Upload
ngonga
View
227
Download
1
Embed Size (px)
Citation preview
Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários
HELMINTOFAUNA DE Plasgioscion squamosissimus (HECKEL, 1840) (OSTEICHTHYES: SCIAENIDAE) DA BAÍA DO GUAJARÁ-BELÉM, PARÁ,
BRASIL
FRANCISCO TIAGO DE VASCONCELOS MELO
Belém, Pará
2013
Universidade Federal do Pará Instituto de Ciências Biológicas
Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários
FRANCISCO TIAGO DE VASCONCELOS MELO
HELMINTOFAUNA DE Plasgioscion squamosissimus (HECKEL, 1840) (OSTEICHTHYES: SCIAENIDAE) DA BAÍA DO GUAJARÁ-BELÉM, PARÁ,
BRASIL
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.
Belém, Pará
2013
Francisco Tiago de Vasconcelos Melo
Helmintofauna de Plasgioscion squamosissimus (HECKEL, 1840) (Osteichthyes:
Scianidae) da Baía do Guajará, Belém, Pará, Brasil; Belém-Pará, 2013, 134p, Tese
de Doutorado em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.
1. Helmintofauna 2. Plagioscion squamosissimus 3. Amazônia brasileira
1
FRANCISCO TIAGO DE VASCONCELOS MELO
HELMINTOFAUNA DE Plasgioscion squamosissimus (HECKEL, 1840)
(OSTEICHTHYES: SCIAENIDAE) DA BAÍA DO GUAJARÁ-BELÉM, PARÁ
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários da Universidade Federal do Pará, como requisito parcial para a obtenção do grau de Doutor em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários.
Orientadora: Profa Dra. Jeannie Nascimento dos Santos Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia ―Profa. Dra. Reinalda Marisa Lanfredi‖ Instituto de Ciências Biológicas - UFPA
Co-Orientadora: Elane Guerreiro Giese (No país) Laboratório de Histologia e Embriologia Animal -Instituto de Saúde e Produção animal, Universidade Rural da Amazônia.
Co-Orientador: Scott Lyell Gardner (No exterior) Harold Manter Laboratory of Parasitology - University of Nebraska Lincoln
Local e Data de Defesa: Belém (PA), 05 de Dezembro de 2013
Banca Examinadora:
______________________________________________________ Dra. Marinete Marins Póvoa (Titular) Laboratório de Pesquisas Básicas em Malária do Instituto Evandro Chagas (IEC) ______________________________________________________ Dra. Viràg Venekey (Titular) Instituto de Ciências Biológicas – ICB – Universidade Federal do Pará
______________________________________________________ Dr. Arnaldo Maldonado Júnior (Titular)
Laboratório de Biologia e Parasitologia de Mamíferos Silvestres Reservatórios – Instituto Oswaldo Cruz
______________________________________________________ Dr. Adriano Penha Furtado (Titular) Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia "Profa. Dra. Reinalda Marisa Lanfredi" ICB -Universidade Federal do Pará
_________________________________________________ Dr. Evonnildo Costa Gonçalves (Suplente) Laboratório de Tecnologia Biomolecular ICB Universidade Federal do Pará
2
“Se não trabalharmos para descrever as espécies da atualidade, nossos descendentes ficarão muito decepcionados”
Scott Lyell Gardner
3
Dedico este trabalho a meus pais e a toda a
minha família e amigos que me apoiaram
À minha Orientadora
À Reinalda in memorian
4
AGRADECIMENTOS/ACKNOWLEDGEMENTS
Primeiramente agradeço a Deus por ter me iluminado e me proporcionado
oportunidades e ter me dado garra para alcançar tudo que conquistei até hoje.
Agradeço a minha família por ter me dado o incentivo, compreensão e amor.
Especialmente a minha mãe e pai que sempre foram muito compreensivos. Eu me
ausentei de casa desde os 18 anos para estudar em Belém. Meu pai fez de TUDO
para me sustentar e me proporcionar uma oportunidade de estudar e ao menos
obter um nível superior. Essa primeira oportunidade me despertou um interesse
muito grande de seguir a carreira acadêmica e cursei posteriormente o mestrado, e
agora doutorado. E tudo isso não seria possível sem o apoio do meu "Velinho" (José
de Sousa Melo) e da minha "Celinha" (Célia Maria de Vasconcelos Melo). Eles que
sempre me entenderam e me apoiaram nos meus estudos. Eu sei que não é tão fácil
pra minha mãe o fato de que eu cresci, sai de casa, e que devido aos meus estudos
me ausentei um pouco e pra ainda me mudei por um ano pra morar nos Estados
Unidos. Meu maninho Diego Melo, que apesar de super chato, sempre foi
compreensível e me apoiou em todas as minhas decisões até o momento; ele
também sofreu com minha ida pro exterior por um ano. Maaaaaaaas mesmo assim
você superaram isso e sempre me deram todo o apoio. AMO MUITO TODOS
VOCÊS!
Especialmente a minha orientadora Profa. Dra. Jeannie Nascimento dos Santos por
sempre ter acreditado no meu trabalho e potencial, mesmo quando outras pessoas
haviam dito ao contrário. Ela que além de ter me dado a oportunidade de trabalhar
em seu laboratório no início de 2005, me ofereceu todo o seu incentivo,
companheirismo, amizade, compreensão, dedicação, amor por todo o período que
5
passamos juntos. Exerceu o papel de Orientadora e Segunda Mãe (Mamãe
Científica), e mesmo nos momentos de dificuldade (pra mim e pra ela) me deu colo,
atenção, me escutou e deus seus conselhos. E me proporcionou umas das melhores
oportunidades e experiências da minha vida(e um dos meus sonhos), que foi estudar
no exterior. Todo este trabalho e minha vida acadêmica-científica, tiveram como
base tudo que você me ensinou até hoje. Atualmente eu posso dizer que me sinto
preparado para seguir a carreira de pesquisador e atuar na área de Parasitologia, e
você foi uma das maiores inspirações para que todas as minhas conquistas até hoje
tenham sido alcançadas. Você é um exemplo de profissionalismo e dedicação e
pretendo continuar trabalhando ao seu lado.Tenho muito orgulho de fazer parte de
sua equipe, aprender cada dia mais com você e compartilhar de momentos
maravilhosos estudando nossos bichinhos!!! Te amo!!
A profa. Dra. Elane Guerreiro GLEISE, ou mais popularmente conhecida e
denominada carinhosamente por mim mesmo de "Gleisinha". Você que sempre
esteve ao meu lado e junto com a professora Jeannie, e vem acompanhando meu
desenvolvimento e crescimento na minha carreira é também um dos meus maiores
exemplos. Gleisinha também é um dos amores da minha vida e minha "mamãezinha
científica". Apesar das diferenças de idade e de personalidade, compartilhamos
muito nossas experiências de vida e ela também foi uma das pessoas que sempre
me apoiou e acreditou no meu potencial e meu trabalho.
Ao prof. Dr. Adriano Penha Furtado, meu amigo "palhaço" (literalmente) que sempre
me deu todo o apoio, atenção, carinho e com o qual fazemos uma ótima equipe de
trabalho.
6
Aos todos os meus irmãozinhos do Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia
Prof Dra. Reinalda Marisa Lanfredi, ou LBCH "Bom Dia" em especial a Luciana de
Cássia ou carinhosamente denominada por mim mesmo de Cacá, Cacázita ou
Cacáaaaaaaaa (igual a codorninha do lab); Djane Clarys Baia da Silva ou
carinhosamente conhecida e denominada por minha pessoa de Cabeçuda,
Bêbeçuda, Bêbe, Bêbecinha; Hérika Santiago ou Deusa Negra; e a minha Lôra,
Lôrinha, Lôra azeda, Rhinella, Remela, Remela marina, Lila, Lilosa ou vulgarmente
conhecida como Lílian Macedo; Helrik Cordeiro ou Helrikosa ou Helrikete; Tássia
Gomes ou Taá, ou Buchudarréia ou dispois buchuda nova....... Enfiiiiiimmmmmm
tenho muitos irmãos científicos e não vai dar pra citar todos, visto que dou apelidos
e componho musiquinhas muito legais para cada um (apesar de desafinado, eu sei
que eles adoram). E que apesar de meu jeito extrovertido (as vezes até demais) e
meio "maluquinho" de ser, sempre me respeitaram.
Um alô especial para a melhor turma de Biomedicina que já passou pelo ICB
(hahahahahahahha). Mas sério, Biomedicina 2005, vocês são todos muito especiais
para mim e sempre me aceitaram como sou e me apoiaram em minhas decisões.
Vocês que sempre torceram e torcem por mim. AMO VOCÊS!!!! MUITO OBRIGADO
POR TUDO!
Mário Martins e Fabrício Acácio nossa amizade começou e se enraizou de uma
maneira meio que inusitada antes de eu viajar pro exterior e vocês sempre estiveram
ao meu lado, me ajudaram em momentos que necessitava e sempre foram ótimos
amigos e companheiros!
Rodrigo Souza, só tenho a agradecer por tudo que você fez (e meio que ainda faz)
por mim até hoje! És extrovertido, engraçado, companheiro, dedicado e você sim
7
não desiste fácil do que queres. Você foi uma das pessoas que mais me apoiou para
que eu viajasse para o exterior e fez o possível e impossível para me ajudar. Você
sabe que és um amigo de ouro e que apesar do meu jeito peculiar de ser eu amo
você e a pessoa maravilhosa que você tem se tornado.
Ao meu maninho científico especial Mallone Lopes, que esteve comigo junto em
alguns momentos da minha jornada pelos EUA. Amo você maninhow!
A Thais Moreira, Thais Barros, Karen Ferreira, Danielle Rezende, Lídia Lacerda,
Julia Alves, Pablo Caldeira, por todos os momentos que compartilhamos em Lincoln.
Um obrigado especial a uma dos melhores brasileiros que conheci em Nebraska.
Lucas Lommez não tenho palavras explicar o quão grato eu sou por tudo que fizeste
por mim. Tens um lugar especial no meu coração e na história da minha vida.
To Prof. Dr. Scott Lyell Gardner one of the most amazing parasitologists that I've
ever met. I always felt like Parasitology was a great field of research, but Dr. Gardner
made me feel more passionate for the parasites and was important for my personal
and professional life.
To everybody that helped me in Harold Manter Laboratory of Parasitology (Auggie,
Gabor and Elizabeth Rácz, Ethan Jensen, Kaleb Thomas, Lindsey...)
To my amazing roommates in USA. John McKenzie, Jake McKenzie, Maddi
McKenzie and Layne Shubert....You were essential to make my stay in Lincoln
especial. We had a great time together and I just have thank you all for make me feel
so especial and like one of your siblings.
To Francine McKenzie and Mark McKenzie and my extended family... Thanks for all
the time we could share together and to receive me in your house and your family.
8
You always gave support to my studies and helped me. I hope we can meet again
and you and all your family are welcome to visit me in Brazil.
To Dr. Jean-Lou Justine, that helped me and gave me all the support when I visited
his lab in Paris.
To Dr. Pavel Gerasev.....He is an amazing person! My favorite Russian...If someone
knows about hospitality, this person is Dr. Gerasev.
To Dr. William Scott Monks and Dra. Griselda Pulido Flores that invited me to visit
their lab in Pachuca, Mexico; received me in their home and their lab. I admire you as
researchers and people, thanks for all your support. P.S.: You are a cute couple!
Ao Prof. Ricardo Ishak e Profa Dra. Marinete Póvoa que sempre me apoiaram e
incentivaram minha ida ao exterior.
Ao Prof. Hilton Tulio Costi e técnicos do Laboratório de Microscopia Eletrônica do
Museu Paraense Emílio Goeldi.
Ao PROCAD que possibilitou a realização deste projeto com auxílio financeiro.
A CAPES pelo auxílio com a bolsa.
