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RITA DE CÁSSIA LEMOS DE OLIVEIRA LIMA
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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
RITA DE CÁSSIA LEMOS DE OLIVEIRA LIMA
FATORES QUE INFLUENCIAM A ADESÃO E A PERMANÊNCIA DE INDIVÍDUOS NA PRÁTICA DA
NATAÇÃO
Alagoinhas – Bahia 2011
RITA DE CÁSSIA LEMOS DE OLIVEIRA LIMA
FATORES QUE INFLUENCIAM A ADESÃO E A PERMANÊNCIA DE INDIVÍDUOS NA PRÁTICA DA
NATAÇÃO
Monografia apresentada ao Curso de Licenciatura em Educação Física da Universidade do Estado da Bahia – UNEB, Campus II, Alagoinhas, como requisito parcial para a obtenção de grau de Licenciatura em Educação Física. Orientação: Prof. Dr. Maurício Maltez Ribeiro Co-orientador: Prof. Dr. Francisco Gondim Pitanga.
Alagoinhas – Bahia 2011
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a todos aqueles que desejam
conhecer um pouco mais sobre a Natação, e a todos os
que são apaixonados por este esporte Fantástico!
AGRADECIMENTOS
Agradeço imensamente ao Divino Pai Eterno por estar ao meu lado em todos
os momentos da minha vida, sejam eles de alegria/tristeza, coragem/medo,
força/fraqueza, segurança/insegurança, sempre me ajudando a superar as
dificuldades encontradas e ultrapassar os obstáculos colocados em meu caminho,
provando por diversas vezes que nele nós podemos confiar basta acreditar!
A minha família que não somente faz parte da minha vida, mas que é a minha
vida, por tudo o que já fizeram e fazem por mim. Aos meus pais, pelo amor,
dedicação, educação, ensinamentos, apoio, incentivo, compreensão, paciência... A
minha amada irmã, sempre compreensiva, atenciosa, carinhosa e engraçada que eu
sempre pude contar. Aos meus sobrinhos que apesar de novinhos (7, 5 e 2
aninhos), sem saber, me transmitiam força nos momentos difíceis, através dos
abraços apertados, carinhos triplicados, sorrisos sinceros e suas brincadeiras, as
quais tanto me divertiam e me distraíam.
Ao meu namorado Sérgio que se empenhou em me ajudar em tudo o que
fosse preciso, além de me dar atenção, amor e carinho, transmitindo tranqüilidade
quando me encontrava quase entrando em "curto circuito" no período de execução
da monografia.
Ao meu orientador Maurício Maltez, agradeço de coração, pela dedicação,
empenho, atenção, prontidão, comprometimento, competência, humildade,
responsabilidade, rapidez em sanar as minhas dúvidas, sempre presente mesmo
durante a greve, me auxiliando enormemente na execução de todo o TCC.
A todos os professores que contribuíram para a minha formação acadêmica:
Luiz Carlos Rocha, Cézar Leiro, Ubiratan Menezes, Francisco Pitanga, Diana Tigre,
Magdalânia Cauby, Eduardo Sá, Nélia Bispo, Normando Carneiro, Gregório Benfica,
Ana Simon, Gleide Sacramento, Mônica Benfica, Valter Abrantes, Maurício Maltez,
Martha Benevides, Neuber Leite, Alan Rocha e Viviane Viana.
À Cíntia, minha companheira do Projeto EPAF – Educar para a Atividade
Física - que me ensinou tudo sobre a tabulação de dados da pesquisa, além de
estar sempre disposta a auxiliar no que eu precisasse.
A professora Mônica Benfica, que apesar de não ser minha orientadora e não
ter obrigação/responsabilidade nenhuma em relação à minha monografia fez
algumas correções e considerações para o melhoramento do trabalho.
Agradeço do fundo do meu coração à minha querida Ana Rita, professora de
Língua Portuguesa, que desde a execução do projeto de pesquisa corrige meus
trabalhos.
Aos professores Valter Abrantes e Maurício Maltez coordenadores do EPAF
(Educar Para Atividade Física), os quais tenho imensa admiração, que
proporcionaram um maior aprendizado na área de grupos especiais através da
experiência de quase dois anos nesse projeto de extensão.
Tive a honra de ser aluna de várias disciplinas, dentre elas a de TCC, e ser
co-orientanda do professor Pós Dr. José Francisco Gondim Pitanga, a ele os meus
sinceros agradecimentos.
A todos os colegas da graduação, em especial a equipe do "paredão" Izandra,
Ariane, Janilma, Shirlei, Silas, Guilherme e às amigas inseparáveis: Arissandra
Célia, Juliana Correia, Milena Carneiro e Tatiane Miranda pela amizade e
experiências compartilhadas.
OBRIGADA A TODOS!!!
"Dai-me Senhor, a perseverança das ondas do mar, que
fazem de cada recuo um ponto de partida para um novo
avanço."
Gabriela Mistral
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo identificar os fatores que influenciam na permanência de indivíduos na prática da natação e para este propósito foram escolhidos os dois clubes mais antigos da cidade de Alagoinhas-Ba, os quais oferecem esse desporto. O presente estudo constituiu-se a partir de uma abordagem quantitativa, utilizando a pesquisa direta de campo e empregou-se o método descritivo e exploratório. A amostra deste estudo foi composta por 42 indivíduos de ambos os gêneros e sem distinção de faixa etária, com uma média de idade de 25,69 ± 13,64 anos. Como instrumento de coleta de dados, utilizou-se as fichas de matrícula do mês de janeiro de 2010 a janeiro de 2011 e o questionário IDAPRAN classificado como estruturado. A análise de dados foi feita a partir das estatísticas descritivas, utilizando o software da Microssoft Office Excel 2007. Os objetos de estudo foram atividade física e exercício físico, fatores que influenciam a prática da atividade física, níveis de atividade física, história, caracterísiticas e benefícios da natação. De acordo com os resultados obtidos, ficou evidenciado que a maioria é do sexo masculino com 83% e feminino apenas 17%; a faixa etária predominante é de adultos (31 a 59 anos) e crianças (5 a 12 anos), com 35% e 28% respectivamente. Com relação ao estado civil, 76% eram solteiros e 19% casados. Referente ao grau de instrução, 26% tinha o ensino fundamental incompleto e 24% o nível superior completo. Dentre as profissões, 41% eram estudantes e 17% professores. Quanto à idade que tinham quando iniciaram a prática da natação, 26% tinham de 7 a 12 anos e 17% de 13 a 19 anos; sendo que 43% praticam o esporte a mais de 2 anos, 36% a mais que 2 meses e menos que 6 meses. Os principais motivos de adesão foram melhorar o condicionamento físico com 28% e indicação médica com 26%; e os fatores que influenciaram na permanência no esporte foram melhorar o condicionamento físico com 95%, seguido da sensação de bem estar e por ser uma atividade física saudável com 93%. Através dos resultados expostos, constatou-se que os fatores influenciadores tanto de iniciação à prática da natação como os de permanência no esporte, estão vinculados à saúde e bem estar e para a obtenção de uma melhor qualidade de vida. Portanto, conclui-se que os motivos de adesão se justificaram após algum tempo de permanência na atividade e se intensificaram por conseqüência de uma percepção satisfatória diante dos objetivos que vem sendo adquiridos, estimulando os indivíduos a se manterem no esporte, usufruindo dos benefícios esperados e atingidos.
Palavras–chave: Atividade física, permanência, natação.
ABSTRACT
This study aimed to identify factors that influence the persistence of individuals in the practice of swimming and were chosen for this purpose both the city's oldest clubs in Alagoinhas, Bahia, which offer this sport. This study was based from a quantitative approach, using the lookup field and the method we used descriptive and exploratory. The sample was composed of 42 individuals of both genders and irrespective of age, with a mean age of 25.69 ± 13.64 years. As an instrument of data collection we used the registration records of January 2010 to January 2011 and classified as IDAPRAN structured questionnaire. Data analysis was made from the descriptive statistics, using the software Microssoft Office Excel 2007. The subjects were physical activity and exercise, factors that influence physical activity, physical activity levels, history, and characteristics make the benefits of swimming. According to the results obtained, it was evident that the majority are males with female only 83% and 17%, is the predominant age group of adults (31 to 59 years) and children (5-12 years) with 35% and 28% respectively. With regard to marital status, 76% were single and 19% married. Concerning the level of education 26% had incomplete primary education and 24% college graduates. Among the professions, 41% were students and teachers 17%. As for the age they were when they began the practice of swimming, 26% had 7 to 12 years and 17% from 13 to 19 years, and 43% practice the sport for more than two years, more than 36% and less than 2 months 6 months. The main reasons for compliance were improved physical conditioning with 28% and 26% with medical indication, and that influenced fatoores remaining on sports improve fitness were 95%, followed by a feeling of well being and for being a physical activity healthy 93%. Through the results presented, it was found that the factors influencing both the initiation as the sport of swimming to stay in the sport, are linked to health and wellness and to obtain a better quality of life. Therefore, we conclude that the reasons for membership are justified after some time spent in the activity and intensified by the perception of a satisfactory result on the objectives that have been acquired, encouraging individuals to remain in the sport, enjoys the benefits expected and achieved.
Keywords: Physical activity, stay, swimming.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACRA - Associação Cultural e Recreativa de Alagoinhas
AF- Atividade física
BA- Bahia
CBDA- Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDAPRAN- Instrumento Diagnóstico de Adesão à Prática da Natação
OMS - Organização Mundial de Saúde
UEFS - Universidade de Feira de Santana
UNEB- Universidade do Estado da Bahia
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
GRÁFICOS
GRÁFICO 1: Características quanto ao gênero dos alunos.
GRÁFICO 2: Características conforme a faixa etária dos alunos.
GRÁFICO 3: Características conforme o estado civil dos alunos praticantes da
natação.
GRÁFICO 4: Características conforme o grau de instrução.
GRÁFICO 5: Características conforme as profissões dos alunos.
GRÁFICO 6: Características conforme a idade em que os alunos iniciaram a prática
da natação.
GRÁFICO 7: Percentuais de quanto tempo os alunos praticam natação.
GRÁFICO 8: Percentuais dos estágios de comportamento em relação à atividade
física.
GRÁFICO 9: Percentuais dos cinco principais motivos de adesão a prática da
natação.
LISTA DE TABELAS
TABELA 1: Percentuais do Nível de Importância das opções listadas, de acordo
com o perfil e a percepção dos alunos para justificar o porquê continuam
(permanecem) praticando natação.
SUMÁRIO
1INTRODUÇÃO ________________________________________________ 13
2 OBJETIVOS __________________________________________________18
2.1 Objetivo geral ________________________________________________18
2.3 Objetivos específicos __________________________________________ 18
3 REFERENCIAL TEÓRICO _______________________________________19
3.1 Atividade física e exercício físico_________________________________19
3.2 Fatores que influenciam a prática da atividade física _________________ 22
3.3 Níveis de atividade física ______________________________________ 27
3.4 História da natação __________________________________________ 29
3.5 Características da natação _____________________________________34
3.6 Benefícios da natação ________________________________________ 37
4 METODOLOGIA ______________________________________________ 39
4.1 Modelo do estudo ____________________________________________39
4.2 Amostra ___________________________________________________40
4.3 Local do estudo _____________________________________________40
4.4 Características dos clubes _____________________________________41
4.5 Funcionamento dos clubes ____________________________________ 42
4.6 Instrumento de medida _______________________________________ 42
4.7 Coleta de dados _____________________________________________43
4.8 Análise dos dados ___________________________________________ 43
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO __________________________________ 45
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS _____________________________________ 68
REFERÊNCIAS
ANEXOS
ANEXO A: Termo de Autorização dos Clubes - I
ANEXO B: Termo de Autorização dos Clubes – II
ANEXO C: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
ANEXO D: Questionário (IDAPRAN)
13
1 INTRODUÇÃO
O corpo humano está constantemente em ação e isso se deve a todos os
seus órgãos trabalharem em conjunto e numa completa sintonia para mantê-lo
funcionando perfeitamente, mas o seu bom funcionamento depende de alguns
cuidados essenciais como: uma boa alimentação, prática de atividades físicas,
higiene, descanso, entre outros. Nosso corpo se desenvolveu com o movimento, o
qual só é possível devido à ação de contração dos músculos que têm uma tarefa
imensamente complicada, pois exige estímulos variados tanto para esforços muito
grandes como correr, quanto para movimentos "finos" e delicados como o dos dedos
um cirurgião, por exemplo.
Entretanto, "devido à insuficiente utilização diária dos músculos do corpo,
temos este importantíssimo sistema corporal atrofiando", diminuindo a flexibilidade, a
força, a capacidade cardiorrespiratória, a resistência e podendo sofrer lesões mais
facilmente, ou seja, "quando não são colocados para trabalhar durante muito tempo
entram em falência, enfraquecendo-os", tanto que, além de acarretar os problemas
citados, as articulações ficam endurecidas, tornando atividades simples algo difícil e
cansativo, isso pode ser facilmente visualizado nos idosos, por exemplo, que devido
a algumas patologias necessitam ficar muito tempo parados, afetando diretamente
os movimentos (MENDES1, 2010).
Diante deste cenário, faz-se necessário mudar esse estilo de vida onde se
utiliza cada vez menos as habilidades corporais, adicionando a prática de atividades
físicas no cotidiano e fazendo dela um hábito de fundamental importância para
manter ou obter uma melhor qualidade de vida. A aderência a uma atividade física
ou a um esporte que, segundo Saba (2001, p. 39), "é a manutenção da prática por
longos períodos de tempo como parte da rotina dos indivíduos", seria o ideal para
mudar essa maneira de viver, no entanto, vários fatores estão associados à
permanência de tal prática.
1 Disponível em: <http://www.corposaudavel.com.br/atividade-fisica/127-cinesiologia-a-importancia-
dos-movimentos> MENDES, Aluísio Menin. Cinesiologia - A Importância dos Movimentos.
14
As transformações aceleradas proporcionadas à humanidade através do
avanço da ciência e da tecnologia exercem uma influência fortíssima no
comportamento dos indivíduos, consequência das facilidades e confortos da vida
moderna, pelo fato de tornar as atividades diárias bem mais simples, diminuindo o
gasto de tempo que é bastante positivo na agitação dos dias atuais. Porém, essa “lei
do mínimo esforço substitui o duro trabalho dos nossos músculos", fazendo com que
tenhamos uma enorme tendência ao sedentarismo, ou seja, a uma vida pouco/nada
ativa fisicamente (MENDES, 2011).
Nos últimos anos, estudos demonstraram que "o sedentarismo é algo que o
ser humano não está habituado" e é nesta adaptação onde mora o perigo, pois o
corpo tem uma enorme capacidade de se adaptar tanto aos estresses físicos
proporcionados pelos exercícios, e com isso melhorar suas funções; como também à
inatividade física, que é um fator decisivo no desenvolvimento de doenças
degenerativas como: obesidade, colesterol, hipertensão arterial, doenças
cardiovasculares, diabetes tipo II, etc (BASTO2, 2009).
