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IV CONGRESSO SERGIPANO DE HISTÓRIA & IV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH/SE
O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64
Felix Mendes: Artista Plástico e Agente Cultural
Gleide Freitas de Oliveira Meireles1
Resumo
O presente artigo visa divulgar um projeto de pesquisa que tem como objetivo de
registrar a trajetória de vida de Felix Mendes Rodrigues, contribuindo para a
manutenção de sua memória. Com a investigação, pretende-se contribuir para a
biografia desse grande ser humano, destacando sua importante participação na
divulgação da cultura na cidade de Estância/SE, bem como ressaltar sua iniciativa na
criação do forrozão e do natal da Rua do Siriri, na cidade de Aracaju/SE, festividades
que começaram como comemorações entre vizinhos, que com o passar do tempo foram
crescendo e hoje são festas muito conhecidas, que recebe visitantes até de outras
regiões. O presente trabalho exigirá o uso da pesquisa qualitativa, pois a mesma permite
ao pesquisador uma compreensão mais profunda dos dados, fatos e ações do objeto em
estudo. Está sendo realizada uma pesquisa bibliográfica, com informações sobre a
cidade de Estância e sobre o artista plástico Félix Mendes. Outras fontes são os artigos e
textos obtidos via internet, além de fontes orais, buscando o máximo de informações, a
fim de compará-las, obtendo informações sobre como teria sido a vida de Félix Mendes,
desde a sua infância, adolescência, e finalmente quando teve despertado em seu íntimo
o interesse pelas artes e pela cultura.
PALAVRAS-CHAVE: Felix Mendes; Artista Plástico; Agente Cultural
Introdução
A arte e a cultura são traços característicos de cada região, e a cidade de Estância
não é diferente das demais. A mesma possui um conjunto de manifestações populares
que a deixam em posição de destaque não só na região sergipana, mais em todo o
território. Estância é considerada o berço da cultura sergipana, se destacando
1 Graduanda do 6º período do curso em História pela UAB/UFS. E-mail: [email protected]
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O CINQUENTENÁRIO DO GOLPE DE 64
principalmente no período junino, com as apresentações do barco de fogo, das guerras
de espadas, dentre diversas festas e manifestações culturais que atraem visitantes de
várias regiões (FRANÇA e GRAÇA: 2000).
Um traço marcante da cultura sergipana é a riqueza de suas manifestações
populares, e Estância, conhecida como berço da cultura, se destaca principalmente nos
festejos juninos, os quais são esperados pela população o ano inteiro, iniciando com a
salva que acontece no dia 31 de maio e segue por todo o mês de junho. Nesse período, a
cidade exibe apresentações de bandas nacionais e locais, batucadas, barco de fogo,
guerras de espadas, buscapés e comidas típicas (FRANÇA: 2007).
A cidade teve um colaborador especial na disseminação dessa cultura, o artista
plástico e também um agente cultural Félix Mendes Rodrigues. Nascido em família
humilde, Félix Mendes nunca deixou de lutar pelos seus sonhos, mesmo enfrentando
dificuldades, as quais não foram poucas, ele sempre continuou na caminhada, certo de
que conseguiria chegar onde os seus sonhos o levavam quando criança, o mesmo
conseguiu, e se tornou um grande pintor autodidata, simpatizante da arte naif.2
Justificativa
A contribuição de Felix Mendes na propagação da cultura sergipana, em especial
a estanciana, é indiscutível e o se nome deve ser lembrado, pois, a história não pode ser
construída apenas pelos relatos das grandes guerras, lutas e personalidades políticas. A
2 Gênero também conhecido como ingênuo, primitivo, puro e autêntico, que permite ao pintor a
possibilidade de pintar sem ter que cumprir regras, ou seja, pintar de forma espontânea. Ver referências
em <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arte-naif/arte-naif.php> acessado em junho de 2014.