Esse é um agradecimento e TANTO ....Ultimamente não andava caprichando nos
meus agradecimentos e decidi parar e me dedicar mais para escrevê-lo! Obrigado a
toooooodos!!!!! (desculpem-me, minha ida ao exterior me deixou muito emocional, "I
guess")
9
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 13
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS ....................................................................... 13
1.2 Plagioscion squamosissimus – PESCADA BRANCA ...................................... 14
1.3. BIODIVERSIDADE DE HELMINTOS PARASITOS DE PEIXES ................. 16
1.3.1 Filo Acanthocephala ................................................................................ 17
1.3.2. Filo Platyhelminthes ............................................................................... 20
1.3.3. Filo Nematoda ......................................................................................... 27
1.4. HELMINTOFAUNA DE Plagioscion squamosissimus ................................. 29
1.5. HELMINTOS PARASITOS DE PEIXE E SAÚDE PÚBLICA ........................ 31
1.6 BIOLOGIA MOLECULAR DE HELMINTOS ..................................................... 34
2. OBJETIVOS ....................................................................................................... 37
2.1. OBJETIVO GERAL ...................................................................................... 37
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS ........................................................................ 37
3. ARTIGOS ........................................................................................................... 38
ARTIGO 1 .............................................................................................................. 41
ARTIGO 2 .............................................................................................................. 50
ARTIGO 3 .............................................................................................................. 57
ARTIGO 4 .............................................................................................................. 65
ARTIGO 5 .............................................................................................................. 73
4. CONCLUSÕES ..................................................................................................... 84
5. REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 86
APÊNDICE I .............................................................................................................. 98
APÊNDICE II ........................................................................................................... 102
APÊNDICE III .......................................................................................................... 108
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Espécime adulto de Plagioscion squamosissimus. ................................... 14
Figura 2: Mapa da distribuição da espécie Plagioscion squamosissimus dentre as
Bacias hidrográficas do Brasil e em países da América do Sul.. ............................... 16
Figura 3: Neoechinorhynchus pimelodi parasito de Pimelodus maculatus. .............. 19
Figura 4: Gyrodactlus superbus (Szidat, 1973) parasito da superfície corporal de
Corydora paleatus (Jenyns, 1842) ............................................................................ 21
Figura 5: Aspectos gerais da morfologia de um Digenea ......................................... 23
Figura 6: Representação de um cestóide adulto onde pode ser observado suas
estruturas de fixação e seus segmentos ou proglotes os quais contém suas
estruturas reprodutoras masculinas e femininas. ...................................................... 25
Figura 7: Representação esquemática de seis formas larvais de cestóides ............ 26
Figura 8: Aspectos gerais da morfologia de espécimes adultos de machos e fêmeas
de nematódeos assim como da forma larvar destes parasitas.................................. 28
Figura 9: Endoscopia da região duodenal na qual foi observada uma ulceração de
10 mm , próximo da região onde uma larva de Anisakis estava penetrada na mucosa
. ................................................................................................................................. 32
11
RESUMO
O Estado do Pará é banhado por numerosos igarapés e lagos que constituem duas grandes bacias hidrográficas do país. Este ecossistema forma um ambiente complexo com uma alta diversidade de peixes, a qual é explorada pela atividade pesqueira. O Pará contribui com cerca de 40% da produção do pescado do Brasil e dentre os peixes desembarcados nos portos do Estado, a pescada branca Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) (Sciaenidae) se destaca por sua abundância e importância comercial. No entanto, estudos referentes a helmintos da ictiofauna Amazônica são escassos se comparados com a diversidade de espécies da região. Este trabalho propôs realizar o estudo da diversidade de helmintos parasitos de P. squamosissimus da Baía do Guajará em Belém Estado do Pará, Brasil. No período de um ano foram realizadas coletas de P. squamosissimus nos mercados do Ver-o-Peso, Porto da Palha e Icoaraci, totalizando uma amostragem de 30 pescadas adultas. Os peixes foram levados ao Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia "Profa. Dra. Reinalda Marisa Lanfredi" do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Pará, para busca ativa de helmintos. Deste modo os resultados do estudo da helminto fauna de P. squamosissimus resultou na descrição de uma nova espécie, publicação de três artigos e submissão de mais um artigo em revistas indexadas. A helminto fauna de P. squamosissimus do presente estudo inclui (representado pelas espécies, seguido da prevalência em parênteses): Brasicystis bennetti (43.5%), Neoechinorhynchus veropesoi: (40%), Trematoda: Cryptogonimidae (26%), Diplectanum sp. (30%), Euryhaliotrema sp. (100%), Aetheolabes sp. (25%); Anisakidae - larva - sp.1 (100%), Contracecum sp. -larva (30%); Proteocephalidae - larva (100%) e Trypanorhyncha - larva (14%). Apesar de ser considerado um hospedeiro com helminto fauna conhecida foi possível descrever novas espécies e adicionar novos dados sobre a morfologia das espécies de helmintos parasitos de P. squamosissimus da nossa região. No entanto, ainda será necessário aprofundadas análises para o diagnóstico específico de alguns helmintos encontrados com coleta de espécimes adicionais, e utilização de ferramentas complementares, como a biologia molecular, para a descrição e diagnóstico do epíteto específico.
12
ABSTRACT
The Pará State has numerous streams, rivers, lakes that form two of the largests river basins in the country. This ecosystem generate a complex environment with a high biodiversity of fishes which is explored by the fishing activity. The state contributes with 40% of the fishery production and among the fishes disembarked in the ports, the silver croaker Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) (Scianidae) is known by it's abundance and comercial importance. However, studies about the helminths of the icthyofauna from Amthe diversity azonia still poor when compared the diversity of fishes in the region. The present work proposed the study of helminth diversity of P. squamosissimus from Guajará Bay in Belém, Pará State, Brazil. The specimens of the fishe were cought by a period of one year totalizing 30 adult samples. The fish were transported to Laboratory of Cell Biology and Helinthology "Profa. Dra. Reinalda Marisa Lanfredi" for helminth search. Thus, the results of the study provided the description of one new species of Acanthocephala, and the publication of three papers and submission of one in indexed journals. The helminth fauna of P. squamosissimus in the present study is represented by the species (species/group name followed by the prevalence in parenthesis): Brasicystis bennetti (43.5%), Neoechinorhynchus veropesoi: (40%), Trematoda: Cryptogonimidae (26%), Diplectanum sp. (30%), Euryhaliotrema sp. (100%), Aetheolabes sp. (25%); Anisakidae -larvae - sp.1 (100%), Contracecum sp. -larvae (30%); Proteocephalidae - larvae (100%) and Trypanorhyncha - larvae (14%). Despite the helminth fauna of this host has been consired known, the present work described a new species of helminth parasite and add new data about the morphology of helminth species of P. squamosissimus from our region. However, detailed analysis are required, including collect of specimens and the utilization of complementary tools, as the molecular biology, for the description and diagnosis of the species found.
13
1. INTRODUÇÃO
1.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
O Estado do Pará é banhado por numerosos rios, igarapés e lagos que
contribuem para a formação de duas bacias hidrográficas de grande importância no
país: a Bacia Amazônica constituída pelo rio Amazonas e seus afluentes, e a bacia
dos rios Tocantins e Araguaia que desaguam na Região Norte (Plano Nacional de
Recursos Hídricos, 2010).
Este ecossistema aquático paraense forma um ambiente complexo com alta
produtividade biológica, que comporta biomassa substancial de espécies de peixes
exploradas por frotas artesanais e industriais; estimando-se que cerca de 40% da
produção pesqueira do Brasil seja originada desta área. O Estado do Pará
desempenha, importante papel no cenário da atividade pesqueira nacional, sendo,
portanto, um dos maiores Estados em volume de pescados capturados (Oliveira et
al., 2007).
De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis (IBAMA) (2007), a região Norte do Brasil apresentou uma produção de
132.292,5 t de peixes oriundos da pesca extrativista continental, sendo que deste
total, o Estado do Pará foi o que apresentou maior destaque.
Desse extrativismo, vários são os pescados adquiridos, tais como: crustáceos
da espécie Macrobrachium amazonicum (camarão canela) e grande variedade de
espécies de peixes, Brachyplatystoma vailaintii (Valenciennes, 1840) (piramutaba),
Brachyplatystoma rousseauxii (Castelnau, 1855) (dourada), Pimelodus sp. (mandií) e
Plagioscion squamosissimum (Heckel, 1840) (pescada branca) (Barthem, 2004).
Dentre os principais peixes desembarcados nos portos do Estado do Pará, a
pescada branca ou Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) (Sciaenidae) se
destaca por sua abundância e importância comercial, contribuindo com 6.169 t da
pesca anual do Estado sendo um importante recurso pesqueiro na região amazônica
sendo a espécie mais comercializada nos mercados do baixo e médio Amazonas.
(Barthem, 2004; IBAMA, 2007).
14
1.2 Plagioscion squamosissimus – PESCADA BRANCA
A pescada branca, ou corvina é um peixe de coloração acinzentada, corpo
oval-fusiforme, boca terminal com olhos e boca grande dotada de dentes, dois pares
narinas próximos aos olhos. Apresentam tamanho médio de 21,8 - 80 cm, podendo
atingir o peso máximo de 4,5 kg. Sua coluna vertebral estende-se a nadadeira
caudal, apresenta linha lateral contínua com 50 - 52 escamas; 30 - 34 raios dorsais
dotados de 11 espinhos, primeiro raio da nadadeira anal apresentando um espinho,
duas manchas negras na região ventral, sobre e abaixo da nadadeira peitoral,
margem posterior dorsal do opérculo apresentando pequenas endentações (Fig. 1)
(Soares, 1978; Goulding, 1980; Cassati, 2003).
Figura 1: Espécime adulto de Plagioscion squamosissimus. Fonte:
http://pgfguyane.pagesperso-orange.fr
Normalmente as pescadas são conhecidas por serem predadores de topo,
tendo os espécimes adultos alimentando-se predominantemente de peixes,
enquanto que os juvenis de crustáceos (principalmente do gênero Macrobrachium) e
larvas de microcrustáceos (Palomares, 1991). No entanto, alguns autores relatam
hábitos alimentares diversificados, incluindo larvas de crustáceos, insetos aquáticos,
copépodos e pequenos peixes, variando de acordo com a disponibilidade de
15
alimento na região em que se encontra (Goulding, 1980; Barthem, 1985; Costa et al.
2009).
Esta espécie é encontrada em regiões de várzea, em lagos, rios e baias, em
ambientes de água doce ou salobra, com temperaturas aproximadas de 24ºC a
30ºC, p.H entre 5.0 a 9.0 (Palomares, 1991). Sua distribuição natural abrange rios e
lagos das Bacias Amazônica, Araguaia-Tocantins, Bacia do Prata, São Francisco e
em açudes da região Nordeste, distribuindo-se ainda pela Venezuela e Peru (Stefani
& Rocha, 2009).
Os padrões migratórios da espécie são complexos e não se tem registros de
padrões fixos. Durante o período de seca (os quais os rios estão com os níveis mais
baixos de água), a pescada pode ser encontrada em lagos formados nos rios ou
regiões alagadas, ou nos cursos de água. O deslocamento desta espécie pode estar
relacionado com a busca de alimentos ou desova, no entanto, não existem relatos
de migração para a cabeceira do rio (Goulding, 1980).
A espécie P. squamosissimus foi introduzida na bacia hidrográfica do Estado
de São Paulo em 1966, por uma companhia hidrelétrica, nos Rios Pardo e Grande,
assim como nos reservatórios de Jupiá e Ilha Solteira, o que possibilitou a
colonização em vários rios da região Sudeste do Brasil (Cassatti, 2003). Ainda na
década de 60 a Bacia do Paraná recebeu grande quantidade de peixes de outras
bacias hidrográficas, e desta forma a pescada branca se disseminou por toda a
região tornando-se uma espécie de grande importância econômica em todo o Brasil
(Fig. 2) (Stefani & Rocha, 2009).
16
Figura 2: Mapa da distribuição da espécie Plagioscion squamosissimus dentre as
Bacias hidrográficas do Brasil e em países da América do Sul. Adaptado de
Ministério dos Transportes, Brasil (2009).
1.3. BIODIVERSIDADE DE HELMINTOS PARASITOS DE PEIXES
Os parasitos têm sido reconhecidos como importantes componentes na
biodiversidade global, visto sua importância nos ecossistemas, onde fazem o
controle das populações hospedeiras, estabilizando cadeias alimentares e
estruturando comunidades animais (Luque & Poulin, 2007).
17
Na America Latina, os primeiros estudos parasitológicos envolvendo peixes
foram realizados pelos naturalistas no século XIX, no entanto, nos últimos anos
muitos trabalhos têm contribuído para a descrição de novas espécies de helmintos
da América do Sul. Luque & Poulin (2007) relatam, a existência de 4.764 espécies
de helmintos descritos em peixes da America Latina, sendo que destas, 2.966
espécies foram descritas em peixes brasileiros.
Os estudos de sanidade do pescado ganharam importância com a expansão
mundial da piscicultura e da globalização do comércio. Assim, a identificação e
quantificação dos parasitos adquiridos no ambiente natural, torna-se vital para o
diagnóstico dos agentes causadores de patologias nos peixes e as consequências
desse parasitismo; possibilitando a minimização ou eliminação para a
comercialização do pescado. Como exemplo do parasitismo danoso à produção,
causado por helmintos, estão as espécies de Monogenea, que em peixes isolados
em ambientes restritos podem causar mortandade em massa, levando a prejuízos
nas pisciculturas (Albuquerque et al., 2008).
Apesar do avanço na compilação de dados sobre o parasitismo por helmintos
em peixes na América do Sul, os estudos que caracterizam os helmintos da
ictiofauna brasileira, em especial da região Amazônica, ainda são escassos, se
comparados com a enorme diversidade de peixes nesta região, tanto no que se
refere aos aspectos taxonômicos (incluindo a identificação de espécies com
potencial zoonótico) quanto aos aspectos que afetam a biologia de peixes
hospedeiros (Machado et al.,1996).
Os registros da literatura correlata nos mostram que os peixes são
parasitados por representantes dos Filos Plathyhelmintes, Nematoda e
Acathocephala.
1.3.1 Filo Acanthocephala
De acordo com Alava & Aguirre (2005) até o início dos anos 2000, o Filo
Acanthocephala contava com aproximadamente 1.150 espécies de helmintos de
pequeno porte, corpo fusiforme, caracterizados por possuírem região anterior
18
composta por probóscide contendo espinhos ou ganchos e normalmente são
parasitos intestinais de vertebrados, especialmente peixes de água doce e salgada.
Naturalmente, possuem um ciclo de vida complexo, envolvendo mais de um
hospedeiro, incluindo artrópodes como hospedeiros intermediários, peixes, anfíbios,
aves e mamíferos como hospedeiros definitivos (Shih et al., 2010).
De acordo com Amin (2002), os acantocéfalos que comumente possuem
peixes como seus hospedeiros definitivos, pertencem a duas Classes:
Eoacanthocephala, incluindo as Ordens Cyracanthocephala e Neoacanthocephala; e
Paleacathocephala, que inclui as Ordens Echinorhynchidea e Polymorphida.
Em recente revisão, Santos et al. (2008) relataram 23 gêneros e 37 espécies
de acantocéfalos parasitas de 119 espécies peixes de ambiente marinho, salobro e
água doce, no Brasil. Estes autores ainda relatam que dentre a fauna brasileira de
acantocéfalos parasitos de peixes, os representantes da Família
Neoechinorhynchidae constituem o principal grupo com cerca de 12 espécies de
parasitos de peixes brasileiros.
