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GUIÃO PEDAGÓGICO Creche e Jardim de Infância Coimbra Julho/2013

Guio Creche Ji

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GUIÃO PEDAGÓGICO Creche e Jardim de Infância

Coimbra – Julho/2013

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GUIÃO PEDAGÓGICO

Creche e Jardim de Infância

ÍNDICE

ENQUADRAMENTO ....................................................................................................................... 3

PRINCÍPIOS & VALORES ................................................................................................................. 4

COMPETÊNCIAS BÁSICAS DAS CRIANÇAS ..................................................................................... 6

Em Creche ................................................................................................................................. 6

Em Jardim de Infância ............................................................................................................. 11

OPÇÕES CURRICULARES .............................................................................................................. 17

MODELO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO ...................................................................... 19

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GUIÃO PEDAGÓGICO

Creche e Jardim de Infância

ENQUADRAMENTO

Crianças e Famílias….Felizes!

O presente documento pretende ser o ponto de partida de toda a atividade

desenvolvida nas Respostas Sociais de Creche e Jardim de Infância da Cáritas

Diocesana de Coimbra.

Para além de ser uma imprescindível estrutura de apoio pedagógico, constitui um

instrumento de trabalho que tenta definir os princípios educacionais da intervenção

educativa, os procedimentos adotados pela equipa pedagógica, os requisitos

indispensáveis na prossecução de objetivos a atingir e os modelos de

acompanhamento a adotar através de um processo de avaliação lógica e consistente.

Pretende ser um documento de caraterísticas únicas que se pauta por princípios

diferenciadores, perspetivado no sentido de elevar a eficiência e qualidade dos

cuidados e serviços prestados, frequentemente desenvolvidos numa perspetiva

criativa e inovadora, que tenta responder com total empenho e envolvimento às

exigências de uma educação potenciadora de um desenvolvimento harmonioso e do

sucesso para todos os envolvidos.

As Equipas organizam-se em função da criança, agem em função de princípios éticos

e científicos e solidificam a sua intervenção em função de valores!

As Crianças aprendem enquanto brincam, desenvolvem-se enquanto experienciam e

crescem enquanto descobrem!

As Famílias aproximam-se quando são envolvidas, partilham enquanto interagem e

manifestam-se enquanto vivem!

Todos são únicos, porque diferentes e porque têm em si o incondicional valor da

Pessoa Humana.

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PRINCÍPIOS & VALORES

A Cáritas Diocesana de Coimbra tem princípios subjacentes à sua intervenção/acção,

nomeadamente:

Humanização – A Cáritas na defesa / promoção da dignidade humana, desenvolve

uma intervenção centrada na pessoa e na comunidade, salvaguardando os

respetivos “direitos, liberdades e garantias”;

Universalidade – A Cáritas acolhe todas as pessoas independentemente da

nacionalidade, etnia, religião ou proveniência social e olha para todas as

problemáticas como um desafio à sua ação;

Caridade – a Cáritas vincula a sua ação à dimensão do amor ao próximo, na

assistência, promoção, desenvolvimento e transformação de estruturas, pelos

profissionais e voluntários.

As Equipas são uma referência pela valorização da qualidade e capacidade na

prestação de serviços de forma próxima, reflexiva e sustentável com base em valores

morais, sociais e educacionais:

Profissionalismo – A Cáritas, no trabalho que desenvolve, pauta-se eticamente

pelo rigor técnico, competência e consistência;

Compromisso – A Cáritas leva a cabo a sua missão com determinação,

persistência, empreendedorismo, disponibilidade, entrega, entreajuda e

lealdade;

Transparência – A Cáritas projeta a sua intervenção, a partir de uma leitura da

realidade, de modo a que a mesma possa ser um sinal visível da sua missão;

Criatividade - A Cáritas faz face às múltiplas problemáticas existentes e

emergentes, procurando inovar as respostas com flexibilidade e

transdisciplinaridade.

