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FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Bate bem coração: Prevenindo fatores de Risco
Autor Gaetana Caporusso
Escola de Atuação Instituto de Educação Estadual de Maringá
Município da escola Maringá
Núcleo Regional de Educação Maringá
Orientador Célia Regina de Godoy Gomes
Instituição de Ensino Superior UEM
Disciplina/Área (entrada no PDE)
Biologia
Produção Didático-pedagógica Unidade Didática
Relação Interdisciplinar -
Público Alvo Alunos do 2ª Série do Ensino Médio,período matutino do IEEM.
Localização Rua Martin Afonso, 50 Maringá – Pr Centro.
Apresentação:
Estudos epidemiológicos têm mostrado a prevalência de doenças crônicas na população e também, uma projeção preocupante para as próximas décadas. Cerca de 80% de portadores de doenças artérias apresentam o fatores de risco como, dieta inadequada, sedentarismo, hipertensão arterial, obesidade, diabete melitos, dislipidemia, tabagismo, e o consumo de álcool. Esses fatores de risco podem ser modificados pela intervenção do indivíduo. Temos como objetivo assegurar aos alunos acesso ao conhecimento necessário em sua formação, para a prevenção desses fatores que desencadeiam as doenças cardiovasculares e colaborar com a saúde e qualidade de vida da comunidade educativa. Iniciaremos nosso projeto com o estudo morfofisiológico do sistema cardiovascular. Faremos a sondagem do conhecimento prévio do aluno a partir de um questionário pré estabelecido, seguido de aulas expositivas dialogadas com recursos de vídeos e imagens,aplicaremos também atividades para a fixação de conteúdo nesta primeira etapa. Sortearemos equipes para pesquisa extra classe sobre os fatores de risco e
posterior apresentação em sala para socialização do resultado. Os alunos responderão a um questionário onde analisaremos as ações do cotidiano frente aos fatores de risco. Tabularemos os resultados para avaliação de nossa realidade e divulgaremos no mural da escola e pela Rádio IEEM Mania à comunidade escolar.
Palavras-chave (três a cinco palavras)
Educação baseada em competências; Fatores de risco; Doenças Cardiovasculares.
GAETANA CAPORUSSO
BATE BEM CORAÇÃO: PREVENINDO OS FATORES DE RISCO PARA
DOENÇAS CARDIOVASCULARES.
MARINGÁ
2011
Professor PDE: Gaetana Caporusso
Área PDE: Biologia
NRE: Maringá
Escola de Implementação: IEEM
Público objeto da intervenção: Alunos do Ensino Médio.
Orientadora: Profa. Dra. Célia Regina de Godoy Gomes
(DCM/UEM)
Tema de estudo: O coração e os fatores de risco para doenças
cardiovasculares
Título: Bate bem coração: Prevenindo os fatores de risco para
doenças cardiovasculares.
APRESENTAÇÃO
”Felizes os Educadores que sabem
articular o saber chamado científico com o
saber popular porque ajudarão as classes
populares a afirmar sua identidade
cultural” (José Ivan Pimenta Teófilo).
A instituição escolar é um cenário onde o pequeno, porém grandioso
espaço da sala de aula deve ou deveria pretender que acontecesse o trabalho
da educação, através do qual, fossem recriados e co-participados, transferidas
de uma pessoa a outras, de um grupo humano a outros, de uma instituição às
pessoas ou a grupos humanos, nada menos do que aquilo que se sabe, se
lembra (a misteriosa função pedagógica da memória), se pensa, ou se crê em
uma cultura humana (BRANDÃO, 1985).
Muitas das ações Humanas exigem algum tipo de conhecimento e para
a maioria da população brasileira, a escola constitui a alternativa concreta de
acesso ao saber, entendido como conhecimento socializado e sistematizado
pela Instituição Escolar.
No relacionamento presencial e interpessoal é possível educar ou estar
aberto a educar, em um sentido pleno da palavra, criar laços e através deles,
nos obrigar a tornarmos humanos através da abertura do outro. A educação é
essencial e insubstituível, cabendo ao professor intermediar a relação humana
na sala de aula, papel de extrema importância para educar (BRANDÂO, 1985).
De acordo com Vigostsky (1998), as estruturas mentais superiores,
como a capacidade de resolver problemas, usar adequadamente a memória,
formar novos conceitos, surgem no campo sócio-cultural, na interação com o
outro. Desta forma, ocorre a apropriação do conhecimento historicamente
produzido pela humanidade e do ensino sistematizado que é papel da escola,
e, deve permitir o desenvolvimento integral do aluno.
Segundo Brandão (1985) o professor deve entender que a sua prática é
de suma importância para uma educação igualitária, competente e continuada.
Para que ela ocorra é necessário inovar a experiência de ser professor, ter a
consciência dos desafios sociais e das inovações científicas e ou didáticas que
necessitam do seu trabalho cotidiano na sua prática em sala de aula. Através
de seu ofício deve recolocá-los, vivos outra vez em algum tempo e lugar, onde
as pessoas, só de aprendê-los os salvam de deixá-los de existir. A educação
deve ser um campo de opções a respeito do presente e do futuro, não apenas
um momento de instrução ou fornecimento de saberes destinados a uma
habilitação restrita da vida, realizada como um local de confronto entre idéias e
valores dirigidos.
Finalizamos dizendo que, aos professores cabe a missão de garantir aos
alunos acesso ao conhecimento imprescindível para sua formação conceitual,
nas diferentes disciplinas da Educação Básica e através de seu trabalho
pedagógico, contemplar os conteúdos necessários para sua formação cidadã.
Colaborar com informações que motivem e promovam a saúde na
tentativa de melhorar a qualidade de vida da população, é uma prática cidadã.
Orientar a comunidade escolar para prevenir as doenças
cardiovasculares, e assegurar aos nossos alunos informações sobre quais os
fatores de risco que conduzem as doenças cardiovasculares e como evitá-los,
é sem dúvida uma necessidade que contribuirá para diminuir a incidência ou
mesmo evitar essas doenças.
Neste trabalho escolhemos o tema “Bate Bem Coração” tendo em vista a
motivação e o interesse dos alunos do ensino médio frente a um tema atual e
preocupante.
