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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIAS
LUCIENE PEREIRA MARQUES PACHECO
FESTA DE ROÇA NA COMUNIDADE MORRO AGUDO
OLARIA:ENTRE O SAGRADO E PROFANO
Catalão
2014
2
LUCIENE PEREIRA MARQUES PACHECO
FESTA DE ROÇA NA COMUNIDADE MORRO AGUDA
OLARIA:ENTRE O SAGRADO E PROFANO
Monografia apresentada como requisito parcial
para a obtenção do título de Bacharel e
Licenciatura em Ciências Sociais , na
Universidade do Federal de Goiás, Campus
Catalão. Sagrado e Profano: na festa de roça.
Orientador: Prof. Dr.Rogério Bianchi de Araújo
Catalão
2014
3
LUCIENE PEREIRA MARQUES PACHECO
FESTA DE ROÇA NA COMUNIDADE MORRO AGUDO
OLARIA:ENTRE O SAGRADO E PROFANO
Trabalho Monográfico defendido no Curso de Ciências Sociais para obtenção de titulo
de Bacharel e Licenciatura em Ciências Sociais e aprovada em
________________________ pelo Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal
de Goiás, Campus Catalão.
________________________________________
Prof. Dr. Rogerio Bianchi de Araújo
________________________________________
Prof.Dr.Daniel Alves
4
Primeiramente dedico a Deus, este é o resultado da
compreensão, carinho e respeito de meus professores,
amigos, mãe e familiares, pessoas que contribuíram para
que eu chegasse até aqui, Eudes, Jane ,Divina, Joana, que
me incentivou, pela sua compreensão, o seu apoio para
frequentar as aulas. Aos festeiros da Comunidade Olaria
que muito contribuíram. A vocês, dedico este trabalho.
5
Agradecimentos
A Deus, fonte suprema de todo saber, e a minha mãe Mariana.
Ao meu esposo, pela confiança depositada em mim, aos meus filhos Kauã e Emily que
são minha força e incentivo.
Ao orientador, Professor,Dr. Rogério Bianchi, norte seguro na orientação deste trabalho.
Aos professores do Curso de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás do
Campus de Catalão, que muito contribuíram para a minha formação.
Aos que contribuíram com suas críticas e sugestões para este trabalho.
Aos colegas de classe, em especial a amiga Lucia Vânia pelos momentos que passamos
juntos e pelas experiências trocadas.
A todas as pessoas que, direita ou indiretamente, contribuíram para a realização desta
pesquisa.
6
"Ninguém nasce odiando outra pessoa devido à cor de sua pele,
e sua origem ou ainda a sua religião. Para odiar, é preciso
aprender. E, se podem aprender a odiar, as pessoas também
podem aprender a amar."
Nelson Mandela.
7
Termo de isenção de responsabilidade
Declaro, para todos os fins de direito, que assumo total responsabilidade pelo aporte
ideológico conferido ao presente trabalho, isentando a Universidade Federal de Goiás,
Campus Catalão, Banca Examinadora e o Orientador de toda e qualquer
responsabilidade acerca do mesmo.
Catalão,___,________2014
Rogério Bianchi De Araújo
Luciene Pereira Marques Pacheco
8
Lista de Fotografias
Figura 01-Festeiros em carro de boi na cavalgada-------------------------------------------28
Figura 02- Cavalgada----------------------------------------------------------------------------28
Figura0 3- Reza depois de cavalgada----------------------------------------------------------28
Figura 04-Comida servida aos cavaleiros.-----------------------------------------------------28
Figura 05- Confecção de enfeites---------------------------------------------------------------29
Figura 06 Tolda e reservado pronto------------------------------------------------------------29
Figura 07- Andor----------------------------------------------------------------------------------30
Figura 08-Sâo Sebastião--------------------------------------------------------------------------31
Figura 09 Nossa Senhora da Abadia-----------------------------------------------------------32
Figura 10- Igreja, altar---------------------------------------------------------------------------33
Figura 11- Crianças carregando o andor ------------------------------------------------------34
Figura 12-Terço ----------------------------------------------------------------------------------35
Figura 13-Terço das crianças ------------------------------------------------------------------35
Figura 14 Prendas e bingo -----------------------------------------------------------------------36
Figura 15 Banda musical Cruz e as pessoas no reservado ----------------------------------37
Figura 16- Chegada da procissão e levante do mastro --------------------------------------38
Figura 17 Cruzeiro da igreja - ------------------------------------------------------------------39
Figura 18- Coroação dos novos festeiros -----------------------------------------------------40
Figura 19-Retirada do mastro-------------------------------------------------------------------41
Figura 20-Dona Maria Matilde Martins-------------------------------------------------------42
9
Resumo
A realização desta pesquisa tem como intuito levar o conhecimento das pessoas a
tradição da festa de roça que acontece todos os anos nas comunidades rurais de Catalão
Goiás, e nos municípios vizinhos. Mostrar os preparativos e a historia da festa em
especifico da comunidade morro agudo olaria onde a 69 anos vem se realizando a festa,
uma tradição passado de geração à geração.
Identificar os elementos sagrados e profanos que estão presentes nos rituais religiosos e
festivos. Apresentar fotografias dos momentos religiosos e profanos, trazendo uma
vivencia da festa a realidade das pessoas que não conhecem a tradição e a historia que é
muito apreciada pelos moradores da comunidade que se unem todos os anos nos
preparativos indispensáveis para que seja realizada a festa. Uma pesquisa que servirá
para quem quiser conhecer a história.
10
ABSTRACT
This research has the intention to bring the knowledge of people's tradition garden party
that happens every year in rural communities Catalan Goiás, and we neighboring
municipalities. Shows the preparations and the history of the party in the specific acute
hilltop community where pottery has been going on 69 years celebration, a tradition
passed down from generation to generation. Identify the sacred and profane those are
present in religious rituals and festive elements. You present photographs of religious
and profane moments, bringing a party experiencing the reality of people who do not
know the history and tradition that is much appreciated by the residents of the
community who come together every year we indispensable preparations for the
celebration to be held. Research that will serve for those who want to know the story.
11
Sumario
Lista de fotografias--------------------------------------------------------------------------------08
Resumo-----------------------------------------------------------------------------------------------------09
Abstract-----------------------------------------------------------------------------------------------------10
Introdução------------------------------------------------------------------------------------------12
Capitulo I
O Significado das Festas Religiosas em Goiás--------------------------------15-24
Capitulo II
A festa da Comunidade Olaria. Rituais Preparatórios------------------------25-42
Considerações finais-------------------------------------------------------------------------43-44
Anexos
Entrevistas -------------------------------------------------------------------------45-51
Referencias Bibliográfica------------------------------------------------------------------------52
12
Introdução
Ao iniciar o curso de Ciências Sociais aprendi que podemos ver os acontecimentos
com varias definições, pois adquirimos visões variadas e diferentes conhecimentos da
sociedade, passamos a dar mais valor no que antes pensávamos que era simples. Ampliamos
nossa visão de mundo através do ensino de professores capacitados em fazer desenvolver
nosso raciocínio.
O presente trabalho tem por objeto de estudo as festas de roça que são muitas, na
região de Catalão têm varias comunidades rurais que promovem as festas anualmente tais
como: Comunidade Custodia, Comunidade Cisterna, Comunidade Olaria e Comunidade
Lourenço e nas cidades vizinhas, Davinópolis, Goiandira ,Ouvidor, Nova Aurora e Cumari.
Esta monografia tem o intuito de mostrar que a festa na roça é uma tradição popular que
acontece anualmente nas comunidades da zona rural situadas no município da cidade de
Catalão e região. As festas das quais eu participo desde a infância era pra mim um lugar para
você ir se divertir, mas através do curso passei a ter uma visão diferente do que realmente
significa a festa. Estas comunidades são formadas por famílias e pessoas que moram
próximos umas das outras. Acontece assim a criação da tradição de realizar a festa na roça
como forma de reunir os vizinhos e demais pessoas da cidade com intuito de rezar e
homenagear os santos que as pessoas da comunidade têm devoção.