Na sua ação junto da Criança promove / estimula:

Afetividade – A Cáritas encontra nos afetos e na segurança emocional a base de

toda a sua intervenção / ação, considerando estas como dimensões estruturantes

da personalidade humana;

Desenvolvimento – A Cáritas promove condições que permitem um

desenvolvimento global e harmonioso, com base nos princípios subjacentes a

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uma Educação assente em pressupostos de elevada qualidade científica e

pedagógica;

Solidariedade – A Cáritas dimensiona a sua ação criando condições de um

relacionamento interpessoal, baseado na entreajuda, no respeito pelo outro,

através do desenvolvimento de adequadas competências relacionais;

Criatividade – A Cáritas procura responder às múltiplas problemáticas existentes

e emergentes, na base de metodologias ativas e ajustadas às situações, assentes

na flexibilidade, na mudança e na inovação.

Na sua ação junto das Famílias incentiva:

Envolvimento – A Cáritas promove o envolvimento ativo e dinâmico de todas as

famílias, considerando que a sua intervenção é fundamental na prossecução dos

objetivos institucionais;

Interação – A Cáritas encontra, no seu quotidiano, espaços de proximidade com

todos os intervenientes no processo educativo, de forma a enriquecer

pedagogicamente toda a atividade desenvolvida;

Participação – A Cáritas interage com todas as famílias independentemente da

sua condição social, económica ou cultural numa perspetiva de respeito e

reconhecimento pelos seus saberes e competências parentais.

Na intervenção junto da Comunidade cria e promove:

Parcerias locais, regionais e nacionais – A Cáritas interage com todos os parceiros

considerando, quer a prossecução do projeto pedagógico, quer a sua adequada

viabilização;

Partilha – A Cáritas cria condições de interação com todos, criando relações de

proximidade, numa perspetiva de reconhecimento pelo potencial de cada

comunidade;

Ações de dinamização – A Cáritas desenvolve todo o tipo de ações que sejam

promotoras de sucesso para todos os envolvidos, numa perspetiva de

desenvolvimento local e aprendizagem ativa.

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COMPETÊNCIAS BÁSICAS DAS CRIANÇAS

“O desenvolvimento de competências constitui uma meta a alcançar pelo Currículo.

A ideia de competências é, portanto, uma referência para o que se deve ensinar e

aprender. Segundo Portugal (2007) assume-se que as crianças necessitam de utilizar

saberes e capacidades para agir, para pensar, para progredirem na sociedade em que

se inserem. Por outro lado e, segundo a mesma autora, se a educação é uma

preocupação básica na creche e se o educador educa e não é apenas um guardador

de crianças, importa que haja um currículo, isto é, um plano de desenvolvimento e

aprendizagem, facto que se aplica também ao Jardim-de-infância, pois, para Pinho e

Cró (2012) os contextos educativos são ambientes privilegiados para realizar a

recolha de importantes elementos acerca do desenvolvimento das crianças e

proceder à adequação de estratégias conducentes à aquisição de novas

competências, já que a observação/registo da observação, é um pré-requisito da

intervenção educativa.

A Cáritas procura responder a todas e a cada criança com o objetivo de desenvolver

de uma forma consistente e estruturada as competências básicas e essenciais que,

permitam um crescimento gradual ao longo de toda a sua permanência nos diferentes

equipamentos.

Esta perspetiva considera a coerência e a continuidade pedagógicas como a espinha

dorsal de todo o projeto pedagógico.

Em Creche

A creche, enquanto contexto educativo, perspetiva que o processo de

desenvolvimento da criança, de tenra idade, envolva cuidados de saúde, nutrição e

higiene, além de experiências significativas, de aprendizagens realizadas

activamente com os objectos presentes no meio físico, com os adultos e com outras

crianças, em conformidade com o estabelecimento de relações afectivas seguras”

(Pinho & Cró, 2013). No fundo, trata-se de uma fusão constante de cuidados e

educação, correspondentes à especificidade das rotinas diárias do contexto de

creche, e de elevar o nível de qualidade dessa fusão, sendo que, “trabalhar de forma

qualitativamente superior em creche, […] requer conhecimentos específicos,

competências e uma planificação apropriada, sustentada no conhecimento do

desenvolvimento nos primeiros anos de vida e envolvendo muita flexibilidade para

responder às necessidades de cada criança e família (Portugal, 2009: 49).

