Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    1/24

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    2/24

    I

    FICHA TCNICA

    Ttulo: PrAlm do Mare Nostrum- Um Guia para a Navegao Romana no Atlntico

    Textos: Snia BombicoIlustrao da capa: Sajid-Bin-Doza

    Editor: CIDEHUSUniversidade de vora

    ISBN: 978-989-99242-3-9

    Depsito Legal:393381/15

    Impresso:Sociedade Instrutiva Regional Eborense, SA.

    Tiragem: 100 exemplares

    Junho/2015

    N da Edio: 1 Edio

    Os crditos das imagens, que no so da autora dos textos, surgem identificados nas legendas das mesmas.

    PrAlm do Mare NostrumUm Guia para a Navegao Romana no Atlntico by Snia Bombico is licensed under aCreative Commons Atribuio-Uso No-Comercial-Partilha nos termos da mesma licena 4.0 Internacional License

    Ctedra UNESCO em Intangible Heritage and Traditional Know-How: Linking Heritage (1007), estabelecida em 2013 na Universidade de vora (Portugal).

    Este trabalho financiado por Fundos Nacionais atravs da FCTFundao para a Cincia e a Tecnologia, no mbito do projeto UID/HIS/00057/2013

    https://webmail.uevora.pt/#NOPhttps://webmail.uevora.pt/#NOPhttp://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/http://creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/4.0/https://webmail.uevora.pt/#NOPhttps://webmail.uevora.pt/#NOP
  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    3/24

    I

    Sc. III a.C. Sc. II a.C. Sc. I a.C. Sc. I d.C. Sc. II d.C. Sc. III d.C. Sc. IV d.C. Sc. V d.C.

    Nascimento de Jesus Cristo218 a.C. 139 a.C. 19 a.C. 193-------------------285 313 380

    Chegada dos Romanos Morte de Viriato, lder dos Romanos dominam toda Crise do Sc. III Liberdade religiosa Cristianismo religio

    Pennsula Ibrica Lusitanos, povo resistente a Pennsula Ibrica no Imprio oficial do Imprio Invaso Romana

    O Imperador era aautoridade mxima doImprio. O primeiroImperador de Romafoi Octvio Csar

    Augusto, que subiu aopoder em 27 a.C.

    Quem eram os Romanos?

    Os Romanos eram originrios da Pennsula Itlica.

    Com um forte e organizado exrcito, conquistaramterritrios e construram um vasto Imprio em torno doMar Mediterrneo, ao qual chamaram Mare Nostru m, oNosso Mar.

    A Conquista da Pennsula Ibrica

    Os Romanos chegaram Pennsula Ibrica em 218a.C., mas a conquista do territrio no foi fcil devido resistncia dos povos ibricos, principalmente osLusitanos, chefiados por Viriato.

    Desta forma, o domnio total da Pennsula Ibrica s foialcanado em 19 a.C.

    Porque lhes interessava a Pennsula Ibria?

    - Pela localizao geogrfica da Pennsula Ibrica, quepermitia o controlo da navegao e do comrcio entre oOceano Atlntico e o Mar Mediterrneo e um fcilacesso ao Norte de frica;

    - Pelas riquezas naturais que aqui existiam como prata,cobre, ferro, ouro, entre outras.

    O Imprio Romano estendia-se por toda a Europa Ocidental, alguns

    territrios no Prximo Oriente e no Norte de frica, tendo Romacomocapital.

    O exrcito estava organizado em unidades especiais de combate designadas de legies.Cada legio podia ter at oito mil soldados (legionrios).

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    4/24

    I

    A ROMANIZAO

    A presena dos romanos alterou o modo de

    vida dos habitantes da Pennsula Ibrica.

    Estes adotaram os costumes e as tradies

    romanas, aprenderam a falar o latim, a utilizar a

    numerao romana, e passaram a seguir as

    suas leis (Direito Romano).

    A presena romana alterou tambm a

    paisagem:

    - Crescimento e urbanizao das cidades;

    - Construo de Edifcios Pblicos;

    - Edificao de uma vasta rede de estradas/vias

    Bracara AugustaFonte do dolo

    Termas dos Maximinos

    O uso do Latim, do qualderiva a lngua portuguesa.

    Inscrio romana da Villade FreiriaFoto: Guilherme Cardoso

    Incrementaram o uso damoeda nas trocascomerciais.

    Ponte Romana de Chaves

    Casa dos RepuxosConmbriga

    Templo RomanoEbora

    Villade So Cucufate

    Tanques de salgaCreiro-Setbal Runas romanas de Milreu em Esti

    Ponte Romanade Longroiva

    Minas de Trs Minas

    OlisipoTeatro Romano

    Termas dos Cssios

    CaetobrigaRunas de Tria

    Ilha do Pessegueiro

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    5/24

    V

    A HERANA ROMANA

    Introduo de novas culturascomo a vinha e a oliveira.

    Construo de edifcios pblicos como pontes,templos, teatros, anfiteatros, termas e fruns.

    Templo e ponte romanade Mirbriga

    Via Romana Peristilo (Conmbriga) Reconstruo virtual daAmmaia(Projecto Radio-Past)

    Introduziram e desenvolveramnovas indstrias como atecelagem, salga de peixe, olariae extrao mineira.

    Cetariae(tanques para salga de peixe)

    Ilha do Pesse ueiro

    Novos utenslioscomo as nforas,as talhas (dolia), as lucernas, etc.

    Modificaram as cidades com a aplicao

    de regras de urbanismo, construo deestradas, abastecimento de gua eesgotos.

    Introduziram novos materiais deconstruo, como as telhas de cermica,os tijolos, os mosaicos, etc.

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    6/24

    V

    COMO QUE SABEMOS QUE OS ROMANOS NAVEGARAM NA COSTA PORTUGUESA?

    So as fontes histricasque nos confirmam que os romanos navegavam ao longo da nossa costa.

    Existem dois tipos de fontes histricas: as escritase as materiais.

    Mapa-Mundo de Ptolemeu,na sua obra Geographia(cerca de 150 d.C.)