O gênero Neoechinorhynchus Stiles & Hassall, 1905, compõe o grupo mais
numeroso de acantocéfalos que parasitam intestino de diversas espécies de peixes
(Yamaguti, 1963). De acordo com a última revisão taxonômica do gênero
Neoechinorhynchus realizada por Amin (2002), o gênero é subdividido em dois
subgêneros: Neoechinorhynchus e Hebesoma, que são diferenciados principalmente
pela morfologia e estrutura dos ovos. Este gênero é caracterizado por apresentar
corpo fusiforme, probóscide curta, usualmente globular, com três fileiras de ganchos,
sendo a primeira composta por ganchos mais robustos e as duas fileiras posteriores
por ganchos menores (Fig. 3) (Amin, 2002).
Casos humanos de infecções causadas por acantocéfalos são comuns em
certas regiões do mundo como, por exemplo, na China; no entanto, existem poucos
relatos em outras regiões. O parasitismo por estes helmintos não resulta em
complicações sérias ou alta mortalidade, quando comparado a outros grupos de
parasitos, por isso, recebem pouco destaque na parasitologia humana e veterinária
(Shih et al., 2010).
19
Figura 3: Neoechinorhynchus pimelodi parasito de Pimelodus maculatus. (a) Visão geral do
corpo do helminto. Barra: 250 μm. (b) Região anterior evidenciando a probóscide. Barra: 100
μm. (c e d) Visão das três fileiras de ganchos da probóscide da fêmea e do macho
respectivamente. Barras: 40 μm. (Fonte: Brasil-Sato & Pavanelli, 1998)
20
1.3.2. Filo Platyhelminthes
Os Platyhelminthes são metazoários conhecidos como "vermes achatados"
por geralmente apresentarem a característica de possuírem o corpo achatado
dorsoventralmente, não segmentados, acelomados e com simetria bilateral.
Apresentam formas de vida livre, no entanto são representados, em sua maioria, por
espécies parasitas (Hickman & Roberts, 1994). O sistema nervoso destes parasitos
consiste de um gânglio cefálico central, ao qual se ramificam os cordões nervosos
que se interconectam na região central do corpo. O sistema excretor e
osmoregulação é controlado por "células flama" localizadas nos protonefrídeos. Os
Platyhelminthes não apresentam sistema circulatório, respiratório, sendo essas
funções exercidas pelo tegumento do animal, no qual são realizadas as trocas de
nutrientes e moléculas, o sistema digestivo, pode ser simples e incompleto, no
entanto, foi observado principalmente em formas de vida livre e em muitas espécies
parasitas encontra-se totalmente ausente (Roberts & Janovy Jr., 2008).
Este filo inclui um grande número de espécies parasitas de importância
médica e veterinária e as Classes Monogenea, Trematoda e Cestoda são
comumente encontradas parasitando peixes.
1.3.2.1. Classe Monogenea
A Classe Monogenea é composta de aproximadamente 720 gêneros
distribuídos em 53 famílias. São hermafroditas, comumente ectoparasitas de peixes
de água salgada, doce ou salobra, podendo ser encontrados parasitando brânquias,
fossas nasais e superfícies corpóreas; poucas vezes são encontrados parasitando
estômago, intestino ou ureteres (Yamaguti, 1963).
Dentre as características morfológicas utilizadas na taxonomia destes
parasitos destaca-se um órgão de fixação localizado na porção posterior ou haptor,
uma estrutura achatada em forma de disco e normalmente dotada de estruturas
esclerotizadas denominadas barras, grampos, ganchos e âncoras. Em algumas
espécies o haptor pode apresentar ventosas (Fig. 4) (Smyth, 1995).
21
Figura 4: Gyrodactlus superbus (Szidat, 1973) parasito da superfície corporal de Corydora
paleatus (Jenyns, 1842), no qual pode ser observado seus principais órgãos de fixação
Haptor (H) e ventosas (V) e suas estruturas acessórias âncoras (A). Barra: 80 μm. (Fonte:
Popazoglo & Boeger, 2000).
O ciclo de vida destes parasitos diferencia-se de acordo com a espécie, no
entanto, a maioria é direta, sem necessidade de passar por um hospedeiro
intermediário, Algumas espécies ainda podem ser vivíparas (Kyoun & Altunel, 2010).
Os adultos podem ser vivíparos, liberando a larva jovem diretamente ao meio
ambiente, ou ovíparos. As espécies ovíparas liberam os ovos, que ao serem
lançados no ambiente rompem e liberam o oncomiracídio, uma larva ciliada e dotada
de ganchos. Assim, esta larva, nada em busca do seu hospedeiro definitivo e ao
entrar em contato com a superfície do corpo ou brânquias, se aderem e
desenvolvem as formas adultas (Smyth, 1995).
Coehn & Kohn (2008) ao realizarem uma revisão de representantes da Classe
Monogena da América do Sul, relatam a existência de aproximadamente 720
espécies destes parasitos na região; destas, 368 foram descritas em peixes
brasileiros. Estes autores ainda relatam que a Família Dactylogirydae é a que
22
representa o maior número de espécies de parasitos de peixes, seguida das famílias
Gyrodactylidae, Diplectanidae e Monocotylidae.
Um aspecto importante é a análise da sazonalidade que algumas espécies
deste grupo podem apresentar. Martins et al. (2000) demonstraram que a
prevalência da espécie Diplectanum piscinarius, parasito de brânquias de
Plagioscion squamosissimus no reservatório de Volta Redonda, Estado do Rio de
Janeiro, apresentam relação direta com os índices de pluviosidade na região.
Recentemente, Boeger & Kritsky (2009) descreveram um novo gênero e uma nova
espécie da Classe Monogena parasitando Plagioscion sp., peixe da região estuarina
no distrito de Mosqueiro, em Belém, Estado do Pará. No entanto, ainda existem
poucos trabalhos referentes a diversidade e sazonalidade de indivíduos da Classe
Monogenea na região Amazônica, tornando-se amplo campo de pesquisa a ser
explorado.
1.3.2.2 Classe Trematoda
Os representantes da Classe Trematoda compõem um grupo de helmintos de
pequeno porte com corpo foliáceo, geralmente de pequeno porte, oval ou tubular,
contudo podem assumir várias outras formas. Possuem o tegumento apresentando
espinhos e normalmente duas ventosas (Fig. 5) (Yamaguti, 1959; Gibson et al.,
2002).
23
Figura 5: Aspectos gerais da morfologia de um Digenea. Adaptado de Smyth
(1995).
O ciclo de vida dos trematódeos é complexo envolvendo dois ou quatro
hospedeiros, que abrigam suas fases de vida sexuada e assexuada (Gibson et al.
2002). Os trematódeos adultos liberam os ovos que serão eliminados de seus
hospedeiros ao meio ambiente, e que originarão uma larva ciliada, o miracício. Esta
larva irá encontrar um molusco e se desenvolverá, formando numerosas larvas,
denominadas cercárias, que migrarão para o meio externo em busca de seu próximo
hospedeiro (Roberts & Janovy Jr., 2008).
A cercária pode penetrar através da pele ou ser ingerida por um próximo
hospedeiro intermediário, no qual perderá sua cauda e gradualmente ir se
transformando no próximo estádio de desenvolvimento, a metacercária. No entanto,
em alguns gêneros de organismos digenéticos, a cercária pode encistar diretamente
na vegetação (Thatcher, 1993; Segade et al., 2011). Ao penetrar os tecidos de um
peixe, a cercárias podem se transformar em metacercárias permanecendo
encistadas na superfície externa, olhos, musculatura e recobrindo os órgãos na
cavidade celomática (Thatcher, 1993).
24
A Classe Trematoda é subdividida em duas principais Subclasses:
Aspidogastrea Faust & Tang, 1936 e Digenea Carus, 1863. A primeira composta por
um grupo pequeno de trematódeos parasitas de moluscos, peixes e quelônios;
enquanto a subclasse Digenea compreende um grupo com mais de 2500 gêneros
encontrados parasitando diversos vertebrados e invertebrados (Gibson et al., 2002)
Kohn et al. (2007) ao realizar uma catalogação de espécies da Classe
Trematoda parasitos de peixes da América do Sul, descrevem que a Subclasse
Aspidogastrea é representada por três famílias com 11 espécies conhecidas. A
Subclasse Digenea possui 449 espécies conhecidas distribuídas em 59 gêneros e
42 Famílias. Estes autores relatam ainda que dentre os países da América do Sul, o
Brasil e a Argentina apresentam o maior número de espécies de parasitos de peixes,
sendo 247 descritas no Brasil e 109 espécies na Argentina.
Apesar desta maior biodiversidade de espécies de Trematoda parasitas de
peixes na América do Sul, o ecossistema aquático brasileiro é muito rico e ainda
existe carência de trabalhos referentes a trematódeos.
1.3.2.3. Classe Cestoda
Os cestódeos são conhecidos como helmintos em forma de fita, ou tênias.
São encontrados parasitando órgãos internos (principalmente intestino delgado) de
uma série de vertebrados (Yamaguti, 1959).
Estes parasitos são divididos em três regiões principais: o escólice, onde são
localizados os órgãos de fixação; seguido por uma região não segmentada e
indiferenciada, conhecida por ―pescoço‖, e que pode ser curto ou longo dependendo
da espécie; uma região composta por vários segmentos, ou proglotes, denominada
de estróbilo (Wilmns, 2008).
O sistema reprodutor feminino consiste de ovários e suas estruturas
acessórias, útero também ou estruturas conhecidas por órgãos para-uterinos, que se
desenvolvem ligados ao útero (Smyth, 1995). O sistema reprodutor masculino é
composto de testículos, vasos eferentes, que se unem em um vaso deferente,
25
possuindo vesícula seminal como o órgão copulador, denominado de cirro
(Yamaguti, 1959).
Os poros reprodutores normalmente se abrem em uma mesma câmara, o
átrio genital, que pode ser simples ou equipado com espinhos, microtríquias,
estiletes, glândulas, ou outros acessórios, e o poro do cirro se abre na margem da
superfície do tegumento (Smyth, 1995). O átrio genital se abre externamente em um
gonoporo que pode ser lateral ou central, podendo ser duplo lateral ou central, em
algumas espécies o sistema reprodutor é duplo (Fig. 6) (Wilmns, 2008; Melo et al.,
2011).
Figura 6: Representação de um cestódeo adulto onde pode ser observado suas
estruturas de fixação e seus segmentos ou proglotes os quais contém suas
estruturas reprodutoras masculinas e femininas (Adaptado de Smyth, 1995).
26
O ciclo biológico na maioria das espécies necessita de um hospedeiro
intermediário, no qual as larvas ou metacestóides irão se desenvolver e encistar na
cavidade abdominal ou musculatura. Devido a dificuldade na identificação das larvas
de cestóideos, Chervy (2002) propõe um sistema de identificação fundamentado
principalmente em características morfológicas dos estágios larvais de cestóide,
como pode ser observado na (Fig. 7).
Figura 7: Representação esquemática de seis formas larvais de cestóides. A-Procercóide,
B-Plerocercóide, C-Merocercóides (redesenhado de Dollfus, 1942), D-Plerocercus
(redesenhado de Dollfus, 1942), E-Cisticercóide (redesenhado de Dollfus, 1942), F-
cisticercus (redesenhado de Dollfus) (Fonte: Adapatado de Chervy, 2002).
Em revisões acerca de cestóides de peixes da América do Sul, Rego et al.
(1999, 2004) relatam 120 espécies de cestódeos pertencentes a seis Ordens.
Destas, 90% são representados por indivíduos da Ordem Proteocephalidea e o
27
restante por cestódeos das Ordens Trypanorhyncha, Cyclophyllidea,
Pseudophyllidea e Caryophyllidea.
Durante o ciclo de vida destes parasitos, os peixes podem atuar como
segundo hospedeiro intermediário, ou hospedeiro paratênico albergando os
metacestóides, no entanto não são reportados com freqüência devido ao seu
tamanho reduzido e localização (encistados na parede intestinal, mesentério e
peritôneo de várias espécies) (Scholz & Salgado-Maldonado, 2001).
Os estudos relacionados com a biologia (hospedeiros, ciclos e sazonalidade)
e morfologia de adultos e larvas de cestóides no Brasil, ainda são escassos, o que
evidencia a necessidade de estudos com o objetivo de proporcionar um maior
entendimento da morfologia e biologia destes parasitos.
1.3.3. Filo Nematoda
Os nematódeos representam o maior grupo de parasitas de vertebrados e
invertebrados. Esses animais possuem o corpo cilíndrico, alongado, recoberto por
uma espessa cutícula, apresentam tubo digestivo completo com boca, esôfago,
intestino e ânus e são geralmente dióicos (Smyth, 1995).
Os machos são diferenciados das fêmeas principalmente por seu tamanho
reduzido, região posterior curvada e a presença de estruturas acessórias para a
cópula como: espículos, bolsa copuladora e papilas caudais. As fêmeas possuem o
corpo mais robusto do que o macho, onde pode ser observado a presença dos
ovários, útero, vagina, a qual se abre em uma vulva, normalmente situada no
primeiro terço da região anterior do corpo (Fig. 8) (Smyth, 1995; Roberts & Janovy
Jr., 2008).
O ciclo de vida destes parasitos pode variar de simples aos mais complexos,
com um, dois ou mais hospedeiros intermediários, como invertebrados dos Filos
Molusca e Arthropoda (Moravec, 1994). Os nematódeos representam os helmintos
mais comuns e patogênicos aos peixes, de maior importância médica e comercial,
parasitando órgãos internos de peixes de água doce, salobra e salgada, tanto na
fase adulta como juvenil (Moravec, 1994).
28
Figura 8: Aspectos gerais da morfologia de espécimes adultos de machos e fêmeas
de nematódeos assim como da forma larvar destes parasitas. (Adaptado de Smyth,
1995).
No Brasil, existem centenas de nematódeos descritos como parasitos de
peixes, distribuídas em 6 Superfamílias e 17 Famílias (Vicente & Pinto, 1999).
Dentre estas famílias de nematódeos, a família Anisakidae tem sido descrito
frequentemente parasitando peixes no Brasil, como evidenciado por Martins et al.
(2000), Paraguassú et al. (2005), Paraguassú & Luque (2007) e Tavares et al.