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história também conta com a participação de pessoas simples, e assim foi Félix Mendes,
uma pessoa simples e humilde, e o mesmo precisa ser acolhido e reconhecido com
personagem da história sergipana. Os feitos e obras de Félix Mendes revelam sua
incessante busca pela propagação do saber cultural, aumentando o número de
admiradores pela cultura local.
Esse trabalho analisará a trajetória de vida de Félix Mendes Rodrigues,
revelando suas origens, sua personalidade, seu comportamento diante das mais diversas
situações, enfim o seu contexto. A construção dessa biografia será de suma importância
para as gerações futuras, não permitindo que esse grande artista venha a cair no
esquecimento, podendo também os seus feitos influenciar outras criança e jovens. A arte
tem o poder de libertar, de revelar, e Félix Mendes revelou através de suas pinturas, sua
humildade e o gosto pelas coisas simples da vida.
Metodologia
A presente investigação exige o uso da pesquisa qualitativa, pois a mesma
permite ao pesquisador uma compreensão mais profunda dos dados, fatos e ações do
objeto em estudo. De acordo com o livro Santos (2010: 16), esse tipo de pesquisa não é
somente o fornecimento de simples informações, mais sim informações minuciosas e
precisas, que atribuirão ao projeto à qualidade que ele precisa. A pesquisa qualitativa
capta as informações mais imprevisíveis e que acabam passando por despercebido se
não forem bem indagadas. A metodologia a ser adotada nesse projeto de pesquisa será o
método de montagem, no qual Walter Benjamim “considera que é preciso percorrer os
traços e registros do passado para realizar com estes uma construção que produzirá
algum sentido [...], diante de tudo isso algo será revelado, conexões serão desnudadas,
explicações se oferecem para a leitura do passado” (BENJAMIN apud SANTOS:
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2010). Essa metodologia também é conhecida como método de cruzamento, pois as
informações são buscadas e devem ser cruzadas para a construção de informações
coerentes e precisas.31
Felix Mendes: Primeiros Estudos
Felix Mendes Rodrigues foi um comunicador, artista, pintor, compositor,
jornalista e divulgador da cultura estanciana. Nasceu na cidade de Estância, interior do
estado de Sergipe, em 14 de fevereiro de 1944. Filho de Anália Mendes Rodrigues,
dona de casa simples e zelosa para com os seus filhos e Salomão Mendes Rodrigues,
que era guarda-fios do Departamento de Correios e Telégrafos. Viveu em Estância até
os cinco anos de idade, quando se mudou para Aracaju, devido à necessidade de
transferência que seu pai teve no trabalho.3
Assim que chegou a Aracaju, morou na Rua Riachuelo, e estudou no Grupo
Escolar Manoel Luis, localizado na área central de Aracaju.4 Conforme o jornalista
Osmário, Félix foi uma criança alegre, que vivia rodeada de amigos que gostavam de se
reunir na Praça da Bandeira para brincar de pipa, de pinhão, e tinham também o
costume de pular no bonde elétrico, mas sempre eram repreendidos pelo condutor do
bonde. Ele também foi muito esperto, pois quando chegavam circos na cidade e ele não
3 Cf. site do jornalista Osmário Santos em
<http://www.osmário.com.br/ler.asp?id=18388&titulo=memorias> acesso em junho de 2014. 4 Os grupos escolares foram desenvolvidos na tentativa de melhorar a educação primária em Sergipe, pois
dispunham de professores mais capacitados. Entre os anos de 1923 e 1925, Graccho Cardoso inaugurou
nove grupos escolares, dentre os quais está o que acolheu Félix na sua infância.7 Foi nesse Grupo Escolar,
que Félix teve contato com vários amigos, dentre o qual Jackson Barreto que foi o prefeito de Aracaju em
1986 a 1988 e 1992 a 1994 (AZEVEDO: 2013).
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tinha como pagar a entrada, ele se escondia e passava sem ser percebido por debaixo do
arame, conseguindo assim assistir ao espetáculo; quando não usava dessa esperteza, ele
e outras crianças ganhavam a entrada ao sair nas ruas correndo atrás do palhaço e
gritando ovacionando o circo.