1. INTRODUÇÃO
As recentes e profundas alterações nos hábitos de vida, no que se refere
a uma dieta com consumo excessivo de alimentos ricos em gordura saturada,
bebidas hipercalóricas e baixos níveis de atividade física, determinaram uma
pandemia de sobrepeso e obesidade, e suas consequentes comorbidades, as
doenças cardiovasculares isquêmicas e o diabete melito não-insulino-
dependente (RIBEIRO et al., 2006). Jardim et al. (2007) completam que a
mudança nas quantidades de alimentos ingeridos e a própria composição da
dieta, provocou alterações significativas do peso corporal e distribuição da
gordura com aumento progressivo da prevalência de sobrepeso ou obesidade
da população, contribuindo para isso a baixa frequência à prática de atividade
física.
Ribeiro et al. (2006) descrevem que estudos recentes têm demonstrado
uma redução nas prevalências da desnutrição e um predomínio do excesso de
peso em crianças e adolescentes, com taxas significativas de incremento anual
do excesso peso.
Cerca de aproximadamente 80% dos portadores de doença arterial
coronariana apresentam fatores de risco convencionais ou clássicos,
representados por hipertensão arterial sistêmica, tabagismo,
hipercolesterolemia, diabetes mellitus, idade avançada, sexo masculino e
antecedentes familiares, sendo acrescentados o sedentarismo, estresse
emocional e obesidade (SILVA et al., 2007).
Gama et al. (2007) descrevem que a alta prevalência dos fatores de
risco para doenças cardiovasculares desde a infância e a evidência de
alimentação infantil inadequada, indica a necessidade de desenvolver uma
estratégia preventiva, procurando atingir toda a família, de forma a alterar os
padrões de ingestão de alimentos das populações em geral. Portanto, uma
poderosa estratégia para prevenir a doença arterial coronariana deve ter como
objetivo a modificação desses fatores de risco antes que possam causar dano
aos órgãos alvo (HEINISCH et al., 2007).
Neste trabalho escolhemos o tema “Bate Bem Coração” tendo em vista a
motivação e o interesse dos alunos do ensino médio frente a um tema atual e
preocupante.
1.1. JUSTIFICATIVA
Muitas doenças poderiam ser evitadas se o comportamento individual ou
hábitos de vida saudáveis fossem adotados pelos indivíduos. Algumas
pesquisas apontam, por exemplo, que a dieta inadequada em conjunto com
inatividade física estão associadas a obesidade, diabetes e doenças
coronarianas
Segundo pesquisas da Organização Mundial de Saúde 3,2 milhões de
pessoas morreram em função de doenças relacionadas à falta de atividade
física.
Pesquisas recentes apresentam também, uma consistente relação
inversa entre atividade física e doenças crônicas degenerativas em indivíduos
adultos, como por exemplo, as doenças cardiovasculares.
Com este projeto, pretendemos instrumentalizar os alunos para que
juntamente com seus familiares previnam-se das Doenças Metabólicas que
colaboram para os fatores de riscos que podem conduzir para doenças
cardiovasculares.
Acreditamos que a abordagem deste conteúdo poderá contribuir para a
correção de hábitos no cotidiano do indivíduo evitando o comprometimento de
órgãos vitais. Precisamos afastar os fatores de risco que resultam a médio ou
longo prazo, em sequelas que comprometem a qualidade de vida, ou até
mesmo podem levar à morte o indivíduo prematuramente, resultado da ação
silenciosa de Doenças Metabólicas.
O conhecimento acerca da estrutura e fisiologia do sistema
cardiovascular e dos cuidados para afastar os fatores de risco que
comprometem sua função, é com certeza, uma medida eficaz, que contribuirá
para diminuir a incidência na população de doenças cerebrovasculares e
doença isquêmica do coração.
1.2. PROBLEMATIZAÇÃO
Dados recentes mostram que aproximadamente 110.000 brasileiros
adultos, ou seja, 30% da população morrem anualmente devido a doença
isquêmica do coração (DIC) e acidente vascular cerebral (AVC). Esses dados
refletem cerca de 300 mortes a cada dia (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). É
necessário prevenir as doenças cardiovasculares e garantir para os nossos
alunos informações sobre as atitudes que conduzem aos precursores de
doenças cardiovasculares. Prevenir as doenças cardiovasculares e garantir
informações para nossos alunos sobre as atitudes que conduzem aos
precursores de doenças cardiovasculares. Prevenir é sem dúvida uma
necessidade que contribuirá para diminuir a incidência ou mesmo evitar essas
doenças.
É possível motivar nossos alunos e comunidade educativa às mudanças
hábitos para diminuir ou eliminar os fatores de risco que comprometem a saúde
do sistema cardiovascular?
Doenças metabólicas comprometem a Saúde do coração?
Podemos agir em situações de infarto agudo do miocárdio e parada
cardio respiratória?
É possível colaborar com a saúde e qualidade de vida da comunidade
em que vivemos?
1.3. OBJETIVOS
Objetivo geral
Instrumentalizar os alunos para a prevenção de doenças metabólicas,
precursoras de doenças cardiovasculares colaborando com a saúde e
qualidade de vida da comunidade na qual está inserido.
Objetivos específicos
Conhecer a morfologia e a fisiologia do Sistema Cardiovascular.
Investigar sobre as causas e conseqüências das doenças metabólicas e
as implicações para o funcionamento do coração.
Incentivar a reflexão sobre a necessidade de mudança de hábitos
alimentares e da inatividade física prevenindo os fatores de riscos que podem
conduzir ao infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Diagnosticar os hábitos alimentares e os fatores de risco para doença
cardiovascular nos alunos do ensino médio.
Colaborar com a Saúde e qualidade de vida da comunidade educativa
divulgando os resultados da investigação.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Projeções de pesquisas realizadas pelo IBGE apontam a tendência de
se agravar o quadro de doenças crônicas pelo envelhecimento da população,
O efeito do envelhecimento pode ser mensurado ao se comparar a prevalência
de doenças crônicas de 2008 diante da estrutura etária prevista pelo IBGE para
2040. Estaria implícito nesta análise que a prevalência de doenças quase
duplica diante do envelhecimento. Estima-se que em 2040, 22,7% da
população será hipertensa, 6,7% terá alguma doença do coração, 6.1% será
diabética e o câncer acometerá 1% da população. Pela ação consciente há
possibilidades de modificar essas estatísticas se atuarmos nos fatores de risco
passíveis de modificação pelos indivíduos, como hábitos alimentares, prática
de atividades físicas, e tabagismo (NOVAIS; LEITE, 2011).
