0

FACULDADE CESMAC DO SERTÃO

EVELLYN BARBOSA BESERRA ISARELLE VIANA DE LIMA

A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS TENTATIVAS DE SUICÍDIO NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR:

revisão integrativa

PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL 2019/1

1

EVELLYN BARBOSA BESERRA ISARELLE VIANA DE LIMA

A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS TENTATIVAS DE

SUICÍDIO NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR:

revisão integrativa

Artigo de Conclusão de Curso apresentado como requisito final para conclusão do curso de Bacharel em Enfermagem - Faculdade CESMAC do Sertão, sob a orientação do Prof. Me. Hugo de Lira Soares.

PALMEIRA DOS ÍNDIOS/AL 2019/1

2

3

4

AGRADECIMENTOS

O sonho que eu pensava ser impossível, e que me acompanha desde a

infância, está prestes a se realizar. Gratidão é a palavra que me define nesse

momento.

Gostaria de agradecer primeiramente a Deus por ter permitido que tantas

bençãos fossem derramadas em minha vida e por ter me concedido saúde física e

mental para a realização desse grande sonho.

Agradeço a minha família, em especial a minha mãe Edna Barbosa, a minha

tia Leonilda Barbosa e meu avô João Alfredo que desde o começo dessa jornada não

mediram esforços para que eu chegasse até aqui. A vocês todo o meu amor e

dedicação.

Embora não estejam fisicamente aqui, agradeço ao meu pai José Edson e meu

avô Cícero Alves, em memória. A lembrança de vocês foi o que me inspirou a

continuar sem desistir. Sei que estariam muito orgulhosos de mim.

Agradeço imensamente ao meu namorado e companheiro de vida Diogo Álvaro

por todo amor, apoio e força dada durante todos esses anos. Seu incentivo foi muito

importante para me manter firme até aqui.

Agradeço aos meus amigos de curso que se fizeram presentes com palavras e

ações nos momentos difíceis e nos momentos de extrema alegria.

Em especial a Isarelle Viana por toda dedicação e companheirismo na realização

desse trabalho.

Agradeço aos professores por todos os ensinamentos, em especial ao

Professor Me. Hugo de Lira que aceitou nos orientar e se fez presente em todos os

momentos. Agradeço sobremaneira a todos os componentes desta banca

examinadora por nos honrar na avaliação deste trabalho.

Por fim agradeço a todos que me ajudaram direta ou indiretamente na

concretização deste sonho.

EVELLYN BARBOSA BESERRA.

5

Não se chega a um sonho sem o incentivo, apoio, paciência, otimismo, amor e

a amizade de muitas pessoas, ou seja não se chega ao final de uma graduação

sozinha, portanto quero agradecer imensamente aos meus queridos e amados pais,

Manoel Messias e Maria Rosineide por acreditarem em mim, por acreditarem que eu

sou capaz.

Meus pais que são exemplos de amor, carinho, garra e coragem, obrigada por

me fazerem a pessoa que eu sou hoje. Tudo que sou devo a vocês! Obrigada por

tudo, amo vocês demais!

As minhas irmãs Isaura Viana e Isamirelle Viana, por se orgulharem de mim,

por me ver como " super herói ", agradeço pela amizade, pelo companheirismo e pelo

afeto. Amo vocês meus amores!

A minha avó materna Maria e aos meus avós que estão lá em cima torcendo

por mim, amo vocês eternamente.

Aos meus tios e primos, pessoas especiais em minha vida, que admiro muito.

A todos os meus amigos que me deram força durante esta caminhada. A minha

dupla Evellyn Barbosa por está comigo no final desta caminhada.

A todos os meus professores, em especial ao Professor mestre e nosso

orientador Hugo de lira, pela pessoa que é, pela inteligência que tem, por lutar por

seus ideais e fazer com que eu acreditasse nos meus sonhos também!

E a todos da banca.

Enfim, agradeço a enfermagem por mudar a minha vida, por me fazer acreditar

que posso contribuir na vida do ser humano.

Senhor, obrigada por tudo que fazes em minha vida! Que esse sonho seja só o

primeiro de todos aqueles que estão por vir.

