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Ficha para Catálogo da Produção Didático-Pedagógica Professor PDE/2010
Título APOIO PEDAGÓGICO AO PROFESSOR NA
ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE
Autor Gislene Lucia Barzotto.
Escola de Atuação Colégio Estadual Dr. Mário Augusto Teixeira de Freitas – EFM.
Município da escola Barracão.
Núcleo Regional de Educação Francisco Beltrão.
Orientador Caroline Machado Cortelini Conceição.
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE – Campus de Francisco Beltrão.
Área do Conhecimento Pedagogia.
Produção Didático-Pedagógica (indicar o tipo de produção conforme Orientação 03/2008 disponível na página do PDE)
Caderno Temático.
Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo (indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Gestores, Professores e Pedagogos.
Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)
Colégio Estadual Dr. Mário Augusto Teixeira de Freitas – EFM Localizado na Av. Paraná, 247, centro, Barracão – PR.
Apresentação: (descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)
Faz-se necessário que os Pedagogos apresentem e acompanhem propostas, alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o desenvolvimento e o aprimoramento do trabalho pedagógico escolar junto aos professores. Essa é uma das funções do pedagogo nas escolas públicas do estado do Paraná. Este projeto visa um estudo das possibilidades de
1
realização de apoio pedagógico ao professor na organização de sua prática pedagógica na escola e implementar ações nessa perspectiva.
Palavras-chave (3 a 5 palavras) Função do Pedagogo; Apoio Pedagógico; Prática Pedagógica.
2
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
DEPARTAMENTO DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS COORDENAÇÃO ESTADUAL DO PDE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
CADERNO TEMÁTICO
GISLENE LUCIA BARZOTTO
FRANCISCO BELTRÃO – PR 2011
3
GISLENE LUCIA BARZOTTO
APOIO PEDAGÓGICO AO PROFESSOR NA ORGANIZAÇÃO DA PRÁTICA DOCENTE
Material Didático apresentado para o acompanhamento das atividades do professor PDE – Programa de Desenvolvimento Educacional. Orientadora: Caroline Machado Cortelini Conceição.
FRANCISCO BELTRÃO – PR 2011
4
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.............................................................................. 06 UNIDADE I – GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA... 09
1.1 CONCEITO......................................................................................... 09
1.1.1 O que é Gestão.................................................................................. 09
1.1.2 O que é Democracia........................................................................... 09
1.1.3 O que é Escola................................................................................... 09
1.2 INTEGRANDO OS TRÊS CONCEITOS: GESTÃO, DEMOCRACIA E ESCOLA..........................................................................................
10
1.3 OS SEGMENTOS QUE COMPÕEM A GESTÃO DEMOCRÁTICA... 14
1.3.1 A Direção............................................................................................ 14
1.3.2 O Conselho Escolar............................................................................ 14
1.3.3 O Grêmio Estudantil........................................................................... 15
1.3.4 A Associação de Pais, Mestres e Funcionários................................. 15
1.3.5 O Conselho Escolar............................................................................ 15
1.3.6 Educadores......................................................................................... 16
1.3.7 Educandos........................................................................................... 17
1.4 COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE....................................... 17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 17
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA............ 18
UNIDADE II – A FUNÇÃO DO PEDAGOGO ESCOLAR.................. 20
2.1 O QUE É PEDAGOGIA...................................................................... 20
2.2 DIMENSÃO HISTÓRICA DA PEDAGOGIA....................................... 22
2.3 O PAPEL DO PEDAGOGO NA ESCOLA E DIFICULDADES NA SUA FUNÇÃO....................................................................................
26
2.4 POSSIBILIDADES PARA SUPERAR OS DESAFIOS NA EXECUÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO...................................
28
2.5 PERSPECTIVA DE MUDANÇAS....................................................... 30
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 30
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA............ 31
UNIDADE III – FORMAÇÃO CONTINUADA...................................... 33
5
3.1 O QUE É FORMAÇÃO INICIAL.......................................................... 33
3.2 O QUE É FORMAÇÃO CONTINUADA............................................... 33
3.3 A FORMAÇÃO CONTINUADA E OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO........................................................................................
34
3.4 PROCESSO CONTÍNUO.................................................................... 37
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 37
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA............ 38
UNIDADE IV – PLANO DE TRABALHO DOCENTE......................... 40
4.1 CONCEITOS A SEREM LEMBRADOS............................................... 40
4.1.1 O que é Planejamento Escolar............................................................ 40
4.1.2 O que é Plano de Ensino.................................................................... 40
4.1.3 O Plano de Trabalho Docente............................................................. 40
4.1.4 O que é Currículo................................................................................ 41
4.2 O PLANO DE TRABALHO DOCENTE E A PRÁTICA EDUCATIVA.... 41
4.3 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES.................................................. 45
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 45
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA............ 46
UNIDADE V – ENSINAR E APRENDER: DIFICULDADES E
POSSIBILIDADES............................................................................... 48
5.1 DIFICULDADES DA PRÁTICA DOCENTE.......................................... 48
5.2 O QUE É PROCESSO DE ENSINO.................................................... 49
5.3 AÇÃO POSSÍVEL................................................................................ 51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................... 51
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA............ 52
RECOMENDAÇÃO.............................................................................. 54
6
APRESENTAÇÃO
O papel do pedagogo na organização e mediação do trabalho pedagógico na
escola pública, por si só, é referencial para estudo e ampliação de debate na escola.
No cotidiano da escola, presenciamos a figura do pedagogo à mercê de
necessidades imediatas, com envolvimento em atividades nem sempre pertinentes
ao fazer pedagógico. Desse modo, este se distancia de sua efetiva função, a de
contribuir com a construção e efetivação do Projeto Político Pedagógico
comprometido na organização e mediação do trabalho pedagógico da escola
pública.
A atuação do pedagogo escolar é imprescindível no auxílio aos professores
quanto ao aprimoramento da prática em sala de aula, bem como, na análise e
compreensão das situações de ensino. Portanto, o pedagogo é importante para que
se efetive uma educação de qualidade, destacando esse profissional como apoio ao
professor para a prática docente.
Neste contexto consideramos importante envolver a Direção, Equipe
Pedagógica e os Professores em uma análise sobre a Gestão Democrática, com
observação no Papel do Pedagogo nesse processo e, estimular à todos para a
reflexão sobre a Formação Continuada, direcionando-os a importância do Plano de
Trabalho Docente, vindo a completar com a unidade Ensinar e aprender:
Possibilidades e Dificuldades. O objetivo é de estudar as possibilidades de realização de apoio pedagógico
ao professor na organização de sua prática pedagógica na escola e implementar
ações nessa perspectiva.
Os temas aqui apresentados destinam-se a uma análise da prática
pedagógica para contribuir no desenvolvimento de ações que possam acontecer na
escola em relação à melhoria do ensino e aprendizagem, na expectativa de que a
compreensão dos temas favoreça na aprendizagem dos alunos.
A unidade I contempla a gestão democrática da escola pública com ênfase na
democratização da escola quanto a organização e o funcionamento, apresenta a
importância do diretor nesse processo e a atuação coletiva dos segmentos de apoio
que fazem parte da instituição.
A unidade II aborda a necessidade da mediação do trabalho pedagógico na
7
escola, as dificuldades e possibilidades para a efetivação das atribuições do
pedagogo, partindo da dimensão histórica da pedagogia para entender a função
desse profissional na escola como articulador do fazer pedagógico.
A unidade III analisa a necessidade da formação continuada para todos os
profissionais da educação visando a melhoria do trabalho pedagógico e o seu
compromisso com a aprendizagem dos alunos. A unidade IV destaca a importância da elaboração e organização do Plano de
Trabalho Docente, propõe elementos para repensar e reorganizar esse documento
com objetivo de melhor desenvolvê-lo na sala de aula.
A unidade V contém as respostas obtidas através de um formulário designado
aos professores do Colégio Estadual Dr. Mário Augusto Teixeira de Freitas – EFM,
sobre as maiores dificuldades que esses profissionais encontram no
desenvolvimento da prática docente, enfatizando a necessidade de estudo dessas
dificuldades para desenvolver ações nessa perspectiva.
A proposta de implementação do projeto de intervenção pedagógica é estudar
os temas abordados nas cinco unidades, através de análise e discussão dos
mesmos, objetivando favorecer a um maior comprometimento dos profissionais da
educação em relação as suas atribuições. O encaminhamento metodológico para a implementação será o seguinte:
Primeira Etapa – Exposição do Projeto de Intervenção Pedagógica à Direção,
Equipe Pedagógica e Professores do referido estabelecimento escolar em estudo.
Segunda Etapa – Entrega e recolhimento do formulário aos professores do
colégio para obter dos mesmos suas dificuldades no desenvolvimento da prática
docente.
Terceira Etapa – Apresentação do Projeto de Intervenção Pedagógica à
Direção, Equipe Pedagógica, Professores e Funcionários em geral na semana
pedagógica.
Quarta Etapa – Estudo das unidades I e II para reflexão dos temas
abordados, com anotações das discussões para elaboração da síntese desse
estudo.
Quinta Etapa – Estudo das unidades III, IV e V com análise e discussão dos
temas articulados entre si, com anotações para elaboração da síntese desse estudo.
Na quarta e quinta etapas, serão utilizados textos e multimídia que abordam
os assuntos para enriquecimento do estudo. E nesses dois momentos a avaliação
8
será permanente através da observação da participação dos envolvidos com
questionamentos reflexivos e socialização das idéias.
Este Caderno Temático tem por objetivo o estudo, a reflexão e discussão dos
temas abordados para a melhoria do ensino e aprendizagem, com maior
comprometimento de todos envolvidos no contexto escolar. Visa promover a
formação de grupo de estudo na escola para compreender e discutir ações que
facilitem a aprendizagem dos alunos.
As unidades I e II deste Caderno Temático foram elaboradas em conjunto com
a pedagoga Zenaide Salete Gallas Werle do Colégio Estadual João Zocco – EFM do
município de Planalto – PR, professora PDE 2010/2012.
9
UNIDADE I - GESTÃO DEMOCRÁTICA DA ESCOLA PÚBLICA1
Abordaremos a seguir três conceitos indispensáveis para o estudo e a
compreensão do que é gestão democrática nas escolas públicas. São eles: Gestão,
Democracia e Escola.
Em seguida, far-se-á um estudo sobre a importância da efetivação nas
escolas da gestão democrática, com objetivo de refletir sobre a nossa participação
na organização e funcionamento da instituição onde trabalhamos, e de que maneira
contribuímos para a realização de uma educação de qualidade.