O crescente discurso veiculado pelas mídias sobre saúde e pelos médicos em
suas consultas e recomendações demonstra que uma atividade física regular de
intensidade moderada é extremamente importante por exercer uma ação positiva
sobre todo o corpo, trazendo benefícios não só físicos como fisiológicos, psíquicos e
sociais, ou seja, a saúde e a atividade física estão completamente interligadas, não
há como separar uma da outra.
Diante da necessidade de se trabalhar o corpo por inteiro de forma adequada
e equilibrada, sugere-se a prática de um esporte bastante completo – já comprovado
em diversas pesquisas - que trabalha todos os músculos do corpo e desenvolve
diversas habilidades como: coordenação, equilíbrio, força, resistência, flexibilidade,
além de ser extremamente benéfico ao sistema cardiovascular e respiratório.
Esse esporte tão "poderoso" é a natação. Uma atividade que o praticante ao
dominar os estilos dos nados (crawl, costas, peito e borboleta) estará trabalhando
toda a musculatura do corpo e, ao mesmo tempo, relaxando, pois alivia as tensões
2 Disponível em: <http://joaobastotreinopersonalizado.blogspot.com/2009/02/os-ultimos-anos-
demonstraram-que-o.html> BASTO, João. Treino personalizado: Um conceito de qualidade de vida.
15
diárias, ajuda na recuperação e reabilitação de lesões, como também na redução da
gordura corporal quando praticada na intensidade correta.
A natação é um esporte bastante indicado pelos médicos, fisioterapeutas e
professores de Educação Física por auxiliar na melhoria de diversas patologias, pois
proporciona inúmeros benefícios físicos, fisiológicos, psicológicos e sociais. É um
esporte fascinante, principalmente para aqueles que já o dominam, mas um tanto
difícil para os que estão iniciando devido a diversos fatores: como o de estar inserido
em um novo ambiente com características bem diferentes daquelas que estamos
acostumados fora da água, exigindo novas adaptações ao meio líquido como: a
respiração, a adaptação óculo-visual, a flutuação e o deslize para, a partir daí, iniciar
exercícios de coordenação da propulsão de pernas, braços e respiração
simultaneamente.
Para iniciar qualquer atividade física, exercício físico ou esporte, geralmente é
preciso de algum motivo, uma razão ou um objetivo a ser alcançado. E algo que
determina essa atitude é a motivação, uma força interior, um desejo que conduzirá e
intensificará os objetivos do indivíduo. Entretanto, a permanência em determinada
atividade depende, além da motivação, de perseverança, persistência e de uma
necessidade física, fisiológica ou psicológica, motivos ainda mais fortes para que
essa seqüência seja dada.
Referente a isto, podemos notar que, em nosso país, os estudos que
acompanham o envolvimento da população com a prática regular da natação são
insuficientes. Diante desta carência de informações, o objeto de estudo da presente
pesquisa, ou seja, as questões que orientam essa investigação são: O que é
atividade física e exercício físico? Quais os fatores que influenciam na prática da
atividade física? Quais as características e os benefícios do esporte natação?
Em busca de responder estes questionamentos, foi utilizada como abordagem
Metodológica, nesta investigação, a Pesquisa Direta de Campo do tipo quantitativa –
descritiva, em dois clubes situados na cidade de Alagoinhas – Bahia, onde foram
aplicados questionários a todos os alunos de todas as faixas etárias que praticam
natação.
16
Para tanto, o referencial teórico deste estudo foi subdividido em seis capítulos, os
quais abordam: 1. Atividade física e exercício físico, definindo e diferenciando cada
uma dessas práticas; 2. Fatores que influenciam a prática da atividade física, falando
sobre motivos, motivação, auto-motivação, determinantes da permanência em um
programa de atividade física e suas variáveis. 3. Níveis de atividade física, trazendo
os estágios de mudança de comportamento dos indivíduos em relação à prática de
exercícios. 4. História da Natação, contando alguns fatos ocorridos no passado; 5.
Caracterísiticas da Natação, informando como esse esporte se constitui; 6.
Benefícios da Natação, trazendo as vantagens de se praticar regularmente esta
atividade.
A metodologia mostra todo caminho percorrido para a execução da pesquisa,
a amostra, os procedimentos e instrumentos utilizados. O item, Resultados e
Discussão, dedicou-se à apresentação dos dados coletados, estabelecendo uma
ligação com resultados de outros estudos feitos na área e com a revisão de
literatura. E para finalizar, as Considerações Finais, expõem os fatores que
influenciaram na permanência de indivíduos na prática da natação, a partir dos
resultados encontrados e dos pressupostos teóricos que embasam o estudo,
indicando, também, algumas sugestões de mudança da realidade encontrada e de
pesquisas futuras.
Podemos presumir que a permanência na atividade física, em geral, deve-se
a fatores de maior importância/intensidade e/ou grandeza em relação àqueles
motivos iniciais de adesão, e com relação à natação há um agravante maior, por ser
um esporte não acessível a todos, exigindo certa estabilidade financeira para dar
continuidade à sua prática.
Como futura professora de Educação Física, tenho como projeto profissional
atuar nessa área e, mais especificamente, com a natação, espero poder contribuir
para a manutenção e melhoria da saúde física e psicológica, como também na
reabilitação física daqueles que optarem por este esporte.
Portanto, este estudo traz informações valiosas para subsidiar a captação de
novos alunos e colaborar na redução de abandonos do esporte na medida em que
se conhecem as necessidades, as dificuldades e o que mais agrada e/ou
desagradam os mesmos, podendo auxiliar tanto os donos de espaços onde
17
oferecem a natação quanto os professores que poderão avaliar sua metodologia de
ensino, criando maneiras de tornar seu trabalho mais atrativo e dinâmico (já que a
natação tem características um tanto monótonas, para alguns, por ser um esporte
individual de exercícios repetitivos até que se alcance a técnica dos nados). Ao
mesmo tempo, pode ser uma referência em como lidar com as diversas situações ou
problemas que eventualmente poderão ocorrer no decorrer das aulas. Essa, talvez,
seja uma forma de se chegar a uma das raízes do problema (a desistência) e dela
extrair possibilidades de mudança criando maneiras de suprir as necessidades que,
possivelmente, serão encontradas e aprimorando assim a qualidade do serviço
ofertado.
Diante do exposto, configura-se como problema de investigação a seguinte
questão: Quais os Fatores que Influenciam na Permanência de Indivíduos na Prática
da Natação?
18
2. OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL
Identificar os fatores que influenciam na permanência dos indivíduos na
prática da natação.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar o perfil dos indivíduos praticantes do esporte natação.
Identificar os motivos que levam os indivíduos a procurarem a natação como
prática de atividade física.
Identificar o tempo de permanência dos indivíduos na prática da natação.
19
3. REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 ATIVIDADE FÍSICA E EXERCÍCIO FÍSICO
Atualmente é possível visualizar um maior número de pessoas praticando
alguma atividade física, seja ela realizada em instalações esportivas, espaços
privados ou mesmo aqueles realizados em contato direto com a natureza,
demonstrando uma crescente conscientização e conhecimento da importância e dos
benefícios adquiridos a partir da adoção de um estilo de vida ativo, independente da
idade, para uma maior e melhor qualidade de vida.
Segundo Gonzáles e Fensterseifer (2010 apud CASPERSEN et al, 1985), a
atividade física (AF) é entendida como qualquer movimento corporal produzido pelos
músculos esqueléticos do qual resultam em consumos energéticos.
E também pode ser definida como:
Um comportamento humano complexo, com componentes e determinantes de ordem biológica psicossociocultural, podendo ser exemplificada por esportes, exercícios físicos, danças e outras atividades de lazer, locomoção e ocupação profissional. (PITANGA, 5ª ed. p.16).
Gonzáles e Fensterseifer (2010 apud Mc ARDLE et al 2000) consideram
ainda, que a “AF exerce efeito profundo sobre o consumo de energia humana”,
independente do sistema orgânico envolvido. Nesse contexto, na maioria das vezes,
AF é compreendida como uma prática relevante e significativa para o benefício da
saúde.
A humanidade tem acompanhado e, grande parte dela, tem se beneficiado
com os admiráveis progressos da vida atual, no entanto, as facilidades ocorridas
devido ao avanço científico e tecnológico (elevadores, controles, internet, portões
que se abrem automaticamente, etc) substituíram a força humana, principalmente na
execução de atividades rotineiras que dependiam basicamente do esforço físico.
20
Essas facilidades que nos favorecem no sentido de diminuir o gasto de
tempo, pela lógica, sobraria mais tempo para cuidar de nós mesmos. No entanto, a
correria diária em busca da independência financeira, de aperfeiçoamento intelectual
devido à competitividade no trabalho, a instabilidade no emprego, sem falar nos
problemas com família, filhos, casa, trânsito, acabam tomando todo nosso tempo
nos deixando tão cansados que vamos descuidando do nosso corpo como um todo,
tornando-nos cada vez mais sedentários e estressados. Este acúmulo de coisas vai
ditar nossas escolhas, atitudes e hábitos pessoais tendo um impacto positivo ou
negativo em nossa saúde.
Quanto mais sedentárias, apressadas, estressadas e debilitadas pelo modo de vida moderno, mais as pessoas procuram um idílio de paz e saúde, que lhes é traduzido pela prática de exercício físico (SABA, 2001, p. 49).
Considerada como a doença do século, o sedentarismo está diretamente
associado ao comportamento cotidiano decorrente dos confortos da vida atual, ou
seja, a falta e/ou ausência e/ou diminuição de atividades físicas ou esportivas. Vale
ressaltar que essa inatividade física é mais prevalente em mulheres, idosos,
indivíduos de baixo nível sócio-econômico e incapacitados. A partir da adolescência,
as pessoas tendem a diminuir, de forma progressiva o nível de atividade física.
Existem diversas indicações para que os indivíduos sedentários possam adotar uma
mudança de hábitos de acordo com as possibilidades, limitações ou conveniências
de cada um, optando por uma vida fisicamente mais ativa e saudável.
Neste sentido, Gonzáles e Fensterseifer (2010 apud POLLOCK et al, 1995)
recomendam AF para melhorar e manter a saúde e as capacidades físicas,
cardiorrespiratórias e músculo-esqueléticas, com ênfase na prevenção de doenças
crônicas degenerativas. De fato, há consenso de existência sobre a relação entre
saúde e AF; no entanto é, reconhecidamente, complexa e também contraditória,
devido às influências sofridas não só da natureza atlética, mas de fatores
socioeconômicos e culturais.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a prática de AF regular
reduz o risco de mortes prematuras, doenças do coração, acidente vascular
cerebral, câncer de cólon e mama, e diabetes tipo II. Atua na prevenção ou redução
21
da hipertensão arterial, previne o ganho de peso (diminuindo o risco de obesidade),
auxilia na prevenção ou redução da osteoporose, promove bem-estar, reduz o
estresse, a ansiedade e a depressão. Especialmente em crianças e jovens, a AF
interage positivamente com as estratégias para adoção de uma dieta saudável,
desestimula o uso do tabaco, do álcool, das drogas, reduz a violência e promove a
integração social.
O exercício físico é a subcategoria de AF planejada, estruturada e repetitiva,
com o objetivo de ganhar e manter desempenho físico (GONÇALVES, et al, 1997);
também é utilizada, entre outras finalidades, para estética, saúde, doença,
reabilitação, treinamento, recreação e desenvolvimento motor e psíquico. Os
exercícios físicos são constituídos de atividades programadas com ritmo e
intensidade corretas, dias predeterminados entre exercício e descanso, orientados
por um professor de Educação Física, que é de suma importância, pois é ele que irá
elaborar um programa de treinamento, respeitando a individualidade biológica de
cada aluno.
Para Nahas (2003), o exercício físico é uma das formas de AF planejada,
estruturada, repetitiva, que objetiva o desenvolvimento da aptidão física, de
habilidades motoras ou a reabilitação orgânico-funcional, as quais incluem,
geralmente, atividades de níveis moderados a intensos podendo ser de natureza
dinâmica ou estática. De acordo com Saba (2001, p. 3), o que diferencia
basicamente a AF do exercício físico é a intencionalidade e sistematicidade do
movimento que apresenta este último.
O ideal para a saúde é que a AF se torne um hábito desde a infância ou
mesmo na adolescência, com incentivo dos familiares e a participação nas aulas de
Educação Física na escola para não haver dificuldades de integrá-la à vida adulta.
Infelizmente a natação ainda é um esporte pouco difundido no ambiente escolar,
principalmente em se tratando de instituições públicas de ensino.
Estudos apontam que crianças e adolescentes que se mantêm fisicamente
ativos, apresentam menor probabilidade de se tornarem adultos sedentários,
obtendo então melhor qualidade de vida, pois a mudança de hábitos e atitudes já
estabelecidos na fase adulta representa uma tarefa bastante complexa e, muitas
22
vezes, os resultados são insatisfatórios (ALVES et al, 2005; BRACCO et al, 2003;
BARUKI et al, 2006).
Indivíduos fisicamente ativos experimentam melhor desempenho no trabalho e/ou na escola, adquirem melhores hábitos nutricionais, apresentam menores índices de aquisição de hábitos nocivos à saúde como tabagismo, alcoolismo e utilização de outras drogas, sendo assim menos sujeitos ao estresse (SALLIS; PATE; HASKELL apud BRACCO et al, 2001, p.46).
Sendo assim, é fundamental estimular precocemente a AF nessa faixa etária,
para a promoção e/ou manutenção da saúde e prevenção de diversas doenças
crônicas não transmissíveis, ou seja, não infecciosas, originadas a partir da
inatividade física.
3.2 FATORES QUE INFLUENCIAM A PRÁTICA DA ATIVIDADE FÍSICA
Motivos e motivação para iniciar uma AF e/ou exercícios físicos não faltam, o
difícil é permanecer com a mesma empolgação de antes. Os objetivos esperados
geralmente não chegam tão facilmente e rapidamente como gostaríamos, pois além
de gerarem um estresse ao corpo, que não está habituado a essa nova rotina de
exercícios, causam cansaço e um pouco de dor nas regiões exercitadas; e por essa
razão muitas pessoas desistem em um curto período de tempo.
Magill (1984) se refere à motivação como a causa de um comportamento,
definindo-a como alguma força interior, um impulso ou uma intenção, que leva a
pessoa a fazer algo ou agir de certa forma de modo a atingir seus objetivos, e um
dos componentes mais importantes nesse processo são os motivos, ou seja, as
necessidades a serem satisfeitas pelo indivíduo. Para Tresca (2000), o processo
motivacional, que se dá de forma intrínseca, também é uma função incentivadora da
aprendizagem, e os motivos irão encaminhar as informações percebidas
direcionando o comportamento à determinado propósito.
