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H H i i p p e e r r a a t t i i v v i i d d a a d d e e A mãe de um aluno de uma escola particular, de 7 anos, procura a escola e é orientada pela professora e pela coordenadora que questionam sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era um aluno muito agitado, tinha dificul- dades de aprendizagem, não prestava atenção nas aulas, não parava sentado em sua carteira e falava sem parar. A mãe ouviu tudo o que a professora e a co- ordenadora disseram e contou a elas como era o comportamento de seu filho em casa, que era semelhante ao da escola. Após alguns dias, a mãe voltou à escola e procurou ajuda da coorde- nadora que a aconselhou e deu-lhe um encami- nhamento para procurar um psicólogo. ARTIGO 18 A O O C C A A S S O O É É O O S S E E G G U U I I N N T T E E . . . . . . C C O O O O R R D D E E N N A A Ç Ç Ã Ã O O P P E E D D A A G G Ó Ó G G I I C C A A : : C C O O L L E E T T Â Â N N E E A A D D E E E ES T T U U D D O O S S D D E E Autora: Fernanda Machado da Veiga Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas. O aluno começou a fazer acompanhamento com um psicólogo que diagnosticou o quadro de TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hipe- ratividade). A mãe, com o relatório do psicólogo em mãos, procurou ajuda da professora e da coordenadora que a apoiaram muito e explicaram como é uma criança hiperativa. A hiperatividade é uma desordem do déficit de atenção. Os sintomas variam de brandos a gra- ves e podem incluir problemas de linguagem, memória e habilidades motoras. Embora a crian- ça hiperativa tenha, muitas vezes, uma inteligên- cia normal ou acima da média, o estado é carac- terizado por problemas de aprendizado e com- portamento. A criança com hiperatividade apresenta os seguintes comportamentos: Dificuldade de concentração (vive no mun- do da lua); Não escuta quando lhe dirigem a palavra; Não aceita tarefas que envolvam trabalho mental; Não se envolve em brincadeiras e não as mantém por muito tempo; Tem dificuldade em aguardar sua vez; Fala em demasia; Nunca pára sentado; Não aceita regras; Está ligada dia e noite. Página - 161 - Resumo Uma mãe percebe que seu filho tem um com- portamento diferente dos demais, procura a escola e é aconselhada a procurar um psicólo- go que diagnostica seu filho como hiperativo. S C C A A S S O O S S Coord. Ped., Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 1-223, j jan./j jun. 2008 - Semestral

Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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Page 1: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

HHiippeerraattiivviiddaaddee

A matildee de um aluno de uma escola particular de 7 anos procura a escola e eacute orientada pela professora e pela coordenadora que questionam sobre o comportamento de seu filho Disseram que ele era um aluno muito agitado tinha dificul-dades de aprendizagem natildeo prestava atenccedilatildeo nas aulas natildeo parava sentado em sua carteira e falava sem parar

A matildee ouviu tudo o que a professora e a co-ordenadora disseram e contou a elas como era o comportamento de seu filho em casa que era semelhante ao da escola Apoacutes alguns dias a matildee voltou agrave escola e procurou ajuda da coorde-nadora que a aconselhou e deu-lhe um encami-nhamento para procurar um psicoacutelogo

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Auuttoorraa FFeerrnnaannddaa MMaacchhaaddoo ddaa VVeeiiggaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

O aluno comeccedilou a fazer acompanhamento com um psicoacutelogo que diagnosticou o quadro de TDAH (Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hipe-ratividade)

A matildee com o relatoacuterio do psicoacutelogo em matildeos procurou ajuda da professora e da coordenadora que a apoiaram muito e explicaram como eacute uma crianccedila hiperativa

A hiperatividade eacute uma desordem do deacuteficit de atenccedilatildeo Os sintomas variam de brandos a gra-ves e podem incluir problemas de linguagem memoacuteria e habilidades motoras Embora a crian-ccedila hiperativa tenha muitas vezes uma inteligecircn-cia normal ou acima da meacutedia o estado eacute carac-terizado por problemas de aprendizado e com-portamento

A crianccedila com hiperatividade apresenta os seguintes comportamentos

bull Dificuldade de concentraccedilatildeo (vive no mun-do da lua)

bull Natildeo escuta quando lhe dirigem a palavra bull Natildeo aceita tarefas que envolvam trabalho

mental bull Natildeo se envolve em brincadeiras e natildeo as

manteacutem por muito tempo bull Tem dificuldade em aguardar sua vez bull Fala em demasia bull Nunca paacutera sentado bull Natildeo aceita regras bull Estaacute ligada dia e noite

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116611 --

RReessuummoo Uma matildee percebe que seu filho tem um com-portamento diferente dos demais procura a escola e eacute aconselhada a procurar um psicoacutelo-go que diagnostica seu filho como hiperativo

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RReeffeerrecircecircnncciiaa O comportamento hiperativo interfere na vida familiar escolar e social da crianccedila As crianccedilas hiperativas tecircm dificuldade em prestar atenccedilatildeo e aprender Como satildeo incapazes de filtrar estiacutemu-los satildeo facilmente distraiacutedas Essas crianccedilas podem falar muito alto demais e em momentos inoportunos As crianccedilas hiperativas estatildeo sem-pre em movimento sempre fazendo algo e satildeo incapazes de ficar quietas satildeo impulsivas natildeo param para olhar ou ouvir

Apoacutes algumas explicaccedilotildees a matildee se sentiu segura e percebeu que natildeo era tatildeo grave como imaginava

A coordenadora disse que com o diagnoacutestico em matildeos poderia procurar alternativas de como lidar com esse aluno e que a matildee poderia se tranquumlilizar pois seu filho receberia todo o apoio necessaacuterio e a escola trabalharia vaacuterias interven-ccedilotildees para amenizar o quadro

BENCZIK Edyleine Belini Peroni Transtornos de Deacuteficit de AtenccedilatildeoHiperatividade Satildeo Pau-lo Casa do Psicoacutelogo 2002

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

HHiippeerraattiivviiddaaddee FFeerrnnaannddaa MMaacchhaaddoo ddaa VVeeiiggaa

CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo ccoorrrreettoo ee oo ccoonntteexxttoo ffaammiilliiaarr

Atualmente muito se fala a respeito de crian-ccedilas hiperativas E a forma como o assunto eacute tratado muitas vezes nos passa a impressatildeo de que nos uacuteltimos anos comeccedilou a surgir um nuacute-mero grande de crianccedilas com problemas com-portamentais O fato eacute que hoje se faz mais diag-noacutestico de TDAH (Transtorno de Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo com Hiperatividade) e estaacute sendo considera-do como o problema da modernidade infantil O grande nuacutemero de diagnoacutesticos levou muitos profissionais da aacuterea de educaccedilatildeo e sauacutede a questionarem o problema chamando o TDAH de modismo No entanto eacute preciso saber identifi-car se a crianccedila eacute hiperativa ou apenas rotulada pelo distuacuterbio quando os pais irresponsavelmen-te natildeo sabem impor limites agraves crianccedilas

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Auuttoorraa FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa Endereccedilo eletrocircnico flavianayarasyahoocombr Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educa-cionais Especiais pela PUC Minas Eacute professora da Educaccedilatildeo Especial

A escolha do tema teve o intuito de fazer o lei-tor refletir sobre essa questatildeo uma vez que a maioria das pessoas define hiperatividade como uma falta de limite ou doenccedila Atraveacutes de obser-vaccedilotildees entrevista e dados coletados de estudos sobre esse distuacuterbio este artigo relata a experi-ecircncia realizada com uma crianccedila de 6 anos que supostamente eacute considerada hiperativa mas que vive com uma definiccedilatildeo de diagnoacutestico con-traditoacuteria para a famiacutelia e para os profissionais que a acompanham Por falta de conhecimento dos pais a crianccedila foi considerada hiperativa por um meacutedico que nem ao menos realizou exames e a sujeitou a medicamentos agressivos ao mesmo tempo em que outro profissional apoacutes uma sequumlecircncia de testes chegou ao diagnoacutestico de uma crianccedila saudaacutevel O objetivo eacute contribuir para a definiccedilatildeo e consequumlentemente ajudar nas relaccedilotildees dessas crianccedilas com a escola e os familiares

A hiperatividade traz dificuldade de aprendi-zado e sem tratamento pode comprometer o desempenho na fase adulta As causas podem ser de origem orgacircnica neuroloacutegica psiacutequica e psicoloacutegica e o fator hereditaacuterio tambeacutem pode contribuir O diagnoacutestico eacute feito na infacircncia e frequumlentemente acompanha o indiviacuteduo por toda

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RReessuummoo O objetivo deste artigo eacute definir quem eacute a crianccedila hiperativa fazendo uma abordagem geral sobre a hiperatividade e suas consequumlecircncias alertando para a conclusatildeo do diagnoacutestico e informando sobre o tratamento agraves crianccedilas portadoras desse distuacuterbio

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a sua vida por isso a importacircncia do diagnoacutestico que natildeo deve ser feito por um uacutenico meacutedico mas por uma equipe multidisciplinar

Ainda que alguns tratem o transtorno da hipe-ratividade como um problema de ldquomodismo pais educadores e profissionais de sauacutede devem estar atentos ao problema que eacute hoje o distuacuterbio neurocomportamental mais comum na infacircncia e na adolescecircncia

Eacute importante deixar claro que nem toda crian-ccedila agitada deve ser rotulada de hiperativa A agitaccedilatildeo pode ser sintoma de doenccedilas graves como o autismo hipertireoidismo depressatildeo infantil assim como pode ser resultado de pro-blemas de comportamento O portador de TDAH costuma ter muita dificuldade em manter a aten-ccedilatildeo natildeo costuma notar detalhes erra por des-cuido em atividades escolares e tem como a principal caracteriacutestica a combinaccedilatildeo dos sinto-mas de desatenccedilatildeo inquietude e impulsividade ou seja eacute preciso diferenciar o comportamento da crianccedila que eacute cheia de vontades pela falta de limites

A avaliaccedilatildeo meacutedica e de profissionais especi-alizados eacute uma etapa essencial na definiccedilatildeo da hiperatividade Eacute o profissional quem deve procu-rar as causas especiacuteficas verificando as neces-sidades a serem aplicadas no teste para formula-ccedilatildeo do diagnoacutestico vai realizar exame neuroloacutegi-co e vai verificar o grau de inteligecircncia da crian-ccedila seu desempenho escolar se tem amigos seu comportamento em casa e em sala de aula

Segundo Topczewski (1999) nem sempre a hiperatividade vai estar ligada ao distuacuterbio de atenccedilatildeo satildeo independentes podendo ocorrer individualmente O autor pontua que ldquoa atenccedilatildeo eacute

nome dado ao caraacuteter direcional e agrave seletividade dos processos mentais organizadosrdquo Para esse autor os hiperativos tecircm histoacuterias semelhantes satildeo em geral frutos de uma gravidez difiacutecil e na maioria dos casos a hiperatividade se manifesta em meninos

Eacute importante ressaltar que apesar de todas as dificuldades as crianccedilas que satildeo hiperativas natildeo possuem menos inteligecircncia ou capacidade de aprendizagem que as outras necessitam a-penas de atenccedilatildeo diferenciada ou seja os pais devem procurar tratamento adequado para os filhos O melhor tratamento no cotidiano eacute ter paciecircncia com a crianccedila valorizar suas conquis-tas recompensar comportamentos adequados evitar roacutetulos proporcionar ambientes tranquumlilos favorecer atividades sociais respeitar o ritmo escolar da crianccedila colocar limites claros e treinar haacutebitos sociais Observando essas dicas e procu-rando ajuda meacutedica e terapecircutica podemos a-menizar muito os conflitos de que o hiperativo pode ser viacutetima quando natildeo tratado

Natildeo se deve de forma alguma classificar de hiperativa uma crianccedila somente por consideraacute-la agitada Eacute difiacutecil determinar a origem do distuacuterbio uma vez que o comportamento da crianccedila eacute fruto da uniatildeo de fatores familiares ou individuais Portanto eacute necessaacuterio se observar a interaccedilatildeo da crianccedila com o meio no qual ela estaacute inserida

A hiperatividade eacute um problema social Eacute im-

portante ressaltar que o diagnoacutestico de hiperati-

vidade eacute difiacutecil e portanto deve ser feito por uma

equipe meacutedica para evitar um falso diagnoacutestico

que pode levar a uma conduta errocircnea por parte

do profissional em relaccedilatildeo agrave crianccedila Procurar

ajuda profissional certamente muda o futuro de

uma crianccedila com TDAH uma vez que a infacircncia

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

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eacute a fase mais importante na vida de um indiviacuteduo

no que tange agrave formaccedilatildeo da sua personalidade agrave

construccedilatildeo de sua auto-imagem e agraves habilidades

sociais

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

SILVA Ana Beatriz B Mentes inquietas enten-dendo melhor o mundo das pessoas distraiacutedas impulsivas e hiperativas 30 ed Satildeo Paulo Gen-te 2003 222 p TOPCZEWSKI A Hiperatividade como lidar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell ppaarraa aa ffoorrmmaaccedilccedilatildeatildeoo ddee ccrriiaannccedilccedilaass ee aaddoolleesscceenntteess

Para a compreensatildeo do caso aqui relaciona-do me fundamento na psicologia histoacuterico-cultural referenciada no pensamento de Vy-gotsky Tal escolha se deve ao fato de a teoria considerar o sujeito no seu meio social contex-tualizando-o no tempo e no lugar partindo do fundamental princiacutepio acerca da formaccedilatildeo social do ser humano

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Auuttoorraa GGrraacciieellllee FFaalluubbaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

O presente estudo de caso se deu em uma escola puacuteblica estadual em razatildeo de alguns desvios de comportamento de uma aluna obser-vada por alguns professores A supervisora da escola solicitou a essa aluna que jaacute tinha em seus registros escolares trecircs ocorrecircncias de des-vios de comportamento o comparecimento de seu responsaacutevel agrave escola para informaacute-lo e ori-entaacute-lo sobre as consequumlecircncias que esses novos comportamentos poderiam acarretar

A matildee chegou no horaacuterio marcado Logo a supervisora comeccedilou a atendecirc-la informando como sua filha vinha se comportando ultimamen-te saindo da sala sem pedir permissatildeo ao pro-fessor chegando atrasada agraves aulas apoacutes o re-creio (agraves vezes ateacute trinta minutos) namorando no corredor enfim demonstrando total desinteresse pelos estudos o que consequumlentemente provo-cou um baixo desempenho escolar que pode ser comprovado pelas uacuteltimas notas das provas do bimestre

Apoacutes o relato a supervisora solicitou agrave matildee da aluna informaccedilotildees de como a filha tem se comportado em casa

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RReessuummoo Entendendo a famiacutelia e a escola como sistemas em desenvolvimento que contecircm o sujeito tambeacutem em desenvolvimento este artigo apresenta uma reflexatildeo sobre a importacircncia da parceria da famiacutelia com a escola em relaccedilatildeo agraves dificuldades de aprendizagem e mudanccedilas de comportamento manifestadas pelos alunos O objetivo foi ressignificar o comportamento ldquodesvianterdquo do aluno na escola ressaltando suas potencialidades e possibilidades criando junto com professores supervisores alunos e famiacutelias um novo significado para esse desvio de comportamen-to

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A matildee da aluna com a aparecircncia de uma pessoa muito sofrida diz que a filha eacute uma pes-soa reservada pois natildeo tem o haacutebito de conver-sar sobre seus sentimentos E que somente uma uacutenica vez mostrou a nota baixa da prova de Ma-temaacutetica Nesse momento a supervisora inter-rompeu a fala da matildee e disse ldquoBem eu te cha-mei aqui para pedir a vocecirc que seja mais partici-pativa nessas questotildees escolares de sua filha acompanhe seus estudos verifique seus cader-nos trabalhos provas natildeo precisa ser algo diaacuterio mas pelo menos uma vez a cada quinze dias porque o objetivo prioritaacuterio de estar na escola eacute estudar Outras coisas ela pode fazer sem precisar estar aqui O fato de ela ter trecircs ocorrecircncias na escola jaacute era motivo para uma suspensatildeo mas como ela eacute uma aluna que nun-ca nos trouxe problema com indisciplina decidi-mos primeiro ter essa conversa com vocecircrdquo

Depois de uma pausa a matildee da aluna come-ccedilou a se emocionar com a situaccedilatildeo e disse agrave supervisora que sua filha tem passado por alguns problemas familiares mas em nenhum momen-to demonstrou interesse em comentar tais pro-blemas A supervisora percebendo a importacircncia do relato desses problemas familiares teve o cuidado de deixar essa matildee mais agrave vontade deixando-a perceber o quanto tal relato seria importante para ajudar sua filha a melhorar sua situaccedilatildeo escolar Assim a matildee natildeo se deixando intimidar relatou que seu marido pai da aluna estava preso recentemente por traacutefico de drogas E continuando sua fala disse ldquoEacuteramos uma famiacutelia normal eu achava que era feliz e que eu fazia meu marido feliz tiacutenhamos vinte anos de casamento iacuteamos agrave igreja e saiacuteamos para almo-ccedilar fora nos finais de semana Era um pai

presente dava carinho e conversava muito com as filhas sendo ouvido e respeitado pelas mes-mas No entanto um belo dia a poliacutecia bateu agrave porta de minha casa e disse que meu marido foi preso com uma prostituta por portarem uma sig-nificativa quantidade de drogas Mais tarde des-cobrimos que a prostituta era um caso do meu marido haacute dois anos Foi um choque tanto para mim quanto para minhas duas filhas Estamos decepcionadas e envergonhadas por essa situa-ccedilatildeordquo

Apoacutes o relato da matildee a supervisora pedagoacute-gica agradeceu-lhe pela coragem de relatar o problema e desejou-lhe muita forccedila para superar tal situaccedilatildeo Em seguida a disse que mudaria a forma de como se posicionar frente agrave aluna jaacute que seu desvio de comportamento era uma ques-tatildeo totalmente emocional

O caso foi passado para a vice-diretora e al-guns professores ou seja somente profissionais que estavam envolvidos na situaccedilatildeo com o obje-tivo de ajudar a aluna a melhorar seu lado emo-cional e consequumlentemente seu rendimento escolar

Diante do relato gostaria de refletir sobre a seguinte questatildeo O que seria dessa aluna se sua matildee natildeo tivesse comparecido agrave escola e relatado esse problema familiar A escola e a famiacutelia devem ser parceiras os pais natildeo preci-sam se envergonhar de admitir suas inseguran-ccedilas e pedir conselhos Ser flexiacutevel e saber de-senvolver a auto-estima desde a infacircncia eacute dar tranquumlilidade e seguranccedila para enfrentar desafios e situaccedilotildees novas

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VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

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RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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CCOO OO RR DD EE NN AA CcedilCcedil AtildeAtilde OO PP

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118811 --

RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118833 --

RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118855 --

RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

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RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

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RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 220011 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 2: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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RReeffeerrecircecircnncciiaa O comportamento hiperativo interfere na vida familiar escolar e social da crianccedila As crianccedilas hiperativas tecircm dificuldade em prestar atenccedilatildeo e aprender Como satildeo incapazes de filtrar estiacutemu-los satildeo facilmente distraiacutedas Essas crianccedilas podem falar muito alto demais e em momentos inoportunos As crianccedilas hiperativas estatildeo sem-pre em movimento sempre fazendo algo e satildeo incapazes de ficar quietas satildeo impulsivas natildeo param para olhar ou ouvir

