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FACULDADE DOM ALBERTO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SUPERVISÃO ESCOLAR
O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR COMO MEDIADOR DE UM
ENSINO DE QUALIDADE
Ana Paula de Freitas Krug
Santa Cruz do Sul, agosto de 2010.
Ana Paula de Freitas Krug
O PAPEL DO SUPERVISOR ESCOLAR COMO MEDIADOR DE UM
ENSINO DE QUALIDADE
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Programa de Pós- Graduação da Faculdade Dom Alberto- Especialização em Supervisão Escolar, sob orientação da Profª Ana Paula Teixeira Porto, como requisito parcial do título de Especialista em Supervisão Escolar.
Santa Cruz do Sul, agosto de 2010.
Ana Paula de Freitas Krug
O PAPEL DO SUPERVISOR COMO MEDIADOR DE UM ENSINO DE
QUALIDADE
Este Trabalho de Conclusão de Curso foi submetido ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade Dom Alberto, Especialização em Supervisão Escolar, sob orientação da Profª. Ms. Ana Paula Teixeira Porto, como requisito parcial para obtenção do título de Supervisor Escolar.
MS. Ana Paula Teixeira Porto
Professora orientadora
A meus pais Selmo e Janete, meu esposo
Rodrigo, irmã Bianca pelo carinho, força, e amparo
em todos os momentos.
A construção biológica humana é a de um
ser que vive no cooperar e compartir, de modo que
a perda da convivência social traz consigo doença
e sofrimento.
Humberto Maturana
RESUMO
Cada vez mais o Supervisor Escolar tem um papel de fundamental importância
dentro da escola, seu trabalho influência diretamente o dia-a-dia de professores e
alunos. É papel do Supervisor articular o projeto político pedagógico, organizar a
reflexão, onde o núcleo de articulação e definição deve ser sempre o pedagógico.
Este estudo objetiva discutir o papel do supervisor escolar como mediador de um
ensino de qualidade, tendo como alvo professores de uma escola de Ensino
Fundamental do município de Herveiras. Este estudo de caso caracteriza-se por ser
descritivo. Os dados recebem análise qualitativa. A coleta de dados foi realizada
através dos seguintes procedimentos: estudo de caso ( corpo docente que está
sendo investigado) levantamento ( docentes serão questionados) e pesquisa
bibliográfica ( devido a consultas a livros). Conclui-se que é função do supervisor ser
mediador, desafiador, problematizador, motivador e multiplicador de saberes na
escola. O papel do supervisor no espaço escolar significa definir parâmetros de
ação, perspectivas de que é possível alterar a situação que se encontra a Educação
em nossas escolas, atuando como mediador de uma Educação de qualidade, tal
como apontado pelos docentes entrevistados.
ABSTRACT
Increasingly, the School Supervisor has a fundamental role within the school, their
work directly influence the day-to-day life of teachers and students. Supervisor's role
to articulate the political pedagogical project, organize the discussion, where the core
of articulation and definition should always be teaching. This study discusses the role
of the supervisor as a mediator of school quality education, targeting teachers from
an Elementary School in the municipality of Herveiras. This case study is
characterized by being descriptive. The data receiving qualitative analysis. Data
collection was performed using the following procedures: a case study (faculty being
investigated) survey (teachers will be questioned) and literature (due to consultations
with books). We conclude that the supervisor's role is facilitator, challenging,
problem-solving, motivating and a multiplier of knowledge in school. The role of the
supervisor in the school means defining parameters of action, prospects that you can
change the situation which is the education in our schools, acting as a mediator of a
quality education.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO........................................................................................................1
1. SUPERVISÃO ESCOLAR NO CONTEXTO ATUAL...................................3
2. METODOLOGIA..........................................................................................9
3. ANÁLISE DE DADOS................................................................................10
CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................17
1
INTRODUÇÃO
A Educação nas escolas está passando por uma série de transformações e
alguns valores (respeito, família, carinho...) e conceitos básicos e importantes estão
sendo perdidos. Com base no conceito se que educar é construir é traçar caminhos
que conduzem a humanização do ser.