Sobre este aspecto, Saba (2001, p. 66) acredita que:
23
Hábitos anteriores de prática de exercícios criam um sentimento de familiaridade, o que impõe ao praticante autoconfiança e auto-motivação para a prática atual. E estes são sentimentos essenciais para a assiduidade na prática de exercício físico, conduzindo o indivíduo mais facilmente aos patamares de manutenção e aderência.
A automotivação é a capacidade de motivar a si próprio de modo a encontrar
razões e força suficientes para realizar alguma atividade "impulsionado pelas
crenças pessoais, sem grande dependência de incentivos externos como aparência,
saúde ou reconhecimento social" e sem a necessidade de serem influenciados a
fazê-lo por outra pessoa, não desistindo do seu objetivo (SABA, 2001). Segundo
Sallis & Owen (1999) e Dishman (1993), a automotivação tem sido
significativamente associada à participação em AF, tanto no lazer e tempo livre
como em programas supervisionados.
Saba (2001) afirma ainda que a auto-confiança é resultado de um
comportamento menos crítico em relação a si mesmo e à atividade, além da
segurança que se tem na realização da mesma.
De acordo com Thomas (1983), o motivo e a motivação indicam uma
"construção hipotética", isto é, um fenômeno que não pode ser reconhecido e
medido diretamente, por ser incerto, mas que se supõe efetivo, ou seja, real e
seguro, baseado nas observações de comportamento e na teoria do
comportamento. Podemos dizer então que a motivação está diretamente relacionada
e influenciada pelos motivos.
A permanência em um programa de AF é algo mais complicado porque o
indivíduo precisa além dos motivos, continuar motivado e perseverante para
alcançar o objetivo a que se propôs no início. Manter-se na atividade, então, requer
força de vontade, disciplina, gostar e ter prazer na atividade escolhida. Estudos
mostram “que os fatores que influenciam mais poderosamente a adesão inicial são
muito provavelmente diferentes daqueles que afetam a manutenção da atividade
uma vez que iniciada” (ACSM,1994, p.334).
O termo aderência pode ser relacionado com muitos objetivos e implica que
as pessoas decidam-se a se comprometer com planos de mudança de hábitos e
24
reações a estímulos (BRAWLEY; CULOS-REED, 2000). De acordo com Saba,
(2001, p. 61) aderência é comprometer-se 'abraçar uma idéia', ligando-se a ela de
forma permanente ou ao menos duradoura, criando condições para que a prática da
atividade proposta seja continuada de forma prazerosa e produtiva. O mesmo autor
destaca que não basta que o indivíduo inicie a prática, é preciso que ele se
mantenha praticando, isso é aderência (SABA, 2001).
Sobre este aspecto, há uma polêmica entre autores com relação à melhor
terminologia para estudar a entrada e permanência do indivíduo em um progarama
de exercícios físicos. As palavras mais utilizadas na literatura são adesão e
aderência que podem significar a entrada e manutenção, respectivamente (SABA,
2011; ANDREOTTI & OKUMA, 2003; SANTOS & KINIJNIK, 2005). Estas palavras
são originadas de duas palavras latinas formadas a partir do mesmo verbo latino,
"adhaerere" que significa aderir. Alguns autores consideram estas palavras como
sinônimas (PIERIN & MION JR., 2004), pois está explícita em ambas, a idéia de
ligação, união e aprovação, segundo definições encontradas em dicionários de
língua portuguesa.
Baseado nisso, utilizou-se algumas vezes o termo adesão indicando a
entrada do indivíduo em determinada prática de AF, e aderência será utilizada para
se referir a um indivíduo que desenvolveu o hábito da prática de exercícios,
alcançando o estágio de permanência por longos períodos de tempo.
A respeito do tema supracitado, o estudo realizado por Okuma (1997) salienta
que pesquisas e estudos sobre aderência a programas de AF vêm crescendo
bastante, aumentando o interesse de pesquisadores das diferentes áreas de
conhecimento. Desta maneira, é relevante a realização de pesquisas em relação ao
tema, devido à valorização dada à AF nos dias atuais, ao desejo de obter
informações a respeito, e até mesmo dicas do que é preciso sentir, ter e fazer para
dar continuidade a uma atividade que traz inúmeros benefícios, melhorando
bastante a qualidade de vida dos seres humanos.
A relação da aderência com a AF é entendida como a opção pela
permanência em um programa de AF. Nesse sentido é dependente de algumas
variáveis, classificadas por:
25
Martin et al (2000) em individuais, atléticas, interpessoais e ambientais considerando as duas primeiras como as principais. Sallis et al (1997) identificam também componentes interpessoais, sociais, ambientais, e diretrizes públicas variáveis, mas enfatizam os efeitos difusos do ambiente onde as pessoas vivem. Anderssen e Wold (1992) dão importância aos fatores sociais e ambientais, pois os agentes e as situações socializadoras podem interferir mais no aumento da participação nas atividades físicas do que os atributos sociais (GONZÁLEZ e FENSTERSEIFER, 2008, p. 19).
De fato, todas essas variáveis descritas pelos autores exercem enorme
influência na mudança do estilo de vida das pessoas que desejam permanecer
praticando exercícios físicos por períodos prolongados. Algumas influenciam mais
que outras, dependendo das características individuais de cada ser humano,
podendo ser facilmente identificado através de indivíduos que já vivenciaram ou
estão vivenciando esta experiência.
Pitanga (2004) descreve os determinantes da AF em quatro categorias:
Variáveis demográficas: (idade, sexo, nível sócio-econômico, grau de instrução);
Variáveis cognitivas: (percepção de barreiras, intenção para o exercício, distúrbios de humor, percepção sobre a saúde, auto-eficácia, percepção do esforço);
Variáveis ambientais: (clima, facilidade de acesso aos locais apropriados);
Suporte social: (família e amigos).
Os fatores determinantes da aderência à AF dependem dos motivos que
influenciam o comportamento do praticante ininterruptamente, são eles: o prazer; a
escolha da AF; a sensação de satisfação; o bem-estar físico e psicológico; o
histórico de atividade; a autoconfiança (dificuldade do exercício); a auto-motivação
(crenças pessoais); fatores psicológicos; manutenção e/ou recuperação da saúde;
estética; família, amigos e colegas (companhias); o ambiente em que se constitui; e
a mídia que possui um poder incrível na formação de opinião pública devido às suas
características de instantaneidade e simultaneidade as quais influenciam
diretamente nos processos educativos, cognitivos, percepções, maneiras de pensar
e agir.
26
Sobre este aspecto, Saba (2001, p. 69), traz que:
A mídia é certamente um elemento de influência no aspecto psicológico dos indivíduos. São vendidos, maciçamente, padrões de saúde, qualidade de vida e bem-estar em todos os meios de comunicação. [...] é a principal impulsionadora do "corpo sadio e belo" como objeto de desejo, inserido em um estilo de vida saudável. [...] Basta uma olhada rápida nos jornais, revistas e, principalmente, na programação televisiva para saber que "exercitar-se" tornou-se um padrão de comportamento. As pessoas magras, com a musculatura desenvolvida, bronzeadas e felizes constituem o modelo. O modelo chamado atualmente de corpo definido.
A estética tem sido alvo de grande preocupação, determinando, muitas vezes,
à procura por centros especializados como as academias de ginástica - que
prometem deixar os "corpos perfeitos" - e até mesmo outros tipos de exercícios ou
esportes em busca da tão sonhada beleza física. No entanto, estudos realizados
revelam que este não tem sido o principal motivo de adesão (entrada) e aderência
(permanência) em determinada prática, mas sim a busca de uma melhor qualidade
de vida de forma geral, pois parecem estar cientes de que a mudança de hábitos e o
comprometimento com uma AF constante trarão, indiscutivelmente, diversos
benefícios gerados de dentro pra fora, e como conseqüência disto, a estética
também será favorecida.
Okuma (1994) defende que "[...] para obter benefícios à saúde, como sentir-
se bem, controlar o peso, melhorar a aparência e reduzir o estresse, são os
principais fatores que levam determinado indivíduo a permanecer em um programa
de exercícios físicos regulares". As influências sociais da família e amigos são,
também, de extrema importância à manutenção de AF, pois este suporte social
incentiva o praticante a manter o interesse em continuar fisicamente ativo.
(DISHMAN, 1998).
A percepção de uma ameaça à saúde leva muitos indivíduos a relacionarem a
prática de exercícios físicos a um provável bem estar. Andreotti e Okuma (2003)
citam ainda que, para Dishman, a recomendação médica para a prática de
exercícios físicos estimula consideravelmente a entrada nos programas
27
principalmente para idosos. Esta, muitas vezes, ou, se não, na maioria delas, é um
dos fatores determinantes de aderência à AF.
De acordo com a análise de Saba (2001), aulas mal ministradas podem
impedir a manutenção e a permanência no exercício físico. Essa posição é também
compartilhada por Berger Mclnman, pois os dois autores apresentam dados
confirmando que os indivíduos que recebem pouca atenção do corpo técnico tendem
a desistir duas vezes mais do que aqueles que recebem uma atenção maior.
Em se tratando dos professores de Educação Física, é importante considerar
que a competência profissional está diretamente associada ao bom relacionamento
entre as partes, à metodologia aplicada, à criatividade para ensinar fazendo da
aprendizagem um momento prazeroso; na capacidade de se auto-avaliar
constantemente questionando sobre seus métodos, exercícios e planejamento das
aulas, tentando elaborar estratégias de mudança para melhorar seu trabalho de
maneira a motivar, ajudar e orientar adequadamente os participantes,
proporcionando uma permanência satisfatória por parte dos indivíduos, sejam eles
crianças, jovens, adultos ou idosos.
3.3 NÍVEIS DE ATIVIDADE FÍSICA
De acordo com a literatura, para que ocorra uma mudança de comportamento
rumo à permanência em determinada AF, o indivíduo passa por um processo de
desenvolvimento, envolvendo cinco estágios diferentes, os quais se baseiam em
diferentes teorias e modelos teóricos. Prochaska, Diclemente e Norcross (1992),
desenvolveram o modelo chamado de Transteórico para descrever os diferentes
estágios envolvidos na aquisição e manutenção de um comportamento.
Segundo Lessa (1999), o estilo de vida "inclui hábitos e comportamentos
auto-determinados, adquiridos social ou culturalmente de modo individual ou em
grupos [...]". Quando se trata de um estilo de vida, pressupõe-se que o indivíduo
tenha controle sobre suas ações as quais podem ser prejudiciais ou benéficas à
saúde (LESSA, 1999; MINAYO; HARTZ & BUSS, 2000).
28
Desta forma, à medida que os indivíduos avaliam a informação sobre a
necessidade, os benefícios adquiridos e a importância que a prática regular de
exercícios representa em suas vidas, comprometendo-se em tomar atitudes que
fortaleçam sua intenção de modificar-se, no sentido de atingir a meta e adotar ou
alterar um comportamento específico, estará progredindo perante os níveis de AF
(U.S. DEPARTAMENT OF HEALTH AND HUMAN SERVISES et al, 1999).
Martins (2000) reuniu e adequou os estágios de mudança do modelo
Transteórico para a AF, da seguinte forma:
Pré-contemplação: "nem pensei nisso ainda". É o estágio de maior
resistência à mudança de comportamento, pois além de não ter intenção de
praticar AF nem pensam em realizá-la;
Contemplação: "eu penso, mas ainda não deu pra começar". Pode-se
permanecer neste estágio por muito tempo, mesmo tendo vontade de
modificar o seu comportamento, sabem da importância e até planejam iniciar
alguma AF, mas ainda não executam;
Preparação: "ainda estou me preparando"; o indivíduo coloca-se pronto para
iniciar a prática de AF ou a realiza sem regularidade. Nesse estágio
acontecem pequenas mudanças de comportamento;
Ação: "estou fazendo, mas ontem não deu pra fazer". Nesse estágio ocorrem
mudanças nítidas e positivas de comportamento, é o momento em que a
pessoa está empenhada em mudar e adquirir um estilo de vida regularmente
ativo o esforço para superar problemas é decisivo, embora a mudança ainda
não seja permanente (menor que seis meses);
Manutenção: "estou fazendo e sinto falta quando não faço"; nesse estágio o
indivíduo conseguiu permanecer na prática de AF regular por mais de seis
meses e incorporou-a como um hábito, pois têm consciência dos benefícios
dos exercícios, além de prazer e satisfação psicológica decorrente da prática.
Todos nós passamos por alguns ou todos esses estágios em nossas vidas.
Há pessoas que não passam do primeiro, outras chegam até o último, e isso
depende de querer realmente mudar os hábitos que possam comprometer o estado
de saúde, gostar do que faz e ter persistência em sua prática.
29
3.4 HISTÓRIA DA NATAÇÃO
Desde o surgimento da vida na terra, o homem já possuía inúmeras
habilidades e uma tendência natural de realizar ações espontâneas, alheias à razão,
dependendo da necessidade as quais utilizavam como meio de subsistência e para
se manterem vivos. Com o passar do tempo, foi necessário, dentre muitas outras
coisas, aprender a nadar, ou seja, lançar-se no meio líquido e nele se deslocar,
efetuando movimentos de braços e pernas, simultaneamente, para se proteger de
animais ferozes como também de ir à busca de alimentos quando não havia mais
recursos naturais nos lugares onde viviam.
O homem teria aprendido a sustentar-se e locomover-se observando os
animais, daí o estilo conhecido como "nado cachorrinho" executado com a cabeça
fora d'água e batimentos de braços (com angulação próxima de 90 graus) e pernas
em leve flexão (realizando um movimento parecido com o pedalar).
É difícil especificar com exatidão a data em que o homem começou a dedicar-
se à natação. Segundo Catteau & Garoff (1990), a origem se confunde com a da
própria humanidade, referindo-se à necessidade de sua prática para subsistência e
sobrevivência. Citam em sua obra, que o homem raramente entrou em contato com
a água por medo, geralmente isso acontecia por necessidade ou, às vezes, por
prazer.
A natação é uma atividade que pode ser utilizada tanto em balneários, pesca,
exercício, desporto, como também pode ser útil, recreativa e ter fins terapêuticos, de
reabilitação de atrofias musculares e no tratamento de problemas respiratórios.
Bonacelli (2004) relata que, no século XIII a.C., japoneses e chineses praticavam
exercícios físicos aquáticos como práticas médicas, aos moldes das hidroterapias e
das massagens.
De acordo com a Grande Enciclopédia Delta Larousse (1973), os Romanos,
por volta de 310 a.C., já tinham o hábito de nadar nos lagos e nos rios e foi no
mesmo período que surgiram as piscinas dentro dos balneários. Na Grécia, na
mesma época, as piscinas se localizavam dentro dos ginásios e, conta à história que
30
os povos germanos mergulhavam seus filhos em águas geladas para que os
mesmos ganhassem resistência.