(2007).
29
A ocorrência de Anisaquídeos possui significado zoonótico e sua identificação
no pescado é de grande importância. Moravec (1998) e Tavares & Alejos (2006)
criaram uma chave de identificação para juvenis de 3º estágio (L3) de gêneros da
família Anisakidae, diferenciando-as pela presença de dente larval; estrutura
esclerotizada que emerge da região entre os lábios do nematódeo, características
referentes a estruturas internas como esôfago, ventrículo, apêndice ventricular e
cecos e caracteres morfológicos encontrados na porção posterior do nematódeo.
No entanto, ainda existem dificuldades no estudo da taxonomia dos
nematódeos anisaquídeos tais como: sinonímias históricas complexas, nomina
dubia, descrições inadequadas, diversidade na utilização de caracteres para a
identificação das larvas e um grande número de nomes estabelecidos para fases
larvais de difícil reconhecimento (Moravec, 1997).
Estudos referentes a nematódeos parasitos de peixe da Amazônia têm
crescido recentemente como observado nos trabalhos de: Giese et al. (2009),
Moravec & Santos (2009), Giese et al. (2010), Melo et al. (2010), Melo et al. (2011),
Melo et al. (2012); porém, comparados com a diversidade da ictiofauna, ainda há
uma carência de estudos referentes a helmintos parasitos de peixes da região.
1.4. HELMINTOFAUNA DE Plagioscion squamosissimus
No Brasil, os parasitos referidos em P. squamosissimus, incluem até o
momento 12 espécies de Monogenea, quatro Digenea, uma espécie de Cestoda,
uma espécie de Acanthocephala e quatro espécies de larvas de Nematoda da
família Anisakidae que tem importância comercial e em Saúde Pública. Apesar da
maioria destas espécies terem sido descritas na região Amazônica, no Pará existe
apenas o registro de uma espécie de Monogenea (Quadro 1) (Tavares et al., 2007;
Boeger & Kritsky, 2009; Paes et al., 2009).
30
Quadro 1: Helmintos Parasitos de Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840). Adaptada de Tavares, et al. 2007.
Parasito Localidade País Referência
Cestoda Ptychobothriidae gen. sp.(larva)
Rio Amazonas
Brasil
Woodland (1935)
Digenea Diplostomum compactum (larva)
Rio Paraná
Reservatório de Volta Redonda
Brasil Brasil
Kohn et al. (1995); Martins et al. (2002); Pavanelli et al.
(2004);Machado et al. (2005)
Diplostomum sp. (larva) Reservatório de Volta Redonda Brasil
Martins et al. (1999)
Brasicystis bennetti Rio Amazonas Brasil, Peru Thatcher (1979); Iannacone &
Luque (1993)
Monogenea Aetheolabes goeldiensis Diplectanum decorum D. gymnopeus D. hilum D. pescadae D. piscinarius Euryhaliotrema chaoi E. lovejoyi E.monacanthus E. potamocetes E. succedaneus E. thatcheri Acanthocephala Rhadinorhynchus plagioscionis
Baía do Marajó
Rio Amazonas, Iquitos Rio Amazonas Rio Amazonas
Rio Amazonas, Iquitos Rio Amazonas, Reservatório de Volta Redonda, Rio Paraná,
Iquitos Rio Amazonas
Rio Amazonas e Rio Orinoco Rio Amazonas e Rio Orinoco Rio Amazonas e Rio Orinoco
Rio Amazonas Rio Amazonas
Rio Amazonas
Brasil
Brasil, Peru Brasil Brasil
Brasil, Peru Brasil
Brasil
Brasil, Venezuela Brasil, Venezuela
Brasil Brasil, Venezuela
Brasil
Brasil
Boeger & Kristsky, (2009) Kritsky & Thatcher (1984)
Iannacone & Luque (1993) Kritsky & Thatcher (1984) Kritsky & Thatcher (1984)
Kritsky &Thatcher (1984) Kritsky & Thatcher (1984)
Kritsky & Boeger (2002) Kritsky & Boeger (2002) Kritsky & Boeger (2002) Kritsky & Boeger (2002) Kritsky & Boeger (2002) Kritsky & Boeger (2002)
Thatcher (1980) Nematoda Contracaecum sp. (larva) Hysterothylacium sp.(larva) Terranova sp. (larva) Thynnascaris sp
Rio Paraná Rio Paraná
Rio Paraná e Reservatório de Volta Redonda Reservatório de Volta Redonda
Brasil Brasil Brasil Brasil
Pavanelli et al. (2004) Moravec et al. (1993) Moravec et al. (1993) Martins et al. (2000)
31
1.5. HELMINTOS PARASITOS DE PEIXE E SAÚDE PÚBLICA
As zoonoses parasitárias transmitidas por pescado, cada vez mais tem
chamado a atenção de pesquisadores e autoridades sanitárias do mundo inteiro, por
determinarem problemas de saúde na população, que infecta pelo consumo de
pescado cru ou mal cozido. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)
(2009) mais de 18 milhões de pessoas estão infectadas com zoonoses transmitidas
pelo pescado e mais de meio milhão estão em risco.
As espécies consideradas zoonóticas podem causar patologias fatais no
sistema nervoso e cardiovascular e seu diagnóstico diferencial é difícil (Chai et al.,
2005). Dentre as zoonoses mais conhecidas estão as anisaquíases, a heterofiíase e
a difilobotríase (Silva & São Clemente, 2001; Chai et al., 2005; Kim et al. 2006).
Os nematódeos da família Anisakiade são potencialmente zoonóticos e
agentes etiológicos da Anisaquíase. No ciclo de vida destes nematódeos, os adultos
são encontrados no estômago de mamíferos e liberam os ovos nas fezes do
hospedeiro, que ao entrar em contato com a água se desenvolvem e liberam a larva.
A larva é ingerida por crustáceos onde desenvolve-se em larva de terceiro estádio
que é infectante para peixes e moluscos. Os peixes se infectam ao ingerirem estes
crustáceos, nestes hospedeiros a larva migra para os tecidos musculares, e através
de predação, a larva é transferida de peixe para peixe. Os peixes mantém a larva de
terceiro estádio a qual é infectante para humanos e mamíferos (Chai et al., 2005).
Os seres humanos são hospedeiros acidentais e podem se infectar ao ingerir
carne de peixe crua ou mal cozida. Após ingestão, a larva de anisaquídeo pode
permanecer no trato gastro intestinal (Fig. 9), onde ocorrerá uma reação inflamatória
intensa ou pode penetrar a mucosa gástrica e intestinal ou órgãos associados,
causando perfurações intestinais ou uma gama de outros sintomas como
desconforto gástrico, náuseas e vômitos (Fumarola et al., 2009).
32
Figura 9: Endoscopia da região duodenal na qual foi observada uma
ulceração de 10 mm , próximo da região onde uma larva de Anisakis estava
penetrada na mucosa duodenal. Fonte: Hawang et al., 2011.
Os trematódeos da Família Heteropyidae são conhecidos por serem agentes
etiológicos da Heterofiíase. O ciclo de vida destes parasitos é semelhante ao dos
demais trematódeos, incluindo sempre um hospedeiro molusco que irá liberar as
cercárias. Estas formas larvais irão nadar ativamente e ao encontrar os peixes,
poderão penetrar e encistar na musculatura ou cavidade celomática, se
transformando em metacercárias (Roberts & Janovy Jr., 2008).
O homem pode atuar neste ciclo como um hospedeiro errático após a
ingestão de carne de peixes crua ou mal cozidas contendo essas metacercárias.
Após a ingestão, a metacercária excista-se, adere a mucosa intestinal e se
transforma nos helmintos adultos (medindo 1 a 1,7 mm). A infecção pode ser
assintomática ou pode incluir uma variedade de sintomas tais como: dores
abdominais, diarréia, hemorragias, obstrução intestinal e ascite (Centro de Controle
e Prevenção de Doenças-CDC, 2013).
33
A Difilobotríase é uma zoonose causada por cestódeos do gênero
Diphyllobothrium. Estes helmintos são parasitas de intestino delgado de grandes
mamíferos, que ao estarem infectados, liberam os ovos nas fezes para o meio
ambiente onde as oncosferas se desenvolvem em um coracídio. Após ingestão por
um crustáceo aquático o coracício desenvolve-se em uma larva procercóide. O ciclo
segue com a ingestão deste copepoda contendo a larva procercóide, por um
segundo hospedeiro intermediário crustáceo, ou pequenos peixes, onde se
desenvolvem em larvas plerocercóides (espargano). A larva plerocercóide é o
estádio infectante para humanos. Como humanos não se alimentam de pequenos
peixes, estes não representam grande risco e/ou fonte de infecção. No entanto,
estes pequenos peixes podem ser ingeridos por peixes maiores. Nesses casos, o
espargano pode migrar para a musculatura destes hospedeiros e os humanos
adquirem a infecção pela ingestão de carne de peixe crua ou mal cozida (CDC,
2013).
Após ingestão do peixe infectado, a larva plerocercóide desenvolve-se em
adultos imaturos e entao em adultos maduros, os quais residem na mucosa
intestinal, os quais podem alcançar mais de 10m em comprimento, com mais de
3.000 proglotes. A apresentação clínica desta doença inclui dores abdominais,
indigestão, surgimento de proglotes nas fezes, fadiga, prurido anal e diarréia
(Arizono et al., 2009).
No Brasil, o aumento no consumo de pescado cru, como o sushi e sashimi, o
ceviche da culinária peruana, o marinado da espanhola e o green hering da
holandesa constituem hábitos crescentes com situações de risco, denotando a
necessidade de ações em vigilância sanitária através da inspeção do pescado, a fim
de identificar, monitorar e inviabilizar a instalação de helmintíases emergentes
(Barros et al., 2006). Devido à gravidade do problema, o Ministério da Saúde, em
recente revisão, incluiu na lista de Classificação de Risco dos Agentes Biológicos,
todos os parasitos de peixes que podem parasitar o homem, indicando a importância
de estudo do tema (Ministério da Saúde, 2010).
No Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, um trabalho desenvolvido por
Simões et al. (2010) alertaram para o risco de contaminação da população com
Ascocotyle (Phagicola) longa Ransom, 1920 (Trematoda), que causa a heterofiíase
34
humana, zoonose emergente proveniente do pescado, com 100% de tainhas
examinadas parasitadas.
Em muitos casos, no homem, o parasitismo por anisaquídeos, é ocasionado
pela fase juvenil do parasita e segundo Timi et al. (2001), a determinação específica
dos juvenis de terceiro estádio como por exemplo das espécies de Anisakis, por
métodos morfológicos pode resultar em erros, sendo recomendável a sua
caracterização molecular para o estabelecimento de seu status específico (Tavares
& Alejos, 2006).
1.6 BIOLOGIA MOLECULAR DE HELMINTOS
A biologia molecular tem aprimorado muitas pesquisas em Ciências
Biológicas com novas ferramentas, as quais facilitam o diagnóstico e fornecem mais
informações sobre a biologia e relações parasito-hospedeiro (Prichard, 1997; Jabbar
et al., 2005).
Na parasitologia, os dados fornecidos pela biologia molecular tem ganhado
grande importância no desenvolvimento de vacinas, busca de novos agentes
quimioterápicos, entendimento da resistência a drogas, taxonomia e na prevenção e
controle de doenças parasitárias (Prichard & Tait, 2001; Gasser, 2006). O
diagnóstico das doenças parasitárias é complexo visto a difícil obtenção e
manipulação dos parasitos, principalmente quando não há a necropsia do
hospedeiro (Prichard, 1997).
A taxonomia de helmintos também tem sido influenciada pelas técnicas
moleculares. A ―Nova Taxonomia‖ ou ―Taxonomia do DNA‖, como alguns autores
tem denominado (Tautz et al. 2003; Nadler & León, 2011) utilizam as técnicas de
biologia molecular e estão resultando em um aumento nas taxas de descrição de
novas espécies e esclarecimento de grupos confusos em muitos taxa.
Os helmintos são frequentemente identificados e diferenciados com base em
suas características morfológicas, hospedeiro, padrões de transmissão, efeitos
patológicos no hospedeiro ou localização geográfica, no entanto estes critérios por
vezes não são suficientes para realizar a identificação específica (Gasser, 2006).
Entretanto a utilização de características morfológicas na identificação de larvas
35
ainda é um desafio para os taxonomistas, visto que estas formas evolutivas carecem
de estruturas detalhadas necessárias para a identificação específica (Umehara et
al., 2010).
Como exemplo disso, a identificação de larvas de anisaquídeos, que
comumente são encontradas parasitando peixes, ainda é uma problemática a ser
resolvida, visto que existem descrições inadequadas, sinonímias históricas
complexas, infecções mistas e o uso de relações entre diferentes estruturas
morfológicas que induzem ao erro no diagnóstico das espécies (Koie, 1993; Paggi &
Bullini 1994; Iñiguez et al., 2009). As técnicas de biologia molecular têm auxiliado a
identificação dos anisaquídeos e, recentemente, muitos autores tem utilizado estas
ferramentas para um melhor entendimento da sistemática, biodiversidade e relações
filogenéticas destes parasitos (Mattucci et al., 2002; Nadler et al., 2005; Mattucci et
al., 2008, Iñiguez et al., 2009; Umehara et al., 2010).
Dentre os principais marcadores moleculares utilizados para a identificação e
classificação de helmintos destaca-se os genes 18S rRNA, as regiões dos
espaçadores internos (Internal Transcriber Sequences) (ITS1 e ITS2) os quais se
situam ao lado dos genes do rRNA e os genes mitocondriais, como o Citocromo b,
Citocromo Oxidase I e os genes 16S e 12S do rRNA, devido a grande quantidade de
cópias no genoma e por serem altamente conservados, esses genes facilitam a
identificação e diferenciação de espécies (Perkins et al., 2011).