ISARELLE VIANA DE LIMA

6

A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO FRENTE AS TENTATIVAS DE SUICÍDIO NO SERVIÇO DE EMERGÊNCIA HOSPITALAR: revisão integrativa

THE ACTIVITY OF THE NURSE IN SUICIDE AGAINST SUICIDAL ATTEMPTS IN

THE HOSPITAL EMERGENCY SERVICE: integrative review

Evellyn Barbosa Beserra Discente do curso de Enfermagem

evellynbarbosa.b@gmail.com

Isarelle Viana Da Silva Discente do curso de Enfermagem

isarelleviana@hotmail.com

Hugo de Lira Soares hugo_lira@hotmail.com

Mestre em Saúde Coletiva, Enfermeiro e Docente da Faculdade Cesmac do Sertão

RESUMO

Introdução: A palavra suicídio deriva da expressão latina “sui caedere” que significa “matar-se”. A

Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2018 divulgou que por ano, quase 800 mil pessoas em todo o mundo cometem suicídio, que é a segunda maior causa de morte entre pessoas de 15 a 29 anos de idade. Em meio aos fatores de risco para suicídio pode-se citar a doença mental e física, o consumo excessivo de álcool e outras drogas, doenças crônicas, violência. Considerando o exposto, este estudo tem como objetivo compreender a atitude do enfermeiro perante o paciente com conduta suicida no serviço de emergência hospitalar. Metodologia: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que

busca elucidar a questão sobre tentativas de suicídio com a finalidade de contribuir, por meio da Prática Baseada em Evidência. Sendo assim as seguintes etapas foram seguidas para a elaboração desta revisão integrativa: período de busca de novembro de 2018 a maio de 2019, escolha da questão norteadora, busca na literatura utilizando como critério de inclusão: Artigos datados de 2012 até 2017, abordagem sobre a temática em questão e artigos brasileiros; extração de dados dos estudos primários, avaliação dos estudos incluídos na revisão, análise e síntese dos resultados e apresentação da revisão integrativa. Foram selecionados 10 artigos, sendo que toda essa produção, após identificada, foi catalogada, resumida e submetida à categorização, procurando estabelecer similaridades e contrastes de conteúdo. Resultados e Discussão: Os fatores de risco mais importantes para comportamento suicida são: transtorno mentais, os quais estão em mais de 90% daqueles que cometem suicídio, antecedentes familiares, sexo, idade, relações familiares, abuso de substâncias, problemas físicos, principalmente aqueles que causam invalidez e/ou dor crônica e situação social desfavorável, bem como pobreza e desemprego; Segundo VIDAL (2013) o serviço de urgência geralmente é o primeiro serviço a ser acessado quando uma pessoa tenta suicídio e desempenha papel importante na intervenção e prevenção do suicídio, pois o paciente que tentou é vulnerável a novas tentativas. Conclusão: As emoções e as atitudes são importantes na atuação dos profissionais de enfermagem,

motivo pelo qual devem ser exploradas e reconsideradas, com vistas a conseguir atuação terapêutica para o paciente com conduta suicida. A enfermagem pode atuar na prevenção dos casos de autoextermínio e também na recuperação das pessoas que tentaram se matar. Apesar de todas as dificuldades existentes relativas à temática do suicídio, sempre é importante lembrar que ações no âmbito social, familiar, profissional devem se direcionar em favor da saúde mental dos indivíduos.

Palavras-chaves: Enfermagem. Emergência. Suicídio

ABSTRACT

Introduction: The word suicide is derived from the Latin word "sui caedere" meaning "to kill itself," the World Health Organization (WHO) in 2018 reported that almost 800,000 people worldwide commit suicide, which is the second largest cause of death among people aged 15-29 years. Among the risk

7

factors for suicide can be mentioned mental and physical illness, excessive consumption of alcohol and other drugs, chronic diseases, violence. Considering the above, this study aims to understand the attitude of the nursing professional towards the patient with suicidal behavior in the hospital emergency service. Methodology: This is an integrative review of the literature that seeks to elucidate the question about suicide attempts with the purpose of contributing, through the Evidence-Based Practice, and the following steps were followed to prepare this integrative review: search from November 2018 to May 2019, choice of the guiding question, search in the literature using as inclusion criterion: Articles dated 2012 to 2017, approach on the subject in question and Brazilian articles; extraction of data from primary studies, evaluation of studies included in the review, analysis and synthesis of results and presentation of the integrative review. Ten articles were selected, and all this production, after being identified, was cataloged, summarized and submitted to categorization, seeking to establish similarities and contrasts of contents. Results and discussion: The most important risk factors for suicidal behavior are: mental disorders which are in more than 90% of those who commit suicide, family history, sex, age, family relationships, substance abuse, physical problems, especially those who cause chronic disability and / or pain and unfavorable social situation, as well as poverty and unemployment; According to VIDAL (2013) the emergency department is usually the first service to be accessed when a person attempts suicide and plays an important role in intervention and suicide prevention, as the patient who has attempted is vulnerable to further attempts. Conclusion: Emotions and attitudes are important in nursing professionals, which is why they should be explored and reconsidered, in order to achieve therapeutic action for patients with suicidal behavior. Nursing can act in the prevention of cases of self-extermination in adolescence and also in the recovery of adolescents who tried to kill themselves. Despite all the difficulties related to the subject of suicide, it is always important to remember that actions in the social, family and professional spheres should be directed towards the mental health of individuals. Keywords: Nursing. Emergency. Suicide