Não há registros quanto à origem da prática da natação sem finalidade
esportiva, ou seja, de competição e alto rendimento. Pinturas rupestres datadas de
9000 a.C. revelam que as origens dessa prática se confundem com as da civilização
(CATTEAU & GAROFF, 1990).
Os primeiros grandes nadadores de que se tem notícia foram os assírios,
egípcios, ameríndios e os fenícios considerados excelentes navegadores, cujos
barcos precisavam ser tripulados por pessoas que nadassem bem, a fim de que
pudessem superar os problemas surgidos durante as longas viagens
(ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL, 1981, p. 8013).
Nessa época, o ato de nadar não tinha intenções de competição, e sim
utilitárias (sobrevivência) e de socialização. Este fato pode ser comprovado pela
natação não constar no programa dos Jogos Olímpicos Antigos. No decorrer da
Idade Média, a natação foi contestada pelo fato de as pessoas terem que se despir,
expondo o corpo, atitude essa desaprovada pela igreja na época (LEWIN, 1978
apud RUBIO, 2004).
Ao compararmos este fato com as atitudes atuais, percebe-se uma total
oposição de idéias e costumes de grande parte da população que vive sem pudor
algum, querendo mais é se mostrar mesmo. Em compensação, muitas pessoas
ainda ficam receosas e inibidas ao iniciar a prática da natação por causa da
vestimenta obrigatória, apesar de serem compostas, não expondo exageradamente
o corpo.
A importância da natação como meio de alcançar a beleza física e
conseqüentemente o desenvolvimento harmonioso do corpo, só veio a ser
reconhecida pelos gregos; a ponto de Platão afirmar que o homem que não sabia
nadar não era bem educado (MIRADOR, 1981).
Acredita-se que nesse período a natação já era praticada como competição esportiva e para os melhores nadadores eram construídas estátuas, uma das quais se encontra na Escola de Belas Artes em París. O esporte era incluído, também, no
31
treinamento de guerreiros e os bons nadadores formavam um corpo de destruição das defesas inimigas, localizadas em portos, como fazem os homens-rãs na era moderna (NOVA ENCICLOPÉDIA BARSA, 1998, p. 259).
Wilke (1990) relata que durante a Idade Média, a prática da natação foi
restrita à nobreza e aos militares. Afirma que Nikolaus Wynmann, um professor
alemão de lingüística, escreveu, em latim, no ano de 1538, o primeiro livro sobre
natação, “O Nadador ou o diálogo sobre a arte de Nadar”, o qual foi reeditado em
1968 pelo Instituto Nacional de Educação Física de Madri. Wynmann destacava que
o homem não dominava naturalmente a "arte de nadar" e, portanto, necessitava de
um mestre que o orientasse, devido aos perigos do afogamento. Partia do
pressuposto de que o homem só seria capaz de se manter na superfície, caso
realizasse movimentos específicos para a sua sustentação, os quais eram
inicialmente aprendidos em terra e depois repetidos na água. Por medidas de
segurança, todos os alunos usavam cintas de junco quando se exercitavam na água
(WILKE, 1990).
Catteau & Garoff (1990) afirmam que a origem da pedagogia da natação se
deu, inicialmente, através do ensino da natação para os militares.
A aprendizagem da natação era realizada dentro de um modelo mecanicista, detalhista e metodista que visava mais o plano técnico do que o pedagógico, devido principalmente ao fato de a aprendizagem ter sido iniciada e supervisionada pelos técnicos (LIMA, 2006, p. 11).
Em Roma, a natação também constituía um método de preparação física do
povo, os quais praticavam em magníficas termas, edifícios suntuosos onde estavam
localizadas as piscinas, de tamanho variável, sendo mais comuns as de 100 m de
comprimento por 25 m de largura. Essas termas enormes eram obrigatoriamente
utilizadas pelos jovens de ambos os sexos, pois a natação era uma das disciplinas
do sistema educacional dos romanos, e aqueles que não sabiam ler ou nadar eram
considerados ignorantes (BARSA, 1998).
32
Com a queda do Império Romano e a chegada do Cristianismo, a prática da
natação se desvalorizou até, praticamente, desaparecer durante toda a Idade Média.
Chegou-se a temer, nessa época, que a natação ajudasse a disseminar epidemias.
No Renascimento, algumas dessas falsas noções começaram a cair em descrédito.
Surgiram então, em muitos países, piscinas públicas, a primeira das quais foi
construída em Paris, no reinado de Luís XIV (BARSA, 1998).
Muitos dos estilos de nados desenvolvidos a partir das primeiras competições
Esportivas realizadas, no século XIX, basearam-se no estilo de natação dos
indígenas da América e da Austrália.
A natação começou a ser difundida como esporte na Europa, a partir da
primeira metade do século XIX. Antes do advento das competições quando ainda
não era bem aceita pela aristocracia, principalmente na Inglaterra, que custou a
adotar uma opinião a ela favorável, há registros de proezas individuais como a de
Lord Byron, que em 1910, para convencer nobreza da necessidade de praticar esse
esporte, atravessou a nado o estreito de Dardanelos, percorrendo 1.960m em pouco
mais de uma hora. Repetiu a façanha em 1818, dessa vez, na Itália, ao nadar 10 km
em quatro horas. No Reino Unido, causou sensação o feito do capitão Web, que foi
o primeiro a atravessar o canal da Mancha, em 1875, em 21h45minutos (BARSA,
1998, p. 259).
Foi ainda no Reino Unido, onde já havia, desde 1837, estabelecimentos
balneários e piscinas para a prática da natação, que se realizaram as primeiras
competições esportivas com participação de outros países. Instituiu-se o primeiro
campeonato nacional em 1877. Após as primeiras disputas internacionais, o esporte
difundiu-se na América e no resto da Europa.
Em 1893, o inglês John Arthur Trudgen, com base nas observações feitas
junto aos indígenas da América do Sul, apresentou o estilo Trudgen como um dos
mais rápidos dos já utilizados, e sua prática foi bem aceita. O Trudgen é uma
maneira de nadar semelhante à dos répteis, onde as pernas eram apenas
estabilizadoras da posição horizontal e praticamente não se moviam (MIRADOR,
1981). "A batida de pernas evoluiu, porém, Frederick Cavill observou que os
indígenas australianos nadavam agitando as pernas perpendicularmente à superfície
33
da água. Seu filho Richard Cavill, em 1902, adotou o estilo (crawl australiano) e
bateu o recorde mundial das cem jardas em 1900" (BARSA, 1998, p. 259).
Na França, as competições começaram em 1899, com a participação de
nadadores ingleses e australianos. A partir de então, a natação difundiu-se em todo
o mundo (BARSA, 1998, p. 259).
A Federação Internacional de Natação (FINA), responsável por administrar
competições internacionais nos desportos aquáticos, foi fundada em 19 de julho de
1908, em Londres, no final dos Jogos Olímpicos de Verão realizados neste mesmo
ano pelas federações belga, britânica, dinamarquesa, finlandesa, francesa, alemã,
húngara e sueca. Sua rede fica em Lausanne na Suíssa.
Os estilos de nados foram se aperfeiçoando e evoluindo no decorrer dos
tempos. Atualmente, a natação é praticada em quatro estilos, sendo eles o crawl
(comumente chamado de nado livre) o mais rápido de todos; costas, em que a
batida de pernas é semelhante à do crawl; peito, o mais lento dos estilos e
golfinho/borboleta, que surgiu como uma variação do nado de peito. Nas provas de
nado livre, os nadadores podem escolher qualquer um dos estilos, mas quase
sempre optam pelo crawl, por ser o mais rápido.
A natação surgiu no Brasil como esporte em 1898, quando o Clube de Natação e Regatas, no Rio de Janeiro, realizou o primeiro campeonato brasileiro. A competição constituiu-se de uma única prova, de 1500m nado livre, disputada apenas por homens e realizada no trecho situado entre a Fortaleza Villegagnon e a praia de Santa Luzia. A partir de 1913, o campeonato brasileiro passou a ser promovido pela Federação Brasileira das Sociedades de Remo, sob a denominação de "concursos aquáticos", na enseada de Botafogo. O esporte passou a ser controlado, em 1914, pela Confederação Brasileira de Desportos, responsável a partir de então pela organização das competições em âmbito nacional (BARSA; 1998, p. 260 e 261).
Atualmente, a responsável por organizar as competições oficiais das cinco
modalidades Olímpicas (natação, nado sincronizado, pólo aquático, saltos
ornamentais e maratona aquática) é a Confederação Brasileira de Desportos
34
Aquáticos (CBDA), que surgiu em 1988 a partir da antiga Confederação Brasileira de
Natação.
A primeira piscina de competição foi inaugurada em 1919, no Fluminense
Futebol Clube do Rio de Janeiro. "Somente quatro anos mais tarde, em 1923, os
paulistas que competiam no Rio Tietê, construíram sua piscina, na Associação
Atlética São Paulo "(MIRADOR, 1981, p. 8014).
O grande nome da natação nesse período foi Abraão Saliture, vencedor de
vários campeonatos (1901, a 1906 e 1909 a 1920). Somente a partir de 1935 as
mulheres entraram oficialmente nas competições. Destacaram-se inicialmente Maria
Lenk, vencedora de todas as provas realizadas nesse ano e Piedade Coutinho,
vencedora do campeonato de 1941(BARSA, 1998, p. 261).
O Brasil projetou-se internacionalmente com alguns nadadores que obtiveram
marcas mundiais: Maria Lenk, recordista mundial nas provas de 2300 e 400m, nado
de peito em 1939; Manuel do Santos, que em 1961, no Rio de Janeiro, nadou os
100m nado livre em 53s6, recorde mundial até 1964; José Sílvio Fiolo, em 1968
estabeleceu a marca mundial 1min06s4 para os 100m nado de peito; e Ricardo
Prado, que se tornou em 1984 recordista mundial dos 400m medley, com
4min19s78. Na década de 1990, uma geração de nadadores brasileiros, entre eles
Gustavo Borges, Fernando Scherer, Rogério Romero, Daniela Lavagnino, Adriana
Pereira, Patrícia Amorim e Ana Azevedo, quebrou recordes sul-americanos e
mundiais (BARSA, 1998, p. 261).
3.5 CARACTERÍSTICAS DA NATAÇÃO
Natação é o ato de mover-se na água por impulso próprio, com movimentos
combinados de braços e pernas (BARSA, 1998, p. 258). Outro conceito que a
Enciclopédia Mirador Internacional (1981) traz é que a natação é o ato de auto-
propulsão e auto-sustentação na água, para o que se exige a conjugação de boas
condições físicas e psicológicas.
35
Considerada o exercício físico mais perfeito, tem inclusive transcendido seu aspecto esportivo para ser utilizada também como terapêutica. Pela importância de que se reveste na vida do homem comum, como meio de defesa contra afogamentos, não são poucos os que se batem pela sua inclusão como disciplina obrigatória nas escolas (MIRADOR, 1981, p. 8013).
Sites da internet, dentre os quais não podem ser considerados "fidedígnos"
para serem mencionados numa pesquisa desse porte, mas que por se aproximarem
bastante das definições anteriores, traz informações que as complementam quando
afirmam que nadar é a capacidade do homem e de outros animais de se deslocar no
meio líquido através de movimentos simultâneos de braços, pernas e respiração,
geralmente sem ajuda artificial.
A natação é um esporte aeróbio, individual de exercícios repetitivos, no qual
muitas pessoas acham/pensam que é praticado apenas por atletas de alto
rendimento com finalidades específicas de competição, pois é bastante distante da
realidade da maioria da população por ser realizado em piscinas particulares com
custos mensais, além de não ser tão divulgado pela mídia quanto o futebol, a não
ser em épocas de olimpíadas.
Porém, hoje em dia, ela está bem mais acessível que antigamente, podendo
ser praticada por qualquer pessoa de todas as faixas etárias, desde bebês a adultos
da 3ª idade, respeitando os níveis de habilidade individuais (iniciante, intermediário e
avançado), também pode ser praticada como esporte competitivo, terapia ou
simplesmente como uma forma de relaxamento para aliviar o estresse do dia-a-dia,
ou seja, tudo que o brasileiro precisa nos dias atuais.
Segundo o Jornal Folha do Oeste3 de 22 de dezembro de 2010, a natação
pode ser encarada como um desporto de competição, um "recurso" utilizado em
diversos tratamentos e tipos de terapias, ou apenas como uma forma de reduzir as
tensões diárias, sendo também uma ótima forma de vencer o sedentarismo. A água,
"matéria-prima" da natação, detém características relaxantes e melhora as funções
3 Disponível em <http://www.adjorisc.com.br/jornais/folhadooeste/impressa/cadernos-especiais/mais-
vida/natac-o-um-esporte-ao-alcance-de-todos-1.582906> FOLHA DO OESTE. Natação: um esporte ao alcance de todos. Santa Catarina, 22 dez. 2010. Cadernos Especiais.
36
orgânicas, sendo desprovida de efeitos agressivos. Desta maneira, em qualquer
circunstância, idade, sexo ou profissão, salvo em situações de desaconselhamento
médico, todas as pessoas podem praticar natação, com grandes benefícios para a
saúde.
A natação é um esporte que exige bastante disciplina, força de vontade,
determinação e persistência para se aprender os quatro estilos de nados, por isso é
preciso que o professor seja bastante cauteloso, principalmente com alunos
iniciantes, sejam eles, crianças, jovens, adultos ou idosos; adotando uma
metodologia de ensino que respeite as limitações e os medos dos mesmos,
passando o máximo de confiança e segurança e, ao mesmo tempo, estando atento
para não queimar as etapas da seqüência pedagógica que são extremamente
importantes no aprendizado; pensando em exercícios educativos que conduzam as
adaptações ao meio líquido, a adaptação respiratória, a adaptação óculo-visual, a
flutuação e o deslize, para, a partir daí, iniciar as técnicas dos nados crawl, costas,
peito e borboleta/golfinho.
Quando o aluno aprende os movimentos dos estilos, como coordenação dos movimentos da perna, braços e respiração específica, inicia o aperfeiçoamento da técnica e a melhora do condicionamento físico. Durante a fase do aprendizado, os alunos pouco melhoram sua condição fisiológica, por exemplo, aeróbia. A partir do aperfeiçoamento é que acontece significativa melhora (LIMA, 2006, p. 50).
Neste período, muitas pessoas podem se desinteressar, desestimularem-se e
até desistir do esporte, especialmente aqueles que têm mais dificuldade e
permanecem durante alguns meses sem apresentar evolução nos movimentos,
demorando mais tempo para conseguir se adequar às necessidades mencionadas.