Penso que deve haver uma cumplicidade entre todas as pessoas que
participam do ambiente escolar, para que juntas possam efetuar modificações,
oportunizando um espaço de discussão do papel do supervisor junto aos
professores, direção, supervisão e alunos, a fim de promover a qualidade
educacional e o resgate de certos valores perdidos.
Estudar o papel do Supervisor Escolar é uma forma de se aproximar do
contexto escolar. Considerando isso, este trabalho discute a função do supervisor
escolar como mediador de um ensino de qualidade com docentes de uma escola de
Ensino Fundamental, localizada no município de Herveiras, enfocando o tema: o
papel do supervisor como mediador de um ensino de qualidade, para analisar como
os docentes da escola vêem o supervisor na escola, implantando atitudes na sala de
aula através da ação docente. A escola investigada situa-se na zona rural do
município, tem aproximadamente 120 alunos e 10 professores.
Diante desses dados, esta pesquisa procurará responder as seguintes
questões:
- como professores da escola definem a função do supervisor escolar?
- como o trabalho do supervisor vem modificando a realidade da escola e como este
contribui para um ensino de qualidade?
- o trabalho do supervisor escolar dentro da escola pode contribuir para uma
educação de qualidade, dentro de um processo pedagógico, pensando nas funções
que a escola precisa exercer?
Este estudo tem por objetivo geral analisar a função do supervisor escolar
como mediador de um do ensino de qualidade em uma escola da zona rural do
município de Herveiras.
2
E por objetivos específicos: investigar teorias que abordem a função do supervisor
escolar e as exigências da sociedade na atualidade; definir possíveis estratégias a
serem tomadas pelo supervisor para definir seu trabalho.
Justifica-se a realização deste estudo devido algumas interrogações entre a
teoria encontrada em livros com a prática existente nas escolas. As dúvidas eram
cada vez maiores e imaginava como a teoria e a prática poderia caminhar sempre
junta, fazendo-se presentes no cotidiano do supervisor escolar.
Com base nisso, decidi desenvolver este trabalho com uma fundamentação
teórica que traz as reais atribuições do supervisor escolar na atualidade e suas
atribuições para um ensino de qualidade. Assim, posso ter a oportunidade de
investigar a teoria e a prática, relacionando ambas com questões relacionadas à
função do supervisor escolar e como estas funções estão sendo desempenhadas
nas escolas.
Por fim, esta investigação é relevante por apresentar um estudo de caso concreto
através da reflexão das teorias e praticas do corpo docente em estudo sobre a
função do supervisor escolar como mediador de um ensino de qualidade.
3
SUPERVISÂO ESCOLAR NO CONTEXTO ATUAL
Ao longo da história do Ensino no país, muito já se pesquisou e já se sabe
sobre a função do supervisor escolar. Esta história no século XVIII e século XIX nos
trazem o surgimento do supervisor com o surgimento das fábricas. Concebido como
parte de um processo de dependência cultural e econômica integrado de controle do
povo e da nação.
Em 1841 surge a idéia de supervisão relacionada ao processo de ensino.
Até 1875 voltada primordialmente para a verificação das atividades docentes. No
final do século XIX passa a preocupar-se com estabelecimento de padrões de
comportamento bem definidos e de critérios de afeições do rendimento escolar,
visando à eficiência do ensino. Início do século XX propõe-se a transmitir, explicar,
mostrar, impor, julgar e recompensar, tendo em vista a utilização dos conhecimentos
científicos na melhoria do ensino e na medida dos resultados. A partir de 1985,
houve forte influência das teorias comportamentalistas (psicologia), o supervisor
passou a ser líder democrático. Em 1930, assume um caráter de liderança, de
esforço cooperativo, com a valorização dos processos de grupos na tomada de
decisões. Com a Reforma Francisco Campos, Decreto – Lei 19.890 de 18/04/1931,
a supervisão surgiu pela primeira vez no Brasil para assumir o caráter de supervisão.
