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1 FACULDADE KURIOS – FAK INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO – ISE VALIDAÇÃO DE CREDITOS EM TEOLOGIA (GUSTAVO CEZAR DE ALBUQUERQUE) TCC. ESCATOLOGIA. COM BASE NAS PROFECIAS BIBLICAS. KURIOS-CE 2014

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TCC. Escatologia com Base nas Profecias Bíblicas. Por: Gustavo C. Albuquerque:.

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FACULDADE KURIOS – FAK

INSTITUTO SUPERIOR DE ENSINO – ISE

VALIDAÇÃO DE CREDITOS EM TEOLOGIA

(GUSTAVO CEZAR DE ALBUQUERQUE)

TCC.

ESCATOLOGIA.

COM BASE NAS PROFECIAS BIBLICAS.

KURIOS-CE

2014

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VALIDAÇÃO DE CREDITOS EM TEOLOGIA

(GUSTAVO CEZAR DE ALBUQUERQUE)

ESCATOLOGIA.

COM BASE NAS PROFECIAS BIBLICAS.

Trabalho de conclusão de curso; apresentado a banca examinadora da FACULDADE

KURIOS-FAK. Como exigência parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Teologia.

KURIOS-CE

2014

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VALIDAÇÃO DE CREDITOS EM TEOLOGIA

GUSTAVO CEZAR DE ALBUQUERQUE

ESCATOLOGIA.

COM BASE NAS PROFECIAS BÍBLICAS.

Banca Examinadora:

_______________________________________________

Prof. Orientador: Alexsandro Alves.

___________________________________ Prof. Dr. : Augusto Ferreira da Silva Neto.

___________________________________ Prof. Dr. : Luiz Eduardo Torres Bedoya.

___________________________________ Prof. Dr. : Marlon Leandro Schock.

____________________________________

Prof. Ms. : Ladghelson Amaro dos Santos.

____________________________________ Graduando: Gustavo Cezar de Albuquerque.

Matricula: 21.01.142

Este TCC Foi aprovado em:

________de________________de________

KURIOS-CE

2014

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DEDICÁTÓRIA

Dedico este TCC à:

Minha Saudosa Mãe (Maria José de Albuquerque), fiel serva do Senhor, há quem um dia usada por Deus, me resgatou das garras deste Mundo Mal, onde ninguém mais poderia ter feito.

KURIOS-CE

2014

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AGRADESCIMENTOS:

Ao meu Refúgio, minha Fortaleza,

meu Socorro bem presente na hora da angústia, a

Ele, O meu Deus, por ter me resgatado e sustentado

até aqui, tanto nas horas de alegria como de

angústia, Ele foi e sempre será O meu Rochedo.

Obrigado meu Deus por ter me dado à vitória.

A minha querida esposa, que em

todo este tempo esteve me apoiando tanto moral,

como espiritualmente. Obrigado pela grande esposa

que tem sido para mim.

À minha querida mãe, que me

ensinou os primeiros passos de minha vida.

Em Fim A todos aqueles que direta

ou indiretamente contribuíram na realização desta

obra. Os meus sinceros agradecimentos.

KURIOS-CE

2014

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RESUMO

A Escatologia é a doutrina das últimas coisas, a qual se

encontra em toda a Bíblia, desde suas primeiras páginas, até as últimas é

possível ver a Escatologia.

Esta obra trás em suas linhas uma explanação geral desta

doutrina, começando pela Escatologia do Velho Testamento através do Tempo

dos Gentios e as Setenta Semanas de Daniel, a qual compreende um esboço

sintetizado do livro do Apocalipse, que por sua vez explana de maneira

detalhada este assunto.

No que tange à escatologia do Novo Testamento esta obra

abrange boa parte do livro de Apocalipse, mostrando sua ligação direto com o

livro de Daniel, além de uma gama de textos tanto do Velho quanto do Novo

Testamento. Dentre estas explanações encontram-se os seguintes assuntos: O

arrebatamento e suas respectivas teorias, O Tribunal de Cristo, O Dia do

Senhor e O Dia de Cristo, As Bodas do Cordeiro, A Campanha do Armagedom,

O período tribulacional como tempo de julgamento e derramar da ira de Deus,

Os Cento e Quarenta e Quatro Mil, As Duas Testemunhas, A Segunda Vinda

de Cristo, As Ressurreições, O Milênio e suas respectivas teorias, a Nova

Jerusalém, O Estado Eterno além de outros assuntos.

Palavras chave: Senhor Jesus, Escatologia, Arrebatamento, Tribulação, ressurreição, Julgamento, Milênio, Igreja, Israel e Estado Eterno.

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SUMÁRIO PÁG.

INTRODUÇÃO …………………………………………………………………………01

1 - A Importância da Escatologia no Contexto Bíblico……….………………… 01

2 - Os Métodos de Interpretação Escatológicos……………..…………………01

A - Alegórico ……………………………………………………………… 01

B - Literal …………………………………………………………………… 02

2.1 - O método literal e a linguagem figurada ……………….………………… 02

2.2 - O método literal e a lei de dupla referência ……………………………… 03

3 - As Fluências da Interpretação Escatológica no Decorrer da História … 04

3.1 - O começo da interpretação…………………………………………………04

3.2 - A interpretação judaica do Antigo Testamento ………………………… 04

3.3 - O literalismo na época de Cristo ……………………………………………

04

3.4 - O literalismo entre os apóstolos ……………………………………………05

3.5 - A ascensão da alegoria …………………………………..…………………05

3.6 - A idade média ……………………………………………..………………… 05

3.7 - O período da reforma …………………………………….………………… 06

3.8 - O período pós-reforma ……………………………………………………… 07

4 - Critérios Importantes na Interpretação Escatológica;……………………… 08

4.1 - Interpretar literalmente ……………………………………………………… 08

4.2 - Interpretar conforme a harmonia da profecia ………………………………08

4.3 - Observar os relacionamentos de tempo…………………………………… 09

4.4 - Interpretar cristologicamente ……………………………………………… 09

4.5 - Interpretar historicamente…………………………………………………… 09

4.6 - Interpretar gramaticalmente………………………………………………… 09

4.7 - Interpretar de acordo com a lei da dupla referência……………………… 09

4.8 - Evitar interpretações tendenciosas ao próprio pensamento………………09

5 - A Escatologia no Velho Testamento ………………………………………… 10

5.1 - O Tempo dos Gentios;……………………………………………………… 10

5.1.1 - O Sonho com a Grande Estátua (capítulo 2); ……………………………11

A - A cabeça de ouro fino……………………………………………………11

B - O peito e os braços de prata……………………………………………11

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C - O ventre e as coxas de bronze…………………………………………11

D - As pernas de ferro, e os pés em parte de […]……………………… 11

5.1.2 - O Sonho com os Animais Simbólicos…………………………………… 12

A - O primeiro animal……………………………………………………… 12

B - O segundo animal……………………………………………………… 12

C - O terceiro animal…………………………………………………………13

D - O quarto animal………………………………………………………… 13

E - O quinto animal………………………………………………………… 14

5.2 - As Setenta Semanas de Daniel…………………………………………… 15

5.2.1 - Uma análise dos versículos 24, 25, 26 e 27…………………………… 20

6 - O Anticristo……………………………………………………………………… 23

A - Quem ele é ………………………………………………………………23

B - De onde ele vem…………………………………………………………23

C - Qual o seu intento……………………………………………………… 24

7 - O Arrebatamento…………………………………………………………………25

7.1 - Algumas considerações acerca do arrebatamento……………………… 27

A - Será iminente…………………………………………………………… 27

B - Cristo não pisará na terra……………………………………………… 27

7.2 - As Teorias do Arrebatamento……………………………………………… 27

7.2.1 - A Teoria do Arrebatamento Parcial……………………………………… 28

A – Definição………………………………………………………………… 28

B – Objeções………………………………………………………………… 28

1 - Anula a suficiência do sangue de Cristo……………………… 28

2 - Anula a totalidade do arrebatamento dos santos…………… 29

3 - Pende a um esforço natural do homem […]………………… 30

4 - Baseia-se em uma má interpretação de Lc 21.36…………… 31

7.2.2 - A Teoria do Arrebatamento Mesotribulacionista………………………… 32

A – Definição………………………………………………………………… 32

B – Objeções………………………………………………………………… 32

1 - Uma má interpretação de Ap 10……………………………… 32

2 - Entra em choque com os ensinamentos bíblicos […]……… 33

3 - Nada acontecerá sem que o detentor seja retirado………… 33

4 - Destrói a iminência da volta de Cristo………………………… 34

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5 - Uma má interpretação de Ap 11……………………………… 35

7.2.3 – A Teoria do Arrebatamento Pós-tribulacionista……………………… .. 37

A – Definição………………………………………………………………… 37

B – Objeções………………………………………………………………… 37

1 - Uma má interpretação da palavra ―tribulação‖……………… 37

2 - A Igreja não foi destinada para a ira……………………………38

3 - A Igreja não foi destinada para a septuagésima semana……39

4 - É necessário uma distinção entre o […]……………………… 39

5 - É necessária uma distinção entre Israel e igreja…………… 41

7.2.4 - A Teoria do Arrebatamento Pré-tribulacionista………………………… 43

- Definição ……………………………………………………………………43

7.3 - Acontecimentos que se Darão com a Igreja Após o Arrebatamento…… 47

7.3.1 - O Tribunal de Cristo…………………………………………………………47

A - A Base do Julgamento………………………………………………… 47

B - Os Resultados do Julgamento………………………………………… 47

7.3.2 - As Bodas do Cordeiro………………………………………………………48

A - Os Participantes das Bodas…………………………………………… 48

1 - Jesus Cristo……………………………………………………… 48

2 - A Igreja…………………………………………………………… 48

3 - Os Convidados…………………………………………………… 48

B - As bodas propriamente ditas……………………………………………50

8 - O Dia do Senhor e o Dia de Cristo…………………………………………… 51

8.1 - O dia do Senhor……………………………………………………………… 51

8.1.1 - Profecias acerca do dia do Senhor……………………………………… 51

8.1.2 - O que é o Dia do Senhor?………………………………………………… 52

8.1.3 - Quando começará o dia do Senhor?………………………………………52

8.1.4 - A igreja e o dia do Senhor………………………………………………… 53

8.1.5 - Quanto tempo durará o dia do Senhor? ………………………………… 53

8.1.6 - Como será o dia do Senhor?……………………………………………… 54

8.2 - O dia de Cristo………………………………………………………………… 54

9 - O Período Tribulacional………………………………………………………… 55

9.1 - Quando Começará a Tribulação?……………………………………………53

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A - Quando o detentor for retirado………………………………………… 53

B - Quando o Anticristo fizer uma aliança de sete anos com muitos… 53

9.2 - Os juízos de Deus na tribulação…………………………………………… 58

9.2.1 - Os Selos………………………………………………………………………59

A - O primeiro selo, o cavaleiro do cavalo branco……………………… 59

B - O segundo selo………………………………………………………… 60

C - O terceiro selo……………………………………………………………61

D - O quarto selo…………………………………………………………… 62

E - O quinto selo…………………………………………………………… 63

F - O sexto selo……………………………………………………………… 63

G - O sétimo selo…………………………………………………………… 64

9.2.2 - As Trombetas……………………………………………………………… 65

A - A primeira trombeta………………………………………………………65

B - A segunda trombeta…………………………………………………… 65

C - A terceira trombeta………………………………………………………66

D - A quarta trombeta……………………………………………………… 67

E - A quinta trombeta – O primeiro ―Ai‖………………………………… 68

F - A sexta trombeta – O segundo ―Ai‖…………………………………… 70

G - A sétima trombeta – O terceiro ―Ai‖……………………………………71

9.2.3 - As Taças………………………………………………………………………71

A - A primeira taça……………………………………………………………75

B - A segunda taça………………………………………………………… 75

C - A terceira taça…………………………………………………………… 75

D - A quarta taça…………………………………………………………… 75

E - A quinta taça…………………………………………………………… 76

F - A sexta taça……………………………………………………………… 76

G - A sétima taça…………………………………………………………… 77

9.2.4 - A Destruição da Babilônia Religiosa e Comercial……………………… 77

A - A Babilônia Religiosa…………………………………………………… 77

B - A Babilônia Comercial………………………………………………… 81

9.2.5 - As Duas Testemunhas………………………………………………………83

A - A Identidade das Duas Testemunhas?……………………………… 83

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B - O Ministério das Duas Testemunhas………………………………… 84

9.3 - Aspectos Salvífico da Tribulação…………………………………………… 85

9.3.1 - A Base da Salvação na Tribulação……………………………………… 85

9.3.2 - Os Instrumentos Salvífico………………………………………………… 86

9.3.2.1 - O Espírito Santo………………………………………………………… 86

A - O Espírito no Velho Testamento……………………………………… 86

B - O Espírito no Novo Testamento……………………………………… 87

C - O Espírito no Período Tribulacional……………………………………88

9.3.2.2 - Os 144.000 Selados………………………………………………………89

A - Os 144.000 começam seu ministério no início da tribulação……… 89

B - Eles estarão durante a tribulação como profetas…………………… 90

9.3.2.3 - Os Salvos da Tribulação………………………………………………… 90

9.3.2.4 - Os Três Anjos…………………………………………………………… 91

A - O Conteúdo da Mensagem do Primeiro Anjo…………………………91

B - O Conteúdo da Mensagem do Segundo Anjo……………………… 91

C - O Conteúdo da Mensagem do Terceiro Anjo…………………………92

9.4 - As Duas Bestas……………………………………………………………… 92

A - A Besta que Emerge do Mar……………………………………………92

C - A Besta que Emerge da Terra………………………………………… 94

9.5 - Israel na tribulação…………………………………………………………… 95

- O Propósito de Deus para com Israel na Tribulação………………… 95

- Acontecimentos Relacionados a Israel na Tribulação………………… 96

9.6 - A Campanha do Armagedom……………………………………………… 100

A - Como se dará esta campanha?………………………………………100

B - Onde se dará esta campanha?……………………………………… 103

C - Os componentes desta campanha………………………………… 104

9.7 - A Segunda Vinda de Cristo………………………………………………… 104

10 - O Julgamento das Nações………………………………………………… 104

- Quando acontecerá?…………………………………………………… 104

10.1 - O Julgamento das Nações em relação às nações gentílicas………… 105

- O resultado do julgamento………………………………………………106

10.2 - O Julgamento das Nações em relação à nação de Israel…………… 106

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11 - O julgamento dos anjos caídos…………………………………………… 107

12 - As Ressurreições…………………………………………………………… 108

12.1 - A primeira ressurreição…………………………………………………… 109

- O resultado desta ressurreição………………………………………… 110

12.2 - A segunda ressurreição……………………………………………………110

- O resultado desta ressurreição………………………………………… 111

13 - O Milênio……………………………………………………………………… 111

13.1 - As teorias do milênio……………………………………………………… 110

13.1.1 - O amilenismo…………………………………………………………… 111

13.1.2 - O pós-milenismo……………………………………………………… 112

13.1.3 - O pré-milenismo…………………………………………………………113

13.2 - Israel no milênio……………………………………………………………116

13.3 - Os gentios no milênio…………………………………………………… 117

13.4 - A igreja no milênio…………………………………………………………117

13.5 - A relação dos santos vivos e os santos ressurretos no milênio………118

13.6 - Alguns aspectos do milênio………………………………………………119

13.7 - Últimos acontecimentos do milênio………………………………………121

- Satanás será solto……………………………………………………… 121

14 - O grande trono branco……………………………………………………… 121

15 - A Nova Jerusalém Ap 21…………………………………………………… 114

A - Quando ela virá?……………………………………………………… 114

B - Suas características……………………………………………………116

16 - O Estado Eterno………………………………………………………………122

LISTA DE TABELAS

Pág. Tabela 01 - Comparativo entre os animais com a estátua e os Reinos ……....31

Tabela 02 - Comparativo entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda…… …...56

Tabela 03 - Comparativo entre Cristo e o anticristo ……………………………115

Tabela 04 - Comparativo entre a trindade satânica e a Trindade Divina….…116

Tabela 05 - Comparativo entre a primeira e a segunda besta……….……..…116

Tabela 06 - Comparativo I entre as batalhas do Armagedom ……… ………..124

Tabela 07 - Comparativo II entre as batalhas do Armagedom ……… ……….124

Tabela 08 - Comparativo entre as consequências das batalhas………….......124

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Gn. Gênesis. Nm. Números. Dt. Deuteronômio. Js. Josué. Jz. Juízes. Rt. Rute. I Sm. I Samuel. II Sm. II Samuel. I Rs. I Reis. II Rs. II Reis. I Cr. I Crônicas. II Cr. II Crônicas. Ed. Esdras. Ne. Neemias. Et. Ester. Jó Jó. Sl. Salmos. Pv. Provérbios. Ec. Eclesiastes. Ct. Cânticos dos Cânticos. Is. Isaías. JrEx. Êxodo. Lv. Levítico. . Jeremias. Lm. Lamentações de Jeremias. Ez. Ezequiel. Dn. Daniel. Os. Oséias. Jl. Joel. Am. Amós. Ob. Obadias. Jn. Jonas. Mq. Miquéias. Na. Naum. Hc. Habacuque. Sf. Sofonias. Ag. Ageu. Zc. Zacarias. Ml. Malaquias. Mt. Mateus. Mc. Marcos. Lc. Lucas. Jo. João. At. Atos. Rm. Romanos.

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I Co. I Coríntios. II Co. II Coríntios. Gl. Gálatas. Ef. Efésios. Fp. Filipenses. Cl. Colossenses. I Ts. I Tessalonicenses. II Ts. II Tessalonicenses. I Tm. I Timóteo. II Tm. II Timóteo. Tt. Tito. Fm. Filemom. Hb. Hebreus. Tg. Tiago. I Pe. I Pedro. II Pe. II Pedro. I Jo. I João.

II Jo. II João. III Jo. III João. Jd. Judas. Ap. Apocalipse.

[...] Indica as supressões

dos Textos. V, Indica versículo Vs, Indica versículos

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INTRODUÇÃO

―Certamente, o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro

revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.‖ Amós 3:7.

De fato o profeta tinha razão em dizer assim, desde o primeiro casal

Deus já estava revelando os Seus planos ao homem. É do propósito de Deus que os

Seus servos, os profetas saibam algo sobre Seus soberanos e infalíveis planos.

Formada por duas palavras gregas: (eschatos = último, fim

e lógos = palavra, discussão, instrução, ensino, assunto, tema), a escatologia é

a doutrina que estuda os últimos assuntos, ou seja, as últimas coisas. Realmente,

Deus tem no decorrer das dispensações passadas, revelado aos Seus servos, os

profetas, os desfechos futuros.

As profecias podem ser divididas em duas classes que são: As que já

se cumpriram e as que ainda estão para se cumprir. O cumprimento de muitas

profecias é para nós a garantia de que as promessas que ainda estão para o futuro um

dia se cumprirão também, porque Aquele que fez as promessas é poderoso para

cumpri-las.

Sendo Cristo o Protagonista de toda a história, não deixa de O ser

também de toda a Escatologia. Ele é o desfecho final, quando todas as coisas Nele

irão convergir.

Não deve jamais, se tornar um assunto esquecido entre o povo de

Deus, ainda que seja de difícil compreensão, é preciso que seja dada à Escatologia a

sua devida importância. A Escatologia é para nós um consolo de que Deus não se

esqueceu dos seus, e que um dia todos irão comparecer diante do Reto Juiz para dar

conta de seus atos. Um dia, não tão longe, Ele enxugará dos nossos olhos toda a

lágrima.

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1 - A Importância da Escatologia no Contexto Bíblico;

A Escatologia ocupa um lugar de destaque no contexto bíblico. Ainda

que pouco se tenha ouvido a seu respeito em nossas reuniões eclesiásticas, a Bíblia

em suas preciosas linhas faz uso dela, de maneira que desde os primeiros capítulos

até os últimos nela contidos, pode-se encontrar a ideia escatológica. Tal assunto não

pode jamais ser negado, uma vez que Cristo O Protagonista deste tão sagrado livro,

pode ser visto desde as primeiras palavras, linhas, versículos e capítulos.

Alguém já disse que todo e qualquer versículo bíblico aponta para

Cristo, e isso só é possível através da escatologia.

É impossível negar sua veracidade visto que homens de todos os

tempos e de todas as épocas já puderam ser testemunhas dos cumprimentos

proféticos. Ignorar a escatologia é ignorar que somos o cumprimento de promessas

feitas a centenas de anos atrás, e que esperamos o cumprimento de promessas que

ainda estão para o futuro, mas, que serão cumpridas custe o que custar, pois, estamos

certíssimos de que Aquele que fez as promessas também é poderoso para cumpri-las.

2 - Os Métodos de Interpretação Escatológicos;

- Alegórico;

No método alegórico o intérprete sempre procurará interpretar as

expressões de maneira figurada, ignorando assim, o sentido literal e a realidade

histórica dos acontecimentos. O dicionário eletrônico Houaiss define a palavra alegoria

da seguinte maneira:

―Modo de expressão ou interpretação us. no âmbito artístico e

intelectual, que consiste em representar pensamentos, ideias,

qualidades sob forma figurada e em que cada elemento funciona

como disfarce dos elementos da idéia representada […]

[…] método de interpretação das sagradas escrituras us. por teólogos

cristãos antigos e medievais, em que se almejava a descoberta de

significações morais, doutrinárias, normativas etc., ocultas sob o texto

literal.‖1

1 Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa

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Este tipo de interpretação das Escrituras trás sobre si vários

problemas, pois, a autoridade deixa de ser a ideia literal dos textos e passa a ser a

mente do intérprete, além de dar interpretações ao texto tendo em vista a posição

doutrinária do próprio intérprete.

Desta maneira, conclui-se que este não é o melhor método para a

interpretação das Escrituras, alegorizar o texto cume no grande problema de sempre

ter que fugir do sentido primário que ele tem, para um outro sentido que se encaixe

com os pensamentos do intérprete, portanto, deve ser rejeitado.

- Literal;

Este método de interpretação tem por objetivo manter o sentido

primário dos textos, deixando que a Palavra diga o que ela quer dizer. Ramm define o

método literal da seguinte forma:

‗O significado costumeiro e socialmente reconhecido de uma palavra

é o sentido literal dessa palavra‘.

O sentido ―literal‖ de uma palavra é o seu ‗significado básico, costu-

meiro, social‘. O sentido espiritual ou oculto de uma palavra ou

expressão é o que deriva do significado literal e dele depende para

sua existência.

Interpretar literalmente significa nada mais, nada menos que inter-

pretar sob o aspecto do ‗significado normal, costumeiro‘. Quando o

manuscrito altera seu significado, o intérprete imediatamente altera

seu método de interpretação. 2

A vantagem deste método é que o intérprete não precisará de se

valer de seus pensamentos para dar ao texto um sentido que ele não tem, nem tão

pouco incorrerá no risco de ―acrescentar as palavras deste livro‖ (Ap 22.18).

2.1 - O método literal e a linguagem figurada;

2 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pág. 37

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É importante lembrar que o método literal de interpretação não nega

a existência de linguagens figuradas, em que o autor se vale de uma verdade para

ilustrar outra, nem da lei da dupla referência, em que o autor passa além na sua

linguagem. Pentecost acrescenta:

Observar-se-á, assim, que o literalista não nega a existência de linguagem figurada. Ele nega, todavia, que tais figuras devam ser interpretadas de modo que destruam a verdade literal pretendida pelo emprego das figuras. A verdade literal deve ser informada por meio

dos símbolos. 3

Para saber se a linguagem é literal ou figurada, basta ver se o

sentido da expressão faz nexo, ou lógica com o restante do texto, se assim for, a

linguagem é literal, caso contrário a linguagem é figurada.

2.2 - O método literal e a lei de dupla referência;

Acerca da lei de dupla referência Horne comenta:

As mesmas profecias muitas vezes têm sentido duplo e referem-se a

diferentes acontecimentos, um próximo, outro remoto; um secular,

outro espiritual ou talvez eterno. Uma vez que os profetas tinham em

mente vários acontecimentos, suas expressões podem ser

parcialmente aplicáveis a um e parcialmente a outro, e nem sempre é

fácil fazer as transições. O que não foi cumprido inicialmente deve ser

aplicado ao segundo; o que já foi cumprido, muitas vezes pode ser

considerado típico do que resta a ser realizado. 4

Deus tinha propósitos em fazer assim, pois, desta forma numa

mesma revelação dava uma visão próxima e outra distante, ―para que o cumprimento

de uma garantisse o cumprimento da outra‖ (Pentecost). Este é o caso de Ezequiel 28

em que o autor vem fazendo uma profecia contra o rei de Tiro, porém, do versículo 12

em diante percebe-se que a linguagem do texto já não pode mais ser aplicada para

um homem natural, então, a aplicação passa para outro ser (Lúcifer). Também é o

caso de muitas profecias acerca da vinda de Cristo, em que os dois eventos (antes e

3 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pág. 45 4 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pág. 75

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depois da tribulação) são mostrados sem parecer haver um intervalo entre ambos. O

método literal não anula a lei de dupla referência.

Conclui-se assim que, o método literal de interpretação é o melhor

método, pois, nele a própria Bíblia interpreta a si mesma, e não a mente do interprete

com suas inclinações doutrinárias.

3 - As Fluências da Interpretação Escatológica no Decorrer da História;

O método literal de interpretação tem ocupado um lugar de destaque

na história da interpretação, começando por Esdras e seguido pelos rabinos, pelos

apóstolos, pelos pais da igreja, e sobressaindo-se no período da reforma até os

nossos dias. Acerca deste assunto, J. Dwight Pentecost faz uma detalhada

compilação, chegando a uma conclusão inegável de que o método de interpretação

correto é o literal.

O assunto abordado em: ―As Fluências da Interpretação

Escatológica no Decorrer da História”; compõe um resumo extraído da obra de

Pentecost das páginas 44 a 61; que segue.

3.1 - O começo da interpretação

Teve seu início com Esdras, quando este ao voltar do exílio

babilônico teve de interpretar a lei mosaica ao seu povo. A razão disto é que ao serem

levados cativos, os judeus substituíram sua língua nativa, o hebraico, pelo aramaico, e

ao voltarem a terra, as Escrituras haviam-se tornado ininteligíveis para eles. Não há

dúvidas de que Esdras as interpretou de forma literal.

3.2 - A interpretação judaica do Antigo Testamento

O método empregado pelo rabinismo dos escribas não era alegórico,

mas literal, de tal maneira que eles esvaziavam a lei de todos os seus aspectos

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espirituais. Devemos concluir, a despeito de todas as falácias do rabinismo judaico,

que os judeus seguiam um método literal de interpretação.

3.3 - O literalismo na época de Cristo

A interpretação alegórica das escrituras sagradas não pode ser

historicamente provada como a que prevalecia entre os judeus a partir do cativeiro

babilônico; tampouco se pode provar que tenham sido comum entre os judeus na

época de Cristo e de seus apóstolos.

Os judeus platônicos do Egito começaram, no primeiro século

(depois de Cristo), em imitação aos gregos pagãos, a interpretar o Antigo Testamento

alegoricamente. Jesus jamais usou tal método, pois, não era utilizado na época entre

os judeus, principalmente os da Palestina, onde Jesus viveu e ensinou.

3.4 - O literalismo entre os apóstolos

Havia um método uniforme comumente aceito por todos os

escritores do Novo Testamento na interpretação e na aplicação das Escrituras

judaicas. É como se todos tivessem freqüentado a mesma escola e estudado com um

único professor. Teriam freqüentado a escola rabínica? Seria para com Gamaliel, ou

Hillel, ou qualquer outro líder rabínico que estavam em dívida? Todo conhecimento

que se pode obter quanto ao modo de ensino vigente na época nega claramente essa

hipótese. O Senhor Jesus Cristo, e nenhum outro, foi a fonte original do método.

Nesse sentido, como em vários outros, Ele tinha vindo como luz para o mundo.

3.5 - A ascensão da alegoria

Este método de interpretação começou com a idéia de harmonizar a

filosofia grega com a lei mosaica e os profetas. Seu primeiro mentor foi Aristóbulo,

sendo seguido depois por Filo e então defendido por Orígenes e outros que o

utilizavam para derrotar o literalismo tosco das heresias fanáticas, ou para conciliar os

ensinos filosóficos com as verdades do evangelho.

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Fica claro que o método alegórico não surgiu do estudo das

Escrituras, mas de um desejo de unir a filosofia grega à Palavra de Deus.

3.6 - A idade média

Neste período não houve esforço para interpretar as Escrituras de

maneira exata. Tornou-se princípio que a interpretação da Bíblia tinha de adaptar-se à

tradição e à doutrina da igreja, foi uma época de ―escuridão‖ teológica.

3.7 - O período da reforma

Durante a Idade Média o método literal esteve um tanto esquecido,

porém, somente até a reforma, onde grandes vultos da história do cristianismo fizeram

uso do método literal. Lutero estabeleceu os seguintes critérios para interpretação:

1) A primeira delas era a suprema e irrefutável autoridade das

próprias Escrituras, à parte de toda autoridade ou interferência eclesiástica [...]

2) Segundo, ele afirmou não só a suprema autoridade, mas a

suficiência da Escritura [...]

3) Como todos os outros reformadores, ele pôs de lado a

mentira estéril do sentido quádruplo [...] ―O sentido literal, e apenas ele‖, disse

Lutero, ―é a essência total da fé e da teologia cristã‖. ―Tenho observado que

todas as heresias e erros se originaram não das simples palavras da Escritura,

mas de negligenciar as simples palavras da Escritura, e da afetação de

metáforas e inferências [...] puramente subjetivos‖. ―Nas escolas dos teólogos é

uma regra bem conhecida que a Escritura deve ser entendida de quatro

maneiras: literal, alegórica, moral e anagógica. No entanto, se quisermos tratar

corretamente as Escrituras, nosso único esforço será obter ―unum, simplicem,

germanum, et certum sensum literalem‖. ―Cada passagem tem um sentido

claro, definido e verdadeiro que lhe é peculiar‖. Todos os demais são opiniões

duvidosas e incertas‖.

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4) Quase não precisamos dizer, portanto, que Lutero, como a

maioria dos reformadores, rejeitava a validade da alegorização. Ele negava

totalmente a alegação de que se tratava de interpretação espiritual.

5) Lutero também sustentava a natureza compreensível da

Escritura... Algumas vezes ele se aproximava do dito moderno de que ―a Bíblia

deve ser interpretada como qualquer outro livro‖.

6) Lutero sustentava, com todo o vigor, e quase pela primeira

vez na história, o absoluto e inalienável direito à opinião pessoal com respeito

às Escrituras, o qual, ao lado do sacerdócio espiritual de todos os crentes,

reside na base de todo o protestantismo.

3.8 - O período pós-reforma

Talvez o nome mais proeminente na história da exegese no século

XVIII seja o de John Augustus Ernesti, cuja obra Institutio interpretis Nove testamente

(Leipzig, 1761), ou Princípios de interpretação do Novo Testamento, foi aceita como

compêndio de hermenêutica por quatro gerações de estudiosos bíblicos.

―Ele é considerado‖, diz Hagenbach, ―o fundador de uma nova escola

exegética, cujo princípio era simplesmente que a Bíblia deve ser rigidamente explicada

de acordo com sua própria linguagem e, nessa explicação, não pode ser subornada

nem pela autoridade externa da igreja, nem por nossas próprias sensações, nem por

caprichos alegóricos e irreverentes – algo freqüente entre os místicos – nem,

finalmente, por sistema filosófico algum‖.

Ernest, fundador da Escola Gramatical escreveu importante trabalho

sobre a interpretação do Novo Testamento, no qual estabeleceu quatro princípios:

1) O sentido múltiplo da Escritura deve ser rejeitado, e somente se

deve conservar o sentido literal;

2) As interpretações alegóricas devem ser abandonadas, exceto nos

casos em que o autor indique o que deseja, a fim de se combinar com o sentido literal;

3) Visto que a Bíblia tem o sentido gramatical em comum com outros

livros, isto deve ser considerado em ambos os casos;

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4) O sentido literal não pode ser determinado por um suposto sentido

dogmático.

Ao resumir a história da hermenêutica, devemos observar que toda

interpretação bíblica começou com a interpretação literal de Esdras. Esse método

literal veio a ser o método básico do rabinismo. Foi o método aceito e usado pelos

autores do Novo Testamento na interpretação do Antigo Testamento, e foi assim

usado pelo Senhor e por Seus apóstolos. Os pais da igreja utilizavam o método literal

até o tempo de Orígenes, quando se adotou o método alegórico, criado para

harmonizar a filosofia platônica com as Escrituras. A influência de Agostinho trouxe o

método alegórico para a igreja instituída e pôs fim a toda a exegese correta. Tal

sistema continuou até a Reforma, ocasião em que o método literal de interpretação foi

firmemente estabelecido e, a despeito de tentativas dos diversos seguimentos da

igreja de ajustar toda a interpretação a algum credo adotado, a interpretação literal

permaneceu e tornou-se a base sobre a qual repousa toda a exegese correta.

Conclui-se, com base no estudo da história da hermenêutica, que o

método original e aceito de interpretação bíblica foi o método literal, usado pelo

Senhor, o maior de todos os intérpretes, e que outros métodos foram introduzidos para

promover heterodoxia. Portanto, o método literal deve ser aceito como o método

básico de interpretação sadia em qualquer campo de doutrina hoje.

Termina aqui as considerações extraídas em resumo da Obra de

Pentecost.

