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Ensino Médio Matemática 1º Ano

Geo 1º Ano

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Geografia ensino médio

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Ensino Médio

Matemática

1º Ano

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Parabéns por ter optado por ingressar em nosso sistema de Ensino!

Nós do CETEPIS Brasil estamos muito felizes com sua decisão e em tê-lo como nosso Aluno.

E cumprindo com nossa proposta de ensino, nossas apostilas foram elaboradas com conteúdos simples a sua compreensão, tornando possível você conciliar o seu trabalho com os seus estudos, ajudando tanto a você quanto a todas as pessoas que fazem parte desta adesão.

Desejamos sucesso e que você, nosso aluno, consiga um retorno rápido e favorável.

Equipe CETEPIS Brasil.

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1- CARTOGRÁFIA.............................................................................................. 01

1.1- O surgimento............................................................................................... 01

1.2- Atualmente................................................................................................... 02

1.3- Mapas.......................................................................................................... 02

1.3.1- A Evolução do Mapas............................................................................. 03 1.3.2- Mapa de Ptolomeu.................................................................................. 04

1.4- Projeções cartográficas............................................................................... 04

2- COODERNADAS GEOGRÁFICAS................................................................ 06

2.1- Latitude......................................................................................................... 08

2.2- Longitude...................................................................................................... 08

3- ESCALA.......................................................................................................... 08

3.1- Escala numérica........................................................................................... 08

3.2- Aplicação da escala...................................................................................... 09

3.3- Grande e pequena escala............................................................................ 10

4- RELEVO TERRESTRE................................................................................... 11

4.1- As formas de relevo...................................................................................... 11

4.2- Fatores do relevo.......................................................................................... 12 4.2.1- Fatores internos: as pressões do magma............................................... 12

4.2.1.1- Agentes internos modeladores do relevo........................................... 14

4.3- Fatores externos: a erosão da superfície..................................................... 15

5- O CLIMA E SUA DINÂMICA.......................................................................... 15

5.1- Diferença entre clima e tempo...................................................................... 15

5.2- Elementos do clima...................................................................................... 16

5.3- Tipos de clima............................................................................................... 17 5.3.1- Os principais tipos clima da Terra........................................................... 17

5.4- Climas no Brasil........................................................................................... 21

6- MUDANÇAS CLIMÁTICAS “INTERAÇÃO HOMEM X NATUREZA”........... 26

6.1- Alterações Climáticas.............................................................…................... 26

6.2- Aquecimento global...................................................................................... 27

6.3- Uma análise geral......................................................................................... 29

7- VEGETAÇÃO................................................................................................. 29

7.1- Formações vegetais..................................................................................... 30

7.2- Vegetação no Brasil...................................................................................... 32

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8- HIDROGRAFIA................................................................................................ 35

8.1- Hidrografia do Brasil..................................................................................... 35

8.2- Rios de planalto e de planície....................................................................... 35

8.3- Bacias hidrográficas...................................................................................... 36

8.4- Hidrografia no Mundo................................................................................... 38

9- A SITUAÇÃO AMBIENTAL DO PLANETA NESSE COMEÇO DE

MILÊNIO..............................................................................................................

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9.1- De quem é a responsabilidade..................................................................... 49

9.2- Política e meio ambiente............................................................................... 50

9.3- A questão ambiental na nova ordem mundial............................................... 52

9.4- Os tratados internacionais sobre o meio ambiente....................................... 54

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1- CARTOGRÁFIA

A cartografia é a ciência da representação gráfica da superfície terrestre, tendo como produto final o mapa. Ou seja, é a ciência que trata da concepção, produção, difusão, utilização e estudo dos mapas. Na cartografia, as representações de área podem ser acompanhadas de diversas informações, como símbolos, cores, entre outros elementos. A cartografia é essencial para o ensino da Geografia e tornou-se muito importante na educação contemporânea, tanto para as pessoas atenderem às necessidades do seu cotidiano quanto para estudarem o ambiente em que vivem.

1.1- O surgimento

Os primeiros mapas foram traçados no século VI a.C. pelos gregos que, em função de suas expedições militares e de navegação, criaram o principal centro de conhecimento geográfico do mundo ocidental. O mais antigo mapa já encontrado foi confeccionado na Suméria, em uma pequena tábua de argila, representando um Estado. A confecção de um mapa normalmente começa a partir da redução da superfície da Terra em seu tamanho. Em mapas que figuram a Terra por inteiro em pequena escala, o globo se apresenta como a única maneira de representação exata. A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação de projeção cartográfica.

Na pré-história, a cartografia era usada para delimitar territórios de caça e pesca. Na Babilônia, os mapas do mundo eram impressos em madeira, mas foram Eratosthenes de Cirene e Hiparco (século III a.C.) que construíram as bases da cartografia moderna, usando um globo como forma e um sistema de longitudes e latitudes. Ptolomeu desenhava os mapas em papel com o mundo dentro de um círculo. Com a era dos descobrimentos, os dados coletados durante as viagens tornaram os mapas mais exatos. Após a

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descoberta do novo mundo, a cartografia começou a trabalhar com projeções de superfícies curvas em impressões planas.

1.2- Atualmente

Hoje, a cartografia é feita por meios modernos, como as fotografias aéreas (realizadas por aviões) e o sensoriamento remoto por satélite. Além disso, com os recursos dos computadores, os geógrafos podem obter maior precisão nos cálculos, criando mapas que chegam a ter precisão de até 1 metro. As fotografias aéreas são feitas de maneira que, sobrepondo-se duas imagens do mesmo lugar obtêm-se a impressão de uma só imagem em relevo. Assim, representam-se os detalhes da superfície do solo. Depois, o topógrafo completa o trabalho sobre o terreno, revelando os detalhes pouco visíveis nas fotografias.

A outra técnica cartográfica, o sensoriamento remoto, consiste na transmissão, a partir de um satélite, de informações sobre a superfície do planeta ou da atmosfera. Quase toda coleta de dados físicos para os especialistas é feita por meio de sensoriamento remoto, com satélites especializados que tiram fotos da Terra em intervalos fixos.

Para a geração das imagens pelos satélites, escolhe-se o espectro de luz que se quer enxergar, sendo que alguns podem enviar sinais para captá-los em seu reflexo com a Terra, gerando milhares de possibilidades de informação sobre minerais, concentrações e tipos de vegetação, entre outros. Existem satélites que chegam a enxergar um objeto de até vinte centímetros na superfície da Terra, quando o normal são resoluções de vinte metros. 1.3- Mapas

A localização de qualquer lugar na Terra pode ser mostrada em um

mapa. Os mapas são normalmente desenhados em superfícies planas, em proporção reduzida do local da Terra escolhido. Nenhum mapa impresso consegue mostrar todos os aspectos de uma região. Mapas, em contraposição

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a foto aérea e dados de satélite, podem mostrar concentração populacional e de renda, diferenças de desenvolvimento social, entre outras informações.

Como os mapas possuem representação plana, eles não representam

fielmente a forma geóide da Terra, o que levou cartógrafos a utilizarem globos para imitar essa forma. Os mapas mais comuns são os políticos e topográficos. Os políticos representam graficamente os continentes e as fronteiras entre os países, enquanto os topográficos representam o relevo em níveis de altura (normalmente inclui também os rios mais importantes). Para desenhar mapas cartográficos, depende-se de um sistema de localização com longitudes e latitudes, uma escala, uma projeção e símbolos. Atualmente, boa parte do material que o cartógrafo necessita é obtida por sensoriamento remoto com foto de satélite ou fotografias aéreas.

A origem do mapa remonta a 4500 anos. Os desenhos traçados em diferentes materiais sobre fenômenos ambientais são registros de primordial importância para a humanidade. Os materiais utilizados na concepção dos mapas são a cerâmica, o papel, o bronze, as cascas de côco, a pedra, a pele dos animais, etc. O mapa mais antigo do mundo foi elaborado num pedaço de cerâmica produzido pelos babilônios entre os Séculos XXV e XXIII A.C.

Diz-se que foram inscritos desenhos de montanhas e água, árvores e plantas, aves e animais na superfície dos nove trípodes fundidos durante a Dinastia (entre os Séculos XXI e XVI A.C.. Embora este fato não esteja provado, estamos convictos de que durante a Dinastia ou ainda mais cedo, já tinham surgido na China alguns mapas toscos.

1.3.1- A Evolução do Mapas

Antes mesmo de surgir a escrita por volta de 4.000 a.C. os homens usavam mapas para se comunicarem uns com os outros e para registrar descobertas de todos os tipos, como água, terra altas e planícies. Para que essa comunicação fosse bem eficiente eles usavam símbolos que atualmente são conhecidos na cartografia. A idéia era simples: facilitar a localização de qualquer coisa ou local específico fazendo uso de pontos de referência

A Cartografia é a arte e a ciência de fazer mapas, os mais antigos que temos notícias e que foram preservados são dos Babilônios por volta do ano 2.300 a.C. Entre os gregos a ciência da cartografia era considerada muito antiga e na época de Aristóteles o conceito de uma Terra esférica já era mencionado e foi aceito pelos geógrafos da época, isso no ano 350 a.C.

Com Cláudio Ptolemeu (por volta do ano 150 de nossa era) a cartografia grega e romana evoluiu muito e seu “mapa mundi” ficou mundialmente conhecido e uma referência até a Renascença.

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1.3.2- Mapa de Ptolomeu

Na Idade Média os mapas europeus eram dominados por religiosos, assim os mapas tinham Jerusalém como centro, o norte, sul, leste e oeste partindo da cidade. No século 12 as explorações dos vikings foram incorporadas nos mapas mundiais. Mesmo assim os mapas eram mais comuns e realistas para viagens e explorações na região do Mediterrâneo e nas terras árabes e claro que todos os mapas eram feitos a mão, desenhados e pintados, e sua distribuição era muito limitada.

Na Renascença foi que os mapas começaram a ficar mais comuns usando formas de impressão bem rudimentares, no século 15 usavam um pedaço de madeira esculpido com o formato do mapa para imprimir suas curvas em papel ou mesmo pele fina de animais. Nessa época os mapas possuíam grande valor econômico para os Estados já que a era das grandes explorações e guerras estava começando. Mapas militares, econômicos e delineando países eram usados.

Os primeiros mapas mundi só surgiram mesmo, como conhecemos hoje, no século 16 seguindo as grandes descobertas de Colombo no Novo Mundo.

Hoje os mapas são muito mais complexos e completos, seguem regras bem definidas de catalogação e organização. Informações geográficas, econômicas, populacional entre outras são usadas atualmente.

1.4- Projeções cartográficas

Sabemos que a maneira mais adequada de representar a Terra como um todo é por meio de um globo. Porém, precisamos de mapas planos para estudar a superfície do planeta. Transformar uma esfera em uma área plana do mapa seria impossível se os cartógrafos não utilizassem uma técnica matemática chamada projeção. No entanto, imagine como seria se abríssemos uma esfera e a achatássemos para a forma de um plano. Com isso, as partes

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da esfera original teriam que ser esticadas, principalmente nas áreas mais próximas aos os pólos, criando grandes deformações de área. Então, para chegar a uma representação mais fiel possível, os cartógrafos desenvolveram vários métodos de projeções cartográficas, ou seja, maneiras de representar um corpo esférico sobre uma superfície plana.

Como toda projeção resulta em deformações e incorreções, às vezes algumas características precisam ser distorcidas para representarmos corretamente as outras. As deformações podem acontecer em relação às distâncias, às áreas ou aos ângulos. Conforme o sistema de projeção utilizado, as maiores alterações da representação localizam-se em uma ou outra parte do globo: nas regiões polares, nas equatoriais ou nas latitudes médias. É o cartógrafo que define qual é a projeção que vai atender aos objetivos do mapa.

A projeção mais simples e conhecida é a de Mercator (nome do holandês que a criou). Outras técnicas foram evoluindo e muitas outras projeções tentaram desfazer as desigualdades de área perto dos pólos com as de perto do equador, como por exemplo, a projeção de Gall. Como não há como evitar as deformações, classificam-se cada tipo de projeção de acordo com a característica que permanece correta. Temos então:

• Projeções eqüidistantes = distâncias corretas • Projeções conformes = igualdade dos ângulos e das formas dos

continentes • Projeções equivalentes = mostram corretamente à distância e a

proporção entre as áreas

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Os três principais tipos de projeção são:

Cilíndricas: consistem na projeção dos paralelos e meridianos sobre um cilindro envolvente, que é posteriormente desenvolvido (planificado). Uma das projeções cilíndricas mais utilizadas é a de Mercator, com uma visão do planeta centrada na Europa.

Cônicas: é a projeção do globo terrestre sobre um cone, que posteriormente é planificado. São mais usadas para representar as latitudes médias, pois apenas as áreas próximas ao Equador aparecem retas.

Azimutais: é a projeção da superfície terrestre sobre um plano a partir de um determinado ponto (ponto de vista). Também chamadas planas ou zenitais, essas projeções deformam áreas distantes desse ponto de vista central. São bastante usadas para representar as áreas polares.

2- COODERNADAS GEOGRÁFICAS

As coordenadas geográficas são um sistema de linhas imaginárias traçadas sobre o globo terrestre ou um mapa. É através da interseção de um meridiano com um paralelo que podemos localizar cada ponto da superfície da Terra.

Suas coordenadas são a latitude e a longitude e o princípio utilizado é a graduação (graus, minutos e segundos).

Os paralelos e os meridianos são indicados por graus de circunferências. Um grau (1°) equivale a uma das 360 partes iguais em que a circunferência pode ser dividida. Um grau (1°) por sua vez dividi-se em 60 minutos (60') e cada minuto pode ser divido em 60 segundos (60"). Assim um grau (1°) é igual a 59 minutos e 60 segundos.

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Os paralelos são linhas paralelas ao Equador, sendo que a própria linha imaginária do Equador é um paralelo. O 0º corresponde ao equador, o 90º ao pólo norte e o -90º ao pólo sul.

Os meridianos são linhas perpendiculares ao Equador que vão do Pólo Norte ao Pólo Sul e cruzam com os paralelos. Todos os meridianos possuem o mesmo tamanho e o ponto de partida para a numeração dos meridianos é o meridiano que passa pelo observatório de Greenwich, na Inglaterra. Logo, o meridiano de Greenwich é o meridiano principal (0°). A leste de Greenwich os meridianos são medidos por valores crescentes até 180º e, a oeste, suas medidas são decrescentes até o limite de -180º.

