22
Trabalho Conclusão Curso Aluno (a): Cesar Hipólito Pinto Título do projeto: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Física Orientador (a): Norberto Aranha Co-orientador (a): Emerson Gomes RELATO DA PESQUISA Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Física Cesar Hipólito Pinto, Emerson Gomes, Norberto Aranha [email protected],[email protected],[email protected] Licenciatura em Física Professor (a)

Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Trabalho Conclusão Curso

Aluno (a): Cesar Hipólito Pinto

Título do projeto: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Física

Orientador (a): Norberto Aranha

Co-orientador (a): Emerson Gomes

RELATO DA PESQUISA

Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Física

Cesar Hipólito Pinto, Emerson Gomes, Norberto Aranha

[email protected],[email protected],[email protected]

Licenciatura em Física – Professor (a)

Page 2: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam
Page 3: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

SUMÁRIO

1 - Introdução 04

2 – Objetivo Geral 04

3 – Objetivo Especifico 04

4 – Descrição dos Aplicativos 05

4.1 - OpenRocket 05

4.2 - Tracker 08

5 – Projeto do Protótipo UNISO 101 09

5.1 - Partes do protótipo UNISO 101 09

5.2 - UNISO 101 – modelo de voo 10

5.3 - Modelo de aletas 11

5.4 - Centro de Gravidade e Pressão 12

6 – Montagem do Protótipo 13

6.1 – Combustível 13

7 – Simulações e testes de campo 14

7.1 – Calculo de empuxo 15

7.2 – Empuxo I 15

7.3 – Empuxo II 16

7.4 – Teste foguete I 17

7.4 – Teste foguete II 18

8 – Considerações finais 20

9 – Referências 20

Page 4: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

1. Introdução

Projetos de foguetes é um esporte que envolve a concepção, construção e lançamento foguetes

desenvolvidos por projetistas amadores ou engenheiros. Os Foguetes variam muito em

tamanho, forma, peso e sua construção em escala. O esporte é relativamente popular e é

frequentemente citado como uma fonte de inspiração para as crianças a se tornarem engenheiros

e cientistas.

Este projeto teve início com uma primeira etapa no trabalho de iniciação cientifica de 2011 que

foi desenvolvido baseado no uso de garrafas PET, isto é, desenvolver um foguete com propulsão

a agua pressurizada e utilizar todo este processo aplicar com alunos do ensino médio para

aprendizado de Física e seus conceitos.

Esses dispositivos permitem ao educando verificar e refletir sobre diversos conceitos

relacionados à cinemática e à dinâmica. Além disso, esses tipos de foguetes podem ser

construídos com materiais de baixo custo, permitindo ao estudante um processo de

aprendizagem que privilegia tanto a interação entre os seus parceiros quanto a possibilidade do

educando construir dispositivos e realizar experimentos de forma lúdica.

Como segunda parte do projeto original evoluímos para construção de protótipo de foguete

metálico e motor a combustão semelhante aos modelos reais que temos oportunidade de ver a

todos momento sendo lançado pelas agências espaciais em todo o mundo.

Para atingir nosso projeto fizemos uso de vários aplicativos livres e gratuitos existentes hoje na

internet, como OpenRocket, Tracker e Physics 101 que permitiram, dimensionar, construir e

testar virtualmente o protótipo antes de sua confecção pela engenharia espacial.

2. Objetivo geral

Este projeto tem como meta, desenhar, projetar e testar virtualmente um protótipo de foguete a

combustão e em seguida manufatura-lo em oficina de materiais metálicos e lança-lo para

comparação de resultados, analise de velocidade, aceleração, altura, etc....

3. Objetivo especifico

Usando os softwares OpenRocket, Tracker e Physics 101, iremos desenhar, projetar um

protótipo de foguete a combustível solido para testes, sendo um projeto minucioso que requer

planejamento e precisão, cada etapa foi feita em aplicativos conforme especialidade:

OpenRocket: desenho e modelagem 3D do protótipo, definição de características de matérias, formas do corpo, cone e aletas, assim como dimensionamento do motor a ser

utilizado.

Tracker: ferramenta de análise de comportamento de voo a partir da filmagem realizada durantes testes de campo.

Physics 101: ferramenta que a partir de dados gerados pelo tracker como, aceleração e

velocidade podemos tirar conclusões de altitude, forca de arrasto e assim otimizar o

projeto do foguete nos futuros lançamentos.

