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trabalho em rede
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Grupo Tapada Um contributo sobre os desafios do trabalho em rede na Tapada das Mercês 2012 Programa KCIDADE Alexandra Bugalho Santos
“Se queres ir rápido vai sozinho, se queres ir longe vai acompanhado.”
Provérbio africano
Índice
1. Enquadramento ......................................................................................................................................................... 1
2.Objetivo Geral ............................................................................................................................................................. 1
2.1. Objetivos específicos .............................................................................................................................................. 1
3. O Grupo Tapada no contexto da intervenção do KCIDADE ...................................................................................... 1
4. Parceiros que integram o Grupo Tapada ................................................................................................................... 2
5. Breve Historial – colocar a Tapada das Mercês na Agenda ...................................................................................... 3
6. Avaliação realizada - Objetivos e metodologia ......................................................................................................... 8
6.1 Resultados da Avaliação .......................................................................................................................................... 9
6.1.1. Pontos Fortes Identificados ................................................................................................................................. 9
6.1.2. Pontos Fracos Identificados ............................................................................................................................... 10
6.2. Impacto, utilidade e expectativas das organizações ............................................................................................ 11
6.2.2. Utilidade e expetativas para os parceiros na participação no Grupo Tapada? ............................................... 14
6.3. Pistas para o Futuro .............................................................................................................................................. 15
6.3.1. Em que deve o grupo centrar a sua ação? ........................................................................................................ 15
6.3.2. Em que deve o Grupo Melhorar? ...................................................................................................................... 17
7. Papel do KCIDADE ao longo da intervenção ............................................................................................................ 18
8. Fatores Críticos de sucesso e Desafios .................................................................................................................... 19
9. Pistas para o Phasing Out do KCIDADE .................................................................................................................... 22
1
1. ENQUADRAMENTO
O trabalho em rede e em parceria traduz uma “filosofia” de trabalho e é uma estratégia
fundamental no desenvolvimento comunitário. Trata-se de uma área que desafia todos os
parceiros a unir esforços, a rentabilizar recursos, a integrar perspetivas, a complementar
competências e ações. Será que o Grupo Tapada e os seus sub grupos estão a conseguir ser
eficientes (funcionar da melhor forma) e eficazes (atingir os seus objetivos)? Será que temos
conseguido nos organizar da melhor maneira para contribuir para uma Tapada melhor? O
Grupo Tapada iniciou em Junho de 2009, e após 3 anos, pensámos ser útil realizar um balanço
para ajustar estratégias ou implementar mudanças para que melhor se cumpram os objetivos.
Paralelamente ao fortalecimento de associações e de grupos informais, o fortalecimento do
trabalho em rede na Tapada tem sido uma das estratégias chave no trabalho do KCIDADE na
Tapada. No entanto, tal como noutros territórios, o trabalho em rede apresenta inúmeros
desafios e complexifica-se á medida que se vão desenvolvendo as suas ações e as relações
entre parceiros. Este documento pretende contribuir, partindo da experiência do Grupo
Tapada, para uma reflexão sobre os desafios do trabalho em rede.
2.OBJETIVO GERAL
Contribuir para uma reflexão acerca do funcionamento e da eficiência do trabalho em rede na
Tapada das Mercês e dos fatores críticos de sucesso e insucesso no trabalho em rede neste
território
2.1. OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar pontos fortes e fracos do Grupo Tapada ao longo dos 3 anos de intervenção
Sistematizar os fatores críticos de sucesso e insucesso no trabalho em rede na Tapada
das Mercês e que aponte pistas de antecipação do phasing-out do KCIDADE
Identificar recomendações e aspetos chave a implementar a partir de 2013
3. O GRUPO TAPADA NO CONTEXTO DA INTERVENÇÃO DO KCIDADE
O KCIDADE iniciou a sua intervenção na Tapada das Mercês em Abril de 2008 no âmbito da
medida CLDS – Contrato Local de Desenvolvimento Social num acordo tripartido entre
Fundação Aga Khan, Câmara Municipal de Sintra e Instituto da Segurança Social. A Tapada das
2
Mercês é uma urbanização que integra a
freguesia de Algueirão Mem Martins, no
Concelho de Sintra, considerada a freguesia com
maior densidade populacional da Europa. Tem
uma população estimada de cerca de 18000
habitantes, uma população bastante jovem e em
idade ativa tendo menos de 2% de população
com mais de 65 anos. Cerca de 37% dos
moradores são de naturalidade estrangeira,
oriundos de 23 países de África, Asia, América
Central e Europa de Leste, sendo ainda assim a
maioria dos PALOP.
Uma das características únicas é o facto de não
ter habitação social, ou seja, praticamente toda a população arrenda ou adquiriu a sua casa, o
que torna a Tapada das Mercês num típico dormitório da linha de Sintra. É um território com
um tecido associativo quase inexistente, com pouca oferta de serviços e respostas sociais e
educativas e nenhuma oferta cultural. O KCIDADE está presente desde 2008 através do CLDS.
A principal incidência do KCIDADE no território foi colocar a Tapada na agenda politica, social e
dos próprios moradores despertando esta comunidade para a participação comunitária e
coesão social e para a construção de respostas e iniciativas por parte de moradores e
associações locais.