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO:...............................................................................................08

2 METODOLOGIA:............................................................................................09

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO:.....................................................…............10

3.1 O suicídio: fatores de risco para comportamento suicida..........12

3.2 Atuação do enfermeiro na prevenção do suicídio.......................12

4 CONCLUSÃO:..............................................................................…..............13

5 REFERÊNCIAS:.............................................................................................15

9

1 INTRODUÇÃO

A palavra suicídio deriva da expressão latina “sui caedere” que significa “matar-

se”. Na Língua Portuguesa, suicídio significa o ato deliberado pelo qual um indivíduo

possui a intenção de provocar a própria morte. Trata-se de um tabu na sociedade

contemporânea, apesar dos crescentes e alarmantes índices de morte pela violência

autoinfligida (SILVA, MADEIRA, 2014).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) em 2018 divulgou que por ano, quase

800 mil pessoas em todo o mundo cometem suicídio, que é a segunda maior causa

de morte entre pessoas de 15 a 29 anos de idade.

O suicídio configura-se atualmente como um grave problema de saúde em nível

global, com cerca de um milhão de indivíduos cometendo suicídio por ano e uma

estimativa de seis pessoas dos ambientes diretamente afetadas a cada morte. Com

base nas estatísticas, estima-se que, em 2020, as mortes por suicídio alcançarão 1.53

milhão de pessoas no mundo, sendo um número 10-20 vezes maior para casos de

tentativa de suicídio (NAVARRO, 2012).

No Brasil, os coeficientes de mortalidade por suicídio têm aumentado,

notadamente entre os jovens e adultos jovens do sexo masculino. Nesse grupo, o

suicídio responde por 3% do total de mortes e encontra-se entre as três principais

causas de mortes (SANTOS et al, 2017).

Em meio aos fatores de risco para suicídio pode-se citar a doença mental e

física, o consumo excessivo de álcool e outras drogas, doenças crônicas, violência,

mudanças repentinas e importantes na vida da pessoa, situação cultural e

socioeconômica ou a combinação destes fatores (REISDORFER et al, 2015).

A maioria dos casos de autoagressão é atendida em algum tipo de serviço de

saúde, principalmente na emergência, antes de ocorrer uma tentativa fatal de suicídio.

Esse primeiro contato é uma excelente oportunidade para que médicos e demais

profissionais de saúde identifiquem o potencial nível de risco e possam intervir para

reduzi-lo (VIDAL, GONTIJO, 2013).

O profissional de enfermagem atuante no serviço de emergência hospitalar

deve estar qualificado e preparado para identificar as características que o paciente

com potencial suicida apresenta, como pensamentos e atitudes que evidenciam

desesperança, desespero e desamparo. Deve-se abordar o paciente de forma clara e

10

cautelosa, mantendo a calma, empatia e abstendo-se das atitudes julgadoras

(REISDORFER et al, 2015).

Para NAVARRO e MARTINEZ, (2012). O serviço de emergência costuma ser

o primeiro contato do paciente com o sistema de saúde, após uma tentativa de suicídio

ou episódio de autolesão. A avaliação e gestão adequadas desses pacientes são

fundamentais para prevenir futuros comportamentos suicida.

Embora este estudo tenha como foco o enfermeiro, considera-se que a atenção

à população que possui comportamento suicida deva ser realizada por todos os

profissionais que atuam nos serviços de saúde, incluindo a enfermagem. Nesse

sentido, a atenção à pessoa nesses espaços engloba ações que conjugam saberes e

trabalho de diferentes profissionais, com ênfase à multidisciplinaridade, cujas ações

se somam e se complementam (GUTIERREZ, 2014).

Para FONTÃO e colaboradores, (2017). O serviço de emergência costuma ser

o primeiro contato do paciente com o sistema de saúde após uma tentativa de suicídio

ou episódio de autolesão. A promoção de um ambiente de cuidado que seja seguro e

favorável a sua plena recuperação é condição indispensável no exercício do cuidado

integral em saúde mental.

