20
28 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E 3 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO Pelos dados do último censo demográfico do IBGE, 870.028 pessoas viviam na Cidade de São Luís no ano 2000, com estimativa de 978.824 habitantes para 2005. A população residente, considerada pelo IBGE, constituiu-se de moradores que tinham seus domicílos como residência habitual e que, na data de referência do censo, estavam presentes ou ausentes por período inferior a 12 meses (Tabelas 3.1 e 3.2). Se a taxa média de crescimento anual do período de 2000 a 2005 fosse mantida (2,45% ao ano) a população de São Luís seria de 1.002.808 habitantes em julho de 2006, o que representaria mais de 80% da população de toda a Ilha. Quase a totalidade da população de São Luís (96%) vive na área urbana e é representada na sua grande maioria por jovens de 10 a 19 anos e adultos da faixa etária de 20 a 29 anos (Fig. 3.1). Com relação ao sexo, o número de mulheres é superior ao de homens em 14%, o que equivale a 57.228 mulheres (Fig. 3.2). 19.23% 23.94% 20.69% 15.055% 9.86% 5.51% 5.69% 0 a 9 anos 10 a 19 20 a 29 30 a 39 40 a 49 50 a 59 60 anos ou + Figura 3.1 – Distribuição da população por faixa etária. FONTE: IBGE/Censo 2000. População Residente por Sexo e Idade 25953 45806 98177 110000 82660 84655 98309 81908 59155 40059 21991 20323 71838 29194 60 ou mais 50 a 59 40 a 49 30 a 39 20 a 29 10 a 19 0 A 9 Mulheres Homens Figura 3.2 – População residente por grupo de idade e sexo. FONTE: IBGE/Censo 2000 População Residencial Data dos Recenseamentos Total Urbana Rural São Luís 1970 265.486 205.413 60.073 1980 449.432 247.288 202.144 1991 696.371 246.213 450.158 2000 870.028 837.584 32.444 São José de Ribamar 1970 23.636 14.050 9.586 1980 32.320 18.765 13.555 1991 70.571 26.044 44.527 2000 107.384 27.245 80.139 Paço do Lumiar 1970 13.487 524 12.963 1980 17.209 588 16.621 1991 53.195 1.147 52.048 2000 76.188 1.188 75.000 Raposa 2000 17.088 11.370 5.718 Tabela 3.1 – População dos Municípios da Ilha de São Luís. FONTE: IBGE/Censo 2000. Tabela 3.2 – População Estimada da Região Metropolitana 1 Danielle Nogueira Magalhães, Arquiteta e Urbanista. A população ludovicense se distribui pelo território de forma desigual, em bairros, loteamentos e conjuntos habitacionais, com características e padrões distintos de ocupação. Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Olho D’Água, Bequimão, Vila Palmeira, Cohatrac, Coroadinho,Tirirical, Cidade Operária e Santa Clara são só alguns exemplos entre os bairros com maior quantidade de habitantes que compõem a Capital do Estado. Como áreas menos povoadas destacam-se os bairros Ponta D’Areia, Renascença e Centro, este último devido a um processo de esvaziamento populacional característico de Centros Históricos. Uma intensa urbanização, verificada principalmente a partir da década de 70, acelerou a ocupação espacial da cidade, dificultando o controle Municipal sobre o ordenamento do território. Esse fato estimulou o adensamento populacional ao longo de áreas concentradoras de trabalho e áreas periféricas, em função do baixo custo dos terrenos. A valorização dos terrenos próximos à região das praias, e das áreas bem servidas de equipamentos urbanos, justifica o crescimento horizontal da cidade para além do limite do Município de São Luís e a existência de baixas densidades populacionais nas áreas privilegiadas, pois a segregação espacial está nitidamente ligada ao poder aquisitivo da população (Mapa “População Residente por Setor Censitário”). A ocupação do “Conjunto Ambiental de São Luís” é caracterizada, portanto, por um duplo processo de assentamento populacional. De um lado espontâneo, sem planejamento físico territorial e sem seguir as normas estabelecidas pela legislação urbanística vigente; e por outro, induzido pela implantação de infra-estrutura urbana. 3.1 Densidade Demográfica Através do cálculo da área dos setores censitários do IBGE foi possível identificar a densidade demográfica de São Luís por partes reduzidas do território e aproximar os dados disponíveis à realidade. Dessa forma, entre os bairros mais populosos destacam-se: Madre Deus, Camboa, parque Amazonas, Pindorama, Anjo da Guarda, Jaracaty e novamente Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Cohatrac, Coroadinho e Cidade Operária (estes já citados como bairros que possuem grande quantidade de habitantes). É necessário esclarecer que os dados disponíveis referem-se ao período do ano 2000 e que nos últimos 5 anos verificou-se um adensamento populacional expressivo no Bairro da Cidade Olímpica. Com relação ao bairro do Turú, observa-se uma ocupação populacional em ascensão, principalmente devido à presença de condomínios (horizontais e verticais) de padrão popular. O bairro apresenta densidade relativamente baixa, com espaços vazios disponíveis ao adensamento. Os dez povoados e os dez bairros urbanos mais populosos, segundo a Fundação Nacional de Saúde em 1996, estão listados na Tabela 3.3. População estimada 2005 em 01/07/2005 São Luís 978.824 São José de Ribamar 130.448 Paço do Lumiar 97.689 Raposa 20.698 Alcântara 22.359 Total Região Metropolitana 1.250.018

Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

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Page 1: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

28 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

3 CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO

Pelos dados do último censo demográfico do IBGE, 870.028

pessoas viviam na Cidade de São Luís no ano 2000, com estimativa

de 978.824 habitantes para 2005. A população residente, considerada

pelo IBGE, constituiu-se de moradores que tinham seus domicílos

como residência habitual e que, na data de referência do censo,

estavam presentes ou ausentes por período inferior a 12 meses

(Tabelas 3.1 e 3.2).

Se a taxa média de crescimento anual do período de 2000 a

2005 fosse mantida (2,45% ao ano) a população de São Luís seria de

1.002.808 habitantes em julho de 2006, o que representaria mais de

80% da população de toda a Ilha.

Quase a totalidade da população de São Luís (96%) vive na

área urbana e é representada na sua grande maioria por jovens de 10

a 19 anos e adultos da faixa etária de 20 a 29 anos (Fig. 3.1).

Com relação ao sexo, o número de mulheres é superior ao de homens

em 14%, o que equivale a 57.228 mulheres (Fig. 3.2).