As comemorações reúnem pessoas de todas as idades numa tradição festiva e
religiosa que acontece no decorrer de nove dias, uma tradição que apresenta muita
diversidade cultural no seu acontecimento, o envolvimento direto das famílias que habitam
nas comunidades rurais possibilita a realização de toda a tradição da festa rural que tem uma
importância significativa na vida das pessoas principalmente as que residem na comunidade.
O que nos atrai é que a festa só acontece se for em homenagem aos santos que representam
para a comunidade do local significados de consagração.
As festas rurais religiosas são muito conhecidas na cidade de Catalão e região. Na
véspera do inicio das festas vemos uma movimentação grande de pessoas organizando
cavalgadas, buscando patrocínio com o intuito de arrecadar dinheiro para ajudar na
realização da festa pois ha o envolvimento de muitas pessoas para a festa acontecer, além de
contratos com a igreja, distribuidoras de bebidas, segurança e a ajuda de voluntários para a
confecção de enfeites, reformas do local de realização da festa.
A festa de roça tem uma importante influência na vida dos adeptos a essa tradição
pois muitos mudam sua rotina de vida no período da festa, muitos se entregam totalmente
13
alguns tiram férias e outros pedem licença do trabalho pra se divertirem todos os dias de
festa através da musica, bebidas, leilões, um meio que a pessoa encontra para fugir da vida
cotidiana, aliviando as responsabilidades que tem no decorrer da vida diária. E também uma
paz interior quando participam da parte religiosa.
A pesquisa é embasada em entender a mistura dos acontecimentos sagrados e
profanos na festa, como os dois se identificam um com outro e a participação da comunidade
Olaria em fazer a festa acontecer , pois os preparativos começam meses antes do mês festivo
para a comunidade. O campo de pesquisa é na comunidade Morro Agudo Olaria, pois a uma
tradição muito forte que acontece há décadas.
A partir da minha problemática de pesquisa é importante ressaltar as categorias
conceituais sagrados e profanos que serão abordados no desenvolvimento dessa pesquisa. O
sagrado significa para a sociedade algo intocável ligado as coisas divinas relacionadas à
religião é a noção fundamental para todas as religiões e crenças que envolvem o
comportamento que é aprovado ou não na religião, ou seja, o sagrado faz parte do cotidiano
e contribui para que nos tornássemos aquilo que somos hoje faz parte da nossa própria
historia.
O objetivo geral deste trabalho , é apresentar um histórico da festa sobre a parte
festiva e a parte religiosa, identificar a relação entre sagrado e profano na festa.
Como objetivo específico, pretende-se saber qual a importância da festa na vida
das pessoas e quais são as influências sofridas pela religião e pelo profano durante o período
da festa.
Esta pesquisa está elaborada por meio de trabalho de campo, observação
participante etnográfica da festa, com fotos ,entrevistas e participação na preparação para a
festa auxiliando os festeiros e conhecendo as etapas de organização e o desenvolvimento da
festa religiosa, festiva e cultural.
A revisão bibliográfica para desenvolvimento do primeiro capítulo será :
O Sagrado e Profano de (ELIADE Mirceia 1992) que o espaço sagrado tem um
valor existencial para o homem religioso, e no estado profano por mais que o homem seja
totalmente profano ele não consegue se desligar totalmente da religião.
A Violência e o Profano de (GIRARD René), pois o sagrado é algo que regula a
sociedade diante da ameaça de violência.
De Tão Longe eu Venho Vindo:símbolos, gestos e rituais do catolicismo popular em
Goiás de (BRANDAO Carlos Rodrigues), um estudo que revela componentes essenciais do
universo popular das celebrações religiosas em Goiás.
14
Festa a Brasileira, O sentido do festejar no país que´´ não é serio`` (AMARAL Rita).
Festas que ocupam um espaço privilegiado na cultura brasileira, um conjunto de valores
compartilhados em todas as regiões do país.
Para o segundo capitulo, abordarei a tradição popular da festa desde o inicio de seus
preparativos que são a confecção dos enfeites, ornamentação da torda, espaço onde as
pessoas ficam durante a festa, ornamentação da igreja e demais preparativos necessários para
a festa acontecer. Coletar dados fotográficos, entrevistas, e a participação na festa para
observar os acontecimentos.
O objetivo institucional da presente Monografia é a obtenção do Título de Bacharel e
Licenciatura pelo Curso Ciências Sociais, pela Universidade Federal de Goiás, Campus
Catalão.
15
Capitulo I
O significado das festas religiosas de Goiás
No Estado de Goiás temos uma extensa quantidade de festas religiosas que fazem
parte do catolicismo popular. São festas com as mais diferentes culturas, riquíssimas, que são
apreciadas por muitas pessoas, cada uma com seu ritual, com seu modo de festejar e
homenagear seus santos padroeiros. Há uma grande participação de pessoas que são
chamados de devotos, esses participam das festas que homenageiam a algum santo tem como
exemplo a festa do Divino Espirito Santo de Trindade, Festa de Nossa Senhora do Rosário
de Catalão, Festa das Cavalhadas de Pirenópolis, Festa do Arroz em Paraúna as festas das
comunidades rurais também homenageiam os Santos, e cada comunidade faz sua festa de
agradecimento e louvor.
Por ter um contato maior com festa das comunidades rurais escolhi abordar o tema
pois já participo da festa há vários anos. É uma festa que conta com a participação de muitas
pessoas e muitos devotos, que na época que realizam a festa agradecem pelas bênçãos
recebidas durante o ano, são agradecimentos pela colheita de alimentos, pela saúde ou a cura
de alguma doença. É uma festa muito linda onde se encontram uma riqueza de tradição
realizada há décadas.
As festas religiosas nas zonas rurais da região de Catalão tem uma grande
popularidade que é percebida através da extensa data de suas realizações as quais ocorrem
normalmente do mês de abril ao mês de setembro. Abrangem toda região de Catalão, e
cidades vizinhas tais: como Davinópolis, Campo Alegre, Ouvidor, Três Ranchos, Goiandira,
Cumarí, Anhanguera e Ipameri.
A festa de roça é uma tradição popular que acontece anualmente nas comunidades da
zona rural situadas no município da cidade de Catalão - Go e região. Estas comunidades são
formadas por grupos de pessoa que moram próximos umas das outras. A criação da tradição
de realizar a festa na roça se deu como forma de reunir os vizinhos e demais pessoas da
cidade com intuito de rezar e homenagear os santos do respectivo mês. As festas são
realizadas em novenas, que duram nove dias de festa, as comemorações reúnem pessoas de
todas as idades numa tradição festiva e religiosa. O envolvimento direto das famílias que
habitam nas comunidades rurais possibilita a realização de toda a tradição das festas rurais.
Este trabalho, discute sobre uma festa na zona rural de Catalão-Goiás, em específico
a festa da comunidade Morro Agudo Olaria, localizada a 13 km da cidade, saída para
Brasília. A comunidade Olaria tem como mecanismo de sobrevivência, criação de gado e
16
tiragem de leite para serem vendidos, além de plantações, como milho, cana, feijão e arroz
para sua própria sobrevivência. Este trabalho tem como analise a relação entre o Sagrado e o
Profano, a religião e a diversão nestas festas religiosas.
