isto porque os NTC possuem uma alta razão de aspecto (>1000) com diâmetro na

escala nanométrica e área de superfície extremamente extensa. Além disso, os NTC

comercializados são fornecidos na forma de feixes fortemente entrelaçados, resultando em

uma dificuldade inerente na dispersão[18]

.

Dentre os métodos de preparação e dispersão de compósitos poliméricos condutores

citados acima, os mais utilizados, devido a sua eficiência, são apresentados a seguir.

1.3.1 Solução

Este é o método mais comum para a fabricação de nanocompósitos, pois é favorável

à dispersão nanométrica das partículas. A mistura em solução envolve três etapas

principais: dispersão das cargas em solvente adequado à solubilização do polímero; mistura

desta solução com polímero (em temperatura ambiente ou temperatura elevada) e

recuperação do composto pela evaporação do solvente, processo também conhecido por

casting[52]

. A dispersão das cargas no solvente é a etapa fundamental para a obtenção de um

compósito com ótimas propriedades. A técnica de ultra-sonificação é bastante utilizada para

a dispersão de nanopartículas em meios líquidos. Consiste basicamente na aplicação de

uma energia ultrassônica para a agitação das partículas na solução. O choque das ondas

promove a desarticulação dos aglomerados e a separação das partículas. Esta técnica é

geralmente utilizada em laboratórios onde se utiliza um banho de ultra-som ou uma sonda

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ultra-sônica, conhecida como sonicador. O tratamento de pré dispersão por ultra-som pode

ser muito agressivo, e devido à facilidade de danificação das cargas, principalmente os

NTC, o tempo e a potência devem ser bem estabelecidos quando este equipamento for

empregado[18]

.

1.3.2 Polimerização in situ

Esta técnica consiste na preparação e dispersão das partículas condutoras em

monômero seguido por polimerização. Tal como acontece com a mistura em solução, as

cargas podem ser previamente dispersas em líquido (monômero ou solvente) e,

posteriormente todo o sistema é submetido ao processo de polimerização. Uma das

vantagens deste processo é a possibilidade da incorporação de uma alta concentração de

cargas facilmente dispersas devido à forte interação destas com a matriz devido à

polimerização[52,54]

.

A técnica de polimerização in situ em conjunto com a dispersão ultra-sônica foi

citada por Park et al. [31] na preparação de nanocompósitos de NTC e polimetacrilato de

metila com o objetivo de estudar as propriedades elétricas e reológicas dos compostos

formados.

1.4 Teoria da Percolação

Para a discussão teórica de mecanismos de condução em compósitos poliméricos,

necessita-se de um bom entendimento sobre a condução de corrente elétrica entre partículas

incorporadas na matriz. Alguns fatores, como a aproximação dos contatos entre partículas,

geração e condução de calor entre a matriz e as cargas são determinados pelas propriedades

destes materais[55]

. No entanto, neste trabalho, o objetivo não é discutir a fundo a

modelagem destes mecanismos de condução, e sim revisar modelos que simulem a

concentração ideal de cargas para tornar o compósito condutor.

A condutividade de compósitos formados por uma matriz polimérica e uma

partícula condutora depende criticamente do conteúdo de carga condutora adicionada à

mistura. Baixas frações levam a uma grande distância média entre partículas, limitando a

condutividade da matriz polimérica isolante, que tipicamente apresenta valores de

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condutividade na casa de 10-15

S/cm[55]

. Quando uma quantidade de carga suficiente é

adicionada ao polímero, a aproximação das partículas permite a condução, momento no

qual se observa um intervalo de concentração onde a condutividade pode mudar

drasticamente por várias ordens de grandeza para pequenas variações no teor de carga. A

este comportamento dá-se o nome de limiar de percolação elétrica. Com maiores

concentrações, o número de caminhos condutores aumenta até a formação de uma rede

tridimensional. Nessa faixa a condutividade é alta e torna-se menos sensível às pequenas

alterações na concentração volumétrica da carga na matriz[55]

.

A condutividade elétrica em materiais compósitos pode ser explicada pela teoria de

percolação. A teoria da percolação foi matematicamente desenvolvida em 1957 por

Broabent & Hammersley[56]

com o objetivo de descrever fenômenos físicos aleatórios como

a percolação de fluidos em meios porosos, propagação de incêndios em florestas e fluxo de

corrente elétrica através de materiais, por meio de análises estatísticas.

Desde o trabalho pioneiro, modelos de percolação atraem o interesse do mundo

acadêmico, em especial de matemáticos, físicos, químicos, biólogos e engenheiros. Trata-se

de uma classe de modelos que descrevem as propriedades de um determinado sistema

desordenado. Existem basicamente dois tipos de modelos de percolação: a percolação por

sítios e a percolação por ligação[55]

.

No primeiro, considera-se uma rede quadrada bidimensional formada por S sítios

vazios (Figura 1.1), na qual todos os sítios da rede são separados com a mesma distância

entre seus vizinhos mais próximos, de tal forma que, em cada local da rede há uma

probabilidade p de um sítio estar preenchido (Figura 1b) e probabilidade 1 – p, deste sítio

estar vazio (Figura 1a). No segundo modelo, as ligações são estabelecidas entre os dois

sítios vizinhos em uma rede. Cada ligação tem uma probabilidade p de existir e a

probabilidade 1 – p de não conectar os sítios vizinhos. Em ambos os casos, as estruturas de

pontos conectados podem ser definidos como aglomerados de uma forma que é possível

criar um caminho entre quaisquer dois pontos do aglomerado. Neste caso, o valor de p para

o qual forma-se este aglomerado pode ser chamado de probabilidade crítica (pc), ou limiar

de percolação, que será o valor determinante para que haja a percolação em um sistema[19]

.

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Figura 1.1 - Exemplo de uma rede bidimensional (a) de sítios desocupados (1-p) e (b) de

sítios ocupados (p).

Para compósitos poliméricos condutores a percolação ocorrerá quando as partículas

condutoras estiverem suficientemente bem dispersas e conectadas para que haja a formação

de um caminho ininterrupto pela rede dimensional proporcionando fluxo de corrente. Esta

concentração de sítios preenchidos é chamada de concentração crítica (ou limiar de

percolação), φc. Quando a concentração de sítios φ se aproxima da concentração crítica φc,

surge o primeiro caminho ininterrupto de sítios ocupados de um eletrodo ao outro, podendo-

se dizer que o sistema percolou.

Então, pode-se definir que para φ < φc o sistema não conduz; para φ > φc o sistema

tem uma condutividade alta e, para φ = φc o sistema percola sendo esta condição a primeira

evidência de condutividade. O modelo de percolação por ligação segue o mesmo raciocínio

anterior, entretanto, para esse modelo, os sítios da rede quadrada bidimensional são

conectados por ligações.

1.5 Modelos de Percolação para Compostos Poliméricos de Partículas Condutoras e

Matriz Polimérica Isolante.

Uma revisão abrangente sobre a aplicação dos modelos para explicar o

comportamento da condutividade elétrica em materiais compostos de matriz isolante e

partícula condutora foi feita por Lux[19]

em 1993. Os modelos foram classificados modelos

estatísticos, termodinâmicos, geométricos e de estruturas orientadas. No entanto, alguns

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destes modelos descrevem apenas em escala micrométrica a formação da rede percolativa

nas misturas.

Os dois modelos mais importantes desenvolvidos foram os modelos de

Bruggeman[57]

, e de Maxwell-Garnett[58]

. Com base nestes, outros autores desenvolveram

estudos para os quais foram incluídos parâmetros relevantes anteriormente não

considerados, como orientação, forma e fração volumétrica, que influenciam diretamente a

condutividade nestes compósitos[59-62]

.

Mais recentemente, a tecnologia se desenvolveu na utilização de cargas com

dimensões nanométricas e a adequação destes modelos vem sendo discutida considerando-

se estruturas geométricas onde a forma, distribuição e orientação das partículas condutoras

passam a serem fatores determinantes.

1.5.1 Modelo Clássico Estatístico de Percolação

Modelos estatísticos de percolação ocupam a maioria da literatura sobre o fenômeno

da percolação elétrica, para materiais formados com partículas condutoras em matrizes

isolantes, e tiveram seu pioneirismo nos estudos de Kirkpatrick[63]

e Zallen[64]

.

A base do modelo considera o desenvolvimento de redes como matrizes regulares

finitas. Por meio de simulação computacional é possível determinar a concentração de

sítios ou ligações existentes de acordo com a lei das potências, comumente usada em

fenômenos de transição de fases, dada por:

(1.1)

onde β é o expoente crítico e p e pc variam de acordo com a propriedade analisada.

Considerando as propriedades elétricas específicas dos materiais, a equação

proposta, correlaciona a condutividade da mistura com a concentração volumétrica da

partícula condutora e assume a seguinte relação:

σ = σo (φ – φc)s, com φc = pc

sítios. v (1.2)

onde σ é a condutividade da mistura, σo a condutividade da partícula condutora, φ a

concentração volumétrica da partícula, φc é a concentração volumétrica crítica de

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percolação, s é o parâmetro que determina o aumento da condutividade acima de φc e v é o

fator relacionado à localização de uma partícula em um ponto específico da rede. Os valores

de φc e s dependem apenas da dimensão da rede. Kirkpatrick[63]

apresentou os seguintes

valores para o expoente s: para modelo de percolação por ligação s = 1,6 ± 0,1 e para o

modelo de percolação por sítio s = 1,5 ± 0,1.

A Tabela 1.1 apresenta os valores de concentração volumétrica crítica de Zallen[64]

para diferentes dimensionalidades. A partir da Equação 2 e dos dados da Tabela 1 estudos

desenvolvidos com misturas de polímero e NF[65]

e com FC[66]

mostraram ser um modelo

satisfatório. Porém, este modelo não considera aspectos de forma e dimensões das partículas

condutoras. Autores mostraram em seus estudos que a concentração de percolação depende

da forma das partículas condutoras, e que quanto mais irregular a partícula, menor será a

concentração crítica necessária para a percolação[67]

.

Tabela 1.1 – Concentração de percolação para diferentes dimensionalidades[19]

.

Dimensionalidade Estrutura da Rede pcsítio

pcligação

φc

2 Triangular 0.5 0,347 0,45

2 Quadrada 0,593 0,5 0,47

3 Cubo simples 0,312 0,249 0,163

3 Diamante 0,428 0, 388 1,146

Estudos têm demonstrado que o modelo estatístico é adequado para os resultados

experimentais de NTC[68]

, NF[69]

e partículas metálicas[70]

em matriz isolante.

Janzen[72]

desenvolveu um modelo de percolação, partindo do conceito do número

médio de contatos entre as partículas condutoras. Ele determinou o número 1,5 como o

número médio de contatos entre as partículas, tomando como base os resultados de

Kirkpatrick[63]

, e propôs a seguinte equação:

(1.3)

onde Vc é o limiar de percolação, z é o número de coordenação (número de vizinhos mais

próximos) em uma rede específica, ρ é a densidade das partículas condutoras e ε é o volume

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17

específico dos poros destas partículas. Desta forma ele demonstrou que esta previsão

descreveu com sucesso os resultados experimentais.

1.5.2 Modelo geométrico de percolação

Esta classe de modelo foi proposta para explicar o fenômeno de percolação em

misturas de materiais isolantes e condutores em pó, pré-misturadas a seco e posteriormente

sinterizadas. Os modelos assumem que durante o processo de sinterização, as partículas

condutoras são dispostas de maneira regular na superfície das partículas isolantes.

Slupkowski[73]

baseou-se nos diâmetros das partículas isolantes e condutoras como

os principais fatores de influência. A Figura 2 mostra o arranjo das partículas condutoras

formando uma camada de espessura g na superfície das partículas isolantes, onde se assume

que a corrente elétrica flui através da condução desta superfície esférica entre os pontos de

contato. De acordo com os pressupostos de Slupkowski, estas considerações resultaram na

equação:

(1.4)

onde σ é a condutividade da mistura, σc é a condutividade da partícula condutora, D e d são

os diâmetros das partículas isolantes e condutoras, respectivamente, [x] é o valor inteiro de

x, que representa o número de camadas completas de partículas condutoras em torno de cada

partícula isolante, e P é a probabilidade de formação de uma rede condutora de percolação

na camada exterior. A relação dos diâmetros pode ser descrita utizando-se o modelo de duas

dimensões de rede proposto por Scarisbrick[74]

, conforme a equação 5.

(1.5)

com Vf sendo a fração volumétrica das partículas.

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Malliaris & Turner[71]

propuseram um modelo teórico para prever o limiar de

percolação, partindo do pressuposto da formação de cadeias infinitas de pó metálico a partir

de modelos estatísticos percussores leva em consideração o raio das partículas da matriz e

da carga condutora conforme a equação:

(1.6)

onde pc é a probabilidade, diferente de zero, para que caminhos infinitos de sítios

adjacentes da rede estejam ocupados por elementos condutores (por exemplo, pc = ⅓ para

rede hexagonais, ½ para redes quadradas e ⅔ para redes triangulares), ϕ é um fator que

depende no modo de acondicionamento das cargas de condução (por exemplo, ϕ = 1,11

para hexagonal), Rp é o tamanho de partícula do polímero e Rf é o tamanho de partícula das

cargas. Eles assumiram que as partículas de polímero são maiores e que suas superfícies

ficam uniformemente cobertas pelas cargas condutoras.

Young[75]

desenvolveu um estudo que evidencia uma relação de proporcionalidade

entre o tamanho e a forma das partículas dos compósitos e o limiar de percolação. O sistema

foi composto de NF disperso em politetrafluoretileno ambos na forma de pó. Os resultados

experimentais encontrados foram comparados com um conjunto de modelos de percolação

geométricos e concluiu-se que estes modelos podem ser utilizados semi-quantitativamente

para determinar baixos limiares de percolação elétrica. Estes modelos têm assumido as

partículas isolantes como esféricas ou cúbicas, onde a determinação da área de superfície

destas partículas é essencial para a exatidão quantitativa de qualquer dos modelos de

percolação geométrica. O autor obteve uma melhor adequação ao assumir o formato

elipsoidal em conjunto com a distribuição de tamanho das partículas.

1.5.3 Modelo do Volume Excluído

O conceito de volume excluído tem sido proposto para estimar o limiar de

percolação de compósitos contendo partículas não esféricas estatisticamente dispersas.

Balberg et al.[26]

basearam-se no conceito de volume excluído para propor seu modelo para

os NTC. O volume excluído é definido pelo volume em torno de um objeto no qual o centro

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de outro objeto semelhante não se sobrepõe a este objeto. Este conceito tem sido usado para

a predição do limiar de percolação de cargas como NF, G, NTC onde estes objetos são

considerados como esfera, disco e esferocilindro, respectivamente. Esta aplicação está

voltada para sistemas nos quais os objetos possuem grande razão de aspecto, como é o caso

dos nanotubos de carbono, não considerando a interação entre a carga e a matriz polimérica

[26].

Para Balberg et al.[26]

o limiar de percolação, φc, é inversamente proporcional ao

volume excluído do objeto estudado, Vex, conforme a relação descrita por:

. (1.7)

De acordo com este modelo, para um sistema em 3D pode-se definir a concentração

volumétrica crítica de percolação das partículas através do volume total excluído das

partículas Vex conforme a Equação 1.8.

(1.8)

onde Nc é o número total de partículas, Ve o volume excluído de cada partícula, e V é o

volume real da partícula.

Para esta distribuição e orientação de partículas com alta razão de aspecto, definiu-se

o objeto como um esferocilindro rígido (Figura 3) de comprimento L e raio R aleatoriamente

orientados em 3D pela Equação 1.9:

(1.9)

onde <sen (θ)> é o valor médio de sen (θ), que descreve o alinhamento das partículas, e θ é

a ângulo entre as mesmas. Um valor de sen (θ) = 0 significa que os nanotubos estão

perfeitamente alinhados. Para NTC aleatoriamente distribuídos o valor do ângulo é

assumido como π/4.

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Figura 1.2 – Estrutura Esferocilindro.

Com base nas Equações (1.8) e (1.9) outros autores[76,77]

desenvolveram equações

que tomavam como base o modelo do volume excluído[26]

, com a adequação na forma e no

volume excluído da partícula estudada. A percolação crítica de partículas, cujo volume

excluído foi considerado de um esferocilindro de comprimento L e diâmetro D, foi descrita

pela Equação 1.10.

(1.10)

Bug et al.[78]

propuseram uma equação para estudo da percolação elétrica para os

NTC onde o volume excluído foi modelado para um cilindro de comprimento L e diâmetro

D. O volume excluído de cada NTC foi definido pela Equação 1.11.

(1.11)

O valor de Ve calculado é utilizado na Equação 9 e a fração volumétrica crítica pode

ser descrita pela Equação 1.12.

(1.12)

Para cargas condutoras esféricas, como é o caso do NF, pode-se considerar que o

volume excluído de cada esfera seja expresso pela Equação 1.13 e pode ser aplicado com o

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mesmo princípio utilizado nos NTC para se obter a concentração crítica de partículas para a

formação da rede[79]

.

(1.13)

Porém, as morfologias de compósitos de NF não são comumente encontradas como

partículas esféricas, isto devido à difícil desagregação das partículas individuais dos

aglomerados no processo de dispersão que acabam por se organizar em estruturas diversas.

Deng et al.[80]

modelaram a percolação elétrica a partir da teoria do volume excluído

para Polipropileno (PP) e NTC e de PP e aglomerados de NF, considerando o NTC como

esferocilindros e as partículas de NF unidas como contas em um colar. Os autores

observaram que os valores para o limiar de percolação para ambos NTC e NF foram

coerentes para de orientação entre as cargas (θ) de 0-30°, diferentemente da aleatoriedade de

θ = 45° do modelo de Balberg, Equação 1.9, e tipicamente assumida por vários outros

trabalhos[78,79,81]

Estudos que tomam como base a teoria do volume excluído têm demonstrado

experimentalmente a proporcionalidade citada na Equação 1.7[78,81]

. A concentração

volumétrica crítica encontrada na Equação 1.8 é aplicada à Equação 1.2, fundamentada pela

lei das potências, que permite a descrição do comportamento da condutividade das

partículas condutoras em matrizes isolantes.

A grande maioria dos trabalhos teóricos descrevem modelos onde cargas condutoras

são consideradas como retas ou bastões rígidos. No entanto, esta não é a realidade da

estrutura dos NTC. A flexibilidade existente nestas cargas e a alta razão de aspecto formam

um emaranhado de partículas na matriz polimérica. Isto dificulta a modelagem da estrutura

e da orientação das partículas. Dalmas et al.[81]

mostraram que o limiar de percolação não é

influenciado significativamente quando a razão de aspecto da fibra é superior a 100. Já

Berhan & Sastry[79,82]

apresentam uma discussão mais ampla para sistemas com fibras de

alta razão de aspecto (da ordem de centenas ou milhares). Enquanto muitos trabalhos de

modelagem consideram os NTC como cilindros permeáveis ou “núcleo macio” (soft-core)

onde se assume que o limiar de percolação elétrica e geométrica ocorre simultaneamente,

estes autores comparam esta situação com uma mais realista: a de que os NTC não tem

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superposição direta uns com os outros, sendo chamados de “núcleo duro” (hard-core), e

que são ondulados e não bastões rígidos. Utilizando simulações de Monte Carlo foi

demonstrado haver uma proporcionalidade inversa entre o limiar de percolação e o volume

excluído para os dois modelos, “núcleo macio” e “núcleo duro”, demonstrando também que

a constante de proporcionalidade é governada pela razão de aspecto e que o modelo “núcleo

duro” é mais apropriado para a modelagem de compósitos onde o mecanismo da condução

elétrica é por tunelamento[79]

. Se as fibras são altamente curvas ou mesmo enroladas existe

uma diferença significativa na modelagem em relação às fibras rígidas e retas, sendo que

para fibras mais curtas o efeito da intensidade das curvas é muito mais pronunciado do que

para fibras longas na predição do limiar de percolação[82]

.