19.23%

23.94%

20.69%

15.055%

9.86%

5.51%

5.69%

Faixa Etária da

População

0 a 9 anos

10 a 19

20 a 29

30 a 39

40 a 49

50 a 59

60 anos ou +

Figura 3.1 – Distribuição da população por faixa etária. FONTE:

IBGE/Censo 2000.

População Residente por Sexo e Idade

25953

45806

98177

110000

82660

84655

98309

81908

59155

40059

21991

20323

71838

29194

60 ou mais

50 a 59

40 a 49

30 a 39

20 a 29

10 a 19

0 A 9

Mulheres

Homens

Figura 3.2 – População residente por grupo de idade e sexo.

FONTE: IBGE/Censo 2000

População ResidencialData dos

Recenseamentos

Total Urbana Rural

São Luís

1970 265.486 205.413 60.073

1980 449.432 247.288 202.144

1991 696.371 246.213 450.158

2000 870.028 837.584 32.444

São José de Ribamar

1970 23.636 14.050 9.586

1980 32.320 18.765 13.555

1991 70.571 26.044 44.527

2000 107.384 27.245 80.139

Paço do Lumiar

1970 13.487 524 12.963

1980 17.209 588 16.621

1991 53.195 1.147 52.048

2000 76.188 1.188 75.000

Raposa

2000 17.088 11.370 5.718

Tabela 3.1 – População dos Municípios da Ilha de São Luís. FONTE:

IBGE/Censo 2000.

Tabela 3.2 – População Estimada da Região Metropolitana

1

Danielle Nogueira Magalhães, Arquiteta e Urbanista.

A população ludovicense se distribui pelo território de forma

desigual, em bairros, loteamentos e conjuntos habitacionais, com

características e padrões distintos de ocupação.

Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Olho D’Água, Bequimão,

Vila Palmeira, Cohatrac, Coroadinho,Tirirical, Cidade Operária e Santa

Clara são só alguns exemplos entre os bairros com maior quantidade

de habitantes que compõem a Capital do Estado.

Como áreas menos povoadas destacam-se os bairros Ponta

D’Areia, Renascença e Centro, este último devido a um processo de

esvaziamento populacional característico de Centros Históricos.

Uma intensa urbanização, verificada principalmente a partir da

década de 70, acelerou a ocupação espacial da cidade, dificultando o

controle Municipal sobre o ordenamento do território. Esse fato estimulou

o adensamento populacional ao longo de áreas concentradoras de

trabalho e áreas periféricas, em função do baixo custo dos terrenos.

A valorização dos terrenos próximos à região das praias, e das

áreas bem servidas de equipamentos urbanos, justifica o crescimento

horizontal da cidade para além do limite do Município de São Luís e a

existência de baixas densidades populacionais nas áreas privilegiadas,

pois a segregação espacial está nitidamente ligada ao poder aquisitivo

da população (Mapa “População Residente por Setor Censitário”).

A ocupação do “Conjunto Ambiental de São Luís” é caracterizada,

portanto, por um duplo processo de assentamento populacional. De

um lado espontâneo, sem planejamento físico territorial e sem seguir

as normas estabelecidas pela legislação urbanística vigente; e por

outro, induzido pela implantação de infra-estrutura urbana.

3.1 Densidade Demográfica

Através do cálculo da área dos setores censitários do IBGE foi

possível identificar a densidade demográfica de São Luís por partes

reduzidas do território e aproximar os dados disponíveis à realidade.

Dessa forma, entre os bairros mais populosos destacam-se:

Madre Deus, Camboa, parque Amazonas, Pindorama, Anjo da Guarda,

Jaracaty e novamente Vila Nova, Sá Viana, São Francisco, Cohatrac,

Coroadinho e Cidade Operária (estes já citados como bairros que

possuem grande quantidade de habitantes).

É necessário esclarecer que os dados disponíveis referem-se

ao período do ano 2000 e que nos últimos 5 anos verificou-se um

adensamento populacional expressivo no Bairro da Cidade Olímpica.

Com relação ao bairro do Turú, observa-se uma ocupação

populacional em ascensão, principalmente devido à presença de

condomínios (horizontais e verticais) de padrão popular. O bairro

apresenta densidade relativamente baixa, com espaços vazios

disponíveis ao adensamento.

Os dez povoados e os dez bairros urbanos mais populosos,

segundo a Fundação Nacional de Saúde em 1996, estão listados

na Tabela 3.3.

População estimada 2005 em 01/07/2005

São Luís 978.824

São José de Ribamar 130.448

Paço do Lumiar 97.689

Raposa 20.698

Alcântara 22.359

Total Região Metropolitana 1.250.018

Page 2: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís
Page 3: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

30 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

BAIRROS HABITANTES

1- Anjo da Guarda 28.865

2- São Francisco 24.976

3- Vila Embratel 24.077

4- Coroadinho 19.738

5- Fátima 18.587

6- Bequimão 18.442

7- Liberdade 16.305

8- Divinéia 15.257

9- Cohab-Anil 13.939

10- Vila Mauro Fecuri 13.551

POVOADOS HABITANTES

1- Vila Sarney 5.417

2- Vila Esperança 5.417

3- Santa Clara 4.408

4- Estiva 3.947

5- Vila Maranhão 3.837

6- Nova República 3.626

7- Pedrinhas 3.307

8- Tibiri 3.139

9- Tibirizinho 3.029

10- Quebra Pote 2.632

Tabela 3.3 – Bairros e povoados mais populosos. FONTE: Fundação Nacional de Saúde (1996).

Os índices baixos de adensamento populacional são justificados em parte pela presença rarefeita de

edificações verticais na cidade, característica de cidades de porte médio em vias de desenvolvimento. As

áreas mais adensadas estão localizadas no entorno do Centro e no corredor Centro-Anil, onde o processo de

urbanização já está consolidado (Fig. 3.3)

Na Região de Praias, onde foram implantados conjuntos habitacionais de padrão mais elevado, a

densidade apresenta índices mais baixos, evidencia-se nesta área a ocorrência de especulação imobiliária,

em função da valorização do local e da presença de vazios urbanos.

Destaca-se ainda que entre as áreas de densidades mais baixas estão incluídas a Zona de Segurança

do Aeroporto e as áreas onde a presença da vegetação é significativa: Zonas de Reserva Florestal, Áreas de

Proteção Ambiental e áreas verdes de um modo geral.

A Zona Rural como um todo apresenta índices baixos de densidade populacional e presença significativa

de cobertura vegetal (Mapa “Densidade Demográfica”).

3.2 Crescimento Populacional

As características agrofundiárias do Estado do Maranhão representam um aspecto fundamental na

dinâmica populacional da Cidade de São Luís, sendo responsável pelo intenso incremento demográfico ante-

rior aos grandes projetos industriais instalados na Capital.