Ainda segundo o jornalista, quando adolescente, ele se divertia nas matinês que
eram oferecidas pelo Cinema Guarany, que se localizava na esquina da Avenida Pedro
Calazans com a Rua de Estância, onde ele tinha o hábito de compartilhar gibis de Bill
Kid, Roy Rogers e Tarzan, com seus colegas. Nessa época, os pais de Félix mudaram-se
novamente e passaram a morar na rua Estância com Siriri, e ele estudou durante dois
anos no Colégio Americano Batista que ficava na rua Santa Luzia. Após esses dois
anos, passou a estudar na escola da professora Esmeralda que ficava perto da nova
residência dos seus pais. Depois, prestou um exame e conseguiu ser admitido no
Colégio Atheneu Sergipense, onde estudou até o segundo ano do ginásio. Por fim foi
transferido para o Colégio Jackson de Figueiredo, que pertencia aos professores
Benedito e Judite Alves de Oliveira.
Osmário Santos lembrou que a família de Félix era humilde e ele precisou
trabalhar para ajudar nas despesas, porém não parou de estudar e passou a dividir o seu
tempo estudando e trabalhado como vendedor de selos no Departamento de Correios e
Telégráfos – emprego conseguido por Passos Porto a pedido do pai de Félix. Devido às
obrigações para com o trabalho, Félix precisou novamente mudar de escola, indo
estudar no Colégio Tobias Barreto, onde concluiu o Curso Científico.
Félix Mendes sempre foi um defensor da Liberdade de Expressão e quando ele
estudou no Colégio Tobias Barreto, se envolveu com a política estudantil e participou
de atividades juntamente com Luiz Antônio Barreto, Mário Jorge, Abelardo, João
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Augusto Gama, Wellington e outros. Félix também fez parte da União Sergipana dos
Estudantes (USES) e da União Brasileira dos Estudantes e recebeu o título de delegado
da UBES em Sergipe.5
Os anos durante a Ditadura Militar
Em 1964 quando os militares deram o golpe e passaram a controlar o país, a
USES passou a ser perseguida, e como Félix era um dos líderes do movimento, buscou
se refugiar em outro estado e assim partiu para a cidade de Salvador, onde passou
aproximadamente 30 dias. Após descobrir que seus colegas de luta haviam sido presos e
ao perceber que ele não tinha motivos para continuar fugindo – pois não fazia nada de
errado, apenas lutava pela liberdade e pela educação – resolveu voltar para Aracaju,
mesmo sabendo que a qualquer momento poderia ser preso, e assim aconteceu, ele foi
preso em casa e levado para o 28º Batalhão de Caçadores, onde assumiu toda a
responsabilidade pelo movimento estudantil em Sergipe, para não complicar a vida dos
outros participantes. Depois de ficar preso por aproximadamente 60 dias, Félix foi
libertado pela justiça militar e voltou a trabalhar nos correios.6
Em 20 de março de 1969, houve uma mudança no Departamento de Correios e
Telégrafos (DCT) foi transformada em Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos
(ECT) e Félix foi colocado em disponibilidade por um período de 7 anos, quando se
aposentou recebendo uma simples e irrisória aposentadoria. Desempregado, Félix
5 A USES – União Sergipana dos Estudantes Secundários foi fundada em 1950 em Aracaju e ela
representa todos os estudantes, lutando pela valorização da escola pública e pela boa educação. Cf. no
endereço <http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2554407> acesso em junho de 2014. 6 Entrevista concedida a pesquisadora pelo professor Antônio Miguel Viana de Jesus, no dia 02 de julho
de 2014.
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dedicou seu tempo à pintura e escrever para alguns jornais. Escreveu para a Tribuna de
Imprensa no Rio de Janeiro, Gazeta de Notícias do Rio e Correio do Povo de Porto
Alegre. Félix também escreveu em Sergipe, os seus textos se fizeram presente na
Gazeta de Sergipe, no Jornal de Sergipe e no Correio da Manhã.7
Entre a pintura e o jornalismo Félix decidiu ficar com a pintura, pois dizia ser de
uma família de artistas e o seu irmão Ubirajara já era artista plástico no Rio de Janeiro.