A partir dos meridianos e paralelos, foram estabelecidas as coordenadas geográficas que são medidas em graus e, a partir das

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coordenadas geográficas é possível localizar qualquer ponto da superfície da Terra. 2.1- Latitude

Latitude é o ângulo formado entre o Equador e um ponto estimado. Todos os pontos do Equador possuem latitude geográfica igual a 0º. Pontos situados ao norte do equador têm latitudes maiores que 0º variando até 90º que é a latitude do pólo geográfico norte. Da mesma forma variam as latitudes ao sul do equador terrestre, desde 0º a 90º, latitude do pólo geográfico sul. Para se diferenciar os valores, atribui-se sinal positivo para as latitudes norte e negativo para as latitudes sul. 2.2- Longitude

É o ângulo formado entre o meridiano que passa por determinado lugar e o meridiano de Greenwich. A longitude é medida de 0º a 180º, para leste ou para oeste de Greenwich. Por convenção, atribui-se também sinais para as longitudes: negativo para oeste e positivo para leste.

Ao termos os valores da latitude e da longitude de um local desejado, teremos determinado as coordenadas geográficas do mesmo.

3- ESCALA

A escala gráfica é representada por um pequeno segmento de reta graduado, sobre o qual está estabelecida diretamente a relação entre as distâncias no mapa, indicadas a cada trecho deste segmento, e a distância real de um território. Observe:

De acordo com este exemplo cada segmento de 1cm é equivalente a 3 km no terreno, 2 cm a 6 km, e assim sucessivamente. Caso a distância no mapa, entre duas localidades seja de 3,5 cm, a distância real entre elas será de 3,5 X 3, ou 10,5 km (dez quilômetros e meio). A escala gráfica apresenta a vantagem de estabelecer direta e visualmente a relação de proporção existente entre as distâncias do mapa e do território.

3.1- Escala numérica

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A escala numérica é estabelecida através de uma relação matemática,

normalmente representada por uma razão, por exemplo: 1: 300 000 (1 por 300 000). A primeira informação que ela fornece é a quantidade de vezes em que o espaço representado foi reduzido. Neste exemplo, o mapa é 300 000 vezes menor que o tamanho real da superfície que ele representa.

Na escala numérica as unidades, tanto do numerador como do denominador, são indicadas em cm. O numerador é sempre 1 e indica o valor de 1cm no mapa. O denominador é a unidade variável e indica o valor em cm correspondente no território. No caso da escala exemplificada (1: 300 000), 1cm no mapa representa 300 000 cm no terreno, ou 3 km. Trata-se portanto da representação numérica da mesma escala gráfica apresentada anteriormente.

Caso o mapa seja confeccionado na escala 1 300, cada 1cm no mapa representa 300 cm ou 3 m. Para fazer estas transformações é necessário aplicar a escala métrica decimal:

ou

3.2- Aplicação da escala

A escala (E) de um mapa é a relação entre a distância no mapa (d) e a distância real (D). Isto é:

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As questões que envolvem o uso da escala estão geralmente relacionadas a três situações:

1. Calcular a distância real entre dois pontos, separados por 5 cm (d), num mapa de escala (E) 1: 300 000.

2. Calcular a distância no mapa (d) de escala (E) 1: 300 000 entre dois pontos situados a 15 km de distância (D) um do outro.

3. Calcular a escala (E), sabendo-se que a distância entre dois pontos no mapa (d) de 5 cm representa a distância real (D) de 15 km.

3.3- Grande e pequena escala

Para a elaboração de mapas de superfícies muito extensas é necessário que sejam utilizadas escalas que reduzam muito os elementos representados. Esses mapas não apresentam detalhes e são elaborados em pequena escala. Portanto, quanto maior o denominador da escala, maior é a redução aplicada para a sua elaboração e menor será a escala.

As escalas grandes são aqueles que reduzem menos o espaço representado pelo mapa e, por essa razão, é possível um maior detalhamento dos elementos existentes. Por isso, são aquelas cujo denominador é menor. As

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escalas maiores normalmente são denominadas de plantas que podem ser utilizadas num projeto arquitetônico ou para representar uma cidade. De acordo com os exemplos já citados a escala 1: 300 é maior do que a escala 1: 300 000.

A escolha da escala é fundamental ao propósito do mapa e ao tipo de informação que se pretende destacar. Numa pequena escala o mais importante é representar as estruturas básicas dos elementos representados e não a exatidão de seu posicionamento ou os detalhes que apresentam. Aliás, o detalhamento neste tipo de mapa compromete a sua qualidade e dificulta a sua leitura. Numa grande escala, como plantas de uma casa ou de uma cidade, existe uma maior preocupação com os detalhes, mas assim mesmo as informações devem ser selecionadas para atender apenas o objetivo pelo qual foram elaborados.

4- RELEVO TERRESTRE

O relevo consiste nas formas da superfície do planeta, podendo ser influenciado por agentes internos e externos. Ou seja, é o conjunto das formas da crosta terrestre, manifestando-se desde o fundo dos oceanos até as terras emersas. Entre as principais formas apresentadas pelo relevo terrestre, os quatro tipos principais são:

• Montanhas • Planaltos • Planícies • Depressões

4.1- As formas de relevo

Montanhas - são aquelas regiões em que ainda hoje os processos internos superam os externos. Os Andes, as Rochosas, os Alpes, o Himalaia ainda apresentam falhamentos, terremotos e vulcanismos, demonstrando a forte atuação dos agentes internos. É comum, no entanto, considerar montanhas aquelas áreas que, mesmo antigas, apresentam altitudes superiores a 300 metros.

Planaltos - são superfícies elevadas, com ondulações suaves, delimitadas por escarpas que constituem declives e nos quais os processos de destruição superam os de construção. Entre os fatores externos, predominam os agentes de desgaste, e não os de sedimentação. Os planaltos típicos são de estrutura sedimentar, mas podem ser formados pelo soerguimento de blocos magmáticos.

Planícies - são superfícies que apresentaram pequenos movimentos

na crosta, sendo quase completamente aplainadas. São delimitadas por aclives, e os processos de deposição superam os de desgaste.

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Podem ser classificadas em planícies costeiras, quando o agente de sedimentação é o mar; fluviais, quando um rio é responsável por sua formação: e planícies de origem lacustre, ou seja, formadas pela ação de um lago.

Nas depressões a altitude da superfície é mais baixa que as formas de

relevo que as circundam. Classificam-se em depressões absolutas, quando estão abaixo do nível do mar, e relativas, quando estão acima. Em geral, as depressões relativas decorrem de intensos processos erosivos ocorridos nas bordas de planaltos. A região em que se encontra o mar Morto é um exemplo de depressão absoluta. Um vale em um planalto ou entre montanhas constitui uma depressão relativa de forma alongada.

Cada uma das formas de relevo pode receber denominações diferentes, conforme suas dimensões e particularidades morfológicas. Assim, por exemplo, uma pequena montanha é chamada, em geral, de morro; um alinhamento de montanhas de serra. Do mesmo modo, a depressão alongada, denominada vale, em geraI contém um leito de um curso de água, provavelmente responsável pela erosão do terreno.

4.2- Fatores do relevo

Os fatores internos são responsáveis pela elevação ou rebaixamento da superfície da crosta terrestre os fatores externos, por sua vez, causam modificações nessa superfície.

• Internos: tectonismo, vulcanismo e abalos sísmicos, entre outro; • Externos: intemperismos, águas correntes, vento, mar, gelo, seres vivos,

entre outros.

4.2.1- Fatores internos: as pressões do magma

Os fatores internos do relevo têm sua origem nas pressões que o magma exerce sobre a crosta terrestre. Essas pressões podem provocar vulcanismo e outros fenômenos chamados tectônicos, como a formação de dobras e fraturas e a criação montanhas.

O movimento do magma ocorre no manto, a parte do interior da Terra que fica entre a crosta e o núcleo, com aproximadamente 2 800 km de espessura. O magma age no manto superior, que vai até 670 km de profundidade.

A diferença entre a temperatura do magma, uma substância quentíssima e por isso fluida, a temperatura da crosta, que é mais baixa, pode resultar em dois fenômenos: em algumas regiões o magma extravasa para a superfície, pelos vulcões, sob a forma de lavas, em outras, é a crosta que se

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transforma novamente em magma "sugada" para o interior do manto. Essa troca de calor, como vimos, é denominada movimento de convecção.

Tais fenômenos ocorrem com maior intensidade nas zonas de contato das placas tectônicas, que formam a crosta terrestre. Essas placas que compõem a litosfera são encontradas tanto nos continentes quanto sobre o mar. E a partir de rachaduras abertas na crosta terrestre pela força sua pressão que o magma se movimenta realiza seu trabalho de construção e destruição, ou seja, pratica a sua ação dinâmica.

As áreas de construção são representadas principalmente pelas chamadas dorsais meso-oceânicas, grandes cadeias de montanhas submersas formadas por vazamento de depósitos de magma. Ao atravessar a crosta e entrar em contato com a água, o magma se consolida, formando aquelas que constituem as mais recentes rochas magmáticas da crosta. O maior exemplo é a zona da dorsal atlântica (número 1 no mapa), através da qual continuam surgindo novas rochas no solo oceânico.

A expansão que ocorre no fundo do mar tenciona a crosta em cadeia, de tal forma que em outras áreas ela é pressionada e destruída. É o que ocorre na região do Pacífico Sul, em que a fina crosta oceânica está sendo lentamente empurrada contra o continente, retomando ao manto e voltando a fundir-se (número 2 no mapa), constituindo uma área de destruição. Em contrapartida, o continente, pressionado, sofre uma grande elevação. Esse lento soerguimento é responsável pela contínua elevação da cordilheira dos Andes.

Em geral, as chamadas montanhas recentes apresentam intensa atividade sísmica e vulcanismos, justamente porque estão no limite de destruição das placas tectônicas.

A cordilheira do Himalaia é uma formação moderna, ainda em processo de soerguimento (número 3 no mapa). No entanto, podemos observar, pelo esquema, que sua origem está associada à colisão de duas placas continentais, e não ao choque entre uma placa continental e outra oceânica, como ao caso da cordilheira dos Andes.

Tanto nas zonas de construção como nas zonas de destruição, além da ocorrência de terremotos e vulcanismos é comum o aparecimento de dobras ou fraturas.

As dobras ocorrem em rochas frágeis e mais ou menos plásticas, enquanto as fraturas se formam em rochas mais resistentes ou rijas. Se os blocos fraturados não se deslocarem uns em relação aos outros, dizemos que se formam juntas. Quando, ao contrário, os blocos se afastam uns dos outros, terão ocorrido falhas.

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A grande ocorrência de dobras e falhas explica a formação de várias cadeias de montanhas sobre a crosta, antigas e recentes. Dizemos que as dobras e falhas são movimentos orogenéticos, ou seja, criadores de montanhas.

4.2.1.1- Agentes internos modeladores do relevo Tectonismo

O tectonismo, também conhecido por diastrofismo, consiste em movimentos decorrentes de pressões vindas do interior da Terra, agindo na crosta terrestre. Quando as pressões são verticais, os blocos continentais sofrem levantamentos, abaixamentos ou sofrem fraturas ou falhas. Quando as pressões são horizontais, são formados dobramentos ou enrugamentos que dão origem às montanhas. As consequências do tectonismo podem ser várias, como por exemplo, a formação de bacias oceânicas, continentes, platôs e cadeias de montanhas.

Vulcanismo

É a ação dos vulcões. Chamamos de vulcanismo o conjunto de processos através dos quais o magma e seus gases associados ascendem através da crosta e são lançados na superfície terrestre e na atmosfera. Os materiais expelidos podem ser sólidos, líquidos ou gasosos, e são acumulados em um depósito sob o vulcão, até que a pressão faça com que ocorra a erupção. As lavas escorrem pelo edifício vulcânico, alterando e criando novas formas na paisagem. A maioria dos vulcões da Terra está concentrada no Círculo de Fogo do Pacífico, desde a Cordilheira dos Andes até as Filipinas.

Abalos sísmicos ou terremotos

Um terremoto ou sismo é um movimento súbito ou tremor na Terra causado pela liberação abrupta de esforços acumulados gradativamente. Esse movimento propaga-se pelas rochas através de ondas sísmicas (que podem ser detectadas e medidas pelos sismógrafos). O ponto do interior da Terra onde se inicia o terremoto é o hipocentro ou foco. O epicentro é o ponto da superfície terrestre onde ele se manifesta. A intensidade dos terremotos é dada pela Escala Richter, que mede a quantidade de energia liberada em cada terremoto.

Intemperismo

O intemperismo, também conhecido como meteorização, é o conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos que ocasionam a desintegração e a decomposição das rochas. A rocha decomposta transforma-se em um material chamado

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manto ou regolito. No caso da desintegração mecânica (ou física), as rochas podem partir-se sem que sua composição seja alterada. Nos desertos, as variações de temperatura acabam partindo as rochas, assim como nas zonas frias, onde a água se infiltra nas rachaduras das rochas.

4.3- Fatores externos: a erosão da superfície

Os fatores externos são as chuvas, a água corrente, o vento, o gelo, o calor, além da própria gravidade, que desgastam e modificam o relevo terrestre, tendendo a uniformizá-lo. Isso só não ocorre por causa da endodinâmica, isto é, a atuação dos fatores internos. Além disso, o desgaste das formas de relevo está associado à maior ou menor resistência da rocha à erosão. As rochas sedimentares, por exemplo, formadas por sedimentos originários de outras rochas, geralmente dispostos em camadas, são menos resistentes à erosão que as rochas magmáticas, originárias da solidificação do magma, e as metamórficas, que são rochas transformadas por variações de pressão e temperatura.

O aplainamento da superfície terrestre principia com os processos intempéricos, que podem ser físicos ou químicos. Entre os agentes físicos destaca-se o calor, ou melhor, as variações de calor, que provocam desagregação da rocha por sucessiva dilatação e contração. Essa forma de intemperismo é típica das regiões áridas e semi-áridas, em que há grandes variações de temperatura entre o dia e a noite. Entre os agentes químicos, o principal é a água, que, dependendo da rocha, pode dissolver alguns de seus minerais. Sua ação pode ser mais sentida nos climas úmidos.

O intemperismo é seguido nela erosão, transporte e sedimentação, ou seja, deposição dos sedimentos nas áreas mais baixas do terreno. Isso é feito pelos agentes externos, que podem ser a água das chuvas, dos mares ou dos rios, o gelo, o vento, além da própria gravidade, por meio de desmoronamentos.

As regiões que há muito tempo não sofrem a influência dos fatores internos apresentam de relevo considerado antigas, geralmente suave, pois já foram muito desgastadas pela erosão.