Diversos estudos epidemiológicos têm fornecido uma visão sobre os
fatores de risco envolvidos na origem das doenças cardiovasculares
aterosclerótica. Dentre estes fatores destacam-se a hipertensão arterial,
obesidade, diabete melitus, dislipidemia, tabagismo, sedentarismo, consumo de
álcool e dieta inadequada. A dieta não balanceada com nutrientes necessários
a boa saúde, pode levar a dislipidemia, obesidade e atuar como agravante do
diabetes mellitus (CERCATO et al., 2000).
Neste capítulo descreveremos alguns destes fatores de risco.
2.1. Síndrome Metabólica
É um termo genérico para caracterizar como o próprio termo diz, um
conjunto de doenças que ocorrem com freqüência e simultaneamente em um
indivíduo.
Na década de 80, um pesquisador chamado Reaven, observou que
doenças freqüentes como hipertensão, alterações na glicose e no colesterol
estavam, muitas vezes, associadas à obesidade (OLIVEIRA, 2011).
A síndrome metabólica caracteriza-se pela associação, num mesmo
indivíduo, de dislipidemia, Diabetes mellitus do tipo 2 ou intolerância à glicose,
hipertensão arterial e excesso de peso ou obesidade (MATOS et al., 2003).
Enfim, a síndrome metabólica consiste na associação de sobrepeso com a
predominância abdominal, elevação da pressão arterial, dislipidemia
aterogênica e uma alteração no metabolismo da glicose e insulina (LYRA et al.,
2006).
Apesar de não haver consenso entre as entidades de saúde sobre as
doenças que caracterizam a Síndrome, a maioria declara que o indivíduo
necessita ter pelo menos três dos cinco critérios clínicos definidos como
componentes da Síndrome Metabólica: dislipidemia aterogênica; pressão
arterial elevada e glicemia elevada (ALBUQUERQUE, 2009).
Esta Síndrome agrega várias alterações que resultam num fator de risco
muito maior para doenças cardiovasculares, haja vista que os componentes da
Síndrome metabólica como a dislipidemia, diabetes melito, hipertensão arterial,
obesidade entre outras, por si mesmos, são fatores reconhecidos de risco
cardiovascular (ALBUQUERQUE, 2009).
Estudos mostram que o risco de pacientes com síndrome metabólica
desenvolver doença cardiovascular aterosclerótica (DCVA) é de cinco a três
vezes maiores e cinco vezes mais risco para DM2 (MELO, 2009).
2.2. Dislipidemia
As dislipidemias são alterações dos níveis sanguíneos dos lipídeos
circulantes. Quando esses níveis estão aumentados, recebem a denominação
de hiperlipidemias, que são classificadas em hipercolesterolemia e
hipertrigliceridemias. Existe uma comprovada relação entre a hiperlipidemia e o
aparecimento da doença arterial coronariana (Rothenberg e Pereira, 2007 apud
SANTOS, 2010).
As dislipidemias são resultantes de alterações nas proporções de
partículas HDL (lipoproteína de alta Densidade), o “bom colesterol”,
responsável por transportar o colesterol em excesso na corrente sanguínea
para o fígado onde é catalisado, e principalmente de LDL (lipoproteína de baixa
densidade), o “mau colesterol”, uma vez que transportam o colesterol do fígado
para a corrente sanguínea, favorecendo sua acumulação nos órgãos, placas
ateroscleróticas, onde associam o aumento do risco vascular. Estas
lipoproteínas responsáveis pelo transporte do colesterol da corrente sanguínea
para o fígado e do fígado para a corrente sanguínea precisam estar em
quantidades consideradas ideais para não acarretar riscos de doenças
cardíacas, o HDL, 60 mg/dl e o LDL 100 mg/dl (Velloso, 2009 apud SANTOS,
2010).
O colesterol é uma substância necessária ao nosso organismo, mas
quando suas taxas no sangue se elevam, pode tornar-se um fator de risco para
sua saúde. Está presente na formação da membrana das células do corpo e
em alguns hormônios, servem como capa protetora para os axônios. O
colesterol é produzido pelo nosso organismo, mas também o ingerimos através
de alimentos gordurosos (SILVA et al., 2007).
O colesterol é um lipídio encontrado em todos os tecidos animais e a sua
maior parte no corpo humano é derivado ou sintetizado a partir de outras
substâncias tais como, carboidratos, proteínas e gorduras, o restante provém
da dieta alimentar. É insolúvel em água e precisa ser transportado do tecido de
origem para tecidos nos quais será armazenado ou consumido. Um adulto
ingere normalmente 500mg diárias de colesterol presentes em alimentos como
a gema de ovos, gorduras de carne, fígado. Além disso, o corpo produz 500mg
de colesterol diariamente, sendo que 50% pelo fígado, 15% pelo intestino, e a
pele produz o restante para que o balanço seja completado. Contudo, quase
todos os tecidos contendo células nucleadas são capazes de sintetizar
colesterol(Sackhem e Leman, 2001 apud SANTOS, 2010).
A produção desregulada de colesterol pode levar a doenças graves. O
excesso de colesterol é eliminado na bile, porém se a quantidade de colesterol
ingerida na dieta, somada a sintetizada no organismo, exceder a quantidade
necessária para satisfazer as sínteses das membranas, sais biliares, e
esteróides, pode ocorrer acúmulo patológico de colesterol nas paredes dos
vasos sanguíneos (placas ateroscleróticas), resultando em obstrução desses
vasos (arteriosclerose) (Nelson e Cox, 2002 apud SANTOS, 2010).
A aterosclerose é a doença mais prevalente da sociedade moderna
(FONSECA et al., 2005). É uma doença progressiva caracterizada pelo
acúmulo de lípides e componente fibroso em grandes e médias artérias, é a
causa primária de doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral,
sendo responsável por aproximadamente 50% das mortes em países
ocidentais (ARAÚJO et al., 2005).
Atualmente, a aterosclerose é compreendida como uma doença
inflamatória e não meramente como um acúmulo de lípides na parede arterial
(ARAÚJO et al., 2005).
2.3. Obesidade o Grande Vilão
A Obesidade é definida como excesso de gordura corporal,
regionalizada ou generalizada, em relação à quantidade de massa magra
existente. O sobrepeso, que antecede a obesidade, ocorre quando há excesso
de peso em relação ao peso ideal.
A obesidade não é uma desordem singular, e sim um grupo heterogêneo
de condições com múltiplas causas que em última análise resultam no fenótipo
de obesidade. A etiologia desta desordem não pode ser atenuados ou
exacerbados por fatores não-genéticos, como o ambiente externo e interações
psicossociais que atuam sobre mediadores fisiológicos de gasto e consumo
energético (FRANCISCHI et al., 2000).