O movimento migratório interno e contínuo consolidou o Município de São Luís como eixo polarizador,

apresentando taxas de crescimento significativamente mais elevadas em relação ao Estado como um todo.

As décadas de 70 e 80 do século 20 demonstraram a presença de um fluxo populacional contínuo e

ascendente, desde a década de 60, que coincidiu com o avanço espacial da urbanização de São Luís. Além

disso, constituíram indicadores seguros das tendências de um movimento populacional mais recente,

principalmente se forem analisados em conjunto com o crescimento industrial estabelecido na década de 80

e os atrativos que foram criados com a implantação dos grandes projetos mínero-industriais na capital

maranhense.

Em relação à procedência dos migrantes evidenciou-se (ainda em 1970) que a maioria (cerca de

82,4%) naquela década foi proveniente de zonas urbanas. Este dado isolado escondeu um caráter “escalonado”

da migração rural/urbana: o percurso deste movimento passou por uma série de cidades menores até a

fixação naquelas maiores e mais estruturadas, que permitiram alternativas mais variadas de vinculação

econômica e de sobrevivência para a população migrante, como foi o caso de São Luís, no contexto

do Maranhão.

O período de 1990 a 2000 também registrou a influência de São Luís como pólo de concentração

populacional ascendente, o avanço do processo de urbanização e a redução do espaço rural (Tabela 3.3).

Figura 3.3 – Densidades demográficas por regionalização de setores censitários. FONTE: IBGE (Censos 1991/2000).

População Total

ano

Maranhão São Luís

Incremento

Populacional da

capital (%)

Participação

no Estado

(%)

Taxa média

de cresc.

Anual (%)

1960 2 492 139 158 292 32,15 6,35 -

1970 2 992 678 263 595 66,52 8,81 5,31

1980 3 996 444 460 320 74,63 11,52 5,41

1990 4 930 253 695 119 51,00 14,10 6,00

2000 5 651 475 867 690 24,83 15,35 2,53

2005 6 013 828 978 824 12,81 16,27 2,45

Tabela 3.3 – Participação da população de São Luís no Estado. FONTE: Censos do IBGE.

DENSIDADE DEMOGRÁFICA

POR REGIONALIZAÇÃO DOS SETORES CENSITÁRIOS IBGE

15,17

123,56

23,34

2,44

35,03

48,79

12,56

7,97

89,82

264,93

126,19

144,5

102,02

56,25

55,93

19,63

141,02

82,22

88,53

129,89

100,96

86,14

102,69

99,23

87,19

48,4

55,72

18,52

109,03

48,53

45,38

42,98

111,92

95,85

18,9

4,24

37,66

141,99

29,06

6,84

40,8

22,67

18,32

73,85

262,25

121,28

132,09

78,69

63,62

86,36

72,48

135,22

74,26

88,88

128,69

99,62

94,82

114,36

112,25

39,92

25,13

93,71

60,31

101,46

71,78

66,41

38,57

121,29

31,64

60,31

1,46

18,9

PO

NT

A D

'A

RE

IA

OL

HO

D

GU

A

RE

NA

SC

EN

ÇA

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HA

IS

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RU

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NT

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VIL

A M

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HO

CID

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LÍM

PIC

A E

OP

ER

ÁR

IA

REGIONAIS

DE

NS

ID

AD

E

DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE 2000

DENSIDADE DEMOGRÁFICA DE 1991

LEGENDA

Page 4: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís
Page 5: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

32 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

A população de São Luís apresentou um crescimento de, aproximadamente, 326,8% nesse período,

e a população rural, que em 1970, representava 22,6% do total passou para 3,7% em 2000 (ZONEAMENTO

COSTEIRO DO ESTADO DO MARANHÃO, 2003). A população urbana que, em 1991, era de 246.244 habitantes,

sofreu um aumento de 209,52%, e passou para 762.172 habitantes em 1996, já no período de 1996 a 2000

o crescimento urbano foi de apenas 9,9%.

Essa diminuição da população rural, e conseqüente aumento da população urbana, devem-se ao fato

da Prefeitura Municipal de São Luís ter atualizado o limite entre a Zona Urbana e a Zona Rural com a implantação

do Plano Diretor de 1992, quando algumas áreas que eram rurais passaram a ser consideradas urbanas.

Além de concentrar a maioria da população do Estado, São Luís possui uma taxa de crescimento

superior às verificadas para o conjunto dos municípios. Os índices de crescimento populacional são

significativamente menores no restante do Estado do Maranhão, onde verificou-se um crescimento na população

total de 14,63% entre 1991 e 2000, e de 6,41% entre 2000 e 2005. Em São Luís, no intervalo de 1991 a 2000

a população cresceu 24,83% e entre 2000 e 2005 12,81% (Fig. 3.4).CRESCIMENTO POPULACIONAL

158.292

265.595

460.320

696.371

20052004

2003200220012000

1991198019701960

19501940192019101900Séc.

XIX

Séc.

XVIII

Séc..

XVII

978.824

959.124

923.526

906.567

870.028

867.690

119.785

85.583

52.92953.484

29.475

26.315801

13.145

PERÍODO

HA

BIT

AN

TE

S

Figura 3.4 – Crescimento Populacional. FONTE: IPLAM/IBGE.

3.3 Diversificação dos Setores Econômicos

A partir dos anos 50, quando ocorreu um novo padrão de desenvolvimento industrial no país (desde o

centro-sul), foi reafirmada a vocação agrária do Estado, favorecida pela existência de mais de 15.000.000 ha

de terras virgens e devolutas.

Esta circunstância atraiu um significativo contingente migratório da região nordeste, que realizou o

avanço da fronteira agrícola com o estabelecimento de pequenas unidades de produção familiar, em particu-

lar a produção de cereais e babaçu. As grandes obras viárias interestaduais intensificaram este processo, ao

mesmo tempo em que realizaram a necessária integração regional do mercado.

No final dos anos 50 a valorização imobiliária ao longo das rodovias determinou o aparecimento de

grandes propriedades, o deslocamento de parcelas significativas dos ocupantes originais e a subordinação

econômica da pequena propriedade. A baixa capacidade de retenção populacional no contexto de expansão

da fronteira agrícola fundamentou o êxodo rural, cujos reflexos podem ser observados no crescimento da

urbanização desordenada de São Luís a partir da década de 60.