Nos últimos anos foi possível sequenciar o genoma completo de helmintos
como Anisakis simplex, Schistosoma mansoni, Schistosoma japonicum, Brugia
malayi e dezenas de outros, o que tem contribuído para o entendimento das
relações parasito-hospedeiro, assim como das relações filogenéticas entre muitos
grupos de parasitos (Brindley et al. 2009).
De acordo com Tautz et al. (2003) apesar dos bancos de dados terem
incluído até o início desse ano mais de 100.000 sequências de espécies de
eucariotos, não há garantia de que as espécies depositadas foram identificadas
adequadamente. Assim ainda devem ser realizados estudos morfológicos em
associação com a utilização de técnicas moleculares, ainda devem ser realizados
para que haja o fornecimento de informações que auxiliem a identificação e
caracterização da biologia e relações filogenéticas dos helmintos parasitos.
36
Os estudos prévios sobre helmintos de P. squamosissimus no Brasil,
evidenciaram registros de espécies com potencial zoonótico, mas pouco se sabe
sobre os parasitos deste peixe no Estado do Pará. A pescada branca é apreciada
pela população, sendo comercializada em inúmeros mercados e feiras livres do
Estado, portanto este estudo inédito na região dará subsídios aos órgãos
governamentais de Vigilância Sanitária para inspeção do pescado, monitoramento e
prevenção de helmintíases zoonóticas.
Com base nestas premissas, este trabalho propôs-se o estudo da
helmintofauna de P. squamosissimus da Baía do Guajará e do Rio Guamá em
Belém, incluindo a caracterização molecular das espécies com potencial zoonótico.
Este estudo foi desenvolvido dentro dos Programas PROCAD–NF 2009 (Edital
CAPES 2010-2013) e PARASITOLOGIA BÁSICA (Edital CAPES 2010-2014)
gerando contribuição para o estudo da fauna parasitológica de peixes da região
Amazônica.
37
2. OBJETIVOS
2.1. OBJETIVO GERAL
Realizar o estudo da diversidade de helmintos parasitos de Plagioscion
squamosissimus da Baía do Guajará, no município de Belém, Estado do Pará.
2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar e identificar as espécies de helmintos que parasitam P.
squamosissimus da Baía do Guajará, Belém, Estado do Pará.
Descrever a morfologia e a ultraestrutura das espécies encontradas
parasitando P. squamosissimus.
Descrever as alterações histopatológicas causadas por helmintos intestinais e
cavitários parasitos encontrados parasitando o hospedeiro.
Realizar a caracterização molecular das espécies de helmintos de P.
squamosissimus.
38
3. ARTIGOS
No período de um ano foram realizadas coletas de Plagioscion
squamosissimus nos mercados do Ver-o-Peso, do Porto da Palha e de Icoaraci,
totalizando uma amostragem de 30 espécimes adultos. Os peixes foram levados ao
laboratório de Biologia Celular e Helmintologia "Profa. Dra. Reinalda Marisa Lanfredi"
para serem analisados para helmintos.
Treinamentos com técnicas para a identificação taxonômica de helmintos
foram realizados, gerando a caracterização de uma espécie nova:
Neoechinorhynchus veropesoi (Artigo 1). Posteriormente, iniciou-se a identificação
de um trematódeo encontrado no opérculo da pescada branca. Porém, foi
necessária a realização de um treinamento com técnicas de biologia molecular,
utilizando-se amostras de outro helminto Trematoda parasito de Colomesus
psittacus (Bloch et Schneider, 1801), um outro peixe hospedeiro; o que também
resultou na descrição de uma nova espécie com elaboração de um segundo artigo
(Artigo 2) e, posteriormente ao treinamento com técnicas de biologia molecular, foi
então realizada a redescrição e revalidação do gênero e da espécie Brasicystis
bennetti (Artigo 3) parasita de P. squamosissimus.
Ao final do segundo ano de realização do curso de Doutorado, foi realizado
um estágio sanduíche, por doze meses nos Estados Unidos da América, no Harold
Manter Laboratory of Parasitology - Nebraska State Museum - University of
Nebraska Lincoln, coordenado pelo professor Dr. Scott Lyell Gardner.
Nesse período foram realizados vários treinamentos que, além de incluirem
técnicas de identificação taxonômica, incluíram o aprendizado de técnicas de
administração, elaboração, manutenção e curadoria de coleções parasitológicas,
sistemática e análise filogenética, e a codificação e uso de dados morfológicos para
o estudo filogenético (APÊNDICE I).
Durante o período de realização do doutorado sanduíche, houve a
participação nos seminários semanais como ouvinte e como palestrante no
laboratório Harold Manter Laboratory of Parasitology, apresentando resumos sobre o
projeto de Doutorado; além da participação em eventos locais divulgando os
resultados parciais, através de apresentações orais na "46th Annual Meeting of the
39
Southwestern Association of Parasitologists" e "44th Annual Rocky Mountain
Conference of Parasitology". Neste último, o trabalho apresentado foi contemplado
com o prêmio "Datus M Hammond" de melhor apresentação oral (APÊNDICE II).
Para os treinamentos em técnicas de sistemática filogenética, Dr. Scott Lyell
Gardner propôs a escolha de um gênero de helminto encontrado parasitando P.
squamosissimus no Estado do Pará, para então codificar os caracteres morfológicos
para a elaboração da filogenia do grupo. Contuto, a complexa taxonomia do gênero
Diplectanum, escolhido, apresenta dados confusos na literatura e, foi então
desenvolvido um projeto para realização da revisão taxonômica desses parasitos.
Assim, essa proposta foi contemplada com o prêmio "Ernst Mayr Travel Grant
in Animal Systematics", oferecido pela Harvard University, que financiou a visita ao
Museu de Historia Natural em Paris, coordenado pelo Dr. Jean-Lou Justine e ao
Laboratório de Helmintos Parasitas, da Academia Russa de Ciências, coordenado
pelo Dr. Pavel Gerasev (APÊNDICE III).
As colaborações com o Dr. Scott Lyell Gardner resultaram na elaboração e
submissão de mais um artigo científico (Artigo 4) e a visita ao museu de História
Natural em Paris, gerou a elaboração de outro artigo científico em colaboração com
Dr. Jean-Lou Justine, o qual está em processo de finalização e submissão (Artigo
5).
Deste modo os resultados do estudo da helmintofauna de Plagioscion
squamosissimus resultaram na descrição de uma nova espécie e identificação das
espécies demonstradas no Quadro 2 a seguir.
40
Quadro 2: Quadro parasitológico dos helmintos identificados parasitando Plagioscion squamosissimos de Belém, Pará, Brasil.
GRUPO/ESPÉCIE SÍTIO DE INFECÇÃO
PREVALÊNCIA RESULTADO DA ANÁLISE
Acanthocephala
Neoechinorhynchus veropesoi Intestino Delgado
39,1%
Artigo 1 (Publicado) MELO, F.T.V.; COSTA, P.A.F.B., GIESE, E.G, GARDNER, S.L., SANTOS, J.N. A description of Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) veropesoi n. sp. (Acanthocephala: Neoechinorhynchidae) from the intestine of the silver croaker fish Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) (Osteichthyes: Sciaenidae) off the east coast of Brazil. Journal of Helminthology, DOI: http://dx.doi.org/10.1017/S0022149X13000564 (2013)
Cestoda
- Larvas da Ordem Proteocephalidea
- Larvas da Ordem Trypanorhyncha
Cavidade Celomática
100% 13,1%
Artigo 4 (Publicado)
MELO, F.T.V., RODRIGUES, R.A.R., GIESE, E.G., GARDNER, S.L., SANTOS, J.N. Histopathological Aspects in Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1940) induced by Neoechinorhynchus veropesoi, metacestodes and Anisakidae Juveniles. Brazilian Journal of Veterinary Parasitology. (2013)
Monogenea
Diplectanum sp. Euryhaliotrema sp.
Aetheolabes sp.
Brânquias
30% 100% 25%
Artigo 5 (Em elaboração)
MELO, F.T.V.; REHULKOVÁ, E.; GARDNER, S.L.; SANTOS, J.N.; JUSTINE, J-L. Crenels,
lamellodisc or squamodisc? A redescription of the enigmatic Diplectanum jerbuae Gupta & Khanna, 1974. Acta Parasitologica (ISSN: 1896-1851)
Digenea
Brasicystis benetti Opérculo 43,5%
Artigo 3 (Publicado) MELO, F.T.V.; SILVA, J. P. E.; GONCALVES, E. C.; FURTADO, A. P.; GIESE, E.G; SANTOS, C.P.; SANTOS, J.N. Taxonomic status and redescription of the genus Brasicystis Thatcher, 1979 (Digenea: Didymozoidae). Parasitology International 62 (2): 208-214, 2013.
Família Criptogonimidae Estômago 26% Em elaboração
Nematoda
Anisakidae - Morfo tipo I Cavidade Celomática
100% Em elaboração
Contracecum sp. (juvenil) 21,7%
41
ARTIGO 1
A description of Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) veropesoi n. sp.
(Acanthocephala: Neoechinorhynchidae) from the intestine of the silver croaker fish
Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) (Osteichthyes: Sciaenidae) off the east
coast of Brazil.
MELO, F.T.V.; COSTA, P.A.F.B.; GIESE, E.G; GARDNER, S.L.; SANTOS, J.N.
Revista: Journal of Helminthology (Publicado)
ISSN: 0022-149X
DOI: http://dx.doi.org/10.1017/S0022149X13000564.
42
43
44
45
46
47
48
49
50
ARTIGO 2
Rohdella amazonica n. sp. – A new Aspidogastridae parasite of Amazonian fish.
GIESE, E.G.; SILVA, M.V.O.; FURTADO, A.P.; MATOS, E.R.; GONÇALVES, E.C.;
MELO, F.T.V.; SANTOS, J.N.
Revista: Journal of Helminthology (Publicado)
ISSN: 0022-149X
51
52
53
54
55
56
57
ARTIGO 3
Taxonomic status and redescription of the genus Brasicystis Thatcher, 1979
(Digenea: Didymozoidae).
MELO, F.T.V. ; SILVA, J. P. E. ; GONCALVES, E. C. ; FURTADO, A. P. ; GIESE,
E.G ; SANTOS, C.P. ; SANTOS, J.N.
Revista: Parasitology International 62 (2), 208-214, 2013. (Publicado)
ISSN: 1383-5769.
DOI: 10.1016/j.parint.2013.01.001
58
59
60
61
62
63
64
65
ARTIGO 4
Histopathological aspects in Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1940) induced by
Neoechinorhynchus veropesoi, metacestodes and Anisakidae Juveniles.
MELO, F.T.V., RODRIGUES, R.A.R., GIESE, E.G., GARDNER, S.L., SANTOS, J.N.
Revista: Brazilian Journal of Veterinary Parasitology . (Publicado).
v. 23, n. 2, p. 224-230, abr.-jun. 2014
ISSN 0103-846X (Print) / ISSN 1984-2961 (Electronic)
Doi: http://dx.doi.org/10.1590/S1984-29612014048
66
67
68
69
70
71
72
73
ARTIGO 5
MELO, F.T.V.; REHULKOVÁ, E.; GARDNER, S.L.; SANTOS, J.N.; JUSTINE, J-L.
Crenels, lamellodisc or squamodisc? A redescription of the enigmatic Diplectanum
jerbuae Gupta & Khanna, 1974.
Revista: Acta Parasitologica (Em preparação)
ISSN: 1896-1851
74
Crenels, lamellodisc or squamodisc? A redescription of the enigmatic Diplectanum jerbuae
Gupta & Khanna, 1974
Francisco Tiago de Vasconcelos Melo1,*, Eva Řehulková 2,Scott Lyell Gardner3, Jeannie
Nascimento Santos4 & Jean-Lou Justine5
1CAPES Foundation, Ministry of Education of Brazil, Brasília – DF 70040-020, Brazil
2 Department of Botany and Zoology, Faculty of Science, Masaryk University, Kotlářská 2, 611
37 Brno, Czech Republic
3 The Harold W. Manter Laboratory of Parasitology, W-529 Nebraska Hall, University of
Nebraska State Museum and School of Biological Sciences University of Nebraska - Lincoln,
Lincoln, Nebraska 68588-0514
4 Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia “Profa. Dra. Reinalda Marisa Lanfredi” -
Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Rua Augusto Corrêa, 01 -
Guamá. Belém – Pará – Brazil. Zip code 66075-110
5 UMR 7138 Systématique, Adaptation, Évolution, Muséum National d’Histoire Naturelle CP
51, 55 rue Buffon, 75231 Pariis cedex 05, France
*Corresponding Author: Francisco Tiago de Vasconcelos Melo
Laboratório de Biologia Celular e Helmintologia “Profa. Dra. Reinalda Marisa Lanfredi” -
Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências Biológicas, Rua Augusto Corrêa, 01 -
Guamá. Belém – Pará – Brazil. Zip code 66075-110
e-mail: [email protected]
Running Title: Redescription of Diplectanum jerbuae
75
Abstract
Diplectanum jerbuae Gupta & Khanna, 1974 was described from the gills of Terapon jerbua
(Forsskål, 1775) from near the Andaman Islands. The original description was puzzling and
included a figure of the “lamellodisc” looking like transverse, parallel crenulated lines. We
redescribe the species based on new specimens collected from the type-host off New Caledonia,
clarify the structure of the adhesive discs of the species (which are normal squamodiscs, not
lamellodiscs, and certainly not crenels). The male copulatory organ is tubular and sigma-shaped
and the sclerotised vagina is helix-shaped. This confirms inclusion of the species within
Diplectanum Diesing, 1858 (a genus which requires taxonomic reassessment).
Key-words: Monogenean, Diplectanidae, Diplectanum, Diplectanum jerbuae
76
Introduction
Diplectanum jerbuae Gupta & Khanna, 1974 was first described (Gupta & Khanna
1974) based on specimens collected from the gills of Terapon jarbua (Forsskål, 1775)
(Terapontidae) from near the Andaman Islands (fish name spelled “Therapon jerbua” in
original description). The original description mentioned a “lamellodisc” and the drawing was
different from other diplectanids. Oliver (1987; p. 75) remarked that the species had “very
curious squamodiscs, reminding the crenels of a castle” and that it required re-examination.