Considerando o exposto, este estudo tem como objetivo compreender a atitude

do enfermeiro perante o paciente com conduta suicida.

2 METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que busca elucidar a questão

sobre tentativas de suicídio com a finalidade de contribuir, por meio da Prática

Baseada em Evidência, para a melhoria da assistência de enfermagem.

As seguintes etapas foram seguidas para a elaboração desta revisão

integrativa: período de busca de novembro de 2018 a maio de 2019, escolha da

questão norteadora, busca na literatura utilizando como critério de inclusão: Artigos

datados de 2012 até 2017, extração de dados dos estudos primários, avaliação dos

estudos incluídos na revisão, análise e síntese dos resultados e apresentação da

revisão integrativa. Foram excluídos literatura científica indisponíveis na íntegra;

disponíveis apenas no idioma estrangeiro; publicadas antes de 2012 e após 2014

Foram realizadas buscas nas bases eletrônicas de dados PubMED, Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs),Scientific Electronic

11

Library Online – SciELO utilizando-se os seguintes descritores: Enfermagem,

Emergência e Suicídio.

A partir das referências obtidas, procedeu-se à leitura dos artigos, reservando-

se a consulta a resumos somente para uma mínima quantidade destes trabalhos,

quando não havia possibilidade de acesso à integralidade dos mesmos. Foram

selecionados 10 artigos, sendo que toda essa produção, após identificada, foi

catalogada, resumida e submetida à categorização, procurando estabelecer

similaridades e contrastes de conteúdos. Após analisar o conjunto ou “corpus” todo

da literatura disponível nas bases de dados citadas, foram extraídas duas categorias

sobre a temática, cujos conteúdos passamos a discutir.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados obtidos são visualizados no quadro 1 que se segue, na qual são

identificada (o)s autora (e)s, títulos dos artigos e ano de publicação dos mesmos.

Quadro 1 - Relação dos artigos identificados na pesquisa

Autor/a Título Ano

01. Silva LLT, Madeira AMF Tentativa de autoextermínio entre adolescentes e jovens: uma análise compreensiva

2014

02. Fontão, .CM et al Cuidado de enfermagem às pessoas atendidas na emergência por tentativa de suicídio

2017

03. Santos SR. et al A atuação do enfermeiro com a pessoa em situação de suicídio: análise reflexiva

2017

04. Reisdorfer N. et al Suicídio na voz de profissionais de enfermagem e estratégias de intervenção diante do comportamento suicida

2015

05. Gutierrez BAO Assistência hospitalar na tentativa de suicídio

2014

06. Heck RM et al Ação dos profissionais de um centro de atenção psicossocial diante de usuários com tentativa e risco de suicídio

2012

07. Vidal CEL, Gontijo DE Tentativas de suicídio e o acolhimento nos serviços de urgência: a percepção de quem tenta

2013

08. Silva TLL, et al O suicídio na adolescência nas publicações da enfermagem brasileira: revisão integrativa da literatura

2015

09. Navarro CC, Martinez CP Atitudes do profissional de enfermagem em relação ao comportamento suicida: influência da inteligência emocional

2012

10. Silva RA Tentativa de suicídio em adolescentes por intoxicação: ações de enfermagem

2014

12

A partir dos dados coletados sobre a atuação de profissionais de enfermagem

e suas intervenções acerca do comportamento suicida, estes foram analisados à luz

da literatura que discute essa temática.

O quadro 2 a seguir apresenta os objetivos dos artigos selecionados para a

amostra de acordo com a numeração cronológica dos artigos da tabela anterior.

Quadro 2 - De acordo com autor e objetivo de publicação

Autor Objetivo

Silva LLT, Madeira AMF Compreender a tentativa de autoextermínio entre adolescentes e jovens que já atentaram contra a própria vida

Fontão, .CM et al Como ocorre o cuidado de enfermagem às pessoas atendidas na emergência por tentativa de suicídio na percepção da equipe de enfermagem

Santos SR. et al Analisar qual a atuação do enfermeiro com as pessoas em situação de suicídio

Reisdorfer N. et al Compreender sobre o conhecimento dos profissionais de enfermagem que atuam em um hospital geral de médio porte acerca do suicídio e quais as intervenções realizadas por estes profissionais ao atender uma pessoa que possui comportamento suicida