    As fontes escritas so essencialmente textos e mapas greco-romanos deautores como Ptolomeu, Estrabo, Mela, Plnio e Avieno, cujas obrasincluem descries do ocidente da Pennsula Ibrica.

    A epigrafia e as fontes iconogrficas podem ser consideradas,igualmente, fontes escritas, uma vez que podem apresentar informaese motivos decorativos navais. Embarcaes ou representaes de portospodem surgir em moedas, mosaicos, frescos ou baixos-relevos.

    Mosaico de Ostia, Piazzale delle Corporazione

    Mosaico de Santa Vitria do Ameixial(Estremoz)

    Os vestgios materiais da navegao romana soessencialmente subaquticos, principalmentemateriais cermicos, como nforas, constituintesda carga dos navios. No entanto, podem surgirtambm outras peas cermicas e lingotes demetal.

    As nforas so o contentor de transporte martimoromano por excelncia, pelo que o seu registo emcontextos terrestres costeiros igualmente prova

    do comrcio martimo.Permanecem tambm vestgios de estruturasporturias (cais e molhes) em pedra ou madeira.

    Junto s zonas porturias existiam reasindustriais com unidades de produo depreparados de peixe, cujas estruturas e tanquessubsistem at hoje.

    Os cepos de ncora em chumbo, atribuveis poca romana, so os achados subaquticos maiscomuns na costa portuguesa.

    Lingotes de cobre deprovenincia subaqutica

    Museu de Marselha

    Carregamento de nforasMuseu de Albenga

    Tanques de salga de peixeCepo de ncora, Museu de Cascais

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    7/24

    V

    O QUE A ARQUEOLOGIA SUBAQUTICA?

    uma disciplina que se ocupa do estudo, da interpretao, recuperao e conservao dos vestgios arqueolgicos submersos.

    Para alm do mar, os trabalhos desenvolvem-se tambm em ambientes hmidos e em guas internas, como lagos e rios.

    O Imperador Calgula mandou construirdois grandes barcos para celebrar rituaise festas. Com o passar dos anos, asembarcaes acabarem no fundo doLago de Nemi. J no Renascimento, foiefetuada a primeira campanha deinvestigao e recuperao. Por volta de1446, o humanista Leon Battista Alberticonstruiu uma plataforma que serviu debase recuperao de algumasmadeiras. O engenheiro Francesco deMarchi, em 1535, continuou os trabalhossubaquticos com auxlio de umacampnula de madeira. Uma terceira

    tentativa foi posta em prtica por AnnesioFusconi em 1827, recorrendo a um sinode mergulho. Finalmente, entre 1928 e1932, o lago foi seco com potentes

    bombas e foi efetuada a recuperaototal dos navios. Em 1935 foi inauguradoo museu dedicado aos barcos deCalgula que haveriam de desaparecernum incndio, a 31 de Maio de 1944,durante a Segunda Guerra Mundial.

    No Mar da Turquia, a partir da dcada de 60 do sculo XX,George Bassdirigiu os trabalhos arqueolgicos subaquticos deescavao de dois importantes naufrgios: Cape Gelidonya eUluburum.

    Em 1954 foi localizadoum naufrgio da idade dobronze em CapeGelidonya (Turquia). Aescavao do stioiniciou-se em 1960, sob adireco de PeterThrockmorton, George F.Bass e Frdric Dumas.Em 1984, um pescadorde esponjas turcoencontrou o naufrgio deUluburum, datado definais da Idade do Bronze.Trata-se de um barcomercante do PrximoOriente, construdosegundo o mtodo de

    construo navalmediterrnico. Destacam-se da carga as toneladasde lingotes de cobre,

    joias, cermicas finas e24 ncoras de pedra.

    O stio de Madrague deGiens foi descoberto em1967. A partir de 1972 foialvo de campanhas anuaisda responsabilidade doInstitut dArchologie

    Mditerranenne, e a partirde 1978 do Centro CamilleJulliean, dirigidas por

    Andr Tchernia, PatricePomey e AntoinetteHesnard. Trata-se de umnaufrgio datado do sculoI a.C., cuja carga principal constituda por nforasvinrias de tipo Dressel 1b.

    OWasa foi um navio deguerra, mandadoconstruir para o ReiGustavo Adolfo II daSucia. O navio

    naufragou, aps velejarmenos de uma milhanutica, na sua viageminaugural, em 10 de

    Agosto de 1628. Foilocalizado no final dadcada de 50 do sculoXX, sada da baa deEstocolmo. O navio foirecuperado com o cascoquase intacto em 1961.Foi conservado num

    museu temporriochamado Wasavarvet("O Estaleiro Wasa") at1987, data em que foitransferido para o Museudo Wasa em Estocolmo.

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    8/24

    V

    MERGULHAR COM PS DE CHUMBO

    A arqueologia teve necessariamente de se

    adaptar ao meio aqutico, utilizando novas

    tcnicas e instrumentos de trabalho. Desta

    maneira, o mergulho surge como umadisciplina essencial prtica da

    arqueologia subaqutica.

    O homem sentiu sempre curiosidade por

    descobrir o que escondiam os fundos

    marinhos. Foram muitas e variadas as

    invenes e artefactos que foram utilizados,

    ao longo dos

    sculos, paraque o homem pudesse mergulhar.

    Por volta de 1820, o ingls John

    Dean inventa o capacete de

    mergulho, dando origem a uma

    empresa construtora de material

    de mergulho que criou o primeiro

    escafandro no autnomo, hoje

    mais conhecido por "p de

    chumbo".

    No entanto, s a partir do sculo XX que a prtica do

    mergulho se difundiu.

    Existem indcios da prtica do mergulho na Pr-Histria,os concheiros mesolticos existentes no litoral portugus

    so exemplo disso. O homem primitivo ter, muitoprovavelmente, mergulhado para apanhar moluscos.

    Antigos baixos-relevos assrios e gravuras egpciasretratam militares mergulhadores, em cenas de batalha ou

    espionagem naval.

    Aristtelesna sua obra Problemasmenciona dois tipos deinstrumento de imerso. Um deles a lebeta, antecedenteda campnula de mergulho.