A festa da Olaria no município de Catalão, se realiza no período de maio a junho que
homenageia os Santos São Sebastião e Nossa Senhora da Abadia. Esta escolha se deu devido
ao fato que possuo contato com esta festa há vários anos através de familiares e amigos a
partir de uma assídua participação desde a infância até os dias de hoje. O que facilita busca
de informações sobre a história, tanto como documentos como por meio de relatos de
pessoas que serão entrevistadas, além da participação do inicio ao fim de toda a organização
e a realização da festa .
Através da festa da comunidade de Olaria do ano de 2013, ficamos a par de todas as
etapas de organização sua estrutura e também o desenvolvimento de uma festa com
características definida como a religiosa, a cultural, a de lazer, a festiva e a socializadora.
Desde o surgimento da festa na comunidade da Olaria, conforme relatos de moradores da
comunidade a festa passou por diversas modificações na organização como também de seu
significado, transformando o caráter religioso para caráter social como observamos no
decorrer dos anos. Nos preparativos podemos auxiliar os próprios festeiros em varias etapas
da organização da festa como são os casos da ornamentação e de toda organização da
mesma.
Todas as festas, inclusive as festas rurais a qual discuto ao longo desde trabalho
fazem parte de uma vasta dimensão da vida do individuo que adquire um significado
especial para cada um, além de proporcionar uma expressão e afirmação de valores através
das relações sociais, as festas ocupam um espaço privilegiado na cultura brasileira. Assim
vemos que quanto mais movimentada, ruidosa e alegre for à festa, mais ela será valorizada e
onde todos os presentes terão um maior apreso, pois no momento em que se veem como
parte da festa mais eles se dispõem a participar e vivenciar as atividades integrantes desta
como a dança, a bebida, a comida, a paquera, leilão, e bingos.
A festa surgiu com significados e características religiosas, hoje ainda existem com
força e com tantos participantes devido a suas mudanças de valores e significados, ao qual
atualmente gira em busca da diversão do entretenimento pessoal e a religiosidade de cada um
presente na festa. Durkheim foi o primeiro a observar a função recreativa e libertadora das
festas sejam elas religiosas ou não, mas foi Sigmund Freud em Totem e Tabu (1974) que
propôs pela primeira vez uma definição de festa:´´ a festa é um excesso permitido. Para
Durkheim tanto as cerimônias festivas quanto os rituais religiosos ocorrem para reavivar os
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laços sociais” que correm o risco de se desfazerem. As festas por terem a participação de
muitas pessoas criam laços de amizades e amorosos, é onde familiares se encontram e então
a festa se torna um laço de interação e evita uma dissolução social. Ela é capaz de tirar o ser
humano da vida rotineira , do stress de trabalho, e problemas enfrentados diariamente, o
individuo sai da vida tensa e se insere num espaço mais livre para se esquecer das
responsabilidades diárias. Ainda de acordo com Durkheim, na festa a energia do coletivo
atingiria o seu apogeu no momento de maior “efervescência” dos participantes. Ele observa
que esta efervescência “muda as condições da atividade psíquica`` (DURKHEIM,1968:
603). O individuo se entrega à festa e aproveita tudo o que ela oferece, bebidas, comidas
típicas, danças, leilões, e bingos saindo da sua rotina de vida seria e responsável.
Após as rezas acontece um baile onde às pessoas se reúnem para dançar, conversar,
participar de leilões, bingos, danças, uma espécie de inserção cultural e social. Para que seja
realizada é preciso à união dos voluntários da comunidade, que juntamente com o festeiro
realizam a preparação para a festa acontecer, é necessária a confecção de enfeites, tais como:
flores, bandeirinhas coloridas, cartazes de boas vindas, ornamentação da igreja onde serão
rezados os terços em homenagens aos santos.
“Uma festa é um excesso permitido, ou melhor, obrigatório, a ruptura solene de uma
proibição” (FREUD, 1974:168). Aqui Freud faz uma manifestação à sacralidade das normas
presentes na vida social as quais sofrem uma interferência ritual, como a alteração de ordem
e a troca de conceitos e das causas sociais, fusão imensa numa fraternidade, por oscilação
com a vida comum social a qual classifica e espera. Caillois como passar do tempo apropriou
e utilizou a definição de festa de Freud:
“Em sua forma plena a festa deve ser definida como o paroxismo da sociedade
ideal, que ela purifica e que ela renova por sua vez. Ela não é seu ponto
culminante apenas do ponto de vista econômico. É o instante da circulação de
riquezas, o das trocas mais consideráveis o da distribuição prestigiosa das
riquezas acumuladas. Ela aparece como o fenômeno total que manifesta a glória
da coletividade e a ”revigoração” do ser: o grupo se rejubila pelos nascimentos
ocorridos, que provam sua prosperidade e asseguram seu porvir. Ele recebe no
seu seio novos membros pela iniciação que funda seu vigor. Ele toma consciência
de seus mortos e lhes afirma solenemente sua fidelidade. É ao mesmo tempo a
ocasião em que, nas sociedades hierarquizadas, se aproximam e confraternizam as
diferentes classes sociais e onde, nas sociedades de fatrias, os grupos
complementares e antagonistas se confundem, atestam sua solidariedade e fazem
colaborar com a obra da criação os princípios místicos que eles encarnam e que
acredita-se, ordinariamente, não devem se juntar.” (CAILLOIS 1950: p.166).
E essa cultura popular acaba interferindo na cultura em geral, pois possuem
instrumentos, conhecimentos próprios que são transmitidos de pessoa para pessoa, de grupo
para grupo, de geração para geração, através das historias e das conversas busca assim se
auto afirmar como pessoas possuidoras de algum conhecimento importante para que se possa
18
viver mais tranquilamente com a sociedade em todos os seus amplos espaços de
conhecimentos e de convívio.
Podemos constatar que, as festas rurais, as devoções populares, tem intermediação
institucional através da igreja católica aos santos católicos. Com isto, a religião pode ser
entendida como uma parte significativa e influente na vida das pessoas a qual é capaz de
determinar símbolos, práticas, ritos, crenças, regras de conduta e valores de cada individuo
perante a sociedade, a família e a si próprio.
O vinculo da comunidade com a igreja católica permite a realização da festa que em
um dia especifico recebe a visita do padre para realizar a missa. Segundo (GEERTZ,1989),a
igreja procurou aceitar as devoções populares, transformando a religião em uma ciência
harmoniosa, que seria capaz de produzir valores a partir de fatos desenvolvendo seus ritos,
cultos religiosos, como algo inviolável, mas venerável ,santo e não só físico.
A maioria dos camponeses, se mantem católicos participantes das celebrações da
igreja, segue suas recomendações mas mantem suas celebrações, rituais festivos. Um ponto
que ressaltamos, é que apesar de o homem desde os primórdios da civilização dividir o
mundo entre o sagrado e o profano, ainda assim, tudo o que existia poderia ser considerado
sagrado, pois como o homem todas as coisas eram protegidas pelas divindades a ponto de
que todas as ações do homem eram rituais destinados a estas divindades. (BRANDÃO 1986)
Com isto, vê-se que a sociedade que era considerada sagrada assumiu valores
diferenciados com transformações que levaram o homem na sociedade a abandonar o
sagrado; onde o profano passou a assumir o lugar que antes era ocupado pelo sagrado, é
possível dizer que todo individuo é “composto” em um mesmo corpo social pelo sagrado e
profano pois, ambos se completam e se integram na formação social do ser humano.
(PRADO (2003:70)).
Diante disto as festas oscilam entre dois polos distintos os quais são a cerimônia que
é vista como uma forma de culto pois as pessoas se unem para rezar, e a festividade a qual
seria uma forma de demonstração de alegria de pessoas que na maioria das vezes não se
conhecem e estão ali por um único motivo único o de festejar. Toda festa sempre há
elementos para identificá-los, sejam eles religiosos ou sagrados, e profanos. As festas
também significam a destruição das diferenças entre os indivíduos. Estas distinguem dos
ritos cotidianos por sua amplitude e do mero divertimento pela densidade, mas se
percebemos bem estes elementos se distinguem e possuem afinidades entre si.
