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Fugindo do método farisaico de educação - Lição 7 LIÇÃO 7 – 18 de Agosto de 2013 - BETEL Fugindo do método farisaico de educação TEXTO AUREO “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; devei s, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”. Mt 23.23 VERDADE APLICADA O Lar Cristão é um lugar onde vivem filhos de Deus que devem criar e formar outros filhos de Deus e para Deus, portanto, os métodos disciplinares devem ser aplicados com justiça, misericórdia e fé. OBJETIVOS DA LIÇÃO Insistir na necessidade de haver no lar coerência entre discurso e prática; Alertar sobre os riscos e perigos de sobrecarregar o cônjuge e os filhos com exigências excessivas; Ensinar que qualquer pessoa, inclusive as criancinhas, precisam receber a Cristo como Salvador e Senhor para poderem viver como filhos de Deus. TEXTOS DE REFERÊNCIA Mt 23.1 - Então, falou Jesus à multidão e aos seus discípulos, Mt 23.2 - dizendo: Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. Mt 23.3 - Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam. Mt 23.4 - Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los. Mt 23.5 - E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens, pois trazem largos fiiactérios, e alargam as franjas das suas vestes, SUBSÍDIO TEOLÓGICO Nesta seção, Jesus explica as falhas básicas da religião farisaica. Tinham um falso conceito de justiça (v. 2, 3). Em primeiro lugar, haviam tomado sobre si uma autoridade que não lhes era devida, como fica evidente na declaração: "Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e fariseus". Não há registro nas Escrituras de que Deus tenha dado qualquer autoridade a esse grupo. Sendo assim, o povo deveria obedecer ao que os fariseus ensinavam pela Palavra, mas não cabia ao povo obedecer às tradições e regras criadas pelos fariseus. Para os fariseus, a justiça significava a conformidade exterior com a Lei de Deus, ignorando a condição interior do coração. A religião consistia em obedecer a inúmeras regras que regiam todos os aspectos da vida, inclusive o que faziam com os temperos (Mt 23:23, 24). Os fariseus eram extremamente zelosos em dizer as palavras certas e em seguir os rituais corretos, mas não obedeciam à lei interiormente. Deus desejava a verdade no coração (Sl 51:6). Pregar uma coisa e praticar outra não passa de hipocrisia. Tinham um falso conceito de ministério (v. 4). Para eles, o ministério significava dar leis ao povo e acrescentar ainda mais peso a seus fardos. Em outras palavras, os fariseus eram mais severos com os outros do que com eles mesmos. Jesus veio para aliviar o fardo (Mt 11:28-30), mas uma religião legalista procura sempre tornar o fardo ainda mais pesado. Jesus nunca pediu para fazermos algo que ele próprio já não tenha feito. Os fariseus ordenavam, mas não participavam. Eram ditadores religiosos hipócritas, não líderes espirituais.

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Fugindo do método farisaico de educação - Lição 7

LIÇÃO 7 – 18 de Agosto de 2013 - BETEL

Fugindo do método farisaico de educação

TEXTO AUREO

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; devei s, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”. Mt 23.23

VERDADE APLICADA

O Lar Cristão é um lugar onde vivem filhos de Deus que devem criar e formar outros filhos de Deus e para Deus, portanto, os métodos disciplinares devem ser aplicados com justiça, misericórdia e fé.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

► Insistir na necessidade de haver no lar coerência entre discurso e prática; ► Alertar sobre os riscos e perigos de sobrecarregar o cônjuge e os filhos com exigências excessivas; ► Ensinar que qualquer pessoa, inclusive as criancinhas, precisam receber a Cristo como Salvador e Senhor para poderem viver como filhos de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mt 23.1 - Então, falou Jesus à multidão e aos seus discípulos, Mt 23.2 - dizendo: Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. Mt 23.3 - Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam. Mt 23.4 - Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los. Mt 23.5 - E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens, pois trazem largos fiiactérios, e alargam as franjas das suas vestes,

SUBSÍDIO TEOLÓGICO

Nesta seção, Jesus explica as falhas básicas da religião farisaica. Tinham um falso conceito de justiça (v. 2, 3). Em primeiro lugar, haviam tomado sobre si uma autoridade que não lhes era devida, como fica evidente na declaração: "Na cadeira de Moisés, se assentaram os escribas e fariseus". Não há registro nas Escrituras de que Deus tenha dado qualquer autoridade a esse grupo. Sendo assim, o povo deveria obedecer ao que os fariseus ensinavam pela Palavra, mas não cabia ao povo obedecer às tradições e regras criadas pelos fariseus. Para os fariseus, a justiça significava a conformidade exterior com a Lei de Deus, ignorando a condição interior do coração. A religião consistia em obedecer a inúmeras regras que regiam todos os aspectos da vida, inclusive o que faziam com os temperos (Mt 23:23, 24). Os fariseus eram extremamente zelosos em dizer as palavras certas e em seguir os rituais corretos, mas não obedeciam à lei interiormente. Deus desejava a verdade no coração (Sl 51:6). Pregar uma coisa e praticar outra não passa de hipocrisia. Tinham um falso conceito de ministério (v. 4). Para eles, o ministério significava dar leis ao povo e acrescentar ainda mais peso a seus fardos. Em outras palavras, os fariseus eram mais severos com os outros do que com eles mesmos. Jesus veio para aliviar o fardo (Mt 11:28-30), mas uma religião legalista procura sempre tornar o fardo ainda mais pesado. Jesus nunca pediu para fazermos algo que ele próprio já não tenha feito. Os fariseus ordenavam, mas não participavam. Eram ditadores religiosos hipócritas, não líderes espirituais.

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Tinham um falso conceito de grandeza (v. 5-12). Para eles, sucesso significava reconhecimento e louvores dos homens. Não estavam preocupados com a aprovação de Deus. Usavam a religião para atrair a atenção para si mesmos, não para glorificar a Deus (Mt 5:16). Assim, lançavam mão até de ornamentos religiosos para demonstrar piedade. Os "filactérios" eram pequenas caixas de couro em que os fariseus guardavam as Escrituras. Usavam essas caixinhas amarradas na testa e no braço, em obediência literal a Deuteronômio 6:8 e 11:8. Além disso, aumentavam o tamanho das "franjas" das orlas de suas vestes (Nm 15:38; ver Mt 9:20). Os fariseus também pensavam que o status social era sinal de grandeza, de modo que buscavam os melhores lugares na sinagoga e nos jantares públicos. O lugar onde um homem se assenta não mostra, verdadeiramente, quem ele é. Albert Einstein escreveu: "Procure não se tornar um homem de sucesso, mas sim um homem de valor". Acreditavam, ainda, que os títulos de honra eram sinais de grandeza. O título "rabino" significa "meu magnífico" e era cobiçado pelos líderes religiosos (hoje em dia, os líderes religiosos cobiçam títulos de doutor honorífico). Jesus proibiu seus discípulos de usar o título rabino, pois todos eram irmãos, somente Jesus era seu Mestre (Mt 23:8). Os filhos de Deus encontram-se numa situação de equidade sob a liderança de Jesus Cristo. Obter a misericórdia - rejeitar a misericórdia (w. 23, 24; 5:7). A especialidade dos fariseus era se preocupar com coisas secundárias. Ao mesmo tempo que tinham regras para todos os aspectos da vida, deixavam passar as coisas mais importantes. Os legalistas costumam ser assim: atentos para os detalhes, mas cegos para os grandes princípios. Não se incomodaram de condenar um homem inocente, mas se recusaram a entrar no palácio de Pilatos, a fim de não se contaminar (Jo 18:28). Não há dúvida de que a Lei do Antigo Testamento exigia o pagamento do dízimo (Lv 27:30; Dt 14:22ss). Abraão havia praticado o dízimo muito antes de a Lei ser dada (Gn 14:20), e Jacó seguiu o exemplo do avô (Gn 28:20-22). Os princípios da oferta cristã no contexto da graça são apresentados em 2 Coríntios 8 e 9. Não nos contentamos em dar apenas o dízimo (10%), mas também desejamos trazer ofertas ao Senhor com nosso coração cheio de amor. Justiça, misericórdia e fidelidade são qualidades importantes que Deus procura e que não podem ser substituídas pela obediência a regras. Apesar de ser importante prestar atenção aos detalhes, nunca devemos perder nosso senso de prioridade quanto às questões espirituais. Jesus não condenou a prática do dízimo, mas sim aqueles que deixaram que seus escrúpulos legalistas os impedissem de desenvolver o verdadeiro caráter cristão.

