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Criação de unidades de conservação em
Bonito, Mato Grosso do Sul (Convênio FNB-PMB Nº 010/2015)
ESTUDOS PARA CRIAÇÃO DE UNIDADES DE
CONSERVAÇÃO MUNICIPAIS EM BONITO, MS
REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE BANHADO DO RIO FORMOSO
Parceria:
2016
Bonito – MS
1. INTRODUÇÃO
A criação de áreas naturais protegidas é considerada como um dos mais
eficientes instrumentos para a conservação genética de espécies e ecossistemas na
Terra. A Convenção sobre a Diversidade Biológica (CDB), um dos mais significativos
acordos internacionais nessa área, firmado durante a Conferência das Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1992, reconheceu a conservação in situ
como uma das principais prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o
mundo. No âmbito da Convenção, as áreas protegidas são consideradas o pilar central
para o desenvolvimento de estratégias nacionais de conservação (IUCN, 1994 apud
AYRES et al, 2005).
No Brasil, existem hoje 320 UCs Federais, além das Estaduais, Municipais e
particulares (RPPNs), que somadas significam pouco mais de 10% do nosso território.
Juntas, compõem o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e são
regidas pela a Lei 9.985/2000, que determina as categorias e objetivos de manejo. Em
sua maioria são espaços raros e insubstituíveis, que contém aquilo que há de mais
expressivo da mega diversidade brasileira. (Rede Pró-UC, 2015). Porém, considerando
as dimensões do nosso território e ainda sua importância biológica, os parques e
reservas existentes não são suficientes para assegurar a conservação da
biodiversidade brasileira (AYRES et al, 2005).
Entre as principais dificuldades enfrentadas pelas UC do Brasil, está o crescente
isolamento entre áreas naturais, protegidas ou não. Esta é uma questão que deve ser
resolvida com um planejamento mais adequado que, além da representatividade
ecológica, deve passar a considerar a possibilidade de construção de “estruturas de
rede”, levando em conta a dinâmica da paisagem e o inter-relacionamento necessário
entre as áreas protegidas existentes e a serem criadas (AYRES et al, 2005).
2. JUSTIFICATIVAS PARA CRIAÇÃO DAS UCs
Nos últimos anos, as fisionomias encontradas no Estado do Mato Grosso do Sul
têm sofrido intensa descaracterização devido à ação antrópica, particularmente da
atividade agropecuária (UETANABARO et al., 2007). Essa intensa modificação
ambiental implica em um processo de degradação e fragmentação do ambiente, cujo
resultado para a biodiversidade é a redução do tamanho das populações, podendo
ocasionar extinções locais (PRIMACK, 2002). O Estado do Mato Grosso do Sul engloba
áreas que abrangem fitofisionomias típicas do Pantanal, Cerrado, Mata Atlântica e
Chaco, tais como brejos, matas estacionais e veredas, com componentes bióticos
particulares (PRADO & GIBBS, 1993; SPICHIGER et al., 2004; MORRONE 2006),
formando um mosaico de ecossistemas, muitas vezes integrados, distribuídos ao longo
de um vasto território, proporcionando um imenso campo para estudos de ambientes
naturais (UETANABARO et al. 2007).
O domínio do bioma Mata Atlântica ocupa uma área de 1.300.000 km², ou seja,
cerca de 15% do território nacional, incluindo 17 estados brasileiros, Paraguai e
Argentina. Essa imensa variabilidade territorial, topográfica e climática abrangida pela
Mata Atlântica explica as grandes diferenças biológicas entre regiões distintas, que se
apresentam como um grande mosaico de ecossistemas. Atualmente, mais de 90% de
sua formação original já foi devastada. O alto grau de destruição se deve,
principalmente, à expansão da indústria, agricultura, turismo e urbanização de modo
não planejado. A perda de biodiversidade em decorrência desta devastação é
incalculável, incluindo espécies ainda não conhecidas pela ciência. Além disso, esta
devastação tem impactos negativos sobre a quantidade e qualidade da água de rios e
mananciais, a fertilidade dos solos, bem como características do microclima,
contribuindo para o aquecimento global.
Buscando mudar esse cenário, a UNESCO (Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura) criou no Brasil, em 1991, a primeira Reserva
da Biosfera, a RBMA - Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Sua criação teve o
objetivo de buscar alternativas de desenvolvimento humano que sejam compatíveis
com a conservação da biodiversidade. Essa concepção é resultado da “Conferência
sobre Conservação e Uso Racional dos Recursos da Biosfera”, realizada pela UNESCO
em Paris (1968). Inicialmente a RBMA abrangia algumas áreas isoladas em São Paulo,
Paraná e Rio de Janeiro. Posteriormente, passou por quatro fases de ampliação e
atualmente abrange 35 milhões de hectares em 15 estados brasileiros, incluindo Mato
Grosso do Sul.
O Parque Nacional da Serra da Bodoquena (PNSBd), na região de Bonito, Mato
Grosso do Sul, está localizado numa das áreas núcleos da RBMA. Nele está
resguardada uma importante parte (76.481 ha) dos remanescentes de formações
florestais estacionais (decidual submontana, semidecidual aluvial e semidecidual de
terras baixas) de Mata Atlântica do interior do Brasil (Lei nº 11.428/06). Trata-se de uma
região de contato entre o Bioma Mata Atlântica e a porção sudoeste do Cerrado, zona
caracterizada pela complexa transição vegetacional e biogeográfica de seus
constituintes biológicos. Por tais atributos, é considerada uma área prioritária para a
conservação da biodiversidade nos biomas do Cerrado e do Pantanal e extremamente
alta no Bioma da Mata Atlântica (área MA 662 no Mapa das Áreas Prioritárias para
Conservação, Utilização Sustentável e Repartição dos Benefícios da Biodiversidade
Brasileira de 2003).
É inquestionável a importância do PNSBd para a preservação da biodiversidade
dessa região, mas, infelizmente muitos remanescentes de vegetação nativa e também
as nascentes dos rios mais importantes do município de Bonito dependem diretamente
de áreas externas para manutenção de sua qualidade ambiental.
2.1 Refúgio de Vida Silvestre Banhado do Rio Formoso
O IBAMA e o Ministério do Meio Ambiente consideram que as áreas úmidas são
ecossistemas frágeis e de alta complexidade ecológica. Elas apresentam grande
importância para o processo de estabilidade ambiental e manutenção da
biodiversidade. Por estarem em relevos planos ou abaciados encontram-se
frequentemente com elevados níveis de saturação hídrica. Isso resulta em alta
capacidade de retenção e filtragem das águas e em regularização da vazão dos rios.
No projeto RADAMBRASIL a vegetação das áreas úmidas é enquadrada nas “Áreas
Pioneiras de Influência Fluvial”.
Tamanha a importância de proteção destas áreas, em 1971 foi assinada a
Convenção sobre Zonas Úmidas de Importância Internacional, mais conhecida como
Convenção de Ramsar, da qual o Brasil é signatário desde 1993. Este tratado
intergovernamental estabelece marcos para ações nacionais e para a cooperação entre
países com o objetivo de promover a conservação e o uso racional de zonas úmidas no
mundo.
As zonas úmidas fornecem serviços ecológicos fundamentais para as espécies
de fauna e flora e para o bem-estar de populações humanas, fornecendo serviços
ecossistêmicos insubstituíveis. São capazes de conter inundações, permitir a recarga
de aqüíferos, reter nutrientes e sedimentos e purificar a água. O colapso desses
serviços, decorrente da destruição das zonas úmidas, pode resultar em desastres
ambientais com elevados custos em termos de vidas humanas e em termos
econômicos (MMA, 2016).
Os ambientes úmidos também cumprem um papel vital no processo de
adaptação e mitigação das mudanças climáticas, já que muitos desses ambientes são
grandes reservatórios de carbono.
Preservar e conservar as áreas úmidas, como é o caso dos banhados do Rio
Formoso é fundamental, pois as ações antrópicas estão ocasionando a perda da
biodiversidade e a desestruturação desses ecossistemas, com consequências serias
também para os cursos d’agua na região. As comunidades herbáceas destas áreas
estão fortemente ameaçadas tanto por perturbações locais como desmatamentos e
queimadas, quanto por mudanças no uso da terra da bacia hidrográfica (conversão de
áreas nativas por campos de pastagens e lavouras). Essas intervenções influenciam
diretamente na redução da quantidade e da qualidade das águas que formam estas
áreas de banhado e que são responsáveis por manter diversos atrativos na região da
Serra da Bodoquena. Logo, além da preservação dessas áreas, também é necessária a
manutenção desses recursos hídricos, para que se possa, assim, garantir sua efetiva
conservação.
Em conjunto com as fitofisionomias florestais, áreas úmidas formam mosaicos de
diferentes fisionomias altamente dinâmicas. Estes mosaicos, por sua vez, fornecem
habitats para uma ampla gama de espécies que tanto podem utilizá-los eventualmente
como ser diretamente dependentes deles. A conectividade entre os mosaicos de áreas
úmidas assume o papel fundamental na conservação da flora e fauna à medida que
esses não são habitats isolados, mas complexos dinâmicos com conexões bióticas e
abióticas com todos os habitats contíguos (AMEZAGA et al. 2002).
Desta forma, os banhados do Rio Formoso constituem áreas prioritárias para
conservação, pois possuem características extraordinárias, abrigam uma grande
diversidade ambiental, apresentam ecossistemas frágeis e de alta complexidade
biológica, possuem grande importância para o processo de estabilidade ambiental e
manutenção da biodiversidade, além de resguardar a ocorrência de diversas espécies
ameaçadas de extinção, muitas destas, contidas em Planos de Ação Nacional para a
Conservação de Espécies Ameaçadas.
3. DIAGNÓSTICO SOCIECONÔMICO DA REGIÃO DE BONITO, MS
O Município de Bonito está localizado no sudoeste do Mato Grosso do Sul, e faz
parte da região conhecida como Serra da Bodoquena.
Em 1911, o Distrito de Bonito foi desmembrado do Município de Miranda – MS,
sendo elevado à categoria de município apenas em 1948. O topônimo do município
adveio do nome da fazenda em cujas terras sua sede foi fundada. Desde 2007, Bonito
– MS é composto de dois distritos: Águas de Miranda e o distrito sede (IBGE, 2010a).
3.1 Atividades econômicas
Das atividades econômicas realizadas no entorno do banhado, a pecuária e
agricultura ocupam a maior extensão de terras. Nos últimos cinco anos, a produção
agrícola vem superando a pecuária, especialmente nas bacias dos rios cênicos de
Bonito. Os principais impactos que estas atividades causam são o acesso do gado às
áreas úmidas, a substituição da vegetação nativa por gramíneas exóticas nas suas
bordas, carreamento e solo para as áreas úmidas, abertura de açudes, canalizações e
perda de solo.
Destaca-se ainda o turismo, praticado em diversos pontos do rio Formoso e rio
da Prata, com diversos empreendimentos próximos as áreas de banhado, os quais
dependem diretamente da qualidade ambiental e de características naturais da região
de entorno.
Em relação à pecuária, em 2010, a criação de animais do município somava
aproximadamente 474,66 mil unidades, sendo que a maioria (83,15%) era relativa à
produção bovina, seguida pela produção de aves (11%) (IBGE, 2010a) (Figura 2).
Em 2010, foram registradas 214 toneladas de culturas permanentes, constituídas
basicamente de banana, laranja, maracujá e uva e 56 mil frutos de coco-da-baía. Essas
culturas geraram uma receita de R$273 mil. Também em 2010, a soja e o milho foram
as principais culturas temporárias do município, com produções de 38.340 e 19.680
toneladas, respectivamente (Figura 3), gerando uma receita de aproximadamente
R$1,9 milhão (Figura 4). Além disso, foram produzidas 33 mil unidades de abacaxi.
Neste mesmo ano, todas as lavouras temporárias geraram uma receita de mais de
R$25 milhões (IBGE, 2010b).
Figura 2 – Produção pecuária de animais (cabeças) do Município de Bonito – MS, em 2010
Fonte: IBGE (2010)
Figura 3 – Produção de culturas temporárias, em toneladas, no Município de Bonito – MS, em 2010
Fonte: IBGE (2010)
Figura 4 – Receita gerada pelas culturas temporárias no Município de Bonito em 2010 Fonte: IBGE (2010)
O extrativismo gerou uma receita de mais de R$1,7 milhão (dados 2010), sendo
a produção de carvão vegetal o produto mais representativo (Tabela 1).
Tabela 1 - Produção do extrativismo vegetal no Município de Bonito – MS, em 2010
Produto Quantidade (ton) Receita (R$) % receita
Carvão vegetal 5.400 ton 1,73 milhões 99,78
Lenha 1.500m³ 38 mil 0,22
Total 1,7318 milhões 100
Fonte: IBGE (2010a)
O turismo é a maior atividade realizada no Município de Bonito – MS, tendo
como principais atrações são as paisagens naturais, mergulhos em águas cristalinas,
cachoeiras e cavernas.
De acordo com o levantamento da Secretaria de Turismo de Bonito, com dados
do ISSQn e do Portal Voucher Digital, o ano de 2011 fechou com 304.885 visitações e
estimativa de que 150 mil turistas visitaram a cidade. Houve um aumento de 10,4% em
relação a 2010, superando o crescimento de 4,4% no mundo, conforme dados da
Organização Mundial do Turismo (OMT) divulgados pelo Ministério do Turismo (MTur)
(COMTUR, 2012).
De acordo com um artigo da Secretaria Municipal de Turismo, Indústria e
Comércio de Bonito – MS houve uma considerável evolução na arrecadação de tributos
municipais (ISS) a partir do ano de 2003, quando foram implantados novos métodos de
cobrança. Isso fez com que a receita aumentasse em 40,84% no primeiro ano, sendo a
atividade turística responsável, direta e indiretamente por grande parte desta receita.
Segundo este artigo, a atividade turística também foi responsável pela evolução do PIB
per capita, observando um aumento de 72% do ano 2000 para 2004.
A partir dessas atividades produtivas, segundo dados do IBGE (2010a) a renda
média das famílias residentes em domicílios particulares era de R$2.284,51 na área
urbana e R$1.361,39 da área rural. Naquele ano, Bonito – MS possuía 10.417 pessoas
economicamente ativas, em 6.188 domicílios diferentes. As diferentes classes de
rendimento podem ser observadas na figura abaixo (Figura 5).
Figura 5 – Distribuição de domicílios por classe de rendimento nominal mensal domiciliar, em salários mínimos. Fonte: IBGE (2010)
Segundo dados do PNUD (2000), o IDH geral do Município de Bonito – MS era
0,767, e 0,83 (educação), 0,788 (longevidade), 0,682 (renda).
O Índice Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (FIRJAN) de
Desenvolvimento Municipal (IFDM) mede o desenvolvimento humano brasileiro, na
escala municipal, uma medida semelhante ao IDH. Embora seus indicadores principais
também sejam renda, educação e saúde, o IFDM traz ênfase maior ao fator “trabalho”
ao medir o índice renda. No Município de Bonito, o IFDM cresceu quase continuamente
entre os 2000 e 2009 (Figura 6).
Figura 6 – Evolução do Índice FIRJAN do Município de Bonito – MS
Fonte: FIRJAN (2009)
3.2 Estrutura Populacional
De acordo com dados do Censo do IBGE 2010 (IBGE, 2010a), o Município de
Bonito – MS apresenta uma área de 4.934,425 km2 e uma população de mais de
19.500 pessoas.
Desse total, 50,43% são homens e 49,57% são mulheres. Mais de 16 mil
pessoas (82,5%) vivem na área urbana, enquanto 17,5% vivem na área rural (2010).
Entre os anos 2000 e 2010, houve um aumento de 6% da população da área urbana
em relação à área rural.
O crescimento populacional (urbano e rural) entre 1991 e 2010 pode ser
observado no gráfico abaixo (Figura 7).
Figura 7 – Crescimento populacional no Município de Bonito, entre 1991 e 2010
Fonte: IBGE (2010)
A distribuição etária da população de Bonito – MS pode ser observada na figura
abaixo (Figura 8).
Figura 8 – Porcentagem da população de Bonito – MS distribuída por faixa etária
Fonte: IBGE (2010)
3.3 Serviços públicos disponíveis no município
Em relação à existência de serviços públicos no município, dos 6.188 domicílios
particulares permanentes, 5.081 possuem abastecimento de água e 6.148 possuem
energia elétrica (IBGE, 2010a).
Quanto à destinação do lixo, o Quadro 1 apresenta a situação de Bonito – MS
em 2000.
Quadro 1 – Situação e destino do lixo, por moradores, em domicílios particulares na zona urbana e rural, no Município de Bonito – MS, no ano 2000
Destino do Lixo Situação do domicílio Número de moradores em
domicílios particulares permanentes
%
Coletado Urbana 12146 72,56
Rural 446 2,66
Coletado por serviço de limpeza
Urbana 12143 72,54
Rural 446 2,66
Coletado em caçamba Urbana 3 0,02
Rural 0 0
Queimado (na propriedade)
Urbana 463 2,77
Rural 2759 16,48
Enterrado (na propriedade)
Urbana 10 0,06
Rural 507 3,03
Jogado em terreno Urbana 123 0,73
Destino do Lixo Situação do domicílio Número de moradores em
domicílios particulares permanentes
%
baldio Rural 154 0,92
Jogado em rio, lago ou mar
Urbana 0 0
Rural 7 0,04
Outro destino Urbana 5 0,03
Rural 120 0,72
Fonte: IBGE (2010)
Segundo dados levantados pelo Plano de Desenvolvimento Integrado do
Turismo (PDITS, 2011), a coleta de lixo no Município de Bonito – MS é realizada
diariamente no centro da cidade, nas demais ruas, de duas a três vezes por semana e,
em locais mais distantes, esse serviço é realizado apenas uma vez por semana.
A situação do abastecimento de água nos domicílios particulares permanentes
em 2000 era: 69,99% dos domicílios da zona urbana recebiam água da rede geral,
3,4% possuíam poço ou nascente na propriedade e 0,57% dos domicílios conseguiam
água de outra forma; na zona rural, 2,69% dos domicílios eram abastecidos pela rede
geral, 19,12% a água vinha de poço ou nascente existente na propriedade e 4,23% de
outra fonte. De acordo com dados da Pesquisa Nacional do Saneamento Básico de
2008, coletados pelo IBGE, o município apresentava 6.714 unidades de economias
abastecidas e 5.662 residências abastecidas por água. O município distribuía,
diariamente, 3.454m³ de água tratada com simples desinfecção (cloração e outros) e
158m³ de água sem tratamento.
Na zona urbana, 28,34% dos domicílios fazem o esgotamento sanitário na rede
geral de esgoto, 3,15% usam fossa séptica, 39,76% possuem fossa rudimentar, 0,4%
por outras formas e 2,32% não possuem banheiro ou sanitário. Na zona rural, 0,02%
têm rede geral de esgoto, 0,75 fossa séptica, 21,52% fossa rudimentar, 1,72% outros e
2,03% não possuíam banheiro ou sanitário (IBGE, 2008).
Em relação aos estabelecimentos de saúde (IBGE, 2010), Bonito – MS
apresentava, em 2009, 13 estabelecimentos, sendo nove municipais e quatro
estabelecimentos privados. Apenas um estabelecimento apresentava serviço de
internação total com 21 leitos. Um estabelecimento apresentava atendimento de
emergência total, oito com atendimento ambulatorial com médicos em especialidades
básicas, dois com outras especialidades e quatro também com atendimento
odontológico.
De acordo com o último censo do IBGE (2010a), Bonito – MS possui 13 pré-
escolas, 13 escolas do ensino fundamental e quatro do ensino médio.
3.4 Escolaridade da população
Em 1991, 26,63% da população de Bonito – MS com mais de cinco anos era
analfabeta. No censo de 2000, esse valor baixou para 14,52%, mesmo com o
incremento da população que ocorreu neste mesmo período.
Os dados dos números de matrículas, docentes e escolas de pré-escola, ensino
fundamental e médio referentes a 2009 encontram-se na tabela 2.
Tabela 2 - Número de matrículas, docentes e escolas existentes no Município de Bonito – MS em 2009
Nível de Ensino Matrículas Docentes Escolas
Pré-escolar 310 22 13
Fundamental 4068 206 13
Médio 742 70 4
Fonte: IBGE (2009)
Das 13 escolas pré-escolares, 10 pertencem à rede pública municipal e três são
particulares. Em relação ao ensino médio, duas escolas são privadas e duas são
municipais, enquanto no ensino fundamental, oito são municipais, duas estaduais e três
privadas.
3.5 PIB municipal
Em 2008, o PIB total de Bonito – MS foi de R$214,13 milhões (figura 9) e o seu
PIB per capita atingiu R$11,99 mil. No ano de 2012, houve um aumento significativo,
atingindo R$298.493.000,00 e alçando o município a 31ª posição no ranking do Estado
(SEBRAE, 2012).
O setor de comércio e serviços é o principal responsável por estes valores.
Dados coletados pelo Sebrae (2012), indicam que o este setor alcançou em 2012, a
marca de 53% de representatividade no PIB do município. Neste ponto, vale destacar
que boa parte deste é advinda das atividades turísticas, a qual gera aproximadamente
4.000 empregos, direta e indiretamente, equivalendo a cerca de 40% montante de
comércio e serviços (Secretaria de Turismo de Bonito, 2015).
No ano de 2008, a agropecuária foi responsável por aproximadamente 30% do
Produto Interno Bruto de Bonito (Figura 9). Em 2012, este valor decresceu, sendo
responsável por 28% do acumulado total (SEBRAE, 2012).
Figura 9 – Produto Interno Bruto no Município de Bonito – MS, no ano 2008
Fonte: IBGE (2008)
4. DIAGNÓSTICO FÍSICO
4.1 Clima
O Mato Grosso do Sul está localizado na confluência dos principais sistemas
atmosféricos da América do Sul, estando sujeito a mais de um regime pluviométrico. O
Município de Bonito – MS possui um clima controlado por massas tropicais e polares,
com predomínio da Massa Polar Atlântica e participação da Massa Tropical Continental
(ZAVATINI, 1992 apud DIAS, 1998).
De acordo com a classificação de Köppen o clima predominante da região é o
Tropical Úmido (AW), caracterizado por uma estação seca acentuada entre junho e
setembro e precipitações concentradas entre novembro e janeiro, variando entre 900 e
1.800 mm ao ano. A temperatura média anual é de 22°C, e evapotranspiração anual
superando os 1.400 mm (ANA, 2004; REATTO et al., 1998; EITEN, 1993; MENDES et
al., 2003 apud COSTACURTA, 2006).
A variação dos dados Pluviométricos registrados para a região está ilustrada na
figura 10.
Figura 10 – Dados Pluviométricos dos anos de 1982 a 2005, registrados pela COOAGRI/Bonito/MS
Fonte: Baptista-Maria (2007)
4.2 Geologia, Hidrogeologia e Recursos Minerais
A região de Bonito – MS está localizada em uma área de contato de diferentes
tipos e grupos litológicos, com intensos processos tectônicos, implicando na produção
de paisagens particulares. Está assentada, basicamente, sobre rochas carbonáticas –
calcários e dolomitos – das Formações Cerradinho e Bocaina, do Grupo Corumbá no
topo, e rochas do Grupo Cuiabá na base, arcabouço geológico da Serra da Bodoquena
(DIAS, 2000). Segundo Dias (2000), desenvolveu-se em Bonito – MS uma formação
geológica pouco típica, representada pela Formação Xaraiés. Essa formação aparece
em três pontos isolados na região de Bonito – MS, acompanhando as margens muito
úmidas e planas dos rios Formoso e Perdido. Constitui-se de um calcário pulverulento
de cor branco-amarelada ou cinza composto por imensa quantidade de materiais
fósseis.
Decorrente destas formações, Boggiani et al. (1998) descrevem os recursos
minerais que são exploradas na região da Serra da Bodoquena. Segundo os autores,
destaca-se a exploração de rochas carbonáticas para fabricação de cimento e
aplicação como corretivo de solo (incluindo para esta finalidade calcários
pulverulentos); extração de metadolomitos de granulação fIna (mármores) e; argilas
para construção civil. No mesmo artigo também são mencionadas as potencialidades
do local para outras explorações minerais, como rochas fosfáticas, rochas ornamentais
e quartzos.
Segundo Souza & Lastoria, (2003) de acordo com o Macrozoneamento
Geoambiental de Mato Grosso do Sul, o Município de Bonito – MS está inserido na
porção sudoeste da Bacia Hidrográfica do Rio Paraguai, sub-bacia do Miranda e
Aquidauana, sendo os principais cursos d’água o Rio Miranda, Rio Formoso e Rio da
Prata. Os rios que nascem no município são Rio do Peixe, Formoso, Perdido e Sucuri.
