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Ficha para identificação da Produção Didático pedagógica ...€¦ · a) APRESENTAÇÃO A leitura constitui um dos processos básicos e inerentes de estabelecimento de relações

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Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016

Título: O FANTÁSTICO NA LITERATURA E A RECEPTIVIDADE DE JOVENS LEITORES

Autor: KATHIE MAZZUTTI TREVISAN

Disciplina/Área: Língua Portuguesa

Escola de Implementação do Projeto e sua localização:

Colégio Estadual João Paulo II – Ensino Fundamental e Médio

Município da escola: Realeza – PR

Núcleo Regional de Educação: Francisco Beltrão – PR

Professor Orientador: Profa. Dra. Valdeci Batista de Melo Oliveira

Instituição de Ensino Superior: UNIOESTE

Relação Interdisciplinar:

Resumo:

O cinema contribuiu para a literatura fantástica se tornasse tão apreciada pelo público brasileiro. Na realidade, são obras eletrizantes, que pelo seu grau de tensão e liberdade com que carregam o imaginário do leitor despertam o interesse e o gosto pela leitura por jovens leitores contemporâneos. As teorias que regem o fantástico são objetos de estudo desde o século XX, muito já se estudou e muito já se disse, porém algo que inquieta a mente e o espírito do ser humano é a busca pela resposta que alivie a sua existência, diante das incertezas materiais e espirituais, ou seja, buscar o real pelo sobrenatural. Assim, a intenção da pesquisadora com o presente estudo visa contribuir para a linha de pesquisa Leitura e Formação de Leitores, demonstrando que o interesse pelo gênero da literatura fantástica é crescente, tanto na visão de estudiosos quanto de leitores do mundo inteiro, como se pode constatar com o aumento do número de publicações e vendas de sagas que exploram temas peculiares a este gênero, despertando a preferência leitora de jovens contemporâneos.

Palavras-chave: Formação de leitores; teorias; literatura fantástica; gosto pela leitura.

Formato do Material Didático: Unidade Didática

Público:

Alunos do 8º ano “A” do Ensino Fundamental

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a) APRESENTAÇÃO

A leitura constitui um dos processos básicos e inerentes de

estabelecimento de relações entre os seres e o planeta Terra. Os seres vivos

de todas as categorias e espécies leem, quer sejam vegetais quer animais e

especialmente o homo faber. As plantas leem as estações do ano e sabem que

no inverno é a hora de repousar. Se um pé de pêssego for desavisado e lançar

suas flores no inverno, poderá perder todas elas. Os animais têm os seus

instintos programados para ler o mundo, naquilo que cada uma das espécies

precisa para sobreviver. Salmões leem a estação da desova e voltam para o

mesmo rio em que nasceram. Ursos leem a chegada da estação em que os

salmões retornam e sabem que precisam se empanturrar deles para dispor de

um acolchoado de gordura a ser gasta na hibernação do inverno que se

aproxima. Desde priscas eras, os homens leem o mundo mesmo antes da

linguagem articulada e da domesticação das sementes. Nas paredes das

cavernas da pré-história há inúmeros registros de leituras das imagens que

atestam que os humanos de Neandertal e de Cro-Magnon liam o mundo que

habitavam muito antes da invenção dos pictogramas e das palavras

organizadas no discurso. Assim a frase de Paulo Freire que diz: A leitura da

palavra precede a leitura da escrita é deveras veraz e os professores não

podem se esquecer dela.

Nas lides da vida social e para atender as necessidades impostas pelo

trabalho de viver e de dar sentido à vida vivida, o humano acabou por

desenvolver a escrita/leitura de um código que lhe facilitou muito as condições

de vida e lhe permitiu dar um salto em termos cognitivos. Com a criação e

democratização desse código construímos das condições de vida na atualidade

e com elas somos capazes de estabelecer interlocução em nossas relações da

vida social e seu entorno, adquirir novos conhecimentos, quer seja informação

quer seja formação, com as quais podemos pensar o mundo e desenvolver

nossas potencialidades.

Nós os brasileiros, infelizmente não conseguimos ainda desenvolver o

hábito de leitura em grande parcela da população. Inclusive as grande maioria

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dos professores, infelizmente, não desenvolveu este hábito 1. Parcela dessa

falta do hábito de leitura cabe à escola e outra parcela não menos significativa

cabe à família, ambas deveriam ser as maiores propulsoras da formação do

hábito de leitura do texto escrito. Professores PDEs sentem-se na necessidade

de investigar as razões pelas quais encontramo-nos nessa realidade, e em que

medida a escola contribui para mantê-la. Escola e família sintetizam a realidade

que circunda o aluno-leitor, a primeira, “transformando a realidade viva nas

distintas disciplinas ou áreas de conhecimento apresentadas ao estudante” e a

segunda, comunicando-se com destinatários de todos os tempos, falando “de

seu mundo, com suas dificuldades e soluções, ajudando-o, pois, a conhecê-lo

melhor” (ZILBERMAN, 2003, p. 25).

Em meio aos baixos índices de leitura no Brasil os dados postos em

Retratos da Leitura no Brasil 2, PISA3, denunciam os jovens que não leem. Não

porque não gostam de ficção e do fantástico na ficção, pois sabemos que

ocorre atualmente um entusiasmo de grupo significativo de jovens por filmes e

mesmo por obras literárias fantásticas produzidas no Brasil. Mas, em meio a

tantos estímulos da sociedade informatizada em que vivemos os que

encontram tempo para leituras de ficção são aquelas pessoas que adquiriram

este gosto há muito tempo ou as que realmente estão em sintonia com o tema.

Por causa do cinema, a literatura fantástica é um gênero que está em

alta no Brasil. Embora seja uma expressão válida, criativa e profissional do

autor da narrativa fantástica, os títulos de literatura fantástica, principalmente

os brasileiros, não costumam ser incluídos nas listas dos cadernos literários,

das leituras dos críticos nacionais. Na realidade, são obras muito interessantes,

que despertam o interesse e o gosto pela leitura por jovens leitores

contemporâneos.