O interesse pelas artes despertou em Félix desde a sua infância, iniciando os seus
desenhos em 1956 quando tinha entre 12 e 13 anos e ainda era aluno do Colégio
Americano Batista. A diretora da escola Mabel Tylon sempre um dia de cada mês
levava os alunos para ficarem em contato com o mundo e a natureza, e foi ai que Félix
deu inicio aos seus primeiros rabiscos que foram tomando forma, aparecendo assim os
seus primeiros desenhos. Félix então começou a desenhar o que ele via utilizando
apenas carvão e papel. Quando conheceu o pintor Álvaro Santos, Félix mostrou os seus
desenhos e pediu a opinião do pintor sobre o seu trabalho.8
Em 1973, Félix participou de uma Exposição coletiva que aconteceu no Instituto
Histórico e Geográfico de Sergipe. Pintor autodidata, Félix fez sua primeira exposição
individual no ano de 1974, na Galeria de Artes Álvaro Santos, em Aracaju, exposição
em que não vendeu nenhum quadro. Sentindo dificuldade em Aracaju por falta do
7 Cf. site da Procuradoria Geral do Estado, disponível em <www.pge.se.gov.br/artista-do-mes-de-maio-
felix-mendes/> acesso em junho de 2014. 8 Cf. site do jornalista Osmário Santos em
<http://www.osmário.com.br/ler.asp?id=18388&titulo=memorias> acesso em junho de 2014.
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comércio voltado para o mundo das artes, Félix decidiu ir para a cidade do Rio de
Janeiro, onde sua família já estava residindo.9
Lá ele teve o apoio de seu irmão Ubirajara e continuou a pintar mesmo
recebendo críticas pelo seu estilo artístico. Alguns críticos da época declararam que o
estilo dele era primitivo, porém Félix não se abalou com isso. Ele era simpatizante da
Arte Naif, estilo que adotou nas suas telas, e teve como influência a pintora Djanira,
Álvaro dos Santos e em especial Florival Santos. Félix Mendes foi, segundo Luiz
Adelmo, Diretor da Galeria de Arte Álvaro Santos, o primeiro artista naifsergipano.
Suas telas, tratam de cenas do cotidiano, principalmente cenas que relatavam o folclore
e o São João de Estância, sua terra natal.10
Ainda no Rio de Janeiro, Félix começou a expor suas obras nas ruas e praças, até
que Osmar Flores, um jornalista gaúcho o descobriu e o projetou. Félix expôs suas
obras no Distrito Federal, Rio de Janeiro, Aracaju, e também fora do Brasil, na Itália, na
Argentina e na Galeria Itas Enramana no Paraguai. Foi um pintor de abrangência
nacional e internacional. Suas pinturas são conhecidas em todo o Brasil pela
representatividade pictórica, sempre foram voltadas para as manifestações populares.
Mesmo morando no Rio de Janeiro, Félix nunca deixou de se declarar sergipano e
aproveitou suas andanças pelo Brasil e mundo a fora para divulgar o folclore e as festas
9 Cf. site da Procuradoria Geral do Estado, disponível em <www.pge.se.gov.br/artista-do-mes-de-maio-
felix-mendes/> acesso em junho de 2014. 10 Cf. site <http://www.jornaldacidade.net/noticia-leitura/130/46565/o-arista-felix-mendes-e-seputado-no-
colina-da-saudade.html#.U2grGYFdU18> acesso em junho de 2014.
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populares de Estância, exercendo o papel de um produtor e divulgador da cultura
estanciana, papel esse que ele fez com muito amor e vocação.11
Quando morava no Rio, ele foi uma espécie de Embaixador de Sergipe, e chegou
a levar para Copacabana as apresentações de corrida de barco de fogo e as guerras de
espadas que eram tão famosas na sua cidade.12 Félix também era um jornalista e
conhecia muita gente da imprensa, e isso o ajudou muito no seu trabalho de divulgador,
pois foi a partir disso que ele conseguiu trazer as redes de televisão para a cidade de
Estância. Ele conseguiu levar a TV Globo, a TV Cultura, e divulgar pela rádio globo.