    No sculo II a.C. o ReiPerseu, ltimo monarca daantiga Macednia, duranteas guerras entre gregos eromanos, mandou lanar aomar os seus tesouros com ainteno de os recuperarposteriormente, com ainterveno dos urinatores.

    A epigrafia romana fazreferncia existncia destegrupo de profissionais,especializados emintervenes subaquticas.

    No Renascimento, Leonardo da Vincidesenhou dois instrumentos de mergulho. Umdos quais consistia num simples tubo,semelhante ao atual snorkel(tubo respiratrio).

    A partir do sculo XVIII, difunde-se o uso dossinos de mergulho, como a campnulaPatache de Jean Barri (1640) ou a de Halley

    (1690) que recebia abastecimento de ardiretamente da superfcie.

    Em 1943, Jacques Cousteau e EmileGagnan inventam o escafandro autnomo.Este equipamento apresenta como elementofundamental um regulador que permite aomergulhador receber ar presso da guacircundante, que se encontra comprimidodentro de uma garrafa. Esta inovao gerouuma verdadeira revoluo na prtica domergulho, permitindo tambm odesenvolvimento da arqueologia subaqutica.

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    9/24

    I

    A METODOLOGIA

    ARQUEOLOGIA SUBAQUTICA

    I-Documentao IV-Interpretao Histrica

    II-Reconhecimento e Prospeo V-Conservao

    III-Escavao VI-Divulgao

    As etapas de pesquisa e trabalho no diferem muito das utilizadas na

    arqueologia tradicional (terrestre), mas o ambiente submerso obriga a

    algumas diferenas.

    Pedro Teixeira, 1634

    A primeira etapa consiste nacompilao e no estudo das fontesescritas, orais, arqueolgicas ecartogrficas que contm informaoacerca do local em que se vaitrabalhar.

    Segue-se a fase de reconhecimento do terreno para

    deteo da presena e localizao dos vestgiosarqueolgicos.

    Sonar de varrimentolateral

    Navio naufragado no Tejo(Instituto Hidrogrfico)

    Prospeosubaqutica comdetetor de metais,Capraia (Livorno)Foto:D. Bartoli

    Foto: MARQ Foto: G. Carvalho

    Nesta fase os arquelogos vo remover oterreno por camadas de forma a estudar ostio. Este processo destrutivo e

    irreversvel, por isso mesmo essencial umregisto constante.

    Para remover os sedimentos arenosos osarquelogos utilizam uma sugadora.

    CASC

    Depois de terminada a escavao e a recolha dosartefactos arqueolgicos, segue-se a interpretaodos vestgios e das estruturas identificadas.

    O estudo dos materiais recuperados permitir fazer acontextualizao histrica do stio arqueolgico.

    V. Frka/UNESCO

    Aps sculos submersos, os materiais recuperados

    necessitam de tratamento especial para no sedegradarem.

    Os vestgios que permanecem in situ soigualmente protegidos da dinmica do ambientemarinho.

    (Unidade de Tratamento de Materiais do Museu Municipal de Peniche)

    Por fim, procede-se divulgao dosresultados obtidos, com exposies epublicaes, de forma a fomentar oconhecimento e sensibilizar o pblicopara a preservao do patrimnio culturalsubaqutico.

    Exposio no MNA

    O Tempo

    Resgatado ao Mar

    Itinerriosubaqutico donavio Ocan,(Sculo XVIII)Lagos (Foto DANS)

    Carlos Leon/Naufrgio Grum de Sal

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    10/24

    X

    NOVOS DESAFIOS: A FRONTEIRA DA PROFUNDIDADE E AS NOVAS TECNOLOGIAS

    Depois de ultrapassar a fronteira terrestre e se estender ao meio

    aqutico, a arqueologia enfrenta agora uma nova fronteira: a

    profundidade.

    A utilizao de escafandro autnomo, para a realizao de

    trabalhos arqueolgicos subaquticos, limitada profundidade

    de cerca de 45-50m. Ainda que misturas gasosas enriquecidas

    permitam descer at aos 80m ou mais, estas no eliminam os

    riscos e implicam cuidados especiais na subida superfcie e na

    fase de descompresso. Esta barreira fsica afasta o arquelogo

    dos locais de naufrgio a grande profundidade. Mas os achados

    arqueolgicos de grande profundidade constituem contextos

    privilegiados, no sentido em que se encontram mais protegidos

    da destruio provocada pelos agentes naturais e pelo homem.

    Assim, no de estranhar que nas ltimas dcadas se tenha

    apostado na aplicao das novas tecnologias investigao

    destes locais, com recurso a sonares, submarinos e veculos

    robotizados (ROV - Remotely Operated Vehicle).

    Por outro lado, um conjunto de novas tcnicas, como a

    fotogrametria digital e a reconstruo virtual 3D, tm acelerado o

    processo de registo arqueolgico e aperfeioado as estratgias

    de divulgao do patrimnio cultural subaqutico.

    Registo atrao etextura dasnforasrecolhidas nonaufrgio de

    Arles 4, feitopor robsubaqutico.

    LUSO - o novo ROV portugus

    Este veculo de operao remota,

    capaz de mergulhar a 6 mil metros deprofundidade, foi adquirido peloMinistrio da Defesa em 2008.

    Utilizao de fotogrametria para registoarqueolgico subaqutico. (SIAS-Bruno Pars)

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    11/24

    X

    ARQUEOLOGIA SUBAQUTICA EM PORTUGAL

    O desenvolvimento da arqueologiasubaqutica em Portugalacompanhou a evoluo daLegislao do Patrimnio Cultural

    Subaqutico.

    Atualmente regemo-nos peloDecreto-Lei n 164 de 27 deJunho de 1997.

    Mas para chegar a esta lei foipercorrido um longo caminho quecomeou em 1970

    Em 1993, foi

    promulgada umalei que ficouconhecida como aLei da Caa ao

    Tesouro, porqueprevia a concesso da exploraodo patrimnio e o pagamento deavultadas recompensas aosachadores e exploradores dosvestgios arqueolgicossubaquticos.