Quanto ao limiar de percolação elétrica dos sistemas contendo dois tipos de cargas

condutoras com diferentes formas, Sun et al.[38]

desenvolveram um estudo para NTC e NF

baseado na percolação das cargas individuais com uma adaptação à teoria do volume

excluído. O desenvolvimento deste estudo considera a Figura 1.3 e o modelo tem como

base a Equação 1.7 proposta por Balberg[26]

e é descrito pela Equação 1.14.

(1.14)

Os autores definem Vunit como o volume unitário, Nc como o número de objetos

necessários em Vunit para a percolação e, k como a constante de proporcionalidade que

mostra a relação entre Nc/Vunit e 1/V<ex>, ou seja, a relação inversamente proporcional entre

o número de objetos por unidade de volume de percolação em relação ao volume excluído

do objeto, que está relacionado à forma e à disposição do objeto. A constante de

proporcionalidade k se torna unitária quando a razão de aspecto do objeto é

significantemente grande e os objetos se encontram aleatoriamente orientados.

Se houver apenas um tipo de carga condutora, pode-se supor que a unidade de

volume Vunit é dividido por Nc volumes menores equivalentes (chamados pequenos

volumes), onde cada pequeno volume é V<ex>/k. Quando uma partícula condutora existe em

cada pequeno volume, a percolação ocorre e NcV<ex> / k = Vunit, o que equivale à Equação

1.14.

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23

Portanto, se houver apenas NTC como carga, pode-se supor que a média de volume

excluído de um objeto de NTC (individual ou aglomerado) é V<NTC> e a constante

correspondente é kNTC. Então, quando um objeto de NTC ocupa um pequeno volume,

V<NTC>/kNTC, a percolação ocorre (Figura 4a). Da mesma forma, se houver apenas NF como

carga, tem-se a média de volume excluído de um objeto de NF (tamanho médio de

agregados) como V<NF> e a constante é kNF. O pequeno volume é V<NF>/KNF, e assim como

para os NTC, quando um objeto de NF ocupa um pequeno volume, a percolação ocorre

como mostrado na Figura 4b. Para todos os casos ocorre a percolação.

Figura 1.3 – Ilustração do volume excluído para cargas simples: (a) NTC, (b) NF, (c)

mistura real das cargas (NTC e NF) e (d) situação extrema de mistura. [Reproduzido com

permissão de Sun, Y.; Bao, H-D.; Guo, Z.-X. & Yu, J. Modeling of the Electrical

Percolation of Mixed Carbon Fillers in Polymer-Based Composites - Macromolecules, 42,

p. 459 (2009). Copyright 2009 American Chemical Society]

Para um sistema contendo os dois tipos de cargas de condutoras, NTC e NF, o

volume unitário pode ser dividido em dois tipos de pequenos volumes, V<NTC>/kNTC e

V<NF>/KNF. Estes volumes estão ilustrados na Figura 4c, mas não representam a situação

real do modelo para cada volume pequeno, mas sim uma situação aleatória encontrada nos

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compósitos formados pelas duas cargas. A Figura 1.3d ilustra os pequenos volumes de cada

carga em uma situação extrema. Quando todos os pequenos volumes estão cheios, a

percolação ocorre e pode ser descrita pela Equação 1.15.

(1.15)

onde N´NTC e N´NF são os números de objetos NTC e NF, respectivamente. Como o número

de objetos de NTC (ou NF) é proporcional à concentração volumétrica dos NTC (ou NF)

em um determinado volume tem-se que:

(1.16)

(1.17)

VNTC e VNF são as frações reais volumétricas dos objetos de NTC e NF, φc,NTC e φc,NF são as

frações volumétricas de percolação das respectivas cargas se o volume unitário é

preenchido pelas cargas separadas, e NNTC e NNF, são os números de NTC e NF necessários

para que ocorra a percolação.

Aplicando as Equações 1.16 e 1.17 na Equação 1.15 a Equação 1.18 pode ser

obtida.

(1.18)

Da combinação das Equações 1.14 e 1.18:

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25

(1.19)

Como o Vunit está presente em todos os termos, a Equação 1.19, torna-se:

(1.20)

Isto significa que quando VNTC/φc,NTC + VNF/φc,NF = 1 as cargas condutoras começam

a formar a rede percolada na matriz polimérica. Se VNTC/φc,NTC + VNF/φc,NF > 1 as cargas

estão em contato e a matriz se torna condutora. No caso oposto, VNTC/φc,NTC + VNF/φc,NF < 1,

as partículas estão separadas e a resistividade elétrica na matriz é alta.

A concentração volumétrica apresentada na Equação 20

pode ser generalizada para concentrações em massa das partículas distintas A e B. Visando

a conveniência do uso prático e a necessidade de evitar a incerteza na determinação da

densidade das partículas, a Equação 1.20 pode ser escrita da forma:

(1.21)

onde mA e mB são as massas das partículas condutoras e pc,A e pc,B são as concentrações em

massa do limiar de percolação.

Sun et al.[38]

relataram alta adequação do modelo proposto com dados

experimentais obtidos da preparação de NTC/PP, NF/PP e NTC/NF/PP.

Socher et al.[30]

desenvolveram compósitos híbridos de Poliamida 12 com NTC e

NF com o objetivo de estudar a condutividade elétrica na mistura. Foram separados em dois

grupos de concentrações das cargas, 50% de NTC com 50 % NF em massa e 75% de NTC

com 25% de NF em massa. Os autores concluíram que limiares de percolação elétricos

obtidos experimentalmente foram maiores do que os calculados de acordo com Equação

1.21, indicando que não houve algum efeito sinergético no limiar de percolação elétrico

para estes sistemas híbridos.

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26

Resultados divergentes reforçam a necessidade de maior investigação do

comportamento destes sistemas onde cargas condutoras são dispersas em matrizes

isolantes, principalmente quando coexistem cargas com diferentes características

geométricas.

1.6 Discussão

A presente revisão apresentou uma discussão geral dos modelos propostos e

aplicados para explicar o comportamento de condutividade elétrica de compósitos

poliméricos com cargas condutoras. A teoria da percolação é assumida como base para

explicar o fenômeno e como ponto de partida dos modelos desenvolvidos. Os modelos

estatísticos são muito utilizados, porém estão limitados por não considerarem o efeito do

tamanho e formato das partículas. Os geométricos, embora assumam estas variáveis,

descrevem adequadamente os processos de sinterização e não são aplicáveis aos principais

métodos de preparação dos compósitos poliméricos. O modelo de volume excluído, por sua

vez, apresenta a possibilidade da inserção destas variáveis geométricas como forma,

tamanho e razão de aspecto, e tem se mostrado o de maior potencial na predição do limiar

de percolação em sistemas de polímeros modificados com cargas condutoras.

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CAPÍTULO 2

MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Materiais

Para a preparação dos nanocompósitos, o monômero utilizado foi o metacrilato de

metila (MMA) M/4950/08 da Fischer Cientific com 0,1% em água e estabilizado com

inibidor hidroquinona; o solvente escolhido foi a Acetona PA-ACS e o iniciador foi o 2,2

azoisobutironitrila (AIBN) Vaso 64 da DuPont. As cargas condutoras utilizadas foram: o

Negro de Fumo (NF) PRINTEX XE 2-B da Evonik Industries, com alta estrutura, cujas

principais propriedades constam na Tabela 2.1 e a micrografia eletrônica de transmissão

mostrada na Figura 2.2a; o Nanotubo de Carbono de paredes múltiplas (NTCPM) TNM2 da

Chengdu Organic Chemicals Co. Ltd., Chinese Academy of Sciences produzido através do

processo de deposição química a vapor e posteriormente purificado. As especificações

deste material estão contidas na Tabela 2.2 e a micrografia mostrada na Figura 2.2b.

Tabela 2.1 – Propriedades do NF PRINTEX XE 2-B [ANEXO I].

Propriedades Unidades Valores

Adsorção de Iodo mg/g 1025 – 1225

Ph - 6,3 – 9,3

Quantidade de Vanádio ppm 5000

Quantidade de Níquel ppm 2500

Quantidade de Ferro ppm 1800

Resistividade Elétrica (8 wt% NF) Ohm.cm 42,0

Tamanho da partícula nm ≈ 30

Densidade da partícula g/cm³ 1,7

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Tabela 2.2 – Propriedade do NTCPM TNM2 [ANEXO II].

Propriedades Unidades Valores

Grau de pureza % >95

Diâmetro externo nm 8 – 15

Diâmetro interno nm 3 – 5

Comprimento µm ≈ 50

Área Superficial m²/g >233

Densidade g/cm³ ≈ 2,1

Condutividade elétrica S/cm 100

A Figura 2.2 mostra a microscopia eletrônica de transmissão das cargas puras após

diluição em solvente. Pode-se obervar alta ramificação da estrutura do NF, Figura 2.2a, e o

alto nível de aglomeração dos tubos, que sugerem a alta razão de aspecto descrita pelo

fabricante, Figura 2.2b.

Figura 2.2 Micrografia: a) NF puro e b) NTCPM puro.

2.2 Método de preparação dos nanocompósitos

Os nanocompósitos foram preparados por polimerização in situ do MMA e foi

realizado considerando-se 3 parâmetros:

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A escolha do solvente que melhor se adeque ao processo de polimerização do

PMMA e à dispersão das nanocargas.

O tipo de ultrassom, sonda ou banho, que melhor promova a dispersão das cargas na

solução e minimize o processo de reaglomeração.

O tempo de sonificação, que pode influenciar na formação das cadeias,

consequentemente na massa molar do polímero na dispersão e na geometria das

cargas quando dispersas na matriz.

Os parâmetros escolha do solvente e tipo de ultrassom foram definidos em uma

única etapa. Os dois tipos de solventes, Acetona e Álcool etílico, serviram como base para a

dispersão de uma mesma concentração de NTCPM. Estas amostras passaram por testes

preliminares de dispersão utilizando os dois tipos de ultrassom para avaliar a capacidade de

dispersão dos NTCPM e nível de reaglomeração. A avaliação visual, após dispersão das

cargas por 15 min e descanço de 2h, mostrou que a solução de NTCPM/Acetona dispersa

com a sonda ultrassônica foi a melhor condição encontrada (Figura 2.1). Não foi observada

a precipitação (reaglomeração) das nanocargas, sugerindo uma melhor afinidade deste

solvente com a carga, o que favorece uma melhor dispersão durante o processo de

polimerização in situ.

Figura 2.1 – Análise visual da dispersão dos NTCPM.

Após determinação do solvente adequado para o processo de polimerização in situ,

foi realizado o seguinte processo:

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Purificação do monômero em uma coluna 311332 da Aldrich, para a remoção da

hidroquinona.

Remoção de traços de água do monômero com adição de Sulfato de Magnésio

99%.

Preparação das amostras em frascos de vidro de 50 mL onde foram adicionadas

concentrações 2:1 de Acetona PA para monômero MMA, 16,7 mmol.L-1

de

AIBN e a concentração previamente determinada de NTCPM.

A sonificação foi realizada em Sonda Ultrassônica, UP400S, da Hielscher sob

potência de 100 W com pulso constante e frequência de 24 KHz por 20 min.

Polimerização do MMA foi realizada em banho térmico a 60ºC por duas horas,

sem agitação, após remoção do O2 da solução através da purga com N2.

Para garantir que todo o MMA fosse polimerizado a solução permaneceu em

estufa a 80ºC por 24h.

Obtenção dos filmes por casting foi realizada à temperatura ambiente após

deposição da solução em béquer de 100mL.

As amostras apresentaram medidas 55 mm de diâmetro e aproximadamente 0,5

mm de espessura.

Permanência das amostras em estufa a 80ºC por 2 horas para a remoção de

qualquer traço de solvente.

As frações volumétricas dos componentes polimerizados foram determinadas a

partir de medições de densidade das cargas, por picnometria gasosa, e do

PMMA, por picnometria de líquida.

2.3 Etapas

A parte experimental deste trabalho foi dividida em 3 etapas:

Etapa 1. Determinação das condições de preparação dos nanocompósitos.

Esta etapa teve como objetivo o estudo da dispersão das cargas na matriz

polimérica, bem como a determinação das condições de polimerização de PMMA, e foi

descrita nos Capítulos 2 e 3 ( Figura 2.3).

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Figura 2.3 – Fluxograma Etapa 1.

Etapa 2. Determinação dos limiares de percolação elétrica dos compósitos formados pelas

cargas individuais e híbridas. Esta etapa foi subdividida na determinação do limiar do

nanocompósito, como sistema NF/PMMA (Figura 2.4) , o sistema NTCPM/PMMA (Figura

2.5) e o sistema híbrido NTCPM/NF/PMMA (Figura 2.6).

Figura 2.4 – Fluxograma Etapa 2 – NF/PMMA.

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Figura 2.5 – Fluxograma Etapa 2 – NTCPM/PMMA.

Figura 2.6 – Fluxograma Etapa 2 – NTCPM/NF/PMMA.

Etapa 3. Simulação pelo método de Monte Carlo aplicados à teoria do volume excluído dos

valores de percolação elétrica das cargas individuais e híbridas, e análise comparativa com

os resultados experimentais (Figura 2.7).

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Figura 2.7 – Fluxograma Etapa 3.

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CAPÍTULO 3

ESTUDO DA DISPERSÃO EM ESCALA SUB-MÍCRON DE NANOTUBOS DE

CARBONO DE PAREDES MÚLTIPLAS E PMMA VIA POLIMERIZAÇÃO IN

SITU

Marcel S. Marchesin, Paulo H. S. L. Coelho, Julio R. Bartoli, Ana R. Morales.

3.1 Resumo

O trabalho descreve a obtenção de compósitos de polimetacrilato de metila e nanotubos de

carbono de paredes múltiplas com o objetivo de estudar o efeito da concentração de carga e

o tempo de agitação ultrassônica na dispersão dos nanotubos na matriz polimérica. Os

compósitos foram preparados por polimerização in situ, após agitação magnética, e

caracterizados através de Microscopia Óptica e Calorimetria Diferencial Exploratória. A

microscopia óptica revelou que o estado de dispersão das nanopartículas para determinadas

condições de síntese é favorável à percolação elétrica do nanotubos devido à ausência de

aglomerados em escala micrométrica. Em relação às análises térmicas, não foram

observadas alterações significativas nas Tg entre os compósitos e o polímero, indicando

massas molares típicas deste polímero na presença dos nanotubos de carbono.

Palavras-chave: Nanotubos de carbono, PMMA, compósitos.

Abstract: The formation of composites of poly- methylmethacrylate containing multi-

walled carbon were obtained to study the effect of concentration of nanotubes and time of

ultrasonic agitation on the dispersion of nanotubes in the polymer matrix. The composites

were prepared by “in situ” polymerization, after magnetic stirring and characterized by

Optical Microscopy and Differential Scanning Calorimetry. Optical microscopy showed

that a certain degree of dispersion of that very low amount of nanotubes could be favorable

for electrical percolation due to the absence of micrometric particles. Concerning to thermal

analysis, no significant changes were found on Tg among composites and polymer. This

fact suggests typical molecular weight of poly-methylmethacrylate has been reached in the

presence of carbon nanotubes.

Key-words: Carbon nanotubes, PMMA, composites.

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3.2 Introdução

Desde a descoberta dos nanotubos de carbono (NTC) [1] grande atividade

acadêmica está sendo foi dedicada à exploração de suas propriedades mecânicas, térmicas e

elétricas, [2-4] através da preparação de materiais nanocompósitos que se beneficiam de

uma ou mais destas características, na busca de aplicações para diversos tipos de

dispositivos [5]. Logo, os NTCs têm grande potencial para uso em uma variedade de

aplicações como, emissão de campo elétrico, plásticos condutores, condutores térmicos,

adesivos condutivos, suporte de catalisadores, aplicações biológicas, filtração de ar e água,

entre outras [6].

Algumas destas aplicações envolvem a preparação de nanocompósitos condutivos a

partir de matrizes poliméricas isolantes modificadas com nanotubos de carbono (NTCs).

A viabilidade da utilização destes materiais em determinadas aplicações tem sido

limitada pela dificuldade em obter-se boa dispersão dos nanotubos. Diferente das cargas

convencionais, como partículas esféricas, fibras de carbono, silicatos em camada os NTCs

possuem uma alta razão de aspecto (>1000) e grande área superficial, além de ligações de

van der Walls, responsáveis por alta interação entre os nanotubos. A dispersão dos NTCs

deve ser considerada em dois aspectos distintos: primeiro seria a quebra dos aglomerados

que ocorre em escalas micro e nanométrica e segundo a distribuição uniforme dos

nanotubos ao longo da matriz [6].

Existem diversas técnicas na literatura que descrevem a dispersão de nanotubos de

carbono em matrizes poliméricas [7-9], no entanto, pouca informação tem sido relatada

sobre os princípios e as características dessas técnicas.

Neste trabalho, nanotubos de carbono de paredes múltiplas (NTCPM) em

polimetacrilato de metila (PMMA) foram estudados, com o objetivo de estudar a dispersão

das nanocargas, variando-se a concentração de NTCPM e o tempo de ultrassonificação. A

rota proposta destaca-se pela simplicidade e baixo custo apoiada no fato de dispensar etapas

custosas de funcionalização oxidante dos NTCPM que comprometem suas propriedades

elétricas e mecânicas.

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3.3 Experimental

O NTCPM utilizado foi o TNM2 da Chengdu Organic Chemicals Co. Ltd,

produzido através do processo de deposição química a vapor e posteriormente purificado,

atingindo uma pureza de 95%. O monômero utilizado foi o metilmetacrilato M/4950/08 da

Fischer Cientific com 0,1% em água e estabilizado com inibidor hidroquinona. O solvente

escolhido foi a Acetona PA-ACS, da QUEMIS, por obter uma melhor afinidade com o

NTCPM. A polimerização ocorreu na presença do iniciador 2,2 azoisobutironitrila (AIBN)

Vaso 64 da DuPont.

O monômero foi previamente purificado em uma coluna 311332 da Aldrich, para a

remoção da hidroquinona. Posteriormente, Sulfato de Magnésio 99% foi adicionado ao

monômero com o propósito de remover os traços de água contidos no material. As amostras

foram preparadas em frascos de vidro onde foram adicionados: 6 ml de Acetona PA, 3 ml

de MMA, 16,7 mmol.L-1

de AIBN e as concentrações de NTCPMs especificadas no

planejamento fatorial da Tabela 1. As soluções foram purgadas com N2, e posteriormente

sonificadas em Agitador Ultrassônico, UP400S, da Hielscher sob potência de 100 W com

pulso constante e freqüência de 24 KHz durante 2 ou 20 minutos conforme a Tabela 3.1. As

soluções sonificadas atingiram temperatura de 61ºC e foram submetidas a 60ºC por duas

horas, sem agitação para o prosseguimento da polimerização. Por fim, os filmes dos

compósitos foram obtidos por casting à temperatura ambiente.