Foi identificada a ausência de qualquer trabalho em rede na Tapada das Mercês, e tendo em
conta a experiência do programa noutros territórios e sendo o trabalho em rede uma das
estratégias chave de intervenção, foi por nós proposto à Junta de Freguesia de Algueirão Mem
Martins enquanto entidade responsável e coordenadora da comissão social de freguesia de
Algueirão Mem Martins, a criação de um novo grupo de trabalho territorial na Tapada das
Mercês que integrasse as organizações que atuavam naquele território ou que não estando
sediadas na Tapada serviam aquela população. Foi então proposto e aprovado no plenário da
Comissão Social de Freguesia a criação do Grupo Tapada em Dezembro de 2008.
4. PARCEIROS QUE INTEGRAM O GRUPO TAPADA
Para além do KCIDADE, os parceiros que atualmente (2012) integram o Grupo Tapada são:
3
Entidades públicas Organizações Sem
Fins Lucrativos
sedeadas fora da
Tapada
Organizações Sem
Fins Lucrativos
sediadas na
Tapada
Grupos
Informais de
Moradores
Moradores
individualmente
considerados
Câmara Municipal
de Sintra – Divisão
de Saúde e Ação
Social
Junta de Freguesia
de Algueirão Mem
Martins
Agrupamento de
Escolas Visconde
Juromenha
PSP – Algueirão
Mem Martins
Centro de Saúde
de Algueirão MM
Associação Fiéis
Diakonia
Centro
Comunitário de
Algueirão Mem
Martins
Ser Alternativa
Associação Os
Caças/ Programa
Escolhas “Espaço,
Desafios e
Oportunidades”
Associação
Empresarial de
Sintra
Associação Ponte
Associação Juvenil
Dínamo
Cooperativa
Miminhos Alegres
Associação de Pais
das Bandeirinhas
Associação a
comunidade
Islâmica da Tapada
das Mercês e Mem
Martins
Grupo de Pais
Girassol
Clube das
Mulheres
Grupo Aldi
Foty Banthal
Carlos Azevedo
Sandra Proença
5. BREVE HISTORIAL – COLOCAR A TAPADA DAS MERCÊS NA AGENDA
Os objetivos iniciais propostos a todos os parceiros Grupo Tapada das Mercês consistiam na
absoluta necessidade e oportunidade de “Colocar a Tapada das Mercês na Agenda Politica,
Social e dos próprios moradores”.
No âmbito da lei da Rede Social, onde se enquadram as Comissões Sociais de Freguesia,
constituídas por «decreto»,
circunscritas às fronteiras das
freguesias, independentemente
da realidade dos territórios;
provocaram de uma forma geral
uma dinâmica de maior
conhecimento, partilha de
informação e alguns recursos,
tendo chegado poucas ao
planeamento estratégico
efetivo.
a)Desenvolver uma parceria efetiva e dinâmica que articule a intervenção social dos diferentes agentes locais; b) Promover um planeamento integrado e sistemático do desenvolvimento social, potenciando sinergias, competências e recursos a nível local; c) Garantir uma maior eficácia, ao nível dos concelhos e freguesias, do conjunto de respostas sociais; d) Formar e qualificar, no âmbito da rede social, agentes envolvidos nos processos de desenvolvimento local. N.o 36 — 12 de Fevereiro de 2002 DIÁRIO DA
REPÚBLICA — I SÉRIE-B 1087
4
Porquê um grupo de trabalho na Tapada das Mercês?
Devido á dimensão e complexidade da freguesia de Algueirão Mem-Martins
É nos Bairros de habitação social da Freguesia, onde se concentram a atenção e a
intervenção e os recursos da maior parte dos elementos da CSF, (Bº da Coopalme,
Cavaleira, Casal de S. José, Nova Imagem, etc)
A Tapada das Mercês não é ainda território da responsabilidade municipal (devido a
um antigo contencioso entre urbanizador e município)
A Urbanização da Tapada tem uma grande dimensão a nível populacional, e as
problemáticas associadas, necessidades e oportunidades deste território nunca tinham
sido alvo de uma reflexão, planeamento, ou qualquer tipo de intervenção concertada
por parte das várias organizações que aí intervém.
Objetivos propostos:
Desencadear uma reflexão/ perspetiva integrada do território da Tapada das Mercês;
Definir e implementar um Plano de Desenvolvimento Estratégico para o território da
Tapada das Mercês
Criar respostas integradas com a comunidade que melhor se adaptem à resolução dos
problemas identificados
Influenciar de forma concertada, os órgãos políticos municipais e nacionais com
responsabilidade no território, para que a criação de respostas no território venha a
ser uma realidade no futuro.
Estratégia proposta:
Reflexão/ Diagnostico sobre o território
Definição de um plano estratégico a partir de uma priorização das necessidades
Iniciando atividade em Julho de 2009, as primeiras reuniões centraram-se na análise dos
diagnósticos disponíveis sobre o território: CEDRU 2009, e relatório do Fórum Comunitário da
Comissão Social de Freguesia de Algueirão Mem Martins de 2009. Através de metodologias
participativas identificaram-se as áreas mais problemáticas da Tapada e os recursos possíveis
para lhes poder responder, inclusive baseando nas organizações presentes no grupo, nos
objetivos e vocações de cada uma e nas disponibilidades para realizar novos projetos e ações
concertadas entre parceiros. Partindo de uma priorização dos problemas aos quais poderia ser
5
dada novas respostas com base na complementaridade de recursos e saberes foram
constituídos sub grupos de trabalho.