Embora o aprendizado da natação seja aparentemente difícil, a conquista do
sentimento de segurança tem como conseqüência um maior relaxamento, tornando
as próximas etapas mais fáceis pelo fato da água:
[...] apresentar propriedades que facilitam a locomoção sem grande esforço, pois a sua propriedade de sustentação (empuxo) e eliminação quase total da força da gravidade podem, aliviar o estresse sobre as articulações que sustentam o peso do corpo, auxiliando no equilíbrio estático e dinâmico, propiciando, dessa forma, maior facilidade na execução dos
37
movimentos que em terra seriam muito mais difíceis ou impossíveis de serem realizados sem auxílio (COSTA apud CAMPION, 2000, p. 79).
Este é um fator determinante na escolha desse esporte, pois essas são
características fundamentais para a indicação de médicos e fisioterapeutas. Há
algum tempo atrás, a recomendação médica para diversas patologias era de se ficar
em repouso absoluto, com o tempo perceberam que seus pacientes, ao ficarem
parados sem se exercitar durante certo período, apresentavam inúmeras
dificuldades em se movimentar e realizar atividades simples do cotidiano. A partir daí
foram realizados diversos estudos em relação a este assunto, os quais confirmaram
que fazer atividades físicas supervisionadas por profissionais da área de saúde
podem de fato melhorar, amenizar ou pelo menos manter a condição física atual
desses pacientes.
É necessário salientar a existência de doenças ou quadros clínicos em que
ainda é terminantemente proibida a execução de exercícios, daí a importância de se
passar por uma avaliação médica antes de iniciar qualquer AF ou esporte, pois só
ele poderá dizer quais as limitações de cada indivíduo.
3.6 BENEFÍCIOS DA NATAÇÃO
Os benefícios adquiridos através da natação são inúmeros. Essa talvez seja a
razão maior de aderência a este esporte, pois ao nadar todos os quatro estilos de
nados (crawl, costas, peito e borboleta) a pessoa estará trabalhando todos os
grupamentos musculares e, ao mesmo tempo, auxiliando na redução da gordura
corporal, aliviando tensões, além de ser um esporte excelente na recuperação de
lesões devido ao fato da água amortecer os impactos, ou seja, o risco de sofrer
lesões para quem pratica natação é quase nulo.
Atualmente a natação é uma das atividades físicas mais recomendadas não somente aos portadores de asma brônquica, devido ao seu ótimo poder de fortificar e tonificar os músculos das vias respiratórias, mas também por sua
38
contribuição no aspecto neuromotor, sendo que cabe aos professores alertarem aos pais quanto a possíveis problemas neurológicos, auxiliando na prevenção e tratamento (LIMA, 2006, p. 13).
O mesmo autor afirma que outro fator importante desse esporte é a faixa
etária, pois é uma das atividades físicas que as pessoas podem praticar, com
mínimas restrições, desde o nascimento até o fim da vida. Sabe-se de nadadores
centenários que ainda participam de eventos masters. No Brasil encontramos o
exemplo da nadadora Maria Lenk que aos 85 anos, demonstrando alegria,
motivação, e tenacidade, participa de campeonatos de mastrs e está sempre na
borda da piscina com seu material, pronta para dar umas braçadas, seja entregando
prêmios no Troféu Brasil ou em qualquer piscina ao redor do mundo.
A natação diminui o risco de incidência de doença cardiovascular, reduz a
freqüência cardíaca, estimula a circulação sanguínea, aumenta a autoestima,
retarda o envelhecimento, além de ser um dos grandes aliados no combate ao
estresse, pois a enorme concentração necessária para conciliar respiração e
movimentos leva a uma sublimação das tensões e a um distanciamento dos
problemas do quotidiano.
A natação leva ainda ao exercício de todas as articulações, potência, agilidade e promove a lubrificação destas, contribuindo para o alívio das dores resultantes das artroses. Patologias como a fibromialgia têm na natação uma calma dos sintomas dolorosos, à semelhança de outras que impliquem padecimentos relacionados com a dor. Em acréscimo, a natação ajuda a queimar calorias (podendo chegar à 600 por hora) e colabora na definição da silhueta. Aperfeiçoa, também, a coordenação motora e ativa a memória, na medida em que garante uma excelente oxigenação cerebral. (JORNAL FOLHA DO OESTE, 2010).
É importante ressaltar que para obter todos estes resultados é necessário, em
primeiro lugar, ser perseverante na prática regular da atividade, não desistindo
diante das dificuldades que, por ventura, ocorram, pois no caso da natação, é com a
repetição dos exercícios que adquirimos a técnica de nadar os quatro estilos e após
estas etapas mais complicadas é que o indivíduo irá usufruir dos benefícios
proporcionados por ela.
39
4 METODOLOGIA
4.1 Modelo do Estudo
O presente estudo constituiu-se a partir de uma abordagem quantitativa que
com base em Minayo (2007); Lakatos et al (1986) "consideram que tudo pode ser
quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para
classificá-las e analisá-las, exigindo o uso de recursos e de técnicas estatísticas
(média, desvio padrão, percentuais, etc.)".
Utilizou-se o tipo de pesquisa direta de campo, que se caracteriza pela busca
de dados diretamente da fonte de origem, àquelas em que as condições de controle
das variáveis modificam com o ambiente e interferem na resposta. Empregou-se o
método descritivo, que tem como características observar, registrar, analisar,
descrever e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los, procurando
descobrir com precisão a freqüência em que um fenômeno ocorre e sua relação com
outros fatores. (MATTOS; ROSEETTO JR. E BLECHER, 2004)
A forma de estudo pode ser classificada como exploratória e descritiva, que
de acordo com Mattos et al (2004, p.15 apud CERVO; BERVIAN, 2002) além de ter
a finalidade de familiarizar-se com o fenômeno e obter uma nova percepção a seu
respeito, descobrindo assim novas idéias em relação ao objeto de estudo, ao
mesmo tempo descreve as características, propriedades ou relações existentes no
grupo ou da realidade em que foi realizada a pesquisa.
Este estudo procurou identificar os fatores que influenciam na permanência
de indivíduos na prática da natação, em dois clubes mais antigos da cidade de
Alagoinhas – Bahia que oferecem este esporte, os quais foram escolhidos devido à
experiência de seis anos consecutivos entre aprendizado, prática do esporte e
estágio durante certo período. O conhecimento dos funcionários dos clubes também
influenciou na escolha, por facilitar na acessibilidade e na permissão de fazer a
pesquisa.
40
Inicialmente foi enviado um ofício solicitando a autorização (ANEXO A) e
apoio das direções dos clubes e dos seus respectivos professores de natação, para
a realização da pesquisa, explicando os objetivos da mesma e como seria a
aplicação dos questionários. Logo após a permissão da direção, foram coletados os
dados, primeiramente fazendo um levantamento dos alunos matriculados no mês de
janeiro de 2010 a janeiro de 2011 em seus devidos arquivos.
Para a concretização dessa investigação, antes de serem aplicados os
questionários, foram dados a todos os alunos entrevistados, o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B), informando o tema e o objetivo do
estudo, respeitando os direitos de terem suas identidades preservadas, de receber
esclarecimentos relacionados à pesquisa, e de se retirarem a qualquer momento
deixando de participar do estudo.
4.2 Amostra
A amostra deste estudo foi composta por 42 indivíduos de ambos os gêneros,
sendo eles crianças, adolescentes, jovens e adultos de todas as faixas etárias, com
média de idade de 25,69 ± 13,84 anos; freqüentadores de dois clubes da cidade da
Alagoinhas-Bahia, praticantes do desporto natação com assiduidade de 2 a 3 vezes
semanais, em sua maioria.
4.3 Local do Estudo
Os clubes investigados estão situados na cidade de Alagoinhas, a 119 km de
Salvador, capital da Bahia, a qual possui uma área de unidade territorial de 752,389
Km ², densidade demográfica de 188,66 (hab./Km ²) e tem uma população estimada
de acordo com o censo do IBGE do ano de 2011 de 141.949 habitantes, sendo
67.212 homens e 74.737 mulheres. Na supracitada cidade, encontram-se várias
faculdades privadas e o segundo maior campus universitário da UNEB
41
(Universidade do Estado da Bahia), Campus II, oferecendo sete cursos, dentre eles
o de Licenciatura em Educação Física.
4.4 Características dos Clubes
Os dois clubes escolhidos para a realização deste estudo são os mais antigos
da cidade, sendo o clube ACRA (Associação Cultural e Recreativa de Alagoinhas),
antigo "Clube Social" com 90 anos no mercado, fundado em 7 de dezembro de
1921, através de um grupo de amigos que realizavam bailes carnavalescos num
espaço situado na Central de Abastecimento, os quais fizeram tanto sucesso que o
local ficou pequeno, época em que compraram o terreno onde atualmente é o clube
– Rua Marechal Deodoro, 326, Centro – e aos poucos compraram os terrenos ao
lado até virar o que é hoje a Associação Cultural e Recreativa de Alagoinhas. Possui
um salão social e um palco, academia de ginástica e musculação, uma piscina
olímpica e uma quadra poli–esportiva.
O Tênis Clube de Alagoinhas foi fundado em 01 de outubro de 1958, ou seja,
tem 53 anos. Em 12 de outubro de 1959, recebeu como doação um terreno de 3200
m², na Rua Professora Maria Feijó, nº 33, Centro. Possui um salão social e um
palco, onde são realizados vários eventos, um salão de jogos, onde acontecem as
aulas de dança de salão e forró, uma piscina de adulto com 24m comprimento por
12m de largura e outra de criança, onde acontecem às aulas de natação,
hidroginástica e sessões de fisioterapia com profissionais qualificados na área,
possui ainda uma quadra poli-esportiva, onde são realizadas aulas de Educação
Física de alguns colégios da região e uma sala para Associação de futebol de mesa,
(AFMA) fundada no ano de 1965.
42
4.5 Funcionamento dos Clubes
No clube ACRA, as aulas acontecem de segunda a sexta-feira, no turno
vespertino, das 16 às 20 horas; e nos dias de terça, quarta e quinta-feira, no turno
matutino, das 6 às 7 horas. O atual professor de natação é formado em Educação
Física pela UEFS. As matrículas são mensais, com a escolha de fazer aulas de
natação de uma a cinco vezes na semana, tendo um preço para cada opção dessas.
O clube também dá a alternativa de fazer a quantidade de dias que o aluno quiser e
tiver disponibilidade de tempo sem pagar a matrícula mensal, pagando apenas a
diária, facilitando a prática do esporte para àqueles que não podem fazer o mês
inteiro.
No Tênis Clube há apenas uma opção de praticar natação. As matrículas são
mensais com três aulas semanais em dias alternados, ou seja, efetua-se o
pagamento e faz o mês inteiro. Os professores atuais são formados em Educação
Física pelas universidades – UNEB Campus II e UEFS. Os sócios têm desconto na
mensalidade, podendo usufruir da piscina aos finais de semana com seus
convidados, apresentando sua carteirinha.
4.6 Instrumento de Medida
Utilizaram-se como instrumento de coleta de dados, as fichas dos alunos
matriculados no mês de janeiro de 2010 a janeiro de 2011, nos arquivos das
secretarias dos clubes; além de um Questionário (IDAPRAN - Instrumento
Diagnóstico de Adesão à Prática da Natação), classificado como estruturado,
contendo dezesseis perguntas fechadas com alternativas determinadas, sendo que
três delas eram abertas, no caso de as opções dadas não
contemplarem/representassem os reais motivos de adesão (entrada) e permanência
na prática da natação.
De acordo com Cervo e Bervian (2002), o questionário é a forma mais
utilizada para coletar dados, possibilitando medir com exatidão o que se deseja
43
desde que as questões estejam claras para que o informante responda com
precisão, evitando dúvidas.
O instrumento foi validado e pré-testado anteriormente à coleta dos dados, no
intuito de identificar possíveis problemas de linguagem, de estrutura lógica ou
quaisquer outros fatores que pudessem prejudicar o entendimento dos mesmos.
4.7 Coleta de Dados
Como forma de coleta de dados, utilizou-se um questionário com todos os alunos
que foram encontrados freqüentando as aulas de natação, abordados antes de
iniciar a atividade, quando chegavam mais cedo e se disponibilizavam a responder
naquele momento ou após terminarem a aula. Os questionários foram respondidos
individualmente sob a supervisão direta do pesquisador para quaisquer
esclarecimentos. É necessário destacar que todas as respostas foram efetivadas
pelos alunos exceto uma aluna que tinha apenas 5 anos e sua mãe respondeu por
ela enquanto a mesma nadava. Estes dados foram colhidos durante todo o mês de
maio de 2011 e analisados em julho deste mesmo ano.
4.8 Análise dos Dados
A análise de dados foi feita a partir das estatísticas descritivas (média, desvio
padrão e percentual), utilizando o software da Microssoft Office Excel 2007 na
construção dos gráficos e da tabela, cujos dados foram apresentados em forma de
percentagem.
É importante ressaltar que na questão nº 10, sobre a proximidade de suas
casas ao local da prática, não houve nenhum parâmetro específico de análise, a
forma de resposta foi aleatória, ou seja, os alunos respondiam conforme achavam.
Na questão de nº 11 foi utilizado como critério de análise a seleção dos 5
principais motivos de adesão à prática da natação mais votados pelos entrevistados,
44
dentre as 16 frases listadas, onde os mesmos deveriam colocar o nº 1 para o
principal motivo, o nº 2 para o segundo principal motivo e o nº 3 para o terceiro
principal motivo em ordem de importância.
Na última questão, também foram selecionadas pelo orientador da pesquisa,
as 19 justificativas, dentre as 32 listadas na tabela, mais relevantes para este estudo
sobre a permanência de indivíduos na prática da natação.
45
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados identificados nesta pesquisa foram analisados e discutidos
neste capítulo através das respostas obtidas pelo questionário IDAPRAN, aplicados
no mês de maio de 2011, nos dois clubes da cidade de Alagoinhas - Bahia, para
todos os alunos que praticam o desporto Natação.
No levantamento do número de matriculas feitas no período de janeiro de
2010 à janeiro de 2011, verificou-se que 146 alunos foram matriculados no clube
ACRA e apenas 49 alunos foram matriculados no Tênis Clube.
Para iniciar, apresentaremos as principais características dos entrevistados;
assim, verificou-se que, conforme demonstrado no gráfico nº 1, a maioria é do sexo
masculino, demonstrando que os homens estão mais envolvidos com a prática da
natação do que as mulheres ou ainda parecem ter mais tempo livre para tal
propósito.
Gráfico 1: Características quanto ao gênero dos alunos.
Alguns estudos (COUSINS & KEATING, 1995; KING et al, 1992;
VERTINSKY, 1995) encontraram níveis de AF auto-gerida mais baixos entre as
46
mulheres do que entre os homens, particularmente em indivíduos mais jovens,
persistindo as diferenças para adultos mais velhos, apesar de menos acentuadas.