Contudo há uma dissociação e interpenetrações das festas que se relacionam com o
caráter simbólico, pois sempre tem que se festejar algo mesmo que esse seja visto como
19
irrelevante por parte da sociedade, aqui a função simbólica esta presente para celebrar e
utilizar os meios de expressão a fazer aparecer o valor em que se apresenta o elemento.
A festa também é capaz de colocar, em cena, segundo Durkheim, o conflito entre as
exigências da “vida séria” e a própria natureza humana, seu modo de ver as religiões e as
festas refazem e fortificam o “espírito fatigado por aquilo que” há de muito constrangedor no
trabalho cotidiano “Nas festas, por alguns momentos os indivíduos têm acesso a uma vida
menos tensa e mais livre, a um mundo onde “sua imaginação está mais à vontade” (apud,
AMARAL, Rita 1968: 543/547)”.
Durkheim ao observar as festas percebeu aspectos relativos das religiões e a
cerimônias religiosas é em uma parte uma espécie de espetáculo de representação geralmente
dramática no caso de um mito ou de um evento histórico. Diante deste fato pode-se ter
tomada como um primeiro termo de definição de festa, pois ambos parecem fazer um eixo de
ambiguidade os quais oscilam entre sagrado e profano pois um depende do outro para sua
formação, manutenção e principalmente a sua permanência no meio social em que se
encontra inserido, mas desde que estes nos permitam ultrapassar seus ritos em meio uma
presença de elementos novos e livres.
Nas festas encontramos elementos sagrados e profanos, um traço distintivo
construído pela sociedade como comportamento que é aprovado ou não, de acordo com
Amaral, ao tomar Durkheim como referência as categorias da religião onde o sagrado é a
valorização e o profano a desvalorização. Pois o sagrado vem das crenças, são reações entre
as coisas construídas pelo homem coletivamente, aquelas coisas sagradas que protegem
diferentes das profanas que devem permanecer distintas. Mas no caso das festas ambas estão
juntas e completam.
Crê-se, além disso, que a vida tem uma origem sagrada e que a existência humana
atualiza todas as suas potencialidades na medida em que é religiosa. Como podemos analisar
o homem religioso no estado puro é um fenômeno muito raro mesmo na mais
dessacralização das sociedades modernas. O sagrado manifesta-se sempre como uma
realidade inteiramente diferente das realidades “naturais”, o homem só toma conhecimento
do sagrado porque ele se manifesta, e se mostra como algo absolutamente diferente do
profano, o sagrado e o profano constituem de duas modalidades de ser no mundo com duas
situações existenciais assumidas pelo homem ao longo da sua historia, ou seja, o sagrado e o
profano em sua ultima instância tem seus modos de ser que dependem das diferentes
posições que o homem conquistou no cosmos e consequentemente interessam não só ao
20
filosofo, mas também ao todo investigador desejoso de conhecer as dimensões possíveis da
existência humana. (ELIADE 1992).
De acordo com o pensamento de Eliade a existência do profano jamais se encontra no
estado puro seja qual for o grau de dessacralização do mundo a que tenha chegado o homem
que optou por uma vida profana não consegue abolir completamente o comportamento
religioso, o homem profano é o resultado de uma dessacralização da existência humana isto
significa que o homem religioso se constitui por oposição a seu predecessor, esforçando-se
por se “esvaziar” de toda religiosidade e de todo significado transumano, o homem profano
queira ou não conserva ainda vestígios do comportamento do homem religioso, mas
esvaziado dos significados religiosos. O homem religioso no estado puro é um fenômeno
muito raro mesmo na mais dessacralização das sociedades modernas.
Em sua variação de formas e alternativas do catolicismo parece ser, durante todas as
religiões mais visíveis no Brasil, àquela que combina o maior número de formas diferentes
de celebrações,(BRANDÂO 1989, p 37).Ha muitas festas religiosas católicas com sua
cultura e rituais diferentes mas muitas ligadas diretamente a Igreja Católica.
A festividade compõe-se de momentos de exibição dos ritos e símbolos, e esses
momentos tem significados diferentes para cada pessoa presente no espaço festivo. Segundo
Oliveira os rituais se relacionam entre o sagrado e o profano, estes dois fatores juntos
adicionam valores simbólicos e ritualísticos ao manifesto e a comunidade devota agrega uma
importância sentimental expressiva ao evento. Deste modo, os sujeitos da comunidade se
veem envolvidos politicamente e culturalmente sob critérios próprios nos ritos que
caracterizam a festa.
“mesmo sem separar o sagrado do profano e o solene do festivo, a festa do santo
produz ênfases sobre um e outro” (BRANDÃO, 2004, p. 135).
A festa começa pelo momento sagrado, o ritual sagrado inicia-se com a reza do terço,
ao termino do terço se inicia o momento profano, a festividade se conclui com o baile e os
leiloes. Percebemos que os rituais sagrados e profanos se alternam todos os dias. Pois a festa
é momento de agradecer as graças recebidas, de festejar a proteção dos santos, e o encontro
da comunidade, e também de pagar promessas.
Rituais que são gestos típicos do catolicismo e fazem parte de quase todas as festas
católicas religiosas, tais como: a queima de fogos, procissões, terços, missa, novena e
danças, de acordo com a cultura de cada uma. São rituais sagrados com espaços sagrados
mas que estão junto com profano, como exemplo temos a cavalgada da festa olaria, onde os
21
santos são levados à frente pelos festeiros, mas muitas pessoas que seguem a cavalgada estão
consumindo bebida alcoólica.
O conceito de sagrado e sua representação simbólica remetem-nos,
inevitavelmente, à perspectiva do poder mantido e reproduzido pela comunidade
em suas territorialidades religiosas ou quase sagrada (ROSENDAHL,2010, p.
187).
O homem toma conhecimento do sagrado porque este se manifesta, se mostra
como algo absolutamente diferente do profano ao longo da sua história. O espaço sagrado
tem um valor existencial para o homem religioso; porque nada pode começar sem um ponto
fixo.(ELIADE ,Mirceia, 2008, p. 17). O ponto fixo é como um suporte para seguir um
caminho sem o caos e sim nascer ou começar num mundo sagrado.
A hierofania que é a manifestação do sagrado se da para homem quando este habita
espaços considerados sagrados como igrejas, santuários ou lugares onde se pratica rituais
sagrados, por mais que o homem viva profanamente , ele não consegue se desligar
totalmente do mundo sagrado.
O sagrado manifesta se sempre como uma realidade inteiramente diferente das
realidades “naturais”, a primeira definição que se pode dar ao sagrado é que ele se
opõe ao profano, o sagrado equivale ao poder e, em última análise, à realidade por
excelência dar-se conta de que o sagrado e o profano constituem duas
modalidades de ser no Mundo, duas situações existenciais assumidas pelo
homem. (ELIADE,2008, p.12,13,14)
Mesmo manifestando o sagrado, qualquer objeto se torna outra coisa, porém
continua a ser ele mesmo. Desta forma, mesmo uma pedra sagrada nunca deixaria de ser
pedra em si, já que, se ela for vista com o olhar profano nada evidenciará diferença das
demais pedras. Uma pedra para ser sagrada deve cumprir o papel de mediação com o
sagrado, só desse modo ela trans-significa; ou seja, “a sua realidade imediata transmuda-se
numa realidade sobrenatural" (ELIADE,1992, p. 18).