Nos anos de 1990, levou o Globo Repórter para Estância. Foi com ajuda dele que se
conseguiu lançar grandes nomes da cultura local e também de todo o estado, onde
podemos citar o cantor Rogério, o Grupo Passarada do Ritmo, Aldemário Coelho,
dentre muitos outros artistas que tiveram o apoio dele.
Félix Mendes tinha residência na rua do siriri, e essa rua não era muito
valorizada, pois herdou dos anos de 1930 uma fama nada agradável, pois a mesma era
considerada um foco de prostituição, e graças a Félix a rua ganhou uma nova história,
passando a ser a rua da alegria e comemorações. Ele transformou a história da rua ao
criar na década de 1980 o Forró e o Natal da Rua Siriri, festividade em que ele investia
recursos próprios, e que se iniciou como sendo uma confraternização pequena entre
vizinhos, onde a decoração era feita pelos próprios moradores, utilizando bandeirolas,
palhas de coqueiros, balões e barracas de comidas típicas e hoje é uma grande festa que
atraem não só os moradores de Aracaju, mais também visitantes de outras regiões, que
são acolhidos pelo clima aconchegante e contagiante dos anfitriões. Além das
11 Cf. site da Procuradoria Geral do Estado, disponível em <www.pge.se.gov.br/artista-do-mes-de-maio-
felix-mendes/> acesso em junho de 2014. 12 Entrevista concedida a pesquisadora pelo professor Antônio Miguel Viana de Jesus, no dia 02 de julho
de 2014.
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apresentações das bandas de forró, outra apresentação muito esperada por todos é o
Show pirotécnico da famosa corrida do barco de fogo e das guerras de espadas. O Forró
da Rua do Siriri acontece no mês de julho como se fosse uma ressaca dos festejos
juninos, enfatizando os ritmos regionais, como o forró, o xote e o baião.13
Atuação Recente
Foi Secretário de Cultura de Estância no mandato de Dayse Garcia, apesar de
não ter terminado o mandato junto com ela, assumindo o seu lugar Misael. Ele foi chefe
de gabinete no primeiro governo de Carlos Magno, atual prefeito de Estância, que foi
um grande amigo de Félix. Porém, por motivos políticos infelizmente eles passaram um
bom tempo afastados, voltando a reconciliarem algum tempo depois por intermédio do
Professor Miguel Viana que também era amigo de Félix.14
Outra grande participação de Félix foi quando ele recebeu o convite do
presidente do Banco do Nordeste, Camilo Carosans, para fazer os painéis que
compunham as agências da cidade de Estância, de Aracaju e de Itabaiana, trabalho que
ele aceitou com muito gosto e orgulho, e sua arte pode ser apreciada até hoje.15 Suas
pinturas também se tornaram cartões postais e natalinos, que eram impressos e vendidos
aqui e no resto do país como forma de divulgação das coisas sergipanas.16 Também foi
13 Cf. site <http://www.infonet.com.br/saojoao/2000/rsiriri.html> acesso em junho de 2014.
14 Entrevista concedida a pesquisadora pelo professor Antônio Miguel Viana de Jesus, no dia 02 de julho
de 2014. 15 Cf. site do jornalista Osmário Santos em
<http://www.osmário.com.br/ler.asp?id=18388&titulo=memorias> acesso em junho de 2014. 16 Cf. Texto Félix Mendes, Biblioteca Pública Municipal de Estância- Sergipe.