Introdução

Quando entrevistamos adolescentes e jovens que se desviaram da igreja, que se envolveram com drogas ou com a criminalidade, que apresentam graves distúrbios comportamentais, descobrimos que um percentual muito alto deles foi criado no método farisaico de educação ou foram empurrados da Igreja porta afora por algum obreiro que utiliza esse mesmo método. Por isso, parece útil apresentar nesta lição, de forma resumida, os aspectos mais utilizados desse processo, para que os pais (ou candidatos a pais), possam reconhecê-lo e evitá-lo de pronto.

OBJETIVO E SINOPSE – TÓPICO 1

► Insistir na necessidade de haver no lar coerência entre discurso e prática;

1. Os usuários do método farisaico

Nenhum crente quer ser identificado como membro ou aluno da Escola farisaica. Chamar um crente de fariseu é uma ofensa inominável. O perfil dos fariseus é descrito por Jesus e muito falado e criticado nas Igrejas. Somos constantemente exortados a que sejamos diferentes deles. Entretanto, muitos de nós, pais, educamos nossos filhos no método educacional farisaico e nem nos damos conta disto.

1.1. A posição e a doutrina dos pais no método farisaico

Neste sistema de educação, os pais ocupam uma posição de superioridade em relação ao cônjuge e aos filhos (Mt 23. 2). Usam Efésios 5.22,23 e 6.1 para impor a eles suas exigências. São inflexíveis: não têm nada mais a aprender e nada a modificar em seus posicionamentos (Mt 23.2) e, se tiverem,

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o cônjuge e os filhos não podem saber disso. Nunca devem admitir um erro para que a autoridade deles não fique abalada. Ensinam corretamente as Escrituras (Mt 23.3), mas o fazem pelo motivo errado (Mt 23.5). Observam costumes antigos nos mínimos detalhes. São justos aos seus próprios olhos, são dizimistas e ensinam os filhos a sê-lo também (Lc 11.42; 18.11,12), jejuam muitas vezes (Mt 9.14), são zelosos e dotados de qualidades especiais (Mt 23. 27,29) e guardam as tradições antigas (Mc 7.3). Fazem, porém, tudo isso sem misericórdia e fé (Mt 12.7; 23.23).

1.2. Em que se baseia o método farisaico na educação de filhos

Este método disciplinar é marcado pela literalidade das regras bíblicas acrescentadas de muitas outras regras e costumes extra bíblicos. Baseia-se em “fazer e não fazer”. Em recompensas e punições. Não é baseado na necessidade de conversão, tampouco em princípios, valores e fé. No Antigo Testamento foi colocado um pesado véu, que servia de parede para separar o Lugar Santíssimo dos demais compartimentos da Tenda da Congregação, visto que se alguém ousasse

entrar e olhar para dentro da Área sem estar preparado era fulminado. Desse modo, somente o sumo sacerdote, uma vez por ano entrava no Santíssimo.

A carta aos Hebreus diz que aquele véu era o próprio Deus/Filho, cuja santidade se interpunha entre o pecador e Deus/Pai, que consentiu em se fazer homem, e pela sua carne rasgada qual véu, vencer o pecado e inaugurar em Si mesmo o novo e vivo Caminho (Hb 10.19, 20). Este sacrifício de Deus,

em Jesus, dar a todos quantos o recebem um coração novo, purificado pelo Seu sangue (Hb 8.10,11.). Porém, quando colocamos a rigidez das regras acima da graça de Deus e quando criamos nossos filhos para fazerem ou deitarem de fazer coisas como se tivessem um novo coração, sem que de fato o tenham, nós os estamos privando da Maravilhosa Graça. Conduzamos, pois nossos filhos a receberem a Cristo como Salvador e peçamos que Ele faça transbordar em nós a Sua graça, para agirmos com nossos filhos e cônjuge do modo que Ele mesmo age com os pecadores (Hb 8.12).

1.3. A vida doméstica e o discurso do método farisaico de educação

Neste método, o discurso e a prática nem sempre significam a mesma coisa. Falta coerência entre o que se manda que os filhos façam e o que os pais fazem a respeito dos mesmos assuntos. Por esse critério os pais estão liberados para dizerem uma coisa e fazerem outra. Portanto, os filhos precisam ouvir e obedecer ao que eles dizem e fazer de conta que não veem o que eles fazem (Mt 23.3).

OBJETIVO E SINOPSE – TÓPICO 2

► Alertar sobre os riscos e perigos de sobrecarregar o cônjuge e os filhos com exigências excessivas;

2. Indicações do método farisaico para a vida religiosa

O perfil que o método farisaico de educação propõe para a vida religiosa dos pais é bem interessante e tentador. É relativamente fácil e confortável, por isso muitos pais o utilizam equivocadamente, como se fosse o melhor método que existe para desenvolver a “vida espiritual” da família.

2.1. O método farisaico promete primazia

Os fariseus criaram um método pelo qual poderiam ocupar definitivamente os lugares de honra na sinagoga: o culto individual realizado em público, desde dizimar até orar e jejuar, tudo era feito do modo mais chamativo possível. Este método, quando aplicado à disciplina da família, consiste em fazer com que todos os membros dela se apresentem no templo e na comunidade, a fim de que pareçam ser a família mais espiritual da Igreja. Assim podem ocupar posições de destaque na Igreja ou pelo menos receberem reconhecimento público pela excelente forma de conduzir a família. O método é bastante utilizado, porque promete primazia a quem o pratica. Carece de ensinar a viver em particular aquilo que se exibe em público. Nas sinagogas da Palestina havia uma cadeira especial, conhecida como cadeira de

Moisés, Assentava-se nela o homem de maior reputação entre os judeus. Além da cadeira de Moises, havia outros assentos reservados às pessoas importantes.

2.2. Os usuários do método farisaico buscam visibilidade

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Quanto mais desejarmos visibilidade social e eclesiástica, mais propensão teremos para aplicar o referido método na educação da nossa família. Veja o que Jesus declarou acerca dos mestres e alunos da escola farisaica: "... fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens; pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes” (Mt 23.5).

2.3. O método farisaico acena para a possibilidade de reconhecimento e popularidade

Este método cumula de elogios, de recompensas e de prêmios quem cumpre as regras ou se sai bem na escola e/ou nos esportes e humilha a quem as descumpre e não consegue se sair tão bem naquelas atividades. Há pais, usuários do método farisaico, que premiam todos os acertos e vitórias dos primeiros com broches de estrelas e os últimos recebem bonés de orelhas de burro para todos os seus erros e fracassos. Tal ensinamento recomenda que os pais declarem seu amor pelos filhos mais regrados e obedientes e o silenciem para os demais, que façam comparação entre um filho e outro, que ressaltem as faltas dos menos favorecidos diante dos demais membros da família, que apliquem punições severas para servir de exemplo aos outros filhos, e que neguem carinho ou um abraço afetuoso àquele que acabou de ser corrigido por infringir uma regra.

OBJETIVO E SINOPSE – TÓPICO 3

► Ensinar que qualquer pessoa, inclusive as criancinhas, precisam receber a Cristo como Salvador e Senhor para poderem viver como filhos de Deus.

3. Falhas, riscos e perigos do modelo farisaico de educar Por ser um método baseado em fazer e não fazer coisas, o farisaico é de fácil aplicação e por isto mesmo muito utilizado, inclusive por cristãos sinceros que criticam os fariseus dos tempos bíblicos, mas nem sempre reconhecem que existem nos tempos modernos também, Entretanto, é um método que apresenta falhas graves e oferece riscos e perigos aos educados por meio dele.

3.1. A falha

A maior e a mais grave falha do método farisaico consiste no esquecimento do “ser” da criança por priorizar o fazer e o ter. Os pequenos são ensinados como e quando devem fazer o que lhes é mandado, e são informados das recompensas por obedecerem e dos castigos por desobedecerem, porém, não são orientados acerca dos princípios, dos valores que precisam. Por exemplo, não lhes é exigido que sejam honestos, apenas que ajam com honestidade. Assim, as crianças farão algo para obter coisas, privilégios, e tentarão parecer com aquilo que não são para ganhar aprovação e aceitação: o filho obedecerá não conscientemente, mas porque ganhará alguma coisa de que se agrade, ou será poupado daquilo que o desagrada.

3.2. Os riscos

Por carecer de valores importantes e fundamentais como convicções próprias, fé, segurança, equilíbrio emocional e certeza do amor dos pais (Mt 23.23), não raro, quando obtêm um pouco de liberdade, filhos educados no método farisaico se desviam da disciplina paterna e da Igreja também. Se alguém perguntar a uma adolescente, educada pelo método farisaico, porque ela conserva sua virgindade, provavelmente responderá que precisa fazê-lo porque se não o fizer, seus pais a expulsam de casa. Se perguntarem a um estudante, educado nesse mesmo sistema, porque ele não cola naquela prova tão difícil, responderá que não o faz porque, se for apanhado colando, sua prova será recolhida e ele vai ficar sem nota nenhuma: como explicará isto aos pais?