5- O CLIMA E SUA DINÂMICA

5.1- Diferença entre clima e tempo

As pessoas geralmente utilizam as palavras clima e tempo como sinônimas, porém tais empregos ocorrem de forma incorreta, pois cada palavra representa um significado distinto, ou seja, são diferentes.

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O tempo refere-se ao estado momentâneo que ocorre em um determinado local a partir do ar atmosférico que pode ocorrer de maneira lenta ou rápida. Em diferença, o clima refere-se ao conjunto de condições atmosféricas que ocorrem em determinados locais de forma marcante. Dessa forma, pode-se simplificar dizendo que o clima é a junção dos tipos de tempo que ocorrem em uma determinada região, tornando-se uma característica da mesma.

Em resumo, tempo e clima são dois termos que estão intimamente relacionados, mas, mesmo assim, são bem distintos. Ou seja, o Tempo se refere ao estado instantâneo da atmosfera a qualquer momento, incluindo temperatura, precipitação, pressão do ar, nebulosidade, etc. Já o clima é o estado médio da atmosfera em um determinado período. Por exemplo: se dissermos que o dia de ontem esteve frio, estamos nos referindo ao tempo. Mas, se dissermos que na cidade de Salvador o tempo é quente e úmido o ano inteiro, estamos nos referindo ao clima da cidade.

As condições do tempo e as características do clima conseguem influenciar em toda a rotina humana, pois existem atividades que somente são realizadas em um determinado tempo com distintas características climáticas, ou seja, não é possível realizar algumas atividades se o tempo e o clima não estiverem propensos para tal.

5.2- Elementos do clima

Falaremos sobre dois elementos do clima: umidade e pressão atmosférica.

» Umidade

Corresponde à quantidade de vapor de água que encontramos na atmosfera.

A umidade é relativa ao ponto de saturação de vapor de água na atmosfera, que é de 4%. Quando a atmosfera atinge essa porcentagem, ou se satura de vapor, ocorrem as chuvas.

Muitas vezes escutamos no jornal falarem que a umidade relativa do ar é, por exemplo, de 60%. Isto quer dizer que estamos a 60% da capacidade máxima de retenção de vapor de água na atmosfera. Quando está chovendo, a umidade relativa do ar está em 100%, ou 4% em termos absolutos. Portanto, quando a umidade relativa do ar está por volta de 60%, está em 2,4% de vapor em termos absolutos.

Mas para que chova é preciso que a água se condense, ou seja, passe do estado gasoso ao liquido, além de o vapor ter de atingir o ponto de saturação.

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O ponto de saturação varia de acordo com a temperatura. Uma maior temperatura, maior o ponto de saturação, uma menor temperatura, menor o ponto de saturação.

As nuvens são constituídas por de água, ou cristais de gelo. Nuvem é o vapor d’água condensado.

» Pressão atmosférica

Pressão atmosférica é a força causada pelo ar sobre a superfície terrestre. Ela depende da latitude, altitude e temperatura.

Quanto maior a altitude, menor a pressão e vice-versa.

Quanto menor a latitude, menor a pressão. Nas regiões mais quentes, região equatorial, o ar se dilata ficando leve, por isso tem uma baixa pressão. Próximo aos pólos, o frio contrai o ar, deixando mais denso, tendo uma maior pressão.

Vimos então que a temperatura também tem forte influencia na modificação da pressão atmosférica. Isto porque o ar quente é leve, ou seja, sobe e como conseqüência diminui a pressão. E em regiões de baixa temperatura há maior pressão, visto que o ar frio tende a descer.

O movimento do ar decorre da diferença de pressão. Ele se movimenta das altas para as áreas de baixa pressão. Esse movimento do ar chamamos de vento.

5.3- Tipos de clima

5.3.1- Os principais tipos clima da Terra

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Esta é a representação esquemática dos principais climas do planeta. De modo geral, quanto mais próxima dos pólos, mais

frias são as regiões.

» Climas polares

São climas de baixa temperatura o ano inteiro, chegando por volta de no máximo 10°, pois não há concentração de calor, o sol fica sempre baixo no horizonte na época do verão, e no inverno ele nem aparece. Portanto essas regiões polares (próximas aos círculos polares Ártico e Antártico) estão sempre cobertas de neve e gelo.

As temperaturas mais baixas foram registradas em Vostok, Antártida, -88°C.

» Climas temperados

Os climas temperados são caracterizados por ser possível ver as quatro estações do ano de uma maneira bem clara, sendo possíveis as atividades humanas durante a maior parte do ano. Dividem-se em:

- marítimo: Sofre influencia dos oceanos, por isso as temperaturas são constantes.

- continental: apresenta verões mais quentes e invernos mais frios e secos.

» Clima mediterrâneo

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Apresentam invernos mais brandos e chuvosos, verões quentes e secos.

As chuvas ocorrem no outono e inverno. Algumas áreas de sua ocorrência são o sul da Califórnia, parte meridional da África do Sul e sul da Austrália.

» Clima tropical

É considerado como transição entre o clima equatorial e o desértico. Apresenta temperatura elevada o ano inteiro. Tem duas estações bem definidas: verão, que ocorre as chuvas, e inverno ameno e seco.

Este tipo de clima ocorre na maior parte do território brasileiro.

» Clima equatorial

Ocorre na zona climática mais quente do planeta, faixa Equatorial.

A temperatura média anual é superior a 24°C. As chuvas são abundantes, cerca de 2000 mm, com pequena amplitude entre o dia e a noite.

» Clima subtropical

Ocorre entre os climas tropicais e temperados. Apresentam chuvas abundantes, verões quentes e invernos frios. É característico das médias latitudes.

» Clima desértico

Os desertos baixo índice pluviométrico, cerca de 250 mm por ano. É comum uma temperatura acima de 42°C durante o dia, mas à noite pode chegar a menos de 0°C principalmente no inverno.

Algumas áreas de desertos são: África do Norte (Saara) e Ásia Ocidental (Arábia).

» Clima semi-árido

Apresenta poucas chuvas, sendo mal distribuídas durante o ano. São climas de transição, encontrados tanto em regiões tropicais como em zonas temperadas.

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- Conheça o clima de algumas regiões do mundo:

Manaus Próxima à linha do Equador, a capital do Amazonas tem clima equatorial (quente e úmido o ano inteiro). Alasca Região de clima polar. Faz muito frio no inverno, com temperaturas atingindo -30 ºC Buenos Aires A região de Buenos Aires, na Argentina, está na zona subtropical. O verão é quente e o inverno, moderado.

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Moscou A capital da Rússia está localizada na zona temperada. Nesta região, o verão costuma ser curto e o inverno, rigoroso. 5.4- Climas no Brasil

O Brasil possui uma grande variedade de climas, devido ao seu

território extenso (8,5 milhões de km2), à diversidade de formas de relevo, à altitude e dinâmica das correntes e massas de ar. Cerca de 90% do território brasileiro localiza-se entre os trópicos de Câncer e Capricórnio, motivo pelo qual usamos o termo "país tropical". Atravessado na região norte pela Linha do Equador e ao sul pelo Trópico de Capricórnio, a maior parte do Brasil situa-se em zonas de latitudes baixas, nas quais prevalecem os climas quentes e úmidos, com temperaturas médias em torno de 20 ºC.

A classificação de um clima depende de diversos fatores, como a temperatura, a umidade, as massas de ar, a pressão atmosférica, as correntes marítimas e ventos, entre outros. A classificação mais utilizada para os diferentes tipos de clima do Brasil assemelha-se à criada por Arthur Strahler, se baseando na origem, natureza e movimentação das correntes e massas de ar.

Sabe-se que as massas de ar que interferem mais diretamente são a equatorial (continental e atlântica), a tropical (continental e atlântica) e a polar atlântica. Dessa forma, são verificados no país desde climas super-úmidos quentes, provenientes das massas equatoriais, como é o caso de grande parte da região Amazônica, até climas semi-áridos muito fortes, próprios do sertão nordestino. Temos então, como principais tipos climáticos brasileiros:

• Subtropical • Semi-árido • Equatorial úmido • Equatorial semi-úmido • Tropical • Tropical de altitude

Clima subtropical

As regiões que possuem clima subtropical apresentam grande variação de temperatura entre verão e inverno, não possuem uma estação seca e as chuvas são bem distribuídas durante o ano. É um clima característico das áreas geográficas a sul do Trópico de Capricórnio e a norte do Trópico de Câncer, com temperaturas médias anuais nunca superiores a 20ºC. A temperatura mínima do mês mais frio nunca é menor que 0ºC.

Clima semi-árido

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O clima semi-árido, presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. As temperaturas são altas o ano todo, ficando em torno de 26 ºC. A vegetação típica desse tipo de clima é a caatinga.

Clima equatorial úmido

Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. As médias pluviométricas são altas, sendo as chuvas bem distribuídas nos 12 meses, e a estação seca é curta. Aliando esses fatores ao fenômeno da evapotranspiração, garante-se a umidade constante na região. É o clima predominante no complexo regional Amazônico.

Clima equatorial semi-úmido

Em uma pequena porção setentrional do país, existe o clima equatorial semi-úmido, que também é quente, mas menos chuvoso. Isso ocorre devido ao relevo acidentado (o planalto residual norte-amazônico) e às correntes de ar que levam as massas equatoriais para o sul, entre os meses de setembro a novembro. Este tipo de clima diferencia-se do equatorial úmido por essa média pluviométrica mais baixa e pela presença de duas estações definidas: a chuvosa, com maior duração, e a seca.

Clima tropical

Presente na maior parte do território brasileiro, este tipo de clima caracteriza-se pelas temperaturas altas. As temperaturas médias de 18 °C ou superiores são registradas em todos os meses do ano. O clima tropical apresenta uma clara distinção entre a temporada seca (inverno) e a chuvosa (verão). O índice pluviométrico é mais elevado nas áreas litorâneas.

Clima tropical de altitude

Apresenta médias de temperaturas mais baixas que o clima tropical, ficando entre 15º e 22º C. Este clima é predominante nas partes altas do Planalto Atlântico do Sudeste, estendendo-se pelo centro de São Paulo, centro-sul de Minas Gerais e pelas regiões serranas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As chuvas se concentram no verão, sendo o índice de pluviosidade influenciado pela proximidade do oceano.

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5.4.1- Características climáticas de cada região brasileira

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Região Norte

A maior parte da região apresenta clima equatorial. Caracteriza-se pelo clima quente, com temperaturas médias anuais variando entre 24º e 26 ºC. Na foz do rio Amazonas, no litoral do Pará e no setor ocidental da região, o total pluviométrico anual geralmente excede os 3.000 mm. De Roraima até o leste do Pará as chuvas ocorrem com menor frequência, ficando em torno de 1.500 a 1.700 mm anuais. O período chuvoso da região ocorre nos meses de verão/outono, com exceção de Roraima e parte do Amazonas, onde as chuvas ocorrem mais no inverno.

Região Nordeste

É uma região de caracterização climática complexa. O clima equatorial úmido está presente em uma pequena parte do estado do Maranhão, na divisa com o Pará; o clima litorâneo úmido ocorre no litoral da Bahia ao do Rio Grande do Norte; o clima tropical está presente nos estados da Bahia, Ceará, Maranhão e Piauí; e o clima tropical semi-árido ocorre em todo o sertão nordestino. Quanto ao regime térmico, na região nordeste as temperaturas são elevadas, com médias anuais entre 20º e 28 ºC, sendo que já foram registradas máximas em torno de 40 ºC no Piauí e no sul do Maranhão. Os meses de inverno apresentam mínimas entre 12º e 16 ºC no litoral, e inferiores nos planaltos, sendo que já foi registrado 1ºC na Chapada da Diamantina. As chuvas são fonte de preocupação na região, variando de 2.000 mm até valores inferiores a 500 mm anuais. A precipitação média anual é inferior a 1.000 mm. Além disso, no sertão nordestino os períodos chuvosos normalmente duram apenas dois meses no ano, podendo eventualmente até não existir, causando as secas.

Região Centro-Oeste

O clima da região é tropical semi-úmido, com freqüentes chuvas de verão. Nos extremos norte e sul da região, a temperatura média anual é de 22 ºC e nas chapadas varia de 20º a 22 ºC. Na primavera/verão, são comuns temperaturas elevadas, sendo que a média do mês mais quente varia de 24º a 26 ºC. A média das máximas do mês mais quente oscila entre 30º e 36 ºC. No inverno, em virtude da invasão polar, é comum a ocorrência de temperaturas mais baixas. No mês mais frio, a temperatura média oscila entre 15º e 24ºC, enquanto a média das mínimas fica entre 8º a 18ºC. A pluviosidade média é de 2.000 a 3.000 mm anuais ao norte de Mato Grosso, enquanto no Pantanal mato-grossense é de 1.250 mm. Apesar disso, a

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região centro-oeste é bem provida de chuvas, sendo que mais de 70% do total de chuvas ocorre de novembro a março, o que torna o inverno bastante seco.

Região Sudeste

Nesta região, as características climáticas mais fortes são de clima tropical. No litoral, predomina o clima tropical atlântico e, nos planaltos, o tropical de altitude, com geadas ocasionais. Existe ainda uma grande diversificação no que diz respeito à temperatura. No limite de São Paulo e Paraná, a temperatura média anual situa-se entre 20 ºC, enquanto ao norte de Minas Gerais a média é 24 ºC, e nas áreas mais elevadas das serras do Espinhaço, Mantiqueira e do Mar, a média pode ser inferior a 18 ºC, devido ao efeito conjugado da latitude com a freqüência das correntes polares. No verão, são comuns médias das máximas de 30 a 32 ºC. No inverno, a média das temperaturas mínimas varia de 6º a 20 ºC, com mínimas absolutas de -4 a 8 ºC. Em relação à pluviosidade, a altura anual da precipitação nessas áreas é superior a 1.500 mm, chegando a 2.340 mm no alto do Itatiaia e 3.600 mm na serra do Mar, em São Paulo. Os menores índices pluviométricos anuais são registrados nos vales dos rios Jequitinhonha e Doce, em torno de 900 mm.