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um grande compositor de forró e teve suas composições gravadas por diversos cantores,
não só sergipanos mais de todo o nordeste brasileiro.17
Em 28 de setembro de 2000, foi criada na Biblioteca Central da Universidade
Tiradentes, no Campus da Farolândia em Aracaju, a Galeria de Arte Félix Mendes
Rodrigues, um espaço destinado para a valorização da pintura, da escultura e do
artesanato sergipano. Na inauguração, foram expostas obras de diversos artistas
sergipanos como: Adauto Machado, Alberto Souza, Anete Sobral, Beto Pezão, Bené
Santana, Caã, Cláudio Vieira, Elias Santos, Evanina Nascimento o próprio Félix
Mendes, J. Inácio, Jouberto Moraes, Judite Melo, Luiz Mangueira, Melcíades Souza,
Milton Menezes, Otávio Luiz, Silveira, Walter Góes, Véio, Zé Lima e Zeus.18
Foi homenageado em 2012 pela Galeria de arte Álvaro Santos, como patrono do
XXII Salão dos Novos, evento em que ele e a família foram representados pelo
jornalista Luduvice José, pois o homenageado está recluso em casa em regime
hospitalar e sob monitoramento devido a uma doença degenerativa que o acometia.19
Sofria de uma esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que ele
descobriu por volta do ano de 2008. Ele estava fazendo tratamento, porém em 2013 a
doença piorou e levou o artista a ficar internado no Hospital Primavera, onde veio a
falecer no dia 13 de abril de 2013, devido a uma insuficiência respiratória. O corpo de
Félix foi velado a sua residência na Rua do Siriri nº 520 no centro de Aracaju e o seu
corpo foi sepultado no cemitério colina da saudade, no Conjunto Santa Lúcia em
17 Entrevista concedida a pesquisadora pelo professor Antônio Miguel Viana de Jesus, no dia 02 de julho
de 2014. 18 Cf. DANTAS, Azael Prudente. Estância cidade Jardim, Berço da Cultura Sergipana 162 anos de
História. p. 52. 19 Cf. site <http://www.gazetanew.com.br/site/notícia.aspx?cdnoticia=37650> acesso em julho de 2014.
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Aracaju.20 Não deixou filhos e nem esposa, pois ele nunca se casou segundo ele porque
não encontrou uma doida como ele e preferiu ficar com os pincéis.21
Referência Bibliográfica
AZEVEDO, Crislane B. A modernidade no Governo Graccho Cardoso (1922-1926) e a
reforma educacional de 1924 em Sergipe. Natal: EdUFRN, 2013.
DANTAS, Azael Prudente. Estância cidade Jardim, Berço da Cltura Sergipana 162
anos de História. Pg: 52.
FRANÇA, Vera Lúcia Alves (org). Atlas Escolar Sergipe: espaço geo-hisórico e
cultural. João Pessoa,PB: Editora Grafset, 2007.
FRANÇA, Vera Lúcia Alves; GRAÇA, Rogério Freire. Vamos Conhecer Estância.
Estância: Prefeitura Municipal, 2000.
SANTOS. Dayse Lúcide Silva. Métodos e Técnicas de Pesquisa em História. Montes
Claros – MG, 2010.
WEB GRAFIA
http://www.jornaldacidade.net/noticia-leitura/130/46565/o-arista-felix-mendes-e-
seputado-no-colina-da-saudade.html#.U2grGYFdU18
http://www.osmário.com.br/ler.asp?id=18388&titulo=memorias
http://www.gazetanew.com.br/site/notícia.aspx?cdnoticia=37650
20 Cf. site <http://www.jornaldodiase.com.br/noticiasler.php?id=5296> acesso em junho de 2014. 21 Cf. site do jornalista Osmário Santos em
<http://www.osmário.com.br/ler.asp?id=18388&titulo=memorias> acesso em junho de 2014.
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http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/arte-naif/arte-naif.php
www.pge.se.gov.br/artista-do-mes-de-maio-felix-mendes/
http://www.infonet.com.br/saojoao/2000/rsiriri.html
http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2554407
FONTES PRIMÁRIAS
Texto Félix Mendes, Biblioteca Pública Municipal de Estância Sergipe
Entrevista:
Entrevista concedida a pesquisadora pelo professor Antônio Miguel Viana de Jesus, no
dia 02 de julho de 2014.