3.3. Os perigos

Pelos motivos expostos no tópico anterior, é grande o perigo de, surgindo a oportunidade, filhos educados no método farisaico se envolverem com drogas e outros vícios, se tornarem presas fáceis para pessoas mal intencionadas e de fazerem todo o tipo de esforço e concessões para não serem punidos e obterem reconhecimento, aceitação e popularidade. Mas há um perigo mais grave ainda, pois é de natureza eterna: pais que optam pelo método farisaico de criar filhos, podem criá-los para o inferno ao invés de criá-los para o Céu (Mt 23.15). O perigo existe, porque neste método, o excesso de regras e mandamentos sobrecarrega os filhos de tal forma que, para se livrar do peso deles,

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também abrem mão de Deus e da Salvação, pois os associam ao fardo insuportável que carregam desde pequeninos (Mt 23,4). Eles raciocinam: “Se isto é ser salvo, prefiro não sê-lo”.

Conclusão

Fujamos, pois, do trágico erro dos fariseus, o qual faz com que criemos nossos filhos para parecerem que são filhos de Deus, sem de fato o serem, que desenhemos na mente deles a imagem de um deus tirano e legalista, do qual estão sempre com medo (Rm 8.15). Tal imagem os conduz para longe do Bom Deus e os impede de se deleitarem na herança da graça, misericórdia e amor, como fazem os filhos amados (Rm 8.17). O Apóstolo Paulo alerta: “Se, pois, estai mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo, tais como: Não toques, não proves, não manuseies? As quais coisas todas perecem pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; as quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade e em disciplina do corpo, mas não têm valor algum contra a sensualidade.” (Cl 2.20-23)

QUESTIONÁRIO

1. Qual a posição dos pais no sistema farisaico de educação?

R: Os pais ocupam uma posição de superioridade em relação ao cônjuge e aos filhos.

2. Qual a base do método farisaico de educação dos filhos?

R: Pela literalidade das regras bíblicas, acrescentadas de muitas outras regras e costumes extra

bíblicos. Baseia-se em fazer e não fazer. Em recompensas e punições.

3. Que tipo de primazia promete o método fariseu?

R: Visibilidade e notoriedade, abolindo a vida particular com Deus: 4. A quem o método farisaico recomenda declaração de amor? R: Aos filhos mais regrados e obedientes. 5. Quais os riscos do método farisaico?

R: Podem levar os filhos u se desviarem da disciplina paterna e da Igreja também.

REFERÊCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

Editora Betel 3º Trimestre de 2013, ano 23 nº 88 – Jovens e Adultos - “Dominical” Professor - Família cristã resgatando os valores Cristãos na era dos relacionamentos descartáveis. Comentário Bíblico Expositivo – Warrem W. Wiersbe

Comentário Bíblico Expositivo Interpretado Versículo Por Versículo - Russell Norman Champlin

Comentário Esperança - Novo Testamento Comentário Bíblico Expositivo - William Barclay

Comentário Bíblico Matthew Henry - Novo Testamento

Bíblia – THOMPSON (Digital) Bíblia de Estudo Pentecostal – BEP (Digital)

Dicionário Teológico – Edição revista e ampliada e um Suplemento Biográfico dos Grandes Teólogos e Pensadores – CPAD - Claudionor Corrêa de Andrade

Lição 07 18 de Agosto de 2013

Fugindo do método farisaico de educação Texto Áureo

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“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer essas coisas e não omitir aquelas”. Mt 23.23 Verdade Aplicada O Lar Cristão é um lugar onde vivem filhos de Deus que devem criar e formar outros filhos de Deus e para Deus, portanto, os métodos disciplinares devem ser aplicados com justiça, misericórdia e fé. Objetivos da Lição ► Insistir na necessidade de haver no lar coerência entre discurso e prática; ► Alertar sobre os riscos e perigos de sobrecarregar o cônjuge e os filhos com exigências excessivas; ► Ensinar que qualquer pessoa, inclusive as criancinhas, precisam receber a Cristo como Salvador e Senhor para poderem viver como filhos de Deus. Textos de Referência Mt 23.1 Então, falou Jesus à multidão e aos seus discípulos, Mt 23.2 dizendo: Na cadeira de Moisés, estão assentados os escribas e fariseus. Mt 23.3 Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não praticam. Mt 23.4 Pois atam fardos pesados e difíceis de suportar, e os põem sobre os ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los. Mt 23.5 E fazem todas as obras a fim de serem vistos pelos homens, pois trazem largos filactérios, e alargam as franjas das suas vestes.

Jesus Denuncia a Hipocrisia Mt 23 Cerca de trezentos anos antes do nascimento de Cristo, as conquistas de Alexandre Magno trouxeram a cultura grega à Palestina. No decorrer do tempo, escolas, teatros e ginásios gregos começaram a aparecer pelo país afora. Modos de vida gregos tornaram-se populares, especialmente entre as classes mais altas. Ao mesmo tempo, o espírito grego, com seus padrões e pontos de vista mundanos, ameaçava sufocar a religião de Israel e obliterar as distinções

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entre judeus e pagãos. Para interromper esta maré de paganismo, grupos de pessoas reuniam-se para sustentar os padrões da lei de Moisés. Eram os chamados “hasidim”, ou “povo da santidade”. Mais tarde vieram a ser chamados “fariseus”, ou seja, “povo separado”. No tempo de Cristo, reuniam-se já em fraternidades com iniciações e graus. Cada cidade tinha sua fraternidade de fariseus. No começo, inspiravam-se em puro zelo pela glória de Deus. Mas, como tantas organizações religiosas, foram finalmente se deteriorando até merecerem fortes denúncias, estudadas nesta lição. Devemos mais acautelar-nos contra o espírito dos fariseus que estudarmos os seus pecados. Ver Lc 18.9 16 e Gl 6.1. O partido dos fariseus não existe mais, porém o espírito do farisaísmo ainda anda solto. As inconsistências denunciadas nesta lição podem ser achadas em qualquer grupo que faça alta profissão de espiritualidade e santidade. A humildade deve levar cada um a perguntar-se: “Será que meu comportamento está à altura daquilo que professo?” O Espírito dos Fariseus (Mt 23.1-12) “Na cadeira de Moisés estão assentados os escribas e fariseus. Observai, pois, e praticai tudo o que vos disserem”. Os escribas eram os ensinadores oficiais da lei e, nesta situação, deviam ser obedecidos. Os discípulos de Cristo devem obedecer às autoridades. São elas por Deus instituídas. Se não podemos respeitar o homem, respeitemos seu cargo. Jesus acrescenta uma palavra de cautela: “Mas não procedais em conformidade com as suas obras”. Eram inconsistentes, “porque dizem e não praticam”. Pregavam os severos requerimentos da lei e sequer davam exemplo de ajudar os outros a carregar o fardo. A melhor pregação é uma vida abnegada. Amavam as aparências. Praticavam boas obras para “serem vistos pelos homens”, não por amor a Deus. Confira Mateus 6.1-18. Amavam a posição e o louvor (v. 6). O honroso título, Rabi, soava-lhes como música. Os versos 8-11 devem ser entendidos à luz do verso 12. Jesus não proíbe o devido respeito a líderes e ensinadores; “rabi”, “mestre” e “pai” eram formas antigas e comuns de tratamento a certos líderes (2 Rs 2.12; At 22.1). Jesus critica o amor à eminência, a paixão por tais títulos. Ver 1 Pe 5.3. Ensina-nos Jesus que o autêntico serviço é a verdadeira dignidade. Um antigo soberano, no seu leito de morte, disse a seu filho: “Tome este cetro. Lembre-se de que você é pai do seu povo e deve tratar os súditos como a filhos; as pessoas não nasceram para servir você, mas a você foi destinado servi-las; o