São Luís foi um dos pólos importantes de destino final do deslocamento escalonado da migração rural-

urbana, ao reunir fatores de atração relacionados com a relativa concentração industrial e, como sede

administrativa do Estado, pela expectativa de emprego no quadro do funcionalismo público. Apesar da existência

destes fatores favoráveis à atração populacional, o ritmo com que se processou o crescimento urbano indicou

que os fatores de expulsão rural foram decisivos neste processo (Mapa “Pessoas Residentes com Rendimento”).

O setor industrial desenvolveu-se predominantemente em torno da produção de bens não duráveis, com

significativa interdependência do setor primário, beneficiamento de arroz, óleos de babaçu e amêndoas e outros

produtos alimentícios. Um novo revigoramento econômico teve início a partir de 1975, com o estímulo do setor

da construção civil, operando em paralelo ao crescimento dos ramos de produtos minerais não metálicos.

A característica de um crescimento urbano acelerado ao lado de uma industrialização dependente determinou

a ampliação da expressividade econômica do Setor Terciário, com um forte destaque das atividades informais.

Somaram-se a esta situação as tendências declinantes do Setor Primário, quer pela expansão territorial da

urbanização, quer pelo processo de concentração fundiária e baixa exploração de áreas aproveitáveis.

Em relação ao Setor Primário observou-se uma redução de sua expansão territorial, onde foi determinante

a urbanização de São Luís, o que afetou sua expressão econômica, já estruturalmente reduzida. Manteve,

contudo, significativo potencial social sob o prisma da vinculação da população, quer através da atividade

pesqueira, quer através do crescimento da pequena propriedade.

A atividade pesqueira possuía uma exploração artesanal, constituindo basicamente uma atividade de

subsistência. Na década de 80 esta atividade foi prejudicada pela baixa capitalização dos produtores (devido

a um expressivo número de intermediários) e pela falta de infra-estrutura.

A falta de apoio logístico foi resolvida, em parte, com a construção do Mercado do Peixe pelo Governo

do Estado, no Aterro do Bacanga (década de 90), porém o problema com os atravessadores persiste. Atualmente

o Portinho (onde foi implantado o Mercado de Peixe), comercializa cerca de 10 toneladas de pescado por dia.

O Setor Terciário é o que concentra a maior vinculação econômica da população através da expansão

das atividades de comércio e serviços e do mercado de trabalho informal. A elevação dos rendimentos

médios mensais é influenciada pela combinação entre trabalho formal e informal. Verifica-se também o

aumento da renda familiar pela intensificação do trabalho e não pela elevação do rendimento individual (um

número maior de membros colaboram para o aumento da renda familiar).

Neste contexto de acentuado crescimento urbano e de predominância das atividades do terciário, o

setor secundário manteve, historicamente, as características de uma industrialização incipiente, baseada nos

ramos “tradicionais”, com uma participação restrita na formação do PIB setorial e na geração efetiva de

empregos (Fig. 3.5).

Figura 3.5 – Contribuição dos setores econômicos no PIB Municipal. FONTE: IBGE (Censo 2000)

Page 6: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís
Page 7: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

34 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

O valor estimado do Produto Interno Bruto (PIB) do município

de São Luís no ano de 2002, foi de R$ 4,542 bilhões, ou 39,78% do

PIB do Estado. O PIB per capita de São Luís, a preços de mercado, foi

estimado em R$ 4.938,04, ou 2,6 vezes o PIB per capita do Maranhão.

O Município de São Luís constitui um dos pólos de

desenvolvimento industrial do Estado em ascensão, principalmente

devido a uma política econômica de canalização de investimentos

para a região, aproveitando as potencialidades energéticas de Tucuruí

e as reservas minerais da Serra de Carajás no Pará.

Desde o final da década de 70, a capital maranhense assumiu

uma nova vocação econômica a partir da implantação de grandes

projetos envolvendo a exploração mineral, que se expressaram na

construção da Estrada de Ferro Carajás e no Terminal da Companhia

Vale do Rio Doce (CVRD) em São Luís. Ao longo da década de 80 do

século 20 foram efetivadas também propostas de constituição de pólos

de produção siderúrgica e de ferro-liga ao longo do corredor desta

estrada, em adição à implantação da Fábrica ALUMAR (Consórcio

Billiton-Alcoa) e ao projeto Usimar. Estas propostas foram reforçadas

com um protocolo assinado na década de 90 pelo Governo do Estado

para a instalação de outra usina siderúrgica (DUFERCO).

Porém, a especialização desta “vocação econômico-industrial”

esteve voltada, prioritariamente, para o mercado externo, contribuindo

parcialmente para o desenvolvimento econômico local.

A industrialização de São Luís em 1980, em termos locais,

contribuiu com 19,2% para a formação do PIB da Ilha, o que

representou seis vezes mais que a geração do Setor Primário, porém,

apenas 1/4 do valor produzido no Setor Terciário. Em 2002, a

contribuição do Setor Industrial de São Luís no PIB da Ilha cresceu

para 33,3%, o Setor Agropecuário contribuiu com apenas 0,13% e o

Setor de Serviços prevaleceu como maior contribuinte representando

um percentual de 49,5% do PIB total da Ilha.

3.4 Emprego

O processo de urbanização acelerado da cidade, a

industrialização dependente e a proeminência do setor terciário

determinaram a tendência da vinculação, atratividade e incorporação

efetiva da população em empregos dos diferentes setores.

Os índices da PEA (População Economicamente Ativa) e da PO

(População Ocupada) constituem os indicadores privilegiados dessa

articulação. De acordo com o censo de 2000, a População

Economicamente Ativa (PEA) de São Luís, corresponde a 476 775

pessoas, 2,17 vezes maior que a PEA de 1991, que era de 219 119

pessoas. Do total da População Economicamente Ativa de São Luís,

21,9% é de desocupados.

O Setor Terciário continuou a ser responsável pela absorção da

maior parcela da população ocupada de São Luís, representando um

percentual de 60,8% de toda a PEA, seguido pelo setor secundário e

o primário em ordem de influência econômica.

Estudos realizados sobre a situação de emprego no contexto

da Ilha até a década de 80 assinalaram uma prevalência acentuada

do setor terciário como absorvedor de força de trabalho. Do ponto de

vista setorial apontou um declínio do emprego agrícola e uma oscilação

do emprego industrial. A grande expansão do emprego ocorreu no

terciário: em 1960 respondia por 67,8% de todos os empregos,

percentual que se elevou para 74,31% em 1980 e teve uma queda

progressiva, passando para 67,18% em 1991 e 60,8% em 2000.

3.5 Renda

A renda é analisada aqui como um fator econômico, porque

permite perceber o raio de influência dos efeitos multiplicadores da

economia como um todo, que incide não apenas sobre o mercado de

consumo em São Luís e nos municípios vizinhos, como também qualifica

as condições de vida da população.