4 - Critérios Importantes na Interpretação Escatológica;

Para que haja uma interpretação dentro dos conformes bíblicos é

necessário que o estudante da escatologia considere alguns critérios, como por

exemplo;

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4.1 - Interpretar literalmente

Fazendo assim, o estudante evitará o problema de forçar uma

interpretação para que um texto se encaixe com outro. É melhor ficar com o que está

revelado, do que tentar especulações desnecessárias.

4.2 - Interpretar conforme a harmonia da profecia

Toda profecia segue uma linha de pensamento, a qual quando posta

diante de outras profecias é possível ver entre elas o que chamamos de harmonia das

profecias. É preciso segui-la para não incorrer no erro de interpretar erradamente.

4.3 - Observar os relacionamentos de tempo

Nem sempre uma profecia aponta para um único acontecimento, é o

caso da lei de dupla referência, em que uma única profecia pode apontar para dois

acontecimentos, sendo que muitas vezes um já se cumpriu e o outro não. É preciso

levar em conta os relacionamentos dos tempos nestes casos.

4.4 - Interpretar cristologicamente

Nunca se deve esquecer que Cristo é O Protagonista de toda a

escatologia, portanto, toda profecia deve ser interpretada cristologicamente.

4.5 - Interpretar historicamente

É preciso que se tenha um conhecimento histórico tanto dos dias em

que o profeta viveu quanto dos dias em que a profecia foi cumprida, para que se

entendam certas expressões usadas por ele.

4.6 - Interpretar gramaticalmente

A interpretação poderá ser mal interpretada se não for levada em

conta as regras gramaticais, tanto de nossa língua quanto da língua em que a profecia

foi escrita.

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4.7 - Interpretar de acordo com a lei da dupla referência

Nunca se deve ignorar tal lei, visto que esse é o método pelo qual

Deus quis fazer conhecidos seus planos.

4.8 - Evitar interpretações tendenciosas ao próprio pensamento

Não se deve abordar o texto com pensamentos pré-concebidos

acerca de determinados assuntos, isto impedirá que o estudante chegue a uma

perfeita compreensão da profecia.

5 - A Escatologia no Velho Testamento

A Escatologia também é vista no Velho Testamento, através de

vários profetas como Isaías, Jeremias, Ezequiel e outros, porém Daniel é quem

remonta o mais completo cenário profético. Portanto para melhor compreensão de

toda Escatologia Bíblica, se faz necessário uma visão panorâmica de certos

acontecimentos registrados neste livro, entre os quais estão ―o Tempo dos Gentios‖, e

as ―Setenta Semanas de Daniel‖.

5.1 - O Tempo dos Gentios;

Trata-se do tempo em que Israel seria dominado por outros

povos, ou seja, pelos gentios. Este período começou quando Nabucodonosor

levou cativo o povo de Israel, por volta do século VI a.C. para a Babilônia, e

sua plenitude, ou fim, se dará com o término da tribulação, porém, nos dias em

que vivemos Deus abriu um parêntese para trabalhar com um novo povo, isto

é, a igreja. Sendo assim, o Tempo dos Gentios voltará a ―funcionar‖ no período

tribulacional.

A expressão ―tempo dos gentios‖, não é usada por Daniel,

porém, a encontramos no Evangelho segundo Lucas, no capítulo 21 versículo

24, quando Jesus diz: ―... Jerusalém será pisada pelos gentios, até que os

tempos deles se completem‖. E Paulo fala de sua plenitude (a palavra plenitude

significa completo, ou, ponto máximo) em Rm 11:25, ―Não quero, irmãos, que

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ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos), que o

endurecimento veio em parte a Israel, até que a plenitude dos gentios haja

entrado‖. A palavra ―endurecimento‖ diz respeito à atitude de Israel de ter

rejeitado o Messias, enquanto que a expressão ―até que a plenitude dos

gentios haja entrado‖, se refere ao fim do domínio dos gentios, que por sua

vez acontecerá no fim da tribulação.

Este tempo é exposto nos capítulos 2 e 7 do livro de Daniel,

sendo que no capítulo 2, Deus mostra ao profeta a maneira como os homens

vêem os reinos que compreendem este período, sendo retratados por uma

esplendorosa estátua, a aparência é de glória; enquanto que no capítulo 7 os

reinos são expostos ao profeta da maneira como Deus os vê, cheios de

maldade e com atitudes semelhantes a de animais selvagens. Torna-se

necessária aqui, uma análise dos dois sonhos de Nabucodonosor:

5.1.1 - O Sonho com a Grande Estátua (capítulo 2);

―Tu, ó rei, estavas olhando, e viste uma grande estátua. Esta estátua, que era grande e cujo esplender era excelente, estava em pé diante de ti, e a sua aparência era terrível. A cabeça da estátua era de ouro fino, o seu peito e os seus braços de prata, o seu ventre e as suas coxas de bronze, as suas pernas de ferro, os seus pés em parte de ferro e em parte de barro‖ Dn 2.31-33.

O rei Nabucodonosor sonhou com uma grande estátua, e esta

por sua vez, com suas partes representa os reinos que compreendem o

período chamado de ―tempo dos gentios‖. As partes com suas significações

são:

A cabeça de ouro fino Império babilônico, liderado por

Nabucodonosor. A cabeça de ouro fino mostra a glória e esplendor

deste império (vs 32,37 e 38);

O peito e os braços de prata Império medo-persa. Este por sua vez

fora inferior ao babilônico. Os seus dois braços mostram o duplo domínio

do império, sendo que o mesmo era alternado entre os reis da Média e

da Pérsia (vs 32 e 39);

O ventre e as coxas de bronze Império grego. Liderado por

Alexandre Mágno, este império teve domínio sobre toda a terra (vs 32 e

39);

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As pernas de ferro, e os pés em parte de ferro e em parte de barro

Império Romano. Conforme o versículo 40, este império seria forte como

o ferro, esmiuçaria e quebraria todas as coisas. De fato o exército

romano tinha um grande poder de destruição. O fato de os pés da

estátua ser em parte de ferro e em parte de barro nos mostra algo que

ainda está para o futuro, visto que este fato está ligado ao versículo 24

do capítulo 7, que fala do reino se dividindo em dez reis, simbolizados

pelos dez dedos da estátua. Sendo assim, é só olharmos para a história

e logo perceberemos que nunca o Império Romano fora dividido entre

dez reis.

5.1.2 - O Sonho com os Animais Simbólicos (capítulo 7):

―disse Daniel: na minha visão da noite eu estava olhando, e vi que os quatro ventos do céu agitavam o Mar Grande. Quatro animais grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar‖ (7.2-3).

Os animais e suas respectivas significações são:

O primeiro animal;

―O primeiro era como leão, e tinha asas de águia. Eu olhei até que lhe foram arrancadas as asas, e foi levantado da terra, e posto em pé como um homem, e foi lhe dado um coração de homem‖ (vs 4).

Este animal simboliza o Império Babilônico, e corresponde à

cabeça de ouro da grande estátua. O ser como um leão, e ter asas de

águia, mostra o seu grande poder e glória, como também era o símbolo

do império, pois na entrada do palácio do rei, havia estátuas de leões com

asas como águia. O fato de ele ter tido suas asas arrancadas, ter sido

colocado de pé, e ter recebido um coração de homem, mostra um

acontecimento que houve da parte de seu líder, o rei Nabucodonosor,

quando este reconheceu que Deus tinha em Suas mãos o domínio dos

reinos da terra. Alguns comentaristas interpretam esta passagem ligando-

a com uma mudança que houve no império com o passar dos anos, pois

no início o mesmo era bastante cruel, mas depois se tornou mais

humanizado.

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Este fato é visto pelo próprio ―Código de Hamurabi‖ (Conjunto de leis

promulgado pelo imperador babilônico Hamurabi no século XVIII a.C., que

unificou o direito costumeiro sumério e Arcádio (©Encyclopaedia

Britannica do Brasil Publicações Ltda))5, que atribuiu direitos e leis aos

súditos do reino. As datas encontradas a respeito deste código são

passiveis de contestação, por isso, é preferível ficar somente com as

informações que o texto bíblico nos fornece, sobre este assunto Daniel

Camargo Pauluci comenta:

O segundo animal;

―Continuei olhando, e vi o segundo animal, semelhante a um urso, o qual se levantou de um lado, tendo na boca três costelas entre os dentes, e foi-lhe dito: Levanta-te, devora muita carne‖ (vs 5).

Este animal simboliza o Império Medo-Pérsio, que corresponde ao

peito e aos braços de prata. O fato de ele se levantar de um lado, mostra

a superioridade da Pérsia em relação à Média. As três costelas

representam os três principais reinos conquistados pelo império, que

foram: Babilônia, Egito e Lídia (Ásia Menor).

O terceiro animal;

―Depois disto, continuei olhando, e vi outro animal, semelhante a um leopardo, e tinha quatro asas de ave nas costas. Este animal tinha quatro cabeças, e foi-lhe dado domínio‖ (vs6).

Aqui temos simbolizado o Império Grego, que corresponde ao

ventre e as coxas de bronze. Liderado por Alexandre, o Grande, seus

exércitos eram bastante velozes, por isso é dada ao império a

semelhança de um leopardo, visto que leopardo é um dos mais velozes

animais do mundo. Após a morte de Alexandre, o império foi dividido entre

seus quatro generais, este fato é demonstrado pelas quatro asas e as

quatro cabeças do animal.

O quarto animal;

―Depois disto, continuei olhando nas visões da noite, e vi o quarto animal, terrível e espantoso, e muito forte, o qual tinha dentes grandes de ferro; ele devorava e fazia em pedaços, e pisava aos pés

5 Enciclopédia Eletrônica Barsa -

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o que sobrava. Era diferente de todos os animais que apareceram antes dele, e tinha dez chifres. Estando eu observando os chifres, vi que entre eles subiu outro chifre pequeno; e três dos primeiros chifres foram arrancados diante dele. Neste chifre havia olhos como os olhos de homem, e uma boca que falava com vanglória‖. (vs7-8).

Correspondendo as pernas de ferro e os pés de ferro e barro,

este animal representa o Império Romano, seus dez chifres

correspondem aos dez dedos da grande estátua. O que nos chama a

atenção, é que pelo seu terrível aspecto, este animal não recebe nome,

ou seja, não é comparado com nenhum outro animal. Era muito forte e

além de devorar e fazer em pedaços, ele pisava aos pés o que sobrava.

Este fato nos mostra o tremendo poder do Império Romano, o qual

possuía um forte exército, com soldados tão altamente treinados para a

batalha, que eram considerados como ―máquinas mortíferas‖.

Faz-se necessário observar que todos os aspectos deste terrível animal

podem ser vistos claramente na história (pelo Império Romano), com

exceção apenas dos dez chifres e do chifre pequeno que subia do meio

deles, pois estes, dizem respeito a acontecimentos que ainda estão para

o futuro, como por exemplo, a reorganização do Império Romano em dez

estados (correspondendo aos dez chifres e os dez dedos da estátua),

para que sejam cumpridas estas profecias. Para melhor esclarecimento

do assunto Jaiderson E. Marçal escreve:

As dez pontas (e os dez dedos dos pés da estátua) indicam que representa dez reis que estão reinando simultaneamente (ao mesmo tempo). Havia um tempo quando o reino romano ficou dividido em duas partes e havia dois reis. Mas nunca houve uma ocasião que o império ficou despedaçado em dez partes, ou estados, cada uma com o seu rei. Portanto o dispensacionalista reconhece que com isto a visão passa do que para nós é história para algo que ainda jaz no futuro. E o que não tem sido realizado será realizado literalmente da mesma maneira que tudo do passado foi realizado literalmente.

O Império Romano nunca foi conquistado por outra potência ou nação com poder para dominar o mundo. Roma enfraqueceu-se e desmoronou-se por causa da sua corrupção interna. Um historiador pelo nome de Gibbon escreveu uma história detalhada sobre Roma. Ele disse que os elementos que levou a sua derrota eram: 1. uma dedicação apaixonada aos esportes e 2. a corrupção moral no abuso de sexo. O fato que a última parte desta visão não foi realizada ainda leva ao ensino promovido pelos dispensacionalistas, que diz que futuramente haverá uma reformação do império romano. Será feito pela união, ou coligação de dez estados, cada qual terá seu próprio governador, ou rei.

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―Quanto às dez pontas, daquele mesmo reino se levantarão dez reis‖ (vs 24). É para notar que estes dez reis não vão reinar

consecutivamente, mas simultaneamente. 6

Mas o foco central aqui não são os detalhes já mencionados,

mas sim o ―chifre pequeno‖ que saiu do meio dos dez chifres. Este

pequeno chifre representa o anticristo, o qual é visto nas Escrituras com

os seguintes nomes e títulos: O Maligno, O Iníquo, O Homem do Pecado,

A Abominação da Desolação, A Besta, etc. Com seu grande poder,

abaterá a três reis (vs 24), e ―proferirá palavras contra o Altíssimo, e

destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a leis.

Eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade

de um tempo‖ (vs 25).

―Santos do Altíssimo‖ não se refere à igreja, pois no versículo 21 mostra

que o chifre fazia guerra contra eles e os vencia. Desta maneira torna-se

impossível dizer que Daniel aqui se referia a igreja, já que esta não irá

passar pela tribulação (assunto que veremos mais adiante). Podemos

então, concluir que ele está falando dos israelitas que serão perseguidos

durante o período tribulacional.

O quinto animal;

Eu continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e um Ancião de Dias se assentou […] e vi que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi-lhe dado o domínio, a honra e o reino; todos os povos, nações e língua o adoraram. O seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único que não era destruído (vs 9,13,14).

Aqui o Ancião de Dias se refere a Deus Pai. No exato momento

em que o anticristo estiver fazendo atrocidades aqui na terra, Deus

enviará Seu Filho, Jesus Cristo, e então Ele trará fim ao tempo dos

gentios, vencendo o anticristo (esta cena é simbolizada pela pedra sem

auxílio de mãos, que deu contra a estátua, ferindo os pés de ferro e de

barro, e os esmiuçando), e o lançando no lago de fogo para ser queimado

(vs 11, Ap 19.20; 20.10). Após estes eventos Jesus estabelecerá Seu

reino aqui na terra (vs 14, 17), e este não terá fim.

6 Apostila de Escatologia – Jaiderson E. Marçal – Pg. 9

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Desta maneira, vimos que o tempo dos gentios começa com o Império

Babilônico, e termina com o Império Romano sendo destruído pelo próprio

Jesus quando vier para estabelecer Seu reino.

Tabela 01- Comparativo entre os animais com a estatua e os reinos;

CAPÍTULO 7 CAPÍTULO 2 REINO

O Leão A cabeça de ouro Babilônia

O Urso O peito de prata Medo-Pérsia

O Leopardo O ventre de bronze Grego

A Fera sem nome As pernas de ferro Roma

7 5.2 - As Setenta Semanas de Daniel;

Trata-se de um espaço de tempo estabelecido por Deus em

que o ―povo de Daniel‖ (os israelitas) teria que viver em certas circunstâncias.

(Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e

sobre a tua santa cidade… Dn 9.24). O estudo das Setenta Semanas é de

suma importância para a compreensão da Escatologia. Vejamos o que o Dr

Alva J. McClain diz a este respeito em seu livro As Setenta Semanas de Daniel:

[…] estou convencido de que nas predições das Setenta

Semanas nós temos a chave cronológica indispensável para toda a profecia do Novo Testamento. O grande discurso profético de nosso Senhor, registrado em Mateus e Marcos fixa o tempo da angústia maior e final de Israel definitivamente dentro dos dias da setuagésima semana da profecia de Daniel (Dn. 9:27; Mt. 24:15-22; Mr. 13:14-20). E a maior parte do Apocalipse é simplesmente uma ampliação da profecia de Daniel dentro do quadro cronológico esboçado pela mesma setuagésima semana, a qual se divide em dois períodos iguais de 1.260 dias ou 42 meses ou três anos e meio (Apoc. 11:2-3; 12:6, 14;13:5). Assim, à parte de uma compreensão dos detalhes das Setenta Semanas de Daniel, todas as tentativas de interpretar a profecia do Novo Testamento devem falhar, de modo geral. 8

Para melhor compreensão do assunto, se faz necessário uma

visão geral do capítulo 9 do livro de Daniel.

Ao chegarmos ao capítulo 9, encontramos Daniel falando sobre

seus dedicados estudos em busca de uma compreensão a respeito do

“número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias” (Dn 9.2).

7 Apostila de Escatologia do Seminário Brasileiro de Teologia – Pg. 59 8 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain - Pg. 8-9

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Após estudar, Daniel chegou à conclusão de que setenta anos

haveriam de transcorrer sobre as desolações de Jerusalém, tais verdades

encontramos em Jeremias 25.11 que falando a respeito do cativeiro diz: ―toda

esta terra virá a ser ermo desolado, e estas nações servirão ao rei de Babilônia

setenta anos‖, como também em 29.10 que falando a respeito do final do

cativeiro diz: ―Assim diz o Senhor: certamente que passados setenta anos em

Babilônia, atentarei para vós, e cumprirei sobre vós a minha boa palavra,

tornando-vos a trazer a este lugar‖.

Estes setenta anos são o período em que o povo de Israel ficou

cativo na Babilônia. Mas para uma melhor compreensão, precisamos saber

qual a razão e por que setenta anos de cativeiro. Consideremos estes

assuntos:

1- Razão do cativeiro: Conforme lemos em Daniel 9 a partir do verso 4 em

diante, quando ele menciona sobre sua oração a Deus, o povo foi levado cativo

por causa de dois fatores que são: “idolatria”, pecado que interferia no

relacionamento da nação com Deus; e “assimilação de valores pagãos”,

pecado que interferia a conduta moral do povo.

Eles violaram a lei do Senhor, adoraram outros deuses, se

uniram em casamento tomando do povo da terra (gentios), mulheres para si e

assimilaram culturas pagãs.

2- Por que setenta anos? Em Lv 25.2-4 Deus fala a Moisés:

―fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando tiverdes entrado na terra que eu vos dou, a terra guardará um sábado ao Senhor. Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos. Porém no sétimo ano a terra terá o seu sábado de descanso, um sábado ao Senhor. Não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha‖.

O versículo é bem claro em dizer que o povo podia plantar na terra por seis

anos, porém, no sétimo ano a terra deveria ter seu descanso. Da entrada do

povo de Israel na terra prometida, até serem levados ao cativeiro na Babilônia,

o povo viveu 490 anos, durante estes 490 anos o povo nunca deu descanso a

terra.490 seria 70 ciclos de sete, que correspondem exatamente a setenta anos

sabáticos (a terra poderia ser cultivada durante seis anos, mas, no sétimo teria

que ter seu descanso, por isso é chamado de ―ano sabático‖). Sendo assim, o

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povo teria que desocupar a terra por 70 anos, até que esta descansasse de

seus sábados, conforme nos mostra Lv 26.33-34:

―Espalhar-vos-ei por entre as nações, e desembainharei a espada atrás de vós. A vossa terra será assolada, e as vossas cidades ficarão desertas. Então a terra folgará nos seus sábados todos os dias da sua assolação, e vós estareis na terra dos vossos inimigos. Nesse tempo a terra descansará, e folgará nos seus sábados‖.

A Este respeito o Dr Alva J. McClain comenta:

[…] esta ―semana‖ bíblica de anos era tão familiar para os judeus quanto a ―semana de dias‖. Em certos casos era ainda mais importante. Seis anos o judeu estava livre para arar e plantar, mas o sétimo ano seria um solene ―sábado de repouso para a terra‖ (Lv 25:3-4). […] Daniel também sabia que até mesmo o tempo de cativeiro babilônico fora baseado na violação judaica da lei divina do ano sabático. Conforme II Cn. 36:21 os judeus foram afastados da terra para que esta repousasse durante setenta anos; daí é evidente que o ano sabático fora violado por 490 anos, ou seja, exatamente setenta ―setes‖ de anos. Foi bem apropriado então, que ao fim do julgamento por estas violações, o anjo fosse enviado para revelar o início duma nova era de relações entre Deus e o judeu, que se estenderia através do mesmo número de anos de sua violação do ano sabático, isto é,

um ciclo de 490 anos, ou setenta ―setes‖ de anos (Dn 9:24). 9

Este fora o período de duração, e a razão porque Israel esteve

no cativeiro babilônico.

―O profeta Daniel, agora um homem envelhecido no serviço e

nas cortes dos reis babilônicos, compreende que o período do julgamento

divino deve estar perto de seu término; e então ele ora ao Deus de Israel

clamando pelo povo, confessando seus pecados, pedindo luz sobre o futuro de

seu povo e da sua cidade (9.3-19). É uma oração maravilhosa, porém, não

concluída; porque, enquanto o suplicante ―falava em oração‖, um mensageiro

angélico chegou com uma resposta de Deus (21-23)‖ (Alva J. McClain) 10. Esta

resposta encontra-se nos versículos 24, 25, 26 e 27. Mas antes de entrarmos

numa análise destes versículos, precisamos entender algumas coisas:

a) Qual o Sentido da Palavra Semana? Há para esta palavra dois

sentidos que são:

9 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Pg. 15-16 10 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Pg. 9-10

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1) O sentido mais comum que seria ―semana de dias‖, ou sete dias,

muito conhecido em nossa época;

2) O sentido menos comum em nossa época, porém bastante

conhecido para o judeu, que seria ―semana de anos‖, ou sete anos.

No versículo 24 Daniel estava se referindo à ―semanas de anos‖, vejamos

o que o Dr McClain comenta a este respeito:

[…] há um argumento notável e convencedor, baseado no uso da palavra hebraica, curiosamente omitido por muitos comentaristas. Fora da profecia das ―Setentas Semanas‖, a palavra hebraica shabua se acha somente em um outro lugar do livro (10:2-3), onde o profeta afirma que lamentava e jejuava durante ―três semanas completas‖. Aqui é perfeitamente óbvio que o contexto exige ―semanas‖ de dias, porque Daniel dificilmente teria jejuado por vinte e um anos! É significativo que aqui o Hebraico lê ―três setes de dias‖. Se no nono capítulo o escritor quisesse que entendêssemos ―os setentas setes‖ como de dias, por que não empregou o mesmo modo de expressão adotado no capítulo dez? a resposta é evidente: Daniel só empregou shabua, quando se referia à bem conhecida ―semana de anos‖, uso costumeiro que todo judeu entenderia; mas, no capítulo dez, ao falar das ―três semanas‖ de jejum, ele as especifica como ―semanas de dias‖ a fim de distingui-las das ―semanas de anos‖ no capítulo nove. E se as semanas do capítulo nove fossem compostas de dias, não haveria nenhuma razão de ele ter mudado a forma hebraica no

capítulo dez. 11

A expressão shabua (palavra da qual se traduz a palavra

semana, encontrada no livro de Daniel) significa um ciclo de ―sete‖,

portanto em se tratando de dias seriam exatamente ―sete dias‖, e

logicamente ao se referir a anos o profeta estaria falando ―sete anos‖.

b) Qual a Duração do Ano Descrito por Daniel? Temos aqui dois

argumentos, um histórico e o outro profético:

1) Os relatos bíblicos acerca do dilúvio nos dizem que o

mesmo começou no décimo - sétimo dia do mês segundo (Gn 7:11), e

terminou no décimo - sétimo dia do mês sétimo (Gn 8:4). Temos aqui

um período de cinco meses, e o mesmo é dado em Gn 7:14 e Gn 8:3

como : ―cento e cinqüenta dias‖. Se dividirmos 150 por 5 teremos um total

11 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Pg. 16-17

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de 30, assim o primeiro mês conhecido na história bíblica era de 30 dias,

deste modo um ano alcançaria um total de 360 dias.

2) Daniel 9:27 menciona um período de perseguição aos

judeus liderado pelo Príncipe Vindouro (que é o anticristo), que fará uma

aliança com eles, veja:

―Ele confirmará uma aliança com muitos por uma semana, mas na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de cereais…‖.

Esta semana se refere à semana de anos, e não de dias, temos

aqui um período de 7 anos. Na metade destes sete anos, o ―príncipe‖

quebrará a aliança feita com Israel, e terá início um período de grande

perseguição contra Israel. Este período de perseguição durará três anos e

meio, pois a perseguição começa no ―meio‖ da semana e continua até o

fim. Falando deste mesmo acontecimento em Ap. 12:4-7, João o autor da

carta usa a expressão ―quarenta e dois meses‖ que dá um total de três

anos e meio. É também dado como ―mil duzentos e sessenta dias‖ em Ap.

12:6, se dividirmos os 1260 dias para os 42 meses, teremos um total de

30 dias para cada mês. Assim temos o mesmo período de tempo

variadamente dado como três anos e meio, quarenta e dois meses, ou mil

duzentos e sessenta dias. Deste modo concluímos que a duração do ano

nas setenta semanas é precisamente de 360 dias, visto que, 30 x 12 =

360.

É importante notarmos aqui que a expressão ―um tempo, e

tempos, e metade de um tempo‖, usada por João em Ap 12.14, é a forma

aramaica de entender três anos e meio, enquanto que a expressão

―metade da semana‖, ou ―metade de uma shabua‖, usada por Daniel, é a

forma judaica, e a expressão ―mil duzentos e sessenta dias, também

usada por Daniel, trata-se da forma grega de ver três anos e meio.

Certamente não foi por acaso que expressões diferentes, para línguas

diferentes, foram registradas nas Sagradas Escrituras, mas para que

fossem-nos dada a possibilidade de chegarmos à conclusão de que o ano

profético compreende exatamente 360 dias.

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c) A Diferença Entre os Dois Príncipes: No versículo 25 Daniel fala: ―…

até o Ungido, o Príncipe…‖, mostrando que este Príncipe (com letra

maiúscula no início da palavra) não é o mesmo do versículo 26, pois

neste ele começa com letra minúscula, além do mais, a expressão usada

é ―e o povo do príncipe, que há de vir‖, mostrando-nos dois

acontecimentos diferentes, um tratando do ―Ungido‖ (que é o Príncipe), e

o outro tratando do ―povo do príncipe‖, que logicamente não é o mesmo

príncipe do versículo 25.

5.2.1 - Uma análise dos versículos 24, 25, 26 e 27:

Vs 24 - Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo; o anjo

declara a Daniel que setenta semanas, ou seja, 490 anos, estavam

determinadas sobre o povo dele (de Daniel), que logicamente está se referindo

aos judeus; e sobre sua santa cidade, que diz respeito a Jerusalém.

Para fazer cessar a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a

iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para

ungir o Santo dos Santos; estas expressões nos mostram o propósito divino

para com Israel durante estes 490 anos.

Vs 25 - sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para

edificar Jerusalém; em todo o Velho Testamento, só encontramos um decreto

que tem possibilidade de ser identificado como a referida ―ordem‖ da profecia

de Daniel. Este decreto se acha no livro de Neemias:

―No mês de nisã, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, quando lhe trouxeram o vinho, eu o tomei e o dei ao rei. Nunca antes eu estivera triste na presença dele; assim o rei me perguntou: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Não é isto senão tristeza de coração, temi sobremaneira, mas disse ao rei: Viva o rei para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros de meus pais, assolada, e tendo sida consumidas as suas portas pelo fogo? Disse-me o rei: O que me pedes agora? Então orei ao Deus do céu, e respondi ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo achou favor em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a edifique. Então o rei, estando a rainha assentada junto a ele, me disse: Quanto durará a tua viagem, e quando voltarás? Aprouve ao rei enviar-me; de sorte que marquei certo tempo. Disse mais ao rei: se for do agrado do rei, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do Eufrates, para que me permitam passar até que chegue a Judá; como também uma carta a Asafe, guarda da floresta do rei, para que me dê madeira para

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as vigas das portas da cidadela do templo, para os muros da cidade, e para a casas que eu houver de ocupar. Graças às graciosas mãos de Deus sobre mim, o rei me concedeu meus pedidos‖. (Ne 2.1-8). É importante notarmos que Neemias registra cuidadosamente, logicamente sob inspiração divina, a data deste decreto: ―No mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes‖ (Ne 2.1).

Até o Ungido, o Príncipe, sete semanas, e sessenta e duas semanas; aqui

temos de maneira implícita a data do término das primeiras sessenta e nove

semanas (―sete semanas + sessenta e duas semanas‖, nos dá o total de

sessenta e nove semanas). Esta data, conforme se vê pela história, é

exatamente o dia da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. Para provar tal

fato, vejamos a explanação deste assunto por McClain:

Para encontrar o final das sessenta e nove semanas, temos que reduzi-las a dias. Desde que há 69 semanas de sete anos cada uma, e cada ano tem 360 dias, a equação à qual chegamos é 69 x 7 x 360 = 173.880 dias. Começando com 14 de março de 445 A.C., este total nos leva até 6 de abril de 32 A.D. Para provar que os 173.880 dias são exatamente iguais ao período de 14 de março de 445 A.C. até 6 de abril de 32 A.D., é necessário calcular este período por nosso próprio calendário, assim:

445 A.C. até 32 A.D. = 476 anos (AC 1 até AD 1 = 1 ano) 476 x dias = 173.740 dias aumento de anos bissexto = 116 dias (3 a menos em 4

séculos) 14 de março a 6 de abril = 24 dias ___________

TOTAL………………………173.880 dias Desta maneira 6 de abril de 32 A.D., é definitivamente estabelecido como o fim da era das primeiras 69 semanas; e, conforme a profecia de Daniel, deveria indicar o dia exato da manifestação do Messias como o Príncipe de Israel. Sem entrar nos cálculos cronológicos claros mas complicados, apresentados por Anderson no seu livro, ―The Coming Prince‖ (p. 95-105), simplesmente afirmo que sua conclusão foi 6 de abril de 32 A.D., 10 de nisã, o dia significativo em que nosso Senhor, em cumprimento da profecia messiânica, entrou em Jerusalém sobre um jumentinho e se apresentou como Príncipe e

Rei de Israel. 12

As praças e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos;

de fato a reedificação das praças e das tranqueiras foi feita em tempos

angustiosos, pois Neemias teve que enfrentar de seus inimigos, a dura

oposição à reconstrução.

12 As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Pg. 22-23

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Vs 26 - Depois das sessenta e duas semanas será cortado o Ungido; as

sessenta e duas semanas aqui, dizem respeito ao período que vai da saída da

ordem para reconstrução (a ordem dada por Artaxerxes), até a entrada triunfal

de Cristo em Jerusalém. A expressão ―será cortado o Ungido‖ diz respeito à

morte de Cristo.

E não será mais; aqui temos a declaração concernente à retirada de Cristo por

ocasião de Sua ascensão. Esta mesma expressão é vista em Gn 5.24 quando

o autor do livro comenta sobre a transladação de Enoque: ―Andou Enoque com

Deus e já não era, porque Deus para si o tomara‖, mostrando que Enoque já

não mais estava na terra.

E o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário; este

episódio ocorreu exatamente no ano 70 da era cristã, quando o general romano

Tito juntamente com seu exército invadiu Jerusalém e a destruiu. Iludidos por

uma lenda que dizia que em Jerusalém havia muito ouro, os romanos

saquearam toda a cidade a procura dos mesmos, não encontrando nada, eles

destruíram todo o templo, pedra por pedra, na esperança de encontrá-los

embutidos nas mesmas. Com isto vemos o cumprimento das palavras do

Senhor Jesus, quando Ele disse: ―[…] Não vedes tudo isto? Em verdade vos

digo que não ficará aqui pedra sobre pedra, que não seja derrubada‖ (Mt

24.2).

É importante observar, que quem destruiu a cidade conforme a

profecia de Daniel, não foi o príncipe, mas ―o povo do príncipe‖.

O seu fim será como uma inundação: Até o fim haverá guerra, e estão

determinadas desolações; inundação significa ―grande destruição‖. De fato

Jerusalém nunca mais teve sossego, sempre houve guerras contra o povo.

Vs 27 - Ele confirmará uma aliança com muitos por uma semana; do

versículo 24 ao 26 temos um espaço de tempo que vai da saída da ordem para

a reconstrução, até a ascensão de Cristo, porém após Cristo ser assunto aos

céus, começa um período, ou seja, um intervalo de tempo que nas Escrituras é

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conhecido como ―mistério‖, é o período em que Deus está lidando com um

novo povo, que é a igreja.

Paulo fala deste mistério em sua carta aos Efésios, no capítulo

2 versículos 4, 5, 6 e 9 quando diz:

―Quando lerdes o que escrevi, podereis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora foi revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas. O mistério é que os gentios são co-herdeiros e membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa em Cristo Jesus pelo evangelho‖, vs 9 ―e demonstrar a todos qual seja a dispensação do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que a tudo criou‖.

Aqui Paulo não está falando de ―algo misterioso‖, mas de um

segredo que no Velho Testamento não fora revelado a ninguém. Este segredo

é justamente a união de judeus e gentios no mesmo corpo, que é a igreja.

No versículo 9 Paulo fala de dispensação, entendendo que

Deus sempre trabalhou com a humanidade em épocas diferentes, ou seja, em

tempos diferentes. O tempo em que estamos vivendo é justamente o tempo do

―mistério‖, que é a igreja, a qual não foi mencionada por Daniel pelo fato de ser

um mistério que esteve oculto em Deus nos séculos passados.