Região Sul

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Com exceção do norte do Paraná, onde predomina o clima tropical, nesta região o clima predominante é o subtropical, responsável pelas temperaturas mais baixas do Brasil. Na região central do Paraná e no planalto serrano de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, o inverno costuma registrar temperaturas abaixo de zero, com o surgimento de geada e até de neve em alguns municípios. A temperatura média anual situa-se entre 14 e 22 ºC, sendo que nos locais com altitudes acima de 1.100 m, cai para aproximadamente 10 ºC. A média das máximas mantém-se em torno de 24 a 27 ºC nas superfícies mais elevadas do planalto e, nas áreas mais baixas, entre 30 e 32 ºC. No inverno, a temperatura média oscila entre 10 e 15 ºC na maior parte da região. A média das máximas também é baixa, em torno de 20 a 24 ºC nos grandes vales e no litoral, e 16 a 20 ºC no planalto. A média das mínimas varia de 6 a 12 ºC, sendo comum o termômetro atingir temperaturas próximas de 0 ºC até índices negativos, devido à invasão das massas polares. Em relação à pluviosidade, a média anual oscila entre 1.250 e 2.000 mm, exceto no litoral do Paraná e oeste de Santa Catarina, onde os valores são superiores a 2.000 mm, e no norte do Paraná, com valores inferiores a 1.250 mm.

6- MUDANÇAS CLIMÁTICAS “INTERAÇÃO HOMEM X NATUREZA” 6.1- Alterações Climáticas

O clima tem sofrido alterações significativas no mundo atual, através da emissão dos chamados gases de efeito de estufa. Sendo que a principal causa destas emissões prende-se com a rápida intensificação da utilização dos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e seus derivados, gás natural) desde o início da Revolução Industrial.

Desde a existência de humanos na Terra há a degradação do meio ambiente. Mas, no passado, os efeitos da caça, recolocação ou atividades agrícolas eram locais. Este cenário alterou-se radicalmente com a Revolução Industrial, que começou por volta de 1750, e que teve uma particular intensificação nos séculos XIX e XX. Desse modo percebe-se que uma revolução implica em alterações profundas.

A Revolução Industrial iniciou quando deu lugar a produção em massa de bens de consumo em grandes unidades industriais e com recurso a máquinas a carvão e, mais tarde, a petróleo, gás natural e eletricidade. É notório o desenvolvimento da tecnologia moderna, a produção de bens de consumo ficou muito facilitada, pois antes dessa época não existia tecnologia, ou seja, não existia energia elétrica, televisores, a produção era restrita devido o meio de produção.

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Agora há uma produção exagerada de bens de consumo e quanto mais se produz mais se consome e cada vez mais se afeta o meio ambiente.

Nos dias de hoje verifica-se, claramente sinais da influência do homem no ambiente de todo o planeta e não são apenas problemas locais, mas de escala global. Um dos problemas ambientais à escala global prende-se com as alterações climáticas induzidas pelo homem, também conhecido por aquecimento global.

As alterações climáticas induzidas pelo homem são o resultado da emissão de gases de efeito de estufa para a atmosfera. Estas emissões têm diversas origens, incluindo as atividades industriais e agrícolas, que fornecem os mais variados bens de consumo, as centrais energéticas, que produzem eletricidade, os carros e os aviões também são fontes de poluição.

Os gases de efeito de estufa afetam o clima da Terra causando o aquecimento global da terra, um problema muito sério nos dias de hoje.

Segundo estimativas, a parcela da população que será mais afetada por este conjunto de mudanças climáticas ambientais será, novamente, a população mais pobre e grande parte dos problemas ambientais estão relacionados ao aquecimento global.

6.2- Aquecimento global

As alterações climáticas globais, mais especialmente a elevação da temperatura da terra, são resultados do aquecimento global que passou a ser assunto importante em conferências do clima, em encontros das Nações Unidas, pois esta constantemente na mídia, uma vez que tem afetado a vida humana na terra.

Assim, a partir da década de 1970 no século XX, é que foi tomada consciência sobre a situação causal entre as atividades industriais emissoras de gases de efeito estufa, o desmatamento e as mudanças climáticas, visto que produziu um novo sentido para o termo alterações climáticas, agora vinculadas ao aquecimento global, que por sua vez, passou a ser apontado como responsável por descongelamento das geleiras, inundações, fenômenos como secas, aumento do nível dos oceanos, dentre outros impactos.

A busca pela maior produção de bens de consumo, a busca pela tecnologia, a busca por maior lucratividade, faz com que muitos países explorem de forma desordenada os recursos naturais, e com a alta industrialização emitem gases poluentes o que coloca o planeta em risco devido o aquecimento global.

O Aquecimento Global tem gerado conseqüências desastrosas ao mundo, nesse sentido a sociedade se vê obrigada a revisar a forma de

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produção industrial na tentativa de evitar desastres ecológicos ambientais em todo planeta. Hoje cuidar do meio ambiente não é uma preocupação primordial, hoje para que a natureza seja preservada há a necessidade de criação de leis que contem com sanções de cunho financeiro.

Assim, desenvolver tecnologias ecologicamente corretas para reduzir os efeitos da variação climática tornou-se uma questão necessária.

A atual estrutura de produção e industrialização colabora de forma significativa no aumento da poluição atmosférica através da queima de combustíveis fósseis, prática de queimadas e aumento de gases tóxicos, o que agrava o efeito estufa e altera o clima.

Em virtude das mudanças climáticas, os sistemas ecológicos encontram-se ameaçados. A variação climática é muito complexa e a atividade humana colabora através das atividades industriais, degradações ambientais e a queima de combustíveis fósseis o aumento da temperatura no planeta.

Os países em desenvolvimento, embora ainda permaneçam com menor índice de emissão de gás carbônico, também contribuem para este efeito estufa, uma vez que a má utilização dos recursos e a constante prática de queimadas influenciam o efeito estufa.

Sendo assim, o aquecimento global é como um vetor dos efeitos caóticos das mudanças do clima, em virtude da emissão dos gases poluentes.

De acordo com o autor Martin Rees, essas mudanças estão cada vez mais aceleradas, e seus efeitos chegaram ao ponto de se vislumbrar o desastre ambiental.

“Não há nada muito favorável sobre o clima atual da Terra, é simplesmente algo com que a civilização humana se acomodou ao longo dos séculos, assim como fizeram animais e plantas. A razão pela qual o iminente Aquecimento Global poderia ser ameaçadoramente perturbador é que acontecerá com muito mais rapidez do que as mudanças naturais do passado histórico, rápido demais para que as populações humanas e os padrões do uso da terra e da vegetação se ajustem”.

Logo, os recursos naturais estão ameaçados, resultado do aquecimento global. O equilíbrio ambiental aliado com as atividades industriais consiste em um sonho a ser alcançado.

Tal objetivo será compreendido melhor a partir da observação global dos efeitos negativos ocasionados pela própria ação humana.

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Fenômenos associados às mudanças climáticas e aquecimento do planeta devem-se às emissões de dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) entre outros gases que aumentam a concentração dos mesmos na atmosfera.

O aquecimento global além colaborar com o aumento do efeito estufa tem gerado conseqüências desastrosas a muitos países que estão fadados a desaparecer do mapa em virtude do aumento nas temperaturas.

6.3- Uma análise geral

O debate sobre as mudanças climáticas tem tomando proporção nos últimos tempos e tem merecido cada vez mais destaque na mídia, pois tem gerado impactos significativos no mundo atual. O mundo esta vivenciando vários fenômenos naturais, que na verdade são respostas do meio ambiente frente à agressão causada pelo homem.

O século XXI apresenta vários desafios para a humanidade dentre eles a sociedade vive uma situação de risco visto que são muitos os problemas ambientais de âmbito global.

A alta industrialização movida pelo alto padrão de consumo tem aumentado a emissão de gases poluentes na atmosfera terrestre, pois os gases emitidos devido à queima causam o efeito estufa, o que leva ao aumento das temperaturas na terra, causando assim o famoso aquecimento global.

Esses impactos relacionados a alterações climáticas na segurança internacional não se trata de um problema do futuro, mas um problema do presente.

Os resultados são, além do aparecimento de furações, catástrofes, seca, erosão, há o aparecimento de uma nova classe de refugiados, que são obrigados a abandonarem seus lares em busca da sobrevivência.

Com efeito, há várias situações que demonstram claramente o afirmado acima com um rol alargado de sintomas que apresentam essa realidade: a perda de solos férteis pela erosão e pela desertificação; o aquecimento da atmosfera e as mudanças climáticas; a diminuição da camada de ozônio; a chuva ácida; o acúmulo crescente de lixo e resíduos industriais; o colapso na quantidade e na qualidade da água; o efeito estufa e o aquecimento global, o derretimento das geleiras. Tais situações têm colocado não só a qualidade de vida em risco, mas a própria vida do ser humano.

7- VEGETAÇÃO

Nosso planeta apresenta diversos tipos de vegetações, que variam de acordo com a região onde se localizam. A espécie de vegetação referente a

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cada uma dessas regiões é definida por fatores como altitude, latitude, pressão atmosférica, iluminação e forma de atuação das massas de ar.

O solo e um clima de um lugar são responsáveis pelo tipo de vegetação que ocorre. Os elementos climáticos são determinantes para o tipo de vegetação em certa área.

O clima pode definir a sua fisionomia, e a vegetação de acordo com a sua forma pode ser classificada em:

- Xerófilas: plantas que são adaptadas a aridez, como os cactos.

- Tropófilas: são adaptadas a uma rotação seca, e outra úmida.

- Higrófilas: plantas adaptáveis a muita umidade.

- Aciculifoliadas: têm folhas em forma de agulhas, como os pinheiros.

- Latifoliadas: são de regiões úmidas, com folhas largas. Permitindo intensa transpiração.

- Caducifólias: elas perdem as folhas em épocas frias ou secas do ano.

7.1- Formações vegetais

No planeta há diversas formações vegetais, tanto quanto a diversidade climática. E a situação geográfica também influencia na classificação que mostraremos a seguir.

Floresta Temperada

Ela é típica na zona climática temperada. Surge em latitudes mais baixas. São abertas, com pequena variedade de vegetais. As flores temperadas aparecem na América do Norte e Europa, como a floresta negra (Alemanha).

Floresta de Coníferas

É típica da zona temperada, ocorrendo em altas latitudes.

Abrange o norte da Eurásia. Nas regiões frias, Rússia e Sibéria, desenvolve-se a Taiga, vegetação de coníferas anãs, predominando o pinheiro. Nestas regiões são bem úteis como fonte de matéria-prima.

Floresta Tropical

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É típica de climas úmidos e quentes. Surge em baixas latitudes na América, África e na Ásia. As florestas tropicais são ricas em espécies de vegetais. São fechadas e heterogêneas, com uma formação vegetal higrófila e latifoliada. Nelas aparecem arvores de grande e médio porte.

Vegetação desértica

São adaptadas a falta de água, que é a situação em climas árido e semi-árido. Por isso, as espécies são xerófilas.

Aparecem em todos os continentes, com exceção da Europa.

Tundra

Vegetação rasteira, formada de liquens e musgos que aparecem na zona próxima ao circulo polar Ártico. Crescem nos alagados na primavera e verão. E durante o inverno fica encoberta pelo gelo.

Vegetação Mediterrânea

Desenvolve-se em regiões de clima mediterrâneo. É uma vegetação esparsa com características xerófilas e as formações dominantes são os maquis e garigues.

Pradaria

É composta basicamente de capim. Aparece em regiões de clima temperado continental. Embora muito usada como pastagem, é importante pelo solo rico em matéria orgânica. Surge na Europa na Europa Central e na Rússia, nos Pampas argentinos, e nas Grandes Planícies Americanas e na Grande Bacia Australiana.

Estepe

Vegetação herbácea, constituída por tufos ou colônias de plantas afastadas umas das outras, deixando o solo parcialmente descoberto. Surge em climas semi-áridos.

Cobre regiões na Ásia Central, oeste dos Estados Unidos e Argentina.

Savana

A vegetação é variada, com arbustos, plantas herbáceas e gramíneas.

Ocorre em regiões de clima tropical, onde existe estações bem definidas: o verão úmido e o frio seco. Aparece no Brasil, África Centro Oriental.

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Nas savanas vive um grande número de herbívoros e amimais de grande porte, principalmente na África.

Em meio a outros tipos de vegetações, podemos encontrar pequenas formações florestais, como:

- mata galeria: é um tipo de mata que fica as margens do rios que cortam o cerrado e a caatinga. Isto ocorre porque às margens do rio, o solo é fértil criando condições propicias para o desenvolvimento da mata.

- capão: surge nas depressões das áreas secas, aonde o nível hidrostático chega próximo a superfície, criando boas condições para se desenvolver a mata, visto que o solo é úmido.

7.2- Vegetação no Brasil

O Brasil apresenta várias formações vegetais, devido às diversidades no clima. Temos um território extenso, por isso algumas regiões são ou próximas aos trópicos, ou a linha do Equador. E isso influi no clima, e portanto na vegetação.

Podemos dividir as paisagens vegetais brasileiras nas seguintes formações:

• Florestais - podem ser do tipo latifoliada (ex: Amazônica, Mata dos Cocais) e aciculifoliada (ex: Mata de Araucária).

• Arbustivas e herbáceas - predomínio de gramíneas (ex: cerrado, caatinga e campos).

• Complexas - apresentam características variadas. Abrangem o Pantanal e a vegetação litorânea.

A seguir você encontra o mapa da vegetação brasileira, assim como as características de cada um dos tipos citados.

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- Floresta Amazônica

Possui a maior diversidade em espécies de vegetais e animais do planeta. Formada por plantas latifoliadas equatoriais, a floresta é densa.

O solo está constantemente coberto por camadas de folhas, galhos caídos, frutos apodrecidos, tudo úmido e em decomposição.

A floresta apresenta três estratos:

- Várzea: com vegetação de médio porte, uma área que está sobre inundações periodicamente.

- Caaigapó: áreas com vegetações de pequeno porte, como a vitória régia, pois fica permanentemente alagada ao longo dos rios.

- Caaetê: área que não inunda, possuindo vegetações de grande porte, como a castanheira. É a mais afetada pelo desmatamento e as queimadas.

- Floresta latifoliada tropical

Foi grandemente destruída ao longo da história do Brasil. Se estende do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Sofre ação intensa das massas de ar úmido que vem do oceano Atlântico.

- Mata de araucárias ou pinhais

Nessa forma de vegetação predomina a araucária angustifólia, espécie que é adaptável ao clima subtropical ou temperado. Se encontra em várias áreas, região Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais.

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No interior desse tipo de floresta pode se encontrar erva-mate, canela, cedros entre outros.

- Mata dos cocais

Esta formação vegetal se situa entre a floresta amazônica, caatinga e o cerrado. É constituída por palmeiras, destaque ao babaçu, e carnaúba.

- Caatinga

O nome caatinga vem do tupi-guarani e significa ‘mata branca’, que é cor predominante na época da seca. A vegetação é xerófila, na qual predomina arbusto caducifoliado e espinhoso.

- Cerrado

Sua formação florestal é constituída por uma vegetação caducifólia. Tem uma formação adaptada ao clima tropical, com raízes profundas, casca grossa e galhos retorcidos.