A prevalência mundial da obesidade vem apresentando um rápido
aumento nas últimas décadas, sendo caracterizada como uma verdadeira
epidemia mundial (OLIVEIRA; FISBERG, 2003).
Dentre os agentes causais do acúmulo de gordura corpórea estão as
doenças genéticas, as endócrino – metabólicas e as alterações nutricionais que
resultam em desequilíbrio crônico entre energia ingerida e a consumida
(Saraiva et al., 2009 apud FISBERG).
A Obesidade tornou-se uma preocupação mundial por volta da década
de 90, a partir da qual tem sido verificada uma prevalência crescente deste
problema em praticamente muitos países, inclusive no Brasil. A diminuição da
atividade física e o maior consumo de alimentos pobres em nutrientes, fibras e
de alta densidade energética são característicos da atualidade, e configuram-
se como os principais fatores etiológicos da obesidade.
O sedentarismo, um dos principais fatores de risco para a obesidade, é
caracterizado quando o indivíduo não pratica atividade física numa freqüência
mínima de 30 minutos (Saraiva et al., 2009 apud SOUZA).
Apesar das vantagens deste hábito de vida, grande parte da população
é inativa ou se exercita em níveis insuficientes para alcançar resultados
satisfatórios para a saúde. Estima-se que 50% dos indivíduos que começam
um programa de exercício interrompem-no nos primeiros seis meses. A
literatura tem mostrado que a maioria das desistências ocorre durante os três
meses iniciais com resultados semelhantes em todas as faixas etárias
independentemente do sexo (Saraiva et al., 2009 apud GUZ ).
De acordo com pesquisas realizadas e relatadas pelo Instituto de
Estudos de Saúde Suplementar, a inatividade física é um fator de risco para as
doenças crônicas, como os problemas cardiovasculares, diabetes e câncer.
Registros de pesquisas desde os anos 50 até os dias atuais, relacionam a
prática de atividade física e doenças cardíacas. Estes trabalhos evidenciam
que a prática de exercícios físicos reduz significativamente a predominância de
doenças crônicas e taxas de mortalidade. Independentemente de sua origem
há um aumento da incidência da obesidade distribuído em quase todas as
raças e sexos, e que atinge principalmente a população de 25 a 44 anos
(KEPPE, 2005)
A obesidade é considerada na atualidade como uma síndrome, na qual
vários fatores devem ser observados e, sendo assim, precisa ser tratada de
forma multidisciplinar, sendo atualmente, os quatro profissionais indicados no
tratamento: O médico, o psicoterapeuta, o nutricionista, e o educador físico
(KEPPE,2005).
Apesar de inúmeros tratamentos existentes, a obesidade é considerada
como um dos mais graves problemas de saúde pública no mundo e a sua
prevalência vem crescendo muito nas últimas décadas (KEPPE, 2005).
O ambiente obesogênico no qual vivemos fornece alimento mais
saborosos e ricos em carboidratos e gorduras com o qual interagem aspectos
psíquicos contribuindo para o desenvolvimento da obesidade. A interação da
mãe com o bebê e posteriormente a interação da família com a alimentação da
criança constitui um fator fundamental de alguns casos de obesidade (KEPPE,
2005.
É fato de que mães e famílias com excessiva preocupação com a
alimentação da criança a alimentam de forma exagerada, e a busca de afeto
pela criança compensado por alimento, criam um hábito alimentar que se
perpetua pela vida adulta.
Pessoas que se alimentam assistindo TV,podem fazer associação com
alimento e toda vez que assistir televisão, podem sentir forte desejo de
“beliscar” algum alimento sempre que ligar seu aparelho de TV. A alimentação
também esta associada à socialização e com freqüência as pessoas saem com
amigos para se alimentar. Quando se sentem sozinhas podem, então buscar
no alimento uma forma de compensação desta falta que sentem das
pessoas .Desta forma as condições ambientais, socioculturais e psíquicas
podem dificultar as práticas mais saudáveis e também levar o indivíduo ao
comportamento sedentário,carente de exercícios e movimentação física . O
sedentarismo aliado ao consumo de alimento repletos de gorduras e de
carboidratos ruins pode levar o indivíduo ao Sobrepeso, Obesidade e
Obesidade Mórbida. Um dos índices mais utilizados para avaliação da massa
corporal,o índice de Quetilt ou índice de massa corporal ( IMC ), é calculado
pela equação peso( Kg)/ altura² (m), é amplamente utilizado em pesquisas e
atividade clínica : O índice de massa corporal é uma medida que relaciona
peso e altura,tem excelente correlação com a quantidade de gordura corporal e
é largamente usado em estudos epidemiológicos e clínicos (KEPPE, 2005) .
2.4. Resistência a Insulina
Dentre as doenças correlacionadas a síndrome metabólica ou
plurimetabólica encontramos a resistência à insulina, uma disfunção em que a
quantidade de insulina secretada pelo organismo não é capaz de manter os
níveis normais de glicose no sangue, obrigando-o a secretar mais insulina. A
insulina fica circulando nos vasos, podendo causar o espessamento dos
mesmos e levar a doenças ateroscleróticas. Uma das causas que pode levar a
resistência a insulina é o acúmulo de gordura na cavidade abdominal
prejudicando a sensibilidade da insulina pelos adipócitos, devido ao aumento
da oxidação da gordura. Desta forma a captação da glicose fica prejudicada
podendo levar o individuo a hiperinsulinêmica (Lopes Siqueira, 2002 apud
MELO, 2009; RIBEIRO FILHO et al.).
A resistência à insulina correlaciona-se com o grau de obesidade,
especialmente a obesidade abdominal, e é forte fator preditivo para o
desenvolvimento de diabetes, assim como o é a presença de processo
inflamatório difuso e a obesidade (MACHADO et al., 2006).
2.5. Diabetes
O diabetes mellitus é conceituado como uma doença crônica
degenerativa caracterizada por anormalidades no metabolismo dos hidratos de
carbono, proteínas e gorduras devido à absoluta deficiência na secreção de
insulina e/ou redução do seu efeito biológico (OLIVEIRA, 2008)
Trata-se de uma enfermidade sem cura, porém com possibilidade de
tratamento com base em dieta nutricional, atividade física, medicamentos
hipoglicemiantes orais e insulina (Duran, 2010 apud SMELTZER, 2005).
O número de pessoas com diabetes aumentou muito nas últimas
décadas adquirindo um caráter epidêmico. As estimativas são que em 2025
esse número possa atingir 324 milhões de pessoas (Soares 2010 apud
CHENG, 2005 ).