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rei fica só, destacado aos demais, a fim de que possa servir a todos”. Ler Lc 22.22-27; Jo 13.1-13; Fp 2.5-11. O Ensino dos Fariseus (Mt 23.13-22) Jesus lança oito “ais”, como relâmpagos, contra aqueles líderes religiosos. São pronunciados não com amargura, mas com tristeza. Lastima o Senhor a sorte dos pecadores, mesmo quando forçado a condená-los. Ver verso 37. Além disso, são os “ais” advertências proféticas, claros avisos das consequências dos seus atos e caráter. 1. Um empecilho à verdade (v. 13). Os fariseus adotaram a atitude do cachorro na manjedoura. Não somente se recusaram atender o convite do Evangelho, como procuravam impedir a outros. Qual o pior pecado dos judeus? Ver 1 Ts 2.16; confira At 13.44,45. 2. Motivos mercenários (v. 14). Alguns dos escribas eram como os ensinadores descritos em 2 Timóteo 3.6. Tiravam vantagens da sua reputação de santidade para extorquir dinheiro de mulheres ingênuas, referência provável aos subterfúgios usados para obter heranças de ricas viúvas. Este mau costume infiltrou-se até na Igreja, no século quinto, de tal modo que o imperador romano Justiniano viu-se obrigado a decretar leis proibindo aos clérigos de terem posses. 3. Zelo fanático (v. 15). Os fariseus eram proselitistas fanáticos. Mas nenhum rio surge mais alto que sua fonte. Os convertidos tornaram-se iguais àqueles que os chamaram à conversão: estreitos, superficiais, hipócritas. Ou piores. Porque novos convertidos muitas vezes mostram- se mais extremados que os seus ensinadores. Certo comentarista estabeleceu diferença entre “prosélito” e “convertido”. O primeiro termo sugere associação externa com algum grupo; o segundo indica renovação interior. 4. A perversão da lei (vv. 16-22). Ao aplicarem a lei aos problemas humanos, os fariseus eram culpados de evasivas e falsas distinções; podem ser comparados com habilidosos advogados que procuram evitar a força da lei claramente entendida através de artifícios técnicos e lacunas. Esta maneira de enfrentar as leis de Deus é chamada “casuística”. Por exemplo, um israelita acusado de violar um juramento solene pode responder: “Você não se lembra que jurei pelo Templo? Segundo os nossos ensinadores, tal juramento não me obriga. Tivesse jurado pelo ouro do Templo, e a situação teria sido diferente”. Ver Mt 15.1-9. “Há muitos hipócritas na igreja!” Quem não tem ouvido esta acusação de pessoas não-convertidas que recusam aceitar o Evangelho? A desculpa, no entanto, contém frequentemente tanta insinceridade, que nos sentimos ten-

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tados a responder: “Não seja isso problema para você - sempre há lugar para mais um!” Afinal de contas, quem faz a objeção sabe que nenhuma organização é livre de membros indignos. A imperfeição da política não o impede de votar; a existência de “curandeiros” não o impede de procurar ajuda médica; os complôs de advogados desonestos não desencorajam a sua busca de conselho legal. E o fato de um dia alguém ter-lhe passado uma cédula falsa não diminuiu seu desejo pelo dinheiro! A despeito de possuir membros indignos, a Igreja é instituição divina, e tem sido uma bênção para a raça humana. O fato de haver um Judas no grupo dos apóstolos não é argumento contra as reinvindicações de Cristo. Por outro lado, as vidas piedosas dos demais e sua fidelidade até à morte são um forte argumento em prol da realidade do Evangelho. E homens assim nunca têm faltado à Igreja. Os trens expressos melhor indicam a excelência dos serviços de um caminho de ferro do que o vagão descarrilado. As multidões de pessoas piedosas pertencentes à Igreja são a melhor evidência de sua natureza do que algum caso de colapso espiritual. A prática dos Fariseus (Mt 23.23-36) A prática dos fariseus caracterizava-se pelo formalismo. Um rei judeu do primeiro século a.C. descreveu-os como “homens pintados”, ou seja, o que mostravam externamente não revelava a sua verdadeira natureza. 1. Quanto aos dízimos. A lei dos dízimos era aplicada somente aos produtos mencionados em Deuteronômio 14.23: azeite, trigo e vinho. Mas os fariseus, ávidos por mérito adicional, aplicavam Levítico 27.30 às menores ervas: hortelã, endro e cominho. Não eram, porém, tão escrupulosos quanto à observância de fundamentos tais como a justiça, a misericórdia e a fé. Note que Jesus não lhes condena o dizimar: “Deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas”. “Condutores cegos! que coais o mosquito e engolis um camelo [animal impuro, segundo a lei]”. Para os fariseus, coar o vinho era um ato religioso; engolir um mosquitinho torná-los-ia impuros. Daí, a expressão “coar um mosquito” veio a representar escrupulosidade cerimonial. O extremo zelo dos fariseus acerca de ninharias, entretanto, prestava-se muitas vezes a cobrir sua carnalidade. Na véspera da Páscoa, os sumos sacerdotes não queriam entrar no pretório de Pilatos porque já se tinham purificado cerimonialmente e receavam contaminar-se (Jo 18.28). E intentavam praticar ali um assassinato, pelas mãos dos romanos! “As coisas primeiras no primeiro lugar” é uma boa regra. “Coar o mosquito e engolir o camelo” caracteriza as pessoas muito preocupadas com detalhes e negligentes quanto às questões de importância. Na índia, um provérbio fala de engolir um elefante e engasgar-se com uma pulga. Este mau hábito pode

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ser visto em muitas formas. Há os zelosos pela etiqueta social e relapsos à verdadeira bondade. Outros criticam o vestir e o lazer, mas vivem eles mesmos a engordar suas próprias vontades e a praticar a cobiça. Nas igrejas, existem pessoas que minuciosamente observam o ritual, mas negligenciam o espírito da devoção; lutariam contra a mínima infração à ortodoxia, mas não têm fé viva. Tais pessoas, enquanto engolem camelos, cuidam de coar mosquitos nos copos dos outros. Pessoas que falsamente professam religião são escrupulosas acerca das formas porque pensam obter assim reputação de santidade sem pagar o preço. Necessitam elas que se lhes revelem a hipocrisia. Precisam de uma visão maior da vida espiritual, que os engaje na luta contra os grandes pecados. Infrutíferas contendas acerca de ninharias dariam lugar a grandes vitórias. Lembre-se que Jesus tomou o cuidado de acrescentar: “Não omitir aquelas”, para fechar o escape àqueles desejosos por ver-se livres de responsabilidades secundárias. Um aluno com nota baixíssima desculpou-se, dizendo que seus atrasos deviam-se às suas devoções particulares. O professor corrigiu-o: “É seu dever planejar as atividades de modo que uma não venha a interferir na outra. A frequência ao culto não é justificativa para deixar de fazer os deveres escolares, nem estes desculpa para faltar ao culto”. Quem leciona a uma grande classe não está isento de instruir os filhos em casa. Uma vida cristã consistente vale mais que a frequência nos cultos. Mas deve-se frequentar a igreja. Os deveres religiosos, grandes e pequenos, devem ser combinados. EBDAREIABRANCA 2. Quanto às cerimônias. “Limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e de iniquidade” (v. 25). Não está Jesus a censurar a limpeza externa ou as lavagens cerimoniais exigidas pela lei de Moisés. Insiste Ele na verdadeira santidade, a limpeza do coração. A higiene, por mais excelente virtude que seja, não substitui a piedade. Segundo o declarado no livro de Levítico, o contato com um cadáver causava impureza cerimonial. Nos dias de Cristo, os túmulos eram regularmente caiados, para serem evitados pelos piedosos (vv. 27,28). Há forte ironia nas palavras do Senhor. Imaginavam os fariseus lhes desse sua escrupulosa observância cerimonial aparência de santidade. Jesus, todavia, mostra que o exagerar de atos piedosos externos era evidência de corrupção. O coração do homem é enganoso! Na maioria dos casos, não eram os fariseus conscientemente hipócritas: enganavam-se a si mesmos. Daí a repreensão: “Fariseu cego!” Podem as igrejas de hoje abrigar pessoas assim. A longa familiaridade com coisas

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religiosas pode levá-las a considerar sua profissão externa real espiritualidade. Conta-se que certo evangelista colocava sua Bíblia em cima das outras coisas, na mala de viagem, a fim de que o inspetor da alfândega visse que ele era um homem “religioso” e não procurasse os artigos não declarados embaixo, sobre os quais incidiriam multas. Sem dúvida, o evangelista continuava a pregar, mas não sabemos como podia fazê-lo em sinceridade. A hipocrisia mina o poder espiritual e introduz no testemunho da pessoa uma nota dissonante. A nossa espiritualidade está por fora ou por dentro? 3. A respeito de honrar os profetas (vv. 29-63). Os fariseus honravam os antigos profetas que morreram, enquanto sua atitude para com Jesus demonstrava estarem prontos a assassinar os profetas vivos. Os fariseus enfeitavam os túmulos dos profetas e falavam com reverência acerca deles. Em tom piedoso, declaravam: “Se tivéssemos vivido nos dias de nossos pais, não teríamos sido seus cúmplices no sangue dos profetas”. Diante de Jesus, porém, demonstravam não serem melhores que seus pais. Olhando o futuro, Jesus percebe a fúria perseguidora dos fariseus dirigida contra os discípulos, trazendo sobre o povo castigo divino. E tudo aconteceu conforme a profecia do Mestre. Certo estudioso judeu percebe em Jesus amargura e dureza na sua condenação aos fariseus: “Com entusiasmo predizia a sua chegada no inferno”. Mas esta ideia é contrária aos fatos! Os versos 37-39 comprovam virem as palavras de um coração partido. A melhor maneira de honrar os profetas é obedecê-los. A julgar pelas atitudes do povo judeu nos dias de Jesus, é de se imaginar que julgavam profeta bom o profeta morto. Nos dias de Moisés, os heróis da fé eram Abraão, Isaque e Jacó; mas não Moisés, a quem o povo queria apedrejar. Perguntando-se ao povo, nos dias de Samuel, quais os verdadeiros servos do Senhor, responderiam: “Moisés e Josué”, mas não Samuel. Nos dias de Cristo, todos os profetas eram reverenciados, mas não o próprio Filho de Deus com os seus discípulos. Honramos hoje grandes pregadores do passado: Edwards, Finney, Moody, Spurgeon e outros. Mas, como tratamos os pregadores vivos, que nos repreendem pelos nossos pecados e exortam-nos a avançar a um nível mais alto de espiritualidade? Afinal, é mais fácil edificar túmulos do que seguir de coração os ensinamentos espirituais. Bibliografia Myer Pearlman