    Em 1997, a nova e atual Lei doPatrimnio Cultural Subaquticoveio congelar a Caa aoTesouro.

    Nesse mesmo ano, foi criado o Centro Nacional de Arqueologia Nutica e Subaqutica (CNANS),mais tarde designado DANS (Diviso de Arqueologia Nutica e Subaqutica).

    Desde 2012, a gesto do patrimnio cultural subaqutico e a fiscalizao de todos os trabalhos dearqueologia subaqutica, realizados em Portugal, feita diretamente pela DGPC (Direo-Geral doPatrimnio Cultural).

    Porque importante proteger?

    O desenvolvimento do mergulho, na segundametade do sculo XX, permitiu um maior acesso aofundo do mar e, ao mesmo tempo, uma maiorfacilidade na pilhagem dos stios de naufrgio evestgios arqueolgicos do passado.

    Isto fez com que a maioria dos pases sepreocupasse em elaborar acordos e convenesque protegessem esses vestgios, limitando eregulamentando o acesso ao patrimnio culturalsubaqutico.

    Portugal um dos pasessignatrios da Convenoda UNESCO para a Proteo

    do Patrimnio CulturalSubaqutico, adotada em2001 e que entrou em vigor a2 de Janeiro de 2009.

    O que fazer em caso de achado?

    Os mergulhadores amadores e os pescadores estoentre os achadores mais frequentes de patrimniocultural subaqutico. Isto porque os vestgios soidentificados durante mergulhos recreativos ou, ento,vm superfcie nas redes de pesca.

    Nos termos da lei, quem por acaso achar ou localizarquaisquer bens arqueolgicos subaquticos devercomunicar o facto autoridade martima com

    jurisdio sobre o local do achado, a qualquer outraautoridade policial ou diretamente DGPC, no prazode quarenta e oito horas.

    Ainda nos termos da lei, os achados fortuitosconstituem ao achador o direito de receber umarecompensa, calculada sobre o valor atribudo aos

    bens. No caso de se tratar de um contextoarqueolgico coerente e delimitado, cujo valor culturalseja confirmado pelos servios competentes, aoachador cabe uma recompensa de montante baseadono valor patrimonial atribudo ao achado.

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    12/24

    X

    TIPOS DE STIO ARQUEOLGICO SUBAQUTICO

    UNESCO/Croatian Conservation Institute

    Cidades Submersas

    As alteraes geomorfolgicas da costa, provocadas

    pela eroso e por fenmenos como os maremotos,podem originar a submerso ou afundamento dezonas porturias ou mesmo de cidades inteiras.

    Vestgios de estruturas porturias

    Cais, molhes e ancoradouros podem surgir submersosou em contextos terrestres ribeirinhos, consoante aevoluo da linha costeira. Existem estruturas empedra, mas tambm se encontram em madeira

    Naufrgioscpsulas do tempo

    Um naufrgio representa um acontecimento pontual.

    Os materiais associados perda do navio,nomeadamente a respetiva carga comercial,correspondem a um perodo relativamente curto, que sesitua entre o carregamento da embarcao e o naufrgioda mesma.Estes vestgios podem surgir tambm em terra, emzonas ribeirinhas e de sapal, antigamente submersas.

    Npoles - Projeto Linha do Metropolitano

    Runas submersas de Baia (Npoles) Foto:Michele Stefanile

    Vestgios de cais romano emmadeira, no subsolo da cidadede Marselha.

    Fundeadouros

    Para alm dos portos, existemlocais utilizados como pontos de

    escala e paragem ao longo dacosta. Estes stios, denominadosfundeadouros, estonormalmente localizados embaas protegidas, ou em reasabrigadas junto a ilhas costeirase promontrios.

    O fundeadouro da Ilha Berlengae o abrigo natural ao largo doCabo Espichel tm registado

    inmeros achados de cepos dencora em chumbo de pocaromana. Estes vestgios fazemdestes locais fundeadourosprivilegiados.

    Ilha Berlenga

    Cabo Espichel - SesimbraProcesso de formao de

    stio de naufrgio

    Blocos de porto romanosubmerso, na Lbia.

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    13/24

    X

    NAUFRGIOUMA FONTE PRIVILEGIADA PARA O CONHECIMENTO DA ROTAATLNTICA

    At h algumas dcadas, a maioria dos

    investigadores do mundo romanodesvalorizava a existncia de umanavegao atlntica. Mas, nos ltimosanos, o aumento do registo de vestgiosmateriais dessa navegao veio alteraressa viso.

    Foram identificados stios de presumveisnaufrgios, com a recolha de nforas ecepos de ncora, algumas vezesassociados a peas de madeira

    constituintes das estruturas dos navios.Passou-se a ver a provncia da Lusitniacomo local de passagem no seio da rotaSul-Norte, com vista ao abastecimento dasprovncias da Britannia e da GermaniaInferior, considerada mais barata emrelao s rotas do Rdano e Reno e doistmo gauls.

    Os distintos elementos identificados, num

    contexto de naufrgio, permitem-nosredescobrir os itinerrios ao longo dosquais os romanos desenvolveram o seucomrcio martimo e a sua navegaoatlntica.

    Casco do navioTcnicasde construo naval romana(Arqueologia Naval).

    Cepo de ncora emchumbo vestgioindicador de stio denaufrgio ou defundeadouro.

    nforas Os tipos anfricos,

    existentes num naufrgiopermitem identificar o produtotransportado e o local deproduo das nforas.

    Sajid-Bin-Doza

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    14/24

    X

    O LITORAL DO PORTUGAL ROMANO

    Consideramos cidadesmartimas os centrospopulacionais, de pocaromana, situados junto ao

    mar, como Olis ipo (Lisboa), Salacia (Alccer do Sal),Caetobriga (Setbal), Ossonoba (Faro) e Balsa (Luz deTavira). Ainda assim, cidades como Scallabis (Santarm),Bracara Augusta (Braga) e Aeminium (Coimbra),localizadas no curso inferior dos rios, detiveram funesimportantes enquanto portos redistribuidores demercadorias para o interior do territrio. Tambm a cidadede Portus Calem(Porto) ter feito parte do conjunto dasgrandes cidades martimas da fachada atlntica romana.