A obesidade, particularmente aquela localizada na região abdominal,
pode elevar o risco da ocorrência de diabetes não-dependente de insulina em
dez vezes (FRANCISCHI et al., 2000).
O diabetes tipo 1 possui características peculiares, sendo mais freqüente
em jovens, sendo a origem relacionada em noventa por cento dos casos a
doença auto-imune, ou seja, possui anticorpos circulantes contras a células
beta do pâncreas. A definição de diabetes tipo 1 deve ser reservada aos
indivíduos que apresentam falência na secreção de insulina por destruição
autoimune das células beta do pâncreas (OLIVEIRA, 2008).
Existem dois tipos de diabete melito que são mais prevalentes: o diabete
tipo 1 (DMI) e o diabetes tipo 2. O diabetes tipo 1 possui características
peculiares, sendo mais freqüente em jovens, sendo a origem relacionada em
noventa por cento dos casos a doença auto-imune, ou seja, possui anticorpos
circulantes contras a células beta do pâncreas. A definição de diabetes tipo 1
deve ser reservada aos indivíduos que apresentam falência na secreção de
insulina por destruição auto-imune das células beta do pâncreas (OLIVEIRA,
2008).
O diabetes tipo 2 corresponde a aproximadamente a 90% dos casos de
diabetes no mundo e se caracteriza pela resistência a insulina e/ou secreção
reduzida de insulina (SOARES, 2010 apud ZIMMET, 2001). Ocorre com maior
freqüência após os 40 anos de idade (em obeso, e não obeso) relacionam-se
também a fatores genéticos, entretanto, a maioria dos casos está ligada à
resistência à insulina, e, a obesidade, sendo freqüente a associação com a
obesidade abdominal (OLIVEIRA, 2008).
A causa precisa do diabete tipo 2 não é conhecida. No entanto, á
medida que as pessoas envelhecem ou ganham peso, estão mais propensas a
terem diabetes porque o pâncreas pode não funcionar adequadamente, ou as
células podem se tornar incapazes de usar a insulina produzida por ele.
Hereditariedade é também um fator importante.
Os custos envolvidos no tratamento do diabete e das complicações
relacionadas são altos; dessa forma, tem se investido muito na prevenção
primária (para reduzir a incidência de DM) e na secundária (para reduzir as
complicações imediatas e de longo prazo de pacientes diabéticos). O
tratamento básico da hipertensão arterial, da dislipidemia, bem como o controle
da hiperglicemia são medidas básicas para prevenir o desenvolvimento das
complicações relacionadas à diabete (SOARES, 2010).
O tratamento do DM.2 é especialmente uma mudança do
comportamento e estilo de vida para hábitos mais saudáveis, principalmente
relacionados a alimentação e a pratica de atividades físicas, que prolongam a
expectativa e a qualidade de vida.
Nem sempre essas mudanças são efetuadas, o que acarreta a evolução
da doença, com o desenvolvimento de várias complicações, comprometendo a
qualidade de vida de seus portadores (Duran, 2010 apud SILVA et al, 2008).
2.6. Hipertensão Arterial
A hipertensão arterial é uma doença crônica, definida pela persistência
de níveis de pressão arterial acima dos valores arbitrariamente definidos como
limite de normalidade. É o mais comum fator de risco para doença
cardiovascular (MONEGO; JARDIM, 2006).
Reconhece-se hoje que a hipertensão arterial primária essencial tem
início na infância e na maioria das vezes não tem causa geralmente
estabelecida. Nestes os problemas renais, e maus formação dos rins e aorta
podem ser a causa da doença. A hiperatividade do sistema nervoso simpático,
e alterações de sistemas renais e endócrinos que controlam o sódio, e o cálcio
podem estar na gênese da hipertensão primária. Este fato indica a necessidade
de uma maior atenção dos profissionais de saúde que assistem crianças e
adolescentes para a aferição da pressão arterial, mesmo entre aqueles
pacientes assintomáticos, pois a hipertensão arterial essencial na infância e na
adolescência cursa habitualmente sem sintomas (MENDES, 2006).
O diagnóstico da hipertensão arterial é simples e é estabelecido pela
aferição da pressão arterial. A pressão arterial força que o sangue faz sobre as
paredes das artérias, que é medido em aparelho de pressão o
esfigmomanometro. A medição é realizada em milímetros de mercúrio (mm Hg)
e se obtém dois valores, a pressão máxima ou sistólica que equivale ao
bombeamento do sangue pelo coração, e a pressão mínima ou diastólica que
representa o momento que o coração relaxo e recebe o sangue.
A causa básica da doença é desconhecida e entre os fatores de risco
predisponentes descritos em pesquisas estão os hábitos de vida sedentária,
álcool, cigarro, estresse, e dietas alimentares inadequadas. A hipertensão
arterial ocorre em ambos os sexos e podem ocorrer casos em qualquer idade
sendo, no entanto, mais freqüente em adultos.
A pressão alta faz com que as artérias fiquem mais espessadas e
estreitadas, e podem começar a ter placas de gordura aderidas as suas
superfícies, fazendo com que cada vez mais o sangue tenha dificuldades em
passar pelas artérias do corpo. Com isto o coração que é um órgão constituído
por músculos, vai se hipertrofiando por excesso de esforço e passa a aumentar
de tamanho. Na seqüência do processo as artérias perdem sua elasticidade,
ficam endurecidas, e passam a ter possibilidades de entupimento ou
rompimento, que quando ocorre em locais como o cérebro, rins e coração
podem levar as sérias complicações ou morte dos pacientes. Quando ocorre
entupimento é infarto, e o rompimento o derrame, ambas as situações graves e
que podem ser devidas à hipertensão.
A hipertensão geralmente não tem cura e os cuidados dietéticos e
medicamentosos deverão ter tratamento médico constante para o tratamento e
prevenção das complicações futuras do paciente. Essas complicações tardias
da moléstia podem atingir mais frequentemente o coração, cérebro, rins, olhos,
e artérias periféricas. (*?)
2.7. Tabagismo
O fumo é importante causa de perda de saúde. Está associado ao
desenvolvimento de doenças respiratórias, cardiovasculares e neoplasias. A
mortalidade geral é duas vezes maior nos fumantes quando comparados aos
não-fumantes. Constitui-se um dos fatores de risco maiores para doença
coronariana (MOREIRA et al., 1995).
