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1
FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO PRODUÇÃO DIDÁTICO – PEDAGÓGICA
TURMA - PDE/2012
Título: Letramento literário e a cultura africana em sala de aula
Autor Amélia Rosana da Costa
Disciplina/Área (ingresso
no PDE)
Língua Portuguesa/ Literatura
Escola de Implementação
do Proj. e sua localização
Colégio Estadual Marcílio Dias
Município da escola Itambaracá
Núcleo Regional de
Educação
Cornélio Procópio
Professor Orientador Vanderléia da Silva Oliveira
Instituição de Ensino Sup. UENP-CCP
Relação Interdisciplinar História, Geografia
Resumo (descrever a
justificativa, objetivos e
metodologia utilizada. A
informação deverá conter
no máximo 1300
caracteres, ou 200
palavras, fonte Arial ou
Times New Roman,
tamanho 12 e
espaçamento simples)
Recolhidas da tradição oral de diversos países da África, várias histórias de
príncipes e princesas - e também de animais, feiticeiros, seres mágicos e elementos
da natureza - nos convidam para descobrir os segredos que se escondem nas
páginas de O príncipe medroso e outros contos africanos, recontados por Anna
Soler-Pont (2005). Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos,
os professores de Língua Portuguesa e Literatura têm o papel de promover o
amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita e a
literatura é uma aliada ao trabalho com a oralidade. A partir de 09 de janeiro de
2003, quando foi decretada a lei 10.639/2003, tornou-se obrigatório o ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira, como forma de reconhecimento e igualdade de
valorização das raízes africanas da nação brasileira. Esta unidade didática propõe,
portanto, a abordagem da temática africana em sala de aula, com objetivo de
promover a leitura literária a partir de narrativas, utilizando-se o gênero literário
conto. Metodologicamente, a proposta foi elaborada com base em pesquisa
bibliográfica, com análise de conteúdo, e se articula, em sua configuração, com o
chamado letramento literário, numa sistematização de leitura denominada
“sequência básica”.
Palavras-chave Letramento literário; Sequência básica; Contos africanos;
Formato do Material
Didático
Unidade didática
Público Alvo Alunos do 8º ano (7ª série)
2
Você imagina de onde surgem as histórias?
ETAPA 1
No livro “O príncipe medroso e outros contos africanos” Anna
Soler-Pont recolheu da linguagem oral de diversos
países da África um montão de histórias de príncipes e
princesas, animais, feiticeiros, seres mágicos e muito mais.
companhiadasletras.com.br
Você agora vai conhecer a primeira história do livro “O príncipe medroso e outros
contos africanos”:
Os dois reis de Gondar (Etiópia)
Era um dia como os de outrora... e um pobre camponês, tão pobre que tinha apenas
a pele sobre os ossos e três galinhas que ciscavam alguns grãos de teff
que encontrava pela terra poeirenta, estava sentado na entrada da sua velha cabana
como todo fim de tarde. De repente, viu chegar um caçador montado a cavalo. O
caçador se aproximou, desmontou, cumprimentou-o e disse:
_ Eu me perdi pela montanha e estou procurando o caminho que leva à cidade de
Gondar. (...)
O que será que o pobre camponês fez? Será que ficou com medo do
caçador? Será que resolveu se esconder? Qual é a sua ideia?
Para saber o que aconteceu realmente, corra e pegue seu
exemplar do livro e descubra já! Aproveite e leia os outros contos que
vão até a página 35.
Para saber o
significado de teff,
e outras palavras
africanas, consulte
o glossário na
página 129 do livro
“O príncipe
medroso e outros
contos africanos”.
3
Agora que você já leu as quatro histórias de príncipes e princesas, que tal
desenvolver as atividades abaixo?
Atividades
1) Forme um grupo de 4 ou 5 colegas, escolha um dos 4 contos lidos e reescreva-o
com as palavras de vocês.
2)Vá à biblioteca de sua escola ou pesquisa na internete uma lenda de origem
africana e a traga para a próxima aula. Não se esqueça de citar a fonte de onde
você retirou suas informações. Será uma ótima oportunidade para falarmos sobre o
tema e ouvir o que vocês entenderam.
3)Releia o conto “Nyalgondho e a princesa perdida do lago Vitória” e, após, dê um
nome à princesa e explique onde ela esteve durante o tempo em que ficou longe da
aldeia.
4) Faça um cartaz representando o conto “A princesa, o fogo e a chuva”.
Como você deve ter visto as histórias se passam em um cenário cultural
africano. Você consegue imaginar como ou de onde estas histórias vieram?
Veja o mapa abaixo, que está na página 11 do livro, e perceba
geograficamente este cenário africano. Forme dupla com um colega de classe e
procure discutir com ele sobre que lado do continente africano essas histórias
migraram para a África. Se necessitar de ajuda, consulte seu professor Geografia.