Década de 50 a inspeção reaparece no cenário Educacional Brasileiro, de forma
modernizada, com a denominação de supervisão escolar. Com a Lei de Diretrizes e
Bases da Educação Nacional 4.024 de 20/12/1961, houve as renovações no campo
da inspeção, voltam-se para o ensino primário. Anos 70 LDB do Ensino de 1º e 2º
graus, Lei 5.692 de 1971 a supervisão ganhou forças em todos os Estados da
Federação. A supervisão escolar tornou-se uma função meio, visando garantir a
eficiência da tarefa educativa através do controle da produtividade do trabalho do
centro. Nos anos 80 houve critica radical a “concepção funcionalista” de supervisão
educacional. Anos 90 inícios dos anos 2000 a supervisão assume um trabalho
técnico, sem a conotação de tecnicista, função contextualizada, inserida nos
fundamentos e nos processos pedagógicos. Século XXI LDBEM 9.394 de 1996 trata
dos profissionais da educação. Supervisor educacional auxilia e promove a
4
coordenação das atividades do processo pedagógico e sua atualização, pelo estudo
e pelas praticas coletivas dos professores. Com a implantação dos PCNs/MEC/1997,
a supervisão educacional poderá ser uma grande aliada dos professores na
aplicação e avaliação critica desses documentos.
Segundo PLacco, 2001. “Transformar significa ultrapassar o estabelecimento,
demonstrar os antigos referenciais, adotar novas bases conceituais, construir novas
modalidades de ação, ligando objetividade e subjetividade”.
A escola envolve diferentes segmentos de sujeitos que fazem a sua história,
tecendo seu projeto educativo. Nesse contexto, está o Supervisor Escolar, que
organiza, orienta e assessora o corpo docente a fim de que planeje a ação
pedagógica a ser desenvolvida com os educando na busca da construção das
condições para que aconteça o processo de ensinar e aprender com qualidade.
Planejar significa pensar antes, o durante e o depois, em equipe, no sentido de
melhorar o fazer pedagógico, é nesse sentido que deve atuar o supervisor.
A função do supervisor escolar torna-se parceira político pedagógico do
educador para integrar a formação continuada no qual os saberes e conhecimentos
interagem para a melhoria do processo ensino-aprendizagem. A prática pelo
processo participativo é promover o desenvolvimento da autonomia e da
responsabilidade na construção do conhecimento do educando como inserção no
contexto sócio – cultural da comunidade escolar.
Segundo Pinzan e Maccarini (2003, p, 21) a Supervisão Escolar,
comprometida com o trabalho coletivo, contribui na formação do professor na
medida em que não limita ao controle, ou ao repasse de técnicas aos professores,
mas no sentido de lhes oferecer assessoramento teórico-metodológico diante dos
problemas educacionais do cotidiano, cria momentos de reflexão teórico-prático e
com o respaldo de fundamentação teórica e uma visão do ato de ensinar e de
aprender, como algo articulado.
Com isso, pode oportunizar a formação e o fortalecimento, criando um
trabalho em equipe, uma parceria que possibilita um consenso e interação, podendo
assim atender as necessidades do educador e toda a equipe escolar. O Supervisor
na qualidade de mediador na construção de um ensino de qualidade desenvolve
5
com os professores e diretor, os valores e os objetivos que fundamentam as ações,
conforme a filosofia e política da escola, buscando mudanças no processo da
qualidade na educação.
Para Medina (1995, p.12) “O papel do supervisor passa então, a ser
redefinida com base em seu objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre
entre o professor que ensina e o aluno que aprende passa a construir o núcleo do
trabalho do supervisor na escola”. Baseado nisso, o planejamento das ações do
supervisor torna-se essencial para uma atuação eficiente. A supervisão direciona
sua atenção para os fundamentos da educação, ele deve procurar ter consciência
clara dos conceitos e “crenças” que determinam sua maneira de agir, dos fins que
objetiva atingir e dos meios a utilizar, pois o supervisor é quem da um “rumo” aos
trabalhos na escola.
