Upload
phamnhu
View
219
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Orações adjetivas e o ensino: perspectiva funcionalista.
Autor ENILDA DEZORZI
Escola de Atuação Colégio Estadual Olavo Bilac
Município da escola Sarandi
Núcleo Regional de Educação Maringá
Orientador Profª Maria Regina Pante
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Maringá
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Produção Didático-pedagógica Linguística Aplicada
Relação Interdisciplinar
Público Alvo Alunos do 1º ano do Ensino Médio
Localização
Colégio Estadual Olavo Bilac
Rua Jaçanã, 587
Bairro Centro - Sarandi-Pr.
Apresentação:
O espaço escolar é um ambiente propício para várias atividades
escolares. Com o intuito de ampliar o uso da linguagem e trazer
uma nova perspectiva sobre o trabalho da Língua Portuguesa na
escola, em especial ao que se refere ao ensino da gramática,
pretendo oportunizar aos alunos um veículo concreto para
expressarem suas produções reais do uso da língua, visto que eles
possuem grandes dificuldades na organização do texto escrito ou
falado. Para tanto a análise linguística sob o enfoque funcionalista,
que analise a língua em uso, será uma prática didática
complementar às das práticas de leitura de oralidade e de escrita,
fazendo parte do letramento escolar, considerando a realidade e o
interesse dos alunos.
Dentre os materiais de apoio está a Revista Mundo Estranho e o
motivo da busca de apoio nesta revista é o de chegar a resultados
diferentes daqueles obtidos pela gramática tradicional, cuja
descrição, em muitos aspectos, não corresponde ao interesse dos
alunos aos usos atuais da linguagem.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) orações adjetivas perspectiva funcionalista
2
O espaço escolar é um ambiente propício para várias atividades escolares. Com
o intuito de ampliar o uso da linguagem e trazer uma nova perspectiva sobre o
trabalho da Língua Portuguesa na escola, em especial ao que se refere ao ensino da
gramática, pretendo oportunizar aos alunos um veículo concreto para expressarem
suas produções reais do uso da língua, visto que eles possuem grandes dificuldades
na organização do texto escrito ou falado. Para tanto a análise linguística sob o
enfoque funcionalista, que analise a língua em uso, será uma prática didática
complementar às das práticas de leitura de oralidade e de escrita, fazendo parte do
letramento escolar, considerando a realidade e o interesse dos alunos.
Sob a perspectiva funcionalista, o ensino da gramática deixa de ser
descontextualizado da metalinguagem, normalmente associado a exercícios
mecânicos de identificação de fragmentos linguísticos em frases soltas, e também
deixa de ser a apresentação de uma teoria gramatical inconsciente - uma espécie de
gramática tradicional mitigada e facilitada. Partindo desse pressuposto, faz-se
necessária a revisão das práticas de ensino de gramática na escola. Dentre os
materiais de apoio está a Revista Mundo Estranho e o motivo da busca de apoio
nesta revista é o de chegar a resultados diferentes daqueles obtidos pela gramática
tradicional, cuja descrição, em muitos aspectos, não corresponde ao interesse dos
alunos aos usos atuais da linguagem.
Sendo assim, é necessário deter-nos um pouco mais nas diferentes formas de
entender as estruturas da Língua Portuguesa e, consequentemente, as gramáticas
que procuram sistematizá-las. O objetivo desse trabalho é o de trazer novas
perspectivas referentes ao ensino de gramática, de forma particular das orações
adjetivas e os pronomes, permitindo a conquista de novas habilidades linguísticas,
particularmente daquelas associadas aos padrões da escrita.
O trabalho de reflexão linguística a ser realizado com esses alunos deve voltar-
se para a observação e a análise da língua em uso, o que inclui a morfologia, a
sintaxe, a semântica e estilística, a pragmática, as variedades linguísticas, as
relações e as diferenças entre a língua oral e língua escrita, quer no nível
morfológico-ortográfico, quer no nível textual-discursivo, visando à construção de
conhecimentos sobre o sistema linguístico. Vale ressaltar que, ao explorar questões
de conhecimentos linguísticos, fixaremos-nos “nas condições de seus usos e nos
3
efeitos discursivos possibilitados pelo recurso a uma ou a outra regra [...]”, como
aponta Antunes (2007, p. 81).