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A organização dos grupos é feita de acordo com a portaria 262/2011, de 31 de

Agosto, que considera que, em creche, os grupos são organizados de acordo com as

“características específicas das diferentes faixas etárias”, sendo que, esta

distribuição deve ser flexível, devendo “ […] atender à fase de desenvolvimento da

criança e ao respetivo plano de atividades sociopedagógicas”.

Considerando estes princípios, as crianças desenvolvem um conjunto de

competências básicas, de acordo com a sua idade e com o contexto socio-emocional

e cultural que as carateriza.

Dos 3 meses aos 12 meses a criança deverá ser capaz de:

Afetivo-relacional:

Estabelecer relações de afetividade e colaboração com os adultos e seus pares

Distinguir adultos familiares dos não familiares

Expressar diferentes emoções (sorriso social; chorar; agrado e desagrado)

Demonstrar interesse pela sua própria imagem no espelho

Manifestar curiosidade e atenção durante o jogo social

Começar a fazer gestos com intenção comunicando com a face e o corpo

(bater palmas, fazer gesto de “adeus”)

Aceitar ser alimentada com a colher

Levar comida à boca e mastigá-la (bolacha e pão)

Percetivo-motor:

Explorar o próprio corpo

Explorar objetos com o próprio corpo

Manter contato ocular com o adulto

Fazer preensão palmar e em pinça

Atirar objetos com intenção como forma de explorar o espaço

Segurar dois brinquedos ao mesmo tempo

Transferir objetos de uma mão para a outra (coordenação óculo-manual)

Procurar objetos que caiem (noção de permanência do objeto)

Manter-se sentado, rolar, rastejar, gatinhar, manter-se em pé

Cognitivo-linguístico:

Reagir quando chamam pelo seu nome

Reagir à voz humana (familiares, ou não) e a outros sons

Vocalizar sons novos e dissilábicos

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Palrar com sons semelhantes ao do adulto variando o tom e de forma

expressiva

Expressar duas ou três palavras com intenção

Compreender pedidos e ordens simples (“dá” e “não”)

Dos 12 meses aos 18 meses a criança deverá ser capaz de:

Afetivo-relacional:

Sorrir ao espelho

Reagir à frustração com atitudes como gritar, morder e arranhar

Demonstrar preferência por parceiros de brincadeiras

Demonstrar preferências por objetos e pessoas

Comunicar as suas emoções ligando-as a uma causa

Chorar perante a separação do adulto de referência

Mostrar ansiedade com a presença de estranhos

Demonstrar diferentes sentimentos perante determinadas situações ou

acontecimentos

Usar gestos físicos ou sons para pedir ajuda aos adultos

Beber por um copo inicialmente com ajuda

Alimentar-se, inicialmente com a mão e progredir para o uso da colher

Percetivo-motor:

Iniciar, progredir e consolidar a marcha

Correr

Andar para os lados e para trás

Subir pequenas estruturas

Pontapear uma bola

Explorar os brinquedos de várias formas

Explorar relações espaciais

Atirar, carregar, puxar e empurrar pequenos objetos

Retirar e colocar objetos numa caixa ou contentor

Procurar objetos escondidos (debaixo de um pano, embrulhados)

Usar objetos de forma intencional

Cognitivo-linguístico:

Segurar o lápis e fazer marcas ou riscos no papel

Colocar e retirar objetos de recipientes

Compreender ordens simples

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Recordar a localização de objetos favoritos

Expressar duas ou mais palavras compreensíveis

Reconhecer e verbalizar o seu nome

Desenvolver a motricidade fina, usando o sistema de pinça (primeiro inferior e

depois superior) para agarrar objetos de maior dimensão( por exemplo cubos) e

pequenas coisas (por exemplo apanhar migalhas)

Empilhar cubos

Adquirir coordenação e controle de movimentos

Dos 18 meses aos 24 meses a criança deverá ser capaz de:

Afetivo-relacional:

Reconhecer a sua cara ao espelho ou numa fotografia

Pedir ajuda ao adulto

Experimentar alimentos novos

Beber sozinho pelo copo

Comer sozinho

Realizar o jogo simbólico e apropriar-se da realidade e transferi-la para o

brincar

Imitar o comportamento dos outros

Iniciar a socialização

Iniciar treino do controle dos esfíncteres

Percetivo-motor:

Andar, correr e recuar

Subir escadas com apoio

Segurar objetos com uma mão ao mesmo tempo que manipula com a outra

Rasgar e amachucar papel

Empilhar pelo menos 3 cubos

Fazer puzzles de 3 peças com formas simples

Desenhar em papel

Folhear livros e revistas

Descalçar sapatos

Cognitivo-linguístico:

Utilizar o gesto como forma de linguagem

Compreender pedidos com 2 ou mais instruções

Compreender nomes de objetos comuns, pessoas, ações ou expressões

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Fazer leitura de imagens

Usar palavras com intenção, criando frases simples

Perguntar e responder a questões simples

Contar até 3

Explorar, de forma independente, o meio que a rodeia

Usar objetos familiares de forma combinada

Imitar canções e ritmos

Compreender a rotina diária

Dos 24 meses aos 36 meses a criança deverá ser capaz de:

Afetivo-relacional:

Imitar comportamentos dos adultos e de outras crianças

Demonstrar preocupação com pares e adultos

Usar palavras em detrimento de gestos para pedir ajuda aos adultos

Iniciar o controlo esfincteriano

Alimentar–se com pouco apoio do adulto, usando corretamente colher e copo

Percetivo-motor:

Correr bem

Pontapear uma bola

Saltar a pé juntos

Subir e descer escadas com apoio

Andar de triciclo ou outro brinquedo com pedais, usando progressivamente os

pedais

Vestir e despir peças de roupa simples

Calçar e descalçar

Cognitivo-linguístico

Começar a definir a lateralidade

Iniciar garatuja circular e espirais ovaladas

Ter noção de cores e formas

Ver livros, passando página a página

Identificar e nomear objetos

Dizer o nome

Fazer monólogos enquanto brinca

Construir frases

Imitar pequenas canções

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Em Jardim de Infância

A constituição dos grupos é feita considerando a heterogeneidade (3, 4 e 5 anos), já

que esta dinâmica assegura a interação entre diferentes idades e culturas e constitui

um garante do respeito pela diferença individual através da interajuda e

colaboração, pois, à semelhança do que Vasconcelos (2009: 169) refere, a

heterogeneidade assegura uma convivência democrática entre as crianças.

Slavin (1984) refere que não é inovadora esta preocupação de diferenciar as

aprendizagens consoante os públicos visados. Mais tarde o mesmo autor refere que a

aprendizagem é um processo individual e ativo, mas que há evidências de que a

aprendizagem se trata também de um processo baseado na partilha e na participação

com diferentes parceiros numa comunidade (Slavin, 1997).

A heterogeneidade constitui um dos elementos indispensáveis ao nível da

aprendizagem cooperativa. Já na primeira metade do século XX, Freinet desenvolveu

um trabalho relevante ao pensar e criar o trabalho cooperativo.

Privilegia-se o incentivo individual, aumenta-se a interação e as competências

sociais.

Meijer (2003) salienta que objetivos bem determinados, métodos de ensino/

aprendizagem alternativos, uma atitude flexível e a constituição de subgrupos são

estratégias enriquecedoras que devem ser implementadas para gerir a diferença e

ajudar a aprender os mais e os menos capazes.

Na diversidade e na diferença, o contexto de aprendizagem é promotor de

desenvolvimento. A aprendizagem entre crianças de diferentes idades, desde que

bem conduzida, revela-se uma estratégia quase indispensável numa educação que se

espera de todos e para todos.

Os grupos são organizados em função de alguns critérios que julgamos indispensáveis

para conduzir toda a ação pedagógica de uma forma integrada, capaz de responder a

cada criança e a cada grupo considerando sempre a sua especificidade.

A constituição dos diferentes grupos não é feita de forma aleatória, mas conjugando

um conjunto de fatores que privilegiam em primeiro lugar o bem - estar e equilíbrio

emocional da criança.

O diálogo com as famílias é indispensável como base de apoio para a tomada de

decisões assentes na assertividade e bom senso.

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Com base nestes considerandos, a divisão dos grupos assenta nos seguintes

pressupostos:

Aproximação em termos de idades

Equidade rapazes/raparigas

Relativamente às crianças com NEE, as mesmas são distribuídas pelas diferentes

salas, uma vez tratar-se de crianças que precisam de um apoio mais próximo e mais

individualizado sendo, desta forma, possível minimizar os eventuais riscos de

ausência de respostas adequadas.