1.1 CONCEITOS 1.1.1 O que é Gestão?
Define Libâneo (2008, p.101) em sua obra que:
Gestão é a atividade pela qual são mobilizados meios e procedimentos para se atingir os objetivos da organização, envolvendo, basicamente, os aspectos gerenciais e técnico-administrativos.
1.1.2 O que é Democracia?
Afirma Dourado (2002, p.159) que: Democracia aqui entendida como um valor universal, como melhoria das capacidades humanas e, portanto, como resultado das articulações dos diversos grupos sociais em uma dada sociedade.
1.1.3 O que é Escola?
Considera Gómez que escola (2001, p.17) é:
O sistema educativo em seu conjunto, pode ser considerada como uma instância de mediação cultural entre os significados, sentimentos e as condutas da comunidade social e o desenvolvimento humano das novas gerações.
1 Texto elaborado pelas Pedagogas Gislene Lúcia Barzotto e Zenaide Salete Gallas Werle.
10
1.2 INTEGRANDO OS CONCEITOS: GESTÃO, DEMOCRACIA E ESCOLA
Em nossa sociedade, a escola pública, em todos os níveis e modalidades da
Educação Básica, tem como função social formar o cidadão, isto é, construir
conhecimentos, atitudes e valores que tornem o estudante solidário, crítico, ético e
participativo.
A instrução proporciona o domínio dos conhecimentos sistematizados e
promove o desenvolvimento das capacidades intelectuais dos alunos. Ao possibilitar
aos educandos o domínio dos conhecimentos culturais e científicos, a educação
escolar socializa o saber sistematizado e desenvolve capacidades cognitivas e
operativas para a atuação do trabalho e nas lutas sociais pela conquista dos direitos
de cidadania. Afirma Libâneo (1994) que dessa forma se efetiva a contribuição para
a democratização social e política da sociedade.
Com a compreensão dos conceitos citados acima, a escola deve garantir uma
educação de qualidade para todos, cumprindo a função social e o papel político
institucional.
A escola sempre está interligada à política educacional do momento histórico,
o qual lhe proporciona as direções. Quando a gestão da educação concretiza as
direções traçadas, examina as condições para colocar em prática os objetivos das
políticas públicas e assume o papel fundamental na condução da educação e do
ensino, está trabalhando com a construção e organização no coletivo da instituição
educativa vinculado ao projeto político-pedagógico da escola
No Plano Nacional de Educação (PNE), Lei n. 10.172, são estabelecidos os
objetivos e prioridades que devem orientar as políticas públicas de educação. Dentre
esses objetivos, destaca-se a democratização da gestão do ensino público,
salientando-se, a participação dos profissionais da educação na elaboração do
projeto pedagógico da escola e a participação das comunidades escolar e local, bem
como a descentralização da gestão educacional com fortalecimento da autonomia da
escola e garantia da participação da sociedade na gestão da escola e da educação.
Segundo Libâneo (2008) a organização da escola não se resume a questões
administrativas e burocráticas, vai além, as ações desenvolvidas pela escola são
entendidas como práticas educativas, pois passam valores, atitudes, modos de agir,
influenciando as aprendizagens de professores e alunos. Assim, a gestão
11
democrática é algo construído no cotidiano e no coletivo, e o diretor está na
coordenação das atividades políticas e pedagógicas da escola juntamente com os
pedagogos, os professores, funcionários e comunidade escolar.
Gestão democrática é realmente a implementação de modalidades de gestão,
cujas formas de provimento efetivam-se pela presença de meios de participação no
exercício do poder, relacionando-se com as tomadas de decisões. Ou seja,
descentralizam-se as decisões e execuções no espaço escolar, desse modo cada
um assume suas responsabilidades resultando na substituição do paradigma
autoritário (LIBÂNEO, 2008).
Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, identificamos os
princípios norteadores da gestão democrática nas instituições públicas de educação
básica:
Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico da escola: II – participação das comunidades escolar e local em conselhos escolares ou equivalentes.
Gestão democrática é um processo no qual as pessoas na escola discutem,
deliberam e planejam com direcionamento para solucionar os problemas,
acompanhar e avaliar o conjunto das ações voltadas ao desenvolvimento da escola. Para se efetivar uma gestão democrática na prática do cotidiano escolar, dá-
se a importância da escolha do diretor através da preferência de toda a comunidade
escolar, pois assim, há a possibilidade de eleger para este cargo uma pessoa que
seja realmente comprometida e responsável de colocar em prática o plano de ação
de toda a escola, o que se torna mais difícil quando é escolhido arbitrariamente para
esta função. Neste sentido, Libâneo (2008, p. 113), considera ser “a nomeação o
procedimento mais prejudicial à gestão democrática na escola”. Defende que, nestas
circunstâncias inibe o seu papel de coordenador e articulador da equipe docente,
para atender conveniências e interesses políticos-partidários.
Este processo é um aprendizado constante, sustentado no diálogo e na
alteridade, tendo como base a participação efetiva dos segmentos da comunidade
escolar.
Os profissionais da educação devem estar cientes que a participação
12
possibilita o conhecimento do assunto, dando condições de intervir nas decisões e
encontrar possíveis soluções com a coletividade sendo indispensável para o trabalho
em equipe.
A participação nas decisões dos rumos da escola está diretamente ligada ao
princípio da autonomia escolar, defendido pela pedagogia histórico crítica. Traz aos
participantes do processo educativo a possibilidade de decidir pelos rumos de seu
agir, de forma organizada e planejada.
Por isso mesmo, a autonomia precisa ser gerida, implicando co-
responsabilidade consciente, partilhada e solidária de todos os membros da equipe escolar, de modo que alcancem, eficazmente, os resultados de sua atividade, isto é, a formação cultural e científica dos alunos e o desenvolvimento neles de potencialidades cognitivas e operativas. (LIBÂNEO,2003, p.334).
Nesse sentido, autonomia em uma instituição escolar é o poder para decidir
sobre seus objetivos e suas formas de organização, onde a escola possa ditar suas
próprias normas, normas essas registradas no projeto político pedagógico.
De acordo com Caderno Temático Coordenação de Gestão Escolar da SEED
(2010, p.12) democrático na escola é:
Uma educação de qualidade;
A socialização do saber construído historicamente pela humanidade;
A elevação cultural das massas; tratamento igualitário a todos;
A participação ativa dos cidadãos na vida pública;
O exercício da cidadania;
A participação dos profissionais e da comunidade escolar;
A autonomia de gestão administrativa e pedagógica;
A mobilização dos segmentos de gestão a partir de suas instâncias –
Conselhos Escolares, Grêmios Estudantis, Associação de Pais e
Professores.
A participação de todos os membros da escola nos processos decisórios não
exclui a necessidade e a importância de se administrar, de coordenar o trabalho das
pessoas, de fazer o acompanhamento e a avaliação sistemática do trabalho escolar,
e ao gestor da entidade é delegada a efetiva coordenação deste trabalho, tendo em
vista que este precisa dar conta da tarefa administrativa, porém, é necessário que
tenha a plena consciência do que acontece no setor pedagógico, coordenado pelo
13
pedagogo.
O diretor necessita ter o entendimento de que o pedagógico na escola é o
que dá suporte para que haja o ensino e a aprendizagem. Dada a sua importância, é
necessária que sejam discutidas e planejadas no coletivo, a ação que conduzam a
este objetivo, que sejam avaliados os resultados e encaminhadas novas ações para
que hajam as transformações desejadas.
Para respaldar esta realidade Libâneo (2008, p. 113) nos diz:
Uma vez tomadas as decisões coletivamente, participativamente, é preciso colocá-las em prática. Nessa hora a escola precisa estar bem coordenada e administrada. Não se quer dizer com isso que o sucesso da escola reside unicamente na pessoa do diretor ou numa estrutura administrativa autocrática – aquela em que o diretor centraliza todas as decisões. Ao contrário, trata-se de entender o papel do diretor como um líder, uma pessoa que consegue aglutinar as aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e articular a adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão de um projeto comum. Como gestor da escola, como dirigente, o diretor tem uma visão de conjunto e uma atuação que apreende a escola em seus aspectos pedagógicos, culturais, administrativos, financeiros.
Sabemos que para todo e qualquer trabalho, por mais simples que possa
parecer, torna-se necessário o planejamento e a discussão das ações, para que
possamos avaliar posteriormente, com o propósito de perceber o que foi alcançado
e rever novas práticas. Afirma Libâneo (2008, p.149):
O planejamento escolar consiste numa atividade de previsão de ação a ser realizada, implicando definição de necessidades a atender, objetivos a atender dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, tempo de execução e formas de avaliação. O processo e o exercício de planejar referem-se a uma antecipação da prática de modo a prever e programas as ações e os resultados desejados, constituindo-se numa atividade necessária de decisões. Sem planejamento, a gestão corre ao sabor das circunstâncias, as ações são improvisadas, os resultados não são avaliados.
O gestor precisa ter uma visão de todos os setores e segmentos da escola,
assim não pode ocupar-se apenas ou excessivamente da parte burocrática, sendo
que quanto mais democrática e participativa for a sua gestão, melhores serão os
resultados obtidos pela escola. Neste sentido, Libâneo (2008, p. 217), enfatiza: “As
funções do diretor são, predominantemente, gestoras e administrativas, entendendo-
se, todavia, que elas têm conotação pedagógica, uma vez que se referem a uma
instituição e a um projeto educativos que existem em função do campo educativo”.
14
Lembramos aqui que a implementação de processo de gestão democrática
tem sido uma necessidade no sentido de redirecionamento dos novos marcos de
gestão em curso, qual seria novos procedimentos e transparência nas ações.
1.3 OS SEGMENTOS QUE AUXILIAM A GESTÃO DEMOCRÁTICA
Vejamos a seguir os segmentos que auxiliam a gestão democrática da escola
púbica.
1.3.1 Direção
O diretor tem através da função que lhe foi designada a incumbência de
reunir esforços, liderar, integrar, coordenar o trabalho das diversas pessoas que
atuam no seu estabelecimento de ensino.
Assim é de suma importância a ação do gestor da escola para garantir a
efetivação das conquistas legais e democráticas das relações e do ensino.
Abrangendo os aspectos físicos, sócio-político, relacional, material, financeiro e
pedagógico.
Como afirma Libâneo (2008, p.113) o diretor é “uma pessoa que consegue
aglutinar as aspirações, os desejos, as expectativas da comunidade escolar e
articular a adesão e a participação de todos os segmentos da escola na gestão”.
1.3.2 Conselho Escolar
É o órgão máximo de direção, portanto, seus membros devem possuir os
interesses em comum para lutarem junto com as demais instâncias escolares para
uma escola de qualidade. Tendo como função discutir, aconselhar, deliberar e
normatizar as questões mais importantes da escola, sendo elas pedagógicas,
administrativas, financeiras, para definir a política de ação da escola.