Um estudo da SANESUL/TAHAL (1998) fez um levantamento de poços tubulares
existentes no Mato Grosso do Sul e apresentou a classificação dos aquíferos de acordo
com as diferentes unidades geológicas (SOUZA & LASTORIA, 2003). Dentro deste
trabalho, Bonito – MS fica localizado sobre rochas pertencentes ao aquífero do tipo
fissurado. O potencial de armazenamento destes aquíferos está relacionado aos
falhamentos e fraturas da rocha, que são de tamanho limitado.
4.3 Geomorfologia da área cárstica da Serra da Bodoquena e os banhados
dos rios Formoso e Prata
Paisagens cársticas são regiões sustentadas por rochas carbonáticas onde
predominam processos de dissolução química da rocha pela água, gerando o
desenvolvimento de porosidade secundária na forma de condutos e,
consequentemente, sistemas hidrológicos subterrâneos (SALLUN-FILHO & KARMANN,
2012). Assim, os relevos cársticos são caracterizados pela presença de cavernas,
sumidouros, ressurgências e pela escassez de escoamento superficial (FORD &
WILLIAMS, 2007; SALLUN-FILHO & KARMANN, 2012). Essas regiões representam
cerca de 10% da superfície dos continentes, onde ocorre uma biodiversidade
subterrânea endêmica de alto interesse científico, além de abrigar aquíferos de grande
importância econômica e social devido sua alta produtividade (FORD & WILLIAM, 2007;
WATSON et al., 1997).
Apesar da extensão relativamente reduzida das áreas cársticas em superfície
continental, aproximadamente 25% da população mundial depende dos aquíferos
cársticos para atender suas necessidades vitais, direta ou indiretamente (FORD &
WILLIAMS, 2007). Além do valor significativo para a conservação dos recursos hídricos
e da biodiversidade (devido ao elevado endemismo de espécies subterrâneas), essas
regiões são de fundamental importância econômica pela presença de atividades
turísticas associadas às feições cársticas. O mais relevante exemplo brasileiro de tal
uso econômico do carste é a região de Bonito, área cárstica da Serra da Bodoquena,
no Mato Grosso do Sul, onde cavernas submersas, ressurgências, rios cristalinos e
cachoeiras com tufas calcárias são atrativos turísticos que movimentam a economia
local (LOBO & MORETTI, 2009; BOGGIANI et al., 2011).
Sallum & Karmann (2007) apresentam o mapeamento geomorfológico da Serra
da Bodoquena contextualizando suas feições cársticas. Estes autores descrevem a
Serra da Bodoquena como um conjunto de planícies, a leste, que drenam para bacia do
Rio Miranda (Rios Salobra, Formoso e Prata), e um planalto (chamado de Planalto da
Bodoquena), a oeste, drenado ao norte pelo rio Salobra e, ao sul, pelo Rio Perdido
(Bacia do Rio Apa) (ALMEIDA, 1965; SALLUN-FILHO & KARMANN, 2007) (Anexo 1 ).
Neste contexto geomorfológico, Sallun & Karmann (2007) denominam as áreas
que incluem os banhados dos rios Formoso e Prata como Planícies de Tufas (Tufas
Plains – TP). Neste caso, a água infiltrada no Planalto a oeste (na região do rio Perdido)
percorre sistemas hidrológicos subterrâneos, enriquecendo-se de carbonato de cálcio e
ressurgindo, a leste, em nascentes de grande vazão, como nas nascentes do Prata e
do Formoso (BOGGIANI et al. 2002). Boggiani et al. (2002) denominam os depósitos
de tufas calcárias da Serra da Bodoquena como Formação Xaraiés, originalmente
descrita por Almeida (1945), que é caracterizada por calcário Quaternários com idade
de até 5 mil anos. No caso dos depósitos do rio Formoso, o calcário dissolvido na água
durante sua circulação subterrânea e superficial é acumulado na forma de tufas, em
meandros abandonados, promovendo a diminuição da profundidade dos lagos
marginais, o que resulta na formação de brejos ao final do trecho de maior da
deposição (BOGGIANI et al., 2002). Assim, a manutenção dos banhados é essencial
para o constante processo de deposição das tufas calcárias típicas da região.
Nota-se que Boggiani et al. (2002) chama atenção para fragilidade das
tufas calcárias da Serra da Bodoquena, cujo crescimento pode ser afetado pela
temperatura da água, presença de magnésio, fosfatos e certos componente orgânicos,
que mesmo em baixas concentrações, podem afetar a deposição de calcita. Além disso,
maior atenção deve ser dada as condições de turbidez da água peculiar da região, pois
o aumento deste parâmetro pode afetar o crescimento de algas as quais está associado
o crescimento das tufas (BOGGIANI et al. 2002).
4.4 Aquíferos da Serra da Bodoquena e suas espécies subterrâneas
ameaçadas
Os ecossistemas subterrâneos aquáticos e terrestres podem ser especialmente
complexos nas áreas cársticas (relevos de rochas que sofrem corrosão química pela
água) (CULVER et al., 2009; GIBERT et al., 1994). Isto é possível devido a sua
dinâmica distinta do meio epígeo, com a ausência permanente de luz e os diferentes
níveis de compartimentação dos espaços no subsolo (GIBERT et al., 1994). Estas
condições permitem a origem de um endemismo elevado de espécies estritamente
subterrâneas, denominadas de troglóbios (BARR, 1967; CULVER et al., 2009).
A presença de grandes condutos submersos é uma das características típicas do
carste da Serra da Bodoquena. Algumas cavernas alagadas já foram exploradas
através de espeleomergulho (NETO, 2010) e revelam a presença de um aquífero de
condutos bem desenvolvido, mais comuns à leste (SALLUN & KARMANN, 2007).
Cavernas como: o Buraco das Abelhas, uma das mais extensas da região, com 2 km de
condutos subaquáticos mapeados e mais 60 m de profundidade; a Nascente da Ceita
Curê, uma nascente freática desenvolvida em fenda vertical com 120 m de
profundidade; a Lagoa Misteriosa, uma das mais profundas do Brasil, com 220 m de
desnível; e a Gruta do lago Azul, cujo lago é contemplado por milhares de visitantes
todos os anos, são exemplos desde grandes sistemas de condutos freáticos
exploráveis pelo homem e de grande beleza cênica regional (LOBO & MORETTI, 2009;
SALLUN-FILHO et al., 2004).
A fauna troglóbia, endêmica e especializada à hábitats subterrâneos, que ocorre
os aquíferos cársticos é geralmente acessada através de rios e de lagos em (CULVER
et al., 2009; GIBERT et al., 1994; HUMPHREYS, 2006). Na área cárstica da Serra da
Bodoquena, já foram reconhecidas 34 espécies endêmicas de animais troglóbios, entre
espécies terrestres e aquáticas, sendo a maioria ainda não descrita formalmente
(CORDEIRO, 2013; CORDEIRO et al., 2014; TRAJANO & BICHUETTE, 2010).
Destacam-se entre os troglóbios endêmicos da Serra da Bodoquena a riqueza de
peixes, elementos conspícuos no meio subterrâneo aquático e que ocupam o topo das
cadeias tróficas no aquífero (CORDEIRO et al., 2013; TRAJANO, 2001). O cascudo
troglóbio Ancistrus formoso Sabino & Trajano 1994, é considerado espécie vulnerável
na Lista Brasileira de Fauna Ameaçada (MACHADO et al., 2005) e ocorre somente na
Nascente do Rio Formoso, um sistema de cavernas submersas. As espécies
recentemente estudadas quanto à distribuição geográfica, Trichomycterus dali Rizzato,
Costa-Jr., Trajano & Bichuette 2011, mais quatro não descritas (duas de
Trichomycterus, uma de Rhamdia e uma de Ancistrus), ocorrem em rios subterrâneos
de cavernas que estão expostos a diversos impactos antrópicos (CORDEIRO et al.,
2013). Os impactos mais graves, estão: o assoreamento de condutos subterrâneos, a
contaminação por insumos agrícolas, o rebaixamento do lençol freático por uso
indiscriminado da água subterrânea e a presença de espécies invasoras por alteração
das comunidades superficiais (BORGHEZAN, 2013; CORDEIRO, 2014).
4.5 Solos
Segundo Costacurta (2006), os solos predominantes na região da Bacia do Rio
Miranda são os Latossolos e os Neossolos, com algumas manchas de Cernossolo e
Argissolo. São solos minerais, não hidromórficos, caracterizados por apresentarem
saturação de bases alta, argila de atividade alta e horizonte B textural imediatamente
abaixo de horizonte A. Possuem coloração avermelhada, com sequencia bem nítida
entre os horizontes A, B e C. Apresentam textura argilosa, bem drenados,
moderadamente ácidos e alcalinos e com fertilidade natural elevada. São desenvolvidos
a partir das litologias das Formações Cerradinho e Bocaina, do Grupo Corumbá e
Cuiabá, associados aos Chernossolos. Ocorrem em dois pequenos trechos, ao longo
do Rio Formoso e de um de seus afluentes (DIAS, 1998 apud COSTACURTA, 2006).
De acordo com Dias (2000), as áreas de depósito da Formação Xaraiés,
apresentam solos do tipo Glei Húmico eutrófico vértico, e outros tipos de solo em menor
escala. Existe ainda, conforme apresentado anteriormente, a presença de outras
classes como: Podzólico Vermelho-Amarelo, Plintossolo Solódico, Glei Húmico Vértico,
Brunizem Avermelhado, Latossolo Roxo, Solonetz Solodizado, Solos Litólicos, Glei
Pouco Húmico, Areias Quartzosas e Podzólico Vermelho-Escuro. Em sua maioria são
solos minerais profundos, de boa drenagem, textura média, e com baixa fertilidade
(MMA, 2007), sendo utilizados intensamente para pastagens e lavouras, principalmente
soja e milho.
Devido as suas características físicas e constante utilização com lavouras, existe
uma grande preocupação com o potencial erosivo do solo dessa região, além do
intenso desgaste decorrente do mau uso, devendo-se levar em consideração a
inclinação do relevo que pode ocasionar deslizamentos nas encostas dos morros e
propiciar maior velocidade de escoamento superficial (fator que pode originar e agravar
processos erosivos). Os problemas elencados podem ser evitados e/ou minimizados
por meio da adoção de medidas conservadoras do solo. Os processos erosivos
influenciam diretamente na qualidade dos cursos d’água locais, uma vez que, partículas
de solos são carreadas, conferindo uma maior turbidez e podendo acarretar no
assoreamento destes mananciais hídricos.
Em especial, a Bacia Hidrográfica do Rio da Prata foi objeto de levantamento
pedológico do tipo exploratório, no âmbito do Projeto RADAMBRASIL, do
Macrozoneamento Geoambiental do Estado de Mato Grosso do Sul (Mato Grosso do
Sul, 1989) e do Programa de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (PCBAP). O
Podzólico Vermelho-Amarelo com 27,9% da área da bacia é a classe de solo com maior
expressão. A seguir vem o Latossolo Vermelho-Escuro com 25,8% da área. Na porção
oeste da bacia, nas bordas da Serra da Bodoquena, há ocorrência de Podzólico
VermelhoEscuro latossólico eutrófico e Rendzina.
5. REFÚGIO DE VIDA SILVESTRE BANHADO DO RIO FORMOSO
5.1 HISTÓRICO DE CRIAÇÃO DA UC
A preocupação com as áreas úmidas do Município de Bonito – MS sempre foi um
assunto presente, tanto por parte da gestão pública quanto por instituições
conservacionistas. A importância destes ambientes, assim como sua fragilidade, já há
muito tempo são entendidos como questões prioritárias para a conservação dos
recursos naturais e sustentabilidade das atividades locais.
O brejão ou banhado do Rio Formoso consiste na porção mais baixa da planície
onde há a convergência de águas subterrâneas e superficiais, que permanecem
temporariamente aprisionadas e são drenadas para o rio. Desde a década de 70, com a
conversão de áreas naturais em pastagens e solos agricultáveis, verifica-se que a
supressão dos fragmentos florestais no entorno do Rio Formoso ocorreu em áreas
planas, diminuindo, consequentemente, a capacidade de armazenamento de água.
Como tentativa de amenizar estes problemas, duas ações paralelas foram
iniciadas nesta região, sendo uma por parte da Promotoria de Justiça de Bonito e outra
pela Fundação Neotrópica do Brasil.
Em 2008, a pedido da Promotoria de Justiça de Bonito – MS, foi realizado um
diagnóstico que expressasse a situação das áreas úmidas do Rio Formoso, tendo este
sido executado através de uma parceria entre IBAMA, Secretaria Municipal de Bonito –
MS, Fundação Neotrópica do Brasil, IMASUL e Polícia Militar Ambiental. O documento,
intitulado “Identificação das áreas úmidas do Rio Formoso a montante da MS 178”, teve
como principal objetivo mapear as áreas úmidas remanescentes do curso alto do Rio
Formoso, além dos processos responsáveis pela degradação deste ambiente.
Por meio deste estudo, foram identificados os impactos sofridos neste ambiente
através da amostragem de 11 propriedades distintas, onde foram constatados
processos erosivos, drenagem e redução de áreas úmidas, perda de matas ciliares e
consequente assoreamento por conta do carreamento de sedimentos. Assim, muito
além da simples caracterização dos impactos e pressões sofridos por esta área, esta
ação conjunta possibilitou ainda a proposição de formas de recuperar e conservar estes
ambientes.
Em outra frente de atuação, a Fundação Neotrópica do Brasil também investiu
esforços na conservação das áreas úmidas do município. Para tanto, este ambiente foi
incluído nas atividades do projeto “Corredor de biodiversidade Miranda-Serra da
Bodoquena”, em parceria com a Conservação Internacional. No âmbito deste projeto,
foram realizadas diversas ações em áreas de banhado, tais como caracterização dos
componentes biológicos através de inventários faunísticos e florísticos, análise do
entorno destes ambientes e de uso e ocupação destas localidades.
Com base nos resultados obtidos em ambas as frentes de atuação, assim como
na complementação dos dados gerados, firmou-se então a parceria entre a Prefeitura
Municipal de Bonito – MS e a Fundação Neotrópica do Brasil, na tentativa inédita de
conservação das áreas úmidas da região. Para tanto, foi acordada a criação de uma
unidade de conservação municipal, como uma forma de garantir a manutenção dos
recursos naturais que sustentam grande parte das atividades turísticas do município.
Cabe ressaltar que a realização desta ação fez parte do planejamento estratégico do
Conselho Municipal de Meio Ambiente de bonito (COMDEMA), o qual é representado
por diversos segmentos da sociedade.
5.2 ROTEIRO PARA CRIAÇÃO DA UC NAS ÁREAS ÚMIDAS DO RIO
FORMOSO
Nome da área
Refúgio de Vida Silvestre Banhado do Rio Formoso
Categoria de manejo sugerida
Refúgio de Vida Silvestre (RVS)
Justificativa para a categoria de manejo
Segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) - Lei 9.985,
de 18 de julho de 2000, o Refúgio de Vida Silvestre (RVS) é uma área, tem como
objetivo proteger ambientes naturais onde se asseguram condições para a existência
ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente ou
migratória. O Refúgio de Vida Silvestre pode ser constituído por áreas particulares,
desde que seja possível compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra
e dos recursos naturais do local pelos proprietários. A área proposta para tal fim se
enquadra nesta categoria e, vale destacar, que toda a área de banhado do Rio
Formoso já possui seu uso restringido, pois continuam sendo consideradas Áreas de
Uso Restrito, segundo o Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651, de 25 de maio de
2012).
Localização
A área da UC Municipal se localiza na região central do Município de Bonito -
MS, na Bacia Hidrográfica do Rio Formoso e entorno do Parque Nacional da Serra da
Bodoquena, nos domínios do bioma Mata Atlântica e Cerrado (Figura 1)
Descrição dos limites da UC
O Refúgio de Vida Silvestre (RVS) - Banhado do Rio Formoso é constituído por áreas
contínuas, localizadas no Município de Bonito – MS, com 2.275,41 hectares e com os
seguintes limites com coordenadas UTM (Universal Transversa De Mercartor),
referenciadas ao Meridiano Central 57Wgr e Datum SIRGAS 2000, seguindo por linhas
que ligam ordenadamente os pontos: M-1) 557079.76 e 7658459.79; M-2) 557036.96 e
7658418.00; M-3) 556999.96 e 7658386.05; M-4) 556964.65 e 7658349.05; M-5)
556934.38 e 7658303.65; M-6) 556902.43 e 7658261.61; M-7) 556875.52 e
7658219.57; M-8) 556861.91 e 7658194.33; M-) 9 556866.64 e 7658170.64; M-10)
556868.04 e 7658163.59; M-11) 556867.29 e 7658150.48; M-12) 556865.83 e
7658139.06; M-13) 556864.84 e 7658131.40; M-14) 556860.19 e 7658063.76; M-15)
556836.33 e 7658016.16; M-16) 556807.47 e 7658010.13; M-17) 556779.29 e
7657984.08; M-18) 556773.59 e 7657956.40; M-19) 556746.41 e 7657938.66; M-20)
556726.28 e 7657972.27; M-21) 556697.73 e 7657983.62; M-22) 556687.28 e
7657987.78; M-23) 556676.56 e 7657991.80; M-24) 556628.49 e 7658009.81; M-25)
556608.38 e 7658003.71; M-26) 556574.11 e 7657993.31; M-27) 556569.69 e
7657982.16; M-28) 556573.56 e 7657973.22; M-29) 556575.11 e 7657969.63; M-30)
556552.36 e 7657947.89; M-31) 556536.23 e 7657941.63; M-32) 556522.77 e
7657936.41; M-33) 556497.68 e 7657933.93; M-34) 556467.48 e 7657909.94; M-35)
556439.13 e 7657873.82; M-36) 556444.96 e 7657861.52; M-37) 556491.01 e
7657842.07; M-38) 556501.34 e 7657784.21; M-39) 556498.32 e 7657653.10; M-40)
556489.49 e 7657610.10; M-41) 556478.97 e 7657585.22; M-42) 556476.73 e
7657554.11; M-43) 556476.73 e 7657524.51; M-44) 556473.35 e 7657494.52; M-45)
556470.73 e 7657475.04; M-46) 556457.99 e 7657382.47; M-47) 556435.50 e
7657326.25; M-48) 556413.01 e 7657285.77; M-49) 556397.27 e 7657273.78; M-50)
556372.54 e 7657270.78; M-51) 556333.56 e 7657277.53; M-52) 556307.33 e
7657283.53; M-53) 556287.84 e 7657288.77; M-54) 556257.86 e 7657284.27; M-55)
556232.37 e 7657269.28; M-56) 556209.88 e 7657240.05; M-57) 556206.89 e
7657206.32; M-58) 556212.13 e 7657151.60; M-59) 556223.38 e 7657123.12; M-60)
556234.62 e 7657095.39; M-61) 556249.67 e 7657058.52; M-62) 556249.67 e
7657058.52; M-63) 556265.11 e 7657022.28; M-64) 556295.38 e 7656965.11; M-65)
556318.92 e 7656912.98; M-66) 556334.05 e 7656857.49; M-67) 556334.05 e
7656786.86; M-68) 556334.05 e 7656724.64; M-69) 556319.08 e 7656641.88; M-70)
556294.06 e 7656582.68; M-71) 556265.11 e 7656546.39; M-72) 556170.94 e
7656450.54; M-73) 556113.77 e 7656329.47; M-74) 556098.72 e 7656265.11; M-75)
556100.45 e 7656217.29; M-76) 556100.45 e 7656174.56; M-77) 556109.44 e
7656143.83; M-78) 556128.18 e 7656113.85; M-79) 556144.67 e 7656084.61; M-80)
556170.16 e 7656064.38; M-81) 556180.65 e 7656047.14; M-82) 556182.90 e
7656024.65; M-83) 556176.15 e 7656005.16; M-84) 556167.91 e 7655976.68; M-85)
556160.41 e 7655948.94; M-86) 556152.17 e 7655901.72; M-87) 556145.17 e
7655861.99; M-88) 556154.63 e 7655823.11; M-89) 556166.43 e 7655799.51; M-90)
556177.74 e 7655774.92; M-91) 556178.23 e 7655753.28; M-92) 556179.22 e
7655718.37; M-93) 556182.17 e 7655692.80; M-94) 556183.15 e 7655663.78; M-95)
556176.27 e 7655643.13; M-96) 556152.17 e 7655582.64; M-97) 556142.33 e
7655555.10; M-98) 556126.60 e 7655506.91; M-99) 556113.81 e 7655462.65; M-100)
556116.76 e 7655425.27; M-101) 556129.55 e 7655409.54; M-102) 556150.20 e
7655389.86; M-103) 556158.07 e 7655363.31; M-104) 556159.05 e 7655343.64; M-
105) 556150.20 e 7655320.03; M-106) 556131.02 e 7655298.40; M-107) 556122.17 e
7655282.17; M-108) 556116.76 e 7655264.95; M-109) 556115.29 e 7655254.14; M-
110) 556115.78 e 7655240.37; M-111) 556122.17 e 7655220.20; M-112) 556129.06 e
7655206.93; M-113) 556130.04 e 7655180.86; M-114) 556123.15 e 7655160.70; M-
115) 556113.81 e 7655143.00; M-116) 556103.48 e 7655129.23; M-117) 556083.32 e
7655110.54; M-118) 556068.08 e 7655094.31; M-119) 556047.42 e 7655069.72; M-
120) 556026.77 e 7655044.15; M-121) 556017.42 e 7655024.97; M-122) 556013.98 e
7655007.27; M-123) 556009.55 e 7654990.55; M-124) 556003.16 e 7654980.22; M-
125) 555984.47 e 7654965.47; M-126) 555960.38 e 7654953.17; M-127) 555938.74 e
7654948.25; M-128) 555925.46 e 7654947.27; M-129) 555903.82 e 7654951.20; M-
130) 555890.05 e 7654958.09; M-131) 555860.92 e 7654959.15; M-132) 555828.20 e
7654954.57; M-133) 555749.41 e 7654914.85; M-134) 555702.32 e 7654876.40; M-
135) 555616.02 e 7654854.72; M-136) 555535.30 e 7654811.00; M-137) 555498.31 e
7654740.37; M-138) 555457.95 e 7654676.47; M-139) 555417.59 e 7654642.84;
M-140) 555333.51 e 7654629.39; M-141) 555205.71 e 7654636.11; M-142) 555061.09
e 7654646.20; M-143) 554979.69 e 7654596.22; M-144) 554966.51 e 7654547.46; M-
145) 554929.13 e 7654494.35; M-146) 554905.10 e 7654402.80; M-147) 554872.12 e
7654359.33; M-148) 554804.66 e 7654308.36; M-149) 554777.67 e 7654273.88; M-
150) 554744.96 e 7654222.44; M-151) 554734.87 e 7654175.36; M-152) 554691.14 e
7654101.37; M-153) 554664.24 e 7653990.38; M-154) 554761.77 e 7653933.21; M-
155) 554919.84 e 7653896.21; M-156) 555024.10 e 7653832.31; M-157) 555085.93 e