Estudos revelam que 90% dos casos de tabagismo, tem início na
adolescência, por volta dos 15 anos, fato que levou a Organização Mundial de
Saúde (OMS), a considerar o tabagismo como uma doença pediátrica
(RODRIGUES,2011).
Nesta fase de transição entre infância e vida adulta, se observa uma
busca de auto afirmação, integração social, independência individual e além da
consolidação da identidade sexual, inúmeras adaptações e mudanças nas
capacidades e habilidades pessoais.(RODRIGUES,2011).
Pesquisadores apontam como fatores de risco na trajetória de
adolescentes fumantes, que a presença de parentes fumantes aumenta a
probabilidade de experimentação mais cedo e entre as meninas o fato de ter
amigas que fumam,o desejo de serem aceita no grupo e expectativa de
resultados positivos foram associados com maior probabilidade de terem
intenção de experimentação e uso de cigarros (RODRIGUES,2011).
Programas preventivos para adolescentes comprovam o efeito positivo
do treinamento do jovem, através do ensino de habilidades relacionadas à
resistência social ou dizer não ás drogas e o aumento da competência
pessoal e social.(RODRIGUE, 2011).
Habilidades sociais são descritas, como expressar sentimentos, atitudes,
desejos, opiniões ou direitos de modo adequado á situação, respeitando esses
comportamentos nos demais, resolvendo problemas imediatos, minimizando a
probabilidade de futuros problemas. O aprendizado de novas habilidades
capacita os indivíduos com dificuldades para serem assertivos e defenderem
seus direitos de forma mais efetiva, quando houver pressão de outras pessoas
para consumirem substâncias inadequadas á saúde (RODRIGUES, 2011).
O controle do tabagismo é uma das medidas que do ponto de vista da
saúde coletiva, provocaria maior impacto na redução de taxas de
morbimortalidade das doenças cardiovasculares. O hábito de fumar começa
geralmente na adolescência e parece ser influenciado pelas pessoas que os
quais eles convivem (MENDES, 2006).
O tabagismo é apontado como um do mais graves problemas de saúde
pública, configurando uma epidemia que compromete não só a saúde da
população, como também a economia do país e o meio ambiente.
Estima-se atualmente que no Brasil há em torno de 25 milhões de
fumantes, onde os fumantes passivos são cerca de dois bilhões dos quais 700
milhões são crianças. (ARAUJO, 2005).
Na fumaça do tabaco encontramos, na fase gasosa (nitrogênio,
monóxido de carbono etc.), a nicotina substância que eleva a dependência, e o
alcatrão onde estão presentes mais de 4000 substâncias químicas, dentre elas
47 cancerígenas onde a principal é o benzopireno (ARAUJO, 2005).
Atualmente no Brasil, cada ano o tabaco mata precocemente cerca de
80.000 pessoas, ou seja, cerca de oito brasileiros a cada hora (ARAUJO,
2005).
A prevalência tabágica no Brasil encontra-se em torno de 33% nos
homens e 20% nas mulheres (ROSEMBERG, 2005).
Entre os estudantes dos níveis Médio e Fundamental tem variado os
resultados sendo relatado em uma delas que de 1 a 34% declaram-se
fumantes (BARBOSA, 1989).
Dados do Ministério da Saúde indicam que as informações educativas,
proibição de propagandas de tabaco, proibição de fumar em locais públicos,
elevação do preço dos produtos do tabaco e o tratamento dos fumantes tem
sido os grandes responsáveis pela diminuição de fumantes em nosso país,
principalmente entre os jovens adultos e de melhor classe social (ARAUJO,
2005).
Intervenções para o desenvolvimento de hábitos saudáveis de vida,
prevenindo os fatores de risco cardiovascular, devem ter início na infância e
adolescência, com o objetivo de reduzir a incidência dessas doenças crônicas
na vida adulta (MENDES, 2006).
2.8. Sedentarismo X atividade física
A ausência de atividades físicas é um hábito recente na história da
humanidade, sendo o sedentarismo um fator de risco independente para as
doenças cardiovasculares (MENDES, 2006).
Atualmente, atividade física pode ser entendida como qualquer
movimento corporal, produzido pela musculatura esquelética, que resulta em
gasto energético (CASPERSEN, C. J. et al, 1985).
A inatividade física é um fator de risco para doenças crônicas, como
problemas cardiovasculares, diabetes e câncer. O número de pessoas no
Brasil que não praticam nenhum tipo de atividade física (sedentários) tem
aumentado significativamente nos últimos anos e muitos estudos evidenciam
também, que a prática de exercícios físicos reduz significativamente a
predominância de doenças crônicas e a taxa de mortalidade (NOVAIS, 2011).
O exercício físico regular reduz a obesidade, reprimindo a estimulação
simpática (adrenalina) e ressalta a estimulação parassimpática, tornando a
pessoa mais calma. Múltiplos são os benefícios, por exemplo, para o sistema
cardiovascular, tornando o sangue mais fluido, e diminuindo a fração danosa
do colesterol. Reduzem também a hipertensão arterial e melhoram o fluxo das
coronárias. São inúmeros os benefícios e até hábitos nocivos a saúde, como o
álcool, e fumo são reduzidos. Enfim, o exercício físico aumenta tremendamente
a tolerância ao estresse (ALVES, 2011).
O hábito da prática de exercícios físicos, quando estabelecidos desde a
infância, apresenta maiores chances de perdurar na vida adulta e podem
contribuir para a prevenção primária das doenças cardiovasculares (MENDES,
2006).
O sedentarismo é um fator de risco mutável, isto é, o indivíduo pode
fazer sua escolha e mudar seus maus hábitos de vida sedentária evitando
assim o comprometimento da saúde cardiovascular.
A atividade física apresenta uma série de efeitos benéficos ao
organismo, sendo recomendada como uma importante estratégia de promoção
da saúde. Entretanto, vários estudos no Brasil e no mundo, apontam para um
elevado índice de sedentarismo em todos os grupos etários, variando de 50 a
mais de 80% (MENDES, 2006).
Intervenções para o desenvolvimento de estilo de vida saudável,
prevenindo fatores de risco para as doenças cardiovasculares, devem ter início
na infância e adolescência, com o objetivo de reduzir a incidência dessas
doenças crônica na vida adulta (MENDES, 2006).
O exercício físico regular contribui para redução de peso através da
criação de um balanço energético negativo e também está associado a uma
diminuição da mortalidade em geral e a longo prazo(KEPPE,2005).