Parece que as diferenças entre os sexos são mais evidentes para atividades de alta
intensidade e são menores para níveis moderados de atividade (COUSINS &
KEATING, 1995).
De acordo com o gráfico nº 2, os entrevistados tinham faixa etária de 5 a 54
anos, sendo eles crianças, adolescentes, jovens e adultos, com média de idade de
25,69 ± 13,84 anos.
Gráfico 2: Características conforme a faixa etária dos alunos.
Não foi encontrado nenhum idoso praticando este esporte durante todo o
período da pesquisa de campo, mas isso não quer dizer que pessoas com faixa
etária acima de 60 anos não façam natação, essa pode não ser a AF mais
procurada por eles, entretanto, em se tratando do meio aquático, a hidroginástica
parece ser mais apreciada, escolhida e praticada por idosos. As atividades mais
recomendadas por médicos para essa faixa etária são os exercícios na água:
hidroginástica e a natação. Exercícios ideais para pessoas que possuem problemas
ósseos, como osteoporose e artrose, porque na água são reduzidos os efeitos da
47
gravidade sobre as estruturas ósseas e articulares, diminuindo os desgastes e o
impacto, que podem causar fraturas.
De acordo com uma pesquisa realizada pela prefeitura de Curitiba, os idosos
praticam mais AF - independente de ser a natação - que os jovens e os adultos.
39,9% das pessoas na faixa da terceira idade praticam AF, contra 21,7% dos demais
adultos, entre 18 e 59 anos. Dentre os motivos, está a maior preocupação com a
saúde e recomendação médica. Segundo Neivo Beraldin, secretário municipal do
Esporte e Lazer, "esta é a primeira pesquisa que quantifica a AF em relação à idade
e ao nível de instrução", um levantamento que ouviu 5.168 adultos e 1.168 idosos
(JORNAL O POVO4, 21 de maio, 2008).
A prática da natação pelas crianças e adolescentes, ainda estudantes,
demonstra o cuidado e o investimento dos pais no desenvolvimento dos mesmos, já
que os benefícios proporcionados são inegáveis como o aumento da resistência
cardiorrespiratória e muscular, melhora na coordenação, no equilíbrio, na agilidade,
na força, na velocidade, desenvolve habilidades psicomotoras como a lateralidade,
as percepções tátil, auditiva e visual, as noções espacial, temporal e de ritmo,
sociabilidade e autoconfiança, além de ser uma medida de segurança, pois prepara
o psicológico e neurológico para o auto-salvamento evitando possíveis acidentes.
Para Costa et al (2004), os pais também têm grande participação na iniciação
de hábitos da AF de seus filhos, levando-os para praticarem esportes e caso não
tenham tempo nos dias úteis, preencha os finais de semana com jogos e
brincadeiras que exijam a participação ativa da criança.
Sobre este aspecto, Dishman (1998) discorre que as influências sociais da
família e amigos são, também, de extrema importância à manutenção da atividade
física, pois este suporte social incentiva o praticante a manter o interesse em
continuar fisicamente ativo.
4 Disponível em <http://portaldoenvelhecimento.org.br/noticias/artigos/idosos-fazem-mais-atividade-
fisica-do-que-jovens-e-adultos.html> JORNAL O POVO. Idosos fazem mais atividade física do que jovens e adultos. 21 maio, 2008.
48
Conforme pode ser obervado no gráfico nº 3, com relação ao estado civil dos
entrevistados o percentual maior foi de solteiros, seguido dos casados, separados e
divorciados.
Gráfico 3: Características conforme o estado civil dos alunos praticantes da
natação.
Por serem solteiros, na maioria das vezes, os indivíduos possuem mais
disponibilidade de tempo para se cuidarem, pois têm menos responsabilidades e
menos gastos, ficando mais fácil a permanência em qualquer modalidade esportiva.
Neste estudo foram identificados 16 solteiros, dentre os 32 registrados, que aderiram
à natação, três praticam de 6 meses a 1 ano, treze a mais de 2 anos, os quais dois
com 11 e 15 anos de prática, este último se constitui no atleta que começou a
praticar natação aos dois anos de idade, estando atualmente com 17 anos.
Para os indivíduos casados, geralmente é mais difícil iniciar e dar
continuidade à prática da natação devido às inúmeras responsabilidades com filhos,
escola, trabalho, mas existem aqueles que conseguem administrar bem tudo isso, o
que depende também e, principalmente, no caso da natação, de se ter uma boa
condição financeira, o que é o caso de 5 dos nossos entrevistados que apesar de
serem casados permanecem praticando esse desporto, sendo que um deles pratica
49
de 6 meses até 1 ano, outro a mais de 2 anos, outros dois a 11 anos e outro a 10
anos.
Friis et al (2003) também verificaram que idosos viúvos, divorciados e
solteiros tendem a participar mais de AF e de caminhadas do que os casados. Para
eles, o idoso casado dificilmente se engaja na AF se o cônjuge não estiver
envolvido, criando assim uma barreira para a prática regular de exercícios físicos.
Referente ao grau de instrução, a maior parte está cursando o Ensino
Fundamental, seguido do Nível Superior Completo, Ensino Médio Completo, Ensino
Fundamental Completo, Nível Superior Incompleto, Ensino Médio Completo e a
minoria fez Pós Graduação.
O gráfico nº 4 demonstra que todos os entrevistados possuem algum grau de
escolarização, seja ela a educação básica, formada pela educação infantil, ensino
fundamental e ensino médio, como também educação superior.
Gráfico 4: Características conforme o grau de instrução.
Este é um dado interessante, pois podemos observar e concluir que a
ausência de indivíduos com baixo ou nenhum nível de escolaridade se dá pelo fato
de não terem acesso a conhecimentos básicos, seus trabalhos/empregos tendem a
50
ser mal ou pouco remunerados, não permitindo a prática desta modalidade, a qual –
nesta cidade - só existe em locais privados. Diversos autores afirmam que os
maiores níveis de escolaridade e os maiores níveis sócio econômico têm maior
probabilidade de se engajar regularmente em exercícios físicos do que os com
menor nível escolar e de renda.
Saba (2001, p.45) afirma que o nível de informação é fundamental, pois a
relação entre AF e saúde quase sempre depende do conhecimento da importância e
necessidade da exercitação física para a qualidade de vida e seu prolongamento.
O nível de escolaridade também apresenta resultados controversos. Franklin
(1998) citado por Saba (2001), sustenta que os praticantes devem ser educados
quanto ao exercício físico para que ocorra a aderência, independente do nível de
educação formal. Dishman (1994) aponta correlação positiva entre o grau de
escolarização e adesão ao exercício físico. Andreotti e Okuma (2003), mostram
dados de países como o Canadá, Austrália e Estados Unidos onde grupos com
maior grau de instrução são de 1,5 a 3,1 vezes mais ativos do que aqueles com
nível mais baixo de instrução. Entretanto, Santos e Kinijnik (2005) apresentam, como
resultado de pesquisa, que a prática de exercícios físicos parece não estar vinculada
ao grau de instrução.
De acordo com o gráfico nº 5, as profissões dos entrevistados variaram
bastante, desde estudantes, como professores, técnicos de diferentes setores,
administradores, engenheiros, eletricista e auxiliar de coordenador, como mostra o
gráfico a seguir:
51
Gráfico 5: Características conforme as profissões dos alunos.
Percebe-se pela maioria das profissões que são pessoas de classe média, ou
seja, com boa condição financeira, facilitando tanto a entrada (adesão) como a
permanência (aderência) a esta AF, já que este é um item dificultador para a maioria
da população, pois não há lugares públicos nem mesmo escolas oferecendo esta
modalidade esportiva na cidade, pelo custo bastante alto com a construção, limpeza
e manutenção das piscinas. Tahara et al (2003), citam que o alto preço das
mensalidades é uma das dificuldades encontradas para a prática regular de
exercícios físicos, o que não foi o caso dos alunos entrevistados.
A ocupação profissional também é um fator que determina a adesão e a
aderência, podendo facilitar e em algumas situações interferir nesse processo. Para
Dishman (1994), há evidências de que a estrutura ou organização do emprego
influencia o tempo disponível para a prática de exercícios, pois existem profissões
que exigem demais dos indivíduos não dando tempo para praticarem atividades
físicas ou mesmo deixando-os tão cansados a ponto de não terem disposição para
este fim, além dos horários em que as aulas de natação acontecem, muitas vezes,
não serem flexíveis o bastante para que os indivíduos possam ingressar.
52
Pierin e Mion Jr (2004) e Okuma (1994) também afirmam que a ocupação
profissional pode estar relacionada com a adesão a exercícios físicos, na medida em
que oportuniza os mesmos a participarem mediante ao pagamento das
mensalidades. Dishman (1994) relaciona a adesão ao exercício físico com a renda
dos indivíduos onde grupos de baixa renda têm inatividade reforçada, justamente
pelo fato de não poderem pagar por um esporte como a natação que só é oferecido
em espaços privados.
Realmente, não se pode deixar de levar em conta o nível sócio-econômico, o
nível educacional, a esfera das opções desenvolvidas por um indivíduo, com base
nos referenciais que possui. Certamente o padrão de vida é fator preponderante
para o início das atividades físicas, sua manutenção ou seu abandono (SABA, 2001,
p. 44).
Segundo estudos disponíveis, no que se refere à população adulta, parece
que operáros, grupos com baixo grau de instrução e baixo nível sócio-econômico,
grupos de faixas etárias mais elevadas, e indivíduos com alto risco de doenças
coronarianas são relativamente inativos em seu tempo livre e têm pouca
probabilidade de participarem de programas supervisionados de AF.
No gráfico nº 6, observa-se que quanto à idade que tinham quando iniciaram
a prática da natação, a maior parte tinha de 7 a 12 anos, seguido dos de 13 a 19
anos; dos de 6 anos; de 33 a 39 anos; 26 a 32 anos; 40 a 45 anos; 20 a 25 anos e
nenhum acima de 46 anos.
53
Gráfico 6: Características conforme a idade em que os alunos iniciaram a
prática da natação.
Verificou-se que a grande maioria inicia a prática da natação ainda quando
crianças, seguido dos adolescentes e adultos. Segundo a literatura, um dos
principais fatores de influência no processo de adesão e aderência é o envolvimento
do praticante com os exercícios físicos e esportes em seu histórico pessoal.
Dishman (1994) cita que o passado relacionado com a prática de exercícios físicos
tem grande influência e relevância no prognóstico de atividades futuras. Andreotti e
Okuma (2003) afirmam que pessoas ativas no passado tendem a aderir com
facilidade à prática de exercícios físicos.
Quanto ao horário da prática deste esporte pode-se identificar que 60% faz
aulas no turno vespertino, 26% no noturno, 12% no matutino e 2% no
vespertino/noturno. O horário/turno escolhido para a realização da atividade é um
fator que depende da disponibilidade de tempo que cada um tem, de modo a não
interferir em outros compromissos ou obrigações diárias.
Não existe um horário determinado para praticar exercícios, pois existem
indivíduos que se sentem mais dispostos no período da manhã, outros no período
da tarde e outros no período da noite, mas no fim do dia, na maioria das vezes,
54
nossa disposição para praticar exercícios diminui pelo fato de estarmos mais
cansados com todos os afazeres realizados durante o dia.
Realizar a prática de exercício físico pela manhã parece ser o ideal, pelo fato
de o corpo estar descansado após algumas horas de sono, além da temperatura do
ambiente estar mais favorável à execução do mesmo (isso em se tratando de climas
mais quentes), proporcionando mais disposição durante o dia inteiro. Isso não
significa que o indivíduo não deva realizá-lo ao meio dia, por exemplo, mas desde
que se tomem os devidos cuidados como usar o protetor solar, beber bastante água
para evitar uma possível desidratação e usar roupas e calçados adequados e
confortáveis para a prática, pois se trata de um horário em que a temperatura está
bem mais elevada. Nosso corpo se adequa às mais diferentes situações, por isso é
melhor se exercitar, seja lá qual for o horário, do que não se exercitar.
Ao questionarmos a quanto tempo, mais ou menos, os alunos entrevistados
fazem natação, quase a metade respondeu a mais de 2 anos, e logo após os itens
mais votados foram: mais de 2 meses e menos que 6 meses, de 6 meses a 1 ano e
menos de 2 meses, respectivamente.
Gráfico 7: Percentuais de quanto tempo os alunos praticam natação.
Os indivíduos que praticam de 3 a 6 meses ainda estão começando a
pereceber os benefícios proporcionados pela atividade, já os 12% que praticam de 6
55
meses a 1 ano e os 43% que fazem a mais de dois anos podem afirmar/confirmar
sobre essas melhorias podendo ser uma das causas de permanência na
modalidade.
Pela análise do tempo de atividade, sugere-se que a maior parte dos
indivíduos encontram-se no estágio de manutenção, pois conseguiram permanecer
na prática de atividade física regular por mais de seis meses, incorporando-a como
um hábito; seguido do estágio de ação, onde houve mudanças nítidas e positivas de
comportamento, embora ainda não sejam permanentes, são aqueles com o tempo
de permanência menor que seis meses, e nenhum deles está no estágio de pré-
contemplação, contemplação e preparação como demonstra o gráfico nº 7.
Gráfico 8: Percentuais dos estágios de comportamento em relação à atividade
física.
No mês de maio, quando foram coletados estes dados 60% dos participantes
faziam aulas de natação 3 vezes por semana, 33% duas vezes, 5% quatro vezes e
56
2% cinco ou mais vezes na semana; 88% deles com duração média de 60 minutos a
aula e 12% com duração de 50 minutos. Basicamente, a recomendação dos
profissionais de educação física é praticar uma AF por pelo menos três vezes na
semana de no mínimo 30 minutos a uma hora, e isso é o que a maioria dos
entrevistados está fazendo.
As características da AF em si, como a frequência e duração das seções e
intensidade da atividade, têm mostrado grande importância para a prática a longo
prazo, incluindo as características do programa desde sua organização até a relação
professor-aluno (OKUMA, 1997).
Quanto ao transporte utilizado para se deslocar até o clube, 43% vinha
andando, 35% vinha de carro, 12% de ônibus, 5% de moto e 5% carro/moto. Com
base nestes resultados, percebe-se que a maioria utiliza algum meio de transporte
mesmo aqueles que consideram morar ou trabalhar perto do local da prática.
Os entrevistados que utilizam veículos próprios ou pagos, por um lado é
bastante prático, porque o gasto de tempo é reduzido e chega-se bem mais rápido,
dando a possibilidade de praticar o esporte mesmo quando o tempo é curto, como é
o caso de alguns dos entrevistados, geralmente os professores, que saíam das
instituições de ensino e iam rapidamente até o clube fazer a aula de natação e ao
terminar voltavam imediatamente, dando continuidade aos seus trabalhos. Esse é
um fator positivo, se comparado aos indivíduos que vão andando, pois estes, muitas
vezes, por não terem tempo disponível dificulta, principalmente, a permanência dos
mesmos no esporte. Ao mesmo tempo, essa facilidade tira a possibilidade de
estarem utilizando ainda mais o esforço físico, o qual pode ser considerado como
um prévio aquecimento do corpo antes iniciar a aula se beneficiando ainda mais por
estar fazendo dois tipos de exercícios a caminhada e a natação.