A dispensação do mistério terá seu fim quando Cristo voltar

para levar a sua igreja. Após a retirada da igreja daqui da terra, Deus acionará

o cronômetro da septuagésima semana, e então o cenário estará pronto para o

anticristo se manifestar e estabelecer uma aliança de paz, cumprindo as

palavras do profeta Daniel, ditas neste verso: ―e ele confirmará uma aliança

com muitos por uma semana‖. Precisamos saber algumas verdades sobre:

6 - O Anticristo;

Quem ele é: há dois sentidos para a palavra ―anti‖, um significando ―contra‖,

e o outro significando ―imitação‖, ou algo que é semelhante. Ambos os sentidos

se aplicam a este indivíduo, mostrando alguém que de maneira pejorativa tenta

imitar a Cristo e que é contra Ele. Trata-se de um componente da trindade

satânica.

Com o intento de imitar Deus em Sua santíssima trindade,

Satanás atuará durante a tribulação através de três pessoas, que são: ele

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próprio (Satanás), o anticristo, e o falso profeta. Estes dois últimos são homens

normais, porém, possuídos por Satanás.

De onde ele vem: conforme as palavras de Daniel, ―e o povo do príncipe,

que há de vir, destruirá a cidade e o santuário‖, o príncipe será romano, visto

que ―o povo‖ que destruiu a cidade de Jerusalém, foram os romanos no ano 70

da era cristã. A este respeito o Dr Alva J. McClain comenta:

―ele é o bem conhecido ―chifre pequeno‖ do capítulo sete de Daniel, com ―olhos como olhos de homem, e uma boca que falava grandes coisas‖, o rei ―mais robusto do que os seus companheiros‖, que se levanta subitamente entre os dez reis do Império Romano Revivificado do tempo do fim, o qual por um pouco exercerá poder quase ilimitado sobre todas as nações do mundo‖. 13

A expressão ―há de vir‖, mostra algo que está para o futuro,

portanto fica claro o fato de que este príncipe, o qual é o anticristo, ainda virá, e

que virá de um império que irá se levantar, ou seja, o Império Romano.

Qual o seu intento: confirmar uma aliança com muitos por uma semana.

Provavelmente esta ―aliança‖ será um acordo de paz entre vários países e

povos que vivem em conflitos, entendemos isto pela expressão ―muitos‖, mas,

o foco central é Israel, e provavelmente ele fará um acordo de paz entre judeus

e árabes, incluindo a reconstrução do tão sonhado templo dos judeus. O

mundo precisa de paz, e quanto mais precisará depois do arrebatamento da

igreja, que causará um caos no mundo inteiro. Com isso o anticristo

estabelecerá uma falsa paz no mundo.

Mas na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de cereais;

isto mostra que na metade da tribulação (3/2 anos) haverá da parte do

anticristo uma quebra de aliança, pois, com o seu apogeu, ele se assentará

―como Deus‖ no templo de Deus e exigirá ser adorado como Deus, conforme

menciona o apóstolo Paulo em IITs 2.4 ―Ele se opõe e se levanta contra tudo o

que se chama Deus ou é objeto de culto, de sorte que se assentará, como

Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus‖. Este ―templo‖ mencionado

se refere ao templo dos judeus que será reconstruído.

13 As Setenta Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Pg. 43

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Contra este ato, haverá resistência da parte dos judeus (visto

que os judeus são estritamente monoteístas), pois para eles, isto será a

―abominação da desolação‖, de que o Senhor Jesus Cristo falou em Mt 24. 15.

Por causa desta resistência, o anticristo ―fará cessar o sacrifício e a oferta de

cereais‖, isto diz respeito aos costumes mosaicos, pois neste tempo, os judeus

já terão reedificado o tão esperado templo (para o qual, eles já têm todo o

material), e estarão com todas as suas práticas do Velho Testamento.

É importante observar que a aliança será feita com ―muitos‖,

isto mostra que desde o início da aliança, já haverá judeus que não aceitarão

tal aliança.

E sobre a asa das abominações virá o assolador, até a destruição

determinada, a qual será derramada sobre o assolador. ―Asa das

abominações‖ diz respeito ao modo rápido como o anticristo dominará este

mundo. Sendo ele um homem energizado pelo Diabo, terá planos para todas

as áreas sociais, econômicas, políticas etc. e com grandes sucessos, de tal

maneira que logo será visto pelas massas, como um ―super-homem‖, o que

facilitará o seu domínio mundial.

Mas o texto não para por aqui, Daniel continua falando, mas

desta vez da destruição que será ―derramada sobre o assolador‖, aí então terá

fim o período chamado de tribulação, pois, esta destruição serão os atos de

punição que Deus derramará sobre Satanás, começando com sua prisão antes

do milênio, assunto que trataremos mais adiante, até então ser lançado no lago

de fogo, no fim do milênio.

7 - O Arrebatamento

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O arrebatamento trata da retirada da Igreja Verdadeira, a Igreja de

Jesus Cristo aqui da terra, momento definido por um advento de Cristo.

O arrebatamento revelará um acontecimento singular na história da

raça humana, um acontecimento que irá sacudir os quatro cantos da terra, que irá

preencher as manchetes dos jornais de todos os lugares do mundo, pois ao observar

as catástrofes que se deram a partir de Adão, percebe-se fortes destruições e abalos

na criação como a queda de Adão no pecado, o dilúvio, as quedas dos Impérios:

Babilônico, Medo-Pérsio, Grego e outros mais, a Primeira e a Segunda Guerra

Mundial, o atentado do dia 11 de setembro contra as torres gêmeas do World Trade

Center em Manhattan – New York - Estados Unidos, e por que não falar da tragédia

ocorrida na costa da Ásia no oceano índico – o tsunami que levou mais de trezentas

mil pessoas à morte física. Todos foram acontecimentos que chocaram o mundo, mas

nenhum deles se comparará com os dias que sucederão o arrebatamento da Igreja,

dias em que um caos tomará conta de toda a terra, e nem mesmo a avançada

tecnologia poderá contê-lo.

O Arrebatamento será ―um acontecimento singular‖ pelo fato de

jamais ter acontecido na história da humanidade ou até mesmo que volte a acontecer

em outro tempo futuro depois do mesmo.

Este evento não é um ensinamento escatológico recente, mas já

remonta os tempos das Escrituras Sagradas que por várias vezes é mencionado no

Novo Testamento.

Richard W. de Haan juntamente com Paul. Van Gorder em seu livro

intitulado ―Ressurreição do Corpo‖ declaram:

―Existem aqueles que dizem que a Bíblia não ensina a doutrina do

arrebatamento ( a palavra significa ―roubar‖ ou ―seqüestrar‖ ). Para

eles a ausência de um substantivo que aponta o evento é o fator

determinante na conclusão. Essa objeção, entretanto é bastante

duvidosa na luz do fato que a Bíblia seguramente descreve o evento.

Um dos versículos mais claros é I Tessalonicenses 4:17 que diz,

―depois nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados

juntamente com eles entre nuvens...‖

Aqui temos em forma verbal o que o substantivo sequer podia deixar

mais evidente. Para negar o arrebatamento na base frágil da omissão

de um substantivo é para empregar o duvidoso ―argumento de

silêncio‖ – O que fizeram os rejeitadores do livro de Éster quando

observaram que o nome de Deus não se encontra naquele livro.

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Sim, um dia, talvez ainda hoje, o Senhor Jesus virá... Portanto, é

totalmente correto chamar a este evento de ―arrebatamento da

igreja‖. 14

E para endossar ainda mais este assunto, Charles C. Ryrie em seu

livro ―Vem Depressa, Senhor Jesus‖ comenta:

Essa palavra vem do latim rapio, que significa ―capturar ou ser

removido no espírito‖, ou a própria remoção de um lugar para outro.

Em outras palavras, significa ser removido seja no espírito ou no

corpo. Portanto, o Arrebatamento da Igreja significa a remoção da

Igreja da terra para o céu.

Mas este é um termo bíblico? Sim. A palavra grega de onde retiramos

o termo Arrebatamento aparece em 1Tessalonicenses 4.17 e é

traduzida como ―arrebatados‖. A tradução latina desse versículo usa a

palavra rapturo, de onde se deriva a nossa palavra rapto. Portanto, é

um termo bíblico que veio a nós através da tradução latina de 1

Tessalonicenses 4.17

A palavra grega original neste versículo é harpazo. Como a palavra

latina, ela também significa ―arrancar‖ ou ―levar embora‖, e ocorre 13

vezes no Novo Testamento. Ela descreve como o Espírito arrancou

Felipe de perto de Gaza e o levou para Cesaréia ( At 8.39 ). Paulo a

usava para descrever a experiência de ter sido levado ao terceiro

céu, seja dentro ou fora de seu próprio corpo ( 2 Co 12.2 – 4 ).

Portanto, não pode haver dúvida de ela está descrevendo uma

verdadeira remoção de pessoas da terra para o céu quando é usada

em 1Tessalonicenses 4.17 em referência ao Arrebatamento da

Igreja.15

Para se entender melhor este assunto, veremos mais a diante

algumas teorias que dizem respeito ao mesmo:

7.1 - Algumas considerações acerca do arrebatamento;

Será iminente;

A volta de Cristo para buscar Sua igreja será de caráter iminente, ou

seja, não há uma data marcada para a mesma, seja ela direta ou implícita; não há um

acontecimento prévio que anuncie a mesma. Tal ensinamento é visto ao longo de todo

o Novo Testamento, podendo ser percebido nos seguintes textos sagrados: 1Co 1.7;

14 Ressurreição do Corpo – pg 109 – Richard W. de Haan; Paul. Van Gorder 15 Vem Depressa Senhor Jesus - Charles C. Ryrie – Pg. 25-26

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16.22; Fl 3.20; 4.5; 1Ts 1.10; 4.15-18; 5.6; 1Tm 6.14; Tt 2.13; Hb 9.28; Tg 5.7-9; 1Pd

1.13; Jd 21; Ap 3.11; 22.7,12,20 e 22.17,20.

Nos textos acima verificamos a doutrina da iminência quando o leitor

é ensinado a aguardar pacientemente a Vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, observe

que não há aviso prévio, apenas diz que Ele virá a qualquer momento.

A Igreja aguarda Alguém, Uma Pessoa - Jesus Cristo - e não uma

série de eventos, pois todos os sinais que Jesus diz ocorrer, em Mateus 24, por

exemplo, estão relacionados com a Tribulação e a volta dEle para estabelecer Seu

Reino Milenar com Sua Igreja, mas, quanto ao arrebatamento não há nenhum sinal

deixado por Ele, ao contrário é afirmado em Mateus 24: 36 que ninguém sabe o dia e

nem a hora.

―Maranata‖ ou ―Marah natha‖, significa Vem Nosso Senhor, um termo

que só tem sentido se a vinda for a qualquer momento, isto é, iminente, os cristãos

antigos utilizavam esse termo como uma saudação.

Portanto iminência trata-se de algo que está prestes a acontecer, a

qualquer momento, ainda que aconteça outros fatos antes , nunca o acontecimento

iminente precisará de tais fatos para que aconteça.

Cristo não pisará na terra;

Conforme 1Ts 5.16-17 e 1Co 15.52 o Senhor Jesus voltará, mas não

descerá até a terra, os mortos em Cristo ressurgirão, e os vivos (em Cristo) serão

transformados e juntamente com os ressurretos serão arrebatados nas nuvens para o

encontro do Senhor ―nos ares”.

7.2 - As Teorias do Arrebatamento;

7.2.1 - A Teoria do Arrebatamento Parcial;

Definição

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A Teoria do Arrebatamento Parcial declara que a Igreja não será

arrebatada em sua totalidade, mas somente aqueles que estiverem em boas

condições espirituais, ou seja, aqueles que estiverem vigiando em comunhão com o

Senhor é que serão arrebatados. Waugh defendendo a Teoria do Arrebatamento

Parcial da Igreja diz:

Há, todavia, não poucos homens --- alguns deles profundos e devotos estudiosos das Escrituras--- que creem que apenas uma parte preparada e esperançosa dos crentes será então transladada. Eles creem que uma conclusão clara de Lc21.36 e que os crentes que não vigiarem não vão escapar de todas estas cousas que tem de suceder, e não serão dignos de estar em pé na presença do Filho do Homem . Eles extraem de passagem como Filipenses 3.20, Tito 2.13, 2 Timóteo 4.8 e Hebreus 9.28 o conceito de que somente serão levados os que aguardarem e amarem a sua vinda16.

O estudante das Sagradas Escrituras logo perceberá a

fragilidade desta doutrina, pois a mesma está baseada em textos bíblicos fora

de seus contextos, tentando assim dar outro sentido aos mesmos.

Objeções.

Anula a suficiência do sangue de Cristo;

A teoria do arrebatamento parcial é decorrente de um pensamento

adotado pelos parcialistas, em sua maioria arminianos (que creem na perca de

salvação), de que o crente pode chegar num estado de pecado, resultando na perca

de sua salvação, sendo assim aqueles que não estiverem vigiando por ocasião da

retirada da Igreja aqui da terra, terão que ficar para passarem pela tribulação, podendo

ser salvo se ―perseverarem até o fim‖.

16 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 184

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Em defender tal pensamento o parcialista esta anulando a

suficiência do sangue de Cristo. Paulo em sua carta aos Romanos fala:

―Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus‖. (Rm 8.1).

O Senhor Jesus nos assegurou assim dizendo:

As minhas ovelhas ouvem a minha voz, eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e jamais perecerão, ninguém poderá arrebatá-las de minha mão. Meu pai que as deu a mim é maior que todos, ninguém pode arrebatá-las da mão dele. (Jo 10. 27-29).

Em seu livro ―o crente pode perder a salvação?‖

o es-Padre Aníbal Pr. Reis comenta:

Essa salvação do crente além do mais, só pode ser inabalável e

absoluta em decorrência mesmo da maneira incisiva com que ela é

designada. Por 16 vezes, só no evangelho de João, e ela

apresentada como Vida Eterna, por outras 6 vezes, João a apresenta

em sua primeira epístola.

Paulo Apóstolo a enaltece como ``Salvação Eterna`` ( Hb 5 .9 ),como

``Glória Eterna`` ( II Tm 2. 10 ), como `Redenção Eterna``( Hb 9. 12 ),

como ``Eterna Herança`` ( Hb 9. 15 ), como `Eterna Consolação``( II

Ts 2. 16 ),como ``um Peso Eterno de Glória``( II Co 4. 17).

Se eu, crente em Jesus Cristo, pudesse me perder, teria conveniência essa maneira tão afirmativa, categórica e enérgica de se denominar a salvação espiritual? Essa Salvação, que e ―Redenção‖, que e`` Herança` `que e``

Glória``,que e ``Consolação``,e tanto Eterna como Eterna e a Vida de

Deus ( Dn 12. 2,7 ). Tanto eterna como a Misericórdia de Deus ( Sl

100. 5 ).Tanto eterna como a Verdade de Deus ( Sl 117. 2 )

Tão Eterna como Eterno e o próprio Deus (Sl 90. 2). 17

Portanto, é impossível que a Igreja seja arrebatada só em parte, visto

que o Sangue de Cristo já riscou o escrito de dívida que havia contra nós…

cravando-o na cruz. (Cl 2. 14 ).

Anula a totalidade do arrebatamento dos santos;

17 O CRENTE PODE PERDER A SALVAÇÃO? – ANÍBAL P. REIS - PG. 89

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Em defender esta teoria, o parcialista agride um dos principais

ensinamentos da fé cristã, a ―unidade do Corpo de Cristo‖, a qual encontramos

claramente nos escritos de Paulo, ―assim nós, que somos muitos, somos um só

corpo em Cristo, mas individualmente somos membros uns dos outros‖` Rm 12

. 5

―Porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo,

pois todos participamos do mesmo pão‖. ICo 12 . 12

―Desta forma não há judeu nem grego, não há servo nem livre,

não há macho nem fêmea, pois todos vós sois um em Cristo Jesus‖. Gl 3. 28.

Diante das declarações escrituristicas, percebemos que a

Igreja é um corpo, ou uma unidade que não pode ser desfeita. Seria uma

tremenda incoerência dizer que somente parte da Igreja, ou seja, aqueles que

estiverem vigiando e em comunhão com o Senhor é que serão arrebatados,

pois Paulo ao escrever aos crentes de Tessalônica, afirma que ―Deus não nos

destinou para a ira...‖ 1Ts 5. 9, e em Romanos 5. 9 ele declara, ―Logo, muito

mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da

ira‖ .Paulo esta tratando aqui de uma ira que está por vir, podemos perceber

claramente pelo tempo do verbo ―seremos‖, indicando um acontecimento que

está reservado para o futuro. Sem sombra de dúvidas, Paulo está tratando do

período em que Deus irá derramar sua ira sobre este mundo, o período da

tribulação.

Paulo continua em sua carta aos tessalonicenses dizendo no

versículo 10, ―… quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele‖

mostrando-nos assim que independente do estado em que o crente se

encontrar por ocasião do arrebatamento, ele será transformado. O que nos

afirma também em I Co 15. 51 ―eis que vos digo um Mistério. Na verdade, nem

todos dormiremos, mas todos seremos transformados‖. Não há, portanto uma

condição estabelecida para que o filho de Deus seja arrebatado.

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Pende a um esforço natural do homem de se salvar pelos seus atos.

Ao declarar que o crente precisa perseverar, para que assim

possa participar do arrebatamento, o parcialista está em outras palavras

pregando a salvação pelas obras, ou seja, que o homem através de seus atos

ou justiça própria pode alcançar a salvação, o que biblicamente é impossível,

pois fomos salvos pela graça de Deus por meio da fé em Cristo Jesus, tudo

isso vem de Deus, e não de nossas obras ou atos de justiça que houvéssemos

feitos, pois segundo a sua misericórdia, Ele nos salvou mediante a lavagem da

regeneração e da renovação pelo Espírito Santo. E se fomos escolhidos por

Sua graça, segundo a Sua misericórdia, quem intentará acusação contra nós?

É Deus quem nos justifica, e nos deu um advogado para com

Ele, Jesus Cristo, o justo, para advogar as nossas causas. Portanto, não há

nada que façamos que possa separar-nos do amor de Deus, que está em

Cristo Jesus nosso Senhor. ( Ef 2.8 – 9, Tt3.5, Rm 8.33, 1Jo 2.1, Rm 8.39 ).

Baseia-se em uma má interpretação de Lc 21.36

Uma das falhas do parcialista é a interpretação errônea de

textos bíblicos como Lc 21.36 que diz: ―Vigiai em todo o tempo, e orai para que

sejais havidos por dignos de escapar de todas estas coisas que hão de

acontecer, e de estar em pé diante do filho do homem‖.

Baseados neste texto de Lucas, eles afirmam que aqueles que

não estiverem vigiando por ocasião do arrebatamento, de modo nenhum

escaparão das terríveis coisas que lhe sucederão, nem tão pouco serão dignos

de estarem de pé na presença do Filho do Homem.

Atentando às palavras do Senhor Jesus no texto dentro de seu

contexto, o estudante das Escrituras logo perceberá que Jesus está tratando

de acontecimentos que se darão após a retirada da Igreja daqui da terra. No

versículo 27 deste mesmo capítulo Jesus diz: ―Então verão vir o Filho do

homem vindo numa nuvem, com poder e grande glória‖. Aqui o versículo

mostra que o Filho do homem virá com poder e grande glória, isto fará com

que todos os

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povos O vejam (Mt 24.30, Ap 1.7), enquanto que no

arrebatamento somente os crentes em Jesus Cristo O verão. Também no

versículo 31 Ele fala: ―Assim também, quando virdes estas coisas

acontecerem, sabei que o reino de Deus está perto‖.

A expressão ―reino de Deus‖ refere-se ao reino milenar,

período em que Cristo reinará sobre as nações. Isto indica que esta vinda

precede o milênio. No versículo 36 Jesus diz: ―Vigiai em todo o tempo, e orai

para que sejais havidos por dignos de escapar de todas estas coisas que hão

de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem‖. Notemos aqui a

expressão ―escapar‖, Jesus está se referindo ao escapar das terríveis coisas

que acontecerão na tribulação. Este sermão, porém, não é para a Igreja, pois a

mesma já terá sido arrebatada.

As objeções apresentadas nos mostram claramente que a

teoria do parcialismo não está de acordo com os ensinamentos das Sagradas

Escrituras, portanto deve ser severamente rejeitada.

7.2.2 - A Teoria do Arrebatamento Mesotribulacionista;

Definição

De todas as teorias apresentadas, esta é a menos aceita entre

os estudiosos das Sagradas Escrituras. Esta teoria afirma que a Igreja de

Nosso Senhor Jesus Cristo passará os primeiros três anos e meio do período

tribulacional aqui na terra, sendo perseguida pelo Anticristo, até o momento em

que este se revelar exigindo ser adorado, então Cristo volta e arrebata Sua

Igreja, para que Deus derrame Sua ira por sobre a terra. Essa teoria é

defendida por Harrison, que diz:

A primeira metade da semana, ou período de sete anos, foi para João algo ―doce‖ a esperar, como será para eles; sob a proteção do tratado, estarão ―à vontade‖, como costumamos dizer. A segunda metade, todavia, será verdadeiramente ―amarga‖: o tratado será quebrado; a tempestade irromperá, e eles experimentarão, de um lado, a ira do anticristo e, de outro, a ira de Deus. Esse será o seu

―dia da angústia‖. É a grande tribulação. 18

Objeções

18 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 209

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Uma má interpretação de Ap 10;

―… Então a voz que eu do céu tinha ouvido tornou a falar comigo, e disse: Vai, e toma o livrinho aberto da mão do anjo que está em pé sobre o mar e sobre a terra. Fui, pois, ao anjo, e lhe pedi que me desse o livrinho. Disse-me ele: Toma-o, e come-o. ele fará amargo o teu ventre, mas na tua boca será doce como mel. Tomei o livrinho da mão do anjo, e o comi. Na minha boca era doce como o mel, mas tendo-o comido, o meu ventre ficou amargo…‖.

De fato o livrinho que João comeu era doce em sua boca, mas

amargo em seu ventre. Convém aqui concordar com Harrison que a parte doce

significa a primeira parte da tribulação, momento em que o anticristo fará uma

firme aliança (Dn 9.27) com muitos, e prometerá uma falsa paz mundial, e que

a segunda parte significa o período mais severo do juízo divino, que terá por

ponto de partida a violação da aliança por parte do anticristo. Porém, se faz

necessário ressaltar que mesmo nos três primeiros anos e meio, Deus estará

derramando da Sua ira por sobre a terra. Não será na verdade um período de

paz, e nem tão pouco de ficarem à vontade. Serão sete anos em que o juízo de

Deus estará aumentando gradativamente.

Entra em choque com os ensinamentos bíblicos acerca das autoridades.

Em 1Pd 2.13 o Apóstolo Pedro nos exorta a sujeitarmo-nos a

―toda autoridade humana‖. No período tribulacional Satanás estará governando

política, econômica e religiosamente o mundo, e nós como filhos obedientes à

Palavra de Deus, teríamos de nos sujeitarmos ao anticristo, o que seria um

tremendo ato de covardia da nossa parte para com Deus.

Nada acontecerá sem que o detentor seja retirado.

O Apóstolo Paulo no capítulo 2 de sua segunda carta aos

crentes de Tessalônica exorta àqueles irmãos concernentes ao ―dia de Cristo‖

(que abrange todo o período tribulacional, inclusive a primeira parte, e o

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milênio), que o mesmo não acontecerá sem que antes venha a ―apostasia‖,

veja:

―Ora, irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com ele, rogamos-vos que não vos demovais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, como se o dia de Cristo já tivesse chegado. Ninguém de maneira alguma vos engane, pois isto não acontecerá sem que antes venha à apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição‖.

No grego, a palavra “Apostasia” tem sua etimologia na

palavra “afisthmi”, que significa ―fazer afastar, remover, ir embora‖. Isso

mostra-nos que algo terá que ser retirado antes do dia de Cristo, e sem sombra

de dúvidas Paulo está aqui falando da retirada da Igreja daqui da terra por

ocasião do arrebatamento.

Nos versículos 6 e 7, Paulo fala acerca do anticristo dizendo :

―e agora vós sabeis o que o detém,‖ dando-nos a entender que algo impessoal

está sendo usado para deter a manifestação do anticristo (logo após o

arrebatamento o anticristo já estará agindo, pois Daniel fala : ―Ele confirmará

uma aliança com muitos por uma semana…‖ ( Dn 9.27 ), lembremo-nos que

esta semana dita por Daniel compreende um período de sete anos), podemos

concluir então que o apóstolo está falando a respeito da Igreja, que a presença

dela na terra, está impedindo a manifestação do anticristo. E no versículo sete

ele comenta: ―… somente há um que agora o detém até que seja afastado‖,

desta vez Paulo fala de algo pessoal, e sem sombra de dúvidas ele está

falando da pessoa do Espírito Santo, pois somente Deus pode impedir que

Satanás na pessoa do anticristo executasse seus planos. Portanto o Espírito é

o detentor, e a Igreja o instrumento de detenção, e somente quando estes

forem retirados por ocasião do arrebatamento é que o anticristo se manifestará.

O fato de o Espírito ser retirado não quer dizer que O mesmo

estará inativo no período tribulacional, pois haverá naqueles dias pessoas que

se converterão, e isto é ministério do Espírito Santo. Podemos entender esta

realidade olhando para o ocorrido no dia de Pentecostes (At 2), pois assim

como o Espírito desceu sobre os discípulos que ali estavam, (isto não quer

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dizer que Ele não estivesse antes na terra, mas aquela descida significava a

sua vinda para a Igreja no que diz respeito a ministérios (Jo 14.26)),

assim também subirá com a Igreja (o que também não significa

ausência do mesmo, mas a retirada de Seus ministérios que são específicos

para a Igreja). Em relação a isso J. Dwight Pentecost escreve:

…O argumento de Paulo no v.7 é que, apesar de o mistério de iniqüidade já estar em vigor em seus dias, quer dizer, o sistema sem lei que culminaria na pessoa do iníquo já estava manifesto, este iníquo, no entanto, não se manifestaria até que o Detentor fosse afastado. Em outras palavras, Alguém impede o propósito de Satanás de culminar e Ele continuará a realizar seu ministério até ser afastado (v.7,8). Explicações a respeito da pessoa do Detentor como governo humano, lei, igreja visível não são suficientes, pois esses todos continuarão em certa medida após a manifestação do iníquo. Embora esse seja um problema essencialmente exegético, parece que o Único que conseguiria exercer tal ministério de detenção seria o Espírito Santo [...] Contudo, a indicação aqui é que, enquanto o Espírito Santo estiver habitando na igreja, que é o Seu templo, esse trabalho de detenção continuará e o homem de pecado não poderá ser revelado. Apenas quando a igreja, o templo, for retirada, o ministério de detenção cessará e a iniqüidade produzirá o iníquo. Devemos notar que o Espírito Santo não cessará seu ministério após a retirada da igreja, nem deixará de ser onipresente com este afastamento, mas Seu ministério restringidor cessará. Dessa maneira, o ministério do Detentor, que continuará enquanto Seu templo estiver na terra e que precisa cessar antes que o iníquo seja revelado, requer o arrebatamento pré-tribulacionista da igreja… 19

Destrói a iminência da volta de Cristo.

Dizer que a Igreja será arrebatada na metade da tribulação

derruba o ensinamento das Sagradas Escrituras sobre a iminência da volta de

Cristo, pois, se os mesotribulacionistas estivessem corretos, teríamos como

datar tal acontecimento, o que biblicamente é impossível já que o próprio

Senhor Jesus falou: ―Porém, a respeito daquele dia e hora ninguém sabe, nem

os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente o Pai‖ (Mt 24.36). Ao explicar

esta verdade J. Dwight Pentecost comenta:

Uma vez mais, se a tribulação fosse datada a partir da

assinatura do falso tratado de aliança (Dn 9.27), a Igreja conheceria a ocasião da translação. Embora Israel tenha recebido sinais que precederão a volta do Messias, nenhum sinal semelhante foi dado à

19 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 227

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Igreja. O tempo da vinda de Cristo para a Igreja é um segredo divino,

e homem algum poderá descobrir esse tempo por meio de sinais. 20

E ainda apoiando a iminência, vejamos o que Chafer comenta

a respeito de alguns reformadores que acreditavam neste ensino.

…Lutero escreveu: ―Acredito que todos os sinais que precedem os últimos dias já apareceram. Não pensemos que a vinda de Cristo está longe; olhemos para cima com nossa cabeça erguida; esperemos a vinda de nosso Redentor com mente desejosa e alegre‖ [...] Calvino também declara [...] ―As Escrituras uniformemente nos ordenam a olhar com expectativa para o advento de Cristo‖. A isso podemos acrescentar o testemunho de John Knox: ―O Senhor Jesus voltará, e com presteza. E Seu propósito não é outro senão reformar a face de toda a terra, o que nunca foi e nunca será feito, até que o justo Rei e Juiz apareça para restaurar todas as coisas‖. De igual modo, as palavras de Latimer: ―Todos aqueles homens excelentes e letrados a quem, sem dúvida, Deus enviou ao mundo, extraem das Escrituras que os últimos dias não podem estar longe. É possível que aconteça

nos meus dias, velho como estou, ou nos dias dos meus filhos‖… 21

Uma má interpretação de Ap 11.

Ainda há aqueles que dizem ser o capítulo 11 de Apocalipse

uma descrição do arrebatamento.

J. Dwight Pentecost comenta sobre um destes credores:

…Harrison sustenta que as duas testemunhas são símbolos de

uma ―companhia maior de testemunhas‖; que elas representam ―dois grupos‖: os mortos e os vivos por ocasião do arrebatamento; sustenta ainda que a nuvem representa a parousia- a presença do Senhor; que a grande voz é o grito de 1Tessalonicenses 4.16 e que a trombeta é a mesma trombeta de 1Tessalonicenses 4 e de 1Coríntios

15.22

Toda argumentação de Harrison, a qual é feita em cima de

uma espiritualização do texto, torna-se fraca e ilógica diante das seguintes

considerações:

1- É incoerente dizer que as duas testemunhas de Apocalipse 11

representam ―dois grupos‖, os mortos e os vivos por ocasião do

arrebatamento, pois o texto nos mostra que após os mil duzentos e

sessenta dias, tais testemunhas serão mortas, e para que a ideia de

20 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 210

21 Teologia Sistemática – Lewis Sperry Chafer – Pg. 227

22 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 210

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Harrison esteja correta, toda a Igreja teria que estar morta no dia do

arrebatamento. Esta ideia entra em choque com os ensinamentos de

Paulo quando diz: ―Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos

arrebatados juntamente com eles nas nuvens…‖ (1Ts 4.17) (grifo nosso).

2- Ap 11.12 nos mostra que no momento da retirada das testemunhas

seus inimigos as verão subindo ao céu, enquanto que sobre o

arrebatamento a Bíblia não nos fala que será visível aos olhos daqueles

que não fazem parte da Igreja;

3- É impossível que a ―grande voz‖, seja o grito de 1Ts 4.16, pois

observamos em Ap11 que ―…o espírito de vida, vindo de Deus, entrou

neles, e puseram-se de pé…‖, depois disto ―ouviram uma grande voz do

céu, que lhes dizia: subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem, e

os seus inimigos os viram.‖ Mostra-nos tais textos que primeiro as

testemunhas serão ressuscitadas e depois se ouvirá a ―grande voz‖ para

então serem retiradas, enquanto que Paulo nos ensina em 1Ts 4.16-17

que primeiro ―…o Senhor descerá do céu com grande brado, à voz do

arcanjo, ao som da trombeta de Deus,‖ e depois então, ―os que morreram

em Cristo ressurgirão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos,

seremos arrebatados…‖, podemos perceber que há aqui uma incoerência

na ordem dos acontecimentos de ambos os textos, portanto trata-se de

acontecimentos diferentes;

4- Uma outra incompatibilidade dos textos se encontra na menção das

trombetas. Em Ap encontramos João falando da trombeta ―do‖ sétimo

anjo, enquanto que Paulo no texto de 1Ts 4 fala da trombeta ―de‖ Deus.

Para melhor compreensão do assunto, cabe aqui a observação de J.

Dwight Pentecost:

Talvez a evidência mais contundente de que o arrebatamento não ocorre em Apocalipse 11 venha de observar cuidadosamente o resultado do toque da sétima trombeta. A cena descrita não é a do arrebatamento, mas a da revelação de Cristo a terra. A esse acontecimento são associados à subjugação dos reinos da terra à autoridade de Cristo, a manifestação do reino messiânico, o juízo das nações, a recompensa dos que compartilharão do reino do Messias e o juízo das ―bestas‖ que ―destroem a terra‖. Essa cronologia de acontecimentos nunca é associada ao arrebatamento, mas sim à segunda vinda. O resultado do toque da sétima

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trombeta não é a translação da Igreja, mas o triunfo de Cristo sobre todos os Seus inimigos na instituição de Seu reinado na segunda vinda. 23

Diante de tais considerações e análise segundo as Escrituras,

conclui-se que esta teoria não é digna de aceitação, portanto deve ser

rejeitada.

7.2.3 – A Teoria do Arrebatamento Pós-tribulacionista;

Definição: Os que crêem nesta teoria, afirmam que a Igreja não será

arrebatada antes do período de sete anos, mas que a mesma passará por toda

a tribulação, e somente no final deste período é que Cristo voltará para levá-la.

Um dos principais defensores desta teoria é Reese, o qual declara:

A Igreja de Cristo não será retirada da terra até o segundo advento de Cristo, bem no final desta presente era: o arrebatamento e o aparecimento ocorrem no mesmo momento de translação; consequentemente, os cristãos desta geração serão expostos às

aflições finais sob o anticristo. 24

Objeções

Uma má interpretação da palavra “tribulação”.