    Num segundo plano de importncia surgem os pequenospovoados piscatrios e vil lae com funes martimascomo Sines, a Ilha do Pessegueiro ou a antiga Ilha dePeniche. A maioria das zonas de esturio dos riosportugueses conheceu, tambm, funes comerciais eporturias. Villa Romana de Cerro de Vila (Vilamoura,

    Algarve - Ilustraes de Jos Antnio Cavaco)

    Zona Porturia de Balsa. Desenho de Christof Studer

    Alccer do Sal Ilha do Pessegueiro

    Cepos de ncora

    nforas

    Mapa Base: V. Mantas, 1993

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    15/24

    X

    NCORAS: DA PEDRA AO CHUMBO

    As primeiras ncorasconhecidas eram de pedra, de formacircular ou trapezoidal, apresentando orifcios nos quais eramencaixados, na transversal, pedaos de madeira que

    permitiam ncora unhar no fundo. A utilizao deste tipode ncora persistiu, em algumas regies at h poucossculos atrs. As ncoras de pedra foram utilizadas noatlntico portugus e encontram-se registadasarqueologicamente no fundeadouro da Berlenga, em Cascaise no Algarve. Estes vestgios so, normalmente, associados prtica de navegao anterior ao perodo romano.

    O estudo das ncoras utilizadas pela marinha romanaparece confirmar a existncia de dois tipos diferentes: a detipo etrusco, de braos em V e o de tipo grego, de braos

    curvos.Os cepos de ncora em chumbo so habitualmenteatribudos poca romana, mas sabe-se hoje que a suautilizao se generalizou a partir do sculo IV a.C.

    Na maioria dos casos, todos os componentes em madeiraso destrudos pelos agentes fsicos ou biolgicos presentesno mar. Por essa razo, os elementos robustos como oscepos de chumbo constituem os nicos vestgiossobreviventes.

    Os cepos de ncora em chumbo surgem, principalmente,associados a vestgios arqueolgicos de navios naufragadosou em contextos de fundeadouro. Estas reas, habitualmentefrequentadas por navios em escala, registam uma grandepresena de cepos, perdidos durante temporais ousimplesmente durante as manobras para fundear.

    O cepo de ncora em chumboera utilizado numa ncora,cujo corpo era de madeira.

    ncora de dois orifcios

    recuperada na Guia (Cascais).C. M. Cascais. N. Inv.2007.12.01.

    ncoras de PedraMuseu de Agde, Frana

    ncora romana de tipoetrusco.

    Museu de Albenga, Itlia.

    Cepo de ncora emchumbo. Foto: DANS

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    16/24

    X

    NFORAS

    As nforas socontentores deprodutos alimentares,especficos para o

    transporte martimo.Estes recipientes,

    semelhantes s atuais jarras, transportavamvinho, azeite e salgas de peixe.Encontram-se registadas arqueologicamente noscentros oleiros de produo de nforas e nasunidades de fabrico de preparados de peixe; mastambm nos naufrgios e nos locais de consumo,como as reas habitacionais por exemplo.

    A antiga provncia da Lusitnia Romana eraprodutora de salgas de peixe e preparadospisccolas, como o garum. E produziu, tambm,os contentores para o seu transporte nforaspisccolas.

    As nforas apresentam formas diferentesconsoante o local de fabrico e o contedo atransportar. Por exemplo, as nforas destinadasao transporte de azeite tendem a ser maisbojudas.

    Reconstruo hipottica de fbrica de preparados depeixe. Desenho de Pedro Ramos

    Reconstituio de forno romano da Olaria da Quinta doRouxinol, Seixal.

    Grafitar e marcar as

    nforas.As nforas apresentamregularmente marcas deoleiro, ou seja um selo impressocorrespondente ao nome doprodutor. Mas surgem tambmpequenos rabiscos no bico

    fundeiro, os grafitos, que sepensa serem informaesreferentes ao nmero deexemplares produzidos oucozidos.Menos usuais so as inscriespintadas (tituli picti) no colo dasnforas, normalmente referentesao contedo transportado.

    Marca de oleiro dePeniche. Fotos: GuilhermeCardoso

    Unidade de transformao de preparadosde peixeCaso do Governador, BelmIn Fabio 2009

    nfora de azeitenforas de peixenfora com peixe salgado

    Museu de Marselha

    Tanques de salga de peixeRunas de Troia

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    17/24

    X

    AS FONTES CLSSICAS

    Os gegrafos gregos e romanos descreveram as viagensmartimas e as costas conhecidas e frequentadas pelosromanos.

    Chamam-se Clssicasa essas fontes, porque pertencem spocas consideradas Antiga ou Clssica da Histriaeuropeia. Ou seja, so normalmente relatos contemporneosaos acontecimentos descritos.

    Existe uma importante tradio literria pr-romana de

    navegao atlntica, da qual se destacam: Homero eHesado(sc. VI a.C.) e os priplos dos cartagineses Hanoe Himilcoque relatam a explorao das costas africana edo Atlntico Norte. Temos confirmada a circum-navegaodo Atlntico pelo massaliota Pteas (Sc. IV a.C.)Posteriormente, o Atlntico descrito por Csar (De BelloGallico) e por gregos ao servio de Roma, como Diodoro deSicilia(Biblioteca Historica) e Estrabo(Geographia).

    Entre finais do sculo I a.C. e meados do II d.C. destacam-se, para alm de Estrabo, Pomponio Mela (Chorographia

    III, 43-44 d.C.), Plnio(Naturalis Histria, IV, acabada em 77d.C.) e Ptolomeu(GeografiaII, meados do sculo II d.C.).

    Em meados do sculo IV, Avieno compe a sua OraMaritima.