O Conselho Escolar é, sem dúvida, o principal instrumento da gestão
democrática, busca o espaço concreto para o diálogo com as demais instâncias que
compõem o coletivo escolar, por isso devemos valorizar seu papel e torná-lo cada
15
vez mais imprescindível nas suas ações.
Antunes (2002, p.133) afirma que “Convém esclarecer que não defendemos a
gestão democrática e a autonomia escolar para desobrigar o Estado de suas
responsabilidades”.
1.3.3 Grêmio Estudantil
É um órgão de representação do corpo discente da escola, qual deve
representar a vontade coletiva dos estudantes, promovendo a ampliação da
democracia e desenvolvendo da consciência crítica.
Tem como objetivo defender os direitos dos estudantes, estreitando a
comunicação dos alunos entre si e com os outros segmentos da comunidade
escolar. É um espaço para desenvolver o espírito democrático, a ética e a cidadania
na prática.
Este pode promover atividades educacionais, culturais, cívicas, desportivas e
sociais, também intercâmbios de caráter cultural e educacional com outras
instituições sem fins lucrativos.
1.3.4 Associação de Pais, Mestres e Funcionários
A Associação de Pais Mestres e Funcionários é um espaço de decisão e
participação de cidadãos conscientes envolvidos com a escola, mas não possui
caráter político-partidário atua sem fins lucrativos e não remunera seus membros.
Possui o objetivo de integrar os segmentos escolares e colaborar no
aprimoramento do processo educacional e na integração família-escola.
Sua função é em conjunto com o conselho escolar atuando na gestão da
unidade escolar, participando das decisões relativas à organização e funcionamento
da instituição nos aspectos administrativos, pedagógicos e financeiros.
Libâneo (2008, p.114) nos coloca que “a participação dos pais na organização
e gestão da escola corresponde a novas formas de relações nas práticas de
descentralização, autonomia, co-responsabilização, interculturalismo”.
16
1.3.5 Conselho de Classe
Constitui-se de um momento muito importante na escola, pois tem como
premissa proporcionar um amplo momento de reflexão/avaliação de toda a prática
pedagógica. Tem por função discutir com o coletivo escolar a avaliação da
aprendizagem do aluno e o desempenho da turma num todo, nos aspectos
quantitativos e qualitativos, com objetivo de aperfeiçoar o trabalho do professor com
o aluno por meio de subsídios, discutidos com a equipe pedagógica. Despertando no
professor a necessidade de realizar a auto-avaliação de seu próprio trabalho para
qualificar suas atividades e métodos.
Dalben (2004, p. 69), explicita com muita ênfase o acima descrito, afirmando:
Quando se discute o Conselho de Classe, discutem-se também as concepções de avaliação escolar presentes nas práticas dos professores e discutem-se também a cultura escolar e a cultura da escola que as vem produzindo. Nesse sentido, a importância dos Conselhos de Classe e dos processos avaliativos da escola para a sua gestão pedagógica está nas possibilidades e capacidades de leitura coletiva da prática e, diante do reconhecimento compartilhado das necessidades pedagógicas, em sua capacidade de mobilizar esse coletivo no sentido de alterar as relações nos diversos espaços da instituição.
A participação efetiva nos Conselhos de Classe nos leva a perceber a
importância deste momento no sentido de poder traçar novas ações que enriqueçam
o ensino do professor e a aprendizagem do aluno e assim a escola pública vai
traçando seu caminho de ressignificações possíveis e necessárias.
1.3.6 Educadores
O professor tem como objetivo oportunizar o processo de ensino e
aprendizagem.
Além disso, também têm a responsabilidade de participar na elaboração do
projeto político pedagógico, na realização das atividades da escola e nas decisões
do conselho escolar, das reuniões e demais atividades cívicas, culturais e
recreativas.
De acordo com Libâneo (2008, p.36), na escola o professor participa
17
ativamente da organização do trabalho escolar formando com os demais a equipe
de trabalho, aprendendo novos saberes e agindo coletivamente.
1.3.7 Educandos
O aluno, mais que ninguém faz parte da gestão democrática da escola.
Conquistando a autonomia no pensar e no agir, sendo o sujeito que aprende
construindo seu saber.
Para isso, o aluno deve ser crítico e participativo, envolvido nas atividades da
sala de aula e também nas atividades da escola, sendo membro ativo através de
suas idéias e ações, desenvolvendo assim suas atitudes de cidadão.
O ensino e aprendizagem devem estar voltados a valorização do
conhecimento que o aluno já possui.
1.4 COMPROMISSO E RESPONSABILIDADE
Apresentamos um contexto que nos direciona a refletir sobre o que é e como
acontece a gestão democrática no cotidiano da escola.
Nós educadores, comprometidos com a transformação social, precisamos
repensar as formas de funcionamento das escolas, de como se apresenta a nossa
participação no processo de organização e gestão, e também, de como estamos
contribuindo com nossa prática pedagógica para o ensino e aprendizagem dos
alunos.
A escola é o lugar de compreensão, realização e avaliação do processo
educativo, necessita estar organizada para desenvolver o ensino e aprendizagem.
Mas a democratização da gestão na escola pública se concretizará somente
quando a comunidade, tomada pela conscientização do processo democrático,
conceber que sua participação é fundamental.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANTUNES, A. Aceita um Conselho? Como organizar o Colegiado Escolar. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2002.
18
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - 9.394/96. Disponível em http://www.dji.com.br/leisordinárias - Acesso em: 05 de novembro de 2010. DALBEN, Ângela I. L. de Freitas. Concepções de avaliação escolar x concepções de relação pedagógica. In: Conselhos de Classe e avaliação: perspectivas na gestão pedagógica da escola. Campinas, SP: Papirus, 2004, p. 69-75. DOURADO, Luiz Fernandes. A gestão democrática e a construção de processos coletivos de participação e decisão na escola. In: FERREIRA, Naura Syria Carapeto e AGUIAR, Ângela da Silva (Orgs.). Para onde vão a Orientação e a Supervisão Educacional? Campinas – SP: Papirus, 160p., 5ª ed., 2002. Lei 10.172. http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/pne.pdf. Acesso em: 16 de junho de 2011. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. Goiânia - GO: MF Livros, 319 p., 5ª ed., 2008. ___________________. Didática. São Paulo – SP: Cortez, 1994. ___________________.Educação Escolar: Políticas, Estrutura e Organização. São Paulo – SP: Cortez, 2003. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Superintendência de Educação. Coordenação de Gestão Escolar. Texto: Organização do Trabalho Político Pedagógico da Escola. 2010. PÉREZ GÓMEZ, A. A cultura escolar na sociedade neoliberal. Porto Alegre – RS: Artes Médicas. 2001.
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA:
1. O que entendemos por Gestão Democrática?
2. A Gestão Democrática de fato se efetiva nos setores do âmbito escolar?
Em que medida?
3. Sabemos que o Conselho Escolar é a instância composta por
representantes de todos os segmentos da comunidade escolar, sendo o
órgão representativo mais importante da escola. Este colegiado consegue
fazer efetivar suas atribuições? Se a resposta for negativa, aponte quais
os entraves impeditivos para a execução do seu trabalho.
19
4. O Conselho de Classe é o momento de discussão, avaliação e revisão da
prática escolar. Em que medida isto é possível ser realizado? De fato
consegue-se atingir o seu objetivo? Por quê?
ANOTAÇÕES
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
20
UNIDADE II - A FUNÇÃO DO PEDAGOGO ESCOLAR2
Pretende-se através deste texto levar ao entendimento do que é pedagogia
enquanto campo de conhecimento e enquanto campo de atuação profissional assim
como o seu papel no âmbito escolar.
Para que se tenha a compreensão de pedagogia enquanto campo de atuação
profissional é necessário saber da trajetória que esta percorre desde a criação do
curso e visualizar suas diferentes propostas formativas, abrangendo a Formação do
Bacharel e a formação do licenciado destinando-se à formação do Técnico em
Educação, e ao Docente para a Educação Básica e também do Pedagogo Escolar,
que atua como Especialista da Educação ou como Professor Pedagogo nas escolas,
e assim, entendermos as possibilidades e desafios que este profissional da
educação encontra no seu fazer pedagógico.
2.1 O QUE É PEDAGOGIA?
Para compreendermos o que é Pedagogia é fundamental antes entendermos
que há distinção entre Pedagogia enquanto curso de formação e pedagogia
enquanto ciência ou campo de conhecimento.
Pedagogia enquanto curso de formação de educadores, segundo Libâneo e
Pimenta (2002, p.12-13), “é o de formar professores ou especialistas ou ambos”. Há
muitas divergências de ideias entre estudiosos do tema quanto a pedagogia ser ou
não ciência e qual o seu campo de conhecimento. Franco (2008, p. 79), defende
que “o objeto de estudo da ciência pedagógica é a educação”. Continua levando-nos
a refletir que, sendo a educação o objeto de estudo da pedagogia ele é bastante
complexo, pois “sabe-se que a educação configura-se, estabelece-se, estrutura-se,
em diversas dimensões” (FRANCO, 2008, p.79).
Para esclarecer melhor Franco (2008, p.79-80) ressalta:
Sua dimensão privilegiada (o da pedagogia) é a prática educativa, vista como prática social intencionada, na qual confluem as intencionalidades e
2 Texto elaborado pelas Pedagogas Gislene Lúcia Barzotto e Zenaide Salete Gallas Werle.
21
as expectativas sociais, em que se determinam os contextos da existência humana num determinado grupo social, na qual se concretiza a realidade subjetivada, num processo histórico-social que se renova continuamente. Assim considero que a dimensão da educação que será objeto da pedagogia como ciência será a práxis educativa.
Assim, é preciso também ter clareza do que se entende por práxis e práxis
educativa. Afirma Franco (2008, p. 81): “Para a filosofia marxista a práxis é
entendida como sendo a relação dialética entre o homem e a natureza, na qual o
homem, ao transformar a natureza com seu trabalho transforma-se a si mesmo”.
Baseado nisso podemos definir como práxis educativa a teoria trabalhada pelo
professor em cada disciplina sendo utilizada pelo educando como prática para
transformar a sua realidade.
A pedagogia não se reduz a escola, pois, a educação também não se limita a
esta instituição, sendo bem mais abrangente, ocorrendo em muitos lugares e das
mais diversas formas.
Segundo Libâneo (2002, p. 63):
Se há uma diversidade de práticas educativas, há também uma diversidade de pedagogias: a pedagogia familiar, a pedagogia sindical, a pedagogia dos meios de comunicação, a pedagogia dos movimentos sociais etc., e também obviamente, a pedagogia escolar.