Apoacutes algumas explicaccedilotildees a matildee se sentiu segura e percebeu que natildeo era tatildeo grave como imaginava

A coordenadora disse que com o diagnoacutestico em matildeos poderia procurar alternativas de como lidar com esse aluno e que a matildee poderia se tranquumlilizar pois seu filho receberia todo o apoio necessaacuterio e a escola trabalharia vaacuterias interven-ccedilotildees para amenizar o quadro

BENCZIK Edyleine Belini Peroni Transtornos de Deacuteficit de AtenccedilatildeoHiperatividade Satildeo Pau-lo Casa do Psicoacutelogo 2002

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HHiippeerraattiivviiddaaddee FFeerrnnaannddaa MMaacchhaaddoo ddaa VVeeiiggaa

CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo ccoorrrreettoo ee oo ccoonntteexxttoo ffaammiilliiaarr

Atualmente muito se fala a respeito de crian-ccedilas hiperativas E a forma como o assunto eacute tratado muitas vezes nos passa a impressatildeo de que nos uacuteltimos anos comeccedilou a surgir um nuacute-mero grande de crianccedilas com problemas com-portamentais O fato eacute que hoje se faz mais diag-noacutestico de TDAH (Transtorno de Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo com Hiperatividade) e estaacute sendo considera-do como o problema da modernidade infantil O grande nuacutemero de diagnoacutesticos levou muitos profissionais da aacuterea de educaccedilatildeo e sauacutede a questionarem o problema chamando o TDAH de modismo No entanto eacute preciso saber identifi-car se a crianccedila eacute hiperativa ou apenas rotulada pelo distuacuterbio quando os pais irresponsavelmen-te natildeo sabem impor limites agraves crianccedilas

AARRTTIIGGOO 1199

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Auuttoorraa FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa Endereccedilo eletrocircnico flavianayarasyahoocombr Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educa-cionais Especiais pela PUC Minas Eacute professora da Educaccedilatildeo Especial

A escolha do tema teve o intuito de fazer o lei-tor refletir sobre essa questatildeo uma vez que a maioria das pessoas define hiperatividade como uma falta de limite ou doenccedila Atraveacutes de obser-vaccedilotildees entrevista e dados coletados de estudos sobre esse distuacuterbio este artigo relata a experi-ecircncia realizada com uma crianccedila de 6 anos que supostamente eacute considerada hiperativa mas que vive com uma definiccedilatildeo de diagnoacutestico con-traditoacuteria para a famiacutelia e para os profissionais que a acompanham Por falta de conhecimento dos pais a crianccedila foi considerada hiperativa por um meacutedico que nem ao menos realizou exames e a sujeitou a medicamentos agressivos ao mesmo tempo em que outro profissional apoacutes uma sequumlecircncia de testes chegou ao diagnoacutestico de uma crianccedila saudaacutevel O objetivo eacute contribuir para a definiccedilatildeo e consequumlentemente ajudar nas relaccedilotildees dessas crianccedilas com a escola e os familiares

A hiperatividade traz dificuldade de aprendi-zado e sem tratamento pode comprometer o desempenho na fase adulta As causas podem ser de origem orgacircnica neuroloacutegica psiacutequica e psicoloacutegica e o fator hereditaacuterio tambeacutem pode contribuir O diagnoacutestico eacute feito na infacircncia e frequumlentemente acompanha o indiviacuteduo por toda

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RReessuummoo O objetivo deste artigo eacute definir quem eacute a crianccedila hiperativa fazendo uma abordagem geral sobre a hiperatividade e suas consequumlecircncias alertando para a conclusatildeo do diagnoacutestico e informando sobre o tratamento agraves crianccedilas portadoras desse distuacuterbio

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a sua vida por isso a importacircncia do diagnoacutestico que natildeo deve ser feito por um uacutenico meacutedico mas por uma equipe multidisciplinar

Ainda que alguns tratem o transtorno da hipe-ratividade como um problema de ldquomodismo pais educadores e profissionais de sauacutede devem estar atentos ao problema que eacute hoje o distuacuterbio neurocomportamental mais comum na infacircncia e na adolescecircncia

Eacute importante deixar claro que nem toda crian-ccedila agitada deve ser rotulada de hiperativa A agitaccedilatildeo pode ser sintoma de doenccedilas graves como o autismo hipertireoidismo depressatildeo infantil assim como pode ser resultado de pro-blemas de comportamento O portador de TDAH costuma ter muita dificuldade em manter a aten-ccedilatildeo natildeo costuma notar detalhes erra por des-cuido em atividades escolares e tem como a principal caracteriacutestica a combinaccedilatildeo dos sinto-mas de desatenccedilatildeo inquietude e impulsividade ou seja eacute preciso diferenciar o comportamento da crianccedila que eacute cheia de vontades pela falta de limites

A avaliaccedilatildeo meacutedica e de profissionais especi-alizados eacute uma etapa essencial na definiccedilatildeo da hiperatividade Eacute o profissional quem deve procu-rar as causas especiacuteficas verificando as neces-sidades a serem aplicadas no teste para formula-ccedilatildeo do diagnoacutestico vai realizar exame neuroloacutegi-co e vai verificar o grau de inteligecircncia da crian-ccedila seu desempenho escolar se tem amigos seu comportamento em casa e em sala de aula

Segundo Topczewski (1999) nem sempre a hiperatividade vai estar ligada ao distuacuterbio de atenccedilatildeo satildeo independentes podendo ocorrer individualmente O autor pontua que ldquoa atenccedilatildeo eacute

nome dado ao caraacuteter direcional e agrave seletividade dos processos mentais organizadosrdquo Para esse autor os hiperativos tecircm histoacuterias semelhantes satildeo em geral frutos de uma gravidez difiacutecil e na maioria dos casos a hiperatividade se manifesta em meninos

Eacute importante ressaltar que apesar de todas as dificuldades as crianccedilas que satildeo hiperativas natildeo possuem menos inteligecircncia ou capacidade de aprendizagem que as outras necessitam a-penas de atenccedilatildeo diferenciada ou seja os pais devem procurar tratamento adequado para os filhos O melhor tratamento no cotidiano eacute ter paciecircncia com a crianccedila valorizar suas conquis-tas recompensar comportamentos adequados evitar roacutetulos proporcionar ambientes tranquumlilos favorecer atividades sociais respeitar o ritmo escolar da crianccedila colocar limites claros e treinar haacutebitos sociais Observando essas dicas e procu-rando ajuda meacutedica e terapecircutica podemos a-menizar muito os conflitos de que o hiperativo pode ser viacutetima quando natildeo tratado

Natildeo se deve de forma alguma classificar de hiperativa uma crianccedila somente por consideraacute-la agitada Eacute difiacutecil determinar a origem do distuacuterbio uma vez que o comportamento da crianccedila eacute fruto da uniatildeo de fatores familiares ou individuais Portanto eacute necessaacuterio se observar a interaccedilatildeo da crianccedila com o meio no qual ela estaacute inserida

A hiperatividade eacute um problema social Eacute im-

portante ressaltar que o diagnoacutestico de hiperati-

vidade eacute difiacutecil e portanto deve ser feito por uma

equipe meacutedica para evitar um falso diagnoacutestico

que pode levar a uma conduta errocircnea por parte

do profissional em relaccedilatildeo agrave crianccedila Procurar

ajuda profissional certamente muda o futuro de

uma crianccedila com TDAH uma vez que a infacircncia

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116655 --

eacute a fase mais importante na vida de um indiviacuteduo

no que tange agrave formaccedilatildeo da sua personalidade agrave

construccedilatildeo de sua auto-imagem e agraves habilidades

sociais

RReeffeerrecircecircnncciiaass

ldquoldquo OO CC AA SS OO EacuteEacute OO SS EE GG UU II NN TT EE rdquordquo

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

SILVA Ana Beatriz B Mentes inquietas enten-dendo melhor o mundo das pessoas distraiacutedas impulsivas e hiperativas 30 ed Satildeo Paulo Gen-te 2003 222 p TOPCZEWSKI A Hiperatividade como lidar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell ppaarraa aa ffoorrmmaaccedilccedilatildeatildeoo ddee ccrriiaannccedilccedilaass ee aaddoolleesscceenntteess

Para a compreensatildeo do caso aqui relaciona-do me fundamento na psicologia histoacuterico-cultural referenciada no pensamento de Vy-gotsky Tal escolha se deve ao fato de a teoria considerar o sujeito no seu meio social contex-tualizando-o no tempo e no lugar partindo do fundamental princiacutepio acerca da formaccedilatildeo social do ser humano

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Auuttoorraa GGrraacciieellllee FFaalluubbaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

O presente estudo de caso se deu em uma escola puacuteblica estadual em razatildeo de alguns desvios de comportamento de uma aluna obser-vada por alguns professores A supervisora da escola solicitou a essa aluna que jaacute tinha em seus registros escolares trecircs ocorrecircncias de des-vios de comportamento o comparecimento de seu responsaacutevel agrave escola para informaacute-lo e ori-entaacute-lo sobre as consequumlecircncias que esses novos comportamentos poderiam acarretar

A matildee chegou no horaacuterio marcado Logo a supervisora comeccedilou a atendecirc-la informando como sua filha vinha se comportando ultimamen-te saindo da sala sem pedir permissatildeo ao pro-fessor chegando atrasada agraves aulas apoacutes o re-creio (agraves vezes ateacute trinta minutos) namorando no corredor enfim demonstrando total desinteresse pelos estudos o que consequumlentemente provo-cou um baixo desempenho escolar que pode ser comprovado pelas uacuteltimas notas das provas do bimestre

Apoacutes o relato a supervisora solicitou agrave matildee da aluna informaccedilotildees de como a filha tem se comportado em casa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116666 --

RReessuummoo Entendendo a famiacutelia e a escola como sistemas em desenvolvimento que contecircm o sujeito tambeacutem em desenvolvimento este artigo apresenta uma reflexatildeo sobre a importacircncia da parceria da famiacutelia com a escola em relaccedilatildeo agraves dificuldades de aprendizagem e mudanccedilas de comportamento manifestadas pelos alunos O objetivo foi ressignificar o comportamento ldquodesvianterdquo do aluno na escola ressaltando suas potencialidades e possibilidades criando junto com professores supervisores alunos e famiacutelias um novo significado para esse desvio de comportamen-to

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A matildee da aluna com a aparecircncia de uma pessoa muito sofrida diz que a filha eacute uma pes-soa reservada pois natildeo tem o haacutebito de conver-sar sobre seus sentimentos E que somente uma uacutenica vez mostrou a nota baixa da prova de Ma-temaacutetica Nesse momento a supervisora inter-rompeu a fala da matildee e disse ldquoBem eu te cha-mei aqui para pedir a vocecirc que seja mais partici-pativa nessas questotildees escolares de sua filha acompanhe seus estudos verifique seus cader-nos trabalhos provas natildeo precisa ser algo diaacuterio mas pelo menos uma vez a cada quinze dias porque o objetivo prioritaacuterio de estar na escola eacute estudar Outras coisas ela pode fazer sem precisar estar aqui O fato de ela ter trecircs ocorrecircncias na escola jaacute era motivo para uma suspensatildeo mas como ela eacute uma aluna que nun-ca nos trouxe problema com indisciplina decidi-mos primeiro ter essa conversa com vocecircrdquo

Depois de uma pausa a matildee da aluna come-ccedilou a se emocionar com a situaccedilatildeo e disse agrave supervisora que sua filha tem passado por alguns problemas familiares mas em nenhum momen-to demonstrou interesse em comentar tais pro-blemas A supervisora percebendo a importacircncia do relato desses problemas familiares teve o cuidado de deixar essa matildee mais agrave vontade deixando-a perceber o quanto tal relato seria importante para ajudar sua filha a melhorar sua situaccedilatildeo escolar Assim a matildee natildeo se deixando intimidar relatou que seu marido pai da aluna estava preso recentemente por traacutefico de drogas E continuando sua fala disse ldquoEacuteramos uma famiacutelia normal eu achava que era feliz e que eu fazia meu marido feliz tiacutenhamos vinte anos de casamento iacuteamos agrave igreja e saiacuteamos para almo-ccedilar fora nos finais de semana Era um pai

presente dava carinho e conversava muito com as filhas sendo ouvido e respeitado pelas mes-mas No entanto um belo dia a poliacutecia bateu agrave porta de minha casa e disse que meu marido foi preso com uma prostituta por portarem uma sig-nificativa quantidade de drogas Mais tarde des-cobrimos que a prostituta era um caso do meu marido haacute dois anos Foi um choque tanto para mim quanto para minhas duas filhas Estamos decepcionadas e envergonhadas por essa situa-ccedilatildeordquo

Apoacutes o relato da matildee a supervisora pedagoacute-gica agradeceu-lhe pela coragem de relatar o problema e desejou-lhe muita forccedila para superar tal situaccedilatildeo Em seguida a disse que mudaria a forma de como se posicionar frente agrave aluna jaacute que seu desvio de comportamento era uma ques-tatildeo totalmente emocional

O caso foi passado para a vice-diretora e al-guns professores ou seja somente profissionais que estavam envolvidos na situaccedilatildeo com o obje-tivo de ajudar a aluna a melhorar seu lado emo-cional e consequumlentemente seu rendimento escolar

Diante do relato gostaria de refletir sobre a seguinte questatildeo O que seria dessa aluna se sua matildee natildeo tivesse comparecido agrave escola e relatado esse problema familiar A escola e a famiacutelia devem ser parceiras os pais natildeo preci-sam se envergonhar de admitir suas inseguran-ccedilas e pedir conselhos Ser flexiacutevel e saber de-senvolver a auto-estima desde a infacircncia eacute dar tranquumlilidade e seguranccedila para enfrentar desafios e situaccedilotildees novas

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VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116699 --

RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117711 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

RReeffeerrecircecircnncciiaass

mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118811 --

RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118833 --

RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 3: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo ccoorrrreettoo ee oo ccoonntteexxttoo ffaammiilliiaarr

Atualmente muito se fala a respeito de crian-ccedilas hiperativas E a forma como o assunto eacute tratado muitas vezes nos passa a impressatildeo de que nos uacuteltimos anos comeccedilou a surgir um nuacute-mero grande de crianccedilas com problemas com-portamentais O fato eacute que hoje se faz mais diag-noacutestico de TDAH (Transtorno de Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo com Hiperatividade) e estaacute sendo considera-do como o problema da modernidade infantil O grande nuacutemero de diagnoacutesticos levou muitos profissionais da aacuterea de educaccedilatildeo e sauacutede a questionarem o problema chamando o TDAH de modismo No entanto eacute preciso saber identifi-car se a crianccedila eacute hiperativa ou apenas rotulada pelo distuacuterbio quando os pais irresponsavelmen-te natildeo sabem impor limites agraves crianccedilas

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Auuttoorraa FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa Endereccedilo eletrocircnico flavianayarasyahoocombr Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educa-cionais Especiais pela PUC Minas Eacute professora da Educaccedilatildeo Especial

A escolha do tema teve o intuito de fazer o lei-tor refletir sobre essa questatildeo uma vez que a maioria das pessoas define hiperatividade como uma falta de limite ou doenccedila Atraveacutes de obser-vaccedilotildees entrevista e dados coletados de estudos sobre esse distuacuterbio este artigo relata a experi-ecircncia realizada com uma crianccedila de 6 anos que supostamente eacute considerada hiperativa mas que vive com uma definiccedilatildeo de diagnoacutestico con-traditoacuteria para a famiacutelia e para os profissionais que a acompanham Por falta de conhecimento dos pais a crianccedila foi considerada hiperativa por um meacutedico que nem ao menos realizou exames e a sujeitou a medicamentos agressivos ao mesmo tempo em que outro profissional apoacutes uma sequumlecircncia de testes chegou ao diagnoacutestico de uma crianccedila saudaacutevel O objetivo eacute contribuir para a definiccedilatildeo e consequumlentemente ajudar nas relaccedilotildees dessas crianccedilas com a escola e os familiares

A hiperatividade traz dificuldade de aprendi-zado e sem tratamento pode comprometer o desempenho na fase adulta As causas podem ser de origem orgacircnica neuroloacutegica psiacutequica e psicoloacutegica e o fator hereditaacuterio tambeacutem pode contribuir O diagnoacutestico eacute feito na infacircncia e frequumlentemente acompanha o indiviacuteduo por toda

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RReessuummoo O objetivo deste artigo eacute definir quem eacute a crianccedila hiperativa fazendo uma abordagem geral sobre a hiperatividade e suas consequumlecircncias alertando para a conclusatildeo do diagnoacutestico e informando sobre o tratamento agraves crianccedilas portadoras desse distuacuterbio

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a sua vida por isso a importacircncia do diagnoacutestico que natildeo deve ser feito por um uacutenico meacutedico mas por uma equipe multidisciplinar

Ainda que alguns tratem o transtorno da hipe-ratividade como um problema de ldquomodismo pais educadores e profissionais de sauacutede devem estar atentos ao problema que eacute hoje o distuacuterbio neurocomportamental mais comum na infacircncia e na adolescecircncia

Eacute importante deixar claro que nem toda crian-ccedila agitada deve ser rotulada de hiperativa A agitaccedilatildeo pode ser sintoma de doenccedilas graves como o autismo hipertireoidismo depressatildeo infantil assim como pode ser resultado de pro-blemas de comportamento O portador de TDAH costuma ter muita dificuldade em manter a aten-ccedilatildeo natildeo costuma notar detalhes erra por des-cuido em atividades escolares e tem como a principal caracteriacutestica a combinaccedilatildeo dos sinto-mas de desatenccedilatildeo inquietude e impulsividade ou seja eacute preciso diferenciar o comportamento da crianccedila que eacute cheia de vontades pela falta de limites

A avaliaccedilatildeo meacutedica e de profissionais especi-alizados eacute uma etapa essencial na definiccedilatildeo da hiperatividade Eacute o profissional quem deve procu-rar as causas especiacuteficas verificando as neces-sidades a serem aplicadas no teste para formula-ccedilatildeo do diagnoacutestico vai realizar exame neuroloacutegi-co e vai verificar o grau de inteligecircncia da crian-ccedila seu desempenho escolar se tem amigos seu comportamento em casa e em sala de aula

Segundo Topczewski (1999) nem sempre a hiperatividade vai estar ligada ao distuacuterbio de atenccedilatildeo satildeo independentes podendo ocorrer individualmente O autor pontua que ldquoa atenccedilatildeo eacute

nome dado ao caraacuteter direcional e agrave seletividade dos processos mentais organizadosrdquo Para esse autor os hiperativos tecircm histoacuterias semelhantes satildeo em geral frutos de uma gravidez difiacutecil e na maioria dos casos a hiperatividade se manifesta em meninos

Eacute importante ressaltar que apesar de todas as dificuldades as crianccedilas que satildeo hiperativas natildeo possuem menos inteligecircncia ou capacidade de aprendizagem que as outras necessitam a-penas de atenccedilatildeo diferenciada ou seja os pais devem procurar tratamento adequado para os filhos O melhor tratamento no cotidiano eacute ter paciecircncia com a crianccedila valorizar suas conquis-tas recompensar comportamentos adequados evitar roacutetulos proporcionar ambientes tranquumlilos favorecer atividades sociais respeitar o ritmo escolar da crianccedila colocar limites claros e treinar haacutebitos sociais Observando essas dicas e procu-rando ajuda meacutedica e terapecircutica podemos a-menizar muito os conflitos de que o hiperativo pode ser viacutetima quando natildeo tratado