Advertência contra o exemplo de Escribas e Fariseus Mt 23:1-12

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A denúncia dos escribas e fariseus levou Jesus a lamentar sobre Jerusalém (23:37-39), e esta lamentação, por seu turno, levou-o a julgar Jerusalém e o mundo (24 - 25). A seção imediatamente diante de nós, 23:1-36, tem alguns paralelos em Marcos 12:37-40 e extensos paralelos, espalhados por vários capítulos de Lucas e em ordem diferente (especialmente capítulos 11 e 20). O discurso em Mateus divide-se em duas partes: advertências contra o exemplo dos escribas e fariseus, que é o objetivo de nossa lição (23:1-12) e juízo sobre os escribas e fariseus 23:13- 36). Os escribas e fariseus, como líderes religiosos, representam Israel como um todo, e não apenas um partido. Os escribas e os fariseus não são idênticos. A maior parte dos escribas eram fariseus, mas nem todos os fariseus eram escribas. Os escribas eram os intérpretes reconhecidos da lei judaica. As suas origens remontam ao tempo de Esdras. Os primeiros escribas eram sacerdotes, mas os últimos eram leigos. Os fariseus do tempo de Jesus consistiam de cerca de seis mil leigos judeus, que procuravam escrupulosamente executar o governo tribal. Lucas preserva a distinção entre escribas e fariseus, registrando três ais contra cada um (11:42-52), porém Mateus não estava interessado nessa distinção. Quando escreveu, os fariseus eram os líderes do judaísmo, quase sem rivais. Para ele, eles representavam Israel como um todo. Cadeira de Moisés parece referir-se a uma cadeira propriamente dita, exis-tente em uma sinagoga, simbolizando a origem e a autoridade do ensino dos escribas. Os escribas atribuíam as origens dos seus ensinos a Moisés. A acusação de que os escribas e fariseus não praticam o que dizem não deve ser levada em sentido absoluto, como o indica o versículo 5. Jesus não endossava tudo o que eles pregavam, mas reconhecia que eles praticavam alguns dos seus ensinamentos, pelo menos exteriormente. Neste ponto, a acusação é contra as suas motivações e procedimento, que roubavam o valor de suas ações, pois, paradoxalmente, eles não praticavam, realmente, aos olhos de Deus, o que pareciam fazer (McNeile, p. 330). Esta passagem expressa um relacionamento entre os discípulos de Jesus e a sinagoga, sem nenhuma sugestão de um rompimento total entre eles (Lohmeyer, p. 335; Bornkamm p. 21 e s.) Os fardos que os escribas e fariseus atam sobre o povo são as regras meti-culosas acerca de rituais de purificação, leis alimentícias, observância do sábado, dízimo até de produtos da horta, e coisas semelhantes. Atar é o termo técnico para proibir. A escola de Hillel era mais liberal do que a de Shammai, mas, em muitos respeitos, esta última parece que prevalecia na época de Jesus. A religião passara a ser, de forma exagerada, um fardo a ser carregado, e não um poder que sustentasse o crente (cf. 11:28-30).

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As acusações, aqui, são devastadoras, mas expressam a extensão em que uma reforma se fazia necessária. Acusações mais suaves não teriam sido ouvidas. Embora houvesse exceções entre os mestres e os ensinos, basta apenas ler as longas seções do Talmude, para verificar a extensão em que fardos de trivialidades haviam sido lançados sobre o povo. Jesus clamou pela substituição de regras mortas por uma dedicação básica de amor a Deus e ao próximo. Ele conclamou os seus ouvintes a uma maior liberdade para a consciência individual, e menos regulamentos de todas as áreas da vida de uma pessoa, pelos escribas e doutores da lei. Uma acusação importante é a de que eles estavam representando, para serem vistos pelos homens. Esta prática levava a atos extremos de ostentação, exibição ou dramatização da sua piedade.Filactérios eram caixas de couro usadas sobre a testa e o braço esquerdo (Êx 13:9; Dt 6:8,9), contendo as palavras de Êxodo 13:1-10, 11-16 e de Deuteronômio 6:4-9 e 11:13-21, escritas em tiras de velo (pergaminho), em cumprimento literal de Êxodo 13:16 e Deuteronômio 6:8 e 11:18. Alguns faziam essas bolsas de couro indevidamente grandes, para chamar a atenção para a sua piedade. As franjas eram borlas costuradas nos quatro cantos da vestimenta exterior Nm 15:38 e s., Dt 22:12). O próprio Jesus usava essas borlas (9:20; 14:36). O seu protesto não era contra o costume, mas contra a ostentação: o alongamento das bordas de forma a parecer piedoso. Além da exibição pública de piedade, mediante a vestimenta, havia o desejo de privilégios especiais e honras. O mais importante lugar numa festa era uma poltrona ao lado direito imediatamente próximo ao hospedeiro. Parece que os lugares de honra ficavam em uma plataforma, de frente para a congregação. Saudações não eram os cumprimentos apressados, como no mundo ocidental, mas rapapés mais formais. Jesus encontrou duas falhas no desejo de títulos especiais: reclamar o que pertence apenas a Deus ou ao seu Cristo, e a negação do princípio básico de que a medida da grandeza é o serviço. Rabi significa “meu mestre” (professor). Depois do tempo de Jesus, o pronome perdeu a sua força, e o termo passou a significar apenas “mestre”, Na comunidade de Cristo, ele é o Mestre, e nós somos os irmãos. “Abba” (pai) era um termo usado para designar os rabis e grandes homens do passado, e, aparentemente, naquela época estava sendo usado para pessoas vivas. Mestre(kathègétés) é tradução de outro termo sinônimo de professor, encontrado apenas na Bíblia. Como hodêgos, no versículo 24, ele enfatiza um papel de liderança, e não administrativo. Não há distinção entre mestre, no versículo 8, e guia, no versículo 10, representando as duas palavras gregas, aparentemente, a hebraica rab (professor, mestre). A verdadeira grandeza, medida pelo serviço e humildade, é um tema constante em o Novo Testamento e seu ensino. Os crentes devem ser irmãos, aprendizes e servos (diakonos, diácono ou servo).

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Bibliografia Frang Stagg

FARISEUS

Esboço:

I. O Nome e Descrições

II. História e Caracterização Geral III. Doutrinas Distintivas

IV. Denúncias da Parte de Jesus e Pontos Positivos

I. O Nome e Descrições

Os Fariseus: essa palavra se deriva do vocábulo hebraico que significa «separados», embora alguns estudiosos considerem o termo como de significação incerta. Apareceram, pela primeira vez, como um grupo distinto, pouco depois da revolta encabeçada pelos Macabeus (que libertou os judeus do governo sírio opressivo), em cerca de 140 A.C. Os fariseus usualmente vinham dentre a massa de povo comum, e nisso faziam contraste com os saduceus, que geralmente eram provenientes da aristocracia. O movimento desse nome, no princípio, envolvia uma espécie de grupo reformador, que tencionava purificar e defender a crença ortodoxa. Eram os porta-vozes das opiniões da maioria das massas populares. Após alguns anos se intrometeu nas fileiras do farisaísmo uma grande quantidade de atitudes legalistas e ritualistas, e isso serviu apenas para obscurecer os propósitos originais do grupo. Embora continuassem ortodoxos em suas palavras, gradualmente foram perdendo a presença e a aprovação de Deus, e se tornaram representantes inadequados da porção melhor do judaísmo. Sob a orientação de João Hircano (134-104 A.C.) exerceram grande influência e gozaram do apoio geral da população judaica. (Ver Josefo, Antiq. XIII. 10.5-7). Porém, quando romperam com ele, João Hircano se voltou para os saduceus. Em face disso, os dois grupos se tornaram adversários daí por diante, especialmente no tocante às questões do poder político, mas também no que diz respeito às questões religiosas. Os fariseus fizeram oposição a Alexandre Janeu (103-78 A.C), e chegaram ao extremo de apelar para a ajuda do rei selêucida, Demétrio III. Por causa disso é que, quando Janeu triunfou, vingou-se deles, crucificando cerca de oitocentos dos líderes dos fariseus. (Ver Josefo, Antiq. XIII. 14.2). No leito de morte, entretanto, aconselhou à sua esposa que permitisse a reinstaurarão do grupo no poder político; e então, a partir dessa data começaram a dominar o sinédrio, o principal tribunal religioso e civil da época, entre os judeus, o que continuou até à destruição de Jerusalém, no ano 70 D.C. Apesar de exercerem notável autoridade, na realidade os fariseus eram um grupo de minoria. II. História e Caracterização Geral Os fariseus, pelo menos em certo sentido, representavam a continuação dos ideais de Esdras, visto que eles eram mestres (com frequência, escribas) que tentavam levar avante o ministério de ensino, fazendo-o com grande meticulosidade. No começo do século II A.C, eles eram chamados hasidim, «santos de Deus». O termo