- Complexo do pantanal

O pantanal ele agrupa várias formações vegetais em seu interior, dentre elas está a floresta tropical, cerrado e lugares inundáveis.

Por isso o nome de complexo do pantanal, pois é uma floresta de transição, várias formações florestais juntas.

- Campos naturais

Tem uma formação rasteira ou herbácea, constituída por gramíneas.

Pode se achar esse tipo de vegetação no extremo sul do país, em poucos pontos do Mato Grosso do Sul e na Amazônia.

Alguns associam a sua origem a solos rasos, temperaturas baixas, áreas sujeitas a inundações ou solos arenosos.

- Vegetação Litorânea

No litoral surge vegetação rasteira, que é responsável pela fixação da área, impedindo que seja transportada pelo vento. Os mangues também são comuns, responsáveis pela reprodução de espécies de peixes, moluscos e crustáceos. São áreas inundadas pela água do mar, quando este está em maré alta; e na maré baixa as raízes ficam expostas.

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8- HIDROGRAFIA A hidrografia é o ramo da geografia física que estuda as águas do

planeta, abrangendo, portanto rios, mares, oceanos, lagos, geleiras, água do subsolo e da atmosfera. A grande parte da reserva hídrica mundial (mais de 97%) concentra-se em oceanos e mares, com um volume de 1.380.000.000 km³. Já as águas continentais representam pouco mais de 2% da água do planeta, ficando com um volume em torno de 38.000.000 km³. 8.1- Hidrografia do Brasil

O Brasil tem um dos maiores complexos hidrográficos do mundo, apresentando rios com grandes extensões, larguras e profundidades. A maioria dos rios brasileiros nasce em regiões pouco elevadas, com exceção do rio Amazonas e de alguns afluentes que nascem na cordilheira dos Andes. O Brasil possui 8% de toda a água doce que está na superfície da Terra. Além disso, a maior bacia fluvial do mundo, a Amazônica, também fica no Brasil. Somente o rio Amazonas deságua no mar um quinto de toda a água doce que é despejada nos oceanos.

8.2- Rios de planalto e de planície

Devido à natureza do relevo, no Brasil predominam os rios de planalto, que apresentam rupturas de declive, vales encaixados, entre outras características, que lhes conferem um alto potencial para a geração de energia elétrica. Encachoeirados e com muitos desníveis entre a nascente e a foz, os rios de planalto apresentam grandes quedas d’água. Assim, em decorrência de seu perfil não regularizado, ficam prejudicados no que diz respeito à navegabilidade. Os rios São Francisco e Paraná são os principais rios de planalto.

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Em menor quantidade, temos no Brasil os rios que correm nas planícies, sendo usados basicamente para a navegação fluvial, por não apresentarem cachoeiras e saltos em seu percurso. Como exemplo, pode ser citado alguns rios da bacia Amazônica (região Norte) e da bacia Paraguaia (região Centro-Oeste, ocupando áreas do Pantanal Mato-Grossense). Entre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são predominantemente de planície e largamente utilizados para a navegação.

Apesar da maioria dos rios brasileiros nunca secar, alguns apresentam características curiosas, como por exemplo, o Jagauribe (Ceará), que desaparece nas secas, e o Paraguaçu (Bahia), que se torna subterrâneo e depois volta a ficar visível.

Rio de planalto Rio de planície 8.3- Bacias hidrográficas

Uma bacia hidrográfica é um conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) classifica os rios em nove bacias. São elas:

Bacia do Amazonas - É a maior bacia hidrográfica do mundo, com 7.050.000 km², sendo mais da metade localizado em terras brasileiras. Abrange também terras da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Seu rio principal, o Amazonas, nasce no Peru com o nome de Vilcanota e recebe posteriormente os nomes de Ucaiali, Urubamba e Marañon. Quando entra no Brasil, passa a se chamar Solimões e, após o encontro com o Rio Negro, perto de Manaus, recebe o nome de Rio Amazonas.

Bacia do Nordeste* - Abrange diversos rios de grande porte e de significado regional, como: Acaraú, Jaguaribe, Piranhas, Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e Parnaíba. O rio Parnaíba forma a fronteira dos estados do Piauí e Maranhão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano Atlântico, além de representar uma importante hidrovia para o transporte dos produtos agrícolas da região. Bacia do Tocantins-Araguaia - Com uma área superior a 800.000 km2, a bacia do rio Tocantins-Araguaia é a maior bacia hidrográfica inteiramente situada em território brasileiro. O rio Tocantins nasce na confluência dos rios

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Maranhão e Paraná (GO), enquanto o Araguaia nasce no Mato Grosso. Localiza-se nessa bacia a usina de Tucuruí (PA), que abastece projetos para a extração de ferro e alumínio. Bacia do Paraguai - Destaca-se por sua navegabilidade, sendo bastante utilizada para o transporte de carga. Assim, torna-se importante para a integração dos países do Mercosul. Suas águas banham terras brasileiras, paraguaias e argentinas. Bacia do Paraná - É a região mais industrializada e urbanizada do país. Na bacia do Paraná reside quase um terço da população brasileira, sendo os principais aglomerados urbanos as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e de Curitiba. O rio Paraná, com aproximadamente 4.100 km, tem suas nascentes na região Sudeste, separando as terras do Paraná do Mato Grosso do Sul e do Paraguai. O rio Paraná é o principal curso d'água da bacia, mas também são muito importantes os seus afluentes e formadores, como os rios Grande, Paranaíba, Tietê, Paranapanema, Iguaçu, dentre outros. Essa bacia hidrográfica é a que tem a maior produção hidrelétrica do país, abrigando a maior usina hidrelétrica do mundo: a Usina de Itaipu, no Estado do Paraná, projeto conjunto entre Brasil e Paraguai. Bacia do São Francisco - Nasce em Minas Gerais, na serra da Canastra, atravessando os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Rio São Francisco é o principal curso d'água da bacia, com cerca de 2.700 km de extensão e 168 afluentes. De grande importância política, econômica e social, principalmente para a região nordeste do país, é navegável por cerca de 1.800 km, desde Pirapora, em Minas Gerais, até a cachoeira de Paulo Afonso. O principal aglomerado populacional da bacia do São Francisco corresponde à Região Metropolitana de Belo Horizonte, na região do Alto São Francisco. Bacia do Sudeste-Sul* - É composta por rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mesmos possuem importância regional, pela participação em atividades como transporte hidroviário, abastecimento d'água e geração de energia elétrica. Bacia do Uruguai - É formada pelo rio Uruguai e por seus afluentes, desaguando no estuário do rio da Prata, já fora do território brasileiro. O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e Pelotas e serve de divisa entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Faz ainda a fronteira entre Brasil e Argentina e entre Argentina e Uruguai. Deságua no oceano após percorrer 1.400 km. A região hidrográfica do Uruguai apresenta um grande potencial hidrelétrico, possuindo uma das maiores relações energia/km² do mundo. Bacia do Leste* - Assim como a bacia do nordeste, esta bacia possui diversos rios de grande porte e importância regional. Entre eles, temos os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas, Paraguaçu,

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entre outros. O rio Paraíba do Sul, por exemplo, situa-se entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, apresentando ao longo do seu curso diversos aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte e indústrias importantes, como a Companhia Siderúrgica Nacional. * são chamadas bacias agrupadas, pois não possuem um rio principal para nomeá-las. 8.4- Hidrografia no Mundo

Confira a seguir a lista dos maiores rios, oceanos, mares e bacias hidrográficas do mundo.

Os maiores rios Nome e local Extensão (km) Foz

Amazonas, Brasil 6.868 Oceano Atlântico Nilo, Egito 6.671 Mar Mediterrâneo

Xi-Jiang, China 5.800 Mar da China Mississippi-Missouri, EUA 5.620 Golfo do México

Obi, Federação Russa 5.410 Golfo de Obi

Os maiores oceanos e mares Nome Área (km²) Profundidade máxima (m)

Oceano Pacífico 179.700.000 11.020 Oceano Atlântico 106.100.000 7.758 Mar Glacial Ártico 14.090.000 5.450

Mar do Caribe 2.754.000 7.680 Mar Mediterrâneo 2.505.000 5.020

As maiores bacias hidrográficas

Nome Local Área (km²) Bacia Amazônica Brasil 7.050.000 Bacia do Congo Zaire 3.690.000

Bacia do Mississippi EUA 3.328.000 Bacia do Rio da Prata Brasil 3.140.000

Bacia do Obi Federação Russa 2.975.000

9- A SITUAÇÃO AMBIENTAL DO PLANETA NESSE COMEÇO DE MILÊNIO

Nós iniciamos o terceiro milênio enfrentando um vasto número de problemas ambientais, que ameaçam não só o equilíbrio ecológico do planeta, como a vida de sua biodiversidade, inclusive a vida humana. Isso nos impõe uma reflexão mais cuidadosa sobre algumas questões existenciais de crucial importância:

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• Nosso planeta tem condições de superar e sobreviver a esses problemas?

• Qual a situação atual do meio ambiente planetário?

Para que possamos refletir sobre tais indagações é importante que façamos uma sintética avaliação dos principais problemas ambientais que nos ameaçam nesse começo de milênio. Impõe-se que nos preocupemos imediatamente, pela relevância e urgência de seu enfoque, uma vez que representam perigo iminente ao planeta, a despeito da existência de inúmeros outros, com os seguintes fatores de degradação ambiental:

- Falta de água; - Desmatamento; - Aquecimento global; - Buraco na camada de ozônio; - Chuva ácida; - Lixo; - Perda da biodiversidade; - Poluição; - Queimadas; - Superpopulação.

Iniciemos nossa avaliação pelos problemas relacionados à carência ou má qualidade da água. Ninguém desconhece a gravidade de tal situação hoje em dia. A princípio observamos que, apesar da terra ser um planeta coberto por mais de dois terços de água, quase toda ela é composta por água salgada, de difícil utilização. Sobram apenas 2,5% (dois e meio por cento) de toda a água do planeta sob a forma de água doce, mas considerando-se que a maior parte dessa água se encontra sob a forma de gelo nos pólos, outra grande parte em reservatórios subterrâneos inacessíveis, apenas 0,75% (setenta e cinco centésimos por cento), menos de um por cento, de toda a água pode ser disponibilizada ao uso humano, seja para sua alimentação, para asseio e higiene, para lazer, para a produção rural e para o sustento de rebanhos. E desse volume, 0,70% (setenta centésimos por cento) também se encontram em reservatórios subterrâneos, restando, como água de superfícies, apenas 0,05% (cinco centésimos por cento), a vigésima parte de um por cento de toda a água do planeta.

Segundo relatórios da ONU, datados de 2000, "no ritmo atual de poluição e explosão demográfica, as perspectivas são sombrias. Em 25 anos um terço da humanidade estará morrendo por sede ou contaminação de água. As primeiras vítimas serão moradores de metrópoles e regiões desérticas".

Naturalmente, como vinte e cinco anos representam menos que uma geração, essa perspectiva é aterradora. Em média, por cada três pessoas, uma morrerá por problemas de falta de água, ou em razão de sua contaminação.

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A água não só nutre toda forma de vida que se conhece no planeta, como é essencial a todos os processos de existência do homem. Privado de água o ser humano, em poucos dias, perece de sede, inanição e desidratação, ou de outras doenças relacionadas à sua carência.

O homem necessita de água:

- como alimento; - na ingestão direta de líquidos; - nas atividades agrícolas; - na elaboração de alimentos; - em necessidades domésticas; - e nos processos industriais.

O corpo humano é composto de cerca de 70% (setenta por cento) de água e para manter-se funcionando normal e sadiamente necessita que sejam ingeridos, por dia, de dois a três litros de água limpa, saudável e potável, mesmo porque, em período idêntico, pode chegar a perder mais de quatro litros de água, pela transpiração, pela urina, pela respiração e pelas fezes.

Uma das grandes preocupações, em todo o mundo, é o desperdício de água. No Brasil, por exemplo, vemos que enquanto a média ideal de gasto de água por dia por pessoa é de quarenta litros, a média de utilização ultrapassa aos duzentos litros. Além do mais, estima-se que 70% (setenta por cento) de toda a água tratada no país são desperdiçados em vazamentos. Não bastasse isso, o consumo sobe em média 5% (cinco por cento) ao ano, tendendo a aumentar proporcionalmente ao aumento da população, o que equivale ao volume de água de um lago da Usina de Itaipu a cada quatro anos.

O Brasil possui o maior volume de água doce disponível dentre os demais países do planeta, com cerca de 13% (treze por cento) do volume total. Apesar disso, a quase totalidade dessa água se encontra na Região Norte e, de qualquer forma, a situação é preocupante. Recentemente, o brasileiro conviveu com o risco de apagões e com racionamento de luz. Em futuro bastante próximo, provavelmente se sujeitará a racionamento não só de luz, como da própria água.

Os problemas da carência de água, a nível global, ocorrem, principalmente, em razão de distribuição irregular dos reservatórios, de contaminação, da poluição, do desperdício e da maior demanda ocasionada pelo crescimento demográfico e pela ampliação dos rebanhos. Mais de um bilhão da população mundial, ou seja, mais de um sexto dessa população, não tem acesso à água potável ou tratada, enquanto mais de vinte e cinco mil pessoas morrem por dia por carência de água.

No Brasil, mais da metade dos municípios não possuem água tratada e a água existente é permanentemente contaminada por sujeiras e detritos

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que a tornam imprestável e até estéril. A poluição dos mananciais, aqui, se dá, principalmente, na região sul, por pesticidas, agrotóxicos e outros produtos químicos; na região sudeste, além dessas causas, as maiores fontes de poluição são dos esgotos industriais e residenciais; no centro, grande problema é causado por metais tóxicos, como o mercúrio usado nos garimpos.

A distribuição irregular de reservatórios e a falta de saneamento básico fazem com que a água chegue a ter um custo bastante elevado em certas regiões do país.

A nível mundial, a questão se agrava, sendo que hoje uma em cada três pessoas padecem de escassez, de doenças ou perecem pela falta ou má qualidade da água e essa proporção em cerca de vinte e cinco anos se inverterá, sendo que em cada três, duas pessoas estarão sofrendo desses males pela mesma causa, falta ou má qualidade da água, segundo dados da Organização das Nações Unidas. Provavelmente, a necessidade de água será, nos próximos anos, a maior causa de guerras e litígios internacionais. Hoje em dia já existem mais de setenta conflitos declarados por causa de água.