However, the species has never been redescribed. It is currently classified as Diplectanum
incertae sedis in Domingues & Boeger (2008) and in WoRMS (Gibson, 2013).
Specimens were found on the type-host fish off New Caledonia and are described here.
Our observations show that the squamodiscs have an usual structure.
Material and Methods
Two specimens of Terapon jarbua (Fork length 254-263 mm) were purchased at the Nouméa
fish market. The fish specimens, registered as MNHN JNC1990-1991 were identified from
morphology and tissue samples were later subjected to additional molecular characterization
and identification (Latredou et al. 2013). Monogeneans were collected alive from the gills and
were squashed between a slide and a coverslip with a drop of glycerol-ammonium-picrate
(Malmberg, 1957) and the coverslip was sealed with nail varnish. It is known that
measurements of sclerotised part vary with flattening, therefore measurements reported here
should be greater than for partially flattened specimens mounted in Canada balsam (Justine,
2005). Monogeneans were drawn with an Olympus BH-2 microscope equipped with a drawing
77
tube and differential interference contrast optics. Measurements were taken from pencil
drawings with the help of a custom-made transparent rule, previously calibrated with a stage
micrometer. Drawings were scanned and redrawn on a computer with Adobe Illustrator. All
measurements are in μm.
Results
Family Diplectanidae Bychowsky, 1957
Genus Diplectanum Diesing, 1858
Diplectanum jerbuae Gupta & Khanna, 1974 (Fig. 1)
Redescription: [Measurements from 22 individuals, Table I]. Body elongate. Anterior region
with 3 pairs of head organs and 2 pairs of eyespots; inner margins of posterior pair often in
contact.
Pharynx spherical to subspherical. Oesophagus apparently absent, such that intestinal
bifurcation immediately follows pharynx. Caecae simple, terminate blindly at level of posterior
margin of vitelline field.
Testis subspherical, intercaecal. Small seminal vesicle sometimes visible, posterior to
sclerotized male copulatory organ (MCO). Sclerotized MCO a sigma-curved tube, with helical
flange.
Ovary often inconspicuous, pre-testicular, composed by a large number of cells distributed in
the central area of the body. Sclerotised vagina an helix with 5-6 turns. Vitelline fields extend
posteriorly in 2 lateral bands from anterior part of body to posterior part of caeca.
Haptor provided with 2 slightly dissimilar squamodiscs with 18 to 20 rows of rodlets, 2 pairs of
78
lateral hamuli, 3 bars and 14 marginal hooklets. Squamodiscs small, with small rodlets; central
rodlets forming a regular row, never forming closed circles, disturbed in the last rows. Ventral
hamulus with distinct guard and handle. Dorsal hamulus with indistinct guard and handle.
Dorsal (lateral) bars slightly curved, with flattened medial extremity and cylindrical lateral
extremity. Ventral bar elongate with thin extremities; groove visible on ventral side.
Discussion
In the present work we redescribe the species D. jerbuae, describe the morphology of
the squamodiscs and add information about the morphology of the species. This is the first
report of a parasite from Terapon jarbua off New Caledonia (Justine, 2010). Our observations
show that the species presents two squamodiscs made up of rows of small rodlets with small
lateral projections. These observations clarify the structure of the squamodiscs, which were
mentioned as “lamellodiscs” in the original description and drawn as parallel crenulated lines by
Gupta & Khanna (1974), although other species described in the same paper had normal
descriptions of squamodiscs. The structure of the male copulatory organ was originally
misinterpreted in the original descriptions; the authors described the MCO as a tubular and
bipartite with an accessory piece; however the present observations show that it is a ɛ -curved
tube with an helical flange structure, without accessory piece. The vagina was not described in
the original description; we could observe a helical sclerotised vagina; since all our specimens
were prepared with picrate, conservation of soft tissues was suboptimal and it is likely that we
observed only the sclerotised part of the vagina – not the associated soft parts.
D. jerbuae has a tubular male copulatory organ similar to D. aequans (Wagener, 1857), D.
79
aculeatum Parona & Perugia, 1889, D. banyulense Oliver, 1968, D. bocqueti Oliver, 1980, D.
chabaudi Oliver, 1980, D. dollfusi Oliver, 1980, D. grassei Oliver, 1974, D. gymnopeus Kritsky
& Thatcher, 1984 , D. laubieri Lambert & Maillard, 1974, D. mellvillei Oliver & Paperna, 1984
and D. sciaenae (van Beneden & Hesse, 1863), but those species do not have a з-shape MCO
and do not present a flange structure covering the tube. Among the species with a tubular MCO,
the sclerotised vaginal structure was observed only in D. sciaenae in which it is cup-shaped and
situated marginally, while in D. jerbuae we observed a helicoidal structure.
Acknowledgments
Financial support for the study was obtained from the CAPES Foundation, Ministry of
Education of Brazil (Grants CAPES-PROCAD NF/2009, CAPES–PARASITOLOGIA
BÁSICA/2010 and Scholarship Sandwich Doctorate nº9489/12-2). Part of this study was funded
by a grant to FTVM by the Museum of Comparative Zoology, Harvard University with the
"Ernst Mayr Travel Grant in Animal Systematics, and Harold W. Manter Laboratory of
Parasitology, University of Nebraska-Lincoln, USA. Partial support for this word was from
National Science Foundation grant DBI-0646356 to SLG. This study is part of the doctoral
dissertation of the first author from the Post Graduation Program of Biology of Infectious and
Parasitic Agents/ICB-UFPA, Belém, Pará, Brazil.
References
Gibson, D. (2013). Diplectanum incertae sedis jerbuae Gupta & Khanna, 1974. Accessed
through: World Register of Marine Species at
http://www.marinespecies.org/aphia.php?p=taxdetails&id=518346 on 2013-10-09
80
Domingues, M.V., Boeger, W. 2008. Phylogeny and revision of Diplectanidae Monticelli, 1903
(Platyhelminthes: Monogenoidea). Zootaxa, 1698, 1–40.
Gupta, N.K, Khanna, M. 1974. On some of the monogenetic trematodes of marine fishes from
Port-Blair (Andaman and Nicobar Islands, India) Part 1. Revista Iberica de Parasitologia, 34:
257–272.
Justine, J.-L. 2005. Species of Pseudorhabdosynochus Yamaguti, 1958 (Monogenea:
Diplectanidae) from Epinephelus fasciatus and E. merra (Perciformes: Serranidae) off New
Caledonia and other parts of the Indo-Pacific Ocean, with a comparison of measurements of
specimens prepared using different methods, and a description of P. caledonicus n. sp.
Systematic Parasitology, 62, 1–37. DOI: 10.1007/s11230-005-5480-0
Justine, J.-L. 2010. Parasites of coral reef fish: how much do we know? With a bibliography of
fish parasites in New Caledonia. Belgian Journal of Zoology, 140 (Suppl.), 155-190.
Lautredou, A.-C., Motomura, H., Gallut, C., Ozouf-Costaz, C., Cruaud, C., Lecointre, G.,
Dettai, A. 2013. New nuclear markers and exploration of the relationships among Serraniformes
(Acanthomorpha, Teleostei): the importance of working at multiple scales. Molecular
Phylogenetics and Evolution, 67, 140–155.
Malmberg, G. 1957. Om förekomsten av Gyrodactylus på svenska fiskar (In Swedish.). Skrifter
Utgivna av Södra Sveriges Fiskeriförening, Årsskrift, 1956, 19-76.
Oliver, G. 1987. Les Diplectanidae Bychowsky 1957 (Monogenea, Monopisthocotylea,
Dactylogyridea). Systématique. Biologie. Ontogénie. Écologie. Essai de phylogénèse. Thèse
d'état. Université des Sciences et Techniques du Languedoc, Montpellier, France, 433 pp.
81
Legends of Illustrations
A, posterior part of body, redrawn from original description (Gupta & Khanna). Only the
outline of body and the “lamellodisc” were redrawn. Note that scale is probably erroneous.
B, whole body, composite drawing, partly schematic.
C, D, sclerotised male copulatory organ in two specimens.
E-G, sclerotised vagina in three specimens.
H-K, sclerotised parts of haptor; H, ventral bar; I, lateral (dorsal) bar; J, ventral hamulus; K,
dorsal hamulus.
L, squamodisc, partly damaged.
82
83
84
4. CONCLUSÕES
Apesar de existirem relatos sobre a diversidade de helmintos de Plagioscion
squamosissimus em outras regiões do Brasil, existem poucos relatos de espécies de
helmintos parasitos deste hospedeiro para a região Norte do país.
Neste trabalho foram encontrados exemplares de monogenóides dos gêneros
Diplectanum, Aetheolabes e Euryhaliotrema. Relatos de espécies destes gêneros já
foram descritas parasitando P. squamosissimus; porém, devido a complexidade
deste grupo de helmintos, aprofundadas análises para o diagnóstico específico
ainda serão necessárias.
Indivíduos da Classe Digenea, Família Cryptogonimidae, foram encontrados
parasitando intestino de P. squamosissimus. Até o momento não existiam relatos de
nenhuma espécie de Digenea parasitando intestino delgado deste hospedeiro. No
entanto, estudos complementares se fazem necessários, com coleta de espécimes
adicionais, para a descrição e diagnóstico do epíteto específico.
Das espécies de helmintos reportadas parasitando P. squamosissimus,
também observamos o parasitismo por trematódeos da espécie Brasicystis bennetti.
Estudos morfológicos dos espécimes encontrados auxiliaram na composição de
dados para revalidação do gênero, o qual se encontrava como genus inquirenda,
adicionando dados morfológicos e moleculares sobre esse parasito.
Representantes da Classe Cestoda, das Ordem Proteocephalidea e
Trypanorhincha foram encontrados encistados na cavidade abdominal de P.
squamosissimus, o que pode caracterizar esta espécie de peixe, como um
hospedeiro paratênico.
Formas juvenis de helmintos do Filo Nematoda da Família Anisakidae, foram
encontrados parasitando cavidade abdominal, com altas prevalência (100%) e
intensidade parasitária (entre 5 - 456 larvas). O estudo possibilitou a indicação da
existência no mínimo de três gêneros destes nematódeos parasitando P.
quamosissimus. No entanto, estudos complementares utilizando técnicas
moleculares serão necessários para auxiliar a correta identificação desses
helmintos, por se tratarem de formas larvares.
85
Uma nova espécie de acantocéfalo, Neoechnorhynchus veropesoi, foi
identificada no presente trabalho, contribuindo para a adição de dados à diversidade
de helmintos da região amazônica.
O estudo histopatológico de helmintos intestinais e cavitários, revelou que
apesar do alto índice de parasitismo encontrado por juvenis da Família Anisakidae,
estes parasitas não causam reações imunológicas intensas e permanecem
encistados sobre os órgãos do hospedeiro.
Os metacestódeos e as formas adultas de acantocéfalos da espécie
Neoechnorhynchus veropesoi, por sua vez, foram caracterizados por apresentarem
um comportamento mais invasivo. Os metacestódeos encontraram-se encistados
invadindo a camada muscular interna; enquanto N. veropesoi, lesiona a mucosa
intestinal, alcançando a camada muscular interna. Ambos causam reações
imunológicas intensas, associadas à migração de macrófagos.
Estes achados são importantes para o entendimento desses parasitos no
controle das populações naturais de hospedeiros e/ou de sua participação em outros
ciclos biológicos no ecossistema do qual P. squamosissimus faz parte.
Assim, este trabalho descreve novas espécies, além de adicionar novos
dados à morfologia de helmintos parasitos de P. squamosissimus, demonstrando
que o ecossistema no qual o hospedeiro se encontra influencia em sua fauna
parasitária, refletindo assim características específicas do parasitismo por helmintos
em diferentes biomas.
86
5. REFERÊNCIAS
ALAVA, J.J.; AGUIRRE, W.E. Scanning electron microscopy of Neoechinorhynchus
sp. (Acanthocephala: Neoechinorhynchidae), a possible new species of
intestinal parasite of the Tallfin croaker. Parasitologia Latinoamericana 60 :
48 - 53, 2005.
ALBUQUERQUE, M. C.; SANTOS, M. D.; MONTEIRO, C. M.; MARTINS, A. N.;
EDERLI, N. B.; BRASIL-SATO, M. C. Helmintos endoparasitos de Pimelodus
maculatus Lacépède, 1803, (Actinopterygii, Pimelodidae) de duas Localidades
(Lagoa e Calha do Rio) do Rio Guandu, Estado do Rio de Janeiro, Brasil.
Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária 17(1): 113-119, 2008.
AMIN, O.M. Revision of Neoechinorhynchus Stiles & Hassall, 1905 (Acanthocephala:
Neoechinorhynchidae) with keys to 88 species in two subgenera. Systematic
Parasitology 53 : 1–18, 2002.
ARIZONO, N., YAMADA, M., NAKAMURA-UCHIYAMA, F., OHNISHI, K.
Diphyllobothriasis Associated with Eating Raw Pacific Salmon. Emerging
Infectious Diseases 15 (6): 866-70, 2009.
BARROS, L.A.; FILHO; J.M., OLIVEIRA, R.L. Nematóides com potencial zoonótico
em peixes com importância econômica provenientes do rio Cuiabá. Revista
Brasileira de Ciências Veterinárias 13 (1): 55-57, 2006.
BARTHEM, R. B. A pesca e os Recursos Pesqueiros da Amazônia. O Desembarque
na Região de Belém e a pesca na Foz Amazônica. Editado por Mauro Luiz
Ruffino. Pró-Várzea – Manaus, 137 -167, 2004.
BARTHEM, R. B. Ocorrência, distribuição e biologia dos peixes da Baía de Marajó,
Estuário amazônico. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi Zoologia 2
(1) : 49 – 69, 1985.