As teorias que regem o fantástico são objetos de estudo desde o século

XX, muito já se estudou e muito já se disse, porém algo que inquieta a mente e

o espírito do ser humano é a busca pela resposta que alivie a sua existência,

1 GUTERRES, G. Mais de 50% dos professores de educação básica não têm o hábito da

leitura. Correspondente do The Christian Post. Seg. 11 de Fev. 2013. Disponível em: http://portugues.christianpost.com/news/mais-de-50-dos-professores-de-educacao-basica-nao-tem-o-habito-da-leitura-14472/ acessado em 15 de julho de 2016. 2 Realizada pelo Instituto Pró-Livro com apoio da ABRELIVROS, CBL e SNEL a pesquisa

Retratos da Leitura no Brasil, objetiva identificar o comportamento leitor do brasileiro. 3 Programa Internacional de Avaliação de Estudantes.

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diante das incertezas materiais e espirituais, ou seja, buscar o real pelo

sobrenatural. Todorov (2012, p.31) afirma que “o fantástico ocorre nesta

incerteza; ao escolher uma ou outra resposta, deixa-se o fantástico para se

entrar num gênero vizinho, o estranho ou o maravilhoso”. Assim, ao projetar

realidades imaginárias, a narrativa ficcional suscita incontáveis reflexões, onde

“o fantástico é a hesitação experimentada por um ser que só conhece as leis

naturais, em face de um acontecimento aparentemente sobrenatural”

(TODOROV, 2012, p.31).

Iser (1996) corrobora com essa ideia ao enfatizar que o imaginário e o

ficcional fazem parte da vida real, ou seja, das disposições antropológicas da

humanidade e, por isso, não se restringindo apenas à literatura.

O público leitor contemporâneo depara-se com um grande desafio

quando pretende ler as obras de autores contemporâneos. Embora a mídia

divulgue lançamentos literários às centenas, com premiações em eventos,

feiras ou bienais, o leitor muitas vezes sente-se perdido em meio a nomes de

ficcionistas e títulos de obras, considerando que, atualmente, temas relativos

ao sobrenatural estão em alta tanto no cinema, na televisão quanto na

literatura.

A intenção da pesquisadora com o presente estudo visa contribuir para a

linha de pesquisa Leitura e Formação de Leitores, demonstrando que o

interesse pelo gênero da literatura fantástica é crescente, tanto na visão de

estudiosos quanto de leitores do mundo inteiro, como se pode constatar com o

aumento do número de publicações e vendas de sagas que exploram temas

peculiares a este gênero, despertando a preferência leitora de jovens

contemporâneos.

A produção de literatura fantástica, não raras vezes, suscita a polêmica

em torno da classificação de suas obras, postas entre a arte e o mercado, pois

enquanto alguns as julgam meros produtos para o mercado de consumo, assim

como incontáveis publicações contemporâneas, outros as consideram como

sendo de fato literatura por problematizarem questões sociais e com isso fazer

com que o leitor reflita sobre sua condição humana.

Contudo, o objetivo aqui não é discutir o conceito de Literatura, mas

considerando os elementos narrativos das obras que compõem as sagas de

alguns autores contemporâneos, podendo verificar como se desenvolve a

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narrativa e como cada elemento contribui para a construção do sentido e dos

elementos sobrenaturais nas obras de modo geral que despertam o interesse

de jovens leitores contemporâneos.

A seguir, far-se-á uma breve descrição do corpus escolhido para

participar da pesquisa, bem como do percurso metodológico assumido, visando

a uma maior interação entre a pesquisadora e os sujeitos, que, com suas

experiências e opiniões participaram do trabalho.

Assim procura-se averiguar como a literatura fantástica pode contribuir

para a formação do hábito de leitura dos jovens leitores e como essa mesma

literatura pode ajudar a ampliar suas expectativas em relação ao envolvimento

com o fictício e a plasticidade humana através das outras obras literárias com

qualidade reconhecida?

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b) MATERIAL DIDÁTICO

Para que o trabalho tenha um bom desenvolvimento, é necessário

estabelecer a metodologia a ser aplicada, bem como os instrumentos de coleta

de dados e informações. Ainda nessa ideia, Gil (2002, p.17) define a pesquisa

como um “procedimento racional e sistemático que tem como objetivo

proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.

Existem vários tipos de pesquisa e na vida acadêmica ela é “um

exercício que permite despertar o espírito de investigação diante dos trabalhos

e problemas sugeridos ou propostos pelos professores e orientadores”

(PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 60), porém, apesar de terem um núcleo em

comum possuem suas próprias características.

Para tanto, as pesquisas científicas utilizam métodos científicos próprios,

caracteriza-se pela linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa.

Sendo assim, o método científico conjunto de processos ou operações mentais

que se devem empregar na investigação. Prodanov; Freitas (2009, p. 139)

reforçam que “a pesquisa é o modo científico para obter conhecimento da

realidade empírica [...] tudo que existe e pode se conhecido pela experiência. É

o processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico”.

Entretanto, no referido estudo, a pesquisa-ação será a fonte fundamental

para a execução deste trabalho, sendo realizado em uma organização (Colégio

Estadual João Paulo II – Ensino Fundamental e Médio) e tendo referências

bibliográficas e infográficas objetivando elucidar os aspectos da

problematização em pesquisa.

Na sequência, apresenta-se a constituição do corpus e os

procedimentos metodológicos.

Como ponto de partida para a aplicação deste estudo, foi selecionada a

autora Carolina Munhoz (A Fada), para a qual será analisada a sua respectiva

obra e as entrevistas realizadas nos multimeios. Optou-se também, por realizar

uma pesquisa qualitativa veiculada à pesquisa-ação, sobre ações de leituras

desenvolvidos por jovens selecionados entre os alunos do 8º ano “A” do Ensino

Fundamental do Colégio Estadual João Paulo II – Ensino Fundamental e Médio

localizado no município de Realeza (PR). Para isso, serão realizados

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encontros, entrevistas e posteriormente, aplicação de práticas leitoras a partir

da obra selecionada.