7653777.76; M-158) 555138.45 e 7653731.42; M-159) 555182.17 e 7653566.62; M-
160) 555168.71 e 7653475.82; M-161) 555108.18 e 7653408.55; M-162) 555047.64 e
7653354.74; M-163) 554993.83 e 7653280.75; M-164) 554973.65 e 7653220.22; M-
165) 554923.20 e 7653129.41; M-166) 554872.76 e 7653045.33; M-167) 554842.49 e
7652991.52; M-168) 554792.04 e 7652957.89; M-169) 554741.59 e 7652853.63; M-
170) 554728.14 e 7652749.37; M-171) 554765.13 e 7652685.47; M-172) 554758.41 e
7652628.30; M-173) 554738.23 e 7652584.58; M-174) 554741.59 e 7652524.04; M-
175) 554818.94 e 7652476.96; M-176) 554892.93 e 7652453.41; M-177) 554983.74 e
7652409.69; M-178) 555027.46 e 7652362.61; M-179) 555084.64 e 7652318.89; M-
180) 555094.73 e 7652278.53; M-181) 555057.73 e 7652244.90; M-182) 554980.38 e
7652258.35; M-183) 554946.75 e 7652305.43; M-184) 554859.30 e 7652315.52; M-
185) 554829.03 e 7652291.98; M-186) 554785.31 e 7652248.26; M-187) 554781.95 e
7652187.72; M-188) 554738.23 e 7652144.00; M-189) 554691.14 e 7652137.28; M-
190) 554637.33 e 7652197.81; M-191) 554556.62 e 7652241.53; M-192) 554475.90 e
7652228.08; M-193) 554415.36 e 7652207.90; M-194) 554408.64 e 7652197.81; M-
195) 554361.55 e 7652194.45; M-196) 554321.20 e 7652248.26; M-197) 554331.29 e
7652325.61; M-198) 554338.01 e 7652456.78; M-199) 554331.29 e 7652561.03; M-
200) 554270.75 e 7652631.66; M-201) 554220.30 e 7652675.38; M-202) 554173.22 e
7652722.47; M-203) 554173.22 e 7652761.14; M-204) 554173.22 e 7652826.73; M-
205) 554186.67 e 7652900.71; M-206) 554216.94 e 7652978.07; M-207) 554213.57 e
7653065.51; M-208) 554176.58 e 7653159.68; M-209) 554119.41 e 7653203.40; M-
210) 554035.33 e 7653210.13; M-211) 553994.97 e 7653166.41; M-212) 553981.52 e
7653146.23; M-213) 553974.79 e 7653102.51; M-214) 553937.79 e 7653089.05; M-
215) 553907.53 e 7653031.88; M-216) 553853.71 e 7653008.34; M-217) 553786.45 e
7653025.15; M-218) 553730.42 e 7653072.24; M-219) 553700.82 e 7653065.92; M-
220) 553675.15 e 7653033.37; M-221) 553628.38 e 7652984.79; M-222) 553554.39 e
7652951.16; M-223) 553507.31 e 7652890.63; M-224) 553440.04 e 7652762.82; M-
225) 553359.33 e 7652661.93; M-226) 553308.88 e 7652638.39; M-227) 553258.43 e
7652678.75; M-228) 553246.66 e 7652730.87; M-229) 553199.58 e 7652774.60; M-
230) 553115.50 e 7652801.50; M-231) 553061.69 e 7652809.91; M-232) 553009.56 e
7652816.64; M-233) 552959.11 e 7652811.59; M-234) 552918.75 e 7652801.50; M-
235) 552853.17 e 7652781.32; M-236) 552785.91 e 7652783.00; M-237) 552722.01 e
7652794.78; M-238) 552648.02 e 7652796.46; M-239) 552543.76 e 7652793.09; M-
240) 552426.05 e 7652786.37; M-241) 552338.61 e 7652749.37; M-242) 552264.62 e
7652739.28; M-243) 552193.99 e 7652709.01; M-244) 552093.09 e 7652614.85; M-
245) 552072.92 e 7652550.95; M-246) 552046.01 e 7652476.96; M-247) 552029.19 e
7652433.23; M-248) 551998.93 e 7652372.70; M-249) 551958.57 e 7652339.07;
M-250) 551921.57 e 7652328.98; M-251) 551861.04 e 7652345.79; M-252) 551793.77
e 7652376.06; M-253) 551753.41 e 7652431.55; M-254) 551743.32 e 7652460.14; M-
255) 551726.51 e 7652478.64; M-256) 551692.88 e 7652475.27; M-257) 551671.02 e
7652445.01; M-258) 551637.38 e 7652416.42; M-259) 551617.21 e 7652394.56; M-
260) 551590.30 e 7652382.79; M-261) 551553.31 e 7652396.24; M-262) 551533.13 e
7652413.06; M-263) 551516.31 e 7652419.78; M-264) 551494.45 e 7652414.74; M-
265) 551477.63 e 7652396.24; M-266) 551462.50 e 7652372.70; M-267) 551445.68 e
7652332.34; M-268) 551440.64 e 7652297.03; M-269) 551440.64 e 7652260.03; M-
270) 551433.91 e 7652204.54; M-271) 551418.78 e 7652169.23; M-272) 551403.64 e
7652135.59; M-273) 551376.74 e 7652108.69; M-274) 551364.97 e 7652073.37; M-
275) 551370.01 e 7652054.88; M-276) 551412.05 e 7652027.97; M-277) 551445.68 e
7652017.88; M-278) 551504.54 e 7651994.34; M-279) 551544.90 e 7651969.12; M-
280) 551588.62 e 7651930.44; M-281) 551613.84 e 7651900.17; M-282) 551619.73 e
7651852.25; M-283) 551642.43 e 7651824.50; M-284) 551640.75 e 7651801.80; M-
285) 551629.82 e 7651787.51; M-286) 551610.48 e 7651753.03; M-287) 551613.84 e
7651732.01; M-288) 551606.28 e 7651716.88; M-289) 551561.71 e 7651689.97; M-
290) 551525.56 e 7651662.23;M-291) 551499.49 e 7651641.21; M-292) 551475.11 e
7651626.07; M-293) 551443.16 e 7651622.71; M-294) 551416.26 e 7651615.98; M-
295) 551395.24 e 7651607.58; M-296) 551374.61 e 7651608.64; M-297) 551352.97 e
7651617.49; M-298) 551333.30 e 7651632.24; M-299) 551320.10 e 7651641.23; M-
300) 551308.25 e 7651643.01; M-301) 551299.86 e 7651633.22; M-302) 551298.88 e
7651612.57; M-303) 551290.03 e 7651576.18; M-304) 551281.17 e 7651556.51; M-
305) 551257.57 e 7651529.95; M-306) 551237.90 e 7651508.31; M-307) 551226.10 e
7651492.58; M-308) 551204.46 e 7651477.82; M-309) 551177.90 e 7651457.17; M-
310) 551139.54 e 7651418.81; M-311) 551100.20 e 7651383.40; M-312) 551072.66 e
7651326.36; M-313) 551063.81 e 7651302.75; M-314) 551060.86 e 7651265.38; M-
315) 551062.83 e 7651217.19; M-316) 551061.84 e 7651168.99; M-317) 551054.96 e
7651121.78; M-318) 551044.14 e 7651082.44; M-319) 551031.45 e 7651051.43; M-
320) 551013.06 e 7651002.47; M-321) 550967.58 e 7650942.23; M-322) 550919.35 e
7650904.67; M-323) 550884.76 e 7650889.25; M-324) 550852.41 e 7650885.90; M-
325) 550840.03 e 7650902.99; M-326) 550818.45 e 7650913.08; M-327) 550784.82 e
7650901.31; M-328) 550749.51 e 7650867.68; M-329) 550725.97 e 7650827.32; M-
330) 550680.28 e 7650778.43; M-331) 550674.41 e 7650744.38; M-332) 550692.33 e
7650716.33; M-333) 550742.78 e 7650696.16; M-334) 550776.53 e 7650668.96; M-
335) 550796.59 e 7650618.80; M-336) 550773.05 e 7650570.04; M-337) 550757.92 e
7650504.46; M-338) 550746.14 e 7650462.42; M-339) 550709.15 e 7650405.24; M-
340) 550626.75 e 7650353.11; M-341) 550542.10 e 7650316.40; M-342) 550455.23 e
7650295.94; M-343) 550421.60 e 7650272.40; M-344) 550407.99 e 7650205.13; M-
345) 550411.51 e 7650147.77; M-346) 550421.09 e 7650056.07; M-347) 550362.52 e
7650013.18; M-348) 550303.89 e 7649989.89; M-349) 550243.35 e 7649962.98; M-
350) 550220.06 e 7649878.59; M-351) 550157.09 e 7649872.77; M-352) 550132.37 e
7649812.63; M-353) 550094.70 e 7649745.36; M-354) 550093.97 e 7649705.73; M-
355) 550140.49 e 7649666.52; M-356) 550229.80 e 7649591.89; M-357) 550349.26 e
7649554.99; M-358) 550398.69 e 7649492.01; M-359) 550419.16 e 7649435.95; M-
360) 550501.04 e 7649359.17; M-361) 550483.56 e 7649304.09; M-362) 550391.58 e
7649192.06; M-363) 550349.26 e 7649080.98; M-364) 550317.47 e 7649058.92; M-
365) 550298.52 e 7649033.65; M-366) 550345.06 e 7648991.50; M-367) 550367.79 e
7648933.85; M-368) 550310.61 e 7648849.77; M-369) 550226.53 e 7648738.79; M-
370) 550169.36 e 7648661.44; M-371) 550095.37 e 7648587.45; M-372) 550007.93 e
7648530.27; M-373) 549921.99 e 7648460.40; M-374) 549907.60 e 7648421.19; M-
375) 549848.15 e 7648379.34; M-376) 549762.42 e 7648301.58; M-377) 549685.06 e
7648224.22; M-378) 549651.94 e 7648169.40; M-379) 549590.42 e 7648086.40; M-
380) 549521.53 e 7647954.51; M-381) 549476.50 e 7647912.27; M-382) 549428.19 e
7647873.63; M-383) 549447.93 e 7647729.40; M-384) 549485.58 e 7647693.53; M-
385) 549496.85 e 7647658.90; M-386) 549478.87 e 7647608.56; M-387) 549449.23 e
7647562.03; M-388) 549393.73 e 7647559.92; M-389) 549372.07 e 7647521.07; M-
390) 549357.35 e 7647480.68; M-391) 549347.98 e 7647430.95; M-392) 549327.27 e
7647410.37; M-393) 549277.17 e 7647408.82; M-394) 549239.19 e 7647390.32; M-
395) 549173.86 e 7647279.17; M-396) 549086.42 e 7647247.45; M-397) 549015.38 e
7647239.39; M-398) 548983.20 e 7647141.51; M-399) 549000.78 e 7647105.21; M-
400) 549037.68 e 7647066.15; M-401) 549044.00 e 7647013.99; M-402) 549024.33 e
7646962.21; M-403) 548956.75 e 7646887.97; M-404) 548916.71 e 7646807.50; M-
405) 548928.35 e 7646730.98; M-406) 548904.81 e 7646683.89; M-407) 548844.27 e
7646636.81; M-408) 548770.28 e 7646515.73; M-409) 548733.29 e 7646431.65; M-
410) 548729.92 e 7646367.75; M-411) 548709.74 e 7646310.58; M-412) 548655.93 e
7646243.32; M-413) 548608.85 e 7646206.48; M-414) 548557.58 e 7646211.81; M-
415) 548500.24 e 7646235.92; M-416) 548349.88 e 7646139.06; M-417) 548306.16 e
7646085.25; M-418) 548281.55 e 7646017.03; M-419) 548284.59 e 7645931.62; M-
420) 548339.79 e 7645866.64; M-421) 548378.19 e 7645842.94; M-422) 548415.75 e
7645840.40; M-423) 548453.49 e 7645855.30; M-424) 548498.91 e 7645853.44; M-
425) 548526.74 e 7645822.03; M-426) 548518.04 e 7645779.04; M-427) 548464.23 e
7645711.94; M-428) 548390.24 e 7645577.41; M-429) 548356.61 e 7645510.15; M-
430) 548312.89 e 7645429.43; M-431) 548256.62 e 7645392.43; M-432) 548237.22 e
7645330.22; M-433) 548230.49 e 7645281.45; M-434) 548232.17 e 7645222.59; M-
435) 548223.77 e 7645173.83; M-436) 548201.90 e 7645143.56; M-437) 548164.91 e
7645094.79; M-438) 548132.96 e 7645062.84; M-439) 548118.89 e 7645036.64; M-
440) 548124.55 e 7644993.90; M-441) 548119.51 e 7644966.71; M-442) 548094.28 e
7644941.77; M-443) 548079.15 e 7644901.41; M-444) 548051.91 e 7644882.99; M-
445) 548013.57 e 7644886.28; M-446) 547969.85 e 7644913.18; M-447) 547922.76 e
7644913.18; M-448) 547885.77 e 7644893.00; M-449) 547837.00 e 7644839.19; M-
450) 547799.59 e 7644795.19; M-451) 547793.28 e 7644750.07; M-452) 547778.15 e
7644724.84; M-453) 547754.60 e 7644716.44; M-454) 547719.29 e 7644726.53; M-
455) 547680.61 e 7644745.02; M-456) 547655.39 e 7644738.30; M-457) 547640.25 e
7644709.71; M-458) 547638.57 e 7644672.72; M-459) 547652.03 e 7644627.31; M-
460) 547675.57 e 7644592.00; M-461) 547705.84 e 7644555.00; M-462) 547747.88 e
7644521.37; M-463) 547783.19 e 7644502.88; M-464) 547794.96 e 7644475.97; M-
465) 547793.28 e 7644435.61; M-466) 547779.83 e 7644393.57; M-467) 547776.46 e
7644341.44; M-468) 547810.10 e 7644307.81; M-469) 547848.77 e 7644289.31; M-
470) 547870.63 e 7644290.15; M-471) 547899.22 e 7644284.27; M-472) 547915.19 e
7644275.86; M-473) 547924.44 e 7644264.93; M-474) 547931.17 e 7644242.23; M-
475) 547927.81 e 7644231.30; M-476) 547917.72 e 7644222.05; M-477) 547904.26 e
7644222.05; M-478) 547874.00 e 7644238.03; M-479) 547849.61 e 7644230.46; M-
480) 547810.94 e 7644209.44; M-481) 547792.44 e 7644183.37; M-482) 547773.10 e
7644149.74; M-483) 547755.44 e 7644117.79; M-484) 547722.65 e 7644097.61; M-
485) 547705.84 e 7644058.94; M-486) 547666.32 e 7643979.06; M-487) 547641.10 e
7643923.57; M-488) 547603.26 e 7643830.24; M-489) 547590.65 e 7643754.57; M-
490) 547541.04 e 7643660.40; M-491) 547478.82 e 7643556.14; M-492) 547409.04 e
7643447.68; M-493) 547356.91 e 7643404.80; M-494) 547284.60 e 7643361.08; M-
495) 547220.70 e 7643338.38; M-496) 547153.44 e 7643339.22; M-497) 547124.85 e
7643313.99; M-498) 547083.65 e 7643234.96; M-499) 547084.49 e 7643181.15; M-
500) 547107.19 e 7643127.34; M-501) 547108.03 e 7643085.30; M-502) 547130.73 e
7643055.03; M-503) 547159.32 e 7643001.22; M-504) 547157.64 e 7642955.82; M-
505) 547149.23 e 7642865.01; M-506) 547137.46 e 7642760.75; M-507) 547108.87 e
7642639.68; M-508) 547058.43 e 7642552.24; M-509) 547031.52 e 7642491.70; M-
510) 547004.62 e 7642444.61; M-511) 546991.16 e 7642379.03; M-512) 546965.94 e
7642301.68; M-513) 546927.26 e 7642234.42; M-514) 546858.32 e 7642168.83; M-
515) 546772.56 e 7642113.34; M-516) 546682.59 e 7642068.78; M-517) 546648.12 e
7642062.05; M-518) 546586.82 e 7642056.31; M-519) 546553.95 e 7642072.98; M-
520) 546538.47 e 7642093.02; M-521) 546516.96 e 7642095.69; M-522) 546495.94 e
7642097.37; M-523) 546486.69 e 7642108.30; M-524) 546491.73 e 7642129.32; M-
525) 546500.98 e 7642142.77; M-526) 546501.82 e 7642173.04; M-527) 546495.10 e
7642199.10; M-528) 546476.60 e 7642225.17; M-529) 546457.26 e 7642254.60; M-
530) 546459.78 e 7642296.63; M-531) 546463.14 e 7642329.43; M-532) 546453.90 e
7642355.49; M-533) 546432.04 e 7642379.03; M-534) 546398.40 e 7642405.10; M-
535) 546364.77 e 7642438.73; M-536) 546307.60 e 7642469.00; M-537) 546272.28 e
7642500.95; M-538) 546225.20 e 7642549.71; M-539) 546191.57 e 7642611.93; M-
540) 546176.43 e 7642692.65; M-541) 546173.07 e 7642781.77; M-542) 546196.61 e
7642828.86; M-543) 546206.70 e 7642870.90; M-544) 546210.07 e 7642928.07; M-
545) 546211.75 e 7642973.47; M-546) 546225.20 e 7643007.10; M-547) 546228.56 e
7643040.74; M-548) 546213.43 e 7643086.14; M-549) 546208.38 e 7643109.68; M-
550) 546220.16 e 7643138.27; M-551) 546218.47 e 7643168.54; M-552) 546196.61 e
7643185.35; M-553) 546162.98 e 7643203.85; M-554) 546149.53 e 7643224.03; M-
555) 546129.35 e 7643291.29; M-556) 546127.67 e 7643326.61; M-557) 546139.44 e
7643341.74; M-558) 546154.57 e 7643380.42; M-559) 546152.89 e 7643417.41; M-
560) 546144.48 e 7643454.41; M-561) 546137.76 e 7643494.76; M-562) 546144.48 e
7643530.08; M-563) 546171.39 e 7643560.35; M-564) 546223.52 e 7643590.61; M-
565) 546268.19 e 7643613.68; M-566) 546300.87 e 7643667.97; M-567) 546314.32 e
7643731.87; M-568) 546321.05 e 7643826.04; M-569) 546318.96 e 7643898.92; M-
570) 546342.21 e 7643929.88; M-571) 546373.47 e 7644025.32; M-572) 546437.59 e
7644089.22; M-573) 546476.33 e 7644138.81; M-574) 546469.03 e 7644180.85; M-
575) 546398.85 e 7644231.36; M-576) 546262.20 e 7644352.37; M-577) 546262.20 e
7644377.60; M-578) 546321.05 e 7644406.18; M-579) 546344.59 e 7644411.23; M-
580) 546401.77 e 7644391.05; M-581) 546440.44 e 7644399.46; M-582) 546453.90 e
7644434.77; M-583) 546457.26 e 7644481.86; M-584) 546440.44 e 7644522.21; M-
585) 546435.40 e 7644572.66; M-586) 546455.58 e 7644624.79; M-587) 546511.07 e
7644676.92; M-588) 546526.20 e 7644705.51; M-589) 546539.66 e 7644735.77; M-
590) 546539.91 e 7644775.02; M-591) 546524.52 e 7644808.08; M-592) 546507.71 e
7644831.63; M-593) 546483.34 e 7644845.24; M-594) 546460.62 e 7644834.99; M-
595) 546450.53 e 7644813.13; M-596) 546443.81 e 7644777.81; M-597) 546426.99 e
7644745.86; M-598) 546409.76 e 7644731.84; M-599) 546373.18 e 7644737.46; M-
600) 546248.74 e 7644781.18; M-601) 546245.38 e 7644819.85; M-602) 546286.18 e
7644850.82; M-603) 546351.30 e 7644929.35; M-604) 546445.49 e 7645072.09; M-
605) 546553.11 e 7645164.58; M-606) 546620.37 e 7645238.57; M-607) 546674.18 e
7645268.84; M-608) 546701.09 e 7645283.97; M-609) 546726.31 e 7645277.25; M-
610) 546738.08 e 7645250.34; M-611) 546766.67 e 7645235.21; M-612) 546801.98 e
7645231.84; M-613) 546820.48 e 7645240.25; M-614) 546833.93 e 7645263.79; M-
615) 546860.84 e 7645287.34; M-616) 546912.97 e 7645309.20; M-617) 546973.51 e
7645357.96; M-618) 547008.82 e 7645415.14; M-619) 547018.07 e 7645427.75; M-
620) 547032.36 e 7645434.47; M-621) 547044.13 e 7645437.00; M-622) 547060.95 e
7645430.27; M-623) 547076.92 e 7645418.50; M-624) 547093.74 e 7645415.98; M-
625) 547109.71 e 7645423.54; M-626) 547124.01 e 7645436.16; M-627) 547133.26 e
7645449.61; M-628) 547141.66 e 7645468.95; M-629) 547150.91 e 7645489.13; M-
630) 547166.89 e 7645506.78; M-631) 547185.39 e 7645510.99; M-632) 547203.88 e
7645505.10; M-633) 547216.50 e 7645497.53; M-634) 547233.31 e 7645496.69; M-
635) 547248.45 e 7645504.26; M-636) 547271.15 e 7645518.55; M-637) 547279.55 e
7645533.69; M-638) 547282.92 e 7645558.91; M-639) 547283.76 e 7645578.25; M-
640) 547280.40 e 7645599.27; M-641) 547271.99 e 7645614.40; M-642) 547256.85 e
7645627.02; M-643) 547249.29 e 7645633.74; M-644) 547252.65 e 7645657.28; M-
645) 547266.10 e 7645674.94; M-646) 547283.76 e 7645684.19; M-647) 547296.37 e
7645697.64; M-648) 547304.78 e 7645719.50; M-649) 547304.78 e 7645738.84; M-
650) 547304.78 e 7645760.70; M-651) 547308.14 e 7645787.61; M-652) 547318.23 e
7645817.03; M-653) 547326.35 e 7645831.65; M-654) 547681.22 e 7645779.08; M-
655) 548517.31 e 7647731.95; M-656) 547950.67 e 7648094.74; M-657) 547938.74 e
7648124.17; M-658) 547910.15 e 7648201.52; M-659) 547893.33 e 7648283.92; M-
660) 547910.15 e 7648332.69; M-661) 547952.19 e 7648410.04; M-662) 548000.96 e
7648462.17; M-663) 548053.08 e 7648574.84; M-664) 548071.58 e 7648605.10; M-
665) 548113.62 e 7648680.78; M-666) 548174.16 e 7648753.08; M-667) 548236.38 e
7648808.58; M-668) 548307.00 e 7648896.02; M-669) 548342.32 e 7649027.18; M-
670) 548367.54 e 7649096.13; M-671) 548404.54 e 7649168.44; M-672) 548448.26 e
7649218.88; M-673) 548495.34 e 7649247.47; M-674) 548556.76 e 7649264.36; M-
675) 548613.81 e 7649262.39; M-676) 548662.98 e 7649246.66; M-677) 548714.13 e
7649209.28; M-678) 548747.57 e 7649156.17; M-679) 548767.24 e 7649085.36; M-
680) 548781.01 e 7649022.41; M-681) 548784.94 e 7648965.37; M-682) 548802.65 e
7648918.16; M-683) 548824.29 e 7648900.45; M-684) 548905.65 e 7648892.66; M-
685) 548946.01 e 7648869.11; M-686) 548991.41 e 7648875.84; M-687) 549048.58 e
7648887.61; M-688) 549104.08 e 7648890.97; M-689) 549169.66 e 7648887.61; M-
690) 549248.69 e 7648874.16; M-691) 549371.45 e 7648828.75; M-692) 549479.07 e
7648761.49; M-693) 549542.97 e 7648751.40; M-694) 549569.87 e 7648788.40; M-
695) 549542.97 e 7648879.20; M-696) 549532.88 e 7648959.92; M-697) 549526.15 e
7649023.82; M-698) 549559.79 e 7649111.26; M-699) 549569.87 e 7649218.88; M-
700) 549596.78 e 7649413.95; M-701) 549643.86 e 7649498.03; M-702) 549664.04 e
7649629.19; M-703) 549697.68 e 7649709.91; M-704) 549737.01 e 7649742.36; M-
705) 549758.65 e 7649770.89; M-706) 549778.32 e 7649796.46; M-707) 549790.12 e
7649823.01; M-708) 549792.09 e 7649864.32; M-709) 549776.35 e 7649885.96; M-
710) 549757.67 e 7649889.90; M-711) 549738.98 e 7649881.04; M-712) 549723.24 e
7649868.26; M-713) 549706.52 e 7649864.32; M-714) 549674.13 e 7649884.79; M-
715) 549603.51 e 7649938.60; M-716) 549583.33 e 7650009.23; M-717) 549583.33 e
7650096.67; M-718) 549600.14 e 7650187.48; M-719) 549603.51 e 7650268.19; M-
720) 549602.29 e 7650293.82; M-721) 549615.28 e 7650305.19; M-722) 549645.55 e
7650313.60; M-723) 549707.76 e 7650306.87; M-724) 549739.71 e 7650279.96; M-
725) 549778.39 e 7650236.24; M-726) 549800.25 e 7650249.69; M-727) 549808.66 e
7650291.73; M-728) 549808.66 e 7650340.50; M-729) 549791.84 e 7650389.27; M-
730) 549769.98 e 7650429.62; M-731) 549739.71 e 7650468.30; M-732) 549692.63 e
7650506.98; M-733) 549625.37 e 7650517.07; M-734) 549517.75 e 7650512.02; M-
735) 549443.76 e 7650493.52; M-736) 549357.99 e 7650486.80; M-737) 549253.74 e
7650513.70; M-738) 549173.02 e 7650543.97; M-739) 549058.67 e 7650628.05; M-
740) 548944.32 e 7650688.59; M-741) 548806.43 e 7650705.40; M-742) 548818.21 e
7650745.76; M-743) 548811.48 e 7650779.39; M-744) 548821.71 e 7650802.79; M-
745) 548823.25 e 7650806.30; M-746) 548841.75 e 7650831.52; M-747) 548870.34 e
7650878.61; M-748) 548889.96 e 7650927.88; M-749) 548887.15 e 7651066.95; M-
750) 548927.51 e 7651147.66; M-751) 548961.14 e 7651167.84; M-752) 549041.86 e
7651164.48; M-753) 549119.21 e 7651194.75; M-754) 549166.29 e 7651235.10; M-
755) 549169.66 e 7651292.28; M-756) 549154.52 e 7651462.14; M-757) 549151.80 e
7651472.23; M-758) 549182.38 e 7651710.52; M-759) 549300.82 e 7651840.48; M-
760) 549337.82 e 7651927.92; M-761) 549351.27 e 7651995.18; M-762) 549349.59 e
7652037.22; M-763) 549332.77 e 7652085.99; M-764) 549319.32 e 7652112.89; M-
765) 549312.59 e 7652165.02; M-766) 549324.36 e 7652207.06; M-767) 549337.82 e
7652240.69; M-768) 549342.86 e 7652284.41; M-769) 549347.91 e 7652333.18; M-
770) 549346.22 e 7652361.77; M-771) 549361.36 e 7652365.13; M-772) 549376.49 e
7652353.36; M-773) 549413.49 e 7652296.18; M-774) 549440.39 e 7652249.10; M-
775) 549458.89 e 7652228.92; M-776) 549472.34 e 7652254.15; M-777) 549479.07 e
7652301.23; M-778) 549492.52 e 7652341.59; M-779) 549507.66 e 7652376.90; M-
780) 549522.79 e 7652390.35; M-781) 549532.88 e 7652390.35; M-782) 549559.79 e
7652375.22; M-783) 549574.92 e 7652348.31; M-784) 549588.37 e 7652326.45; M-
785) 549606.87 e 7652297.87; M-786) 549653.95 e 7652279.37; M-787) 549709.45 e
7652281.05; M-788) 549739.71 e 7652294.50; M-789) 549780.07 e 7652319.73; M-
790) 549842.29 e 7652383.63; M-791) 549870.88 e 7652429.03; M-792) 549909.56 e
7652526.56; M-793) 549923.01 e 7652573.65; M-794) 550010.45 e 7652706.49; M-
795) 550076.03 e 7652773.76; M-796) 550188.70 e 7652856.15; M-797) 550259.32 e
7652925.10; M-798) 550286.23 e 7652978.91; M-799) 550313.14 e 7653020.95; M-
800) 550345.09 e 7653054.58; M-801) 550383.76 e 7653078.12; M-802) 550430.85 e