Natildeo se deve de forma alguma classificar de hiperativa uma crianccedila somente por consideraacute-la agitada Eacute difiacutecil determinar a origem do distuacuterbio uma vez que o comportamento da crianccedila eacute fruto da uniatildeo de fatores familiares ou individuais Portanto eacute necessaacuterio se observar a interaccedilatildeo da crianccedila com o meio no qual ela estaacute inserida

A hiperatividade eacute um problema social Eacute im-

portante ressaltar que o diagnoacutestico de hiperati-

vidade eacute difiacutecil e portanto deve ser feito por uma

equipe meacutedica para evitar um falso diagnoacutestico

que pode levar a uma conduta errocircnea por parte

do profissional em relaccedilatildeo agrave crianccedila Procurar

ajuda profissional certamente muda o futuro de

uma crianccedila com TDAH uma vez que a infacircncia

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

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eacute a fase mais importante na vida de um indiviacuteduo

no que tange agrave formaccedilatildeo da sua personalidade agrave

construccedilatildeo de sua auto-imagem e agraves habilidades

sociais

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SILVA Ana Beatriz B Mentes inquietas enten-dendo melhor o mundo das pessoas distraiacutedas impulsivas e hiperativas 30 ed Satildeo Paulo Gen-te 2003 222 p TOPCZEWSKI A Hiperatividade como lidar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

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EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell ppaarraa aa ffoorrmmaaccedilccedilatildeatildeoo ddee ccrriiaannccedilccedilaass ee aaddoolleesscceenntteess

Para a compreensatildeo do caso aqui relaciona-do me fundamento na psicologia histoacuterico-cultural referenciada no pensamento de Vy-gotsky Tal escolha se deve ao fato de a teoria considerar o sujeito no seu meio social contex-tualizando-o no tempo e no lugar partindo do fundamental princiacutepio acerca da formaccedilatildeo social do ser humano

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Auuttoorraa GGrraacciieellllee FFaalluubbaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

O presente estudo de caso se deu em uma escola puacuteblica estadual em razatildeo de alguns desvios de comportamento de uma aluna obser-vada por alguns professores A supervisora da escola solicitou a essa aluna que jaacute tinha em seus registros escolares trecircs ocorrecircncias de des-vios de comportamento o comparecimento de seu responsaacutevel agrave escola para informaacute-lo e ori-entaacute-lo sobre as consequumlecircncias que esses novos comportamentos poderiam acarretar

A matildee chegou no horaacuterio marcado Logo a supervisora comeccedilou a atendecirc-la informando como sua filha vinha se comportando ultimamen-te saindo da sala sem pedir permissatildeo ao pro-fessor chegando atrasada agraves aulas apoacutes o re-creio (agraves vezes ateacute trinta minutos) namorando no corredor enfim demonstrando total desinteresse pelos estudos o que consequumlentemente provo-cou um baixo desempenho escolar que pode ser comprovado pelas uacuteltimas notas das provas do bimestre

Apoacutes o relato a supervisora solicitou agrave matildee da aluna informaccedilotildees de como a filha tem se comportado em casa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116666 --

RReessuummoo Entendendo a famiacutelia e a escola como sistemas em desenvolvimento que contecircm o sujeito tambeacutem em desenvolvimento este artigo apresenta uma reflexatildeo sobre a importacircncia da parceria da famiacutelia com a escola em relaccedilatildeo agraves dificuldades de aprendizagem e mudanccedilas de comportamento manifestadas pelos alunos O objetivo foi ressignificar o comportamento ldquodesvianterdquo do aluno na escola ressaltando suas potencialidades e possibilidades criando junto com professores supervisores alunos e famiacutelias um novo significado para esse desvio de comportamen-to

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A matildee da aluna com a aparecircncia de uma pessoa muito sofrida diz que a filha eacute uma pes-soa reservada pois natildeo tem o haacutebito de conver-sar sobre seus sentimentos E que somente uma uacutenica vez mostrou a nota baixa da prova de Ma-temaacutetica Nesse momento a supervisora inter-rompeu a fala da matildee e disse ldquoBem eu te cha-mei aqui para pedir a vocecirc que seja mais partici-pativa nessas questotildees escolares de sua filha acompanhe seus estudos verifique seus cader-nos trabalhos provas natildeo precisa ser algo diaacuterio mas pelo menos uma vez a cada quinze dias porque o objetivo prioritaacuterio de estar na escola eacute estudar Outras coisas ela pode fazer sem precisar estar aqui O fato de ela ter trecircs ocorrecircncias na escola jaacute era motivo para uma suspensatildeo mas como ela eacute uma aluna que nun-ca nos trouxe problema com indisciplina decidi-mos primeiro ter essa conversa com vocecircrdquo

Depois de uma pausa a matildee da aluna come-ccedilou a se emocionar com a situaccedilatildeo e disse agrave supervisora que sua filha tem passado por alguns problemas familiares mas em nenhum momen-to demonstrou interesse em comentar tais pro-blemas A supervisora percebendo a importacircncia do relato desses problemas familiares teve o cuidado de deixar essa matildee mais agrave vontade deixando-a perceber o quanto tal relato seria importante para ajudar sua filha a melhorar sua situaccedilatildeo escolar Assim a matildee natildeo se deixando intimidar relatou que seu marido pai da aluna estava preso recentemente por traacutefico de drogas E continuando sua fala disse ldquoEacuteramos uma famiacutelia normal eu achava que era feliz e que eu fazia meu marido feliz tiacutenhamos vinte anos de casamento iacuteamos agrave igreja e saiacuteamos para almo-ccedilar fora nos finais de semana Era um pai

presente dava carinho e conversava muito com as filhas sendo ouvido e respeitado pelas mes-mas No entanto um belo dia a poliacutecia bateu agrave porta de minha casa e disse que meu marido foi preso com uma prostituta por portarem uma sig-nificativa quantidade de drogas Mais tarde des-cobrimos que a prostituta era um caso do meu marido haacute dois anos Foi um choque tanto para mim quanto para minhas duas filhas Estamos decepcionadas e envergonhadas por essa situa-ccedilatildeordquo

Apoacutes o relato da matildee a supervisora pedagoacute-gica agradeceu-lhe pela coragem de relatar o problema e desejou-lhe muita forccedila para superar tal situaccedilatildeo Em seguida a disse que mudaria a forma de como se posicionar frente agrave aluna jaacute que seu desvio de comportamento era uma ques-tatildeo totalmente emocional

O caso foi passado para a vice-diretora e al-guns professores ou seja somente profissionais que estavam envolvidos na situaccedilatildeo com o obje-tivo de ajudar a aluna a melhorar seu lado emo-cional e consequumlentemente seu rendimento escolar

Diante do relato gostaria de refletir sobre a seguinte questatildeo O que seria dessa aluna se sua matildee natildeo tivesse comparecido agrave escola e relatado esse problema familiar A escola e a famiacutelia devem ser parceiras os pais natildeo preci-sam se envergonhar de admitir suas inseguran-ccedilas e pedir conselhos Ser flexiacutevel e saber de-senvolver a auto-estima desde a infacircncia eacute dar tranquumlilidade e seguranccedila para enfrentar desafios e situaccedilotildees novas

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VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

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AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116699 --

RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117711 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

RReeffeerrecircecircnncciiaass

mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--223377 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 4: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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a sua vida por isso a importacircncia do diagnoacutestico que natildeo deve ser feito por um uacutenico meacutedico mas por uma equipe multidisciplinar

Ainda que alguns tratem o transtorno da hipe-ratividade como um problema de ldquomodismo pais educadores e profissionais de sauacutede devem estar atentos ao problema que eacute hoje o distuacuterbio neurocomportamental mais comum na infacircncia e na adolescecircncia

Eacute importante deixar claro que nem toda crian-ccedila agitada deve ser rotulada de hiperativa A agitaccedilatildeo pode ser sintoma de doenccedilas graves como o autismo hipertireoidismo depressatildeo infantil assim como pode ser resultado de pro-blemas de comportamento O portador de TDAH costuma ter muita dificuldade em manter a aten-ccedilatildeo natildeo costuma notar detalhes erra por des-cuido em atividades escolares e tem como a principal caracteriacutestica a combinaccedilatildeo dos sinto-mas de desatenccedilatildeo inquietude e impulsividade ou seja eacute preciso diferenciar o comportamento da crianccedila que eacute cheia de vontades pela falta de limites

A avaliaccedilatildeo meacutedica e de profissionais especi-alizados eacute uma etapa essencial na definiccedilatildeo da hiperatividade Eacute o profissional quem deve procu-rar as causas especiacuteficas verificando as neces-sidades a serem aplicadas no teste para formula-ccedilatildeo do diagnoacutestico vai realizar exame neuroloacutegi-co e vai verificar o grau de inteligecircncia da crian-ccedila seu desempenho escolar se tem amigos seu comportamento em casa e em sala de aula

Segundo Topczewski (1999) nem sempre a hiperatividade vai estar ligada ao distuacuterbio de atenccedilatildeo satildeo independentes podendo ocorrer individualmente O autor pontua que ldquoa atenccedilatildeo eacute

nome dado ao caraacuteter direcional e agrave seletividade dos processos mentais organizadosrdquo Para esse autor os hiperativos tecircm histoacuterias semelhantes satildeo em geral frutos de uma gravidez difiacutecil e na maioria dos casos a hiperatividade se manifesta em meninos

Eacute importante ressaltar que apesar de todas as dificuldades as crianccedilas que satildeo hiperativas natildeo possuem menos inteligecircncia ou capacidade de aprendizagem que as outras necessitam a-penas de atenccedilatildeo diferenciada ou seja os pais devem procurar tratamento adequado para os filhos O melhor tratamento no cotidiano eacute ter paciecircncia com a crianccedila valorizar suas conquis-tas recompensar comportamentos adequados evitar roacutetulos proporcionar ambientes tranquumlilos favorecer atividades sociais respeitar o ritmo escolar da crianccedila colocar limites claros e treinar haacutebitos sociais Observando essas dicas e procu-rando ajuda meacutedica e terapecircutica podemos a-menizar muito os conflitos de que o hiperativo pode ser viacutetima quando natildeo tratado

Natildeo se deve de forma alguma classificar de hiperativa uma crianccedila somente por consideraacute-la agitada Eacute difiacutecil determinar a origem do distuacuterbio uma vez que o comportamento da crianccedila eacute fruto da uniatildeo de fatores familiares ou individuais Portanto eacute necessaacuterio se observar a interaccedilatildeo da crianccedila com o meio no qual ela estaacute inserida

A hiperatividade eacute um problema social Eacute im-

portante ressaltar que o diagnoacutestico de hiperati-

vidade eacute difiacutecil e portanto deve ser feito por uma

equipe meacutedica para evitar um falso diagnoacutestico

que pode levar a uma conduta errocircnea por parte

do profissional em relaccedilatildeo agrave crianccedila Procurar

ajuda profissional certamente muda o futuro de

uma crianccedila com TDAH uma vez que a infacircncia

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116655 --

eacute a fase mais importante na vida de um indiviacuteduo

no que tange agrave formaccedilatildeo da sua personalidade agrave

construccedilatildeo de sua auto-imagem e agraves habilidades

sociais

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

SILVA Ana Beatriz B Mentes inquietas enten-dendo melhor o mundo das pessoas distraiacutedas impulsivas e hiperativas 30 ed Satildeo Paulo Gen-te 2003 222 p TOPCZEWSKI A Hiperatividade como lidar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

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EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell ppaarraa aa ffoorrmmaaccedilccedilatildeatildeoo ddee ccrriiaannccedilccedilaass ee aaddoolleesscceenntteess

Para a compreensatildeo do caso aqui relaciona-do me fundamento na psicologia histoacuterico-cultural referenciada no pensamento de Vy-gotsky Tal escolha se deve ao fato de a teoria considerar o sujeito no seu meio social contex-tualizando-o no tempo e no lugar partindo do fundamental princiacutepio acerca da formaccedilatildeo social do ser humano

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Auuttoorraa GGrraacciieellllee FFaalluubbaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

O presente estudo de caso se deu em uma escola puacuteblica estadual em razatildeo de alguns desvios de comportamento de uma aluna obser-vada por alguns professores A supervisora da escola solicitou a essa aluna que jaacute tinha em seus registros escolares trecircs ocorrecircncias de des-vios de comportamento o comparecimento de seu responsaacutevel agrave escola para informaacute-lo e ori-entaacute-lo sobre as consequumlecircncias que esses novos comportamentos poderiam acarretar

A matildee chegou no horaacuterio marcado Logo a supervisora comeccedilou a atendecirc-la informando como sua filha vinha se comportando ultimamen-te saindo da sala sem pedir permissatildeo ao pro-fessor chegando atrasada agraves aulas apoacutes o re-creio (agraves vezes ateacute trinta minutos) namorando no corredor enfim demonstrando total desinteresse pelos estudos o que consequumlentemente provo-cou um baixo desempenho escolar que pode ser comprovado pelas uacuteltimas notas das provas do bimestre

Apoacutes o relato a supervisora solicitou agrave matildee da aluna informaccedilotildees de como a filha tem se comportado em casa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116666 --

RReessuummoo Entendendo a famiacutelia e a escola como sistemas em desenvolvimento que contecircm o sujeito tambeacutem em desenvolvimento este artigo apresenta uma reflexatildeo sobre a importacircncia da parceria da famiacutelia com a escola em relaccedilatildeo agraves dificuldades de aprendizagem e mudanccedilas de comportamento manifestadas pelos alunos O objetivo foi ressignificar o comportamento ldquodesvianterdquo do aluno na escola ressaltando suas potencialidades e possibilidades criando junto com professores supervisores alunos e famiacutelias um novo significado para esse desvio de comportamen-to

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A matildee da aluna com a aparecircncia de uma pessoa muito sofrida diz que a filha eacute uma pes-soa reservada pois natildeo tem o haacutebito de conver-sar sobre seus sentimentos E que somente uma uacutenica vez mostrou a nota baixa da prova de Ma-temaacutetica Nesse momento a supervisora inter-rompeu a fala da matildee e disse ldquoBem eu te cha-mei aqui para pedir a vocecirc que seja mais partici-pativa nessas questotildees escolares de sua filha acompanhe seus estudos verifique seus cader-nos trabalhos provas natildeo precisa ser algo diaacuterio mas pelo menos uma vez a cada quinze dias porque o objetivo prioritaacuterio de estar na escola eacute estudar Outras coisas ela pode fazer sem precisar estar aqui O fato de ela ter trecircs ocorrecircncias na escola jaacute era motivo para uma suspensatildeo mas como ela eacute uma aluna que nun-ca nos trouxe problema com indisciplina decidi-mos primeiro ter essa conversa com vocecircrdquo

Depois de uma pausa a matildee da aluna come-ccedilou a se emocionar com a situaccedilatildeo e disse agrave supervisora que sua filha tem passado por alguns problemas familiares mas em nenhum momen-to demonstrou interesse em comentar tais pro-blemas A supervisora percebendo a importacircncia do relato desses problemas familiares teve o cuidado de deixar essa matildee mais agrave vontade deixando-a perceber o quanto tal relato seria importante para ajudar sua filha a melhorar sua situaccedilatildeo escolar Assim a matildee natildeo se deixando intimidar relatou que seu marido pai da aluna estava preso recentemente por traacutefico de drogas E continuando sua fala disse ldquoEacuteramos uma famiacutelia normal eu achava que era feliz e que eu fazia meu marido feliz tiacutenhamos vinte anos de casamento iacuteamos agrave igreja e saiacuteamos para almo-ccedilar fora nos finais de semana Era um pai

presente dava carinho e conversava muito com as filhas sendo ouvido e respeitado pelas mes-mas No entanto um belo dia a poliacutecia bateu agrave porta de minha casa e disse que meu marido foi preso com uma prostituta por portarem uma sig-nificativa quantidade de drogas Mais tarde des-cobrimos que a prostituta era um caso do meu marido haacute dois anos Foi um choque tanto para mim quanto para minhas duas filhas Estamos decepcionadas e envergonhadas por essa situa-ccedilatildeordquo

Apoacutes o relato da matildee a supervisora pedagoacute-gica agradeceu-lhe pela coragem de relatar o problema e desejou-lhe muita forccedila para superar tal situaccedilatildeo Em seguida a disse que mudaria a forma de como se posicionar frente agrave aluna jaacute que seu desvio de comportamento era uma ques-tatildeo totalmente emocional

O caso foi passado para a vice-diretora e al-guns professores ou seja somente profissionais que estavam envolvidos na situaccedilatildeo com o obje-tivo de ajudar a aluna a melhorar seu lado emo-cional e consequumlentemente seu rendimento escolar

Diante do relato gostaria de refletir sobre a seguinte questatildeo O que seria dessa aluna se sua matildee natildeo tivesse comparecido agrave escola e relatado esse problema familiar A escola e a famiacutelia devem ser parceiras os pais natildeo preci-sam se envergonhar de admitir suas inseguran-ccedilas e pedir conselhos Ser flexiacutevel e saber de-senvolver a auto-estima desde a infacircncia eacute dar tranquumlilidade e seguranccedila para enfrentar desafios e situaccedilotildees novas

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VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

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RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117711 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117766 --

RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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ldquoldquo OO CC AA SS OO EacuteEacute OO SS EE GG UU II NN TT EE rdquordquo

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117799 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118811 --

RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118855 --

RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

RReeffeerrecircecircnncciiaa

tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--223377 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 5: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116655 --

eacute a fase mais importante na vida de um indiviacuteduo

no que tange agrave formaccedilatildeo da sua personalidade agrave

construccedilatildeo de sua auto-imagem e agraves habilidades

sociais

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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CCrriiaannccedilccedilaa hhiippeerraattiivvaa aa iimmppoorrttacircacircnncciiaa ddoo ddiiaaggnnoacuteoacutessttiiccoo FFllaacuteaacutevviiaa NNaayyaarraa MMaaggaallhhatildeatildeeess SSoouuzzaa

SILVA Ana Beatriz B Mentes inquietas enten-dendo melhor o mundo das pessoas distraiacutedas impulsivas e hiperativas 30 ed Satildeo Paulo Gen-te 2003 222 p TOPCZEWSKI A Hiperatividade como lidar 3 ed Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

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EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell ppaarraa aa ffoorrmmaaccedilccedilatildeatildeoo ddee ccrriiaannccedilccedilaass ee aaddoolleesscceenntteess

Para a compreensatildeo do caso aqui relaciona-do me fundamento na psicologia histoacuterico-cultural referenciada no pensamento de Vy-gotsky Tal escolha se deve ao fato de a teoria considerar o sujeito no seu meio social contex-tualizando-o no tempo e no lugar partindo do fundamental princiacutepio acerca da formaccedilatildeo social do ser humano

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Auuttoorraa GGrraacciieellllee FFaalluubbaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

O presente estudo de caso se deu em uma escola puacuteblica estadual em razatildeo de alguns desvios de comportamento de uma aluna obser-vada por alguns professores A supervisora da escola solicitou a essa aluna que jaacute tinha em seus registros escolares trecircs ocorrecircncias de des-vios de comportamento o comparecimento de seu responsaacutevel agrave escola para informaacute-lo e ori-entaacute-lo sobre as consequumlecircncias que esses novos comportamentos poderiam acarretar

A matildee chegou no horaacuterio marcado Logo a supervisora comeccedilou a atendecirc-la informando como sua filha vinha se comportando ultimamen-te saindo da sala sem pedir permissatildeo ao pro-fessor chegando atrasada agraves aulas apoacutes o re-creio (agraves vezes ateacute trinta minutos) namorando no corredor enfim demonstrando total desinteresse pelos estudos o que consequumlentemente provo-cou um baixo desempenho escolar que pode ser comprovado pelas uacuteltimas notas das provas do bimestre