Criação de Grupos de Trabalho
Construção de respostas e
projetos conjuntos
Avaliação e reestruturação
dos grupos e projetos em
curso
Diagnóstico Participado
Metodologias participativas de
trabalho que promovem a
apropriação coletiva
A metodologia de projeto é essencial no
trabalho em rede e deve ser
demonstrada através de projetos
concretos
Reuniões em grupos de trabalho onde todos
participam de forma horizontal
6
Subgrupos de trabalho criados:
Problemas priorizados Objetivo traçado Sub Grupo Parceiros
*em 2009
Perceção de Insegurança
por parte da população
Promover a melhoria e
valorização do território
Inova Tapada PSP; Ass. Islâmica;
JFAMM; Ass. Dínamo;
Ass Pais Bandeirinhas;
Centro Comunitário
Algueirão; KCIDADE
Insuficiência de
informação á população
e articulação entre as
entidades que dão apoio
social a população
Promover uma partilha de
informação eficiente entre
as organizações locais e os
moradores
(In)forma
Tapada
Centro Comunitário
Algueirão; Ass
Diakonia; JFAMM; Ass
Islâmica; Agrup Escolas
Visconde Juromenha;
KCIDADE
Baixas qualificações da
população adulta e
emprego precário
Promover a
empregabilidade através
do desenvolvimento de
competências e
qualificação
Aprendizagem
ao Longo da
Vida
Centro Comunitário
AMM; Ass Diakonia;
JFAMM; Ass Islâmica
Após a sua constituição, os sub grupos de trabalho iniciaram as suas próprias reuniões,
definindo os seus objetivos e plano de ação.
Ainda durante o ano 2009 e até 2012, os 3 subgrupos iniciaram os seus projetos os quais foram
desenvolvidos em torno das seguintes ações:
Inova Tapada
•Realização do evento Tapada em Festa em 2010, 2011 e 2012
• Realização de eventos comunitarios que promovem a celebração da diversidade e valorizam a imagem do território
Aprenizagem ao Longo da Vida
(Trilhos da Tapada)
•Realização de promoção de ações de educação de adultos como RVCC 9º e 12º ano, alfabetização, português para todos, informatica entre 2009e 2012
•Acções de job matching (ajuste entre desempregados e empresas)
(In)forma Tapada
•Construção de uma plataforma de acompanhamento social online 2009 /2011 www.informatapada.com
7
Integrado formalmente na Comissão Social de Freguesia, o Grupo Tapada e respetivos sub
grupos adquirem uma dinâmica própria, os quais a Junta de Freguesia de AMM acompanha
integrando os vários grupos de trabalho, seja através da técnica de serviço social e responsável
pela Comissão Social de Freguesia, seja pelo vogal do executivo da JFAMM responsável pela
ação social.
Entre 2009 e 2012 o grupo alargado reuniu trimestralmente, e para além da partilha de
informação das ações realizadas pelos sub grupos e de ações conjuntas como, realização de
ações de formação que reforçassem os conhecimentos e competências diagnosticadas como
necessárias pelos parceiros, o Grupo realizou também momentos de avaliação e planeamento
anuais.
Em 2011, apos a avaliação anual considerou-se a necessidade de identificar novos objetivos e
de eleger um grupo coordenador (o qual o KCIDADE integrou) que reforçasse a coesão do
grupo bem como a gestão da participação dos seus parceiros. Os objetivos foram então
redefinidos, sendo desde então:
Promover uma intervenção concertada entre todos os atores como forma de
valorização e desenvolvimento da Tapada;
Criar respostas de acordo com as necessidades potenciando os recursos locais;
Comissão Social de Freguesia de
AMM
Grupo Tapada das Mercês (Comissão
Especializada)
Sub-grupo (I) Nova Tapada
Sub-grupo Aprendizagem ao
Longo da Vida
Sub-grupo Partilha (In)forma
Grupo Infância e Juventude
Grupo Idosos
Grupo Pobreza e Exclusão Social
Grupo Barreiras Arquitectónicas
Núcleo Executivo
Organigrama da C.S.F, Grupo Tapada e sub grupos de trabalho
8
Promover a participação da comunidade envolvendo-a ativamente na criação de
respostas;
Valorizar a imagem do território através da divulgação das ações do grupo e dos seus
elementos.
De reforçar que no início de 2012 foi definido um regulamento interno, que prevê a
participação de grupos informais e moradores, tendo passado os 3 grupos informais ativos no
território a integrarem o Grupo Tapada e a Comissão Social de Freguesia, e mais tarde no
mesmo ano, também moradores da Tapada o fizeram.
6. AVALIAÇÃO REALIZADA - OBJETIVOS E METODOLOGIA
Foi identificado pelo Grupo Coordenador do Grupo Tapada, a necessidade de após 3 anos de
trabalho realizar uma avaliação acerca do funcionamento do Grupo e subgrupos de trabalho
partindo da perceção dos parceiros que constituem esta rede de trabalho. Foi também
identificada a necessidade de atualizar o diagnóstico da Tapada desta vez partindo de
metodologias participativas e tendo a própria comunidade envolvida. Assim foram definidos
como objetivos fundamentais desta avaliação:
Fazer o balanço de três anos de intervenção e funcionamento do Grupo Tapada;
Necessidades de identificar aprendizagens e aspetos a melhorar para os próximos três anos;
Ter dados quantitativos e qualitativos sobre a perceção dos elementos do Grupo Tapada
acerca do seu funcionamento.