    Hoje em dia, a partir de Gades e das colunas de Hrcules, navega-se em todo o Oceano Ocidental, con tornand o a Espanh a e as Glias. Quanto

    ao Oceano Setentrio nal, ele foi percorrid o na sua m aior parte, quando , sob os auspcios d o divin o Au gust o, uma fro ta fez a volta Germnia at

    ao promontrio dos Cimbros

    Plnio, o Antigo, II, 166-168 (23-79 d.C.)

    Mas as referncias contidas nestas obrasdevem serconsideradas com prudncia, pois nem sempre fcil relacion-las com a geografia da atual costaportuguesa.

    A Geomorfologia Costeira tem vindo a alterar-seao longo dos sculos.

    O assoreamento dos cursos fluviais, acentuadoaps o incio da Idade Mdia, fez com que as areiasse acumulassem na foz dos rios, fazendo diminuir a

    sua navegabilidade e a capacidade porturia dosesturios. Por outro lado, a eroso das falsiascosteiras tem provocado a diminuio dasreentrncias da costa, tornando-a mais retilnea.

    Estrabo (c. 64 a.C. 21 d.C.) descreveu na Geographia amaioria dos rios da Lusitnia Romana.

    O Tejo tem na foz uma largura de cerca de vinte estdios e

    uma to grand e profun didade qu e pode ser navegado por

    embarcaes de dez mil nforas de capacidade [] O rio, por

    outro lado, abundante em peixes e est cheio de moluscos

    Estrabo, Geografia. III.3.1

    Para alm das fontes escritas,existem uma srie de outrasfontes de poca Antiga, asfontes iconogrficas, ou seja,representaes em baixos-relevos, mosaicos, pinturas oumoedas por exemplo.

    Moeda romana de Ossonoba (Faro)

    Mosaico Piazza delleCorporazioni, Ostia

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    18/24

    X

    NAVEGAO E CONSTRUO NAVAL ROMANAS

    ttoorrqquueerreeeettddeettoorrqquueerreeos mar inheiros

    rom ano s j bo lin avam

    Os romanosestavamhabituados anavegar noMediterrneo,por isso,teriam sentidonecessidadede se adaptar navegao no Atlntico. Tiveram,ento, de ter em conta as caractersticas da

    costa, as correntes e as condiesmeteorolgicas. Estes dados influenciam autilizao das tcnicas de navegao quepassam no s pela orientao nutica epreviso meteorolgica, mas tambm pelasmanobras com as velas e restantes aparelhos donavio.

    Os navios romanos tinham velas redondas,ainda assim, os marinheiros da Antiguidadeconseguiam navegar com ventos contrrios.Utilizando essa vela redonda praticavam atcnica de navegao por bordadas que lhes

    permitia bolinar.

    Os navios romanos eram construdos preferencialmentesegundo o processo tipo concha (shell-first), ou seja de forapara dentro.

    Construa-se primeiro o forro externo, constitudo porpranchas fixadas por encaixes, cavilhas e cunhas, eimplantava-se por fim a ossatura do navio.

    Ainda que este fosse o processo mais utilizado pelosarquitetos navais romanos, durante a Antiguidade Tardiacomeou a ser utilizado o mtodo em que se construaprimeiro o esqueleto do navio. Tcnica denominadaesqueleto primeiro, generalizada a partir da poca medieval.

    Sabias que os romanoscolocavam na base do

    mastro principal umamoeda?

    A moeda era colocada nacavidade em que o mastroencaixava na quilha do navio. Osromanos acreditavam que esteritual trazia boa sorte e evitavadesgraas. Muitas vezes,durante os trabalhosarqueolgicos subaquticos, a

    moeda encontrada, o que podeajudar datao do naufrgio.No entanto, os arquelogos tmsempre em conta que muitasvezes poderiam ser utilizadasmoedas mais antigas em relao data da construo daembarca o.

    Fragmento de madeira de provvel navioromano, identificado no Rio Arade. Foto:DANS

    Grafito da nave Europa, navio tipocorbita Pom ei a

    Pormenor da tcnica construtiva tipo concha.Museu de Marselha

    Tcnica de construo shell-first.P. Pomey

    J-M. Gassend

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    19/24

    X

    PORTOS E FARIS ROMANOS

    Para Vitruvio, autor romano da obra De Architectura, oporto de mar ideal era oportus naturaliter bene positus, ouseja uma baa protegida por dois promontrios, em torno da

    qual se construam os estaleiros e armazns.

    Os romanos tiveram de se adaptar ao Atlntico, onde asmars so muito mais acentuadas que no Mediterrneo.

    Assim, os abrigos proporcionados pelo interior dosesturios, das lagoas e dos cursos dos rios foram os locaiseleitos para a instalao dos portos.

    Portos artificiais, como os de Cludio e Trajano, na foz doTibre (Roma) so desconhecidos no Atlntico. Mas isto noquer dizer que no se construssem pequenas estruturasporturias no Atlntico, ainda que na sua generalidade

    fossem, muito provavelmente, em materiais perecveiscomo a madeira.

    Mas tero, tambm, existido portos sem qualquer estruturaporturia. Nestes casos, o transbordo das mercadoriasfazia-se diretamente de um navio mercante (corbita) parapequenas barcas (caudicariae), em plena baa ou esturio.

    A navegao noturna exigia a existncia de faris. Osromanos instalaram-nos nos portos e nos acidentesgeogrficos, como promontrios e cabos, de forma a

    indicarem aos marinheiros a proximidade a terra.

    A clebre Torre de Hrcules (farol de A Corua), noNoroeste peninsular, comprova a ampla navegaoromana no Atlntico.

    Mosaico da Piazza delle Corporazioni, Ostia.Cena de transbordo de mercadorias de umnavio para uma caudicaria (barca)

    Lapidario dellaCanonicaPorto palaftico da Carrasqueira (Sado).Exemplo de porto com estruturas de madeira.