O problema ambiental seguinte de nossa lista, a ser apontado como alarmante, é o desmatamento. Provavelmente, a maior riqueza de cobertura vegetal do mundo se encontra em nosso país, o que impõe que tomemos medidas preservacionistas imediatas e eficazes, sob pena de amargarmos déficits perigosos de áreas de vegetação, como ocorre com as Filipinas, e outros países do mundo, despidos de quase toda sua cobertura vegetal original.

A maior floresta tropical do mundo, a Amazônica já sofreu, desde 1500, em território brasileiro, onde se encontra mais de sua metade, um desmatamento equivalente a 13% (treze por cento) da área brasileira original. Pior situação se encontra a Mata Atlântica que hoje possui apenas 7,5% (sete e meio por cento) da área existente na época do descobrimento. Os cerrados brasileiros, responsáveis pela maior variedade de vida no país, se resumem, hoje, a apenas 20% (vinte por cento), tendo, no mesmo período, sofrido uma devastação de 80% (oitenta por cento) de sua área.

A Amazônia brasileira é de tal proporção que nela cabe meio continente europeu, mas, nos últimos trinta anos, já foi devastada em cerca de seiscentos mil quilômetros quadrados, área maior que a do território da França. Enquanto isso, por outro lado, a despeito da luta de ambientalistas e órgãos governamentais envolvidos, foram criados apenas cento e vinte e quatro parques na Amazônia brasileira, com áreas de preservação de cerca de minguados sessenta e quatro mil quilômetros quadrados.

Estudos recentes levados a efeito pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia e pelo Smithsonian Institution prevêem em uma visão mais

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otimista, uma degradação de pelo menos 28% (vinte e oito por cento), ou em uma mais pessimista, de até 42% (quarenta e dois por cento) da Amazônia original nos próximos vinte anos. Hoje, o desmatamento da Amazônia brasileira, responsável por 20% (vinte por cento) de toda a biodiversidade mundial, chega a dezoito mil quilômetros quadrados por ano, o equivalente a um milhão e oitocentos mil Maracanãs, ou quase cinquenta quilômetros por dia, equivalentes a quase cinco mil Maracanãs, ou mais de dois quilômetros quadrados por hora, o tamanho de uma cidade de porte médio.

Assim como a própria água, e porque há uma interdependência inseparável entre elas, a cobertura vegetal é indispensável à vida do planeta e à vida humana, sendo absolutamente necessária, entre outras coisas:

- como ambiente aos ecossistemas; - para liberar oxigênio, necessário à respiração da maioria dos seres vivos; - para absorver dióxido de carbono; - para sombrear e refrescar; - para reter água na terra e umidade no ar; - para produzir frutos, alimentos e abrigo; - e para proteger o solo da desertificação.

As principais causas da destruição da cobertura vegetal no planeta são as queimadas, a extração comercial desordenada e a ocupação humana, com suas peculiares derrubadas de árvores e limpezas de terrenos para construir, utilizar madeiras em suas habitações e lenha como combustível residencial e industrial, e ampliar áreas pastoris e agrícolas.

A ocupação humana ocorre, em sua maioria, nas beiras de estradas, chegando a atingir até cem quilômetros de suas margens. Além disso, o consumo de madeira cresceu em mais de 60% (sessenta por cento) em apenas quarenta anos, principalmente como lenha nas regiões mais pobres. Com o aumento da pobreza, aumenta o desmatamento para a utilização de madeira.

Outro problema preocupante é o aquecimento global. Aumentos periódicos de temperatura são comuns (em períodos de cerca de cento e vinte mil anos), mas o aquecimento hoje é causado em grande parte pelo modo de vida e ocupação ambiental do ser humano e vai afetar sua existência, de maneira drástica, em curto prazo.

O "efeito estufa" é causado principalmente pelo acúmulo de gás carbônico na biosfera, o que impede a fuga de parte do calor para o espaço. É imprescindível à vida no planeta por manter um aquecimento equilibrado. Sem os gases "efeito estufa" a temperatura média seria em torno de -18º C (dezoito graus Celsius negativos), com dias absurdamente quentes, pela incidência direta do sol, e noites extremamente geladas, pela falta de retenção do calor solar. A intervenção humana nos processos naturais está acelerando esse

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aquecimento. Desde 1860, época em que se iniciaram medições a respeito, pouco depois do início da era industrial, até o ano de 2000, a temperatura média do globo subiu cerca de um grau.

A concentração desses gases está crescendo de forma e velocidade preocupante em função da intervenção humana nos processos naturais, principalmente por causa de:

- queima de combustíveis fósseis, na sua maioria petróleo, em carros e indústrias;

- incêndios e queimadas;

- aumento das plantações de arroz e da criação de gado, atividades que depositam metano, óxido nitroso e outros gases na atmosfera.

A emissão de gases dessa natureza deve dobrar neste século XXI, chegando a aumentar a temperatura em até 6º C (seis graus Celsius), elevando os níveis dos oceanos em proporções gigantescas e causando uma série enorme de catástrofes e prejuízos naturais. Dentre tais prejuízos estarão a morte dos recifes de corais, responsáveis por abrigar e alimentar a maior parte da vida marinha animal, o alagamento de áreas urbanizadas, o aumento no número de furacões, tempestades e outras catástrofes, a morte prematura de seres da biodiversidade mundial pelo excesso de calor ou por afogamento, o aumento das doenças e maiores dificuldades em tratá-las, o desmatamento causado pela inundação de áreas verdes, e pela migração de seres humanos e animais para áreas mais elevadas e secas. Como um perverso ciclo vicioso, o aquecimento agravará e será agravado pelas queimadas, pela desertificação, pelo desmatamento, pela diminuição de áreas verdes, com a consequente ocupação desordenada, provocando em retorno o aumento da miséria, da fome, e uma inevitável aceleração nos processos de degradação.

É triste e doloroso saber que o ser humano é o principal gerador desses perniciosos acontecimentos.

Por interesses econômicos os países ricos do mundo não chegam a uma conclusão quanto à contenção da emissão de gases prejudiciais ao efeito estufa. O exemplo mais marcante vem dos Estados Unidos, país que, enquanto é responsável pela emissão de 25% (vinte e cinco por cento) dos gases depositados na atmosfera concorre com apenas 4% (quatro por cento) da população mundial. Mesmo assim, seus dirigentes se negam a assinar o Protocolo de Kyoto, que prevê prazos para a redução dessas emissões.

A seguir, vêm os problemas relativos ao desgaste na camada de ozônio que protege a atmosfera terrestre e os fenômenos das chamadas chuvas ácidas. A camada de ozônio, na estratosfera, retém parte dos raios ultravioletas vindos do sol. Os buracos são assim chamados em razão da

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existência de áreas onde a camada de ozônio é mais rarefeita. Em 1987 foram captadas, por satélites, enormes áreas sobre os pólos onde a camada de ozônio estaria excessivamente rarefeita. Estudos realizados em anos seguintes, principalmente em 1991, descobriram aumentos consideráveis nesses "buracos", com carência de ozônio sobre a Antártida, em área maior que a do continente europeu. Foi também detectada uma elevação substancial na concentração de gases cloro-fluorcarbonados, de larga utilização humana.

Os prejuízos causados pelo excesso de raios ultravioletas nos sistemas vivos do planeta são imensuráveis e desconhecidos. No ser humano, atribuem-se doenças como câncer e envelhecimento precoce da pele, manchas solares, queimaduras e prejuízos ao sistema imunológico. São temidas, ainda, doenças desconhecidas provocadas por alterações genéticas e pela infiltração de um volume excessivo de raios ultravioletas em níveis mais profundos da pele.

Nos ecossistemas marinhos, há prejuízos aos fitoplanctos, algas unicelulares responsáveis não só pela cadeia alimentar dos oceanos, como por grande emissão de oxigênio. Em todo o mundo vegetal, a incidência excessiva de raios ultravioletas prejudica a fotossíntese e provoca mutações genéticas, alterando estruturas de DNA.

Chuvas ácidas são provocadas por gases provenientes de combustíveis fósseis que se convertem, através de reações químicas na atmosfera, em ácidos nítricos e sulfúricos, aumentando a acidez de cursos de água e das fontes, inclusive dos lençóis freáticos. Esses ácidos, depostos pela chuva ou neve, causam desequilíbrio ao meio ambiente e provocam morte de peixes, da cobertura vegetal, tornam a água imprópria ao consumo, acidificam terras prejudicando o plantio, a germinação e até a evolução de muitas culturas agrícolas. Em um mundo onde a fome aumenta a cada dia, constituem outro fator de redução das reservas alimentícias.

O problema ambiental, dentre aqueles mais graves, que talvez mais se evidencie, é o problema do lixo. Cada brasileiro produz, em média, quatrocentos e quarenta mil quilos de lixo por ano, sendo que o Brasil é responsável pela produção de oitenta e oito milhões de toneladas por ano, ou duzentos e quarenta mil toneladas por dia. Habitualmente, na grande maioria, o lixo recolhido pelos serviços públicos de limpeza, vai para os chamados lixões e para os aterros sanitários. Muitos detritos, por outro lado, acabam sendo jogados a esmo, pela própria população, diretamente no ambiente. Os materiais que compõem o lixo envenenam e poluem terra, água e ar. Vários, mesmo aterrados, chegam a demorar anos, ou até séculos para se decompor.

Em São Paulo, a cidade mais rica do país, existe uma produção diária de mais de treze mil e oitocentas toneladas de lixo por dia, das quais apenas 1% (um por cento) é reciclado; cerca de 92% (noventa e dois por cento) vão para grandes aterros sanitários e 7% (sete por cento) para incineradores e usinas de compostagem. Isso, segundo dados da própria Limpurb. O lixo

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aterrado é uma bomba de efeito retardado que, em médio prazo, transformar-se-á em sério problema de degradação ambiental. O lixo incinerado, ao contrário, é bomba de efeito imediato, já que os incineradores depositam diretamente na atmosfera vários poluentes e materiais de alta toxidade.

Estima-se que 25% (vinte por cento) da população brasileira depositem o lixo diretamente no ambiente, em terrenos baldios, encostas, cursos de água, estradas de áreas rurais, ruas, etc. Esse lixo, muitas vezes carregado pelas águas de chuvas torrenciais, acaba poluindo e degradando os cursos de água, entupindo esgotos e canalizações e, com isso, provocando enchentes, assoreamento, desvio de cursos, erosão, e muitos outros inumeráveis prejuízos. Mesmo o lixo recolhido, a maioria é depositada a céu aberto, nos chamados lixões, sujeitando-se a queimadas, a ser carregado pelas chuvas, a se espalhar nos ventos, distribuindo não só um fétido mau cheiro na atmosfera, como gases venenosos e fumaça, muitas vezes de alto poder de toxidade, com um evidente e incalculável prejuízo ambiental.

O lixo industrial, habitualmente composto de resíduos extremamente tóxicos, principalmente quando queimados é também causa de grandes problemas ecológicos e é extremamente prejudicial à saúde humana.

Em médio prazo grande risco vem do chamado lixo atômico. O lixo atômico é composto principalmente de plutônio, que leva cerca de meio milhão de anos para perder seu potencial agressivo. A produção anual de plutônio é de cerca de duzentos a duzentos e cinqüenta quilos, sendo que bastariam quinhentos gramas para causar câncer de pulmão em todos os habitantes do planeta. Hoje, os países mais ricos, que são os maiores produtores de energia atômica e seus resíduos, procuram fazer convênios com os países pobres, sujeitando-os a receber lixo atômico ou perigoso. Por causa de riscos dessa natureza, muitos países já possuem leis proibindo o recebimento de lixo perigoso.

Na sequência dos grandes e catastróficos riscos ambientais em análise, está a perda da biodiversidade, ou seja, a perda dos elementos vivos que o planeta Terra, durante quatro bilhões de ano, cultivou e evoluiu. A biodiversidade estimada no planeta é de cinco a cinqüenta milhões de espécies.

Dessas, apenas cerca de um milhão e quatrocentos mil foram identificadas e catalogadas. Ou seja, há a possibilidade de que existam entre três milhões e seiscentas mil a quarenta e oito milhões e seiscentas mil espécies desconhecidas. Das espécies conhecidas:

- 800 mil são de insetos; - 250 mil de vegetais; - 40 mil de vertebrados; - e as restantes são de invertebrados, algas, fungos e microorganismos.

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No Brasil, grande paraíso da biodiversidade mundial, encontram-se dez a 20% (vinte por cento) de todas as espécies existentes no planeta. No entanto, esse imenso tesouro de vida, essa imensa riqueza de material genético e orgânico, essa fonte abundante de elementos medicamentosos e alimentícios, está sendo destruída em larga escala, dentre alguns outros fatores, principalmente por queimadas, desmatamentos, extração mineral e comércio ilegal de espécies.

A velocidade da destruição é tamanha que entre 1500 e 1850 estima-se que uma espécie foi eliminada em cada dez anos;entre 1850 e 1950, esse número saltou para uma espécie por ano.

Em 1990 estima-se que foram eliminadas dez espécies por dia; em 2000, uma espécie por hora ou vinte e quatro por dia. Quantas espécies são eliminadas hoje? Quantas desaparecerão nos próximos anos? Uma por segundo, talvez.

A gravidade da situação é tamanha que, de 1975 a 2000, ou seja, em apenas vinte e cinco anos, foram extintas 20% (vinte por cento) das espécies vivas do planeta.

De 1950 a 2000, em cinqüenta anos, foi eliminado 1/5 (um quinto) das florestas tropicais. Hoje, mais de 14% (quatorze por cento) das espécies vegetais estão em extinção. 2/3 (dois terços) das nove mil e seiscentas espécies de aves, 11% (onze por cento) das quatro mil e quatrocentas espécies de mamíferos encontram-se em perigo iminente de desaparecimento; 1/3 (um terço) de todas as espécies de peixes estão sob ameaça e 11% (onze por cento) correm risco de extinção.

Outro fantasma que paira sobre o planeta, ameaçando-o, é a poluição em suas múltiplas facetas: poluição atmosférica, das águas, sonora, visual.

Quanto à poluição atmosférica, desde o início da revolução industrial, por volta de meados do século dezoito – duzentos e setenta e um bilhões de toneladas de carbono foram depositadas na atmosfera. No curto período dos últimos cinqüenta anos, apenas os Estados Unidos lançaram cento e oitenta e seis bilhões de toneladas.

Todo esse excessivo volume de carbono lançado na atmosfera tem causado sérios problemas, como o acréscimo excessivo dos gases "efeito estufa", a deposição de resíduos tóxicos nas bacias hidrográficas e o venenoso e altamente tóxico "smog", uma massa de ar estagnado composto por uma mistura de diversos gases, vapores de ar e fumaça. Hoje em dia são corriqueiros os casos de internações hospitalares e até mesmo de óbitos de crianças, de animais domésticos, de pessoas idosas ou com doenças cardiorrespiratórias, intoxicados pelo ar poluído.

