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FICHAS DE IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MERCADO SETOR Agroalimentar TIPO DE PRODUTO Produtos de base Vegetal MERCADO ALVO Suécia RELAÇÕES ECONÓMICAS Ano Referência 2016 Tendência Valores em euros 1 Valor total das importações de bens 127.108.489.000€ X 2 Valor total das importações do setor Agroalimentar 14.670.442.000€ X Percentagem 3 Valor das importações do setor / valor total das importações 11,54% Fonte: Internacional Trade Centre (ITC), segundo os códigos indicados de posições pautais dos produtos. PLANO DE AÇÃO SETORIAL PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO I. LINHAS ESTRATÉGICAS Em 2015, o consumo doméstico de bens alimentares e bebidas na Suécia alcançou 228 mil milhões de Coroas Suecas (SEK), correspondentes a cerca de 24 mil milhões de Euros (EUR), ou seja, mais 2,5% face a 2014. Os produtos hortofrutícolas e o grupo do pão e cereais foram dois dos segmentos de maior relevo, com quotas de 15% e 14%, respetivamente. No que concerne às importações, a Suécia está a tornar-se cada vez menos autossuficiente no domínio dos bens alimentares. A maioria das importações diz respeito a produtos que não são produzidos no país, tais como as frutas e vegetais. Em 2016, excluindo os vinhos e os azeites (alvo de análise no âmbito de outra fileira neste programa), os principais produtos agroalimentares de origem vegetal importados pela Suécia foram os seguintes: café e seus sucedâneos (419,9 milhões EUR), bananas frescas (162,5 milhões EUR), tomate fresco ou refrigerado (147,8 milhões EUR), bagaços e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja (106,2 milhões EUR), óleo de palma e respetivas frações (94,2 milhões EUR), produtos à base de cereais, obtidos por expansão ou por torrefação (86 milhões EUR) e maçãs frescas (85,1 milhões EUR). No referente aos produtos importados a partir de Portugal, destacam-se os seguintes: tomates preparados ou conservados, exceto em vinagre ou em ácido acético (9,3 milhões EUR), preparações para alimentação de crianças, acondicionadas para venda a retalho, à base de farinhas (5,4 milhões EUR), framboesas frescas (2,2 milhões EUR), preparações para caldos e sopas; caldos e sopas preparados (1,6 milhões EUR), ketchup e outros molhos de tomate (412 mil EUR), mirtilos frescos (245 mil EUR), couves e produtos semelhantes frescos ou refrigerados (143 mil EUR) e morangos frescos (121 mil EUR). II. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE PRODUTO Uma das principais tendências verificadas no mercado alimentar sueco é a introdução de produtos ecológicos com certificação orgânica e/ou com o selo de Comércio Justo (Fairtrade). Em 2015, atingiram-se valores inéditos, com 23 mil milhões SEK (cerca de 2,42 mil milhões EUR, mais 40% face a 2014) de vendas de produtos alimentares biológicos,

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FICHAS DE IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES DE MERCADO

SETOR Agroalimentar

TIPO DE PRODUTO Produtos de base Vegetal

MERCADO ALVO Suécia

RELAÇÕES ECONÓMICAS

Ano Referência 2016 Tendência

Valores em euros

1 Valor total das importações de bens 127.108.489.000€ X

2 Valor total das importações do setor Agroalimentar 14.670.442.000€ X

Percentagem

3 Valor das importações do setor / valor total das importações 11,54%

Fonte: Internacional Trade Centre (ITC), segundo os códigos indicados de posições pautais dos produtos.

PLANO DE AÇÃO SETORIAL PARA A INTERNACIONALIZAÇÃO

I. LINHAS ESTRATÉGICAS

Em 2015, o consumo doméstico de bens alimentares e bebidas na Suécia alcançou 228 mil milhões de Coroas Suecas

(SEK), correspondentes a cerca de 24 mil milhões de Euros (EUR), ou seja, mais 2,5% face a 2014. Os produtos

hortofrutícolas e o grupo do pão e cereais foram dois dos segmentos de maior relevo, com quotas de 15% e 14%,

respetivamente.