Heck RM et al Conhecer a visão e a atuação dos profissionais de um Centro de Atenção Psicossocial, acerca do acolhimento de pessoas com tentativa ou risco de suicídio

Piacheski K, Lima MAD, Soares JF

Discorrer sobre fatores de risco para o comportamento suicida e as possíveis intervenções utilizadas para sua prevenção na atenção primária à saúde

Vidal CEL, Gontijo DE Investigar, a partir da percepção do usuário, como se dá o acolhimento ao indivíduo que tenta suicídio e sugerir estratégias que possam favorecer o vínculo com a equipe de profissionais de saúde

Silva TLL, et al Realizar o levantamento das produções publicadas pela enfermagem brasileira acerca do autoextermínio na adolescência

Navarro CC, Martinez CP Reconhecer a atitude do profissional de enfermagem perante o paciente com conduta suicida, em dois grupos

Silva RA Identificar na literatura os agentes causais mais frequentes na tentativa de suicídio em adolescentes e as ações em saúde que devem ser estabelecidas no acompanhamento de pessoas com tendência suicida

13

3.1 O suicídio: fatores de risco para comportamento suicida

Os fatores de risco mais importante para comportamento suicida são: transtornos

mentais os quais estão em mais de 90% daqueles que cometem suicídio,

antecedentes familiares, sexo, idade, relações familiares, abuso de substâncias,

problemas físicos, principalmente aqueles que causam invalidez e/ou dor crônica e

situação social desfavorável, bem como pobreza e desemprego (HECK RM et al,

2012).

Para TAVARES (2017). Além do mais, estudo recente relacionou diversos fatores

predisponentes à violência autoinfligida, classificados como proximais, facilitadores da

agressão, como a presença de uma arma de fogo no domicílio, ou distais, como base

estruturante a tal comportamento, que, juntos, traduzem o cenário da violência

autoinfligida.

Corroborando com o estudo de REISDORFER (2015) Comumente, o

comportamento suicida caracteriza-se como desfecho de sofrimento, presença de

quadros nosológicos como: depressão, esquizofrenia, transtornos relacionados ao

uso de substâncias e atos de desesperos, cuja detecção de sinais de desesperança

e pedidos de ajuda pode passar despercebidos pela equipe

3.2 Atuação do enfermeiro na prevenção do suicídio

Segundo VIDAL (2013) o serviço de urgência geralmente é o primeiro serviço a

ser acessado quando uma pessoa tenta suicídio e desempenha papel importante na

intervenção e prevenção do suicídio, pois o paciente que tentou é vulnerável a novas

tentativas.

O enfermeiro atua com a finalidade de buscar informações referentes aos

comportamentos diários da pessoa que apresente características suicidas. A partir da

integração usuário-família, em conjunto com a equipe multidisciplinar, família e a

pessoa do cuidado, as estratégias preventivas melhores a serem aplicadas são

escolhidas, o que possibilita uma assistência mais adequada (Santos SR. et al, 2017).

14

Para GUTIERREZ (2014) no âmbito hospitalar, este trabalho é realizado por uma

equipe multiprofissional, em que se destacam principalmente os profissionais da

equipe médica, de enfermagem, de nutricionistas, de psicólogos, de fisioterapeutas,

de farmacêuticos e demais trabalhadores de atividades de apoio.

O relacionamento interpessoal enfermeiro paciente é preconizado nos primeiros

cuidados oferecido geralmente nos serviços de urgência e depois na comunidade,

quando a pessoa que tentou suicídio recebe alta hospitalar, já que um dos objetivos

do relacionamento interpessoal com pessoas com tendência suicida é ajudá-las a

exteriorizar sua agressividade, seus sentimentos e a suportar suas experiências. Essa

exteriorização da agressividade pode ser um sinal positivo, indicando que o paciente

está em processo de melhora e poderá viver com qualidade e segurança em seu grupo

ou habitat (SILVA, 2014).

4 CONCLUSÃO

As emoções e as atitudes são importantes na atuação dos profissionais de

enfermagem, motivo pelo qual devem ser exploradas e reconsideradas, com vistas a

conseguir atuação terapêutica para o paciente com conduta suicida. Ao mesmo

tempo, maior autoconhecimento dos profissionais de enfermagem sobre suas

emoções possibilitaria seu melhor manejo e a diminuição do estresse e da ansiedade

que essas provocam nos profissionais de saúde.

O enfermeiro pode atuar na prevenção dos casos de autoextermínio e também

na recuperação dos indivíduos que tentaram se matar. Contudo, os enfermeiros

possuem uma inabilidade para cuidar desse sujeito, demonstrada por meio de um

cuidado baseado em valores pessoais.