Tabela 3.1 – Formulações e tempos de processo.

Amostras Concentração de NTCPM (PCR) Tempo de Ultrassom (min)

1 1 20

2 0,1 2

3 0,1 20

4 1 2

Os estados de dispersão em escala micrométrica das amostras foram analisados

utilizando-se um microscópio óptico LEICAQ500JW. As transições térmicas dos

compósitos e do polímero puro foram estudadas por Calorimetria Diferencial Exploratória

(DSC) em equipamento DSC TA Instruments, modelo 2920. As análises foram conduzidas

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da temperatura ambiente até 150ºC com rampa de aquecimento de 20°C/min, sob fluxo

contínuo de nitrogênio a uma taxa de 55 ml/min. Em seguida todas as amostras foram

submetidas a uma segunda rampa de aquecimento nas mesmas condições da primeira.

3.4 Resultados e Discussão

A Fig. 3.1 mostra, em escala micrométrica, regiões representativas das amostras de

PMMA/NTCPM, ilustrando a distribuição dos NTCs na matriz polimérica com a variação

do tempo de ultrassonificação e da concentração de cargas. As Fig. 3.1a e Fig. 3.1b, que

correspondem aos 2 minutos de agitação ultrassônica para dois teores de NTCPM

diferentes (0,1 e 1 pcr), revela a presença de aglomerados não dispersos por toda a amostra

sugerindo heterogeneidade no tamanho dos agregados de nanotubos e pobre dispersão. As

Fig. 3.1c e 3.1d, mostram dispersões de qualidade superior, comparadas às Fig. 3.1a e 3.1b,

indicando que o tempo de ultrassom foi o fator determinante na dispersão dos aglomerados.

Isto é, nas duas concentrações utilizadas foram minimizados os vazios encontrados nos

filmes de compósitos (Fig. 3.1c) e não são mais visivéis na mesma escala de observação

na Fig. 3.1d. A comparação destes resultados com outros estudos [10-11] leva a supor que

os filmes de compósitos vistos na Fig. 3.1d tenham um estado de dispersão favorável à

percolação elétrica do nanotubos em baixas concentrações em escala sub-micron na matriz

polimérica. Análises morfológicas via Microscopia Eletrônica de Transmissão e

caracterizações elétricas estão sendo programadas para tais compósitos de

PMMA/NTCPM.

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Figura 3.1 – Microscopia Óptica dos compósitos: (a)PMMA/0,1NTC/2min;

(b)PMMA/1NTC/2min; (c) PMMA/0,1NTC/20min e (d) PMMA/1NTC/20min.

Na Fig. 3.2 são comparadas as curvas do primeiro e do segundo aquecimento no

DSC para as amostras do compósito PMMA/1,0NTCPM/20min, com melhor dispersão

identificado por microscopia óptica, (Fig. 3.1d) e a amostra de PMMA. No primeiro

aquecimento, observa-se uma reação exotérmica na faixa de 100 a 150 ºC, diferindo apenas

em cerca de 10ºC entre o compósito e o PMMA, sugerindo, portanto, que os nanotubos

dispersos na matriz de PMMA participam sem alterar a cinética reacional. Esta reação

corresponde à polimerização complementar do PMMA, indicando que ainda havia presença

de resíduos ativos de iniciador e monômero [12].

Na segunda corrida, os processos exotérmicos não são mais observados, a Tg pode

ser identificada pela transição na faixa de 100 a 120 ºC. Os valores das respectivas Tg foram

obtidos pelos pontos de máximo da segunda derivada do fluxo de calor em relação à

temperatura. Nota-se que a presença dos nanotubos de carbono, mesmo com diferentes

níveis de dispersão, não alterou significativamente os valores de Tg, variando de 107 a 109

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aleatoriamente para as diferentes amostras sendo que o valor da Tg para o polímero puro

encontrado foi 108ºC. Este fato evidencia que os compósitos são obtidos sem influência na

cinética reacional.

20 40 60 80 100 120 140 160-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

0,2

Flu

xo

de

Ca

lor

(mW

/g)

Normalizado pela massa da amostraPrimeira Corrida

PMMAPMMA/NTC

20 40 60 80 100 120 140 160-1,0

-0,8

-0,6

-0,4

-0,2

0,0

Flu

xo

de

Ca

lor

(mW

/g)

Temperatura (ºC)

Segunda Corrida

Normalizado pela massa da amostra

PMMA/NTC

PMMA

Figura 3.2 – Curva de DSC das amostras 4 (PMMA/1NTC/20min) e 5 (PMMA puro).

3.5 Conclusões

A rota de preparação dos compósitos de PMMA/NTCPM se destaca pela sua

simplicidade e baixo custo uma vez que se utilizam temperaturas relativamente baixas,

baixos tempos de agitação e uma única etapa. As análises de microscopia óptica mostraram

que compósitos produzidos com teor de 1 pcr de NTCPM e tempo de ultrassonificação de

20 min, apresentou estado de dispersão favorável à percolação elétrica do nanotubos, ainda

a ser analisada. Isto é assumido, devido à ausência de aglomerados, o que sugere que as

partículas estão distribuídas em escala sub-micron na matriz polimérica. Em relação à

cinética de polimerização não foram verificados efeitos contrários sobre a Tg, indicando

que provavelmente massas molares típicas do PMMA foram obtidas para a fase polimérica

nos compósitos. O pico na primeira corrida evidenciou alguns restícios monoméricos, que

serão solucionados com o aumento no tempo de polimerização para 24 horas à 80ºC, após

dispersão dos materiais. De forma geral, estes resultados iniciais evidenciam o potencial

tecnológico na aplicação da rota estudada neste trabalho para obtenção de compósitos de

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NTCPM em PMMA em uma vasta gama de dispositivos como substratos transparentes,

condutores elétricos e com propriedades mecânicas reforçadas.

3.6 Referências Bibliográficas

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CAPÍTULO 4

COMPARATIVE STUDY OF THE ELECTRICAL PERCOLATION AND

DISPERSION OF CB/PMMA COMPOSITES

Paulo Henrique da Silva Leite Coelho, Ana Rita Morales

4.1 Abstract

Percolation theory describes the behavior of connected clusters in a random graph to

predict the formation of a network with a critical sites concentration for which the property

is greatly changed. The electrical conductivity percolation threshold of the materials

composed of conducting particles embedded in a non-conducting host matrix has been

investigated. This work reports a comparative study of the electrical percolation and

dispersion of carbon black/poly(methyl methacrylate) (CB/PMMA) composite. An in-situ

dispersion polymerization method was adopted to synthesize the composites. Films were

prepared by casting for the investigation of their electrical and dispersion characteristics.

Electrical properties were further examined via four-probe method at room temperature.

The dispersion was studied by Small Angle X-ray Scattering. The electrical conductivity of

PMMA was enhanced by up to 10 orders of magnitude for both CB and MWCNT. The

composites conductivity (σ) follows a percolation scaling law with the critical

concentration pc to form a conductive network. It was shown that the addition CB

composites improved the electrical conductivity of composites: a low percolation threshold

was achieved with 1.5 vol% CB particles. SAXS detected that CB aggregates form fractal

structures evidencing a low dispersion, but showing that this level of aggregation favors the

formation of a conducting network by decreasing the percolation threshold.

Keywords: Carbon Black, percolation, conductivity, SAXS.

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46

4.2 Introduction

Electrically conductive particles, such as metallic powder, graphite, carbon black (CB)

and carbon nanotubes when added above a critical concentration into an insulating resin has

been a useful method to produce conductive composites1.

Developing these conductive polymeric composites enables a number of applications

previously limited to metals such as piezoelectric materials2, conducting adhesives

3, tissues

and antistatic materials4, electromagnetic shielding

5 and chemical sensors

6.

The properties of carbon black (CB) particles and CBs carbon black–polymer

composites have been studied intensively in the last 40 years7. In particular, there were

numerous studies of their percolation and electrical properties7-11

. Most of the wave

propagation in these composite materials is certainly the fact that their excellent theoretical

electrical conductivity and/or their low cost.

The main aspect related to introduce conductive properties to an insulating polymer by

adding conductive particles is the relation between the conductivity and the amount of the

particles. Thus, above a critical concentration, the conductivity value of the composite

raises significantly. This behavior is associated to the formation of an interconnected

network of conductive particles as described by the percolation theory12

. The particle’s size

and geometry are secondary factors affecting the percolation behavior13

. The knowledge of

the critical percolation concentration of the particles into the nanocomposite and how to

minimize it is relevant to reduce costs as well as to control other properties of the

composite.

Several physical models were developed in order to explain this phenomenon and

predicting the percolation threshold. In an important review done by Lux12

, these models

are discussed considering the microstructural aspects of the mixtures.

According to the classic theory of percolation, the percolation threshold (pc) can be

obtained by the power law relationship, relating the volumetric electrical conductivity (σ) to

the volumetric concentration of conductive filler into the matrix (p). The Eq(4.1) describes

the phenomenon:

t

cpp )( (4.1)

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47

wherein t is the critical exponent and is related to network dimensional aspects.

The real percolation threshold is also dependent of several other properties such as

the chemical nature of the components, connectivity between the phases, preparation

method, filler dispersion among others14

. This approach remarks the importance of a

morphological analysis of the composite in order to correlate the preparation variables to

the characteristics of the percolation network obtained.

SAXS is particularly interesting for the analysis of the spatial arrangement of particles in

polymers and liquids. This procedure has been applied to study nanocomposites of CB in a

thermoplastic polymer15,16

. The scattering intensity has been shown to follow a power law

as:

qqI )( (4.2)

where q = 4πsin(θ)/λ is the scattering vector being 2θ the scattering angle and λ the

wavelength of the radiation used. This type of power law is characteristic of the scattering

by fractals. Values of α = 1, 2, 3 are expected when the scattering objects are rods, discs

and spheres, respectively15

.

In this work, CB at several concentrations were dispersed into methyl methacrylate

monomer (MMA), followed by in situ polymerization, in order to correlate the filler

dispersion to the volumetric electrical conductivity of the obtained CB/PMMA

nanocomposites. The percolation threshold of the nanocomposite volumetric conductivity

was determined by applying the power law relationship. Dispersion characteristics of the

conductive filler in the polymeric matrix were discussed for composites formulations

containing loads of CB close to the percolation threshold as well as close to the

conductivity limit.

4.3 Materials and Methods

The conductive carbon blacks used, Printex – XE2 from Evonik Degussa GmbH.

The monomer was the MMA M/4950/08 from Fischer Scientific stabilized with

hydroquinone. The solvent employed was acetone PA-ACS from QUEMIS. The

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48

polymerization was conducted in presence of the initiator 2,2′-Azobys(2-

methylpropionitrile) (AIBN) Vaso 64, DuPont.

The monomer was previously purified using a 311332 column of Sigma Aldrich to

remove hydroquinone. In sequence, water traces were removed with magnesium sulfate.

Pre mixtures were prepared by adding different concentrations of CB into glass tubes

containing 6 ml of acetone, 3 ml of MMA, and 16.7 mmol.L-1

of AIBN. The solutions were

purged with N2, and then submitted to ultrasonic stirring using a UP400S probe, by

Hielscher, power of 100 W and constant pulse frequency of 24 KHz for 20 minutes. The

polymerization processes of the sonicated solutions were completed after 24 hours at 80 °C.

The obtained products were black and homogeneous liquids used as precursors to make

polymeric films by casting on a PTFE circular planar substrate, at room temperature. The

samples measured 55 mm in diameter and approximately 0.5 mm thick. The volume

fractions of the polymerized components were determined from density measurements of

CB, measured by gaseous pycnometer [APÊNDICE IV], and PMMA, by liquid

pycnometry. The nanocomposites formulations were prepared as shown in Table 4.1.

Table 4.1: Weight and volume loads of CB in the nanocomposites of PMMA.

samples CB wt. (%) CB vol. (%)

1 1 0.6

2 2 1.2

3 3 1.8

4 5 3

5 6 3.7

6 7 4.3

7 10 6.3

8 12 7.6

9 16 10.3

The volumetric electrical conductivity of CB/PMMA films was determined by a

four point probe test, Jandel Universal Probe, RM3.

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49

SAXS analyses were performed on the D01ASAXS1 beam line of the Brazilian

Synchrotron Light Laboratory (LNLS). SAXS experimental sections were done on two

runs, according to the distance between detector and sample cell, incorporated to a vacuum

chamber of 3.5 x 10-2

torr. The scattered beam (λ = 0.1488 nm) was detected in a Pilatus

300k area detector placed, for SAXS, at 1300 mm away from the sample. A polyimide film

(Kapton) was used for calibration (time 100 s). Each sample frame was collected during 5

s.

4.4 Results and Discussion

Figure 4.1 shows the electrical conductivity of CB/PMMA nanocomposites samples

as a function of volumetric concentration of CB. It was not observed any change on

conductivity for systems with 0.6 and 1.2 vol. (%) of CB. The conductivity values in this

range were around 10-11

S/cm, typical of dielectric materials. However, CB/PMMA

nanocomposites containing loads of 1.8 vol. (%) exhibits an expressive increase on its

electrical conductivity, reaching values between 10-3

and 10-2

S/cm. The conductivity

values continue to increase for higher loads of CB to 10-1

S/cm with 7.6 vol. (%) of CB.

Such increase corresponds to a raise of 10 orders of magnitude in comparison to the low

loaded samples. The range between 0.1 - 10 S/cm was previously related for semiconductor

composites of CB dispersions in polymer matrix13

.

In order to determine the critical percolation threshold on electrical conductivity, it

was applied the power law relationship, according to the classical model of percolation

theory, described in Eq(1). Experimental results were analyzed based on the double

logarithmic graphic log σ vs. log σ (p - pc) (Figure 3.1) varying the value of pc until the best

linear fit was obtained.

The experimental pc value was 1.5 vol. (%) of CB or approximately 2.5 wt. (%),

which is in accordance to other studies discussed in the literature, where the values of

critical percolation are between 2-6.5 wt. (%) for high-structure carbon black17

. The critical

exponent t is dependent on the system dimension, whose value is set between 1.65 and 2

for three-dimensional network9,18,19

. In the case of the composites studied in this work the

value of t obtained was 1.18 ± 0.09 for a regression coefficient of 0.96. This difference

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50

occurred because the percolation critical exponent strongly depends on the particular type

of the CB9,20

, which the experimental t may be quite different from the theoretical values,

and conductivity often exhibits an exponential behaviour at p < pc. The theory has been

modified in order to account for the complex geometry and the structure of the aggregates9.

It is also clear that a proper description of the electrical behaviour of CB–polymer

composites cannot dismiss the effect between the conducting aggregates21-23

.

Figure 4.1 - Volumetric electrical conductivity as a function of CB concentration for

CB/PMMA nanocomposites.

Figure 4.2 shows the SAXS scattered intensity at room temperature as a function of

the scattering vector q for the CB/PMMA nanocomposites, whose CB volume

concentration was labeled on the right. The results are plotted in a logarithmic scale to

emphasize the power law relationship. The slope values of α ≈ 3.3-3 are indicating two

features: first, that CB aggregates form fractal structures, and when α converges to 3, these

scattering objects are seem as a sphere15

, second, initials values α = 3.28 (0.6 vol. (%) CB)

and α = 3.32 (1.8 vol. (%) CB), showed values of SAXS data from compacted CB yield

scattering exponents greater than 3 suggesting power-law pores or power-law surface

roughness24

. Keefer & Schaefer25

studied the synthetic fractals and the power law scattering

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51

curves from SAXS were obtained, showing a continuous change in surface scattering (2.8 <

α < 3.6) that can be interpreted as fractal roughness, fractal polydispersity or a combination

thereof.

The preparation method of composites did not show the elemental level of a CB and

this low dispersion of filler was related to the aggregated structures of CB as a fractal rope

network that could cause a weakening of the mechanical properties. On the other hand, as

far as the electrical properties are concerned, the situation could be quite the opposite,

because these aggregates favor the formation of a network electrical percolation. It is

known in the field of carbon-black polymer composites, that the level of aggregation

promotes the formation of a conducting network by decreasing the percolation threshold8,26-

28.

Figure 4.2 - SAXS intensity as a function of the scattered q-vector plotted in a logarithmic

scale for nanocomposites of CB/PMMA.

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52

4.5 Conclusion

The preparation of conductive nanocomposites by in situ polymerization of

CB/PMMA showed to be an efficient method to increase the volumetric electrical

conductivity of the matrix up to 10 orders of magnitude, with values of 10-4

to 10-3

S/cm,

making off the dielectric PMMA into a semiconductor. The power law percolation model

was accurate to determine the critical concentration. It was determined a percolation

threshold of 1.5 vol. (%) of CB for the studied composites. Small-angle scattering analysis

detected the presence of CB aggregates, being identified as fractal structures. These

aggregates could be expected since the presence of these clusters influences the formation

percolation network and increases in electrical conductivity.

4.6 References

1 Bauhofer W., Kovacs J. Z. A review and analysis of electrical percolation in carbon

nanotube polymer composites, Compos. Sci. Tech. 69 (2009), 1486-1498.

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adhesives. Mcro. Reliab. 51 (2011), 1230-1234.

4 Li C., Liang T., Lu W., Tang C., Hu X., Cao, M., Liang, J. Improving the antistatic ability

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materials. Carbon. 39 (2001), 279-285.

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properties and applications of carbon based nanocomposite materials: An overview. Surf.

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53

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York.

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10 Balberg I. A comprehensive picture of the electrical phenomena in carbon black–polymer

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11 Carmona F. Conducting filled polymers, Physica A. 157 (1989), 461-469.

12 Lux F. Models proposed to explain the electrical conductivity of mixtures made of

conductive and insulating materials, J. Mat. Sci. 28 (1993), 285-301.

13 Strümpler R, Glatz-Reichenback J. Conducting polymers composites. J. Electroc. 3

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14 Ponomarenko A. T., Shevchenko V. G., Enikolopyan N. S. Formation processes and

properties of conducting polymer composites, Adv. Pol. Sci. 96 (1990), 125-147.

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16 Rieker, T. P., Misono, S., Ehrburger-Dolle, F. Small-Angle X-ray Scattering from

Carbon Blacks:Crossover between the Fractal and Porod Regimes, Langmuir, 15 (1999),

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17 Al-Saleh M., Sundararaj U., 2008, EMI shielding properties of high structure carbon

black filled polymer blends, Macromol. Mater. Eng. 293 (2008), 621-630.

18 Kirkpatrick S., 1973, Percolation and conduction, Rev. Mod. Phys. 45, 574-588.

19 Newnham R. E., Skinner D. P., Cross L. E. Connectivity and piezoelectric- pyroelectric

composites, Mat. Res. Bull. 13 (1978), 525-536.

20 Rubin Z., Sunshine S. A., Heaney M. B., Bloom I., Balberg I. Critical behavior of the

electrical properties in a tunneling percolation system. Phys. Ver. B. 59 (1999),12196–

12199.