Supervisão como o próprio nome diz, possui uma “super-visão”, devendo
estar sempre atento ao que acontece no grupo de professores, saber o que está
ocorrendo e não esperar que o grupo de professores comunique os problemas. O
trabalho do supervisor deveria ser mais em conjunto com os professores, pois um
grupo se constitui através do trabalho em grupo, havendo parceria entra ambos.
Segundo Perrenoud (2000, p.25), organizar e dirigir situações de
aprendizagem são dispor das competências profissionais necessárias para imaginar
e criar situações amplas, abertas, carregadas de sentido, que requerem um método
de pesquisa, de identificação e resolução de problemas. Proporcionando a
continuidade do trabalho pedagógico da escola, bem como a discussão e avaliação
visando-a adequá-lo a realidade dos alunos e da comunidade escolar em que está
inserido.
Tudo isso exige inúmeros estudos e muita determinação para que aconteça
através do trabalho uma conquista na busca de engajamento de toda equipe de
professores. De nada vale estar cheios de métodos e teorias revolucionárias, se
nossa pratica é distante e sem significado.
Parrenoud define competência, valorizando três domínios: tomar decisão,
mobilizar recursos e ativar esquemas. “Tomar decisão” não é o mesmo que decidi.
Quem toma, toma de alguém, toma de algum lugar, toma de alguma coisa. Decidir
6
supõe recorrer, mobilizar de algo inteiro, de um contexto, dos conhecimentos ou
informações, em uma situação compartilhada, algo que chamamos julgamento ou
tomada de posição.
O desafio é coordenar perspectivas em um sistema complexo e aberto,
marcado por oposições, tensões, conflitos, dificuldades e perspectivas nem sempre
convergentes. Para Parrenoud (2000, p81), trabalhar em equipe é, portanto, uma
questão de competências e pressupõe igualmente a convicção de que a cooperação
é um valor profissional. Por esse motivo penso que devemos sempre planejar como
vamos trabalhar, ter sempre objetivos claros e saber aonde pretendemos chegar, e,
o mais importante, desenvolver nosso trabalho sempre em equipe com professores,
direção e alunos, pois uma completa o outro.
O supervisor escolar age como um líder principal. Sua função é liderar
professores, alunos, funcionários e pais, planejar a cão docente, promover o bom
relacionamento entre todos.
A busca constante de conhecimentos acontece no espaço escolar,
preocupados com a formação continuada dos docentes, trabalhando num processo
de gestão democrática, com a construção coletiva do PPP, redefinindo o papel da
escola enquanto local de formação, não podendo vincular-se a lógica do mercado
mas cumprir sua função social.
Dourado (1998) afirma que:
A gestão democrática é um processo de aprendizagem e de luta política,
que não se circunscreve aos limites da pratica educativa, mas vislumbra,
nas especialidades dessa pratica social e de sua relativa autonomia, a
possibilidade de criação de canais de efetiva participação e de aprendizado
do jogo democrático e, conseqüentemente, do repensar as estruturas do
poder autoritário que permeiam as relações sociais e, no seio destas, as
praticas educativas (p.70).
O supervisor, no cumprimento de suas competências teórica, técnica, humana
e política, deve contribuir para a melhoria do processo de ensinar e aprender por
meio de ações que articulem as demandas dos professores e alunos.Para que isso
7
aconteça, é necessário planejamento. Vasconcellos (2002, p. 15), coloca que “o
planejamento educacional é da maior importância e implica em complexidade,
justamente por estar em pauta a formação do ser humano”. Cabe, portanto, à
supervisão, possibilitar e problematizar este espaço de planejamento num processo
de engajamento coletivo.