Page 5: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

O foguete real e seus testes de campo se tornam mais eficientes a partir das análises geradas

pelos aplicativos.

4. Descrição dos aplicativos

4.1. OPENROCKET

A janela do usuário foi projetada com a intenção de ser robusta, mas ainda fácil de usar,

mesmo para usuários inexperientes. A janela principal, representado na Figura 1 (a) com o

projeto de um foguete exemplo já existente no aplicativo, consiste em um desenho

esquemático de foguete, a estrutura da árvore dos componentes de foguetes (1) e botões

para adicionar novos componentes para a estrutura (2). Os componentes podem ser

selecionados ou editados clicando na árvore ou o componente no diagrama esquemático. Os

componentes selecionados são desenhados em negrito para dar uma pista visual para a

posição do componente.

Figura 1ª – Aplicativo OpenRocket, definição de corpo, tubeira e aletas.

O desenho esquemático pode ser visto de várias maneiras, a partir do lado ou por trás, pode

ser ampliada ou reduzida e rodado ao longo da linha central. A visão diagrama esquemático

também apresenta informações básicas sobre o foguete, como o nome do projeto,

comprimento, diâmetro máximo, massa e possíveis avisos sobre o design. Ele também

calcula as posições do Centro de Gravidade e Centro de Pressão (CG e CP estão detalhados

na sessão 2 deste documento).

Além disso, a simulação é executada automaticamente em segundo plano após cada

modificação e os principais resultados são apresentados no canto inferior esquerdo do

diagrama (3).

Muitos usuários estão interessados na altitude máxima ou velocidade do foguete, e isso

permite uma retroalimentação de imediato sobre o efeito das mudanças que estão fazendo

1

2

3

Page 6: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

com o projeto virtual. A informação de voo normalmente leva menos de um segundo para

atualizar.

A parte superior da janela principal também pode ser alterado para exibir os resultados da

simulação, Figura 1 (b). Muitas simulações podem ser adicionadas com diferentes

condições de lançamento e configurações de motor para investigar seus efeitos. Cada

simulação tem uma linha que apresenta as informações básicas.

A primeira coluna indica uma pista visual imediata para o estado da simulação; uma bola

cinza indica que a simulação não foi executada ainda, verde indica uma simulação

atualizada, vermelho indica que o projeto foi alterado após a simulação foi executado e

amarelo indica que a informação simulação foi carregado a partir de um arquivo, mas que

o arquivo afirma que ele está atualizado. As simulações podem ser executadas uma ou várias

vezes, de acordo com necessidade do usuário.

Figura 1b – Aplicativo OpenRocket, definição de corpo, tubeira e aletas.

A Figura 2 mostra duas caixas de diálogos que são utilizados para modificar e analisar os

desenhos. Os componentes são editados usando uma pequena janela de diálogo que permite

o usuário preencher os valores numéricos exatos e assim especificando a forma do

componente ou usar barras de rolamento para modificá-los. O usuário pode alterar as

unidades clicando sobre eles, ou definir valores padrão de preferências. Diferentes abas

permitem o controle sobre a massa e configurações de substituição CG, opções de cores,

montagem do motor e opções de cluster e muito mais. A análise de componentes mostrado

na figura pode ser utilizada para analisar o efeito dos componentes individuais sobre a

estabilidade, características de arrasto e características totais do foguete.

Page 7: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Figura 2 – Janelas de diálogo para editar as propriedades de um cone do nariz e para analisar a

influência dos componentes individuais sobre as características de estabilidade, arrasto e corpo do

foguete.

Da mesma forma, as condições de lançamento e as opções do simulador podem ser editados

na caixa de diálogo correspondente. As opções do simulador também permitem que o

usuário defina simulações personalizadas para usar nos testes virtuais. A caixa de diálogo

de edição de simulação também é usada para posterior a análise de dados. Os dados

simulados podem ser representados graficamente em uma variedade de formas, como

mostrado na Figura 3.

Page 8: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Figura 3 – Janela de diálogo para alterar as opções de simulação e um gráfico do voo do foguete.

O programa permite também exportar os dados de voo em formato CSV (formato de

planilha Excel) para posterior análise usando outras ferramentas.

4.2. TRACKER– Analise de dinâmica física de corpos.

Aplicativo Tracker é um software livre de análise da dinâmica de corpos e ele é apropriado

para nosso propósito de analisar o comportamento do movimento do foguete de determinar

parâmetros interessantes como altura, velocidade e aceleração e assim comparar com os

resultados alcançados pelo aplicativo OpenRocket.

