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Ciclovias no concelho de Vila Nova de Gaia
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Licenciatura de Geografia
Desenvolvimento e Planeamento do Território
Ano Lectivo 2013/2014
Expandir a rede de ciclovias no concelho de
Vila Nova de Gaia
Docentes:
Fantina Tedim
Fátima Matos
Helena Madureira
José Teixeira
Trabalho realizado por:
André Castro
Bruno Machado
Porto, 4 de Novembro de 2013
Pág. 2
Índice Enquadramento Teórico ..............................................................................................................3
Selecção dos indicadores/variáveis ..............................................................................................6
Caracterização dos indicadores ..................................................................................................10
Diagnóstico/Síntese ...................................................................................................................18
Webgrafia ...................................................................................................................................21
Pág. 3
Enquadramento Teórico
Nos tempos actuais a qualidade ambiental tem vindo a deteriorar-se devido ao uso
excessivo e abusivo dos automóveis, assim novas formas de transporte tem vindo a
emergir nos meios urbanos. Uma das causas é a grande poluição existente nos grandes
centros urbanos como é o caso de Vila Nova de Gaia.
De acordo com a National Cycling Forum cerca de 60% das deslocações por
automóvel em zonas urbanas correspondem a percursos inferiores a 8 km porém,
oferecendo as condições necessárias, uma proporção significativa desta percentagem
pode ser transferida para deslocações em bicicleta. Se conseguirmos fazer uma rede
integrada e bem planeada entre os transportes públicos, podemos fazer com que a
utilização da bicicleta possa vir a aumentar num futuro próximo, utilizando alguns
transportes públicos para assim reduzir o tempo de deslocação e o número de automóveis
nas estradas. Mas para isso é preciso ter em conta as áreas em estudo sobretudo no que
diz respeito à topografia, já que a Área Metropolitana do Porto (AMP) não apresenta um
relevo todo uniforme, e assim pode-se tornar uma desvantagem a implementação de
ciclovias porque podem exigir do ciclista um grande esforço.
Para estimular o uso de transportes não poluentes, neste caso a bicicleta, é preciso
fazer alterações a algumas leis do uso e ocupação do solo. Ao alterar algumas destas leis
é preciso ter em conta o local de implementação das ciclovias na estrutura rodoviária, já
que ainda há muitas pessoas a morrerem devido a acidentes. Mas nos casos onde ciclovia
é bem implementada, pode contribuir positivamente no uso e ocupação do solo tornando
o tecido urbano mais seguro e com uma maior qualidade na locomoção das bicicletas.
As condições de saturação do meio urbano têm conduzido as cidades a terem uma
nova postura em relação às medidas a tomar para reduzir essa mesma saturação, e aqui
tem ganho novas formas de locomoção. Em algumas cidades são adoptadas zonas onde o
condutor do automóvel não pode exceder uma certa velocidade ou não pode fazer certas
manobras. Uma das causas principais para que as ciclovias se espalhem pelos grandes
centros urbanos é o elevado nível de CO2, aqui a bicicleta volta a ganhar importância no
panorama urbano podendo voltar a níveis de utilização anteriores à Segunda Guerra
Mundial onde rivalizava com o automóvel. Para que a utilização das bicicletas tenha um
aumento significativo é preciso desenvolver planos e estratégias de promoção deste meio
de transporte, como por exemplo o bike sharing.
Pág. 4
Modos de transporte na AMP em 1991 Modos de transporte na AMP em 2001
Figura 1 - Modos de transporte na AMP
Fonte: INE
Em 2001, na AMP, o automóvel foi o modo de transporte dominante nos percursos
com 42%. O autocarro é o segundo meio de transporte mais utilizado, com 23% das
pessoas a utilizarem-no para as suas deslocações. Através deste gráfico podemos ver que
a bicicleta ocupa um lugar muito baixo em termos de deslocações, tendo apenas cerca de
3%. O transporte individual ocupa cerca de 52%, o transporte colectivo 28% e a pé cerca
de 20%.