Seguindo essa perspectiva, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de
Língua Portuguesa (2008, p. 60 e 61) nos apontam que,
A estrutura que as formas linguísticas assumem decorre da função comunicativa
que desempenham na interação discursiva. Nessa perspectiva, o estudo da língua
deve dar-se paralelamente ao estudo da situação comunicativa, sem o que muitas
das explicações para fenômenos linguísticos diversos não seriam possíveis. Assim,
o foco de estudo consistirá nos enunciados efetivamente realizados em contextos
reais de comunicação. A gramática reflexiva, segundo Travaglia (1995), é um
trabalho de reflexão sobre o que o aluno já domina, mas acrescenta que há também
um trabalho sobre recursos linguísticos que ele ainda não domina, ampliando sua
capacidade de uso e realizando um ensino produtivo, e não apenas descritivo.
Afirma que,
I ATIVIDADES
1 – Atividade I:
1.1 A linguagem é uma atividade das pessoas e, portanto, fundamentalmente social.
Caracteriza por se manifestar sempre em situações de interlocução, em contextos
específicos.
Quando se assume a língua como interação, em sua dimensão linguística-
discursiva, o mais importante é criar oportunidades para o aluno refletir, construir,
considerar hipóteses a partir da leitura e da escrita de diferentes textos, instância
em que pode chegar à compreensão de como a língua funciona e à decorrente
competência textual. O ensino da nomenclatura gramatical, de definições ou
regras a serem construídas, com a mediação do professor, deve ocorrer somente
após o aluno ter realizado a experiência de interação com o texto.
A gramática é indispensável para produção e compreensão de qualquer texto. Ao
trabalhar a gramática na perspectiva da interação comunicativa e do funcionamento
textual discursivo o professor chegará certamente ao objeto primeiro do ensino da
língua que é o desenvolvimento da competência comunicativa.
4
1.2 Pronome: é a palavra variável que identifica os participantes da interlocução
(primeira e segunda pessoas discursivas) e os seres, eventos ou situações ao qual o
discurso faz referência (terceira pessoa discursiva).
1.3 Pronomes Relativos: costumam também ser definidos a partir de um critério
formal. São relativos aqueles pronomes que fazem referência a algum elemento
anteriormente mencionado no texto, considerado seu antecedente, com o qual
estabelecem uma relação de natureza anafórica.
Os pronomes relativos sempre introduzem orações subordinadas adjetivas, tomando
como antecedente algum elemento anterior e qualificando-o. Eles desempenham
importante papel sintático na estruturação das orações subordinadas adjetivas.
Formas dos pronomes relativos
São pronomes relativos variáveis: o qual, a qual, os quais, as quais; cujo, cuja,
cujos, cujas; quanto, quanta, quantos, quantas.
São pronomes relativos invariáveis: que, quem, onde, quando, como.
Empregos dos pronomes relativos
Cujo, cuja, cujos, cujas são pronomes relativos que assinalem uma relação de posse
entre o antecedente e o termo que eles especificam. Seu sentido equivale ao de de
quem, do qual, de que.
Exercício 1
Observando a charge de Johnny Hart encontrada na página 202 do livro Português:
língua e literatura: volume único / Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara,
Tatiana Fadel. – 2. E.d. – São Paulo : Moderna, 2003. – (Coleção Base)
Nunca coma num restaurante cujo cozinheiro almoça fora (cujo cozinheiro = o
cozinheiro do restaurante).
Onde é pronome relativo quando, indicando o lugar, pode ser substituído por em
que.
Quero comprar uma casa com um quintal onde (=em que) eu possa construir uma
piscina.