Para cumprir com esta tarefa, durante a fase de testes de campo, precisamos de uma

filmagem perpendicular ao plano de lançamento do foguete a partir desta tomada de

imagem, lançamos o conteúdo no software e montamos o processo de análise conforme

abaixo.

Page 9: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

5. Projeto do Protótipo UNISO 101

Em virtude do projeto do foguete a combustão ser mais complexo no contexto de magnitude,

material e processo construtivo, precisamos realizar testes de estabilidade, uma vez que são

necessários cálculos avançados de Centro de Gravidade e Centro de Pressão, para tal

realização desta tarefa usamos o aplicativo de código aberto OpenRocket disponível na

internet.

Construímos o UNISO 101, primeiramente colocamos as dimensões do corpo do foguete,

assim como o cone, tubeira e aletas (figura 4), cada componente tem o material bem

especificado, neste modelo usamos alumínio aeronáutico 6061-T6, material de alta

resistência para suportar condições extremas de esforço mecânico e de temperatura que são

necessários nos testes de lançamentos.

5.1. Partes do protótipo UNISO 101

Os principais componentes de um foguete são o tubo do corpo (1), suporte do motor, aletas

(2), cone (3) e sistemas de recuperação. Foguetes são geralmente de materiais leves como

alumínio. O tubo do corpo é a estrutura principal do foguete. Determina que a forma

principal é geralmente longo e delgado. Todas as outras partes estão ligados ao tubo do

corpo. O corpo mantém o motor posicionado dentro da fuselagem enquanto as aletas dão

estabilidade direcional e ajudam o foguete voar alinhadamente. O cone é anexado ao topo

do foguete e com esta forma permite cortar o ar com mais eficiência e reduzir o arrasto.

Page 10: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Figura 4 – desenho UNISO 101 no OpenRocket

Dimensões e partes do protótipo UNISO 101, (figura 5).

Figura 5 – esquemático do protótipo que foi inserido no OpenRocket, medidas em mm.

5.2. UNISO 101 – modelo de voo.

Empuxo é a força que faz movimento de foguete fora da plataforma de lançamento. O

lançamento é uma demonstração da Terceira Lei de Newton: "Para cada ação há uma reação

igual e oposta." A ação do gás que escapa através do bocal do motor leva a reação do foguete

movendo-se na direção oposta.

1

2

3

Page 11: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

O propulsor está contido no invólucro que chamamos de núcleo e este é inserido dentro do

corpo do foguete. Na base do foguete fica a tubeira que é feito de material resistente a

temperatura e extremamente rígido. O ignitor colocado através da tubeira é aquecido por

uma corrente eléctrica fornecida por um dispositivo disparador alimentado por bateria. O

ignitor quente inflama o propulsor sólido no interior do motor, que produz gás enquanto ele

está sendo consumido. Este gás provoca pressão dentro do motor do foguete, que deve

escapar através da tubeira. O gás escapa em alta velocidade e produz impulso.

O rápido movimento do foguete agora começa desacelerar (retardar devido à força da

gravidade e ao atrito quando se move através da atmosfera. O efeito deste atrito atmosférico

é chamado de arrasto).

Quando o foguete já desacelerou o suficiente, ele vai parar de subir e começar processo de

queda. Este ponto alto ou pico de altitude é o apogeu. O foguete pode ser preparado para

outro lançamento.

5.3. Modelo de aletas

O objetivo principal das aletas em um foguete é servir como sistema de controle. Aletas dão

estabilidade direcional e ajudam o foguete a voar de forma direcionada. Aletas de foguetes

podem ser feitas de plástico, madeira ou alumínio. Aletas rígidas devem ser fixadas de forma

simétrica de três, quatro ou mais, as quatro formas mais comuns de aletas são retangulares,

elípticas e cônica.

O efeito de arrasto é uma das principais preocupações na concepção de aletas. Arrasto é a

força de atrito ou resistência entre a superfície de um objeto em movimento e o ar.

A forma de uma aleta é um fator que determina a quantidade de efeito de arrasto que é

produzido no voo do foguete.

Para UNISO 101, utilizamos a opção de aletas customizadas, desenhamos o formato da aleta

com dimensões predefinidas e realizamos testes de conformidade (figura 6).

Figura 6 – Desenho de aletas.