    J-M. Gassend

    Portos artificiais de Cludio e Trajano. Desenho de Italo Gismondi

    Porto romano de Marselha

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    20/24

    X

    MUSEUS E STIOS ARQUEOLGICOS A VISITAR

    Cidade/Regio Locais a visitar

    Braga

    Museu de Arqueologia Dom Diogo de Sousa.Vestgios arqueolgicos visitveis na dependncia doreferido museu, relativos aos vestgios da cidade romanade Bracara Augusta.http://mdds.culturanorte.pt/pt-PT/Default.aspx

    Porto

    Casa do Infante(Rua da Alfndega n10)Arqueosstio da Rua de D. Hugo (Marcao de visitaspreviamente na Casa - Museu Guerra Junqueiro)

    CoimbraMuseu Nacional Machado de Castro - Criptoprtico de

    Aeminium.

    http://www.museumachadocastro.pt/

    Conimbr iga Runas e Museu Monogrficohttp://www.conimbriga.pt/index.html

    Lisboa

    Ncleo Arqueolgico da Rua dos Correeiros(Millennium BCP Foundation)

    Casa dos Bicos(Fundao Jos Saramago)Galerias Romanas da Rua da Prata(visitas condicionadas)Runas e Museu do Teatro RomanoClaustro da S de Lisboa

    SetbalUnidade de produo de preparados pisccolas daTravessa de Frei Gaspar (Edifcio do Turismo da Regio deSetbal)

    Fbrica de produo de preparados de peixe doCreiro (Junto praia do Portinho da Arrbida)Runas Romanas de Tria

    Sines Runas Romanas da Ilha do Pessegueiro

    AlgarveVil laRomana do Cerro da Vila (Vilamoura, Loul)Vil la Romana do Milreu (Esti, Faro)Museu Municipal de Faro(mosaico romano do Deus Oceano)Museu de Portimohttp://www.museudeportimao.pt/en/default.aspx

    Podes ver alguns materiais romanos,provenientes de meio aqutico, nos museusportugueses. Podes tambm visitar um

    conjunto variado de stios arqueolgicos,deixamos-te algumas sugestes

    http://mdds.culturanorte.pt/pt-PT/Default.aspxhttp://www.museumachadocastro.pt/http://www.museumachadocastro.pt/http://www.conimbriga.pt/index.htmlhttp://www.conimbriga.pt/index.htmlhttp://www.museudeportimao.pt/en/default.aspxhttp://www.museudeportimao.pt/en/default.aspxhttp://www.museudeportimao.pt/en/default.aspxhttp://www.conimbriga.pt/index.htmlhttp://www.museumachadocastro.pt/http://mdds.culturanorte.pt/pt-PT/Default.aspx
  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    21/24

    X

    GLOSSRIO

    Alto-Imprio Perodo da histria romana que se estende da sagrao deOctvio, em 27 a.C., at aos incios do sculo III d.C. o perodo deconsolidao e maior desenvolvimento do imprio romano.

    Apneia - Forma de mergulho baseado na capacidade do individuo em reter a

    prpria respirao debaixo de gua.

    Assoreamento - Processo decorrente da eroso, que se caracteriza por umdepsito acelerado de sedimentos numa zona baixa da costa, ou ao longo doleito dos rios.

    Baixo-Imprio - Perodo da histria romana que tradicionalmente se inicia em192 d.C. com o assassinato de Cmodo e que se caracteriza por uma forteinstabilidade poltica e econmica, que conduzir ao fim da civilizao romana.

    Cepo - Pea de ferro, madeira, pedra ou chumbo, transversal ao eixo dancora.

    Conventus - Circunscrio administrativa romana reagrupando um certonmero de cidades.

    Descompresso - Eliminao progressiva do gs presente no sangue porparte do mergulhador medida que este regressa superfcie, de maneira aevitar que se formem bolhas que bloqueiem os vasos sanguneos.

    Dol ium, a - Grande recipiente de barro destinado a conservar e transportaralimentos.

    Domus- Casa particular ocupada por um nico proprietrio e sua famlia.

    Draga - Instrumento utilizado na remoo de sedimentos do leito dos rios e dofundo das zonas porturias.

    Escafandro autnomo Equipamento constitudo por garrafa com arcomprimido e regulador que possibilita a respirao autnoma do mergulhador.

    dito - Lei de foro imperial.

    Epigrafia Cincia que estuda as inscries romanas, principalmente asgravadas em pedra.

    Fabri navales -Artfices que fabricavam barcos.

    Farol - Torre equipada com uma potente luz, cujo feixe visvel a largosquilmetros de distncia, que serve para avisar os navegadores que seaproximam de terra.

    Forum- Centro monumental da vida poltica, mundana, cultural e religiosa deuma cidade romana.

    Fundeadouro -Abrigo na costa onde os navios lanam ncora.

    Garum - Molho proveniente da manipulao de diversos peixes salgados e

    fabricado em tanques expostos ao sol.

    GPS (Global Positionning System) - Rede mundial de posicionamento porsatlite. Nome atribudo a qualquer aparelho capaz de fornecer ao utilizador aposio geogrfica onde este se encontra.

    In si tu - Expresso latina que pode ser traduzido por no stio, utilizada em

    arqueologia para referir a localizao original de um stio ou achado.

    Insula- Tipo de habitao existente na Roma Antiga, com mais do que um pisoe destinada populao mais desfavorecida.

    Lastro - Conjunto dos materiais (normalmente pedra) colocados no fundo doporo de um navio, para lhe conferir estabilidade.

    Liberto - Escravo a quem foi dada a liberdade.

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    22/24

    X

    Lingote - Massa de metal que aps ter sido aquecida vertida num molde,tomando uma forma que torna mais fcil o seu manuseamento, geralmenteuma barra ou um bloco.

    Lucern a, ae - Candeia de azeite.

    Lusitnia - Foi o nome atribudo na Antiguidade ao territrio oeste daPennsula Ibrica onde viviam os povos lusitanos. Aps a conquista romana

    passou a provncia romana cuja capital era Emerita Augusta, atual Mrida. ALusitnia romana inclua aproximadamente todo o territrio portugus a Sul dorio Douro, a Estremadura espanhola e parte da provncia de Salamanca.

    Mare Clausum Em poca romana, o perodo entre Novembro e Maro eraconsiderado o mais perigoso para a navegao, por isso era declarado mareclausum(mar fechado), embora provavelmente a navegao nunca tenha sidototalmente interrompida.