21 Sichel E. K.,Gittelman J. I. Electrical properties of carbon-polymer composites, J.

Electron. Mater. 11 (1982), 699-747.

22 Sarychev A. K., Brouers F. New Scaling for ac Properties of Percolating Composite

Materials, Phys. Rev. Lett. 73 (1994), 2895-2898.

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54

23 Hakizabera P., Deltour R., Brouers F. Non Universal Scaling Law Exponents in the AC

Dielectric Response of Polymer-Carbon Black Composites Mat. Res. Soc. Symp. Proc. 367

(1995), 423-425.

24 Schaefer, D. W., Hurd, A. J. In Proceedings of the Symposium on the Chemistry and

Physics of Composite Media, vol. 85-88 (1985) edited by M. Tomkiewicz & E N. Sen,

Pennington, New Jersey: The Electrochemical Society, 54-62.

25 Keefer, K. D., Schaefer, D. W. Growth of Fractally Rough Colloids, Phys. Rev. Lett. 56

(1986), 2376-2379.

26 Connor M., Roy S., Ezquerra T. A., Baltá-Calleja F. J. Broadband ac conductivity of

conductor-polymer composites. Phys. Rev. B. 57 (1998), 2286-2294.

27 García-Gutiérrez M. C., Nogales A., Hernández J. J., Rueda D. R., Ezquerra T. A. X-ray

scattering applied to the analysis of carbon nanotubes, polymers and nanocomposites. Opt.

Pura Apli. 40 (2007), 195-205.

28

Hernández J. J., García-Gutiérrez M. C., Nogales A., Rueda D. R., Ezquerra T. A. Small-

angle X-ray scattering of single-wall carbon nanotubes dispersed in molten poly(ethylene

terephthalate). Compos. Sci. Tech. 66 (2006), 2629-2632.

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55

CAPÍTULO 5

ELECTRICAL PERCOLATION, MORPHOLOGICAL AND DISPERSION

PROPERTIES OF PMMA/MWCNT NANOCOMPOSITES

Paulo Henrique da Silva Leite Coelho, Marcel Silva Marchesin, Ana Rita Morales,

Julio Roberto Bartoli

5.1 Abstract

Nanocomposites of poly(methyl methacrylate) (PMMA) and carbon nanotubes have

a high potential for applications where conductivity and low specific weight are required.

This work concerns investigations of the level of dispersion and morphology on the

electrical properties of in situ polymerized nanocomposites in different concentrations of

multi-walled carbon nanotubes (MWCNT) in a PMMA matrix. The electrical conductivity

was measured by the four point probe. The morphology and dispersion were analyzed by

Transmission Electron Microscopy (TEM) and Small Angle X-ray Scattering (SAXS). The

correlation between electrical conductivity and MWCNT amount presented a typical

percolation behavior whose electrical percolation threshold determined by power law

relationship was 0.2 vol. (%). Morphological analysis indicates the formation of a 3D

network of MWCNT randomly arranged. SAXS detected that MWCNT aggregates form

fractal structures and the dispersion of carbon nanotubes down to the elemental level of a

single nanotube is a quite complex process.

Key-words: percolation, SAXS, carbon nanotubes, PMMA

5.2 Introduction

Electrically conductive particles, such as metallic powder, graphite, carbon black

(CB) and carbon nanotubes (CNT) when added above a critical concentration into an

insulating resin has been a useful method to produce conductive composites1.

Developing these conductive polymeric composites enables a number of

applications previously limited to metals such as piezoelectric materials2, conducting

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56

adhesives3, tissues and antistatic materials

4, electromagnetic shielding

5 and chemical

sensors6.

Some of these application demands the preparation of electrical conductive

nanocomposites from insulating polymeric matrices modified by CNT. Unlike conventional

spherical particles, carbon fibers or layered silicates, CNT are very lengthy nanoparticles

with high values of aspect ratio (>1000) and surface area (>1000 m2/g). The application of

such materials, however, has been limited by the strong Van Der Walls forces among the

nanotubes surfaces favoring the formation of agglomerates and poor dispersion states.

Since the discovery of carbon nanotubes by Iijima7 the scientific activities in this

field have followed an exponential increase due to the remarkable physical properties of

this carbon nanoparticles8,9

.

CNT can be visualized as a graphen layer, essentially a single sheet of graphene,

which has been rolled up to form a tube. For this reason CNT inherit has the chemical

stability similar to the graphite.

In particular, some mechanical properties of carbon nanotube have been reported to

be outstanding. For example, Young Modulus in the range of 1TPa compares to that of

diamond (1.2 TPa) while tensile strength (40-50 GPa) is in the range of the steel8,10

.

Therefore, CNT are expected to be the basis of a new generation of advanced

materials including a new class of polymer nanocomposites11

.

The electronic properties of single-walled carbon nanotubes (SWCNT) are quite

distinct from MWCNT. The chirality associated to the carbon atoms arranged in a single

wall allows metallic or semimetallic behavior which is interesting to optoelectronic

research. Aside, a nanotube with several walls, which can be produced in larger scale,

behaves as a zero-gap metal which makes the carbon nanotube of interest for applying as

conductive nanofiller in electronic nanomaterials1.

A nanocomposite can be defined as a nanomaterial in which the total interfacial

phase becomes the critical parameter rather than the volume fraction of the filler11

whose

properties are governed by the interfacial interactions. The high aspect ratio and nanoscopic

scale of carbon nanotubes provide CNT-based nanomaterials whose properties are

unobserved in isolated components.

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The dispersion must be interpreted concerning two distinct aspects: first, the

agglomerates must to be dissociated in order to individualize the CNTs; posteriorly, must to

be distributed randomly in the polymeric matrix12

.

The main aspect related to introduce conductive properties to an insulating polymer

by adding conductive particles is the relation between the conductivity and the amount of

the particles. Thus, above a critical concentration, the conductivity value of the composite

raises significantly. This behavior is associated to the formation of an interconnected

network of conductive particles as described by the percolation theory13

. The particle’s size

and geometry are secondary factors affecting the percolation behavior14

. The knowledge of

the critical percolation concentration of the particles into the nanocomposite and how to

minimize it is relevant to reduce costs as well as to control other properties of the

composite.

Several physical models were developed in order to explain this phenomenon and

predicting the percolation threshold. In an important review done by Lux13

, these models

are discussed considering the microstructural aspects of the mixtures.

According to the classic theory of percolation, the percolation threshold (pc) can be

obtained by the power law relationship, relating the volumetric electrical conductivity (σ) to

the volumetric concentration of conductive filler into the matrix (p). The equation 1

describes the phenomenon:

σ α (p – pc)t (1)

wherein t is the critical exponent and is related to network dimensional aspects.

The real percolation threshold is also dependent of several other properties such as

the chemical nature of the components, connectivity between the phases, preparation

method, filler dispersion among others15

. This approach remarks the importance of a

morphological analysis of the composite in order to correlate the preparation variables to

the characteristics of the percolation network obtained.

SAXS is particularly interesting for the analysis of the spatial arrangement of CNT

in polymers and liquids, on account of the hierarchical nature of the CNT dispersions. This

procedure has been applied to study nanocomposites of MWCNT in a thermoplastic

polymer16,17

. The scattering intensity has been shown to follow a power law as:

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I(q) α q-α

(2)

where q = 4πsin(θ)/λ is the scattering vector being 2θ the scattering angle and λ the

wavelength of the radiation used.

This type of power law is characteristic of the scattering by fractals18, 19

. Values of

α = 1, 2, 3 are expected when the scattering objects are rods, discs and spheres,

respectively18

. Intermediate cases 2 < α < 3 are characteristic of objects possessing a fractal

geometry18, 20-22

.

In the present work, MWCNT at several concentrations were dispersed into methyl

methacrylate monomer (MMA), followed by in situ polymerization, in order to correlate

the filler morphology and dispersion to the volumetric electrical conductivity of the

obtained MWCNT/PMMA nanocomposites. The percolation threshold of the

nanocomposite volumetric conductivity was determined by applying the power law

relationship, Morphological and dispersion characteristics of the conductive filler in the

polymeric matrix were discussed for nanocomposites formulations containing loads of

MWCNT close to the percolation threshold as well as close to the conductivity limit.

5.3 Experimental

Materials e Methods

The MWCNT employed was the TNM2 from Chengdu Organic Chemicals Co. Ltd

fabricated by chemical vapor deposition with 95% of purity. The monomer was the MMA

M/4950/08 from Fischer Scientific stabilized with hydroquinone. The solvent employed

was acetone PA-ACS from QUEMIS. The polymerization was conducted in presence of the

initiator 2,2′-Azobys(2-methylpropionitrile) (AIBN) Vaso 64, DuPont.

The monomer was previously purified using a 311332 column of Sigma Aldrich to

remove hydroquinone. In sequence, water traces were removed with magnesium sulfate.

Pre mixtures were prepared by adding different concentrations of MWCNT into glass tubes

containing 6 ml of acetone, 3 ml of MMA, and 16.7 mmol.L-1

of AIBN. The solutions were

purged with N2, and then submitted to ultrasonic stirring using a UP400S probe, by

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59

Hielscher, power of 100 W and constant pulse frequency of 24 KHz for 20 minutes. The

polymerization processes of the sonicated solutions were completed after 24 hours at 80 °

C. The obtained products were black and homogeneous liquids used as precursors to make

polymeric films by casting on a PTFE circular planar substrate, at room temperature. The

samples measured 55 mm in diameter and approximately 0.5 mm thick. The volume

fractions of the polymerized components were determined from density measurements of

MWCNT, measured by gaseous pycnometer [APÊNDICE IV], and PMMA, by liquid

pycnometry23

. Fourteen nanocomposites formulations were prepared as shown in Table

5.1.

Table 5.1 – Weight and volume loads of MWCNT in the nanocomposites of PMMA.

Samples MWCNT wt. (%) MWCNT vol. (%)

1 0.1 0.06

2 0.2 0.11

3 0.3 0.17

4 0.4 0.22

5 0.5 0.28

6 0.6 0.34

7 0.8 0.45

8 0.9 0.51

9 1.0 0.56

10 1.1 0.62

11 1.2 0.67

12 1.3 0.73

13 2.0 1.13

14 4.0 2.28

Volumetric electrical conductivity measurements.

The volumetric electrical conductivity of MWCNT/PMMA films was determined

by a four point probe test, Jandel Universal Probe, RM3 located in the Semiconducting

Components Center (CCS-UNICAMP).

Morphological analysis

High resolution transmission electron microscopy (HR-TEM) analysis were

performed using a JEOL 3010 (tension of 300 kV) on ultra-thin film sections of the sample

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60

containing 0.62 vol. (%) of MWCNT. Films of around 40 nm thickness were obtained

using an Ultramicrotome LEICA model ULTRACUT – UCT 020, at room temperature and

cutting speed of 1 mm/s. The microscopy analysis were done at the Brazilian

Nanotechnology Laboratory – LNNano.

Small-angle X-ray scattering

SAXS analysis were performed on the D01ASAXS1 beamline of the Brazilian

Synchrotron Light Laboratory (LNLS)24

. SAXS experimental sections were done on two

runs, according to the distance between detector and sample cell, incorporated to a vacuum

chamber of 3.5 x 10-2

torr. The scattered beam (λ = 0.1488 nm) was detected in a Pilatus

300k area detector placed, for SAXS, at 1300 mm away from the sample. A polyimide film

(Kapton) was used for calibration (time 100 s). Each sample frame was collected during 5

s.

5.4 Results and Discussion

Volumetric electrical conductivity

Figure 5.1 shows the electrical conductivity of MWCNT/PMMA nanocomposites

samples as a function of volumetric concentration of MWCNT. It was not observed any

change on conductivity for systems with 0.06 to 0.17 vol. (%) of MWCNT.

The conductivity values in this range were around 10-11

S/cm, typical of dielectric

materials. On the other hand, MWCNT/PMMA nanocomposites containing loads of

nanoparticles of 0.22 vol. (%) exhibits an expressive increase on its electrical conductivity,

reaching values between 10-5

and 10-6

S/cm. The conductivity values continue to increase

for higher loads of MWCNT to 10-1

S/cm with 1.13 vol. (%) of MWCNT. Such increase

corresponds to a raise of 10 orders of magnitude in comparison to the low loaded samples.

Small changes in volume fraction of conductive particle cause high changes on electrical

conductivity, characterizing its percolation curve. The range between 0.1 - 10 S/cm was

previously related for semiconductor composites of CNT dispersions in PMMA matrix25-27

.

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61

Figure 5.1 - Volumetric electrical conductivity as a function of MWCNT concentration for

MWCNT/PMMA nanocomposites.

In order to determine the critical percolation threshold on electrical conductivity, it

was applied the power law relationship, according to the classical model of percolation

theory, described in Equation 1. Experimental results were analyzed based on the double

logarithmic graphic log σ vs. log σ (p - pc) (Figure 1) varying the value of pc until the best

linear fit was obtained.

The experimental pc value was 0.20 vol. (%) of MWCNT, which was in accordance

to other studies discussed in the literature for MWCNT and PMMA25

. The critical exponent

t is dependent on the system dimension, whose value is set between 1.65 and 2 for three-

dimensional network28-30

. In the case of the nanocomposites studied in this work the value

of t obtained was 2.34 ± 0.19 for a regression coefficient of 0.94, which is an evidence of a

three-dimensional conductive network of MWCNT into the polymer matrix. Kim et al.26

related critical exponent t of 2.4 and pc = 0.3 wt% for MWCNT/PMMA composites.

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62

Morphological analysis

The images obtained by HR-TEM (Figure 5.2a, b) are generated due to the contrast that

arises from the interference in the transmittance of the electron beam by regions with different

density of carbon atoms of the very thin samples nanocomposites. The electron beam is scattered

more intensely in thicker regions of the sample which corresponds to darker areas on micrograph

and mostly by atomic columns, which appears as dark lines associated to scattering generated by

the interaction of the beam at the tangent of the tubes walls.

Figure 5.2 - TEM micrographs showing nanotubes: (a) parallel to the cutting direction for

PMMA/0,62MWCNT; (b) random cutting direction for PMMA/0,62MWCNT ; (c) and (d)

for pure MWCNT.

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63

Examining the parallel section of the MWCNT in Figure 2a it is possible to observe that

the integrity of the walls of the carbon nanotubes is well preserved, even after being cut by the

blade. This could indicate that the in situ polymerization and sonication processes have little

effect on the generation of structural defects preserving the conductive properties of the

nanoparticles. In Figure 2b one can identify circular patterns with a bright center corresponding

to particles arranged perpendicularly to the cutting direction. The extended and overlapping

patterns are related to a nanotube parallel to the cutting plane and give evidence of their

interconnectivity. Such behavior suggests that the bulk of material is composed by nanotubes

randomly arranged and showing some interconnectivity among them. The maximum tube

external diameter detected in Figure 2c, d was around 30 nm.

Small-angle X-ray scattering

Figure 5.3 shows the SAXS scattered intensity at room temperature as a function of

the scattering vector q for the PMMA/MWCNT nanocomposites, whose MWCNT volume

concentration has been labeled on the right. The results are plotted in a logarithmic scale to

emphasize the power law relationship.

Figure 5.3 - SAXS intensity as a function of the scattered q-vector plotted in a double

logarithmic scale for nanocomposites of PMMA/MWCNT.

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64

The slope values of α ≈ 2.5-3 are indicating two features: first, that MWCNT

aggregates form fractal structures, and second, the dispersion of carbon nanotubes down to

the elemental level of a single nanotube is a quite complex task. It is observed an initial

value of α = 2.96 for the 0.06 vol. (%) of MWNCT, that is before electrical percolation, and

α decreases to 2.46 for the higher concentration of filler 0.62 vol. (%). These slope values

point out the absence of individual rod-like scatters which would produce slope of α = 1.

So, the low dispersion of filler in the studied nanocomposites are related to the aggregated

structures of MWCNT as a fractal rope network, that could cause a weakening of the

mechanical properties16

. On the other hand, as far as the electrical properties are concerned,

the situation could be quite the opposite. It is known in the field of carbon-black polymer

composites, that the level of aggregation favors the formation of a conducting network by

decreasing the percolation threshold16,17,31,32

.

5.5 Conclusion

The preparation of conductive nanocomposites by in situ polymerization of

PMMA/MWCNT showed to be an efficient method to increase the volumetric electrical

conductivity of the matrix up to 10 orders of magnitude, with values of 10-4

to 10-3

S/cm,

making off the dielectric PMMA into a semiconductor. The power law percolation model

was accurate to determine the critical concentration. It was determined a percolation

threshold of 0.2 vol. (%) of MWCNT for the studied nanocomposites. The morphological

analysis provided by HR-TEM showed a three-dimensional network of the MWCNT in the

nanocomposites. It also suggests that the preparation method (sonication and in situ

polymerization processes) preserves the integrity of the MWCNT walls, as few structural

defects were generated and so preserving the conductive properties of the nanoparticles.

Small-angle scattering analysis detected the presence of MWCNT aggregates, being

identified as fractal structures. These aggregates could be expected since a high level of

dispersion of the carbon nanotubes is hard to achieve, besides a certain level of aggregation

is necessary in order to form a conducting percolation network.

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68

CAPÍTULO 6

A COMPARATIVE STUDY OF THE ELECTRICAL CONDUCTIVITY AND

DISPERSION OF NANOCOMPOSITES WITH DIFFERENT FILLERS:

MWCNT/PMMA AND CB/PMMA.

Paulo Henrique da Silva Leite Coelho, Ana Rita Morales

6.1 Abstract

In this work, nanocomposites reinforced with different hybrid fillers of multi-walled

carbon nanotubes (MWCNT) and carbon black (CB) in PMMA matrix were developed,

aiming the investigations of the level of dispersion on the electrical properties of in situ

polymerized nanocomposites varying the concentration of the conducting fillers. The

electrical conductivity was measured by the four point probe and the dispersion were

analyzed by Small Angle X-ray Scattering (SAXS). The dispersion characteristics of

carbon nanotubes (CNT) were superior to carbon black. It was shown that the addition of

MWCNT and CB enhanced the electrical conductivity of composites; percolation threshold

determined by power law relationship was 0.2 vol. (%) for MWCNT and 1.5 vol. (%) for

CB particles, showing that the difference of two fillers was associated with unique

geometric shapes and aspect ratios as well as different dispersion characteristics. The

results were discussed from the classical percolation model, where the value of the critical

exponent, t, found for both materials suggested the formation of a network arranged

randomly in 3D. SAXS showed that MWCNT and CB aggregates form fractal structures

and the dispersion of two conducting fillers down to the elemental level of a single particle

was not achieved.

Keywords: Carbon nanotubes, carbon black, electrical percolation

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6.2 Introduction

Electrically conductive particles, such as metallic powder, graphite, carbon black

(CB) and carbon nanotubes (CNT) when added above a critical concentration into an

insulating resin have been a useful method to produce conductive composites [1].

Developing these conductive polymeric composites enables a number of

applications previously limited to metals such as piezoelectric materials [2], conducting

adhesives [3], tissues and antistatic materials [4] and electromagnetic shielding [5].