Esta palavra por várias vezes é usada nas Escrituras, e de diferentes maneiras.

Por não fazer tal distinção, o pós-tribulacionista defende sua teoria baseado em

textos que falam de tribulação que não diz respeito aos sete anos específicos.

J. Dwight Pentecost expõe claramente este assunto:

...devemos notar que o termo tribulação é usado de maneiras diferentes nas Escrituras. É usado em sentido não-técnico e não-escatológico referindo-se a qualquer período de sofrimento ou provação pelo qual alguém passa. Assim aparece em Mateus 13.21; Marcos 4.17; João 16.33; Romanos 5.3; 12.12; 2Coríntios 1.4; 2Tessalonicenses 1.4; Apocalipse 1.9. É usado no seu sentido técnico ou escatológico em referência a todo o período de sete anos da tribulação, como em Apocalipse 2.22 ou Mateus 24.29. É assim usado em referência à igreja, como em João 16.33, aparece em sentido não-técnico, na qual a igreja é vista como uma oposição duradoura ao deus deste século, mas não ensina que a igreja

23 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 211

24 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 190

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passará rigorosamente pelo período conhecido como tribulação. De outra maneira, alguém teria de ensinar que a tribulação já existe há mil e novecentos anos. Visto que os pós-tribulacionistas insistem em que a igreja, além de ter promessas de tribulação, está experimentando essa tribulação, assim como a igreja através dos tempos, eles devem dar àquele período caráter diferente do encontrado nas Escrituras... a caracterização daquele período, de acordo com as Escrituras, é descrito por palavras como ira, julgamento, indignação, provação, problema e destruição. Essa caracterização essencial precisa ser negada pelo seguidor dessa posição. 25

Desta forma é possível perceber claramente as falhas desta teoria no

que diz respeito ao termo ―tribulação‖.

A Igreja não foi destinada para a ira;

A Igreja sendo a noiva de Cristo, não está destinada para a ira,

ou seja, para provar dos julgamentos que Deus tem reservado para o período

tribulacional. Em 1Ts 5.9 Paulo declara: ―Pois Deus não nos destinou para a

ira, mas para alcançar a salvação por nosso Senhor Jesus Cristo.‖

Partindo de uma análise do texto, o estudante das Sagradas

Escrituras logo perceberá que Paulo está se referindo a uma ira futura, como

também uma salvação futura. A palavra usada aqui para ira é “orgh” que

significa ―raiva exibida em punições‖, por isso usada também para ―punição‖.

Paulo está dizendo que Deus não nos destinou para o dia em que Sua ―raiva‖

será exibida em punições, mas para ―alcançarmos a salvação‖ por nosso

Senhor Jesus Cristo. Mas que salvação é esta que o apóstolo está tratando

aqui? A palavra grega para salvação é “swthria” que quer dizer ―livramento,

preservação, segurança, salvação, salvação futura‖, portanto a idéia de Paulo é

que Deus não nos deixará sofrer os julgamentos que estão reservados para o

futuro, para o período tribulacional, mas seremos ―salvos‖, ou arrebatados

antes do mesmo.

Em Apocalipse 3.10 esta idéia também é mostrada. Para uma

melhor compreensão, vejamos o que J. Dwight Pentecost discorre a respeito:

...existem certas passagens das Escrituras que prometem a definitiva

retirada da igreja antes da septuagésima semana. [...] Apocalipse 3.10: ―Eu te guardarei da hora da provação‖. João usa a palavra

25 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 195

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tereo. Thayer diz que, quando esse verbo é usado com em, fazer

com que alguém persevere ou se mantenha firme em algo; ―quando

usado com ek significa ―fazer com que alguém fique em segurança

escapando para fora de‖―. Como ek é usado aqui, indica que João

está prometendo à igreja o afastamento da esfera de teste, e não a preservação durante o teste. Isso é ainda mais concretizado pelo uso das palavras ―da hora‖. Deus não está apenas guardando das provações, mas também da própria hora em que essas provações

chegarão aos que habitam na terra. 26

A Igreja não foi destinada para a septuagésima semana.

É necessário lembrarmos aqui, das palavras ditas pelo anjo

Gabriel a Daniel, no capítulo 9 deste livro. O mesmo falou ―setenta semanas

estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer

cessar a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e

trazer a justiça eterna…‖ (grifo nosso). Diante de tal declaração entende-se que

as setentas semanas ditas pelo anjo a Daniel, estavam determinadas “sobre o

povo de Daniel”, e é lógico, esta expressão refere-se aos judeus. Destas

setenta semanas, sessenta e nove já se cumpriram, faltando apenas a última, a

qual compreende os sete anos da tribulação. Sendo assim, a Igreja não

passará por esta semana, visto que a mesma está determinada sobre o povo

de Daniel, e a Igreja não faz parte deste povo, pois conforme as palavras de

Paulo em 1Co 10. 32, a raça humana está dividida em três grupos distintos que

são: Judeus, gentios e igreja. Veja: ―Não vos torneis causa de tropeço nem

para judeus, nem para gentios, nem para a igreja de Deus‖.

E ainda lembrando as palavras do anjo, ―para fazer cessar a

transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade…‖, isto nos

mostra um dos objetivos da tribulação que é a purificação do povo de Daniel,

para poder entrar no Reino Messiânico. A este respeito Luiz Henrique L´

Astorina comenta:

A Igreja composta por judeus e gentios não deverá misturar-se com o plano ainda não concluído para com Israel, Deus estabeleceu 70 semanas para Israel (Daniel 9:24-27), um programa

26 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 238

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destinado somente à Israel, a Igreja portanto não deve passar por esse período de 70 semanas, assim como não passou nas 69 semanas iniciais, não passará pela última, pois esse não é o plano

divino. 27

É necessária uma distinção entre o primeiro e o segundo advento de

Cristo.

Uma das provas de que a Igreja será arrebatada antes da

tribulação, é a clara distinção, ou distinções que a Bíblia nos dá a respeito dos

dois adventos de Cristo. Para uma melhor compreensão vejamos a

comparação feita por Luiz H. L´Astorina:

Tabela 02- Comparativo entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda;

ARREBATAMENTO SEGUNDA VINDA

Os santos arrebatados vão ao céu Os santos vêm à terra

Acontecimento iminente sem sinais Seguem sinais, inclusive a tribulação.

A terra não é julgada A terra é julgada

Não mencionado no A.T. Predito várias vezes no A.T

Envolve apenas cristãos Afeta todos os homens

Nenhuma referência à Satanás Satanás é amarrado

Cristo vem para os Seus Cristo vem com os Seus

Ele vem nos ares Ele vem a terra

Somente os Seus o verão Todo olho O verá

Começa a Tribulação Começa o Milênio

27 Internet Doutrina do Arrebatamento – 1997– Luiz H. L´Astorina

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28 Esses contrastes deixam clara a grande diferença entre o primeiro

e o segundo advento do Senhor Jesus, além disso, Apocalipse 19: 7,8 e 14 nos

mostram que a Igreja é preparada para acompanhá-Lo em Sua volta à terra,

pois como isso poderia ocorrer se a Igreja estivesse aqui durante a tribulação?

J. Dwight Pentecost defende este assunto quando comenta:

Devemos observar várias contraposições entre o arrebatamento e a segunda vinda. Elas mostrarão que os dois acontecimentos não são vistos como sinônimos nas Escrituras. A existência de dois planos separados é mais bem percebida pelas muitas contraposições encontradas nas Escrituras entre os dois acontecimentos. 1) A translação compreende a retirada dos crentes, enquanto o segundo advento requer o aparecimento e a manifestação do Filho. 2) Na translação os santos são levados nos ares, enquanto na segunda vinda Cristo volta à terra. 3) Na translação Cristo vem buscar Sua noiva, enquanto na segunda vinda Ele retorna com a noiva. 4) A translação resulta na retirada da igreja e na instauração da tribulação, enquanto a segunda vinda resulta no estabelecimento do reino milenar. 5) A translação é iminente, enquanto a segunda vinda é precedida por uma multidão de sinais. 6) A translação traz uma mensagem de conforto, enquanto a segunda vinda é acompanhada por uma mensagem de julgamento. 7) a translação está relacionada ao plano para a igreja, enquanto a segunda vinda está relacionada ao plano para Israel e para o mundo. 8) A translação é um mistério, enquanto a segunda vinda é prevista em ambos os testamentos. 9) na translação os crentes são julgados, enquanto na segunda vinda os gentios e Israel são julgados. 10) A translação deixa a criação intacta, enquanto a segunda vinda implica uma mudança na criação. 11) Na translação os gentios não são afetados, enquanto na segunda vinda são julgados. 12) Na translação as alianças de Israel não são cumpridas, enquanto na segunda vinda todas as alianças são cumpridas. 13) A translação não tem relação particular com o plano de Deus para o mal, enquanto na segunda vinda o mal é julgado. 14) É dito que a translação ocorrerá antes do dia da ira,enquanto a segunda vinda se segue a ele. 15) A translação é apenas para os crentes, enquanto a segunda vinda tem efeito sobre todos os homens. 16) A expectativa da igreja em relação à translação é ―perto está o Senhor‖, (Fp 4.5), enquanto a expectativa de Israel em relação a segunda vinda é ―o reino está próximo‖ (Mt 24.14). 17) A expectativa da igreja na translação é ser levada à presença do Senhor, enquanto a expectativa de Israel na segunda vinda é ser levado ao reino. Essas e outras contraposições que poderiam ser apresentadas apóiam a alegação de que se trata de dois planos diferentes que não podem ser unificados num só.

29

Diante das contraposições existentes entre o arrebatamento e

a segunda vinda de Cristo, fica claro que serão dois acontecimentos totalmente

diferentes.

28 Internet Doutrina do Arrebatamento – 1997– Luiz H. L´Astorina 29 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 229

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É necessária uma distinção entre Israel e igreja. O pós-tribulacionista cai em um

erro gravíssimo em não fazer distinção entre Israel e igreja. A Palavra de Deus é bem

clara ao tratar deste assunto, conforme já vimos em 1Coríntios 10.32 quando Paulo

menciona ―Não vos torneis causa de tropeço nem para judeus, nem para gentios,

nem para a igreja de Deus.‖ Isto nos mostra que há três povos distintos na raça

humana, os quais são: gentios, judeus e Igreja.

Nos períodos inocência (que compreende o período antes da

queda), consciência (que compreende o período que vai da queda ao dilúvio), e

governo humano (que vai do fim do dilúvio a chamada de Abraão), Deus lidou com

gentios, porém por causa de sua rebeldia Deus escolheu um homem, Abraão, e dele

fez uma nova nação. Esta nação cujo nome é Israel, rejeitou o plano divino acerca do

Reino Messiânico quando Cristo esteve na terra, e foi posta de lado, ou seja, Deus

deu uma trégua a Israel, e neste tempo Ele está trabalhando com um novo povo, que

é a Igreja, composta de gentios e judeus. Há várias diferenças entre a Igreja e Israel,

como por exemplo, a igreja nasceu no Pentecostes, enquanto que Israel há muitos

séculos AC no tempo dos patriarcas (Mt 16.18). Conforme Ef 3.3-6 a Igreja é um

mistério, ou seja, judeus e gentios são unidos em um só corpo, e a mesma nunca fora

mencionada no VT. A distinção em Gl 6.16 é clara, ―Israel de Deus‖ é logicamente

referência aos judeus convertidos ao cristianismo, isso mostra também a separação do

Israel incrédulo, a quem Paulo chama de ―Israel segundo a carne‖ em 1Co 10. No livro

de Atos, Israel e Igreja existe simultaneamente, o termo Israel é mencionado 20 vezes

e o termo Igreja (Eclésia) 19 vezes. J. Dwight Pentecost comenta:

Chafer estabeleceu 24 contraposições entre Israel e a igreja que

demonstram conclusivamente que esses dois grupos não podem ser

unidos num só, mas devem ser diferenciados como entidades

separadas com quem Deus realiza um plano especial. Essas

contraposições podem ser esboçadas da seguinte forma: 1) A

extensão da revelação bíblica: Israel - quase quatro quintos da Bíblia;

igreja —cerca de um quinto. 2) O propósito divino: Israel - todas as

promessas terrestres nas alianças; igreja - as promessas celestiais no

evangelho. 3) A descendência de Abraão: Israel - a descendência

física, dos quais alguns se tornam descendentes espirituais; igreja -

descendência espiritual. 4) O nascimento: Israel - nascimento físico,

que produz um relacionamento; igreja - nascimento espiritual que traz

um relacionamento. 5) Cabeça: Israel - Abraão; igreja - Cristo. 6)

Alianças: Israel - a de Abraão e todas as alianças seguintes; igreja -

indiretamente relacionada com a aliança abraâmica e a nova aliança.

7) Nacionalidade: Israel - uma nação; igreja - de todas as nações. 8)

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Trato divino: Israel - nacional e individual; igreja - apenas individual.

9) Dispensação: Israel - visto em todos os tempos desde Abraão;

igreja - vista apenas no presente. 10) Ministério: Israel - sem atividade

missionária e sem evangelho para pregar; igreja - uma comissão a

cumprir. 11) A morte de Cristo: Israel - nacionalmente culpado; ainda

será salvo por meio dela; igreja - perfeitamente salva por ela agora.

12) O Pai: Israel - por meio de relacionamento especial, Deus era o

Pai da nação; igreja - somos relacionados individualmente a Deus

como Pai. 13) Cristo: Israel - Messias, Emanuel, Rei; igreja -

Salvador, Senhor, Noivo, Cabeça. 14) O Espírito Santo: Israel - veio

sobre uns temporariamente; igreja - habita em todos. 15) Princípio

governante: Israel - o sistema de lei mosaica; igreja - o sistema da

graça. 16) Capacitação divina: Israel - nenhuma; igreja - habitação do

Espírito Santo. 17) Dois discursos de despedida: Israel - discurso no

monte das Oliveiras; igreja - discurso no cenáculo. 18) A promessa da

volta de Cristo: Israel - em poder e glória para julgamento; igreja -

para nos receber para Si mesmo. 19) Posição: Israel - um servo;

igreja - membros da família. 20) O reino do Cristo na terra: Israel -

súditos; igreja - co-herdeiros. 21) Sacerdócio: Israel - tinha um

sacerdócio; igreja - é um sacerdócio. 22) Casamento: Israel - esposa

infiel; igreja - noiva. 23) Julgamentos: Israel - deve enfrentar

julgamentos; igreja - livre de todos os julgamentos. 24) Posições na

eternidade: Israel - espíritos de homens justos aperfeiçoados na nova

terra; igreja - igreja dos primogênitos nos novos céus.

Essas contraposições, que mostram a distinção entre Israel e a igreja,

impossibilitam identificar os dois num mesmo plano, o que é inevitável

para a igreja passar pela septuagésima semana. Essas distinções

dão apoio extra à posição do arrebatamento pré-tribulacionista. 30

7.2.4 - A Teoria do Arrebatamento Pré-tribulacionista;

Definição;

Baseada no método literal de interpretação, o arrebatamento pré-

tribulacionista vê a igreja sendo arrebatada antes da tribulação. Há várias razões que

comprovam este fato, entre elas vejamos o que Champlin comenta:

30 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 225

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Precisamos também considerar a questão do tempo da

segunda vinda de Cristo, no que diz respeito a tribulação, e no que

concerne a diferença entre o arrebatamento da igreja e a segunda

vinda de Cristo. John f. Walvoord, presidente do Dallas Theological

Seminary, de Dallas, no Texas, talvez tenha escrito a exposição mais

completa que há sobre esse tema. Ele alistou cinqüenta razões pelas

quais cria no arrebatamento antes da tribulação, o que significa que a

igreja não passaria pelo período da Grande Tribulação [...].

Para efeito de brevidade, o termo arrebatamento é usado para

indicar a vinda de Cristo para a sua igreja, ao passo que a expressão

―Segunda Vinda‖ é uniformemente usada em alusão à vinda de Cristo

à terra, a fim de estabelecer o seu reino milenar[...].

Argumento histórico.

1. A igreja cristã primitiva cria na iminência do retorno do Senhor, o que é um ponto doutrinário essencial da posição pré-tribulacional.

2. O desenvolvimento detalhado da verdade pré-tribulacional, durante os poucos séculos passados não prova que essa doutrina seja recente ou que seja uma novidade. Seu desenvolvimento é similar ao das outras principais doutrinas da história da igreja.

Hermenêutica.

3. A posição pré-tribulacional é o único ponto de vista que

permite uma interpretação literal de todas as passagens tanto do

Antigo como do Novo Testamento sobre a Grande Tribulação.

4. Somente a posição pré-tribulacional distingue claramente entre a nação de Israel e a igreja, em seus respectivos programas.

Natureza da Tribulação.

5. O pré-tribulacionismo conserva a distinção bíblica entre a Grande Tribulação e a tribulação em geral que a antecede.

6. A Grande Tr4ibulacao é devidamente interpretada, pelos que crêem no arrebatamento antes da tribulação como tempo de preparo para a restauração da nação de Israel. (Ver Dt. 4:29,30 e Jr. 30:4-11). O propósito da tribulação não é preparar a igreja para a glória.

7. Nenhuma das passagens do A. T. sobre a tribulação menciona a igreja (ver Dt 4:29,30; Jer. 30:4-11; Dan. 9:24-27 e 12:1,2).

8. Nenhuma das passagens do N. T. sobre a tribulação menciona a igreja (ver Mat. 24:15-31; I Tes. 1:9,10; 5:4-9 e Ap. 4-19).

9. Em contraste com a posição mid-tribulacional, o ponto de vista pré-tribulacional provê uma explanação adequada para o começo da Grande Tribulação, no sexto capítulo do livro de Apocalipse. Já a primeira dessas posições é refutada pelo ensinamento claro das Escrituras, que diz que a Grande Tribulação

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começará muito antes da sétima trombeta do décimo primeiro capítulo do livro de Apocalipse.

10. A distinção apropriada é mantida entre as trombetas proféticas das Escrituras através da posição pré-tribulacional. Não há base firme para o argumento central do mid-tribulacionismo que a última trombeta do livro de Apocalipse é a última trombeta, não havendo conexão segura entre a sétima trombeta do décimo primeiro capítulo do livro de Apocalipse, a última trombeta do trecho de I Cor. 15:52 e a trombeta de Mat. 24;31. São três acontecimentos distintos.

11. A unidade da septuagésima semana do livro de Daniel é mantida pelo pré-tribulacionismo. Em contraste com isso, a posição mid-tribulacional destrói a unidade dessa septuagésima semana, confundindo o programa de Israel com o programa da igreja.

Natureza da Igreja.

12. O arrebatamento da igreja nunca é mencionado em qualquer passagem referente à segunda vinda de Cristo, após a tribulação.

13. A igreja não está destinada à ira (ver Rm.5:9; I Tes. 1:9,10 e 5:9). Portanto, a igreja não poderá entrar no ―grande dia da ira deles‖ (ver Ap. 6:17).

14. A igreja não será surpreendida pelo Dia do Senhor (ver I Tes. 5:1-9), que inclui a tribulação.

15. A possibilidade de o crente escapar da tribulação é mencionada em Lc. 2136.

16. À igreja de Filadélfia foi prometido livramento da ―ora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra‖ (Ap. 3:10).

17. É uma das características da maneira divina de agir a livrar aos crentes antes de qualquer juízo divino ser infligido contra o mundo, conforme é ilustrado nos livramentos de Noé, Ló, Racabe, etc. (ver II Pe. 2:6-9).

18. Ao tempo do arrebatamento da igreja, todos os crentes irão para a casa de Deus pai (ver Jo. 14:3), e não retornarão imediatamente à terra, após o encontro com Cristo nos ares, conforme ensinam os pos-tribulacionistas.

19. O pré-tribulacionismo não divide o corpo de Cristo quando do arrebatamento com base no principio das obras. O ensinamento de um arrebatamento parcial se baseia sobre a falsa doutrina que diz que o arrebatamento da igreja recompensará as boas obras. Trata-se antes de um aspecto final da salvação pela graça divina.

20. As Escrituras ensinam claramente que a igreja inteira, e não apenas uma parte dela, será arrebatada quando da vinda de Cristo para sua igreja (ver I Cor. 15:51,52 e I Tes. 4:17).

21. Em oposição ao ponto de vista que postula um arrebatamento parcial, o pré-tribulacionismo se alicerça sobre o ensinamento definido das Escrituras que a morte de Cristo nos livra de toda a condenação.

22. O remanescente piedoso da tribulação é retratado como composto de israelitas, e não de membros da igreja, conforme é dito pelos pos-tribulacionistas.

23. O ponto de vista pré-tribulacional, em contraste com o pos-tribulacionismo, não confunde termos gerais como ‗eleitos‘ e ‗santos‘, que se aplicam aos salvos de todos os séculos, com termos específicos como ‗igreja‘ e aqueles que estão ‗em Cristo‘, o que se refere somente aos santos desta era.

Doutrina da Iminência.

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24. A posição pré-tribulacional é o único ponto de vista que ensina que o retorno de Cristo é realmente iminente.

25. A exortação para nos consolarmos ante a vinda do Senhor (ver I Tes. 4:18) só é significativa para o ponto de vista pré-tribulacional, sendo contradita especialmente pelo pos-tribulacionismo.

26. A exortação para esperarmos pela ‗gloriosa manifestação‘ de Cristo em favor dos que lhe pertencem (ver Tt. 2:13) perde sua significação se a tribulação deve ocorrer antes disso. Os crentes, nesse caso, deveriam esperar sinais da vinda de Cristo, apenas.

27. A exortação para nos purificarmos, em face do retorno do Senhor, se reverte de maior significação se a vinda de Cristo for iminente (ver I Jo. 3:2,3).

28. A igreja é uniformemente exortada a esperar a vinda do Senhor, ao passo que os crentes que estiverem vivos durante o período da tribulação se recomendam que aguardem sinais da volta de Cristo.

A Obra do Espírito Santo.

29. O Espírito Santo, na qualidade de ―restringidor do mal‖, não poderá ser retirado do mundo a menos que a igreja, na qual habita o Espírito, for retirada ao mesmo tempo. A tribulação não poderá começar enquanto essa restrição não for suspensa.

30. O Espírito Santo, na qualidade de ―restringidor‖, será tirado do mundo antes de revelar-se o ‗iníquo‘, que dominará o mundo durante o período da tribulação (ver II Tes. 2:6-8).

31. Se for literalmente traduzida a expressão ―isto não acontecerá sem que primeiro venha a apostasia‖, ou seja, ―isto não acontecerá sem que primeiro venha a partida‖, ficará claramente demonstrada a necessidade do arrebatamento antes do começo da Grande Tribulação.

Necessidade de um Intervalo Entre o Arrebatamento e a

Segunda Vinda de Cristo.

32. De acordo com II Cor. 5:10, todos os crentes da presente era deverão comparecer perante o tribunal de Cristo, nos céus, um evento jamais mencionado nas narrativas detalhadas concernentes à segunda vinda de Cristo à terra.

33. Se os vinte e quatro anciões do trecho de Ap. 4:1-5:14 representam a igreja, conforme muitos expositores bíblicos acreditam, então torna-se necessário o arrebatamento e o galardoamento da igreja antes do início da tribulação.

34. A vinda de Cristo para buscar sua Noiva deverá ter lugar antes da segunda vinda de Cristo à terra, para a festa nupcial (ver Ap. 19:7-10).

35. Os santos da grande tribulação não serão arrebatados quando da segunda vinda de Cristo, mas continuarão em suas ocupações ordinárias, plantando e edificando casas, e também gerarão filhos (Is. 65:20-25). Isso seria impossível se todos os santos fossem arrebatados quando da segunda vinda de Cristo à terra, conforme ensinam os pos-tribulacionistas.

36. O julgamento dos gentios, que se seguirá à segunda vinda de Cristo (ver Mat. 25:31-46), indica que tanto os salvos como os incrédulos ainda se acharão em seus corpos naturais, o que seria impossível se o arrebatamento tivesse lugar quando da segunda vinda de Cristo.

37. Se o arrebatamento tivesse lugar ao mesmo tempo que à segunda vinda de Cristo à terra, não havia nenhuma necessidade

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de separar as ovelhas dos cabritos, como algo ocorrido em um julgamento subseqüente, mas a separação teria lugar no próprio ato do arrebatamento dos crentes, antes de Cristo realmente estabelecer o seu trono à face da terra (ver Mat. 25:31).

38. O julgamento da nação de Israel (ver Ez. 20:34-38), que ocorrerá depois da segunda vinda de Cristo, indica a necessidade de reunir novamente o povo de Israel. A separação entre os salvos e os perdidos, nesse julgamento, obviamente terá lugar algum tempo após a segunda vinda, e seria algo desnecessário se os salvos já tivessem sido separados dos incrédulos por meio do arrebatamento.

Contraste Entre o Arrebatamento e a Segunda Vinda de

Cristo.

39. Ao tempo do arrebatamento, os santos se encontrarão com Cristo nos ares, ao passo que, na segunda vinda, Cristo retornará ao monte das Oliveiras, vindo assim ao encontro dos santos na terra.

40. Ao tempo do arrebatamento, o monte das Oliveiras ficará intocado, ao passo que no tempo da segunda vinda será formado um grande vale a leste de Jerusalém (ver Zac. 14:4,5).

41. Quando do arrebatamento, os santos vivos serão arrebatados, ao passo que nenhum crente será arrebatado em conexão com a segunda de Cristo à terra.

42. Quando do arrebatamento, os santos serão levados para os céus, ao passo que, na segunda vinda de Cristo à terra os santos continuarão à face da terra, sem qualquer arrebatamento.

43. Ao tempo do arrebatamento, o mundo continuará sem julgamento e prosseguirá em seus caminhos pecaminosos, ao passo que na segunda vinda de Cristo o mundo será julgado e a retidão será estabelecida neste mundo.

44. O arrebatamento da igreja é retratado como livramento antes do dia da ira; mas a segunda vinda de Cristo será seguida pelo livramento daqueles que tiverem confiado em Cristo durante a tribulação.

45. O arrebatamento é descrito como iminente ao passo que a segunda vinda de Cristo como precedida por sinais definidos.

46. O arrebatamento de santos vivos é uma verdade revelada exclusivamente no N.T., ao passo que a segunda vinda de Cristo, com suas ocorrências correlatas é uma doutrina que se destaca em ambos os testamentos.

47. O arrebatamento diz respeito exclusivamente aos salvos, ao passo que a segunda vinda de Cristo envolve tanto os salvos quanto os perdidos.

48. Quando do arrebatamento, Satanás não será amarrado, ao passo que por ocasião da segunda vinda de Cristo, Satanás será amarrado e lançado no abismo.

49. Nenhuma profecia a ser cumprida há entre a igreja e o arrebatamento, ao passo que muitos sinais terão de ser cumpridos antes da segunda vinda de Cristo.

50. Nenhuma passagem, que trata da ressurreição dos santos, por ocasião da segunda vinda de Cristo, em ambos os Testamentos, menciona o arrebatamento dos santos vivos, ao

mesmo tempo. 31

31 Comentário do Novo Testamento – R. N. Champlin – Pg. 203

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Pelo fato de este ser o ponto de vista do autor, o assunto será

discorrido mais detalhadamente ao longo desta obra.

7.3 - Acontecimentos que se Dará com a Igreja Após o Arrebatamento;

7.3.1 - O Tribunal de Cristo

Após a igreja ser arrebatada, ela passará pelo Tribunal de Cristo.

Faz-se necessário aqui uma distinção entre o Tribunal de Cristo e o Grande Trono

Branco. Este último será após o milênio e somente os ímpios passarão por ele,

enquanto que o primeiro acontecerá logo após o arrebatamento, e somente a igreja

passará por este evento.

Será o momento em que cada crente comparecerá diante do Reto

Juiz, não para ser condenado, mas para serem julgados seus atos para galardão.

A Base do Julgamento.

Será o próprio Cristo, pois Ele é o nosso padrão de santidade. Tudo

o que fizermos aqui enquanto estamos neste corpo natural, se não tiver como objetivo

a glória de Seu nome, certamente naquele dia o resultado será a perda de galardões.

Os Resultados do Julgamento;

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Como já foi falado, não será um julgamento que tenha em vista a

salvação ou a condenação, pois, todos ali já foram salvos, é bom lembrar que o texto

de 1Co 3.13 fala que o fogo provará ―qual seja‖ a obra de cada um, e não ―quanto

seja‖, sendo assim fica claro que Paulo está tratando da recompensa que a pessoa

terá, tendo em vista aquilo que ela fez e sua motivação. A Bíblia nos fala das obras

dos crentes como sendo, ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha (1Co

3.12). Obviamente ouro, prata e pedras preciosas dizem respeito às obras que

resistirão ao severo teste do fogo, tais obras foram realizadas tendo em vista a glória

de Deus, enquanto que madeira, feno e palha dizem respeito às obras que não

resistirão ao teste, pois a motivação não fora a glória de Deus, mas a de si mesmo.

Em se tratando de galardão, J. Dwight Pentecost discorre:

Haverá um galardão pela obra demonstrada indestrutível pela

obra de fogo. No Novo Testamento existem cinco áreas em relação

às quais se mencionam especificamente o galardão: 1) uma coroa

incorruptível para os que obtiveram vitória sobre o velho homem (1Co

9.25); 2) uma coroa de alegria para os ganhadores de almas (1Ts

2.19); 3) uma coroa de vida para os que suportaram a provação. (Tg

1.12); 4) uma coroa de justiça para os que amam a sua vinda (2Tm

4.8); e 5) uma coroa de glória para os que se dispuseram a

apascentar o rebanho de Deus (1Pe 5.4). Essas passagens parecem

revelar as áreas em que as recompensas serão concedidas. 32

7.3.2 - As Bodas do Cordeiro.

Será um acontecimento sublime, pois, trata-se do dia em que a

igreja, a noiva de Cristo será apresentada ao Seu noivo, e então acontecerá o tão

esperado casamento, dando assim início às Bodas do Cordeiro que por sua vez se

estenderá por todo o restante da tribulação (no céu) e o milênio.

32 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 246

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Os Participantes das Bodas:

Jesus Cristo — Ele é o noivo que virá buscar Sua noiva para o

casamento.

A Igreja — Ela é a noiva que se unirá em casamento (2Co 11:2; Ap

19:7; 22:17).

Os Convidados — Eles serão convidados para participar da festa de

casamento que se dará no milênio.

Após o casamento ser consumado no céu, Cristo voltará com Sua

noiva, que já não é mais noiva, mas esposa, e será oferecida uma ―grande ceia‖ que

dará início à festa de casamento. É bom lembrar que há uma distinção entre os dois

acontecimentos, o ―casamento‖ e a ―festa de casamento‖, pois aquele será no céu,

enquanto que este será na terra e terá como ponto de partida a ―grande ceia‖, a qual o

próprio Senhor Jesus fez menção enquanto ministrava a última ceia, veja: ―Pois vos

digo que não mais bebereis do fruto da vide até que venha o reino de Deus‖ Lc 22.18;

e também em Lc 14, a partir do versículo 16 Ele comenta a respeito de uma ―grande

ceia‖, que provavelmente tinha em mente a ―grande ceia‖, que dará início ao milênio,

veja: ―Certo homem deu uma grande ceia e convidou a muitos...‖.

É-nos dado em Mt 22. 1-14, uma alusão aos convidados para as

bodas. Jesus começa uma parábola dizendo:

―O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de

seu filho. Enviou os seus servos para chamar os convidados para as

bodas, mas estes não quiseram vir. Depois enviou outros servos,

recomendando: dizei aos convidados que já preparei o meu jantar:

Meus bois e cevados já foram mortos, e tudo está pronto. Vinde às

bodas‖.

Aqui temos uma passagem de dupla referência, ou seja, em sentido

primário, Jesus está falando da salvação estendida aos gentios, pelo fato de os judeus

a terem rejeitado. Mas em sentido secundário, Ele faz alusão aos convidados para as

bodas, visto que Ele começa com a analogia de um casamento, assim, cabe aqui uma

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pergunta: por que Jesus não usou outra analogia que não fosse casamento?

Certamente Ele tinha objetivos em fazer assim, e é bem próprio dizer que o que Ele

tinha em mente eram as ―Bodas do Cordeiro‖. Desta forma, os servos enviados são

aqueles que estarão pregando o ―evangelho do reino‖ durante a tribulação, ou seja, os

cento e quarenta e quatro mil selados (judeus), os salvos durante a tribulação (que

não aceitam o sinal da besta), e os anjos. Em Isaías 66.19-20ª assim está escrito:

Porei entre elas um sinal e alguns dos que foram salvos enviarei às

nações, a Társis, Pul e Lude, que atiram com o arco, a Tubal e Javã,

até às terras do mar mais remotas, que jamais ouviram falar de mim,

nem viram a minha glória; eles anunciarão entre as nações a minha

glória.

Trarão todos os vossos irmãos, dentre todas as nações… 33

Todos os que aceitarem a pregação destas testemunhas, e

rejeitarem a ―marca‖ da besta, entrarão no reino, e serão eles os convidados. Porém,

este grupo não se restringe apenas aos da tribulação, pois os santos do Velho

Testamento também fazem parte. Isto pode ser percebido no texto, quando é

mencionado: ―enviou os seus servos‖, e depois: ―depois enviou outros servos‖, aqui se

percebe que a primeira vez em que os servos foram enviados, foi no Velho

Testamento, porém o povo não dava ouvido, enquanto que a segunda vez acontecerá

na tribulação. Embora o povo velho testamentário não desse ouvido, ainda tinha

aqueles que eram obedientes, e por isso farão parte dos convidados.