Neste sentido, a ação supervisora pode contribuir na pratica docente, “pelo
acompanhamento dos professores no exercício da profissão, na monitorização da
escola e na difusão da inovação” (ALARCÃO, 2004, p. 64).
Quando se fala em mudança de sala de aula, para educadores, não há uma
adesão imediata por parte dos mesmos, mas há certa resistência que deixa
transparecer descrença ou desânimo. É muito comum encontrar situações em que,
de um lado, os técnicos defendem as mudanças e, de outro lado, os professores
fazendo de tudo para se livrarem das novas propostas. Partindo do pressuposto de
que quem gerencia a prática pedagógica na sala de aula é o professor, cabe à
supervisão escolar ajudá-lo a estabelecer uma dinâmica que auxilie no avanço da
proposta, como afirma Vasconcellos:
Acolher o professor em sua realidade, em suas angústias: dar colo;
reconhecimento de suas necessidades e dificuldades... Fazer a critica dos
acontecimentos, ajudando a compreender a própria participação do
problema, a perceber as suas contradições trabalhar em cima da idéia de
processo de transformação; buscar caminhos alternativos, provocar para o
avanço... Acompanhar a caminhada no seu conjunto, nas suas várias
dimensões (2002, p. 89).
As reflexões que a ação supervisora vai tratar diante da prática interdisciplinar
devem observar a circularidade entra as disciplinas, conforme cita Lück (1994, p.
67), O que não consiste na desvalorização das disciplinas e do conhecimento
produzido por elas. Mori (1985), citado Lück, completa este pensamento afirmando:
8
O problema não está em que cada um perca sua competência. Esta
em que se desenvolva o suficiente para articular com as outras
competências (disciplinas e conhecimento) que, ligadas em cadeia,
formaram o anel completo e dinâmico, o anel do conhecimento,
(1994, p.)
A Supervisão Escolar, cuja atuação deve propiciar o diálogo a fim de
compreender os fenômenos da educação e promover avaliação das situações e do
desempenho (ALARÇÃO, 004), onde os professores se empenhem por mudar o
exercício da pratica, tornando o trabalho educacional mais produtivo e mais
significativo, assumindo uma pratica pedagógica interdisciplinar.
Segundo a autora Antonia Medina, o supervisor tem por função, entra outras ações,
acompanhar a classe do professor, superando os impasses de significados
negativos impostos à palavra supervisão ou a uma certa pratica de supervisão,
transcendendo as concepções de controle, poder, coordenação, assessoramento. O
supervisor passa a se ocupar, com o campo de ensinar e do aprender. (Medina,
2002, pg. 130).
Para Medina (1995, p. 22), o papel do supervisor passa então a ser redefinido
com base em seu objeto de trabalho, e o resultado da relação que ocorre entre o
professor que ensina e o aluno que aprende passa a construir o núcleo do trabalho
do supervisor na escola.
O planejamento torna-se essencial para a atuação eficiente. A supervisão
dirige a atenção para os fundamentos da educação. O supervisor deve procurar ter
consciência clara dos conceitos e crenças que determinam sua maneira de agir, dos
fins que pretende atingir e os meios a utilizar.
9
2. METODOLOGIA
Para a realização deste estudo, é necessário descrever a metodologia
adotada para coletar e analisar os dados bem como definir o tipo de pesquisa
proposta.
Quanto ao tipo de pesquisa, este estudo caracteriza-se por ser descritivo, já
que busca analisar a opinião dos professores em relação à função do supervisor
escolar como mediador de um ensino de qualidade do corpo docente de um
educandário da zona rural do município de Herveiras. Em relação à abordagem dos
dados, estes receberam análise qualitativa.
A coleta dos dados foi realizada através dos seguintes procedimentos, um
estudo de caso (um corpo docente foi investigado), levantamento (professores foram
investigados) e pesquisa bibliográfica (devido a consulta a livros e artigos).
Como instrumento para a coleta de dados foi utilizado um questionário, este
possui oito questões fechadas.