Dica: Essa região é conhecida como o “Chifre da África”. E então? Já descobriu que
região é essa?
4
Você consegue perceber o tom mítico, fabular dos textos influenciados por
toda a tradição ficcional arábica?
Que tal lermos mais alguns textos para entrar neste universo de lendas?
ETAPA 2
Leia os contos das páginas 41 a 87.
APÓS A LEITURA:
Você percebeu o tom fabular dos textos? Você se lembra do que
é uma fábula? Veja a definição ao lado.
Um ótimo filme para perceber esta estrutura é o Kiriku. Vamos ver um
trecho? Kiriku e a feiticeira.
Disponível: http://www.youtube.com/watch?v=EkXh4Y-sbQI&feature=related
Acesso em: 21/09/2012 às 13:24.
Agora é com você:
Atividades
Gênero: Fábula
Narrativa curta de
origem oral, cujos
personagens são
animais que criticam
comportamentos
humanos,ensinam,
ironizam os homens
e terminam com uma
moral.
Kiriku e a feiticeira [gravação de vídeo] / direção
Michel Ocelot. -- [Paris] : IMOVISION, 2001.
-- 1 vídeo-disco (71 min.) : son. color. ; 4 3/4 pol.
Animação infantil
DVD: som: dolby digital 2.0
Idioma original: Francês
Dublagem: Português
1. Animação infantil. 2. Lendas - África Ocidental.
I. Ocelot, Michel, diretor.
5
1) Escreva uma história em que a lebre da fábula “A lebre e o gênio da selva”
aparece na aldeia onde vive Kiriku. Desenvolva a narrativa com uma
aposta entre Kiriku e a lebre. Proponha um desafio e decida quem será o
mais esperto para vencê-lo.
2) O que você faria se estivesse no lugar de Anansi na fábula “como Anansi se
transformou em aranha?
3) Explique com suas palavras como o leopardo conseguiu as manchas da sua
pele?
4) Após reler a fábula “ O vento e a tartaruga “ responda as questões propostas:
a) Por que na fábula “O vento e a tartaruga” todos os animais precisavam do vento?
b) Que animal conseguiu levar o vento até a aldeia? O que ganhou de presente?
c) Você sabe o que é mill? Pesquise no glossário, se ainda não sabe.
5) Observe os quadros abaixo e faça a atividade a seguir:
www.memoriaspostumas.com.br Cortejo da Rainha Negra na festa de Reis_Carlos Julião
Escolha uma das gravuras e faça a descrição dela, procure descobrir que
período da nossa recente história está sendo retratado. Socialize as suas
descobertas com os colegas em mesa
redonda.
ETAPA 3
6
Como você imagina que foi criado nosso mundo?
De onde vem a terra? Como se formou o Universo? Muito antes das
teorias científicas explicarem a origem do mundo, todas as culturas do planeta
tinham já dado resposta a estas perguntas inquietantes.
Você vai conhecer agora algumas lendas africanas que dão conta de
explicar a criação do universo, o surgimento do cruzeiro do sul e muito mais. É
só começar a ler essa lenda sobre:
A criação do universo
(Conto Iorubá da Nigéria e de outros países da África Ocidental)
Quando ainda não existia nada como conhecemos hoje, havia
apenas uma grande extensão de céu e uma enorme extensão de mar.
Olorum era o rei e deus do céu e Olucum era a rainha e deusa do mar.
Os dois reinos estavam totalmente separados e nunca houvera nenhum
conflito entre as duas divindades... (PAUSA).
7
Será que essa paz vai continuar entre os dois reinos? Será que
Olorum e Olocum vão continuar satisfeitos com seus reinos?
Para saber o que aconteceu com os reinos do céu e do mar, pegue
seu livro de contos e saboreie as histórias fantásticas que falam sobre
nosso universo, sua criação e seres míticos que nele habitam.
Atividades:
1) Para que Obatalá conseguisse uma enorme corrente de ouro
com a qual desceria do céu ao mar a fim de formar o mundo como
conhecemos hoje, ele teve de se valer de um estratagema. O que foi que
Obatalá fez?
2) Ouça a música completa de André Abujamra cantada por Chico César em
http://letras.mus.br/chico-cesar/89475/
Alma não tem cor
Alma não tem cor
Porque eu sou branco?
Alma não tem cor
Porque eu sou negro?(...)
Você pode também ouvir a mesma música cantada por Zeca Baleiro:
http://www.vagalume.com.br/zeca-baleiro/alma-nao-tem-cor.html e pelo grupo
Karnak, cantores originais: http://letras.mus.br/karnak/201405/
Após ouvir toda a música, responda: Que mensagem você pode extrair dela?
Você sabia que a Lei
Federal 10.369/2003
determina a inserção
de história e cultura
afro-brasileira e
estudo da História da
África e dos Africanos,
a luta dos negros no
Brasil, a cultura negra
brasileira e o negro na
formação da
sociedade nacional?