Assim entende-se que a pedagogia não se aplica apenas na instituição
escolar e sim em todos os campos da sociedade, tendo em vista que a prática
educativa se dá das mais diversas formas e nos mais diversos lugares onde há a
socialização de pessoas.
Compreendendo o que é pedagogia passamos ao entendimento de quem é o
pedagogo e novamente Libâneo (1996, p. 116-117) nos esclarece bem a definição:
Pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa, direta ou indiretamente ligadas à organização e aos processos de transmissão e assimilação ativa de saberes e modos de ação, tendo em vista objetivos de formação bem definidos em sua contextualização histórica. Pedagogia é a teoria, a reflexão, sobre esse aspecto da realidade em suas relações com outros aspectos. Constitui-se, pois, como campo de investigação específico cuja fonte é a própria prática educativa e os aportes teóricos providos pelas demais ciências da educação e cuja tarefa é a compreensão, global e intencionalmente dirigida, dos problemas educativos.
O pedagogo é o profissional que não atua apenas na instituição escolar e sim
22
em vários setores, porém, em todos os lugares onde desenvolve o seu trabalho,
precisa estar consciente da importância da sua função tendo objetivos claros na sua
prática cotidiana.
Portanto, na escola o pedagogo precisa estar envolvido na organização e
mediação do trabalho pedagógico junto aos professores, com ações possíveis de
parceria, de articulação, de formação, de informação, de ajuda e orientação, sendo
ele apoio para a efetivação da prática docente.
2.2 DIMENSÃO HISTÓRICA DA PEDAGOGIA
Tendo a definição de pedagogia e de pedagogo entenderemos que o curso de
Pedagogia, e por conseqüência, o pedagogo na escola, não teve a mesma função
desde que foi criado. Esta função foi mudando em sua concepção e objetivos no
decorrer dos tempos, tendo em vista que a sociedade é algo dinâmico, ou seja,
transforma-se com rapidez e com a sua mutação também a escola, que nela está
inserida, passa a ter outros ideais em sua estrutura e propósitos. Entenderemos
melhor esta questão através da citação abaixo dando-nos um parâmetro de como o
curso de Pedagogia aconteceu no Brasil desde quando este foi criado. A primeira regulamentação do curso de Pedagogia no Brasil, em 1939, prevê a formação do Bacharel em Pedagogia, conhecido como “Técnico em Educação”. A Legislação posterior, em atendimento à Lei 4.024/61 – Lei de Diretrizes e Bases – LDB, mantêm o curso de Bacharelado para a formação do pedagogo (Parecer 251/62 e regulamenta as licenciaturas - Parecer 29/62 do Conselho Federal de Educação – CFE). O Parecer 252/69 – última regulamentação existente – abole a distinção entre bacharelado e licenciatura, mas mantém a formação de especialistas nas várias habilitações, no mesmo espírito do Parecer 251/62 – CFE (LIBÂNEO, 1996, p.110).
Em relação à Legislação em vigor, esta estabelece que o formado no curso de
Pedagogia recebe o título de licenciado, tendo como suporte a ideia de “formar o
especialista no professor” (LIBÂNEO,1996, p.110). Assim, consta nas Diretrizes
Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura:
Art. 2º) As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos do Ensino Médio, na modalidade Normal em cursos de Educação Profissional, na área de serviços e apoio escolar, bem como em outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos (Resolução CNE/CP Nº 1/2006).
23
Nas Diretrizes observamos que para o curso de Pedagogia é vasto o campo
de atuação do pedagogo, pois este profissional da educação pode através do seu
curso atuar no exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do
Ensino Fundamental, nos cursos do Ensino Médio, na modalidade Normal, em
cursos de Educação Profissional, na área de serviços e apoio escolar, bem como em
outras áreas nas quais sejam necessários conhecimentos pedagógicos. Quando o
estudante observa este imenso campo de onde pode atuar, a princípio parece
interessante, porém, na prática percebemos o quanto isto dificulta o seu trabalho,
pois são muitas as áreas em que pode atuar sendo que a sua formação em
Pedagogia é de pouco tempo para dar conta do conhecimento básico de que
necessita dominar.
Já a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDBEN, nº 9693/96,
Título VI rege que:
Art. 62 – A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério, na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio na modalidade Normal. Art. 64 – A formação de profissionais de educação para administração, planejamento, inspeção, supervisão e orientação educacional para a educação básica, será feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de pós-graduação, a critério da instituição de ensino, garantida, nesta formação, a base comum nacional.
Na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação, nº 9693/96, observa-se que a
formação dos educadores para supervisores e orientadores educacionais entre os
outros acima citados, para a educação básica, será realizada nos cursos de
graduação em pedagogia ou tão simplesmente em cursos de pós-graduação, para
os que já tiverem formação de graduação em qualquer outra licenciatura.
A partir dos anos 80, destaca-se a atuação do movimento de reformulação dos cursos de formação do educador,cuja atividade perdura até hoje, na ANFOPE - Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação. Esse movimento manteve, nos documentos que produziu, o espírito do Parecer CFE 252/69 de não diferenciar a formação do professor e do especialista, tendendo a esvaziar o prescrito neste Parecer quanto as habilitações do curso. Também reafirmou de que a idéia do curso de Pedagogia é uma licenciatura. (LIBÂNEO 1996, p.110)
24
Este movimento de reformulação do curso de formação do educador, por
considerar que não deve haver diferenciação na formação de todos os profissionais
da educação, ou seja, pedagogos e professores, defendendo a ideia de que ambas
as categorias devem ter como formação de base a docência, colabora para
descaracterizar a formação do pedagogo num curso mais abrangente a sua área de
atuação.
Percebemos que o curso de pedagogia continua não tendo traçado um
caminho muito claro, isto é facilmente observado e sentido na prática atual deste
profissional da educação na escola, pois tendo uma identidade indefinida, esta se
confunde na identidade das demais licenciaturas.
Em se tratando do Professor Pedagogo, cargo definido no Estado do Paraná,
para muitos há o entendimento de que este é, antes de tudo, um docente e em
muitas escolas tem capacidade de substituir qualquer disciplina na falta de professor
desta, por outro lado não se enquadra na docência quando cumpre uma carga
horária semanal somada em hora relógio e não em hora aula como os demais
professores. Só nesta simples colocação percebe-se que o pedagogo ainda tem
muito a lutar para ser reconhecida de fato a sua função.
Para entendermos melhor, vejamos o que diz Libâneo e Pimenta (2002, p.
25):
Para uma melhor compreensão: [...] o lema e o apelo político da ANFOPE, é conhecido: a docência constitui a base da identidade profissional de todo o educador [...] esse princípio levou à redução da formação do pedagogo à docência, à supressão em alguns lugares da formação de especialistas (ou do pedagogo não diretamente docente) ao esvaziamento da teoria pedagógica devido a descaracterização do campo teórico-investigativo da Pedagogia e das demais ciências da educação, à retirada da universidade dos estudos sistemáticos do campo científico da educação e, em conseqüência, da formação do pedagogo para a pesquisa específica na área e o exercício profissional.
A ANFOPE defende que a docência é a base da identidade profissional de
todo educador, assim destina para o pedagogo uma função que pode trazer várias
interpretações fazendo com que este se confunda em realizar aquilo que é da sua
alçada no exercício da profissão. Diante de tantas prerrogativas facilmente podemos
entender o que se passa no interior da escola e a dificuldade deste profissional da
educação encontrar o espaço para realizar o seu trabalho no enfrentamento as
25
diversas situações de contradição no intuito de mediar o ensino e a aprendizagem.
É importante que tentemos entender de onde surgiu a necessidade da
presença do pedagogo na escola para podermos avaliar a nossa atuação.
No início a função do pedagogo assemelhava-se ao supervisor de uma
fábrica, sendo que o Supervisor Escolar e o Orientador Educacional tinham a tarefa
de exercer controle sobre o que ocorria na escola. O papel destes profissionais da
educação era exercer tarefas funcionalistas, não priorizando a sua função de
organização do trabalho pedagógico.
Neste sentido Kuenzer (2002 p.50) afirma:
Ao estabelecer formas adequadas de divisão técnica do trabalho, da mais fragmentada à multitarefa; ao estabelecer os limites de decisão do trabalhador, do mais automatizado ao mais autônomo; ao destruir e reconstruir processos de trabalho que articulam diferentemente padronização e criatividade, os processos de trabalho e as relações sociais vão disciplinando os trabalhadores para que efetivamente contribuam para o processo de valorização do capital. É por isso que Gramsci (1978) afirma que a pedagogia vem da fábrica e, portanto, é parte integrante do processo de construção da hegemonia do capital sobre o trabalho.
Percebemos que deste tempo até hoje ainda permanecem muitas dessas
ações, algumas por falta da ciência das verdadeiras atribuições do pedagogo e
outras pela organização geral da escola que muitas vezes não permite a realização
de um trabalho condizente com a função que exerce, principalmente por estar
inserida numa sociedade capitalista onde acontece fortemente o que Kuenzer
afirmou em sua citação.
Ferreira e Aguiar (2002) nos levam a refletir e a constatar a realidade que
atualmente ainda vivemos no cotidiano da escola. Percebemos que de fato nossa
formação acadêmica foi bastante superficial em detrimento ao que temos a
incumbência de realizar em nosso trabalho escolar, relatando inclusive que são
muitas as dificuldades e desafios que encontramos para buscar alternativas que
possibilitem dar conta dos nossos afazeres. Assim dizem as autoras:
Aos “especialistas da educação” (supervisores, orientadores, diretores) ou simplesmente profissionais da educação, por definição e por destinação, é imputada a responsabilidade de, em última instância, contribuir, efetivamente, no âmbito educacional, para a formação de indivíduos capazes de entender e intervir na realidade em que vivem. No entanto, são muitas as dificuldades que encontram no caminho (FERREIRA e AGUIAR 2002, p.8).
26
Dos pedagogos se espera que implementem ações na escola que contribuam
no processo ensino e aprendizagem, porém, as especializações e habilitações que
formam este profissional da educação no curso de pedagogia tem sido motivo de
muitas discussões pela sua origem e fragmentação.
Os especialistas em educação que já se formaram e estão atuando, procuram
por seu espaço no sentido de poder desempenhar sua função e contribuir para que
de fato a educação alcance um patamar mais elevado, porém, a prática do cotidiano
escolar apresenta muitos entraves, pois ao invés de poder realizar o que é de seu
ofício seu trabalho desvia-se muito do foco realizando atividades que não são de sua
alçada, vivendo muitos conflitos entre o fazer aquilo que é de sua competência e
aquilo que é de competência dos outros profissionais da educação (professores,
gestores...). Como afirmam Ferreira e Aguiar (2002, p. 9), “percebem-se assim, os
conflitos, impasses e indefinições que marcam sua formação e trajetória, com
prováveis prejuízos para a sua atuação profissional e para o exercício da profissão
de pedagogos”.