No que concerne às importações, a Suécia está a tornar-se cada vez menos autossuficiente no domínio dos bens

alimentares. A maioria das importações diz respeito a produtos que não são produzidos no país, tais como as frutas e

vegetais.

Em 2016, excluindo os vinhos e os azeites (alvo de análise no âmbito de outra fileira neste programa), os principais

produtos agroalimentares de origem vegetal importados pela Suécia foram os seguintes: café e seus sucedâneos

(419,9 milhões EUR), bananas frescas (162,5 milhões EUR), tomate fresco ou refrigerado (147,8 milhões EUR), bagaços

e outros resíduos sólidos da extração do óleo de soja (106,2 milhões EUR), óleo de palma e respetivas frações (94,2

milhões EUR), produtos à base de cereais, obtidos por expansão ou por torrefação (86 milhões EUR) e maçãs frescas

(85,1 milhões EUR).

No referente aos produtos importados a partir de Portugal, destacam-se os seguintes: tomates preparados ou

conservados, exceto em vinagre ou em ácido acético (9,3 milhões EUR), preparações para alimentação de crianças,

acondicionadas para venda a retalho, à base de farinhas (5,4 milhões EUR), framboesas frescas (2,2 milhões EUR),

preparações para caldos e sopas; caldos e sopas preparados (1,6 milhões EUR), ketchup e outros molhos de tomate

(412 mil EUR), mirtilos frescos (245 mil EUR), couves e produtos semelhantes frescos ou refrigerados (143 mil EUR) e

morangos frescos (121 mil EUR).

II. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE PRODUTO

Uma das principais tendências verificadas no mercado alimentar sueco é a introdução de produtos ecológicos com

certificação orgânica e/ou com o selo de Comércio Justo (Fairtrade). Em 2015, atingiram-se valores inéditos, com 23

mil milhões SEK (cerca de 2,42 mil milhões EUR, mais 40% face a 2014) de vendas de produtos alimentares biológicos,

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o que corresponde a mais de 10% do mercado alimentar sueco. Deste valor, 66% se referem ao setor de retalho, 16%

ao canal Horeca, 15% ao Systembolaget (monopólio estatal de comércio de bebidas alcoólicas) e 3% a exportações.

Os produtos portugueses podem ter sucesso neste segmento, sendo o segmento ecológico uma via mais fácil de

entrada no mercado sueco. Dada a crescente importância da certificação dos bens alimentares para o consumidor

sueco, a entrada no mercado dos produtos ecológicos só será viável através da oferta de produtos certificados,

nomeadamente ao nível da qualidade, comércio justo e desenvolvimento sustentável. Neste sentido, uma das

certificações a considerar é a certificação KRAV, que visa atestar a sustentabilidade económica, orgânica e social da

produção alimentar. Esta certificação tem uma grande notoriedade na Suécia, sendo por isso uma grande vantagem.

Os padrões desta norma satisfazem a regulação da UE para a produção orgânica e, nalguns casos, são ainda mais

exigentes. Para usufruir desta certificação aquando da exportação para a Suécia, existem duas opções: encontrar um

importador interessado certificado pela KRAV, ou tornar-se uma empresa certificada (para mais informações sobre a

certificação KRAV, consultar o website: http://www.krav.se/english).

Por outro lado, existe também um grande mercado para os produtos não-orgânicos. Segmentos como o low cost,

marcas do distribuidor e produtos gourmet exclusivos também estão em crescimento. Assim, um preço competitivo

pode também ser uma estratégia viável, bem como a oferta de produtos distintos.

O mercado sueco tem muito boa aceitação de produtos novos, inexistentes no mercado, cujo nome e características

poucos conheçam. Em geral, os pratos e ingredientes culinários internacionais são populares no mercado sueco.

III. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE PREÇO

A comercialização via agente, importador ou grossista destina-se mais ao segmento médio/alto, visto que a comissão

destes varia entre os 5% e os 15%. As margens dos retalhistas variam entre os 150% e os 200%.

Por outro lado, o consumidor sueco está disposto a pagar mais, por exemplo, por um produto biológico, sendo este

um fator diferenciador considerável no mercado.