O profeta João Batista, que por sua vez pode representar o povo

velho testamentário, disse não fazer parte da noiva, mas ser ―amigo‖ (que podemos

entender no contexto de milênio, como ―convidado‖) do Noivo Jo 3.29. ―A noiva

pertence ao noivo. O amigo do noivo, que lhe assiste, espera e ouve, e alegra-se

muito com a voz do noivo. Essa alegria é minha, e agora está completa‖.

As bodas propriamente ditas: Enquanto o juízo de Deus estará sendo derramado

aqui na terra por ocasião da tribulação, no céu, após o tribunal de Cristo estará

acontecendo o mais lindo, e belo de todos os casamentos, Cristo estará unindo-se a

Sua noiva, a igreja, a qual Ele mesmo comprou com Seu próprio sangue (At 20.28).

33 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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Em Ap 19.7 encontramos a expressão ―… são chegadas as bodas do

Cordeiro, e já a sua noiva se aprontou.‖ Na segunda edição da versão ―revista e

atualizada‖ de João Ferreira de Almeida, encontramos neste versículo a expressão

―…cuja esposa a si mesma já se ataviou…‖, indicando que a que era noiva agora é

esposa. Na língua original encontramos a expressão ―são chegadas‖ indicando um

fato ocorrido em um determinado tempo, numa ação pontiliar (declinação verbal da

língua grega), ou seja, um fato que já aconteceu. Isto mostra que o casamento já terá

acontecido quando Cristo voltar para estabelecer o Seu reino aqui na terra. A este

respeito J. Dwight Pentecost comenta:

É revelada nas Escrituras como algo que ocorre entre a translação da

igreja e a segunda vinda de Cristo. Antes do arrebatamento igreja

ainda aguarda essa união. Conforme Apocalipse 19.7, as bodas já

terão ocorrido na segunda vinda, pois a declaração é: ―são chegadas

as bodas do Cordeiro ‖. O tempo aoristo, elthen traduzidos por

―chegadas‖, significa ato concluído, mostrando que as bodas já foram

consumadas. Esse casamento parece seguir os acontecimentos do

bema de Cristo, visto que, quando surge, a igreja aparece adornada

com ―os atos de justiça dos santos‖ (Ap 19.8), que só podem referir-

se às coisas que foram aceitas no tribunal de Cristo. Desse modo, as

bodas devem ocorrer entre o tribunal de Cristo e a segunda vinda. 34

Vejamos também o que Lewis Sperry Chafer afirma a este respeito:

Igual a um interlúdio entre um registro julgamentos que são

relatados em Apocalipse 17 e 18 e a descrição da vinda gloriosa de

Cristo apresentada no capítulo 19, está a afirmação de que o

casamento do Cordeiro chegou, evento esse que é acompanhado

pela ceia das bodas (19.7-9). Há uma ordem cronológica observada,

visto que o casamento e a ceia ocorrem no céu antes do retorno do

Rei. Neste contexto, é lançada alguma luz por Cristo sobre a ordem

dos eventos através de uma palavra falada a Israel em Lc 12.35,36:

―Estejam cingidos os vossos lombos e acesas as vossas candeias; e

sede semelhantes a homens que esperam o seu senhor, quando

houver de voltar das bodas, para que, quando vier e bater, logo

possam abrir-lhe‖. Israel está sempre sobre a terra, e o retorno de

Cristo é para o seu povo terrestre, acompanhado de Sua noiva. Uma

distinção é exigida nesse ponto entre a ceia de casamento que é no

céu e celebrada antes

34 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 248

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do retorno de Cristo, e a festa de casamento (Mt 25.10; Lc

12.37), que acontece sobre a terra após o Seu retorno. 35

Chafer e Pentecost estão corretos em suas afirmações a este

respeito, a igreja terá seu casamento no céu, enquanto que a festa de casamento será

sobre a terra por ocasião do milênio.

8 - O Dia do Senhor e o Dia de Cristo;

Não devemos fazer confusão entre estas duas verdades, por isso, vejamos as

considerações acerca dos mesmos.

8 - O Dia do Senhor;

8.1.1 - Profecias acerca do dia do Senhor;

O dia do Senhor dos Exércitos será contra todo soberbo altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido; Is 2.12;

Uivai, pois o dia do Senhor está perto; virá do Todo-poderoso como assolação. Is 13.6;

Vede, o dia do Senhor vem, horrendo, com furor e ira ardente, para pôr a terra em assolação, e para destruir do meio dela os pecadores. Is 13.9;

Pois está perto o dia, sim, está perto o dia do Senhor - dia de nuvens, o tempo da destruição dos gentios. Ez 30.3;

Ai do dia! Pois o dia do Senhor está perto, e virá como assolação da parte do Todo-poderoso. Jl 1.15;

Tocai a trombeta em Sião, e daí o alarma em meu nome santo. Tremam todos os moradores da terra, porque o dia do Senhor vem, já está perto. Jl 2.1;

O Senhor troveja diante do seu exército; muito grande é o seu arraial e poderosos são os que executam a sua palavra. O dia do Senhor é grande e mui terrível, quem o poderá suportar? Jl 2.11;

Multidões, multidões, no vale da decisão! Porque o dia do Senhor está perto, no vale da decisão. Jl 3.14;

Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Trevas será e não luz. Am 5.18;

35 Teologia Sistemática de Chafer – Pg. 721

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Não será o dia do Senhor trevas, e não luz? Não será completa destruição, sem nenhuma claridade? Am 5.20;

O dia do Senhor está perto, sobre todas as nações. Como tu fizeste, assim se fará contigo; a tua maldade cairá sobre a tua cabeça. Ob 1.15;

Cala-te diante do Senhor Deus, porque o dia do Senhor está perto, porque o Senhor preparou o sacrifício, e santificou os seus convidados. Sf 1.7;

O grande dia do Senhor está perto; sim, está perto, e se apressa muito. Ouvi! Amargo será o clamor no dia do Senhor, o clamor do homem poderoso. Sf 1.14;

Vem o dia do Senhor, no qual os teus despojos se repartirão no meio de ti. Zc 14.1;

Pois vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite. Ts 5.2;

Que não vos demovais facilmente do vosso modo de pensar, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como se procedesse de nós, como se o dia de Cristo já tivesse chegado. 2Ts 2.2;

Mas o dia do Senhor virá com um ladrão. Os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra e as obras que nela há, serão descobertas. 2 Pe 3.10.

Para que possais discernir as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e inculpáveis até ao dia de Cristo. Fp 1.10.

8.1.2 - O que é o Dia do Senhor?

A expressão ―o dia do Senhor‖ não significa um dia apenas,

mas o tempo em que Deus irá tratar com a raça humana, para melhor

compreensão do assunto, vejamos o que J. Dwight Pentecost fala:

A palavra dia usada nas Escrituras não é necessariamente uma

expressão de tempo, mas pode ser empregada em relação aos

acontecimentos que se encaixam em determinado período. Paulo a

utiliza em 2Coríntios 6.2, quando fala do ―dia de salvação‖. Alguns,

não percebendo esse aspecto, acham que, pelo fato de as Escrituras

mencionarem o ―dia do Senhor‖ e o ―dia de Cristo‖, esses dois ―dias‖

devem chegar em períodos diferentes, o ―dia de Cristo‖ referindo-se

ao período tribulacional e o ―dia do Senhor‖ referindo-se ao segundo

advento e ao milênio que o segue. Certamente dois projetos

diferentes estão em mira nestes dois dias, mas eles podem encaixar-

se no mesmo espaço de tempo. Desse modo, os dois dias podem ter

o mesmo início, apesar de serem diferentes. Talvez em 1Coríntios 1.8

a referência se faça ao ―dia do Senhor Jesus Cristo‖, para mostrar

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que Ele está relacionado com ambos os dias, sendo ao mesmo

tempo ―Senhor e Cristo‖ (At 2.36). 36

8.1.3 - Quando começará o dia do Senhor?

O dia do Senhor começará logo após a igreja ser arrebatada da terra,

visto que será o tempo em que Deus estará derramando Sua ira contra a raça

humana, que a muito tem permanecido rebelde contra Deus. Vejamos o que Charles

C. Ryrie diz em seu livro Vem Depressa Senhor Jesus:

―Mas a respeito do arrebatamento não há qualquer revelação no

Antigo Testamento. Essa omissão em centenas de passagens parece

muito difícil de entender se o arrebatamento é o primeiro evento do

Dia do Senhor, como o sistema pós-tribulacionista ensina. Mas se o

arrebatamento for um mistério no Velho Testamento, e se ele precede

o início do Dia do Senhor, como os pré-tribulacionistas ensinam,

então não é estranho que Paulo tinha que informá-los sobre o

arrebatamento‖. 37

Ao escrever aos tessalonicenses, Paulo conforta aqueles irmãos

acerca do dia do Senhor, pois conforme Amós 5.18 que diz: ―Ai daqueles que desejam

o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Trevas será e não luz‖,

aquele dia será terrível. Sabendo desta verdade, o apóstolo escreve dizendo que os

crentes estão na luz, e por isso, serão livres daquele dia, conforme o versículo 9 do

capítulo 5 da primeira carta, que diz: ―Pois Deus não nos destinou para a ira, mas para

alcançar a salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo‖.

Provavelmente aqueles irmãos estavam com medo daquele dia, e

por isso, Paulo os conforta dizendo que tal dia não começará sem que antes venha a

apostasia, e conforme já foi visto a ―apostasia‖ de que o apóstolo se refere é o

arrebatamento da igreja, por isso podemos dizer que sua mensagem era de conforto,

já que os crentes estarão livres de tal dia.

O dia do Senhor começará juntamente com o dia de Cristo, pois

enquanto o dia de Cristo estiver acontecendo no céu por ocasião do período

tribulacional, o dia do Senhor estará acontecendo aqui na terra. Dessa maneira, esse

36 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 256 37 Vem Depressa Senhor Jesus – Charles C. Ryrie – Pg. 100

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dia só começará quando a igreja for retirada da terra, conforme 2Ts 2.1-7 (ver sobre o

detentor Pg. 33).

8.1.4 - A igreja e o dia do Senhor;

A igreja não provará a ira de Deus, que estará sendo

derramada na terra nesse dia, visto que ela estará no céu, porém, estará

passando por um julgamento, ou seja: o tribunal de Cristo, que Paulo menciona

em 1Co 3.10-15, e 2Co 5.10. Este julgamento não será para perda ou ganho

de salvação, mas de galardão.

8.1.5 - Quanto tempo durará o dia do Senhor?

O Dia do Senhor começará logo após a retirada da igreja da

face da terra, e se estenderá até ao fim do milênio. Zacarias 14 nos mostra

como será. Acerca deste assunto Ironside escreve:

… quando finalmente o dia de graça terminar, o dia do Senhor o sucederá […] O dia do Senhor segue [o arrebatamento]. Será o tempo em que os juízos de Deus são derramados sobre a terra. Isso inclui a vinda do Senhor com todos os seus santos para executar julgamento sobre Seus inimigos e tomar posse do reino… e reinar e

justiça por mil anos gloriosos. 38

8.1.6 - Como será o dia do Senhor?

Conforme está escrito em Am 5.18, aquele dia será um dia

terrível; ―Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este

dia do Senhor? Trevas será e não luz‖. Am 5.18; será o tempo da vingança do

Senhor. J. Dwight Pentecost mostra uma seqüência dos acontecimentos:

É evidente que os acontecimentos do dia do Senhor são certamente momentosos, e um estudo desse período deve abranger a análise de

38 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 253-254

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grande parte das passagens proféticas. Incluirá os acontecimentos profetizados do período tribulacional como: a federação dos estados num Império Romano (Dn 2 e 7); a ascensão do governador político desse Império, que fará uma aliança com Israel (Dn 9.27; Ap 13.1-10); a formulação de um falso sistema religioso sob um falso profeta (Ap 13.11-18); o derramamento dos julgamentos sob os selos (Ap 6); a separação das 144 mil testemunhas (Ap 7); os julgamentos das trombetas (Ap 8-11); a ascensão das testemunhas de Deus (Ap11); a perseguição de Israel (Ap 12); o julgamento das taças (Ap 16); a destruição da falsa igreja (Ap 17 e 18); os acontecimentos da campanha do Armagedom (Ez 38 e 39; Ap 16.16; 19.17-21); a proclamação do evangelho do reino (Mt 24.14). Incluirá também as profecias ligadas à segunda vinda, como: o retorno do Senhor (Mt 24.29,30); a ressurreição dos santos do Antigo Testamento e a tribulação (Jo 6.39,40; Ap 20.4); a destruição da besta, de todos os seus exércitos, do falso profeta e de seus seguidores na adoração da besta (Ap 19.11-21); o julgamento das nações (Mt 25.31-46); o reagrupamento de Israel (Ez 37.1-14); o julgamento de Israel (Ez 20.33-38); a reintegração de Israel em sua terra (Am 9.15); a prisão de Satanás (Ap 20.2,3). Mais adiante incluirá todos os acontecimentos da era milenar, com a revolta final de Satanás (Ap 20.7-10), o juízo do grande trono branco (Ap 20. 11-15) e a purificação da terra (2Pe 3.10-13). Esses e muitos assuntos

relacionados devem ser estudados. 39

8.2 - O dia de Cristo;

Não devemos confundir o dia do Senhor com o dia de Cristo,

pois o primeiro tem como objetivo tratar com Israel e as demais nações,

enquanto que o segundo tem a ver com a igreja, ou, o julgamento dos crentes

para receberem sua recompensa. Scofield diz:

A expressão ―dia de Cristo‖ ocorre nos seguintes trechos: 1Co 1.8; 5.5; 2Coríntios 1.14; Filipenses 1.6,10; 2.16. Algumas versões apresentam ―dia de Cristo‖, 2Tessalonicenses 2.2, incorretamente, para ―dia do Senhor‖ (Is 2.12; Ap 19.11-21). O ―dia de Cristo‖ está totalmente relacionado à recompensa e à bênção dos santos na Sua vinda, enquanto o ―dia do Senhor‖ está ligado ao julgamento. 40

J. Dwight Pentecost escreve:

…Não se pode forçar para que designem o mesmo acontecimento. Sempre que o dia de Cristo é usado, refere-se especificamente à

39 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 254-255

40 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 55

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expectativa da igreja, sua translação, sua glorificação e seu exame

para receber os galardões. 41

O dia do Senhor será na terra, enquanto que o dia de Cristo será no

céu, porém, ao começar o milênio, que por sua vez será de caráter terreal, tanto

estará acontecendo o dia do Senhor, como vemos em Zacarias 14, como também o

dia de Cristo aqui na terra, e isto se explica pelo fato de que Cristo será o Rei que irá

reger as nações.

9 - O Período Tribulacional;

O período tribulacional diz respeito à septuagésima semana de

Daniel, ou seja, a última semana, que ainda está para o futuro. Segundo o

dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, tribulação significa: ―contrariedade,

aflição, tormento‖, será o tempo em que Deus estará derramando Sua ira sobre

a raça humana que desde a queda esteve rebelde contra Deus.

O apóstolo Paulo fala deste tempo escrevendo aos irmãos da

igreja de Roma, e advertindo-os que Deus tem reservado um dia em que

haverá de julgar a raça humana, vejamos:

―… Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, entesouras a

ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus... Logo,

muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por

ele salvos da ira‖ (Rm 2. 5; 5.9).

Sobre este mesmo assunto ele tratava com os irmãos da igreja de

Tessalônica, quando disse:

―… e aguardardes dos céus a seu Filho, a quem ele ressuscitou

dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira vindoura... Pois

Deus não nos destinou para a ira, mas para alcançar a salvação, por

nosso Senhor Jesus Cristo‖ (1Ts 1.10; 5.9).

Note que o apóstolo fala sobre uma ira que está por vir, e esta ira

será justamente a tribulação.

O Senhor Jesus também comenta sobre este assunto no capítulo 24

do evangelho segundo Mateus:

41 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 256

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―… Acautelai-vos, que ninguém vos engane. Pois muitos virão em

meu nome, dizendo: Eu sou o Cristo, e enganarão a muitos. Ouvireis

de guerras e rumores de guerras, mas cuidado para não vos

alarmardes. Tais coisas devem acontecer, mas ainda não é o fim.

Levantar-se-á nação contra nação, reino contra reino, e haverá

fomes, pestes e terremotos em vários lugares. Todas estas coisas,

porém, são o princípio das dores. Então vos hão de entregar para

serdes atormentados, e vos matarão. Sereis odiados de todas as

nações por causa do meu nome. Nesse tempo, muitos se

escandalizarão, trair-se-ão mutuamente e se odiarão uns aos outros.

Surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se

multiplicar a iniqüidade, o amor de quase todos esfriará. Mas aquele

que perseverar até o fim será salvo. E este evangelho do reino será

pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações. Então

virá o fim‖.

Note que até aqui Jesus falou de uma forma panorâmica da

tribulação, mas a partir dos próximos versos Ele fala de uma forma mais detalhada da

segunda metade da tribulação. É bom lembrar que os sete anos de tribulação se

dividem em duas partes de três anos e meio que são: ―a tribulação‖, ou ―princípio das

dores‖ (Mt 24. 4-14) e a ―grande tribulação‖ (Mt 24. 15-28), sendo que a primeira

compreende o tempo em que o anticristo firmará uma aliança com muitos, e a

segunda começa exatamente quando ele quebrar esta aliança, assentando-se no

lugar santo, como é mencionado em 2Ts 2.4 ―Ele se opõe e se levanta contra tudo o

que se chama Deus ou é objeto de culto, de sorte que se assentará, como Deus, no

templo de Deus, querendo parecer Deus.‖ Sobre este assunto Jesus fala nos próximos

versículos:

―Portanto quando virdes que a abominação da desolação, de que

falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, entenda), então,

os que estiverem na Judéia, fujam para os montes. Quem estiver

sobre o telhado não desça a tirar alguma coisa de sua casa. Quem

estiver no campo não volte atrás a buscar as suas vestes. Mas ai das

que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias! Orai

para eu a vossa fuga não aconteça não inverno nem no sábado. Pois

haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do

mundo até agora, nem haverá jamais. Se aqueles dias não fossem

abreviados, nenhuma carne se salvaria, mas por causa dos

escolhidos serão abreviados aqueles dias. Então, se alguém vos

disser: Olhai, o Cristo está aqui, ou ali, não lhe deis crédito. Pois

surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e

prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos. Prestai

atenção, eu vo-lo tenho predito. Portanto, se vos disserem: Olhai, ele

está no deserto! não saiais; ou: Olhai, ele está no interior da casa!

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Não acrediteis. Pois assim como o relâmpago sai do oriente e se

mostra até o ocidente, assim será também a vinda do Filho do

homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres. Logo

depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, a lua não dará a

sua luz, as estrelas cairão do firmamento, e os corpos celestes serão

abalados. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem, e todos

os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem, vindo

sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os

seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais ajuntarão os

seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade

dos céus…‖

Note que após tudo isto Jesus fala que aparecerá no céu o sinal do

Filho do homem, e todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do homem,

vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória, isto nos mostra que o

assunto aqui não se trata de arrebatamento, visto que todos os povos da terra verão

este acontecimento, e Cristo enviará os seus anjos, os quais ajuntarão os seus

escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus. Enquanto

que no arrebatamento, a Bíblia não fala a seu respeito dizendo que será um

acontecimento visível a todos os povos, e nem tão pouco de anjos ajuntando seus

escolhidos.

Portanto, se esta vinda mencionada não está tratando de

arrebatamento, mas da vinda para o reino, então é bem próprio afirmar que todos os

terríveis acontecimentos mencionados antes têm a ver com a tribulação.

9.1 - Quando Começará a Tribulação?

Quando o detentor for retirado;

Conforme já foi mostrado, o ―detentor‖ é o Espírito Santo, e a igreja o

instrumento de detenção, quando estes forem retirados da terra, começará então o

período tribulacional (2Ts 2.1-7).

Esta aliança que o anticristo fará com Israel e outras nações

(provavelmente da Palestina) dará início a um período de sete anos, conforme Daniel

9.27. Este período diz respeito à tribulação, sendo assim concluímos que tal aliança

será o ponto de partida.

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Quando o Anticristo fizer uma aliança de sete anos com muitos;

Assim é dito em Daniel, que uma aliança será confirmada por uma

semana. Este ato dará início ao período tribulacional.

9.2 - Os juízos de Deus na tribulação.

Como já foi dito, a tribulação é o período em que Deus estará se

vingando deste mundo cruel e rebelde. Porém, para que os julgamentos divinos

tivessem seu início, era necessário um livro ser aberto, conforme Ap 5.1-3 que diz:

1. Vi na mão direita do que estava assentado sobre o trono um

livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos.

2. Vi também um anjo forte, bradando com grande voz: Quem é digno de abrir o livro, e de lhe romper os selos?

3. E ninguém no céu, nem na terra, nem debaixo da terra,

podia abrir o livro, nem olhar para ele.

Neste livro estão escritos os julgamentos que se darão no período

tribulacional, desde seu início até seu fim.

O versículo 3 mostra que ninguém era digno de abrir o livro, a razão

disto é que ao ser aberto, o mundo sofrerá uma seqüência terrível de acontecimentos

incluindo morte, fome, guerra e destruição, de uma forma tão avassaladora, que nunca

houve antes na história da raça humana. Somente um que fosse poderoso, digno e

responsável poderia abrir tal livro, e este, sem dúvidas é Jesus. Vejamos o que

Orlando Boyer discorre sobre este assunto:

Em Jeremias 32:6-12 encontra-se um exemplo do costume antigo do

povo hebraico em vender e comprar terrenos. A escritura se fazia em

duas vias, uma aberta e outra selada. A cópia aberta servia para

qualquer pessoa, mas a cópia selada só para o proprietário, para

identificá-lo como o mesmo proprietário nomeado na cópia aberta. No

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caso de herança, ou qualquer questão sobre quem era o verdadeiro

proprietário, aquele declarado o herdeiro ou proprietário verdadeiro

receberia o documento selado. E só assim ele podia entrar

legalmente na possessão, abrindo o livro e rompendo os selos.

…Quem pode infligir o devido golpe de ira e vingança? Quem pode

controlar as terríveis forças que hão de se desencadear? De quem

será a prerrogativa de executar a sentença e apresentar a

maravilhosa glória? Quem é capaz? Quem é digno? Muitos nos céus

e na terra já se esforçaram para alcançar esse direito, mas naquele

dia todos permanecerão mudos e cabisbaixos. Quantos se esforçam

na política, na ciência, na filosofia, na religião, etc., para entrar

novamente no que Adão perdeu! Desde o tempo do Egito, de

Babilônia, da Grécia, de Roma, quantos já experimentaram! Mas na

última hora será evidentíssimo que todos falharam e que nem

poderão abrir o rolo.

Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro

(v. 4): Lágrimas no céu: ―Seria maravilhoso ver uma lágrima cair no

assoalho do céu!‖ Mas por que João chorava? Alguns comentadores

acham que as lágrimas de João eram apenas de curiosidade não

satisfeita – que depois de ele perceber algumas coisas do céu,

encheu-se de desejo de conhecer mais, ao ponto de chorar quando

isso lhe foi negado. Mas a verdade é ―que toda a criação geme e está

juntamente com dores de parto… esperando… a redenção.‖ João

chorou ―muito‖ porque, sem alguém abrir e executar os juízos do rolo,

Satanás continuaria para sempre dominando e arruinando o que

Deus criou sem defeito – permaneceria a justiça para sempre na

forca, o mal para sempre no trono. 42

O Senhor Jesus abre os selos ―Vi quando o Cordeiro abriu um

dos sete selos, e ouvi um dos quatro seres viventes dizer, como se fosse voz

de trovão: Vem!‖, e então se dá início o terrível período de julgamento.

42 A visão de PATMOS – Orlando Boyer – Pg. 78

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9.2.1 - Os Selos;

O primeiro selo, o cavaleiro do cavalo branco;

―Olhei, e vi um cavalo branco. O seu cavaleiro tinha um arco, e foi-lhe

dada uma coroa, e ele saiu vencendo, e para vencer‖. Ap 6.2.

Há comentaristas que afirmam ser Jesus Cristo o cavaleiro do cavalo

branco, e outros afirmam que o cavalo branco representa uma inigualável vitória do

evangelho aqui no mundo. Orlando Boyer defende esta idéia dizendo:

…parece, portanto, mais razoável dizer que o cavalo branco

representa uma inigualável vitória do Evangelho aqui no mundo.

Como vimos, os fiéis servos de Deus serão arrebatados para o céu

antes de começarem os juízos de Deus executados um após outro,

ao abrir os selos. Naturalmente os ―deixados‖ (1Tes. 4:15; Mat.

24:40,41) despertarão depois do arrebatamento e clamarão, pedindo

perdão. Branco é o símbolo da pureza. O cavalo branco, a santidade

demonstrada e guerreando, deve representar a força irresistível e

veloz de Deus, por meio do Evangelho, operando para a conversão

de grandes multidões ao Senhor. ―Vitorioso e para vencer‖ (v. 2), fala

de conquista final e definitiva. 43

A idéia de Orlando Boyer deve ser rejeitada pelos seguintes fatos:

1- A igreja será arrebatada por completa, ou seja, não ficará

nenhum crente para tras, conforme já vimos nas refutações contra a teoria do

arrebatamento parcial (ver Pg. 28);

2- A igreja tem responsabilidade de anunciar o Evangelho da

graça, e a mensagem a ser pregada no período tribulacional será o Evangelho

do reino e o Evangelho eterno, e não o Evangelho da graça. Olhemos as

palavras de Jesus: ―E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo,

em testemunho a todas as nações. Então virá o fim‖ (Mt 24.14).

43 A visão de PATMOS – Orlando Boyer – Pg. 78

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3- A conquista final e definitiva não será do Evangelho, ou de

uma mensagem, mas do Senhor Jesus Cristo que virá para dar um basta na

horrenda situação e estabelecer Seu reino.

O Dr. Donald D. Turner refuta esta idéia:

Se alguém crê que o cavalo branco com seu cavaleiro, com arco e

coroa, representa o Evangelho que vai conquistando o mundo

mediante uma luta incruenta, isto é, pacífica, surgem

necessariamente várias perguntas. Se este é o seu significado, que

quer dizer a cena descrita nos capítulos 4 e 5? Por que o Senhor

esperou vários anos para revelar o que já se sabia acerca da difusão

do Evangelho? Por certo a vitória universal do Evangelho não era

conhecida, nem tampouco é declarada aqui. Mas não era nada novo

saber que as Boas Novas eram pregadas. Não encontramos lógica

nesta interpretação. Não levaria muito consolo às igrejas daquela

época, nem de agora… 44

O cavaleiro do cavalo branco é o anticristo, a cor de seu cavalo

representa a falsa paz oferecida por este líder mundial. Ele tinha um arco na mão, isto

mostra que ele será um líder militar, pois ―arco‖ é um instrumento de guerra, e isto

sugere liderança e domínio. Ele dominará, mas, seu domínio será por meio da guerra,

quem não se submeter será morto.

O cavalo denota força, conforme vemos em Jó 39.19, e Sl 20.7. A

coroa sugere autoridade, porém é importante notar que ela foi ―lhe dada‖, ou seja, o

anticristo só terá este domínio porque Deus lhe dará até o tempo determinado. O fato

de ele ter saído ―vencendo e para vencer‖ mostra que ele será um líder imbatível, pois

sendo ele energizado por Satanás ninguém conseguirá opor-se ao seu governo.

O segundo selo;

3 ―Quando o Cordeiro abriu o segundo selo, ouvi o segundo ser

vivente dizer: Vem!‖

4 Então saiu outro cavalo, vermelho. Ao seu cavaleiro foi dado

tirar a paz da terra para que os homens se matassem uns aos outros.

Também lhe foi dada uma grande espada.‖ Ap 6.3-4

44 Exposição de Apocalipse – Donald D. Turner – Pg. 106

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O segundo cavalo de cor vermelha representa a morte. O texto diz

que ―ao seu cavaleiro foi dado tirar a paz da terra para que os homens se matassem

uns aos outros‖, ou seja, os homens se levantarão uns contra os outros cometendo

assassinatos de tal maneira que nunca se viu antes em toda história da raça humana.

Pelo fato de ser um ditador cruel, o anticristo se levantará contra

todos aqueles que se opuserem ao seu domínio, de forma que muitos serão

condenados à pena de morte.

A ―grande espada‖ tanto mostra o fato de o anticristo matar a muitos,

como também o aumento de armas entre os povos. Note que um adjetivo é dado a

esta espada, ele a classifica como ―grande‖, mostrando que o número de mortos será

em uma ―grande‖ escala.

O terceiro selo;

5 ―Quando o Cordeiro abriu o terceiro selo, ouvi o terceiro ser

vivente dizer: Vem! Olhei, e vi um cavalo preto. O seu cavaleiro tinha

uma balança na mão.

6 E ouvi uma como que voz no meio dos quatro seres viventes,

que dizia: Uma medida de trigo por um denário, e três medidas de

cevada por um denário, e não danifiques o azeite e o vinho‖. Ap 6.5-

6.

A cor preta deste cavalo representa a morte através da fome. A

balança que o seu cavaleiro tinha na mão mostra que a alimentação naqueles dias

será regulada, ou, racionada, e a razão disto é que haverá uma escassez causada

pela destruição que haverá em toda a erva verde (Ap 8.7), pela morte da terça parte

das criaturas viventes que há no mar (Ap 8.9), como também pela guerra entre os

povos. O profeta Joel escreve:

6 ―uma nação poderosa e inumerável veio sobre a minha terra;

os seus dentes são dentes de leão, e têm presas de leoa...

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11 Despertai-vos, lavradores, uivai, vinhateiros, sobre o trigo e a cevada, porque a colheita do campo pereceu.

12 A vide se secou, a figueira se murchou; a romeira também, e a palmeira e a macieira – todas as árvores do campo – se secaram. A alegria se secou entre os filhos dos homens...

15 Ai do dia! Pois o dia do Senhor está perto, e virá como

assolação da parte do Todo-poderoso.‖ Joel 1.6,11,12,15.

A voz que falava ordenou aos instrumentos de julgamento: ―Não

danifiques o azeite e o vinho‖, ou seja, os alimentos básicos para a alimentação, como

trigo e cevada serão escassos, porém, alimentos de segunda necessidade em uma

refeição como azeite e vinho serão abundantes.

As autoridades farão um controle da alimentação, note a expressão

―uma medida de trigo por um denário‖, naquela época um denário era o salário de um

dia de trabalho, e uma medida de trigo era um pouco menos do que um litro, vejamos

Mt 20.2 ―E, tendo ajustado com os trabalhadores a um denário por dia, mandou-os

para a sua vinha‖. Isto nos mostra que os homens terão que trabalhar o dia inteiro

para conseguir uma quantia de comida que uma pessoa comeria em apenas um dia.

Tal quantia seria insuficiente para o sustento diário de uma família.

Mas a ordem continua: ―e três medidas de cevada por um denário‖,

cevada era naquela época alimento sem valor que era dado como alimentação para os

cavalos. Champlin assim escreve: ―… Era um dos principais cereais consumidos na

Palestina, sendo usado como alimento dos animais, por ser o mais barato…‖ 45

A escassez naqueles dias será tão grande que até mesmo aqueles

alimentos que antes eram dispensados e considerados como sem valor, serão

procurados.

O quarto selo;

7 ―Quando o Cordeiro abriu o quarto selo, ouvi a voz do quarto

ser vivente, que dizia: Vem!

8 Olhei, e vi um cavalo amarelo. O seu cavaleiro chamava-se

Morte, e o Inferno o seguia. Foi-lhes dado poder sobre a quarta parte

45 Enciclopédia de Bíblia e Filosofia - Vl. 1 – R. N. Champlin – Pg. 709

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Quarta parte da terra para matar com a espada, com a fome, com a

peste e com as feras da terra.‖ Ap 6.7-8.

A cor deste cavalo representa um estado de palidez em que os

homens se encontrarão. A fome, a miséria, as feras, as pestes, ou doenças assolarão

a humanidade de forma cruel como nunca se viu antes.

Pelo fato de a terra estar sendo assolada pela seca, e toda a erva

verde ter sido destruída (Ap 8.7), as feras invadirão as cidades em busca de uma

presa para alimento, leões, tigres, e outros animais carnívoros atacarão em grande

escala. O Professor George Eldon Ladd comenta:

O cavalo amarelo representa morte pela fome, pela peste e por

feras. A palavra grega chloros muitas vezes significa verde, um

adjetivo que acompanha grama, folhas e árvores. A própria palavra

significa vegetação. Um cavalo verde, no entanto, não cabe no

contexto. A palavra também pode significar um cinza pálido, a cor

cinzenta do medo; aqui parece significar a palidez amarela da morte.

Não representa morte em geral, mas morte causada pelas coisas

mencionadas.

O inferno estava seguindo o cavalo amarelo da morte. Não

está claro como João viu isto, se o inferno estava montado em outro

cavalo ou andando em pé atrás da morte, ou no mesmo cavalo com

esta. Em qualquer dos casos, a idéia fica clara. O inferno, Hades em

grego, na verdade significa o mundo dos mortos; o Hades

acompanha a morte para recolher todos os que são vitimados por

fome, mortandade (doenças, BLH) e feras. Morte à espada é

diferente da praga do segundo cavaleiro, guerra, no sentido de que

pode incluir todos os tipos de morte violenta, tal como assassinato,

além da guerra. A inclusão da fome como uma das causas da morte

mostra que esta praga é semelhantemente à do cavalo preto –

escassez – com a diferença que a praga é mais intensa. Ela, todavia,

ainda é de alcance limitado, porque seu cavaleiro recebe poder

somente sobre a quarta parte da terra. 46

O quinto selo;

46 Apocalipse Introdução e Comentário – George Eldon Ladd – Pg. 76-77

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9 ―Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas

dos que foram mortos por causa da palavra de Deus e por causa do

testemunho que deram.

