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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
JOÃO RODRIGO FERRÁS
REDAÇÃO TÉCNICA I
Fichamento do livro “A questão da ideologia” de Leadro Konder
1. A questão da ideologia antes de Marx
- O que é ideologia?
- O que é o conhecimento?
- Empirismo, percepção sensorial. Para conhecer outras coisas,além
da empiria, é necessária abstração teórica( comparação, estudo da
concepção, quem fez o que, para quem, com que propósito, como,
onde, por que?
- Construção de interpretações abstratas, baseadas em informações
que nao podem ser imediatamente cotejadas com a experiência
vivida.
- Avanço do conhecimento expõe a maiores equívocos.
- Na filosofia, o conhecimento se viu obrigado a reconhecer seus
próprios paradoxos.
- No renascimento- Idéia da “douta ignorância”, tese de que o
verdadeiro sábio é o que se sabe ignorante.
- Visão de Bacon – levar os seres humanos ao trato direto das coisas,
para ajudá-los a se libertar do cipoal das noções falsas que lhes eram
inculcadas, que ele chamava de “ídolos”. Eram quatro espécies: os
ídolos da tribo, da caverna, do foro e do teatro.
- No iluminismo- tendência a confiar demais no conhecimento.
Otimistas, os iluministas tinham confiança no futuro e acreditavam
que o poder do conhecimento produziria efeitos devastadoressobre as
bases mais resistentes dos males humanos: a ignorância, o
preconceito e a superstição.
- Destut de Tracy publica o livro ”Elementos da ideologia”, onde
concebe a ideologia como uma nova disciplina filosófica, afirmando
que os conhecimentos se organizam através de idéias, e se chegasse
a compreender como se formam essas idéias, teria a chave para criar
um mundo melhor.
- Decompor as idéias até alcançar os elementos sensoriaisque as
constituem em sua base.
- Para passar uma reflexão mais aprofundada sobre a questão da
ideologia, os teóricos precisavam de uma nova abordagem sobre os
problemas do sujeito como construtor do conhecimento(Kant) e como
criador da própria realidade(Hegel)
- Desafio de repensar a relação sujeito\objeto, na qual o indivíduo
estava se reconhecendo como sujeito capaz de se afirmar sobre o
objeto, intervindo no processo histórico da mudança da realidade
objetiva.
- Para Kant, todo conhecimento era sempre uma construção
subjetiva. O sujeito terá sempre na singularidade um poderoso
obstáculo estrutural para se elevar à consciência de universalidade.
2. A questão da ideologia em Marx
- Marx se insurgiu contra o modo de Hegel interpretar o Estado com a
sociedade civil.
- O Estado era transformado por Hegel numa chave – formal – pela
qual se abria a porta para a compreensão do sentido do movimento
dos seres humanos.
- Para Marx, não é a constituição que faz o povo, mas o povo que faz
a constituição.
- Marx estava convencido que a crítica não podia ficar no plano
especulativo, e para isso, precisava dispor de portadores materiais, e
concluiu que a classe de sujeitos propensos a a agir na direção
almejada era os proletariados.
- Contribuir para libertar os seres humanos em sua totalidade,
beneficiando o gênero humano. A cabeça dessa emancipação social é
a filosofia e o coração é o proletariado.
- Elaboração de uma original filosofia de trabalho. O trabalho humano
se distingue da ativididade dos animais. É uma atividade pela qual o
ser humano se criou a si mesmo; pelo trabalho ele transforma o
mundo e se transforma.
- Questão crucial: por que o trabalho se transformou numa atividade
tão desagradável, sofrida?
- O dinheiro aparece como símbolo da mercantilização da vida. “O
proxeneta universal”. Passou a agravar enormemente as distorções
da ideologia.
- A história é apenas a atividade dos seres humanos perseguindo os
objetivos deles. Visão contrária dos neo-hegelianos.
- Os seres humanos elaboraram até agora falsas representações a
respeito deles mesmos, do que são ou do que deveriam ser.
- A ideologia para Marx era a expressão da incapacidade de cotejar as
idéias com o uso histórico delas, com a sua inserção prática no
movimento da sociedade. A origem remota da ideologia estaria na
divisão social do trabalho, na propriedade privada.
- A distorção ideológica derivaria da fragmentação da comunidade
humana. Daí o Estado assume o caráter de “comundade ilusória”.