Apoacutes o relato a supervisora solicitou agrave matildee da aluna informaccedilotildees de como a filha tem se comportado em casa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116666 --

RReessuummoo Entendendo a famiacutelia e a escola como sistemas em desenvolvimento que contecircm o sujeito tambeacutem em desenvolvimento este artigo apresenta uma reflexatildeo sobre a importacircncia da parceria da famiacutelia com a escola em relaccedilatildeo agraves dificuldades de aprendizagem e mudanccedilas de comportamento manifestadas pelos alunos O objetivo foi ressignificar o comportamento ldquodesvianterdquo do aluno na escola ressaltando suas potencialidades e possibilidades criando junto com professores supervisores alunos e famiacutelias um novo significado para esse desvio de comportamen-to

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A matildee da aluna com a aparecircncia de uma pessoa muito sofrida diz que a filha eacute uma pes-soa reservada pois natildeo tem o haacutebito de conver-sar sobre seus sentimentos E que somente uma uacutenica vez mostrou a nota baixa da prova de Ma-temaacutetica Nesse momento a supervisora inter-rompeu a fala da matildee e disse ldquoBem eu te cha-mei aqui para pedir a vocecirc que seja mais partici-pativa nessas questotildees escolares de sua filha acompanhe seus estudos verifique seus cader-nos trabalhos provas natildeo precisa ser algo diaacuterio mas pelo menos uma vez a cada quinze dias porque o objetivo prioritaacuterio de estar na escola eacute estudar Outras coisas ela pode fazer sem precisar estar aqui O fato de ela ter trecircs ocorrecircncias na escola jaacute era motivo para uma suspensatildeo mas como ela eacute uma aluna que nun-ca nos trouxe problema com indisciplina decidi-mos primeiro ter essa conversa com vocecircrdquo

Depois de uma pausa a matildee da aluna come-ccedilou a se emocionar com a situaccedilatildeo e disse agrave supervisora que sua filha tem passado por alguns problemas familiares mas em nenhum momen-to demonstrou interesse em comentar tais pro-blemas A supervisora percebendo a importacircncia do relato desses problemas familiares teve o cuidado de deixar essa matildee mais agrave vontade deixando-a perceber o quanto tal relato seria importante para ajudar sua filha a melhorar sua situaccedilatildeo escolar Assim a matildee natildeo se deixando intimidar relatou que seu marido pai da aluna estava preso recentemente por traacutefico de drogas E continuando sua fala disse ldquoEacuteramos uma famiacutelia normal eu achava que era feliz e que eu fazia meu marido feliz tiacutenhamos vinte anos de casamento iacuteamos agrave igreja e saiacuteamos para almo-ccedilar fora nos finais de semana Era um pai

presente dava carinho e conversava muito com as filhas sendo ouvido e respeitado pelas mes-mas No entanto um belo dia a poliacutecia bateu agrave porta de minha casa e disse que meu marido foi preso com uma prostituta por portarem uma sig-nificativa quantidade de drogas Mais tarde des-cobrimos que a prostituta era um caso do meu marido haacute dois anos Foi um choque tanto para mim quanto para minhas duas filhas Estamos decepcionadas e envergonhadas por essa situa-ccedilatildeordquo

Apoacutes o relato da matildee a supervisora pedagoacute-gica agradeceu-lhe pela coragem de relatar o problema e desejou-lhe muita forccedila para superar tal situaccedilatildeo Em seguida a disse que mudaria a forma de como se posicionar frente agrave aluna jaacute que seu desvio de comportamento era uma ques-tatildeo totalmente emocional

O caso foi passado para a vice-diretora e al-guns professores ou seja somente profissionais que estavam envolvidos na situaccedilatildeo com o obje-tivo de ajudar a aluna a melhorar seu lado emo-cional e consequumlentemente seu rendimento escolar

Diante do relato gostaria de refletir sobre a seguinte questatildeo O que seria dessa aluna se sua matildee natildeo tivesse comparecido agrave escola e relatado esse problema familiar A escola e a famiacutelia devem ser parceiras os pais natildeo preci-sam se envergonhar de admitir suas inseguran-ccedilas e pedir conselhos Ser flexiacutevel e saber de-senvolver a auto-estima desde a infacircncia eacute dar tranquumlilidade e seguranccedila para enfrentar desafios e situaccedilotildees novas

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VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

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RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117711 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117744 --

RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117766 --

RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

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RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

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RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 220011 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 6: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell ppaarraa aa ffoorrmmaaccedilccedilatildeatildeoo ddee ccrriiaannccedilccedilaass ee aaddoolleesscceenntteess

Para a compreensatildeo do caso aqui relaciona-do me fundamento na psicologia histoacuterico-cultural referenciada no pensamento de Vy-gotsky Tal escolha se deve ao fato de a teoria considerar o sujeito no seu meio social contex-tualizando-o no tempo e no lugar partindo do fundamental princiacutepio acerca da formaccedilatildeo social do ser humano

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CCOO OO RR DD EE NN AA CcedilCcedil AtildeAtilde OO PP

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Auuttoorraa GGrraacciieellllee FFaalluubbaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

O presente estudo de caso se deu em uma escola puacuteblica estadual em razatildeo de alguns desvios de comportamento de uma aluna obser-vada por alguns professores A supervisora da escola solicitou a essa aluna que jaacute tinha em seus registros escolares trecircs ocorrecircncias de des-vios de comportamento o comparecimento de seu responsaacutevel agrave escola para informaacute-lo e ori-entaacute-lo sobre as consequumlecircncias que esses novos comportamentos poderiam acarretar

A matildee chegou no horaacuterio marcado Logo a supervisora comeccedilou a atendecirc-la informando como sua filha vinha se comportando ultimamen-te saindo da sala sem pedir permissatildeo ao pro-fessor chegando atrasada agraves aulas apoacutes o re-creio (agraves vezes ateacute trinta minutos) namorando no corredor enfim demonstrando total desinteresse pelos estudos o que consequumlentemente provo-cou um baixo desempenho escolar que pode ser comprovado pelas uacuteltimas notas das provas do bimestre

Apoacutes o relato a supervisora solicitou agrave matildee da aluna informaccedilotildees de como a filha tem se comportado em casa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116666 --

RReessuummoo Entendendo a famiacutelia e a escola como sistemas em desenvolvimento que contecircm o sujeito tambeacutem em desenvolvimento este artigo apresenta uma reflexatildeo sobre a importacircncia da parceria da famiacutelia com a escola em relaccedilatildeo agraves dificuldades de aprendizagem e mudanccedilas de comportamento manifestadas pelos alunos O objetivo foi ressignificar o comportamento ldquodesvianterdquo do aluno na escola ressaltando suas potencialidades e possibilidades criando junto com professores supervisores alunos e famiacutelias um novo significado para esse desvio de comportamen-to

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A matildee da aluna com a aparecircncia de uma pessoa muito sofrida diz que a filha eacute uma pes-soa reservada pois natildeo tem o haacutebito de conver-sar sobre seus sentimentos E que somente uma uacutenica vez mostrou a nota baixa da prova de Ma-temaacutetica Nesse momento a supervisora inter-rompeu a fala da matildee e disse ldquoBem eu te cha-mei aqui para pedir a vocecirc que seja mais partici-pativa nessas questotildees escolares de sua filha acompanhe seus estudos verifique seus cader-nos trabalhos provas natildeo precisa ser algo diaacuterio mas pelo menos uma vez a cada quinze dias porque o objetivo prioritaacuterio de estar na escola eacute estudar Outras coisas ela pode fazer sem precisar estar aqui O fato de ela ter trecircs ocorrecircncias na escola jaacute era motivo para uma suspensatildeo mas como ela eacute uma aluna que nun-ca nos trouxe problema com indisciplina decidi-mos primeiro ter essa conversa com vocecircrdquo

Depois de uma pausa a matildee da aluna come-ccedilou a se emocionar com a situaccedilatildeo e disse agrave supervisora que sua filha tem passado por alguns problemas familiares mas em nenhum momen-to demonstrou interesse em comentar tais pro-blemas A supervisora percebendo a importacircncia do relato desses problemas familiares teve o cuidado de deixar essa matildee mais agrave vontade deixando-a perceber o quanto tal relato seria importante para ajudar sua filha a melhorar sua situaccedilatildeo escolar Assim a matildee natildeo se deixando intimidar relatou que seu marido pai da aluna estava preso recentemente por traacutefico de drogas E continuando sua fala disse ldquoEacuteramos uma famiacutelia normal eu achava que era feliz e que eu fazia meu marido feliz tiacutenhamos vinte anos de casamento iacuteamos agrave igreja e saiacuteamos para almo-ccedilar fora nos finais de semana Era um pai

presente dava carinho e conversava muito com as filhas sendo ouvido e respeitado pelas mes-mas No entanto um belo dia a poliacutecia bateu agrave porta de minha casa e disse que meu marido foi preso com uma prostituta por portarem uma sig-nificativa quantidade de drogas Mais tarde des-cobrimos que a prostituta era um caso do meu marido haacute dois anos Foi um choque tanto para mim quanto para minhas duas filhas Estamos decepcionadas e envergonhadas por essa situa-ccedilatildeordquo

Apoacutes o relato da matildee a supervisora pedagoacute-gica agradeceu-lhe pela coragem de relatar o problema e desejou-lhe muita forccedila para superar tal situaccedilatildeo Em seguida a disse que mudaria a forma de como se posicionar frente agrave aluna jaacute que seu desvio de comportamento era uma ques-tatildeo totalmente emocional

O caso foi passado para a vice-diretora e al-guns professores ou seja somente profissionais que estavam envolvidos na situaccedilatildeo com o obje-tivo de ajudar a aluna a melhorar seu lado emo-cional e consequumlentemente seu rendimento escolar

Diante do relato gostaria de refletir sobre a seguinte questatildeo O que seria dessa aluna se sua matildee natildeo tivesse comparecido agrave escola e relatado esse problema familiar A escola e a famiacutelia devem ser parceiras os pais natildeo preci-sam se envergonhar de admitir suas inseguran-ccedilas e pedir conselhos Ser flexiacutevel e saber de-senvolver a auto-estima desde a infacircncia eacute dar tranquumlilidade e seguranccedila para enfrentar desafios e situaccedilotildees novas

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EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell GGrraacciieellllee FFaalluubbaa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116688 --

VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116699 --

RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

AARRTTIIGGOO 2222

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117711 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

RReeffeerrecircecircnncciiaass

ldquoldquo OO CC AA SS OO EacuteEacute OO SS EE GG UU II NN TT EE rdquordquo

CCOO OO RR DD EE NN AA CcedilCcedil AtildeAtilde OO PP

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

AARRTTIIGGOO 2233

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117744 --

RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119966 --

O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 7: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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A matildee da aluna com a aparecircncia de uma pessoa muito sofrida diz que a filha eacute uma pes-soa reservada pois natildeo tem o haacutebito de conver-sar sobre seus sentimentos E que somente uma uacutenica vez mostrou a nota baixa da prova de Ma-temaacutetica Nesse momento a supervisora inter-rompeu a fala da matildee e disse ldquoBem eu te cha-mei aqui para pedir a vocecirc que seja mais partici-pativa nessas questotildees escolares de sua filha acompanhe seus estudos verifique seus cader-nos trabalhos provas natildeo precisa ser algo diaacuterio mas pelo menos uma vez a cada quinze dias porque o objetivo prioritaacuterio de estar na escola eacute estudar Outras coisas ela pode fazer sem precisar estar aqui O fato de ela ter trecircs ocorrecircncias na escola jaacute era motivo para uma suspensatildeo mas como ela eacute uma aluna que nun-ca nos trouxe problema com indisciplina decidi-mos primeiro ter essa conversa com vocecircrdquo

Depois de uma pausa a matildee da aluna come-ccedilou a se emocionar com a situaccedilatildeo e disse agrave supervisora que sua filha tem passado por alguns problemas familiares mas em nenhum momen-to demonstrou interesse em comentar tais pro-blemas A supervisora percebendo a importacircncia do relato desses problemas familiares teve o cuidado de deixar essa matildee mais agrave vontade deixando-a perceber o quanto tal relato seria importante para ajudar sua filha a melhorar sua situaccedilatildeo escolar Assim a matildee natildeo se deixando intimidar relatou que seu marido pai da aluna estava preso recentemente por traacutefico de drogas E continuando sua fala disse ldquoEacuteramos uma famiacutelia normal eu achava que era feliz e que eu fazia meu marido feliz tiacutenhamos vinte anos de casamento iacuteamos agrave igreja e saiacuteamos para almo-ccedilar fora nos finais de semana Era um pai

presente dava carinho e conversava muito com as filhas sendo ouvido e respeitado pelas mes-mas No entanto um belo dia a poliacutecia bateu agrave porta de minha casa e disse que meu marido foi preso com uma prostituta por portarem uma sig-nificativa quantidade de drogas Mais tarde des-cobrimos que a prostituta era um caso do meu marido haacute dois anos Foi um choque tanto para mim quanto para minhas duas filhas Estamos decepcionadas e envergonhadas por essa situa-ccedilatildeordquo

Apoacutes o relato da matildee a supervisora pedagoacute-gica agradeceu-lhe pela coragem de relatar o problema e desejou-lhe muita forccedila para superar tal situaccedilatildeo Em seguida a disse que mudaria a forma de como se posicionar frente agrave aluna jaacute que seu desvio de comportamento era uma ques-tatildeo totalmente emocional

O caso foi passado para a vice-diretora e al-guns professores ou seja somente profissionais que estavam envolvidos na situaccedilatildeo com o obje-tivo de ajudar a aluna a melhorar seu lado emo-cional e consequumlentemente seu rendimento escolar

Diante do relato gostaria de refletir sobre a seguinte questatildeo O que seria dessa aluna se sua matildee natildeo tivesse comparecido agrave escola e relatado esse problema familiar A escola e a famiacutelia devem ser parceiras os pais natildeo preci-sam se envergonhar de admitir suas inseguran-ccedilas e pedir conselhos Ser flexiacutevel e saber de-senvolver a auto-estima desde a infacircncia eacute dar tranquumlilidade e seguranccedila para enfrentar desafios e situaccedilotildees novas

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EEssccoollaa ee ffaammiacuteiacutelliiaa uummaa ppaarrcceerriiaa iimmpprreesscciinnddiacuteiacutevveell GGrraacciieellllee FFaalluubbaa

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116688 --

VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116699 --

RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117711 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117766 --

RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

RReeffeerrecircecircnncciiaa

ldquoldquo OO CC AA SS OO EacuteEacute OO SS EE GG UU II NN TT EE rdquordquo

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117799 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118888 --

RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

RReeffeerrecircecircnncciiaa

Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

RReeffeerrecircecircnncciiaa

tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119966 --

O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--223377 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 8: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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VYGOTSKY L S Formaccedilatildeo Social da Mente o desenvolvimento dos processos psicoloacutegicos superiores 6 ed Satildeo Paulo Martins Fontes 1998

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AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 116699 --

RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117711 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117744 --

RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118833 --

RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118855 --

RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 220011 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 9: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

AA iinnddiisscciipplliinnaa

Analisando a situaccedilatildeo educacional a indisci-plina estaacute presente no cotidiano brasileiro As atitudes de desrespeito para com os professores comprometendo a qualidade das aulas satildeo mar-cadas pelo comportamento inadequado dos alu-nos

Vaacuterios satildeo os tipos de alunos que satildeo reco-nhecidos pela indisciplina constante Como e-xemplo o aluno desrespeitador o aluno sem limites e o aluno desinteressado

Freller afirma que a indisciplina eacute uma das maneiras que as crianccedilas e os adolescentes tecircm

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Auuttoorraa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa Endereccedilo eletrocircnico helenamgsyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais pela PUC Minas

de comunicar que algo natildeo vai bem No entanto causa um baixo aproveitamento escolar Ela po-de ser considerada como um aviso de que o es-tudante natildeo estaacute integrado ao processo de ensi-no e aprendizagem como nos casos de indisci-plina devido agrave falta de compreensatildeo de conteuacute-dos e dificuldade em acompanhar determinada turma

O aluno que age com indisciplina pode ter dis-tuacuterbios psicopedagoacutegicos de natureza cognitiva ou de natureza comportamental

Vaacuterias suposiccedilotildees foram consideradas sobre a indisciplina como a estruturaccedilatildeo escolar no passado problemas psicoloacutegicos e sociais a permissividade da famiacutelia o desinteresse pela escola e o apelo de outros meios de informaccedilatildeo jaacute que atualmente as crianccedilas estatildeo expostas a diversas tecnologias atrativas que desviam sua atenccedilatildeo e as ocupam fazendo com que os estu-dos sejam considerados tempo perdido

Eacute muito importante a relaccedilatildeo de respeito entre professor e aluno eacute condiccedilatildeo necessaacuteria para o trabalho pedagoacutegico Independente do desinte-resse e da bagunccedila que logo se transformam em falta concentraccedilatildeo deve-se procurar superar o estigma de aluno-problema natildeo o colocando como empecilho para o trabalho pedagoacutegico

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RReessuummoo A indisciplina estaacute presente nas escolas comprome-tendo o rendimento educacional Manter a concen-traccedilatildeo nas aulas eacute uma dificuldade para os professo-res Vaacuterios satildeo os motivos das atitudes improacuteprias que geralmente satildeo reflexo da vida dos alunos Tanto os pais quanto os professores tecircm influecircncia na formaccedilatildeo das crianccedilas durante o percurso esco-lar

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117799 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118899 --

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

RReeffeerrecircecircnncciiaa

Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

RReeffeerrecircecircnncciiaa

tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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CCOO OO RR DD EE NN AA CcedilCcedil AtildeAtilde OO PP

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119966 --

O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--223377 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

AARRTTIIGGOO 3333

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

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RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 10: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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RReeffeerrecircecircnncciiaass A sociedade estaacute sempre em transformaccedilatildeo e a indisciplina eacute um aspecto agravado atualmen-te pela forma como as pessoas se posicionam no grupo Em outros tempos o aluno se compor-tava bem com medo do professor e das possiacuteveis puniccedilotildees Atualmente as escolas consideram rebeldia as transgressotildees agraves regras de convivecircn-cia ou a natildeo adequaccedilatildeo a um modelo ideal

O bem-estar do aluno influencia diretamente seu comportamento e a aprendizagem por isso deve-se sempre analisar a situaccedilatildeo de cada alu-no principalmente do que apresenta comporta-mento inadequado Vaacuterias podem ser as causas da indisciplina o importante eacute superar esse obs-taacuteculo em prol do processo de ensino-aprendizagem

AQUINO Julio Groppa Indisciplina na escola ndash Alternativas Teoacutericas e Praacuteticas Satildeo Paulo Summus 148 p FRELLER Ciacutentia Copit Histoacuterias da Indiscipli-na Escolar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo Edito-ra 251 p

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AA iinnddiisscciipplliinnaa HHeelleennaa MMaacuteaacuterrcciiaa GGuuiimmaarratildeatildeeess ddaa SSiillvvaa

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119966 --

O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 11: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo qquuee vvaaii aalleacuteeacutemm ddaa eessccoollaa

Acompanhando o estudo de caso do aluno Mikaelsup1 foi possiacutevel perceber as questotildees que dificultam o ritmo de aprendizagem em certas fases de desenvolvimento escolar