10
3. ANALISE DE DADOS
Participaram desta pesquisa nove professores do sexo feminino e um do sexo
masculino, que desempenham docência nos anos iniciais e finais do ensino
fundamental de uma escola do interior do município de Herveiras. Destes, quatro
possuem apenas o curso normal (magistério), três possuem graduação ( ciências
biológicas, educação física e matemática ) e três pós- graduação. Dos dez
entrevistados, todos apresentam o curso normal habilitação magistério. Das quatro
que não possuem graduação, todas estão se especializando e concluem neste ano,
conforme se observa no gráfico 1.
GRAFICO 1: FORMAÇÃO DOS PROFESSORES
1- Qual a sua formação?
( ) Ensino Médio
( ) Graduação
( ) Pós Graduação
0
2
4
6
8
10
E.M PÓSGRAD.
E.M
GRAD.
PÓS GRAD.
Nesse sentido, constata-se que hoje nessa escola todos os educadores estão
em busca de novos conhecimentos, para poder assim estar sempre inovando para
melhor transmitir novas maneiras de ensinar os alunos.
11
Quando questionados sobre, sua experiência como professores, se já
trabalharam em uma única escola ou não, cinco afirmaram que tem sua única
experiência como professor, e cinco não, já trabalharam em outras escolas em anos
anteriores. Esses dados podem ser vistos no gráfico abaixo:
GRÁFICO 2: EXPERIÊNCIA COMO PROFESSOR
1- Nesta Escola, você tem a sua única experiência como professor?
( ) Sim
( ) Não
0
2
4
6
8
10
SIM NÃO
SIM
Não
Dos dez entrevistados, oito cumprem quarenta horas semanais e duas
somente vinte. Destes oito com quarenta horas semanais, quatro trabalham em dois
municípios diferentes, precisando se deslocar a longas distâncias e quatro cumprem
as quarenta horas na mesma escola.
GRAFICO 3: DESENVOLVIMENTOS DAS ATIVIDADES PEDAGÓCICAS
DOS PROFESSORES
3– Você considera que o desenvolvimento das atividades pedagógicas dos
professores em geral é:
( ) Muito Bom
( ) Bom
( ) Regular
( ) Insatisfeito
12
Quando questionados sobre como você considera o desenvolvimento das
atividades pedagógicas dos professores em geral, dois consideram muito bom, sete
consideram bom e um dos entrevistados considera regular. Nessa perspectiva todos
os professores devem trabalhar em grupo em busca do melhor para os alunos. Ação
integrada não é uma idéia, e sim um processo. Por isso, não basta compreendê-la,
nem aceita-la... É preciso vivê-la (LUCK, 2001, pg.25).
Em relação à questão sobre quando uma atividade desenvolvida por um
professor não alcança bons resultados, a quem este professor solicita ajuda três
responderam que recebem orientação do diretor da escola e sete dos questionados
responderam que recebem orientações de supervisora da SMEDC. No município
não há uma equipe de supervisão em cada escola. São escolas com poucos alunos,
então há na escola somente a diretora, que ainda atua como docente em aula sala
de aula, mas mesmo desempenhando varias funções ajuda os professores quando
surgem algumas inquietações e ela esta sempre pronta, para nos orientar e quando
as dúvidas são maiores os professores são orientados pela supervisora da SMEDC,
que orienta e ajuda em reuniões mensais na escola, ou, se o caso é urgente, ela
vem até a escola. Na verdade trabalham em equipe, os problemas e dúvidas na
maioria das vezes são resolvidos no grande grupo, (professores e diretoria), pois
esta é pós – graduada em supervisão escolar. Gestor, supervisor e professores têm
o conhecimento da educação, da escola, dos alunos, todos possuem especialidades
e ao mesmo tempo complementaridades. Observe o gráfico 4.
0
2
4
6
8
10
M.B B. R. INST.
M.B
B
RUIM
INSATI.