Esta pesquisa caracteriza-se, quanto aos objetivos, como exploratório-

descritiva. Isso porque o estudo parte de um levantamento bibliográfico para

proceder à descrição e análise do corpus selecionado. O caráter exploratório

confere à pesquisa a possibilidade de definir e delinear, “isto é, facilitar a

delimitação do tema da pesquisa; orientar a fixação dos objetivos e a

formulação das hipóteses ou descobrir um novo tipo de enfoque para o

assunto” (PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 62-63). Em consonância com a

pesquisa exploratória, o estudo descritivo propicia “uma nova visão do

problema [...] e ultrapassa a identificação das relações entre as variáveis”

(PRODANOV; FREITAS, 2009, p. 64).

Já do ponto de vista dos procedimentos técnicos, é uma pesquisa

bibliográfica que faz uso de recursos multimidiáticos, pois necessita de diversas

fontes, como livros, dissertações, entrevistas, vídeos, e-books, entre outros. Gil

(2002, p. 44) diz que a pesquisa bibliográfica “é desenvolvida com base em

material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”,

sendo que a maioria dos trabalhos exploratórios pode ser definida como

pesquisas bibliográficas.

Quando aos procedimentos far-se-á uso da pesquisa-ação que é um tipo

de pesquisa participante engajada, em oposição à pesquisa tradicional, que é

considerada como independente, não reativa e objetiva. Como o próprio nome

já diz, a pesquisa-ação procura unir a pesquisa à ação ou prática, onde “os

pesquisadores e os participantes representantes da situação ou do problema

estão envolvidos de modo cooperativo ou participativo” (PRODANOV;

FREITAS, 2009, p.76). É, portanto, uma maneira de se fazer pesquisa em

situações em que também se é uma pessoa da prática e se deseja melhorar a

compreensão desta.

Quanto à abordagem do problema, esta pesquisa caracteriza-se como

qualitativa:

Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser quantificado. Ou seja, ela trabalha com o universo dos significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, o que corresponde a um espaço mais profundo das relações, dos processos e dos fenômenos que

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não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis (MINAYO, 1994, p. 21-22).

No que diz respeito à população e amostra, para Gil (2002, p. 163), elas

“envolvem informações acerca do universo a ser estudado, da expansão da

amostra e da maneira como será selecionada”. A amostra de que trata este

estudo será constituída por 30 jovens alunos selecionados do 8º ano “A” do

Ensino Fundamental do Colégio Estadual João Paulo II – Ensino Fundamental

e Médio localizado no município de Realeza (PR), bem como uma autora de

literatura fantástica (Carolina Munhóz) que terá sua obra analisada frente a

essência de suas produções e o interesse leitor de jovens contemporâneos.

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c) ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS

Conforme planejado, esta proposta de estudo contempla uma carga

horária de aproximadamente 32 horas/aula para que aconteça o

desenvolvimento da unidade.

Primeiramente trataremos da fundamentação teórica e na sequência as

propostas de atividades aplicadas na turma do 8º ano “A” do Ensino

Fundamental do Colégio Estadual João Paulo II – Ensino Fundamental e

Médio, cidade de Realeza (PR), NRE de Francisco Beltrão (PR).

A fundamentação teórica é uma etapa fundamental para a execução da

pesquisa, pois se trata de um segmento em que a as teorias encontradas que

dialogam e comprovam o teor e as credibilidades do estudo realizado são

veiculadas em forma de texto. Nesta perspectiva os temas em estudo, dar-se-

ão sobre as preferências leitoras no século XXI, a formação leitora de jovens

contemporâneos, quais os modos de ler e escrever por jovens e autores na

contemporaneidade, e as práticas leitoras com narrativas fantásticas,

analisando a saga presente na obra de Carolina Munhóz (A Fada). Essa obra é

uma história de descobertas e superações, sobre como o amor pode fazer

várias pessoas redescobrirem a vida e a magia nela.

PREFERÊNCIAS LEITORAS NO SÉCULO XXI

Na contemporaneidade temos notado novas formas de criação literária,

levando os autores a buscar novas formas de reflexão sobre a linguagem, o

texto, a ficção, em inesgotáveis exercícios metalinguísticos e intertextuais para

atrair os leitores multimidiáticos. Em nossa era não se forma apenas leitores

em livros, mas nos inúmeros suportes textuais existentes no ciberespaço.

Atualmente, novas possibilidades se abrem no campo da leitura como

processo de recepção e comunicação, oportunizando outro olhar ao papel dos

mediadores-professores que atuantes no contexto escolar despertam o gosto e

o interesse do educando pela leitura; e por último, não se podem esquecer as

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importantes contribuições da multimodalidade como teoria que tenta dar

suporte às produções e práticas sociais de leitura em desenvolvimento.

Nas palavras de Amarilha (2010, p.01):

Desde as últimas décadas do século passado, com a explosão dos diferentes meios: animação, televisão, publicidade, internet a escrita perdeu a centralidade que costumava desfrutar no que se refere ao conceito e à condição em que se dá a leitura. Com a difusão de outras linguagens, da internet, outras manifestações que estão carregadas de sentidos e desencadeiam processos de significação passaram a receber enfoques detalhados e criaram ferramentas próprias de análise. Ao nosso redor, estimula nossa capacidade de percepção e de recepção a poderosa indústria da música, dos flips, da novela gráfica, das animações, da hipertextualidade. Nesse universo de novas linguagens e de novas intersecções delineou-se um perfil diferente de leitor e de modos de ler.

Nesta busca das peculiaridades da narrativa contemporânea concentra-

se no discurso esteticamente elaborado, que instaura a representação ficcional,

vinculada a diferentes circunstâncias sociais, políticas, artísticas e culturais.