Redefinir formas de organização do Grupo de maneira a ir de encontro as necessidades da
comunidade
A metodologia utilizada foi a partir de Inquéritos (presenciais e por e-mail) a todos os
indivíduos que participam ou já teriam participado em reuniões do Grupo e/ou sub grupos de
trabalho; Este instrumento visa promover a reflexão e apreciar a satisfação face ao processo e
resultados do Grupo Tapada.
Em 39 pessoas possíveis de entrevistar representantes de 18 parceiros e 2 elementos da
comunidade, existem 25 respostas válidas (nas respostas qualitativas), das quais 23 são válidos
(para as quantitativas)
9
6.1 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO
O Questionário era composto por 3 partes: uma 1ª parte relativa ao funcionamento do Grupo
em 11 grupos de questões quantitativas, uma 2ª de ordem qualitativa relativa as condições da
parceria, e uma 3ª parte relacionada com o funcionamento dos 3 subgrupos de trabalho
criados. Aqui pode-se encontrar o resumo dos resultados da avaliação relativa a primeira e
segunda parte.
Aqui fica uma breve análise dos resultados obtidos nos 11 grupos de questões
6.1.1. PONTOS FORTES IDENTIFICADOS
Pontos fortes
Intervenção concertada entre os atores
Criação de novas respostas em parceria face aos problemas diagnosticados
Existência de sub grupos de trabalho
Participação e integração de grupos de moradores e moradores
Criação de mecanismos de informação (ex. Agenda Acontece na Tapada)
Relação horizontal entre todos os elementos (técnicos e moradores)
Planeamento e Avaliação das atividades realizadas
Realização de formações para os parceiros nas áreas identificadas como necessárias
Valorização de todos os contributos (independentemente das características do
parceiro)
No contexto do território, a existência do trabalho em parceria e em rede foi uma mais-valia
para muitos parceiros, que mesmo fazendo parte (nalguns casos) da Comissão Social de
Freguesia, não tinham ainda realizado “verdadeiramente” trabalho em parceria,
nomeadamente na criação de respostas conjuntas, onde a complementaridade de recursos,
de saberes e competências fosse uma realidade; a não duplicação de respostas como é o caso
do projeto criado pelo grupo de trabalho (In)forma Tapada foi também um ganho no
entendimento do trabalho em rede por estes atores que tinham até aqui, alguma resistência
inicial a este tipo de abordagem.
A metodologia utilizada em grupos de trabalho foi também uma mais-valia, já que o K’CIDADE
promoveu uma abordagem (sobretudo numa primeira fase) muito orientada para a ação, uma
vez que a descrença no trabalho em rede é grande e sempre associada a reuniões
inconsequentes onde há apenas lamentação de falta de recursos.
10
Estas respostas revelam que os parceiros do grupo valorizam a concertação da intervenção, o
olhar coletivo sobre a realidade e a procura de respostas conjuntas para ultrapassar ou
atenuar os problemas encontrados; os 3 Subgrupos de trabalho constituídos desde 2009
criaram respostas diversas face ao diagnóstico na altura realizado como se verá mais adiante;
A promoção da participação da comunidade foi sempre uma preocupação do Grupo, tendo
alguns elementos procurado que esta participação fosse crescente ao longo dos anos tal como
foi a integração dos grupos de moradores no Grupo alargado em 2012. Esta é a talvez o aspeto
mais valorizado em todo o questionário por todo o tipo de parceiros. Entidades públicas,
organizações sem fins lucrativos e grupos de moradores reconhecem a mais valia (ainda que
recente no Grupo) da participação dos moradores e o tratamento horizontal que foi
conseguido valorizando a participação efetiva de todos.
A adequação dos objetivos referidos á realidade, a pertinência do Grupo e subgrupos no
contexto da Tapada das Mercês e o conhecimento dos objetivos pelos parceiros foram
valorizados pelo grupo de forma muito positiva.
Um projeto de 2012, que surgiu de forma ad hoc, a agenda “Acontece na Tapada” foi também
muito bem recebido, bem como as formações organizadas nas mais diversas áreas que
permitiram reforçar áreas de competência como: ferramentas de comunicação, diagnósticos e
metodologias participativas, trabalho em equipa entre outras.
6.1.2. PONTOS FRACOS IDENTIFICADOS
Pontos fracos
Pouco investimento na valorização da imagem do território
Desconhecimento da comunidade do Grupo Tapada
Desconhecimento (por parte de alguns) do regulamento e lei da rede social
Visibilidade do Grupo para além da Tapada (concelho)
Não comparência de alguns parceiros nas reuniões
Insuficiência de diagnósticos regulares á comunidade
Reuniões ou encontros onde os residentes se podem encontrar com parceiros
Insuficiência de reuniões da coordenação do Grupo com políticos
Insuficiência de momentos informais entre os parceiros
Partilha de tarefas e responsabilidades desigual
11
A falta de conhecimento e visibilidade do Grupo e dos seus objetivos pela comunidade da
Tapada e para além das fronteiras da comunidade, foi uma fraqueza apontada que está em
consonância com a pouca comunicação do grupo e do território, esta foi sem dúvida a área
menos investida, quer devido a falta de know-how como de recursos para a realizar de forma
inovadora e impactante.
A falta de comparência sistemática de alguns parceiros nas reuniões alargadas bem como nos
sub grupos de trabalho é também algo que causa algum desconforto, mas que geralmente esta
não comparência, está associada a uma pouca ligação e intervenção na comunidade da Tapada
das Mercês.