5
Exercício 2
Observando a charge de Johnny Hart encontrada na página 211 do livro Português:
língua e literatura: volume único / Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara,
Tatiana Fadel. – 2. E.d. – São Paulo : Moderna, 2003. – (Coleção Base)
Fazer a discussão oral, provocando a curiosidade, baseado nas seguintes questões:
- Você sabe o que é pronome?
- Você sabe quais existentes e como são usados?
Discutidas as questões e observadas as respostas, será entregue uma cópia da
charge acima com a pergunta a seguir:
- Um dos pronomes presentes no segundo quadrinho desempenha a importante
função no estabelecimento da relação entre duas orações. Que pronome é esse?
Explique sua função.
2 – Atividade II:
2.1 Pronomes interrogativos: como seu próprio nome indica, são usados nas
perguntas. Eles são os pronomes indefinidos quem, quanto(a)(s), qual(is) e que
quando empregados em frases interrogativas.
Os pronomes interrogativos que e quem são invariáveis, enquanto os pronomes qual
e quanto são variáveis.
Exemplos:
Quanto tempo você ainda irá demorar para chegar?
Quantos minutos você ainda irá demorar para chegar?
Quais os seus planos para o final de semana?
Qual o seu plano para resolver esse problema?
6
Os pronomes interrogativos podem aparecer tanto em perguntas diretas quanto em
indiretas e ser empregados como pronomes substantivos ou como pronomes
adjetivos.
Exemplos:
2.2 pronome interrogativo adjetivo:
Quantos meses faz que você não lava sua roupa?
2.3 pronome interrogativo substantivo:
Quem lavou minhas roupas?
OBS:
Perguntas diretas são aquelas iniciadas por palavra interrogativa e emprego
de ponto de interrogação.
Perguntas indiretas são aquelas que não são iniciadas por palavra
interrogativa e terminam com ponto final.
Exemplos:
2.4 Interrogativa direta:
Que horas são?
2.5 Interrogativa indireta:
Gostaria de saber quem falou na reunião.
Exercício 1
Entregar a charge de Mort Walker encontrada na página 203 do livro Português:
língua e literatura: volume único / Maria Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara,
Tatiana Fadel. – 2. E.d. – São Paulo : Moderna, 2003. – (Coleção Base)
O pronome quem faz referência a seres humanos, o pronome que se refere a não
humanos.
7
É comum, na linguagem coloquial, reforçar-se o sentido do pronome interrogativo
que através da utilização do artigo definido o (“o que é isso?”), ou pela repetição do
próprio pronome, em expressões como: Que é que? O que é que? (“que é que essa
senhora quer de mim?”; Oque é que você disse?”).
Exercício 2
Entregar o fragmento da canção “Nada sei (Apneia)” para que o aluno identifique os
pronomes relativos e interrogativos.
Exercício 3
Nesta atividade os alunos trabalharão com a revista Mundo Estranho na sessão de
Pergunta & Resposta sobre os pronomes interrogativos. (Cada aluno receberá um
revista onde terá vinte questões sobre curiosidades com suas respectivas
respostas). Alguns exemplos:
- Quem foi a primeira pessoa a passar no Vestibular no Brasil?
- O que é um pixel?
- Quantos litros de água potável restam na Terra?
- Qual é o pássaro mais veloz do mundo?
- Qual museu tem o acervo mais caro do mundo?
- O que é o escudo antimísseis que os EUA querem construir na Europa?
- Qual felino é o melhor caçador?
- Quanto ouro já foi descoberto no mundo?
- Qual é o carro que mais tem nas ruas brasileiras?
- Quanto tempo nossas coisas levam para se decompor?
8
- Quais foram os anúncios mais politicamente incorretos da história?
- Que grandes animais foram extintos nos últimos anos?
- Quantas escolas não possuem banheiros no Brasil?
- Qual o tiro letal mais longo disparado em combate?
3 – Atividade III:
3.1 Orações adjetivas: as orações subordinadas adjetivas são sempre introduzidas
por pronomes relativos e podem funcionar como adjuntos adnominais de vários
termos da oração principal.