13
GRAFICO 4:
4- Quando uma atividade desenvolvida por um professor não alcança bons
resultados, esse professor:
( ) Não é orientado por nenhum profissional da escola
( ) Recebe orientação do diretor
( ) Recebe orientação dos colegas
( ) Recebe orientação da SMEDC
( ) Não é orientado pelo supervisor da SMEDC
0
2
4
6
8
10
R. Dir. R.SMEDC
R. Dir.
R. Coleg.
R. SMEDC
N. R. Orient.
Em relação a como o professor avalia o trabalho desenvolvido pela
supervisora da SMEDC, dois dos entrevistados responderam que é muito satisfatório
e oito destacaram como satisfatório. Nota-se que o supervisor escolar tem
contribuição específica e importante no processo de ensinar e aprender, pois
trabalha diretamente com o professor na identificação das necessidades das
satisfações, das perguntas, das possíveis respostas e das inúmeras dúvidas, que
vão surgindo no dia a dia, atuando em conjunto com o professor dentro e fora da
sala de aula. Observa Gráfico 5.
14
GRÁFICO 5:
5- Como você avalia o trabalho desenvolvido pela supervisora da SMEDC:
( ) Muito satisfeito
( ) Satisfatório
( ) Nem satisfeito nem insatisfatório
( ) Insatisfatório
( ) Muito insatisfatório
0
2
4
6
8
10
M. Sat. Satis. N. Sat. N.Inst.
M. Sat.
Satis.
N. Sat. N. Insat.
Em relação a outra questão do questionário, perguntou-se se nas orientações
gerais dadas pela supervisão da SMEDC, o professor observa que há motivação
para o desenvolvimento de uma educação de qualidade. Seis responderam que sim,
sempre e quatro sim, às vezes. Em relação a esta questão é importante destacar
que o supervisor deve sempre motivar sua equipe e favorecer a organização do
processo pedagógico da escola, para mediar as relações entre o aprender e o
ensinar tanto do professor quanto do aluno.
“Ao responderem-se nas orientações dadas pela supervisão da SMEDC, o
professor percebe, que a ênfase é “em questões burocráticas”, em “problemas de
alunos”, em “em projeto de ensino”, “ em auxilio aos professores”, dois dos
entrevistados acham que o tema é questões burocráticas, sete que a discussão é
em problemas de alunos e um em projetos de ensino.
15
6- Nas orientações geral dadas pela supervisão da SMEDC, você observa
que há motivação para o desenvolvimento de uma Educação de qualidade:
( ) Sim, sempre
( ) Sim, as vezes
( ) Não
Considera-se que há necessidade de conquistar um espaço nas reuniões
pedagógicas, não para discutir a parte burocrática da escola, mas sim, uma
oportunidade para trocar idéias e aperfeiçoar a prática em buscas de melhores
condições para a aprendizagem do aluno. Observe gráfico 7:
GRÁFICO 7:
7- Nas orientações dadas pela supervisão da SMEDC, você percebe que a
ênfase é:
( ) em questões burocráticas
( ) em problemas de alunos
( ) em projetos de ensino
( ) em auxilio aos professores.
( ) Outro
0
2
4
6
8
10
Q. Bur P. alunos Proj. Ensi. Aux. Prof.
Q. Bur.
P. Alunos
Proj. Ensi.
Aux. Prof.
A esse respeito destaca-se que as reuniões pedagógicas semanais são
espaços necessários e privilégios para a reflexão crítica e coletiva sobre a pratica de
sala de aula e da escola, bem como o planejamento. (VASCONCELOS, 1999, pg
162).
16
Hoje, no cotidiano escolar predominam as reuniões administrativas, ficando
em segundo, plano, quando existem, as pedagógicas. Este espaço, de reuniões
pedagógicas, passa a ser uma necessidade para repensar a sua função pedagógica,
e suas transformações. A hora de pensar nos alunos e como ajudá-los a superar as
dificuldades: Este deveria ser o foco principal das reuniões.