IV. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO

Uma grande parte dos consumidores suecos quer saber qual é a origem dos alimentos que consomem. Apesar de

fatores como o sabor, preço e qualidade serem também importantes, um estudo da European Consumers’

Organization (BEUC) concluiu que, no caso dos produtos hortofrutícolas, 74% dos consumidores consideram a origem

como um dos fatores mais importantes na decisão de compra. Além disso, caso os produtos sejam vendidos com

embalagem, é obrigatória a indicação do país de origem; se forem vendidos à peça num cesto aberto, esse cesto deve

ter a mesma indicação. Deve, portanto, apostar-se em rótulos de garantia de autenticidade de produção

local/regional, assegurando uma diferenciação dos produtos portugueses com base na sua identidade própria,

superando alguma falta de notoriedade dos mesmos. Havendo essa possibilidade, será também uma vantagem

"contar uma história" sobre a produção, como uma longa tradição familiar ou algo similar.

Os suecos estão a tornar-se cada vez mais interessados em Portugal, devido ao aumento do número de viagens. Isto

pode beneficiar, nomeadamente, os produtos hortofrutícolas produzidos no nosso país.

Por outro lado, a Suécia é um país com grandes preocupações ambientais, devendo a sustentabilidade ambiental ser

um eixo central na política de comunicação. No início de 2017, a cadeia de supermercados ICA começou a marcar

alguns hortofrutícolas orgânicos com laser, substituindo os tradicionais autocolantes. Além do benefício ambiental

considerável, este método permite ver claramente o nome do produto e país de origem ao longo de toda a cadeia de

suprimento.

V. LINHAS ORIENTADORAS / POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO

Existe neste país um considerável domínio das grandes cadeias de retalho, que têm elevado poder negocial. A

distribuição é dominada por quatro grandes grupos: ICA, Coop, Axfood (supermercados Hemköp e Willys) e

Bergendahls (cadeia grossista City Gross), que desenvolvem a sua atividade também no setor grossista. Todos estes

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Avaliação Global da Oportunidade

★★★★☆

grupos têm departamentos próprios de compras e importações. O Grupo ICA tem uma unidade especial (ICA Frukt &

Grønt) que lida exclusivamente com a importação de frutas e legumes, fornecendo também lojas independentes e

restaurantes. Relativamente ao grupo Coop, apesar de ter também a sua própria unidade de importações, as

importações de produtos hortofrutícolas são executadas pela Everfresh, um importador independente (que fornece

também o grupo Bergendahls). O mesmo se verifica para o Grupo Axfood: a sua unidade de compras ocupa-se de

todas as importações, exceto de produtos hortofrutícolas, a cargo do grupo Saba Trading, que é também o principal

fornecedor de várias cadeias de lojas de conveniência e grandes restaurantes. A importação e distribuição de

produtos hortofrutícolas é, assim, dominada por estes três grupos: Everfresh, ICA Frukt & Grönt e Saba Trading. Todos

estes têm a sua base de operações em Helsimburgo, uma importante cidade portuária no sul do país.

Nos últimos anos, tem-se assistido ao aumento da presença das cadeias alimentares discount (Lidl e Netto), prevendo-

se que essa tendência se acentue nos próximos anos.

Existem também grossistas para diferentes segmentos do setor alimentar. Assim, o segmento de lojas de conveniência

é fornecido principalmente pelos grupos Axfood Närlivs, Menigo e Privab. O canal Horeca é fornecido por inúmeros

grossistas, dos quais três dominam o mercado: Martin & Servera (grupo Axfood), Menigo e Svensk Cater.

A entrada nas grandes cadeias de retalho afigura-se difícil. As cadeias discount, por seu turno, não serão os canais de

venda ideais, na medida em que existe um maior foco no preço e os consumidores estão menos interessados em

produtos orgânicos. Uma outra possibilidade é a entrada em lojas online, como a Mathem (www.mathem.se), em que

os níveis de qualidade e de preços são geralmente superiores aos das cadeias de retalho.

No domínio da indústria de processamento alimentar, de grande relevo neste país, os fabricantes de sumos de fruta e

processadores de frutas e vegetais fazem parte dos grupos que mais dependem de importações. Além destes,

também os produtores de iogurtes, gelados, compotas e pastelaria usam frutas, tal como os produtores de queijos de

barrar usam alguns vegetais.