As orações subordinadas adjetivas podem ser classificadas, de acordo com seus
sentidos, em adjetivas restritivas e adjetivas explicativas.
Quanto ao sentido, as subordinadas adjetivas classificam-se em restritivas e
explicativas.
3.2 As restritivas, como o nome indica, restringem, limitam, precisam a significação
do substantivo (ou pronome) antecedente. São, por conseguinte, indispensáveis ao
sentido da frase; e, como se ligam ao antecedente sem pausa, dele não se separam,
na escrita, por vírgula.
3.3 As explicativas acrescentam ao antecedente uma qualidade acessória, isto é,
esclarecem melhor a sua significação, à semelhança de um aposto. Mas, por isso
mesmo, não são indispensáveis ao sentido essencial da frase. Na fala, separam-se
do antecedente por uma pausa, indicada na escrita por vírgula.
Cunha e Cintra (1985, p.588-89)
Exercício 1
Leia o período a seguir:
Um jogador iniciante se orienta principalmente pela esperança de aparecer boas
cartas que o deixem com uma mão forte.
Os alunos devem então ser instigados à reflexão a partir dos questionamentos de "a"
a "d".
9
a) Vamos contextualizar esta frase. Ela pode estar falando de jogadores de quê?
Como você chegou a esta hipótese?
b) Quais são os adjetivos que você encontra nesta frase? O que eles caracterizam?
(Observação: Caso julgue necessário, o professor deve solicitar aos alunos que
consultem uma gramática para verificar o conceito de "adjetivo".)
c) A expressão "que o deixem com uma mão forte" tem valor de adjetivo. O que
diferencia essa expressão dos adjetivos que você apontou na questão "b"?
d) Qual é o elemento caracterizado pela expressão "que o deixem com uma mão
forte"? Que palavra liga tal expressão ao elemento caracterizado por ela (pela
expressão)?
e) Transforme os adjetivos encontrados na questão "b" em orações.
Exercício 2
Como decidir entre colocar ou não uma vírgula na oração que tem valor de adjetivo?
Vejamos:
I. Meus alunos que foram bem na prova serão aprovados.
II. Meus alunos, que foram bem na prova, serão aprovados.
Levante hipóteses: Qual a diferença de sentido entre as frases I e II?
Explicação: Em I, eu falo apenas dos alunos que foram bem na prova, ou seja, eu
faço uma referência restritiva, mas existem outros alunos que não foram bem na
prova. Por outro lado, em II, eu falo de todos os alunos e explico que todos esses
alunos foram bem na prova, eu faço uma referência mais genérica.
Vejamos mais um par de exemplos:
III. A Laura que estuda na UFMG foi para a França.
IV. A Laura, que estuda na UFMG, foi para a França.
Explicação: Para quem conhece mais de uma Laura, a frase III restringe de que
Laura se fala. Para quem conhece apenas uma Laura, a frase IV lembra que a
conhecida Laura tem uma ligação com a UFMG.
10
Leia o texto a seguir:
A fauna australiana abrange uma diversidade incrível de animais, mas sem dúvida, o canguru vermelho se tornou o principal ícone da fauna do país. Segundo especialistas, a maioria dos animais encontrados na Austrália são únicos, ou seja, são espécies exclusivas do país, inexistentes em outros lugares do mundo. Nesse sentido, 83% dos mamíferos, 89% dos répteis, 90% dos peixes e insetos e ainda 93% dos anfíbios catalogados são encontrados somente na Austrália. Toda essa “exclusividade” pode ser atribuída ao isolamento geográfico do continente, à estabilidade tectônica e fatores climáticos. [...]
Fonte: http://www.west1.com.br/pages.php?recid=59, acessado em 31 de julho de 2011.
Segundo o texto, qual das frases de cada par pode ser considerada correta?
Explique.
1. a) O canguru vermelho que pode ser encontrado na Austrália é um mamífero.
b) O canguru vermelho, que pode ser encontrado na Austrália, é um mamífero.