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Nos grandes centros urbanos 80% (oitenta por cento) da poluição atmosférica vêm dos escapamentos de veículos com motores de combustão, sendo que os outros 20% (vinte por cento) se originam de fábricas, de incineradores de lixo, de incêndios, etc. A queima de combustível fóssil é, portanto, o maior poluidor da atmosfera dos centros urbanos. Essa aterradora realidade permanece oculta, de forma premeditada, por interesses econômicos escorados na riqueza movimentada pelo comércio do petróleo.

A poluição das águas é causada principalmente por lixo urbano e industrial, esgotos urbanos e industriais, deposição de detritos e diversas formas de sujeiras, mercúrio dos garimpos, resíduos de baterias e pilhas e agrotóxicos, pesticidas e outros produtos químicos aplicados desordenadamente em lavouras, na pecuária e no combate a pragas e parasitas.

Grande fator de poluição das águas marinhas e dos litorais, desequilibrando a vida que ali existe e a dos demais seres que dela se servem como alimento, são os vazamentos de petróleo, de plataformas de extração, de canalizações ou de navios transportadores.

A seu turno, a poluição sonora, com níveis de pressão acima daqueles indicados para o nosso organismo, comum em quase todos os cantos das cidades de grande e médio porte, provoca estresse, distúrbios físicos, mentais, psicológicos, insônia, deficiência auditiva, altera a pressão arterial, causa problemas digestivos, provoca má irrigação sangüínea da pele e até impotência e frigidez sexual

A poluição do solo vem principalmente da deposição de lixos e resíduos e da excessiva e má utilização de agrotóxicos e algumas formas de adubo. Afeta ao mesmo tempo a água, o solo e a atmosfera.

A poluição visual prejudica a qualidade de vida das pessoas, ofende sua integridade psíquica, causando nervosismo, cansaço e mal estar e confunde alguns animais, prejudicando profundamente seus hábitos, interferindo em seus processos de acasalamento, de procriação e de sobrevivência.

Outra fonte de degradação ambiental preocupante são as queimadas. As queimadas, principalmente as rurais, mas também as urbanas são responsáveis em grande parte pela perda da biodiversidade, destruindo animais, seus habitats e grande variedade de plantas. Grandes riquezas naturais são permanentemente perdidas no meio das cinzas das queimadas. A prática de limpar campos e áreas urbanas com fogo provoca prejuízos incalculáveis e devastações irrecuperáveis.

As queimadas causam uma vasta gama de prejuízos ambientais e à saúde do ser humano. Nesse último aspecto, em razão dos gases depositados

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no ar e aspirados, causam doenças respiratórias, asfixias, doenças alérgicas, irritação e outras doenças oculares, doenças de pele, doenças cardiovasculares e uma enormidade de outros incômodos, como mal estar, enjôos, falta de ar, inquietação, irritabilidade, dores de cabeça, fadiga visual, etc.

As queimadas provocam o ressecamento da atmosfera, seja pela deposição direta de gases, seja pelo calor produzido. Dificultam as chuvas; aumentam a poluição do ar, do solo e das águas; acrescem à atmosfera quantidades impróprias de gases efeito estufa, colaborando no excessivo aquecimento global. Deixam na atmosfera resíduos tóxicos provenientes da queima de lixo, de materiais químicos e industriais, tais como borrachas, tintas, plásticos e materiais de construção. Aceleram ou iniciam um processo de desertificação, provocando desmatamentos e deixando áreas enfraquecidas e propícias a erosões. E, além de tudo isso, depois de algum tempo esterilizam o solo, tornando-o impróprio ao cultivo.

O ponto de partida desses grandes problemas ambientais é o aumento irregular e desmedido da população humana no planeta. Atualmente, mais de seis bilhões de habitantes ocupam o planeta. Para 2010, segundo dados do IPV- Índice Planeta Vivo do Fundo Mundial da Natureza, estão previstos sete bilhões de habitantes e para 2021, oito bilhões.

Nos últimos vinte e cinco anos a população cresceu em dois bilhões de pessoas; no mesmo período, a cobertura florestal planetária diminuiu 10% (dez por cento); as cem principais espécies que vivem em água doce reduziram-se em 45% (quarenta e cinco por cento); desapareceram 50% (cinqüenta por cento) de todos os mangues e várzeas e houve uma queda de 30% (trinta por cento) nos ecossistemas, em uma proporção de 1,5% (um e meio por cento) ao ano.

Como é fácil de verificar, o aumento da população é causa de desmatamento para ocupação da área, para utilização de madeira nas construções e como combustível doméstico. Provoca uma maior produção de lixo, o que causa e a conseqüente maior deposição de lixo e resíduos no solo, nos rios e oceanos, eliminando formas de vida. É necessário o aumento das atividades produtivas agrícolas, pecuárias e industriais, para satisfazer o acréscimo populacional. Em um círculo vicioso, há o aumento da emissão de gás carbônico, de incêndios e queimadas, uma maior demanda por habitação e alimentos.

O aumento populacional é mais acelerado nos países e nas regiões mais pobres. Enquanto países desenvolvidos, ou pessoas de médio poder aquisitivo, preocupam-se com o controle e a redução da natalidade, nas faixas de maior pobreza, inclusive pela falta de orientação e educação sexual, há um crescimento desordenado. Por essa razão, nos próximos trinta anos, os países

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mais pobres responderão por 90% (noventa por cento) do crescimento populacional.

Segundo o relatório "State of the World", do Worldwatch Institute, "dentro de no máximo uma geração países como Mauritânia, Etiópia e Haiti estarão praticamente sem vegetação por causa da busca de lenha para cozinhar".

Nos últimos quarenta anos, pelo acréscimo da demanda por alimentos, a pesca oceânica saltou de dezoito milhões de toneladas anuais para noventa e cinco milhões. As espécies mais importantes em todas as regiões do globo estão praticamente esgotadas e sem possibilidades de se recuperar, já que a pesca não só persiste, como tem aumentado, paralelamente ao aumento da população.

Estima-se o nascimento de noventa milhões de novos habitantes por ano, o que vai exigir pelo menos vinte e seis milhões de toneladas de alimentos a mais em cada ano, volume que cresce proporcionalmente ao crescimento demográfico. E todo esse alimento tem que ser extraído de um único lugar: nosso planeta. Um planeta devastado, enfraquecido, esgotado, e que aparentemente não tem uma única chance, sequer, de usufruir um descanso, uma pausa, para que possa se recuperar e persistir na sagrada missão de manter a vida e permitir que evolua, como vem fazendo há quatro bilhões de anos.

Frente a esse quadro perturbador de degradação é hora de perguntar: DEVEMOS NOS PREOCUPAR COM OS PROBLEMAS AMBIENTAIS DO

MUNDO?

9.1- De quem é a responsabilidade

A respeito de quem polui mais e de quem é a responsabilidade para minimizar o problema, a questão ambiental suscita várias controvérsias e debates. Os países ricos voltam suas atenções para as queimadas e os desmatamentos nas florestas tropicais, principalmente na floresta Amazônica, a maior de todas e a que tem, em sua área total (embora não por hectare), a maior biodiversidade. Já os países pobres, e em particular os que têm grandes reservas florestais, acham natural gastar grandes reservas florestais, acham natural gastar seus recursos com o objetivo de se desenvolverem. Se os países desenvolvidos depredaram suas matas no século XX, por que nós não podemos fazer o mesmo agora? Argumentam.

Alguns afirmam que essa preocupação em evitar a destruição das florestas tropicais ou em combater a poluição nos países subdesenvolvidos nada mais seria que uma tentativa do Norte de impedir o desenvolvimento do Sul. A poluição e a destruição das florestas, nessa interpretação, seriam absolutamente naturais e até necessárias para combater a pobreza.

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Outros ainda, inclusive países ricos, como o Japão, a Suécia e a Noruega, defendem que é uma incoerência os Estados Unidos pretenderem liderar a cruzada mundial contra a poluição (ou melhor, contra algumas formas dela, em particular o desmatamento de florestas tropicais) quando é justamente essa nação que mais utiliza os recursos naturais do planeta.

Todos esses pontos de vista têm certa razão e são igualmente limitados ou parciais. Os atuais países desenvolvidos, de fato, em sua maioria depredaram suas paisagens naturais no século XIX ou na primeira metade do século XX, e isso foi essencial para o tipo de desenvolvimento que adotaram: o da Primeira Revolução Industrial, com o carvão e as industriais têxteis, ou o da Segunda Revolução Industrial, com o petróleo e as indústrias metalúrgicas e automobilísticas.

Parece lógico então acusar de farsante um país rico preocupado com a poluição atual nos países subdesenvolvidos. Mas existe um complicador: até por volta dos anos 1970, a humanidade não sabia que a biosfera podia ser irremediavelmente afetada pelas ações humanas, e existem muito mais florestas ou paisagens nativas no século XIX e no começo do século XX do que hoje.

Nas últimas décadas do século XX parece que o mundo ficou vertiginosa, advindo daí um maior desgaste nos recursos naturais e, ao mesmo tempo, uma consciência de que a natureza não é infinita ou limitada.

Assim, o grande desafio atualmente é obter um novo tipo de desenvolvimento, diferente daquele ocorrido até os anos 1980, baseado numa intensa utilização e até desperdício dos recursos naturais em geral.

Afinal de contas, a humanidade é uma só e, mais cedo ou mais tarde, todas as nações e civilizações terão de estabelecer regras de convivência, pois o que prevaleceu até agora foi à lei da selva ou a mais forte. Uma das soluções podem ser a criação de uma espécie de “Constituição” ou carta de gestão do planeta, o nosso espaço de vivência comum. Alguns pensam que é apenas uma questão de tempo para chegar a essa carta de gestão ou “Constituição Planetária”, o que provavelmente ocorrerá durante este novo século. Outros são céticos e acham que isso nunca ocorrerá.

9.2- Política e meio ambiente

A crise ambiental vem suscitando mudanças na economia e na politica, pois a antipoluição tornou-se um negócio lucrativo. As preocupações ecológicas cresceram enormemente nos debates e nos programas de políticos, como também novas propostas surgiram. Até mais ou menos a década de 60 era raro algum partido político, em qualquer parte do mundo, que tivesse alguma preocupação com a natureza. Hoje esse tema ganha certo destaque

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nos programas, nas promessas eleitorais, nos discursos e algumas vezes até na ação dos diversos partidos, em muitas partes do mundo.

Multiplicaram-se os ecologistas, as organizações e os movimentos ecológicos, assim como os partidos denominados verdes que defendem uma política voltada basicamente para uma nova relação entre a sociedade e a natureza.

Contudo, como não podia deixar de ser neste mundo mercantilizado, também no movimento “verde” há muito oportunismo: às vezes a defesa do meio ambiente resulta em pretexto para promoção pessoal e até em altos ganhos. É o caso das empresas que visam apenas ao lucro com a venda de produtos ditos naturais. E também de muitas ONGs, que arrecadam fundos para, em teses, defender alguma causa ambientalistas. Podemos lembrar ainda os constantes shows musicais cuja renda se destinaria aos indígenas ou aos seringueiros da Amazônia, que em geral até hoje nunca viram um centavo desses milhões de dólares. Apesar de tudo isso, não se pode ignorar a renovação que a problemática ambiental ocasionou nas idéias políticas.

Até alguns anos atrás se falava em progresso ou desenvolvimento e aparentemente todo mundo entendia e concordava. O que provocava maiores polêmicas eram os meios para chegar a isso: para alguns o caminho era o capitalismo, para outros o socialismo; certas pessoas diziam que um governo democrático era melhor para se alcançar o progresso, outras afirmavam que só um regime forte e autoritário poderia colocar ordem na sociedade e promover o desenvolvimento. Mas o objetivo era basicamente o mesmo: o crescimento acelerado da economia, a construção de um número cada vez maior de estradas, hospitais, edifícios, aeroportos e escolas, a fabricação de mais e mais automóveis, a extensão sem fim dos campos de cultivo.

A natureza não estava em questão. O único problema de fato era a quem esse desenvolvimento beneficiária: à maioria ou a minoria da população.

Usando uma metáfora, podemos dizer que o progresso era um trem no qual toda a humanidade viajava, embora alguns estivessem na frente e outros atrás, alguns comodamente sentados e outros de pé. Para os chamados conservadores (isto é, a “direita”), isso era natural e inevitável: sempre existiriam os privilegiados e os desfavorecidos. Para os denominados progressistas (ou seja, a “esquerda”), essa situação era intolerável e tornava necessário fazer uma reformulação para igualar a todos. Mas todas as pessoas concordavam com a idéia de que o trem deveria continuar no seu caminho, no rumo do “progresso”; havia até discussões sobre a melhor forma de fazer esse trem andar mais rapidamente.

A grande novidade da crise ambiental é que ela suscitou a seguinte pergunta: Para onde o trem está indo? E a resposta parece ser: Para um abismo, para uma catástrofe. De fato, ao enaltecer o progresso durante séculos, imaginava-se que a natureza fosse infinita. Poderíamos continuar usando petróleo, ferro, manganês, carvão, água, urânio, etc., à vontade, sem problemas. Sempre haveria um novo espaço a ser ocupado, um novo recurso a

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ser descoberto e explorado. A natureza, vista como um mero recurso para a economia era identificada com o universo, considerado infinito.

Mas hoje sabemos que a natureza que permite a existência da vida e fornece os bens que utilizamos, a natureza para os homens, afinal, existe somente no planeta Terra, na superfície terrestre. E ela não é infinita; ao contrário, possui limites que, apesar de amplos, já começam a ser atingidos pela ação humana. Não há espaço, atmosfera, água, ferro, petróleo, cobre, etc., para um progresso ilimitado ou infinito. É necessário, portanto repensar o modo de vida, o consumo, a produção voltada unicamente para o lucro e sem nenhuma preocupação com o futuro da biosfera.

9.3- A questão ambiental na nova ordem mundial

Durante a ordem mundial bipolar a questão ambiental era considerada secundária. Somente os movimentos ecológicos e alguns cientistas alertavam a humanidade sobre os riscos de catástrofes ambientais. Mas a grande preocupação dos governos, e em especial das grandes potências mundiais, era com a Guerra Fria, com a oposição entre o capitalismo e o socialismo. O único grande risco que parecia existir era o da Terceira Guerra Mundial, uma guerra atômica entre as superpotências daquela época.