The properties of carbon black (CB) particles and carbon black–polymer composites

have been studied intensively in the last 40 years. In particular, there were numerous

studies of their percolation and electrical properties [6-9]. Usually, in polymer composites

relatively high volume fractions of CB (around 10 vol.%) are needed to reach the electrical

percolation level depending on the size, grade, and details of the morphology [10,11]. In

commodity applications like tires, price is a key parameter and due to the relatively low

price as compared to CNT, CB is still the most applied conductive filler. In thermoplastic

matrices, high CB contents needed for percolation result in composite losses in mechanical

properties and increased melt viscosities [10]. In this comparison with this conventional

spherical particle, CNT gained huge interest due to their high values of aspect ratio (>1000)

and surface area (>1000 m2/g), extraordinary properties mechanical, especially modulus

and strength at break, and high conductivity up to 10,000 S/cm [6], which allows to obtain

very low electrical percolation thresholds [12,13].

The main aspect related to introduce conductive properties to an insulating polymer

by adding conductive particles is the relation between the conductivity and the amount of

the particles. Thus, above a critical concentration, the conductivity value of the composite

raises significantly. This behavior is associated to the formation of an interconnected

network of conductive particles as described by the percolation theory [14]. According to

the classic theory of percolation, the percolation threshold (pc) can be obtained by the

power law relationship, relating the volumetric electrical conductivity (σ) to the volumetric

concentration of conductive filler into the matrix (p). The Eq. 1 describes the phenomenon:

σ α (p – pc)t (1)

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70

wherein t is the critical exponent and is related to network dimensional aspects. The real

percolation threshold is also dependent of several other properties such as the chemical

nature of the components, connectivity between the phases, preparation method, and filler

dispersion among others [15].

SAXS is particularly interesting for the analysis of the spatial arrangement carbon

fillers in polymers and liquids. This procedure has been applied to study nanocomposites of

MWCNT and CB in a thermoplastic polymer [15-18]. The scattering intensity has been

shown to follow a power law as:

I(q) α q-α

(2)

where q = 4πsin(θ)/λ is the scattering vector being 2θ the scattering angle and λ the

wavelength of the radiation used. This type of power law is characteristic of the scattering

by fractals. Values of α = 1, 2, 3 are expected when the scattering objects are rods, discs

and spheres, respectively [19]. Intermediate cases 2 < α < 3 are characteristic of objects

possessing a fractal geometry [19-21].

In the present work, a study of dispersion and volumetric electrical conductivity to

several concentrations of different fillers, CB and MWCNT, was determined, aiming to

compare the volumetric concentration of the percolation threshold obtained by applying the

power law relationship of different fillers.

6.3 Experimental

Materials and Methods

The MWCNT employed was the TNM2 from Chengdu Organic Chemicals Co. Ltd

fabricated by chemical vapor deposition with 95% of purity. The conductive carbon blacks

used was Printex XE2 from Evonik Degussa GmbH. The monomer was the MMA

M/4950/08 from Fischer Scientific. The solvent employed was acetone PA-ACS from

QUEMIS. The polymerization was conducted in presence of the initiator 2,2′-Azobys(2-

methylpropionitrile) (AIBN) Vaso 64, DuPont.

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71

Pre mixtures were prepared by adding different concentrations of fillers into glass tubes

containing 6 ml of acetone, 3 ml of MMA, and 16.7 mmol.L-1

of AIBN. The solutions were

purged with N2, and then submitted to ultrasonic stirring using a UP400S probe by

Hielscher, power of 100 W and constant pulse frequency of 24 KHz for 20 minutes. The

polymerization processes of the sonicated solutions were completed after 24 hours at 80 °C.

The obtained products were black and homogeneous liquids used as precursors to make

polymeric films by casting on a PTFE circular planar substrate, at room temperature. The

samples measured 55 mm in diameter and approximately 0.5 mm thick.

Volumetric electrical conductivity measurements

The volumetric electrical conductivity of nanocomposites films was determined by

a four point probe test, Jandel Universal Probe, RM3 located in the Semiconducting

Components Center (CCS-UNICAMP).

Small-angle X-ray scattering

SAXS analyses were performed on the D01ASAXS1 beam line of the Brazilian

Synchrotron Light Laboratory (LNLS) (Westfahl and Cardoso, 2011). SAXS experimental

sections were done on two runs, according to the distance between detector and sample cell,

incorporated to a vacuum chamber of 3.5 x 10-2

torr. The scattered beam (λ = 0.1488 nm)

was detected in a Pilatus 300k area detector placed, for SAXS, at 1300 mm away from the

sample. A polyimide film (Kapton) was used for calibration (time 100 s). Each sample

frame was collected during 5 s.

6.4 Results and Discussion

Volumetric electrical conductivity

Fig. 6.1 shows the electrical conductivity of CB/PMMA nanocomposites samples as

a function of volumetric concentration of CB. It was not observed any change on

conductivity for systems with 0.6 and 1.2 vol. (%) of CB. The conductivity values in this

range were around 10-11

S/cm, typical of dielectric materials. However, CB/PMMA

nanocomposites containing loads of 1.8 vol. (%) exhibits an expressive increase on

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electrical conductivity, reaching values between 10-3

and 10-2

S/cm. The conductivity

values continue to increase for higher loads of CB to 10-1

S/cm with 7.6 vol. (%) of CB.

Such increase corresponds to a raise of 10 orders of magnitude in comparison to the low

loaded samples. The range between 0.1 - 10 S/cm was previously related for semiconductor

composites of CB dispersions in polymer matrix [22]. In order to determine the critical

percolation threshold on electrical conductivity, it was applied the power law relationship,

according to the classical model of percolation theory, described in Eq.1.

Figure 6.1 – Volumetric electrical conductivity as a function of CB concentration for

CB/PMMA nanocomposites.

Experimental results were analyzed based on the double logarithmic graphic log σ

vs. log σ (p - pc) (Fig. 1) varying the value of pc until the best linear fit was obtained. The

experimental pc value was 1.5 vol. (%) of CB or approximately 2.5 wt. (%), which is in

accordance to other studies discussed in the literature, where the values of critical

percolation are between 2-6.5 wt. (%) for high-structure carbon black [23]. The critical

exponent t is dependent on the system dimension, whose value is set between 1.65 and 2

for three-dimensional network [7,23,24]. In the case of the composites studied in this work

the value of t obtained was 1.18 ± 0.09 for a regression coefficient of 0.96. This difference

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occurred because the percolation critical exponent strongly depends on the particular type

of the CB [25,26], which the experimental t may be quite different from the theoretical

values, and conductivity often exhibits an exponential behavior at p < pc. This occurs due

the complex geometry and the structure of the aggregates formed and to the conduction

effect between the aggregates [6,7,27].

Fig. 6.2 shows the electrical conductivity of MWCNT/PMMA nanocomposites. The

formulation with 0.06 to 0.17 vol. (%) not present change on conductivity, but the

nanocomposite with 0.22 vol. (%) increase between 10-5

and 10-6

S/cm to electrical

conductivity, reaching a value equal to CB/PMMA of 10 orders of magnitude (10-1

S/cm)

with 1.13 vol. (%) of MWCNT. The range between 0.1 - 10 S/cm was previously related

for semiconductor composites of CNT dispersions in PMMA matrix [28-30].

Figure 6.2 – Volumetric electrical conductivity as a function of MWCNT concentration for

MWCNT/PMMA nanocomposites.

The critical percolation threshold determination showed (Fig. 2) an experimental pc

value of 0.20 vol. (%), 7.5 times greater than CB nanocomposites, a very low electrical

percolation threshold in accordance to other studies discussed in the literature for MWCNT

and PMMA [28]. The critical exponent t showed value of 2.34 ± 0.19 for a regression

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coefficient of 0.94, which is an evidence of a three-dimensional conductive network of

MWCNT. Kim et al. [29] related critical exponent t of 2.4 and pc = 0.3 wt% for

MWCNT/PMMA composites.

Small-angle X-ray scattering

Fig. 6.3 shows the SAXS scattered intensity at room temperature as a function of

the scattering vector q for the PMMA/CB and PMMA/MWCNT nanocomposites. The

results are plotted in a logarithmic scale to emphasize the power law relationship.

Analyzing the CB composites it was found the slope values of α ≈ 3.3-3 indicating that CB

aggregates form fractal structures, and when α converges to 3, these scattering objects are

seem as a sphere [20]. Initials values α = 3.28 (0.6 vol. (%) CB) and α = 3.32 (1.8 vol. (%)

CB) showed values of SAXS data from compacted CB yield scattering exponents greater

than 3 [31] suggesting power-law pores or power-law surface roughness. Keefer and

Schaefer [32] studied the synthetic fractals and the power law scattering curves from SAXS

showing a continuous change in surface scattering (2.8 < α < 3.6) that can be interpreted as

fractal roughness, fractal polydispersity or a combination thereof.

For CNT composites it was found slope values of α ≈ 2.5-3, indicating two features:

first that MWCNT aggregates form fractal structures like CB/PMMA, and second, the

dispersion of carbon nanotubes down to the elemental level of a single nanotube was not

achieved. It is observed a value of α = 2.96 for the 0.06 vol. (%) of MWNCT, that is before

electrical percolation, and α decreases to 2.46 for the higher concentration of filler 0.62 vol.

(%). These slope values point out the absence of individual rod-like scatters which would

produce slope of α = 1 [33].

The preparation method used to prepare the composites shows low dispersion that

can be related to the aggregated structures as a fractal rope network that could cause a

weakening of the mechanical properties [33]. On the other hand, considering the electrical

properties the situation could be quite the opposite, because these aggregates can favor the

formation of a network electrical percolation. It is known in the field of carbon-black

polymer composites, that the level of aggregation promotes the formation of a conducting

network by decreasing the percolation threshold [16,19,33].

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75

Figure 6.3 – SAXS intensity as a function of the scattered q-vector plotted in a logarithmic

scale for nanocomposites of CB/PMMA and MWCNT/PMMA

6.5 Conclusions

The preparation of conductive nanocomposites by in situ polymerization of

CB/PMMA and MWCNT/PMMA showed to be an efficient method to increase the

volumetric electrical conductivity of the matrix up to 10 orders of magnitude, with higher

values of 10-1

S/cm, making off the dielectric PMMA into a semiconductor. The power law

percolation model was accurate to determine the critical concentration. It was determined a

percolation threshold of 1.5 vol. (%) of CB, and a value 7.5 times greater, 0.20 vol. (%), of

MWCNT, a very low electrical percolation thresholds, evidencing that their high values of

aspect ratio favors a electrical network formation. Small-angle scattering analysis detected

the presence of aggregates to both fillers, being identified as fractal structures. These

aggregates could be expected since the presence of these clusters influences the formation

of a percolation network and increases the electrical conductivity.

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CAPÍTULO 7

ELECTRICAL CONDUCTIVITY, PERCOLATION THRESHOLD AND

DISPERSION PROPERTIES OF PMMA NANOCOMPOSITES OF HYBRID

CONDUCTING FILLERS

Paulo Henrique da Silva Leite Coelho, Ana Rita Morales

7.1 Abstract

The present study investigated the effects of the mixture of multiwalled carbon nanotubes

(MWCNT) and carbon black (CB) on the electrical and dispersion properties of

nanocomposites of PMMA polymerized in situ. These systems are named dispersion was

analyzed by High Resolution Transmission Electron Microscopy (HR-TEM). It has been

shown that the addition of MWCNT and CB in PMMA promoted the electrical

conductivity of the composite as a percolation critical concentration is reached. The

percolation threshold values were 0.2 vol. (%) for MWCNT and 1.5 vol. (%) for CB,

showing that this difference for the two fillers was associated with their geometric shapes,

aspect ratios and dispersion characteristics. In addition, MCFFS of MWCNT and CB,

varying the concentration of each filler were also prepared. For these systems it was applied

the Sun model in order to calculate the theoretical values and compare them to the

experimental data. It was observed the synergic effect regarding to the electrical percolation

threshold concentration. The MCFFS showed lower critical concentrations (considering the

sum of each single filler concentration, MWCNT and CB) and similar conductivities as

compared to the single fillers. Despite the presence of aggregates, the microscopy analysis

showed that both fillers were well dispersed in the polymer matrix, although the dispersion

characteristics of the MWCNT were more effective than CB. In the MCFFS the MWCNT

act as filaments linking clusters of the CB, what can explain the synergic effect observed

for the lower percolation threshold concentration.

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7.2 Introduction

Recently, much attention has been focused to the use of carbonaceous fillers in the

production of polymer composites to enhance their electrical properties. High conductivity,

low weight, and ease processing and among other properties [1-3] are characteristics of the

four main types of fillers, carbon black (CB), carbon fiber (CF), carbon nanotubes (CNT) [4]

and carbon nanofibers (CNF) [5,6]. These properties and the different structures, shapes and

morphologies allow these materials to be used, alone or in pairs in the polymer matrices, to

construct an effective conductive network, which is the key to lowering the percolation

threshold or increasing the electrical conductivity of the polymer/filler composites [7-10].

Usually, in polymer composites relatively high volume fractions of CB (around 10

vol.%) are needed to reach the electrical percolation level depending on the size, grade, and

details of the morphology [3,12]. In commodity applications like tires, price is a key

parameter and due to the relatively low price as compared to CNT, CB is still the most

applied conductive filler. In thermoplastic matrices, high CB contents needed for percolation

result in lower mechanical properties and higher melt viscosity [3]. Comparing to the CB,

CNT gain huge interest due to their high values of aspect ratio (>1000) and surface area

(>1000 m2/g), extraordinary mechanical properties, especially modulus and strength at

break, and high conductivity up to 10,000 S/cm [13], which allows to obtain very low

electrical percolation thresholds [10,14].

The combination of different carbon fillers sounds to be a good way to get balanced

properties and cost. Some studies about electrical conductivity of polymer-based composites

containing two fillers have been reported in literature [10,15-19]. Increase on the

conductivity was associated to a cosupporting conductive network, mainly when fillers with

high aspect radio were used. The high length of the CNT support the long distance between

agglomerates, serving as an interconnection between this agglomerates by forming

conductive paths [10,15,19].

Modeling of the electrical conductivity of carbon-filler-filled polymer composites is

very important for predicting the conductive behavior of the materials and for material

design. Various models have been proposed for single-conductive-filler filled systems

(SCFFS) [3,20-24]. However, to the best of our knowledge, only Sun model [19] has been

an appropriate model for mixed-carbon-filler filled systems (MCFFS), which was developed

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based on the excluded volume theory to predict the percolation threshold. This model

describes the condition for additive behavior of the filler components. Synergism is given

when the measured percolation threshold for the MCFFS is lower than that calculated from

the SCFFS. The Eq.7.1 describes the Sun model[19].

(7.1)

where pc,CNT and pc,CB are percolation threshold of single fillers systems, and VCNT and VCB

are individual volumetric fraction of respective fillers.

In this study, PMMA-based SCFFS and MCFFS containing fillers of MWCNT and

CB were developed, aiming to analyze and compare the electrical percolation threshold, the

conductivity values and the dispersion of the fillers. The Sun’s model was also used to

evaluate the synergism effect between the fillers.

7.3 Experimental

Materials and Methods

The MWCNT used was the TNM2 from Chengdu Organic Chemicals Co. Ltd

fabricated by chemical vapor deposition with 95% of purity. The monomer was the MMA

M/4950/08 from Fischer Scientific stabilized with hydroquinone. The solvent employed was

acetone PA-ACS from QUEMIS. The polymerization was conducted in presence of the

initiator 2,2′-Azobys(2-methylpropionitrile) (AIBN) Vaso 64, DuPont.

The monomer was previously purified using a 311332 column of Sigma Aldrich to

remove hydroquinone. In sequence, water traces were removed with magnesium sulfate. Pre

mixtures were prepared by adding different concentrations of MWCNT into glass tubes

containing 6 ml of acetone, 3 ml of MMA, and 16.7 mmol.L-1

of AIBN. The solutions were

purged with N2, and then submitted to ultrasonic stirring using a UP400S probe, by

Hielscher, at power of 100 W and constant pulse frequency of 24 KHz for 20 minutes. The

polymerization processes of the sonicated solutions were completed after 24 hours at 80° C.

The obtained products were black and homogeneous liquids that were used as precursors to

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make polymeric films by casting on a PTFE circular planar substrate, at room temperature.

The samples measured 55 mm in diameter and approximately 0.5 mm in thickness. The

volume fractions of the polymerized components were determined from density

measurements of MWCNT and CB, measured by gaseous pycnometer, and PMMA, by

liquid pycnometry. SCFSS formulations were prepared to obtain the pc values for CB and

MWCNT (Eq. 1). Eight MCFFS formulations were prepared as shown in Table 7.1.

Table 7.1 - Volumetric fraction (%) of MWCNT, CB in the MCFFS of PMMA.

Samples

Samples

VCNT VCB VCNT + VCB

1 0.03 1.27 1.3

2 0.06 1.07 1.13

3 0.11 0.64 0.75

4 0.17 0.21 0.38

5 0.01 1.21 1.22

6 0.03 0.91 0.94

7 0.06 0.6 0.66

8 0.11 0.3 0.41

Characterizations

The volumetric electrical conductivity of SCFFS and MCFFS films was determined

by a four point probe test, Jandel Universal Probe RM3, supplied with a 100 ohm test

resistor and with aligned probes and spacing of 0.1 cm. Measurements were made in the

range of 10nA-10µA.

Films of around 40 nm in thickness were obtained in an Ultramicrotome LEICA

model ULTRACUT – UCT 020, at room temperature and cutting speed of 1 mm/s using a

diamond knife Diatome, Cryo-Wet. The High Resolution Transmission Electron

Microscopy (HR-TEM) analysis were performed using a JEOL 3010 (tension of 300 kV) for

the sample 2, containing 0.06 vol. (%) of MWCNT and 1.07 vol. (%) of CB.

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7.4 Results and discussions

Figure 7.1 shows data for the electrical conductivities of PMMA SCFFS of CB and

MWCNT at various contents. For the CB/PMMA systems, Fig. 7.1 (a) was not observed any

change on conductivity for 0.6 and 1.2 vol. (%) of CB. However, systems containing loads

of 1.8 vol. (%) of CB exhibited an expressive increase on electrical conductivity, reaching

values between 10-3

and 10-2

S/cm. The conductivity values continue to increase for higher

loads of CB reaching the value of 10-1

S/cm for 7.6 vol. (%). This range has previously

related for semiconductor composites of CB dispersions in polymer matrix [25]. In order to

determine the critical percolation threshold on electrical conductivity, it was applied the

power law relationship (Eq. 7.2), on the double logarithmic graphic log σ vs. log σ (p - pc).

The experimental pc value was 1.5 vol. (%) of CB or approximately 2.5 wt. (%), which is in

accordance to other studies discussed in the literature, where the values of critical

percolation are between 2-6.5 wt. (%) for high-structure carbon black [26].

σ α (p – pc)t , (7.2)

where the percolation threshold (pc) was obtained relating the volumetric electrical

conductivity (σ) to the volumetric concentration of conductive filler into the matrix (p). The

t is the critical exponent and is related to network dimensional aspects.

Fig. 7.1(b) shows the electrical conductivity of MWCNT/PMMA SCFFS. The

formulations with 0.06 to 0.17 vol. (%) of MWCNT did not present change on conductivity,

but the sample with 0.22 vol. (%) of MWCNT indicated conductivity , reaching 10 orders of

magnitude (10-1

S/cm) for the higher concentrations of MWCNT, results previously showed

in literature [27-29]. The critical percolation threshold determination showed an

experimental pc value of 0.20 vol. (%) of MWCNT, 7.5 times greater than CB systems, a

very low electrical percolation threshold in accordance to other studies discussed in the

literature for MWCNT and PMMA [27].