Partindo destes pressupostos, que tentam fundamentar as opções pela

heterogeneidade de grupos, salientamos as competências básicas que as crianças

deverão ser capazes de atingir com base nos princípios constantes nas Orientações

Curriculares para a Educação Pré-Escolar que valorizam as Áreas de Formação Pessoal

e Social, Área de Expressão/Comunicação e Área do Conhecimento do Mundo.

Aos 3 Anos a criança deverá ser capaz de:

Área de Formação Pessoal e Social

Autoconceito

Reconhecer a sua identidade

Manifestar a sua sensibilidade afetiva

Nomear e identificar partes do corpo

Interação

Partilhar

Manter interações positivas com crianças e adultos

Solicitar ajuda

Autonomia

Ser autónomo na sua higiene pessoal

Ser autónomo na sua alimentação

Ser capaz de cumprir rotinas

Ser capaz de tomar iniciativa

Área de Expressão/Comunicação

Expressão Físico-motora

Desenvolver a motricidade global: correr, saltar, subir e descer

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Desenvolver a motricidade fina: encaixar/ desencaixar, fazer enfiamentos,

segurar lápis/ pincel em pinça.

Expressão Plástica

Explorar diferentes materiais e técnicas (grafismo, pintura, rasgagem e

colagem, etc.)

Representar a figura humana

Atribuir significado às suas produções

Expressão Dramática

Realizar jogos e brincadeiras de faz de conta

Mimar situações

Utilizar adereços para caracterizar personagens

Expressão Musical

Cantar canções simples

Imitar ritmos simples

Identificar sons da natureza e da vida diária

Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Estabelecer o diálogo

Descrever e identificar imagens

Fazer perguntas

Matemática

Compreender noções básicas (cheio/vazio, dentro/fora, cima/baixo)

Nomear as cores

Elaborar puzzles e sequências

Área do Conhecimento do Mundo

Identificar os principais elementos do meio envolvente

Manifestar espirito de curiosidade e descoberta

Revelar sensibilidade e respeito pelo meio ambiente

Aos 4 Anos a criança deverá ser capaz de:

Área de Formação Pessoal e Social

Autoconceito

Ter consciência de si e do outro

Manifestar atitudes e valores positivos (solidariedade, tolerância,

compreensão e responsabilização)

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Interação

Manter interações positivas com os outros

Respeitar e cumprir regras

Autonomia

Comer uma refeição de forma socialmente aceite

Cuidar de si de forma adequada

Cumprir tarefas

Área de Expressão / Comunicação

Expressão Físico-motora

Adaptar o seu corpo a diferentes formas de movimento

Subir e descer escadas alternando os pés

Demonstrar a lateralidade dominante

Expressão Plástica

Desenhar com pormenores

Recortar através de contorno

Revelar sentido estético na apresentação das suas produções

Expressão Dramática

Utilizar as possibilidades expressivas do corpo

Recriar situações da vida quotidiana ou imaginária, utilizando diferentes

adereços

Envolver-se em jogo organizado

Expressão Musical

Explorar sons e ritmos

Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Explorar as possibilidades lúdicas da linguagem

Representar graficamente uma história

Ouvir (historias, conversas) e responder adequadamente a perguntas

Matemática

Identificar e sequenciar os dias da semana

Fazer correspondência e formar conjuntos

Associar quantidade e número

Área do Conhecimento do Mundo

Manifestar interesse pelas novas tecnologias

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Manifestar atitudes de cuidado e respeito pelo meio ambiente

Revelar curiosidade e espírito crítico

Aos 5 Anos a criança deverá ser capaz de:

Área de Formação Pessoal e Social

Autoconceito

Reconhecer laços de pertença social e cultural, respeitando a diferenças

Interação

Elaborar, negociar e cumprir regras

Cooperar em projetos comuns e partilhar ideias

Responsabilizar pelos materiais e trabalhos individuais e coletivos

Comportamentos adequados, em diferentes contextos

Autonomia

Escolher, tomar decisões e justificá-las

Área de Expressão / Comunicação

Expressão Físico-motora

Utilizar e dominar o seu corpo, tendo consciência das suas potencialidades e

limitações

Expressão Plástica

Utilizar a expressão plástica como meio de representação e comunicação

Reconhecer diferentes formas de manifestação artística, de modo a ampliar

o seu acesso à arte e à cultura

Expressão Dramática

Utilizar o jogo dramático com significado e como ocasião de

desenvolvimento da imaginação, da linguagem verbal e da não-verbal

Expressão Musical

Escutar, cantar, dançar, tocar e criar

Linguagem Oral e Abordagem à Escrita

Apropriar-se das diferentes funções da linguagem e adequá-las a situações

diversas

Compreender as funções do código escrito como forma de transmissão de

informação, saber e cultura

Matemática

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Desenvolver noções matemáticas utilizando materiais diversos: cuisinaire,

blocos lógicos, geoplano e ábaco

Área do Conhecimento do Mundo

Utilizar os meios informáticos, reconhecendo-os como veículo de transmissão

de saberes

Observar, questionar, experimentar e resolver problemas

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OPÇÕES CURRICULARES

Segundo Zabalza (1997), o currículo define-se como uma proposta de um conjunto de

ações educativas, isto é, uma previsão dos conteúdos e atividades que tencionamos

desenvolver, mas também uma estrutura de referência, um marco de reflexão sobre

a ação. A implementação de um currículo permite valorizar e credibilizar a presença

do educador de infância e elevar o nível de qualidade da intervenção educativa (Cró

& Pinho, 2009).

Assim, o currículo pode ser composto, desenvolvido e operacionalizado de vários

modos, estabelecendo-se, desta forma, diferentes estratégias de construção

curricular.

Vários são os referenciais que suportam e fortalecem toda a atividade do educador,

sendo uns mais direcionados para Creche e outros para Jardim de Infância. Deve

salientar-se:

Em Creche:

O Modelo de Avaliação de Qualidade – Manual Processos-chave Creche – O

Programa de Cooperação para o desenvolvimento da Qualidade e Segurança

das Respostas Sociais tem como finalidade garantir aos cidadãos o acesso a

serviços sociais de qualidade conforme referido no estudo da OCDE em 1999.

A partir deste Programa privilegiam-se diferentes áreas de desenvolvimento:

competências a nível pessoal e social; competências a nível de aprendiz

efetivo; competências a nível físico e motor.

O Modelo High–Scope – baseia-se na construção ativa da realidade através de

uma metodologia de aprendizagem pela descoberta, de resolução de

problemas e de investigação, permitindo que a criança mesmo de tenra idade,

construa as suas aprendizagens, estruture e dê significado às suas

experiências, promovendo, desta forma, o seu desenvolvimento, aprendendo

através da ação (Pinho, Cró & Andreucci, 2011; Post & Hohmann, 2000).

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Em Jardim de Infância:

A “Abordagem por Projeto” – neste modelo o grupo tem uma participação

bastante ativa, sendo que um dos papéis do educador é motivar e estimular os

interesses e motivações das crianças. Segundo Nicolau “um bom currículo será

aquele que estimula o desenvolvimento de estruturas do pensamento na

criança, que a auxilia no processo de socialização e de construção dos seus

próprios limites, tudo isto respeitando o estágio de desenvolvimento”

(Nicolau, 1993). O trabalho de projecto em educação de infância tem-se

revelado uma metodologia comprovadamente eficaz, na medida em que

procura respostas pedagogicamente adequadas para a criança, sobretudo

quando é vista como investigadora nata (Katz, 2004).

O Movimento da Escola Moderna – Constitui um espaço partilhado no Jardim

de Infância, onde assumem importância relevante os instrumentos de

planificação, de avaliação e de regulação. Trata-se, pois, de um património

pedagógico e didático que permite desbravar os caminhos de uma pedagogia

de comunicação, em oposição a uma pedagogia de instrução.

Destes diversos modelos que o educador conhece, extrai aquilo que considera uma

referência para a sua ação pedagógica, privilegiando, no entanto, um currículo

assente na diferenciação pedagógica com o objetivo de valorizar a individualidade,

utilizando-a como um precioso recurso no processo educativo, sendo a observação o

elemento chave de todo o planeamento.