10 E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó

verdadeiro e santo Soberano, não julgas e vingas o nosso sangue

dos que habitam sobre a terra?

11 E foram dadas a cada um deles compridas vestes brancas,

e foi-lhes dito que repousassem ainda por pouco tempo, até que se

completasse o número de seus conservos e seus irmãos, que haviam

de ser mortos, como também eles foram.‖ Ap 6.9-11.

Neste selo não há julgamento divino para com os homens. Aqui Deus

mostra a João ―as almas dos que foram mortos por causa da palavra de Deus e por

causa do testemunho que deram‖. Isto nos mostra que durante o período de tribulação

pessoas estarão sendo salvas. Todo aquele que crê em Cristo será salvo, porém, se

perseverar até o fim ―Mas aquele que perseverar até o fim será salvo‖ Mt 24.13, ou

seja, os crentes serão forçados a abandonarem sua fé, caso contrário serão

martirizados. Deus terá seus servos aqui na terra pregando o evangelho do reino.

É importante lembrar que estes crentes não fazem parte da

igreja, pois esta já terá sido arrebatada como já foi mostrado, porém, são eles

os que não aceitaram o domínio do anticristo, mas aceitaram o evangelho do

reino.

O sexto selo;

12 ―olhei enquanto ele abria o sexto selo. Houve um grande terremoto. O sol tornou-se negro como saco de cilício, e a lua tornou-se como sangue.

13 As estrelas do céu caíram sobre a terra, como quando a figueira, sacudida por um vento forte, deixa cair os seus figos verdes.

14 O céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola, e todos os montes e ilhas foram removidos dos seus lugares.

15 Os reis da terra, os grandes, os chefes militares, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes,

16 e diziam aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro!

17 Pois é vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá subsistir? Ap 6.12-17.

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Neste selo se findam os julgamentos dos sete anos de

tribulação, no momento em que Satanás irá reunir os reis da terra para a

Batalha do ―Armagedom‖, com o intento de acabar com Israel, porém, tal

episódio não será concretizado, pois, o Senhor Jesus descerá dos céus com

grande poder e grande glória, então o sol se tornará ―negro como saco de

silício‖, a lua ―como sangue‖, ―as estrelas do céu cairão sobre a terra, o céu

recolher-se-á como um pergaminho quando se enrola, e todos os montes e

ilhas serão removidos dos seus lugares‖.

Com tais acontecimentos os homens ficarão alarmados e

entrarão em desespero querendo a própria morte, mas, não a encontrarão.

Conforme diz o versículo, ―é vindo o grande dia da ira deles, e quem poderá

subsistir?‖, mesmo estando Deus derramando sua ira contra os homens

rebeldes, estes permanecem como estão, sem se arrependerem, e chegarão

ao ponto de reunirem-se para destruir a nação de Israel, o povo de Deus,

porém, Deus colocará um fim na situação. Neste dia, toda a classe de homens,

quer sejam reis, quer sejam grandes, quer sejam chefes militares, quer sejam

ricos, poderosos, escravos ou livres, estarão todos no mesmo nível, ninguém

melhor que ninguém, todos se esconderão nas cavernas e nos penhascos dos

montes, e dirão aos montes e aos rochedos: ―Caí sobre nós, e escondei-nos do

rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro!‖.

Aqui acontecerá então a tão falada ―Batalha do Armagedom‖,

será o último sopro da ira de Deus para então iniciar-se o milênio, porém, após

este selo o Apóstolo não fala de milênio, mas mostra ainda outras verdades

acerca deste terrível tempo de sete anos de tribulação.

Antes de revelar o sétimo selo, Deus abre um parêntese para

mostrar a João no capítulo 7 algumas verdades acerca dos ―144.000 selados e

da visão dos mártires na glória‖. Assunto que trataremos mais tarde.

O sétimo selo;

1 ―quando ele abriu a o sétimo selo, fez-se silêncio no céu por cerca de meia hora.

2 E vi os sete anjos que estavam em pé diante de Deus, e lhes foram dadas sete trombetas.

3 Veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro. Foi-lhe dado muito incenso, para oferecê-lo com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono.

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4 E da mão do anjo subiu diante de Deus a fumaça do incenso com as orações dos santos.

5 Então o anjo tomou o incensário, encheu-o do fogo do altar e o lançou sobre a terra; e ouve trovões, vozes, relâmpagos e terremotos.

6 Então os sete anjos que tinham as sete trombetas prepararam-se para tocar.‖ Ap 8.1-6.

Com a abertura do sétimo selo, ouve um silêncio no céu por

cerca de meia hora e João viu sete anjos em pé diante de Deus. A estes anjos

foram dadas sete trombetas, as quais dão prosseguimento à revelação dos

julgamentos divinos sobre a terra. É importante observar que a ordem dos

acontecimentos, ou seja, selos e trombetas se darão de forma paralela, sendo

que a primeira trombeta não será tocada somente após o último selo, mas sim

em conjunto com o primeiro, na mesma hora.

Deste modo, podemos dizer que o último selo (o sétimo) abre a

revelação para a primeira trombeta, de forma que ao findar a revelação dos

selos, Deus volta a mostrar os mesmos julgamentos a partir do seu início, mas,

desta vez Ele os revela por meio de trombetas de maneira mais detalhada.

Sobre este assunto o Pastor Paulo C. Guiley comenta:

É nossa convicção que capítulo 6 apresenta um panorama ou esboço do período da tribulação, que é o tema deste livro desde capítulo 4:1 até capítulo 19:21. Este capítulo começa com o que somos convencidos por ser o aparecimento do Anticristo, um evento ligado ao início da tribulação, e termina com a derrota dos exércitos das nações, sendo isto o evento com que a tribulação terminará. Os capítulos 7

a 19 somente apresentam detalhes para completar o

quadro que este capítulo apresenta em esboço. 47

Agora o primeiro anjo prepara-se para tocar a sua trombeta.

9.2.2 - As Trombetas

A primeira trombeta;

―O primeiro anjo tocou a sua trombeta, e houve saraiva e fogo misturado com sangue, que foram lançados na terra. Foi queimada a terça parte da terra, a terça parte das árvores, e toda a erva verde‖. Ap 8.7.

Com o toque desta trombeta e seus julgamentos, a terra foi

grandemente afetada, sua terça parte foi queimada, incluindo a terça parte das

47 Apostila de Escatologia – Paulo C. Guiley – Pg. 32

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árvores e toda a erva verde. Este acontecimento acarretará um transtorno

global, estando a vegetação parcialmente destruída, muitas doenças

aparecerão, e a escassez de alimentos levará a um aumento de preço nos

mesmos, e consequentemente uma miséria em todo o mundo.

A palavra usada para ―erva‖, é ―chortos‖, que quer dizer: ―lugar

onde a grama cresce e animais pastam, grama, pastagem, alimento para

animais‖, usada também nos seguintes versículos: Mt 6.30; 13.26; 14.19; Mc

6.39; Lc 12.28; Jo 6.10; 1Co 6.12; Tg 1.10; 1 Pe 1.24. Isto nos leva a entender

que a vegetação não será destruída totalmente, somente a terça parte das

árvores será queimada, além do mais, sem a vegetação não haveria oxigênio,

e isto causaria a morte de todos os homens e todos os animais, e conforme as

revelações isto jamais poderia acontecer, visto que, Deus ainda tem muito que

tratar com os homens aqui na terra, através dos toques das outras trombetas.

Esta erva referida, diz respeito aos pastos, gramas, alimentos

dos animais do campo, como gado, ovelhas, e muitas outras espécies.

Tais acontecimentos se relacionam com o terceiro selo, onde a

alimentação é racionada, e isto acontece justamente pelo fato de os animais

estarem morrendo por falta da erva verde, como também o racionamento da

alimentação tem a ver com a destruição das grandes plantações de cereais,

causada tanto pelo julgamento desta trombeta, como pelas guerras.

A segunda trombeta;

8 ―O segundo anjo tocou a trombeta, e foi lançado no mar como

que um grande monte ardendo em fogo, e tornou-se em sangue a terça parte do mar.

9 E morreu a terça parte das criaturas viventes que havia no mar, e foi destruída a terça parte dos navios‖. Ap 8.8-9.

Um acontecimento que acarretará a morte da terça parte das

criaturas viventes que há no mar, e a destruição da terça parte dos navios, será

a queda de uma espécie de meteoro que a Bíblia o descreve assim: ―como que

um grande monte ardendo em fogo‖.

Ao observar-mos a catástrofe ocorrida pelo tsunami na costa

da Índia, causada por uma simples remoção das placas tectônicas, podemos

imaginar quão terrível e destruidora será a queda deste ―meteoro‖, visto que

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seu impacto com as águas resultará em grandes e devoradoras ondas,

arremetendo-as contra milhares de navios destruindo-os completamente.

A terceira trombeta;

10 ―O terceiro anjo tocou a sua trombeta, e caiu do céu uma grande estrela, ardendo como uma tocha, e caiu sobre a terça parte dos rios, e sobre as fontes das águas;

11 o nome da estrela era Absinto. A terça parte das águas tornou-se em absinto, e muitos homens morreram das águas, que se tornaram amargas‖. Ap 8.10-11.

Esta grande estrela chamada Absinto causará uma grande contaminação das águas, de modo, que muitos homens morrerão envenenados. Notemos algumas considerações acerca da palavra ―absinto‖, feitas por George Ladd:

A palavra traduzida ―absinto‖ é muito rara, e não aparece em nenhum outro lugar da Bíblia grega, só algumas vezes na tradução de Áquila. Absinto misturado com água não era um veneno mortal; neste caso, no entanto, a terça parte das águas se tornou em absinto (amargas), e muitos dos homens morreram ao beberem da água amarga. Em Jeremias 9.15, absinto é um símbolo do julgamento divino: ―Portanto assim diz o Senhor dos Exércitos, Deus de Israel: Eis que alimentarei este povo com absinto e lhe darei a beber água venenosa. ―Em Jeremias 23.15 o mesmo julgamento cairá sobre os profetas por sua impiedade‖. 48

Aqui os homens sentirão o amargo sabor do pecado, só que

desta vez em forma de julgamento.

A quarta trombeta;

―O quarto anjo tocou a sua trombeta, e foi ferida a terça parte do sol, a terça parte da lua e a terça parte das estrelas, de modo que a terça parte deles se escureceu. A terça parte do dia não brilhou, e semelhantemente a da noite‖. Ap 8.12.

Agora os afetados são os astros, de modo que a terça parte

deles se escureceu causando uma escuridão parcial na terra, uma espécie de

um eclipse. Pode-se imaginar o desequilíbrio que este acontecimento causará

no clima de maneira global, resultando em toda sorte de desastres climáticos.

O doutor Turner comenta:

Algumas pessoas acham que isto será causado por uma nuvem produzida por uma bomba atômica de hidrogênio, um efeito da obra dos homens. Talvez os cientistas ou astrônomos apresentarão

48 Apocalipse Introdução e Comentário – George Ladd – Pg. 95

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alguma explicação natural do fenômeno, mas é de duvidar se terão algum êxito. Este é um castigo divino, e o que se descreve no v. 13 deverá convencer os habitantes que assim é. Se os peritos atômicos podem construir hoje uma bomba tão poderosa e destruidora que faz desaparecer uma ilha no mar, e que faz dano a todas as pessoas não devidamente protegidas, num raio de mais de cem quilômetros ao redor do local da explosão, e depois dizem que há outras bombas muito mais poderosas ainda em produção, o que realmente é, isto nos prova que as cosas descritas como efeito da quarta não serão

difíceis de produzir, para Deus, o Criador. 49

Antes de entrar na quinta trombeta, cabe aqui uma explicação do verso 13:

―Enquanto eu olhava, ouvi uma águia que, voando pelo meio do céu, dizia com grande voz: Ai, ai, ai dos que habitam sobre a terra! Por causa das outras vozes das trombetas dos três anjos que ainda vão tocar‖. Ap 8.13

As quatro primeiras trombetas foram em julgamento contra a

natureza e os astros, porém, as três últimas a serem tocadas serão

diretamente contra os homens. É interessante notar que as quatro primeiras

correspondem à primeira parte da tribulação, ou seja, aos três primeiros anos e

meio. Enquanto que as últimas três correspondem à segunda parte da

tribulação, que é conhecida como a ―grande tribulação‖.

João viu uma ―águia‖ que dizia: ―Ai, ai, ai‖, no grego a palavra

usada para águia, é a mesma usada para anjo, usada mais a frente no

versículo, sendo assim, este anjo que voava pelo meio do céu trazia uma

expressão de pesar, pois o sentido destes ―ais‖ é exatamente: exclamação de

pesar, tristeza, preocupação como:

Ai de mim! Meu Deus. Isto nos mostra que os toques das três

últimas trombetas serão seguidos de julgamentos ainda mais terríveis do que

os quatro primeiros, de modo que podemos fazer uma distinção entre ambos

os grupos de trombetas colocando-os como sendo as quatro primeiras para a

primeira parte da tribulação, e as três últimas para a segunda metade da

tribulação. Vejamos o que Turner comenta acerca dos ―ais‖.

No meio desta obscuridade espantosa e estranha, voa no céu um anjo, um mensageiro divino, dizendo com grande voz: ―Ai, ai, ai dos que moram na terra.‖ O que se passou até aqui é pouco em comparação com o que vai acontecer (Os. 8:1). Nota-se que não há

49 Exposição de Apocalipse – Turner – Pg. 139-140

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nenhum chamado para o arrependimento. Só se pronuncia a sentença de juízo. As trombetas celestiais anunciam novos castigos que cairão sobre os habitantes da terra. Até aqui os homens têm sido atacados indiretamente, por meio das catástrofes na natureza. De agora em diante vêm as pragas que os atingirão diretamente. Muitos têm sofrido, multidões já têm morrido, mas o que se segue à de ultrapassar tudo o que já aconteceu. É um consolo lembrar que se

está falando do fim dos tempos de dor para este mundo. 50

A quinta trombeta – O primeiro ―Ai‖.

1 ―O quinto anjo tocou a sua trombeta, e vi uma estrela que do

céu caiu na terra. Foi-lhe dada a chave do poço do abismo. 2 E abriu o poço do abismo, e subiu fumaça do poço, como a

fumaça de uma grande fornalha, e com a fumaça do poço escureceram-se o sol e o ar.

3 E da fumaça saíram gafanhotos sobre a terra, e foi-lhes dado poder, como o que tem os escorpiões da terra.

4 Foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o selo de Deus.

5 Foi-lhes permitido, não que os matassem, mas que por cinco meses os atormentassem. E o seu tormento era semelhante ao tormento do escorpião, quando fere o homem.

6 Naqueles dias os homens buscarão a morte e não a acharão; desejarão morrer, mas a morte fugirá deles.

7 A aparência dos gafanhotos era semelhante à de cavalos aparelhados para a guerra. Sobre as suas cabeças havia como que umas coroas semelhantes ao ouro, e os seus rostos eram como rostos de homens.

8 Tinham cabelos como cabelos de mulheres, e os seus dentes eram como os de leões.

9 Tinham couraças como couraças de ferro, e o ruído das suas azas era como o ruído de carros de muitos cavalos que correm ao combate.

10 Tinham caudas e aguilhões semelhantes às dos escorpiões, e nas suas caudas tinham poder para danificar os homens por cinco meses.

11 Tinham sobre si como rei o anjo do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom.

12 Passado é já um ai; depois disso vêm ainda dois ais‖. Ap 9.1-12

Quando esta trombeta foi tocada, João viu uma estrela que do

céu caiu na terra. A palavra estrela em diversos lugares na Bíblia, diz respeito a

anjos (Jó 38.7 e Is 14.12). Sem dúvidas o texto se refere a um ser pessoal, e

não simplesmente a uma estrela qualquer, visto que as sentenças seguintes

denotam isto, como ―e abriu o poço do abismo‖. Não se pode pensar numa

50 Exposição de Apocalipse – Turner – Pg. 141

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simples estrela recebendo uma chave, e com ela abrindo algo, isto é ação de

um ser pessoal.

Este ser pessoal é Satanás, visto que ele é uma ―estrela‖ que

caiu do céu ―Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filha da alva! Como foste

lançado por terra, tu que debilitavas as nações!‖ Is 14.12. A palavra usada para

―caiu‖, da o sentido de ―caída‖, na língua original, ou seja, algo ocorrido no

passado. ―É uma estrela que caiu, que já tinha caído, pois assim é o original...‖

(D. D. Turner)51

Ao receber a chave do poço do abismo, Satanás abriu o poço

do abismo. A palavra usada para ―abismo‖ é ―abussos‖, que quer dizer ―sem

fundo‖. É a mesma palavra usada em Lc 8.31, quando os demônios clamaram

para que Jesus não os mandasse para o ―abismo‖, e também em Rm 10.7

onde diz: ―Quem descerá ao abismo? (isto é, a levantar a Cristo dentre os

mortos)‖. Em Efésios 4.9 encontramos a menção que Cristo desceu ―às partes

mais baixas da terra‖, na versão Almeida Revista e Atualizada a tradução é

―havia descido às regiões inferiores da terra‖. Assim podemos dizer que do

interior da terra sairão os terríveis gafanhotos que João menciona.

A estes gafanhotos foi dado poder, como o poder que têm os

escorpiões da terra. Também receberam a ordem para que não ―causassem

dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas

somente aos homens que não têm nas suas testas o selo de Deus‖.

Percebe-se que os homens é que são atingidos aqui. Antes os

julgamentos caíram sobre a natureza, porém, de agora em diante o alvo

principal é o homem.

Estes estranhos gafanhotos com rostos como de homens,

cabelos como cabelos de mulheres, dentes como os de leões e possuindo

caudas e aguilhões semelhantes às dos escorpiões, tinham em suas caudas

poder para danificar os homens por cinco meses.

É interessante notar que não foi permitido aos escorpiões

matar os homens, porém, danificá-los por cinco meses. A dor causada pela

ferroada destes gafanhotos será tão grande que os homens procurarão a

morte, mas, não a encontrarão, pois, a morte fugirá deles.

51 Exposição de Apocalipse – Turner – Pg.142

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João diz que tais gafanhotos ―tinham sobre si como rei o anjo

do abismo, cujo nome em hebraico é Abadom, e em grego, Apoliom‖. Abadom

significa ―destruição‖, e Apoliom ―o destruidor‖. Isto nos mostra a característica

deste líder.

A sexta trombeta – O segundo ―Ai‖.

13 ―O sexto anjo tocou a sua trombeta, e ouvi uma voz que

vinha das quatro pontas do altar de ouro, que estava diante de Deus, 14 a qual dizia o sexto anjo, que tinha a trombeta: Solta os

quatro anjos que estão presos junto ao grande rio Eufrates. 15 E foram soltos os quatro anjos que estavam preparados

para aquela hora, e dia, e mês, e ano, a fim de matarem a terça parte dos homens.

16 O número dos exércitos dos cavaleiros era de duzentos milhões. Eu ouvi o número deles.

17 E assim vi os cavalos nesta visão: os seus cavaleiros tinham couraças de fogo, e de jacinto, e de enxofre. As cabeças dos cavalos era como cabeças de leões, e de suas bocas saiam fogo, fumaça e enxofre.

18 Por estas três pragas foi morta a terça parte dos homens, isto é, pelo fogo, pela fumaça e pelo enxofre, que saíam das suas bocas.

19 O poder dos cavalos está na sua boca e nas suas caudas, pois as suas caudas eram semelhantes a serpentes, e tinham cabeças, e com elas causavam dano.

20 Os outros homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram das obras das suas mãos, para deixarem de adorar aos demônios, e aos ídolos de ouro, de prata, de bronze, de pedra e de madeira, que não podem ver, nem ouvir, nem andar.

21 Nem se arrependeram dos seus homicídios, nem das suas feitiçarias, nem da sua prostituição, nem dos seus furtos‖. Ap 9.13-21

A sexta trombeta é tocada, e agora o segundo ―Ai‖ está prestes

a acontecer. João fala que ―ouviu uma voz que vinha das quatro pontas do altar

de ouro, que estava diante de Deus‖, esta voz dizia ao anjo que tinha a

trombeta, que soltasse os quatro anjos que estão presos juntos ao grande rio

Eufrates.

Provavelmente estes anjos são chefes de exércitos, cuja

menção encontra-se no verso 16, ―O número dos exércitos dos cavaleiros era

de duzentos milhões…‖. Da boca destes cavalos saíam três pragas que são:

fogo, fumaça e enxofre, de modo que a terça parte dos homens foi morta por

estas três pragas. Também diz que o poder dos cavalos está na sua boca e

nas suas caudas, pois, ―suas caudas eram semelhantes a serpentes, e tinham

cabeças, e com elas causavam danos‖.

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Enquanto no primeiro ―Ai‖ os julgamentos foram apenas de

atormentar, no segundo já se pode ver Deus aumentando o grau de

julgamento. Naquele, os homens apenas sentiram dores, neste a terça parte

dos homens provou a morte. Porém, o texto continua dizendo que ―os outros

homens, que não foram mortos por estas pragas, não se arrependeram…‖.

A sétima trombeta – O terceiro ―Ai‖

15 ―O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.

16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos, e adoraram a Deus,

17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-poderoso, que és, e que eras, porque tomaste o teu grande poder, e reinaste.

18 Iraram-se as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra.

19 Abriu-se no céu o templo de Deus, e a arca da sua aliança foi vista no seu santuário. E houve relâmpagos, vozes e trovões, e terremoto e grande chuva de pedras‖. Ap 11.15-19.

Finalmente temos aqui a última trombeta, a qual mostra o

triunfo de Deus. Porém, a ira divina ainda não chegou ao fim. Na última parte

do versículo 19 João escreve: ―E houve relâmpagos, vozes e trovões, e

terremoto e grande chuva de pedras‖. Esta trombeta contém as sete taças da

ira de Deus, ou, os últimos julgamentos de Deus para com os homens

referentes ao período tribulacional.

9.2.3 - As Taças;

As taças são os últimos julgamentos divinos deste período,

nelas se consuma a ira de Deus (Ap 15. 1), e cronologicamente vêm depois

das trombetas. Há comentaristas que interpretam os acontecimentos das taças

como sendo simultâneos às trombetas, porém, tal pensamento torna-se

insustentável diante das seguintes considerações:

Não se devem interpretar os acontecimentos de 11. 15-17 como sendo

imediatos;

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15 ―O sétimo anjo tocou a sua trombeta, e houve no céu

grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.

16 E os vinte e quatro anciãos, que estão assentados em seus tronos diante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos, e adoraram a Deus,

17 dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-poderoso, que és, e que eras, porque tomaste o teu grande poder, e reinaste‖.

Um dos argumentos acerca deste pensamento é embasado na

expressão ―os reinos do mundo vieram a ser‖ e na palavra ―e reinaste‖. Acerca

deste assunto vejamos o que o Dr. George Ladd comenta:

O verbo está no passado – ―O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo‖ – mas o tempo passado pode ser usado para antecipar um certo acontecimento do futuro próximo. Jesus, referindo-se só iminente conflito com os poderes do mal relacionado com sua morte, disse: ―Chegou o momento de ser julgado este mundo, e agora o seu príncipe será expulso‖ (João 12:31)… …A expressão ―passaste a reinar‖ é traduzida no tempo passado pela ARC: ―reinaste‖. O verbo, no grego, está de fato no passado, mas o grego tem o que nós chamamos de um uso ingressivo do tempo aoristo (passado), que coloca a ênfase sobre o início da ação, quase sem dar atenção ao tempo da ação. Isto explica a tradução de ARA. 52

Uma interpretação insatisfatória de Ap 10.11;

―Então foi-me dito: importa que profetizes outra vez acerca de

muitos povos, nações , línguas e reis‖. Com base na expressão ―outra vez‖,

afirma-se que João recebeu aqui, a ordem de voltar a profetizar acerca dos

sete anos de tribulação, só que desta vez, sendo vistos por outro ângulo.

A palavra que João usa para ―outra vez‖, é ―palin‖, que significa

―de novo, renovação ou repetição da ação‖, ou seja, João recebe a ordem de

repetir, porém, repetir o quê? Notemos a expressão ―importa que profetizes‖,

João não recebeu a ordem de ―repetir o mesmo assunto‖ por um ângulo

diferente, mas, a ordem de repetir a ―ação‖ que estava praticando, ou seja, a de

―profetizar‖.

Os três “ais” mostram fortes julgamentos em progressão;

52 Apocalipse Introdução e Comentário – George Eldon Ladd – Pg. 120-121

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Se levarmos em conta o fato que os três ais representam um

grau de julgamento mais forte, então não podemos dizer que o último deles trás

apenas um cântico, um avistar da arca da Sua aliança no Seu santuário,

relâmpagos, vozes, trovões, terremotos e grande chuva de pedra, pois deste

modo o último seria menos rigoroso que os anteriores, e é bom lembrar que

Deus está cada vez mais aumentando seu julgamento. É o dia dEle, o dia da

Sua ira.

Há muito mais lógica pensar que a última trombeta é composta

pelos últimos e piores flagelos.

As sete taças são vistas como “sete últimas pragas”;

―Vi no céu outro sinal, grande e admirável: sete anjos, que tinham as sete últimas pragas...‖ Ap 15.1.

Agora João vai falar dos sete últimos julgamentos do período

tribulacional. Faz-se necessário enfatizar que as taças não são simultâneas às

trombetas. Isto é visto claramente em algumas expressões destes versículos,

como: “As sete últimas pragas”, isto nos mostra que: Ou uma série de ―sete‖

já se passou antes desta, ou ―já se passaram pragas‖. De uma forma ou de

outra, o fato é que estas são as últimas, mostrando que já se passaram

algumas, como também comenta George Ladd: ―temos de concluir que os sete

flagelos constituem o ai da sétima trombeta‖. 53

Ainda neste pensamento o Pastor Paulo C. Guiley acrescenta:

Os julgamentos das sete taças apresentam um aspecto diferente que os julgamentos das trombetas e os selos. Estes eram julgamentos espalhados através de todos os sete anos da tribulação. Estes das sete taças caem com rapidez, um após o outro dentro dum breve

espaço de tempo. 54

Nas sete taças é consumada a ira de Deus;

53 Apocalipse Introdução e Comentário – George Ladd – Pg. 120

54 Apostila de Escatologia – Paulo C. Guiley – Pg. 45

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―Vi no céu outro sinal, grande e admirável: sete anjos, que

tinham as sete últimas pragas; porque nelas é consumada a ira de Deus‖ Ap

15.1.

Aqui se percebe que nas sete últimas pragas a ira de Deus é

consumada, ou completada. É importante observar que elas findam o

processo de julgamento deste período, mostrando que antes das mesmas

houve outras.

O tempo em que os vencedores da besta são visto não permite tal

interpretação;

―E vi como que um mar de vidro misturado com fogo, e os que tinham vencido a besta e a sua imagem e o número do seu nome, estavam em pé junto ao mar de vidro. Tinham as harpas de Deus‖. Ap15. 2.

João ainda continua dizendo que viu ―como que um mar de

vidro misturado com fogo‖, o mar de vidro representa as nações, e a expressão

―misturado com fogo‖ mostra o juízo divino sendo executado. O fato de ele ter

visto ―os que tinham vencido a besta e a sua imagem‖, mostra que este período

já estava chegando ao seu término. Desta maneira torna-se impossível colocar

as taças como sendo simultâneas às trombetas, visto que, ainda não foi

derramada nenhuma taça e os mártires da tribulação já estavam lá. Se taças e

trombetas fossem simultâneas não teria como os mártires estarem ali naquele

momento, visto que a tribulação nem mesmo havia começado.

O sentido do cântico dos que tinham vencido a besta não permite tal

interpretação;

3 ―E cantavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico

do Cordeiro, dizendo: Grandes e maravilhosas são as tuas obras, ó Senhor Deus Todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei dos séculos.

4 Quem não te temerá, ó Senhor, e não glorificará o teu nome? Pois só tu és santo. Todas as nações virão, e se prostrarão diante de ti, pois os teus juízos são manifestos‖ Ap 15.3-4.

Mesmo depois de tanto juízo derramado, os homens não se

arrependem, nem ao menos glorificam o Nome de Deus. Ainda que os

julgamentos divinos tenham sido até aqui, executados sobre as terça partes. É

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importante notar que nos julgamentos anteriores Deus atingira as terça partes,

dando aos homens uma oportunidade de se arrependerem e glorificarem ao

Deus do céu, porém, os homens não quiseram e continuaram rebeldes contra

Deus. Agora, o julgamento será sobre todas as partes restantes.

É visto neste cântico um declarar da vitória divina, mostrando

que os homens virão, e se prostrarão diante de Deus, porque Ele está

executando os Seus juízos. A idéia é que: Já que os homens não se

arrependem pelo ―pouco‖ (terça parte), eles se arrependerão pelo muito, mas

de uma forma ou de outra eles se curvarão, e por sinal, ―todas as nações‖. E

isto será feito no decorrer do último golpe de Deus, o Seu check-math que são

justamente as taças.

Pela incompatibilidade vista entre trombetas e taças;

Ao analisar os acontecimentos das trombetas o estudante das

Escrituras logo perceberá que os mesmos são distintos dos acontecimentos

das taças. Passaremos para uma análise destes acontecimentos:

A primeira taça;

―O primeiro saiu e derramou a sua taça sobre a terra e apareceu uma chaga feia e dolorosa nos homens que tinham o sinal da besta e que adoravam a sua imagem‖. Ap 16.2

Aqui Deus se vira contra os homens que tinham o sinal da

besta e que adoravam a sua imagem. É interessante notar que a aliança que o

anticristo fará com Israel e com muitos, só será quebrada na metade da

tribulação, quando este se assentar no lugar sagrado, querendo ser adorado.

Portanto, não há possibilidade de relacionar esta primeira taça com a primeira

trombeta colocando-as como eventos simultâneos, já que a primeira trombeta

soará no início da tribulação.

A segunda taça;

―o segundo anjo derramou a sua taça no mar que se tornou em sangue como de um morto e morreram todos os seres viventes que estavam no mar‖. Ap 16.3.

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Na segunda trombeta somente a metade dos seres viventes do

mar foram mortos, porém, os homens não se arrependeram de sua maldade.

Agora Deus destrói ―todos‖.

A terceira taça;

4 ―O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas fontes

das águas, e se tornaram em sangue. 5 Então ouvi o anjo das águas dizer: Justo és tu, ó Senhor, que és e que eras, o Santo, porque

julgastes estas coisa; 6 porquanto derramaram o sangue de santos e de profetas,

também tu lhes destes sangue a beber; são merecedores disto. 7 E ouvi uma voz do altar responder: Na verdade, ó Senhor Deus Todo-poderoso, verdadeiros e

justos são os teus juízos‖. Ap 16.4-7.

Enquanto que na terceira trombeta apenas a terça parte dos

rios foi atingida, como também apenas a terça parte das águas tornou-se em

absinto, aqui neste flagelo, todos os rios e todas as fontes foram atingidos.

A quarta taça;

8 ―O quarto anjo derramou a sua taça sobre o sol, e foi-lhe

permitido que abrasasse os homens com fogo. 9 Os homens foram abrasados com grande calor, e

blasfemaram contra o nome de Deus, que tem poder sobre estas pragas, mas não se arrependeram para lhe darem glória‖. Ap 16. 8-9.

Na quarta trombeta vemos a terça parte do sol sendo atingida,

como também a terça parte da lua e das estrelas, e a terça parte deles se

escureceu, de modo que a terça parte do dia e da noite não brilhou. É bem

lógico dizer que se a terça parte do sol se escureceu haverá uma espécie de

um eclipse na terra,

fazendo com que o clima mude, e consequentemente seja

baixada a temperatura, causando dano às plantações, porém, os homens não

se arrependerão.

No derramamento desta taça, Deus muda o quadro de

julgamento, e em vez de diminuir a intensidade do sol, Ele faz com que seu

calor aumente de tal maneira, que os homens sejam abrasados com grande

calor, mas, nem mesmo assim, eles se arrependerão.

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A quinta taça;

10 ―O quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta,

e o seu reino se fez tenebroso. Os homens mordiam as suas línguas de dor,

11 e por causa das suas dores, e por causa das suas chagas, blasfemaram contra o Deus do céu, e não se arrependeram das suas obras‖. Ap 16. 10-11.

Os terríveis gafanhotos mencionados na quinta trombeta

causam danos por cinco meses. Aqui neste flagelo a taça é derramada sobre o

trono da besta, de maneira que o seu reino fica tenebroso. Pode-se imaginar

que será bem mais terrível para os homens, o ―serem assolados por chagas e

por dores‖, isto será de tal maneira, que morderão suas próprias línguas por

causa das dores que sentirão.

A palavra usada no original para ―tenebroso‖, é ―scoto‖, cuja

melhor tradução seria ―trevas‖, portanto, podemos dizer que o reino da besta se

tornará em trevas, ou seja, uma escuridão irá pairar sobre este mundo.

A sexta taça;

12 ―O sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio

Eufrates, e a sua água secou-se, para que se preparasse o caminho dos reis do Oriente.