2.3 O PAPEL DO PEDAGOGO NA ESCOLA E DIFICULDADES NA SUA ATUAÇÃO
Segundo o Regimento Escolar do Colégio Estadual João Zacco Paraná –
EFM (2008), compete à Equipe Pedagógica composta por professores pedagogos,
mediar toda a organização do trabalho pedagógico que acontece na escola. Isso
parte da premissa de que desde a organização do Calendário Escolar, prevendo os
Conselhos de Classe, Encontros Pedagógicos até o Conselho de Classe Final e
fornecimento do resultado do desempenho escolar para os pais e/ou alunos, o
professor pedagogo tem que se mostrar atuante. Assim entre tantas outras
atribuições, constante no Regimento Escolar, compete à equipe pedagógica:
Coordenar a elaboração coletiva e acompanhar a efetivação do projeto político pedagógico e do plano de ação do estabelecimento de ensino. Participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar. Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico visando a elaboração de propostas de intervenção para a qualidade de ensino para todos. (Colégio Estadual João Zacco Paraná –
27
EFM, 2008, p.18 e 19).
Diante de apenas três artigos que se encontram no Regimento Escolar
podemos perceber que já consta praticamente todo o trabalho do pedagogo, pois
isto significa, elaborar, estudar e fazer valer as Diretrizes Estaduais de Educação e a
partir destas orientar e auxiliar junto ao professor a elaboração do seu Plano de
Trabalho Docente; qualificar a sua hora-atividade discutindo com ele alternativas
para uma prática mais eficaz em sala de aula; encontrar alternativas, junto com o
coletivo escolar, para aqueles alunos que estão com dificuldade; coordenar o
Conselho de Classe propondo intervenções para um ensino e aprendizagem mais
eficientes, entre tantas outras que estão contempladas no Regimento de cada
escola.
Na dinâmica da transformação da sociedade a escola também tem a
necessidade de transformar-se. Assim, a escola pública da atualidade possui
objetivos diferentes daqueles de algum tempo atrás.
Diante desta realidade, se constata que os profissionais da educação que
atuam na escola, também tem seus papéis redefinidos, e entre estes encontra-se o
pedagogo, profissional do qual se foi-se modificando a sua concepção e objetivos no
decorrer dos tempos.
Pedagogo é o profissional da educação a quem se delegam várias atividades
no cotidiano escolar, desde as mais simples até as mais complexas, e este
profissional necessita ter ciência daquilo que a sua função lhe incumbe priorizando
as atividades com o intuito de qualificar o ensino e a aprendizagem.
Assim sendo, é imprescindível que o pedagogo tenha a clareza da
importância da sua atuação para não ficar apenas no espaço do trabalhador tarefeiro
que se ocupa com o cotidiano escolar sem repensar a sua prática. Neste sentido
Libâneo (1996, p. 27) nos diz que, “deseja-se um profissional capaz de pensar e
executar o seu trabalho e não apenas um sujeito habilidoso para executar o que os
outros não concebem”. O pedagogo tem como papel principal garantir que a escola
cumpra a sua função social, que é a de proporcionar o conhecimento científico aos
alunos, principalmente aqueles que tem a escola como uma das poucas vias de
acesso ao conhecimento sistematizado.
Neste contexto há um grande desafio, pois, no espaço/tempo em que a escola
está estruturada, isto se torna uma via de contramão. É importante conquistar este
28
espaço, pois somente assim o pedagogo poderá, através de estudos, alcançar o
entendimento da sua real função.
Para que o pedagogo seja capaz de pensar e planejar a execução do seu
trabalho é imprescindível que este tenha embasamento teórico para fundamentar a
sua prática, pois na relação deste com o professor, no sentido de proporcionar um
ensino democrático para todos os alunos assegurando a qualidade da
aprendizagem, não há como sugerir ações que não estejam subsidiadas em teorias
consistentes.
Nessa perspectiva, Franco (2008, p.124) defende que o “pedagogo deverá
ser o profissional investigador da educação como prática social”, portanto, deve
pesquisar, refletir sobre o fazer pedagógico.
Para que a escola pública seja de qualidade é fundamental que todos os
profissionais da educação que nela atuam tenham a clareza do papel que lhes cabe,
pois a escola é composta de um coletivo de profissionais onde cada qual deve
desempenhar com eficiência o que é de sua competência, assim sendo o pedagogo
consegue atuar melhor junto ao professor no sentido de discutir e planejar ações
para qualificar o ensino aprendizagem, e não envolver-se o tempo todo com
problemas de indisciplina, em substituição de professores, em resolver questões
administrativas na saída do diretor, entre tantas outras atividades burocráticas que
tomam grande parte do tempo no espaço tão complexo que é a escola.
Portanto, o pedagogo no processo educativo nas suas ações, deve garantir a
efetivação de um projeto de escola que cumpra com sua função política, pedagógica
e social.
2.4 POSSIBILIDADES PARA SUPERAR OS DESAFIOS NA EXECUÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO
Como podemos observar no dia a dia escolar, inúmeros são os desafios e por
muitas vezes nos sentimos num emaranhado tão grande de dificuldades que parece
impossível encontrar possibilidades de realização da função social da escola, e
assim muitos se tornam incrédulos em acreditar em perspectivas de sucesso
percebendo que a escola e o nosso trabalho está fadado ao fracasso, porém, por
29
outro lado acenam-se perspectivas de possibilidades quando há um trabalho sério
por parte de cada um dos sujeitos que atuam na escola. Em primeiro lugar
precisamos entender a escola como um lugar dinâmico, onde nada é estático,
portanto, há possibilidades concretas de enfrentamento a todas as questões que são
entraves para uma melhor qualidade do nosso trabalho.
O primeiro passo é nos desafiarmos a buscar essas alternativas e demonstrar
através da nossa prática que é por meio de pequenas ações individuais que
conseguiremos no coletivo dos profissionais da educação, avanços significativos,
como nos diz Ferreira (2002, p. 139):
Há grupos de formadores de profissionais para a escola que atualmente já estão em nesse processo, por já terem esse tipo de preocupação, por entenderem ser este um desafio da contemporaneidade. Grupos que, por caminhos diferentes e com recursos diversos, vêm indicando a mesma direção e que além de pretenderem transformar e de permitirem a incorporação de todos e de todas que querem participar do processo, pensam e se organizam sempre coletivamente, procurando soluções coletivas para os problemas que se colocam como desafios.
Temos que acreditar na possibilidade de vislumbrar uma escola que enfrenta
as exigências que a contemporaneidade traz. Isto não quer dizer que precisamos
acatar tudo de forma passiva, o que nos é enviado, e sim questionar, realizar com
consciência e eficácia, pelo menos aquilo que conseguimos em prol do nosso aluno
realizando cada um a sua atribuição.
Neste sentido contamos com uma grande ferramenta a nosso favor, ou seja, o
Projeto Político-Pedagógico, do qual cada vez mais vamos tendo uma visão clara a
que objetivo veio e está na escola. Sabemos que este ainda não nos garante toda a
autonomia da qual necessitamos, porém, já temos abertura de renová-lo a cada ano
e por mínima que seja esta abertura nos leva a manter o canal do diálogo aberto
entre todos os setores da escola, discutindo, refletindo sobre a realidade desta e
quais as ações possíveis para trabalharmos no enfrentamento aos diversos desafios
do cotidiano escolar. Neste sentido Kuenzer (2002, p. 54) enfatiza que:
[...] que se amplie o trabalho pedagógico no que for possível, por meio de decisões e estratégias internas à escola, tendo clareza sobre seus limites e, principalmente, buscando compreender como a fragmentação se faz presente, como modo de organização do trabalho e como pedagogia mesmo que não existam mais especialistas, substituídos pelo pedagogo unitário.
O Pedagogo em seu fazer, possui a responsabilidade de discutir, refletir,
30
buscar soluções para as práticas pedagógicas, no que tange a uma construção
coletiva contribuindo para o pensar e o agir na escola.
Faz-se necessário que os pedagogos, apresentem e acompanhem propostas,
alternativas, sugestões e/ou críticas que promovam o desenvolvimento e o
aprimoramento do trabalho pedagógico escolar junto aos professores. Afirma
Libâneo (2008) que o pedagogo responde pela viabilização, integração e articulação
do trabalho pedagógico em ligação direta com os educadores em função da
qualidade do ensino.
2.5 PERSPECTIVAS DE MUDANÇA
Diante do exposto conclui-se que as atribuições delegadas ao pedagogo
estão longe de ser aquelas realmente executadas em seu cotidiano escolar, tendo
em vista as inúmeras situações reais em que desenvolve o trabalho na escola. Neste
contexto, de nada adianta apenas constatar esse fato, é necessário estarmos
atentos àquilo que é prioritário para o momento imediato e não perder de vista ações
e intervenções para que a escola, através do coletivo de pessoas que nela atuam,
alcance com mais eficácia o objetivo a que se propõe. Temos certeza de que há
possibilidades de realização do trabalho pedagógico mais qualificado, para isso, é
preciso ter intencionalidade nas ações.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUIAR, Márcia Ângela da S. e FERREIRA, Naura Syria Carapeto. (orgs.) Para onde vão a orientação e a supervisão educacional? Campinas, SP: Papitrus, 2002. – (Coleção Magistério, Formação e Trabalho Pedagógico). BRASIL, Ministério da Educação. Resolução CNE/CP 1/2006. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura. D.O.U., Brasília, 16 de maio de 2006, seção 1, p. 11. PARANÁ. Colégio Estadual João Zacco. Regimento Escolar. Planalto/Paraná. 2008. FERREIRA, Naura Syria Carapeto. Supervisão Educacional para uma escola de qualidade. Org. e refvisão técnica: tradução Do Espanhol, Sandra Valenzuela. 3ª Ed. São Paulo: Cortez, 2002.
31
FRANCO, M. A. S. Pedagogia como ciência da educação. São Paulo: Cortez, 2008. KUENZER, Acácia Z. Trabalho Pedagógico: da fragmentação à unitariedade possível. In AGUIAR, Márcia Ângela e FERREIRA, Naura Syria Carapeto. (Orgs). Para onde vão a orientação e a supervisão educacional? Campinas, SP: Papirus, 2002. LIBÂNEO, José Carlos e PIMENTA, Selma Garrido. Formação dos Profissionais da Educação: visão crítica e perspectivas de mudanças. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Org.) Pedagogia e Pedagogos: caminhos e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2002. ___________. Que destino os educadores darão à Pedagogia. In: PIMENTA, Selma Garrido. (Org.) Pedagogia, ciência da educação. São Paulo: Cortez, 1996. _____________. Organização e Gestão da Escola. Teoria e Prática. Goiânia: MF Livros, 2008.