BOEGER, W.A.; KRITSKY, D.C. Neotropical Monogenoidea. 54. Proposal of
Aetheolabes n. g. (Dactylogyrinea: Diplectanidae), with the description of A.
87
goeldiensis n. sp. from the gills of ‗pescada‘ Plagioscion sp. (Teleostei:
Sciaenidae) in Brazil. Systematic Parasitology 74 (2):137-142, 2009.
BOEGER, W.A.; KRITSKY, D.C. Netropical Monogenoidea. 54. Proposal of
Aetheolabes n.g. (Dactylogyrinea: Diplectanidae), with the description of A.
goeldiensis n. sp. from the gills of ‗pescada‘ Plagioscion sp. (Teleostei:
Scianidae) in Brazil. Systematic Parasitology 74: 137-142, 2009.
BRASIL-SATO, M.C., PAVANELLI, G.C. Neoechinorhynchus pimelodi sp.n.
(Eoacanthocephala, Neoechinorhynchidae) parasitizing Pimelodus maculatus
Lacépede, "Mandi-Amarelo" (Siluroidei, Pimelodidae) From The Basin Of The
São Francisco River, Três Marias, Minas Gerais, Brazil. Revista Brasileira de
Zoologia 15 (4), 100, 1003 – 1011, 1998.
BRINDLEY, P.J.; MITREVA, M.; GHEDIN, E.; LUSTIGMAN, S. Helminth Genomics:
The Implications for Human Health. PLOS Neglected Tropical Disease 3 (10),
2009.
CASATTI, L. Family Sciaenidae. In: REIS, R.E.; KULLANDER, S.O.; FERRARIS
JR, C.J. Check list of the freshwater fishes of South and Central America. Porto
Alegre: EDIPUCRS, 2003. p. 599-602.
CDC – Center for Disease Control and Prevention. The Online Source for Credible
Health Information. Disponível em: <http://www.cdc.gov/>. Acessado em:
15/03/2013.
CHAI, J. Y; MURRELL, K.D.; Lymbery, A. J. Fish-borne parasitic zoonoses: Status
and issues. International Journal for Parasitology 35: 1233–1254, 2005.
CHERVY, L. The terminology of larval cestodes or metacestodes. Systematic
Parasitology 52: 1–33, 2002.
CINTRA, I.H.A. A Pesca No Reservatório da Usina Hidrelétrica de Tucuruí,
Estado do Pará, Brasil. Tese - Universidade Federal do Ceará, Centro de
Ciências Agrárias. Departamento de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 2009.
88
COEHN, S. C.; KOHN, A. South American Monogenea—list of species, hosts and
geographical distribution from 1997 to 2008. Zootaxa 1924: 1-42, 2008.
COSTA, S.A.G.L; PERETTI, D.; PINTO JUNIOR, J.E.M.; FERNANDES M. A.;
GURJEL JUNIOR, A.M. Espectro alimentar e variação sazonal da dieta de
Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1840) (Osteichthyes, Sciaenidae) na
lagoa do Piató, Assu, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Acta
guScientiarum. Biological Sciences 3 : 285-292, 2009.
FUMAROLA, L., MONNO, R., IERARDI, E., RIZZO, G., GIANNELLI, G., LALLE, M.
POZIO, E. Anisakis pegreffi Etiological Agent of Gastric Infections in Two Italian
Women. Foodborne pathogens and Disease 6 (9): 1157-1159, 2009
GASSER, R.B. Molecular tools—advances, opportunities and prospects. Veterinary
Parasitol., 136 : 69–89, 2006.
GIBSON, D. I., JONES, A., BRAY, R.A. Keys to the Trematoda Vol. 1. Natural
Museum of London, UK. CABI Publishing. 2002.
GIESE, E. G.; FURTADO, A. P.; LANFREDI, R. M.; SANTOS, J.N. A New
Cucullanid Species (Nematoda) from Ageneiosus ucayalensis Castelnau, 1855
(Pisces: Auchenipteridae) from Pará, Brazil. Journal of Parasitology
96(2):389-394, 2010.
GIESE, E.G., SANTOS J.N., LANFREDI R.M.. A New Species Of Camallanidae
From Ageneiosus ucayalensis (Pisces Siluriformes) From Pará State.Journal
of Parasitology 95 (2): 407-412, 2009.
GOULDING, M. The Fishes and the Forest. Explorations in Amazonian Natural
History. Berkeley,Los Angeles, University of California Press, 1980. 280 pp.
HICKMAN, C.P. & L. S. ROBERTS. 1994. Animal Diversity. Wm. C. Brown,
Dubuque, IA.
89
HWANG, D., PARK, S., PACK, S.C., LEE, K.S., CHOI, S.K., KANG, H., PARK, C.
W., LEE, S. A Case of Duodenal Anisakiasis with Duodenal Ulcer. Chonnam
Medical Journal 48: 73-75, 2012.
IANNACONE, J.A.; LUQUE, J.L. New records of helminths parasitic on Peruvian
Amazonian fishes (Osteichthyes). Revista de Biologia Tropical 41 (2): 303-
305, 1993.
IBAMA. Estatística da pesca 2005. Brasil. Grandes regiões e unidades da
federação. 108p, 2007.
IÑIGUEZ, A.M.; SANTOS, C.P.; VINCENTE, A.C.P. Genetic characterization of
Anisakis typica and Anisakis physeteris from marine mammals and fish from the
Atlantic Ocean off Brazil. Veterinary Parasitology 165: 350–356, 2009.
JABBAR, A.; IQBAL, Z., MUHAMMAD, G.; MUHAMMAD, N. K.; RAO, Z. A.; ZIA-UD-
DIN, S.; MUHAMMAD, L. The Interplay of Molecular Biology and Veterinary
Parasitology: A Need of the Time. International Journal of Agricultural
Biology 7 (5), 2005.
KIM, S.G.; JO, Y.J., PARK, Y.S.; KIM, S.H.; SONG, M.H., LEE, H.H.; KIM, J.S.;
RYOU, J.W.; JOO, J.E.; KIM, D.H. Four Cases of Gastric Submucosal Mass
Suspected as Anisakisis. Korean Journal of Parasitology 44 (1): 81-86, 2006.
KOHN, A., FERNANDES, B. M. M., COHEN, S. C. South American Trematodes
Parasites of Fishes. CDD 20ª ed. 2007.
KOHN, A., FERNANDES, B.M.M., BAPTISTA-FARIAS, M.F.D. Metacercariae of
Diplostomum (Austrodiplostomum) compactum (Trematoda, Diplostomidae) in
the eyes of Plagioscion squamosissimus (Teleostei, Sciaenidae) from the
reservoir of the hydroelectric power station of Itaipu, Brazil. Memórias do
Instituto Oswaldo Cruz,. 90 (3): 341-344, 1995.
KOYUN, M.; ALTUNEL, F.N. Dactylogyrus fraternus Wagener, 1909 (Monogenea:
Dactylogyridae) Parasitic on Alburnus alburnus (Cyprinidae) from Turkey.
Notes Science Biological 2 (4) : 24-26, 2010.
90
KRITSKY, D.C.; BOEGER, W.A. Neotropical Monoge noidea. 41: new and previously
described species of Dactylogyridae (Platyhelminthes) from the gills of marine
and freshwater perciform fishes (Teleostei) with proposal of a new genus and a
hypothesis on phylogeny. Zoosystema 24 (1): 7-40, 2002.
KRITSKY, D.C.; THATCHER, V.E. Neotropical Monogenea. 6: Five species of
Diplectanum (Diplectanidae) from freshwater teleosts, Plagioscion spp.
(Sciaenidae), in Brazil. Proceedings of the Biological Society Washington
97 (2): 432-441, 1984.
LUQUE, J.L.; POULIN, R. Metazoan parasite species richness in Neotropical fishes:
hotspots and the geography of biodiversity. Parasitology, 134: 865–878, 2007.
MACHADO, M.H., G.C. PAVANELLI, R.M. TAKEMOTO. Structure and diversity of
endoparasitic infracommunities and the trophic level of Pseudoplatystoma
corruscans and Schizodon borelli (Osteichthyes) of the high Paraná River.
Memorias Instituto Oswaldo Cruz 91(4): 441-448, 1996.
MACHADO, P.M.; TAKEMOTO, R.M.; PAVANELLI, G.C. Diplostomum
(Austrodiplostomum) compactum (Lutz, 1928) (Platyhelminthes, Digenea)
metacercariae in fish from the floodplain of the Upper Parana River, Brazil.
Parasitology Research 97(6) : 436-444, 2005.
MARTINS, M. L.; FUJMOTO, R.Y.; MORAES, F.R. Prevalence and seasonality of
Diplectanum piscinarius Kritsky and Thatcher 1984 (Monogenoidea) in the gills
of Plagioscion squamosissimus Heckel 1840 (Sciaenidae) from Volta Grande
Reservoir, MG, Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária 9 (2):
105 – 107, 2000.
MARTINS, M.L.; FUJIMOTO, R.Y.; NASCIMENTO, A.A.; MORAES, F.R. Ocorrência
de Diplostomum sp Nordmann,1832 (Digenea: Diplostomatidae) em
Plagioscion squamosissimus Heckel, 1840, proveniente do Reservatório de
Volta Grande, MG, Brasil. Acta Scientiarum 21 (2): 263-266, 1999.
MARTINS, M.L.; MELLO, A.; PAIVA, F.C.; FUJIMOTO, R.Y.;SCHALCH, S.H.C.
Prevalência, sazonalidade e intensidade de infecção por Diplostomum
91
(Austrodiplos-tomum) compactum Lutz, 1928 (Digenea, Diplostomidae), em
peixes do reservatório de Volta Grande, Estado de Minas Gerais, Brasil. Acta
Scientiarum 24(2): 469-474, 2002.
MATTUCCI, S.,NACETTI, G., PAGGI, L.;. SANTOS, C. P; COSTA, G.; DI
BENEDITTO, A. P.; RAMOS, R.; ARGYROU, M.; CIANCHI, R.; BULLINI, L.
Genetic markers in the study of Anisakis typica (Diesing, 1860): Larval
identification and genetic relationships with other species of Anisakis Dujardin,
1845 (Nematoda: Anisakidae). Systematic Parasitology 51: 159–170, 2002.
MATTUCCI, S.; FARINA, V.; CAMPBELL, N.; MACKENZIE, K.; RAMOS, P.;
PINTOS, A.L.; ABAUNZA, P.; NASCETTI, G. Anisakis spp. larvae (Nematoda:
Anisakidae) from Atlantic horse mackerel: Their genetic identification and use
as biological tags for host stock characterization. Fisheries Research 89: 146–
151, 2008.
MELO, F.T.V.; FURTADO, A.P.; GIESE, E.G.; VALLINOTO, A.C.R.; GONÇALVES,
E.C.; SOARES, M.J.; SANTOS, J.N. Lanfrediella amphicirrus gen. nov. sp. nov.
Nematotaeniidae (Cestoda: Cyclophyllidea), a tapeworm parasite of Rhinella
marina (Linnaeus, 1758) (Amphibia: Bufonidae). Memórias do Instituto
Oswaldo Cruz 106 (6): 670-677, 2011.
MELO, M. F.C.M., SANTOS, J. N., GIESE, E. G., SANTOS, E.G., SANTOS, C. P.
Raphidascaris (Sprentascaris) lanfrediae sp. nov. (Nematoda: Anisakidae) from
the fish Satanoperca jurupari (Osteichthyes: Cichlidae). Memorias do Instituto
Oswaldo Cruz 106 (5): 553-6, 2011.
MELO, M. F.C.M.; GIESE, E. G.; SANTOS, E.G.; SANTOS, J. N.; SANTOS, C. P.
Parasites of Satanoperca jurupari (Osteichthyes: Cichlidae) from Brazil.
Parasitology Research 110 (1):389-94, 2012.
MELO, M. F.C.M.; GIESE, E. G.; SANTOS, J. N.; SANTOS, C. P. First record of
larval Pseudoproleptus sp. (Nematoda: Cysticolidae) in fish host. Acta Tropica
117 : 212-215, 2011.
92
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Classificação de risco dos agentes biológicos. Série A.
Normas e Manuais Técnicos 2ª Ed. - Brasília: Editora do Ministério da Saúde,
44 p., 2010.
MORAVEC F., SANTOS, C P. 2009. Larval Pseudoproleptus sp. (Nematoda:
Cystidicolidae) Found In The Amazon River Prawn Macrobrachium
amazonicum (Decapoda: Palaemonidae) In Brazil. Journal of Parasitology 95
(3): 634-638. 2009.
MORAVEC, F. Nematodes of Freshwater Fish of the Neotropical Region.
Academia. Praga. 1998.
MORAVEC, F.; KOHN, A.; FERNANDES, B.M.M. Nematode parasites of fishes of
the Paraná River, Brazil. Part 2. Seuratoidea, Ascaridoidea, Habronematoidea
and Acuaroidea. Folia Parasitologica 40 (1): 115-134, 1993.
NADLER, S.A., LEÓN, G.P. Integrating molecular and morphological approaches for
characterizing parasite cryptic species: implications for parasitology.
Parasitology 138: 1688–1709, 2011.
NADLER, S.A.; D‘AMELIO, S., DAILEY, M.D., PAGGI, L., SIU, S., SAKANARI, J.A.
molecular phylogenetics and diagnosis of Anisakis, Pseudoterranova, and
Contracaecum from northern pacific marine mammals. Journal of
Parasitology 91 (6) : 1413 – 1429, 2005.
OLIVEIRA, D.M.; FRÉDOU, T.; LUCENA, F.A pesca no Estuário Amazônico: uma
análise uni e multivariada. Boletim Museu Paraense Emílio Goeldi. Ciências
Naturais, 2 (2) : 11-21, 2007.