Page 12: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

5.4. Centro de Gravidade e Pressão

O aplicativo “OpenRocket” nos permite identificar com exatidão o centro de gravidade e

centro de pressão, uma vez que temos os parâmetros necessários, isto é, material utilizado,

peso do corpo do foguete, cone, tubeira e configuração das aletas e forma do combustível

conforme Figura 7 e 8

Figura 7 – protótipo em 2D, onde é apresentado o centro de gravidade e de pressão.

Figura 8A – Centro de Gravidade e 8B – Centro de Pressão.

O centro de gravidade de um foguete é muito fácil de ser encontrado. Basta simplesmente

que você equilibre-o em cima de uma estrutura ou algo parecido colocada no perpendicular

da fuselagem. O ponto no qual o foguete ficar na horizontal indica o centro de gravidade,

(figura 8A).

O centro de pressão é mais difícil de se achar. O CP funciona do mesmo jeito que o CG,

exceto que as forças envolvidas são aerodinâmicas, em vez de gravitacionais. Elas decorrem

da pressão que o ar faz ao passar pelas várias partes do foguete durante o voo e o CP é o

ponto onde a pressão parece estar mais concentrada, (figura 8B).

A

B

Page 13: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

6. Montagem do Protótipo

O protótipo UNISO 101 foi especificado para ser construído em alumínio aeronáutico 6061-

T6, porque este material possui resistência mecânica e térmica necessária para suportar as

condições de queima de combustível e aerodinâmica necessárias.

UNISO 101 foi construdo em 3 principais partes, corpo do motor, tubeira e corpo superior

com cone de comando.

Após usinado em aluminio com base no desenho de projeto , o protótipo ficou com o

seguinte formato, figura 9A e B.

Figura 9A e B – protótipo UNISO 101 usinado em alumínio aeronáutico 6061-T6.

6.1. Combustível:

O combustível do foguete deste projeto é composto de três principais componentes

químicos.

1. Nitrato de Potássio

2. Sacarose

3. Oxido de Ferro

O processo de elaboração do combustível, segue a formula de cozinhar os ingredientes

citados até formar de uma pasta e a mesma ser acondicionada conforme figuras 10.

Para os testes de primeiro lançamento, encomendamos 8 módulos de combustível conforme

especificação acima, e montamos três núcleos de motores, para dois testes de empuxo e um

de lançamento.

Cada núcleo é composto de 2 módulos de combustível (figura 10B), acoplamos em um

involucro feito de lixa comum em forma circular na mesma proporção do corpo do foguete.

Os módulos de combustível foram afixados no involucro circular com uso de massa vedante,

a mesma que utilizada para vedar paredes e juntas.

A

B

Page 14: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Figura 10A e B – montagem de módulos de combustível.

7. Simulações e testes de campo.

Os cálculos de CP e CG são tarefas complicadíssima. Felizmente temos uma forma

alternativa que, embora não tenha precisão suficiente para lançar grandes foguetes, funciona

muito bem com protótipo UNISO 101 que são bem menores. Desenhe a silhueta exata do

seu foguete num papelão. Não é preciso ser em tamanho real, basta que esteja em escala.

Recorte-a e equilibre-a do mesmo jeito que você fez para achar o CG. Marque o local de

equilíbrio e transfira-o para o foguete.

Pelo método acima descrito, figura 6A, determinamos o centro de gravidade do protótipo

UNISO 101, fica 74 cm a partir do ponta do bico do foguete, comparado com modelo

computacional que ficou 72,1 cm e o centro de pressão, figura 6B, 101 cm a partir do bico

do foguete, comparado com modelo computacional que ficou 106 cm.

Com os dados corretamente inseridos no software temos a oportunidade de rodar uma

simulação que desejamos alcançar com lançamento real, usamos para tal modelo de motor

Aerotec G55 com 80 N de empuxo, (figuras 11 e 12).

A B

Page 15: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Figura 11 – Curvas de resultados, velocidade, altura e aceleração.

Figura 12 – Curva de empuxo do motor.

7.1. Cálculo de empuxo:

Elaboramos dois modelos de equipamentos para calcular o empuxo Newtons, segundo a

formula:

E = P = m. g.

7.2. Empuxo I

Usamos o conceito de força peso para determinar o empuxo, isto é, esforço corpo do motor

sobre uma balança comum (figura 13A).