A percepção do tempo disponível é outro fator determinante para a adesão e
principalmente para a aderência. Sobre este aspecto, Saba (2001, p. 81) destaca
que a literatura específica diz que esse fator está fortemente ligado à aderência. Há
quem afirme ser essa a razão prevalecente da desistência e da adoção de um estilo
de vida sedentário. Okuma (1997), citado por Saba (2001, p. 81), aponta que a
percepção de tempo está mais associada à manutenção do que a adesão.
57
A décima pergunta do questionário indagava se o local da prática era longe
ou perto de casa, mas é importante salientar que não foi utilizado nenhum parâmetro
específico para analisar esses dados. Os entrevistados colocavam de forma
aleatória, assinalando o que achavam; então 36% respondeu perto, 33% longe, 19%
muito perto e 12% muito longe; alguns dos que apontaram esta última opção
moravam em outra cidade.
Morar ou trabalhar perto do local da prática esportiva realmente facilita tanto a
entrada como a permanência nos programas de AF; morar longe, por sua vez, é um
dos motivos alegados que dificulta essa tomada de atitude e mudança de
comportamento. Aqueles indivíduos que moram muito longe - como é o caso de um
entrevistado - e ainda caminham certa distância até chegar ao clube, pela sua
atitude, subentende-se que o mesmo tem bastante força de vontade, motivo e
motivação para este propósito.
Na questão seguinte, foram listadas 16 frases as quais os entrevistados
teriam que colocar o número 1 para o principal motivo de adesão (inicio) à prática da
natação, 2 para o segundo principal motivo e 3 para o terceiro principal motivo em
ordem de importância. Assim, foi utilizado como critério a seleção dos 5 motivos
mais votados, o que pode ser observado no gráfico nº 8.
58
Gráfico 9: Percentuais dos cinco principais motivos de adesão a prática da
natação.
Percebe-se, então, que os principais motivos que levaram os entrevistados a
iniciarem a prática da natação foram: em 1º lugar, melhorar o condicionamento
físico; seguido da indicação médica; da preocupação com a saúde e sua devida
manutenção; da sensação de bem estar físico e mental, e por último, pelo
prazer/gostar de realizar a atividade.
Segundo a sociedade mundial de fisiologia do exercício, melhorar o
condicionamento físico é treinar as 10 capacidades ou aptidões físicas através de
adaptações neurológicas e/ou orgânicas. São elas: resistência cardiorrespiratória,
resistência muscular, força, flexibilidade, potência, velocidade, coordenação,
agilidade, equilíbrio e precisão. Quanto mais competente em cada uma delas, mais
condicionado você está, ou seja, um bom programa de treinamento deve conter
exercícios que desenvolvam uma adaptação em cada uma dessas aptidões. O
condicionamento físico pode ser medido pela capacidade de desempenhar bem
determinada tarefa, podendo ser verificado através da comparação de como a
mesma tarefa/atividade era feita antes da realização de um treinamento ou até
mesmo comparado a outros indivíduos.
59
Apesar destes resultados não serem tão semelhantes, podem ser
comparados aos da pesquisa de Alves, Junger, et al (2007), os quais criaram e
utilizaram este instrumento de investigação, o questionário IDAPRAN, com
adolescentes frequentadores de três escolas de natação no estado do Rio de
Janeiro. Nele, os motivos iniciais de adesão que obtiveram melhor pontuação foram
as opções: porque eu sempre gostei de fazer natação; porque meus pais ou
responsáveis decidiram que era importante eu praticar natação; porque o médico me
aconselhou; para melhorar meu condicionamento físico e por último porque eu não
sabia nadar.
O estudo de Freire e Schwartz (2005), no qual foram analisadas 40 pessoas
com faixa etária entre 14 e 65 anos matriculados no curso de natação, revelou que
40% das respostas em relação à procura pelas atividades aquáticas foram
relacionadas aos aspectos da saúde (ajudar na saúde, entrar em forma, disposição,
emagrecer, condicionamento físico, qualidade de vida, sedentarismo) e por ser
considerada uma atividade de baixo impacto; seguido por 22% de motivos
relacionados aos aspectos psicológicos e 22% de motivos ligados ao aprendizado
do esporte e, por último, somente 11% de motivos relacionados aos aspectos
ligados ao prazer e 5% relativos ao relacionamento humano.
Ortega e Silveira (2010), em sua investigação que contou com a participação
de 13 alunos idosos com idades de 60 a 80 anos, praticantes da modalidade de
hidroginástica na cidade de Pelotas, concluiu que a recomendação médica para a
manutenção e melhora na qualidade de vida foi o motivo principal de adesão à
prática da hidroginástica, logo em seguida, veio à influência de amigos, parentes e
vizinhos e o professor considerado como fundamental para o sucesso da adesão à
AF.
Segundo Dishman (1993), há um consenso de que as variáveis conhecidas
que determinam maior ou menor grau de fixação das pessoas aos programas de AF
podem ser categorizadas como fatores pessoais passados e presentes, fatores
ambientais ou situacionais passados e presentes, fatores comportamentais e fatores
relativos ao programa de AF.
60
Em termos de adesão inicial, os determinantes pessoais exercem grande
influência sobre esse comportamento, além de que permitem traçar um perfil dos
praticantes de AFs. De acordo com Dishman (1998), aspectos sócio-demográficos
são fatores que favorecem à identificação de pessoas que provavelmente terão
maior resistência para participarem programas de AF e, assim, tornam–se alvos para
intervenções.
Ao questionar se os entrevistados participam de Competições Oficiais da
Federação de Natação na Condição de Atleta, 95% marcou não e 5% marcou sim,
ficando evidente que nos clubes estudados quase não há indivíduos motivados ou
com objetivos de serem atletas.
Em seguida, foram listadas várias frases que geralmente as pessoas
respondem para justificar o porquê continuam/permanecem praticando natação, as
quais eles deveriam assinalar o nível de importância que cada uma representa em
suas opiniões. Assim, foram selecionados pelos orientadores dessa pesquisa, os
itens com maior relevância para o estudo e os resultados podem ser visualizados na
tabela nº 1.
Tabela 1: Percentuais do Nível de Importância das opções listadas, de acordo
com o perfil e a percepção dos alunos para justificar o porquê continuam
(permanecem) praticando natação.
Eu continuo praticando natação
porque (...)
Muito
importante
Mais ou
menos
importante
Nada
importante
Preciso tratar de uma doença que eu
tenho. 38% 12% 50%
A temperatura da água é agradável. 19% 43% 38%
O local que eu pratico natação é
perto da minha casa. 31% 48% 21%
61
Gosto de fazer atividades físicas
individuais. 45% 26% 29%
Deixa o corpo bonito. 50% 40% 10%
Gosto de fazer novas amizades. 57% 33% 10%
As aulas são bem organizadas. 64% 26% 10%
Utilizo recursos e materiais legais
durante as aulas. 52% 26% 22%
O meu professor de Educação Física
me incentiva. 83% 10% 7%
O professor está sempre criando e
ensinando algo diferente. 83% 12% 5%
Os(as) funcionários(as) do clube são
educados e atenciosos. 78% 17% 5%
Quero ser um atleta. 24% 33% 43%
Posso vencer e ganhar medalhas,
troféus e outras recompensas. 26% 14% 60%
Adoro fazer atividades na água. 74% 24% 2%
Melhora a minha auto-estima. 74% 14% 12%
Evita problemas de coluna,
respiratórios e/ou cardiovasculares 86% 7% 7%
É uma atividade física saudável. 93% 7% 0%
Me faz sentir bem. 93% 7% 0%
62
Melhora a minha condição física. 95% 3% 2%
A opção de se recuperar de uma lesão/doença foi considerada sem
importância pela metade dos entrevistados, confirmando que a maioria não tem
como objetivo a recuperação/reabilitação de doenças, isso de certa forma pode ser
considerada uma boa notícia.
A temperatura da água, mesmo em se tratando de piscinas não aquecidas, e
a proximidade do local da prática não foram avaliadas como fatores muito
importantes para permanecerem praticando natação. Indivíduos que já têm certo
tempo praticando natação estão mais adaptados ao meio líquido, conseqüentemente
não sentem ou não consideram a temperatura da água ser tão importante para a sua
permanência no esporte, mesmo nos períodos de clima mais frio.
Em relação à proximidade do local da prática, Okuma (1994) afirma que além
da distância ao local de prática, a conveniência dos horários também é um fator
importante. Aponta que a percepção de tempo está mais associada à aderência do
que a adesão. A literatura específica apresenta esse fator fortemente ligado à
desistência ou também a adoção de um estilo de vida sedentário. Dishman (1994),
citado por Saba (2001), levanta dúvida quanto à falta de tempo ser um determinante
ambiental ou simplesmente reflexo da baixa habilidade comportamental do indivíduo,
como não saber administrar melhor o tempo. Citam ainda que o pretexto da falta de
tempo possa indicar falta de interesse, envolvimento ou motivação com os
exercícios físicos.
Segundo Saba (2001), horários e locais flexíveis podem ser a solução para
este fator e acredita ainda que a distância, o preço, e a acessibilidade são fatores
fundamentais para a adoção de um comportamento não sedentário. Alguns
trabalhos mais recentes de Dishman, Berger e Mclnman estão de acordo com essa
afirmativa porque os mesmos consideram a distância ao local da prática e a
conveniência dos horários como fatores principais ligados à desistência, pois podem
ser entendidos como barreiras à prática.
63
Os alunos entrevistados não deram muita importância ao valor das
mensalidades para permanecerem praticando natação, sinal de que os mesmos têm
uma condição financeira satisfatória e não precisam se preocupar com este fator.
Os itens: fazer atividades físicas individuais e fazer novas amizades tiveram
boa pontuação em relação à importância, mas nada muito acentuado. Shepard
(1991), citado por Saba (2001), verificou que atividades em grupo apresentam maior
aderência que as individuais. Também relatou que pessoas extrovertidas tendem à
prática em grupo enquanto que as introvertidas à individual. Com relação às
amizades, Saba (2001) coloca que na realização do exercício, a companhia de
colegas que tenham para si os mesmos objetivos auxilia na permanência de todos.
Devido aos padrões corporais pré-determinados pela sociedade e pelas
mídias, esperava-se que o fato da natação deixar o corpo bonito tivesse um maior
percentual de votação em nível de importância, o resultado indica que a estética é
considerada muito importante para 50% dos participantes, 40% avaliou este item
como mais ou menos importante e para 10% dos que compunham a amostra
investigada, este é um fator que não exerce nenhuma influência sobre eles. Isso
demonstra que a beleza física, para o grupo entrevistado, não é prioridade como se
pensava.
Sobre este aspecto, Saba (2001) afirma que com o aumento do tempo de
prática, os benfícios psicológicos passam a preponderar sobre os valores estéticos,
contribuindo para maior adesão. Sabe-se que mesmo tendo outros objetivos que
não os da estética com relação à natação, é obvio que a melhora da aparência
física, por consequência da prática, estimula/motiva ainda mais os indivíduos a
continuarem praticando o desporto.
A organização nas aulas, a utilização de recursos/materiais, o incentivo do
professor, como também a maneira de ensinar e a criatividade do mesmo também
foram bastante votadas, mostrando que tanto o professor como a metodologia
utilizada nas aulas são considerados motivos fundamentais para os praticantes
permanecerem no esporte.
Desenvolver um bom trabalho é se empenhar para que os alunos alcancem
os seus objetivos perante a prática da modalidade, de modo a se sentirem satisfeitos
64
e motivados a continuar e não apenas para obter mais alunos (SABA, 2001). Se, por
um lado, o atrativo estético leva uma quantidade enorme de pessoas aos centros
especializados, por outro, é preciso que a linha pedagógica, por eles adotada,
exerça a sedução necessária para a manutenção do exercício físico por parte da
população (SABA, 2001, p. 57).
No estudo de Freire e Schwartz (2005), verificou-se a importância da inserção
de atividades lúdicas em meio líquido, devido à reivindicação de maior tempo para a
prática como sendo o fator decisivo na manutenção/continuidade em atividades
aquáticas.
Verificou-se também, que os entrevistados adoram fazer atividades no meio
aquático. Segundo Saba (2001), duas características importantes para a
permanência na prática de exercícios físicos são o prazer e a sensação de
satisfação. O prazer encontrado em sua prática garante continuidade
desencadeando o processo de interesse crescente, mesmo que o exercício ainda
não esteja levando a condição de bem-estar completa. A sensação de satisfação
proporciona conforto em relação à aparência pessoal, oferecendo segurança
durante o exercício.
Saba (2001, p. 77 apud WANKEL, 1993) considera importante essa
apreciação definindo-a como uma emoção positiva, um estado afetivo positivo, que
também envolve uma dimensão cognitiva quanto à percepção do sucesso no uso
das próprias habilidades, no confronto com os desafios do meio ambiente.
Fica claro que o percentual maior de entrevistados, 78%, considera muito
importante o fato dos funcionários das instituições que oferecem a natação serem
educados e atenciosos para com os mesmos; 17% avaliam como mais ou menos
importante e apenas 5% acha que este item não influencia em nada a sua
permanência no desporto. Algumas pessoas dizem que não se importam, mas na
realidade ninguém gosta de ser mal tratado, mal recebido ou mal atendido, pois isso
afasta/afugenta as pessoas de modo geral. Baseado nesta lógica, Saba (2001)
afirma que, no âmbito dos centros especializados, funcionários e profissionais
motivados e incentivadores produzem um efeito positivo no processo evolutivo rumo
à manutenção e à aderência.
65
Foi constatado que a maioria não dá importância, ou melhor, não têm
finalidades de ser atleta e muito menos de ganhar medalhas, troféus e outras
recompensas. Estes dados mostram que tanto os motivos de adesão (entrada)
quanto os de permanência não são para o esporte de alto rendimento. Praticar um
esporte de alto rendimento exige esforço físico em demasiado, pois os atletas são
submetidos a situações de "sofrimento" por causa dos treinamentos exagerados,
infelizmente, após certo tempo de prática eles vão apresentando diversos tipos de
patologias (articulares, musculares, etc) decorrentes desse tipo de treino.
Melhorar a auto-estima e evitar problemas de coluna, respiratórios e
cardiovasculares também foi bastante votado. Com relação à auto-estima é possível
afirmar que os aspectos estéticos, ou seja, a satisfação com o corpo é essencial à
elevação da mesma.