Podemos ver que houve uma evolução em relação a 1991, visto que em 1991, a
percentagem de pessoas que utilizavam o automóvel ligeiro como meio de transporte era
de 18% e o autocarro, eléctrico ou metropolitano era de 35%. Relativamente às bicicletas,
estas ocupavam cerca de 7% das deslocações das pessoas. Em comparação com 2001, o
transporte individual tinha 30% de utilização, o colectivo 42% e as pessoas que se
deslocavam a pé eram 27%.
Desde há cerca de dez anos, Portugal tem vindo a investir em infra-estruturas para
circulação de velocípedes. Mas apesar de existir muita bibliografia internacional, Portugal
não possui grande informação em termos de ciclovias. Não dispõe também de qualquer
documento oficial de apoio. Por isso se notam graves falhas de planeamento, concepção
e construção, que colocam todos em perigo, tanto os peões e ciclistas, como os
automóveis.
Pág. 5
No entanto, a bicicleta ganhou importância com o surgimento do conceito de
"Cidades Sustentáveis”. Com isto se justifica a expansão das ciclovias, que assentam num
único modelo: serão construídas apenas num dos lados da estrada ou arruamento e sempre
bidireccionais.
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Selecção dos indicadores/variáveis
Ruído
Segundo a Agência Portuguesa do Ambiente o ruído é uma das principais causas
da degradação da qualidade do ambiente urbano. Os transportes são os principais
responsáveis, embora o ruído de actividades industriais e comerciais possa assumir relevo
em situações pontuais. De acordo com vários estudos efectuados, é reconhecido que, para
um mesmo nível sonoro, a percentagem de pessoas incomodadas é mais elevada
relativamente ao tráfego aéreo, seguido do rodoviário e por último o ferroviário.
O concelho de Vila Nova de Gaia é importante para a maior parte das deslocações
pendulares na Área Metropolitana do Porto, já que é para muitos um dos concelhos de
entrada na cidade do Porto. A sua localização geográfica é prejudicada devido a estes
factores acima referidos, porque apresenta um grande número de infra-estruturas
rodoviárias e ferroviárias que apresentam um elevado tráfego diário, que trazem consigo
o ruído. No entanto, o ruído proveniente de uma estrada com tráfego médio pode ser
equivalente a uma conversa de café ou do ruído das nossas televisões, é apenas ao longo
de grandes eixos de circulação que o ruído torna-se muito incomodativo como é o caso
de Gaia, onde existe alguns grandes eixos de circulação que podem emitir muito ruído,
como poderemos ver no mapa mais abaixo.
A Comissão Europeia, no seu livro Verde “Futura Política de Ruído” refere que
na EU cerca de 80 milhões de pessoas encontram-se expostas a níveis de pressão sonora
provenientes dos meios de transporte com um ruído superior ao aceitável, apresenta
também que outros 170 milhões de pessoas estão expostos a níveis de pressão sonora
capazes de mudar o seu estado de espírito, também refere que o ruído proveniente do
tráfego rodoviário é responsável pelo facto de nove décimos da população da UE se
encontrar exposta a níveis de pressão sonora superiores aos recomendáveis, e que por sua
vez provoca vários efeitos negativos no Homem que podem ser:
- Efeitos físicos: quando se observam alterações no sistema auditivo;
- Efeitos fisiológicos: quando se observam alterações na actividade do corpo humano;
- Efeitos psicológicos: quando se observam alterações no comportamento;
Pág. 7
Uma das razões para que as bicicletas sejam importantes no panorama actual das
cidades é a sua baixa poluição sonora, como já vimos anteriormente o ruído é uma das
causas da diminuição da qualidade de vida de muitas cidades, e também de provocar nas
pessoas alguns sons incomodativos como é o caso de uma estrada de muito tráfego. Assim
sendo, se conseguirmos introduzir ciclovias em locais onde possa existir pressão sonora
considerável, pudemos estar a melhorar a qualidade de vida desse local com a diminuição
desta pressão e consequentemente melhorias na qualidade do ar, já que a bicicleta não
polui e não produz quase ruído nenhum como se pode constatar na figura abaixo.