VI. CONDIÇÕES LEGAIS DE ACESSO AO MERCADO

As mercadorias com origem na UE encontram-se isentas de controlos alfandegários, sem prejuízo, porém, de uma

fiscalização no que respeita à respetiva qualidade e características técnicas.

As transmissões intracomunitárias de bens são isentas de IVA em território nacional. São, no entanto, sujeitas a

tributação no Estado membro de destino dos bens. O IVA (VAT – Value Added Tax) sueco para os produtos destinados

à alimentação humana é de 12%.

As principais entidades reguladoras e certificadoras de produtos orgânicos são a National Food Agency (NFA SE) e a

Krav (Krav).

VII. AVALIAÇÃO GLOBAL DA OPORTUNIDADE

VIII. CONTACTOS ÚTEIS

Instituição Âmbito Website Pessoa de contacto

Função Contacto tel. Email

Gourmet Food

Grossista de produtos alimentares gourmet

GFood Arne Andersson Departamento de compras

+46 8-600 52 00

[email protected]

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Menigo

Grossista e cadeias de retalho próprias. Foco em produtos de qualidade superior.

Menigo

Jenny Pränting Rådeström

Gestor de compras

+46 8-722 14 00

[email protected]

Simmo World Food AB

Importador de produtos alimentares

Simmo Ayman Diretor de Compras

+46 31-21 06 42

[email protected]

GG Handel

Importador e grossista de produtos alimentares, fast food e gourmet

GGHandel

Josefin Haglund Pernilla Dahl

+46 511-244 00

[email protected]

Everfresh

Importador e grossista de frutas e legumes para a COOP e outros

Everfresh +46 (0)42-450 23 00

[email protected]

Mathem Grande loja de alimentos online

Mathem +46 20 15 10 10

[email protected]

Dagsmeja Importador e loja online orgânica

Dagsmeja +46 31 - 23 02 03

[email protected]

Dole

Importador e grossista de frutas, legumes e flores

Dole +46 42 24 95 00

[email protected]

IX. FEIRAS E EVENTOS ÚTEIS

Evento Local / Data Website

Sthlm Food & Wine (antiga Mitt Kök) Estocolmo / 9-12 Novembro 2017 SthlmFW

Nordic Organic Food Fair Malmö / 15-16 Novembro 2017 NordicOrganic

Passion För Mat Gotemburgo / 02-04 Março 2018 PassionForMat

Food Ingredients Nordic Malmö / 11-12 Abril 2018 FoodIngredients

Gastronord & Vinordic Estocolmo / 24-27 Abril 2018 Gastronord

X. OUTRAS INFORMAÇÕES ÚTEIS

A AICEP disponibiliza vários documentos com informação relativa ao mercado Sueco, que podem ser consultados

acedendo ao website, no separador Mercados Externos, selecionando o país, ou através do link

http://www.portugalglobal.pt/PT/Internacionalizar/Paginas/MercadosExternos.aspx?marketId=98.

Está disponível um documento relativo ao mercado Sueco dos Bens de Consumo Alimentar, que pode ser consultado

acendendo à Informação Setorial sobre o país, ou através do link

http://www.portugalglobal.pt/PT/Biblioteca/Paginas/Detalhe.aspx?documentId=7994948c-627c-413a-a313-

3f05a8810f03.

A Câmara de Comércio Sueca disponibiliza um relatório sobre o setor alimentar, que pode ser consultado acendendo ao

website (http://chambertradesweden.se/marketreports/), ou através do link http://chambertradesweden.se/wp-

content/uploads/2016/06/Market-Report-FOOD-June-2016.pdf.

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XI. RECOMENDAÇÕES DE NEGOCIAÇÃO

•Falar inglês

•Ser honesto

•Fazer apresentações concisas informativas

•Oferecer bom rácio preço/qualidade

•Contactar atempadamente

•Optar por materiais sustentáveis

•Visitar Feiras

•Estar pronto para o compromisso

•Contratar um intérprete

•Fazer apresentações pouco esclaracedoras

•Planear visita para o verão ou época de Natal

•Chegar atrasado e não informar

•Ser demasiado emocional