A prática regular de AF é um recurso importante para manter o equilíbrio
emocional. De acordo com o psiquiatra Maurício Lima, os efeitos psicológicos são
grandes: alivia o estresse, melhora a memória, diminui a insegurança e a ansiedade.
Praticar exercícios, por si só, é excelente para a saúde do organismo, mas os
ganhos de quem deixa o sedentarismo são maiores ainda e geram impactos, não só
na estética e no bem-estar físico como também no sistema nervoso.
Ainda segundo o especialista, trata-se de um efeito dominó, a saúde melhora
e os benefícios se expandem para o restante do corpo. Ao praticar exercícios físicos,
além de fatores químicos do cérebro, como o aumento dos níveis de serotonina
(neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar) e a melhora do fluxo
sanguíneo, se exercitar pode ajudar a resolver e até mesmo eliminar vilões que
jogam a autoestima para baixo. A falta de confiança em si mesmo diminui com
exercícios que exigem desafios como é o caso da natação. O indivíduo pode extrair
uma série de ganhos pessoais e aumentar a qualidade de vida, explica.
A indicação médica de se praticar natação para evitar ou para melhorar
problemas de coluna, respiratórios e cardiovasculares é indiscutível, mas é
importante ressaltar que o nado borboleta não é indicado para pessoas que têm
problemas na coluna, porque força em demasiado essa parte do corpo. O mesmo
vale para o nado peito. Para quem sofre com esses problemas, o ideal é o nado
crawl, que previne e ajuda a corrigir problemas posturais, sendo coadjuvante nos
66
tratamentos de lombalgia (dor na região lombar); seguido pelo estilo costas. A
supervisão de um professor de Educação Física na prática do esporte é
fundamental.
O fato da natação ser uma AF saudável e a sensação de bem estar
proporcionados foram os itens mais votados pelos praticantes, em relação às
opções anteriores, exercendo grande influência sobre a permanência na natação.
Melhorar a condição física foi o fator quase que unânime em nível de
importância para permanência na prática da natação, evidenciando que os
indivíduos estão realmente mais preocupados com o nível de condicionamento físico
e não apenas com indicações médicas ou a estética. Através dos resultados
expostos, constatou-se que os fatores influenciadores tanto de iniciação à prática da
natação como os de permanência no esporte, estão vinculados à saúde e bem estar
para a obtenção de uma melhor qualidade de vida. Portanto, conclui-se que os
motivos de adesão se justificaram após algum tempo de permanência na atividade e
se intensificaram por conseqüência de uma percepção satisfatória diante dos
objetivos que vem sendo adquiridos, estimulando os indivíduos a se manterem no
esporte, usufruindo dos benefícios esperados e atingidos.
È relevante salientar os motivos que os entrevistados incluíram na última
questão, caso a listagem não contemplasse o que realmente consideravam
importante para justificar sua permanência na prática da natação. Assim, oito
pessoas colocaram as seguintes respostas:
Emagrecer e melhorar meu condicionamento físico;
Melhorar o aprendizado de natação;
A profissão exige;
Porque gosto da natação;
Aprender todos os estilos de nados e me tornar um nadador famoso;
Uma metodologia criativa e interessante;
Prazer e necessidades especiais;
Prevenir a piora de uma doença.
67
Os resultados do estudo de Krutzmann e Pol (2007) condizem com os da
presente pesquisa, pois os mesmos identificaram que dentre os aspectos
motivacionais que levam indivíduos acima de 60 anos a praticarem e aderirem a
prática da hidroginástica, destacou-se com maiores percentuais: a melhora do
condicionamento físico; ajudar a controlar e evitar doenças; o convívio em um
ambiente alegre; a melhora no condicionamento cardiorrespiratório e o
emagrecimento.
Ortega e Silveira (2010), por sua vez, concluíram que a manutenção da
prática de hidroginástica está relacionada com o bem estar gerado pela atividade,
seja no âmbito físico, psicológico-emocional, como também as amizades geradas
que foram também apontadas como fundamentais para motivar a participação no
programa de AF. Ao comparar estas investigações com os resultados da presente
pesquisa, é possível perceber que há semelhanças entre elas, apesar dos aspectos
metodológicos que orientam a realização das pesquisas, serem diferentes.
Durante todo o mês de maio de 2011, quando foi realizada e concluída a
coleta de dados, houve algumas limitações no que diz respeito ao número de
alunos, que diminuiu bastante devido à baixa temperatura do clima e o fato das
piscinas não serem aquecidas. Este fator fez com que muitos deles parassem de
freqüentar as aulas e outros trancassem suas matrículas. Outro fato importante para
mencionar é que não foi encontrado nenhum idoso praticando natação no período
em que foi realizada a pesquisa, e por esse motivo não participaram da mesma.
68
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo identificar os fatores que influenciam na
permanência de indivíduos na prática da natação e para isso foi escolhido os dois
clubes mais antigos da cidade de Alagoinhas-Bahia que oferecem esse desporto
para a realização da pesquisa. Assim, foi aplicado um questionário estruturado
(IDAPRAN) com todos os alunos, sem distinção de idade, que estavam
freqüentando as aulas de natação, nos três turnos, durante todo mês de maio de
2011.
De acordo com os resultados obtidos, podemos descrever as principais
características dos praticantes de natação, os quais a maioria é do sexo masculino,
com predomínio do estado civil solteiro. Em relação à idade, os dados são bastante
heterogêneos tendo um percentual maior de adultos seguido das crianças. Grande
parte dos entrevistados estava cursando o Ensino Fundamental ou tinham o Nível
Superior Completo; em se tratando das profissões, a maioria eram estudantes,
seguido de professores e técnicos de diversas áreas.
Quanto à idade em que iniciaram a prática da natação, a maior parte foi entre
a infância e adolescência. Ficando evidente que o tempo de prática dos alunos é
acima de dois anos e acima de dois meses, respectivamente e se encontram nos
melhores níveis de AF o de manutenção e ação.
Os principais motivos de adesão à natação foram melhorar o
condicionamento físico, aconselhamento médico e evitar problemas de saúde.
Dentre as principais justificativas de permanência no esporte, destaca-se a melhora
do condicionamento físico que foi quase unânime, em seguida, por ser uma AF
saudável e com igual porcentagem a sensação de bem estar; logo depois o fato de a
natação evitar problemas de coluna, respiratórios e/ou cardiovasculares também se
apresentou como um forte motivo de permanência.
Considerando os resultados deste estudo, é possível concluir que os fatores
influenciadores da permanência de indivíduos na prática da natação são
praticamente os mesmos que os de iniciação no esporte, sendo que os motivos de
adesão se justificaram, após algum tempo de permanência na atividade, e se
69
intensificaram por conseqüência de uma percepção satisfatória diante dos objetivos
que vem sendo adquiridos, estimulando os indivíduos a se manterem no esporte,
usufruindo dos benefícios esperados e atingidos.
A identificação desses fatores é bastante proveitosa, na medida em que,
conhecendo o que realmente é importante para os alunos, aponta o caminho a ser
percorrido, possibilitando além de avaliar o trabalho pedagógico, já que o mesmo foi
considerado fundamental para a permanência no esporte; ajuda na criação de
estratégias para aperfeiçoá-lo em busca de atender as necessidades e finalidades
dos alunos, contribuindo assim para que os mesmos se comprometam com a
atividade, fazendo dela um hábito e conseqüentemente melhorando a qualidade de
vida.
Faz-se necessários outros estudos dessa natureza, como a investigação dos
motivos de desistência/abandono da natação, além da identificação de quanto o
clima (inverno, água fria) pode influenciar no processo de permanência nesse
esporte, porque, em diferentes realidades e em diferentes tempos, serão
encontrados outros resultados que deverão ser valorizados e priorizados para
melhorar a qualidade do serviço ofertado, buscando aumentar o número de
praticantes desse esporte.
70
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75
ANEXOS
76
ANEXO A
77
ANEXO B
78
ANEXO C
UNEB - UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
Projeto de Pesquisa
O curso de Licenciatura em Educação Física da UNEB, por meio das
respostas deste questionário, pretende elaborar a pesquisa titulada: “Fatores que
Influenciam na Permanência de Indivíduos na Prática da Natação”.
Os dados coletados com esta pesquisa visam identificar os fatores que influenciam
na permanência de indivíduos na prática da natação, para criar maneiras de suprir
as necessidades que possivelmente serão encontradas, subsidiar na captação de
novos alunos e colaborar na redução de abandonos do esporte.
Os resultados da pesquisa serão divulgados. Entretanto, a identidade dos
participantes será preservada.
Termo de Consentimento
Após ler, receber explicações sobre a pesquisa e ter meus direitos de:
1. Receber resposta a qualquer pergunta e esclarecimento relacionados à pesquisa;
2. Retirar o consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo;
3. Não ser identificado e ser mantido o caráter confidencial das informações
relacionadas à privacidade.
Tendo recebido as informações acima e ciente dos meus direitos, concordo
em participar voluntariamente da pesquisa.
Alagoinhas, _____ de maio de 2011.
__________________________________ ___________________________
Assinatura da participante Assinatura do pesquisador
Endereço do pesquisador: Rua Alameda das Acácias, 46 – Santa Terezinha.
Alagoinhas-BA. Telefone para contato: (75) 3181-5405
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ANEXO D
QUESTIONÁRIO
Instrumento de Diagnóstico da Adesão à Prática da Natação (IDAPRAN)
1. Nome: ______________________________________________________
2. Sexo: ( ) masculino ( ) feminino
3. Estado Civil: ( )solteiro ( )casado ( )separado ( )divorciado ( )viúvo
4. Idade: ______ anos
5. Profissão: ___________________________________________________
6. Grau de Instrução:
( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino fundamental incompleto
( ) Ensino médio completo ( ) Ensino médio incompleto
( ) Nível superior completo ( ) Nível superior incompleto ( ) Pós graduação
7. Quantos anos você tinha quando começou a fazer aulas de natação?
( )até 6 anos ( )7 a 12 anos ( )13 a 19 anos ( )20 a 25 anos
( )26 a 32 anos ( )33 a 39 anos ( )40 a 45 anos ( )mais de 46 anos
8. Horário que pratica:
( ) matutino ( ) vespertino ( ) noturno
9. Há quanto tempo, mais ou menos, você pratica natação?
( ) menos de 2 meses ( ) mais de 2 meses e menos que 6 meses
( ) 6 meses até 1 ano ( ) mais de 1 ano e menos que 2 anos ( ) mais de 2
anos
10. Atualmente, quantas vezes por semana você pratica natação?
( ) 2 vezes ( ) 3 vezes ( ) 4 vezes ( ) 5 ou mais vezes
11. Qual a duração média da aula?
( ) 0:30 minutos ( ) 0:40 minutos ( ) 0:50 minutos ( ) > 0:60 minutos
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12. Como você vai para a natação?
( ) de carro ( ) de ônibus ( ) andando ( ) de bicicleta
Escreva outra resposta se o seu caso for diferente das afirmações acima.
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13. O lugar onde você pratica natação é:
( ) muito longe de casa ( ) longe de casa ( ) perto de casa ( ) muito perto
de casa
14. Quais os principais motivos que te levaram a praticar natação (escolha
no máximo três motivos, colocando o número “1” para o principal
motivo, “2” para o segundo motivo em ordem de importância, e “3” para
o terceiro principal motivo.
Eu comecei a praticar natação (...)
( ) porque era a única atividade física que tinha perto da minha casa/local de
trabalho/local de estudo.
( ) porque meus pais ou responsáveis decidiram que era importante eu praticar
natação.
( ) porque o médico me aconselhou.
( ) porque eu não sabia nadar.
( ) porque eu queria ser um atleta de natação.
( ) porque eu queria ter um corpo bonito.
( ) porque eu queria ou precisava emagrecer.
( ) para melhorar meu condicionamento físico (eu vivia cansado ou me cansava
facilmente).
( ) porque eu sempre gostei de fazer natação.
( ) pela possibilidade de estar em companhia dos meus amigos e fazer novas
amizades.
( ) porque a mensalidade era mais adequada/acessível às minhas possibilidades de
pagamento (ou se for o caso dos meus pais ou responsáveis).
( ) para evitar problemas de saúde.
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( ) porque eu queria aprender uma nova atividade física.
( ) porque as pessoas que praticam natação são mais valorizadas.
( ) porque a natação é um tipo de atividade física que possibilita diferentes
desafios.
( ) porque eu queria me sentir bem físico e emocionalmente.
Escreva outro(s) motivo(s) se o seu caso for diferente das afirmações acima:
___________________________________________________________________
15- Atualmente você participa de competições oficiais da federação de natação
na condição de atleta?
( ) sim ( ) não
16. A seguir, listamos várias frases que as pessoas, geralmente respondem para
justificar o porquê continuam praticando natação. Leia atentamente cada
uma das frases e assinale o nível de importância que cada uma delas tem
para justificar o porquê você continua praticando natação.
Eu continuo praticando natação
porque (...)
Muito
importante
Mais ou
menos
importante
Nada
importante
A temperatura da água é agradável.
As aulas são bem organizadas.
Deixa o corpo “sarado”.
Quero ser um atleta.
È muito desafiante.
É uma atividade física que
proporciona situações desafiantes.
É uma atividade física saudável.
Adoro fazer atividades na água.
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Fico mais resistente, forte e veloz.
Utilizo recursos e materiais legais
durante as aulas.
Evita ficar doente.
Evita problemas de coluna,
respiratórios e/ou cardiovasculares
Gosto de competir.
Gosto de fazer atividades físicas
individuais.
Gosto de fazer novas amizades.
Gosto do(a) meu(minha) professor(a)
Me dá muita disposição.
Me dá satisfação.
Me diverte.
Me faz sentir bem.
Melhora a minha condição física.
Melhora a minha auto-estima.
O horário da aula não interfere nos
meus outros compromissos.
O local é muito bonito e agradável
O local que eu pratico natação é perto
da minha casa.
O local que eu pratico natação possui
facilidades de acesso.
Os(as) funcionários(as) do clube são
educados e atenciosos.
O meu professor de Educação Física
me incentiva.
O professor está sempre criando e
ensinando algo diferente.
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O valor da mensalidade não é muito
caro.
O(a) professor(a) é atencioso(a)
comigo.
O(a) professor(a) é paciente comigo.
Os meus amigos me incentivam.
Posso vencer e ganhar medalhas,
troféus e outras recompensas.
Preciso tratar de uma doença que eu
tenho.
Preenche meu tempo de forma
prazerosa.
Quero participar de campeonatos da
Federação da Natação.
Deixa o corpo bonito.
Sou muito elogiado por praticar esta
atividade física.
Tem muita gente legal praticando.
Tenho desconto na mensalidade.
Tenho que me recuperar de uma
lesão/doença.
17. Caso haja necessidade, o espaço a seguir é para incluir quaisquer outros
motivos não contemplados na listagem anterior que você considera „muito
importante‟ para justificar o porquê você continua praticando natação.
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