Figura 2 – Níveis de ruído dos principais meios de locomoção
Fonte: Agência Portuguesa do Ambiente
Distribuição da população
O concelho de Vila Nova de Gaia é um concelho da Área Metropolitana do Porto
(AMP) que apresenta uma população de 302295 habitantes sendo o concelho mais
populoso da AMP e é composto por 24 freguesias. Uma grande parte da maior
concentração de população deste concelho situa-se próximo ao centro desta cidade ou nas
zonas do litoral concelhio.
O nosso trabalho vai incidir sobretudo nas freguesias com elevada população e
próximas entre si, para tentar atrair o maior número de pessoas para as nossas ciclovias.
Então decidimos escolher uma área que está compreendida entre as freguesias de
Valadares, Vilar do Paraíso, Vilar de Andorinho, Oliveira do Douro, Mafamude, Santa
Marinha, Canidelo, Madalena e Afurada. Estas freguesias são as que apresentam um
maior número de população e que estão ligadas entre si. Como o nosso objectivo é tentar
atrair para as ciclovias um maior número de pessoas decidimos focar a nossa atenção
nesta região.
Outro aspecto que tivemos em conta nesta área é a sua densidade populacional, o
Mapa Densidade Populacional 1 está representado a densidade populacional do concelho a
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nível das freguesias e aqui se vê que esta área em particular continua a captar-nos interesse
para a execução das ciclovias, já que é aqui que se registam alguns dos mais altos valores
de densidade populacional do concelho.
Neste espaço em particular pudemos encontrar um relevo acidentado, sobretudo
no interior junto de algumas vias importantes de comunicação, este pode ser um problema
para a implementação das ciclovias, já que para fazer a ligação do litoral de Gaia ao
interior é preciso percorrer algumas zonas com uma inclinação considerável para depois
conseguirmos chegar aos meios de transporte, como por exemplo, estações de metro e de
comboio. Para isso será necessário encontrar uma forma de contornar esta dificuldade do
percurso. Assim sendo, o nosso grande objectivo, que é ligar o interior de Gaia ao litoral
através de ciclovias tem que ser pensado numa forma menos cansativa possível, para que
as pessoas que queiram fazer destas ciclovias as suas vias preferidas para se deslocarem
para o trabalho e também para as suas actividades de lazer não se sintam condicionadas
por um obstáculo que é o relevo.
Por último, outro aspecto que vamos ter em consideração é a distribuição da
população no que diz respeito à movimentação para o seu local de trabalho. Como
pudemos verificar nos mapas mais abaixo, o espaço que nós estamos a tratar tem uma
grande recepção de estudantes do concelho e de trabalhadores. Estas áreas onde existem
grande concentração de pessoas durante o período de trabalho são importantes para a
implementação das ciclovias, porque maior parte destas pessoas não tem disponibilidade
de ciclovias neste espaço, e por isso são obrigados a utilizar outros meios de transporte
que podem ser poluentes. Se nós conseguirmos vencer o problema do relevo pudemos
estar bem encaminhados para uma execução com sucesso das ciclovias, porque como nós
vemos nos mapas mais abaixo e na figura Migrações Gaia 1, as freguesias que estão
inseridas neste espaço são as que recebem mais população durante o ano, e também são
aquelas que apresentam maiores volumes populacionais no concelho.
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Migrações Gaia 1
Figura 4 – Migrações no concelho de Gaia
Fonte: INE, Censos 2011
Assim sendo, esta área que nós delimitamos para expandir a rede de ciclovias,
parece-nos ser a mais adequada devido à sua população, à sua localização que nos pode
permitir ligar uma grande rede de ciclovias na AMP utilizando os transportes públicos,
em especial os ferroviários, como vector principal de uma rede de ciclovias interligada
entre o concelho do Porto e de Vila Nova de Gaia, o último aspecto que devo referir é a
sua pertinência no que diz respeito às ligações casa-trabalho, casa-escola, naquela área
onde existe uma grande concentração de população, e também uma grande deslocação de
pessoas para efectuar estas relações.
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Caracterização dos indicadores
Figura 5 – Média Anual diurna de níveis sonoros no concelho de Gaia
Fonte: Instituto Electrotécnico Português
Figura 6 – Média Anual nocturna de níveis sonoros no concelho de Gaia
Fonte: Instituto Electrotécnico Português
Ao analisar estes dois mapas verifica-se que o grande foco de ruído situa-se na
maior parte dos nós das auto-estradas, onde chega a atingir níveis de mais de 70 decibéis.