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hebraico perushim (fariseus) é de origem incerta, embora seja claro que um grupo com essa denominação surgiu após a revolta dirigida pelos Macabeus. Esse nome ocorre pela primeira vez nos textos que tratam sobre os reis sacerdotes hasmoneanos. Grande parte da história do farisaísmo trata a respeito da oposição que eles exerciam contra aquilo que consideravam forças transigentes, e destrutivas do judaísmo, o partido dos saduceus. Os saduceus representavam a abastada classe sacerdotal, ao passo que os fariseus eram os conservadores bíblicos, até mesmo fanáticos. Em certo sentido, o farisaísmo foi uma força democratizante dentro do judaísmo, que tentava salvar o sistema do controle rígido da classe sacerdotal dos saduceus. Os fariseus eram os porta-vozes das massas oprimidas, visto que, essencialmente, pertenciam a essa classe. Portanto, entre eles apareceram figuras radicais, que se opunham ao governo estrangeiro, ao passo que os saduceus, felizes e satisfeitos com o poder e a prosperidade material de que dispunham, preferiam conservar o status quo. Como um todo, o farisaísmo pode ser recomendado por seu senso de justiça e de elevados valores éticos. O Novo Testamento, contudo, alude a eles como hipócritas e descendentes de víboras, embora devamos relembrar que isso era aplicado a alguns poucos líderes moralmente pervertidos entre eles. Muitos dos primeiros líderes da Igreja se converteram dentre os fariseus (Atos 15:5). O nobre Gamaliel, que fora um dos mestres de Paulo, era fariseu. Naturalmente, o próprio Paulo pertencia a esse grupo e, em Atos 23:6, em sua defesa, ele declarou: «Eu sou fariseu, filho de fariseus...» Os fariseus sempre foram um grupo minoritário. Nos dias de Herodes eles eram um pouco mais de seis mil indivíduos (Josefo, Anti. 17:2,4). O grupo não era totalmente homogêneo. Shammai foi uma figura severa que interpretava tudo de acordo com o rigor da letra. Era de uma família rica e aristocrática. Hilel, em contraste, era homem do povo, e interpretava as questões com brandura, favorecendo as debilidades do povo. A maioria dos escribas pertencia ao partido dos fariseus, e deles foram surgindo aqueles ensinos exagerados que circundavam a lei e as observâncias legalistas. Eles determinaram que a lei contém seiscentos e treze mandamentos, dos quais duzentos e quarenta e oito positivos e trezentos e sessenta e cinco negativos. Além disso, cercaram essas leis com um complexo e, com frequência, exagerado sistema de interpretação, que fazia pesar consideravelmente sobre os homens as suas responsabilidades morais e religiosas. Para exemplificar, eles determinaram trinta e nove tipos de ação que, supostamente, eram proibidos para o dia do sábado. Além dessas elaborações, eles também aumentavam a importância da lei, criando analogias, de tal modo que coisas que muitas pessoas sérias nem levariam em conta, eles transformavam em questões importantes. Em sua ignorância, após tantos acréscimos feitos por eles, ainda afirmavam que sua doutrina era antiga, procedente de Moisés, como preceitos dados no monte Sinai. Ver Marcos 7:3. O Novo Testamento serve de testemunho sobre alguns desses exageros dos fariseus, mas a história também nos revela que havia pontos bons entre eles. A nossa avaliação sobre qualquer grupo jamais deveria deixar de ver os dois lados, sempre que possível. III. Doutrinas Distintivas

As diferenças quanto às crenças doutrinárias, entre os fariseus e os saduceus, conforme é frisado pelo historiador Josefo, eram as seguintes (ver Guerras dos Judeus, II.8.14): Os fariseus criam na imortalidade da alma, que haveria de reencarnar-se. Isso poderia envolver uma série de reencarnações (doutrina essa muito comum

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naquela época, que evidentemente também era defendida pelos essênios, mas também incluía a ideia de que a alma haveria de animar o corpo ressurreto. Criam fortemente na sorte ou determinismo, no universo, bem como na existência dos espíritos. Os fariseus aceitavam como canônico o conjunto completo do V.T., ao passo que, com frequência, os saduceus aceitavam como canônicos apenas os primeiros cinco livros ouPentateuco, ainda que, provavelmente, houvessem divergências pessoais, entre os saduceus, acerca desse particular. Os saduceus enfatizavam a adoração no templo, o que os fariseus também faziam. Mas estes últimos punham mais ênfase no desenvolvimento individual e ético do que o faziam os saduceus. Os fariseus criam que os exílios haviam sido causados pela desobediência às leis de Deus, e eles se puseram a interpretar essa lei, desenvolvendo assim os comentários que foram incorporados no Talmude. Esse zelo pelo ensino e pela interpretação chegou aos exageros tão familiares a qualquer leitor do N.T. E a sede dos fariseus pelo poder político, além de sua resistência natural a qualquer coisa que ameaçasse interromper o seu domínio religioso e a sua influência sobre o povo comum, fizeram deles inimigos naturais de Jesus. Juntamente com os saduceus, os fariseus constituíam o sinédrio, o mais elevado tribunal civil e religioso da nação judaica. Embora Josefo não nos diga tal coisa, sabemos que os fariseus aceitavam a comum e complexa angelologia do judaísmo helenista. Isso reflete-se, por exemplo, em Atos 23:8. Sem dúvida, isso incluía uma elaborada demonologia, visto que ambas as ideias são comuns na literatura apocalíptica e pseudoepígrafa, do período que fica entre o Antigo e o Novo Testamentos. Eles eram democratas que defendiam os direitos do povo. Opunham-se aos aristocratas dentre os saduceus; e alguns historiadores acreditam que isso nos leva a entender a essência mesma do farisaísmo. IV. Denuncias da Parte de Jesus e Pontos Positivos

As denúncias de Jesus contra os exageros dos fariseus encontram-se em Mateus 23:13-30 e Marcos 7:9 (comparar com Mt 15:3). O próprio Talmude também denunciava a hipocrisia deles (Sotah, 22b), onde a similaridade com as denúncias feitas por Jesus é evidente. Naturalmente, o Novo Testamento também elogia a vários fariseus, como Nicodemos (Jo 3:1 ss), que falou com retidão em defesa de Jesus (Jo 7:50), mesmo depois que os próprios discípulos de Jesus haviam fugido (Jo 19:50). José de Arimatéia também fora fariseu (Mt 15:43), sendo altamente elogiado no Novo Testamento. Gamaliel era homem nobre, que argumentou em prol da tolerância para com os cristãos primitivos (At 5:34 ss). Outros avisaram ao Senhor Jesus de que queriam tirar-lhe a vida (Lc 13:31), e alguns fariseus mostraram-se hospitaleiros para com ele (Lc 7:36 e ss; 11:37; 14:1). — Paulo havia sido fariseu, antes de sua conversão (Fp 3:5), não se tendo envergonhado de poder repetir: «Eu sou fariseu, filho de fariseus...» (At 23:6). Bibliografia J. M. Bentes

Texto Áureo - QUARTO AI:

Regras sobre as desavenças Mt 23:23,24

23:23 Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque dais o dizimo da hortelã, do endro e do cominho, e tendes omitido o que há de mais importante na lei, a saber, a justiça, a misericórdia e a fé; estas coisas, porém, devíeis fazer, sem omitir aquelas. 23:24: Guias cegos! que coais um mosquito, e engolis um camelo.