7653089.89; M-803) 550474.57 e 7653089.89; M-804) 550504.84 e 7653105.03; M-
805) 550531.74 e 7653128.57; M-806) 550562.01 e 7653157.16; M-807) 550595.64 e
7653173.97; M-808) 550629.27 e 7653179.02; M-809) 550684.77 e 7653173.97; M-
810) 550740.26 e 7653157.16; M-811) 550778.93 e 7653157.16; M-812) 550832.75 e
7653173.97; M-813) 550883.19 e 7653185.74; M-814) 550968.95 e 7653197.51; M-
815) 551037.90 e 7653194.15; M-816) 551091.71 e 7653189.11; M-817) 551128.70 e
7653236.19; M-818) 551153.93 e 7653288.32; M-819) 551190.92 e 7653343.81; M-
820) 551231.28 e 7653385.85; M-821) 551275.00 e 7653421.17; M-822) 551340.58 e
7653459.84; M-823) 551402.80 e 7653481.70; M-824) 551470.07 e 7653491.79; M-
825) 551550.78 e 7653505.25; M-826) 551614.68 e 7653533.83; M-827) 551723.99 e
7653559.06; M-828) 551779.48 e 7653580.92; M-829) 551828.24 e 7653602.78; M-
830) 551846.74 e 7653644.82; M-831) 551851.79 e 7653676.77; M-832) 551851.79 e
7653707.04; M-833) 551852.63 e 7653740.67; M-834) 551851.79 e 7653762.53; M-
835) 551856.83 e 7653777.66; M-836) 551871.12 e 7653799.52; M-837) 551889.62 e
7653816.34; M-838) 551919.05 e 7653826.43; M-839) 551954.36 e 7653832.31; M-
840) 551975.38 e 7653841.56; M-841) 551990.52 e 7653854.17; M-842) 552002.29 e
7653868.47; M-843) 552016.58 e 7653879.40; M-844) 552035.08 e 7653881.92; M-
845) 552066.19 e 7653876.88; M-846) 552082.16 e 7653868.47; M-847) 552104.02 e
7653851.65; M-848) 552131.77 e 7653840.72; M-849) 552161.20 e 7653832.31; M-
850) 552194.83 e 7653822.22; M-851) 552219.21 e 7653820.54; M-852) 552252.84 e
7653845.77; M-853) 552268.82 e 7653861.74; M-854) 552293.20 e 7653900.42; M-
855) 552300.77 e 7653923.96; M-856) 552311.70 e 7653946.66; M-857) 552328.52 e
7653968.52; M-858) 552346.17 e 7653993.75; M-859) 552368.87 e 7654017.29; M-
860) 552391.58 e 7654035.79; M-861) 552410.91 e 7654047.56; M-862) 552455.48 e
7654051.76; M-863) 552479.86 e 7654051.76; M-864) 552550.49 e 7654089.60; M-
865) 552577.39 e 7654113.14; M-866) 552602.61 e 7654140.88; M-867) 552611.02 e
7654157.70; M-868) 552621.11 e 7654171.99; M-869) 552652.22 e 7654189.65; M-
870) 552698.47 e 7654199.74; M-871) 552722.85 e 7654212.35; M-872) 552772.45 e
7654222.44; M-873) 552815.34 e 7654235.05; M-874) 552859.06 e 7654267.84; M-
875) 552886.80 e 7654299.79; M-876) 552967.52 e 7654402.37; M-877) 553003.67 e
7654450.30; M-878) 553028.06 e 7654474.68; M-879) 553073.46 e 7654518.40; M-
880) 553091.96 e 7654550.35; M-881) 553100.36 e 7654578.10; M-882) 553108.77 e
7654619.30; M-883) 553127.27 e 7654637.79; M-884) 553150.81 e 7654669.74; M-
885) 553184.44 e 7654711.78; M-886) 553213.03 e 7654738.69; M-887) 553233.21 e
7654770.64; M-888) 553248.34 e 7654811.00; M-889) 553255.07 e 7654869.85; M-
890) 553265.16 e 7654948.89; M-891) 553268.52 e 7654977.47; M-892) 553283.66 e
7654980.84; M-893) 553302.15 e 7654974.11; M-894) 553322.33 e 7654952.25; M-
895) 553347.56 e 7654933.75; M-896) 553371.10 e 7654918.62; M-897) 553406.41 e
7654895.08; M-898) 553433.32 e 7654886.67; M-899) 553480.40 e 7654890.03; M-
900) 553556.07 e 7654906.85; M-901) 553606.52 e 7654923.66; M-902) 553630.06 e
7654964.02; M-903) 553675.47 e 7655011.11; M-904) 553712.46 e 7655064.92; M-
905) 553719.19 e 7655113.68; M-906) 553746.09 e 7655137.22; M-907) 553835.22 e
7655157.40; M-908) 553931.07 e 7655165.81; M-909) 554021.87 e 7655157.40; M-
910) 554100.91 e 7655157.40; M-911) 554191.71 e 7655149.00; M-912) 554252.25 e
7655135.54; M-913) 554373.32 e 7655100.23; M-914) 554445.63 e 7655093.50; M-
915) 554521.30 e 7655103.59; M-916) 554596.98 e 7655120.41; M-917) 554699.55 e
7655140.59; M-918) 554761.77 e 7655175.90; M-919) 554803.81 e 7655221.30; M-
920) 554860.98 e 7655305.38; M-921) 554901.34 e 7655369.28; M-922) 554933.29 e
7655413.00; M-923) 554978.70 e 7655465.13; M-924) 555005.60 e 7655483.63; M-
925) 555025.78 e 7655480.27; M-926) 555037.55 e 7655471.86; M-927) 555072.86 e
7655468.50; M-928) 555104.81 e 7655470.18; M-929) 555126.68 e 7655490.36; M-
930) 555140.13 e 7655520.63; M-931) 555143.49 e 7655555.94; M-932) 555168.71 e
7655619.84; M-933) 555205.71 e 7655688.78; M-934) 555256.16 e 7655729.14; M-
935) 555357.05 e 7655794.72; M-936) 555446.18 e 7655873.76; M-937) 555542.03 e
7655967.93; M-938) 555624.42 e 7656025.10; M-939) 555710.19 e 7656110.86; M-
940) 555789.22 e 7656181.49; M-941) 555859.85 e 7656252.12; M-942) 555901.89 e
7656334.51; M-943) 555932.15 e 7656458.95; M-944) 555918.70 e 7656524.53; M-
945) 555901.89 e 7656581.71; M-946) 555861.53 e 7656620.38; M-947) 555839.67 e
7656662.42; M-948) 555832.94 e 7656719.60; M-949) 555846.39 e 7656775.09; M-
950) 555898.52 e 7656855.80; M-951) 555962.42 e 7656894.48; M-952) 555992.69 e
7656949.97; M-953) 555999.42 e 7657030.69; M-954) 556002.78 e 7657089.55; M-
955) 555982.60 e 7657121.50; M-956) 555920.38 e 7657143.36; M-957) 555910.29 e
7657178.67; M-958) 555945.61 e 7657232.48; M-959) 555957.38 e 7657282.93; M-
960) 555970.83 e 7657321.60; M-961) 555997.26 e 7657318.59; M-962) 556034.64 e
7657300.89; M-963) 556060.21 e 7657291.05; M-964) 556078.89 e 7657303.84; M-
965) 556077.91 e 7657332.36; M-966) 556079.88 e 7657369.74; M-967) 556089.71 e
7657401.21; M-968) 556115.45 e 7657422.50; M-969) 556147.40 e 7657449.40; M-
970) 556150.76 e 7657494.81; M-971) 556150.76 e 7657555.34; M-972) 556174.30 e
7657639.42; M-973) 556184.39 e 7657730.23; M-974) 556167.58 e 7657834.49; M-
975) 556147.40 e 7657962.29; M-976) 556157.49 e 7658006.01; M-977) 556201.21 e
7658019.46; M-978) 556241.57 e 7658059.82; M-979) 556241.57 e 7658137.17; M-
980) 556263.80 e 7658228.86; M-981) 556301.18 e 7658297.71; M-982) 556328.71 e
7658342.95; M-983) 556371.99 e 7658394.09; M-984) 556450.67 e 7658441.31; M-
985) 556537.23 e 7658462.94; M-986) 556582.47 e 7658492.45; M-987) 556604.11 e
7658535.73; M-988) 556635.95 e 7658563.76; M-989) 556690.04 e 7658580.48; M-
990) 556740.20 e 7658577.53; M-991) 556791.35 e 7658577.53; M-992) 556847.41 e
7658578.51; M-993) 556881.83 e 7658577.53.
6. DIAGNÓSTICO BIÓTICO DAS ÁREAS DE BANHADO E REGIÃO DE ENTORNO
6.1. Flora
6.1.1. Introdução
A primeira definição de áreas úmidas foi descrita pelo Serviço de Pesca e Vida Silvestre dos Estados Unidos (USFWS) publicado por Shaw & Fredine (1956):
“O termo Área Úmida se refere a terras baixas, cobertas permanente ou temporariamente por águas, ou ainda com águas intermitentes. Podem ser constituídos por pântanos, banhados costeiros, brejos, turfeiras, ilhas flutuantes, entre outras. Se inclui na definição os lagos e lagoas superficiais, usualmente com vegetação emergente como característica distinta, bem como as águas permanentes de riachos e águas profundas dos lagos. Não se inclui nesta definição aquelas áreas úmidas tão temporárias que têm pouco ou nenhum efeito no desenvolvimento de solos úmidos”.
Desta forma, internacionalmente, o termo área úmida ou zona úmida designa
espaços terrestres onde se observa o encharcamento sazonal ou permanente do solo.
A saturação por água determina o desenvolvimento do solo e das formas de vida
dessas áreas que, no Brasil, são conhecidas como brejos, brejões, pântanos,
pantanais, varjões, charcos, alagados e banhados, entre outros.
Neste contexto, as Áreas Úmidas (conhecidas como wetlands, em inglês) são
formações naturais cujo substrato está sujeito a inundações periódicas ou
permanentes. Este fator é determinante da origem e desenvolvimento do solo e das
espécies vegetais distribuídas nestas áreas (MEIRELLES et al. 2004).
Os sistemas de áreas úmidas estão entre os ecossistemas mais produtivos da
Terra e possuem alta diversidade biológica (BARBIER et al. 1997). Estas áreas têm
funções importantes na paisagem como armazenamento de água, tampão climático
local, fonte e receptora dos ciclos biogeoquímicos, hábitats para plantas e animais
altamente adaptados, hábitats para populações humanas, áreas de produção de
peixes, gado, agricultura, floresta e pontos focais para o turismo (SILVA, 2007).
Segundo Suso & Llamas (1993), as áreas úmidas ocupam 2% do planeta,
possuem importantes funções ecológicas e são os ambientes mais ameaçados em todo
o mundo. Porém, estes ecossistemas estão submetidos a uma magnitude sem
precedentes de distúrbios antrópicos locais e globais (SAUNDERS et al., 2002). Além
da importante função ecológica das áreas úmidas, sua manutenção é primordial para
conservação dos recursos hídricos. A utilização racional da água em propriedades
rurais é a grande meta a ser alcançada neste século (SILVA et al. 2004).
Convém mencionar que a importância ecológica, biológica, o valor cultural,
científico e recreativo das áreas úmidas do planeta foram reconhecidos pelos 138
países que assinaram a Convenção de Ramsar1. Os termos desta convenção, que trata
da cooperação internacional visando a conservação de zonas úmidas e de aves
aquáticas do planeta, foi concluída em 2 de fevereiro de 1971, na cidade de Ramsar no
Irã, e passou a vigorar em 1975 após os primeiros países terem se tornado Partes
Contratantes. O Brasil tornou-se signatário deste tratado em 1993.
No Brasil, conforme legislação vigente, as áreas úmidas ou áreas alagadas não
consistem necessariamente em Áreas de Preservação Permanente (APP). Segundo a
lei nº 12651, em seu art. 6º, áreas úmidas e várzeas são consideradas APP apenas
quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo.
Isto faz com que em sua maioria, as áreas úmidas sejam negligenciadas em
termos de conservação. Em regiões onde a pecuária é a atividade produtiva, o gado
utiliza estas áreas para dessedentação e forrageamento, contribuindo para sua
alteração, por vezes, irreversível. Além disso, sua drenagem ocasiona o surgimento de
vegetação arbustivo-arbórea atípica, com consequente perda do estrato herbáceo e
diversidade vegetal (MEIRELLES et al., 2004).
Por este prisma, vê-se a importância da manutenção das áreas úmidas
brasileiras e, decorrente disso, do banhado do Rio Formoso. Este banhado é primordial
para manutenção do sistema hídrico superficial e subterrâneo do Município de Bonito –
MS, Parque Nacional da Serra da Bodoquena e Pantanal sul mato-grossense, pois
recolhem, filtram e estocam água das adjacências, funcionando como zona tampão e
de recarga dos aquíferos.
1 Convenção de Ramsar é um tratado intergovernamental que estabelece o quadro de ação nacional e
cooperação internacional para a conservação e utilização racional das zonas úmidas e dos seus recursos
(www.ramsar.org)
6.1.2 Metodologia
Foram realizadas amostragens da composição florística nas áreas de Banhado
do Rio Formoso e do rio da Prata inseridos no município de Bonito, MS. As atividades
de campo se concentraram no período de 30 de março a 03 de abril de 2009, em quatro
fazendas amostrais previamente selecionadas no banhado do rio Formoso: São
Geraldo; Água Azul / Barra do Sucuri; Barreiro Grande; e Parque Ecológico do Rio
Formoso (Figuras 15 a 18). No banhado rio da Prata, as atividades se concentraram
nas adjacências da Fazenda Gramado e no Assentamento Santa Lúcia.
Figura 15 – Área úmida da Fazenda São Geraldo Foto: Lucia Monteiro
Figura 16 – Área úmida da Fazenda Água Azul / Barra do Sucuri Foto: Lucia Monteiro
Figura 17 – Área úmida da Fazenda Barreiro Grande Foto: Lucia Monteiro
Figura 18 – Área úmida da Fazenda Parque Ecológico Rio Formoso Foto: Vivian Baptista-Maria
Para o levantamento da vegetação foram selecionados Pontos de Observação
(PO) em cada sítio, levando em consideração a presença de alta umidade do solo e de
cursos d’água. A quantidade de pontos em cada fazenda foi influenciada pela
diversidade de ambientes.
O levantamento florístico foi realizado em nove áreas, distribuídas nas áreas
amostrais (Quadro 2). Em cada PO foram realizadas caminhadas para observação,
segundo método de Filgueiras (1993), e anotação da composição florística (Figura 19),
cuja identificação foi possível in loco e/ou as plantas foram coletadas para posterior
confirmação taxonômica e identificação segundo o APG II (2003).
Quadro 2 – Lista dos pontos de observação (PO) nas diferentes fisionomias com suas respectivas localizações geográficas
Pontos de Observação
Pontos Georreferenciados 21k/UTM
Altitude (m)
PO-01 0546419 / 7656489 430
PO-02 0545729 / 7644473 432
PO-03 0543963 / 7644236 432
PO-04 0547039 / 7649391 323
PO-05 0546346 / 7649042 433
PO-06 0546993 / 7649375 305
PO-07 0555767 / 7654969 283
PO-08 0554628 / 7654368 298
PO-09 0556271 / 7657149 284
PO-10 0540427 / 7634446 270
PO-11 0542846 / 7637088 272
Para cada PO foi feita a descrição geral da área e da vegetação do entorno,
relacionando a evidência de ameaça, o uso geral da terra, topografia e relevo, umidade
e/ou profundidade do corpo d’água, drenagem e tipo de solo.
Figura 19 – Levantamento florístico das Áreas Úmidas da Bacia Hidrográfica do Rio Formoso – MS
Foto: Daniela Matsumoto
6.1.3. Resultados e Discussões
Descrições das Fisionomias Amostradas
As áreas úmidas, conforme mencionado anteriormente, apresentam vegetação
hidrófila, ou seja, vegetação adaptada à saturação hídrica do solo (permanente ou
sazonal), com afloramento permanente do lençol freático, com água aparentemente
estagnada ou com grande residência no solo.
As plantas aquáticas que ocupam estas áreas de saturação hídrica são também
denominadas de macrófitas aquáticas, termo este mencionado pela primeira vez por
Weaver & Clements (1938), definindo-as como plantas herbáceas que crescem na
água, em solos cobertos por água ou em solos saturados com água. Na denominação
de Sculthorpe (1967) as macrófitas são as plantas hidrófitas vasculares, contudo, este
termo exclui as algas macroscópicas e as briófitas. Para o Programa Internacional de
Biologia (IBP), macrófitas aquáticas é a denominação mais adequada para caracterizar
vegetais que habitam desde brejos até ambientes verdadeiramente aquáticos; desta
forma o termo inclui vegetais que vão desde algas macroscópicas até plantas
vasculares (SCREMIN-DIAS, 1999).
Entre os diversos papéis desempenhados pelas macrófitas aquáticas podem ser
citados:
Liberação de nutrientes através do chamado efeito de "bombeamento" - que
constitui na absorção de nutrientes das partes profundas do sedimento e sua
posterior liberação na coluna d'água por excreção ou durante sua decomposição;
Função de hospedeiras para associações com algas perifíticas e bactérias
fixadoras de nitrogênio (ESTEVES, 1998);
Fornecimento de habitats diversificados e abrigo para larvas de peixes, além de
suas partes submersas servirem de receptáculo para ovos de diversas espécies
(NOTARE, 1992) ampliando, assim, a disponibilidade de nichos a serem
utilizados por estes organismos. Suas raízes também atuam como local de
proliferação de micro-organismos importantes na sua alimentação. Também
fornecem locais sombreados para abrigo de formas sensíveis às altas
intensidades de radiação solar;
Importante papel trófico por servirem como fonte de alimento para algumas
espécies de aves e mamíferos aquáticos; Esteves (1988) cita os altos conteúdos
de proteínas e carboidratos solúveis presentes em sua reduzida fração de
parede celular, sendo que em regiões tropicais, onde as altas temperaturas
aceleram o processo da decomposição, as macrófitas aquáticas podem ser os
mais importantes fornecedores de matéria orgânica para a cadeia detritívora; e,
Papel bioindicador, por exemplo, a presença de "taboa" (Typha domingensis) é
indicativa da presença de solo úmido ou pantanoso.
Riqueza Florística
Foram inventariadas 145 espécies, distribuídas em 89 gêneros, pertencentes a
47 famílias botânicas (Anexo 2). Este número não reflete toda a diversidade de plantas
aquáticas e palustres presentes nas áreas úmidas do Formoso, visto que as coletas
foram centralizadas em um curto período e por se tratar de uma avaliação rápida. Se
Com maior período amostral para a realização coletas ao longo de um ano,
possivelmente esse número aumentaria.
As famílias botânicas mais representativas foram Asteraceae, Cyperaceae e
Poaceae, seguidas de Onagraceae e Euphorbiaceae (Figura 21). A família Asteraceae
foi representada por 19 espécies; Cyperaceae, por 14 espécies e Poaceae por sete
espécies. Espécies destas famílias germinam nas áreas úmidas que limitam os
banhados, corroborando com dados obtidos para outros campos úmidos do Centro-
Oeste, em formações de campo úmidos e de Veredas (MEIRELLES et al. 2004) e de
covais (POTT & POTT, 2006).
Figura 21 – Famílias de maior riqueza presentes nas áreas úmidas do Rio Formoso, Bonito –MS
Meirelles et al. (2004) citam, além de Poaceae e Cyperaceae, as famílias
Asteraceae, Melastomataceae e Fabaceae como as mais abundantes para áreas
úmidas do Cerrado. Os resultados obtidos para as áreas úmidas da região de Bonito –
MS demonstraram que quase não há representantes da família Melastomataceae,
comuns em campos úmidos do cerrado, ocorrendo apenas as espécies de ampla
distribuição como Tibouchina gracilis e Acisanthera alsinaefolia, provavelmente devido
aos solos calcários não serem favoráveis ao estabelecimento de espécies desta família,
que preferencialmente se distribuem em solo ácido (POTT & POTT, 1994).
A família Characeae, constituída por algas macroscópicas continentais muito
comuns em ambientes cársticos, está representada pelos dois gêneros que ocorrem no
Brasil – Chara e Nitella. A espécie Chara rusbyana é a mais abundante e, juntamente
com as demais espécies do gênero, originam pequenos tubos calcários facilmente
visualizados no leito dos rios da região. Ressalta-se que, dentre os grupos de algas e
musgos, Characeae foi a única família possível de ser determinada devido ao fácil
acesso à especialista deste grupo. Convém mencionar, que as várias espécies de
musgos aquáticos, além das massas de algas filamentosas, não foram identificadas a
nível genérico, em decorrência da dificuldade de determinação destes grupos.
Figura 22 – Echinodorus sp. Foto: Lúcia Monteiro
Figura 23 – Ipomoea cf. subrevoluta Foto: Lúcia Monteiro
Nas áreas limítrofes, formam-se vastas áreas distribuídas em diversas
propriedades, que se encontram em diferentes estados de conservação. Estas áreas, já
retratadas por Behr (2001), apresentam, em diversos locais, formações homogêneas de
capim-navalha (Cladium jamaicense), com indivíduos de aproximadamente 1,5 - 2,5m
de altura. São margeadas por campo úmidos e/ou cursos d’água que contém espécies
herbáceas como a carnívora Utricularia gibba, Eryngium spp., Justicia laevillinguis,
Echinodorus bolivianus, Bacopa australis, Chara spp., Eleocharis acutangula, E.
minima, E. sellowiana, E. geniculata, E. filiculmis, Mayaca sellowiana, Nymphaea
gardneriana, entre outras espécies de macrófitas aquáticas. Mais próximo às nascentes
ou curso d’ água o capim-navalha ocorre em manchas entremeado com algumas
Poaceae como Setaria paucifolia e Panicum parvifolium. Espécies de dicotiledôneas
emergentes, pertencentes a diversas famílias botânicas, estão esparsamente
distribuídas na formação, como, por exemplo, Eupatorium crenulatum, Rapanea
guianensis, Cecropia pachystachya e espécies de Mimosa. Algumas espécies de menor
porte distribuem-se entre os indivíduos de capim-navalha, como Vernonia brasiliana,
Baccharis dracunculifolia e B. trimera, além das pteridófitas Thelypteris patens,
Thelypteris serrata e Pteris denticulata (figuras 24 a 27).
Figura 24 – Vernonia sp. Foto: Lúcia Monteiro
Figura 25 – Thelypteris sp. Foto: Lúcia Monteiro
Figura 26 – Ludwigia peruvian Foto: Lúcia Monteiro
Figura 27 – Nymphaea sp. Foto: Lúcia Monteiro
Como ocorrem pequenos cursos d’água em alguns locais destas áreas úmidas
visitadas, foram observados pontos com pisoteio de gado que acessa estes locais à
procura de água nos períodos de estiagem. A espécie rabo-de-burro (Andropogon
bicornis), presente neste ponto, indica que o campo úmido está mais seco pela
drenagem, facilitando a entrada do gado (Figura 28). Segundo Moyle & Leidy (1992)
apud Primack & Rodrigues (2002) a manutenção de áreas alagadiças é necessária para
preservar populações de aves aquáticas, peixes, anfíbios, plantas aquáticas e muitas
outras espécies. Frequentemente, as áreas alagadiças estão interligadas, portanto,
uma decisão que afete os níveis de água e a qualidade de uma localidade tem
repercussões em outras áreas.