13 Então vi três espíritos imundos, semelhantes a rãs, saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso profeta.

14 São espíritos de demônios, que operam sinais, e vão ao encontro dos reis de todo o mundo, a fim de congregá-los para a batalha, naquele grande dia do Deus Todo-poderoso...

16 ...Então congregaram os reis no seu lugar que em hebraico se chama Armagedom. Ap 16. 12-14 e 16

No sexto selo era da boca dos cavalos que saía fogo, fumaça e

enxofre, os quais mataram a terça parte dos homens. Aqui encontramos não

um simples conjunto de três elementos como fogo, fumaça e enxofre, mas três

espíritos imundos semelhantes a rãs, que saíram não da boca de cavalos, mas,

da boca do dragão,

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da boca da besta e da boca do falso profeta. Imaginemos

então, se aqueles elementos causaram tanto dano, quanto mais não causará

estes espíritos imundos procedentes da trindade satânica.

Isto é ainda pior, pois, enquanto que aqueles exércitos

satânicos causaram mortes aos homens, aqui os próprios homens caminham-

se para a morte. Pelo fato de estarem sob o domínio satânico, as nações serão

iludidas para irem a uma batalha contra o povo de Deus, e o resultado disto

será a destruição total daqueles que ali estiverem.

A sétima taça;

17 ―O sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e saiu grande

voz do templo do céu, do trono, dizendo: Está feito. 18 E houve relâmpagos, vozes, trovões, e um grande

terremoto, como nunca tinha havido desde que há homens sobre a terra, tal foi o terremoto, forte e grande.

19 A grande cidade fendeu-se em três partes, e as cidades das nações caíram. Deus se lembrou da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho da indignação da sua ira.

20 Todas as ilhas fugiram, e os montes não mais se acharam. 21 E sobre os homens caiu do céu uma grande saraivada,

pedras que pesavam cerca de um talento. E os homens blasfemaram contra Deus por causa da praga da chuva de pedra, porque a sua praga era muito grande‖. Ap 16. 17-21.

Aqui finda os julgamentos divinos relacionados ao período da

tribulação. Como último derramar da ira, cai sobre os homens uma grande

saraivada, pedras que pesam cerca de um talento (20 a 40 quilos).

A última expressão do verso 17 diz: “Está feito”, isto mostra

que este tempo chegou ao fim.

9.2.4 - A Destruição da Babilônia Religiosa e Comercial;

A Babilônia Religiosa - Ap 17;

1 Veio um dos sete anjos que tinham as sete taças, e me disse:

Vem, mostrar-te-ei a condenação da grande prostituta que está assentada sobre muitas águas.

2 Com ela se prostituíram os reis da terra, e os que habitam na terra se embebedaram com o vinho de sua prostituição.

3 Então o anjo me levou em espírito a um deserto, e vi uma mulher montada numa besta escarlate, que estava cheia de nomes de blasfêmia, e que tinha sete cabeças e dez chifres.

4 A mulher estava vestida de púrpura e de escarlate, e adornada com ouro, pedras preciosas e pérolas. Tinha na mão um

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cálice de ouro cheio das abominações e da imundícia da sua prostituição.

5 E na sua testa estava escrito: Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e das abominações da terra.

6 Vi que a mulher estava embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus. Quando a vi, admirei-me com grande espanto.

7 Então o anjo me disse: Por que te admiras? Eu te direi o mistério da mulher, e da besta que a leva, a qual tem sete cabeças e dez chifres.

8 A besta que viste era e já não é, e subirá do abismo, e irá à sua destruição. Os que habitam na terra (cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo) se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas que virá.

9 Aqui é necessário a mente que tem sabedoria. As sete cabeças são sete montes, sobre os quais a mulher está assentada.

10 São também sete reis. Cinco já caíram, um existe, e o outro ainda não é chegado. Quando vier, convém que dure um pouco de tempo.

11 A besta que era e não é, é o oitavo rei. Pertence aos sete, e vai à sua destruição.

12 Os dez chifres que viste são dez reis que ainda não receberam reino, mas recebem a autoridade, como reis, por uma hora, juntamente com a besta.

13 Estes têm um mesmo intento, e entregarão o seu poder e autoridade à besta.

14 Guerrearão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os que estão com ele, chamados eleitos, e fiéis.

15 Então o anjo me disse: As águas que viste, onde se assenta a prostituta, são povos, multidões, nações e línguas.

16 A besta e os dez chifres que viste são os que odiarão a prostituta, e a tornarão desolada e nua, e comerão as suas carnes, e a queimarão no fogo.

17 Pois Deus lhes pôs no coração o realizem o intento dele, concordando dar à besta o poder de reinar, até que se cumpram as palavras de Deus.

18 A mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra.

Neste capítulo João fala sobre a destruição da Babilônia

religiosa, que por muitos séculos induziu os povos ao erro, os levando a

idolatria, e enchendo o cálice da ira de Deus. É dito no verso 19 do capítulo 16,

que ―Deus se lembrou da grande Babilônia, para lhe dar o cálice do vinho da

indignação da sua ira‖. Esta ―Babilônia‖ trata-se de um sistema religioso que se

originou com Ninrode, logo após o dilúvio, e se espalhou pelo resto do mundo,

onde todas as falsas religiões têm sua origem. A expressão ―muitas águas‖,

que encontramos no versículo 1 deste capítulo mostra esta verdade, pois

conforme o verso 15, as ―águas‖ são povos, multidões, nações e línguas.

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Ironside traça um importante comentário acerca da história desse sistema

religioso:

A mulher é um sistema religioso que domina o poder civil, pelo menos

por algum tempo. O nome sobre sua testa nos permite identificá-la

facilmente. Mas, para fazermos isso, seria bom voltarmos ao Antigo

Testamento para ver o que é revelado a respeito da Babilônia literal,

pois uma certamente iluminará a outra […]

[…] aprendemos que o fundador de Babel, ou Babilônia, foi Ninrode,

cujas realizações profanas podem ser lidas no décimo capítulo de

Gênesis. Ele foi o arquiapóstata da era patriarcal […] ele persuadiu

seus companheiros e seguidores a juntar-se na ―construção de uma

cidade e uma torre que alcançariam o céu‖ […] que devem ser

entendidas como um templo ou centro de reuniões para os que não

obedeciam à palavra do Senhor […] eles chamaram sua cidade e

torre de Babel, o portal de Deus; mas depressa isso foi transformado,

por juízo divino, em Babel, isto é, confusão. desde o início ela trazia a

marca da irrealidade, pois nos é dito que ―os tijolos serviram-lhes de

pedra, e o betume, de argamassa‖. Uma imitação do que é real e

verdadeiro caracterizou, desde então, a Babilônia, em todos os

tempos.

Ninrode, ou Nimroud-bar-Cush […] era neto de Cam, o filho indigno

de Noé […] Noé trouxe consigo, do outro lado do dilúvio, a revelação

de um Deus verdadeiro […] Cam, por outro lado, parece ter sido

muito rapidamente afetado pela apostasia que provocou o dilúvio,

pois não demonstra evidência alguma de auto juízo […] seu nome

significa ―escuro‖, ―escurecido‖ ou, mais literalmente, ―queimado de

sol‖. Esse nome indica o estado da alma do homem […] escurecida

pela luz do céu […] [Cam] gerou um filho chamado Cuxe, ―o negro‖,

que se tornou pai de Ninrode, o líder de sua geração.

O conhecimento antigo nos assiste dizendo que a esposa de

Nimroudbar-Cush foi a notória Semíramis Ela é considerada a

fundadora dos mistérios babilônicos e a primeira suma sacerdotisa da

idolatria. Assim, a Babilônia tornou-se a fonte da idolatria e mãe de

todo o sistema pagão no mundo. A religião de mistério ali originada

espalhou-se sob várias formas pelo mundo […] e está conosco hoje

[…] e terá seu desenvolvimento máximo quando o Espírito Santo

partir e a Babilônia do Apocalipse ocupar o lugar da igreja.

Baseado na promessa de que a Semente de uma mulher estava por

vir, Semíramis gerou um filho que declarou ter sido concebido

miraculosamente! E quando o apresentou ao povo, ele foi aclamado

como o libertador prometido. Esse era Tamuz, contra cuja adoração

Ezequiel protestou na época do cativeiro. Dessa maneira foi

introduzido o mistério da mãe e do filho, um tipo de idolatria mais

antigo do que qualquer outro conhecido pelo homem. Os rituais de

adoração eram secretos. Apenas aos iniciados era permitido

conhecer seus mistérios. Era o esforço de Satanás para enganar o

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homem com uma imitação tão semelhante à verdade de Deus que os

homens não poderiam conhecer a verdadeira Semente da mulher

quando Ele viesse no cumprimento dos tempos […]

Da Babilônia essa religião de mistério espalhou-se por todos as na-

ções vizinhas […] Por toda a parte os símbolos eram os mesmos, e o

culto à mãe e seu filho tornou-se um sistema popular; sua adoração

era celebrada com as práticas mais repulsivas e imorais. A imagem

da rainha do céu com a criança nos braços era vista por toda parte,

embora os nomes variassem segundo a diversidade de línguas. Ela

se tornou a religião misteriosa da Fenícia, e pelos fenícios foi levada

aos confins da terra. Astarte e Tamuz, a mãe e o filho dessas

aventuras, tornaram-se Isis e Hórus no Egito, Afrodite e Eros na

Grécia, Vênus e Cupido na Itália e muitos outros tornou-se a religião

do mundo, que rejeitara a revelação divina.

Ligados a esse mistério central existiram vários outros mistérios

menores […] Dentre eles estavam as doutrinas da purificação no

purgatório depois da morte, a salvação por inúmeras coisas sagradas

como a absolvição sacerdotal, o derramamento de água benta, a

oferta de pães para a rainha do céu como mencionado no livro de

Jeremias, a dedicação de virgens aos deuses, que era literalmente

prostituição santificada, chorar por Tamuz durante 40 dias antes do

grande festival de Istar, que dizia que seu filho tinha ressuscitado da

morte; pois se ensinava que Tamuz havia sido morto por um javali e

depois ressuscitado. O ovo era sagrado para ele, pois representava o

mistério de sua ressurreição, assim como o pinheiro foi o símbolo

escolhido para honrar seu nascimento no solstício do inverno, quando

a cabeça de um javali era comida em memória de seu conflito, e uma

tora de madeira era queimada em meio a muitas práticas misteriosas.

O sinal da cruz era sagrado para Tamuz, pois simbolizava um

princípio de vida e a primeira letra de seu nome. A cruz é

representada sobre inúmeros altares e templos mais antigos e não se

originou como muitos supõem, com o cristianismo.

O patriarca Abraão foi separado por chamado divino dessa religião

misteriosa; e com esse mesmo culto maligno a nação que dele

nasceu esteve em conflito constante, até que, sob Jezabel, uma

princesa fenícia, ele foi enxertado no que restara da religião de Israel

no reino do Norte, no reinado de Acabe, tornando-se a causa básica

de seu cativeiro. Judá estava poluída por isso, pois a adoração de

Baal era simplesmente a forma cananéia dos mistérios babilônicos, e

somente tendo sido mandado para o cativeiro na Babilônia Judá foi

curado de sua afeição para com a idolatria. Baal era o deus sol, o

doador de vida, identificado com Tamuz.

[…] embora a cidade babilônica há muito tivesse se tornado apenas

uma lembrança, seus mistérios não tinham desaparecido com ela.

Quando os templos da cidade foram destruídos, o sumo sacerdote

fugiu com um bando de iniciados, vasos sagrados e imagens em

direção a Pérgamo, onde o símbolo da serpente era o emblema da

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sabedoria escondida. De lá eles cruzaram o mar e emigraram para a

Itália […] Ali os cultos antigos foram propagados sob o nome de

mistérios etruscos, e por fim Roma tornou-se o centro do babilonismo.

O sumo sacerdote usava mitras com formato de cabeça de peixe

para honrar Dagom, o deus-peixe, o senhor da vida-outra forma de

mistério de Tamuz, conforme desenvolvido pelos velhos inimigos de

Israel, os filisteus. Quando se estabeleceu em Roma, o sumo

sacerdote denominou-se pontífice máximo, título que foi inscrito em

sua mitra. Quando Júlio César (que, como todos os jovens de boas

famílias romanas, era um iniciado) tornou-se chefe de estado, foi

eleito pontífice máximo, e esse título foi mantido por todos os

imperadores romanos até Constantino, o Grande, que era, ao mesmo

tempo, líder da igreja e sumo sacerdote dos pagãos! O título foi então

conferido aos bispos de Roma e é mantido pelo papa até hoje, que

assim é declarado não como o sucessor do apóstolo pescador Pedro,

mas o sucessor direto do sumo sacerdote do mistério babilônico e o

servo do deus-peixe Dagom, para quem usa como seu antecessor

idólatra, o anel do pescador.

Durante os primeiros séculos da história da igreja, o mistério da

iniqüidade operara com efeito surpreendente, e as práticas e

ensinamentos babilônicos tinham sido tão absorvidos por aquilo que

trazia o nome de igreja de Cristo, que a verdade das Escrituras

Sagradas foi muitas vezes completamente obscurecida, ao passo que

as práticas idólatras foram aceitas como sacramentos cristãos, e

filosofias pagãs tomaram o lugar da instrução do evangelho. Assim,

foi desenvolvido o surpreendente sistema que por mil anos dominou a

Europa e comerciou corpos e almas de homens, até que a grande

Reforma da século xvi trouxe certa medida de libertação. 55

A destruição deste sistema religioso é executada pelo

anticristo, representado pela besta de sete cabeças e dez chifres.

Este sistema religioso será uma ameaça ao reino do anticristo

que por sua vez, destruí-lo-á para que a adoração seja direcionada somente a

ele.

A Babilônia Comercial - Ap 18;

1 Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha

grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória. 2 Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a

grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável,

55 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 376-378

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3 pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria.

4 Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos seus flagelos;

5 porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou.

6 Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela.

7 O quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo mesma: Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!

8 Por isso, em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou.

9 Ora, chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria, quando virem a fumaceira do seu incêndio,

10 e, conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo.

11 E, sobre ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria,

12 mercadoria de ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore;

13 e canela de cheiro, especiarias, incenso, ungüento, bálsamo, vinho, azeite, flor de farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até almas humanas.

14 O fruto sazonado, que a tua alma tanto apeteceu, se apartou de ti, e para ti se extinguiu tudo o que é delicado e esplêndido, e nunca jamais serão achados.

15 Os mercadores destas coisas, que, por meio dela, se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando e pranteando,

16 dizendo: Ai! Ai da grande cidade, que estava vestida de linho finíssimo, de púrpura, e de escarlata, adornada de ouro, e de pedras preciosas, e de pérolas,

17 porque, em uma só hora, ficou devastada tamanha riqueza! E todo piloto, e todo aquele que navega livremente, e marinheiros, e quantos labutam no mar conservaram-se de longe.

18 Então, vendo a fumaceira do seu incêndio, gritavam: Que cidade se compara à grande cidade?

19 Lançaram pó sobre a cabeça e, chorando e pranteando, gritavam: Ai! Ai da grande cidade, na qual se enriqueceram todos os que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência, porque, em uma só hora, foi devastada!

20 Exultai sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa.

21 Então, um anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada.

22 E voz de harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte

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jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho.

23 Também jamais em ti brilhará luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria.

24 E nela se achou sangue de profetas, de santos e de todos

os que foram mortos sobre a terra. 56

Enquanto o capítulo 17 trata da Babilônia eclesiástica, o

capítulo 18 trata da Babilônia comercial. Não devemos confundir estas duas

Babilônias, pois enquanto a Babilônia do capítulo 17 é um sistema religioso, a

Babilônia do capítulo 18 é literalmente uma cidade, cujo poder atrai os reis da

terra para o seu comércio. Trata-se de uma cidade muito influente que irá

controlar a economia mundial durante a tribulação. Será o centro político do

anticristo. A Babilônia religiosa é destruída pela besta (o anticristo), e a

Babilônia comercial é destruída por Deus. Acerca da diferença existente entre

as duas Babilônias, o doutor Turner escreve:

O fato de não serem mencionados, aqui no capítulo 18, a besta, os seus dez chifres nem as suas sete cabeças, mas somente os reis da terra, os mercadores, os marinheiros, etc., certamente deve ter alguma importância. Esta Babilônia é amada e apreciada pelos reis, que choram e se lamentam grandemente por sua destruição. No capítulo anterior, lemos que os reis aborreceram a meretriz Babilônia misteriosa, e que se uniram com a besta para destruí-la. Este contraste entre o ódio e o amor impede pensar que a Babilônia do capítulo 17 seja a mesma do capítulo 18. O método de destruição também é um contraste marcante. A misteriosa é aborrecida, desolada, desnudada e queimada com fogo, sendo tudo isto o resultado da ação da besta e dos dez reis. Esta é castigada por Deus, e lemos acerca de seus pecados, suas pragas, maldades, o cálice, o tormento e pranto, morte, fome, incêndio, mas é Deus quem julga

diretamente…57

9.2.5 - As Duas Testemunhas;

Como parte do quadro de juízo da tribulação, as duas

testemunhas estarão também agindo neste sentido. Conforme Ap 11. 1-14, que

diz:

1 ―Foi-me dada uma cana semelhante a uma vara, e foi-me

dito: Levanta-te, e mede o templo de Deus, e o altar, e os que nele adoram.

56 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 57 Exposição de Apocalipse – Turner – Pg. 241-242

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2 Mas deixa o átrio que está fora do templo; não o meças, porque foi dado aos gentios. Estes pisarão a cidade santa por quarenta e dois meses.

3 E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco.

4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão diante do Senhor da terra.

5 Se alguém lhes quiser causar mal, das suas bocas sairá fogo e devorará os seus inimigos. Se alguém lhes quiser causar mal, importa que assim seja morto.

6 Estes homens têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, quantas vezes quiserem.

7 Quando acabarem a seu testemunho, a besta que sobe do abismo lhes fará guerra e os vencerá e matará.

8 E os seus corpos jazerão na praça da grande cidade, que espiritualmente se chama Sodoma e Egito, onde o seu Senhor também foi crucificado.

9 Homens de vários povos, tribos, línguas e nações verão os seus corpos mortos por três dias e meio, e não permitirão que sejam sepultados.

10 Os que habitam na terra se regozijarão sobre eles, e se alegrarão, e mandarão presentes uns aos outros, porque estes dois profetas tinham atormentado os que habitam sobre a terra.

11 Depois daqueles três dias e meio o espírito de vida, vindo de Deus, entrou neles, e puseram-se de pé, e caiu grande temor sobre os que os viram.

12 Então ouviram uma grande voz no céu, que lhes dizia: Subi para aqui. E subiram ao céu em uma nuvem, e os seus inimigos os viram.

13 Naquela mesma hora houve um grande terremoto, e caiu a décima parte da cidade. No terremoto foram mortos sete mil homens, e os demais ficaram atemorizados, e deram glória ao Deus do céu.

14 É passado o segundo ai; o terceiro ai cedo virá.‖

A Identidade das Duas Testemunhas?

Existem várias objeções acerca da identidade das duas

testemunhas, vejamos algumas delas:

1- Não seriam indivíduos - simbolizariam as forças cristãs em

qualquer época, que resistem à tirania e ao mal, especialmente à

iniqüidade espiritual;

2- Os intérpretes da escola histórica procuram identificá-las

como poderosos líderes eclesiásticos do passado. Lutero e

Melancton são apontados como candidatos.

3- outros pensam que se trate de Elias e Moisés – os sinais

que as duas testemunhas farão fazem lembrar mesmo de Elias e de

Moisés (Ap 11:6). Moisés representa a Lei, e Elias representa os

profetas. Ambos testificam de Cristo, e então voltariam para anunciar

o retorno de Cristo e fazer oposição ao Anticristo. Também são vistos

no Monte da Transfiguração, foram estes dois que apareceram com

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Jesus, e aquela visão anunciava a vinda de Jesus em sua glória para

estabelecer o reino.

4- Alguns supõem que Elias e Enoque estão em foco - apóiam

este pensamento nos apocalipses judaicos, na primitiva tradição

cristã (Tertuliano aprovava esta idéia) e, especialmente no livro de

Enoque - I Enoque 90:31 que contém a predição que antes do

julgamento Elias e Enoque terão um novo ministério. O livro apócrifo

de IV Esdras 6:26 faz com que as duas testemunhas esperadas

sejam homens que não provaram a morte, portanto, Elias e Enoque.

O que parece ter dado origem a essa tradição é a "trasladação" de

ambos, de forma que não passaram pela morte física (Gn. 5:24 - II Rs

2:11). Elias, especialmente, é sempre citado tornando-se uma

espécie de dogma fixo - (Ml. 4:4-6; Dt. 18:15; Mc. 6:15).

5- outros acreditam que serão duas personalidades

desconhecidas que ministrarão no "espírito" de Moisés e Elias,

embora não sejam Moisés e Elias. 58

Quanto à identidade destes dois profetas, não há como

afirmarmos quem de fato são eles. Apesar das muitas hipóteses, devemos nos

contentar com a revelação bíblica, pois a Bíblia não revela suas identidades. É

preferível então, não fazer aqui afirmação alguma acerca de suas identidades.

O Ministério das Duas Testemunhas;

3 E darei poder às minhas duas testemunhas, e profetizarão

por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de saco. 4 Estas são as duas oliveiras e os dois candeeiros que estão

diante do Senhor da terra. 5 Se alguém lhes quiser causar mal, das suas bocas sairá fogo

e devorará os seus inimigos. Se alguém lhes quiser causar mal, importa que assim seja morto.

6 Estes homens têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, quantas vezes quiserem. Ap 11.3-6

É dito destas duas testemunhas, que elas profetizarão por mil

duzentos e sessenta dias, e estarão vestidas de saco. Tudo indica que elas

estarão denunciando as obras dos homens, pois é dito que quando elas foram

mortas, os moradores da terra se alegraram. Desta forma podemos perceber

58 Tese – Pedro Paulo Benites Pestana – Pg. 93

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que o ministério delas não será de anunciar salvação, mas, de testemunhar

que os homens são merecedores de todos os sofrimentos que estarão

passando.

Podemos imaginar a reação dos homens, ao saberem que

estas duas testemunhas têm poder para fechar o céu, para que não chova, nos

dias da sua profecia; e têm poder sobre as águas para convertê-las em

sangue, e para ferir a terra com toda a sorte de pragas, quantas vezes

quiserem. Isto sem dúvidas causará ira nos homens, os quais procurarão fazer

mal a elas, porém, é dito que da boca delas sairá fogo que devorará todo

aquele que lhes quiser fazer mal.

Este aspecto também é visto no fato de que os homens se

regozijarão por causa da morte das duas testemunhas, e se alegrarão, e

mandarão presentes uns aos outros, porque estes dois profetas tinham

atormentado os que habitam sobre a terra.

É importante lembrar que aquelas testemunhas ficaram mortas

por três dias e meio, expostas na praça de Jerusalém, e os homens de vários

povos, tribos línguas e nações não permitirão que os seus cadáveres sejam

enterrados. Sem sombra de dúvidas, a atitude destes homens, que

provavelmente são líderes nacionais, é simplesmente uma tentativa de

proclamar ao mundo que o seu ídolo, ou seja, o anticristo, deve ser adorado

mais ainda, pois, conseguiu destruir aqueles que estavam atormentando os

habitantes da terra. Esta verdade é vista na seguinte declaração:

―Quando acabarem o seu testemunho, a besta que sobe do

abismo lhes fará guerra e os vencerá e matará‖.

Logo depois dos três dias e meio, voltaram a viver e subiram

para o céu.

9.3 - Aspectos Salvítico da Tribulação;

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Um dos grandes debates acerca da tribulação é o que diz respeito a

seu aspecto salvítico, pois, se a igreja não está na terra, quem irá anunciar a

salvação? Além do mais, se o Espírito é quem convence o mundo do pecado, da

justiça e do juízo (Jo 16.8) quem irá convencer os homens para um arrependimento,

visto que o Espírito (o detentor) foi retirado? Consideremos os referidos assuntos

mostrando os aspectos salvítico deste período.

9.3.1 - A Base da Salvação na Tribulação;

A base da salvação no período tribulacional será a fé depositada no

Sangue do Cordeiro. Vejamos o que Pentecost comenta a este respeito:

A salvação na tribulação certamente será baseada ―no princípio da

fé‖. Hebreus 11. 1-40 deixa claro que o único indivíduo aceito por

Deus era o indivíduo que cria em Deus. O princípio do verso 6, ―sem

fé é impossível agradar a Deus‖, não se limita à presente era, mas

vale para todas as épocas. A fé de Abraão é dada como exemplo do

método de abordagem de Deus (Rm 4. 2) e será o método de

abordagem na tribulação.

As descrições dos salvos na tribulação deixam claro que serão salvos

―pelo sangue do Cordeiro‖. Sobre os judeus salvos, diz-se que ―são

os que foram redimidos dentre os homens‖ (Ap 14. 4), e Israel jamais

conheceu uma redenção que não fosse baseada em sangue. Sobre

os gentios, diz-se que ―lavaram suas vestiduras e as alvejaram no

sangue do Cordeiro‖ (Ap7. 14). Com relação à frase ―no sangue‖,

Bullinger, meticuloso especialista em grego, diz:

Não ―com sangue‖; nada sob a lei jamais foi lavado ―com sangue‖,

nada pode ser alvejado ao ser ―lavado‖ com sangue. É por um

significado literal forçado da proposição... (em) que se chegou a essa

falsa idéia. A preposição constantemente significa ―pelo‖ ou ―por meio

de‖ e é traduzida ―pelo‖142 vezes e ―por meio de‖ 37 vezes. (V. Mt 9.

34; 5. 34,35; Gl 3. 11; 2Tm 2. 10.) Nesse mesmo livro (v. 9) ela é

traduzida por ―pelo‖. Então aqui e em 1.5, esse deve ser o significado. 59

Faz-se necessário aqui, ressaltar que a salvação no período

tribulacional, embora seja por meio da fé, exigirá também perseverança da parte dos

59 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 298

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que crêem. Assim vemos nas Palavras de Jesus, ―Mas aquele que perseverar até o

fim será salvo‖ Mt 24. 13

E também em Ap 13.10 que diz:

―Se alguém deve ir para o cativeiro, para o cativeiro irá. Se alguém

deve ser morto à espada, necessário é que à espada seja morto.

Nisto repousa a perseverança e a fidelidade dos santos.‖

E ainda:

12 ―Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que

guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.

13 Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve: Bem-

aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz

o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, pois as suas obras o

acompanharão‖. Ap 14. 12-13.

9.3.2 - Os Instrumentos Salvífico;

9.3.2.1 - O Espírito Santo;

Como já vimos o Espírito Santo continuará agindo na terra no

período tribulacional, porém, de uma forma diferente da dispensação em que estamos

vivendo. Para isto se faz necessário uma análise das maneiras de agir do Espírito

Santo tanto no Velho e Novo Testamento, como também na tribulação.

O Espírito no Velho Testamento;

Numa simples análise da ação do Espírito no Velho Testamento, é

possível perceber que Este agia de forma diferente da maneira que age no Novo

Testamento.

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A oração de um grande homem do Velho Testamento nos mostra

como o Espírito agia naquela época, vejamos: ―… não retires de mim o teu Espírito

Santo.‖ Sl 51.11b. Através desta expressão do rei Davi é visto claramente que embora

o Espírito agisse, Ele não habitava de uma forma permanente, ou seja, a qualquer

momento Ele poderia sair, ou, se retirar da pessoa em que estivesse agindo. Chafer

comenta:

Deve ser observado, também, que o grande número de profetas falou como se eles fossem ―movidos‖ pelo Espírito Santo, e que frequentemente os oficiais e governantes estavam sob o poder de orientação do Espírito de Deus. o Espírito vinha sobre os homens para a realização de empreendimentos divinamente designados e chegaram mesmo a tarefas mecânicas e a obras de arte. Deve ser observado especialmente o fato de que não havia provisão para a presença permanente do Espírito Santo nem a promessa dela na vida de qualquer santo do Velho Testamento. Nesta verdade deve ser visto um dos aspectos mais diferenciadores

do relacionamento do Espírito na era mosaica, quando comparada

com a presente era. O termo soberano descreve melhor o

relacionamento do Espírito com os homens antigos. Ele vinha sobre

eles e saia deles de acordo com o seu prazer

soberano. Em nenhum dos casos a fé do homem determinava as

ações do Espírito. 60

O Espírito no Novo Testamento;

Enquanto que na velha dispensação encontramos o Espírito agindo

de forma esporádica, ou seja, não habitando permanentemente no homem, na nova O

vemos em habitação permanente.

O Senhor Jesus prometeu aos Seus discípulos que rogaria ao Pai, e

Ele daria outro Ajudador, para que ficasse com eles para sempre, a saber, o Espírito

da verdade… (Jo 14. 16,17), ―por que, na verdade, deveria Cristo orar assim pelo

Espírito, se o Espírito já havia sido a porção dos santos daquela dispensação? Será

observado que a questão aqui sob consideração tem somente a ver com o fato de que

a relação do Espírito com os santos do Antigo Testamento era soberana‖ (Chafer).

Paulo diz que o nosso corpo é templo do Espírito Santo, ou seja,

morada. E ainda:

60 Teologia Sistemática de Chafer – Pg. 416

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―Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito

de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo,

esse tal não é dele... Se o Espírito daquele que dentre os mortos

ressuscitou a Jesus habita em vós, aquele que dentre os mortos

ressuscitou a Cristo Jesus vivificará também os vossos corpos

mortais, pelo seu Espírito que em vós habita.‖ Rm 8. 9,11; ―Ou

pensais que em vão diz a Escritura que o Espírito que ele fez habitar

em nós tem intenso ciúme?‖ Tg 4. 5.

A promessa feita pelo Senhor Jesus foi cumprida com a descida do

Espírito Santo no dia de Pentecostes em At 2. Agora na dispensação em que vivemos

podemos ver que esta ―habitação‖ do Espírito traz ao crente privilégios que não vemos

no Velho Testamento. A este respeito Chafer comenta:

Dos presentes ministérios do Espírito Santo em relação ao crente – regeneração, habitação ou unção, batismo, selo e enchimento – nada de fato é dito com respeito a estes como se fosse experimentado pelos santos do Antigo Testamento, exceto uns poucos exemplos bem definidos onde indivíduos foram reconhecidos como cheios do Espírito Santo. Os santos do Antigo Testamento são investidos destas bênçãos somente em teoria, e sem o suporte da Bíblia, por aqueles que lêem as bênçãos do novo no Antigo Testamento – um erro equalizado, a ponta de soar o perigo para a sã doutrina somente por sua contraparte, que vê as limitações do Antigo Testamento em relação às porções do Novo Testamento designadas e apresenta o novo propósito divino em graça.

Com respeito a regeneração, os santos do Antigo Testamento foram

evidentemente renovados, nas como não há uma doutrina definida

relativa ao alcance e caráter dessa renovação, nenhuma declaração

positiva pode ser feita. 61

O Espírito no Período Tribulacional;

Como já foi mostrado, o Espírito Santo não habitava de maneira

permanente no homem durante o Velho Testamento, da mesma forma será no período

tribulacional. Aqui se resolve o problema dos que afirmam que o Espírito não irá agir

no período tribulacional pelo fato de ter sido retirado por ocasião do arrebatamento,

visto que Ele é o detentor, de que nos fala 2Ts 2.

61 Teologia Sistemática de Chafer – Pg. 418

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Como já foi mostrado anteriormente a respeito do Detentor, é O

Espírito Santo, e Seu ministério no corpo, a igreja, e Sua forma de agir, ou seja,

habitando permanentemente no crente, que impede a manifestação do anticristo neste

mundo, pois, a igreja é o instrumento de detenção, assunto que também já foi

esclarecido.

Portanto, ao findar a época da igreja, finda também esta forma de

agir do Espírito no tempo presente, voltando assim, à maneira que era na antiga

dispensação, ou Velho Testamento, sendo que haverá salvação na tribulação, e esta

obra será da alçada do Espírito Santo, como sempre foi em todas as épocas.

Walvoord acrescenta:

Há pouca evidência de que os crentes serão habitados pelo Espírito durante a tribulação… O período tribulacional… parece voltar às condições do Antigo Testamento de várias maneiras; e, no período do Antigo Testamento, os santos jamais foram habitados permanentemente exceto em casos isolados, apesar de serem encontrados vários casos de plenitude do Espírito de capacitação para serviço. Considerando todos os fatores, não há evidência da presença habitadora do Espírito Santo nos crentes durante a

tribulação… 62

9.3.2.2 - Os 144.000 Selados

1 ―Depois destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os

quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que

nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra

árvore alguma.

2 Vi outro anjo subir do lado do sol nascente, tendo o selo do

Deus vivo. Ele clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora

dado o poder de danificar a terra e o mar,

3 dizendo: Não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores,

até que tenhamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus.

4 E ouvi o número dos que foram selados, e eram cento e

quarenta e quatro mil, de todas as tribos dos filhos de Israel.

5 Da tribo de Judá doze mil foram selados; da tribo de Rubem,

doze mil; da tribo de Gade, doze mil;

6 da tribo de Aser, doze mil; da tribo de Naftali, doze mil; da

tribo de Manassés, doze mil;

62 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 286

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7 da tribo de Simeão, doze mil; da tribo de Levi, doze mil; da

tribo de Issacar, doze mil;

8 da tribo de Zebulom, doze mil; da tribo de José, doze mil, da

tribo de Benjamim, doze mil.‖ Ap 7. 1-8.