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Estas áreas estão assim muito expostas a problemas que venham do excesso de ruído das
auto-estradas. Em algumas destas áreas saturadas com demasiado ruído seria importante
tentar implementar ciclovias, e se possível retirar tráfego a algumas ruas para assim
diminuir o ruído.
Como podemos ver aqui nestes mapas a área em que vamos implementar as
ciclovias é uma das áreas que mais está afectada por elevados níveis de decibéis durante
o dia, estes níveis elevados podem provocar graves consequências no corpo humano com
diversos efeitos, portanto seria importante implementar ciclovias nestas áreas já saturadas
de muito ruído, para que num futuro próximo esta área possa ter uma melhoria da
qualidade de vida comparativamente com a que existe actualmente. Aqui as bicicletas
ganham grande importância já que o seu ruído é quase nulo, e ainda não emitem CO2 o
que é bastante bom para a qualidade do ar.
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Mapa Densidade Populacional 1
Mapa 1 – Densidade populacional no concelho de Vila Nova de Gaia
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Residentes a Estudarem 1
Mapa 3 – Indivíduos residentes no concelho de Gaia a estudarem em Gaia.
Através da análise do Mapa Densidade Populacional 1, em termos de densidade
populacional, podemos ver que a população está concentrada principalmente perto da
zona ribeirinha do Cais de Gaia e toda a costa do rio Douro. As freguesias de Santa
Marinha e Mafamude, são aquelas que têm uma densidade populacional maior,
registando-se um valor de 3580,6-7302 hab./km2. As freguesias circundantes de S. Pedro
da Afurada, Canidelo, Vilar de Andorinho e Vilar do Paraíso seguem-se com uma
densidade populacional de 2140,8-3580,5 hab./km2. O restante litoral, desde a freguesia
da Madalena até á freguesia de S. Félix da Marinha, tem também uma densidade
populacional de 1303,4-2140,7 hab./km2. O centro do concelho, tem uma densidade de
356,2-1303,3 hab./km2.
Relativamente à linha ferroviária, esta atravessa o concelho de norte para sul.
Passa pelas freguesias de Santa Marinha, Madalena, Valadares, Gulpilhares, Arcozelo e
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S. Félix da Marinha. O concelho tem estações, em todas as freguesias por onde a ferrovia
passa.
Quanto às vias, a principal via é a A1, que atravessa o concelho de Norte a Sul, a
A44, A29 e A20.
As estações do metro também estão presentes no concelho de Vila Nova de Gaia,
a situarem-se na Avenida da República, desde o seu início até Santo Ovídeo.
Podemos ver claramente que a zona do Cais de Gaia e toda a costa do rio Douro,
é aquela que contem mais população, tem mais vias importantes e também é atravessada
quer pela linha ferrovia, quer pela linha do metro. Será um local interessante devido ao
grande fluxo de pessoas e também ao facto de as redes viárias, ferroviárias e de metro
estarem muito perto do local.
O mapa Migrações Gaia 1 mostra-nos a quantidade de indivíduos a trabalharem no
município. Mais uma vez a zona do Cais de Gaia e junto ao rio Douro é aquela que tem
uma quantidade de indivíduos residentes maior, registando-se nas freguesias de Canidelo,
S. Pedro da Afurada, Santa Marinha, Mafamude e Oliveira do Douro 4224,1-8473
hab./km2. Mas as freguesias de Sandim e Pedroso também tem o mesmo valor de
indivíduos a trabalharem no município. Depois no resto do concelho, o valor está bastante
distribuído, onde as freguesias que se destacam mais são as de Avintes, Vilar de
Andorinho, Vilar do Paraíso, Canelas e Arcozelo.
Como podemos ver, o litoral do rio Douro é aquele que tem mais indivíduos a
trabalhar no município e uma rede de ciclovias seria bastante viável, para as suas
deslocações para os trabalhos.