A renda per capita média da população local passou de R$189,45

em 1991 para R$252,13 em 2000, tendo aumentado 33,09%. No

mesmo período, a porcentagem de pessoas com renda domiciliar per

capita menor que R$75,50 (metade do salário mínimo vigente em

agosto de 2000), decresceu de 43,8% (1991) para 39,9% (2000). No

entanto, o índice Gini, que mensura a desigualdade social, aumentou

de 0,61 para 0,65 em 2000 (Mapa “Rendimento Nominal Mensal”).

Rendimento Nominal Mensal

35.41%

26.68%

9.96%

10.67%

9.81%

4.82%

2.62%

habitantes

Até 1

Mais de 1 a 2

Mais de 2 a 3

Mais de 3 a 5

Mais de 5 a 10

Mais de 10 a 20

Mais de 20

Figura 3.6 – Nível salarial da população com rendimento. FONTE:

IBGE (Censo 2000)

Figura 3.7 – Feira da Cidade.

Do total das pessoas que receberam rendimentos, a maioria

estava na faixa de até 1 salário mínimo, equivalente a uma

percentagem de 35,41%. Acima deste nível observou-se uma parcela

populacional decrescente que se traduziu em índices reduzidos para

os rendimentos maiores: 20,63% das pessoas recebem entre 2 a 5

salários mínimos, 14,63% entre 5 a 20 salários mínimos, e apenas

2,62% acima de 20 salários mínimos (Figura 3.6).

Apesar da Cidade de São Luís possuir estruturas urbanas

consolidadas, uma concentração industrial influente e ser a sede do

Governo do Estado, na prática, todo esse potencial não se reverteu

em condições mais propícias para a elevação dos rendimentos

individuais da população.

Page 8: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís
Page 9: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

36 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

3.6 Educação

Através do mapeamento dos dados do IBGE foi possível identificar áreas da cidade com menor e maior

número de pessoas alfabetizadas e o nível de escolaridade da população.

Foram consideradas alfabetizadas as pessoas capazes de ler e escrever um bilhete simples e analfabetas

aquelas que não sabiam escrever ou apenas assinavam o próprio nome. Para identificar as pessoas alfabetizadas

ou não o universo pesquisado foi a população residente acima de 5 anos de idade.

Em São Luís, a taxa de analfabetismo caiu de 3,64% no período de 1991 a 2000 e a freqüência à escola

aumentou em 9,57%. No mesmo período a Taxa de freqüência ao ensino médio cresceu 36,09%, quase quatro

vezes o valor acrescido à taxa de freqüência do fundamental e do nível superior (Tablea 3.4).

1991

Taxa de

alfabetização

(%)

Taxa bruta de

freqüência à

escola (%)

Taxa bruta de

freqüência ao

fundamental

(%)

Taxa bruta de

freqüência ao

ensino médio

(%)

Taxa bruta de

freqüência ao

superior (%)

89,05 75,38 120,9 57,15 8,34

2000

Taxa de

alfabetização

(%)

Taxa bruta de

freqüência à

escola (%)

Taxa bruta de

freqüência ao

fundamental

(%)

Taxa bruta de

freqüência ao

ensino médio

(%)

Taxa bruta de

freqüência ao

superior (%)

92,69 84,95 130,29 93,24 17,92

Tabela 3.4 – Taxa de alfabetização e de freqüência a escola 1991/2000. FONTE: Atlas de Desenvolv. Humano no Brasil, 2000

Albabetização/Zona Urbana

43.85%

56.14%

3.37%

96.62%

3.36%

96.63%

5.34%

94.65%

7.82%

92.17%

13.69%

86.30%

24.69%

75.30%

Alfabetizada

Não alfabetizada

60 ou mais

50 a 59

40 a 49

30 a 39

20 a 29

10 a 19

5 a 9

Alfabetização/Zona Rural

64.14%

35.85%

7.66%

92.33%

11.13%

88.86%

19.01%

80.98%

31.27%

68.72%

2.37%

2.47%

61.97%

38.02%

Alfabetizada

Não alfabetizada 60 ou mais

50 a 59

40 a 49

30 a 39

20 a 29

10 a 19

5 a 9

Com relação ao nível de escolaridade foram consideradas as pessoas com 10 anos ou mais de idade

responsáveis pelos domicílios particulares permanentes. Uma classificação em anos de estudo foi estabelecida

com o objetivo de compatibilizar os sistemas de ensino anteriores e atual. Neste caso o universo pesquisado

abrangeu todas as pessoas com 10 anos ou mais de idade.

O primeiro ao oitavo ano de estudo correspondem ao ensino fundamental, 1ª a 8ª série do primeiro

grau e inclui ainda 1ª a 5ª série do ensino médio primeiro ciclo. O período de nove a onze anos de estudo

equivale a 1ª, 2ª e 3ª série do segundo grau, ou do ensino médio segundo ciclo. De doze a dezesseis anos de

estudo estão os 5 anos do nível superior. Dezessete anos de estudo ou mais significa que a pessoa concluiu

o nível superior, fez mestrado ou doutorado (Mapa “Nivel de Escolaridade”).

Figura 3.8 - Alfabetização na Zona Urbana. FONTE: IBGE/Censo 2000

Figura 3.9 – Alfabetização na Zona Rural. FONTE: IBGE/Censo 2000

O nível de escolaridade predominante em São Luís é o fundamental (1ª a 8ª série) e a população com

nível superior representa 3,36% do total de habitantes (Figs. 3.8 e 3.9). Dos 870.028 habitantes

registrados pelo Censo de 2000, 4,25% (37.000) nunca freqüentou escola ou não completou a 1ª série do

primeiro grau.

Page 10: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís
Page 11: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

38 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

ALUNOS QUANTIDADE

Creche 920

Educação Especial 426

Educação Infantil 11.124

Ensino Fundamental 74.219

Educação de Jovens e Adultos 10.495

TOTAL 97.184

Tabela 3.6 – Alunos matriculados na Rede de Ensino Municipal. FONTE: SEMED/2006.A Secretaria Municipal de Educação, para a realização de suas ações, dividiu a cidade em áreas geográficas

onde estão distribuídas as 162 escolas, 76 unidades de educação infantil e 86 do ensino fundamental do

município. São sete núcleos de atendimento da rede escolar, seis deles fazem parte da área urbana (Centro/

São Francisco, Itaqui–Bacanga, Anil, Coroadinho, Turu/Bequimão e Cidade Operária) e um núcleo abrange

toda a área rural (Mapa “Pessoas Residentes Alfabetizadas - 5 anos de idade ou mais”).