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MODELO DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

“É inegável a importância que a avaliação assume em vários sectores da nossa

sociedade e, todos concordam, que não será menos importante considerá-la,

quando nos referimos a crianças, sobretudo àquelas que estão ainda numa

fase inicial da vida” (Pinho & Cró, 2013: 4). A avaliação constitui, então, o

elemento regulador de todo o processo educativo, considerando que através dela se

torna possível reformular estratégias de intervenção que melhor se coadunam com o

percurso de desenvolvimento de cada criança.

Deste modo, os procedimentos adotados, sendo ativos e dinâmicos, pressupõem

modelos de acompanhamento que toda a equipa promove de forma continuada que

se baseiam, por um lado na observação de comportamentos individuais e, por outro

lado no conjunto de interações que cada grupo vai manifestando.

Todo o trabalho é planeado de forma consistente, baseado em princípios teóricos que

fundamentam todo o Projeto Educativo, sem esquecer todos os parceiros que, de

algum modo, fazem parte integrante de todo o percurso, ou seja Crianças, Famílias,

Comunidade e Meio Envolvente.

A Equipa Pedagógica reúne entre si com periodicidade regular, definindo objetivos,

estratégias, atividades e formas de avaliação. Dispõe de registos adequados para o

efeito, devidamente trabalhados e partilhados em momentos previamente definidos.

Estes registos são elaborados de acordo com o Manual de Qualidade (são

acompanhados de relatórios e são revistos/reavaliados periodicamente), segundo

uma calendarização previamente definida também:

Projeto Pedagógico

Plano de Atividades

Programação Semanal

Ficha de Avaliação Diagnóstica

Programa de Acolhimento

Perfil de Desenvolvimento

Plano Individual

Ficha de informação aos encarregados de educação das crianças que transitam

da Creche para o Jardim-de-Infância ou do Jardim-de-infância para o 1º ciclo

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Para além das reuniões entre a Equipa Pedagógica, são essenciais as reuniões de

planeamento e avaliação de toda a estrutura educativa da Cáritas Diocesana de

Coimbra:

Reuniões mensais (Presidente, Diretora Pedagógica, Diretoras Técnicas e

Educadoras).

Também nos diversos Equipamentos da Cáritas Diocesana de Coimbra são feitas

reuniões periódicas, tendo em vista o bom funcionamento das Equipas Educativas:

Reuniões periódicas com Diretora Técnica e Equipa Docente

Reuniões periódicas entre a Equipa Docente

Reuniões periódicas com as Ajudantes de Ação Educativa

Reuniões periódicas com Encarregados de Educação

Reuniões individuais com Encarregados de Educação (atendimento semanal)

Contactos informais com Encarregados de Educação

A Cáritas Diocesana de Coimbra tem constituída uma Escola para Pais para ajudar as

famílias a intervir no processo educativo de forma ativa e, ao mesmo tempo,

incentivando-as a participar nas dinâmicas de cada equipamento. Promove ações de

formação contínua junto de todos os seus colaboradores, de modo que as equipas

educativas sejam uma referência pela formação, qualidade e capacidade na

prestação de serviços.

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BIBLIOGRAFIA

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Asa, Porto.

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EQUIPAMENTOS SOCIAIS

Resposta Social: Creche

CENTRO SOCIAL S. PEDRO - BAIRRO DO INGOTE

Bloco 10/11 C/V

3020-208 COIMBRA

tel. 239497910

[email protected]

CENTRO COMUNITÁRIO Nª. SENHORA DA BOA VIAGEM - LEIROSA

Rua Professor Cristiano Ribeiro de Sousa

3090-484 Praia da Leirosa

Tel. 233 959 806

[email protected]

Resposta Social: Creche e Jardim de infância

CRECHE e JARDIM DE INFÂNCIA Nª. SENHORA DE FÁTIMA – PEDRULHA

Bairro Nª Sª de Fátima, Rua Luís Ramos

3020-304 COIMBRA

tel. 239431554

[email protected]

CENTRO SOCIAL Nª. SENHORA DOS MILAGRES

R. Álvaro Anes

3040-757 CERNACHE

tel. 239947244

[email protected]

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Elaborado por:

Equipa Educacional das Creches e Jardins de Infância

Cáritas Diocesana de Coimbra

Versão 1.0 – Julho/2013