O aluno chegou ao atendimento no setor de psicopedagogia da escola no ano de 2007 com a queixa da professora de que se encontrava desa-tento desinteressado natildeo se relacionava mais com os colegas e dormia muito durante as aulas Com isso tinha dificuldades em se concentrar Esses aspectos foram observados nos atendi-mentos individuais e nas intervenccedilotildees em grupo

Mesmo com estiacutemulos Mikael evitava o con-tato com os outros e quando questionado sobre

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Auuttoorraa IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

seu comportamento sua resposta era um choro ldquodesesperadorrdquo Constatou-se que esse aluno trazia consigo marcas de conflitos existentes em sua casa

Os pais foram chamados para vaacuterias entrevis-tas no periacuteodo e continuam a ser acompanha-dos a matildee era quem mais participava A princi-pio natildeo falava muito sobre o caso do filho de-monstrando um certo receio de esclarecer a situ-accedilatildeo mas com o tempo acabou relatando que o filho presenciava muitas situaccedilotildees inadequadas para sua idade como o pai utilizando drogas com amigos dentro da proacutepria casa o pai vendendo drogas e ateacute espancando pessoas da comunida-de por causa das ldquodiacutevidas de drogasrdquo A colabo-raccedilatildeo da matildee em seu relato foi de suma impor-tacircncia para o desenvolvimento do trabalho com a crianccedila

Durante o trabalho realizado foi ressaltada para a matildee a importacircncia de se privar o psicoloacute-gico da crianccedila de traumas como os citados por ela e de resgatar a auto-estima do menino Esse trabalho tambeacutem foi realizado junto agrave professora nas intervenccedilotildees individuais e em trabalhos em grupo A elaboraccedilatildeo e o desenvolvimento do trabalho foram feitos pela professora do aluno (jaacute que essa atuava diariamente com ele) juntamen-te com o setor de psicologia

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo descrever o rela-to de uma crianccedila que possui dificuldades de aprendizagem Ela apresenta um comporta-mento desatento desinteressado de auto-exclusatildeo e sonolecircncia em sala de aula

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117744 --

RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

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O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117766 --

RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

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RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

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RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 220011 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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CCOO OO RR DD EE NN AA CcedilCcedil AtildeAtilde OO PP

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 12: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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Com o intuito de resgatar a auto-estima e a socializaccedilatildeo da crianccedila os profissionais envolvi-dos resolveram implantar na escola uma didaacutetica que na verdade auxiliaria a todos os alunos o luacutedico como auxilio pedagoacutegico diaacuterio O novo meacutetodo realmente fez com que o aluno ldquose abris-serdquo e se socializasse aos poucos

Segundo Kishimoto (2000) o fracasso eacute um sentimento comum nos alunos com qualquer problema poreacutem esse sentimento de incapaci-dade e desacircnimo pode ser substituiacutedo pelo sen-timento de auto-satisfaccedilatildeo e auto-estima Pelo prazer que o luacutedico proporciona o luacutedico eacute um recurso mediador que ajuda crianccedilas com difi-culdades de aprendizagem a se tornarem sujei-tos pensantes participantes e felizes ldquoO jogo eacute um meio eficaz para o educador conquistar a confianccedila da crianccedila reciacuteproca daquela que de-positamos nelardquo O educador deve sempre esti-mular as crianccedilas de modo que elas fiquem re-almente entusiasmadas e participativas

Tambeacutem foi sugerido pelo setor de psicologia que a crianccedila morasse com a avoacute materna que residia proacuteximo agrave matildee mas que tinha um preparo emocional e cultural melhor que a matildee naquele momento O filho natildeo poderia no entanto deixar de ter um contato diaacuterio com os pais mas aos poucos e nos momentos em que se pudesse criar uma situaccedilatildeo interessante para receber o menino como no momento de jantar ou de assis-tir a um filme juntos no intuito de resgatar a refe-recircncia de famiacutelia dessa crianccedila Notou-se que ele se apresentou um pouco mais ativo e participati-vo tanto na escola quanto na casa da avoacute

No iniacutecio deste ano (2008) a crianccedila come-ccedilou novamente a apresentar dificuldades na aprendizagem Nesse periacuteodo os pais vivencia-vam um processo de separaccedilatildeo no qual sempre envolviam a crianccedila Houve novamente a ne-cessidade de realizar vaacuterias seccedilotildees de diaacutelogo com a matildee e o filho pois nesse periacuteodo o pai natildeo queria mais comparecer agrave escola Foi um periacuteodo muito complicado para a crianccedila pois suas atitudes mudavam constantemente sem falar na agressividade que passou a ter com os colegas de classe e com a professora regente da turma Foi oferecido mais uma vez um trabalho em conjunto da escola com a matildee o filho e des-sa vez a avoacute materna

Atualmente nota-se que a crianccedila apresenta uma melhora em seu comportamento e em suas atitudes em relaccedilatildeo agrave professora aos colegas de turma e principalmente na aprendizagem ape-sar dos conflitos conjugais continuarem a existir

Nota-se que a presenccedila dos pais eacute de suma importacircncia para um bom desenvolvimento do aluno em sala de aula e que eacute preciso saber lidar com os sentimentos infantis de modo a con-duzi-los de maneira tranquumlila

Segundo Vygotsky (1998) o social tem gran-de valor na aprendizagem principalmente na educaccedilatildeo infantil que necessita de intervenccedilotildees pedagoacutegicas que ajude as crianccedilas a assimilar as formas sociais de atuaccedilatildeo para depois transferir a si mesma Para Vygotsky todas as funccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila aparecem duas ve-zes primeiro no niacutevel social e depois no niacutevel individual entre pessoas (interpsicoloacutegico) e depois no interior da crianccedila (intrapsicoloacutegico)

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

RReeffeerrecircecircnncciiaass

mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119966 --

O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 220011 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 13: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Conclui-se que pais e profissionais envolvidos no processo educacional da crianccedila devem tra-balhar em conjunto e que o relacionamento fami-liar eacute peccedila fundamental para o bom desenvolvi-mento do aluno em sala de aula Os pais satildeo auxiliadores na educaccedilatildeo de seus filhos no en-tanto devem preservar sua auto-estima e o psi-coloacutegico para que natildeo haja problemas em seu desenvolvimento afinal ldquoproblemas com a a-prendizagem eacute uma questatildeo que vai aleacutem da escolardquo E o bom professor natildeo eacute aquele que apenas passa seu conhecimento em sala de aula mas sim aquele que eacute capaz de perceber as dificuldades do aluno ldquolutardquo pelo seu bem estar atuando de forma positiva e construtiva tendo por objetivo eliminar sentimentos de inferi-oridade fracasso desconforto e desacircnimo para que se sinta estimulado e capaz de se restabele-cer diante de seus problemas

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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PPrroobblleemmaass ccoomm aa aapprreennddiizzaaggeemm uummaa qquueessttatildeatildeoo IacuteIacuterriiss BBaassttooss PPaaiixxatildeatildeoo

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

FRITAS Maria Tereza de Assunccedilatildeo Vygotsky um seacuteculo depois Juiz de Fora (MG) EDUFJF 1998104 p KISHIMOTO Tizuko Morchida (org) Jogo brin-quedo brincadeira e educaccedilatildeo Satildeo Paulo Cortez 2000 p 145 - 152

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117744 --

RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117766 --

RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

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Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

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RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 14: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa

ldquoAlbinismo eacute a ausecircncia parcial ou total do pigmento melanina na pele no cabelo e nos o-lhos Pessoas de pele clara e rosada olhos azul acinzentado ou roacuteseo-claro e cabelos esbranqui-ccedilados sofrem de albinismo uma patologia con-gecircnita em que os pais natildeo necessariamente albinos satildeo portadores do gene causador da doenccedila Na fecundaccedilatildeo se os dois genes se juntam as ceacutelulas do bebecirc natildeo satildeo programadas para produzir a melaninardquo

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Auuttoorraa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Ao comeccedilar a frequumlentar a escola regular Lauro sentiu na pele o que eacute ser desprezado pelos colegas Por sua aparecircncia e os cabelos brancos sofria constantemente com os apelidos pejorativos que alguns faziam questatildeo de lhe aplicar como lagartixa leite azedo e outros natildeo menos desagradaacuteveis E para piorar a situaccedilatildeo essa doenccedila ataca tambeacutem a visatildeo forccedilando o aluno a se posicionar bem proacuteximo do quadro para acompanhar as liccedilotildees ficando diversas vezes atrasado em suas atividades

Essa situaccedilatildeo incomodava tanto aos alunos quanto ao professor que resolveu procurar ajuda da coordenadora pedagoacutegica da escola O fato de Lauro quase nunca estar em atividades de grupo ou desportivas o excluiacutea daquilo que deve-ria ser algo simples de se contornar Diante dis-so a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tivessem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas

Com a ajuda de uma especialista foi marcada na escola a semana inclusiva na qual certamen-te seria discutida essa questatildeo dentre outras tatildeo emergentes e excludentes

Aconteceu que atraveacutes das palestras perce-beu-se que as pessoas que zombavam de Lauro natildeo entendiam as diferenccedilas e dificuldades en-

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RReessuummoo Satildeo muitos os atos de violecircncia praticados pelos seres humanos que natildeo conseguem se enxergar como iguais e ficam o tempo todo procurando moti-vos que discriminam raccedila condiccedilatildeo socioeconocircmi-ca preferecircncia sexual deficiecircncia e outros O jovem quase sempre procura um lugar de destaque entre os colegas e estes forccedilosamente procuram se adequar agraves normas ditadas pelo cabeccedila do grupo O caso relatado eacute de uma crianccedila com albinismo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

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Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 15: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

frentadas por um aluno albino por isso tornou-se necessaacuterio o esclarecimento de uma pessoa especializada que enfatizou o quanto as pessoas satildeo ofensivas ao outro e o quanto seria necessaacute-rio mudar esse quadro de indiferenccedila e exclusatildeo

O que constatamos apoacutes esses esclarecimen-tos eacute que os alunos foram aos poucos se apro-ximando e questionando como poderiam ajudar o colega Num primeiro momento se assentavam ao lado dele ditando a liccedilatildeo que se encontrava transcrita no proacuteprio caderno Compartilharam com ele o uso do boneacute em algumas ocasiotildees salientando que esse acessoacuterio natildeo faz parte do uniforme escolar

Quanto ao professor o seu dever era zelar pelo bom andamento das aulas e preocupar-se com o desenvolvimento acadecircmico de seus alu-nos visto que a mudanccedila em relaccedilatildeo a Lauro era bem visiacutevel Ressalto que isto natildeo ocorreu da noite para o dia pois o ser humano natildeo daacute o braccedilo a torcer assim tatildeo facilmente foi aconte-cendo gradativamente

Pais e professores perceberam que essa mu-danccedila na socializaccedilatildeo e a aceitaccedilatildeo do outro soacute vieram a contribuir para o desempenho escolar do aluno Hoje muitas crianccedilas com necessida-des especiais frequumlentam as escolas regulares pois independente das suas necessidades satildeo capazes de aprender como qualquer crianccedila

Disponiacutevel em ltwwwplanetavidacombrgt A-cesso em 16 maio 2008

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AA ccrriiaannccedilccedilaa aallbbiinnaa nnaa eessccoollaa ccoommuumm--iinncclluussiivvaa IIzzaabbeell CCrriissttiinnaa SStteeffaanneellllii SSiillvvaa CCaammppooss

RReeffeerrecircecircnncciiaa

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117799 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118811 --

RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118833 --

RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118855 --

RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118888 --

RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 16: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr

O rendimento escolar eacute um fator de grande re-levacircncia para as escolas uma vez que este eacute decisivo e necessaacuterio para a ldquoaprovaccedilatildeordquo de seus alunos

Uma referecircncia sobre o rendimento escolar pode ser lida no art 12 da LDB que determina que os estabelecimentos de ensino respeitadas as normas comuns e as do seu sistema de ensi-no teratildeo a incumbecircncia de a) elaborar e execu-tar sua proposta pedagoacutegica (inciso I) b) admi-nistrar seu pessoal e seus recursos materiais e financeiros (inciso II) e c) prover meios para a recuperaccedilatildeo dos alunos de menor rendimento

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Auuttoorraa JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

(Inciso V) Nesse sentido eacute papel da escola zelar por um bom rendimento do aluno contando com a colaboraccedilatildeo da famiacutelia

No entanto como a escola deve proceder pa-ra que tudo transcorra da maneira mais produ-cente

Essa questatildeo tem sido formulada por diversas instituiccedilotildees que visam agrave melhoria da qualidade de ensino mas tecircm se deparado com outros fatores que estatildeo indo aleacutem da ldquoobrigaccedilatildeordquo esco-lar ficando sobrecarregadas com assuntos e problemas que lhe transcendem por forccedila de transferecircncia de responsabilidades

Mas a questatildeo eacute o papel da escola natildeo eacute e-ducar

A educaccedilatildeo eacute sim o papel da escola no en-tanto os pais estatildeo direcionando para a escola toda a formaccedilatildeo do caraacuteter de seus filhos a questatildeo do respeito e os coacutedigos de comporta-mento (que jaacute deveriam vir na bagagem do aluno desenvolvidos no seu meio familiar)

Acresccedila-se a isso a questatildeo do baixo rendi-mento escolar que estaacute relacionada natildeo apenas agrave sala de aula mas a situaccedilotildees extra classe como problemas no meio familiar de alimenta-ccedilatildeo de transporte financeiros e de sauacutede

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RReessuummoo A questatildeo do rendimento escolar tem sido abordada em vaacuterios momentos por diversas escolas e famiacutelias no entanto como tratar esse assunto quando o caso decorre de doenccedila com o aluno Nesse senti-do como diagnosticar a causa do baixo rendimento escolar e fazer com que a questatildeo seja soluciona-da

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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OO RReennddiimmeennttoo EEssccoollaarr JJuulliiaannaa LLuuiizzaa ddaa CCoossttaa

BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117799 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118833 --

RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118855 --

RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 220011 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 17: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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Nesse contexto tem-se como exemplo uma situaccedilatildeo que foi vivida por uma escola da rede particular de ensino com um aluno que comeccedilou a apresentar uma queda em seu rendimento escolar que ateacute entatildeo era satisfatoacuterio para a famiacutelia e a escola aleacutem de dores de cabeccedila

O caso teve iniacutecio na 2ordf seacuterie do ensino fun-damental Apoacutes observaccedilotildees a professora rela-tou o caso agrave coordenadora que tomou providecircn-cias para solucionar as dificuldades do aluno Manteve conversas com os pais orientou um acompanhamento pedagoacutegico em casa e solici-tou uma avaliaccedilatildeo meacutedica

Passados 15 dias a matildee reuniu-se com a co-ordenadora para apresentar o resultado meacutedico O aluno estava bem e as dores de cabeccedila pode-riam ser devidas agrave visatildeo que seria solucionada a partir do uso de oacuteculos

O aluno foi acompanhado com mais atenccedilatildeo pela professora e pela coordenadora que passou a visitar mais a sala de aula e a conversar com frequumlecircncia com a professora particular do aluno cerca de uma vez por semana

Com o acompanhamento mais de perto o a-luno foi promovido mas seus problemas persisti-ram A coordenadora pediu entatildeo agrave professora que ldquopercebesserdquo quais eram as dificuldades que o aluno apresentava em sala analisou provas cadernos trabalhos etc

Apoacutes anaacutelise dos materiais notou-se que a grafia do aluno estava muito ruim letras fora de linha frases incompletas atividades sem fazer entre outros

A coordenadora sugeriu novamente aos pais que levassem o aluno ao meacutedico oftalmologista porque poderia ser alguma coisa mais seacuteria em relaccedilatildeo agrave visatildeo ou ao uso dos oacuteculos que o alu-no passara a usar na 2ordf seacuterie que parecia natildeo estar adiantando muito

Apoacutes vaacuterios exames o meacutedico diagnosticou uma doenccedila degenerativa na visatildeo (caso raro) A matildee apresentou o diagnoacutestico agrave coordenadora mas natildeo conformada disse que procuraria outro meacutedico para ter uma segunda opiniatildeo

O aluno foi para Satildeo Paulo fazer novos exa-mes e o primeiro diagnoacutestico foi confirmado De volta agrave escola a matildee conversou com a coorde-nadora e a professora regente do aluno explicou o caso que justificava todo o comportamento do seu filho e seu baixo rendimento nas aulas e lamentou muito pois um dia seu filho ficaraacute cego

Diante dos relatos tudo foi feito para que o aluno tivesse o melhor acompanhamento possiacute-vel Foi colocado mais agrave frente na sala e era a-companhado por uma funcionaacuteria que o ajudava na leitura das atividades

O aluno recebeu instruccedilotildees para os estudos e no final do ano conseguiu novamente ser promovido Chegou agrave 4ordf seacuterie com um compor-tamento melhor A coordenadora procurou apoio de uma escola especial para alunos com defici-ecircncia visual quanto ao modo de trabalhar com o aluno Comeccedilou a receber materiais amplia-dosadaptados que eram feitos pela escola espe-cial

O rendimento do aluno melhorou satisfatoria-mente mas seu grau de visatildeo diminuiacutea gradati-vamente As adaptaccedilotildees que a escola conseguia aos poucos providenciar abrangiam a todas as disciplinas

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

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o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118877 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118888 --

RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119966 --

O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--223377 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 18: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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A coordenadora acreditou que o caso estava ldquoresolvidordquo mas com uma situaccedilatildeo nova a ser pensada e trabalhada enquanto o aluno perma-necesse na escola

Nesse sentido em mais um encontro com os pais a coordenadora sugeriu que o aluno inicias-se o mais breve possiacutevel aulas de Braille uma vez que isso o ajudaria futuramente a conviver com a sua doenccedila que avanccedilava a cada dia

A sugestatildeo foi aceita e jaacute na 5ordf seacuterieEF o a-luno melhorou consideravelmente seu rendimen-to sua auto-estima estava em alta e estava con-formado com o seu diagnoacutestico

Questotildees como essas devem ser observadas com cuidado e atenccedilatildeo pela escola O acompa-nhamento escolar eacute algo que deve fazer parte do cotidiano de uma instituiccedilatildeo de ensino Por isso todo o corpo escolar tem que estar preparado para situaccedilotildees que requeiram uma pronta inter-venccedilatildeo que deveraacute ser compartilhada com a famiacutelia

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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BRASIL Lei de Diretrizes e Bases da Educa-ccedilatildeo Lei 939496 de 20 de dezembro de 1996

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

AARRTTIIGGOO 2255

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 117799 --

RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

SCCAA SS OO SS

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

RReeffeerrecircecircnncciiaass

mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

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RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 19: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr

Inuacutemeros satildeo os problemas que podem influ-enciar a aprendizagem dos alunos nos dias atu-ais Dentre eles destaca-se a hiperatividade que merece atenccedilatildeo especial pois muitas crianccedilas satildeo tidas por pais e educadores como preguiccedilo-sas indisciplinadas e natildeo conseguem aprender de modo eficiente os conteuacutedos trabalhados pelo professor Em casa causam desordem trazendo grande preocupaccedilatildeo aos seus familiares que natildeo sabem como lidar com a situaccedilatildeo

Topczewski (1999 p 41) esclarece que a hi-peratividade natildeo eacute um problema comportamental mas um transtorno mental com base orgacircnica o que significa que as crianccedilas natildeo tecircm controle sobre os sintomas