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA:
1. Qual é a importância da Pedagogia na escola e qual é a real função do
pedagogo escolar?
2. Quais as maiores dificuldades encontradas no cotidiano escolar no sentido do
pedagogo de fato poder conseguir mediar a organização do trabalho
pedagógico de modo a qualificar o ensino e a aprendizagem?
3. Que possibilidades reais existem na estrutura escolar no sentido de superar
estes entraves?
ANOTAÇÕES
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UNIDADE III - FORMAÇÃO CONTINUADA Esta unidade estará direcionada para uma reflexão sobre a formação
continuada e a necessidade desta estar presente na nossa profissão, sendo
indispensável para desenvolvermos um ensino de qualidade.
3.1 O QUE É FORMAÇÃO INICIAL?
A Formação Inicial é a instrução de conhecimentos designados à formação
profissional, como explica Libâneo (2008, p.230):
É preciso integrar os conteúdos das disciplinas em situações da prática que coloquem dilemas e situações problemáticas aos futuros professores e lhes possibilitem experimentar soluções. Isso significa ter a prática, ao longo do curso, como referente direto para comparar as situações vivenciadas com os estudos que está fazendo e formar seus próprios conhecimentos e convicções.
Por isso, Libâneo defende que, desde o ingresso dos alunos no curso para a
formação profissional, é necessário ter contato direto com a prática, juntamente com
o conhecimento teórico que está recebendo no momento do curso.
3.2 O QUE É FORMAÇÃO CONTINUADA?
Para Libâneo (2008, p.227) a formação continuada é:
A formação continuada é outra das funções da organização escolar, envolvendo tanto o setor pedagógico como o técnico e administrativo. De modo especial para os professores, a formação continuada é condição para a aprendizagem permanente e o desenvolvimento pessoal, cultural e profissional. É na escola, no contexto de trabalho, que os professores enfrentam e resolvem problemas, elaboram e modificam procedimentos, criam e recriam estratégias de trabalho e com isso, vão promovendo mudanças pessoais e profissionais.
A formação continuada possibilita a reflexividade e a mudança em todos os
segmentos da escola. Na prática docente contribui com os professores para
34
tomarem consciência das dificuldades, compreendendo-as e assim poder elaborar
formas para enfrentá-las.
Nessa perspectiva, sabemos que os elementos teóricos combinam
sistematicamente com as situações práticas reais, deste modo, a formação inicial e a
formação continuada são indissociáveis.
3.3 A FORMAÇÃO CONTINUADA E OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO
Já ouvimos falar sobre capacitação, qualificação, aperfeiçoamento,
reciclagem, atualização, treinamento, aprimoramento dentre outras, essas
expressões apontam que todos os profissionais necessitam de mais e mais
conhecimento. Isso inclui os profissionais da educação, e é por isso que a formação
continuada é uma preocupação evidente no âmbito escolar.
Pode-se dizer que é tida como necessária, não somente para tentar minimizar
as lacunas da formação inicial, mas sim porque a escola é um ambiente de
formação e de socialização entre as pessoas que nela trabalham, é o espaço onde
se atualizam e se desenvolvem conhecimentos com troca de experiências.
O profissional da educação deve estar consciente de que sua formação é
permanente e deve atualizar-se com vistas a uma educação que atenda aos
interesses sociais, valorizando o conhecimento que já possui, qual deve ser
compartilhado para contribuir significativamente na prática educativa.
Desencadear o processo de formação continuada possibilita à direção, equipe
pedagógica, professor e funcionários as condições para que façam de sua prática
objeto de reflexão e pesquisa, habituando-se a problematizar seu cotidiano, a
interrogá-lo e a transformá-lo, com objetivo de modificar a escola e a si próprio. Pois
é através de novas opiniões, percepções, valores que mudamos nossa prática.
A formação continuada é a condição de um aprendizado permanente e
também para o desenvolvimento pessoal, cultura e profissional dos participantes. É
momento que o sujeito constrói o conhecimento na interação com os outros, através
do estudo da prática de seu trabalho e da teoria que a fundamenta, pois sabemos
que não existe prática sem teoria (LIBÂNEO, 2008).
Depois da formação inicial que os profissionais da educação possuem, temos
35
a formação continuada, que é o prolongamento da primeira formação visando o
aperfeiçoamento teórico juntamente com o prático no contexto do próprio trabalho.
O trabalho na escola é práxis, é realizada através da ação – reflexão – ação,
para construir e transformar o cotidiano da vida social, dentro de um trabalho coletivo
e integrado. Como destaca Franco (2008, p.82), “entender o sentido da práxis como
transformação e criação é compreender um novo sentido de homem, uma nova
concepção de mundo”.
Cabe aqui lembrar que:
A formação continuada dos profissionais, da escola compromissada com a construção do Projeto Político Pedagógico, não deve limitar-se aos conteúdos curriculares, mas se estender à discussão da escola como um todo e suas relações com a sociedade. (VEIGA, 1995, p. 20)
Nessa perspectiva, na gestão democrática os dirigentes das escolas precisam
liderar a inovação e favorecer a constante reflexão na prática e sobre a prática,
assim a organização escolar vai se tornando um ambiente de aprendizagem, onde
os envolvidos refletem, criam práticas e analisam como sujeitos pensantes e não
como meros executores. É preciso repensar a prática a fim de torná-la mais
significativa e eficaz, buscando constantemente novos caminhos para novas
dimensões, sendo este um processo de transformação.
Como afirma Veiga (1995, p. 20):
A formação continuada é um direito de todos os profissionais que trabalham na escola, uma vez que não só ela possibilita a progressão funcional, baseada na titulação, na qualificação e na competência dos profissionais, mas também propicia, fundamentalmente, o desenvolvimento profissional dos professores articulado com as escolas e seus projetos.
Diante disso, salientamos que para a realização da formação continuada
requer a criação de espaço para estudo, análise e socialização entre os
participantes. Esse espaço e tempo devem estar inseridos nas atividades da escola
com momentos específicos, com a realização durante o ano letivo com continuidade
no ano seguinte.
No Art. 13 da Lei e Diretrizes e Bases da Educação – LDB temos o amparo
legal para esse espaço e tempo que a formação continuada requer, observamos:
“ministrar os dias letivos e horas-aulas estabelecidos, além de participar
36
integralmente dos períodos dedicados ao planejamento, à avaliação e ao
desenvolvimento profissional”.
Ressaltamos que a formação continuada precisa estar constituída por
atividades devidamente organizadas para viabilizar a construção, socialização de
conhecimentos, de maneira que os participantes como cidadãos, além de
profissionais, possam avançar continuamente no caminho do desenvolvimento
pessoal e profissional.
Com base nas atuais diretrizes das políticas públicas de formação continuada
do Estado do Paraná, os professores do Quadro Próprio do Magistério – QPM, que
se encontram no nível II, Classe 8 da tabela de vencimentos do plano de carreira,
participam da formação continuada do Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE. Este programa possui como objetivo, proporcionar aos professores subsídios
teórico-metodológicos para o desenvolvimento de ações qualitativas na prática
escolar. Esta é uma política educacional inovadora onde através da formação
continuada se estabelece o diálogo, a troca de experiência, resultando a produção
de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar.
Atualmente os profissionais da educação estão mais conscientes da
importância de participar da formação continuada, mas ainda é um número
insatisfatório.
O número de hora atividade não é suficiente para o professor realizar as suas
atribuições, por exemplo: preparar e organizar suas aulas, elaborar e corrigir
trabalhos e provas, preencher o diário de classe, e tantas outras. Diante dessa
realidade a formação continuada, além daquela já designada no calendário escolar,
é deixada para depois.
Existem na escola conflitos, debates, interesses pessoais, interesses de
poder, e por isso convém incluir um aprendizado de participação, de transação dos
significados e valores, de discussão pública dos compromissos e dificuldades, de
acordo com Libâneo (2008).
Nessa perspectiva, as mudanças são significativas, de maneira que as
concordâncias e as discordâncias, as resistências e as inovações propostas se
constituem num efetivo aprendizado de confrontos que possam transformar as
pessoas e a escola.
É no processo reflexivo que os profissionais da educação podem examinar e
reexaminar para modificar suas práticas, como a si mesmo. Esse processo remete a
37
uma busca constante, uma construção que não se acaba, pois este é o movimento
que se refaz todos os dias, junto com as interrogações sobre a prática educativa.
O trabalho do professor deve ser de reflexão, de pesquisa, ação, descoberta,
organização, fundamentação, revisão e construção teórica.
Por isso, a interatividade deve estar presente na formação continuada, pois
ela é uma comunicação direta que permite aos participantes dialogarem entre si,
admite a interação das pessoas em torno das informações, pois ao mesmo tempo
em que ensinam elas aprendem também. Nisso tudo o mais importante é conseguir
conviver com posições diferentes da sua na qual necessitam ser respeitadas para
interagir com as outras formas de pensamentos e atitude.
Ser professor é educar-se permanentemente, o processo educativo é
contínuo. Isto nos permite reconhecer que cada saber construído pelos professores
com seus alunos provoca novas relações com outros saberes, novas indagações, e
consequentemente novas construções de saberes onde esteja presente a formação
continuada do professor.
3.4 PROCESSO CONTÍNUO
Os profissionais da educação possuem a obrigação de estarem com uma
sólida preparação profissional, face às exigências do trabalho docente e diante do
compromisso social que possuem.
Com o desenvolvimento do seu trabalho pedagógico o professor contribui
para a formação cultural e social do povo, tarefa indispensável para conquistas
democráticas.
Diante desse contexto é fundamental para esses profissionais o compromisso
com a formação continuada num processo contínuo no desempenho de seu
trabalho.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FRANCO, M. A. S. Pedagogia como ciência da educação. São Paulo: Cortez, 2008.
38
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - 9.394/96. Disponível em http://www.dji.com.br/leisordinárias - Acesso em: 05 de novembro de 2010. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. Goiânia - GO: MF Livros, 319 p., 5ª ed., 2008. VEIGA, Ilma Passos. Projeto Político Pedagógico da escola: uma construção possível. Campinas: Papirus, 1995. QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA:
1. Os alunos atualmente vivenciam novos valores, eles estão conectados aos
variados meios de informação e comunicação. Diante dessa realidade o
professor, sendo o mediador na construção do conhecimento, necessita uma
postura ativa de estudo e reflexão. Comente.