Ao analisar mapa Residentes a Estudarem 1, podemos ver que o litoral do rio Douro
é aquele com mais representação onde o número é de 2565,1-5760 hab./km2, assim como
o centro Este de Vila Nova de Gaia. No restante concelho, os valores rondam os 240-
2585 hab./km2.
Através de uma rede de ciclovias, poderíamos ligar algumas
Escolas/Universidades, a redes de transporte como é o caso da linha metropolitana e da
linha ferroviária, e que poderiam ser ligadas a outras regiões da Área Metropolitana do
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Porto, podendo formar assim uma grande rede de ciclovias com o apoio dos meios de
transporte, neste caso ferroviários.
Ao analisar estes três mapas verifica-se que as vias de comunicação têm um papel
importante na deslocação de pessoas e na sua distribuição pelo concelho. No Mapa
Densidade Populacional 1 observa-se que as ferrovias, as estradas nacionais e os itinerários
principais intersectam as áreas com maior densidade populacional, nos restantes mapas
também se verifica o mesmo, e aqui inclui-se as auto-estradas e estradas municipais como
as principais vias de comunicação que levam as pessoas para o seu local de trabalho e
também para o seu local de estudo, a todas estas estradas estão ligadas as estradas
secundárias que são aquelas que fazem a ligação aos principais eixos de comunicação das
pessoas. As vias onde são permitidas maiores velocidades são aquelas onde se concentra
uma grande parte da população que se desloca para o trabalho e para a sua área de estudo,
estas vias apresentam grande importância porque são bons meios de comunicação entre
freguesias e concelhos vizinhos.
Mapa Rede Viária e Ferroviária 1
Mapa 4 – Rede viária e Ferroviária, altimetria da área escolhida para a implantação de
ciclovias no concelho de Vila Nova de Gaia
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Através da análise do Mapa Rede Viária e Ferroviária 1 sobre a altimetria do concelho
de Vila Nova de Gaia, podemos ver que é um concelho que não oscila muito em termos
de altimetria, que vai desde os 5 ate aos 230m sensivelmente. A freguesia onde apresenta
uma altitude maior é a de Pedroso, que ronda os 160m-230m.
Relativamente aos pontos mais altos do concelho destacam-se a Serra de Canelas
e o Monte da Virgem.
Em termos de ferrovias e de linha de metro, vemos que não estão situadas em
locais muito altos, o que pode ser bom para as deslocações de bicicletas feitas entre o
litoral e o interior.
Apesar de a altitude não ser muito significativa, na freguesia onde esta é mais
elevada (Pedroso), podemos ver que não passam estradas principais nem linhas de
comboio ou de metro, apenas estradas secundárias, ou seja, a sua altitude pode ter sido
um entrave à construção de vias de comunicação.
Em suma, neste Mapa Rede Viária e Ferroviária 1 vemos que os locais ideais para a
construção de ciclovias seriam os locais no litoral, devido á baixa inclinação das vias e
também ao facto de encontrarmos apenas estradas secundárias ou municipais que nos
facilitavam a intervenção nas mesmas para a construção de ciclovias, mas como o nosso
objectivo passa por ligar o litoral do concelho ao interior será importante encontrar
soluções inovadoras no que diz respeito ao problema da altitude existente entre o litoral
de Gaia e o interior, que pode dificultar o uso da bicicleta no quotidiano.
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Diagnóstico/Síntese
Um dos problemas do espaço em particular que nós vamos tratar é o seu relevo.
Esta área em particular apresenta um relevo acidentado o que pode tornar difícil a
locomoção das bicicletas nesta área assim este pode ser um entrave a uma boa rede de
ciclovias. Para isso vamos tentar encontrar soluções para vencer o problema do relevo.
Este é um dos grandes problemas existentes em Portugal, e constitui um entrave a muitas
cidades que queiram construir ciclovias, como no nosso caso. Desde o litoral de Gaia até
às estações da rede ferroviária existe um declive considerável como se pode verificar na
Perfil Topográfico 1, este declive pode ser vencido através de medidas que ajudem o ciclista
a ultrapassar esta dificuldade.