Assim:

Nessas narrativas abrigam-se personagens estranhas que se movimentam em ambientes hostis, ou ainda personagens falsamente “normais” em situações inusitadas. Os contornos dos seres e das coisas, não raro, adquirem dimensões irreais, pois a tentativa de representar os destinos humanos leva o romancista a adentrar o reino do fragmentário e do absurdo, a encarar a falta de sentido da vida contemporânea. As personagens, cada vez mais problemáticas, são anti-heróis em permanente dissonância com o mundo. Múltiplos planos temporais se interpenetram, comprometendo a coerência e contribuindo para a instauração do caos (PEREIRA, 2011, p.46).

A ficção recria a violência, as condições sociais e a degradação das

condições de vida nos grandes centros urbanos, juntando isso a perplexidade

dos acontecimentos, chegam ao leitor envoltos em um trabalho textual que lhes

dá sentido. Dependendo do interesse do leitor, ele poderá definir qual tipo de

leitura lhe é mais conveniente no momento, e elas podem também ser

complementares, não apenas no suporte do livro, mas também através dos

recursos multimidiáticos.

Esse novo gênero textual fantástico lido em recursos múltiplos, onde a

existência de liberdade e a ausência de regulamentação podem oferecer aos

leitores jovens obras por eles consideradas atraentes quando comparadas ao

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controle exercido pela escola quando se trata de ensinar a ler, a interpretar

textos, portanto, procurar uma possível nova maneira didática para a formação

leitora.

Na formação leitora, entendemos que a mediação precisa estar em

sintonia com quem faz a leitura, com quem busca essa atividade e por que a

realiza.

FORMAÇÃO LEITORA POR JOVENS CONTEMPORÂNEOS

A formação do leitor contemporâneo nos leva a pensar em uma nova

dimensão, pois nas últimas décadas do século XX, a literatura fantástica

tornou-se um importante tópico da literatura contemporânea. O interesse por

este gênero é crescente, tanto de estudiosos quanto de leitores do mundo

inteiro, como se pode constatar com o crescente número de publicações e

vendas de sagas que exploram temas característicos desse gênero. Todorov

(2012) menciona, em seu livro Introdução à Literatura Fantástica, que dentro da

nossa realidade regida por leis, ocorrências que não podem ser explicadas por

essas leis incidem na incerteza de ser real ou imaginário. Um evento fantástico

só ocorre quando há a dúvida se esse evento é real, explicado pela lógica, ou

sobrenatural, ou seja, regido por outras leis que desconhecemos.

Várias foram as tentativas de definir por completo a narrativa fantástica

no século XX e XXI, onde os termos fantástico, maravilhoso, sobrenatural,

misterioso e horror e terror se mesclam num mesmo campo narrativo. “Quando

o leitor entra no universo da leitura do livro, da literatura, ele sai um outro, como

entrar nas aventuras de Alice e sair uma outra menina” (SANTOS, 2013,

p.292).

Nos últimos anos, este tema tem ampliado o interesse de estudiosos da

área de Letras, assim como de historiadores e críticos literários, pela literatura

fantástica de escritores brasileiros.

Neste aspecto do gênero fantástico, quando nos atentamos à história

apresentada pelos multimeios, percebemos que ela é marcada por uma

sombra de mistério e magia que envolve o leitor em sua teia. A literatura

fantástica torna-se objeto concreto, quando na figura do livro, sendo povoado

de imaginário e marcado, quase religiosamente, pelo leitor que com ele se

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relaciona intimamente, apropriando-se material e intelectualmente da vida ali

apresentada.

Desde a antiguidade clássica os temas que envolvem o sobrenatural são

figurados pelos humanos, mas hoje com o boom da exploração desse gênero

pelo cinema e pela televisão ele ganhou maior espaço na literatura. Em relação

aos gêneros literários, Todorov (2012) afirma que um texto literário não é

somente o produto de uma combinatória preexistente, mas é também uma

transformação desta combinatória. Tudo o que é novo em literatura é o velho

reinventado, assim como o desejo do escritor de escrever só pode vir de uma

experiência prévia da literatura. “É difícil imaginar atualmente que se possa

defender a tese segundo a qual tudo, na obra, é individual, produto inédito de

uma inspiração pessoal, fato sem nenhuma ligação com as obras do passado”

(TODOROV, 2012, p. 11).

O fato de uma obra pertencer ao gênero literário fantástico ou

maravilhoso não nos diz muito sobre seu sentido, permite apenas a

constatação de elementos segundo os quais esta obra pode ser julgada. Pois,

como assegura Todorov (2012, p.166), “o fantástico se fundamenta

essencialmente numa hesitação do leitor-um leitor que se identifica com a

personagem principal quanto à natureza de um acontecimento estranho, além

de exigir certo tipo de leitura, sem se deslizar ou para a alegoria ou para a

poesia”.

É possível afirmar que a literatura fantástica de escritores brasileiros

vem sendo reconhecida e conquista um número crescente de leitores. Para

Guedes (2013, p. 90) “o leitor se constrói na experiência do indivíduo que tem,

em seu meio, a leitura como ação presente e necessária à vida, motor que

desejamos que impulsione redes sociais mais justas, e a criação, como

resistência e epifania”.

As leituras contemporâneas para os jovens leitores, portanto, precisam

partir e voltar ao centro de suas angústias, precisam, no fundo de toda história,

estar a falar deles mesmos, num movimento de captura silenciosa desse leitor

em sofrimento silencioso que eles são.

Sabendo-se da importância de uma leitura crítica de toda e qualquer

obra de literatura, em relação a obras de literatura fantástica, a leitura deve ser

incentivada sempre, já que é constantemente procurada pelos jovens, sendo

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capaz de trazer reflexões importantes a respeito de muitos aspectos de nossa

própria vida e sociedade, assumindo grande valor literário. O hábito da leitura

sendo incentivado desde cedo, com a utilização de obras de ficção, facilita o

desenvolvimento do prazer pela leitura. E isso é de fato algo importante e difícil

atualmente.