16.32%

28.83%

32.77%

9.95%

0.48%

11.61%

Nivel de Escolaridade do Responsável pelo Domicílio

Antigo prim ário

Ensino Fundam ental

Ensino Médio

Ensino superior

Mestrado ou

doutorado

Sem instrução e com

até 1 ano de es tudo

Figura 3.10 – Nível de escolaridade. FONTE: IBGE/Censo 2000

Instrução das pessoas residentes - 10 anos ou mais de idade

Sem

instrução

e menos

de 1 ano

de estudo

1 a 3 anos

de estudo

4 a 7 anos

de estudo

8 a 10 anos

de estudo

11 a 14

anos

de estudo

15 anos ou

mais

de estudo

37088 hab. 94571 hab. 212547 hab. 136678 hab. 189068 hab. 29208 hab.

Tabela 3.5 – Anos de estudo da população residente com 10 anos ou mais de idade. FONTE: IBGE

A Secretaria atende quase 100.000 pessoas, distribuídas entre Educação Infantil, Ensino Fundamen-

tal, Educação Especial, Educação de Joves e Adultos e Creches, perfazendo um total de 97.184 alunos

matriculados (Tabelas 3.6, 3.7 e 3.8).

A Educação Especial promove a instrução dos alunos com necessidades especiais utilizando as escolas da

própria comunidade (são 90 escolas inclusivas), sem exigência de seleção. Antes da inserção nas classes regulares

existe um trabalho de apoio pedagógico para preparação dos estudantes. Este programa de inclusão dos alunos

portadores de necessidades especiais está implantado desde 1999, e em 2004 contava com 1090 crianças

matriculadas. Mais de 14% da população da capital possui necessidades educacionais especiais.

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE MATRÍCULA EM TODOS OS NÍVEIS DE ENSINO - 2005

Matrícula Inicial por Nível e Modalidade de Ensino

ADM. ZONA Ensino Médio Educação de Jovens e Adultos

Creche

Pré-

Escolar 1ª Série 2ª Série 3ª Série 4ª Série

Ñ

Seriada Total

Educ.

Especial

1ª a 4ª 5ª a 8ª Médio

Semi

presencial

Total

Educ. Prof.

Nível Técnico

Estadual Rural 0 0 1610 1209 514 0 0 3333 0 442 806 594 0 1842 0

Urbana 0 431 24090 19682 15009 0 0 58781 1194 2782 9200 4352 1449 17783 67

Total: 0 431 25700 20891 15523 0 0 62114 1194 3224 10006 4946 1449 19625 67

Federal Rural 0 0 175 127 89 0 0 391 0 0 0 0 0 0 491

Urbana 0 0 465 369 293 0 0 1127 0 0 0 0 0 0 1088

Total: 0 0 640 496 382 0 0 1518 0 0 0 0 0 0 1579

Municipal Rural 121 3191 0 0 0 0 0 0 48 1424 1347 0 0 2771 0

Urbana 799 7933 0 0 0 0 0 0 378 4353 3371 0 0 7724 0

Total: 920 11124 0 0 0 0 0 0 426 5777 4718 0 0 10495 0

Particular Rural 1449 3174 0 0 0 0 0 0 0 100 0 0 0 100 0

Urbana 10333 34440 3710 3658 3411 89 0 10868 515 1177 634 774 0 2585 899

Total: 11782 37614 3710 3658 3411 89 0 10868 515 1277 634 774 0 2685 899

Total: 12702 49169 30050 25045 19316 89 0 74500 2135 10278 15358 5720 1449 32805 2545

Tabela 3.7 – Matrícula em todos os níveis de ensino. FONTE: Censo Escolar SINEST/SEDUC. Nota: Os alunos da

Educação Especial que frequentam clsses comuns, estão incluídos no nível/modalidade de ensino correspondente

INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE MATRÍCULA EM TODOS OS NÍVEIS DO ENSINO FUNDAMENTAL - 2005

Matrícula Inicial do Ensino Fundamental

ADM. ZONA Ensino Fundamental em 8 Anos

Ensino Fundamental em

9 Anos

Série

Série

Série

Série

1ª a 4ª

Série

Série

Série

Série

Série

5ª a 8ª

Série

Total

Anos

Iniciais

Anos

Finais

Total

TOTAL

GERAL

Estadual Rural 306 366 400 394 1466 980 852 776 739 3347 4813 0 0 0 4813

Urbana 6066 6578 6968 6895 26507 8721 8956 8714 7980 34371 60878 0 0 0 60878

Total: 6372 6944 7368 7289 27973 9701 9808 9490 8719 37718 65691 0 0 0 65691

Federal Rural 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Urbana 83 79 101 103 366 157 144 151 157 609 975 0 0 0 975

Total: 83 79 101 103 366 157 144 151 157 609 975 0 0 0 975

Municipal Rural 774 841 698 605 2918 697 585 474 332 2088 5006 7792 3502 11294 16300

Urbana 3879 4154 3870 3770 15673 5082 3353 3962 2407 14804 30477 16556 10886 27442 57919

Total: 4653 4995 4568 4375 18591 5779 3938 4436 2739 16892 35483 24348 14388 38736 74219

Particular Rural 873 624 495 395 2387 66 75 73 62 276 2663 0 0 0 2663

Urbana 8923 8042 7376 6961 31302 4068 4041 3993 4098 16200 47502 0 0 0 47502

Total: 9796 8666 7871 7356 33689 4134 4116 4066 4160 16476 50165 0 0 0 50165

Total: 20904 20684 19908 19123 80619 19771 18006 18143 15775 71695 152314 24348 14388 38736 191050

Tabela 3.8 – Matrícula em todos os níveis de ensino fundamental. FONTE: Censo Escolar SINEST/SEDUC. Nota: Os Anos

Iniciais correspondem do 1° ao 5° Ano e os Anos Finais correspondem do 6° ao 9° ano.

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40 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

4 DOMICÍLIOS

1

Até a década de 80 a forma de aquisição da moradia na ilha de São Luís esteve vinculada a três fatores:

o desmembramento do solo urbano, através da implantação de loteamentos de iniciativa privada; os conjuntos

habitacionais de iniciativa do poder público (COHAB-MA, IPEM, PROMORAR e as entidades de classe

cooperativadas) e o fenômeno das invasões, que tornou-se uma alternativa a medida que as áreas

foram sendo regularizadas. Apesar desses investimentos realizados no setor habitacional, marcadamente

de iniciativa estatal, detectou-se uma considerável parcela da população excluída do sistema de aquisição

da moradia.