Quando questionados sobre se o docente considera importante ter um
supervisor escolar efetivo, dos entrevistados, seis consideraram importante ter um
supervisor na escola e três acham não ter necessidade de alguém na escola, que a
supervisora da SMEDC é o suficiente para sanar as necessidades dos docentes e
um diz não saber.
8- No contexto atual da escola, você considera importante em supervisor
efetivo?
( ) Sim.
( ) Não
( ) Não Sei.
Considera-se necessário ter um supervisor na escola porque ele assessora e
acompanha a ação educativa, escuta os “choros e lamentos” dos professores, abre
caminhos oportunizando o crescimento e repensando assuntos do interesse dos
professores, o supervisor pela ação curricular, transmissora de segurança para os
professores, é um mediador e facilitador da aprendizagem, eu penso que o
supervisor é a alma da escola, que motiva a todos para um bom trabalho.
De modo geral, percebe-se que há, por parte dos docentes questionados,
uma boa visão das ações desenvolvidas pelo supervisor escolar, e que há
necessidade de maior tempo para as discussões pedagógicas, o que poderia
resultar em uma maior motivação para ação docente.
17
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A realidade educacional contemporânea demanda profissionais críticos e
transformadores em um panorama de perplexidade diante das aceleradas mudanças
sociais, das novas configurações do mundo do trabalho e das novas exigências de
aprendizagem. O trabalho do supervisor é bastante desafiador, especialmente na
tarefa de contribuir com a formação continua dos professores.
É preciso construir o sentido do trabalho pedagógico e o supervisor assumir
na escola um papel de mediador em um ensino de qualidade. O lugar do supervisor
revela-se fundamental na medida em que constitua numa liderança técnico-
pedagógica, sendo responsável pela articulação entre professores, diretor, alunos,
família, sem perder de vista as implicações de todo processo educativo. Várias são
as competências para assumir um cargo de supervisor, hoje principalmente é ver a
escola como um todo. Tais competências são apontados pelos professores
investigados.
O trabalho atingiu os objetivos previstos para o estudo, pois a análise a todo
momento estava voltada para como os professores vêem o supervisor escolar,
sendo abordada a fundamentação teórica na análise da entrevista. Com trabalho e a
pesquisa teve-se a oportunidade de relacionar a teoria estudada e defendida com a
prática realizada na escola.
O supervisor exerce no espaço da autonomia que lhe foi conferida, seu papel
de elemento – chave na orientação e gerenciamento dos resultados do desempenho
escolar obtida pelos alunos frente as ações devidamente planejadas pelos docentes.
O supervisor escolar atua na idéia de conjunto, colaborando para a melhoria
que apresenta a qualidade do ensino – aprendizagem proporcionada pela escola.
REFERÊNCIAS
ACCARINI, N.B.B; PINZAN, L.T.M. A função da Supervisão Escolar. 2003
ALARCÃO, Isabel (org). Escola reflexiva e nova racionalidade. Porto Alegre:
Artmed. 2001
FERREIRA, Naura Syria Carapeto, Supervisão Educacional para uma Escola
de qualidade - 7ª Edição SP, Editora Cortez. 2008
GRINSPIN, Miriam, Supervisão e Orientação Educacional.
LÜCK, Heloise. Ação integrada: Administração, Supervisão e Orientação
Educacional. 5ª Edição Petrópolis: Vozes, 1985
MEDINA, Antonia Silva. Supervisão Escolar – Da Ação Exercida e Ação
Repensada. Porto Alegre: EDIPUCRS: 1995
PERRENOUD. P. Ensinar: agir na urgência, decidir na incerteza. Porto
Alegre: Artes Médicas, 2000
PLACO, V.M.N de S.O coordenador pedagógico e o espaço de mudança.
Editora Loyola. 2001.
VASCONCELLOS, Celso dos S. Construção do conhecimento. Em sala de
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VASCONCELLOS, Celso dos S. Coordenação do trabalho pedagógico.
Editora Libertad, 2005.