- O dinheiro acabou se tornando a expressão de uma invasão de
todas as esferas da existência humana, pondo preço em todas as
coisas, quantificando tudo. Difundem as imagens de uma objetividade
ilusória, disfarça a realidade das iniciativas contraditórias e das
motivações contrastrantes dos indivíduos divididos. Dificulta realizar
avanços na compreensão das ações humanas.
- O tarablhador dispõe de um dom natural, que é a sua força de
trabalho. O capitalista compra sua força de trabalho, explora o valor
de uso, extrai a mais-valia e só paga ao trabalhador um salário
correspondente a valor de troca que tinha no mercado, no momento
em que foi vendida, antes de ser usada e criar valor.
- Para Engels, a ideologia é um processo que o chamado pensador
executa certamente com consciência, mas com uma falsa
consciência. As verdadeiras forças motrizes que o motivam
permanecem ignoradas; de outra forma, não se trataria de um
processo ideológico.
3. A questão da ideologia entre os Marxistas do início do
Séc.XX
- Dificuldade dos teóricos em assimilar a dimensão mais
acentuadamente dialética da concepção histórica de Marx, depois de
sua morte.
- Lenin observa que não é possível entender a obra de Marx, sem
antes ter estudado a fundo a Lógica de Hegel. Ele se dá conta da
importância da subjetividade na dialética da história, tal como Marx a
concebia. Para Lenin, havia ideologias reacionárias e progressistas.
- A dialética cedia espaço a um certo evolucionismo. A concepção
elaborada por Darwin era transportada para o âmbito da história dos
homens. Marx e Darwin eram complementares, convergentes.
- Além do evolucionismo, os socialistas interpretaram a história
elaborada por Marx como um determinismo econômico. A questão da
ideologia, abordada por Marx era esvaziada de significação. O tema
da ideologia sofria uma desdramatização.
5. Em Mannheim
- Mannheim se dispôs a refletir sobre o tipo de objetividade que
poderia ser alcançada pelas ciências humanas e sociais, desde que
elas reconheçam a inevitabilidade da presença de valores na
perspectiva dos cientistas, renunciassem a pretensão de excluir as
valorizações, preferindo reconhecê-las e controlá-las criticamente.
- Ele queria que os cientistas se enpenhassem na busca de um novo
tipo de objetividade, obtido através da percepção e do controle crítico
das ciências sociais.
- O conceito de ideologia corresponde à necessidade de um
reconhecimento mais efetivo da fecundidade da diversidade de
ângulos para alcançarmos uma visão mais abrangente da realidade.
- Para Mannnheim, as ideologias são sempre conservadoras. Elas
expressam o interesse vital das classes dominantes numa
estabilização da ordem.
- O pensamento de todos os grupos emerge de suas condições de
vida e se liga às circunstâncias, à situação concreta daqueles que
estão pensando.
- O conceito de ideologia abria novas possibilidades que permitiam
aos cientistas sociais transformá-lo num “método de pesquisa da
história intelectual e social em geral”.
9. Em Gramsci
- Gramsci desenvolveu uma interpretação da obra de Marx, a qual ele
achava ser de um “historicismo absoluto”. O pensamento de Marx
desafia a sempre pensar historicamente.
- Ele admitia que o senso comum possuía um caroço de bom senso, a
partir da qual poderia desenvolver o espírito crítico. O senso comum é
difuso e incoerente.
- Concepção fisiológica da ideologia: as idéias derivam de sensações.
Marx e Engels – fundadores da filosofia de práxis – cirticaram essa
posição da ideologia, implicando uma clara superação do termo,
conferindo-lhe naturalmente, um sentido pejorativo. Fazia parte da
super-estrutura.
- Gramsci propunha uma atenção especial para as diferenças internas
da ideologia: “É preciso distinguir entre ideologias historicamente
orgânicas e ideologias arbritárias, racionalizadas, desejadas.”
- A ciência também é uma super-estrutura, uma ideologia. A ideologia
se torna ciência quando assume a forma de hipótese científica de
caráter educativo energético e é verificada pelo desenvolvimento real
da história. O progresso é uma ideologia, o vir-a-ser é uma filosofia.
- a filosofia da práxis se tornou, ela também, preconceito e
superstição.
- A concepção de ideologia adotada por Gramsci está ligada a uma
certa unificação das supra-estruturas em torno dos valores históricos
do conhecimento e da cultura.