    Mare Nostrum - Designao latina que se pode traduzir por O Nosso Mar,

    Era a expresso utilizada pelos romanos para designar o Mar Mediterrneo, emtorno do qual tinham conquistado todos os territrios.

    Molhe - Estrutura porturia para atraque de embarcaes.

    Mosaico - um embutido de pequenas peas (tessellae) de pedra ou deoutros materiais (vidro, mrmore, cermica) formando um determinadodesenho. utilizado para preencher pisos ou paredes.

    Olaria -Arte de fabricar peas de cermica. Local onde se fabricam.

    Pax Romana - Expresso que alude estabilidade poltica e econmica e tranquilidade social que o imprio romano trouxe s populaes, principalmenteno tempo do Imperador Augusto.

    P de Chumbo - Nome dado aos antigos escafandristas equipados comcapacete de cobre ou lato e botas lastradas com chumbo.

    Poro - Parte interior do casco de um navio

    Profundmetro - Aparelho utilizado para medir a distncia entre o fundo e asuperfcie martima.

    Quadrcula - Modo de definir a rea de escavao arqueolgica. Em contextossubaquticos, normalmente, so utilizados tubos de metal ou plstico.

    Quilha - Seco rgida que serve para reforar o fundo e a estrutura de umnavio. Estende-se desde a proa at popa.

    Romanizao - Influncia exercida pelos romanos sobre os territrios e ospovos conquistados, com o objetivo de manter o imprio unido e transformar osseus habitantes em cidados romanos.

    ROV(Remote Operated Vehicle) - Veculo auto propulsado, ligado a um barcono qual se encontra o operador. Est equipado com instrumentos deobservao e interveno.

    SalvadosAtividades de recuperao da carga dos navios naufragados.

    Sugadora - Sistema subaqutico de aspirao de sedimentos.

    Taberna, ae- Loja ou armazm.

    Tegula, ae- Telha retangular com rebordos laterais.

    Terra sigi l lata tipo de cermica fina, usada para recipientes de luxo, cujosvasos eram frequentemente marcados com selo (sigillum) do oleiro produtor.

    UNESCO (United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization) -Organismo especializado com o objectivo de contribuir para a paz e segurana

    no mundo mediante a educao, a cincia, a cultura e as comunicaes.

    Villa - um latifndio, com casa de habitao e instalaes agrcolas.

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    23/24

    X

    VERIFICO SE SEI

    HORIZONTAL

    6-Sistema subaqutico de aspirao de sedimentos;

    9-Preparado de peixe de poca romana;

    10-Fenmeno de acumulao de areia no leito fluvial que faz

    diminuir o caudal dos rios e esturios;11-Nome romano da cidade de Lisboa;

    12-Produto transportado em nforas;

    13-Lngua falada pelos romanos;

    14-Tcnica de navegao que permite navegar com ventoscontrrios.

    VERTICAL

    1-Cincia que estuda as inscries romanas.

    2-Autor clssico da obra De Architectura, que fala sobre astcnicas de construo dos portos romanos;

    3-Organizao Internacional que aprovou a Convenopara a Proteo do Patrimnio Cultural Subaqutico em2001;

    4-Contentor cermico para transporte martimo de produtosalimentares;

    5-Tipo de stio arqueolgico subaqutico constitudo por umnavio afundado;

    7-Local em que podemos ver expostos artefactosarqueolgicos;8-Instrumento nutico utilizado para fundear um navio;12- Autor da obra clssica Ora Maritima;

    X

  • 7/25/2019 Guia_Pr'Alem Do Mare Nostrum

    24/24

    X

    PrAlm do Mare Nostrum - Um Guia para a Navegao Romana no Atlntico

    Para consulta de documentao complementar: http://www.cidehus.uevora.pt/O estudo preparatrio para este Guia foi desenvolvido no mbito do Mestrado em Gesto e Valorizao do Patrimnio Histrico e Cultural da Universidade de vora

    S NIA BOMBICO

    Licenciada em Arqueologia (Universidade deCoimbra)

    Ps-Graduada em Arqueologia NuticaMediterrnea (Universidade de Barcelona)

    Mestre em Gesto e Valorizao do PatrimnioHistrico e Cultural (Universidade de vora)

    Doutoranda em Histria (Universidade de vora)

    Bolseira FCT

    A quem se destina este Guia?

    Crianas e jovens em idade escolar, professores e encarregados deeducao. , tambm, um caderno informativo interessante para turistase curiosos da arqueologia subaqutica e da Histria em geral.

    O que vou aprender com este caderno informativo?

    Mostramos-te, genericamente, quais so os principais vestgios culturaisque restam da presena romana, no atual territrio portugus.

    Damos-te informao precisa sobre a navegao romana no OceanoAtlntico. Indicamos-te os vestgios arqueolgicos deixados ao longo dositinerrios percorridos pelos marinheiros e comerciantes romanos.Naufrgios, ncoras perdidas e nforas permanecem no fundo do mar,como prova da passagem dos navios romanos.

    Fazemos, ainda, uma escala nas cidades martimas da LusitniaRomana, nos portos e nos fundeadouros.

    Este Guia deve ser usado como documento informativo complementaraos contedos escolares, especialmente para a disciplina de Histria. Ouainda, como auxiliar para a realizao de trabalhos de pesquisa.

    A informao, aqui contida, ajuda a:

    Conhecer melhor o domnio romano em Portugal e a relao dosromanos com o mar;

    Reconhecer na paisagem traos da presena romana e da sua

    herana cultual no Portugal de hoje;

    Compreendero que a arqueologia subaqutica;

    Reconhecer a importncia da proteo do Patrimnio CulturalSubaqutico;

    Conhecer os principais museus onde podes ver materiaisarqueolgicos provenientes de contextos subaquticos;

    Organizar visitas de estudo, fins-de-semana em famlia ou visitastursticas.

    http://www.cidehus.uevora.pt/http://www.cidehus.uevora.pt/http://www.cidehus.uevora.pt/http://www.cidehus.uevora.pt/