HÁBITO DE LEITURA DOS PROFESSORES

Tanto se fala em ações para incentivo do gosto da leitura por parte dos

educandos, e como tratarmos da escola, como espaço de leitura, e,

singularmente, também sobre o ato de leitura dos professores, há a

necessidade de se fazer uma inserção na história de cada um de nós. O hábito

de leitura é uma construção, se adquire com o passar do tempo. Para Cagliari

(1994), a leitura deve ser a extensão da escola na vida das pessoas para que

elas sejam capazes de entender a sociedade em que vivem e transformá-la

num mundo melhor.

Há atualmente, uma grande preocupação com o desenvolvimento do hábito da leitura dos educandos por pais, professores e pesquisadores, em geral, pois um dos objetivos da educação básica que se reflete no percurso deles ao longo dos anos escolares e na própria vida futura. É de muita importância o papel do professor no incentivo à leitura, atitude esta relevante na formação do educando como leitor. Talvez seja essa uma influência mais significativa que a da família. A situação é benéfica ao desenvolvimento da habilidade e do hábito de ler quando o próprio professor gosta de leitura, expressa sua emoção ao incentivar seus alunos, não fazendo a seleção a ser obrigatoriamente lida, mas orientando a escolha de livros adequados de acordo com o interesse e a faixa etária deles. Deve, cada vez mais, ir despertando o espírito crítico do aluno que pode aprender a discutir, a analisar conteúdos de livros assim como o espírito estético de obras de arte e também incentivar o uso deles como fonte de pesquisas (BORELLI; MARTINS, 2016,s/p).

Conforme os autores, a importância do exemplo do hábito leitor passado

pelo professor para o aluno contribui para a sua formação de cidadão atuante e

crítico na sociedade. Se o professor é um ávido leitor, seu aluno há de se

espelhar nele. A prática leitora pode se dar por diversas escolhas literárias. O

despertar acontece quando o leitor se apaixona pela obra.

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Os alunos e professores devem estar motivados para aprender e ensinar a ler. Há situações escolares em que se trabalha a leitura (formas de se ler) e outras em que simplesmente “se lê”. Para transmitir o prazer pela leitura é necessário que quem ensine também seja apaixonado pela leitura. Se os professores não forem leitores, dificilmente poderão compartilhar com seus alunos os mistérios, encantos e alegrias que se pode alcançar pela leitura (PEREIRA; FRANZE; PEREIRA, p.07, 2007).

Nesta visão, em sala de aula, a influência positiva do professor é uma

exceção para o sucesso da criança em risco de fracasso escolar. A leitura nem

sempre é vista como uma atividade fácil por crianças e adultos. Para alguns ler

é um prazer, uma viagem ao imaginário, um vício, para outros é algo

desagradável, uma “tortura”.

A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2012, realizada pelo Instituto Pró-Livro e Ibope, exemplifica bem o papel do professor na influência da leitura para seus alunos: com 45%, aparece o professor como principal influenciador na leitura para crianças e jovens. A função de professor, nesse aspecto, é mais importante que a mãe, que aparece nessa pesquisa com 43% (GUTERRES, 2013).

Novamente verifica-se a importância da leitura que o professor realiza

junto aos seus alunos. No entanto, há dificuldades na classe docente.

Professores desmotivados, baixos salários que comprometem aquisição de

obras literárias, hora-atividade insuficiente para leitura, falta da prática leitora,

direção e equipe pedagógica que sobrecarregam o professor com atividades

extras.

O questionário da Prova Brasil 2011 apontou que 21% dos professores de educação básica leem livros às vezes e que 34% não tem o hábito da leitura. Isso representa que apenas 45% do corpo docente brasileiro tem a prática de ler. A educação básica compreende o ensino fundamental e o médio. As causas para isso são diversas, desde a formação precária do docente na graduação, até falta de tempo ocasionada pela dupla jornada e de incentivo do poder público. [...] A grande parte dos docentes trabalha em dois, e até, três períodos para compensar os baixos salários. O tempo livre, a chamada hora-atividade na própria escola, geralmente é utilizado para preparação de aulas e correção de trabalhos e provas (GUTERRES, 2013).

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Nossa realidade está estampada nas pesquisas e redes sociais, que só

se modificará com políticas públicas educacionais e próprio desempenho do

educador.

O FICTÍCIO E O IMAGINÁRIO DE WOLFGANG ISER, TZEVAN TODOROV E

NORTHROP FRYE

Wolfgang Iser nasceu na Alemanha, em 22 de julho de 1926, vindo a

falecer em 24 de janeiro de 2007, foi professor de Inglês e Literatura

Comparada na Universidade de Constance na Alemanha. Ele foi ainda o maior

expoente da Teoria da recepção (teoria de análise do fato artístico ou cultural

que enfoca sua análise no receptor), que fundamenta suas bases na própria

crítica literária alemã. Suas principais obras foram:

Ato da Leitura. V.1 e 2, EDITORA 34, 1996 e 1999.

Fictício e o Imaginário. RJ: Eduerj, 1996.

Futuro da Universidade. RJ: Eduerj, 2002.

Literatura e o Leitor. SP: PAZ E TERRA, 2011.

Este Projeto de Implementação Pedagógica terá como foco de estudo a

obra “A Fada” (2011), de Carolina Munhóz, como obra literária fantástica, para

se analisar a luz de Wolfgang Iser, Tzevan Todorov e Northrop Frye, a questão

do ato fictício e o imaginário verificando se estes dois elementos que fazem

parte da vida real se relacionam com a literatura. A literatura é intrínseca ao ser

humana, ela influencia em suas ações e reações, pois temos a capacidade de

viver, reviver e a se identificar com a obra lida. Os personagens, sejam heróis

ou bandidos, influenciam na construção individual do ser (realidade cultural,

social e antropológica), e da construção de uma realidade que a obra produz, e

está evidenciada na “constituição antropológica do homem que se alimenta de

suas fantasias” (ISER, 1996, p.8). Iser aponta para a função formadora da

Literatura, a pessoa muda ao contato com ela.