2.9. Consumo alimentar em adolescentes. Análise de uma realidade.
São múltiplos os fatores de riscos para as doenças coronarianas,
atuando independentemente ou conjuntamente. Dentre os fatores da dieta
destacam se: consumo excessivos de bebidas alcoólicas, gorduras saturadas
trans, colesterol e carboidratos simples. Analise de uma pesquisa sobre
consumo alimentar em adolescentes do município do Rio de Janeiro revelou
que mais de 30% consumiram gorduras saturadas acima do recomendado e
que, entre os alimentos frequentementes consumidos por 60% destes, estavam
aqueles que contem gorduras trans (CHIARA, 2001).
A nutrição adequada pode alterar a incidência e a gravidade das
coronariopatias, já que populações com diferentes dietas apresentavam
variações na mortalidade cardiovascular (RISQUE et al., 2002)
3. METODOLOGIA
O projeto será desenvolvido com alunos do Ensino Médio, do Instituto
de Educação Estadual de Maringá. Iniciaremos a intervenção na escola com a
análise diagnóstica acerca do conhecimento prévio que os alunos têm sobre o
assunto, para tanto, será aplicado um questionário (Anexo 1). A seguir faremos
a análise das questões e devolutiva sobre os conhecimentos prévios dos
alunos.
3.1. ESTRATÉGIAS DE AÇÃO
A. Sistema Cardiovascular: Morfologia e Fisiologia, investigando o
conhecimento prévio.
Objetivo:
Coletar informações sobre o conhecimento prévio do aluno acerca do
tema e permitir que ele manifeste suas dúvidas e curiosidades.
Iniciaremos a intervenção na escola com a Investigação do
conhecimento prévio do aluno acerca do tema. Para tanto, utilizaremos
como motivação trecho da música Bate Coração, interpretada por Elba
Ramalho e para a investigação, aplicaremos um questionário.
Metodologia
Iniciaremos a intervenção na escola com a Investigação do
conhecimento prévio do aluno acerca do tema. Para tanto, utilizaremos
como motivação trecho da música Bate Coração, interpretada por Elba
Ramalho e para a investigação, aplicaremos um questionário.
a) Organizaremos turmas em equipes;
b) Distribuiremos, pediremos o questionário, pedir que respondam as
questões e acrescentem o que gostariam de saber mais sobre o tema;
c) Socializaremos os resultados;
d) Faremos a coleta do resultado da socialização por meio de um aluno
voluntário;
e) Comentaremos a necessidade de conhecermos a morfologia e fisiologia
do sistema cardiovascular, sua importância para cuidarmos com
qualidade de nossa Saúde.
B - Entendendo a morfofisiologia do sistema cardiovascular
Objetivos
Conhecer a Morfologia e Fisiologia do sistema cardiovascular compreender a
importância do seu bom desempenho para manter a funções vitais.
Metodologia
Faremos aula expositiva dialogada sobre a Morfologia e Fisiologia do
Sistema cardiovascular, utilizando como recursos didáticos slides, vídeos com
TV pendrive; Organização de glossário; análise de mapa conceitual.
Atividades para fixação de conteúdos:
1ª Atividade: Organização de glossário.
Os alunos deverão elaborar em duplas, nos seus cadernos, um glossário de
palavras que entendam como conceitos relevantes acerca do tema.
A seguir socializaremos os conceitos e como atividades extra-classe, os
alunos, deverão terminar a atividade buscando o significado dos termos
levantados.
2ª Atividade Montagem e analise de mapa conceitual
Trabalharemos com a montagem de um mapa conceitual análise do resultado
de um mapa conceitual sobre o sistema cardiovascular
3ª Atividade produção de resumo informativo.
O resumo informativo será elaborado pelas equipes com posterior socialização
dos resultados.
C. Pesquisando os fatores de risco
Objetivos
Conhecer as causas e as consequências dos fatores de risco
entendendo a importância da ação individual para assegurar a saúde do
coração.
Metodologia
Sortearemos oito equipes a partir dos temas: diabete melitos,
hipertensão arterial, obesidade, dislipidemia, tabagismo, sedentarismo,
consumo de álcool, dieta inadequada, para pesquisa extra-classe e posterior
socialização em sala. Este trabalho poderá ser realizado através de pesquisa
na internet, revistas médicas ou até mesmo entrevista com profissionais da
área de Nutrição, Médica (Cardiologista, Endocrinologista) e Educação Física.
Roteiro para Pesquisa
Conceito
Incidência na população
Causa(s)
Consequências para o indivíduo e a sociedade
Cuidados para evitar o fator de risco
Apresentação do resultado da pesquisa pelas equipes, na ordem em que
temas foram sorteados.
Construindo em equipe um mapa conceitual sobre fatores de risco
cardiovascular.
D. Conhecendo nossa Realidade: Nossos Hábitos, Nossos Fatores de Risco.
Objetivos
Avaliar os hábitos do cotidiano.
Metodologia
Aplicar questionário avaliativo sobre o consumo de alimentos, do álcool,
do cigarro, da inatividade física, alguns dos fatores associados ao risco de
doenças cardiovasculares para auto-avaliação da prática diária. (Anexo 2)
Para responder ao questionário os alunos deverão trazer o termo de
ciência e consentimento dos pais. (Anexo 3).
Os resultados desta pesquisa serão expressos em valores absolutos e
relativos e divulgados entre os participantes e a comunidade educativa.
E. Divulgação dos resultados
Objetivos
Chamar a atenção da Comunidade Educativa para a temática.
Possibilitar auto-avaliação sobre as possibilidades de pertencer ao grupo de
risco.
Metodologia
a) Apresentação em um mural dos resultados dos questionários aplicados
sobre os hábitos do cotidiano, por turma.
b) Finalizaremos o trabalho com a apresentação das equipes, através de
“Textos ou frases alerta” sobre os fatores de risco para a Comunidade escolar,
através da Rádio Escola, “IEEM Mania” nosso “Espaço Alternativo para
divulgar o conhecimento a comunidade escolar.
4. REFERÊNCIAS
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5. ANEXOS
Anexo 01
Questionário: Investigando o conhecimento prévio
1- Você sabe qual a função do coração?
2- Como o coração realiza sua função?
3- Quantas câmaras cardíacas têm o coração de um mamífero?
4- Existem diferenças entre artérias e veias? Comente.
5- Onde fica o miocárdio?
6- O que é frequência cardíaca? Ela é constante durante o dia no
indivíduo?
7-Você sabia que o coração tem um “marca passo”?
8- O que significa dizer que, Maria está com a pressão sanguínea
12mmHg/8mmHg?