2. De que maneira a formação continuada pode contribuir para melhorarmos
nossa prática pedagógica?
ANOTAÇÕES
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UNIDADE IV - PLANO DE TRABALHO DOCENTE Apresentamos nesse texto alguns conceitos a serem discutidos e
compreendidos, para depois seguir com o estudo da unidade a respeito do plano de
trabalho docente, com um repensar crítico e significativo sobre a organização,
execução e reflexão do mesmo.
4.1 CONCEITOS A SEREM LEMBRADOS
4.1.1 O que é Planejamento Escolar?
Segundo Libâneo (2008, p. 149) planejamento escolar:
Consiste numa atividade de previsão da ação a ser realizada, implicando definição de necessidades a atender, objetivos a atingir dentro das possibilidades, procedimentos e recursos a serem empregados, tempo de execução e formas de avaliação.
4.1.2 O que é Plano de Ensino?
Plano de ensino é conceituado por Libâneo (1994, p.222) como:
A previsão dos objetivos e tarefas do trabalho docente para um ano ou um semestre; é um documento mais elaborado, no qual aparecem objetivos específicos, conteúdos e desenvolvimento metodológico.
4.1.3 O que é Plano de Trabalho Docente?
Conhecido pelos professores também como Plano de Aula, define Piletti
(2001, p. 73) como sendo:
A sequência de tudo o que vai ser desenvolvido em um dia letivo. (...) É a sistematização de todas as atividades que se desenvolvem no período de tempo em que o professor e o aluno interagem, numa dinâmica de ensino-
41
aprendizagem.
4.1.4 O que é Currículo?
De acordo com Caderno Temático Coordenação de Gestão Escolar da SEED
(2010, p.32) o currículo:
É uma seleção de conteúdos, de concepções, de intenções que devem ser democratizados para toda a população, uma vez que são requisitos mínimos para a participação consciente em uma sociedade cada vez mais excludente, seletiva e contraditória.
4.2 O PLANO DE TRABALHO DOCENTE E A PRÁTICA EDUCATIVA
Com base na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, o
professor tem um conjunto de atribuições dentre elas a de elaborar e cumprir o plano
de trabalho docente, conforme destacamos:
Art. 13. Os docentes incumbir-se-ão de: I – participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; II – elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de ensino; III – zelar pela aprendizagem dos alunos; IV – estabelecer estratégias de recuperação para os alunos de menor rendimento.
Nas escolas públicas do Estado do Paraná, os professores se reúnem, em
datas previstas no calendário escolar para elaborar, reelaborar e refletir sobre o
plano de trabalho docente, qual irá direcionar o trabalho pedagógico do professor
com seus alunos. É uma maneira de organizar o ensino e a aprendizagem dos
alunos. O plano de trabalho docente, por determinação da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná – SEED vem suprir o planejamento anual.
Ressaltamos que o plano de trabalho docente faz parte da proposta
pedagógica curricular, que está de acordo com a proposta pedagógica de cada
estabelecimento de ensino com princípios norteadores da Secretaria de Estado da
Educação do Paraná – SEED.
O planejamento não pode ser uma improvisação da aula minutos antes do
42
professor se encontrar com seus alunos. Improvisamos quando não temos objetivos
propostos, quando não pretendemos chegar a nenhum lugar. De acordo com
Ferreira (1997) a ação que não é pensada e organizada é uma ação improvisada, ou
seja, essa ação não é planejada.
Esse documento não deve ser somente uma questão burocrática da escola, é
necessário aproveitar ao máximo o momento de organização e elaboração do
planejamento ciente que irá ser colocado em prática, como se diz, irá sair do papel,
podemos afirmar que é uma atividade permanente de reflexão e ação.
Conforme destaca Libâneo (1994, p. 227), o planejamento não deve ser
simples preenchimento de formulários burocráticos:
Ao planejarem o processo de ensino, a escola e os professores devem, pois, ter clareza de como o trabalho docente pode prestar um efetivo serviço à população e saber que conteúdos respondem às exigências profissionais, políticas e culturais postas por uma sociedade que ainda não alcançou a democracia plena.
O planejamento deve ser extremamente refletido e organizado, nele consta o
que se pensa fazer, como fazer, quando fazer e com quem fazer, trata-se de uma
antecipação da ação do professor, para organizar o tempo e o material de forma
adequada.
É através do planejamento que o professor possui segurança e experiência
para desenvolver a sua aula e também para prever os resultados, já preparando-se
para certas dificuldades que possa acontecer.
Antes de qualquer coisa, cabe lembrar que a escola pública de hoje recebe
crianças e adolescentes oriundos das diversas classes sociais, principalmente dos
extratos sociais pobres, esta realidade nos inflige a pensar nos objetivos e nos
conteúdos a serem trabalhados com esses alunos.
Destacamos o que afirma Libâneo (1994, p. 227) sobre a escola democrática:
A escola democrática, portanto, é aquela que possibilita a todas as crianças a assimilação de conhecimentos científicos e o desenvolvimento de suas capacidades intelectuais, de modo a estarem preparadas para participar ativamente da vida social (na profissão, na política, na cultura). Assim as tarefas da escola, centradas na transmissão e assimilação ativa dos conhecimentos, devem contribuir para objetivos de formação profissional, para a compreensão das realidades do mundo do trabalho;de formação política para que permita o exercício ativo da cidadania (participação nas organizações populares, atitude consciente e crítica no processo eleitoral, etc.); de formação cultural para adquirir uma visão de mundo compatível com os interesses emancipatórios da classe trabalhadora.
43
Portanto, ensinar exige que os professores tenham respeito aos saberes que
os alunos possuem, requer curiosidade, pesquisa, aceitação do novo, criticidade,
autoridade, disponibilidade ao diálogo, tomada de decisão, entre outras
características que fazem ser um profissional competente.
O professor deve ser pesquisador para ter o domínio dos conteúdos a ser
ensinado com clareza dos objetivos que pretende alcançar, domínio dos meios a
serem utilizados para mediação entre os alunos e os conteúdos com percepção
nítida das relações entre educação e sociedade. Precisamos concordar com Freire
(1996, p. 95) que sem curiosidade não aprendemos nem ensinamos e que exercer a
curiosidade é um direito que todos nós apresentamos.
Um professor organizado com suas aulas contribui para a aquisição de
conhecimentos com melhores resultados no processo ensino e aprendizagem para
seus alunos. Por isso, durante a elaboração e organização do plano de trabalho
docente certas questões vêm à tona, como: A aula dará certo? As metodologias
serão apropriadas? O que elaborei está fundamentado nas dimensões conceituais
de planejamento, currículo, projeto político pedagógico e com outros documentos?
Planejar é uma atividade bem mais complexa do que se pode imaginar. O
professor deve estar fundamentado sobre conceituações, sobre métodos e
encaminhamentos metodológicos, deve se perguntar o que e para que ensinar tal
conteúdo.
De acordo com Saviani (1991) necessitamos criar espaços de aprendizagem
e de produção coletiva do conhecimento, para isso considera-se a aula o espaço de
relações. É através dessas relações que se adquire o conhecimento pelo qual os
alunos passam do senso comum à consciência filosófica, não esquecendo que
essas mesmas relações contribuem para os vínculos significativos onde o professor
tem a oportunidade de conhecer seu aluno vindo a facilitar o planejamento das
atividades relacionadas à realidade da turma.
Faz-se necessário conhecer a realidade do aluno como também a estrutura
da escola, porque de acordo com Libâneo (1994, p. 224)
Não adianta fazer previsões fora das possibilidades dos alunos. Por outro lado é somente tendo conhecimento das limitações da realidade que podemos tomar decisões para superação das condições existentes. Quando falamos em realidade devemos entender que a nossa ação, e a nossa vontade, são também componentes dela. Muitos professores ficam
44
lastimando dificuldades e acabam por se esquecer de que as limitações e os condicionamentos do trabalho docente podem ser superados pela ação humana.
A avaliação da prática em sala de aula precisa ser permanente e deve fazer
parte do planejamento do professor, é através da avaliação que o professor possui a
oportunidade de analisar e verificar o desenvolvimento do seu trabalho docente.
Analisamos a seguir o questionamento de Libâneo (1994, p.243) sobre essa
avaliação:
Os objetivos e conteúdos foram adequados à turma? O tempo de duração da aula foi adequado? Os métodos e técnicas de ensino foram variados e oportunos para suscitar a atividade mental e prática dos alunos? Foram feitas verificações de aprendizagem no decorrer das aulas (informais e formais)? O relacionamento professor-aluno foi satisfatório? Houve uma organização segura das atividades, de modo a ter garantido um clima de trabalho favorável? Os alunos realmente consolidaram a aprendizagem da matéria, num grau suficiente para introduzir matéria nova? Foram propicia das tarefas de estudo ativas e independentes dos alunos?
Sabemos que o professor no seu trabalho precisa condições de espaço
específico e materiais diversificados que auxiliem na atividade docente, para então
desenvolver com segurança o processo de ensino e aprendizagem, tanto no
momento de elaboração e organização como também quando irá colocar em prática,
lembrando que a avaliação faz parte desse processo.
Segundo as orientações da Secretaria de Estado da Educação do Paraná -
SEED as escolas elaboram o plano de trabalho docente composto pelos seguintes
itens: Conteúdos Estruturantes e Conteúdos Específicos, Justificativa,
Encaminhamentos Metodológicos e Recursos Didáticos, Avaliação (critérios e
instrumentos) e Referências.
Vejamos o que compõe cada item:
Conteúdos:
Estruturante – seriam os saberes de grande amplitude, fundamentais para a
compreensão do objeto de estudo das áreas do conhecimento.
Específico – desdobramento dos conteúdos estruturantes, que exige
atualização e aprofundamento do conteúdo pelo professor.
Justificativa:
Justificar a escolha dos conteúdos específicos, explicitando qual a
importância desses conteúdos para o aluno do estabelecimento de ensino, situado
45
em determinada comunidade.
Encaminhamentos Metodológicos e Recursos Didáticos:
Os procedimentos seria o conjunto de princípios e recursos para chegar aos
objetivos, o processo de investigação teórica e de ação prática.
Critérios de Avaliação:
Definem os propósitos e a dimensão do que se avalia, precisa ter claro o que
se deseja ensinar, desenvolver e, portanto, avaliar. Seriam as formas previamente
estabelecidas para avaliar determinado conteúdo não esquecendo a proposta de
recuperação dos conteúdos.