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Figure 7.1. Volumetric electrical conductivity as a function: (a) CB concentration; (b)

MWCNT concentration, for nanocomposites.

The MCFFS containing CB and MWCNT behavior on the electrical percolation

threshold is shown in Fig. 7.2. MCFFS were prepared by varying different VCB to a fixed

VCNT. The total filler concentration on the systems was always below the percolation

threshold for the sum of the individual fillers, i.e, pc,CNT + pc,CB = 1.7 vol. (%). The Eq.1

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gives the condition for additive behavior of the filler components, that means when VCNT/

pc,CNT + VCB/ pc,CB = 1, the MCFFS begin to percolate in the polymer matrix. Samples 1-4

were calculate for this condition; when VCNT/ pc,CNT + VCB/ pc,CB > 1, the conductive fillers

connect to each other, and the material is conductive; when VCNT/ pc,CNT + VCB/ pc,CB < 1, the

conductive fillers separately disperse in the polymer matrix, and the electrical conductivity

is lower. Samples 5-8 were calculate for this condition. However, if (VCNT + VCB) < (pc,CNT

+ pc,CB), synergism is given. The calculated values showed a percolation threshold

concentration on the range of 0.38-1.3 vol. (%) (VCNT + VCB), lower than the percolation

threshold for the sum of the single fillers (1.7 vol. (%)). This result indicates the synergistic

effect of the hybrid filler system on electrical percolation threshold. However, for the

experiments 5-8 no conductivity was found for the nanocomposites, evidencing that Sun´s

model fits the studied systems.

In order to determine the critical percolation threshold on electrical conductivity, it

was applied to the Eq. 7.2, and results were showed in the Fig, 7.2. The experimental pc

value was 0.195 vol. (%) of VCNT + VCB, which is lower that the sum of percolation

threshold of individuals. In general, the critical exponent t is dependent on the system

dimension and strongly depends on the particle type, whose value is set between 1.65 and 2

for three-dimensional network [20,25,26]. However, for CB composites, the t obtained was

1.18 ± 0.09 for a regression coefficient of 0.96. This difference occurred due the complex

geometry and the structure of the aggregates formed and to the conduction effect between

the aggregates [7,13,20]. For MWCNT, this difference was lower, t = 2.34 ± 0.19, for a

regression coefficient of 0.94, which is an evidence of a three-dimensional conductive

network already studied by Kim et al.[28], that related critical exponent t of 2.4 and pc =

0.3 wt% for MWCNT/PMMA composites. For MCFFS, the t value is not usually founded

in the literature. However, as the nanotubes are mainly responsible for the percolative

network formation, we can compare the t with the values found in other studies. The range

of critical exponent values fitted from experimental measurements obtained by different

situations, indicates that the t is not universal. For the CNT, Bauhofer and Kovacs [7] have

indicated experimental t values for three-dimensional percolating systems between 1.3 and

4, that would be consistent with the MCFFS value t = 2.21 ± 0.15 and near for the

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MWCNT exponent. Other studies have also shown that the percolation threshold is

dependent of conductive fillers morphology (size, shape and the aspect ratio) [30-33].

Figure 7.2. Volumetric electrical conductivity as a function of MCFFS and SCFFS

(MWCNT) concentrations.

The images obtained by HR-TEM (Figure 3) are generated due to the contrast that

arises from the interference in the transmittance of the electron beam by regions with

different density of carbon atoms of the very thin nanocomposites samples. The electron

beam is scattered more intensely in thicker regions of the sample which corresponds to

darker areas on micrograph and mostly by atomic columns, which appears as dark lines

associated to scattering generated by the interaction of the beam at the tangent of the carbon

fillers. As shown in the micrographs, Fig. 7.3(a)(b), both CB agglomerates (with a size of

about 50-500 nm) and individuals MWCNTs disperse homogeneously in the polymer

matrix. This feature reveals the participation of MWCNT linking the CB agglomerates

enabling the formation of conductive networks, as neither the MWCNT nor the CB alone

can make the material conductive for the same critical concentration of MCFFS at

percolation. These cosupporting conductive networks can be also evidenced in others studies

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[26,33,34]. The morphology of CB are described by aggregates in a polymer matrix as

“grape-like”, consisting of many individual CB particles with an average diameter of tens of

nanometers [35]. Besides, the size of the aggregates and the distances between them are

important to form the conductive network. The distances between the nearest-neighbor

particle surfaces must be a sufficiently narrow to produce a synergistic effect. The MWCNT,

due its high aspect ratio, can provide the charge transport over large distances acting as

conducting channels that enhance contacts between the CB particles [35,36]. In our case, the

structure can be visually described as a “grape-cluster-like” [35] conductive network in

which CB particles serve as grapes and MWCNT acts as branches, and the required distance

inter fillers was sufficient to conduct, fact that can explain the synergism effect observed by

the lower percolation threshold.

Figure 7.3 - TEM micrographs MCFFS with different approximation: (a) reveals the

cosupporting conductive networks; (b) larger view of dispersion fillers in the matrix.

7.5 Conclusion

In the investigation of the mixture of MWCNT/CB/PMMA on the electrical and

dispersion properties, the percolation threshold results were 0.2 vol. (%) for MWCNT and

1.5 vol. (%) for CB, showing that this difference for the two fillers was probably associated

with their geometric shapes, aspect ratios and dispersion characteristics. In addition, MCFFS

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of MWCNT and CB, varying the concentration of each filler were also prepared. For these

systems, the Sun’s model where applied and synergic effect regarding to the electrical

percolation threshold was observed. The MCFFS showed lower critical concentrations

(considering the sum of each single filler concentration, MWCNT and CB) and similar

conductivities as compared to the single fillers. Despite the presence of aggregates, the

microscopy analysis showed that both particles were well dispersed in the polymer matrix.

In the MCFFS the MWCNT act as filaments linking clusters of the CB, what can explain the

synergic effect observed by the lower percolation threshold concentration.

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91

CAPÍTULO 8

SIMULAÇÃO DO LIMIAR DE PERCOLAÇÃO PARA OS NANOCOMPÓSITOS.

8.1 Introdução

Nesta etapa do trabalho foi desenvolvido um programa que simula o limiar de

percolação de partículas de diferentes razões de aspecto, utilizando-se o método de Monte

Carlo e programado em linguagem Fortran. O programa foi desenvolvido visando a

determinação do limiar de percolação dos nanocompósitos preparados com as cargas

individuais de NF e NTC e com a mistura das cargas. A simulação matemática foi

comparada com os resultados experimentais.

O método de Monte Carlo foi nomeado em 1946, por John Neumann que

homenageou um conhecido cassino de Monaco. O nome foi dado em virtude de estar

relacionado com a geração de dados numéricos aleatórios para obter valores

deterministicamente difíceis de definir [1].O método de Monte Carlo é bastante utilizado na

resolução de inúmeros modelos nos quais uma resolução analítica não pode ser encontrada.

Neste trabalho este método foi aplicado para simular a presença aleatória das cargas

de NTC, NF e a misturas destas em uma matriz polimérica. Como as cargas são diferentes

quanto às características geométricas, os sistemas resultantes da mistura foram chamados

como sistemas híbridos, ou nanocompósitos híbridos.

Para a avaliação do limiar de percolação dos sistemas simulados foi utilizado um

algoritmo capaz de representar, através de matrizes de dimensão previamente definida, o

volume do compósito condutor, onde cada elemento representa uma parte do espaço que

pode estar ocupado, ou não, por aditivo condutor. Inicialmente, o programa simulador

considera que todos os elementos da matriz representam polímero isolante. Após gerar a

matriz totalmente isolante de tamanho apropriado, o algoritmo converte uma fração

predefinida de elementos escolhidos aleatoriamente em elementos de aditivo condutor. A

fração de elementos ocupados deve ser fornecida ao programa, e representa a fração em

volume do aditivo condutor no compósito. Este procedimento é derivado da teoria clássica

de percolação por sítio [2], e leva a um valor teórico para o limiar de percolação que é

definido normalmente por latices quadrados (sistemas bidimensionais) ou cúbicos (sistemas

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tridimensionais) [3]. Todos os sítios da rede são separados com a mesma distância entre

seus vizinhos mais próximos, de tal forma que, uma conexão de pontos ocorrerá quando a

presença de vários sítios preenchidos vizinhos estabelecerem uma ligação que gere uma

estrutura (aglomerado) com possibilidade de formar um ou mais caminhos

interconectados. Neste caso, o valor da concentração para o qual forma-se este aglomerado

pode ser chamado de limiar de percolação (pc), que será o valor determinante para que haja

a formação de uma rede em um sistema [4].

O valor exato do limiar depende de qual tipo de latice será utilizado e é fortemente

associado à sua dimensionalidade. A Tabela 1.1, descrita no Capítulo 1 de revisão, apresenta

os valores de concentração volumétrica crítica de Zallen, para diferentes dimensionalidades.

No artigo de revisão de Lux (1993) estes valores foram confirmados pelos métodos

estatísticos, porém, estes modelos não consideram aspectos de forma e dimensões das

partículas condutoras. Deste modo, para se testar a capacidade de avaliação do simulador

deve-se considerar os valores pontuais das partículas condutoras na matriz como sítios

ocupados e o seu valor deve se aproximar ao valor da Tabela e relacionado à

dimensionalidade e formato da matriz. Para nosso sistema será considerada a

dimensionalidade 2 por ser latices quadrados e ligação por sítios, portanto pcsítio é de 0,593

[3].

A grande maioria dos trabalhos teóricos citados na revisão bibliográfica (Capítulo 1)

descrevem modelos onde cargas condutoras são consideradas como retas ou bastões

rígidos. No entanto, esta não é a realidade da estrutura dos NTC. A flexibilidade existente

nestas cargas e a alta razão de aspecto formam entrelaçados de nanotubos na matriz

polimérica. Esta estrutura dificulta o processo de modelagem e simulação, pois esta

acomodação leva a uma diversidade de estrutura e orientação das partículas.

Para a criação de um simulador alguns aspectos importantes devem ser definidos,

como a característica de núcleo, que determina como o simulador irá lidar com a

sobreposicão de partículas. Enquanto muitos trabalhos de modelagem consideram os NTC

como cilindros permeáveis ou com “núcleo macio” (soft-core) onde se assume que o limiar

de percolação elétrica e geométrica ocorre simultaneamente [3], outros comparam esta

situação com uma mais realista: a de que os NTC não têm superposição direta uns com os

outros, sendo chamados de “núcleo duro” (hard-core), e que são ondulados e não bastões

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93

rígidos [4]. Utilizando simulações de Monte Carlo foi demonstrado haver uma

proporcionalidade inversa entre o limiar de percolação e o volume excluído para os dois

modelos, “núcleo macio” e “núcleo duro”, demonstrando também que a constante de

proporcionalidade é governada pela razão de aspecto e que o modelo “núcleo duro” é mais

apropriado para a modelagem de compósitos onde o mecanismo da condução elétrica é por

tunelamento [5]. Considerando-se um sistema com fibras, se estas são altamente curvas ou

mesmo enroladas existe uma diferença significativa na modelagem em relação às fibras

rígidas e retas, sendo que para fibras mais curtas o efeito da intensidade das curvas é muito

mais pronunciado do que para fibras longas na predição do limiar de percolação [6].

O modelo de núcleo rígido é considerado ser mais fiel às leis da física, mas a

utilização do modelo de núcleo macio é mais frequente na literatura por ser de

implementação mais simples e exigir menos recursos computacionais. No entanto nem

sempre os resultados obtidos por este modelo são próximos aos resultados experimentais, e,

portanto a sua utilização deve ser avaliada em cada caso.

Outro parâmetro muito importante a ser discutido envolve as consequências da

discretização do espaço resultante da utilização de uma matriz discreta para representar os

sítios preenchidos ou vazios. Devido a essa discretização, as fibras ou tubos podem ser

representados como um zigue-zague de segmentos paralelos ou ortogonais aos eixos da

matriz (Figura 8.1), que representa o espaço discretizado e é semelhante ao comportamento

ondular das fibras como já discutido nas literaturas [6,7]. Os autores de ambos os artigos

afirmam que este ondulamento pode afetar o limiar de percolacão e tentam quantificar esse

efeito. Os resultados são apoiados em análises teóricas da influência da ondulação das

fibras no limiar de percolação, e a conclusão encontrada mostra que efeito da ondulação no

limiar de percolação para razões de aspecto menores do que 100 é desprezível, e mesmo

para razões de aspecto maiores, o efeito é pequeno.

Para o NF a montagem da partícula na matriz isolante não gera uma preocupação

referente à discretização. Estas partículas na maioria dos estudos são consideradas como

circulares, porém, o que aparentemente parece facilitar a simulação da geometria da carga,

leva a uma dificuldade, pois as partículas esféricas se apresentam sempre em forma de

agregados possibilitando diferentes conformações na matriz. A definição da geometria do

agregado de NF será apresentada na seção posterior.

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Figura 8.1 – Esquema de nanotubos de carbono discretizados.

8.2 Simulação

O algoritmo de simulação por método de Monte Carlo [APÊNDICE V] foi

programado em linguagem FORTRAN (Fortran 95 – Silverfrost Plato Versão 4.61)

O programa foi desenvolvido para simular o limiar de percolação, pc, de matrizes

quadradas em duas dimensões para partículas com diferentes formatos e razões de aspecto.

Para efeito de comparação das geometrias das partículas simuladas com as experimentais

foi considerado que cada ponto da matriz preencheria o espaço referente a 10 nm, ou seja,

uma razão de aspecto de 1000 para o NTC estaria vinculada a um diâmetro de 10nm e um

comprimento de 10µm.

Uma matriz bidimensional quadrada com n x n elementos foi associada à matriz

isolante de PMMA experimental, e simuladas para diferentes valores de n.

A rede quadrada 2D de nxn elementos foi definida da seguinte maneira:

“0”, será considerado a matriz polimérica (elementos isolantes);

“1”, representa as cargas (elementos condutores).

O primeiro passo foi a construção de uma rede isolante com a matriz formada por

elementos 0. Após a geração, o algoritmo converte uma fração inicialmente definida pelo

usuário em elementos condutores posicionados ao acaso por um gerador de números

aleatórios (Método de Monte Carlo) na matriz condutora. Esta fração representa o volume

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de cargas condutoras presente no polímero. Foram desenvolvidos 3 simuladores, um para

os sistemas com cada carga e outra para os sistemas híbridos, onde a diferença foi a

geometria das cargas. Os NTC foram considerados traços de comprimento igual à sua razão

de aspecto e diâmetro como o valor pontual da matriz. Os agregados de NF foram

considerados quadrados de lado cujo valor é um múltiplo do valor pontual, que por sua vez

foi assumido igual ao diâmetro do NTC.

8.3 Resultados e Discussões

8.3.1 Verificação do Simulador para pontos dispersos.

Com a finalidade de avaliar a capacidade do simulador em gerar números aleatórios,

foram realizados os testes iniciais no simulador assumindo cargas como sendo pontos

individuais do lattice da matriz, segundo a rotina descrita a seguir para a qual a Figura 8.2

ilustra a reposta do programa de uma matriz 5X5 elementos com a concentração de 60% de

cargas.

A distribuição de pontos dispersos não representa uma situação real de compósitos

eletricamente condutores, mas esse método de distribuição de partículas é muito abordado

na literatura e os valores de limiar de percolação são conhecidos [8-11].

Algoritmo:

- geração da matriz isolante formada apenas por elementos “0” (Figura 8.2a);

- geração aleatória de um par de coordenadas (i,j) que representa a posição do elemento

condutor “1” na matriz.

- análise se a posição aleatória encontrada está ocupada ou não por um elemento condutor.

Se não, a posição transforma o número “0” em “1” (isolante – condutor); se sim, o gerador

processa um novo número em uma posição provavelmente distinta;

- manutenção da geração de elementos condutores até que o número de elementos, que

representa a fração volumétrica de cargas condutoras desejadas, seja encontrado (Figura

8.2b).

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a)

b)

c)

d)

e)

Figura 8.2 – Matrizes do verificador do Simulador de 5X5 elementos com a concentração

de 60% de cargas.

Após a distribuição dos elementos condutores, foi preciso analisar a matriz gerada, e

verificar se o valor de percolação encontrado foi suficiente para formar um caminho

contínuo de cargas que permita a passagem de elétrons e, consequentemente, torne o

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compósito condutor. Para isto, o simulador analisou a interconectividade dos elementos

condutores. Tal processo foi realizado com o seguinte algoritmo:

- varredura da primeira linha para a identificação dos elementos condutores (“1”).

Encontrado, o programa o transforma no valor “2” (Figura 8.2c);

- análise da existência de algum vizinho ao redor deste ponto que também seja um elemento

condutor (“1”). Verificado isto, o programa transforma estes elementos vizinhos

conectados, também no valor “2”. Caso isto não ocorra, o simulador realiza o mesmo

procedimento para outro elemento condutor (Figura 8.2d).

- após a completa varredura e transformação da matriz dos elementos conectados, verifica-

se a ocorrência na última linha de elementos “2”. Se isto acontecer, a frequência de

aparecimento será igual ao número de caminhos percolados no sistema (Figura 8.2e).

A configuração da estrutura definida pelo simulador espelha as condições

tradicionais avaliadas na teoria da percolação, e estes valores de pc são conhecidos para a

dispersão aleatória de pontos que no caso de latice quadrado bidimensional, pc = 0,593. O

objetivo nesta etapa é variar principalmente o tamanho da matriz, n, para comprovar a

capacidade de aleatoriedade do simulador. Como o simulador será representativo de

partículas com alta razão de aspecto, a matriz terá que apresentar altos valores de n, para

que não só a razão, mas a concentração de valores inferiores a 1% possam ser representadas

pelos pontos dispersos. Como resultado desta avaliação da capacidade do simulador, os

valores de pc para latices quadrados bidimensionais foi simulado para 100 matrizes

consecutivas e os resultados obtidos estão divulgados na Tabela 8.1.

Tabela 8.1 – Número de percolação em 100 simulações para diferentes dimensões de

matrizes.

Número de Percolação em 100 Simulações Concentração de Carga na Matriz

Dimensão da Matriz (n) 0,59 0,5925 0,595 0,60

10 27 38 45 65

100 34 36 52 80

1000 30 55 68 96

10000 44 96 100 100

Analisando os resultados da Tabela 8.1 pode-se afirmar que o simulador descreve

com confiança acima de 95% que, para as matrizes com aresta n igual a 10000, pc tem valor

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entre 0,5925 e 0,595, ou seja, bem próximo ao valor de 0,593. Este valor de n também

possibilitará a representação de razão de aspecto acima de 1000, possíveis para o NTC, e

gerará a possibilidade de alocação de 100.000.000 de sítios, fundamental para a simulação

de pequenas concentrações. Por estes motivos, foi definido o valor de n=10000 para o

restante das simulações desenvolvidas no trabalho.