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JESUS DENUNCIA a exaltação de trivialidades na religião revelada. A lei (Dt 14:22,23) prescrevia o dízimo do trigo, do vinho e do azeite. Os rabinos, ao erigirem uma sebe em torno da lei, insistiam em que se deveria pagar também o dizimo dos legumes, das frutas e das castanhas. O dizimo do coentro e do cominho era expressamente provido na Mishnah (Maaseroth 4:5; Demai2:1). Mediante essas leis, transformavam a religião em meras observâncias escrupulosas. «Vede-os diante de suas balanças, a pesarem o coentro (incluindo até mesmo os raminhos) e o cominho!» (Buttrick, in loc.). Porém, os homens modernos não são muito diferentes disso. A única coisa que se alterou é que contam com diferentes ingredientes em suas trivialidades. Tais coisas não fazem parte da inquirição espiritual, e Jesus negou a importância dessas coisas. Buttrick (in loc.) diz: «Não haverá paralelismos modernos dessa desproporção da religião farisaica?Que dizer sobre a mulher profundamente preocupada com a temperança na questão das bebidas fortes, mas totalmente intemperante em seus preconceitos e em sua inclinação para condenar aos outros? Que dizer sobre o homem de negócios que se mostra meticulosamente polido e muito regular na frequência à sua igreja, mas que defende desigualdades clamantes na estrutura social e que procura tirar vantagens ilícitas nos negócios que faz? Os principais sacerdotes não quiseram pôr o dinheiro de Judas de volta no tesouro, por ser imundo, visto que era preço de sangue (ver Mt 27:6); no entanto, eles mesmos pagaram a Judas para que Cristo fosse traído!» «...mosquito...camelo...» Ambos os animais eram imundos (segundo as leis cerimoniais dos judeus), e os fariseus mui naturalmente tinham o cuidado de retirar os mosquitos que porventura houvessem caído no vinho; no entanto, não evitavam o contato com um animal imundo e muito mais volumoso como era o camelo. Jesus não queria dizer que eles não evitassem camelos literais em sua conduta diária; mas quis dizer que a moral deles se caracterizava pelas falhas e pelas injustiças abundantes, havendo camelos éticos que eles nem sequer notavam, enquanto que, a todo o tempo, podiam ver claramente um mal ético do tamanho de um mosquito. Eles davam o dízimo (a décima parte) da menta, que era uma planta favorita, de aroma suave, que algumas vezes medrava nos soalhos das casas de moradia e das sinagogas, para dar seu aroma suave e assim prover uma atmosfera mais agradável. Essa planta também era usada como especiaria; enquanto que o anis, o coentro e o cominho (que são sementes aromáticas) eram usadascomo condimentos e, algumas vezes, como medicamentos. Os fariseus se tinham tornado muito severos sobre essas questões, e o Talmude realmente narra a história do asno de certo rabino que fora tão bem treinado que se—recusava a ingerir—ração que ainda não fora dizimada! Essas plantas tinham valor comercial; mas o dízimo dessas plantas certamente tinha valor extremamente diminuto. No entanto, os fariseus se mostravam muito particulares e conscientes sobre coisas tão sem importância, ao mesmo tempo que eram extremamente empedernidos no que dizia respeito às questões éticas e religiosas, que são muito mais importantes do que aquelas. Furtavam uma viúva de seus bens, e também pagavam os dízimos do furto, com toda a probabilidade. Eram externalistas, isto é, para eles as questões externas é que tinham importância, mas o interior do copo podia ficar cheio de excessos e de corrupção. Foi contra tais práticas que Jesus pronunciou este quarto ai. Negligenciavam a justiça, a misericórdia e a fé, mas mostravam-se cuidadosos quanto aos dízimos. Jesus não negava a obrigação ou o valor dos dízimos, mas mostrou que a prática de tais coisas, fora do contexto da vida em geral, não tem qualquer valor. Um negociante de escravos que fosse homem dedicado à oração não poderia ser considerado piedoso e

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moral. Um rico negociante que obtivesse seu dinheiro mediante a fraude e o engodo, mas que desse o dízimo de todo o dinheiro assim obtido, jamais seria homem moral, não podendo receber a aprovação do Senhor. Um homem que frequente regularmente uma igreja evangélica, mas que seja maldoso, cruel e egoísta não tem valor algum para Deus. «JUÍZO». Isso indica não a própria retidão, e, sim, a fidelidade no desempenho dos deveres, segundo os princípios da justiça. «Misericórdia». É uma das características do desejo de que seja feito o que é reto, que deve ser reunida ao elemento humano para eliminar a precipitação e a violência nas ações. Indica uma atitude de desassossego com aqueles que estão aflitos, de simpatia e de bondade para com os oprimidos. «Fé». Essa expressão pode indicar o ato da crença, a substância do que alguém acredita, ou uma condição ética e subjetiva de «fidelidade». Mui provavelmente este último sentido é o que está em foco aqui. Tanto a fé como a fidelidade fazem parte do principio de confiança, e usualmente a linguagem bíblica não indica qualquer diferença entre esses dois aspectos. Os verdadeiros discípulos de Jesus devem ser homens «autênticos», dignos de confiança e fiéis. «Guias cegos! ...» Os insetos eram reputados cerimonialmente imundos, o que explica o cuidado dos judeus em evitá-los. O ato de coar era usualmente realizado com um pedaço de linho ou de gaze. O camelo também era cerimonialmente imundo, e partindo desse fato conhecido é que Jesus extraiu sua ilustração. O camelo era o maior animal imundo que os judeus conheciam, e o mosquito era o menor. «Engolir» ou «devorar» um camelo era um hipérbole oriental. (Ver Mt 19:24; 5:29,30; 17:20; 21:21, quanto a outras expressões semelhantes). Alguns tipos de mosquitos se multiplicavam no vinho. Aristóteles usou a palavra camelo (konopa) para um verme ou larva que se encontra no sedimento do vinho azedo, e isso nos mostra que a associação do vinho e do mosquito era comum. Os judeus não bebiam vinho sem primeiramente coar os mosquitos que por acaso ali tivessem caído, posto que o mosquito, juntamente com os demais insetos, era reputado cerimonialmente imundo. Porém, moralmente falando, eles engoliam (embora engolir seja palavra muito fraca para expressar o termo grego aqui) um camelo. Moralmente, eram muito cautelosos quanto a coisas mínimas, como os dízimos e as cerimônias, ou como o contato com os insetos. Porém, quando se apoderavam desonestamente das casas das viúvas, estavam engolindo camelos. Se deixassem de dar o dízimo do coentro e do cominho, estariam engolindo um mosquito. Preferiam males morais muito maiores. Bibliografia R. N. Champlin

Sete Ais e o Julgamento Vindouro Mt 23:13-36 Sete ais (23:13-32) — Estes versículos frequentemente têm sido criticados como severos demais para pertencerem a Jesus, e por isso têm sido atribuídos à Igreja posterior, em um período de amargo conflito com o judaísmo. Por outro lado, deve ser reconhecido que os discursos e atos de Jesus foram preservados e proclamados por diferentes comunidades e escritores cristãos, com suficiente liberdade para permitir ênfases e

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aplicações diferentes. Isto é consequência inescapável de qualquer comparação entre os paralelos sinópticos. Algo da experiência e caráter de cada comunidade, de cada escritor, é estampado em cada transmissão do Evangelho. Mas quando a devida margem é dada à participação da Igreja, deve ser feita justiça ao fato de que a figura de Jesus aparece clara e radiosa. A passagem, diante de nós, preserva o julgamento de Jesus contra a liderança religiosa da sua época. Antes de tudo, pode ser observado que a rejeição cabal de fundamentos básicos dos escribas e fariseus aparece com expressão mais forte em Marcos do que em Mateus. Por exemplo, em 15:6 Mateus atenua a expressão mais forte de Marcos (7:8): “as tradições dos homens”. Em 15:18 ele omite o drástico “Assim declarou puros todos os alimentos” de Marcos 7:19. Mateus escreveu em uma época de grande tensão entre igreja e sinagoga, mas também procurou conservar os canais abertos entre as duas. O Novo Testamento contém fortes evidências de que Jesus era, na verdade, mais “radical”, em sua rejeição dos ensinos, práticas e alvos do judaísmo farisaico, do que a Igreja. Ela continuou a apegar-se a elementos da prática judaica daqueles dias, dos quais Jesus já havia oferecido completa liberdade (cf. At Gl e Hb). Porém, ainda mais, é fácil interpretar erroneamente a intenção e espírito de Jesus, quando ele pronunciou esses “ais” contra os escribas e fariseus. Ai (ouai) não é uma maldição, e não é apenas uma denúncia. A palavra pode expressar ira ou piedade. Embora ela traga consigo um elemento de juízo, aqui ela é um clamor ou lamentação. Jesus chorou sobre Jerusalém, e os sete ais são lamentações, bem como condenações dos líderes religiosos, que estavam guiando erradamente as pessoas que confiavam neles. Não deve ser passado por alto o fato de que esses ais não foram dirigidos contra os “pequeninos”, os cobradores de impostos, ou meretrizes, mas contra os que estavam em posição de conhecer melhor e agir melhor do que os outros. Foram dirigidos contra os privilegiados líderes: porque fechais aos homens o reino dos céus. Os ais foram pronunciados por alguém que, desta forma, expôs a sua própria vida, e, na verdade, a entregou, no esforço de fazer os líderes e o povo se voltarem da morte para a vida, da escravidão para a liberdade, das coisas da religião para o próprio Deus. Jesus não era anti-semita. Ele era, de acordo com a carne, um judeu, que amava o seu povo suficientemente para expor os seus falsos valores e verdades deslocadas, e apontar-lhes a sua única esperança. Foi por amor, e não ódio, que essas denúncias tão fortes foram feitas. Embora, por sua natureza, elas julgassem, eram redentoras em sua intenção. Não se conclui, do versículo 13, que nenhum escriba ou fariseu está salvo. José de Arimatéia, por exemplo, era um discípulo de Jesus, bem como