Toda a extensão dos campos úmidos de nascente é vulnerável às queimadas
comuns nos meses secos. É comum a ocorrência de fogo em extensas áreas,
principalmente devido a grande quantidade de material combustível (folhas secas) da
vegetação herbácea, em especial do capim-navalha (Figura 30).
Figura 28 – Andropogon bicornis Foto: Vivian Baptista-Maria
Figura 29 – Eleocharis interstincta Foto: Lúcia Monteiro
Figura 30 – Cladium jamaicense
Foto: Lúcia Monteiro
Plantas em destaque
Capim-navalha (Cladium jamaicense)
A principal espécie inventariada nas áreas de maior saturação hídrica - tanto no
banhado do rio Formoso, quanto no banhado do rio da Prata - foi o capim-navalha
(Cladium jamaicense). Esta espécie ocorre em áreas naturais desde os EUA, nos
Everglades (“saw grass”) (KUSHLAN 1991, MITSCH & GOSSELINK 1993) até a
Argentina (MISSOURI BOTANICAL GARDEN, 2006) e Rio Grande do Sul (COSTA et
al. 2003). É uma espécie aquática emergente que pode chegar a 3m de altura incluindo
a inflorescência (de cor marrom). Possui extenso sistema de aerênquima que se
estende através das raízes, rizomas, escapos florais e folhas, para poder sobreviver em
solo alagado anaeróbico (CRAWFORD, 1989). As folhas possuem um bordo fortemente
serrilhado e cortante, por isso o nome comum é bem apropriado. Segundo Rodwell
(1984) apud Costa et al. (2003), o capim-navalha tende a dominar em áreas ricas em
cálcio, mas pobres em nitrogênio e fósforo. Sua dominância indica que o banhado ainda
está em bom estado de conservação, pois estas espécies protegem parcialmente essas
áreas do acesso de gado e pessoas.
Figura 31 - Flores de capim navalha (Cladium jamaicense)
Foto: Vivian Baptista-Maria
Chara rusbyana
A espécie de alga Chara rusbyana (Figura 32) é bastante abundante na região e,
juntamente com as demais espécies do gênero, originam pequenos tubos calcários
facilmente visualizados no leito dos rios da região. Segundo Boggiani (1999), este
grupo de organismos é privilegiado em relação às demais plantas aquáticas, pois
podem absorver o bicarbonato de cálcio presente na água, e dele obterem o gás
carbônico necessário aos processos de fotossíntese.
Figura 32 – Chara rusbyana
Foto: Lúcia Monteiro
Polygonum hydropiperoide
Erva anfíbia (Figura 33), que possui uso medicinal. Segundo Pott & Pott (2000), o
uso interno é estimulante, diurético, vermicida, no tratamento de hemorroidas, varizes,
febre, artrite, em uso externo é cicatrizante de úlcera e erisipela.
Figura 33 – Flores de Polygonum hydropiperoides
Foto: Lúcia Monteiro
Taboa (Typha domingensis)
É uma planta aquática típica de brejos e várzeas (Figura 34). Mede cerca de dois
metros e na época de reprodução apresenta espigas contendo milhões de sementes
que se espalham pelo vento. É considerada depuradora de águas poluídas, absorvendo
metais pesados. Sua fibra, durável e resistente, vem sendo utilizada como matéria-
prima para papel, fabricação de “água-ardente” cartões, pastas, envelopes, cestas,
bolsas e outros itens de artesanato.
Figura 34 – Typha domingensis
Foto: Lúcia Monteiro
6.1.4. Recomendações Gerais
Preservar e conservar as áreas úmidas é fundamental, pois as ações antrópicas
estão ocasionando a perda da biodiversidade e a desestruturação das comunidades
vegetais locais, com consequências sérias também para os cursos d’água na região. As
comunidades herbáceas destas áreas estão fortemente ameaçadas tanto por
perturbações locais como desmatamentos e queimadas, quanto por mudanças no uso
da terra da bacia hidrográfica (conversão de áreas nativas por campos de pastagens e
lavouras). Essas intervenções influenciam diretamente na redução da quantidade e da
qualidade das águas que formam as áreas de banhado. Estas alterações afetam a
vegetação que ocupa estas áreas, sendo necessárias medidas efetivas de conservação
da vegetação local.
O potencial biológico e o serviço que as áreas úmidas prestam à natureza ainda
são subestimados, principalmente em função do desconhecimento das suas diversas
funções. Sabe-se que, fisicamente, estas áreas são filtros dos materiais particulados,
berçário de diversas comunidades da fauna e sítios de alta concentração de nutrientes,
fundamental para a manutenção da vida silvestre animal e vegetal.
6.2. Herpetofauna
6.2.1. Introdução
Segundo a Sociedade Brasileira de Herpetologia (2009) e Bérnils (2009), são
conhecidas para o Brasil 849 espécies de anfíbios (sendo 821 Anuros, uma de
Caudata, 27 Gymnophionas) e 708 espécies de répteis (36 quelônios, seis jacarés, 237
lagartos, 64 anfisbênias e 365 serpentes). Diante destes números, o Brasil ocupa a
primeira colocação na relação de países com maior riqueza de espécies de anfíbios,
seguido por Colômbia e Equador e a terceira colocação na relação de países com
maior riqueza de espécies de répteis, atrás da Austrália e do México (SBH, 2009).
O estado situa-se na porção central da grande área diagonal de formações
abertas da América do Sul, que se estende desde a Caatinga no nordeste do Brasil até
o Chaco na Argentina, onde ocorrem áreas de contato entre o Pantanal, o Chaco e o
Cerrado, uma região que abriga uma grande diversidade de anfíbios e répteis, sendo
algumas endêmicas (UETANABARO et al., 2007). Apesar de sua importância
biogeográfica, essa diagonal tem sido pouco considerada em estudos com abrangência
regional. Além disso, segundo MMA (2002), o Mato Grosso do Sul é considerado área
prioritária para a realização de inventários.
O objetivo deste trabalho foi realizar um inventário preliminar da herpetofauna
(anfíbios e répteis) ocorrente em áreas de banhado e seu entorno, em Bonito – MS,
para fornecer subsídios para a criação de Unidades de Conservação nestas áreas.
6.2.2. Metodologia
Para a caracterização da herpetofauna local foram realizadas amostragens em
dois períodos: chuvoso e seco. O levantamento em período chuvoso foi feito entre 30
de março e 02 de abril de 2009 e no período seco entre 12 e 14 de setembro de 2012,
nos pontos descritos no Quadro 4.
A amostragem de período chuvoso ocorreu em sete pontos, abrangendo o
banhado e seu entorno. O Ponto 1 está localizado na Barra do Sucuri, que compreende
área de mata ciliar, margem do rio e banhado (Figura 35). Os Pontos 2, 3 e 4 estão
localizados na Barreiro Grande, sendo o Ponto 2 uma área antropizada, na margem do
rio (com presença de macrófitas aquáticas em seu leito (Figura 36)), o Ponto 3, área de
Floresta Estacional Semidecidual (Figura 37) e o Ponto 4 o banhado (Figura 38). Os
Pontos 5 e 6 localizam-se na fazenda São Geraldo, ambos são lagoas rodeadas por
áreas abertas e de banhado (Figuras 39 e 40, respectivamente). O Ponto 7 localiza-se
no Parque Ecológico do Rio Formoso, e inclui área de Floresta Estacional Semidecidual
Aluvial e área de banhado (Figura 41 a 44).
Durante o período seco foram amostradas três áreas, onde foi percorrida toda a
extensão do banhado e seu entorno, abrangendo mata ciliar e áreas alagadas. O Ponto
8 se localiza na Fazenda Tamires, o ponto 9 na Fazenda Canindé, e o ponto 10 no
Parque Ecológico do Rio Formoso (Figuras 42, 43 e 44, respectivamente).
Quadro 4 – Pontos de amostragem da Herpetofauna, Bonito/MS. (BAD): Busca Ativa Diurna, (BAN) Busca Ativa Noturna, (PE) Ponto de escuta, (EN): Entrevista.
Ponto de Amostragem
Coordenadas Metodologia Horas de
Amostragem
Ponto 1 21°15'24.7"S, 56°32'51.3"W BAD, BAN, PE, EN 10
Ponto 2 21°12'12.7"S, 56°27'33.6"W BAD, BAN, PE, EN 3
Ponto 3 21°12'46.3"S, 56°28'06.0"W BAD, BAN, PE, EN 7
Ponto 4 21°12'45.5"S, 56°28'22.2"W BAD, BAN, PE, EN 3
Ponto 5 21°18'03.2"S, 56°33'30.5"W BAD, BAN, PE, EN 6
Ponto 6 21°18'12.5"S, 56°34'31.0"W BAD, BAN, PE, EN 3
Ponto 7 21°11'00.9"S, 56°27'22.6"W BAN, PE, EN 3
Ponto 8 21°11’49,4’’S, 56°27’09,3’’W BAD, BAN, PE, EN 8
Ponto 9 21°12’57.3”S, 56°29’39.6’’W BAD, BAN, PE, EN 8
Ponto 10 21°11’15.7’’S, 56°27’25.7’’W BAD, BAN, PE, EN 8
Figura 39 – Ponto 5 de amostragem da Herpetofauna.
Figura 35 – Ponto 1 de amostragem da Herpetofauna. Foto: Camila Aoki
Figura 36 – Ponto 2 de amostragem da Herpetofauna. Foto: Camila Aoki.
Figura 37 – Ponto 3 de amostragem da Herpetofauna. Foto: Camila Aoki
Figura 38 – Ponto 4 de amostragem da Herpetofauna. Foto: Camila Aoki
Figura 40 – Ponto 6 de amostragem da Herpetofauna. Fotos: Camila Aoki
Figura 41 - Ponto 7 de amostragem da Herpetofauna.
Figura 42 – Ponto 8 de amostragem da Herpetofauna.
Figura 43 – Ponto 9 de amostragem da Herpetofauna.
Figura 44 – Ponto 10 de amostragem da Herpetofauna.
Fotos: Jaire M. Torres
A metodologia consistiu em busca ativa nos períodos diurno e noturno, realizada
por duas pessoas (Figura 45), em transectos aleatórios, vasculhando-se os ambientes
onde os animais habitualmente se abrigam (como, por exemplo, em cavidades de
árvores, entre frestas de rochas, sob rochas e troncos, no solo, na serrapilheira, nas
moitas de bromélias e ao longo de vegetação marginal dos cursos d’água) (HEYER et
al., 1994). Quando possível, foram efetuadas gravações dos cantos e fotos dos
espécimes coletados para posterior auxílio na sua identificação.
Figura 45 – Busca ativa de herpetofauna em área de banhado e entorno, Bonito/MS
Foto: Jaire M. Torres
Registros oportunísticos, como amostragens realizadas por terceiros ou em
locais fora dos sítios selecionados – porém na área objeto de estudo – também foram
considerados. Para cada transecto percorrido, foram estimadas a riqueza e a
abundância através de observação direta, onde o número de indivíduos de cada
espécie foi registrado ao longo do tempo de amostragem em cada transecto. Para os
anuros estes parâmetros também foram estimados através das vocalizações em
períodos de atividade reprodutiva. Essa metodologia possibilitou a determinação das
espécies mais representativas de cada ponto.
6.2.3. Resultados e Discussão
Foi registrado um total de 31 espécies (incluindo seis registros por entrevista),
sendo 16 de anfíbios e 15 de répteis (Anexo 3). A família de anfíbios mais
representativa foi Hylidae, com oito espécies (Figura 46.), enquanto para os répteis a
família mais representativa foi a Viperidae, com três espécies (Figura 47). Em estudo
realizado no Parque Nacional da Serra da Bodoquena - MS, Uetanabaro e
colaboradores (2007) encontraram 37 espécies de Anuros, uma espécie de
Gymnophiona e 25 espécies de répteis. Ou seja, neste trabalho, foram registrados
quase 43,24% das espécies de anuros descritas para a região e cerca de 60% das
espécies de répteis.
Figura 46 – Proporção representativa das famílias de anfíbios encontradas nas áreas de banhado e entorno
Figura 47 – Proporção representativa das famílias de répteis encontradas nas áreas de banhado e entorno
O menor número de espécies registrado em comparação com Uetanabaro et al.
(2007) pode ser devido ao menor esforço de amostragem, que totalizou 450
horas/homem. Considerando que a herpetofauna, principalmente os anfíbios anuros,
possuem atividade altamente relacionada com temperatura, pluviosidade e umidade do
ar, é possível que a continuidade de estudos na região leve ao registro de mais
espécies para a área.
A acumulação de espécies demonstrou um acréscimo no número de registros
com a realização de novas amostragens, embora este aumento seja pequeno (Figura
48). O registro de mais espécies provavelmente está relacionado ao fato de que todos
os pontos foram amostrados nos horários em que apresentam pico de atividade
(horários mais quentes para lagartos, e início da noite para anuros), não sendo de
grande importância a quantidade de tempo destinado aquele determinado ponto.
Certamente, a amostragem em outras estações, no pico da estação chuvosa, por
exemplo, influenciariam bem mais o número de registros e espécies que o tempo
despendido em cada ponto.
Figura 48 – Acumulação de espécies pela quantidade de amostragens realizadas
As espécies registradas em maior número de pontos, e também as mais
abundantes em número de indivíduos foram Dendropsophus nanus (Figura 49), D.
minutus (Figura 50) e Rhinella scitula (Figura 51). As duas primeiras podem ser
consideradas generalistas quanto ao hábitat, entretanto, R. scitula, é uma espécie mais
exigente quanto ao hábitat, presente em áreas mais restritas, como nascentes com
predominância de gramíneas, formação ciliar florestada ou afloramentos rochosos
(UETANABARO et al,. 2007).
Figura 49 – Dendropsophus nanus, uma das espécies mais comuns na área de estudo
Fotos: Paulo Landgref Filho
Figura 50 – Dendropsophus minutus, uma das espécies mais comuns na área de estudo
Figura 51 – Rhinella scitula, uma das espécies mais comuns na área de estudo
Foto: Camila Aoki
A maioria das espécies registrada apresenta ampla distribuição, sendo
encontradas em diversos estudos realizados no Mato Grosso do Sul (UETANABARO et
al. 2006, 2007), Goiás (BASTOS et al. 2003, VAZ-SILVA et al, 2007) e Mato Grosso
(STRÜSSMANN 2000). Aparentemente estas espécies estão associadas a ambientes
abertos, como os anuros Dendropsophus nanus, Scinax fuscomarginatus, Scinax
fuscovarius (Figura 50), Leptodactylus podicipinus (Figura 53) e Eupemphix nattereri
(Figura 54); além dos répteis Ameiva ameiva (Figura 55) e Mabuya nigropunctata
(Figura 56).
Figura 52 – Scinax fuscovarius fotografado na Fazenda Canindé, Bonito/MS. Fotos: Jaire M. Torres
Figura 53 – Leptodactylus podicipinus fotografado no Parque Ecológico Rio Formoso, Bonito/MS
Figura 54 – Eupemphix nattereri fotografado na área amostrada, Bonito/MS
Foto: Paulo Landgref Filho
Figura 55 – Ameiva ameiva fotografado na Barra do Sucuri Foto: Camila Aoki.
Figura 56 – Mabuya nigropunctata fotografado na Fazenda Tamires, Bonito/MS Foto: Jaire M. Torres
Espécies de Relevante Interesse
Dentre as espécies registradas apenas uma é exótica a lagartixa de parede
(Hemidactylus mabouia) esta espécie apresenta hábito predominantemente noturno e
grande abundância em áreas antropizadas. Ocorre em todas as regiões do Brasil e
presumivelmente, foi introduzida no Novo Mundo através de navios negreiros vindos da
África (VITT, 1995). Esta espécie foi citada como ocorrência na área de estudo por meio
de entrevistas.
A herpetofauna amostrada não apresentou nenhum representante inserido nas
listas oficiais nacionais de ameaçadas de extinção (IBAMA, 2007). Entretanto, listados
nos apêndices I (todo o comércio internacional proibido) e II (comércio internacional
monitorado e regulado) da CITES estão os répteis: sucuri-verde (Eunectes murinus) (II,
Figura 57), teiú (Tupinambis merianae) (II, Figura 58), o jacaré-de-papo-amarelo
(Caiman latirostris) (I, Figura 59) e o anfíbio Ameerega picta (II) (CITES, 2007).
Figura 57 – Sucuri (Eunectes murinus) fotografada na Fazenda Tamires, Bonito/MS
Foto: Jaire M. Torres
Figura 58 – Teiú (Tupinambis merianae) fotografado na área amostrada, Bonito/MS Foto: Camila Aoki
Figura 59 – Caiman latirostris atropelado na área amostrada, Bonito/MS Foto: Paulo Landgref Filho
6.2.4. Recomendações Gerais
Dentre os principais problemas observados na área de estudo quanto à
conservação de répteis e anfíbios está o alto índice de atropelamento de animais na
estrada Bonito – São Geraldo. Em quatro dias de amostragem, foram encontrados
cinco animais mortos em um trecho inferior a 20 km, sendo eles: cascavel (Crotalus
durissus) (Figura 60), jacaré-do-papo-amarelo (Caiman latirostris) e cobra-cega
(Amphisbaena alba). Sendo assim, recomendamos que sejam realizadas iniciativas no
sentido de conscientização dos motoristas em relação ao tráfego de animais na estrada
para que, desta forma, eles aumentem a atenção e diminuam a velocidade. Placas de
sinalização podem ser inseridas nessas áreas com este objetivo.
Figura 60 – Crotalus durissus atropelada na área amostrada, Bonito/MS
Foto: Paulo Landgref Filho
Embora não tenham sido encontradas espécies ameaçadas de extinção ou
endêmicas na área, mais estudos são necessários para identificar as espécies
ocorrentes nos banhados de Bonito – MS. Devido às características ímpares deste
local, e o pouco tempo de estudo, é muito provável que outras espécies da
herpetofauna ocorram na área em questão, principalmente, que ocorram registros de
espécies raras, que são de mais difícil visualização.
6.3. Ornitofauna
6.3.1. Introdução
Áreas úmidas formam mosaicos de diferentes fisionomias ou ecossistemas
altamente dinâmicos, de bordas instáveis, onde a estabilidade e a diversidade estão
condicionadas primeiramente pela hidrologia dos fluxos e materiais (NEIFF, 1999).
Estes mosaicos fornecem hábitats para uma ampla gama de espécies de aves que
tanto podem utilizá-los eventualmente como ser dependentes (BLANCO, 1999). A
diversidade de estruturas de vegetação quer seja para alimentação, refúgio ou
substrato para ninho, determina, em grande medida, a riqueza potencial das aves que
habitam uma área úmida (BLANCO, 1999). A Convenção Ramsar considera como aves
aquáticas “todas as espécies ecologicamente dependentes de áreas úmidas” (Ramsar
2009).
As aves raramente se distribuem uniformemente dentro das áreas úmidas,
estando suas riquezas e abundâncias associadas às características ambientais locais
(BLANCO, 1999). Além da variação sazonal, a estrutura da avifauna também sofre
variações espaciais dentro de paisagens em mosaico, no sentido empregado por
Forman (1995), onde regiões são formadas por diferentes unidades de paisagem
compostas de vários ecossistemas locais ou fisionomias. A densidade e distribuição
dentro de um mosaico dependem de três fatores: a) padrões de movimentação dos
indivíduos dentro do mosaico; b) imigração a partir das fisionomias do mosaico, e c)
perda de indivíduos conforme os mesmos se dispersam pelos elementos da paisagem
(WIENS et al. 1993).
Estudos recentes sobre a dinâmica das comunidades de aves aquáticas em
escala temporal e espacial relacionados com as variáveis do hábitat demonstram a
importância e a interdependência entre avifauna aquática e as áreas úmidas (SILVA,
2007). A conectividade entre mosaicos de áreas úmidas, portanto, assume papel
fundamental na conservação da avifauna à medida que esses não são hábitats isolados
mas, pelo contrário, são complexos e dinâmicos com conexões bióticas e abióticas com
todos os hábitats contíguos (AMEZAGA et al. 2002).
Dada a relação de dependência de muitas espécies de aves com as áreas
úmidas, um esforço crescente tem sido dispensado a seu estudo, para expandir o
conhecimento sobre a biologia dessas espécies e propor medidas efetivas de
conservação e manejo (ACCORDI, 2003). Existe um interesse particular na
conservação destas áreas devido ao impacto causado sobre elas, o que tem acarretado
grande perda de biodiversidade (LYTLE & POFF, 2004).
A conectividade entre os limites sul do Pantanal e o Planalto da Bodoquena
resultam em uma significativa diversidade de aves na região, com 353 espécies
registradas por Pivatto et al. (2006), sendo 55 identificadas como ecologicamente
dependentes de áreas úmidas (RAMSAR, 2009). Assim, para ampliar os argumentos
que visam à criação de uma unidade de conservação para o banhado do Rio Formoso,
este relatório apresenta um estudo prévio da diversidade de aves registradas neste
ambiente, confirmando sua importância ecológica.
6.3.2. Metodologia
Esforço Amostral
O esforço amostral total em campo durante o período chuvoso foi de 30 horas,
entre 31 de março e 04 de abril de 2009 e entre 2 e 6 dezembro de 2015. Neste
período, os pontos escolhidos para inventário de avifauna localizavam-se nas Fazendas
São Geraldo e Barreiro Grande, Sítio Água Azul e Parque Ecológico Rio Formoso
(banhado do Rio Formoso); Fazenda Gramado, Fazenda São Francisco e
Assentamento Santa Lúcia (banhado do rio da Prata).
Para o período seco foram realizadas amostragens entre os dias 12 e 14 de
setembro de 2012 e em 13 e 14 de julho de 2015, sendo o esforço amostral realizado
de 28 horas. O levantamento foi realizado nas Fazenda Tamires, Fazenda Canindé e o
Parque Ecológico Rio Formoso (banhado do rio Formoso) e na Fazenda Gramado e
Assentamento Santa Lúcia (banhado do rio da Prata).
Foram ainda utilizados dados disponíveis na plataforma Wikiaves
(www.wikiaves.com.br), em inventários anteriores não publicados realizados nos sítios
turísticos do Bonito Aventura, Praia das Figueiras e na Fazenda Santa Efigênia e em
publicação realizada por Pivatto et al. (2006).
Levantamento de Dados em Campo
O levantamento das espécies foi feito por meio de coleta exaustiva de dados
(DEVELEY, 2004) e pontos de escuta (VIELLIARD & SILVA 1990), com caminhadas
aleatórias ao longo de trilhas, bordas do banhado e interior de fragmentos.
Foram registradas informações sobre cada espécie identificada, local da
observação, forma de registro (observação direta – OD ou Vocalização – Voc). O
horário de início da atividade variou entre 06h00 e 06h30 no período da manhã e entre
16h00 e 16h30 no período da tarde. Não houve observação noturna durante este
inventário.
A identificação das espécies foi feita através de reconhecimento in situ (binóculo
e luneta, figura 61), reconhecimento acústico e consulta bibliográfica. Algumas espécies
tiveram registro fotográfico e acústico (Figura 62). Para nomenclatura das espécies
foram adotadas as normas estabelecidas pelo Comitê Brasileiro de Registros
Ornitológicos (CBRO, 2011).
Figura 61 - Identificação visual das aves em campo Foto: Tietta Pivatto
Figura 62 – Registro fotográfico das espécies observadas Foto: Ulli Braun
6.3.3. Resultados e Discussão
Riqueza de espécies
Durante este inventário foram identificadas 209 espécies de aves no banhado e
seu entorno (Anexo 4), valor este somado aos dados prévios (Wikiaves 2016; Pivatto et
al. 2006; Pivatto dados não publicados). Como resultado, registrou-se 59,2% do total de
espécies registradas para o Planalto da Bodoquena (PIVATTO et al. 2006).
Estes dados ilustram um perfil pontual da comunidade de aves existente na área
estudada, visto que os dados de campo foram coletados em um curto período de tempo
e em apenas uma estação climática. Acredita-se que um maior esforço amostral ao
longo das diferentes estações climáticas poderá acrescentar novas espécies à lista,
conforme observa Vasconcelos (2006).
Representação por tipo vegetacional
Segundo Silva (2007), uma comunidade se caracteriza por incluir dentro dos
seus limites geográficos um determinado conjunto de espécies, com tamanho
populacional especifico. Dois aspectos da vegetação do hábitat afetam a avifauna: a
fisionomia da vegetação e a vRefúgio de Vida Silvestredade de espécies vegetais
(BLOCK & BREMNAM, 1993). Portanto, as mudanças na estrutura dessa comunidade
podem influenciar a comunidade local, assim como as variações do ambiente, presença
de competidores e predadores ou a ação de eventos casuais (WIENS, 1989).
As áreas de banhado foram ocupadas especialmente por espécies aquáticas
(RAMSAR, 2009), embora aves não exclusivamente dependentes deste ambiente
também tenham sido identificadas. Isto confirma a importância desta fisionomia para a
comunidade de aves em geral.