A ação de lobby esteve ausente da ação do Grupo até a data, inclusive do próprio grupo
coordenador, por não se ter priorizado esse tipo de ação. No entanto cada vez mais é sentido
por vários parceiros essa necessidade, e a importância estratégica que poderá ter.
Apesar de alguns subgrupos terem realizado algumas ações de diagnóstico estas têm sido
pontuais, e após 3 anos de intervenção volta a ser necessário realizar este tipo de ação de
forma mais alargada, o que veio acontecer no final de 2012.
As reuniões e encontros entre grupo e população não foram uma prática comum e este ensejo
vem também na sequência (muito positiva) da crescente participação dos moradores no Grupo
Tapada.
Os poucos momentos informais entre os parceiros são importantes serem assinalados, uma
vez que reforçam mais uma vez um dos fatores críticos fundamentais neste trabalho de
fortalecimento da sociedade civil, a construção e manutenção da relação entre todos
6.2. IMPACTO, UTILIDADE E EXPECTATIVAS DAS ORGANIZAÇÕES
As questões de ordem qualitativa e abertas no questionário, permitiram também um tipo de
análise extremamente rica e que dizem respeito à utilidade do Grupo na ação dos parceiros, ao
impacto que o grupo já teve na aprendizagem e ação do parceiro, mas também relativamente
ao futuro do grupo e das ações e melhorias que deverá realizar.
6.2.1. Impacto da participação no Grupo Tapada (GT)
Uma das questões abertas colocadas no questionário era a seguinte: “A sua participação no
grupo talvez tenha influenciado o seu conhecimento pessoal, as suas opiniões, e
competências. Qual o impacto maior em si?”
12
As respostas tendencialmente integram 3 tipos de categorias: Melhor Conhecimento dos
Parceiros e Comunidade; Maior Conhecimento de novos conceitos e métodos de trabalho e
uma visão mais coletiva da Tapada
Conhecimento dos Parceiros
e Comunidade
Conhecimento de novos
conceitos e métodos de
trabalho
Visão Coletiva da Tapada
Trabalho conjunto entre
organizações e moradores e
os desafios que aí se colocam
O alargamento do grupo a
membros dos grupos
informais e moradores traz
uma dinâmica mais virada
para o grupo
Melhorei competências /
alarguei a rede de
conhecimentos que
permitiram melhorar a
divulgação e angariar
parcerias nos nossos projetos
Tem contribuído para
estabelecer uma relação de
maior proximidade com a
comunidade o que permitiu
Ganhar novas competências,
e aprender a trabalhar em
equipa
Aumento das minhas
competências profissionais e
pessoais
A partilha de
responsabilidades, o
planeamento conjunto e
aprendizagem de outras
metodologias e instrumentos
de trabalho
A participação no grupo e sub
grupos contribuiu bastante
para o meu crescimento
pessoal e profissional no
sentido em que foi a 1ª
experiência de trabalho em
Na forma como se procura
envolver os parceiros na
conceptualização de
estratégias face aos objetivos
propostos
Uma visão coletiva e
interdisciplinar da Tapada
Maior conhecimento das
instituições/ grupos e seus
representantes
Conhecimento e
relacionamento com outras
instituições da Tapada das
Mercês
A importância de reunir
esforços e rentabilizar
recursos para conseguirmos
Maior conhecimento de novos conceitos e
métodos de trabalho
Melhor conhecimento dos parceiros e
comunidade
Visão Mais coletiva da
Tapada
13
adquirir maior conhecimento
relativamente as varias
culturas existentes e
modificar ideias pré-
concebidas
Trabalhar com entidades e
organizações e sermos
tratados por igual
Tem alargado os meus
horizontes e feito com que eu
participe e tenha
conhecimento da minha
comunidade
rede e em parceria
O potencial individual que
existe para mudar um local.
Participação individual tem
um potencial que
desconhecia
A minha participação tem
sido enriquecida pela partilha
com membro do sub grupo
Inova. Esta partilha tem
reforçado a minha auto-
estima e a nível profissional
sinto-me mais competente
O trabalho em grupo é uma
das competências mais
importantes e valorizada
Partilha de métodos de
trabalho
Reforço da crença no
trabalho em parceria
Aprende-se sempre ao
conhecer novos conceitos de
comunidade
objetivos comuns
Mostra quem trabalha e
quem não trabalha
É de destacar a importância que o GT tem para alguns parceiros como oportunidade e espaço
que permite um maior conhecimento da comunidade, das suas problemáticas e
potencialidades e de um contato direto e horizontal entre técnicos de organizações e
moradores. Esta possibilidade, foi já reconhecida por alguns parceiros como muito rica e única
no seu trabalho relativamente a outros contextos.
Nas aprendizagens destaca-se a importância do trabalho em equipa e em grupo e o
planeamento, avaliação e conhecimento de novos instrumentos e métodos de trabalho, o que
nos leva a reforçar a crença no “learning by doing”, aprendendo fazendo que como sabemos é
a melhor forma de desenvolver novas competências.
A visão coletiva da Tapada ainda que talvez seja o aspeto de mais difícil e lenta concretização,
é aqui refletido pela forma como se definem objetivos conjuntos e se planificam ações e
14
definem estratégias para o território, bem como na interdisciplinaridade e complementaridade
de recursos.