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membro do Sinédrio (27:57; Mc 15:43; Lc 23: 50-53; Jo 19:38) e presumivelmente um fariseu. A ideia é que os fariseus não estavam dando ao mundo uma chance imparcial de salvação; e isto consistia uma acusação muito séria (Robinson, p. 188). O versículo 14 está entre colchetes na versão da IBB e em todos os textos mo-dernos, pois só se apoia em manuscritos menos antigos. É emprestado de Marcos 12:40 por outros manuscritos. O judaísmo do primeiro século era aberto para prosélitos, gentios que eram induzidos ao judaísmo tanto como religião quanto como nação, mediante a circuncisão dos homens (no mundo antigo havia uma circuncisão para as mulheres, mas não no judaísmo), e também o batismo e a oferta de sacrifícios rituais para homens e mulheres. Frequentemente um prosélito de uma religião é mais extremado do que os que o converteram para aquela religião. Provavelmente, Jesus queria dizer que a situação era piorada para o gentio que era levado a confiar em valores legais e rituais para sua salvação. O terceiro ai relaciona-se com a casuística, uma distinção legal entre votos considerados compulsórios, e outros não considerados como tais. Ao tornar-se alguns votos válidos, e outros não, estava aberto o caminho para a legalização do perjúrio, isto é, fingir obrigar-se mediante juramento, mas deixando-se um escape técnico ou legal. Por detrás dessa casuística estava a ideia de que um voto ou juramento não era válido, a não ser que fosse feito na presença de Deus, como se ele estivesse mais presente e envolvido no juramento, se este fosse feito pelo ouro do Templo, do que se feito pelo próprio Templo. Em 5:33-37, Mateus mostra que Jesus ensinou que nenhum juramento é absolutamente necessário para pessoas honestas. É bobagem e cegueira procurar esconder-se por detrás de uma ficção legal, como a do fraseado especial de um juramento, para obrigar uma pessoa à palavra dada ou não. O quarto ai expressa a falácia da atenção escrupulosa a matérias de menor importância, em face da negligência de princípios básicos e valores primordiais. O dízimo (um décimo) do grão, do vinho, do óleo, das frutas, do rebanho, era prescrito nas Escrituras (cf. Lv 27:30; Dt 14:22), mas os escribas haviam estendido esse conceito para incluir até as ervas da horta. Hortelã, endro e cominho eram ervas ou especiarias usadas para tempero, e as duas últimas eram também usadas na medicina. A maior falha não era a ênfase indevida nas coisas de menor importância, mas o fato de eles não terem dado a atenção devida ao que há de mais importante na lei. A justiça, a misericórdia e a fé são, de certa forma, reminiscências de Miquéias 6:8 e Provérbios 14:22. Fé (pistin) pode significar confiança ou fidelidade, sendo a fidelidade a Deus provavelmente o pensamento aqui.

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A parábola do mosquito e o camelo é deliberadamente grotesca, para apontar para a cegueira da atenção meticulosa a matérias tão pequenas como dar o dízimo de ervas da horta, enquanto negligenciavam matérias básicas de caráter e conduta. Coar é filtrar. O quinto ai é uma advertência contra uma vida exteriormente regulada que esconde uma vida interior impura. Rapina (harpagés) e intemperança (akrasias) são acusações pesadas. Harpagés é roubo, e akrasias é falta de autocontrole ou desejo desenfreado (cf. I Co 7:5). Jesus estava preocupado com que tanto o interior quanto também o exterior do copo e do prato se torne limpo. Ele colocou o homem interior em primeiro lugar, mas também ensinou que uma renovação interior é refletida ou expressa na vida exterior. Os sepulcros caiados do sexto ai provavelmente se referem ao costume judaico de pintar com cal os sepulcros um mês antes da Páscoa, de forma que eles pudessem ser vistos prontamente, e evitados. Tocar um túmulo era contaminar-se. A caiação fazia com que os túmulos parecessem formosos, mas todos conheciam as suas condições, interiormente. Este ai é dirigido contra a hipocrisia. O legalismo facilmente se torna uma capa sob a qual pode estar de emboscada um coração não regenerado. Jesus, aqui e em vários outros lugares, advertiu contra a religião com o objetivo de servir de exibição, para ser vista pelos homens. Mateus, resistindo ao antinomianismo, bem como ao legalismo, pode ter tido um interesse especial no contraste entre a justiça que Jesus exigia e a prática da iniquidade (anomias é ilegalidade ou antinomianismo). O sétimo ai desvenda a contradição entre o louvor aos profetas, agora conve-nientemente mortos, e a rejeição dos profetas, que nos causam desconforto pela sua presença. Isto é desonestidade. Antes de tudo, desta forma a pessoa finge ser melhor do que os seus antepassados, dando a implicação de que ela teria respeitado os profetas de antanho (outrora). Depois, é desonesto porque a pessoa rejeita, em seus dias, o mesmo testemunho profético que presume estar honrado do passado. Será que ouviríamos com atenção a Amós, Miquéias ou Jeremias, se eles aparecessem em nossos dias? Todos nós gostamos de nos identificar com os profetas ou o salvador, trancados com segurança no passado. Os filhos daqueles que mataram os profetas é uma maneira proverbial de dizer: “Tal pai, tal filho.” O versículo 32 é corretamente traduzido como imperativo, o que é atestado pelas melhores versões gregas. Jesus emprega aqui uma triste ironia: “Continuai e completai o que os vossos pais começaram!” Os filhos daqueles que haviam matado os profetas bem depressa iriam crucificá-lo. Juízo vindouro (23:33-36) — Estas palavras soam como as mais duras já atribuídas a Jesus. Muitos intérpretes acham que Jesus não teria falado essas palavras. Mas uma leitura cuidadosa pode lançar nova luz sobre elas. É bom que seja notado que Jesus nunca, nem sequer remotamente, sugeriu

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que os seus seguidores perseguissem outras pessoas. Ele nem mesmo permitiu que os seus discípulos o defendessem no Getsêmane. Ele está denunciando a perseguição, e ao mesmo tempo rogando, às pessoas que têm disposição para tal, que deixem de fazê-lo. Quem pode negar que toda forma de ódio e perseguição denunciada aqui veio a ter ativa expressão incontáveis vezes no judaísmo, bem como em outras religiões? Quem pode negar que o homem tem assassinado “em nome de Deus” e até em “nome de Cristo”? Jesus não estava lutando contra um espantalho. Ele não odiava ninguém, e nunca, nem uma vez, sancionou a perseguição. Nestas fortes palavras, ele está denunciando qualquer religião em que o homem tenta “fazer de conta” que é Deus, ao tratar com as outras pessoas. As palavras de Jesus podem chocar-nos. Será que ficamos menos chocados com os que matam, crucificam e açoitam outros, até em uma assembleia religiosa, ou perseguem pessoas de cidade em cidade? Deve ser lembrado que essas palavras eram inteiramente contra a impiedade das autoridades religiosas, que insistiam em sua piedade e autoridade. Em jogo estava o seu destino, bem como o da sua nação. A devastação de 70 d.C. nada mais era do que uma parte do que haveria de sobrevir a esta geração. Os assassinos de Abel e Zacarias expressam a ordem dos livros da Bíblia Hebraica, começando com Gênesis e terminando com II Crônicas. Jesus simplesmente chamou a atenção para a trilha de sangue ou de homicídios de justos, desde o primeiro (Gn 4:8) até o último mencionados (II Cr 24:20 e ss.) na Bíblia Hebraica. Baraquias (ausente de Lucas 11:51 e sendo mencionado em nossa tradução como Baraquias), era, na verdade, o pai de Zacarias em Zacarias 1:1, sendo Jeoiada o pai de Zacarias de II Crônicas 24:20 e ss. Em que ponto esta troca de nomes ocorreu, é fato desconhecido, e por isso mesmo sem importância. Bibliografia Frang Stagg