Podemos perceber que nem todas as pessoas que participam das festas religiosas no
Brasil têm uma olhar sagrado sobre as imagens dos santos, esse olhar sagrado diferencia os
devotos das pessoas chamadas ateu no quesito da fé, pois as pessoas que vão em busca
somente do festejar não tem esse olhar sagrado, como os devotos que pagam suas promessas
com sacrifícios oferecidos aos santos como forma de agradecimento por algo recebido. A
festa é um acontecimento coletivo, é realizada com envolvimento de muitas pessoas,
22
comoas populações rurais circunvizinhas que querem honrar os santos, é acontecimento de
rituais, quase sempre ligados à festa de ciclos católicos em Goiás.
São as festas de santos padroeiros ou festas de homenagem ampliada a algum
personagem de culto mais difundido ou digno de homenagem maior.
(BRANDÂO,2004,p.36).
Geralmente as festas de grande homenagem são como, a festa do Divino Espirito
Santo em Trindade , a festa de Nossa Senhora de Rosário de Catalão.
Sob todo seus aspectos as festas de santo ou``produto`` são uma oportunidade
de reunião coletiva para aprendizagem e reconhecimento dos universos
simbólicos e das ideologias que a sociedade ou alguns de seus grupos produz,
controla e mantem em vigência.(BRANDÃO,2004,p.36).
A influência religiosa assume também outra forma, contribuindo para a realização de
festividades. As festas podem ser consideradas como uma forma de romper com a rotina
após muito tempo de trabalho, elas constituem também um elemento de sociabilidade entre
as famílias e vizinhos. A festa também é capaz de colocar, em cena, o conflito entre as
exigências da “vida séria” e a própria natureza humana. Segundo seu modo de ver, as
religiões e as festas refazem e fortificam o “espírito fatigado por aquilo que há de muito
constrangedor no trabalho cotidiano”. Nas festas, por alguns momentos, os indivíduos têm
acesso a uma vida “menos tensa, mais livre”, a um mundo onde “sua imaginação está mais à
vontade” (DURKHEIM,1968: 543/547,Apud AMARAL.).
No caso específico das festas rurais das comunidades do município de Catalão
Goiás, elas são geralmente organizadas tendo por motivação preceitos religiosos, visto que,
conforme destaca Cândido (1999), que realizou amplos estudos sobre a cultura do “caipira”
no município de Bofete (SP), as festividades rurais são meios usados pelos produtores para
agradecer aos santos pela fartura alcançada no ano. (Apud NAVES, MENDES E
LEMES,2009,P.17-20)
Deve ser levado em consideração o modo como a religião exerce uma ação no
cotidiano dessas pessoas, visto que o morador das comunidades rurais estabelece uma
espécie de código de conduta, permeado pela ideia da obrigação para com a religião. Sobre o
assunto, (CASTELLS 2006) afirma que, a religião, assim como a história, a geografia, a
biologia e todas as memórias coletivas e fantasias formam a base para a construção de uma
identidade.
23
Tais festas começavam geralmente com a devoção de algum morador que iniciava
um terço em louvor a um santo, por uma graça alcançada, convidando, também, seus
vizinhos a participarem, discute se a importância do terço, apontando suas origens também
no fato de muitas propriedades ficar demasiadamente afastadas ou de difícil acesso, o que
dificultava a ida de padres e demais representantes da igreja, levando os fiéis a encontrarem
formas alternativas para manifestarem sua fé. Ainda segundo o autor, esse tipo de atividade
aumenta os graus de afetividade e solidariedade entre seus participantes, com o passar do
tempo a devoção passou a ser também manifestada com comemorações que aconteciam após
o ato religioso. (NAVES, MENDES E LEMES,2009,P.17-20)
O número de participantes das festas rurais vem crescendo muito, de tal maneira
implicando na necessidade de sempre estar reformando ou aumentado o espaço da festa. As
festas de roça constituem, além do caráter religioso, uma manifestação social, uma forma de
reunir e rever parentes e amigos das regiões circunvizinhas, as festas incluem a dança, o
terço cantado e o preparo de comidas típicas da região, que muitas vezes são servidas de
graça aos participantes.
Embora determinados valores sejam degradados pelo processo de urbanização, a
ruralização presente nas tradicionais festas religiosas pode ser interpretada como uma reação
às mudanças impostas, sendo uma forma de manter suas tradições. Desse modo, todos esses
aspectos mostram que o espaço de vivência do homem do campo incorpora toda a história de
várias gerações com seus valores e modos de vida.
Percebemos que as festas rurais são espaços que possuem diferenças, pois o ponto
principal é homenagear e louvar e agradecer aos santos, mas essa parte é feita apenas por
pessoas da comunidade e uma pequena parte de pessoas que saem da cidade e vão a tempo
de participar das celebrações. A maioria dos frequentadores da festa só chega após as 22:00
horas, quando a parte religiosa já terminou, pois está em busca de festejar através da dança ,
bebidas, namorar, etc. São dois espaços, no mesmo lugar, o espaço profano e o espaço
sagrado.
As festas parecem oscilar mesmo entre dois polos: a cerimônia (como forma exterior
e regular de um culto) e a festividade (como demonstração de alegria e regozijo). Elas
podem se distinguir dos ritos cotidianos por sua amplitude e do mero divertimento pela
densidade. Na verdade os dois elementos têm afinidades. Durkheim já observava o aspecto
recreativo da religião e a cerimônia religiosa é, em parte, um espetáculo (representação
dramática, no caso, de um mito ou aspecto dele ou de um evento histórico). Este caráter
misto poderia ser tomado com um primeiro termo da definição de festa, pois ela parece ser
24
fundamentalmente ambiguidade: refere-se a um objeto sagrado ou sacralizado e tem
necessidade de comportamentos profanos . Toda festa ultrapassa o tempo cotidiano, ainda
que seja para desenrolar-se numa pura sucessão de instantes, de que o “happening” constitui
o caso limite, a festa acontece de modo extra cotidiano, mas precisa selecionar elementos
característicos da vida cotidiana. Toda festa é ritualizada nos imperativos que permitem
identificá-la, mas ultrapassa o rito por meio de invenções nos elementos
livres.(AMARAL,2001 ,p.17).
25
CAPÍTULO II
A FESTA DA COMUNIDADE OLARIA: RITUAIS DE
PREPARAÇÃO
Os elementos que integram a identidade cultural de um povo podem ser analisados
sob diversos aspectos, nas tradições, na religiosidade e na organização econômica que se
integram ao território são fatores que podem ser utilizados para o maior entendimento de um
povo.
Ao tentar uma definição de festa, Amaral destaca Duvignaud, pois ele relata que é
permitido dividi lá em :
-Festas de Participação: incluem-se cerimônias públicas das quais participa a comunidade.
Os participantes são conscientes dos mitos que ali são representados, assim como dos
símbolos e dos rituais utilizados.
- Festas de Representação: contam-se aquelas que apresentam “atores” e “espectadores”. Os
atores, que podem ser em número restrito, participam diretamente da festa organizada para
os espectadores que, eles próprios, participam indiretamente do evento ao qual eles atribuem
entretanto, uma dada significação e pela qual são mais ou menos afetados, os participantes
são em número limitado enquanto os espectadores são muito numerosos.
A festa de roça é uma festa de participação, ela é aberta para quem quiser participar,
os ritmos das danças e as harmonias profanas invadem lentamente o quadro da comemoração
original da festa, com o passar dos anos a festa vai se modificando trazendo sempre algo
diferente em sua estrutura.
A uma interação entre os indivíduos que estão presentes, pois a presença de varias
culturas e camadas sociais e um grande número de pessoas convive durante os nove dias de
festa, compartilhando suas culturas, alguns retornam as suas origens pois muitas pessoas que
vieram trabalhar na cidade aproveitam o tempo da festa, para estar em contato com
familiares e amigos. A festa se impõe como mediadora na vida das pessoas, na renovação do
sagrado, mediando o sagrado e o profano, a devoção e a diversão.