Primeiramente vamos definir “ficcional” e “imaginário”. De acordo com

Iser, o fictício define-se como o que é intencional e o imaginário vêm a ser o

espontâneo, e que servem de contexto um para outro num processo de

interação que funciona como uma matriz geradora da qual emerge a Literatura.

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Em O fictício e o imaginário, Wolfgang Iser compreende de que forma o “fictício

e o imaginário servem de contexto um para o outro” (1999, p.66). Já Todorov

postula que o fantástico ocorre nesta incerteza: “o fantástico é a hesitação

experimentada por um ser que só conhece as leis naturais, em face de um

acontecimento aparentemente sobrenatural.” (TODOROV, 1970, p. 26).

O fantástico que os heróis ou demônios apresentam em seus

personagens, seduzem o leitor de modo que ele vivencie de forma a trazer

para seu mundo real alguns fatos ou atos empregados por estes personagens.

Levar o leitor a viajar neste mundo imaginário é o chamariz deste gênero

literário. Diz o autor que “o fantástico implica (…) uma integração do leitor no

mundo das personagens, define-se pela percepção ambígua que tem o próprio

leitor dos acontecimentos narrados (…). A hesitação do leitor é, pois a primeira

condição do fantástico.” (TODOROV, 1970, p. 31).

Em relação aos modos de ficção reportamos à obra “Anatomia da

Crítica”, de Northrop Frye, que as classifica, não moralmente, mas pela força

de ação do herói.

Se superior em grau aos outros homens e seu meio, o herói é o típico herói da estória romanesca, cujas ações são maravilhosas, mas que me si mesmo é identificado como um ser humano. O herói da estória romanesca move-se num mundo em que as leis comuns da natureza se suspendem ligeiramente: prodígios de coragem e persistência, inaturais para nós, são naturais para ele, e armas encantadas, animais que falam, gigantes e feiticeiras pavorosos, bem como talismãs de miraculoso poder, não violam regra alguma de probabilidade, uma vez que os pressupostos da estória romanesca foram fixados (FRYE,1973, p. 39-40).

Uma característica importante da literatura é sua dimensão ética/estética

para narrar a condição humana, o drama antropológico fundamental: quem

somos, de onde viemos e para onde vamos.

Segundo Michel Foucault, a Literatura seria uma invenção da

modernidade, ou seja, teria surgido no fim do século XVIII, início do XIX e já

teria nascido morta, na realidade não é da morte que o teórico trata, mas sim

da consciência que a própria literatura toma de si mesma, partindo do

pressuposto que nela não há mais um sujeito identificável, mas sim um ser da

linguagem, uma vez que o “ser da linguagem é pura exterioridade.

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Distanciando-se da certeza daquele que fala, a literatura volta-se sobre si

mesma, colocando em evidência seu próprio ser.” (LEVI, 2011, p. 58)

O romance segundo Bakthin (2010), é o único gênero capaz de abarcar

toda complexidade humana, uma vez que está em constante transformação, é

o gênero inacabado o qual acompanha a história e a representa.

Quando a força dramática de um enredo está na busca de realização de

um desejo de um determinado personagem, e na oposição das forças de

antagonismo que dificultam ou impedem que ele alcance aquilo que se quer.

De acordo com o modo de figuração das personagens, Frye (1973), faz as

seguintes observações:

Nas ficções literárias o enredo consiste em alguém fazer alguma coisa. O alguém, se indivíduo, é o herói, e a alguma coisa que ele faz ou deixa de fazer é o que ele pode fazer ou podia ter feito, no plano dos pressupostos estabelecidos, para ele, pelo autor, e das consequentes expectativas da audiência. As ficções, portanto, podem ser classificadas, não moralmente, mas pela força de ação do herói, que pode ser maior do que a nossa, menor ou mais ou menos a mesma (FRYE, 1973, p.39).

Frye em sua obra “Anatomia da Crítica” sugere no primeiro ensaio

intitulado “Crítica Histórica: Teoria dos Modos”, uma espécie de atualização do

critério aristotélico segundo o qual as narrativas podem ser classificadas de

acordo com o estatuto dos protagonistas, por comparação com o do leitor no

mundo extraliterário. Cinco modos de figuração de personagens em obras de

ficção são elencados: o mítico (com deuses e semideuses como personagens

principais); o romanesco ou literatura heroica; o imitativo elevado (que relata os

feitos de líderes); o imitativo baixo (com personagens comuns); e finalmente, o

modo irónico (ondes esta possuem um estatuto inferior).

Na obra “A Fada” (2011) de Carolina Munhóz, o modo de figuração das

personagens perfaz o modo imitativo elevado, que nas palavras de Frye define-

se como:

Se superior em grau aos outros homens, mas não a seu meio natural, o herói é um líder. Tem autoridade, paixões e poderes de expressão muito maiores do que os nossos, mas o que ele faz sujeita-se tanto à crítica social como à ordem da natureza. Esse é o herói do modo imitativo elevado, da maior parte da epopeia e da tragédia, e é fundamentalmente a espécie de herói que Aristóteles tinha em mente (FRYE, 1973, p.40).

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Consegue-se definir o sentido da estória pela elaboração do enredo.

Existem quatro tipos de enredo: a estória romanesca, a tragédia, a comédia e a

sátira (irônica). (WHITE, 2008, p.23).

O estilo romanesco predomina no estudo desta obra, pois Frye (1973)

assim a define:

A estória romanesca divide-se em duas formas principais: uma forma secular, que trata da cavalaria e do paladinismo, e uma forma religiosa, devotada às lendas dos santos. Ambas apoiam-se pesadamente em miraculosas violações da lei natural, para beneficiar-se como estórias. As ficções romanescas dominam a literatura até o culto do príncipe e do cortesão, no Renascimento, trazer ao primeiro plano o modo imitativo elevado. As características desse modo são clarissimamente vistas nas espécies do drama, particularmente na tragédia, e na epopeia nacional (FRYE, 1973, p. 40-41).