10. Em Bakhtin
- Valorização da cultura popular, o vigor dos elementos críticos que
existiam na cultura popular.
- Para Bkhtin, o riso tem o poder de aproximar o objeto, analisá-lo,
desmacará-lo e fazer experiências com ele em completa liberdade.
- Dimensão comunitária da vida humana, solidariedade com os de
baixo, a enfática valorização do corpo, a firme recusa do ascetismo. A
expressão mais espontânea do riso da cultura popular se encontra no
Carnaval.
- A carnavalização da vida cria uma situação que elimina a separação
entre os atores e o público. Um festa que envolve a todos
momentaneamente.
- A narrativa literária polifônica: outra fonte que rompe a crítica
desmistificadora. Bakhtin examinou os romances de Dostoievski, seus
diferentes estilos e linguagens.
- A linguagem, para Bakhtin, é sempre social. Ele concebia a
linguagem e a ideologia como realidades interligadas. “Tudo que é
ideológico é um signo. Sem signo nao existe ideologia.”
- Os signos ideológicos são vivos, dinâmicos, existem se modificando.
Podem refletir ou refratar a realidade.
11. Em Althusser
- Anos 50, bases abaladas do marxismo-leninismo, sendo alvo de
ataques conservadores inteligentes, questinadas por pensadores de
esquerda.
- Althusser começa a elaborar uma obra que tinha como objetivo
reassumir o marxismo-leninismo e submetê-lo a uma releitura que se
distinguia claramente da interpretação feita pela doutrina oficial.
- Para ele, toda sociedade só existe porque consome, e só há
consumo onde há produção. Portanto, toda sociedade se organiza em
função de um determinado modo de produzir os bens materiais de
que necessita e em função da necessidade de reproduzir seu modo
de produção e as condições materiais de produção em
geral(trabahlo).
- Exige que exista um aparelho(repressivo) do Estado – o governo, a
admistração,a polícia etc. – e uma pluralidade de aparelhos
ideológicos de Estado – igrejas, escolas, famílias, jornais, empresas
etc. No primeiro predomina a repressão. No segundo, o que prevalece
é a ideologia. A repressão é secundária.
- O que representa a ideologia para Althusser é a relação do homem
com as suas condições reais de existência. É essa relação que está no
centro de toda representação ideológica.
15. Ideologia e linguagem
- Os termos da linguagem põem a nu os valores das sociedades que
os criaram e os mantêm vivos. É na linguagem que esses valores
expõem suas pretensões à universalidade e suas limitações
particulares.
- A linguagem possui uma ambivalência ineliminável. As palavras
acolhem a marca do critério dos opressores e dos oprimidos.
- A relação da questão da ideologia com a linguagem exige do
observador um esforço teórico no sentido de desenvolver um reflexão
sobre a presença do ideológico na própria estruturação da linguagem,
no sistema de funcionamento da linguagem.
- Para Benjamim, existia a linguagem das coisas e dos homens; a
primeira era divina e a segunda a complementava. “Linguagem
Adâmica”. Para ele, as linguagens primitivas, sensoriais, despunham
de um tesouro ao qual nós, atualmente, neste nosso mundo burguês,
não chegamos a ter acesso.
- Para Bakhtin, a linguagem estava sempre sendo criada, tinha uma
existência dinâmica, e o povo desempenhava um papel
absolutamente essencial nesse processo de criação permanente.
- Para Habermas, o sujeito não é um bom fundamento epistemológico
para uma teoria que pretende entender o movimento da realidade
social. Se partirmos do sujeito, não conseguiremos superar certo
subjetivismo. Segundo ele, a base capaz de nos proporcionar a
possibilidade de compreender com alguma objetividade(não
coisificada) a nossa realidade é a intersubjetividade. E a chave é a
linguagem.
- A linguagem deve ser reconhecida como o meio simbólico essencia
pelo qual o real pode ser conhecido. É na linguagem que podemos
efetivamente tomar consciência do nosso ser e do ser do mundo.
- Em Benjamim, Bakhtin e Habermas, podem ser encontrados
elementos preciosos para uma reflexão sobre as relações entre a
questão da ideologia e a linguagem. A infinita ambiguidade das
palavras, do real, da irredutibilidade do real.
- Como o movimento da realidade é infinito, o movimento do discurso
sobre ela jamais poderá construir uma ordem acabada, uma
totalidade fechada, um sistema definitivo, completamente feito em si
mesmo.