O déficit habitacional dessa época chegou à cerca de 7.624 famílias vivendo em condições de coabitação

em unidades residenciais, enquanto que na Ilha totalizavam 8.059 famílias vivendo na mesma situação,

conforme tabela abaixo.

Essa situação tornou-se mais agravante ainda, quando considerado o alto grau de ocorrência de domicílios

rústicos e improvisados. Só em São Luís, ainda na década de 1980, 34% dos domicílios foram considerados

pelo IBGE como rústicos ou improvisados. Enquanto que São José de Ribamar atingiu um percentual de 51%

e Paço do Lumiar 72% dos domicílios.

As maiores ocorrências de déficit habitacional no município, nesse período, foram nos bairros do Anjo da

Guarda, na margem esquerda do Rio Anil, no Alto do Anil (nascente) e no Bacanga, próximo ao Rio das Bicas.

De acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2000), a situação da moradia na aglomeração urbana

de São Luís, quanto a sua situação, era de 82,30% dos domicílios particulares permanentes localizados na

área urbana. A área rural contava apenas com 17,70% da totalidade desses domicílios, conforme tabela 4.2.

Tabela 4.1 – Déficit habitacional da Ilha de São Luís na década de 1980. FONTE: GOVERNO DO ESTADO (1988).

Tabela 4.2 – Domicílios Particulares Permanentes quanto a sua situação. FONTE: Censo Demográfico

IBGE, 2000.

Tabela 4.3 – População residente por espécie de domicílios. FONTE: Censo Demográfico IBGE, 2000.

Municípios Domicílios Famílias Déficit

São Luís 81 740 89 364 7 624

São J. de Ribamar 5 686 6 373 687

Paço do Lumiar 3 389 3 137 252

Total Ilha 90 815 98 874 8 059

Microrregião

Aglomeração Urbana de São Luís

Total

Domicílios particulares permanentes 246862

Urbana 203174Situação do

domicílio

Rural 43688

Moradores em domicílios particulares permanentes 1065218

Urbana 874080Situação do

domicílio

Rural 191138

Média de moradores por domicílio particular permanente 4,32

Urbana 4,3Situação do

domicílio

Rural 4,38

Município de São Luís Total

População Residente 870028

Permanente 866083Domicílio particular

868137

Improvisado 2054Espécie do

domicílio

Unidade de habitação em

domicílio coletivo

1891

Tabela 4.4 - Famílias residentes em domicílios particulares e Número médio de pessoas por família residentes em

domicílios particulares. FONTE: Censo Demográfico IBGE, 2000.

Famílias residentes em domicílios particulares

Número de componentes (pessoas)

Total

De 01 a 04 De 05 a 10 Mais de 10

Pessoas

Residen-

tes em

dom.

part.

Número

médio

de

pessoas

por

família

residen-

tes em

dom.

part.

Aglomeração Urbana de São Luís

280.76

8

195.247 84.703 817 1.068.531 3,81

Município de São Luís

230.87

8

162.575 67.791 512 867.954 3,76

Em São Luís, a média de moradores por domicílios particulares permanentes passou de 6,1 em 1970

para 5,5 em 1980 e para 4,3 no ano 2000, o que demonstrou um aumento proporcional maior de habitações

do que da população, significando uma melhoria, ainda que relativa, no atendimento às necessidades

habitacionais da população.

Os domicílios particulares (permanentes e improvisados) constituem cerca de 99,86% da totalidade

dos domicílios no município de São Luís de acordo com o Censo Demográfico do IBGE (2000). A população

residente nesses domicílios atingiu cerca de 868.137 pessoas (Tabela 4.3) ou 230.878 famílias,

considerando uma média de 3,76 pessoas por família (Tabela 4.4).

Das 230.878 famílias residentes em domicílios particulares, 22.29% delas dividem com outras famílias

a mesma unidade residencial. Isso nos mostra que mesmo com um elevado índice de domicílios particulares

no município, ainda há um desafio de um grande déficit habitacional a ser superado (Mapa “Domicílios

Particulares Permanentes”).

1

Cíntia Maria de Aguiar Moraes, Arquiteta e Urbanista.

Page 14: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís
Page 15: Faixa Etária da População - Prefeitura de São Luís

42 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

A ocorrência de domicílios particulares improvisados, foi de 0.23% para 2.054 moradores e de domicílios

coletivos foi de apenas 0.12%, para 1.891 pessoas residentes (Fig. 4.1).

Figura 4.1 – Percentual de Domicílios quanto à sua espécie. FONTE: Censo Demográfico IBGE, 2000

99.63%

0.23% 0.12%

Domicílios

Particulares

Permanentes

Particulares

Improvisados

Coletivos

Quanto à situação de adequação da moradia, apenas 33.20% dos domicílios foram considerados

adequados para moradia, ou seja são domicílios providos de boas instalações de abastecimento de água por

rede geral, esgotamento sanitário por rede geral ou fossa séptica, coleta de lixo realizada por serviço de

limpeza e até 02 moradores por dormitório. A maioria dos domicílios do município pesquisados pelo IBGE,

apresentaram condições de semi-adequação para a moradia, 60% desses domicílios tem pelo menos um

desses serviços de infra-estrutura considerado inadequado. Dos domicílios registrados, 6.09% foram

considerados inadequados por apresentarem precárias condições de abastecimento de água, geralmente

proveniente de poço, nascente ou outra forma (Tabela 4.5). O esgotamento sanitário, realizado por fossa

rudimentar, vala, ou jogado diretamente no rio, lago ou mar. O lixo recolhido é queimado, enterrado ou

jogado em terreno baldio, rio, lago ou logradouro público (Mapa “Espécies de Domicilios”).

Atualmente, a Prefeitura de São Luís, juntamente com a Caixa Econômica Federal, vem realizando uma

série de investimentos e elaborando projetos no setor de habitação. Através do programa de Arrendamento

Residencial – PAR, que permite a aquisição de imóveis pelos servidores. Foram contemplados, ao total 450

servidores nesse programa, sendo que destes 296 com apartamentos e 154 com casas. Em 2004 a Prefeitura

a partir de financiamento com a Caixa Econômica Federal, deu início ao programa Pró-Moradia, projeto que

beneficiará no residencial Canudos, localizado próximo ao Parque Vitória, 1.100 famílias das cerca de 4.400

que nele habitam. Na Vila Vitória, dos 5.600 habitantes que ocupam uma área de assentamento serão

beneficiadas 1400 famílias com o mesmo programa. Além de casas, serão construídas creches e bibliotecas,

além de melhorias no abastecimento de água, esgoto e drenagem da região.