Mas o final da bipolaridade e da Guerra Fria veio alterar esse quadro. Nos anos 90 a questão do meio ambiente torna-se essencial nas discussões internacionais, nas preocupações dos estados e, principalmente, dos grandes centros mundiais de poder quanto ao futuro.

Já antes do final dos anos 80 percebia-se que os problemas ecológicos começavam a preocupar as autoridades soviéticas, norte-americanas e outras, mas sem ganharem muito destaque.

Em 1972 ocorreu em Estocolmo, na Suécia, a Primeira Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, promovida pela ONU e com a participação de dezenas de estados. Naquele momento, a questão ambiental começava a se tornar um problema oficial e internacional.

Já a Segunda Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente, a ECO-92 ou RIO-92, realizada no Brasil em 1992, vinte anos depois da primeira, que contou com maior número de participantes (quase cem Estados-Nações). Os governos enviaram não mais técnicos sem poder de decisão, como anteriormente, e sim políticos e cientistas de alta expressão em seus países.

Isso porque essa segunda conferência foi realizada depois do final da Guerra Fria e o desaparecimento da “ameaça comunista” veio colocar a questão ambiental como um dos mais importantes riscos à estabilidade mundial na nova ordem. Além disso, os governos perceberam que as ameaças de catástrofes ecológicas são sérias e precisam ser enfrentadas, e que preservar um meio ambiente sadio é condição indispensável para garantir um futuro tranquilo para as novas gerações.

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Mas a problemática ambiental suscita várias controvérsias e oposições. Os países ricos voltam suas atenções para queimadas e os desmatamentos nas florestas tropicais, particularmente na floresta Amazônica, a maior de todas. Já os países pobres, e em particular os que têm grandes reservas florestais, acham natural gastar seus recursos com o objetivo de se desenvolverem.

“Se os países desenvolvidos depredaram suas matas no século passado, por que nós não podemos fazer o mesmo agora?”, argumentam. Alguns chegam até afirmar que essa preocupação com a destruição das florestas tropicais ou com outras formas de poluição nos países subdesenvolvidos (dos rios, dos grandes centros urbanos, perda de solos agrícolas por uso inadequado, avanço da desertificação, etc.) nada mais seria que uma tentativa do Norte de impedir o desenvolvimento do Sul; a poluição e a destruição das florestas, nessa interpretação, seriam fatos absolutamente naturais e até necessários para se combater a pobreza. Outros ainda, inclusive países ricos, como o Japão, a Suécia ou a Noruega, argumentam que é uma incoerência os Estados Unidos pretenderem liderar a cruzada mundial contra a poluição quando são justamente eles, os norte-americanos, que mais utilizam os recursos naturais do planeta.

Todos esses pontos de vista têm certa razão, e todos eles são igualmente limitados ou parciais. Os atuais países desenvolvidos, de fato, em sua maioria depredaram suas paisagens naturais no século passado ou na primeira metade deste, e isso foi essencial para o tipo de desenvolvimento que adotaram: o da Primeira ou da Segunda Revolução Industrial, das indústrias automobilísticas e petroquímicas. Parece lógico então acusar de farsante um país rico preocupado com a poluição atual nos países subdesenvolvidos. Mas existe um complicador aí: é que até há pouco tempo, até por volta dos anos 70, à humanidade não sabia que a biosfera podia ser irremediavelmente afetada pelas ações humanas e existiam muito mais florestas ou paisagens nativas no século passado do que hoje.

Nas últimas décadas parece que o mundo ficou menor e a população mundial cresceu de forma vertiginosa, advindo daí um maior desgaste nos recursos naturais e, ao mesmo tempo, uma consciência de que a natureza não é infinita ou ilimitada. Assim, o grande problema que se coloca nos dias atuais é o de se pensar num novo tipo de desenvolvimento, diferente daquela que ocorreu até os anos 80, que foi baseado numa intensa utilização, e até desperdício, de recursos naturais não renováveis.

E esse problema não é meramente nacional ou local e sim mundial ou planetário. A humanidade vai percebendo que é uma só e que mais cedo ou mais tarde terá que estabelecer regras civilizadas de convivência, pois o que prevaleceu até agora foi a “lei da selva” ou a do mais forte, inclusive com uma espécie de “Constituição” ou carta de gestão do planeta, o nosso espaço de vivência em comum. É apenas uma questão de tempo para se chegar a isso, o que provavelmente ocorrerá no século XXI.

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9.4- Os tratados internacionais sobre o meio ambiente

Um dos reflexos da “explosão” acerca da tão falada consciência ecológica por parte das sociedades tem feito surgir cada vez mais grupos que buscam a preservação da natureza, geralmente ONGs.

As ideias ecológicas foram difundidas a partir da década de 70, os grupos não se restringem apenas às questões ambientais, tratam também dos aspectos sociais e culturais, principalmente em nível local.

Contando com a opinião pública e com os meios de comunicação em massa, em países de ideologias democráticas, muitas vezes as ONGs exercem pressão sobre os governos para instaurar leis e tratados internacionais.

O conjunto de tratados mais recentes tem algumas pautas de discussões devido à pressão das ONGs e da mídia, dessa forma já são contabilizados vários tratados, conferências, convenções, a seguir serão apresentadas algumas das principais.

Convenção sobre as Mudanças Climáticas ocorreu em 1992 na cidade do Rio de Janeiro, denominada de ECO-92.

Além da assinatura de acordos sobre mudanças climáticas na ECO-92 foi promovida também a implantação da Declaração sobre as florestas, que tem como principal objetivo ressaltar a necessidade de preservação das florestas existentes no planeta, e a Convenção sobre a Diversidade Biológica que estabelece uma ligação entre preservação e produção econômica a partir da extração de elementos naturais, como matéria-prima para as indústrias.

Agenda 21 centraliza-se na ideia do desenvolvimento sustentável, essas devem ser colocadas em prática durante esse século, o objetivo da Agenda 21 é implantar medidas sociais, principalmente para os excluídos (índios, ribeirinhos), além de questões como a mulher no contexto social, os jovens, e uma preocupação com a preservação da atmosfera e oceanos.

Em 2002, em Johannesburgo, através do Plano de Implementação a Agenda 21 tornou-se mais sólida, no Rio+10 foram assinados e aprovados a Declaração Política da Cúpula Mundial de Desenvolvimento Sustentável, essa tem como principal objetivo pedir anistia das dívidas adquiridas pelos países pobres, pois muitas vezes as desigualdades são provenientes dos esforços em pagar os débitos, dessa forma impossibilita a implantação efetiva de um desenvolvimento sustentável.

No Japão, em dezembro de 1997, ocorreu na cidade de Kyoto a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, na qual foi elaborado o Protocolo de Kyoto com um objetivo básico de reduzir a emissão

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de gases, e automaticamente diminuir o efeito estufa, nessa conferência ficou definido que os países de maior industrialização estariam obrigados a subtrair o volume de gases, no mínimo 5% se comparados com a década de 90, entre os anos de 2008 e 2012.

As metas propostas de redução não foram aderidas por muitos países, que se recusaram a assiná-las, o primeiro a ir contra a assinatura foram os Estados Unidos, que ocupam o lugar de maior emissor, com quase 24% do total mundial.

O ponto negativo do protocolo é que não existe nenhum tipo de punição àquele que descumprir as medidas de redução de emissão de gases, no entanto, ninguém ousaria punir uma potência como os EUA ou mesmo a China, que hoje é a economia que mais cresce no mundo.

Contudo, ficou definida na ECO-92, a partir do consentimento de 191 países que até 2015, iriam reduzir o índice da população sem acesso à água potável, além disso, os países desenvolvidos deveriam destinar 0,7% do PIB para as nações pobres que se comprometeram a preservar a natureza e a biodiversidade como um todo. Todavia até é o ano de 2005 as metas de redução não foram cumpridas pelos países ricos, anão ser parcialmente. Fez-e também um apelo para que Estados que ainda não ratificaram o Protocolo de Kyoto o façam o mais rápido possível.

Porém, é bom deixar claro, mais uma vez, que o grande problema de todos esses tratados ou programas internacionais é que não existem sanções ou penalidades para os países que deixam de cumprir a sua parte. Ou seja, eles são mais declarações de intenções, e não leis no sentido rigoroso do termo. Mas não deixam de ser um avanço, pois ajudam a esclarecer a opinião pública, que muitas vezes pressiona o governo para que mantenha os compromissos estabelecidos. Aliás, não só a opinião pública como também muitas autoridades estatais passam a ter mais consciência em relação à enorme dimensão do problema ambiental global.

EXERCÍCIOS

1) A transformação de uma superfície esférica em uma superfície plana recebe a denominação : a) de projeção cartográfica b) de projeção linear c) de projeção por satélites d) N.R.A. 2) Os mapas possuem representações: a) geóide b) retangulares c) planas

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d) esféricas 3) De acordo com os climas brasileiros, enumere a coluna corretamente:*

Equatorial úmido ( a )

Tropical ( b )

Semi-árido ( c )

Equatorial semi-úmido ( d )

Subtropical ( e )

Presente na maior parte do território brasileiro, este tipo de clima caracteriza-se pelas temperaturas altas. ( )

É quente, mas menos chuvoso. ( )

Este tipo de clima apresenta temperaturas altas o ano todo. ( )

Apresentam grande variação de temperatura entre verão e inverno. ( )

Presente nas regiões Nordeste e Sudeste, apresenta longos períodos secos e chuvas ocasionais concentradas em poucos meses do ano. ( )

I) b, d, a, e, c II) b, c, e, a, d III) e, b, c, a, d IV) c, d, e, a, b 4) Refere-se ao estado momentâneo que ocorre em um determinado local a partir do ar atmosférico que pode ocorrer de maneira lenta ou rápida: a) clima b) tempo c) umidade d) pressão atmosférica 5) De acordo com os climas das regiões brasileiras, enumere a coluna corretamente.

Região Norte ( a )

Região Nordeste ( b )

Região Sul ( c )

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Região Sudeste ( d )

Região Centro Oeste ( e )

O clima predominante é o subtropical, responsável pelas temperaturas mais baixas do Brasil ( ) O clima da região é tropical semi-úmido, com frequentes chuvas de verão ( )

A maior parte da região apresenta clima equatorial. Caracteriza-se pelo clima quente, com temperaturas médias anuais variando entre 24º e 26 ºC. ( )

Nesta região, as características climáticas mais fortes são de clima tropical. ( )

Quanto ao regime térmico, na região as temperaturas são elevadas, com médias anuais entre 20º e 28 ºC. ( )

I) c, e, d, b, a II) c, e, a, d, b III) e, a, d, b, c IV) d, c, a, e, b 6) Plantas que são adaptadas à aridez, como os cactos: a) xerófilas b) tropófilas c) aciculifoliadas d) latifoliadas

7) Floresta que é típica na zona climática temperada. Surge em latitudes mais baixas. E aparecem na América e Europa: a) Floresta de coníferas b) Floresta tropical c) Floresta temperada d) Tundra 8) A expressão “Bacia Hidrográfica” pode ser entendida como:

a) é um conjunto de terras drenadas por um rio principal, seus afluentes e subafluentes.

b) a área ocupada pelas águas de um rio principal e seus afluentes no período normal de chuvas.

c) o aumento exagerado do volume de água de um rio principal e seus afluentes quando chove acima do normal.

d) o lago formado pelo represamento das águas de um rio principal e seus afluentes.

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9) São os principais rios de planalto:

a) Amazonas e o Paraguai b) São Francisco e Paraná c) Paraná e Paraguai d) São Francisco e Amazonas 10) Para reduzir o impacto negativo das fontes de poluição sobre o ambiente aquático, devemos:

I - evitar a liberação de esgotos sem tratamento nos cursos d'água. II - incentivar a construção de aterros sanitários para a deposição de lixo. III - exigir apenas a liberação de lixo biodegradável nos mananciais de água. IV - estimular as indústrias a instalarem equipamentos que diminuam o grau de toxicidade de seus efluentes líquidos. Pela análise das afirmativas, conclui-se que estão corretas: a) somente I, II e III b) somente I, II e IV c) somente I, III e IV d) somente II, III e IV 11) O desmatamento indiscriminado pode trazer diversas consequências para a sociedade, exceto:

a) Aumento do processo de erosão dos solos. b) Modificações climáticas com elevação da temperatura. c) Diminuição da umidade. d) Amenização do efeito estufa. 12) A qualidade do meio ambiente é um dos fatores que interferem na saúde e, portanto, no bem-estar da humanidade. A poluição, por exemplo, deteriora o ambiente, alterando o ar, a água e o solo. Hoje, nos grandes centros urbanos os principais responsáveis pelos elevados índices de poluição atmosférica são:

a) as fábricas e os transportes metroviários. b) a indústria e os veículos automotores. c) os veículos automotores e o comércio. d) o turismo e os resíduos sólidos. 13) Numa demonstração bastante evidente de que os problemas ambientais despertam enorme preocupação em todo o mundo, vários são os encontros realizados para tratar do tema, tais como a ECO-92, no Rio de Janeiro e a Rio+10, em Johanesburgo (África do Sul). Analise as seguintes afirmativas sobre as questões ambientais:

I – A chamada “crise ambiental” atinge exclusivamente os países ricos, pois é uma consequência direta da produção industrial, praticamente inexistente nos países pobres;

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II – As últimas décadas do século passado conheceram uma série de propostas dos países ricos de superação dos problemas ambientais a partir de uma modificação da matriz energética, propostas estas que contaram com o apoio unânime do G-7;

III – O aquecimento global, resultante do chamado “efeito estufa”, é um dos mais preocupantes problemas ambientais da atualidade, afinal ele deverá atingir todo o planeta. Assinale: a) apenas a afirmativa I for correta b) apenas a afirmativa II for correta c) apenas a afirmativa III for correta d) as afirmativas I e II forem corretas e) as afirmativas II e III forem corretas 14) A emissão de gases pelas indústrias e veículos automotores, além de causar poluição atmosférica, tem intensificado:

a) o desmatamento b) as enchentes c) a proliferação dos insetos d) o efeito estufa 15) A poluição das águas é um problema que afeta cada vez mais as grandes cidades, causando sérias consequências á pessoas que nelas vivem. Das causas abaixo, qual pode ser relacionada á poluição das águas nas cidades?

a) a prática da agricultura de subsistência b) o despejo de resíduos industriais e domésticos nos rios c) a eficácia na aplicação das leis ambientais pelo poder público d) a utilização de produtos biodegradáveis

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GABARITO 1- A 2- C 3- I- B,D,C,E,C 4- B 5- II- C,E,A,D,B 6- A 7- C 8- A

9- B 10- B 11- D 12- B 13- C 14- D 15- B