Perfil Topográfico 1
Figura 7 – Perfil topográfico do litoral de Gaia até à sua linha de Metro
Fonte: Google Earth
Vila Nova de Gaia é um concelho que apresenta um grande número de redes
viárias, e isso pode verificar-se nos mapas anteriores onde é mostrado essa mesma rede.
Nesta área em concreto que nós estamos a trabalhar encontramos um grande número de
estradas secundárias e que se ligam principalmente a estradas municipais. A maior parte
Pág. 19
destas estradas apresenta passeios estreitos ou quase inexistentes, o que torna difícil a
implementação de ciclovias nos passeios em conjunto com os peões, para resolver este
problema será necessário criar vias só para ciclistas, porque além de maior parte destas
ruas não terem passeios com largura suficiente para construir uma ciclovia as estradas em
si também não são suficientemente largas para incluir uma via para ciclistas.
Como pudemos ver em baixo na Figura Evolução Anual 1, os acidentes com
ciclistas que resultaram em vítimas mortais e feridos graves tem vindo a diminuir desde
1998, esta diminuição está de certa forma relacionada com um novo respeito pelos
ciclistas dos condutores dos veículos motorizados, já que a partir daqui começou ser mais
comum a existência de bicicletas na estrada devido aos seus efeitos positivos que traz
para a saúde até então pouco divulgados e pouco experimentados. Como se pode verificar
neste quadro a partir de 2010 os acidentes com vítimas mortais e feridos graves tem vindo
a aumentar, isto pode estar relacionado com o aumento de número de bicicletas a andar
na estrada, já que com a crise actual a bicicletas torna-se um meio de transporte apelativo
para muitas pessoas devido aos seus baixos custos de compra e de manutenção. Por isso
torna-se importante criar vias dedicadas só ás bicicletas para que muitos destes acidentes
se possam evitar num futuro próximo, já que entre os condutores ainda não há um certo
respeito pelos ciclistas, por isso uma via para ciclistas numa estrada pode-se tornar
perigoso.
Figura Evolução Anual 1
Figura 8 – Evolução Anual de acidentes com ciclistas (1998-2011)
Fonte: Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária
Para que o nosso projecto siga um bom caminho no que diz respeito à
elaboração de ciclovias nós definimos alguns objectivos:
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- Criar uma grande rede ciclovias na AMP, onde se possa utilizar o transporte
ferroviário como meio de deslocação para outras ciclovias existentes nesta área
permitindo assim uma grande interligação entre os diversos concelhos no que respeita à
utilização de ciclovias;
- Diminuir a poluição sonora e do ar, através da implementação das ciclovias
em zonas estratégicas, onde possam existir grandes níveis de poluição para assim
melhorar a qualidade de vidas destas mesmas zonas, e consequentemente tentar atrair
população mais jovem com uma melhoria da qualidade de vida nesta zona;
- Tornar o concelho de Vila Nova de Gaia um exemplo nacional de Cidade
Sustentável, apoiado num conceito de uma mobilidade de pessoas nas suas relações
quotidianas através de meios de transporte não poluentes como é o caso das bicicletas;
- Identificar ideias inovadoras que possam dar uma resposta eficiente ao
problema do relevo existente e assim atrair mais população para as ciclovias.
Pág. 21
Webgrafia
http://mubi.pt/
http://www.ciclovia.pt/
http://www.apambiente.pt/_zdata/DAR/Ruido/SituacaoNacional/MapasRuidoMunicipai
s/RNT_Vila_Nova_de_Gaia.pdf
http://www.gaiurb.pt/lex/rm_ruido.pdf
http://www.apambiente.pt/_zdata/DAR/Ruido/o_rudo_e_a_cidade.pdf
http://www.apambiente.pt/index.php?ref=16&subref=86&sub2ref=529
http://www.gaiurb.pt/imagens/dru/Anexo_I.pdf
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_main
http://www.crp.pt/docs/A45S122-145_Art_T2_7CRP_2013.pdf
http://www.futurosustentavel.org/fotos/plano/Pages_from_plano_mobilidade_FSII_fina
l_parteI.pdf
http://www.futurosustentavel.org/fotos/plano/Pages_from_Pages_from_plano_mobilida
de_FSII_final_parteIV_a.pdf