Page 16: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Para determinar o valor de empuxo, estaiamos (seta amarela) o corpo do foguete com tubeira

voltada para cima (seta vermelha) sobre uma balança comum, acionamos o estopim (seta

preta), dentro do corpo do motor (seta azul) estavam posicionados 3 módulos de

combustível, pesando 221 gramas, que ao queimar expeliram gás incandescente conforme

seta cinza (figura 13 B), dessa forma empurrando a estrutura contra a balança (seta bege) ,

o valor lido na balança multiplicamos pelo valor aceleração da gravidade, g=9.8 m/s².

Figura 13A e B – protótipo UNISO 101, cálculo de empuxo.

No ensaio mostrado na figura 13 A e B, medimos empuxo de 98 N por 2 segundos de

queima de combustível, conforme pode ser visualizado no vídeo disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=28F3_SvvBUk&list=UUW0k5aIbO_xYQWBhyvX38

Dg

7.3. Empuxo II

De modo a melhorar precisão da medida de empuxo, desenvolvemos um segundo modelo

de equipamento para medição, desta vez utilizamos o conceito de torque, corpo de foguete

é preso no braço de alavanca do dispositivo (figura 13 C, seta vermelha), ao acionarmos o

combustível, a força gerada pela queima dos gases irá impulsionar o braço de alavanca que

irá gera pressão de contato na outra extremidade, onde uma célula de pressão irá indicar o

esforço exercido (figuras 14 A e B).

Figura 14 A, B e C – protótipo UNISO 101, cálculo de empuxo.

A B C

B A

Page 17: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

7.4. Teste foguete I

Primeiro teste de lançamento realizado com o protótipo simples, isto é, corpo principal do

foguete, tubeira e combustível configurado com núcleo de 3 módulos de combustível.

Na figura 15, podemos identificar vazamento de pressão na parte superior do corpo do

foguete, isto gerou uma perda de pressão, mas a propulsão foi suficiente para lançamento

do protótipo, em virtude de não ter uma filmagem de maior distância, usamos o aplicativo

“ Tracker” que analisa a dinâmica do movimento através de vídeo e tiramos alguns dados

importantes.

Figura 15 – protótipo UNISO 101

Analisando com o tracker, mapeamos tres pontos de deslocamentos, isto é, pontos onde fica

registrado o movimento do objeto e no gráfico podemos analisar que a velocidade do

foguete é de 32,547 m/s, figura 12

Figura 16 – Curva de altura pelo tempo

Page 18: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Na figura 17, fazemos uso do aplicativo Physics 101e no modulo “projectile”, inserimos o

valor da velocidade inicial, V= 32,547 m/s e geramos uma curva de trajetória, onde vemos

a altura máxima atingida, h= 52,18 m.

Figura 17 – protótipo UNISO 101

7.5. Teste foguete II

Neste segundo teste usamos o protótipo conforme figura 18, e aplicamos dois núcleos de

combustível, um de três módulos e um de dois módulos.

Figura 18 – UNISO 101 na plataforma

Page 19: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Figura 19 – Lançamento UNISO 101

Os testes foram realizados com sucesso na perspectiva de equipamentos, montagem e planejamento,

houveram duas falhas a serem corrigidas.

Primeira, o disparador elétrico não funcionou, então partimos para a solução de reserva, que foi usar

pavil de queima de longa duração para acionar o motor.

Segundo, falha na queima de um modulo de combustível, dessa forma não alcançamos a altura

desejada para o projeto, em virtude de perda de potência.

Apesar destas falhas conseguimos coletar dados para altura alcançada, conforme mostra a figura 20.

A altura máxima foi de 5,23 metros, VMax= 5,2 m/s e amax= 18,48m/s².

Figura 20 – Curvas de velocidade e aceleração

Page 20: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

Figura 21– Curva de altitude máxima.

8. Considerações finais

Como próximo passo, vamos trabalhar com novos propulsores com maior tempo de queima para

manutenção da potência e assim alcançar altura máxima conforme simulação no OpenRocket, dessa

forma poderemos fazer um comparativo do modelo computacional e com teste de campo.

9. Referências

GASPAR, A. Experiências de Ciências Para o Ensino Fundamental. São Paulo: Ática, e

GIORDAN, M. O papel da Experimentação no Ensino de Ciências. In: Química Nova

Escola, n° 10, pp. 43-44, 1999.

MONTEIRO, I.C.C; GASPAR, A. Um estudo sobre as emoções no contexto das interações

sociais em sala de aula. In: Investigações em Ensino de Ciências. v.12, n. 1, p.71-84, 2007.