- O paradoxo da linguagem – aquele pelo qual ela nos remete
implacavelmente a uma realidade que vai além dos seus domínios –
ajuda a perceber que a questão da ideologia não pode ser
efetivamente resolvida no âmbito exclusivo da linguagem.
16. Objeções à ideologia
- O conceito marxista de ideologia é o que prevalece nas abordagens
dos problemas das relações do conhecimento.
- A importância assumida pelo conceito marxista de ideologia pode
ser reconhecida pelos questionamentos que determinados autores lhe
fazem.
Ricoeur
- Uma crítica desenvolvida por Ricoeur foi a de que o grau de
verdade a que os seres humanos podem aspirar não parece ser
compatívelcom uma rígida contraposição do científico ao ideológico e
depende, antes, da procura de uma relação intimamente dialética
entre ciência e ideologia. Para ele, a ideologia funciona como reflexo
da realidade, e como justificação e projeto.
Bordieu
- Imposição de uma visão androcêntrica à sociedade, como uma
forma de violência simbólica, violência suave, insensível, invisível às
suas próprias vítimas. Bordieu não gosta do termo ideologia. Prefere
trabalhar com outro conceito, que ele chama de doxa.
- O conceito de doxa evita que as atividades concretas dos homens
apareçam como mais do que efetivamente são; evita que elas sejam
apresentadas sempre como consequências de opções conscientes,
decisões tomadas por sujeitos.
- Bordieu parte de uma aguda percepção crítica do equívoco de uma
perspectiva voluntarista, que privilegia os fatores subjetivos nas
ações históricas, porém se inclina de tal modo na direção oposta que
chega a reduzir os fatores subjetivos a elementos meramente
complementares dos movimentos objetivos da sociedade.
Foucault
- Proposta de uma insurreição nos saberes, considerados – todos –
provisórios. Ele se serve de uma arqueologia do saber, destinada a
ajudá-lo no estudo de uma genealogia do poder.
- Existência de uma mecânica poliforma, que gera uma multidão de
sujeitos sujeitados.
- Para Foucault, a noção de ideologia é inutilizável por três motivos:
1) está sempre em oposição a alguma verdade;
2) refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito;
3) está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve
funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica,
material etc.
- Foucault enterra a verdade, e tenta substituí-la pelo efeito de
verdade, sem que se perceba exatamente qual é o proveito extraído
da mudança. Arquiva o sujeito e nem por isso consegue avançar na
compreensão da história.
20. Ideologia e arte
- O conhecimento nao depende somente da razão, por mais que seja
imprescindível o nosso pensamento racional. Aprendemos o mundo
também pela sensibilidade.
-Intuições, percepção sensorial, sensações, sentimentos, imaginação.
Nos casos de atrofia sensorial, o sujeito tende a promover o
engessamento dos conceitos.
-Necessidade das expressões do conhecimento sensível serem
proporcionados pelas artes.
- Tentar aprender a realidade por todos os meios, pela sensibilidade,
como também pela razão.
- A arte depende do uso da forma, do artista na utilização dos
elementos materiais da linguagem artística. A questão da forma está
presente em todas as batalhas vencidas pela criação artística.
- Para Lukács, o conhecimento científico avança na medida que é
desantroporfomizador. Por outro lado, o conhecimento artístico é
antropoformófico, pois ele lida com uma matéria da qual a dimensão
subjetiva é ineliminável.
- A arte transfigura a realidade. A ciência busca o rigor através da boa
demarcação das áreas que investiga com o máximo de objetividade.
- As formas de arte não são inimigas das formas dos objetos e seres
existentes da natureza, porém não se prendem às formas naturais.
Elas nascem de necessidades humanas de expressão, são formas
expressivas.
- A ideologia dominante não consegue encobrir na consciência dos
grandes artistas a percepção de uma contradição crucial.
- A arte tem sido expressão de insatisfação, de questionamento,
revolta, em face do modo em que está organizada a sociedade.
- A arte não é imune às distorções ideológicas.
- Dinâmica da desideologização. Análise das consequências da
crescente absorção da produção artística em geral pelos mecanismos
de mercado. Valor de troca em oposição ao valor de uso, estudado
por Marx. Isso afeta as criações artísticas de diversas maneiras.