Dona Maria Matilde Martins, conhecida como dona Niteza, por ter sido uma moça
muita bela em sua juventude, segundo dona Maria ela recebia muitos olhares dos rapazes da
época.Nascida em 13 de março de 1932, nos conta a historia da festa da comunidade olaria.
A festa teve inicio quando dona Maria completou seus 13 anos de idade, há 69 anos atrás, já
namorando, o sogro de dona Maria doou um terreno para que se construísse a igreja da
olaria, era realizada duas festas, uma no mês de junho em louvor a são Sebastião que é
26
protetor dos homens, da colheita, e outra em Agosto em Homenagem a Nossa Senhora da
Abadia, que para dona Maria é a protetora das mulheres.
Aos 14 anos dona Maria se casou com seu João Arruda (in memoriam), e eles juntos
realizavam a festa. “Eu fazia, passava pro cê seu marido ia passano. Nois fazia as novena
nove dia, rezava os terço. Dipois nois ia pro leilão uma torda feita de foia de babaçu, fazia
uma mesa com pau e taba e forrava e punha la as bandeja,os cestos tinha linguiça, carne de
porco e pinga,ai que beleza,o me deu uma vontade de toma um gole de pinga e come um
pedaço de linguiça, o tempo bão. Mas os trem era tudo mais barato hoje é muito caro, mudo
muito”.
Com passar dos anos o numero de participantes foi aumentando e se tornou mais caro
realizar a festa, então passaram a fazer somente uma festa em homenagem aos dois santos. O
leilão também passou por transformações, tendo uma variedade de prendas tais como:
roupas, chapéus, e comida e bebida, que são leiloados a preços altos. Diferentes dos leilões
de antigamente. Após o leilão segundo dona Maria acontecia dança, com a presença de um
sanfoneiro da cidade e todos dançavam a noite toda ate amanhecer o dia, mas tudo feito com
muito respeito “ Eu dançava muito, pegava fogo dançava quadrilha, tinha um tocador bão,
era o mio de catalão, chamava Durico, agora cê vai na festa num tem jeito nem do cê dança
e festa direito”.
A iluminação da torda e da igreja era a feita por lampiões, no dia da procissão a noite
era iluminada pelas velas, que ficava numa espécie de balão feito de papel para não queimar
a mão. “Ficava tão bunito aquele tanto de gente rezano e cantano e a luz das vela clareando
a escuridão pra seguir a procissão. Os minino carregano o andor de São Sebatião e as
minina carregano o andor de Nossa Senhora Abadia, as crianças são puras por isso carrega
os andor”.
Segundo dona Maria as pessoas ainda pagam promessas das graças recebidas, mas
antigamente a quantidade de pessoas era maior. Muitas pessoas levavam as crianças vestidas
de anjo, a até mesmo mulheres vestidas de noiva.” Era tanta gente nos terços que não cabia
dentro da igreja, uns ficava de fora mas todo mundo rezava, pagava promessa, tinha minino
de anjin,e muié com vestido de noiva .Uma vez eu fiquei doente, e minha cumade fez um voto
pra mim paga se eu miorasse. Eu miorei,e paguei a promessa, fiquei deitada na porta da
igreja tampada com um lençol branquin, e as pessoa rezando e catando ia passano em cima
de mim me pulano, mas so os que tava rezano, os outro não, eu fiquei deitada ate o terço
acaba. Ai me deu um trem ruim de lembra disso, fiquei deitada no chão na terra mesmo,
tampada com lençol é estranho ne”.
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Para dona Maria é triste não acontecer a festa neste ano de 2014, por causa da
interferência da igreja católica, o Frei visitou as comunidades explicando o porquê dessa
interferência. Pois a festa pode acontecer normalmente com os terços, o baile e os leilões,
mas sem bebida alcoólica, pois a igreja quer o bem de todos principalmente das crianças que
são os adultos de amanhã, a preocupação é com futuro dessas crianças, pois se estão em local
onde os pais, familiares ou amigos consomem bebida alcoólica, eles também aprenderão a
beber e podem prejudicar seu futuro pois os jovens estão consumindo bebidas alcoólicas
cada vez mais cedo. “Eu fui na reunião lá na comunidade e não pudia ir contra o Frei
porque ele ta certo, de proibi as bibidas, ele ta pensano nas crianças amanha, e eu não
quero que meus filho, meus neto,meus bisneto aprende ou passa alguma coisa ruim”.
Alguns dias antes do inicio da festa realiza se uma cavalgada , esta tem como foco
divulgar a festa, se reúnem pessoas da cidade e da comunidade rural, crianças adultos e
idosos todos participam. Durante a cavalgada também é levado os santos que são carregados
pelos festeiros que seguem na frente da cavalgada em um carro de boi. Durante o trajeto
participam pessoas em automóveis, e também é feita a venda de bebida alcoólica, a
cavalgada percorre distancias grandes, no caso da festa da Olaria as pessoas se reuniram na
comunidade da Cisterna, e de lá seguiram para a comunidade Olaria. Quando chegam à
quadra da comunidade é realizada uma reza de agradecimento, e servido um almoço para as
pessoas presentes.
Dona Maria gosta muito da cavalgada, que vem acontecendo a poucos anos, ela nos
diz que acha muito bonito, mas deve ser feita com respeito, “eu gosto da cavalgada, acho
bunito, mas tem que ter respeito ,num pode impina os cavalo pra derrubar e machuca os
outro,tem que sabe ir”.
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Figura 01-Fonte Vinicius.
Festeiros segue a frente da cavalgada no carro de boi.
Figura02-fonte,Luciene.
Cavalgada, seguida por muitas pessoas de automóveis
Figura-03-Fonte-Vinícius.
Reza após a cavalgada. Momento de agradecimento dos festeiros e das pessoas
presentes.
Figura 04-Fonte Luciene.
Comida servida, gratuitamente as pessoa no dia da cavalgada.
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Figura 05- Vinicius.
Enfeites sendo confeccionados por moradores da comunidade e pessoas da cidade no
local onde acontece a festa.
Figura06-fonte Luciene.
Torda ou tolda já enfeitada com reservado pronto
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A igreja ou centro comunitário também é toda ornamentada, e as pessoas
responsáveis tem que deixa-los enfeitados de acordo com as cores dos santos. Para que
seja realizado o cenário religioso, é enfeitado o andor, os santos, o mastro. Pois a festa
conta com a colaboração de fieis para que seja realizada a celebração religiosa.
O andor é um objeto importante no ritual pois durante a procissão ele é
carregado por crianças, o mesmo e confeccionados de madeira , sendo uma caixa feita
de tabuas que fica no centro de dois paus roliços de 2,50 m de comprimento, uma
espécie de altar móvel, o santo é fixado no meio pra ser carregado.
Figura 07-Fonte Luciene.
Andor de São Sebastião e Nossa Senhora da Abadia.
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Figura 08.Fonte Luciene.
A crença popular considera São Sebastião o protetor do homem contra a peste, a fome e
a guerra, e dessa maneira, os agricultores confiam a ele toda a sua produção.
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Figura 09.Fonte Luciene.
Nossa Senhora da Abadia protetora das mulheres.
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Figura 10- fonte Luciene.
Altar da Igreja Enfeitado, composto por Imagem dos Santos ,a Bandeira dos Santos que vai no
mastro e flores, que completam o ritual de rezar as novenas que são as rezas de teço durante
nove dias. E um dia na semana é dedicado para que um padre da paroquia nossa Senhora Mae
de Deus realize a missa.
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Figura 11- Fonte Vinicius.
Andores sendo carregados pelas crianças durante a procissão.