2. a) 93% dos anfíbios que foram catalogados na Austrália somente podem ser
encontrados neste país.
b) 93% dos anfíbios, que foram catalogados na Austrália, somente podem ser
encontrados neste país.
Exercício 3
Leia o texto a seguir:
Oceano Pacífico e Austrália
Muitos viajantes do Planeta Férias descobriram os prazeres das ilhas no Sul do Pacífico, onde apreciaram os milhares de locais de mergulho, mares relativamente seguros e praias estonteantes. Os países que fazem a cadeia de ilhas do Sul do Pacífico têm mais a oferecer em termos de aventuras aquáticas e atividades do que em qualquer lugar do mundo. E muitos visitantes consideram a região como um pequeno bocado do Céu na Terra. Um grande número de visitantes da Austrália, que visita a Grande Barreira de Recife, tira tempo para ver o cenário maravilhoso da Austrália que é o habitat para um grande número de criaturas únicas. A Nova Zelândia pode ser considerada o centro da aventura do mundo e é um refúgio para amantes da natureza e entusiastas de desportos extremos. O Tahiti, Vanuatu, Fiji e Palau são algumas das ilhas que ainda se podem gabar das praias virgens e fauna e flora não perturbada, que irá, definitivamente, engrandecer as suas experiências de férias na região. Deixe o Planeta Férias encontrar o seu destino de sonho na região
11
maravilhosa do Sul do Pacífico, veja hoje a nossa seleção dos hotéis de grande valor. [...]
Fonte: http://www.agoda.com.pt/pacific_ocean_and_australia.html, acessado em 31 de julho de
2011.
1. Depois de fazerem uma leitura do texto, os alunos devem responder os
questionamentos em "a", "b" e "c":
a) Qual é o objetivo deste texto? O que ele apresenta a fim de alcançar tal objetivo?
b) Classifique, como restritivas ou explicativas, as orações adjetivas destacadas no
texto e indique qual é o elemento caracterizado por cada uma delas.
c) Explique a ambiguidade ou estranhamento existente no seguinte trecho: Um
grande número de visitantes da Austrália, que visita a Grande Barreira de Recife, tira
tempo para ver o cenário maravilhoso da Austrália que é o habitat para um grande
número de criaturas únicas. Como podemos desfazer esta ambiguidade ou
estranhamento?
Exercício 4
Classifique as orações subordinadas adjetivas em restritivas ou explicativas:
a) O jornal que vocês trouxe é velho.
b) O homem que trabalha é útil à sociedade.
c) Os corpos que giram no espaço são redondos.
d) O pintor que você admira é italiano.
e) Pedra que rola não cria limo.
f) Ninguém gostou do carro que você comprou.
g) Deram-me uma resposta que eu não esperava.
h) O homem, que é um ser mortal, deve amar a Deus.
i) As grandes embarcações brincam no oceano, que é imenso.
j) A neve, que é branca, cobre os arbustos e montes.
12
Exercício 5
Coloque R para as orações restritivas e E para as explicativas:
a) ( ) A mãe, que era surda, estava na sala com ela.
b) ( ) Ele próprio desculpou a irritação com que lhe falei.
c) ( ) É preciso gozarmos a vida, que é breve.
d) ( ) Esse professor de que falo era um homem magro e triste
e) ( ) O vulcão, que parecia extinto, voltou a dar sinal de vida.
f) ( ) A dor que se dissimula dói mais.
Exercício 6
Explique a diferença de sentido entre os pares de orações adjetivas e classifique-as
em explicativa e restritiva:
a) O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamete.
O homem, que se considera racional, muitas vezes age animalescamete.
b) Mandei um telegrama para o meu irmão que mora em Roma.
Mandei um telegrama para o meu irmão, que mora em Roma.
c) Os idosos, que gostam de dançar, se divertiram muito.
Os idosos que gostam de dançar se divertiram muito.
d) O circo de cavalinhos que era esperado para março antecipou sua chegada.
O circo de cavalinhos, que era esperado para março, antecipou sua chegada.