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Auuttoorraa JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess Endereccedilo eletrocircnico fagundesjussaraigcombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A Escola Ceacuteu Azulsup1 da rede municipal de en-sino localizada na periferia de Belo Horizonte eacute uma instituiccedilatildeo inclusiva aberta para receber alunos com necessidades educacionais especi-ais No entanto natildeo oferece condiccedilotildees satisfatoacute-rias para realizar um trabalho voltado para a in-clusatildeo Quanto ao corpo docente encontra-se despreparado para lidar com certas situaccedilotildees principalmente com alunos com distuacuterbio de hipe-ratividade

Miltonsup2 com 7 anos estaacute matriculado nessa escola na segunda seacuterie do Ensino Fundamental Atualmente faz acompanhamento com profissio-nais na aacuterea de neurologia e psicologia e possui um diagnoacutestico de hiperatividade Ele apresenta comportamentos excessivos diferenciados dos demais alunos sendo os mais frequumlentes falta de limites inquietaccedilatildeo constante dificuldades de aprendizagem e de socializaccedilatildeo Abandonado pelos pais quando nasceu foi acolhido pelo Con-selho Tutelar e atualmente reside em uma casa-lar acompanhado pelo pai social

Ao receber esse aluno a coordenadora peda-goacutegica da escola e a professora foram orientadas pelo responsaacutevel (pai social) sobre todo o pro-cesso o histoacuterico de vida familiar os comporta

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RReessuummoo Este artigo tem como objetivo conceituar o Transtor-no de Hiperatividade e compreender como esse distuacuterbio pode afetar a vida das crianccedilas no ambien-te escolar e familiar bem como a importacircncia de um trabalho conjunto famiacutelia e escola para melhor desenvolvimento e integraccedilatildeo do aluno hiperativo

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

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o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118877 --

NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 118888 --

RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 20: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da escola 2 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

RReeffeerrecircecircnncciiaass

mentos na escola anterior e a socializaccedilatildeo no ambiente familiar atual Ciente a escola acolheu o aluno sem no entanto proporcionar as devidas mudanccedilas no processo de seu desenvolvimento escolar e disciplinar agravando cada vez mais o seu comportamento indisciplinar e aprendizagem sendo constantemente rotulado com adjetivos negativos

Sem condiccedilotildees de proporcionar as interven-ccedilotildees necessaacuterias a escola deixa a desejar no que poderia contribuir para o desenvolvimento escolar e disciplinar desse aluno E o contexto familiar ambiente de constantes conflitos devido ao conviacutevio com outras crianccedilas com passado de desestruturaccedilatildeo familiar dificilmente proporcio-naraacute condiccedilotildees para o processo do tratamento e o progresso no desenvolvimento escolar

Cypel (2003 p 38) relata que a falta de viacutencu-lo de afetividade no contexto familiar favorece distorccedilotildees no desenvolvimento da crianccedila ex-pondo-a a distuacuterbios afetivos podendo gerar ansiedade depressatildeo e comportamentos do tipo desatenccedilatildeo ou hiperatividade

Faz-se portanto necessaacuterio realizar o diag-noacutestico o mais cedo possiacutevel para evitar sofri-mentos desnecessaacuterios ao aluno Por isso eacute preciso que o professor saiba diferenciar se um aluno estaacute com problemas de aprendizagem por natildeo conseguir prestar atenccedilatildeo devido agrave sua defi-ciecircncia ou se estaacute apenas brincando com o pro-blema e causando indisciplina

Nesse caso eacute importante a colaboraccedilatildeo da famiacutelia que deve estar ciente do que estaacute acon-tecendo com o aluno O papel da escola e da

famiacutelia eacute realizar um trabalho em parceria para ajudar no desenvolvimento do aluno Acredita-se que com o acompanhamento de um especialista e o auxiacutelio dos professores e dos familiares os alunos com hiperatividade teratildeo altas chances de melhorar seu desempenho escolar e alcanccedilar ecircxito nos seus relacionamentos o que facilitaraacute sua vida escolar familiar e social

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HHiippeerraattiivviiddaaddee nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr ee ffaammiilliiaarr JJuussssaarraa AAppaarreecciiddaa FFaagguunnddeess

CYPEL Saul A crianccedila com Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo e Hiperatividade ndash Atualizaccedilatildeo para Pais Professores e Profissionais da Sauacutede 2 ed Satildeo Paulo Lemos 2003 TOPCZEWSKI Abram Hiperatividade Como Lidar Satildeo Paulo Casa do Psicoacutelogo 1999

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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EE DD AA GG OacuteOacute GG II CC AA CC OO LL EE TT AcircAcirc NN EE AA DD EE EES TT UU DD OO SS DD EE

Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

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o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

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Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

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ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

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RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

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tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

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TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

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O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--223377 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

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informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess

VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

RReeffeerrecircecircnncciiaa

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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Page 21: Graduanda em Pedagogia com Ênfase em Necessidades ...portal.pucminas.br/graduacao/cursos/arquivos/ARE_ARQ_REVIS_ELE… · sobre o comportamento de seu filho. Disseram que ele era

FFoommee

Uma pessoa faminta natildeo eacute uma pessoa livre Eacute preciso em primeiro lugar conhecer as causas que levam agrave fome Muitos acham que as conhe-cem mas natildeo percebem que quando falam de-las se limitam muitas vezes a repetir o que tantos jaacute disseram e a apontar causas que natildeo tecircm nada a ver com o verdadeiro problema

As causas da fome no mundo satildeo vaacuterias natildeo podem ser reduzidas a uma soacute

O contexto social econocircmico e poliacutetico inter-fere no trabalho do professor e no processo de aprendizagem dos alunos Nos professores gera sentimentos de frustraccedilatildeo insatisfaccedilatildeo e anguacutes-tia porque natildeo conseguem desenvolver o que

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Auuttoorraa KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

planejam enfrentam situaccedilotildees imprevistas que desestabilizam o trabalho de sala de aula entre outras coisas Nos alunos gera dificuldades para a sua vida escolar pois desde cedo precisam trabalhar para ajudar no sustento da famiacutelia (a crianccedila apresenta desacircnimo cansaccedilo apatia dificuldades de atenccedilatildeo e concentraccedilatildeo) A siacuten-tese dos diferentes modos de viver esse contexto pelos sujeitos que o constituem se mostra na diferenccedila entre culturas e valores nos conflitos entre perspectivas de vida distintas etc

Assim o que ocorre em uma escola eacute diferen-te do que ocorre em outra porque cada cotidiano escolar eacute uacutenico e diferenciado uma vez que cada sujeito que o compotildee dota o seu espaccedilo as suas relaccedilotildees as suas vivecircncias de um sentido que lhe eacute proacuteprio

Vejamos o seguinte relato

ldquoA professora de uma primeira seacuterie leva um menino para a sala dos professores e diz que ele ainda natildeo havia tirado nem a mochila das costas quanto menos tinha iniciado o trabalho (jaacute eram quatorze horas e a aula havia iniciado agraves treze horas) e que ela natildeo queria vecirc-lo sem fazer nada a tarde inteirardquo

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RReessuummoo Este artigo aborda a questatildeo da alimentaccedilatildeo como fator importante no desenvolvimento escolar da crianccedila Uma crianccedila desnutrida ou subalimentada teraacute comprometimento na sua vida escolar sua situaccedilatildeo teraacute reflexos no trabalho a ser desenvolvido na sala de aula

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Disponiacutevel em lthttpmundoemissao fomesolu-caocombrgt Acesso em 15 maio 2008

RReeffeerrecircecircnncciiaa A coordenadora olhou para a diretora a pro-fessora ficou pensando sem momentaneamente saber o que fazer A diretora logo perguntou se ele havia almoccedilado O menino natildeo respondeu apenas encheu os olhos de laacutegrimas A diretora o levou para a cozinha e providenciou um prato de comida que ele comeu com uma fome de mui-tos dias Depois o garoto voltou para a sala de aula e trabalhou a tarde inteira Se fosse em outros tempos teriam de imediato colocado o aluno de castigo sem ao menos tentar descobrir porque ele natildeo queria realizar as tarefas em sala de aulardquo

Muitas crianccedilas vatildeo para a escola somente para merendar pois dentro de casa natildeo tecircm o que comer Uma crianccedila de barriga vazia natildeo se desenvolve tem o raciociacutenio lento apresenta dificuldades A escola eacute um lugar considerado pela crianccedila como uma segunda casa Apesar de caminhar horas para chegar agrave escola a crianccedila encontra forccedilas pois receberaacute na escola comida aacutegua e conhecimento

A forma de olhar situaccedilotildees conflitantes na es-cola vem ressaltar a necessidade de considerar-mos os diferentes sujeitos nela envolvidos Cada aluno por exemplo tem a sua histoacuteria e natildeo haacute como adotar uma mesma atitude para todos Diante do aluno problemaacutetico devemos parar olhar e escutar para depois agirmos Eacute importan-te o lugar ou seja a posiccedilatildeo de onde se olha e como se olha pois a avaliaccedilatildeo depende da posi-ccedilatildeo que assumirmos para olhar e observar o acircngulo que queremos

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FFoommee

KKaarriinnee DDuuaarrttee AAssssiiss

DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa

Segundo Roman ldquoO TDAH ndash Transtorno do Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute um transtorno neurobioloacutegi-co de causas geneacuteticas e ambientais que surge na infacircncia e costuma acompanhar o indiviacuteduo por toda a sua vida Costuma acometer de 3 a 5 de crianccedilasrdquo

Williamsup1 tem 9 anos e estaacute repetindo a 2ordf seacute-rie do ensino fundamental Eacute aluno da escola desde o ano passado Observando-o percebia-se sua agitaccedilatildeo seu desinteresse pela escola estava aumentando apresentava-se mais dis-perso natildeo conseguia se concentrar por muito tempo A professora desenvolvia atividades dife-

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Auuttoorraa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

renciadas para que ele tivesse mais concentra-ccedilatildeo poreacutem natildeo obtinha retorno A famiacutelia foi chamada agrave escola para tomar conhecimento de toda situaccedilatildeo e informar como era o comporta-mento dele em casa Por duas vezes a reuniatildeo teve que ser desmarcada pois o trabalho dos pais impedia o comparecimento

Apoacutes trecircs semanas os pais compareceram agrave escola A pedagoga falou sobre o comportamen-to agitado e algumas vezes aeacutereo do aluno Segundo a coordenadora o pai classificou o filho como mimado e culpou a matildee ela justificou que por trabalhar fora muitas horas por dia tenta suprir sua ausecircncia com presentes e deixando-o fazer o que quer Reconhece que estaacute errada mas vai tentar mudar a maneira de agir Em ca-sa William tambeacutem natildeo aceita limites e em al-guns momentos chega a ser agressivo A coor-denadora falou da importacircncia do carinho e da presenccedila dos pais mesmo que seja por poucas horas por dia e da ajuda no para-casa porque o aluno com deacuteficit de atenccedilatildeo tem dificuldades de realizar sozinho suas tarefas Outros cuidados recomendados satildeo olhar todos os dias o cader-no conversar com o aluno sobre

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RReessuummoo O presente artigo tem por objetivo apresentar um estudo de caso realizado em uma escola puacuteblica de Contagem com um aluno da 2ordf serie que apresen-tava sinais de deacuteficit de atenccedilatildeo durante as aulas natildeo gostava de cumprir suas atividades escolares encontrava dificuldade em aceitar limites e natildeo pres-tava atenccedilatildeo nas aulas

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ROMAN T ROHDE Luiz Augusto HUTZ MH Etiologia do transtorno de deacuteficit de atenccedilatildeohiperatividade

RReeffeerrecircecircnncciiaa

o seu dia na escola contar histoacuteria na hora de dormir para que ele sinta que tem em quem se apoiar O acompanhamento psicoloacutegico tambeacutem foi indicado pois os pais relataram que o filho presenciava brigas do casal natildeo eram frequumlen-tes mas aconteciam A escola propocircs que o alu-no fizesse reformo escolar no horaacuterio fora de aula praticasse alguma atividade fiacutesica como judocirc para trabalhar a disciplina

Algumas atividades foram elaboradas de a-cordo com a sua necessidade um projeto foi montado com a turma sobre animais e cada um ficou responsaacutevel por falar sobre determinado animal Os alunos foram levados ao zooloacutegico e depois pesquisaram sobre os bichos ele foi o que mais se destacou

Atualmente nota-se diferenccedila no William a professora o coloca para ajudar os colegas e sua concentraccedilatildeo estaacute sendo trabalhada dia-a-dia seus pais se envolveram mais e a turma jaacute notou a diferenccedila Segundo a coordenadora ainda temos muito para trabalhar com esse aluno mas os resultados jaacute satildeo visiacuteveis

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

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DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo eemm ssaallaa ddee aauullaa KKaarriinnee GGoommeess ddee JJeessuuss

OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa

Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

Os casos de Dificuldade de Aprendizagem satildeo decorrentes de fatores que comprometem o rendimento mental como um todo Natildeo estaacute mais em destaque o interesse do aluno na escola mas sobretudo uma incapacidade de trabalhar mentalmente as informaccedilotildees Em graus variaacute-veis esta inibiccedilatildeo geral torna o indiviacuteduo apaacutetico desinteressado desmotivado com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda da capacidade de raciociacutenio e de tomar iniciativas As crianccedilas natildeo conseguem

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Auuttoorraa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

acompanhar o curriacuteculo estabelecido pela escola e porque ldquofracassamrdquo satildeo rotuladas como ldquopro-blemaacuteticasrdquo ldquomalcriadasrdquo ldquoindisciplinadasrdquo ldquoir-responsaacuteveisrdquo ldquofracasrdquo e equivocadamente ldquopouco inteligentesrdquo

A caracteriacutestica principal das dificuldades de aprendizagem eacute a desatenccedilatildeo que pode se ma-nifestar tanto em situaccedilotildees escolares quanto sociais As crianccedilas que possuem esse transtor-no podem natildeo prestar muita atenccedilatildeo a detalhes e cometer erros grosseiros por falta de cuidado nos trabalhos escolares ou em outras tarefas Elas tecircm dificuldade para manter a atenccedilatildeo em ativi-dades luacutedicas e consideram difiacutecil persistir nas atividades ateacute o teacutermino

Normalmente essas crianccedilas datildeo a impres-satildeo de estarem com a mente em outro local ou de natildeo estarem escutando o que estaacute sendo dito e frequumlentemente elas natildeo atendem a solicita-ccedilotildees ou instruccedilotildees

Natildeo se pode estabelecer uma regra geral e inflexiacutevel atribuindo a todos os casos de DA um mesmo diagnoacutestico ou um enfoque generaliza-dor Nem sempre existem provas cliacutenicas de que as causas para DA possam ser identificadas objetivamente Muitas vezes as tentativas de se

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RReessuummoo Este artigo trata do problema de alunos com DA ndash dificuldades de aprendizagem As mani-festaccedilotildees no contexto escolar e as accedilotildees a serem desenvolvidas para dar assistecircncia a esses alunos

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estabelecer diagnoacutesticos para avaliar esses pro-blemas servem para encobrir outras incompetecircn-cias pedagoacutegicas Por isso cada caso deve ser avaliado particularmente incluindo na avaliaccedilatildeo o entorno familiar e escolar

Alicia Fernandez (1990) em vaacuterios momentos do seu livro A Inteligecircncia Aprisionada diz

ldquoSe pensarmos no problema de aprendizagem como soacute derivado do organismo ou soacute da Inteli-gecircncia para sua cura natildeo haveria necessidade de recorrer agrave famiacutelia Se ao contraacuterio as pato-logias no aprender surgissem na crianccedila ou a-dolescente somente a partir de uma funccedilatildeo e-quilibradora do sistema familiar natildeo necessita-riacuteamos para seu diagnoacutestico e cura recorrer ao sujeito separadamente de sua famiacutelia Ao con-siderar o sintoma como resultante da articula-ccedilatildeo construtivista do organismo corpo inteli-gecircncia e a estrutura do desejo incluiacutedo no meio familiar (e determinado por ele) no qual seu sin-toma tem sentido e funcionalidade [] eacute que podemos observar o possiacutevel ldquoatraperdquo da inteli-gecircnciardquo

Eacute preciso considerar os efeitos emocionais que essas dificuldades acarretam Se o rendi-mento escolar for sofriacutevel a crianccedila talvez seja vista como um fracasso pelos professores ou ateacute mesmo pela famiacutelia Infelizmente muitas dessas crianccedilas desenvolvem uma auto-estima baixa que poderia ser evitada se a famiacutelia lhe desse um suporte emocional e a escola fosse adequada com professores bem preparados

A 1ordf seacuterie eacute muito importante na vida escolar de uma crianccedila pois eacute nessa fase que eacute inserida de uma forma relevante a alfabetizaccedilatildeo O edu-cador precisa ter certo cuidado e o contexto es-colar precisa fornecer uma base forte pois so-mente com um alicerce firme e bem estruturado o aluno conseguiraacute ter sucesso nas seacuteries futu-ras

Andreacuteia apresenta uma DA preocupante isso justifica a sua repetecircncia na 1ordf seacuterie O fator mais agravante eacute que ela sequer escreve o proacuteprio nome visto que a maioria alunos chega agrave idade escolar natildeo alfabetizados entretanto o primeiro nome satildeo capazes de transcrever

Strick e Smith (2001) ressaltam que o ambien-te domeacutestico exerce um importante papel para determinar se qualquer crianccedila aprende bem ou mal As crianccedilas que recebem um incentivo cari-nhoso durante toda a vida tendem a ter atitudes positivas tanto sobre a aprendizagem quanto sobre si mesmas Essas crianccedilas buscam e en-contram modos de contornar as dificuldades mesmo quando satildeo bastante graves

Em consequumlecircncia do fracasso escolar devido agrave inadequaccedilatildeo para a aprendizagem a crianccedila eacute envolvida por sentimentos de inferioridade frus-traccedilatildeo e perturbaccedilatildeo emocional o que torna sua auto-imagem anulada principalmente se esse sentimento jaacute foi instalado no seu ambiente de origem Se o clima dominante no lar eacute de tensotildees e preocupaccedilotildees constantes provavelmente a crianccedila se tornaraacute tensa com tendecircncia a au-mentar a proporccedilatildeo dos pequenos fracassos e preceitos proacuteprios da contingecircncia da vida huma-na

A escola tem uma tarefa relevante no resgate da auto-imagem distorcida da crianccedila por ter uma concepccedilatildeo socialmente transmissora de educaccedilatildeo e de cultura que transcende as habili-dades educacionais familiares aleacutem da respon-sabilidade e competecircncia em desvendar para a crianccedila o significado e o sentido do aprender

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OO ccaassoo AAnnddrreacuteeacuteiiaa LLiiddeerrllaannee FFeerrnnaannddeess ddooss SSaannttooss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute O uso de alguns softwares educacionais con-

tribuiu no trabalho deixando a aluna mais inte-ressada em aprender mas o fator humano estaacute acima de qualquer outro recurso Sem que o professor compreenda que necessita conhecer o aluno entender suas dificuldades e se dispor a procurar meios de contribuir com ele nenhum tipo de recurso faraacute algo sozinho

Uma situaccedilatildeo intrigante que vale ressaltar no caso de Andreacuteia eacute que a Orientadora Educacio-nal teve um poder maior que a supervisora sobre o caso pois trocou a aluna de sala Mesmo sa-bendo do contexto atual e da reprovaccedilatildeo da pes-quisadora natildeo houve diaacutelogo com o corpo do-cente A aluna com DA apresentou progressos com o uso do computador no entanto sofreu uma brusca ruptura que foi a separaccedilatildeo da pro-fessora e dos colegas aos quais jaacute estava adap-tada