- No âmbito da criação artística, a ação da ideologia atua também na
limitação dos horizontes; se manifesta mais no que não está sendo
visto do que naquilo que está sendo enxergado.
- A ideologia pega carona na argumentação que se dispõe a
desmascará-la.
21. Ideologia e ética
- Os indivíduos que negam o vínculo que os ligam à comunidade são
pessoas que renegam a ética. Busca pela universalização, algo de
universal que existe dentro de cada indivíduo.
- Kant fala de uma sociabilidade insociável dos seres humanos. O
egoísmo engessa a singularidade, deforma o movimento de
universalização e esvazia a ética.
- É difícil encontrar uma fundamentação teórica franca para a
ideologia do egoísmo cínico radical. Há também uma dissolução
tendencial das pessoas nas coletividades.
- A comunidade está esgarçada. Ela deve ser mediadora entre a
singularidade dos indivíduos e a universalidade do gênero humano.
- Comunidades particulares; religiões, partidos políticos, empresas,
organizações culturais etc. Território fecundo para a disseminação de
distorções ideológicas eticamente muito problemáticas e
politicamente muito perigosas.
- Todas as comunidades que correspondem à necessidade de
mediação entre o indivíduo e a humanidade podem sempre sofrer
graves deformações ideológicas. Não está imune ao fanatismo, que
se caracteriza pela intolerância drástica aos que nao partilham de sua
crença.
- A idealização da condição humana é um caminho usualmente
trilhado pela distorção ideológica que se manifesta na ética. Ela pode
aconpanhar e apoiar o movimento hedonista, como pode, também, se
expressar na linha do ascetismo, da renúncia aos prazeres, da
subestimação do corpo.
22. Ideologia e cotidiano
- O nível da percepção cotidiana da realidade. Atividades humanas
correspondem um nível de consciência que passamos a denominar
consciência cotidiana.
- Fixa sempre numa relação imediata com o que aprende, submetida
às pressões, a consciência cotidiana tende a permanecer muito
próxima da superfície da empiria.
- Incorre a unilateralidades. Mesmo pessoas que desenvolveram
capacidades extraordinárias no plano da pesquisa, da criação, da
teoria, ao se moverem no plano prático, se servem de formas de
concepção e entendimento típicos da consciência cotidiana. Ninguém
escapa da cotidianidade.
- Agnes Heller disse que a atividade cotidiana não chega a ser práxis
e a consciência cotidiana não chega a ser teoria.
- A consciência cotidiana precisa de certa espontaneidade e
dispersão. Constitui um terreno fértil para a proliferação de
preconceitos.Ultrageneralização que pode vir do uso da generalização
desmesurada, carregada de forte preconceito.
- Diversão, como fator em que o indivíduo pode – ou não – estar se
alienando.
- Tese da revolução tecnológica introduzida por Giddens. O impacto
produzido na vida cotidiana. As inovações produzidas são, com
frequência, ambíguas. Elas mudaram muito mais a condição da vida
cotidiana dos indivíduos, do que as vida cotidiana nas comunidades.
23. Ideologia e política
- Campo da política – onde a ideologia manifesta mais explicitamente
de enviesamento.
- o político é levado a misturar o universal com o particular. É a
confusão dos dois pólos que manifesta a presença do viés ideológico.
- Cada indivíduo, ao intervir na política, tende a acreditar que seu
ponto de vista é mais adequado às necessidades ou às conveniências
da humanidade, do que o ponto de vista do outro.
- Capacidade de se auto-iludir confere aos detentores de poder e de
riqueza, uma eficiência maior na argumentação, no modo como
iludem os outros.
- A ideologia conservadora atua de duas maneiras diversas:
1)Em uma linha explicitamente antidemocratica, de oposição ao
processo;
2)Em uma linha que declara sua adesão ao movimento de construção
e aprimoramento da cidadania, porém de fato subordinada o apoio à
preservação do controle feito por setores de elite.
- O elitismo é bem mais sutil do que as tendências ostensivamente
antidemocráticas. Sempre existiram os que governam de um lado, e
os que são governados, do outro. Categorias que sempre existirão.
- A distorção ideológica do elitismo está na incapacidade de seus
teóricos para enxegar as potencialidades de do aprendizado das
camadas populares através da participação ampliada no exercício da
cidadania.
- Umas das carácterísticas da ideologia está no fato de que ela se
revela com maior franqueza na ação do que no discurso.