A procissão segue no cair da noite, no trajeto são levados os santos, o andor e a as
bandeiras de cada santo. Os Casais de festeiros carregam os santos e as bandeiras ,e as
crianças os andores. O ritual de serem as crianças que devem carregar o andor, e porque
que as crianças são puras de coração, por serem virgens e não tem maldade. As velas
são levadas em balões feitos de papel que e para não queimar a mão.
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Figura 12-fonte Vinicius.
Terço sendo realizado, na parte religiosa não comparece um numero grande de pessoas,
a presença maior é das pessoas da comunidade, e as crianças participam ativamente dos
terços, cantando e rezando e soltam.os balões brancos que representam a paz, e são
soltos após o terço.
Figura 13-fonte Vinicius.
Primeiro terço realizado para as crianças , para que elas possam seguir a tradição que já
vem sendo passada de gerações. A participação das crianças nos terços tem o intuito de
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seguir essa tradição e que esses sigam os caminhos dos pais, e passem a seus filhos e
netos para que se mantenha viva a tradição.
Ao longo dos dias de festa são realizados nove dias de bailes, que contam com a
presença de muitos adeptos da popular festa de roça, A festa é animada ao som de muita
musica, com bandas da região, a presença de um leiloeiro para realizar os leiloes que
agitam as pessoas a cada vez dar lances mais altos nas prendas que são levadas por
pessoas designadas como juízes daquele dia, Sendo juízes de prendas, café, foguetes,
velas, e da fogueira, são chamados assim pois cada pessoa ajuda como pode uma
espécie de voluntários, para que se possa ajudar na despesa da festa. As pessoas são
avisadas por convites enviados pelos festeiros, assim sabem o dia de levar a prenda, ou
de ajudar arrumar algo na comunidade.
As prendas oferecidas são de variados tipos, tem comida ,bebida, roupas, bezerras,
bonés ,etc. Durantes os dias de festa também acontecem bingos, geralmente no
domingo, os prêmios oferecidos também são doações, e tem a presença de adultos e
crianças, e em seguida dão inicio ao baile .Antes da banda iniciar com as musicas
dançantes, eles tocam uma canção religiosa sempre a canção Oração pela Familia,um
ritual sagrado que acontecem antes das danças e a venda de bebidas começarem.
Figura 14 fonte Vinicius, Luciene. Bingos prendas para o leilão.
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Figura 15-fonte Vinicius , Luciene.
A banda musical Cruz, e as pessoas no reservado.
São nove dias de muita reza, muita dança muita festividade, e no ultimo dia de festa,
são escolhidos novos festeiros para realizar a festa no ano seguinte e realizada a
procissão para levantá-lo do mastro um ritual que acontece apos a procissão. Os
festeiros ficam com coroa na cabeça que será passada aos novos festeiros escolhidos
pelos velhos festeiros.
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Figura-16-fonte Vinicius.
Chegada da Procissão e em seguida o levante do Mastro com a Bandeira dos Santos.
Procissão é levada os andores, carregados pelas crianças, as meninas carregam o andor
de Nossa Senhora Abadia , e os meninos carregam o andor de São Sebastiao. O mastro
é levantado ao lado da cruz, Chamada como cruzeiro da igreja. Que este ano foi trocada
por uma nova cruz feita pelos festeiros e membros da comunidade.
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Figura 17-fonte Vinicius.
Cruzeiro da Igreja sendo feito e colocado no lugar da antiga cruz. Mastros são
colocados ao lado do cruzeiro.
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Figura-18 Fonte Vinicius.
Festeiro do ano de 2014 recebendo as coroas de festeiros. Que é comemorado com uma
queima de fogos.
Após todos os Rituais concluídos segue a festa, com os leiloes muito animados e
muita dança, ate o dia amanhecer.
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Figura19- Vinicius
Na segunda feira acontece a retirada dos mastros para entregar a bandeira dos santos
aos novos festeiros.
E com esse ritual se encerra a festa.
Os festeiros Roberto e Matizete (figura03,11) autoriza a exposição das fotografias nesta
pesquisa. E a Dona Maria (figura 20) também autoriza colocar sua fotografia.
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Figura 20-Fonte Luciene.
Dona Maria Matilde Martins, conhecida como dona Niteza.
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Considerações Finais
Ao concluir esta pesquisa percebemos que a umas extensas variedades de festas
religiosas ligadas ao catolicismo no Estado de Goiás, a festa rural é uma delas, conhecida
tradicionalmente com festa de roça, um espaço de interação social onde as pessoas das mais
variadas idades participam das festividades. Vimos à participação de adultos e crianças nos
ritos religiosos com o intuito de ensinar, para que estas crianças prossigam com a tradição.
Na festa as pessoas fazem novas amizades, reencontram amigos, interagindo culturalmente e
fortalecendo laços familiares, pois muitas famílias se unem para ir festejar.
Na parte festiva presenciamos a grande participação das pessoas, um numero bem maior
que a o da parte religiosa, a crianças dançando, ou tentando apreender. O consumismo é alto
e vemos que os jovens estão bebendo cada vez mais cedo, as bebidas alcoólicas são muito
apreciadas pelos presentes.
Através da religiosidade e a festividades nas danças e bebidas entendemos que o
sagrado e profano estão juntos na festa porque o dois tem influencia na vida dos adeptos,
pois os devotos participam das festividades e das rezas que são os rituais sagrados. Os
festeiros tem uma mudança significativa em sua vida cotidiana, pois o trabalho de realização
da festa é árduo e exige muito , são dias e noites acertando os preparativos.
A parte religiosa encanta as pessoas e os devotos com os rituais de homenagem aos
santos que são ornamentados para receberem os agradecimentos das graças concebidas aos
devotos, e que estão pagando algum tipo de promessa.
A festa rural é uma tradição que vem construindo história, unindo pessoas que lutam
para que todos os anos a festa aconteça e seja apreciada e conhecida por mais pessoas e
expandindo cada vez mais sua tradição.
Através de entrevistas com pessoas adeptas da festa de roça percebemos, que muitos
tem em comum a apreciação exagerada da bebida alcoólica, para alguns sem a bebida a festa
não tem graça, pois acreditam que sem a bebida não tem animação para festejar a noite toda.
Vemos também que a parte religiosa é pouco frequentada, e que comparecem em maioria e o
pessoal da comunidade.
Concluímos que esta pesquisa, oferece um processo de aprendizagem muito amplo, uma
oportunidade de conhecer a historia e a tradição de realizar a festa na comunidade morro
agudo olaria, é uma festa que encanta pelos rituais sagrados, e que anima as pessoas através
das festividades que ela oferece, é também muito importante na vida da comunidade, muitos
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trocam algumas de suas atividades cotidianas para se confeccionar os ornamentos da festa,
pois se unem para que as etapas estruturação da festa sejam concluídas todos os anos.
E uma oportunidade gratificante ter conhecido a realidade histórica da festa em
homenagem a São Sebastião e Nossa Senhora Abadia
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Entrevistas
1-Qual é seu nome e sua idade?
R: T.M.M. 20 anos
2-O que você gosta na festa de roça?
R: Um local belo de dança e uma cerva gelada.
3-A festa é importante pra você? Por que.
R: Na verdade não, penso porque é porque não cresci na cultura.
4-Você participa da parte Religiosa?
R: Nao é minha crença religiosa,apesar de ser um rito cultural bastante interessante nao
tenho esse costume.
5-Você participa da Organização da festa? Por que.
R: Nao tive nenhuma participação,não da tempo trabalho todos os dias.
6- A festa tem influencia na vida das pessoas?
R: para pessoas que participam da parte religiosa creio que sim , cria novos momentos
para refletir a si mesmos com Deus.
7-Você dança e consome bebida alcoólica? Por que.
R: Danço e consumo , porque fui criado em uma cultura em que momentos de diversão o
alcool tem o efeito de relaxamento e a dança é um modo de expressar como estou me
sentindo.