PAES, J.V.K.; CARVALHO, E.D.; SILVA, R.J. Infection levels of Austrodiplostomum
compactum (Digenea, Diplostomidae) metacercariae in Plagioscion
squamosissimus (Teleostei, Sciaenidae) from the Nova Avanhandava reservoir,
São Paulo State, Brazil. Journal of Helminthology 100: 1–8, 2009.
PAGGI, L., BULLINI, L.. Molecular taxonomy in anisakids. Bulletin of the
Scandinavian Society of Parasitology 4: 25–39, 1994.
93
PALOMARES, M.L.D. La consommation de nourriture chez les poissons: étude
comparative, mise au point d'un modèle prédictif et application à l'étude
des réseaux trophiques. Tese de Doutorado, Institut National Polytechnique
de Toulouse, 211 p. 1991.
PARAGUAÇU, A. R., ALVES, D. R., LUQUE, J.L. Metazoários Parasitos do Acará
Geophagus brasiliensis (QUOY; GAIMARD, 1824) (Osteichthyes: Cichlidae) do
Reservatório de Lajes, Estado Do Rio De Janeiro, Brasil. Brazilian Journal of
Veterinary Parasitology 14 (1): 35-39, 2005.
PARAGUAÇU, A.R.; LUQUE, J.L. Metazoários Parasitos de seis espécies de peixes
do reservatório de Lajes, Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Brazilian Journal of
Veterinary Parasitology 16 (3): 121-128 , 2007.
PAVANELLI, G.C.; TAKEMOTO, R.M.; GUIDELLI, G.M.; LIZAMA, M.A.P.; AOYAMA,
P.M.M.; TANAKA, L.K.; ISAAC, A.; MOREIRA, S.T.; FRANÇA, J.G.; ITO, K.F.
Parasitic fauna of fishes from the upper Paraná River floodplain, Brasil. Em:
AGOSTINHO, A.A.; RODRIGUES, L.; GOMES, L.C.; THOMAZ, S.M.;
MIRANDA, L.E. (Org.). Structure and functioning of the Paraná River and
its Floodplain. 1 ed. Maringá: EDUEM, 193-197, 2004.
PERKINS, S.L.; MARTINSEN, E.S.; FALK, B.G. Do molecules matter more than
morphology? Promises and pitfalls in parasites. Parasitology 138: 1664–1674,
2011.
PLANO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS. Divisão Hidrográfica Nacional
disponível em: http://pnrh.cnrh-srh.gov.br/ Acessado em: 16 de fevereiro de
2012.
POISSONS DE GUYANE.COM. Familie Scianidae. Franck Besnard. Disponível em
< http://www.poissonsdeguyane.com/> Acessado em: 29 de fevereiro de 2012.
PRICHARD, R. Application of molecular biology in veterinary parasitology.
Veterinary Parasitology 71 : 155-175, 1997.
94
PRICHARD, R., TAIT, A. The role of molecular biology in veterinary parasitology.
Veterinary Parasitology 98 : 169–194, 2001.
REGO, A. A. Current state of knowledge of Cestodes from Neotropical freshwater
fishes and rays. Revista Brasileira Zoociências 6 (1): 61-79, 2004.
REGO, A. A., CHUBB, J.C., PAVAVELLI, G.C. Cestodes in South American
freshwater teleost fishes: keys to genera and brief description of species.
Revista Brasileira de Zoologia 16 (2): 299-367, 1999.
ROBERTS, LARRY S & JANOVY, JOHN. GERALD D. Schmidt & Larry S. Roberts'
Foundations of Parasitology. 8ª ed. Nova Iorque: McGraw-Hill Higher
Education. 2008. 701 p.
SANTOS, C.P., GIBSON, D.I., TAVARES, L.E.R., LUQUE, J.L. Checklist of
Acanthocephala associated with the fishes of Brazil. Zootaxa 1938: 1-22.
2008.
SANTOS, C.P.; MORAVEC. F. Camallanus tridentatus (Drasche) (Nematoda:
Camallanidae): new morphological data and taxonomic status. Memórias
Instuto Oswaldo Cruz 104 (1): 93-99, 2009.
SCHOLZ, T.; SALGADO-MALDONADO, G. Metacestodes of the family Dilepididae
(Cestoda: Cyclophyllidea) parasitising fishes in Mexico. Systematic
Parasitology 49: 23–40, 2001.
SEGADE, P.; CRESPO, C.; GARCÍA, N.; GARCÍA-ESTÉVEZ, J.M.; ARIAS C.;
IGLESIAS R. Brachylaima aspersae n. sp. (Digenea: Brachylaimidae) infecting
farmed snails in Spain: morphology, life cycle, pathology, and implications for
heliciculture. Veterinary Parasitology 175 (34): 273-86, 2011.
SHIH, H.; CHEN, H.; LEE, C. Acanthocephalan Fauna of Marine Fish in Taiwan and
the Differentiation of Three Species by Ribosomal DNA Sequences. Taiwania,
55 (2): 123-127, 2010.
95
SILVA C.M.; SÃO CLEMEMTE S.C. Nematóides da Família Anisakidae e Cestóides
da Ordem Trypanorhyncha em Filé de Dourado Coryphaena hippurus e ariocó
Lutjanus synagris e sua Importância na Inspeção de Pescado. Higiene
Alimentar 15 (80/81): 75-79, 2001.
SIMÕES, S.B.E.; BARBOSA, H.S.; SANTOS, C.P. The life cycle of Ascocotyle
(Phagicola) longa (Digenea: Heterophyidae), a causative agent of fish-borne
trematodosis. Acta Tropica 113: 226–233, 2010.
SKERIKOVÁ A., HYPSA, V., SCHOLZ, T. Phylogenetic analysis of European
species of Proteocephalus (Cestoda: Proteocephalidea): compatibility of
molecular and morphological data, and parasite-host coevolution. International
Journal of Parasitology 31 (10):1121-1128, 2001.
SMYTH J. D. Introduction to Animal Parasitology. Third edition, Cambridge
University Press, 1995.
SOARES, L.H. Revisao taxonomica dos Sciaenideos de àgua doce da regiao
Amazonica Brasileira. Tese de Doutorado. Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazonia, Manaus 1978.
STEFANI, P.M., ROCHA, O. Diet composition of Plagioscion squamosissimus
(Heckel, 1840), a fish introduced into the Tietê River system. Brazilian Journal
Biology 69 (3): 805-812, 2009.
SURES, B., TARASCHEWSKI, H., ROKICKI, J. Lead and Cadmium Content of Two
Cestodes, Monobothrium wagneri and Bothriocephalus scorpii, and their fish
host. Parasitology Research 83: 618-623, 1997.
TAUTZ, D.; ARCTANDER, P.; MINELLI, A.; THOMAS, R.H.; VOGLER, A.P. A plea
for DNA taxonomy. Trends in Ecology and Evolution 18 (2): 70 – 74, 2003.
TAVARES, L.E.R.; ALEJOS, J. L. F. L. Sistemática, Biologia e Importância em
Saúde Coletiva das Larvas de Anisakidae (Nematoda, Ascaridoidea) Parasitas
de Peixes Ósseos Marinhos do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. In: SILVA-
96
SOUZA, Â. T. Sanidade de organismos aquáticos no Brasil. Maringá:
ABRAPOA. 2006, 387 p.
TAVARES, L.E.R.; SAAD, C.D.R.; CEPEDA, P.B.; LUQUE, J.L. Larvals of Terranova
sp. (Nematoda: Anisakidae) parasitic in Plagioscion squamosissimus
(Perciformes: Scianidae) from Araguaia River, State of Tocantins, Brazil.
Revista Brasileira Parasitologia Veterinária 16 (2): 110-115, 2007.
THATCHER, V. E. Trematódeos Neotropicais. Manaus, INPA, 1993.
THATCHER, V.E. Brasicystis bennetti n. gen., n. sp. (Trematoda: Didymozoidae)
parasita da pescada (Sciaenidae) da Amazônia, Brasil.l. Acta Amazônica, 9 :
747-749, 1979.
THATCHER, V.E. Rhadinorhynchus plagioscionis n. sp.(Acanthocephala:
Rhadinorhynchidae) da pescada (Placioscion squamosissimus) da Amazônia,
Brasil. Acta Amazônica, 10 : 835-839, 1980.
TIMI, J.T.; SARDELLA, N.H.; NAVONE, G.T. Parasitic nematodes of Engraulis
anchoita Hubbs et Marini, 1935 (Pisces, Engraulidae) of the Argentine and
uruguayan coasts, South West Atlantic. Acta Parasitologica 46: 186-193,
2001.
UMEHARA, A.; KAWAKAMI, Y.; HONG-KEAN O.; AKIHIKO, U.;HIROSHI O.;
HIROMU S. Molecular identification of Anisakis type I larvae isolated from
hairtail fish off the coasts of Taiwan and Japan. International Journal of Food
Microbiology 143 (3):161-5, 2010.
VICENTE, J. J., PINTO, R. M. Nematóides do Brasil. Nematóides de Peixes.
Atualização: 1985-1998. Revista Brasileira de Zôologia 16 (3): 561. 1999.
WILMNS, K. Morphology and biochemistry of the pork tapeworm, Taenia solium.
Current Topics Medical Chemestry 8 (5):375-82, 2008.
97
WOODLAND, W.N.F. Some new proteocephalids and ptychobothriid (Cestoda) from
the Amazon. Proceedings of the Zoological Society of London 105 : 619-
623. 1935.
YAMAGUTI, S. Systema helminthum. Vol. V. Acanthocephala. New York:
Interscience Publishers, 1963, 423 p.
YAMAGUTI, S. Systema Helmintum. Vol. I. The Digenetic Trematodes of
Vertebrates. Interscience Publishers, New York, 1959, 423 p.
YAMAGUTI, S. Systema Helmintum. Vol. II. The Cestodes of Vertebrates.
Interscience Publishers, New York, 1959, 423 p.
98
APÊNDICE I
99
Harold W. Manter Laboratory of Parasitology W 529 Nebraska Hall
P.O. Box 880514 University of Nebraska-Lincoln
Lincoln, NE 68588-0514
5 XII 2013
CAPES Sandwich Fellowship Report
Student: Francisco Tiago de Vasconcelos Melo
Thesis advisor: Profa. Jeannie Nascimento dos Santos, Federal University of Pará
Fellowship supervisor: Prof. Scott Lyell Gardner
Fellowship period: November 2012 – October 2013
To whom this may concern:
Below is my summary of the performance and accomplishments of Francisco Tiago de Vasconcelos
Melo during his stay in the Manter Laboratory of Parasitology at the University of Nebraska - Lincoln.
Training in the following areas:
1. General training in collections development, management, and curation in the Manter Laboratory
of Parasitology, Including: Methods for long-term storage of parasites in a museum setting and other
methods for curation and preservation of parasite collections. This included database operations.
2. General work in phylogenetic systematics with special emphasis on helminth parasites.
3. Analysis, coding, and uses of morphological data from parasitic Monogenea, Digenea and Cestoda
for phylogenetic analysis.
4. Light microscopy with Zeiss Axiophot and Axiovision software and use of Photoshop for
subsequent finished publication quality drawings.
100
Accomplishments:
Francisco Melo has worked in the Harold W. Manter Laboratory of Parasitology for the past
year. During his time in the lab, he participated each semester in the weekly Parasitology Seminar
series in which he presented summaries of his work on phylogenetic systematic analysis of parasites
of the genus Diplectanum and Helminth fauna of Plagioscion squamosissimus.
The student also participated in regional meetings by presenting oral papers on April 19,
2013 at 46th Annual Meeting of the Southwestern Association of Parasitologists at Lake Texoma (U
of Oklahoma Biological Station) and on Septemeber 5th at the 44th Annual Rocky Mountain
Conference of Parasitolgists where the student received the award "Datus M Hammond" for the
best oral presentation at the meeting!
Our collaboration resulted in one award travel grant to Francisco from the Museum of
Comparative Zoology at Harvard University (The Ernst Mayr Travel Grants in Animal Systematics ),
which allowed the student to visit the National Museum of Natural History in Paris-France and the
Laboratory of Parasitic Worms in the Russian academy of Sciences, Saint Petersburg-Russia and in the
publications bellow:
Melo, F.T.V.; Costa, P.A.F.B. , Giese, E.G, Gardner, S.L., Santos, J.N. A description of
Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) veropesoi n. sp. (Acanthocephala:
Neoechinorhynchidae) from the intestine of the silver croaker fish Plagioscion
squamosissimus (Heckel, 1840) (Osteichthyes: Sciaenidae) off the east coast of Brazil. Journal
of Helminthology, DOI: http://dx.doi.org/10.1017/S0022149X13000564
Melo, F.T.V., Rodrigues, R.A.R., Giese, E.G., Gardner, S.L., Santos, J.N. Histopathological
Alterations in Plagioscion squamosissimus (Heckel, 1940) induced by Neoechinorhynchus
veropesoi, metacestodes and Anisakidae Juveniles. The Journal of Parasitology.
Melo, F.T.V.,Rehulková, E., Santos, J.N., Justine, J-L. Crenels, lamellodisc or squamodisc? A
redescription of the enigmatic Diplectanum jerbuae Gupta & Khanna, 1974. Acta
Parasitologica.
101
Performance evaluation
Francisco performed very well during his year in the Manter Laboratory. Regarding interactions with
other students here, both undergraduate and graduate, Francisco was extremely helpful and patient
as he guided both beginning and advanced students through various problems in parasitology. Based
on past student and advanced researchers here in the Manter Lab, Francisco performed at the top,
and that is comparing both US and foreign students in the lab over a 20 year period.
Future
I am confident that he will excel as an independent researcher in any sub-discipline of Parasitology
that he chooses to enter after he finishes his Ph.D. I look forward to seeing a continual stream of high
quality publications coming from his research lab in the years to come.
Sincerely,
Scott L. Gardner, Ph.D.
102
APÊNDICE II
103
104
105
106
107
108
APÊNDICE III
109
110