Referências:
Permitem perceber em que material e em qual concepção o professor está
fundamentado em seu conteúdo, ciente que o livro didático não é o único referencial.
4.3 CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES
Essa unidade leva-nos a pensarmos sobre o plano de trabalho docente,
considerando que se o professor está preocupado com a aprendizagem dos alunos,
ele então deverá questionar a maneira como planeja suas aulas.
O professor necessita usar o planejamento como ferramenta básica e eficaz
para a prática pedagógica, e consequentemente para a efetivação dessa prática que
acontece com a aprendizagem do aluno.
O planejamento só será eficiente se houver comprometimento do professor na
busca de estar sempre atualizado e de querer fazer o melhor para seu aluno.
Salientamos que em qualquer momento, algumas das ações planejadas não
serão realizadas, mas, isto depende de fatores adversos quais são difíceis de
prever, levamos em consideração que ele pode ser flexível em certas circunstâncias.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação - 9.394/96. Disponível em http://www.dji.com.br/leisordinárias - Acesso em: 05 de novembro de 2010.
46
FERREIRA, F. W. Planejamento: sim e não. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 5ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção leitura) LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5ª ed. Goiânia - GO: MF Livros, 2008. _________, José Carlos. Didática. São Paulo – SP: Cortez, 1994. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação Superintendência de Educação. Coordenação de Gestão Escolar. Organização do Trabalho Político Pedagógico da Escola. PILETTI, Cláudio. Didática geral. 23ª ed. São Paulo: Ática, 2001. SAVIANI, Dermeval. Pedagogia histórico-crítico primeiras aproximações. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 1991. SEED. Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná. Disponível em http://www.diaadiaeducação.pr.gov.br/portals/portal/diretrizes/index.php. Acesso em: 20 de junho de 2011.
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA:
1. Você considera o plano de trabalho docente fundamental para o
desenvolvimento da aula? Explique.
2. Quando, como e com quem você elabora, repensa e reorganiza o plano de
trabalho docente?
ANOTAÇÕES
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UNIDADE V - ENSINAR E APRENDER: DIFICULDADES E POSSIBILIDADES Podemos observar que as unidades anteriores apresentadas fazem-nos
refletir sobre a importância da integração dos temas: a gestão democrática, a função do pedagogo, a formação continuada e o plano de trabalho docente.
É necessário compreendermos os assuntos abordados na tentativa de evitar
as possíveis dificuldades que encontramos no cotidiano da prática docente e
propormos ações
Nesta unidade serão apresentadas as respostas do formulário que aplicamos
aos professores do Colégio Estadual Dr. Mário Augusto Teixeira de Freitas - EFM
sobre as dificuldades que os mesmos encontram na prática docente para a partir
delas realizarmos uma reflexão sobre o ensinar e o aprender.
5.1 DIFICULDADES DA PRÁTICA DOCENTE
Foram entregues para alguns professores do Colégio Estadual Dr. Mário
Augusto Teixeira de Freitas – E F M um formulário com as seguintes questões:
Quais as maiores dificuldades que encontra na efetivação do seu trabalho na sala de
aula? Cite- as. E Gostaria de estudar esses e outros temas?
Através das respostas obtivemos as maiores dificuldades que os professores
pesquisados encontram na efetivação do trabalho docente na sala de aula,
mencionamos aqui as mais citadas por esses profissionais, como: a indisciplina, o
número elevado de alunos nas turmas, a falta de apropriação de elementos básicos
dos conteúdos trabalhados, a falta de interesse dos alunos em estudar, a não
realização de tarefas e trabalhos, a dificuldade em realizar as adaptações
curriculares devido ao número de alunos nas salas de aulas, o desinteresse e
dificuldade dos pais/responsáveis em acompanhar o ensino e aprendizagem dos
alunos, o espaço físico inadequado.
Todos os profissionais demonstraram interesse em estudar os temas
apresentados nas respostas do formulário, sabedores da importância de
compreender as dificuldades que impedem o desenvolvimento das aulas e a
apropriação do conhecimento pelos alunos. Para após o estudo e reflexão poder
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intervir na decisão de ações com a perspectiva de impedir ou diminuir essas
dificuldades.
Na leitura das respostas, foi encontrado o desabafo de um desses
profissionais, qual relatava a angustia sobre suas várias tentativas de “preparar
aulas de maneira diversificadas” e mesmo assim no término da aula, ter a
consciência que não conseguiu atingir o objetivo que almejava.
5.2 O QUE É PROCESSO DE ENSINO?
Antes de prosseguir iremos definir dois momentos do ensino e aprendizagem,
de acordo com Libâneo (1994, p. 54), que são os seguintes:
Podemos definir Processo de Ensino como uma seqüência de atividades
do professor e dos alunos, tendo em vista a assimilação de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades, através dos quais os alunos aprimoram capacidades cognitivas (pensamento independente, observação, análise-síntese e outras). A finalidade do processo de ensino é proporcionar aos alunos os meios para que assimilem ativamente os conhecimentos é porque a natureza do trabalho docente é a mediação da relação cognoscitiva entre o aluno e as matérias de ensino. Isto quer dizer que o ensino não é só transmissão de informação mas também o meio de organizar a atividade de estudo dos alunos.
O ensinar e o aprender são duas facetas do mesmo processo, e realizam-se
através dos conteúdos e com o trabalho do professor.
Nós, profissionais da educação que possuímos o entendimento da prática,
estamos cientes que no desenvolvimento do processo de ensinar e do aprender nos
deparamos com dificuldades que impedem, em algumas vezes, a realização do
nosso trabalho como planejamos, bem como, o alcance dos resultados que
almejamos.
O professor tem vivenciado situações desafiadoras em relação às práticas da
sala de aula, e com certeza, caracteriza-se por um processo permanente de fazer e
refazer práticas pedagógicas com objetivo que elas resolvam os problemas de não
aprendizagem dos alunos nas aulas.
E é nesse contexto que nos perguntamos sobre como ensinar os alunos? Que
práticas de ensino ajudariam o professor a ensinar todos os alunos, apesar das
dificuldades? Qual a melhor maneira de avaliar aos alunos? Como tornar o ensino e
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a aprendizagem eficiente? A realidade que temos é permanente ou há possibilidades
para modificar? O que a escola pode fazer para superar essas dificuldades no
cotidiano da escola?
Desejamos alunos curiosos e motivados para facilitar o processo de ensino e
aprendizagem, mas o que fazemos para isso acontecer em nossas aulas?
Paulo Freire (2004, p.47) nos diz que ensinar vai além de transferir
conhecimentos, para ele o educador deve:
Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção. Quando entro em uma sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, a curiosidades, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho.
O professor, mediador entre os alunos e o conhecimento, deve despertar a
curiosidade no aluno, organizar a sala de aula para manter a disciplina. Assim
parece que é tão simples desenvolver uma aula com uma determinada turma de
alunos, mas no contexto social em que vivemos conseguir despertar a curiosidade,
manter a atenção e a disciplina e efetivar o processo de ensino aprendizagem dos
alunos não é tão fácil assim.
(...) ‘o tomar iniciativa’ e o ‘assumir responsabilidade’ do indivíduo diante de situações profissionais com as quais se depara. (...) é um entendimento prático de situações que se apóia em conhecimentos adquiridos e os transforma na medida em que aumenta a diversidade das situações (ZARIFIAN, 2001, p.68-72).
A missão do professor é desafiadora, pois despertar o interesse e a vontade
de aprender hoje causa frustração, exige que o professor extrapole e tenha ousadia
para inovar, a ponto de se antecipar aos possíveis problemas.
O professor, no momento da elaboração e organização do plano de trabalho
docente, deve refletir, repensar nas estratégias diferenciadas para ser uma
alternativa do fazer pedagógico, com objetivo definido e claro das atividades. É bom
ressaltar que um bom planejamento pode fazer a diferença.
A escola deve organizar espaços e momentos para analisar e discutir sobre o
fazer pedagógico, pesquisas e diálogos envolvendo todos que trabalham no
estabelecimento de ensino. Assim estaremos trabalhando dentro da gestão
democrática, num processo coletivo de decisões e implementação de ações para
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suprir as dificuldades que os profissionais da educação encontram no desenrolar da
prática pedagógica.
O pedagogo necessita articular o momento de encontro junto aos profissionais
da educação, para possibilitar a efetivação das decisões e ações que forem
ostentadas no coletivo da escola.
5.3 AÇÃO POSSÍVEL
Através do interesse demonstrado pelos professores do Colégio estadual Dr.
Mário Augusto Teixeira de Freitas – EFM, uma ação que pode ser realizada é um
grupo de estudo, no qual a Direção, Equipe Pedagógica e Professores possam
pesquisar, refletir, analisar e trocar idéias e experiências na tentativa de solucionar
as dificuldades que aconteçam durante o processo de ensino e aprendizagem.
Com a preocupação que os alunos se apropriem dos conhecimentos, e
também, que os professores se sintam capazes de ensinar.
A necessidade da formação continuada é fundamental para os profissionais
da educação, para interagir constantemente com a teoria e a prática. Para isso é de
suma importância o comprometimento e dedicação dos envolvidos neste grupo de
estudo, mesmo que saibamos que o professor já tem seu tempo designado com
suas atribuições de sua função.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola: Teoria e Prática. 5ª ed. Goiânia - GO: MF Livros, 2008. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 30. Ed. São Paulo: Paz e Terra, 2004 ZARIFIAN, P. Objetivo competência: por uma nova lógica. São Paulo: Atlas, 2001.
52
QUESTÕES NORTEADORAS PARA REFLEXÃO DO TEMA:
1. Professor, para a sua ação docente, você considera importante um grupo de
estudo permanente na escola? Por quê?
2. Elabore uma proposta para a realização de encontros de estudo na escola de
modo que se possa envolver o maior número de participantes e tempo de
duração.
ANOTAÇÕES
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RECOMENDAÇÃO
Este Caderno Temático é recomendado para momentos de estudo
envolvendo a Direção, Equipe Pedagógica e Professores do estabelecimento de
ensino, para reflexão dos temas articulados entre si, são eles: Gestão Democrática,
Papel do Pedagogo, Formação Continuada, Plano de Trabalho Docente e Ensinar e
Aprender: Dificuldades e Possibilidades.
Nas escolas hoje é fundamental existir momentos de estudo coletivos, no qual
facilite o entendimento de questões que norteiam o cotidiano das mesmas,
possibilitando assim, a efetivação de ações para superar desafios e dificuldades que
impedem a realização de um ensino cada vez melhor.
É necessário para nós, profissionais da educação, o entendimento dos temas
abordados, para uma possível reflexão da prática pedagógica em relação ao nosso
comprometimento com uma educação de qualidade.