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1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

FERNANDEZ A A inteligecircncia aprisionada Abordagem psicoloacutegica cliacutenica da crianccedila e sua famiacutelia Porto Alegre Artes Meacutedicas 1990 STRICK C e SMITH L Dificuldades de a-prendizagem de A a Z ndash Um guia completo para pais e educadores Porto Alegre ARTMED 2001

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo

Um fato que ainda preocupa cada vez mais coordenadores professores e pais eacute a praacutetica do ldquobullyingrdquo nas escolas Esse tipo de comporta-mento causa maacutegoa e costuma deixar marcas no indiviacuteduo Soma-se a isso o grave preconceito racial teoricamente abolido mas presente de forma excludente e sarcaacutestica na sociedade

Diante da diversidade do brasileiro natildeo haacute como definir um soacute padratildeo de beleza para este povo que eacute certamente o mais misturado do mundo Toda pessoa independente da cor da raccedila ou da etnia tem suas qualidades e seu jeito de ser bonito Foi pensando assim que a coorde-

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Auuttoorraa MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa Graduanda do Curso de Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais da PUC Minas

nadora de uma escola da regiatildeo metropolitana de Belo Horizonte decidiu promover oficina e pales-tra na escola depois de um estudo de caso refe-rente a apelidos

Uma aluna de 11 anos 5ordf seacuterie do ensino fundamental muito extrovertida e estudiosa pas-sou a se isolar e a faltar agraves aulas por um bom tempo A professora de matemaacutetica sempre atenta e preocupada com o baixo rendimento da referida aluna levou o caso agrave coordenaccedilatildeo que por sua vez procurou averiguar o que poderia estar acontecendo A aluna foi chamada para uma conversa Perguntada sobre o porquecirc da-quela apatia afirmou natildeo ser nada Entatildeo seus pais foram convocados para um diaacutelogo A matildee compareceu e desconhecia o fato da preacute-adolescente estar arredia Insistente a coorde-nadora levou o caso agrave psicoacuteloga da escola que depois de duas sessotildees descobriu que o pro-blema era baixa auto-estima e que a imagem que a aluna fazia de si mesma era resultado de brin-cadeiras de mau gosto de alguns colegas que reunidos em grupinhos escolheram-na para im-plicar praticando ldquobullyingrdquo ao pocircr apelidos e destacando detalhe de sua aparecircncia por ser negra

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RReessuummoo A atenccedilatildeo dos docentes a compreensatildeo pelo senti-mento de quem sofre ldquoBullyingrdquo e o desenvolvimento de um trabalho curricular satildeo atitudes que contribu-em para cessarem os atos de intimidaccedilatildeo melhorar a auto-estima dos alunos-alvo e demonstrar aos demais que essa praacutetica natildeo eacute tolerada no ambiente escolar

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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NETO AA SAAVEDRA LH Diga natildeo para o ldquobullyingrdquo Rio de Janeiro Abrapia 2003

RReeffeerrecircecircnncciiaa

Segundo Lopes e Saavedra (2003) ldquobullyingrdquo eacute um fenocircmeno complexo de difiacutecil soluccedilatildeo que exige envolvimento e compromisso de todos os componentes da comunidade escolar Eacute um indi-cador de risco para comportamentos agressivos Suas caracteriacutesticas satildeo comportamentos dano-sos e deliberados geralmente repetitivos por um determinado periacuteodo de tempo Para os agredi-dos eacute difiacutecil se defender o que pode levaacute-los agrave depressatildeo e agrave intenccedilatildeo suicida para os que a-gridem eacute difiacutecil aprender novos comportamentos socialmente aceitos

Diante disso a coordenadora percebeu que era preciso fazer com que aqueles alunos tives-sem um novo olhar sobre si mesmos e sobre os colegas uma vez que a populaccedilatildeo brasileira eacute praticamente formada por trecircs etnias indiacutegena europeacuteia e africana ndash grupos de pessoas que tecircm caracteriacutesticas fiacutesicas liacutenguas religiotildees e manei-ras de agir diferentes uma das outras Os alunos deveriam se reconhecer como resultado da mis-cigenaccedilatildeo que originou o povo brasileiro Para isso foi instituiacutedo na escola um dia para esclare-cer duacutevidas sobre a formaccedilatildeo do povo brasileiro Foi convidado um historiador para ministrar uma palestra seguida de uma oficina em que os alu-nos escreveriam num papel todo sentimento ruim (raiva inveja e ciuacuteme) em relaccedilatildeo ao proacuteximo e na presenccedila do adulto esse papel seria queima-do

O resultado segundo a coordenadora foi constatado nos trabalhos interdisciplinares duran-te o semestre Ela percebeu que a prevenccedilatildeo e o controle puderam ser obtidos com o desenvolvi-mento de um trabalho continuado referente ao respeito agraves pessoas e ao conhecimento agrega-do ao curriacuteculo inserido como tema transversal e

permanente em todos os momentos da vida es-colar A ajuda veio com o conhecimento da nossa histoacuteria e da constituiccedilatildeo do povo brasileiro e com dinacircmicas que focalizaram o respeito muacutetuo e a liberdade de expressatildeo possibilitando que os alunos expusessem seus sentimentos aos cole-gas Essas dinacircmicas foram sempre dirigidas pela psicoacuteloga favorecendo-se com isso o ces-samento dos atos de intimidaccedilatildeo e melhorando a auto-estima dos alunos-alvo

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

ldquoldquoBBuullllyyiinnggrdquordquo MMaarriiaa AAppaarreecciiddaa SSoouussaa

SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn

Em 1866 John Langdon Down um estudioso influenciado pelas teorias evolucionistas da eacutepo-ca notou que havia semelhanccedilas nas fisionomias de certas crianccedilas com atraso mental Utilizou o termo mongolismo para descrevecirc-los baseado no aspecto dos olhos que guardavam semelhan-ccedilas com os olhos dos mongoacuteis com conotaccedilatildeo depreciativa pois John como todo evolucionista acreditava na superioridade das raccedilas e os por-tadores da Siacutendrome eram considerados perten-centes a ldquoraccedilas inferioresrdquo Somente em 1958 o geneticista Jerome Lejeune verificou que na Siacutendrome ao inveacutes de 46 cromossomos as ceacutelu-las recebem 47 e esse cromossomo a mais se liga ao par 21 surgindo entatildeo o termo Trissomia do 21 Como forma de homenagear o Dr John o Dr Jerome deu agrave anomalia o nome de Siacutendrome

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Auuttoorraa MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

de Down Ao que parece a Siacutendrome de Down eacute a primeira causa conhecida de retardo mental de origem geneacutetica nas populaccedilotildees humanas Uma em cada 700800 crianccedilas nasce com a Siacutendro-me

Em uma escola particular de Belo Horizonte Luciacutelia de 17 anos com Siacutendrome de Down eacute matriculada e frequumlenta a escola haacute mais de 3 anos Ateacute o momento natildeo eacute alfabetizada somen-te escreve seu proacuteprio nome e o nome de seus pais e irmatildeos

A matildee desmotivada por sua filha natildeo apre-sentar qualquer avanccedilo ao longo desses anos marcou uma reuniatildeo com a coordenaccedilatildeo e a direccedilatildeo para saber por que sua filha ateacute o mo-mento natildeo sabe ler e qual eacute a forma de ensino aplicada a ela

Nessa reuniatildeo a matildee verificou que a coorde-nadora pedagoacutegica nunca tinha trabalhado com a inclusatildeo apesar de estar haacute muitos anos no mercado o mesmo acontecendo com seus pro-fessores e que sua filha apesar de natildeo acom-panhar a turma natildeo recebia os mesmos materi-ais que os demais alunos mesmo tendo pagado por eles no ato da matriacutecula

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119900 --

RReessuummoo Este artigo relata sobre o processo de inclusatildeo de uma aluna com Siacuten-drome de Down numa escola particular de Belo Horizonte

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RReeffeerrecircecircnncciiaa

Apoacutes a reuniatildeo a matildee muito decepcionada com a escola em relaccedilatildeo agrave posiccedilatildeo diante da inclusatildeo resolveu dar um tempo para que a es-cola se adequasse para poder trabalhar com a inclusatildeo considerando se tratar de uma escola bem conceituada mas que em relaccedilatildeo agrave inclu-satildeo deixava muito a desejar

A direccedilatildeo da escola apoacutes a reuniatildeo com a matildee da aluna resolveu pagar cursos e palestras para seus profissionais se capacitarem para tra-balhar com a inclusatildeo A coordenadora pedagoacute-gica por sua vez se comprometeu desenvolver com os professores projetos e atividades que venham oferecer a essa aluna mais aprendizado e autonomia pois os demais alunos natildeo intera-gem muito com ela

A coordenaccedilatildeo pedagoacutegica tambeacutem realizou uma reuniatildeo com os pais dos demais alunos para conscientizaacute-los sobre o que seraacute realizado com a turma para que realmente seja feita a inclusatildeo da aluna em todos os aspectos

Apoacutes essas mudanccedilas a matildee voltou agrave escola e expressou a sua satisfaccedilatildeo desejando que esse ritmo de mudanccedila se mantivesse e se es-tendesse agraves demais unidades da escola pois natildeo era somente nessa unidade que havia casos de inclusatildeo Sugeriu ainda que a coordenaccedilatildeo sempre que necessaacuterio realizasse projetos e atividades que venham conscientizar os demais alunos sobre a diversidade considerando que cada um apesar de suas limitaccedilotildees e dificulda-des eacute capaz de realizar suas atividades em seu tempo

DIAS Maria da Salete Ferreira Disponiacutevel em lthttpwwwmuitoespecialcombrlista_colunasaspconteudo=938gt Acesso 20052008

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SSiacuteiacutennddrroommee ddee DDoowwnn MMaarriieellllee RRoocchhaa PPeerreeiirraa

IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo

A aluna Melainesup1 foi matriculada na escola em 2005 quando iniciou a 1ordf seacuterie do ensino funda-mental Tinha 7 anos e apresentava um compor-tamento diferenciado das crianccedilas da mesma faixa etaacuteria Demonstrava muitas limitaccedilotildees nos aspectos cognitivo (leitura e escrita raciociacutenio loacutegico-matemaacutetico memorizaccedilatildeo e concentra-ccedilatildeo) e comportamental quanto agraves habilidades adaptativas de nossa vida praacutetica como por exemplo dificuldades de convivecircncia seguir regras eou instruccedilotildees usar banheiro se expres-sar de maneira clara entre outros

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Auuttoorraa MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa Endereccedilo eletrocircnico lilapradosyahoocombr Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

De acordo com o relato da coordenadora pe-dagoacutegica foi e tem sido difiacutecil a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave deficiecircncia da filha A matildee acre-dita que a filha tem o mesmo desenvolvimento das outras crianccedilas o que sem duacutevida dificulta o trabalho da escola Para as professoras foi e tem sido difiacutecil trabalhar com a aluna principal-mente em relaccedilatildeo a regras e valores pois a famiacute-lia parece protegecirc-la e fazer tudo para a filha o que faz com que ela seja bastante dependente Uma das atitudes da escola foi disponibilizar um profissional para acompanhar Melaine durante as atividades poreacutem esse profissional natildeo estaacute presente em todos os momentos ateacute porque ela precisa adquirir confianccedila e autonomia

Outro aspecto que tem promovido avanccedilos eacute em relaccedilatildeo aos apoios especializados que Melai-ne recebe de psicoacutelogo fisioterapeuta e fonoau-dioacutelogo Esses profissionais trabalham em parce-ria com a escola Sem duacutevida a comunicaccedilatildeo entre eles eacute de fundamental importacircncia As ati-vidades de Melaine satildeo adaptadas ao seu niacutevel cognitivo e a avaliaccedilatildeo eacute processual e se faz a todo o momento A escola utiliza o portifoacutelio como um instrumento que contribui no processo de avaliaccedilatildeo Nota-se que a aluna tem uma rotina muito diferenciada das outras crianccedilas pois natildeo

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119922 --

RReessuummoo O presente artigo retrata a realidade de uma escola particular situada na regiatildeo de Venda Nova em Belo Horizonte ao incluir uma aluna com Deficiecircncia Mental Apresentamos as accedilotildees e atividades promo-vidas pela escola visando agrave inclusatildeo dessa aluna Durante todo processo um dos grandes desafios tem sido trabalhar a aceitaccedilatildeo da famiacutelia quanto agrave condiccedilatildeo da filha uma vez que recebeu o diagnoacutesti-co devido agrave intervenccedilatildeo da escola

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute 1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade da aluna

RReeffeerrecircecircnncciiaa

tem tempo para brincar devido agrave demanda das atividades que precisa cumprir A escola ainda natildeo se encontra efetivamente preparada para lidar com essa situaccedilatildeo pois de acordo com a coordenadora pedagoacutegica tem-se muito que realizar em termos de adaptaccedilotildees para promover o desenvolvimento pedagoacutegico da aluna

A coordenadora acrescentou em sua fala que tem tentado convencer a matildee de que o melhor para a filha seria uma escola especial pois ela defende que laacute Melaine teria as suas habilidades desenvolvidas A escola tem percebido que os avanccedilos satildeo pequenos e lida com a difiacutecil ques-tatildeo de reter ou natildeo a aluna que atualmente estaacute na 4ordf seacuterie do ensino fundamental

De acordo com Menicucci (2004) a educaccedilatildeo inclusiva eacute uma conquista que vai facilitar que as vivecircncias passem a fazer parte do cotidiano das pessoas com necessidades especiais A inclusatildeo escolar significa uma inclusatildeo muito maior a inclusatildeo social A luta pela inclusatildeo e pelo respei-to agrave diversidade se fortalece e faz crescer a bus-ca por uma escola capaz de atender a todos os alunos respeitando-os buscando apoio pedagoacute-gico cliacutenico parceria com oacutergatildeos puacuteblicos en-fim tudo o que for necessaacuterio para propiciar o desenvolvimento desses indiviacuteduos

Em relaccedilatildeo agrave aceitaccedilatildeo dela com as outras crianccedilas pode-se perceber que Melaine eacute muito querida por todos poreacutem a aluna prefere solicitar ajuda dos colegas para realizar suas tarefas a realizaacute-las sem auxilio Por sua vez os colegas sempre atendem ao pedido de Melaine por a-creditarem que ela natildeo eacute capaz de fazer nada sozinha

Apesar de todos os esforccedilos percebe-se que ainda existe certa precariedade no processo de inclusatildeo Precariedade que natildeo eacute exclusiva da escola mas do processo como um todo Cabe ressaltar que a escola natildeo estaacute preparada para lidar com a questatildeo principalmente porque a famiacutelia natildeo aceita a condiccedilatildeo da filha Outro as-pecto verificado eacute que a escola se sente insegura em trabalhar com a aluna Contudo pode-se concluir que a inclusatildeo vem acontecendo em pequenas doses homeopaacuteticas entre erros e acertos

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IInncclluussatildeatildeoo UUmm ggrraannddee ddeessaaffiioo MMaarriacuteiacutelliiaa AAppaarreecciiddaa PPrraaddoo SSiiqquueeiirraa

MENICUCCI Maria do Carmo Educaccedilatildeo Espe-cial Inclusiva Perspectivas Atuais em Educaccedilatildeo Especial da exclusatildeo agrave inclusatildeo 2004 (Mimeo)

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa

O Transtorno de Conduta eacute um dos transtor-nos psicoloacutegicos mais frequumlentes na infacircncia e um dos maiores motivos de encaminhamento ao psicoacutelogo infantil

Na classificaccedilatildeo Internacional de Doenccedilas ndash CID 10 (1993) tal transtorno eacute descrito como um padratildeo repetitivo e persistente de conduta anti-social agressiva ou desafiadora com violaccedilatildeo de normas sociais ou direitos individuais Os sinais dessa problemaacutetica satildeo assimilados pelo discur-so (psico)pedagoacutegico como decorrentes de uma ldquofalta de limitesrdquo na educaccedilatildeo ou de uma ausecircn-cia real da figura paterna na dinacircmica familiar

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Auuttoorraa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass Endereccedilo eletrocircnico michellemteixeirahotmailcom Psicoacuteloga e Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela Pontifiacutecia Universidade Catoacutelica de Minas Gerais (PUC Minas)

Os sintomas do Transtorno de Conduta sur-gem no periacuteodo compreendido entre o iniacutecio da infacircncia e a puberdade e podem persistir ateacute a idade adulta Eventos de vida podem favorecer a persistecircncia do comportamento anti-social na adolescecircncia e na idade adulta O ambiente es-colar dependendo de suas caracteriacutesticas pode incentivar ou desestimular o comportamento anti-social

O Transtorno de Conduta estaacute frequumlentemen-te integrado ao Transtorno de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Hiperatividade (TDAH) e a Transtornos das Emoccedilotildees (ansiedade depressatildeo obsessatildeo-compulsatildeo) Tambeacutem se associa a baixo rendi-mento escolar e a problemas de relacionamento com colegas trazendo limitaccedilotildees acadecircmicas e sociais ao indiviacuteduo

Os fatores agregados ao comportamento anti-social na infacircncia na maioria dos casos satildeo receber cuidados maternos e paternos inadequa-dos viver em meio agrave discoacuterdia conjugal ser cria-do por pais agressivos e violentos ter matildee com problemas de sauacutede mental residir em aacutereas urbanas e ter niacutevel socioeconocircmico baixo

Os sinais satildeo mais observados no sexo mas-culino e compreendem os seguintes comporta-mentos niacuteveis excessivos de brigas ou intimida-

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119944 --

RReessuummoo Vaacuterios quadros psicopatoloacutegicos podem ser identifi-cados na infacircncia Normalmente tais problemaacuteticas satildeo focalizadas no contexto escolar e entre esses quadros encontra-se com frequumlecircncia o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta O presente artigo relata o estudo de caso de uma crianccedila com esse diagnoacutesti-co e apresenta as principais caracteriacutesticas do Transtorno de Conduta

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ccedilatildeo crueldade com animais ou outras pessoas destruiccedilatildeo grave de propriedades comportamen-to incendiaacuterio roubo mentiras repetidas cabular aulas ou fugir de casa birras incomuns frequumlen-tes e graves comportamento provocativo desa-fiador e desobediecircncia grave e persistente

O tratamento de crianccedilas com Transtorno de Conduta deve ser multimodal para ser uacutetil e deve enfocar as vulnerabilidades meacutedicas psicodinacirc-micas cognitivas educacionais familiares e am-bientais de cada indiviacuteduo

Isto posto esse transtorno seraacute ilustrado com um estudo de caso de uma aluna do 2ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental com o referido di-agnoacutestico Evitando citar nomes a aluna seraacute denominada como Luma e a escola inclusiva onde ocorreu o estudo de caso como Escola S

Luma chegou agrave Escola S no iniacutecio de 2007 com sete anos Cursava o 1ordm ano do 1ordm ciclo do Ensino Fundamental pela segunda vez a pedido da matildee

Residia com a matildee e com os avoacutes maternos e dormia no quarto junto com a matildee Os pais satildeo separados natildeo dialogavam entre si e a crianccedila presenciou muitas brigas do casal

A famiacutelia tinha vergonha do comportamento ldquogrosseirordquo de Luma com as outras pessoas e em lugares puacuteblicos No entanto estavam preocupa-dos com a sua aprendizagem e interaccedilatildeo com outras crianccedilas