Apesar de todas as dificuldades existentes relativas à temática do suicídio

sempre é importante lembrar que ações no âmbito social, familiar, profissional devem

se direcionar em favor da saúde mental dos indivíduos, procurando, através de

atitudes acolhedoras, proporcionar atenção, interesse e preocupação, de modo a

fomentar a manutenção de sentimentos de esperança e oferecer orientação criteriosa

ao atuar como um canal de comunicação entre o indivíduo e seu entorno.

Entretanto, mesmo diante de um amplo campo de estudo sobre o suicídio,

ainda requer um olhar peculiar para as abordagens e estudos que tome a assistências

15

hospitalares e as ações dos enfermeiros frente a tais circunstancias. Contudo, o

estudo não conseguiu acoplar em suas referências a quantidade exigida mínima

devido a ausência de materiais que fosse relevantes a pesquisa em discussão.

Todavia, pretende-se que esta pesquisa sirva de inquietação para o fomento

de outros trabalhos que envolvam a temática pertinente as tentativas de suicídio, no

intuito de aperfeiçoar o trabalho do enfermeiro frente a este problema e a reflexão

dos profissionais que buscam uma maior eficácia nos serviços de saúde.

16

5 REFERÊNCIAS

Avanci, C.R. Furegato, F,R,A. Morais,C,M. Relação de ajuda enfermeiro-paciente pós-tentativa de suicídio. Rev. Eletr. S.M.A.D – 2009. Carmona-navarro M, Pichardo-Martínez M. Atitudes do profissional de enfermagem em relação ao comportamento suicida: influência da inteligência emocional.Rev Latino-Am Enfermagem [Internet]. 2012 20(6):1161-68. Gutierrez BAO. Assistência hospitalar na tentativa de suicídio. Psicologia USP[Internet]. 2014 [acesso em 2019fev 20];25(3):262-9. Disponível em:<http://www.scielo.br/pdf/pusp/v25n3/0103-6564-pusp-25-03-0262.pdf>. Heck RM et al. Ação dos profissionais de um centro de atenção psicossocial diante de usuários com tentativa e risco de suicídio. Enferm, Florianópolis, 2012 Jan-Mar; 21(1): 26-33. Hilderbrandt LM, Zart F, Leite MT. A tentativa de suicídio na percepção de adolescentes: um estudo descritivo. Rev. Eletr. Enf. [Internet]. 2011 abr/jun;13(2):219-26 Kondo, E. K., Vilella, J. C., Borba, L. O., Moraes, M. R., & Maftum, M. A. (2011). Abordagem da equipe de enfermagem ao usuário na emergência em saúde mental em um pronto atendimento.Revista da Escola de Enfermagem da USP, 45(2), 501-507. Navarro, M,C,C. Martinez,M,C,P. Atitudes do profissional de enfermagem em relação ao comportamento suicida: Influência da inteligência emocional. Rev. Latino-Am. Enfermagem. 20 (6): nov-dez, 2012. Rodrigues AA, Kapczinski F. Risco de suicídio. In: Quevedo J, Carvalho AF, organizadores. Emergências psiquiátricas. 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2014. Reisdorfer,N. et al. Suicídio na voz de profissionais de enfermagem e estratégias de intervenção Diante do comportamento suicida. RevEnferm UFSM 2015 Abr/Jun;5(2): 295-304. Silva TLL, et al. O suicídio na adolescência nas publicações da enfermagem brasileira: revisão integrativa da literatura. R. Enferm. Cent. O. Min. 2015 set/dez; 5(3):1871-1884 Silva RA. Tentativa de suicídio em adolescentes por intoxicação: ações de enfermagem. UFS São Paulo – 2014. v.33,n.1, p.3-12, 1984a. Silva, L,L,T. Madeira, A,M,F.Tentativa de autoextermínio entre adolescentes e jovens: uma análise compreensiva. R. Enferm. Cent. O. Min. 2014 set/dez; 3(4): 1281-1289[

17

Santos, S, R. et al. A atuação do enfermeiro com a pessoa em situação de suicídio: análise reflexiva. Rev enferm UFPE on line., Recife, 11(2):742-8, fev., 2017 Vidal, L,E,C. Gontijo, D.E. Tentativas de suicídio e o acolhimento nos serviços de urgência: a percepção de quem tenta. Cad. Saúde Colet., 2013, Rio de Janeiro, 21 (2): 108-14

18