Antes da discussão dos resultados para os sistemas com cargas individuais e

híbridas, deve-se dar ênfase a um fato fundamental na interpretação dos resultados

posteriores, a dimensionalidade da rede simulada. É conhecido da literatura que os valores

de percolação são tabelados (Capíutlo 1, Tabela 1.1), para os diferentes tipos de redes

sofrem uma queda considerável quando se compara a mudança na dimensão da formação

da rede, 2D para 3D. No caso de pontos dispersos para rede quadradas e cúbicas, o valor de

pc de 0,593 em 2D encontrado pelo simulador, deveria se aproximar de 0,311 se o mesmo

fosse desenvolvido para a formação de sistemas em 3D. Esta diminuição deve ser

considerada na comparação dos resultados experimentais com os simulados.

8.3.2 Simulação dos compósitos com Nanotubos de Carbono

Nesta parte do trabalho, o simulador foi ajustado para calcular o limiar de

percolação de nanocompósitos em forma de fibras discretizadas. Para a simulação fez-se

necessária a entrada das informações como concentração e razão de aspecto das cargas

condutoras. A maneira de distribuição aleatória dos tubos foi feita pelo método de Monte

Carlo aplicado na verificação do simulador citado anteriormente. A disposição dos tubos

foi considerada aleatória e a orientação a 45°, definição feita com referência dos estudos

aplicados para o modelo do volume excluído. O modelo simulado do NTC pode ser

observado na Figura 8.3.

Para a inserção da ra no simulador, foi definido como unitário o diâmetro da fibra,

para que o valor inserido na programação fosse apenas o comprimento do tubo. Porém,

como mostrado na Figura 8.3, o zigue-zague, discretização, dos tubos, acabou

representando um diâmetro com dois pontos que levaria ao dobro do comprimento dos

tubos. Para minimizar este efeito de comprimento e garantir a concentração dos tubos na

matriz, a Equação 8.1, baseada no modelo do volume excluído, foi aplicada na

determinação do número de NTC inseridos para a percolação. Nc,NTC:

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Nc,NTC = n².VNTC /(ra/2) (8.1)

n = tamanho em pontos da aresta da matriz

VNTC = fração volumétrica de NTC simulada

ra = razão de aspecto.

A divisão de ra pela constante de correção 2 minimiza o efeito do diâmetro na

concentração, o transforma em unitário, e não influencia na capacidade de contato do NTC

criado pelo simulador.

Figura 8.3 - Esquema da representação volumétrica da estrutura do NTC na perspectiva do

simulador.

Ainda foi necessário determinar qual modelo de núcleo a ser utilizado na simulação,

entre o modelo de núcleo rígido, que impede que duas partículas ocupem o mesmo espaço,

e o modelo de núcleo macio, que permite que isso ocorra. Baseando-se no fato de que a

sobreposição influencia favoravelmente no tempo de simulação e que a análise de

microscopia das amostras (Figura 7.3, Capítulo 7), revelou a sobreposição das cargas no

espaço bidimensional, o modelo de núcleo macio foi utilizado na simulação.

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Um fator que também deve colocado em questão é a polidispersão da ra dos tubos

na matriz, algo presente na distribuição experimental das partículas [12, 13]. Porém, devido

à dificuldade em representar esta polidispersão na programação, o tamanho médio é

assumido como base para o cálculo da razão de aspecto de partículas na maioria dos

modelos descritos na literatura [14].

Como existe uma influência da dispersão e das dimensões da carga condutora no

limiar de percolação, para analisar esse efeito foram realizadas simulações para diferentes

valores de ra, com variação de concentração volumétrica de carga (VNTC) na matriz. Foram,

avaliados o sucesso (S) de percolação em 100 simulações sucessivas, e foi admitido um

valor de pc quando o sucesso garantiu uma confiança acima de 95%. Os resultados são

apresentados na Tabela 8.2.

Tabela 8.2. Simulação do pc,NTC com variação da ra dos NTC e avaliação do sucesso de

percolação em 100 matrizes simuladas consecutivas.

Razão de Aspecto (ra)

4348* 2000 1000 500

VNTC (% vol.) S VNTC (% vol.) S VNTC (% vol.) S VNTC (% vol.) S

0,01 0 0,0125 0 0,125 0 0,5 0

0,0125 12 0,05 0 0,25 3 1 4

0,025 60 0,1 12 0,5 51 1,25 45

0,05 96 0,25 88 0,75 97 1,5 96

0,125 100 0,5 98 1 100 1,75 98

0,25 100 1 100 2,5 100 2,5 100

0,5 100 2,5 100 5 100 5 100 *Razão de aspecto baseado em dados do fornecedor.

Pode-se observar pela Tabela 8.2 que o simulador apresentou coerência nos

resultados de simulação, pois ao se aumentar os valores VNTC, o sucesso, S, também

aumenta, atingindo valores de 100% de matrizes percoladas quando o valor acima de pc foi

simulado. Em destaque os valores de pc evidenciaram uma redução com o aumento da ra.

Para melhor vizualização dos resultados um gráfico ra versus pc foi construído e está

apresentado na Figura 8.4.

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Figura 8.4 - Gráfico dos valores da ra em função de pc para 100 simulações consecutivas.

Pode-se observar pela análise da Figura 8.4 que pc é função da razão de aspecto das

fibras. Considerando a configuração adotada para os tubos discretizados e dispostos

aleatoriamente em 45º na matriz, verificou-se que a diminuição da ra em aproximadamente

9 vezes, de 4348 para 500, gerou um aumento de pc cerca de 30 vezes, sugerindo que para

pequena concentração crítica de percolação uma alta ra foi exigida pelo simulador. Outra

observação é de que para valores de razão aspecto abaixo de 500 a curva tende a apresentar

um platô, indicando que as pequenas reduções na razão de aspecto terão forte influência no

aumento de pc.

Como verificação da capacidade de simulação do programa os resultados simulados

foram comparados com os valores experimentais encontrados no Capítulo 4. O valor de pc

encontrado experimentalmente para NTCPM/PMMA foi de 0,2 % vol. Verificando este

valor no gráfico da Figura 8.4, a linha vertical indicou que seria necessária uma ra de 3500

para que a percolação fosse alcançada. Para comprovar esta evidência, VNTC de 0,2 % para a

ra 3500 foi simulada e confirmou percolação, S, em 98 das 100 matrizes criadas (Figura

8.4). Portanto, pode-se assumir que o programa determinou um valor de 0,2%, também

encontrado experimentalmente, para uma ra abaixo da fornecida pelo fabricante do NTC.

Estes resultados mostram que o simulador apresentou valores coerentes na determinação de

pc quando comparado este resultado com os encontrados na literatura [14] e avaliados pela

abordagem teórica de distribuição aleatória de partículas. Porém, valores menores de pc

com menores ra também foram obervados [15]. E esta diferença pode ser explicada pela

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simulação ter sido realizada em 2D o que resulta em valores acima do que seria a real

condição, 3D, onde a possibilidade de contato entre as partículas seria maior,

consequentemente necessitando menores concentrações de cargas para a percolação.

Celzart et al. [15], seguindo esta abordagem, calcularam o limiar de percolação em 3D para

compostos contendo NTC orientados aleatoriamente em matriz epoxi, para razão de aspecto

de 500, e encontraram, como resultado, uma concentração crítica em massa de 0,5%. Este

resultado está de acordo com o valor de pc experimental dos NTCPM/PMMA de 0,2 %

vol., quando convertido para o valor em massa (Tabela 5.1). Isto sugere que o

aprimoramento do atual simulador para 3D pode apresentar-se mais previsível na

determinação do limiar de percolação, isto é, que a existe a possibilidade de encontrar

valores de percolação abaixo de 1% para razões de aspecto menores que 500.

8.3.3 Simulação dos compósitos com Negro de fumo

Para os sistemas com NF, foram feitas adaptações no simulador baseadas nos

mesmos princípios de alocação aleatória das partículas, mas nesta fase o programa foi

utilizado para calcular o limiar de percolação de partículas esféricas agregadas. Para a

simulação fez-se necessária a definição de informações como a geometria e o tamanho do

agregado, além da concentração das cargas condutoras. O processo para a distribuição de

partículas esféricas de NF, (consideradas circulares – 2D) foi semelhante ao das fibras,

porém a dificuldade encontrada esteve na definição da geometria dos agregados de

partículas. O tamanho da partícula primária e a área superficial, usualmente definidas pelo

fornecedor, não são suficientes para descrever o fenômeno de distribuição em matrizes

poliméricas [ANEXO I]. É conhecido que a disposição destas partículas seja semelhante a

de um “cacho de uva”, com diferentes tamanhos de agregados [16]. A Figura 8.5 refere-se

à micrografia obtida para o NF utilizado neste trabalho. Esta geometria impossibilita a

simulação representativa desta estrutura primária, pois se as partículas unitárias circulares

de NF forem colocadas aleatoriamente pelo simulador, dificilmente esta tendência de

agregação seria esperada. Para a solução deste problema assumiu-se que a dimensão

estrutural do agregado foi múltipla dos pontos unitários (1 sítio preenchido equivale a 10

nm), relacionados ao diâmetro na simulação do NTC. A definição da geometria da estrutura

agregada foi fundamental na simulação do NF, pois esta teria influência tanto no alcance do

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contato entre as cargas, como na representação da concentração de NF na matriz. Este

comportamento da dispersão das partículas esféricas na formação da estrutura foi analisado

na micrografia da Figura 8.5, e permitiu a definição da estrutura agregada e de um modelo

que representasse a exclusão dos vazios.

Figura 8.5 – Micrografia do Negro de Fumo de alta estrutura puro.

Da literatura a geometria de agregados de NF é usualmente definida como esférica

[14], porém, na fase de programação do simulador, a geometria em forma de quadrado foi a

que melhor se adequou a possibilidade de representação da estrutura ramificada, e ainda

não perdeu a capacidade de contato quando definido o lado do quadrado com a mesma

dimensão do diâmetro da partícula. Tomando como base os limites dimensionais da

micrografia, pode-se avaliar como seria a estrutura quadrada experimental a ser simulada

pelo programa. Além disso, como não ocorre a separação das partículas individuais e a

estrutura é altamente ramificada, existe a expressiva região de vazios que dificulta a

geração de uma geometria média para a simulação. Por isto, estes espaços vazios devem

ser desconsiderados para o simulador, pois os quadrados gerados terão a mesma capacidade

de contato que a estrutura ramificada, mas estarão interferindo diretamente na concentração

do compósito na matriz. Para analisar este tipo de variação foi tomado como base o modelo

do volume excluído, e definido que, em duas dimensões, a área excluída dos agregados foi

a área do quadrado. Porém, esta área do quadrado não pode ser representativa da

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concentração de NF, e um fator correção foi definido na Equação 8.2, desenvolvida para o

cálculo do número de agregados na matriz, Nc,NF.

Nc,NF = n².VNF/(Lq².α-1

) (8.2)

n = tamanho em pontos da aresta da matriz

VNF = fração volumétrica simulada

Lq = tamanho em pontos do lado do quadrado.

α = fator de correção, que define a razão entre a concentração total do quadrado (número

total de pontos) e a concentração de espaços preenchidos pelas partículas esféricas

agregadas (número de pontos considerados como concentração).

A Figura 8.6 mostra o esquema do formato do agregado na perspectiva do

simulador (Figura 8.6a) e da relação α representativa da partícula ramificada, responsável

pela correção concentração de NF na matriz (Figura 8.6b):

a) b)

Figura 8.6 Esquema da representação volumétrica do agregado de NF na matriz: (a)

agregado na perspectiva do simulador; (b) agregado após a aplicação do fator de correção

α.

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105

Outra dificuldade encontrada na simulação do sistema de NF foi determinar o

tamanho do quadrado que fosse representativo dos aglomerados e valor de α representativo

da concentração de cargas. Por este motivo, a simulação consistiu em definir os limiares de

percolação, pc, baseados na variação de alguns valores de α para diferentes dimensões do

quadrado. O resultado encontrado é mostrado na Tabela 8.3.

Tabela 8.3 Valores do limiar de percolação para os sistemas de NF: variação de Ld e do

valor de α.

α 0 5 10

Ld (pontos) pc (% vol.) pc (% vol.) pc (% vol.)

50 60 45 35

100 55 30 25

200 50 20 12,5

400 60 17,5 7,5

Ao se adotar α = 0, ou seja, considerar um quadrado totalmente preenchido por

cargas condutoras, o simulador se comportou basicamente com a mesma relação de pontos

dispersos encontrados no teste do simulador anterior, ou seja, valores de pc próximos a 60

% vol. Já os valores de α iguais a 5 e 10 representam, respectivamente, que o quadrado está

preenchido com 1/5 e 1/10 de cargas condutoras, quanto que o restante do preenchimento

do quadrado é de espaços vazios. Assim a área excluída do aglomerado de NF, que está

intimamente ligada à capacidade de contato entre as cargas, será a mesma do quadrado.

Valores mais altos de α, indicam valores mais altos de Nc, ou seja, o número de partículas

dispersas na matriz aumenta, o que permite uma maior possibilidade de formar um caminho

para passagem de corrente elétrica, gerando uma consequente diminuição do limiar de

percolação. O valor de α = 10 aplicado ao modelo foi a melhor correção simulada da

concentração, pois o valor de pc simulado de 7,5 % vol. para Ld de 400, foi o que mais se

aproximou do valor experimental de 1,5 % vol., apesar de ter sido 5 vezes menor. Portanto,

assume-se este valor de α como relação válida, e o gráfico da Figura 8.7 pode sugerir uma

melhor aproximação destes resultados.

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106

Figura 8.7 - Ld em função de pc para 100 simulações consecutivas para o fator de correção

α = 10.

Enfatizando a associação direta de Ld com pc, pode-se sugerir que para o valor

simulado se aproximar ainda mais do experimental, o tamanho do agregado deveria ter

diâmetro superior a 400 pontos, ou seja, um valor real de 4 µm de lado, se novamente

considerar-se a relação imposta para os NTC: 1 ponto equivale a 10 nm. Ao se comparar

este valor com relação ao diâmetro da partícula primária, 30 nm, o lado do agregado teria

milhares de esferas unitárias para completar a dimensão em micrômetro, algo que a

princípio pareceu inviável. No entanto, observando-se a morfologia pelas micrografias

obtidas por MET, onde geralmente a resolução se aproxima a valores nanométricos, existe

a dificuldade de se determinar tamanhos micrométricos de partículas, e por este motivo não

se consegue concluir esta suposição encontrada pelo simulador. Porém, revisando a

literatura foi encontrado no trabalho de Hauptmanc et al. [17] para o NF Printex XE 2 B

que o tamanho médio dos agregados foi da ordem de 8µm de diâmetro, duas vezes maior

que o valor de 400 pontos simulado, e que provavelmente levasse a um valor de pc abaixo

do simulado. Para se avaliar esta suposição foi realizada a linearização da curva Ld em

função de pc da Figura 7.7, e esta análise matemática aplicada em escala logarítmica

permitiu ajustar um valor de pc de 5% vol., para um diâmetro de 8,6 µm, mostrado na

literatura, para um coeficiente de regressão linear, R, próximo à 99% (Figura 8.8)

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Figura 8.8 – Ajuste linear da curva log (Ld) vs log (pc) para o NF.

Portanto, foi adotado o diâmetro de 8,6 µm, que convertido em pontos levou à um

Ld de 860 sítios ocupados, na simulação. O valor de 5 % vol. foi simulado e obtece sucesso

em 97 das 100 matrizes simuladas. Este valor foi o mais próximo do valor experimental, e

foi adotado para o cálculo do limiar de percolação dos nanocompósitos híbridos.

8.3.4 Simulação dos Nanocompósitos Híbridos

Nesta etapa do trabalho foi desenvolvido o estudo inédito da determinação do limiar

de percolação para cargas híbridas, pc,H, por um simulador em FORTRAN pela aplicação

do Método Monte Carlo. Para isto foi necessária a definição da capacidade do simulador

em avaliar a dispersão aleatória das cargas individuais. Os itens anteriores confirmaram que

o programa mostrou eficiência na aproximação dos valores de pc,NTC e pc,NF experimentais

das cargas individuais, uma vez que os resultados se aproximaram dos valores

experimentais deste trabalho e da literatura, pós definição de ra e Ld, para NTC e NF.

Partindo desta análise, para o estudo do pc,H, o processo foi definido baseado nos valores de

pc,NTC e pc,NF simulados e assumidos como 0,2% vol. com a razão de aspecto de 3500 para

o NTC, e de 5% vol. para o tamanho de agregado de 860 sítios para o NF. Posteriormente

foi realizada a comparação experimental para a avaliação da capacidade do simulador em

percolar cargas híbridas. Nesta etapa os valores de concentrações simulados foram os

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mesmos calculados pelo modelo de Sun e discutidos na parte experimental do Capítulo 6

ecitados novamente na Tabela 4.4, onde as amostras de 1 a 4 satisfazem a condição VNTC

/pc,NTC + VNF /pc,NF = 1 de percolação proposta no modelo de Sun, e para as amostras de 5 a

8 , que estão abaixo do previsto no modelo, VNTC /pc,NTC + VNF /pc,NF< 1.

Os resultados simulados são apresentados na Tabela 8.4.

Tabela 8.4 Sucesso de percolação (S) de 100 simuladas para os nanocompósitos híbridos.

Amostras VNTC (%vol.) VNF (%vol.) Total (%vol.) S

1 0,03 1,27 1,3 27

2 0,06 1,07 1,13 79

3 0,11 0,64 0,75 95

4 0,17 0,21 0,38 96

5 0,01 1,21 1,22 0

6 0,03 0,91 0,94 29

7 0,06 0,6 0,66 35

8 0,11 0,3 0,41 47

Antes da análise do simulador tem-se que ressaltar que os valores calculados pelo

modelo de Sun, amostras 1 a 4, foram obtidos com os limiares de percolação encontrados

experimentalmente, e que como para o NF o valor simulado e aplicado na programação dos

híbridos foi superior ao experimental, seria esperado que nenhum híbrido obtivesse sucesso

na percolação, pois a equação não seria atendida. Porém, ao se analisar os resultados da

Tabela 8.4 pode-se observar com 95% de confiança que as amostras 3 e 4 percolaram,

mesmo estando com valores bem abaixo dos valores de limiar de percolação experimentais,

mostrando que o programa conseguiu representar o efeito de sinergismo entre as cargas.

Isto porque, ao comparar-se, por exemplo, a amostra 3, onde a percolação simulada ocorreu

com 0,11 % vol NTC + 0,64 % vol. NF = 0,75 % vol, com os valores simulados para as

cargas individuais, de 0,2 % vol. NTC e 5% vol. NF, pode-se observar uma redução de

praticamente 1/2 da concentração de NTC e 1/8 da concentração de NF, mesmo assim

tornando o nanocompósito híbrido condutor. Outro aspecto importante foi refletir sobre a

importância da alta razão de aspecto NTC na percolação simulada, pois assim como na

parte experimental, o NTC agiu como agente de ligação, já que quando ele esteve em

concentração uma ordem de grandeza menor que a sua percolação individual, a simulação

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não determinou sucesso com a confiança adotada. Portanto, é razoável supor que a estrutura

proposta pelo simulador pela aleatoriedade do método de Monte Carlo aproxima-se da

micrografia descrita no Capítulo 6, indicando uma boa previsão do limiar para as cargas

híbridas.