8-Você é a favor da proibição da venda de bebida alcoólica na festa?
R: O fator de impedimento da venda do local não acaba com o problema e sim o oculta.
Sendo assim como consequência pessoas levará bebidas ao local surtindo o efeito se
estivesse vendendo bebidas no local... Talvez seja ate mais grave pelo fator de levarem
bebidas mais fortes causando um problema maior.
9-Você acha importante a união da comunidade? Por quê?
R: Sim, momentos com a família com os amigos que ira surgir novas historia.
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1-Qual é seu nome e sua idade?
R: S.C. 25 anos
2-O que você gosta na festa de roça?
R: ambiente familiar e aconchegante
3-A festa é importante pra você? Por que.
R:. Sim porque é uma forma de manter a cultura viva dos nossos antepassados
4-Você participa da parte Religiosa?
R: algumas vezes outras não
5-Você participa da Organização da festa? Por que.
R:. Olha nunca participei pois a maioria das festas não são de pessoas prosxcimas ai fica
meio dificil
6- A festa tem influencia na vida das pessoas?
R: e como tem gente que passa o ano todo se organizando pra essa comemoração
mobilizando varias outras pessoas tambem
7-Você dança e consome bebida alcoólica? Por que.
R: dançar sim pois adora agora bebida alcóolica não porque não bebo.
8-Você é a favor da proibição da venda de bebida alcoólica na festa?
R: Não. Não sei explicar um motivo concreto mas acho que por ter mais movimento.
9-Você acha importante a união da comunidade? Por quê?
R:Acho pois como o ditado diz a união faz a força e quando todos nos queremos podemos
fazer coisas muito melhores.
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1-Qual é seu nome e sua idade?
R: T.T 26anos
2-O que você gosta na festa de roça?
R: Risos.... Dançar.
3-A festa é importante pra você? Por que.
R:. Era muito...agora não e mais,o povo não sabe festa mais, so sabe beber e reparar os
outros.
4-Você participa da parte Religiosa?
R: risos...muito pouco
5-Você participa da Organização da festa? Por que.
R:. Ja participei muito.Porque gostava era divertido.Hoje não participo mais, mudei pra
cidade, as coisas fiaca mais dicil, tem que trabalha.
6- A festa tem influencia na vida das pessoas?
R: Risos...muito pouco.
7-Você dança e consome bebida alcoólica? Por que.
R:. Eu danço e muito....adoro. Beber não odeio.
8-Você é a favor da proibição da venda de bebida alcoólica na festa?
R: Nao.Pra ser sem bebida não tem graça,hoje em dia não a nada sem bebida,mesmo que
eu não beba eu não importo dos outros beberem, risos... Se não tem bebida não terá festa
9-Você acha importante a união da comunidade? Por quê?
R: Sim, sim.porque é a comunidade e quem faz a festa e não os festeiros.
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1-Qual é seu nome e sua idade?
R: F.O. 28 anos
2-O que você gosta na festa de roça?
R: Dançar, ver pessoas diferentes, e bem organizada, fui tres dias.
3-A festa é importante pra você? Por que.
R:. Nao considero importante, antes nao faltava uma, mas hoje nao faz diferanca
4-Você participa da parte Religiosa?
R: Não. Ai não sei nunca tive vontade.
5-Você participa da Organização da festa? Por que.
R:Não. So quando minha amiga foi festeira ai eu ajudei.
6- A festa tem influencia na vida das pessoas?
R: Acho que ,ai não sou boa nisso não. Risos.
7-Você dança e consome bebida alcoólica? Por que.
R:. Danco por que gosto, ja bebi algumas vezes, mas hj nao bebo mais.
8-Você é a favor da proibição da venda de bebida alcoólica na festa?
R:Eu penso que se tirar a bebida ninguem vai na festa, Agora pensa se tirasse a parte
religiosa, ninguem ia reclamar, porque sao poucos os que participam.
9-Você acha importante a união da comunidade? Por quê?
R:Acho que sim se todos ajuda, faz uma festa boa.
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1-Qual é seu nome e sua idade?
R: K.B. 33 anos.
2-O que você gosta na festa de roça?
R:.Ve os amigos, as muie e dançar.
3-A festa é importante pra você? Por que.
R:. Sim .Pra se divertir.
4-Você participa da parte Religiosa?
R:Não. Há gente vai pra festa so depois das dez hora da noite.
5-Você participa da Organização da festa? Por que.
R:Sim. Os dias da folga no serviço eu vou pra roça pra ajudar e muito bão.
6- A festa tem influencia na vida das pessoas?
R:A tem. Nos dia da festa, eu durmo tarde,levnto cedim pra trabalhar, a gente mas a festa
compensa.
7-Você dança e consome bebida alcoólica? Por que.
R:Danço demais, gosto de beber porque a gente anima mais.
8-Você é a favor da proibição da venda de bebida alcoólica na festa?
R: Não.se não a gente não anima, a pinga a cerveja ajuda a gente a esquentar.
9-Você acha importante a união da comunidade? Por quê?
R: Ha, é muito importante,pois todo mundo é conhecido um do outro,e assim vai
ajudando.
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1-Qual é seu nome e sua idade?
R: I.B.D. 16 anos
2-O que você gosta na festa de roça?
R: Gosto de ver as pessoas dançar e dançar, reencontrar os amigos, e até mesmo parentes
mais distantes.
3-A festa é importante pra você? Por que.
R:Sim. Foi muito boa, divertida, e bem organizada.
4-Você participa da parte Religiosa?
R:. Sim, porque a parte religiosa é importante para todos, pois é celebrada a missa, e onde
vem à ocorrer o terço todos os dias.
5-Você participa da Organização da festa? Por que.
R: Sim, pois já fui convocada.
6- A festa tem influencia na vida das pessoas?
R:Sim, Eu mesmo vou pra roça e fico lá nove dias para ir na festa.
7-Você dança e consome bebida alcoólica? Por que.
R: Apenas danço, não consumo bebida alcoólica, porque dançar é uma diversão, e bebida
alcoólica não faz bem, trazendo apenas malefícios.
8-Você é a favor da proibição da venda de bebida alcoólica na festa?
R: Sim. Por que bebida não faz bem a saúde.
9-Você acha importante a união da comunidade? Por quê?
R: Sim, porque a união faz a força.
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1-Qual é seu nome e sua idade?
R: I.B.D. 16 anos
2-O que você gosta na festa de roça?
R: Gosto de ver as pessoas dançar e dançar, reencontrar os amigos, e até mesmo parentes
mais distantes.
3-A festa é importante pra você? Por que.
R:Sim. Foi muito boa, divertida, e bem organizada.
4-Você participa da parte Religiosa?
R:. Sim, porque a parte religiosa é importante para todos, pois é celebrada a missa, e onde
vem à ocorrer o terço todos os dias.
5-Você participa da Organização da festa? Por que.
R: Sim, pois já fui convocada.
6- A festa tem influencia na vida das pessoas?
R:Sim, Eu mesmo vou pra roça e fico lá nove dias para ir na festa.
7-Você dança e consome bebida alcoólica? Por que.
R: Apenas danço, não consumo bebida alcoólica, porque dançar é uma diversão, e bebida
alcoólica não faz bem, trazendo apenas malefícios.
8-Você é a favor da proibição da venda de bebida alcoólica na festa?
R: Sim. Por que bebida não faz bem a saúde.
9-Você acha importante a união da comunidade? Por quê?
R: Sim, porque a união faz a força.
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Bibliografia
AMARAL, Rita, Festa à Brasileira O Sentido do Festejar no Pais que`` não é serio´´. São
Paulo, Fonte Digital, 2001.
BRANDÂO, Carlos Rodrigues A cultura na rua. São Paulo, Ed. Papirus 1989.
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