Devido às variações sazonais dos níveis da água no campo úmido, ocorre uma
variação no perfil da comunidade de aves ao longo do ano nos banhados, ou seja,
durante os períodos de seca os capinzais são explorados por aves como a ema (Rhea
americana), perdiz (Rhynchotus rufecens) e seriema (Cariama cristata). Já no período
chuvoso, a predominância de ambientes úmidos favorece espécies como jaçanã
(Jacana jacana), sanã-carijó (Porzana albicollis) e saracura-três-potes (Aramides
cajanea).
Observa-se também a relação direta de diversas aves campícolas com as matas
ciliares circundantes, utilizadas como dormitório e área para reprodução de diversas
espécies que passam o dia nas áreas abertas (ex. psittacídeos e columbídeos) ou que
utilizam a borda das matas para explorar os campos úmidos (RODRIGUES & LEITÃO
FILHO, 2000).
Segundo Reys (2002), as matas ciliares são importantes corredores para a
avifauna visto que, em virtude dos desmatamentos, elas se tornam as únicas áreas
florestadas na paisagem para a sobrevivência das aves da região. De acordo com
Rodrigues e Leitão Filho (2000), estas também podem ser formações importantes na
manutenção da riqueza e diversidade das comunidades de aves que habitam regiões
com perfis variados de vegetação. Ainda segundo os autores, a mata ciliar atrai
numerosas espécies florestais de aves e oferece condições ambientais suficientes para
seu estabelecimento. São espécies de distribuição geográfica ampla e de espectro
ecológico largo, sendo a maior parte composta por elementos oportunistas. Além disso,
as matas ciliares possuem um importante papel na manutenção da temperatura da
água e na recarga de nutrientes para o ambiente aquático.
Com relação às áreas antrópicas, especialmente as áreas ocupadas por
braquiária, foram observadas espécies que se adaptaram à presença deste capim
exótico em substituição aos campos nativos. A braquiária oferece abrigo e alimento
(sementes, invertebrados) para estas aves, embora sem a mesma biodiversidade.
Destaca-se a presença de representantes específicos de paisagens campestres, como
perdizes (Figura 63) e representantes da família Emberizidae.
Figura 63 – Perdiz (Rhynchotus rufescens) observada na Fazenda Barreiro Grande, Bonito – MS
Foto: Camila Aoki
Representação por Guildas
1. Ocupação do Hábitat
Segundo Straube e Urben-Filho (2006), a maneira como as espécies exploram e
ocupam o hábitat, assim como a representação de cada tipo ecológico, é ferramenta
importante para o diagnóstico da avifauna.
Do total de aves observadas em campo, 35 (37%) são consideradas
dependentes de áreas úmidas de acordo com a Convenção Ramsar (2009), ocupando
especificamente as áreas de banhado como anhuma (Anhima cornuta), maçarico-
solitário (Tringa solitaria), jaçanã (Jacana jacana), chopim-do-brejo (Pseudoleistes
guirahuro), japacanim (Donacobius atricapila) e baiano (Sporophila nigricollis), utilizando
as matas ciliares para descanso ou reprodução como biguá (Phalacrocorax brasilianus),
biguatinga (Anhinga anhinga), anatídeos, ardeídeos, (gavião-caramujeiro) Rostrhamus
socialibis, gavião belo (Busarellus nigricolis) ou ainda vivendo permanentemente sob a
proteção da vegetação ciliar, como saracura-três-potes (Aramides cajanea).
Entretanto diversas outras espécies associadas a áreas campestres acabam por
estar confinadas as áreas de banhado, uma vez que todos os ambientes adjacentes já
foram convertidos em pastagens ou em agricultura. Destaca-se a presença de
Alectrurus tricolor e seu congênere, A. risora; Os membros pertencentes ao gênero
Sporophila (S. cinnamomea, S. palustris, S. hypoxantha, S. ruficollis); Emberizoides
ypiranganus e os Tyrannidae Culicivora caudacuta e Polystictus pectoralis.
Nas matas ciliares foram identificadas três principais categorias de espécies,
conforme classificação de Rodrigues e Leitão Filho (2000): aves que vivem
preferencialmente neste tipo de hábitat (ex. soldadinho - Antilophia galeata); espécies
que ocupam vários tipos de hábitat semi-arbóreos (ex. jaó - Crypturellus undulatus), e
espécies típicas das formações de Cerrado que, durante a época seca, procuram um
refúgio nas matas ciliares (ex. sebinho-de-olho-de-ouro - Hemitriccus
margaritaceiventer). Também foram registradas espécies que dependem da presença
de trechos arbóreos de mata ciliar para repouso ou dormitório, como o carão (Aramus
guarauna), psittacídeos e columbídeos.
As bordas de florestas são utilizadas por um grande número de espécies de
áreas abertas e, paralelamente, há espécies florestais que as evitam (BIERREGAARD
& LOVEJOY, 1989). Durante os inventários realizados nas áreas estudadas, as aves
encontradas nas bordas de mata foram preferencialmente espécies independentes e
semi dependentes de florestas, como sebinho-de-olho-de-ouro (Hemitriccus
margaritaceiventer) e as marias-cavaleira (Myiarchus tyrannulus e M. ferox).
Com relação à distribuição das espécies amostradas dentro dos ambientes
estudados, foram seguidas as definições adotadas por Straube e Urben-Filho (2006).
As espécies silvícolas apresentam como hábitat preferencial os ambientes florestados;
campícola tem como hábitat preferencial os ambientes savânicos ou abertos; e aerícola
aquela que passa a maior parte de seu ciclo circadiano em atividade de voo. São
consideradas aquáticas apenas as espécies que permanecem em contato permanente
com cursos d’água, como representantes das famílias Anatidae, Anhimidae,
Phalacrocoracidae, Anhingidae, Ardeidae, Threskiornithidae, Rallidae, Scolopacidae,
Charadriidae e Jacanidae.
As aves campícolas observadas possuem alguma dependência das áreas
florestadas para ninho ou abrigo (RODRIGUES & LEITÃO FILHO, 2000) e aquelas
registradas como terrestres possuem alguma dependência com ambientes aquáticos,
como Coraciiformes, ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda), japacanim
(Donacobius atricapilla), alguns acipitrídeos e tiranídeos.
Além de espécies natantes (anatídeos) e mergulhadoras (biguá - Phalacrocorax
brasilianus – e biguatinha – Anhinga anhinga), são verificadas entre as espécies
aquáticas algumas limnícolas (Ciconniformes e Charadriiformes), usando inclusive
açudes artificiais abertos nos limites entre o banhado e as pastagens introduzidas.
Foram identificadas 13 espécies de hábito corticícola (especificamente famílias
Picidae e Dendrocolaptidae). Estas aves caminham pelos troncos e galhos em busca
de insetos, necessitando de ambientes arborizados. Além disto, a manutenção de
árvores mortas como fonte de alimento (cupins, larvas de coleópteros), também é
importante para viabilizar construção de ninhos nas partes ocas da madeira, incluindo
outras aves como psitacídeos, falconiformes e ramphastídeos.
2. Guilda alimentar
O perfil alimentar da avifauna permite identificar o grau de alteração em
fragmentos florestais, principalmente ao se analisar a população de espécies frugívoras
presentes, visto que este o grupo é mais sensível a estas alterações (PIZO, 2001).
Utilizando a classificação para guildas alimentares sugerida por Sick (1997),
foram identificadas dez qualificações, (Figura 64), sendo que o grupo dominante foi o
insetívoro, com 85 espécies (42,08%) distribuídas em todos os ambientes amostrados.
Figura 64 – Distribuição da avifauna de acordo com suas guildas alimentares (Sick 1997)
O campo úmido é um ambiente com grande oferta de invertebrados, visto que
diversos grupos de artrópodes tem fase reprodutiva em cursos d’água (ex. Díptera,
Odonata e Belostomatidae) ou vivem especificamente neste tipo de vegetação,
favorecendo a avifauna insetívora.
Espécies onívoras e granívoras juntas perfazem 31,68% do total de espécies de
aves amostradas. A maior incidência de luz nos ambientes abertos proporciona maior
produção de frutos e de plantas produtoras de sementes, que são a base alimentar
destas aves. Ainda segundo Dário et al. (2002), o efeito de borda sobre os ambientes
favorece as espécies de aves onívoras e granívoras que habitam o sub-bosque das
florestas.
Das 15 (7,43%) espécies frugívoras registradas neste trabalho, apenas três são
de grande porte (aracuã-do-pantanal – Ortalis canicollis, jacutinga-de-garganta-azul –
Aburria cumanensis e araçari-castanho – Pteroglossus castanotis), todos de hábito
florestal. Segundo Laps et al. (2003), os frugívoros de grande porte são os que sofrem
maior impacto quando da redução de diversidade de espécies vegetais zoocóricas em
fragmentos. Aves frugívoras são responsáveis pela disseminação de sementes, sendo
importantes na manutenção e recomposição da vegetação nativa. Segundo Pizo
(2001), os deslocamentos de frugívoros frequentemente envolvem movimentos entre
ambientes em diferentes estágios sucessionais, devido à disponibilidade de pequenos
frutos na vegetação secundária ao longo das estações climáticas. Este padrão se
repete nas matas ciliares, neste caso atuando nas bordas entre os ambientes de campo
úmido e florestal.
Embora tenham sido identificadas apenas três espécies de aves nectarívoras
(família Trochilidae), acredita-se que um esforço amostral maior possa acrescentar mais
espécies, visto que Pivatto et al. (2006) registraram 11 beija-flores para a região. Estas
aves são responsáveis diretas pela polinização de várias plantas, e uma redução desta
população pode interferir na reprodução vegetal e, consequentemente, na oferta de
frutos e sementes para aves frugívoras e granívoras florestais. Destaque para Polytmus
guanumbi, espécie que possui preferência por ocupar áreas abertas e banhados.
Espécies piscívoras, malacófagas e fitófagas perfazem 8,42% do total, sendo
diretamente dependentes dos ambientes aquáticos (Figura 65). Além disto, espécies
limícolas e insetívoras como Charadriformes e tresquiornitídeos dependem diretamente
de invertebrados aquáticos. Outros insetívoros como a lavadeira-de-cara-banca
(Fluvicola albiventer), freirinha (Arundinicola leucocephala) e jacapanim (Donacobius
atricapilla) caçam insetos preferencialmente em vegetação do banhado, próximo do
espelho d’água.
Figura 65 – A espécie piscívora Chloroceryle amazona (Martim-pescador-verde) registrado na Fazenda Tamires
Foto: Jaire M. Torres
Foram encontradas 6,43 (7%) espécies carnívoras (Falconiformes e Strigiformes,
figura 66 e 67 respectivamente) e quatro (1,98%) de necrófagas. Carnívoros são
considerados como o topo da cadeia alimentar (RICKLEFS, 2003), e exercem
importante função no equilíbrio da população das demais espécies.
Figura 66 – Gavião-carrapateiro (Milvago chimachima) fotografado na Fazenda Tamires, Bonito/MS Foto: Jaire M. Torres.
Figura 67 – Caburé (Glaucidium brasilianum) observada no Sítio Água Azul Foto: Camila Aoki
Espécies migratórias
Foram identificados dois visitantes setentrionais (SICK, 1997): O maçarico-
solitário – Tringa solitária e a águia-pescadora (Pandion halyaetus) durante os trabalhos
de campo e 21 espécies que fazem movimentos migratórios regionais em busca de
áreas para alimentação ou reprodução (SICK, 1997).
Straube e Urben-Filho (2006) identificaram a predominância de espécies
paludícolas, principalmente nas áreas pantaneiras, para o Corredor Miranda-Serra da
Bodoquena. Para a região estudada, observou-se uma predominância de espécies
campestres e paludícolas, sendo que destas, a anhuma (Anhima cornuta), gavião-
caramujeiro (Rostrhamus sociabilis), maçarico solitário (Tringa solitária), anu-coroca
(Crotophaga major), viuvinha (Colonia colonus) e Sporophila collaris possuem algum
grau de dependência de ambientes úmidos, seja para alimentação direta, abrigo ou
reprodução.
Segundo Accordi (2003), conhecer os padrões de movimentação da avifauna
dentro e entre mosaicos de áreas úmidas sejam eles impulsionados por ciclos de
mudanças climáticas ou de indisponibilidade de recursos, é de particular interesse na
sua conservação. Straube e Urben-Filho (2006), observam que grande parte da
avifauna na região apresenta algum tipo de deslocamento, desde simples movimentos
inter hábitats até pequenas viagens, na maior parte das vezes acompanhando o ciclo
pluvial anual, que faz oscilar a presença e volume dos corpos d'água. Ainda segundo os
autores, esse fenômeno é amplamente conhecido no Brasil Central, onde várias
espécies alternam sua presença entre as vegetações savânicas (período de chuvas) e
as matas ciliares (períodos de seca) e, desta forma, não se restringem apenas a
ambientes tidos como predominantemente aquáticos como no caso do Pantanal. Esta
situação foi observada na área estudada (ex. maguari – Ciconia maguari, tuiuiú – Jabiru
micteria, colhereiro - Platalea ajaja e pernilongo de costas branca – Himantopus
melanurus).
Segundo Negret (1988), algumas espécies de aves migratórias parecem
alcançar o Planalto Central do Brasil vindas do sul através dos vales dos rios Paraná-
Paranaíba. Hayer et al. (1994) observaram movimentações de grandes bandos de
gavião caramujeiro (Rostrhamus sociabilis) ao longo do Rio Paraguai. Willis (1988)
reconheceu que, além de migrações lineares (entre dois pontos), provavelmente
ocorram migrações circulares (três ou mais pontos visitados regular e anualmente)
entre troquilídeos, psitacídeos e columbídeos. Negret (1988) supôs a existência de um
movimento sazonal entre o Planalto Central brasileiro e o Pantanal de Mato Grosso.
De modo geral, espécies migratórias sofrem com a degradação ambiental, visto
que ao chegarem necessitam recuperar a energia despendida durante o longo
deslocamento. Ao encontrarem um ambiente sem disponibilidade de recursos
alimentares, podem não conseguir realizar outros deslocamentos em busca de novas
áreas (LAPS et al., 2003). Aves aquáticas de voo longo, como por exemplo, o maçarico-
solitário, são as mais afetadas.
Cabe lembrar que, observando a lista de aves migratórias registradas por
Straube e Urben-Filho (2006), espera-se que em futuros inventários outras espécies
sejam acrescentadas ao banhado do Rio Formoso, visto que este relatório abrangeu
um período muito curto de amostragem em estação climática desfavorável aos seus
avistamentos.
Espécies Endêmicas
Foi registrada uma espécie considerada endêmica do território brasileiro, como o
garrinchão-de-bico-grande (Cantorchilus longirostris) de acordo com o CBRO (2008) e
cinco espécies consideradas endêmicas por Silva (1997), como o papagaio galego -
Alipiopsitta xanthops, chorozinho de bico comprido - Herpsilochmus longirostris, fura-
barreira - Hylocryptus rectirostris, soldadinho - Antilophia galeata e Saltator atricollis.
Das espécies citadas por Rodrigues e Leitão Filho (2000) como estritamente endêmicas
das matas ciliares do Brasil Central, foram registradas o soldadinho, fura-barreira e
pula-pula-de-barriga-branca (Basileuterus hypoleucus).
Das espécies endêmicas registradas, chorãozinho-de-bico-comprido, fura
barreira e soldadinho são dependentes de floresta (Silva 1995), enquanto papagaio-
galego e Saltator atricollis habitam fisionomias de cerrado. Destas, apenas Saltator
atricollis foi observada diretamente na vegetação de campo úmido.
Espécies ameaçadas
Foram encontradas seis espécies ameaçadas na região do banhado, de acordo
com IUCN (2008):
Arara-azul (Anodorhynchus hyacinthinus) – EN (em perigo, IUCN, 2008); VU
(vulnerável, MMA, 2003).
A arara-azul foi avistada dentro da Fazenda São Geraldo por Pivatto et al.
(2006), ocorrendo em poucos casais no Planalto da Bodoquena (Figura 69). A
população maior desta espécie encontra-se no Pantanal, onde esforços para sua
conservação são conduzidos dentro do Projeto Arara Azul (2009). Sua principal ameaça
é a caça (tráfico de fauna) e destruição do hábitat.
Figura 69 – Anodorhynchus hyacinthinus (arara-azul) fotografada no Parque Nacional da Serra da Bodoquena - Foto: Tietta Pivatto
Caboclinho de chapéu-cinzento (Sporophila cinnamomea) – EN (em perigo,
IUCN 2008); VV (vulnerável, MMA 2003)
Espécie que realiza migrações regionais entre Goiás até o norte da Argentina
seguindo sementes de capinzais, junto com outros Thraupidae.
Sua principal ameaça é a perda de hábitat, visto que os grandes campos nativos
estão sendo substituídos por plantações. Foi observado apenas no Parque Nacional da
Serra da Bodoquena (STRAUBE & URBEN-FILHO 2006) e, durante este trabalho, na
Fazenda Barreiro Grande (Figura 70), alimentando filhotes e associado com o baiano
(Sporophila nigricollis) e coleiro-do-brejo (S. collaris).
Figura 70 - Um grupo de Caboclinho-de-chapéucinzento (Sporophila cinnamomea), fotografado na
Fazenda Barreiro Grande - Foto: Tietta Pivatto
Sporophila palustris - EN (em perigo, IUCN 2015)
Juntamente com S. cinnamomea, esta espécie depende diretamente de áreas de
campos naturais, estando associada a áreas de banhado. Realiza migrações anuais
regionalmente. Há registros desta espécie para o banhado do rio Formoso e sua
ocorrência no banhado do rio da Prata é esperada devido a fitofisionomia semelhante
entre as áreas.
Galito (Alectrurus tricolor) – VU (Vulnerável, IUCN 2015)
Pequeno Tyrannidae ameaçado que possui sua ocorrência associada a campos
abertos e paludícolas (Sick 1997). A espécie não se adapta em áreas perturbadas,
ficando basicamente restrita às fisionomias de campos nativos
Tesoura-do-campo (Alectrurus risora) – VU (Vulnerável, IUCN 2015)
A espécie foi visualizada em 2012 na região do Banhado do rio Formoso (MELO,
2012). Trata-se de uma espécie com escassos registros no território nacional. Estando
associada a campos naturais no Paraguai, Argentina e Uruguai.
Papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta) – VU (Vulnerável, IUCN
2015)
Espécie campestre, restrita a capinzais altos, onde a vegetação herbácea é
abundante e não há excessiva exposição do solo. É ausente em pastagens modificadas
e nãos e adapta a áreas antropizadas. Vive sozinho ou em casais, formando grupos
familiares.
O Curió (Sporophila angolensis), registrado na Fazenda Santa Efigênia (banhado
do rio Formoso) e Fazenda Gramado (banhado do rio da Prata), é uma das aves
canoras mais visadas no país (SICK, 1997) pelo tráfico de fauna, estando extinta
localmente em várias regiões. João pinto (Icterus croconotus) também é visado pelo
tráfico como ave de gaiola por sua beleza e canto melodioso. Da mesma forma,
psitacídeos sofrem grande pressão pela captura ilegal de filhotes, especialmente
papagaios e periquitos como o tiriba-fogo (Pyrrhura devillei), espécie florestal de
ocorrência restrita a uma porção de Mato Grosso do Sul, Bolívia e Paraguai, que foi
registrada no Sítio Água Azul, Parque Ecológico Rio Formoso, Fazenda Barreiro
Grande e Praia das Figueiras (Pivatto et al., 2006).
Embora a caça não seja tão expressiva na região, cabe ressaltar que a presença
de espécies de aves cinegéticas (ex. tinamídeos e cracídeos) merece especial atenção
para a sua conservação.
Conservação
Estudos sobre as comunidades de aves aquáticas e sua relação com os hábitats
são especificamente importantes, pois possibilitam gerar subsídios para o melhor
entendimento destas relações e fornecem informações sobre os requisitos do hábitat
das espécies, podendo ser utilizados no manejo e conservação das espécies de aves
destes locais (SILVA, 2007).
De maneira geral, a perda de hábitat devido à supressão florestal ou à sua
descaracterização em consequência da fragmentação, extração de madeira ou fogo,
constitui-se na principal ameaça às aves (SICK, 1997; PIZO, 2001). Este padrão, que
se repete em quase todo o Brasil (STRAUBE & URBEN-FILHO, 2006), é também
observado na região estudada, com formação de mosaicos muitas vezes isolados e
fragmentos pequenos demais para conter uma área suficientemente viável que garanta
a sobrevivência das espécies originalmente presentes na região (RICKLEFS, 2003).
De acordo com Jansen (1986), a fragmentação torna-se um problema quando
não há migração e a qualidade do hábitat é muito pobre ou a área é muita pequena
para sustentar populações viáveis. À medida que áreas úmidas e pastagens nativas
são extensivamente convertidas em terras agrícolas, diminui a heterogeneidade natural
da área e aumenta a ameaça de supressão daquelas espécies que dependem da
conectividade de hábitats para realizar seus movimentos migratórios (STOTZ et al.,
1996).
A fragmentação é consequência das atividades humanas, e as áreas de
vegetação natural restantes encontram-se geralmente próximas de áreas com
perturbação antrópica, como fazendas agrícolas e de exploração florestal, estando
sujeitas a tensão excessiva de agentes externos como fogo, inseticidas e espécies
invasoras. A diminuição de uma área natural pode levar à diminuição exponencial do
número de espécies e afetar a dinâmica de populações de plantas e animais existentes,
podendo comprometer a regeneração natural e, consequentemente, a sustentação
destas áreas (HARRIS, 1984). Para conservar esses organismos, é fundamental a
retenção de densidades mínimas de áreas úmidas em paisagens dominadas pelo uso
antrópico (GIBB, 2000).
Historicamente, a expansão da agricultura e da pecuária foram os principais
fatores que geraram desmatamento e fragmentação em Mato Grosso do Sul.
Especificamente sobre os campos úmidos, o que se tem observado é a drenagem
associada com queimadas para viabilizar a expansão de pastagens exóticas ou plantio
de culturas como soja, milho e arroz. Embora algumas espécies sejam favorecidas pelo
aumento destas culturas (ex. ema – Rhea americana, perdiz - Rynchotus rufecens,
coleirinho – Sporophila caerulescens e tiziu – Volatinia jacarina), com o tempo observa-
se o empobrecimento da riqueza de espécies, como observaram Robson et al. (2001),
que encontraram alta riqueza e abundância de aves granívoras em hábitats arados e
redução na riqueza de espécies, salientando que a paisagem agrícola com hábitats de
características similares tendem a favorecer a homogeneização das espécies na escala
da paisagem.
A drenagem observada em alguns pontos amostrados no banhado terá como
resultado a eliminação das áreas úmidas que fornecem abrigo a espécies paludícolas
como Anseniformes, Ciconiiformes, Charadriiformes e demais espécies que dependem
deste tipo de ambiente para alimentação e reprodução (Ramsar, 2009).
Ao mesmo tempo, inexistem estudos que correlacionem os banhados do Planalto
da Bodoquena (Figura 71) e o Pantanal Sul (Porto Murtinho, Nabileque, Miranda), ainda
que diversas aves pantaneiras sejam registradas na região (TUBELIS & TOMAS, 2003;
PIVATTO et al., 2006; STRAUBE et al., 2006a; STRAUBE et al., 2006b).
Figura 71 – Áreas alagadas dentro do Parque Nacional Serra da Bodoquena
Foto: Tietta Pivatto
O entendimento das relações das aves aquáticas com seus hábitats, distribuição,
alterações na população e comunidade contribuem para o manejo local adequado,
preservação das espécies, incremento nas populações, restauração de ambientes e a
criação de reservas (BURTON et al., 2002; GREEN et al, 2002; LUNDBERG et al.
2003). Assim, a conservação do banhado do Rio Formoso poderá contribuir não apenas
na proteção da avifauna local, mas também fornecer futuras informações sobre a
ecologia da região, ainda pouco conhecida.
Para aprofundar este conhecimento, recomenda-se a continuidade deste
trabalho de forma a enriquecer as informações sobre a avifauna do banhado do Rio
Formoso, suas áreas circundantes e sua correlação com o Pantanal.