13
Exercício 7
Reescreva as frases seguintes, transformando em adjetivos as orações
subordinadas adjetivas:
a) Nossos alunos estão trabalhando com material que pode ser reciclado.
b) Há, em frente à fábrica, uma fila de homens e mulheres que estão sem emprego.
c) As geladeiras devem ficar constantemente ligadas, porque nelas estão
armazenados alimentos que podem perecer.
d) Todo o cuidado é pouco com os materiais que podem inflamar.
e) As bibliotecas escolares precisam renovar seu acervo com livros que estimulem e
que instruam.
Exercício 8
Classifique as orações destacadas em :
- oração sub. adjetiva restritiva
- oração sub. adjetiva explicativa
a) Os bois da minha fazenda, que contraíram febre aftosa, serão examinados.
b) Os homens, que são seres racionais, exploram os animais.
c) O livro que comprei é bom.
d) Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os problemas.
e) A neve, que é fria, provocou a morte da vegetação
f) Meus vizinhos cultivam árvores que dão frutos deliciosos.
Exercício 9
Pontue, grife e classifique as orações subordinadas adjetivas: a) A primavera que é a estação das flores começa em setembro.
b) A primeira operação da SOS foi a de chamar a atenção para a existência da
Mata Atlântica que estava esquecida.
c) Infeliz é o homem que não age honestamente.
d) Conversei com o menino que pedia esmolas.
e) O professor que educa precisa ter vocação
14
f) Gosto muito da cidade onde nasci.
g) Caetano Veloso que é um ótimo compositor da MPB escreveu um livro.
h) Meu pai que havia arrancado três dentes não pôde viajar naquele dia.
i) Meus pais que são meus amigos compreenderam a situação.
j) Os alunos que faltaram farão a prova outro dia.
4 – Atividade IV:
4.1 Oração Adjetiva Cortadora: mostrar aos alunos as diferentes possibilidades de
recursos que a língua oferece ao usuário, incluindo nelas as formas disponíveis de
construção relativa, mais particularmente a relativa cortadora. A comunicação
espontânea revela diversas situações em que o uso de orações adjetivas dá-se em
desacordo com o que prescreve a norma padrão. Isso ocorre sobremaneira quando,
por exemplo, o pronome relativo (introdutor da cláusula 2 adjetiva) assume função
preposicionada – objeto indireto, complemento nominal ou adjunto adverbial, como
ocorre em (1) e (2):
(1)“um filme que eu vi ... que eu gostei muito ... mas me lembro poucas coisas ...” (Língua falada, ensino médio. Furtado da Cunha, 1998, p.232); (2)“... então nós tínhamos um professor que nós não gostávamos dele ... era um professor de mecanografia e ele era louco ...” (Língua falada, ensino superior. Ibid., p.51).
Como é possível perceber, nessas duas ocorrências o relativo está na função de
complemento preposicionado, mais especificamente objeto indireto, como definido
pela gramática normativa da língua portuguesa. No primeiro exemplo, omite-se a
preposição regida pelo verbo (no caso, de), ao passo que na outra ocorrência, a
preposição é mantida na posição pós-verbal, havendo, porém, a repetição (cópia) do
antecedente do relativo por meio de um pronome correferente (ele). Se se
obedecesse ao que prevê o uso padrão da língua, teríamos o seguinte:
(1a) um filme que eu vi ... de que gostei muito; e
(2a) ... então nós tínhamos um professor de quem não
gostávamos ...
Tais exemplos apontam para a necessidade de uma abordagem dessas formas de
organização da oração adjetiva, visto que elas podem ocorrer de maneira regular em
diversas situações de comunicação. Como, por exemplo, o uso da relativa cortadora,
seguido da relativa padrão correspondente:
15
(1) “A última experiência que vivi foi na última Semana
Santa e foi uma das mais gratificantes que já passei.” (Língua
escrita, ensino médio, p. 204)
(1a) A última experiência que vivi foi na última Semana
Santa e foi uma das mais gratificantes pela qual já passei.