9- Você é responsável pelo bom funcionamento do seu coração, mas,
dependendo das tuas atitudes pode prejudicar e até matá-lo. Em que
situações você faz isso?
Anexo: 02
TERMO DE CONSENTIMENTO
O presente estudo pretende levantar dados acerca dos hábitos diários de alunos do Ensino Médio, do IEEM, período matutino, com objetivo de prevenir os fatores de risco, precursores das Doenças Cardiovasculares nos quais é possível intervir.
Esse questionário pretende investigar a situação da população estudantil quanto a prática de atividade física, dados antopométricos (peso, estatura e circunferência da cintura), hábitos alimentares, utilização de tabaco e álcool.
Os dados pessoais da entrevista não serão divulgados no relato do trabalho ou quaisquer outros meios.
Consentimento
Li e entendi e consinto que meu (minha) filho (filha), participe do estudo e responda as perguntas da entrevista que será aplicada no estabelecimento de ensino.
Nome do aluno; ____________________________________idade:___série____
Assinatura do responsável:___________________________________________
Pesquisadora: Professora Gaetana Caporusso
Projeto PDE, SEED-PR
Anexo 03
COLETA DE DADOSEsta pesquisa pretende averiguar os hábitos diários dos alunos com o objetivo de orientar para a prevenção dos fatores de risco, precursores de doenças cardiovasculares.Os dados pessoais da entrevista não serão divulgados no relato do trabalho ou em qualquer outros meios.
A- Identificação1-Nome;____________________________________________serie___ Rua/Av ._________________________________________no ____ Bairro_______
B- Dados Sócio-Demográficos 1- idade ( ); 2-Sexo: M ( ), F ( ); 3-Escolaridade ( ) série ___E.M.
C – AntoprometriaAvaliação Valor Aferido
Peso Kg
Altura Cm
Circunferência da cintura Cm
IMC Kg/m2
P.A.
D - Atividade física:
1 – Modalidade
Caminhar ( ), Andar de bicicleta ( ), nadar ( ), Prática de esporte ( ) , outra atividade-------
• Tempo diário Não ( ) , 15’ ( ) , 30’( ) ,45’ ( ) , Mais de uma hora durante o dia ( )
• Tempo Semanal Não ( ) , 15’ ( ) , 30’( ) ,45’ ( ) , Mais de uma hora durante o dia ( )
• Fumante: sim [ ] Não [ ]
E- Controle da saúde Já fez exame de sangue?
Glicemia ( ); lipidograma ( ); outras causas _____________F – Já aferiu sua pressão arterial? Sim ( ) ; não( ) ; Sabe qual é o valor?_____________
G – Hábitos alimentares dos adolescentes (* elevado teor de gorduras saturadas)
Alimentos
Por dia Por semana Nunca ou
quase nunca
1 ( ) 2( )+
3( )
1 a 2 veze
s
3 a 4 veze
s
6 a 6 veze
s
*Batata frita ou chips (100g)
*Bife ou carne assada (1 u)
*Biscoito (50g)
*Bolos, tortas (1 fatia)
*Leite integral (1 copo)
*Hamburguer (1 unidade)
*Queijos (1 fatia)
*Manteiga ou margarina (1 c sobre mesa)
*Linguiça ou salsicaha (1 u)
Suco (1 copo)
Água (1 copo)
Bebida alcoólica (1 unidade)
*Chocolate
*Queijo
*Sorvete
Peixe
Verduras
Legumes
Frutas
Arroz
Feijão
*Pizza
Frango
Anexo 04
Sondagem de conhecimentos adquiridos
• SOBRE O SISTEMA CARDIOVASCULAR
Assinale as preposições corretas nas questões abaixo.
1- Nosso coração é um órgão importante porque:
( ) Faz parte do Sistema Cardiovascular;
( )Impulsiona o sangue através dos vasos sanguíneos ininterruptamente e
transporta gás oxigênio, carbônico, nutrientes, hormônios e estruturas de
defesa do organismo contra agentes invasores;
( )Possui câmaras cardíacas que se relaxam e se contraem
alternadamente, os átrios e ventrículos que impulsionam o sangue para
todo o organismo;
( )Possui o músculo estriado cardíaco,o_________ , revestido internamente
pelo__________ e externamente pelo ____________;
2- Quanto aos vasos sanguíneos constituintes do sistema circulatório:
( )Artérias transportam sangue arterial e veias transportam sangue venoso
e diferem quanto a estrutura e função;
( ) O circuito do sangue é continuo dentro dos vasos sanguíneo e a
circulação é do tipo fechada e dupla;
( ) Nossa circulação sanguínea está “dividida” em Pequena Circulação
(Pulmonar) e Grande Circulação (Sistêmica);
( ) A condição de saúde, o grau de atividade e a situação emocional da
pessoa determina a freqüência cardíaca, que garante o batimento cardíaco
e consequentemente a quantidade de nutrientes e gás oxigênio necessário
á atividade metabólica em diferentes situações;
( )A freqüência cardíaca corresponde ao número de vezes que o coração
se contrai por unidade de tempo e é controlada pelo marcapasso (nó
sinoatrial);
• QUANTO A PRESSÃO ARTERIAL:
( )Os ventrículos bombeiam sangue sob alta pressão para o interior das
artérias. Se as artérias não relaxam e a pressão do sangue atingir níveis
perigosos, pode ocorrer ruptura da parede arterial comprometendo órgãos
vitais.
( ) A pressão sistólica(sístole ventricular) é de 110 a 120 mmHg e a
pressão diastólica( diástole ventricular) de 70 a 80 mmHg no interior das
artérias de uma pessoa jovem e com boa saúde.
• SOBRE OS FATORES DE RISCO
3- Podemos evitar doenças graves prevenindo os Fatores de Risco que levam
por exemplo, a obstrução de artérias importantes,como as coronárias
responsáveis por irrigar o coração ou a artérias que irrigam o cérebro.
a) Enumere algumas atitudes que você considera importantes para garantir a
saúde cardiovascular e que previnem ou mesmo evitam os fatores
risco:________________________________________________________
____________________________________________________________
______________
b) Cite o nome de alguns fatores de risco que você acredita comprometer a
saúde
cardioovascular:_______________________________________________
____________________________________________________________
____________________________________________________________
_____________________
• SOBRE AS MEDIDAS PREVENTIVAS:
4- Cite e justifique no mínimo 2 medidas que você considera imprescindíveis
para prevenir os fatores de risco cardiovascular .