A literatura em modos extremos de representação: ora apegada à

tradição realista ora subvertendo este modelo através da distorção. Num

capítulo posterior, Frye conclui pela aproximação do subgênero romance à

história, ao passo que a estória romanesca estaria mais para a saga, ou para o

mundo do maravilhoso (FRYE, 1973, p.301).

Na obra em análise, a narrativa está no limite entre a introspecção típica

de romances sobrenaturais e um fluxo de pensamento completamente caótico,

levando ao modo imitativo elevado de seus personagens.

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Duração: 03h/a

Objetivos:

Repassar e ampliar propostas do projeto;

Conquistar a confiança dos pais e maior participação destes em todos

os momentos que for necessário;

Discutir as dificuldades, as habilidades e a interação dos alunos;

Mostrar as atividades que serão realizadas pelos educandos;

Discutir coletivamente as ações pedagógicas (metodologia e proposta

pedagógica);

Discutir ações conjuntas com os pais a fim de alcançar os objetivos

almejados;

Favorecer momentos de integração entre os pais, professores e

funcionários em geral;

Ser objetivo, claro e responsável ao pedir a colaboração dos pais em

qualquer ação da escola.

Encaminhamentos Metodológicos

Enviar convite para os pais, enfatizando a importância da presença de

todos.

Explicitar a forma de encaminhamento das atividades, considerando o

processo de ensino e aprendizagem dos alunos.

Com um esboço do projeto, convocaram-se os pais e todo o corpo

docente e discente do colégio para que o mesmo fosse enriquecido com a

vivência da comunidade.

A professora, após dar as boas-vindas aos pais, direção e funcionários,

que deverão estar acompanhados dos filhos (alunos) lerá o texto, “Semeando

Grãos” por Alseni das Chagas Vieira Lima, como forma de motivação aos pais.

ATIVIDADE 1 – EXPONDO O PROJETO

Primeiro, é preciso que o texto obrigue o leitor a considerar o mundo das personagens como um mundo de criaturas vivas e a hesitar entre uma explicação natural e uma explicação sobrenatural dos acontecimentos evocados. A seguir, a hesitação pode ser igualmente experimentada por uma personagem (...). Enfim, é importante que o leitor adote uma certa atitude para com o texto: ele recusará tanto a interpretação alegórica quanto a interpretação “poética” (TODOROV, 2004, p. 39).

Page 21: Ficha para identificação da Produção Didático pedagógica ...€¦ · a) APRESENTAÇÃO A leitura constitui um dos processos básicos e inerentes de estabelecimento de relações

Disponível em:

https://drive.google.com/file/d/0B3k_L6TP2fwrbG5qNnY1eWlISjg/view?u

sp=sharing

acesso em 07 de dezembro de 2016.

Dar oportunidade aos que quiserem comentar o texto lido.

Durante a reunião a professora fará as seguintes colocações:

Como seria o decorrer do projeto.

Qual seria a participação dos alunos.

Como os pais poderiam colaborar.

De que maneira o projeto poderá auxiliar no processo ensino e

aprendizagem dos alunos.

Explicados todos estes pontos e também de que forma o projeto

ocorreria, sendo questionados aos presentes quais seriam as possíveis

dúvidas.

Agradecendo a presença e a participação de todos, o professor PDE

reforçou ainda a participação de todos na escola.

Avaliação

Será realizada através do interesse e participação dos pais ao assunto

tratado durante a reunião.

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Duração: 07 h/a

Objetivos:

a) Identificar os processos de formação de comportamentos leitores entre

jovens contemporâneos;

b) Levantar interesses e necessidades de jovens brasileiros

contemporâneos, capazes de indicar preferências de leitura; e,

c) Identificar os novos modos de ler empregados pelos jovens na

atualidade paralelamente ao levantamento da(s) produção(s) literária(s)

em diferentes suportes, disponíveis aos novos leitores.

Encaminhamentos metodológicos:

Primeiramente foi feito uma discussão com os alunos sobre o hábito de

leitura, frequência e gênero textual preferido, bem como, o interesse nas aulas

de leitura.

Nesta pesquisa informal, as opiniões foram variadas, no entanto, 40%

possuem hábito de leitura regular tendo que ler sempre semanalmente ao

menos um livro. A frequência leitora da turma também é irregular 40% leem

pelo menos um livro por semana e os outros 60% responderam que às vezes

liam e só se precisasse. O gênero textual é diversificado, foram citados gibis,

romances, históricos, literatura fantástica, revistas, entre outros.

Desta forma, levantou-se um perfil da turma como sendo bem

heterogênea em relação à leitura. Há uma disparidade grande entre os que

gostam de ler e os que não gostam.

Quanto as aulas de leitura adquirem uma objetivação que oscila entre a

esfera positiva e a outra que fica a desejar. Segue algumas respostas:

As aulas são boas às vezes.

São chatas. Eu não gosto de ler.

ATIVIDADE 2 – INCENTIVANDO A LEITURA

O fantástico contenta-se em fabricar hipóteses falsas (o seu “possível” é improvável), em desenhar a arbitrariedade da razão, em sacudir as convenções culturais, mas sem oferecer ao leitor, nada além da incerteza. A falácia das probabilidades externas e inadequadas, as explicações impossíveis – tanto no âmbito do mítico – se constroem sobre o artifício lúdico do verossímil textual, cujo projeto é evitar toda asserção, todo significado fixo. O fantástico “faz da falsidade o seu próprio objeto, o seu próprio móvel” (CHIAMPI, 1980, p. 56).

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Eu adoro ler e não consigo ficar sem um livro.

Partindo das respostas, iniciou-se uma conversa sobre a importância da

prática leitora na vida do aluno, mostrando como influenciará em nossa vida

futura.

Foi assistido ao vídeo: “Como criar o hábito da leitura”

Disponível em:

https://drive.google.com/file/d/0B3k_L6TP2fwrVk5EQTlWYk83VUk/view?

usp=sharing

Acessado em 08 de dezembro de 2016

Após a apreciação do vídeo, aconteceu um breve debate entre os

educandos visando modificar alguns conceitos.