6.3.4. Recomendações Gerais
Continuidade dos inventários de avifauna no Banhado do Rio Formoso e
áreas circundantes, com amostragens nas quatro estações climáticas e em todas as
fisionomias vegetacionais;
Estudo dos recursos alimentares (flores, frutos, sementes) e reprodutivos
(sítios e materiais para construção de ninhos) disponíveis em cada tipo de hábitat;
Monitoramento das comunidades de aves em todos os ambientes
amostrados, especialmente naqueles que sofrem influência antrópica direta, através de
estudos sobre abundância e frequência das aves nos ambientes naturais;
Acompanhamento das atividades reprodutivas, locais de nidificação e
dormitórios dentro e nos arredores das áreas estudadas;
Promover educação ambiental para os proprietários das áreas abrangidas
pelo banhado e seus funcionários de forma a coibir caça, captura ilegal e destruição de
ninhos, contribuindo com a conservação das aves;
Promover atividades de educação ambiental com crianças da comunidade
e filhos de funcionários das fazendas com temática conservacionista, tendo a avifauna
nativa como foco principal;
6.4. Mastofauna
6.4.1. Introdução
Mamíferos neotropicais são representados por um grande número de espécies,
distribuídas em 11 ordens que ocorrem no Brasil (EMMONS & FEER, 1997), do total de
22 ordens conhecidas no mundo (FONSECA et al., 1996). Marsupiais, roedores,
morcegos e carnívoros compreendem mais de 60% das espécies de vertebrados
neotropicais (CÁCERES et al. 2008, EISENBERG & REDFORD 1999). O Brasil é o país
que possui a maior riqueza de espécies de mamíferos (mais de 650 espécies) e um dos
que detém o maior número de endemismos (com. 131 espécies endêmicas), com
destaque para primatas e roedores (FONSECA et al. 1996, Ministério do Meio Ambiente
2000; REIS et al., 2006). Em número de espécies de mamíferos nativos do Brasil,
destacam-se os pequenos mamíferos não voadores com 288 espécies
(Didelphimorphia, Lagomorpha e Rodentia) e os morcegos (Chiroptera) com 164
espécies (REIS et al., 2006). Dentre os domínios brasileiros reconhecidos pelo
Ministério do Meio Ambiente do Brasil, a Amazônia e a Mata Atlântica são os mais ricos
em espécies de mamíferos (311 e 250 espécies respectivamente), seguidos pelo
Cerrado (195), Caatinga (148), Pantanal (132) e por último, pelo Pampa ou Campos
Sulinos (102) (REIS et al. 2006). O conhecimento sobre a fauna de mamíferos do
estado ainda é pouco conhecido, especialmente a de pequenos mamíferos (CÁCERES
et al., 2008). Devido à grande heterogeneidade ambiental, com diferentes domínios
vegetacionais e transicionais, é esperada grande riqueza de espécies deste grupo em
Mato Grosso do Sul (VELOSO et al., 1991; VIVO, 199; CÁCERES et al., 2008).
6.4.2. Metodologia
A busca por vestígios de mamíferos de médio e grande porte ocorreu durante
quatro dias no período de chuvas em 2009 e durante três dias no período seco de
2012. No período chuvoso foram amostradas as áreas das Fazendas Barreiro Grande e
Barra do Sucuri, enquanto no período de estiagem foram amostradas as áreas da
Fazenda Tamires, Fazenda Canindé e Parque Ecológico do Rio Formoso (Figura 72).
Todas as pegadas, fezes e avistamentos diretos foram anotados para compor a
lista de espécies da região. Entrevistas com os moradores locais complementaram as
informações obtidas diretamente no campo. Os entrevistados foram indagados sobre os
animais que costumam ver na região, com base numa lista previamente elaborada
contendo as espécies esperadas para a região, e que também são conspícuas e fáceis
de identificar.
Capturas de morcegos foram realizadas em período chuvoso, durante duas
noites em bordas de matas do entorno do banhado. Os morcegos foram capturados
com duas ou três redes de neblina (na primeira noite foram duas de 9,0 x 2,8m e uma
de 18,00 x 2,8 m; na segunda noite foi utilizada uma de 9,0 x 2,8m e uma de 18,0 x 2,8
m), as quais totalizaram 100,8 m² de área de rede por hora na primeira noite e 75,6 m²
na segunda. As redes foram abertas logo após o ocaso e fechadas por volta da meia
noite. A identificação prévia dos morcegos capturados foi realizada em campo conforme
Vizotto e Taddei (1973). Para material testemunho e confirmação das espécies foram
mortos de um a três exemplares de cada espécie capturada. Após atingir este número,
exemplares de espécies já coletadas foram devolvidos ao ambiente. Animais coletados
foram depositados na coleção zoológica da Universidade Federal de Mato Grosso do
Sul (ZUFMS) e estão em processo de confirmação da espécie por especialistas.
Figura 72 – Região do banhado do Rio Formoso e a localização das fazendas (1) Barreiro Grande e (2) Barra do Sucuri, onde foram empreendidos esforços na obtenção de informações sobre mamíferos voadores e de médio e grande porte Mapa: Ana Ribeiro
6.4.3. Resultados
Foram identificadas 31 espécies de mamíferos terrestres para as áreas de
banhado e seu entorno (Anexo 5), sendo a ordem Carnívora a mais representativa
quanto à riqueza (Figura 73). A maior parte das espécies foi registrada por meio de
entrevistas, mesmo assim foi possível a observação direta de 15 espécies componentes
da mastofauna terrestre (Figura 74).
Figura 73 – Proporção representativa de espécies das ordens de mamíferos na área de banhado e seu entorno
Figura 74 – Número de espécies verificadas em cada forma de registro utilizada. Ent: Entrevista; OD: Observação direta; Peg: Pegadas; Fez: Fezes
Quanto aos vestígios, foram registradas pegadas de anta (Tapirus terrestres)
(Figura 75), de capivara (Hydrochoerus hydrochaeris), mão-pelada (Procyon cacrivorus)
(Figura 76), onça-parda (Puma concolor), entre outros. Pelo registro das fezes, foram
verificadas as presenças de cutia (Dasyprocta azarae), capivara (Hydrochoerus
hydrochaeris) e anta (Tapirus terrestres).
Figura 75 – Pegada de anta (Tapirus terrestris) fotografado na área amostrada, Bonito/MS Foto: Jaire M. Torres
Figura 76 – Pegada de mão-pelada (Procyon cancrivorus) no entorno do banhado Foto: Jaire M. Torres.
Todas as espécies inventariadas foram citadas durante as entrevistas realizadas
com moradores e funcionários das áreas amostradas. Dentre estas espécies, os
canídeos lobinho e lobo-guará, a queixada, o gato-mourisco, a lontra, a anta, o gambá,
os tamanduás bandeira e mirim e o tatu peba e galinha foram indicados como
frequentes. Algumas espécies também registradas por entrevista foram indicadas como
de difícil ocorrência, como o gato-palheiro, a onça-pintada, o cervo-do-pantanal, o
ouriço e o tatu-de-rabo-mole.
Confirmando os dados obtidos durante as entrevistas, algumas espécies foram
avistadas durante o estudo. Dentre estas espécies, tais como cervídeos, canídeos e
primatas (Figura 77). É importante ressaltar ainda a presença de espécies classificadas
em alguma das categorias de ameaça, sendo que 22,6% são consideradas como
vulneráveis e 3,2% como em perigo (Figura 78).
Durante as duas noites de capturas de morcegos, totalizando 982,8 h.m² de
esforço amostral, foram capturados 26 exemplares pertencentes a seis espécies de
morcegos (Anexo 3, Figura 79). O índice de diversidade de Shannon para a
comunidade de morcegos do banhado do Rio Formoso foi de 1,37. A presença de
Chrotopterus auritus, predadora de topo, indica que a mata ciliar é relativamente bem
conservada, com abundância de pequenos vertebrados.
Figura 77 – Macaco-prego (Sapajus cay) fotografado no Parque Ecológico Rio Formoso
Foto: Jaire M. Torres
Figura 78 – Proporção de espécies classificadas sob alguma categoria de ameaça encontradas no banhado e seu entorno
Figura 79 – Morcegos filostomídeos capturados durante a realização do presente estudo: (A) Sturnira lilium, (B) Chrotopterus auritus, (C) Artibeus planirostris, (D) Carollia perspicillata e (E) Platyrrhinus lineatus
6.4.4. Discussão e considerações
Dentre as espécies citadas pelos entrevistados como ocorrentes no banhado, o
tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla) consta na lista brasileira de animais
ameaçados e consta como quase ameaçada na lista vermelha global. O queixada
(Tayassu pecari) figura como quase ameaçado na lista de animais globalmente
ameaçados. Aspectos importantes do ponto de vista da conservação puderam ser
observados durante o relato dos entrevistados. Salientou-se o desaparecimento do
cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) e do veado-catingueiro (Mazama
gouazoubira) da região do banhado. Estudos focando estas espécies são necessários
para conhecer as populações remanescentes lá existentes e as ameaças que estão
sofrendo. Entretanto, durante a entrevista também foi relatado o aumento dos bugios
(Alouatta caraya) nos últimos tempos. As entrevistas são bastante questionáveis por se
tratar de impressões pessoais dos moradores da região. Embora sejam profundos
conhecedores da fauna e flora locais, aspectos culturais, receio e preconceitos
influenciam neste tipo de avaliação. Pelo menos, para sete espécies diferentes, as
declarações foram conflitantes (veja Tabela 1).
Apesar das espécies de morcegos capturadas neste estudo serem amplamente
distribuídas pela região neotropical (CÁCERES et al. 2008, TEIXEIRA et al. 2009), a
presença de Chrotopterus auritus, predadora de topo, indica que a mata ciliar na
Fazenda Barreiro Grande é relativamente bem conservada, com abundância de
pequenos vertebrados. Na Fazenda Barra do Sucuri, onde a faixa de mata é bem
maior, a comunidade de morcegos revelou dominância de Artibeus planirostris,
indicando que a perda de área e qualidade de habitat resultou no recuo dos processos
ecológicos aos patamares de sucessão inicial, onde há dominância de uma ou poucas
espécies sobre as demais (KREBS, 1989). Mesmo assim, os resultados aqui obtidos
são insuficientes, devido ao baixo esforço amostral, para inferir sobre a realidade
ecológica dos mamíferos da região.
7. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
No entorno das áreas de banhado, a maior atividade econômica é a pecuária. A
maior parte das áreas onde esta atividade é desenvolvida apresenta as mesmas
situações adversas: acesso do gado às áreas úmidas; manejo de seu entorno, onde há
a substituição da vegetação nativa por gramíneas exóticas nas bordas sempre mutáveis
das áreas úmidas; abertura de açudes; canalizações; entre outras (Promotoria de
Justiça de Bonito, 2008).
O fator agravante no desenvolvimento da situação apresentado nestas áreas é o
manejo do gado, que percorre as regiões rasas do brejo e pisoteia as plantas, expondo
o solo a maior insolação, situação que pode acelerar a evaporação e alterar as
características pedológicas e ecológicas. Além disso, este fator também favorece a
disseminação de áreas sujeitas a processos erosivos (Promotoria de Justiça de Bonito,
2008).
O desenvolvimento de atividades agrícolas nas proximidades com áreas
alagadas é um fator de riscos para estes ambientes, uma vez que a perda de solos
contribui para seu aterramento espontâneo. A utilização de fertilizantes e defensivos de
acordo com as prescrições técnicas não representa problema aos recursos hídricos,
porém é necessário o monitoramento do poder público às possíveis contaminações por
estes produtos como também da exposição do solo.
O estudo realizado a pedido da Promotoria de Justiça de Bonito (2008) em áreas
úmidas do município apontou os principais impactos verificados nas áreas mapeadas,
sendo eles:
Drenagem para a viabilização de atividades produtivas, realizada através
de canais que aceleram o fluxo de água para o Rio Formoso;
Áreas desmatadas sem técnica, em regiões onde ocorrem afloramentos
de água e sua movimentação em trechos sem a vegetação marginal
pertinente;
Degradação do solo por processos erosivos, compactação e redução da
porosidade e permeabilidade;
Acesso do gado às áreas úmidas, que resulta na descaracterização da
vegetação nativa e sujeita o Rio Formoso a um maior aporte de matéria
orgânica em períodos de chuva;
Alterações hidrológicas do entorno pelo barramento de pequenos córregos
e formação de açudes, o que muitas vezes ocorre no entorno das áreas
úmidas.
8. POTENCIAL TURÍSTICO
A análise das áreas de banhado de Bonito – MS demonstra seu potencial para o
desenvolvimento de atividades envolvendo turismo ecológico ou científico, devido à
composição faunística única verificada na região. A presença de espécies de beleza
cênica ímpar ou de maior raridade é muito atraente para públicos como observadores e
pesquisadores.
Nos ambientes analisados são observadas espécies migratórias como maçarico-
solitário e calhandra-de-três-rabos, sendo estas visitantes sazonais. Além destes, a
avifauna conta com a existência de grande número de espécies ameaçadas de
extinção, fator que potencializa sua capacidade de atrair tanto turistas internacionais
como nacionais com o intuito de observação de aves e pesquisadores. É importante se
ressaltar ainda a ocorrência de tesoura-do-campo, uma espécie de difícil avistamento e
com status desconhecido nacionalmente, o que a torna importante no âmbito turístico e
científico. Além destas espécies, muitas outras se destacam por sua beleza natural,
como tuiuiús, tucanos, diversas espécies de gaviões e piscitacídeos.
A mastofauna verificada no banhado e seu entorno apresenta espécies
vulneráveis ao processo de extinção, como o cervo-do-pantanal, lobo-guará, onça-
pintada e ariranha, entre outros. Além disso, é comumente verificada a presença de
anta, espécie vulnerável de acordo com a lista da IUCN. Estes animais apresentam
potencial como atrativos turísticos, por cativar um grande número de pessoas ou por
despertar a curiosidade devido ao seu difícil avistamento, podendo explorar as áreas
alagáveis de banhado em período de seca ou trilhas e seu entorno em períodos
chuvosos.
Outra possibilidade para a região é a visitação a locais com presença de sucuris,
atividade que vem ganhando repercussão na região. Embora a procura por este serviço
seja esporádica, apresenta-se como um chamariz para públicos especializados, sendo
de conhecimento que já houve sua procura por equipes de televisão e fotógrafos
profissionais.
Ainda que a demanda pelo uso turístico dessas regiões seja pequena, a
existência de novas opções de atividade é um fator essencial para uma cidade turística
como Bonito – MS. Mesmo assim, é importante ressaltar a necessidade de estudos
específicos para cada atividade, delimitando a melhor forma de ação assim como a
conduta necessária para a realização de visitações de forma não impactante a fauna
local.
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ANEXOS Anexo 1 – Mapa Geomorfológico da Serra da Bodoquena proposto por Sallun-Filho e Karmann (2007).
Anexo 2. Espécies da flora inventariadas nas áreas úmidas da bacia hidrográfica dos rios Formoso e Prata, Bonito/MS
Táxon
Família Acanthaceae
Justicia laevilinguis Nees Lindau
Justicia sp. L.
Ruellia geminiflora Kunth
Ruellia sp. L.
Indeterminada
Família Alismataceae
Echinodorus aschersonianus Graebn
Echinodorus bolivianus Rusby Holn-Niels.
Echinodorus macrophyllus (Kunth) Micheli
Echinodorus tenellus (Mart.) Buchenau
Sagittaria guayanensis H.B.K.
Família Amaranthaceae
Gomphrena elegans Mart.
Família Apiaceae
Eryngium pandanifolium Cham. &Schtdl.
Eryngium sp. L.
Hydrocotyle leucocephala Cham. &Schtdl.
Hydrocotyle ranunculoides L.f.
Família Apocynaceae
Rhabdadenia ragonesei Woodson
Rhabdadenia pohlii Müll.Arg.
Família Araceae
Pistia sp. L.
Xanthosoma sp. Schott
Família Arecaceae
Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart.
Attalea phalerata (Mart. ex Spreng.) Burret
Mauritia flexuosa L.f.
Família Asclepiadaceae
Asclepias curassavica Gliseb.
Família Asteraceae
Asteraceae sp.
Asteraceae sp. 2
Aspilia cf. foliacea Baker
Baccharis dracunculifolia DC.
Baccharis incisa Hook & Arn.
Eclipta alba Hassk.
Eupatorium sp.L.
Eupatorium sp. 2 L.
Eupatorium sp. 3 L.
Eupatorium cf. candolleanum Hook. & Arn.
Eupatorium crenulatum Gardner.
Eupatorium hecathantum. Sch.Bip.
Eupatorium cf. maximilianii. Schrader
Eupatorium macrocephalum Less.
Gymnocoronis spilanthoides (G.Don) DC.
Mikania micrantha H.B.K.
Mikania sp. (Bechstein, 1793)
Vernonia brasiliana L. Druce
Vernonia rubricaulis Humb. & Bonpl.
Família Boraginaceae
Heliotropium cf. lagoense Warm. Gürk
Família Campanulaceae
Lobelia aquatica Cham.
Família Canaceae
Canna glauca L.
Família Characeae
Chara rusbyana Howe
Chara fibrosa Howe
Nitella cernua A. Braun
Nitella furcata Roxb. ex. Bruz. C. Agardh
Família Commelinaceae
Commelina schomburgkiana Klotzsc ex Seub.
Murdannia sp.
Família Convulvolaceae
Ipomoea asarifolia (Desf.) Roem. & Schult.
Ipomoea alba L.
Ipomoea sp.
Merremia umbellata L. Hallier f.
Família Cyperaceae
Ascolepis brasiliensis Kunth Benth. ex C.B. Clarke
Cladium jamaicense C. B. Clarke
Cyperus sp.
Cyperus sp. 2
Cyperus brevifolius Rottb Endl.ex Hassk
Eleocharis acutangula Roxb Schult
Eleocharis elegans Kunth Roem & Schult
Eleocharis interstincta (Valhl)
Eleocharis geniculata L. Roem & Schult.
Eleocharis mínima Kunth
Eleocharis sp.
Rhynchospora corymbosa (L.) Britt.
Rhynchospora trispicata (Nees)
Rhynchospora cf. velutina Kunth Boeck.
Família Euphorbiaceae
Acalypha cummunis Arg.
Caperonia castaneifolia L. A. St-Hil
Croton sp.
Phyllanthus cf. stipulatus Raf. G.L. Webster
Phyllanthus selowianus Klotzsch Müll. Arg.
Sapium hasslerianum Huber
Família Gesneriaceae
Gloxinia sylvatica Kunth Wiehler
Siningia elatior Kunth Chautems
Família Iridaceae
Sisyrinchium sp.
Família Lamiaceae
Hyptis lorentziana O. Hoffm.
Hyptis sp.
Leonurus sibyricus L.
Família Fabaceae
Erythrina speciosa Andrews
Indigofera lespezedioides Kunth
Indigofera sp.
Senna obtusifolia L. H.S. Irwin & Barneby
Senna occidentalis L. Link
Aeschynomene ciliata Vog.
Sesbania sp.
Mimosa nuda Benth.
Mimosa polycarpa Kunth
Mimosa sp. 1
Mimosa sp. 2
Família Haloragaceae
Myrophyllum aquaticum (Vellozo) Verdc.
Família Lentibulariaceae
Utricularia gibba L.
Família Lemnaceae
Lemna aequinoctialis Welw.
Lemna sp.
Spirodela intermedia W. Koch
Família Malvaceae
Melochia parviflora Loudon
Sida rhombifolia L.
Sida sp.
Família Melastomataceae
Acisanthera cf. alsinaefolia DC. Triana
Tibouchina gracilis Bonpl. Cogn.
Família Myrsinaceae
Rapanea guianensis Aubl.
Família Myrtaceae
Psidium guayaca Raddi
Família Najadaceae
Najas guadalupensis Spreng. Magnus
Família Nymphaeaceae
Nymphaeae gardneriana Planch.
Nymphaeae jamesoniana Planch.
Família Onegraceae
Ludwigia peruviana L. H. Hara
Ludwigia elegans Cambess. H. Hara
Ludwigia leptocarpa Nutt. H. Hara
Ludwigia nervosa Poir. H. Hara
Ludwigia sericea Cambess. H. Hara
Ludwigia sp.
Família Passifloraceae
Passiflora foetida L.
Família Piperaceae
Piper aduncum L.
Piper sp.
Família Poaceae
Andropogon hypogynus Hack.
Andropogon bicornis
Axonopus sp.
Brachiaria decumbens Stapf
Brachiaria subquadripara Trin. Hitchc.
Eragostris sp.
Eriochrysis cayannensis P. Beauv.
Família Plantaginaceae
Bacopa australis V.C. Souza
Família Polygonaceae
Polygonum acuminatum Kunth
Polygonum hydropiperoides Michx.
Polygonum punctatum Elliott
Família Pontederiaceae
Heteranthera reniformis Ruiz & Pav.
Heteranthera zosterifolia Mart.
Pontederia parviflora Alexander
Família Potamogetonaceae
Potamogeton illinoensis Morong
Família Pteridaceae
Acrostichum danaeifolium Langsd. & Fisch.
Pteris denticulata Sw.
Thelypteris patens
Thelypteris serrata
Família Rubiaceae
Borreria cf. verticillata L. G. Mey.
Família Solanaceae
Solanum viarum Dun.
Família Sapotaceae
Chrysophyllum marginatum Hook. & Arn. Radlk.
Família Typhaceeae
Typha domingensis Pers.
Família Thelypteridaceae
Thelypteris serrata L.
Família Urticaceae
Cecropia pachystachya Trécul
Família Verbenacae
Lippia sp.
Phyla reptans Kunth Greene
Família Xyridaceae
Xyris sp.
Algas filamentosas
Musgos
Anexo 3. Lista de espécies da herpetofauna encontrada no banhado e seu entorno, Bonito/MS. OD: Observação Direta; Voc: Vocalização; Ent: Entrevista.
Táxon Nome Popular Status Registro 2009 Registro
2012
ORDEM ANURA
Família Bufonidae
Rhinella scitula (Caramaschi & Niemeyer,
2003)
Sapo-folha OD, Voc OD, Voc
Família Dendrobatidae
Ameerega picta (Bibron in Tschudi, 1838) Rãzinha-colorida Voc
Família Hylidae
Dendropsophus minutus (Peters, 1872) Pererequinha-do-brejo OD, Voc Voc
Dendropsophus nanus (Boulenger, 1889) Pererequinha-do-brejo OD, Voc OD, Voc
Hypsiboas albopunctatus (Spix, 1824) Perereca-cabrinha OD, Voc Voc
Hypsiboas punctatus (Schneide, 1799) Perereca-de-bolinha Voc
Hypsiboas raniceps Cope, 1862 Perereca-cabrona Voc
Scinax fuscomarginatus (A. Lutz, 1925) Pererequinha-do-brejo Voc
Scinax fuscovarius (A. Lutz, 1925) Perereca-de-banheiro OD
Trachycephalus venulosus (Laurenti, 1768) Perereca-grudenta OD, Voc
Família Leiuperidae
Eupemphix nattereri Steindachner, 1863 Rã-quatro-olhos OD
Physalaemus albonotatus (Steindachner, 1864) Rã-chorona Voc
Physalaemus cuvieri Fitzinger, 1826 Rã-cachorro Voc
Família Leptodactylidae
Leptodactylus chaquensis Cei, 1950 Rã-manteiga OD OD
Leptodactylus elenae Heyer, 1978 Rã-assobiadora OD Voc
Leptodactylus podicipinus (Cope, 1862) Rã-pingo-de-chuva OD OD, Voc
ORDEM SQUAMATA
Família Amphisbaenidae
Amphisbaena alba Linnaeus, 1758) Cobra-cega OD
Família Boidae
Boa constrictor Linnaeus, 1758 Jibóia Ent
Eunectes murinus (Linnaeus, 1758) Sucuri Ent OD, Ent
Família Colubridae
Drymarchon corais (Boie, 1827) Papa-pinto Ent
Spilotes pullatus (Linnaeus, 1758) Caninana Ent
Família Dipsadidae
Liophis poecilogyrus (Wied, 1825) Cobra-capim OD
Família Gekkonidae
Hemidactylus mabouia (Moreau de Jonnès,
1818)
Lagartixa-doméstica Ent
Família Teiidae
Ameiva ameiva (Linnaeus, 1758) Calango OD, Ent OD
Tupinambis merianae (Duméril & Bibron, 1839) Teiú OD, Ent Ent
Família Scincidae
Mabuya nigropunctata (Spix, 1825) Calango OD
Família Tropiduridae
Tropidurus sp. Lagartixa Ent
Família Viperidae
Bothropoides jararaca (Wied, 1824) Jararaca Ent
Bothropoides mattogrossensis (Amaral, 1925) Boca-de-sapo Ent
Crotalus durissus Linnaeus, 1758 Cascavél OD, Ent Ent
ORDEM CROCODYLIA
Família Alligatorida
Caiman latirostris (Daudin, 1802) Jacaretinga OD, Ent
Anexo 4. Lista de espécies da avifauna encontrada no banhado e seu entorno, Bonito/MS. 1R: Residente, VN: Visitante sazonal oriundo do
hemisfério norte, D: Status desconhecido, E: Endêmica do Brasil, VS: Visitante sazonal oriundo do sul do continuente, ;2OD: Observação Direta,
Voc: Vocalização; 3B1:Pivatto et al. (2006), B2: Curso de observação de aves para guias de turismo em Bonito/MS (outubro de 2008), B3: Dados
não publicados de relatório técnico ambiental (março de 2010), B4: Registro durante visitas a Fazenda Canindé realizadas por Victor Nascimento.