6.2.2. UTILIDADE E EXPETATIVAS PARA OS PARCEIROS NA PARTICIPAÇÃO NO GRUPO TAPADA?
Nos 25 questionários aplicados, á questão: “Sente utilidade para a sua organização participar
no Grupo Tapada e/ou Sub-grupos”? 21 Pessoas responderam que sim, 3 não responderam e 1
respondeu que não.
Relativamente a questão: “Quais as expetativas da organização e/ou grupo que faço parte
como representante neste Grupo?” As respostas integram em 3 categorias:
Melhorar/aumentar a
interação entre parceiros
Aquisição de novos
conhecimentos e
competências
Concretização de
ações de forma
concertada
Maior interação com os
parceiros; desenvolvimento
de ações com menos
recursos; realização de
diagnósticos e avaliações
Permite articular recursos e
projetos com outras
entidades do território
Permite um maior
Contribuição para clarificar
conceitos e motivar pessoas
Adquirir novas competências
e conhecimentos
Porque através do grupo
Tapada desenvolvemos
competências que depois
passamos para pais e filhos
Permite realizar ações
concertadas, com parceiros
implicados;
Vai de encontro aos objetivos
da rede social; intervenção
concertada de todos os
parceiros
Permite rentabilizar esforços
Melhorar e aumentar a
interação com parceiros
Concretizar ações mais
concertadas
Aquisição de novos
conhecimentos e competências
15
conhecimento dos vários
parceiros no âmbito
relacional
O Grupo Tapada tem sido de
grande importância para
alguns beneficiários, tanto ao
nível da cidadania como
motivacional;
Atividades desenvolvidas são
importantes para
desenvolvimento de
competências;
Acesso a informação sobre
trabalho dos parceiros
Para parcerias, saber o que
acontece na Tapada, para
divulgação das nossas ações
Porque ajuda a divulgar o
grupo informal e o seu
trabalho
É importante dar resposta
aos problemas sociais
existentes na Tapada, a
melhoria dos seus problemas
produz indiretamente
consequências positivas nos
utentes da organização
A parceria dos grupos só
pode produzir melhores
ideias, trabalho e resultados
Podemos dizer que de uma forma geral as expetativas situam-se na linha do que o Grupo
Tapada já tem desenvolvido, mas é importante reconhecer a expetativa no trabalho conjunto,
na concertação para a ação tentando minimizar problemas do território e encontrando novas
soluções conjuntas.
6.3. PISTAS PARA O FUTURO
Nesta última parte do documento é importante refletir o que poderão ser as pistas para as
grandes linhas estratégicas do grupo e onde se deverá focar a sua atenção.
6.3.1. EM QUE DEVE O GRUPO CENTRAR A SUA AÇÃO?
Uma das questões qualitativas e prospetivas “Em que gostaria que o Grupo Tapada centrasse a
sua ação (mudança/atualização dos objetivos, grupos prioritários, novas estratégias)?” as
respostas encontram-se em torno das seguintes ações:
Mais comunicação
Atualização de
diagnóstico
Mais interventivo
Reestruturação da coordenação
e subgrupos
Mais envolvimento
da comunidade
16
Maior comunicação e divulgação do Grupo e suas ações
Coordenação entre os vários sub grupos e maior divulgação das atividades do
Grupo e na comunidade
Encontrar forma simples de explicar a comunidade e ao grupo os objetivos e
estrutura
Abertura do grupo a comunidade em geral/ aposta na forte divulgação do grupo
Disseminação das práticas desenvolvidas
Espaço de disseminação das práticas/ outras redes/ grupos de parceiros
Dar a conhecer melhor as ações do Grupo
Divulgação das práticas para além da Tapada
Dar a conhecer melhor o Grupo
Atualização de diagnóstico
Avaliação da realidade da Tapada a vários níveis e por setores
Processos de diagnóstico Participativo com grupos prioritários de população – jovens,
adultos, idosos
Irem as escolas falarem com os jovens e verem o que eles realmente gostariam de
ver feito na Tapada
Atualizar diagnóstico e estabelecer prioridades
Levantamento de necessidades / priorização das ações/ planeamento das mesmas
Maior envolvimento da comunidade
Envolver mais a comunidade
Maior envolvimento de mais moradores
Mais interventivo e estratégico
Partilha mais regular em reuniões/ reuniões estratégicas sobre a Tapada
Gestão do território da Tapada/ planeamento, organização implementação
avaliação da existência e melhoria da qualidade de vida na Tapada
Promoção de ações que visem fomentar uma maior igualdade de oportunidades,
tendo em consideração que se trata de um contexto desfavorecido em que existe
múltiplas situações de pobreza e exclusão social
Ser mais interventivo e não um fórum de agregação
Espaço de ação comunitária
Promover estratégia integrada da Tapada/ ser um espaço de criação de qualidade
das intervenções
Novas estratégias
17
Reestruturação da coordenação e sub grupos
Perceber como o grupo central pode ter um papel na orientação dos grupos/
temáticas/ avaliação e comunicação dos seus resultados
Verificar pertinência dos grupos existentes
Grupo coordenador deve incluir a associação de moradores
Reformulação da sua estrutura coordenativa
Reforço da equipa e das respostas de coordenação
Mais uma vez aqui são refletidas questões que atrás foram já sendo referidas: como a maior
comunicação, uma maior intervenção e uma maior envolvimento e relação com os moradores.