Exercício 1
Nesse exercício, paralelamente, tratarei das relações entre fala e escrita, além da
variação linguística. Desse modo, associarei as ocorrências da relativa cortadora às
situações reais de uso e a adequação da forma linguística ao contexto comunicativo
em que ela será empregada. Com isso, o aluno perceberá, que num texto escrito,
formal, deve-se dar preferência ao modelo padrão, ao passo que, em situações de
informalidade ou até mesmo na fala formal, o emprego da cortadora seja comum e
perfeitamente aceitável.
Leia as ocorrências da relativa cortadora, extraídas do Corpus D&G/Natal:
(9) ... a outra é funciona no ... no ... na parte no noturno ... no Ferro Cardoso ... o
colégio Ferro Cardoso ... que funciona ... os primeiros anos do ... dos cursos de
humanas ... da área de humanas né ... (língua falada, ensino superior, p. 38)
(10) ... a minha vida de estudante é cheia de história ... essa foi uma delas ... foi a
que eu me embrei agora ... assim de imediato ... (língua falada, ensino superior, p.
51)
(11) ...tem um filme que eu assisti que eu gostei muito ... chamado o décimo homem
... (língua falada, ensino superior, p. 53)
(12) ... busque nele tudo aquilo que você precisa ... não precisa você se sacrificar
para isso ... (língua falada, ensino superior, p. 66)
(13) Eu não via a hora de chegar em casa e tomar um belo de um banho, comer
dignamente e cuidar dos meus calos, os quais os meus pés estavam cheios. (língua
escrita, ensino fundamental, p. 316)
Exercício 2
Reescreva as frases na versão padrão da língua. (Possivelmente os alunos
chegariam à versão padrão dessas cortadoras, como posto a seguir:)
16
(9a) ... a outra é funciona no ... no ... na parte no noturno ... no Ferro Cardoso ... o
colégio Ferro Cardoso ... em que funciona ... os primeiros anos do ... dos cursos de
humanas ... da área de humanas né ...
(10a) ... a minha vida de estudante é cheia de história ... essa foi uma delas ... foi a
de que eu e lembrei agora ... assim de imediato ...
(11a) ...tem um filme a que eu assisti e de que eu gostei muito ... chamado o décimo
homem ...
(12a) ... busque nele tudo aquilo de que você precisa ... não precisa você se
sacrificar para isso.
(13a) Eu não via a hora de chegar em casa e tomar um belo de um banho, comer
dignamente e cuidar dos meus calos, dos quais os meus pés estavam cheios.
4 – Referências Bibliográficas:
CEREJA, William Roberto. Português: Linguagens: volume 2: ensino médio / William
Roberto Cereja, Thereza Cochar Magalhães. – 5. ed. – São Paulo: Atual, 2005.
ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática Normativa da Língua Portuguesa:
prefácio de Serafim da Silva Neto. – 45ª ed. – Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.
Bakthin, M (1953). Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 2003
Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. 2008
Mendonça M. Análise Linguística no Ensino Médio: um novo olhar, um outro objeto.
In: Bunzen, Clécio; Mendionça, Márcia [orgs.]. Português no ensino médio e
formação do professor. 2ª ed. São Paulo: Parábola, 2006.
Neves, Maria Helena de Moura. Que gramática estudar nas escolas? Editora
Contexto, 2003
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) Ensino Médio 1999
17
Protuguês – Língua e Literatura. Mª Luiza Abaurre, Marcela Nogueira Pontara,
Tatiana Fadel
Travaglia, L. C. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino da gramática no
1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 3ª ed. 1995.
Abaurre, Maria Luiza. Português: língua e literatura: volume úinico / Maria Luiza
Abaurre, Marcela Nogueira Pontara, Tatiana Fadel. – 2. ed. – São Paulo: Moderna,
2003. – (Coleção Base)
Português, 2ª ano: ensino médio / organizador
Ricardo Gonçalves Barreto – 1. ed. – São Paulo: Edições SM, 2010. – (Coleção ser
protagonista).