Táxon Nome Popular Status Registro
2009 2
Registro
2012 2
Registro
Complementar 3
ORDEM STRUTHIONIFORMES
Família Rheidae
Rhea americana (Linnaeus, 1758) Ema R OD B1, B3
ORDEM TINAMIFORMES
Família Tinamidae
Crypturellus undulatus (Temminck, 1815) Jaó R OD B1, B2
Crypturellus parvirostris (Wagler, 1827) inhambu-chororó R Voc OD B1, B2
Rhynchotus rufescens (Temminck, 1815) Perdiz R OD B1, B2, B3
Nothura maculosa (Temminck, 1815) Codorna-amarela R B4
ORDEM ANSERIFORMES
Família Anhimidae
Anhima cornuta (Linnaeus, 1766) Anhuma R B1
Família Anatidae
Dendrocygna viduata (Linnaeus, 1766) Irerê R B1
Cairina moschata (Linnaeus, 1758) pato-do-mato R B1
Amazonetta brasiliensis (Gmelin, 1789) pé-vermelho R OD B2
ORDEM GALLIFORMES
Família Cracidae
Ortalis canicollis (Wagler, 1830) aracuã-do-pantanal R OD OD B1, B2
Aburria cumanensis (Jacquin, 1784) jacutinga-de-garganta-azul R OD OD B1, B2
Crax fasciolata Spix, 1825 mutum-de-penacho R OD B1
ORDEM CICONIIFORMES
Família Ciconiidae
Ciconia maguari (Gmelin, 1789) Maguari R B4
Jabiru mycteria (Lichtenstein, 1819) Tuiuiú R B1
Mycteria americana Linnaeus, 1758 cabeça-seca R B1
ORDEM SULIFORMES
Família Phalacrocoracidae
Phalacrocorax brasilianus (Gmelin, 1789) Biguá R OD B1, B3
Família Anhingidae
Anhinga anhinga (Linnaeus, 1766) Biguatinga R OD B1, B2
ORDEM PELECANIFORMES
Família Ardeidae
Tigrisoma lineatum (Boddaert, 1783) socó-boi R OD B3
Butorides striata (Linnaeus, 1758) Socozinho R OD B1, B3
Bubulcus ibis (Linnaeus, 1758) garça-vaqueira R OD
Ardea alba Linnaeus, 1758 garça-branca-grande R OD B3
Syrigma sibilatrix (Temminck, 1824) maria-faceira R B1
Egretta thula (Molina, 1782) garça-branca-pequena R B1
Egretta caerulea (Linnaeus, 1758) garça-azul R B1
Família Threskiornithidae
Mesembrinibis cayennensis (Gmelin,
1789)
coró-coró R OD B1
Phimosus infuscatus (Lichtenstein, 1823) tapicuru-de-cara-pelada R OD
Theristicus caudatus (Boddaert, 1783) Curicaca R OD OD B2
Platalea ajaja Linnaeus, 1758 Colhereiro R B1
ORDEM CATHARTIFORMES
Família Cathartidae
Cathartes aura (Linnaeus, 1758) urubu-de-cabeça-vermelha R OD B1, B2
Cathartes burrovianus Cassin, 1845 urubu-de-cabeça-amarela R OD OD B1, B3
Coragyps atratus (Bechstein, 1793) urubu-de-cabeça-preta R OD OD B1, B2, B3
Sarcoramphus papa (Linnaeus, 1758) urubu-rei R OD B1
ORDEM ACCIPITRIFORMES
Família Accipitridae
Circus buffoni (Gmelin, 1788) gavião-do-banhado R OD OD
Ictinia plumbea (Gmelin, 1788) Sovi R B2
Busarellus nigricollis (Latham, 1790) gavião-belo R B1
Rostrhamus sociabilis (Vieillot, 1817) gavião-caramujeiro R B1, B2, B3
Geranospiza caerulescens (Vieillot, 1817) gavião-pernilongo R B1
Heterospizias meridionalis (Latham, 1790) gavião-caboclo R OD
Rupornis magnirostris (Gmelin, 1788) gavião-carijó R OD OD B1, B2
Geranoaetus albicaudatus (Vieillot, 1816) gavião-de-rabo-branco R OD B3
ORDEM FALCONIFORMES
Família Falconidae
Caracara plancus (Miller, 1777) Caracará R OD OD B1, B3
Milvago chimachima (Vieillot, 1816) Carrapateiro R Voc OD
Herpetotheres cachinnans (Linnaeus,
1758)
Acauã R Voc B1
Falco sparverius Linnaeus, 1758 Quiriquiri R B1
Falco femoralis Temminck, 1822 falcão-de-coleira R OD OD B1, B3
ORDEM GRUIFORMES
Família Aramidae
Aramus guarauna (Linnaeus, 1766) Carão R OD OD B1, B3
Família Rallidae
Aramides cajanea (Statius Muller, 1776) saracura-três-potes R OD B1
Laterallus melanophalus (Vieillot, 1819) Sanã-parda R B4
Porzana albicollis (Vieillot, 1819) sanã-carijó R OD
Porphyrio martinica (Linnaeus, 1766) frango-d'água-azul R B1
ORDEM CARIAMIFORMES
Família Cariamidae
Cariama cristata (Linnaeus, 1766) Seriema R OD B1, B2
ORDEM CHARADRIIFORMES
Família Charadriidae
Vanellus chilensis (Molina, 1782) quero-quero R OD OD B1, B2, B3
Família Recurvirostridae
Himantopus melanurus Vieillot, 1817 pernilongo-de-costas-
brancas
R OD
Família Scolopacidae
Tringa solitaria Wilson, 1813 maçarico-solitário VN OD
Família Jacanidae
Jacana jacana (Linnaeus, 1766) Jaçanã R OD OD
ORDEM COLUMBIFORMES
Família Columbidae
Columbina talpacoti (Temminck, 1811) rolinha-roxa R OD OD B1
Columbina squammata (Lesson, 1831) fogo-apagou R OD B1, B3
Columbina picui (Temminck, 1813) rolinha-picui R OD
Patagioenas picazuro (Temminck, 1813) Pombão R OD OD B1, B3
Patagioenas cayennensis (Bonnaterre,
1792)
pomba-galega R OD
Zenaida auriculata (Des Murs, 1847) pomba-de-bando R OD B1
Leptotila verreauxi Bonaparte, 1855 juriti-pupu R OD OD B1, B2
ORDEM PSITTACIFORMES
Família Psittacidae
Anodorhynchus hyacinthinus (Latham,
1790)
arara-azul-grande R B1
Ara ararauna (Linnaeus, 1758) arara-canindé R OD
Ara chloropterus Gray, 1859 arara-vermelha-grande R OD OD B1, B2
Aratinga leucophthalma (Statius Muller,
1776)
periquitão-maracanã R OD B1, B2
Aratinga aurea (Gmelin, 1788) periquito-rei R OD OD B1, B2, B3
Pyrrhura devillei (Massena & Souancé,
1854)
tiriba-fogo R OD B1, B2
Brotogeris chiriri (Vieillot, 1818) periquito-de-encontro-
amarelo
R OD OD B1, B2, B3
Alipiopsitta xanthops (Spix, 1824) papagaio-galego R OD OD
Pionus maximiliani (Kuhl, 1820) maitaca-verde R B1, B2
Amazona amazonica (Linnaeus, 1766) Curica R OD
Amazona aestiva (Linnaeus, 1758) papagaio-verdadeiro R OD
ORDEM CUCULIFORMES
Família Cuculidae
Piaya cayana (Linnaeus, 1766) alma-de-gato R OD OD B1, B2
Crotophaga major Gmelin, 1788 anu-coroca R B1, B2
Crotophaga ani Linnaeus, 1758 anu-preto R OD OD B1, B3
Guira guira (Gmelin, 1788) anu-branco R OD OD B1, B2
Tapera naevia (Linnaeus, 1766) Saci R B1, B4
ORDEM STRIGIFORMES
Família Strigidae
Glaucidium brasilianum (Gmelin, 1788) Caburé R OD OD B1, B2
ORDEM CAPRIMULGIFORMES
Família Nyctibiidae
Nyctibius griseus (Gmelin, 1789) mãe-da-lua R Voc
Família Caprimulgidae
Antrostomus rufus (Boddaert, 1783) joão-corta-pau R B1
Hydropsalis albicollis (Gmelin, 1789) Bacurau R OD
Chordeiles nacunda (Vieillot, 1817) Corucão R OD
ORDEM APODIFORMES
Família Apodidae
Chaetura meridionalis Hellmayr, 1907 andorinhão-do-temporal R OD
Tachornis squamata (Cassin, 1853) andorinhão-do-buriti R OD
Família Trochilidae
Phaethornis pretrei (Lesson & Delattre,
1839)
rabo-branco-acanelado R OD OD B1, B2, B3
Chlorostilbon lucidus (Shaw, 1812) besourinho-de-bico-
vermelho
R OD B2
Hylocharis chrysura (Shaw, 1812) beija-flor-dourado R OD B1
Polytmus guainumbi (Pallas, 1764) beija-flor-de-bico-curvo R OD
ORDEM TROGONIFORMES
Família Trogonidae
Trogon curucui Linnaeus, 1766 surucuá-de-barriga-
vermelha
R Voc B1, B3
ORDEM CORACIIFORMES
Família Alcedinidae
Megaceryle torquata (Linnaeus, 1766) martim-pescador-grande R B1, B3
Chloroceryle amazona (Latham, 1790) martim-pescador-verde R OD B1, B2, B3
Chloroceryle americana (Gmelin, 1788) martim-pescador-pequeno R OD OD B1, B3
Família Momotidae
Momotus momota (Linnaeus, 1766) udu-de-coroa-azul R OD B1, B2
ORDEM GALBULIFORMES
Família Galbulidae
Galbula ruficauda Cuvier, 1816 ariramba-de-cauda-ruiva R B1
Família Bucconidae
Nystalus striatipectus (Sclater, 1854) rapazinho-do-chaco R OD B1
ORDEM PICIFORMES
Família Ramphastidae
Ramphastos toco Statius Muller, 1776 Tucanuçu R OD OD B1, B2
Pteroglossus castanotis Gould, 1834 araçari-castanho R OD B1
Família Picidae
Picumnus cirratus Temminck, 1825 pica-pau-anão-barrado R B2
Picumnus albosquamatus d'Orbigny, 1840 pica-pau-anão-escamado R OD OD B1
Melanerpes candidus (Otto, 1796) pica-pau-branco R OD B1, B2
Veniliornis passerinus (Linnaeus, 1766) picapauzinho-anão R OD B2
Colaptes melanochloros (Gmelin, 1788) pica-pau-verde-barrado R OD B1
Colaptes campestris (Vieillot, 1818) pica-pau-do-campo R OD B1
Celeus lugubris (Malherbe, 1851) pica-pau-louro R OD OD B1
Dryocopus lineatus (Linnaeus, 1766) pica-pau-de-banda-branca R B1
Campephilus melanoleucos (Gmelin,
1788)
pica-pau-de-topete-
vermelho
R OD OD
ORDEM PASSERIFORMES
Família Thamnophilidae
Formicivora rufa (Wied, 1831) papa-formiga-vermelho R OD OD B1
Herpsilochmus longirostris Pelzeln, 1868 chorozinho-de-bico-
comprido
R OD B1
Thamnophilus doliatus (Linnaeus, 1764) choca-barrada R Voc OD B1, B3
Taraba major (Vieillot, 1816) choró-boi R Voc OD B1
Família Dendrocolaptidae
Sittasomus griseicapillus (Vieillot, 1818) arapaçu-verde R B1
Campylorhamphus trochilirostris
(Lichtenstein, 1820)
arapaçu-beija-flor R B1
Lepidocolaptes angustirostris (Vieillot,
1818)
arapaçu-de-cerrado R OD OD B1
Dendrocolaptes platyrostris Spix, 1825 arapaçu-grande R OD OD B1, B2
Família Furnariidae
Furnarius rufus (Gmelin, 1788) joão-de-barro R OD OD
Hylocryptus rectirostris (Wied, 1831) fura-barreira R
Philydor rufum (Vieillot, 1818) limpa-folha-de-testa-baia R B1, B2
Certhiaxis cinnamomeus (Gmelin, 1788) Curutié R OD
Schoeniophylax phryganophilus bichoita R B4
Synallaxis albescens Temminck, 1823 uí-pi R B1
Synallaxis hypospodia Sclater, 1874 joão-grilo R OD
Família Tyrannida
Pipra fasciicauda Hellmayr, 1906 uirapuru-laranja R OD
Antilophia galeata (Lichtenstein, 1823) Soldadinho R B1, B2
Família Tityridae
Tityra inquisitor (Lichtenstein, 1823) anambé-branco-de-
bochecha-parda
R OD
Tityra cayana (Linnaeus, 1766) anambé-branco-de-rabo-
preto
R OD
Família Tyrannoidea
Platyrinchus mystaceus Vieillot, 1818 Patinho R B1
Leptopogon amaurocephalus Tschudi,
1846
Cabeçudo R OD
Todirostrum maculatum (Desmarest,
1806)
Ferreirinho-estriado R
Todirostrum cinereum (Linnaeus, 1766) ferreirinho-relógio R B1
Hemitriccus margaritaceiventer
(d'Orbigny & Lafresnaye, 1837)
sebinho-de-olho-de-ouro R OD OD B1, B2
Família Tyrannidae
Camptostoma obsoletum (Temminck,
1824)
Risadinha R OD OD B2, B3
Elaenia flavogaster (Thunberg, 1822) guaracava-de-barriga-
amarela
R OD OD B1, B3
Elaenia spectabilis Pelzeln, 1868 guaracava-grande R OD
Myiopagis caniceps (Swainson, 1835) guaracava-cinzenta R OD
Myiopagis viridicata (Vieillot, 1817) guaracava-de-crista-
alaranjada
R OD B2
Culicivora caudacuta (Vieillot, 1818) Papa-moscas-do-campo R B4
Polystictus pectoralis (Vieillot, 1817) Papa-moscas-canela R B4
Myiarchus ferox (Gmelin, 1789) maria-cavaleira R OD OD B2
Sirystes sibilator (Vieillot, 1818) Gritador R Voc
Casiornis rufus (Vieillot, 1816) maria-ferrugem R OD
Pitangus sulphuratus (Linnaeus, 1766) bem-te-vi R OD OD
Philohydor lictor (Lichtenstein, 1823) bentevizinho-do-brejo R B1
Machetornis rixosa (Vieillot, 1819) suiriri-cavaleiro R OD OD B1, B3
Myiodynastes maculatus (Statius Muller,
1776)
bem-te-vi-rajado R B1
Megarynchus pitangua (Linnaeus, 1766) Neinei R OD OD B1, B2
Myiozetetes cayanensis (Linnaeus, 1766) bentevizinho-de-asa-
ferrugínea
R OD OD B1, B2, B3
Tyrannus melancholicus Vieillot, 1819 Suiriri R OD B1
Tyrannus savana Vieillot, 1808 Tesourinha R B1
Colonia colonus (Vieillot, 1818) Viuvinha R OD
Myiophobus fasciatus (Statius Muller,
1776)
Filipe R OD B1
Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783) Príncipe R OD B1
Fluvicola albiventer (Spix, 1825) lavadeira-de-cara-branca R B1, B3
Arundinicola leucocephala (Linnaeus,
1764)
Freirinha R B1, B3
Gubernetes yetapa (Vieillot, 1818) tesoura-do-brejo R OD B1, B3
Alectrurus tricolor (Vieillot, 1816) Galito R OD
Alectrurus risora (Vieillot, 1824) tesoura-do-campo D B4
Satrapa icterophrys (Vieillot, 1818) suiriri-pequeno R OD B4
Xolmis cinereus (Vieillot, 1816) Primavera R B1, B3
Xolmis velatus (Lichtenstein, 1823) noivinha-branca R OD B1, B3
Família Vireonidae
Cyclarhis gujanensis (Gmelin, 1789) Pitiguari R OD OD B1, B2
Família Corvidae
Cyanocorax cyanomelas (Vieillot, 1818) gralha-do-pantanal R OD OD B1
Cyanocorax chrysops (Vieillot, 1818) gralha-picaça R OD OD B1, B2
Família Hirundinidae
Stelgidopteryx ruficollis (Vieillot, 1817) andorinha-serradora R OD
Progne tapera (Vieillot, 1817) andorinha-do-campo R OD B1
Tachycineta albiventer (Boddaert, 1783) andorinha-do-rio R B1, B3
Família Troglodytidae
Troglodytes musculus Naumann, 1823 Corruíra R OD
Campylorhynchus turdinus (Wied, 1831) Catatau R OD B1, B2
Cantorchilus longirostris (Vieillot, 1819) garrinchão-de-bico-grande R, E B1
Família Donacobiidae
Donacobius atricapilla (Linnaeus, 1766) Japacanim R OD OD B1, B2
Família Polioptilidae
Polioptila dumicola (Vieillot, 1817) balança-rabo-de-máscara R B2
Família Turdidae
Turdus rufiventris Vieillot, 1818 sabiá-laranjeira R OD OD B1, B2
Turdus leucomelas Vieillot, 1818 sabiá-barranco R OD OD B1, B2
Turdus amaurochalinus Cabanis, 1850 sabiá-poca R OD B1
Família Mimidae
Mimus saturninus (Lichtenstein, 1823) sabiá-do-campo R OD OD B1, B3
Mimus triurus (Vieillot, 1818) calhandra-de-três-rabos VS OD
Família Motacillidae
Anthus lutescens Pucheran, 1855 caminheiro-zumbidor R OD
Família Thraupidae
Saltator coerulescens Vieillot, 1817 sabiá-gongá R OD OD B1, B3
Saltator similis d'Orbigny & Lafresnaye,
1837
trinca-ferro-verdadeiro R B1
Saltatricula atricollis (Vieillot, 1817) bico-de-pimenta R OD OD
Tachyphonus rufus (Boddaert, 1783) pipira-preta R OD OD B1, B2
Ramphocelus carbo (Pallas, 1764) pipira-vermelha R OD OD B1, B2
Lanio cucullatus (Statius Muller, 1776) tico-tico-rei R OD
Lanio penicillatus (Spix, 1825) pipira-da-taoca R OD OD B2
Tangara sayaca (Linnaeus, 1766) sanhaçu-cinzento R OD OD B1, B2, B3
Tangara palmarum (Wied, 1823) sanhaçu-do-coqueiro R OD OD B1
Tangara cayana (Linnaeus, 1766) saíra-amarela R OD
Paroaria capitata (d'Orbigny &
Lafresnaye, 1837)
Cavalaria R OD B1, B3
Tersina viridis (Illiger, 1811) saí-andorinha R OD OD B1, B2
Dacnis cayana (Linnaeus, 1766) saí-azul R OD
Família Emberizidae
Ammodramus humeralis (Bosc, 1792) tico-tico-do-campo R OD OD B1
Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766) canário-da-terra-verdadeiro R OD OD B1
Sicalis luteola (Sparrman, 1789) Tipio R OD B4
Emberizoides herbicola (Vieillot, 1817) canário-do-campo R OD OD
Volatinia jacarina (Linnaeus, 1766) Tiziu R OD OD B3
Sporophila plumbea (Wied, 1830) Patativa R OD B1
Sporophila collaris (Boddaert, 1783) coleiro-do-brejo R OD OD B3
Sporophila nigricollis OD B3
Sporophila caerulescens (Vieillot, 1823) Coleirinho R OD OD
Sporophila leucoptera (Vieillot, 1817) Chorão R B3
Sporophila cinnamomea (Lafresnaye,
1839)
caboclinho-de-chapéu-
cinzento
R OD
Sporophila angolensis (Linnaeus, 1766) Curió OD B1
Família Parulidae R
Parula pitiayumi (Vieillot, 1817) Mariquita R B1
Geothlypis aequinoctialis (Gmelin, 1789) pia-cobra R OD OD
Basileuterus hypoleucus Bonaparte, 1830 pula-pula-de-barriga-
branca
R OD B1, B2
Basileuterus flaveolus (Baird, 1865) canário-do-mato R OD B1, B2
Família Icteridae R
Psarocolius decumanus (Pallas, 1769) Japu R B1
Cacicus haemorrhous (Linnaeus, 1766) Guaxe R OD B1, B2, B3
Icterus cayanensis (Linnaeus, 1766) Inhapim R OD
Icterus croconotus (Wagler, 1829) joão-pinto OD B1, B3
Gnorimopsar chopi (Vieillot, 1819) Graúna OD B1
Pseudoleistes guirahuro (Vieillot, 1819) chopim-do-brejo R OD OD B1, B2, B3
Molothrus rufoaxillaris Cassin, 1866 vira-bosta-picumã R B1
Molothrus oryzivorus (Gmelin, 1788) iraúna-grande R OD B1
Molothrus bonariensis (Gmelin, 1789) vira-bosta R OD B1
Família Fringillidae
Sporagra magellanica (Vieillot, 1805) Pintassilgo R OD B1
Euphonia chlorotica (Linnaeus, 1766) fim-fim R Voc OD B1, B2
Anexo 5. Lista de espécies da mastofauna encontrada no banhado e seu entorno, Bonito/MS. VU: Vulnerável; EM: Em Perigo; OD: Observação Direta; Voc: Vocalização; Ent: Entrevista; Peg: Pegada; Fez: Fezes; Cap: Captura.
Táxon Nome Popular Status Registro 2009 Registro
2012
ORDEM ARTIODACTYLA
Família Cervidae
Blastocerus dichotomus (Illiger, 1815) Cervo-do-Pantanal VU Ent
Mazama americana (Erxleben, 1777) Veado-mateiro Ent
Mazama gauazouriba (Fischer, 1814) Veado-catingueiro OD, Ent OD, Ent
Ozotoceros bezoarticus (Linnaeus, 1758) Veado-campeiro Ent
ORDEM CARNIVORA
Família Canidae
Cerdocyon thous (Linnaeus, 1766) Lobinho OD, Ent Peg, Ent
Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815) Lobo-guará VU Ent OD, Peg, Ent
Pseudolopex veturus Raposinha Ent
Família Felidae
Leopardus pardalis (Linnaeus, 1758) Jaguatirica VU Ent
Leopardus colocolo (Molina, 1782) Gato-palheiro Ent
Panthera onca (Linnaeus, 1758) Onça-pintada VU Ent
Puma concolor (Linnaeus, 1771) Onça-parda VU Ent Peg, Ent
Puma yagouaroundi (É Geoffory Saint-Hilare,
1803)
Gato-mourisco Ent
Família Mustelidae
Eira Barbara (Linnaeus, 1758) Irara Ent
Lontra longicaudis (Olfers, 1818) Lontra OD, Ent
Pteronura brasiliensis (Gmelin, 1788) Ariranha VU Ent
Família Procyonidae
Nasua nasua (Linnaeus, 1766) Quati OD, Ent OD, Peg, Ent
Procyon cancrivorus (G. [Baroh] Cuvier, 1798) Mão-pelada Ent Peg, ent
ORDEM DIDELMORPHIA
Família Didelphidae
Didelphis albiventris (Lund, 1840)) Gambá-de-orelha-branca Ent
ORDEM LAGOMORPHA
Família Leporidae
Sylvilagus brasiliensis (Linnaeus, 1758) Tapeti OD, Ent
ORDEM PERISSODACTYLA
Família Tapiridae
Tapirus terrestris Linnaeus, 1758 Anta EN Peg, Fez, Ent Peg, Ent
ORDEM PRIMATES
Família Atelidae
Alouatta caraya (Humboldt, 1812) Bugio-preto OD, Ent
Família Cebidae
Cebus paella Illiger, 1815 Macaco-prego OD, Ent OD, Ent
ORDEM RODENTIA
Família Caviidae
Cuniculus paca (Linnaeus, 1758) Paca Ent
Dazyprocta azarae Lichtenstein, 1823 Cutia OD, Fez, Ent
Hydrochoerus hydrochaeris (Linnaeus, 1766) Capivara OD, Peg, Fez,
Ent
Fez, Ent
Família Erethisontidae
Coendou prehensilis (Linnaeus, 1758) Ouriço Ent
ORDEM XENARTHRA
Família Dasypodidae
Cabassous unicinctus (Linnaeus, 1758) Tatu-de-rabo-mole-pequeno OD, Ent
Dasypus novemcinctus (Linnaeus, 1758) Tatu-galinha OD, Ent
Euphractus sexcinctus (Linnaeus, 1758) Tatu-peba OD, Ent Ent
Família Myrmecophagidae
Myrmecophaga tridactyla (Linnaeus, 1758) Tamanduá-bandeira VU OD, Ent Ent
Tamandua tetradactyla (Linnaeus, 1758) Tamanduá-mirim OD, Ent Ent
ORDEM CHIROPTERA
Família Phyllostomidae Cap
Artibeus planirostris Cap
Carollia perspicillata Cap
Chrotopterus auritus Cap
Platyrrhinus lineatus Cap
Sturnira lilium Cap
Família Vespertilionidae
Myotis nigricans Cap