Mas também são referidos aspetos como a necessidade de rever e melhorar a estrutura
coordenativa, a sua orientação nos grupos e o reforço da equipa e respostas de coordenação.
O Grupo deverá então refletir como pode operacionalizar estas sugestões? Que recursos tem
ou deve mobilizar para as pôr em prática?
6.3.2. EM QUE DEVE O GRUPO MELHORAR?
Uma outra questão colocada foi: ”Sugestões para melhorar as nossas práticas”. Aqui se
referem as principais ações realizadas.
Mais divulgação externa
Reuniões mais regulares
Atividades que reforcem o sentido
de grupo
Melhor funcionamento
Outros
Sessões de esclarecimento de cidadania face a crise (direitos de cidadania, títulos de
residência, apoio social e negociar dividas de habitação)
Desenvolver atividades com adolescentes
Maior divulgação
Clarificação de objetivos e divulgação
Melhorar as relações/ comunicação/ divulgação junto de instituições externas á
Tapada
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Reuniões mais regulares
Maior participação e partilha não formal/ dar feed back aos destinatários
Reuniões mensais mais práticas de informações/ oportunidades/soluções conjuntas
para os problemas
Maior periodicidade das reuniões (ex – mensais)
Atividades que reforcem o sentido de grupo
Atividades team building
Maior envolvimento da comunidade
Envolver mais elementos da comunidade e outros parceiros
Funcionamento
Executarmos o mais simples
Haver foco/ gestão partilhada/ monitorização e avaliação/ diagnóstico e adaptação
das temáticas aos desafios da realidade atual
Promoção de ações concretas do grupo
Todos cumprirem a sua palavra e quando se comprometem a trabalhar
Aqui são referidas sugestões de melhoria interna, que apontam para a necessidade de
reuniões mais regulares (até aqui tem sido realizadas trimestralmente), mais “práticas” que
apontem para a partilha de informações e para a necessidade de as utilizar como forma de
promover ações conjuntas. E também atividades que reforcem o sentido de grupo, que
promovam a relação interpessoal e facilitem o trabalho conjunto.
7. PAPEL DO KCIDADE AO LONGO DA INTERVENÇÃO
O papel do KCIDADE ao longo da intervenção tem sido de liderança, assumindo essa liderança
diferentes formatos ao longo dos anos. Numa primeira fase, a demonstração do trabalho em
rede orientado para a ação foi fundamental para que de forma relativamente “rápida” os
parceiros concluíssem das vantagens e mais valias da ação conjunta na Tapada das Mercês.
Podemos dizer que essa conclusão foi alcançada apos um primeiro ano de intervenção.
Numa 2ª fase, a equipa do KCIDADE procurou um formato de liderança partilhada, onde não
podendo ainda recuar da liderança, pudesse partilhar algumas das responsabilidades e tarefas
próprias dessa função com outros parceiros e/ou moradores no caso dos sub-grupos. De facto
os projetos mantiveram-se, mas quando foi necessário retomar uma maior liderança, por falta
de disponibilidade, por falta de “à-vontade” de alguns parceiros em assumirem essas tarefas,
os elementos do K’CIDADE retomaram-na quando foi necessário. Essa expetativa talvez se
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tenha revelado demasiado otimista. De facto a animação do trabalho em rede, é uma função
exigente, e nem todos os parceiros se sentem com disponibilidade, vocação ou até interesse
em realiza-la. Nesses momentos a equipa K tem por vezes hesitado, em voltar a assumir a
liderança, ou recuar procurando a autonomização ou eventualmente assumindo que alguns
processos deverão “cair”. Esta é de uma forma geral a fase em que nos encontramos.
8. FATORES CRÍTICOS DE SUCESSO E DESAFIOS
Alguns dos fatores críticos de sucesso, são transversais a todo o trabalho de fortalecimento da
sociedade civil, sejam relativas às redes, associações ou grupos. No entanto é importante
realçar que no trabalho em rede, e partindo do caso do Grupo Tapada estes foram os fatores
identificados:
Metodologia participativa e orientada para a ação
A proposta na fase de constituição do grupo tapada e seus subgrupos foi sobretudo a de
criação de novas respostas e iniciativas locais que minimizassem os problemas diagnosticados.
Essa “marca” é fundamental para que não se resuma o trabalho em rede, a reuniões
demoradas e inconsequentes. A construção coletiva e participada deve estar sempre presente
na orientada das redes de trabalho.
2009/2010
Liderança nos sub Grupos de Trabalho e
no Grupo Alargado
2010/2011
Liderança partilhada nos sub grupos de
trabalho e no grupo alargaado
2011/2012
Animação dos sub grupos de trabalho e
coordenação do grupo alargado
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Valorização de todos os parceiros e promoção de uma relação horizontal entre todos
Todos os parceiros formais ou não formais, públicos ou sem fins lucrativos e (mais
recentemente) até moradores, têm o seu papel e a sua voz presente, não havendo
discriminação ou maior valorização de uns face a outros.