Logo nos primeiros dias de aula aleacutem de jaacute possuiacuterem uma queixa da matildee os professores de Luma perceberam um comportamento diferen-te dos demais colegas Agredia fisicamente os colegas era impulsiva impunha suas vontades natildeo gostava de ser contrariada respondia aos

professores falava palavrotildees natildeo aceitava cari-nho natildeo cooperava com os colegas quebrava regras e combinados tinha atitudes masculinas falava engrossando a voz verbalizava o desejo de ser homem soacute ficava na companhia dos me-ninos aleacutem de dificuldades de aprendizagem

A matildee de Luma logo foi convocada pela coor-denadora para explicar sobre a origem de tais comportamentos e nessa ocasiatildeo relatou que Luma sofreu muita pressatildeo na escola anterior para ler e escrever pois esta acreditava que Luma tinha defasagem pedagoacutegica e resistecircncia em aprender Luma jaacute tinha feito exames neuro-loacutegicos e nada foi diagnosticado

A coordenaccedilatildeo percebeu a necessidade da ajuda de um especialista para obter um diagnoacutes-tico Entatildeo Luma foi encaminhada para uma avaliaccedilatildeo psicoloacutegica pois as questotildees ultrapas-savam o limite do pedagoacutegico

A partir das descriccedilotildees da escola sobre o comportamento de Luma e de uma breve entre-vista investigativa com a matildee a psicoacuteloga res-ponsaacutevel pela avaliaccedilatildeo psicoloacutegica ldquofechourdquo a problemaacutetica da crianccedila com o diagnoacutestico de Transtorno de Conduta explicitando como figura da autoridade ainda em formaccedilatildeo tentativa de transgredir as regras funccedilatildeo materna difusa e dificuldade em definir o seu lugarespaccedilo

As decisotildees tomadas como estrateacutegias de in-tervenccedilotildees para ajudar Luma a superar ou mini-mizar o problema detectado foram mudanccedila de casa onde Luma passou a ter um quarto soacute para ela comunicaccedilatildeo entre os pais de Luma sendo mais tolerantes um com o outro frequumlecircncia de Luma em terapia semanal compreensatildeo da a-gressividade de Luma pela escola mostrar-se carinhosa e afetiva com ela investir no seu le-tramento apoio na leitura atendimento individual durante algumas atividades para que Luma com-preenda o que lhe eacute solicitado e mantecirc-la centra-da

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

TTrraannssttoorrnnoo ddee CCoonndduuttaa eessttuuddoo ddee ccaassoo eessccoollaarr eemm ppaarrcceerriiaa MMiicchheellllee MMaarrqquueess TTeeiixxeeiirraa OOrrnneellllaass

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119966 --

O ldquoimportante eacute que a crianccedila seja elogiada para ganhar cada vez mais estiacutemulo Ao mesmo tempo eacute preciso exigir deveres e severidade porque estas crianccedilas natildeo querem ser tratadas como doentes Todas as exigecircncias devem cor-responder agrave capacidade da crianccedilardquo (FISCHIN-GER 1970 p 82-83)

Com o passar do tempo muita dedicaccedilatildeo e carinho de todos os envolvidos no caso Luma conseguia alcanccedilar sucessos em sua caminhada maior toleracircncia com o outro maior afetividade nas suas relaccedilotildees e durante a escuta (apesar de ainda encontrar dificuldades em perder e aceitar opiniotildees contraacuterias as suas) mostra-se mais gentil e carinhosa reflete mais e pensa antes de agir conseguindo se conter respeita regras e combinados brinca com as meninas raramente volta a engrossar a voz para falar e encontra-se alfabeacutetica (poreacutem natildeo lecirc com ritmo dificultando a compreensatildeo do que lecirc)

Este estudo de caso vem ocorrendo haacute 1 ano e 4 meses e continua em andamento Certamen-te foi atraveacutes desse estudo que a Luma come-ccedilou a progredir e vem progredindo ateacute hoje

Enfim natildeo basta apenas identificar o sintoma eacute necessaacuterio adaptar-se agrave situaccedilatildeo e buscar par-ceria Com um trabalho solitaacuterio eacute difiacutecil mas com um trabalho no qual profissionais se empe-nham dedicando-se um pouco mais eacute possiacutevel lidar com a diversidade da aprendizagem escolar O papel da famiacutelia e da escola em aceitar pro-

RReeffeerrecircecircnncciiaass

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postas de intervenccedilatildeo e participaccedilatildeo buscando uma abordagem coletiva e valorizando os avan-ccedilos de cada aluno conforme seu ritmo de apren-dizagem eacute a base fundamental para a inclusatildeo social e o sucesso do atendimento pedagoacutegico psicoloacutegico e psicopedagoacutegico

CID-10 ndash Classificaccedilatildeo de Transtornos Mentais e de Comportamentos da CID 10 Descriccedilotildees Cliacutenicas e Diretrizes Diagnoacutesticas Porto Alegre Ed Artes Meacutedi-cas 1993 p 254-282 DSM-IV Manual Diagnoacutestico e Estatiacutestico de Trans-tornos Mentais Ed Artes Meacutedicas 1995 FISCHINGER Baacuterbara Sybille Consideraccedilotildees sobre Paralisia Cerebral e seu tratamento Porto Alegre Ediccedilatildeo Sulina 1970 GRUNSPUN H Crianccedilas e Adolescentes com Transtornos Psicoloacutegicos e do Desenvolvimento Satildeo Paulo Ed Atheneu 1999 SANTOS Marta Carolina dos Santos uma leitura Re-latoacuterios e Estudo de Casos Cliacutenicos multidisciplinar no espaccedilo psicopedagoacutegico Gaspar artigos 2005 WAJNSZTEJN Alessandra B Caturani Dificuldades Escolares um desafio superaacutevel Satildeo Paulo Aacutertemis Editorial 2005 p 144-151

CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--223377 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

DDiisslleexxiiaa ee DDeacuteeacuteffiicciitt ddee AAtteennccedilccedilatildeatildeoo nnoo ccoonntteexxttoo eessccoollaarr

A dislexia eacute um transtorno de aprendizagem que eacute identificado durante o processo escolar pois o aluno demonstra muita dificuldade no pro-cesso inicial da leitura e da escrita De uma for-ma geral as crianccedilas que tecircm dislexia sofrem com os fracassos durante o processo da apren-dizagem uma vez que as perdas geram a baixa auto-estima mudanccedilas de comportamento e pouco rendimento escolar ou seja as pessoas

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Auuttoorraa MMiicchheellllee TTeeiixxeeiirraa NNuunneess Endereccedilo eletrocircnico michelleteixeiranunesgmailcom Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

disleacutexicas expressam suas dificuldades atraveacutes

das alteraccedilotildees comportamentais entendidas

como indisciplina Segundo Ajuriaguerra ldquoDeacuteficit de Atenccedilatildeo se

refere agrave dificuldade de concentrar e de manter concentrada a atenccedilatildeo em objetivo central para discriminar compreender e assimilar o foco cen-tral de um estiacutemulo Esse estado de concentra-ccedilatildeo eacute fundamental para que atraveacutes do discer-nimento e da elaboraccedilatildeo do ensino possa com-pletar-se a fixaccedilatildeo do aprendizadordquo

O caso aqui tratado eacute fruto de um trabalho que a escola realizou com a aluna Localizada na regiatildeo Nordeste de Belo Horizonte a escola re-cebeu a aluna no seacutetimo ano sem qualquer di-agnoacutestico O conhecimento que a escola tinha da aluna era apenas de que nunca havia sido repro-vada

Inicialmente a aluna natildeo apresentava pro-blemas de comportamento e de aprendizagem A defasagem soacute foi identificada a partir das primei-ras provas realizadas nas quais a aluna natildeo apresentou bom desempenho Nesse sentido a primeira accedilatildeo da coordenaccedilatildeo foi uma conversa com os professores a fim de coletar informaccedilotildees sobre a aluna Depois de uma anaacutelise dessas

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119977 --

RReessuummoo O presente artigo analisa o estudo de caso de uma aluna com Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo que ao ingressar na 7ordf seacuterie apresentou um retrocesso significativo em seu processo de aprendizagem A partir dessa identificaccedilatildeo iniciaram-se as investiga-ccedilotildees da coordenaccedilatildeo em busca dos motivos que culminavam na sua defasagem educacional Este artigo tem como objetivo apontar a importacircncia de ter as informaccedilotildees fundamentais relacionadas ao problema para assim promover accedilotildees pedagoacutegicas eficazes no processo de ensino-aprendizagem dos alunos que apresentam Dislexia e Deacuteficit de Aten-ccedilatildeo

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CCoooorrdd PPeedd BBeelloo HHoorriizzoonnttee vv 11 nn 11 pp 11--222233 jjaannjjuunn 22000088 -- SSeemmeessttrraall

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AJURIAGUERRA J de A dislexia em questatildeo Porto Alegre Artes Meacutedicas Sul 1990

RReeffeerrecircecircnncciiaa

informaccedilotildees a coordenaccedilatildeo necessitou de um diaacutelogo com a famiacutelia pois a escola acreditava que a defasagem poderia estar ligada a proble-mas familiares uma vez que natildeo apresentava problemas de comportamento na escola e pare-cia ir tudo bem nas aulas

Na reuniatildeo com os pais descobriu-se que a aluna apresentava um diagnoacutestico de Deacuteficit de Atenccedilatildeo e Dislexia e que fazia um acompanha-mento apenas com a psicopedagoga mas que naquele momento havia sido interrompido

A partir dessas informaccedilotildees e do diagnoacutestico a escola propocircs agrave famiacutelia que voltasse com o tratamento da aluna pois o acompanhamento do especialista iria contribuir muito para o seu de-senvolvimento cognitivo em parceria com o tra-balho da escola A partir desse momento a esco-la decidiu que a aluna deveria realizar todas as provas com a coordenadora

Com todo o auxiacutelio a aluna comeccedilou apre-sentar melhor rendimento escolar a partir dos resultados nas provas Atualmente encontra-se no 1deg ano do Ensino Meacutedio poreacutem mesmo com o suporte oferecido tanto pela escola quanto pelo contexto familiar a aluna ainda apresenta dificul-dades o que exigiu ateacute mesmo aulas de reforccedilo que satildeo oferecidas pela proacutepria escola

A dislexia junto ao Deacuteficit de Atenccedilatildeo eacute uma das principais causas do fracasso escolar mas natildeo podemos fazer dessa realidade um obstaacutecu-lo para desenvolver melhores estrateacutegias que viabilizem uma educaccedilatildeo de qualidade A inter-venccedilatildeo apresentada pela escola foi apenas dis-ponibilizar um ambiente especiacutefico para realiza-ccedilatildeo de provas e aulas de reforccedilo cabendo-nos

questionar se essas intervenccedilotildees satildeo suficientes para garantir uma educaccedilatildeo voltada para as es-pecificidades apresentadas por esse transtorno

O aluno que tem o diagnoacutestico de Dislexia e Deacuteficit de Atenccedilatildeo pode apresentar problemas seacuterios referentes a comportamento e grandes dificuldades no processo da aprendizagem Nes-se sentido a escola deve promover accedilotildees efici-entes em que visem ao desenvolvimento desses alunos como um todo Eacute importante lembrarmos aqui que a escola eacute responsaacutevel antes de tudo pela formaccedilatildeo humana de cada educando e que essa formaccedilatildeo soacute seraacute plena a partir do momento em que as accedilotildees articuladas no contexto educa-cional estiverem engajadas no compromisso e na eacutetica de cada profissional

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr

A famiacutelia representa o alicerce de toda a es-trutura da sociedade as raiacutezes morais e a segu-ranccedila das relaccedilotildees humanas No entanto se nos confrontarmos com a realidade da vida moderna podemos observar um conjunto de fatores de ordem moral sentimental econocircmica e juriacutedica que concorrem para o desvirtuamento do concei-to tradicional de famiacutelia Na verdade uma parcela significativa dos pais estaacute despreparada para orientar seus filhos Em inuacutemeras famiacutelias o mo-delo de educaccedilatildeo mais constante parece ser aquele que inclui a violecircncia fiacutesica contra a crian-ccedila e o adolescente como um de seus meacutetodos

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Auuttoorraa PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss Graduanda em Pedagogia com Ecircnfase em Necessidades Educacionais Especiais pela PUC Minas

A violecircncia pode ser entendida como a forccedila material ativa e que causa prejuiacutezo fiacutesico Tam-beacutem pode se configurar como aquela circunstacircn-cia em que uma pessoa impotildee o seu poder sobre a outra atraveacutes de meios persuasivos e coativos

Luacuteciosup1 aluno da 3ordf seacuterie de uma escola parti-cular de Belo Horizonte de acordo com a coor-denadora da escola se recusa agraves vezes a fazer as aulas de Educaccedilatildeo Fiacutesica para natildeo ter que tirar a calccedila de uniforme e colocar a bermuda chora durante o recreio e em algumas aulas em que normalmente as crianccedilas se distraem e extravasam

Esse tipo de comportamento chamou a aten-ccedilatildeo da professora uma vez que em dias quen-tes o aluno tambeacutem costuma ir para a escola com blusa de frio e calccedila comprida ateacute que num desses dias ouviu-se um comentaacuterio dos proacuteprios colegas de que esse aluno estava com manchas nas pernas e braccedilos

O emprego intencional da violecircncia contra a crianccedila por seus pais no exerciacutecio de seu poder disciplinador eacute um fenocircmeno mencionado desde os primoacuterdios da humanidade e estudado por vaacuterios ramos da ciecircncia como a Medicina a Psicologia o Serviccedilo Social e o proacuteprio Direito

PPaacuteaacuteggiinnaa -- 119999 --

RReessuummoo O artigo tem como objetivo auxiliar pais e educado-res a trabalhar com os alunos que sofrem violecircncia familiar uma vez que as crianccedilas e os adolescentes costumam pedir socorro assim que estabelecem um viacutenculo de confianccedila com outro adulto Crianccedilas mais velhas e adolescentes tendem a fazer revela-ccedilotildees intencionais Jaacute as mais novas satildeo incapazes de verbalizar e relatam o abuso atraveacutes de sinais

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As relaccedilotildees violentas entre pais e filhos sem-pre foram enfocadas de maneira cuidadosa em virtude das consequumlecircncias penais e morais que acarretam para os seus envolvidos bem como pelo receio que a sociedade possui de destruir o mito da famiacutelia indiscutivelmente protetora e idealizada

O ECA - Estatuto da Crianccedila e do Adolescen-te em seu artigo 5ordm garante que nenhuma crian-ccedila ou adolescente poderaacute ser objeto de qualquer forma de negligecircncia discriminaccedilatildeo exploraccedilatildeo violecircncia crueldade e opressatildeo sendo punida na forma da lei qualquer accedilatildeo ou omissatildeo que aten-te contra seus direitos fundamentais Existem no ECA medidas especiacuteficas de proteccedilatildeo ao menor como a orientaccedilatildeo o apoio e o acompanhamento temporaacuterios a requisiccedilatildeo de tratamento meacutedico psicoloacutegico ou psiquiaacutetrico em regime hospitalar ou ambulatorial

A assistecircncia prevista no ECA deve abranger tambeacutem a famiacutelia como nos casos de inclusatildeo em programas de apoio comunitaacuterios ou oficiais O Tiacutetulo IV do mesmo Estatuto estabelece me-didas pertinentes aos pais do menor ou seus responsaacuteveis Em casos de violecircncia as provi-decircncias adotadas iratildeo do encaminhamento a cursos e tratamentos especializados ateacute a sus-pensatildeo ou destituiccedilatildeo do paacutetrio poder sobre o menor em casos mais graves A partir do Estatu-to da Crianccedila e do Adolescente foram instituiacutedos os Conselhos Tutelares com a funccedilatildeo de zelar pelo cumprimento dos direitos da crianccedila e do adolescente definidos nesse mesmo corpo nor-mativo

Segundo a coordenadora da escola os pais foram chamados para uma orientaccedilatildeo e relata-ram que Luacutecio eacute muito desobediente e que agraves vezes eacute preciso corrigi-lo com ldquoumas palmadasrdquo mas negaram que espancam o filho A partir des-sa conversa a coordenadora passou a observar com mais frequumlecircncia esse aluno e chamaacute-lo para conversas informais pelo menos duas vezes por semana para saber como estava sua relaccedilatildeo em casa com os pais E de acordo com a coordena-dora a violecircncia que os pais podem exercer con-tra os filhos com fins pretensamente disciplina-dores no exerciacutecio de sua funccedilatildeo socializadora ou com outros objetivos assume trecircs facetas principais

1 A violecircncia fiacutesica acontece quando a coaccedilatildeo se processa atraveacutes de maus-tratos corporais (espancamentos queimaduras etc) ou negli-gecircncia em termos de cuidados baacutesicos (ali-mentaccedilatildeo vestuaacuterio seguranccedila etc)

2 O abuso fiacutesico eacute o uso do castigo corporal ldquosob pretextordquo de educar ou disciplinar a cri-anccedila ou o adolescente Satildeo considerados abusivos desde um tapa ou beliscatildeo ateacute os espancamentos e queimaduras Tambeacutem eacute considerado abuso fiacutesico o castigo que se mostra incompatiacutevel agrave idade e capacidade de compreensatildeo da crianccedila como por exemplo deixar uma crianccedila de 3 anos sentada por ho-ras ldquopara pensarrdquo

3 A negligecircncia eacute a omissatildeo dos responsaacuteveis em garantir cuidados e satisfaccedilatildeo das neces-sidades da crianccedila ou adolescente sejam e-las primaacuterias (alimentaccedilatildeo vestuaacuterio e higie-ne) secundaacuterias (educaccedilatildeo e lazer) ou terciaacute-rias (afeto proteccedilatildeo)

A erradicaccedilatildeo da violecircncia familiar envolvendo crianccedilas e adolescentes soacute eacute possiacutevel mediante a mudanccedila de alguns paradigmas

O primeiro desses paradigmas eacute o de que os pais sabem sempre o que eacute melhor para seus filhos Eacute essencial que os pais sejam informados a respeito das etapas de desenvolvimento emo-cional de seus filhos desde as consultas no preacute-natal ateacute as reuniotildees de pais em creches e esco-las

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

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NNoottaass ddee rrooddaappeacuteeacute Outra ldquoverdade incontestaacutevelrdquo eacute de que o lar eacute

um lugar seguro para a crianccedila e o adolescente Eacute necessaacuterio que se estabeleccedila uma rede social que se mostre atenta e disponiacutevel a prestar soli-dariedade agraves famiacutelias que estejam passando por momentos de crise que as impeccedilam de prestar a seus filhos os cuidados necessaacuterios

O uacuteltimo pensamento a ser modificado pela sociedade no tocante a relaccedilotildees familiares e proteccedilatildeo agrave crianccedila e ao adolescente eacute aquele de que os filhos satildeo responsabilidade exclusiva de seus pais cabendo a eles educaacute-los e sustentaacute-los O artigo quarto do Estatuto da Crianccedila e do Adolescente atribui essa responsabilidade agrave fa-miacutelia agrave sociedade e ao poder puacuteblico cabendo a este uacuteltimo a criaccedilatildeo de serviccedilos adequados agraves necessidades da crianccedila e do adolescente e aos dois primeiros a de cobraacute-los em caso de omis-satildeo

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VViioollecircecircnncciiaa ffaammiilliiaarr PPoollllyyaannnnaa AAmmaaddoorr LLooiiss

1 Nome fictiacutecio para preservar a identidade do aluno

BRASIL Lei n 8069 de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Crianccedila e do Adolescente

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