OLIVEIRA, M.A.S. Os Aspectos Físicos e Matemáticos do Lançamento do Foguete da

Garrafa de PET. Trabalho de Conclusão de Curso para Licenciatura em Física. Universidade

Católica de Brasília, 2008. Disponível em:

http://www.ucb.br/sites/100/118/TCC/2%C2%BA2008/TCC05MarcoSodre.pdf. Acesso

em 22 fev. 2012.

Page 21: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

RAMOS, E. M. F. Experimentos didáticos ou brinquedos? Perspectivas de professores e

implicações para o ensino de física. In: Atas do XVII Simpósio Nacional de Ensino de

Física, 2007, São Luiz, MA. SP: SBF, 2007SANTOS, E. I.; PIASSI, L. P. C.; FERREIRA,

N. C. Atividades Experimentais de Baixo Custo como Estratégia de Construção da

Autonomia de Professores de Física: Uma Experiência em Formação Continuada. In: Atas

do IX EPEF- Encontro de Pesquisa em Ensino de Física, 2004.

SANTOS, E. I. Física no ensino fundamental: Formação Continuada de Professores de

Ciências em uma Perspectiva Sócio Histórica. Tese de Doutorado. Bauru: UNESP,

2010.SILVA, D. A; SARTORI, A.F; RAMOS, E.M.F. Oficina de construção de foguetes

com material de baixo custo. Atas do XVII Simpósio Nacional de Ensino de Física, 2007,

São Luiz, MA, 2007.

VIGOTSKI. L. S. A Construção do Pensamento e da Linguagem. São Paulo. Editora

Martins Fontes. 2001.

CHATEAU, J. O jogo e a criança. São Paulo: Summus, 1987.

FERREIRA, N. C. Proposta de laboratório para a escola brasileira – um ensaio sobre a

instrumentalização no Ensino Médio de Física. Dissertação de Mestrado em Ensino de

Ciências (modalidade Física), São Paulo: FE e IF USP, 1978.

FIGUEIREDO NETO, Aníbal F. A Física, O Lúdico e a Ciência no 1º Grau, Dissertação de

Mestrado em Ensino de Ciências (modalidade Física), São Paulo: FE e IF USP, 1988.

RAMOS, E. M. de F. Brinquedos e jogos no Ensino de Física, Dissertação de Mestrado em

Ensino de Ciências (modalidade Física), São Paulo: FE e IF USP, 1990.

TIPLER, P. Física - Mecânica, Oscilações e Ondas, Termodinâmica - Vol. 1. São Paulo:

LTC, 2006.

D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física – Mecânica (Livros Técnicos

e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro), v.1, 6ªed.

Page 22: Foguetes à combustão: Uma proposta para ensino de Físicaastrocas1.azurewebsites.net/.../Artigo-Foguete-a-conbustao-MID-101... · O foguete real e seus testes de campo se tornam

D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física – Gravitação, Ondas e

Termodinâmica (Livros Técnicos e Científicos Editora S.A., Rio de Janeiro), v.2, 6ªed.

H. Moysés Nussenzveig, Curso de Física Básica – Fluidos, Oscilações, Ondas e Calor

(Editora Edgar Blücher LTDA, 2002) v2. 4ªed.

Website: http://www.clubequark.org.br/experiencias/foguetes_de_agua.htm

http://www.projetofoguete.cjb.net/ - pode-se ver uma análise teórica dos fenômenos

envolvidos e ainda descreve o processo de estabilização do foguete.

http://www.gluon.com.br/blog/2008/04/15/foguete-agua-discovery/

http://www.pibid.prograd.ufu.br/sites/default/files/Wanderson%20Geraldo%20Knupp_0.p

df Acesso em 30 de marco de 2014

D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física – Mecânica - Livros

Técnicos e Científicos. Editora S.A., Rio de Janeiro, v. 1, 4ª ed.

D. Halliday, R. Resnick e J. Walker, Fundamentos de Física - Gravitação, Ondas e

Termodinâmica. Livros Técnicos e Científicos. Editora S.A., Rio de Janeiro.v. 2, 4ª ed.

http://www.oba.org.br. Acessado em 30 de marco de 2014.

Aplicativo código aberto - site http://openrocket.sourceforge.net/. Acessado em 02 de

fevereiro de 2014.

Aplicativo código aberto – site https://www.cabrillo.edu/~dbrown/tracker/. Acessado em

15 de Outubro de 2014.