Aos alunos em grupos de três, foi apresentado um conto para que fosse

realizada uma ficha de leitura para que a exercitassem, contendo as seguintes

perguntas:

a) Quais os personagens do texto?

b) Qual o personagem principal do texto?

c) Qual o personagem que você mais gostou?

d) Onde aconteceu?

e) Qual o gênero literário?

f) Faça o retrato físico e psicológico dos personagens.

g) Resumo do texto lido.

Conto: “Natal na Barca” – Lygia Fagundes Telles

Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B3k_L6TP2fwrNldBRTlZeFkwaGc/view?usp=sharing Acesso em 08 de dezembro de 2016.

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Duração: 20h/a

Objetivos:

a) Verificar a presença do fictício e o imaginário na obra “A Fada” (2011),

de Carolina Munhóz;

b) Reconhecer a plasticidade humana presente nos personagens da obra

em questão;

c) Organizar práticas leitoras a partir de obras com temas fantásticos

produzidos por escritores brasileiros selecionados;

d) Ajudar os jovens a entenderem que a leitura os potencializa para a vida

social;

e) Contribuir para que o aluno perceba que a leitura o ajuda a desenvolver

e a conhecer sua própria identidade e estabelecer relações sociais mais

profícuas; e,

f) Analisar a obra literária “A Fada” (2011), de Carolina Munhóz.

Encaminhamentos metodológicos:

Apresentou-se aos alunos o livro “A Fada” de Carolina Munhóz,

repassando à eles biografia da autora e uma entrevista disponibilizado no site

do youtube.

Vídeo: Resenha: A Fada - Carolina Munhóz

Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B3k_L6TP2fwrRFlQMXhPWDBGRDQ/view?usp=sharing Acessado em 08 de dezembro de 2016

ATIVIDADE 3 – LIVRO “A FADA”

Ao contrário da “poética da incerteza”, calculada para obter o estranhamento do leitor, o realismo maravilhoso desaloja qualquer efeito emotivo de calafrio, medo ou terror sobre o evento insólito. No seu lugar, coloca o encantamento como um efeito discursivo pertinente à interpretação não antitética dos componentes diegéticos. O insólito, em óptica racional, deixa de ser o “outro lado”, o desconhecido, para incorporar-se ao real: a maravilha é(está) (n)a realidade. Os objetos, seres ou eventos que no fantástico exigem a projeção lúdica de suas probabilidades externas e inatingíveis de explicação, são no realismo maravilhoso destituídos de mistério, não duvidosos quanto ao universo de sentido a que pertencem. Isto é, possuem probabilidade interna, têm causalidade no próprio âmbito (CHIAMPI, 1980, p. 56).

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Biografia: Carolina Munhóz

Disponível em: https://drive.google.com/file/d/0B3k_L6TP2fwrb0tzTWhGQlMzTjg/view?usp=sharing Acessado em 08 de dezembro de 2016

Os textos do gênero romance de aventura apresentam ações

extraordinárias de personagens fictícias diante de grandes desafios e perigos.

Essas ações nem sempre são possíveis no mundo real, porém representam o

desejo do ser humano de superar seus limites. O modo de as personagens

enfrentarem as novas situações e perigos que surgem transforma-se com a

passagem do tempo e com as novas descobertas.

Na sequência, aos grupos foram repassados capítulos para que os

mesmos apresentem em data a ser determinada. No entanto, todos deverão ler

a obra integralmente, pois ao fim dos trabalhos será realizado uma mesa

redonda para colocações sobre a obra lida.

Os romances de aventura costumam ser estruturados em situação

inicial, complicação, desfecho e situação final, apresentando ao longo da trama

um protagonista e um antagonista, além das personagens secundárias. Textos

desse gênero procuram envolver emocionalmente o leitor com as situações de

perigo enfrentadas pelas personagens, sendo que a linguagem e o cenário

contribuem para a criação de emoção e suspense no texto.

Diante das considerações acerca da importância do leitor frente à obra

literária e do necessário reconhecimento da compreensão e do prazer no ato

da leitura, evidencia-se que é o interacionismo utilizado como encaminhamento

metodológico no ensino de literatura que enriquecerá a visão da realidade e

intensificará a criticidade do aluno-leitor. Sendo a escola uma das vias de

acesso para o contato do aluno com textos literários, deve proporcionar

atividades que permitam a animação de sua sensibilidade. Assim, a proposta

de ensino de literatura apresentada, valoriza a promoção de leituras múltiplas

orientadas, com vistas à construção da experiência estética e consequente

formação de um leitor competente.

Todo este trabalho de leitura será realizado em sala de aula, pátio da

escola e biblioteca, havendo acompanhamento da professora PDE para que

não haja dispersão na leitura da obra.

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Duração: 02h/a

Objetivos:

a) Avaliar a participação e produção dos alunos durante a

implementação da Produção Didática.

Encaminhamento metodológico:

Para organizar a avaliação, foi solicitado que os alunos elaborassem

uma ficha de leitura contendo as informações relacionadas aos elementos e à

estrutura presentes no livro. Essa apresentação deve contemplar um aspecto

da estrutura e/ou dos elementos do gênero narrativa de aventura/romance

observados na obra. Para dimensionar o tempo das apresentações, pode-se

requisitar que cada grupo apresente um dos elementos e/ou um dos estágios

da estrutura da narrativa de aventura.

ATIVIDADE 4 - AVALIANDO AS ATIVIDADES

Não há povo e não há homem que possa viver sem ela [a literatura], isto é, sem a possibilidade de entrar em contato com alguma espécie de fabulação. Assim como todos sonham todas as noites, ninguém é capaz de passar as vinte e quatro horas do dia sem alguns momentos de entrega ao universo fabulado […] a literatura é o sonho acordado das civilizações. CÂNDIDO, Antonio. O direito à literatura. In: Vários escritos. São Paulo: Duas Cidades, 1995.

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