Valorização e legitimação dos moradores e dos grupos de moradores como parceiro
efetivo
Este fator torna-se especialmente crítico num contexto onde o tecido organizacional é fraco, e
a participação ativa dos moradores é crucial para o desenvolvimento das respostas. O facto da
lei da rede social, já prever esta participação facilitou a integração dos mesmos, e o assumir de
responsabilidades por parte destes moradores foi fundamental. Mas o fato do KCIDADE e de
outros parceiros focarem a importância e a legitimação de moradores na participação destes
processos, bem como a mobilização dos mesmos para a integração nos grupos foi fundamental
Cultura de planeamento e avaliação aplicada a ações concretas
O planeamento e avaliação das ações não estão (ao contrário do que possamos pensar) na
cultura organizacional dos atores sociais,
públicos ou privados sem fins lucrativos. Esta
necessidade deverá ser introduzida perante a
implementação de projetos e ações concretas
tornando evidente as vantagens desta prática
através da ação e da melhoria dos seus
resultados e estratégias.
Valorização e mobilização dos recursos locais (humanos, espaços, materiais, etc)
A valorização e o potenciar dos recursos locais deverá estar presente das mais diversas formas,
seja através do voluntariado local, ou da utilização e animação de espaços públicos mesmo os
mais inesperados, como o centro comercial local, ou a estação dos comboios, ou o mercado
municipal. Sobretudo numa comunidade com uma grave carência de espaços públicos de
socialização e oferta de atividades, a rentabilização destes espaços como recurso são um
exemplo de que não há territórios pobres ou ricos, tudo dependerá do olhar que tivermos
sobre o que nos rodeia.
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Projetos e Ações desenvolvidas a partir de necessidades diagnosticadas
A importância dos diagnósticos participados, e de alertar para a construção de ações baseada
não apenas na perceção das necessidades mas na efetiva expressão por parte da população
dos mesmos, deu uma maior pertinência e eficácia a algumas das ações realizadas, uma vez
que contaram com bastante adesão da população.
Importância dos espaços informais para construção de relação entre parceiros
Este tipo de ações, as vezes um pouco subestimada, é de facto importante que seja promovida
e estimulada. A criação de momentos e espaços mais descontraídos e informais, onde os
assuntos são livres (sejam de trabalho ou não) fortalecem as relações e facilitam o trabalho em
equipa.
Desafios e riscos a ultrapassar
Os interesses e agendas da maioria das organizações não passam pela Tapada como
prioridade.
Mais de metade dos parceiros do grupo, não estão sediados na Tapada, nem têm a Tapada ou
a sua população como alvo prioritário da sua ação. Esta questão é mais preocupante, tendo
em conta a sustentabilidade do grupo e da sua ação, no que passa pela sua liderança,
animação ou afetação de recursos, sobretudo humanos. Esta questão é especialmente crítica
numa fase de phasing out do KCIDADE no território.
Os horários das organizações e dos moradores são distintos e de difícil
compatibilidade
Este claramente não é um desafio exclusivo do trabalho em rede na Tapada das Mercês, este é
um problema “clássico” sempre que se tenta integrar moradores nos grupos compostos
maioritariamente por organizações. No entanto a forma como se gere, poderá significar o
afastamento de uns ou de outros, que não é desejável. Em 2012 o grupo optou por intercalar
as reuniões alargadas em horários laborais com pós laborais, mas é uma solução que não
promove o que se pretende, que é o encontro entre todos.
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A vocação, visão global do território e o papel de animação do Grupo pode estar em
risco
Um dos papéis do KCIDADE em todos os territórios tem sido a animação territorial. Não há
nenhuma organização, nem mesmo as autarquias que tenham este papel assumidamente. Este
fato condiciona realmente aquilo que chave em qualquer destes processos, a sustentabilidade
desta dimensão.
O Grupo assumiu um formato demasiado institucional que o torna pouco ágil, e
flexível para trazer novos problemas e temas ao Grupo
Refletindo um pouco o formalismo que por vezes as reuniões da Comissão Social de Freguesia
têm, as reuniões alargadas são as vezes um pouco formais e num formato institucional e
pesado que não facilita a partilha e relação interpessoal. Este facto, ainda que seja subtil e não
explicito, deverá ser tido em conta para promover a participação e o sentido de utilidade do
Grupo.
9. PISTAS PARA O PHASING OUT DO KCIDADE
Muitas das considerações atrás mencionadas, bem como os fatores críticos e desafios
identificados, devem ser alvo de reflexão por parte do KCIDADE, como forma de
aprendizagem. Aliás consideramos que na Tapada, e na área do trabalho em rede, estamos
ainda longe da consolidação e sustentabilidade desejada e que as aprendizagens ainda estão a
acontecer todos os dias.
Não querendo dizer que o KCIDADE deva manter a liderança deste processo, em 2013 outros
parceiros assumirão a coordenação do grupo, deverá estar próximo, continuar a participar nos
vários fóruns e manter-se disponível para o apoio necessário.
O trabalho em rede foi identificado pela equipa da Tapada e por alguns parceiros locais, como
uma das áreas em que o KCIDADE deverá continuar a apostar e a investir. Tendo já sido
referido num dos grupos de trabalho que nenhum parceiro está disponível para animar o
processo.
As características da Tapada das Mercês apontam para um cada vez maior protagonismo e
liderança dos moradores nos processos, e estes deverão ser fortalecidos, acompanhados e
apoiados pelos técnicos que melhor os conhecem e com quem têm relação de proximidade.
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O afastamento nesta fase poderá ter consequências sérias que não devemos colocar em risco,
para que a Tapada que está hoje na agenda, não venha no futuro a voltar a ficar fora dela.
TEF 2011: Associação de pais das
Bandeirinhas, Grupo Aldy Foti,
K’CIDADE, Vice Presidente da CMS,
Vogal da JFAMM, Vice Presidente da
ACITMM