Você sabia que a CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 coíbe o racismo e a discriminação racial?
Artigo 5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza; XLI – a lei punirá qualquer discriminação atentatória aos direitos e liberdades fundamentais; XLI I – a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à p
http://www.epd.edu.brena de reclusão. (http://www.epd.edu.br)
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3) No conto “O espírito do Grande Baobá” o que salvou a selva da destruição
da praga?
4) Após a leitura dos contos você saberia explicar a origem da escuridão
segundo a lenda de Serra Leoa, que se inicia na página 101?
5) O que é o bunna?
6) O conto “Cruzeiro do Sul” tem relação com um conto de fada bem
conhecido por todos nós, você tem conhecimento de que conto estamos
falando?
No livro lido por nós, você ficou conhecendo um pouco da cultura africana, relate para a turma o que mais chamou sua atenção.
http://www.uniblog.com.br/nacoeseaculturadacor/
Atividades:
1) Pesquise junto a seus familiares e amigos se eles conhecem alguém que sabe e se lembra de histórias de seu tempo de criança. Convide-os para virem à escola contá-las para vocês em sala de aula.
2) Além disso, procure entrevistar seu Professor de História buscando informações sobre a cultura africana e sua incorporação à cultura brasileira (língua, dança, alimentação, religião etc). Depois, apresente para a turma uma síntese do que conseguiu coletar.
Na África, ainda hoje, os
griots (anciãos da aldeia)
contam as histórias e lendas
de seu povo aos mais jovens.
Contar histórias é uma
atividade comum nos lugares
mais longínquos do
continente africano.Há quem
diga que, nas guerras, os
griots são poupados, pois
matando-os, mata-se um
pouco da cultura da África
mãe.
9
FINALIZANDO NOSSA LEITURA...
O conto que encerra a coletânea tem o seguinte fechamento: “O escravo que sobrevivera graças à amizade já era um homem livre. E assim viveu o resto da sua vida. Desde então, os povos das montanhas dizem que a amizade ajuda a tornar as pessoas mais livres”. Uma noite do ano de 1597 Quarenta escravos de um engenho no sul de Pernambuco, armados de foices e cacetes, acabaram com os feitores e depois massacraram a população da fazenda. E trataram de fugir para bem longe. Eles mal sabiam que estava caminhando para construir um local de sonho e de fartura, no que ficou conhecido como a primeira manifestação de liberdade no Brasil. O caminho era duro, repleto de cipós, espinhos e perigos da mata. O caminho era verde, e lá no alto havia um local avistado pelos escravos em seus eitos: a montanha azul, chamada de Serra da Barriga, em Alagoas porque parecia uma mulher grávida e lá se fixaram As organizações de negros que se rebelavam contra e escravidão eram chamadas de quilombo ou mocambo. O quilombo da Serra da Barriga ficou conhecido por Palmares porque existia na região muitas palmeiras. Nesse lugar havia fartura de alimentos, água e liberdade. Palmares era dividida em comunidades e cada comunidade tinha o seu chefe. Macaco, Subupira, Osenga, Acotirene, Tabocas... Mas nenhum brilho tanto como zumbi, que defendeu Palmares e a liberdade com sua própria vida. Só pereceu porque foi traído por um jovem chefe do quilombo chamado Antonio Soares que, levou os inimigos até onde zumbi se escondia e ao receber um abraço cravou-lhe um punhal. Zumbi, mesmo ferido, lutou com os homens que lá estava. Mas era impossível resistir e vencer. E então no dia 20 de novembro de1695 Zumbi foi morto. Sua estaca foi cortada e espetada numa grande estaca e por lá ficou, durante muitos anos. Pensavam os brancos que assim todos veriam que Zumbi não era imortal como queriam os negros. Será? CARUSO, Carla. Zumbi: O último herói dos palmares_São Paulo. Instituto Callis.
2005.
Faça um texto narrativo relatando o que a liberdade representa na sua
vida e publique-o no mural de sua sala, para que seus colegas possam saber o
que você pensa sobre isso.
Agora, que chegamos ao final da leitura do livro “O príncipe medroso e
outros contos africanos”, que tal você iniciar a leitura de outra obra?
Sugiro que leia um ou mais dos livros abaixo:
Erindé, o caçador e outros contos africanos, de Adilson Martins, RJ, Pallas:
2010.
10
Nyangara Chena, a cobra curandeira, de Rogério Andrade Barbosa, SP:
Scipione, 2006.
Meus contos africanos, seleção de Nelson Mandela, 2ª ed. SP: Martins
Fontes, 2009.
OMO_OBA Histórias de princesas, de Kiusam de Oliveira, Belo Horizonte:
Mazza Edições 2009.
Todos podem ser encontrados na biblioteca da sua escola, pois fazem
parte do PNBE, do Ministério da Educação.
BOA LEITURA E ATÉ A PRÓXIMA!