Domicílios particulares permanentes

Adequação da moradia

Adequada Semi-adequada Inadequada

Total

Microrregião

Aglomeração Urbana de São Luís

73792 155059 17923

246775

Município de São Luís

67127 122688 12328

202144

Tabela 4.5 - Domicílios particulares permanentes, por adequação da moradia. FONTE: Censo Demográfico IBGE, 2000.

Figura 4.3 – Sítio São Benedito e Lasquim e Conjunto Vinhais.

Figura 4.2 – Ocupação espontânea próxima à Ponte do Caratatiua.

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44 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

4.1 Abastecimento de Água

No município de São Luís, o sistema de abastecimento de água é feito por captação na sua grande

maioria superficial, realizada pelos sistemas Sacavém e Itapecuru e totalizando 2.640 l/s. A forma de captação

subterrânea é realizada, através do sistema Paciência, atingindo 460 l/s. A captação superficial é do tipo

convencional ETA-Estação de Tratamento de Água, enquanto que a captação subterrânea é realizada apenas

com cloração.

A Companhia de Água e Esgotos do Maranhão – CAEMA, criada em 1966 detém o monopólio do

abastecimento de água em São Luís, e a nível Estadual, é a principal responsável pelas ações de abastecimento

de água em 133 sedes municipais e 52 distritos, atendendo cerca de 30% da população total do Maranhão.

De acordo com análises do GERCO-MA (Gerenciamento Costeiro do Maranhão), de 1990 a 1995, a

expansão do atendimento de água em São Luís, foi de 8,34%. Nesse período, foram atendidos 8.866 novos

usuários residenciais aumentando em 6,34% o número de ligações dessa categoria. Em 1995, o sistema de

abastecimento de água de São Luís, composto pelos subsistemas: Italuis, Paciência e Sacavém,

manteve uma produção média de 260 mil m3/dia, o que representa cerca de 59% de sua capacidade

nominal de operação.

Nessa mesma época, houve um crescimento de 50% da capacidade nominal do sistema e de apenas

5,75% da produção efetiva não acompanhou o rítimo de crescimento do volume faturado no mesmo período,

da ordem de 16,03% (Mapa “Abastecimento de Água em Domicílios Particulares Permanentes - Rede Geral”).

Tal aumento não foi suficiente para modificar o perfil do atendimento requerido pelo mercado de São Luís,

cuja cobertura seria de 85,3% em 1995 acumulando um déficit de 14,7% em relação ao atendimento

registrado em 1990 (Tabela 4.6).

As deficiências do sistema de abastecimento de água podem estar relacionadas a fatores como perdas

no sistema de distribuição associado ao precário estado de conservação das redes e à baixa qualidade da

água (baixo ph 4,5-5,0), provocando corrosão nos sistemas de distribuição.

De acordo com os dados do IBGE, baseados no Censo Demográfico de 2000, no município de São Luís,

82,03% dos domicílios particulares permanentes são abastecidos por rede geral, canalizada em pelo menos

um cômodo ou canalizada só na propriedade ou terreno. Dos domicílios pesquisados, 7,66% são abastecidos

por poço ou nascente e 12,38% apresentam outras formas de abastecimento (Tabela 4.7), identificadas pelo

IBGE, como abastecimento por água de reservatório (ou caixa), por carro-pipa, por água de chuva ou ainda

por poço ou nascente, localizados fora do terreno ou da propriedade onde estava construído (Fig. 4.4).

Tabela 4.6 – Capacidade de atendimento do Sistema de abastecimento de Água em São Luís. 1900-2005. FONTES:

GERCO - Gerenciamento Costeiro do Maranhão, 1998; CAEMA - Companhia de Água e Esgoto do Maranhão, 2005.

Sistema de Abastecimento de Água

anos

Discriminação

1990 1995 2005

Capacidade Nominal (m

3

/dia) 295,0 442,5 303.683

Extensão da Rede (m) 1.209.469 1.560.000 1.940.037

Volume Produzido (1.000 m

3

) 89.732,8 94.900,0 9.110.510

Volume Faturado (1.000 m

3

) 33.484,4 38.853,2 2.950.083

Tabela 4.7 – Formas de Abastecimento de Água em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Figura 4.4 - Formas de Abastecimento de Água em São Luís. FONTE: IBGE, Censo Demográfico 2000.

Domicílios particulares permanentes

Forma de abastecimento de água

Total

Rede geral

Poço ou nascente

(na propriedade)

Outra

Total

Canali-

zada em

pelo

menos

um

cômodo

Canali-

zada só

na

proprieda

de

ou

terreno

Total

Canali-

zada

em

pelo

menos

um

como-

do

Canali-

zada

na

proprie

-dade

ou

terre-

no

Não

Canali-

zada

Total

Canali-

zada

em

pelo

menos

um

como-

do

Canali-

zada

na

proprie

-dade

ou

terre-

no

Não

Canali-

zada

246862 188415 138821 49594 22746 8867 5270 8609 35701 6065 10748 18888

202231 159282 122316 36966 16669 7086 3725 5858 26280 4326 8164 13790

82.03%

7.66%

12.38%

Formas de Abastecimento de Água

rede geral

poço ou

nascente

outras formas

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46 S Ã O L U Í S : U M A L E I T U R A D A C I D A D E

Na área urbana de São Luís, quase a totalidade dos seus domicílios atendidos são abastecidos por

rede geral. Os bairros que apresentam piores índices dessa forma de abastecimento foram parte do Calhau,

Olho D’ água, Cohama, Turu e Vila dos Frades. Esses bairros possuem na sua predominância, poço ou

nascente na propriedade como forma de abastecimento de água (Figs. 4.5 e 4.6). Bairros como Cidade

Olímpica, Santa Clara, Tirirical, Vila Embratel, Conjunto São Raimundo, Gancharia, Vila Mauro Fecury I,

conjunto São Raimundo e Maiobinha, também apresenta índices muito baixos de abastecimento de água

por rede geral, havendo predominância de outras formas de abastecimento (Mapa “Formas de Abastecimento

de Água em Domicílios Particulares Permanentes”).

Atualmente, o Sistema Itapecuru constitui a principal fonte de abastecimento de água da região. O

seu manancial está localizado a 70 km ao sul de São Luís, apresentando uma vazão mínima de

60 m

3

/s e qualidade da água adequada para tal fim. A interligação do Itapecuru com os demais sistemas de

abastecimento de água de São Luís será a responsável pelo abastecimento das futuras demandas de

água da região.

Figura 4.5 - Poço artesiano e reservatórios da Caema.

Figura 4.6 - Reservatórios da Caema.

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