8.4 Conclusão

A partir dos resultados obtidos e analisados, pode-se concluir que o programa

desenvolvido pelo método Monte Carlo para sistemas bidimensionais apresentou-se

promissor para realizar as simulações do limiar de percolação de sistemas híbridos. Os

valores de limiar para as cargas individuais foram coerentes com os resultados

experimentais e da literatura, quando definida a estrutura geométrica das cargas. Porém, foi

também discutido que utilizar valores médios da geometria pode implicar em variações no

limiar e que a polidispersão seria um fator a ser estudado. Para os sistemas híbridos é

importante destacar que o simulador conseguiu representar o sinergismo entre as cargas,

pois com valores simulados superiores aos experimentais a percolação foi atingida quando

as cargas foram misturadas. O método de Monte Carlo programado em Fortran mostrou-se

um método eficaz na previsão do limiar de percolação de sistemas condutores simples ou

híbridos, contribuindo para a redução da quantidade de amostras a serem preparadas num

estudo experimental. Pode-se ressaltar que a inclusão da polidispersão dos tamanhos das

partículas na programação e sua modificação para três dimensões têm potencial de maior

adequação ainda do simulador com a realidade experimental de dispersão dos compósitos.

8.5 Referências

[1] METROPOLIS, N., Los Alamos Science, Special Issue, p. 125, (1987).

[2] STRÜMPLER, R. & GLATZ-REICHENBACH, J. - J. Electroceramics, 3, p.329,

(1999).

[3] ZALLEN, R. A. The physics of amorphous solids - Wiley, New York, Cap. 4 (1983).

[4] LUX, F. - J. Mat. Sci., 28, p.285, (1993).

[5] BERHAN, L. & SASTRY, A. M. - Phys. Rev. E, 75, p.041120 (2007).

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110

[6] BERHAN, L. & SASTRY, A. M. - Phys. Rev. E, 75, p.041121 (2007).

[7] DALMAS, F.; DENDIEVEL, R.; CHAZEAU, L.; CAVAILLE, J.-Y.; GAUTHIER, C.

Acta Materialia, 54, p. 2923 (2006).

[8] NEWMAN, M. E. J; ZIFF, R. M., Physical Review Letters, 85, p. 4104 (2000).

[9] OLIVEIRA, P. M. C; NOBREGA, R. A; STAUFFER, D., 33, p. 616 (2003).

[10] LEE, M. J., Physical Review E, 76 (2007).

[11] LEE, M. J., Physical Review E, 78 (2008).

[12] CHATTERJEE, A. P., Journal of Physics: Condensed Matter, 20, p. 25 (2008).

[13] MECKE, K. R; SEYFRIED, A., Europhysics Letters, 58, p. 28 (2002).

[14] BALBERG, I.; ANDERSON, C. H.; ALEXANDER, S. & WAGNER, N. – Phys. Rev.

B, 30, p. 3933 (1984).

[15] CELZART, A.; MCRAE, E.; DELEUZE, C.; DUFORT, M.; FURDIN, G. &

MARÊCHÊ, - J. F. Phys. ReV. B, 53, p.6209 (1996).

[16] M. WEN, X. SUN, L. SU, J. SHEN, J. Li, S. Guo, Polymer, 53, p. 1602 (2012).

[17] HAUPTMAN N., VESEL A.;,IVANOVKI V.;,KLANJ & GUNDE, M. K., Dyes and

Pigments, 95, p. 1 (2012).

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CONCLUSÃO

A hipótese firmada de que a combinação de cargas condutoras com diferentes

geometrias pode apresentar efeitos diferentes da soma das cargas individuais foi

confirmada nesta tese de doutorado.

Para os nanocompósitos de PMMA formados com cargas individuais de NF e

NTCPM, pode-se concluir que a diferença da geometria e razão de aspecto, bem como a

característica de dispersão das cargas teve influência direta no limiar de percolação, pois

apesar de encontrados valores máximos de condutividade em torno de 10-1

S/cm para ambas

as cargas, os valores do limiar de percolação foram de 0,2 vol. (%) para NTCPM quando

que para o NF foi cerca de 8 vezes maior, 1,5 vol. (%). As análises morfológicas e de

dispersão feitas por MET mostraram que as cargas apresentaram boa distribuição na matriz,

com diferentes tamanhos de agregado e presença de aglomerados. Pela análise por SAXS

foram dentificadas microestruturas fractais para ambas as cargas estudadas.

Para os nanocompósitos híbridos os limiares de percolação ficaram entre 0,38 e

1,3% vol.. Estes valores ficaram abaixo de 1,7 % vol. que é o valor da soma das

concentrações das cargas individuais, isto é, do efeito aditivo do sistema. Pode-se concluir

que houve um efeito sinergético da combinação das cargas na formação da rede condutora.

Esta redução não afetou a condutividade elétrica do sistema híbrido, que mostrou-se

semelhante à dos nanocompósitos das cargas individuais, em torno de 10-1

S/cm.

A morfologia observada pelas micrografias obtidas por MET explicam o

comportamento de sinergismo, pois mostram o efeito de co-suporte dos NTCPM que agem

como pontes de conexão entre os agregados do NF.

O programa desenvolvido com base no método de Monte Carlo e no modelo do

volume excluído reforçou a hipótese estudada, e mostrou-se capaz de prever o limiar de

percolação dos nanocompósitos de cargas individuais e híbridas e representar o efeito

sinérgico encontrado experimentalmente.

A contribuição do trabalho desenvolvido está em mostrar a possível e importante

redução na quantidade de cargas para obtenção de nanocompósitos condutores com reflexo

direto no custo, bem como em propor um programa capaz de prever o comportamento de

sistemas similares ao estudado.

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SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

Considerando os resultados obtidos nesta tese, bem como informações citadas na

literatura, novas possibilidades podem ser avaliadas. Dentre elas, sugerimos:

Estudo do efeito da mistura das cargas de NTCPM e NF nas propriedades reológicas do

sistema híbrido em comparação com a reologia dos nanocompósitos com cargas

individuais. Comparação destes resultados com os resultados de condutividade elétrica

descrita neste trabalho.

Avaliação da adequação do simulador nas propriedades de percolação reológica.

Melhoramento do simulador pela a inclusão da polidispersão dos tamanhos das

partículas na programação e sua modificação para três dimensões. Avaliação deste

potencial na maior adequação do simulador com a realidade experimental de dispersão

dos nanocompósitos, para a avaliação da percolação elétrica e/ou reológica.

Estudo aprofundado do comportamento térmico dos sistemas estudados.

Estudos dos sistemas desenvolvidos neste trabalho visando a avaliação das propriedades

mecânicas.

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APÊNDICE I - Análise de Calorimetria Exploratória Diferencial (DSC)

As análises de DSC para todos os nanocompóstios estudados mostraram uma

redução entre 94 e 106ºC em relação à temperatura de transição vítrea do PMMA puro, que

esteve próximo a 108ºC. Esta diminuição sugere duas possíveis afirmações. Primeira, que a

presença das cargas na polimerização in situ do polímero possa ter influenciado na

formação das cadeias, gerando um polímero com massa molar inferior ao puro, e

consequentemente apresentando menor temperartura necessária para o início da mobilidade

das cadeias. Outro aspecto pode estar relacionado ao aumento do volume livre das cadeias

pela presença das cargas, que pode ter contribuído para o favorecimento da mobilidade das

cadeias em temperaturas menores.

Comparação do polímero puro PMMA e os nanocompósitos de NTCPM/PMMA.

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Comparação do polímero puro PMMA e os nanocompósitos de NF/PMMA.

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Comparação do polímero puro PMMA e os nanocompósitos de NTCPM/NF/PMMA

Tabela – Temperaturas de Transição Vítrea (Tg) dos nanocompósitos e PMMA puro.

Amostras Tg (ºC)

PMMA puro 108

0,1%NTCPM/PMMA 94

0,4%NTCPM/PMMA 98

1,0%NTCPM/PMMA 106

1%NF/PMMA 95

3%NF/PMMA 106

12%NF/PMMA 105

0,03%NTCPM/1,17%NF/PMMA 99

0,06%NTCPM/1,07%NF/PMMA 94

0,11%NTCPM/0,64%NF/PMMA 104

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APÊNDICE II - Análise de Termogravimetria (TGA)

As análises de TGA para todos os nanocompósitos estudados mostraram que a

presença das cargas individuais e para os sistemas híbridos geraram uma diminuição da

estabilidade térmica em relação ao polímero puro. Esta análise sugere que a presença das

cargas pode produzi espécimes com baixa massa molar que apresentam temperatura de

degradação mais baixa do PMMA, cujo mecanismo de degradação se dá por

despolimerização [CANEVAROLO Jr., S. V. Ciência dos Polímeros. São Paulo: Artliber,

2002]. Estes resultados de TGA juntamente com os obtidos por DSC indicam a

necessidade de um estudo específico para o comportamento térmico destes sistemas.

Comparação do polímero puro PMMA e os nanocompósitos de NTCPM/PMMA.

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Comparação do polímero puro PMMA e os nanocompósitos de NF/PMMA.

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Comparação do polímero puro PMMA e os nanocompósitos de

NTCPM/NF/PMMA.

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APÊNDICE III

O PMMA é um polímero amorfo, é transparente como o vidro e muito mais

resistente ao impacto. O PMMA é conhecido como o acrílico mais utilizado

comercialmente, sendo utilizado na confecção de peças em diversos setores, como o da

óptica, o automotivo, o da saúde, e muitos outros [RATNER, B. B. Biomaterials Science –

An Introduction to Materials in Medicine, San Diego: p. 94, 1996].

Figura 2.4 - Estrutura do PMMA (RATNER, 1996).

Em geral, os polimetacrilatos apresentam baixa reatividade, e são produzidos pelo

processo de polimerização via radical livre. Este ocorre através da adição sucessiva de

moléculas, insaturadas ou cíclicas, de monômero a um radical propagador. O mecanismo

via radival livre permite a obtenção do PMMA com alta massa molecular, pois a cadeia

cresce rapidamente. Este tipo de polimerização pode ser conduzida em massa, em solução

ou, ainda em emulsão. Embora em alguns casos possa ocorrer autopolimerização quando

em altas temperaturas, o uso de um iniciador de polimerização é indicado para que haja um

maior controle das condições reacionais. Entre vários iniciadores, neste trabalho optou-se

pela utilização da 2,2’ - azobis(isobutironitrila) – AIBN – por se decompor em temperaturas

relativamente baixas, com meia vida de 1,3 horas a 80ºC [STEVENS, M. P. Polymer

Chemistry an Introduction. 2 ed. Oxford: Oxford University Press, 1990. Cap.6].

Assim como a grande maioria dos polímeros termoplásticos o PMMA apresenta

baixas propriedades elétricas, atuando na maioria das vezes como um isolante. Esta

característica elétrica do material pode muitas vezes ser alterada com a inserção de cargas

condutoras, (NF, NTC, etc) tornando o polímero um material utilizado em diversas outras

aplicações como, por exemplo, blindagem eletromagnética.

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APÊNDICE IV – Picnometria Gasosa

Negro de Fumo

Nanotubo de Carbono

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APÊNDICE V

C SIMULADOR DA CONCENTRAÇÃO DE PERCOLAÇÃO PARA AS CARGAS

DE NF E NTC

PROGRAM MATRIZ ALEATORIA

INTEGER :: I,J,SEED_SIZE

INTEGER,ALLOCATABLE :: SEED(:)

REAL, DIMENSION (10000,10000) :: A

N=10000

IJ=0.0

ccccccccc FRAÇÃO VOLUMÉTRICA NF ccccccccccccccc

WRITE (*,*) "FRACAO VOLUMETRICA DE NEGRO DE FUMO NA MATRIZ:"

READ (*,*) XM

cccccccccc NUMERO DE ELEMENTOS CONDUTORES NF ccccccc

NUMELEM = N*N

FRANF = XM/100

K = ((NUMELEM)*(FRANF))/64000

WRITE(*,*)

WRITE(*,*)"NUMERO DE PARTÍCULAS DE NF=", K

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122

ccccccccc FRAÇÃO VOLUMÉTRICA NTC ccccccccccccccc

WRITE (*,*) "FRACAO VOLUMETRICA DE NANOTUBO NA MATRIZ (%):"

READ (*,*) XN

ccccccccc RAZÃO DE ASPECTO ccccccccccccccc

WRITE (*,*) "RAZAO DE ASPECTO DO NTC:"

READ (*,*) RA

cccccccccc NúMERO DE ELEMENTOS CONDUTORES NTC cccccccccccc

FRANTC = XN/100

NC=RA/2

KN = ((NUMELEM)*(FRANTC))/(NC)

WRITE(*,*)

WRITE(*,*)"NUMERO DE PARTICULAS DE NTC=", KN

cccccccccc SIMULAÇÃO DE 100 MATRIZES cccccccccccc

NPERCOLOU=0.0

DO MP=1,100

cccccccccc CONSTRUCÃO DA MATRIZ POLIMÉRICA cccccccccccc

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123

DO I=1,N

DO J=1,N

A(I,J) = 0.0

END DO

END DO

DO M=1,K

write(*,*)"M=", M

cccccccccccc MONTE CARLO NF cccccccccccc

10 DO O=1,2

call random_seed()

call random_seed(size=seed_size)

allocate(seed(seed_size))

call random_seed(get=seed)

call random_seed(put=seed)

call random_seed()

r = random()

L= (r*seed)/100000 !Verificar tamanho da matriz!!

if (L.LT.0) then

L = L*(-1)

else

L=L+1

end if

C write(*,*) 'L', L

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124

if (O==1) then

I=L

write(*,*)'I=', L

ELSE

J=L

write(*,*)'J=', J

END IF

deallocate(seed)

END DO

ccccccccccccc NÃO PASSAR DO LIMITE INFERIOR E DIREITO cccccccccc

IF ((I>=10000).OR.(J>9601)) THEN

GOTO 10

END IF

ccccccccccccc NÃO PASSAR DO LIMITE SUPERIOR E ESQUERDO cccccccccc

IF ((I<2).OR.(J<400)) THEN

GO TO 10

END IF

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ccccccccccccc ECONTRAR VALORES DIFERENTES DE 1 cccccccccc

IF (A(I,J)==1.) THEN

GO TO 10

END IF

ccccccccccccc CRIADOR DA PARTÍCULA DE NEGRO DE FUMO cccccccccc

A(I,J) = 1.0

write(*,*) ' A(I,J)=', A(I,J)

ccccccccccccc CONSTRUÇÃO DO ELEMENTO cccccccccc

DO LL=1,399

A(I,J+LL)=1.0

A(I,J-LL)=1.0

END DO

DO LE=1,399

IF ((I-LE==1).OR.(I+LE==10000)) THEN

GO TO 10

ELSE

A(I+LE,J)=1.0

A(I-LE,J)=1.0

DO LD=1,399

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A(I+LE,J+LD)=1.0

A(I+LE,J-LD)=1.0

A(I-LE,J+LD)=1.0

A(I-LE,J-LD)=1.0

END DO

END IF

END DO

END DO

cccccccccc MÉTODO DE MONTE CARLO NTC cccccccccccc

DO MM=1,KN

write(*,*)"MM=", MM

20 DO O=1,2

call random_seed()

call random_seed(size=seed_size)

allocate(seed(seed_size))

call random_seed(get=seed)

call random_seed(put=seed)

call random_seed()

r = random()

L= (r*seed)/100000 !Verificar tamanho da matriz!!

if (L.LT.0) then

L = L*(-1)

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127

else

L=L+1

end if

C write(*,*) 'L', L

if (O==1) then

I=L

write(*,*)'I=', I

ELSE

J=L

write(*,*)'J=', J

END IF

deallocate(seed)

END DO

ccccccccccccc REGIÃO DE CONTORNO DA MATRIZ: INFERIOR E DIREITO

cccccccccc

IF ((I>=10000).OR.(J>6500)) THEN

GOTO 20

END IF

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cccccc REGIÃO DE CONTORNO DA MATRIZ: SUPERIOR E ESQUERDO cccccc

IF ((I<2).OR.(J<3501)) THEN

GO TO 20

END IF

ccccccccccccc CRIADOR DA PARTÍCULA DE NEGRO DE FUMO cccccccccc

A(I,J) = 1.0

write(*,*) ' A(I,J)=', A(I,J)

ccccccccccccc CONSTRUÇÃO DO NTC cccccccccc

ccccccccccccc NTC CRESCENDO PARA DIREIRA ccccccccccccc

IJ=I+J

IF (mod(IJ,2)==0) then

DO LD=1,NC

IF ((I-LD==1).OR.(I+LD==10000)) THEN

GO TO 20

ELSE

A(I-1,J)=1.0

A(I+LD,J+LD)=1.0

A(I+LD+1,J+LD)=1.0

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END IF

END DO

ccccccccccccc NTC CRESCENDO PARA ESQUERDA ccccccccccccc

ELSE

DO LE=1,NC

IF ((I-LE==1.OR.I+LE==10000)) THEN

GO TO 20

ELSE

A(I-1,J)=1.0

A(I-LE,J+LE)=1.0

A(I-LE-1,J+LE)=1.0

END IF

END DO

END IF

END DO

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ccccccccccc PREENCHIMENTO DO CONTATO ccccccccccccccc

DO LU=1,N

A(1,LU)=1.0

A(2,LU)=1.0

A(10000,LU)=1.0

A(9999,LU)=1.0

END DO

ccccccccccc Varredura Primeira Linha ccccccccccccccc

Do J = 1,N

IF (A(1,J)==1.) then

A(1,J)=2.

End IF

End Do

C Varredura Vertical

Do I = 1,N-2

Do J = 1,N

IF ((A(I,J)==2.).AND.(A(I+1,J)==1)) then

A(I+1,J)=2.

End IF

IF ((A(I,J)==2.).AND.(A(I+2,J)==1)) then

A(I+2,J)=2.

END IF

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End Do

C Varredura Lateral Direita

Do J = 1,N-2

IF ((A(I+1,J)==2.).AND.(A(I+1,J+1)==1)) then

A(I+1,J+1)=2.

End IF

IF ((A(I+1,J)==2.).AND.(A(I+1,J+2)==1)) then

A(I+1,J+2)=2.

End IF

End Do

C Varredura Lateral Esquerda

Do J = 1,N-2

L = (N+1)-J

IF ((A(I+1,L)==2.).AND.(A(I+1,L-1)==1)) then

A(I+1,L-1)=2.

End IF

IF ((A(I+1,L)==2.).AND.(A(I+1,L-2)==1)) then

A(I+1,L-2)=2.

End IF

End Do

End Do

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Do J = 1,N

IF ((A(N,J)==2.).OR.(A(N-1,J)==2.))then

Write(*,*)'Percolou!!!'

ELSE

NPERCOLOU=NPERCOLOU+1

End IF

End Do

WRITE(*,*) 'MP=', MP

END DO

NPERCOLOU= 100 - (NPERCOLOU/10000)

WRITE (*,*) 'CONCENTRAÇÃO NF=', XM

WRITE (*,*) 'CONCENTRAÇÃO NTC=', XN

WRITE (*,*) 'SUCESSO(%)=', NPERCOLOU

END PROGRAM

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ANEXO I – Ficha técnica do Negro de Fumo

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ANEXO II – Ficha técnica do Nanotubo de Carbono

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