Das tribos de Israel foram selados 144.000 judeus (Ap 7. 3-8), os

quais terão em suas testas o selo de Deus. Estes homens não se curvarão ao regime

imposto pelo anticristo, pelo contrário estarão testemunhando a respeito do nosso

Senhor Jesus Cristo.

Quanto ao tempo em que eles ficarão na terra, não sabemos, o que

parece ser mais óbvio é que será do início da tribulação, e entrando até mesmo na

segunda metade. Fazem-se necessário aqui, algumas considerações:

1) Os 144.000 começam seu ministério no início da tribulação;

É possível notar esta verdade ao observarmos a expressão de um

dos anjos, quando diz: ―Não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores, até que

tenhamos selado nas suas testas os servos do nosso Deus.‖ Tendo em vista que a

primeira trombeta a ser tocada traz destruição sobre a terra e sobre as árvores,

podemos afirmar que os 144.000 foram selados antes da primeira trombeta ser

tocada, isto é, logo após o arrebatamento da igreja.

2) Eles estarão durante a tribulação como profetas;

Como já foi mostrado, os 144.000 começarão seu ministério logo no

início da tribulação, e estarão desenvolvendo seu ministério durante toda a tribulação.

Ainda que haja explicações de que estes homens judeus estarão somente na primeira

metade da tribulação, podemos afirmar que eles entrarão também na segunda, pois se

levarmos em conta o toque da quinta trombeta, a qual soará na segunda metade da

tribulação, perceberemos que há uma ordem àqueles ―gafanhotos‖, de que eles

deveriam causar dano apenas aos homens que não tivessem na testa o selo de Deus.

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Desta forma, entendemos que os 144.000 ainda estarão presentes no momento da

quinta trombeta, visto que são eles os que têm na testa o selo de Deus.

No capítulo 14 eles são vistos juntos com O Cordeiro no monte Sião.

Alguns comentaristas acham que alguma coisa aconteceu com eles, causando-lhes a

morte. Este pensamento é extraído do fato de eles estarem com O Cordeiro no monte

Sião, porém, devemos observar que a Bíblia não diz que eles foram mortos, e o fato

de eles estarem com O Cordeiro, não indica que já foram glorificados, nem mesmo

que vieram ―juntos com‖ O Cordeiro.

Portanto, se eles vieram juntos com O Cordeiro, ou, se já estavam no

monte Sião, ou até mesmo se foram transladados para o monte Sião, não sabemos, o

que sabemos com certeza é que: ―estavam com O Cordeiro‖.

9.3.2.3 - Os Salvos da Tribulação;

As pessoas que serão salvas durante a tribulação também estarão

testemunhando o Evangelho do Reino. Assim podemos ver em Ap 6.9 que diz:

―Quando ele abriu o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que

foram mortos por causa da palavra de Deus e por causa do

testemunho que deram.‖ E ainda ―Vi também tronos, e aos que se

assentaram sobre eles foi-lhes dado o poder de julgar. E vi as almas

daqueles que foram degolados por causa do testemunho de Jesus e

pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua

imagem, e não receberam o sinal na testa nem nas mãos. Reviveram,

e reinaram com Cristo durante mil anos.‖ Ap 20.4.

Estas passagens nos mostram que pessoas foram mortas durante a

tribulação por causa do testemunho que deram, e ainda no outro versículo diz: Por

causa do testemunho de Jesus e pela palavra de Deus. Desta forma, fica bem claro

que os que forem sendo salvos naquela época também estarão pregando o Evangelho

do Reino.

9.3.2.4 - Os Três Anjos;

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Em Apocalipse 14: 6-13 João fala de três anjos, cujo ministério é de

proclamar o Evangelho Eterno. Estes anjos também serão instrumentos de Deus para

a proclamação do Evangelho, porém, o Evangelho pregado por eles é o Evangelho

Eterno. Os trechos acima nos mostram com clareza que o primeiro anjo tem um

Evangelho Eterno para proclamar aos homens de todas as nações, e tribo, e língua, e

povo. Isto nos leva a concluir que ninguém ficará sem ouvir esta mensagem, pois, este

anjo estará ―voando pelo meio do céu‖, e os outros o seguirão. Como fala no verso 6,

8 e 9.

O Conteúdo da Mensagem do Primeiro Anjo;

6 ―Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo um evangelho

eterno para proclamar aos que habitam sobra a terra e a toda nação,

e tribo, e língua, e povo,

7 Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória,

porque é chegada a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu,

a terra, o mar e as fontes das águas. Ap 14.6-7.

O conteúdo de suas profecias é uma chamada ao arrependimento e

reconhecimento da pessoa de Deus, pois, ele diz: ―Temei a Deus, e dai-lhe glória… e

adorai aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas‖.

O Conteúdo da Mensagem do Segundo Anjo;

―Um segundo anjo o seguiu, dizendo: Caiu, caiu a grande Babilônia,

que a todas as nações deu a beber do vinho da ira da sua

prostituição‖. Ap14. 8.

O conteúdo da mensagem deste segundo anjo mostra que a grande

Babilônia caiu. Enquanto o primeiro anjo conclama os homens a adorarem Aquele que

é digno de adoração, o segundo anjo mostra que aquilo que estava sendo adorado, ou

seja, a ―grande Babilônia‖, chegara ao seu fim.

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O Conteúdo da Mensagem do Terceiro Anjo;

9 ―Seguiu-se ainda um terceiro anjo, dizendo com grande voz:

Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua

testa, ou na sua mão,

10 Também o tal beberá do vinho da ira de Deus, preparado,

sem mistura, no cálice da sua ira. E será atormentado com fogo e

enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro.

11 A fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre. Não

têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua

imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome.

12 Aqui está a perseverança dos santos, daqueles que

guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.

13 Então ouvi uma voz do céu, que dizia: Escreve, Bem-

aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz

o Espírito, descansarão dos seus trabalhos, pois as suas obras os

acompanharão‖. Ap 14. 9-13.

Aqui se fecha o quadro profético dos três anjos. É visto no primeiro

uma proclamação ao temor a Deus, ao rendimento de glória e a adoração a Ele. O

segundo mostra que o que estava sendo adorado não era digno de ser adorado, pois

caiu (a grande Babilônia), e o terceiro anjo mostra que se alguém adorar a besta e a

sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também o tal beberá do

vinho da ira de Deus.

Tudo indica que estes três anjos estarão voando por sobre a face da

terra, falando aos homens que estes devem adorar a Deus, pois o que estava sendo

adorado caiu, porém, aqueles que preferirem adorar a besta serão severamente

julgados, mas, em contrapartida, todos aqueles que resistirem a besta e o seu

governo, e que guardarem os mandamentos de Deus e a fé em Jesus, serão

recompensados, pois descansarão dos seus trabalhos.

9.4 - As Duas Bestas;

A Besta que Emerge do Mar;

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1 Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete

cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças,

nomes de blasfêmia.

2 A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de

urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu

trono e grande autoridade.

3 Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte,

mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou,

seguindo a besta;

4 e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta;

também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta?

Quem pode pelejar contra ela?

5 Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias

e autoridade para agir quarenta e dois meses;

6 e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar

o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.

7 Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os

vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua

e nação;

8 e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles

cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi

morto desde a fundação do mundo.

9 Se alguém tem ouvidos, ouça.

10 Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se

alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui

está a perseverança e a fidelidade dos santos. Ap 13. 1-10. 63

Conforme já foi visto, ―mar‖ significa povos, multidões, nações e

línguas (Ap 17. 15), pelo que esta besta veio das nações. Trata-se do próprio anticristo

que será um escolhido dentre as nações, ou, pelas nações para dominar no período

tribulacional.

Os dez chifres mencionados no verso 1 são os dez reis que

governarão os dez estados do Império Romano que irá se levantar na tribulação.

63 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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O verso 2 mostra aspectos dos quatro animais que Daniel viu em sua

visão, de maneira que esta besta, ou seja, o anticristo, terá em sua personalidade as

mais terríveis e cruéis características que haviam naqueles quatro impérios do tempo

dos gentios. Satanás, aqui representado pelo dragão, deu à besta poder para reinar. A

qual passa a ser adorada, como também o próprio Satanás. Satanás não tem o poder

de criar um homem, por isso ele toma posse de um homem natural para executar o

seu intento.

O verso 3 nos mostra um fato que é de difícil compreensão,

provavelmente o anticristo sofrerá um golpe mortal de modo que os homens o terão

como morto, porém, Satanás faz com que ele seja curado, sendo que os homens se

maravilharão ao verem tal ação e seguirão ao anticristo.

Levando em conta que Satanás é um ―imitador‖ de Deus, é bem

provável que este ato seja uma tentativa de imitação à morte e ressurreição de Cristo.

As verdades dos versos 5 a 7 nos fazem lembrar da ―ponta pequena‖

que é visto em Daniel 7. 25, a qual representa o anticristo, portanto, esta besta diz

respeito ao anticristo.

Tabela 03 – Comparativo entre Cristo e o anticristo:

Cristo Anticristo

Filho do Homem Filho do pecado

Filho de Deus Filho de Satanás

Filho da Justiça Filho da perdição

Sobre-humano Super-homem

O próprio Deus Reivindica ser Deus

Redentor Destruidor

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Rei dos reis Ditador mundial

Agente de Deus Agente de Satanás

Humilde Orgulhoso

Sacrificial Tirânico

64

A Besta que Emerge da Terra;

11 Vi ainda outra besta emergir da terra; possuía dois chifres, parecendo cordeiro, mas falava como dragão.

12 Exerce toda a autoridade da primeira besta na sua presença. Faz com que a terra e os seus habitantes adorem a primeira besta, cuja ferida mortal fora curada.

13 Também opera grandes sinais, de maneira que até fogo do céu faz descer à terra, diante dos homens.

14 Seduz os que habitam sobre a terra por causa dos sinais que lhe foi dado executar diante da besta, dizendo aos que habitam sobre a terra que façam uma imagem à besta, àquela que, ferida à espada, sobreviveu;

15 e lhe foi dado comunicar fôlego à imagem da besta, para que não só a imagem falasse, como ainda fizesse morrer quantos não adorassem a imagem da besta.

16 A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte,

17 para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome.

18 Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é número de homem. Ora, esse

número é seiscentos e sessenta e seis. Ap 13. 11-18. 65

Enquanto a primeira besta emergiu do mar, a segunda emergiu da

terra. Terra dá a idéia de ―Palestina‖, sempre que as profecias se referiam a ―terra

prometida‖ estava falando da Palestina, se olharmos o verso 3 do capítulo 14 veremos

que os 144.000 judeus foram comprados da ―terra‖, sendo assim, é bem provável que

esta segunda besta seja um judeu apóstata.

64 APOCALIPSE: O DRAMA DOS SÉCULOS – Herbert Lockyer – Pg. 136

65 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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Esta segunda besta trata-se do falso profeta, ele será um

proclamador em favor do anticristo, que por causa de seus sinais miraculosos induzirá

os homens a adorarem o anticristo. Ele induzirá os homens a fazerem uma imagem a

primeira besta, o anticristo, para que esta seja adorada. Esta imagem recebeu certo

poder para falar, de modo que fazia com que fosse morto todo aquele que não

quisesse adorar a imagem da besta, o anticristo.

Este homem chamado de falso profeta tentará controlar a economia

mundial através de um sinal na mão direita, ou na testa, para que ninguém pudesse

comprar ou vender, senão aquele que tivesse o sinal, ou o nome da besta, ou o

número do seu nome.

Antes de terminar este assunto cabe aqui, fazer uma distinção entre

os componentes da trindade satânica.

Tabela 04 - Comparativo entre a trindade satânica e a Trindade Divina; Trindade satânica Em oposição à: Ref.

Satanás (dragão) Deus Pai Ap 13. 2,4

Anticristo Deus Filho Ap 13. 1-10

Falso Profeta Espírito Santo Ap 13. 11-18

Tabela 05 – Comparativo entre a primeira e a segunda besta:

Primeira Besta Segunda Besta

Subiu do mar (estado não definido) Subiu da terra (governo ordenado)

Instrumento de Satanás Instrumento da primeira besta

Vice-regente de Satanás Vigário da besta

Poder secular Poder espiritual

Possui dez chifres Possui dois chifres

Um Gentio? Um judeu?

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Autoridade suprema Subordinada à primeira besta

Glorifica a si mesma Desafia a primeira besta

Aparece primeiro Vem em segundo lugar

Governa de Roma Governa da Palestina

Força bruta notável Sabedoria notável

Cabeça política Cabeça eclesiástica

Deidade falsa Profeta falso

66

9.5 - Israel na tribulação;

Relembrando as profecias de Daniel, em suas visões lhe foi

dito que setenta semanas estavam determinadas sobre o povo dele, que no

caso é o povo de Israel. Levando em conta que sessenta e nove já se

passaram, faltando apenas a última, e que esta última está diretamente ligada

ao povo de Israel, é importante lembrarmos também que Deus tem um

propósito específico para com a nação de Israel nesta ―semana‖ que ainda está

por vir. Precisamos então, definir qual o propósito de Deus, e como será o

andamento desta nação no período tribulacional.

O Propósito de Deus para com Israel na Tribulação;

Conforme Dn 9. 24 que diz:

―Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, e dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santo dos Santos‖.

66 APOCALIPSE: O DRAMA DOS SÉCULOS – Herbert Lockyer – Pg. 136

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O propósito de Deus para com Israel no período tribulacional,

é prepará-lo para a entrada no milênio, pois importa que o remanescente de

Israel seja restaurado para este fim.

Em Rm 11.26-27 Paulo declara: ―… de Sião virá o Libertador,

e desviará de Jacó as impiedades. Esta será a minha aliança com eles, quando

eu tirar os seus pecados‖. Em Ap 14 O Senhor Jesus é visto no monte Sião,

este será o cumprimento desta profecia, e ocorrerá no final da tribulação,

ocasião em que O Senhor irá por fim as impiedades de Jacó (Israel).

Acontecimentos Relacionados a Israel na Tribulação;

Para compreendermos as verdades sobre este tempo, no que diz

respeito a esta nação, torna-se necessário uma análise detalhada do capítulo

12 de Apocalipse.

1 Viu-se grande sinal no céu, a saber, uma mulher vestida do

sol com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça,

2 que, achando-se grávida, grita com as dores de parto, sofrendo tormentos para dar à luz.

3 Viu-se, também, outro sinal no céu, e eis um dragão, grande, vermelho, com sete cabeças, dez chifres e, nas cabeças, sete diademas.

4 A sua cauda arrastava a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra; e o dragão se deteve em frente da mulher que estava para dar à luz, a fim de lhe devorar o filho quando nascesse.

5 Nasceu-lhe, pois, um filho varão, que há de reger todas as nações com cetro de ferro. E o seu filho foi arrebatado para Deus até ao seu trono.

6 A mulher, porém, fugiu para o deserto, onde lhe havia Deus preparado lugar para que nele a sustentem durante mil duzentos e sessenta dias.

7 Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos;

8 todavia, não prevaleceram; nem mais se achou no céu o lugar deles.

9 E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo, sim, foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.

10 Então, ouvi grande voz do céu, proclamando: Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo, pois foi expulso o acusador de nossos irmãos, o mesmo que os acusa de dia e de noite, diante do nosso Deus.

11 Eles, pois, o venceram por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida.

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12 Por isso, festejai, ó céus, e vós, os que neles habitais. Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera, sabendo que pouco tempo lhe resta.

13 Quando, pois, o dragão se viu atirado para a terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho varão;

14 e foram dadas à mulher as duas asas da grande águia, para que voasse até ao deserto, ao seu lugar, aí onde é sustentada durante um tempo, tempos e metade de um tempo, fora da vista da serpente.

15 Então, a serpente arrojou da sua boca, atrás da mulher, água como um rio, a fim de fazer com que ela fosse arrebatada pelo rio.

16 A terra, porém, socorreu a mulher; e a terra abriu a boca e engoliu o rio que o dragão tinha arrojado de sua boca.

17 Irou-se o dragão contra a mulher e foi pelejar com os restantes da sua descendência, os que guardam os mandamentos de Deus e têm o testemunho de Jesus; e se pôs em pé sobre a areia do

mar. 67

Há várias teorias acerca da identidade desta mulher, dentre

elas a explicação de que se refere à igreja, como também a explicação de que

se refere à Maria. Ambas as explicações não encontram sustentações

plausíveis nas Escrituras.

Dizer que esta mulher representa a igreja não faz sentido, pois

como já foi mostrada, a igreja não passará pela tribulação. Além do mais, o

―Filho varão‖, de que se refere o texto, diz respeito a Cristo, e Este veio da

―mulher‖, como pode então, dizer que esta mulher representa a igreja, visto que

a igreja é que veio de Cristo e não Cristo da igreja?

Da mesma forma não há apoio nas Escrituras para a idéia de

que a mulher se refere à Maria, pois não há nas Escrituras um texto que diga

que Maria fora escondida no deserto por causa de uma perseguição, nem tão

pouco um texto que diga que ela fora sustentada por um tempo, e tempos e

metade de um tempo. Ainda que alguém diga que a matança dos inocentes

ordenada por Herodes em Mt 2. 16 representa esta perseguição, não há como

sustentar tal idéia, visto que aquela matança aconteceu com todos os

―meninos‖ de Belém e seus arredores, enquanto que aqui a perseguição não é

feita ao Filho da mulher, mas contra a própria mulher.

67 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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A interpretação mais plausível deste texto encontra-se na idéia

de que esta referida mulher se refere à nação de Israel, ou melhor, a todos

aqueles israelitas que se mantiverem fiéis a Deus no período tribulacional.

Passemos então para as minúcias: O verso 1 fala de sol, lua e

doze estrelas, isto nos faz lembrar dos sonhos de José, portanto, esta mulher

se refere à nação de Israel, e as doze estrelas representam as doze tribos dos

filhos de Israel.

Os versos 3 a 4 falam de Satanás, sendo que no verso 3 ele é

visto na pessoa do anticristo (sete cabeças e dez chifres), e no verso 4 João

faz um retrospecto da história deste ser e relata a sua queda, evento ocorrido

na eternidade passada, e mencionado em Ezequiel 28. João continua e diz que

este dragão, ou seja, Satanás, para diante da mulher que estava para dar a luz.

Jesus veio da nação de Israel, isto explica a verdade do verso 5 que diz: ―ela

deu à luz um filho‖. É dito que este Filho fora arrebatado para Deus e para o

Seu trono, isto diz respeito à ascensão de Cristo.

Do verso 6 em diante a linguagem do texto ultrapassa os

séculos, e penetra num tempo que ainda está por vir, isto é, o período

tribulacional. É dito que Israel (o remanescente fiel) foge para o deserto, para

um lugar já preparado por Deus, para que ali fosse alimentada por três anos e

meio. Em Mt 24 O Senhor Jesus nos dá alguns detalhes acerca destas

verdades. Vejamos uma explicação deste capítulo feita por Eliseu Pereira

Lopes:

O principio das dores 3 ½.

O primeiro período (Mt 24. 15-28)é chamado de O Princípio das dores. Nesse período surgirão muitos enganadores; o Anticristo aparecerá, e, como um político hábil e astuto, atrairá para si a atenção do mundo todo fazendo concessões, promovendo uma falsa prosperidade e uma falsa paz; o terceiro Templo será construído; os judeus restabelecerão os sacrifícios; o evangelho será universalmente pregado (Mt 24.14) e haverá uma multidão de salvos (Ap 7.9-14).

A Grande Tribulação 3 ½.

O segundo período (Mt 24.15-28) é chamado de A Grande Tribulação. Será a época mais negra da terra. Durante 42 meses (Ap

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13.5) o Anticristo exercerá seu domínio absoluto sobre toda a terra. Em Jr 30.7 está escrito: ―Ah! Que grande é aquele dia, e não há outro semelhante! É tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será livre dela‖. O sofrimento se estenderá pelo mundo inteiro, sendo ainda muito maior para Israel. Esse terrível período começa com a profanação do Templo, quando a imagem da besta for colocada ali. Jesus diz em Mt 24.15: ―quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entendo)…‖ Nessa hora o Anticristo vai ordenar a matança de todos os judeus. O Senhor Jesus adverte o povo judeu para que fuja depressa da fúria cruel do Anticristo naquela hora: ―então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes; quem estiver sobre o eirado não desça a tirar de casa alguma coisa; e quem estiver no campo não volte atrás para buscar a sua capa‖ (Mt 24.16-18).

Ai das Grávidas

―Ai das que estiverem grávidas e das que amamentarem naqueles dias!‖ (Mt 24.19). É preciso fugir, e fugir correndo para não serem alcançadas pelo Anticristo. As grávidas e as que amamentarem (carregando seus filhos) terão mais dificuldades nessa fuga naquele dia em Jerusalém.

Inverno ou Sábado Mt 24.20: ―Orai para que a vossa fuga não se dê no inverno,

nem no sábado‖. A locomoção no inverno com temperaturas abaixo de zero será bastante dificultada. É preciso correr, e correr muito rápido. No sábado, de acordo com a lei, os judeus não podem ir além de um quilômetro, o que é uma distância muito pequena para deixarem de ser alcançados.

Tribulação sem igual

Mt 24.21: ―…porque nesse tempo haverá grande tribulação, como desde o princípio do mundo não tem havido e nem haverá jamais‖. Será a maior tribulação jamais vista em toda a História da humanidade. Nunca houve e nem haverá outra igual. Nessa ocasião, Satanás, com toda sua fúria, vai tentar destruir total e completamente o povo de Israel. No Salmo 83.4 está escrito:‖Dizem: Vinde, risquemo-los de entre as nações; e não haja mais memória do nome de Israel‖. Porém, Deus livrará o Seu povo.

Dias abreviados Mt 24.22: ―Não tivessem aqueles dias sido abreviados,

ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados‖. O Senhor pela Sua misericórdia abreviou o período de sete anos da Grande Tribulação (angústia de Jacó) para os três anos e meio finais, dando assim oportunidade para que uma grande multidão seja ainda salva na primeira metade dos sete anos (Ap 7.9-17).

Cadáver e abutres

Mt 24.27-28: ―Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até o ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem. Onde estiver o cadáver, aí se ajuntarão os abutres‖, A vinda do Senhor Jesus será como um relâmpago, e os que estiverem vivendo em corrupção moral serão alcançados pelo juízo divino que virá com a rapidez dos abutres.

A vinda do Senhor

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Mt 24.29-30: ―Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o sol se escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória‖. Terminados os sete anos de tribulação, o Senhor Jesus virá com todos os santos que foram arrebatados e com todos os anjos (Zc 14.5b e Mt 25.31). Ah! Que dia

glorioso! Nessa ocasião todo olho O verá (Ap 1.7). 68

De fato haverá uma cruel perseguição da parte do anticristo,

quando este na metade da tribulação se assentar no lugar sagrado exigindo ser

adorado (II Ts 2.4). Um judeu ortodoxo jamais aceitaria tal exigência para se

curvar diante de um homem, pois a história relata que depois do cativeiro

babilônico, os judeus nunca mais praticaram a idolatria, pois fora exatamente

este o motivo de Deus ter levado Israel para o cativeiro.

Por causa da resistência destes judeus o anticristo levantará

uma cruenta perseguição contra eles, porém, miraculosamente Deus os

esconderá da vista do anticristo.

Os versos 7 a 9 falam de uma batalha envolvendo Miguel e os

seus anjos, contra Satanás, o qual (Satanás) será derrotado e lançado

juntamente com os seus anjos na terra. Aqui encontramos a razão pela qual o

anticristo revela a sua verdadeira identidade na metade da tribulação. Isto

acontecerá pelo fato de Satanás ter sido lançado na terra neste tempo, antes

ele havia dado a sua autoridade à besta (13.4), agora já que está na terra ele

toma posse total da besta. Agora todo o império das trevas estará entre os

homens, e com severidade ainda maior, pois Satanás sabe que seu tempo está

se acabando, pelo que o verso 12 diz ―Ai dos que habitam na terra e no mar,

porque o diabo desceu até vós, e tem grande ira, sabendo que pouco tempo

lhe resta. Acontecerá então, a ―angústia de Jacó‖ de que falou o profeta

Jeremias (30. 7).

Os versos 13 a 18 voltam a falar da perseguição contra o

remanescente fiel. O rio que saiu da boca de Satanás representa as nações

dominadas pelo anticristo, o qual desencadeará uma procura em todas as

68 O Que Virá Após o Arrebatamento? – Eliseu Pereira Lopes – Pg. 24-27

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cidades do mundo em busca deste remanescente. Milhares de pessoas

estarão à procura, mas não o encontrarão. Isto causará no anticristo uma

tremenda ira contra os judeus, de modo que estenderá sua perseguição aos

demais judeus que guardam os mandamentos de Deus, e mantêm o

testemunho de Jesus.

O fato de ele ter parado sobre a areia do mar (vs. 17) mostra o

ajuntamento que o anticristo fará, levando os reis da terra a se unirem no

propósito de batalharem contra o povo de Deus. Será então, a Batalha do

Armagedom.

9.6 - A Campanha do Armagedom;

Esta campanha representa o ápice da rebelião humana contra

Deus, envolvendo os reis da terra numa tentativa de exterminar a nação de

Israel da face da terra. Vejamos algumas considerações acerca desta

campanha:

Como se dará esta campanha?

A palavra campanha nos mostra que não se trata de um único

acontecimento, mas, que durante a segunda parte da tribulação o império das

trevas estará induzindo os homens a um ambiente de guerra, de modo que

nações estarão se levantando contra nações, e reino contra reino. De maneira

muito própria Pentecost esclarece este fato:

…A extensão desse grande movimento no qual Deus lida com ―os reis do mundo inteiro‖ (Ap 16.14) não será percebida a menos que se compreenda que a ―peleja do grande dia do Deus Todo-poderoso‖ (Ap 16.14) não é uma batalha isolada, mas uma campanha que se estende pela última metade do período tribulacional. A palavra grega ―polemos‖, traduzida por ―peleja‖ em Apocalipse 16.14, significa guerra ou campanha, enquanto ―mache‘ significa batalha, e às vezes um único combate. Essa distinção é observada por Trench e seguida por Thayer e Vincent. O uso da palavra ―polemos‖ (campanha) em Apocalipse 16.14 significaria que os acontecimentos que culminam no ajuntamento em Armagedom na segunda vinda são vistos por Deus

como uma campanha unificada. 69

69 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 335

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Desta forma podemos encaixar os acontecimentos em três

eventos principais, ou seja, em três batalhas que se darão. As quais são: 1) A

invasão pela confederação do norte, ou a batalha de Gogue (Ez 38), que

acontecerá na tribulação; 2) A batalha do Armagedom que acontecerá no final

da tribulação (Ap 16.16); 3) A batalha final, Gogue e Magogue (Ap 20.7-9) que

acontecerá no final do milênio. Para melhor compreensão vejamos a seguinte

tabela:

Tabela 06 - Comparativo I entre as batalhas do Armagedom;

Batalha Quando? Referência

Gogue, invasão pela

confederação do norte.

Tribulação Ez 38

Batalha do Armagedom Final da Tribulação Ap 16.16; 19.11-21

Gogue e Magogue, ou

Batalha Final

Final do Milênio Ap 20.7-9

Para uma clara distinção entre estes três acontecimentos, se

faz necessário uma outra tabela comparativa, desta vez incluindo os três

acontecimentos e seus detalhes:

Tabela 07 - Comparativo II entre as batalhas do Armagedom; Gogue e Magogue

( Tribulação )

Batalha do Armagedom Gogue e Magogue

( Milênio )

É uma confederação do norte

da terra Ez. 38:2-15; 39:2

Todas as nações unidas

Jl 3.2; Sf 3.8; Zc 12.3;

14.4.

São confederações de

toda a terra Ap. 20:8

Vem do norte Ez 38.6,15;39.2 Vem do mundo inteiro Vem do mundo inteiro

Vêm contra Jerusalém para

saquear Ez. 38:11-12

As nações se unem para

destruir o povo de Deus

Vem contra o Rei Ap.

20:8-9

Gogue é o líder dos exércitos

em sua invasão Ez 38.7

A besta é quem lidera Satanás é o líder

São derrotados pelas

convulsões da Natureza

Ez. 38:22

São destruídos pela

espada afiada que sai da

boca de Cristo (Ap

19.15).

São destruídos pelo Fogo

que caiu do céu Ap. 20:9-

10

Os mortos são sepultados em As aves de rapina se São totalmente

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Israel Ez. 39:11-13 alimentam da carne dos

mortos

consumidos pelo fogo

Ap. 20:9

Ocorre na tribulação Ocorre no final da

tribulação.

Ocorre no final do Milênio

Tabela 08 – Comparativo entre as consequências das batalhas:

Gogue e Magogue

( Tribulação )

Batalha do

Armagedom

Gogue e Magogue

( Milênio )

Contenderei com ele por

meio da peste e do

sangue; chuva inundante,

grandes pedras de saraiva,

fogo e enxofre farei cair

sobre ele, sobre as suas

tropas e sobre os muitos

povos que estiverem com

ele. Ez. 38:22.

Esta será a praga com

que o SENHOR ferirá

a todos os povos que

guerrearem contra

Jerusalém: a sua carne

se apodrecerá,

estando eles de pé,

apodrecer-se-lhes-ão

os olhos nas suas

órbitas, e lhes

apodrecerá a língua na

boca. Naquele dia,

também haverá da

parte do SENHOR

grande confusão entre

eles; cada um agarrará

a mão do seu próximo,

cada um levantará a

mão contra o seu

próximo.

(Zc 14.12-13).

Marcharam, então, pela

superfície da terra e

sitiaram o acampamento

dos santos e a cidade

querida; desceu, porém,

fogo do céu e os

consumiu. Ap. 20:9.

Onde se dará esta campanha?

Durante este período de campanha, vários lugares estarão

servindo de palco para as ―batalhas‖. Sims comenta:

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…parece que, pelas Escrituras, a última grande batalha do grande dia

do Deus Todo-poderoso se alastrará para bem além de Armagedom

ou vale de Megido. Armagedom parece ser apenas o local em que as

tropas se reunirão vindas dos quatro cantos da terra, e de lá a batalha

se espalhará por toda a Palestina. Joel fala dessa última batalha

sendo travada no vale de Josafá, que fica perto de Jerusalém, e

Isaías mostra o Cristo vindo com as vestimentas manchadas de

sangue ―de Edom‖, que fica ao sul da Palestina. Então a batalha de

Armagedom se estenderá desde o vale de Megido no norte da

Palestina, através do vale de Josafá, perto de Jerusalém, até Edom

no extremo sul da Palestina. Com isso concordam as palavras do

profeta Ezequiel, de que os exércitos dessa grande batalha virão

―para cobrir a terra‖. O livro do Apocalipse também fala que o sangue

correrá dos freios dos cavalos por 1 600 estádios, e foi observado

que 1 600 estádios cobrem toda a extensão da Palestina. Mas

Jerusalém sem dúvida será o centro de interesse durante a batalha

de Armagedom, pois a Palavra de Deus diz: ―Reunirei todas as

nações contra Jerusalém para a batalha‖ 70

Da mesma forma Pentecost acrescenta:

Existem várias outras localidades geográficas na campanha. 1) Joel 3.2,13 fala dos acontecimentos que ocorrerão no ―vale de Josafá‖, que parece ser uma área extensa a leste de Jerusalém. Ezequiel 39.11 fala do ―vale dos viajantes‖, que pode referir-se à mesma área que o vale de Josafá, visto que era uma rota de saída de Jerusalém. 2) Isaías 34 e 63 retratam a vinda do Senhor de Edom ou Iduméia, sul de Jerusalém, quando Ele retomar do julgamento. 3) A própria

Jerusalém é vista como o centro do conflito (Zc 12.2-11; 14.2). 71

Os componentes desta campanha;

Esta campanha envolverá quatro grandes poderes mundiais

que se mobilizarão para as batalhas. Pentecost dá uma lista destes poderes:

Vimos que haverá quatro grandes poderes mundiais: 1) a federação de dez reinos sob a liderança da besta, que constitui a forma final do quarto grande império mundial; 2) a federação do norte, a Rússia e seus aliados; 3) os reis do Leste, povos asiáticos de além do Eufrates e 4) o rei do Sul, poder ou coligação de poderes do norte da África. Deve ser acrescentado outro grande poder, em virtude de sua participação ativa na campanha: 5) o Senhor e seus exércitos celestiais. Embora a hostilidade dos quatro primeiros seja de uns

70 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 356-357 71 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 356

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contra os outros e contra Israel (Zc 12.2,3; 14.2), é particularmente contra o Deus de Israel que eles lutam (S12.2; Is 34.2, Zc 14.3; Ap

16.14; 17.14; 19.11,14,15,19,21). 72

9.7 - A Segunda Vinda de Cristo;

Acontecerá em duas etapas, sendo que na primeira Ele não

pisará na terra, mas, arrebatará Sua igreja, enquanto que na segunda Ele

descerá sobre o monte das Oliveiras e será para estabelecer Seu reino aqui na

terra, isto depois dos sete anos de tribulação. (sobre este assunto ver Pg. 39).

Após a primeira etapa (o arrebatamento) terá início a

tribulação, enquanto que após a segunda etapa terá início a ressurreição dos

santos do Antigo Testamento e seu julgamento; a ressurreição dos salvos da

tribulação e seu julgamento; o julgamento das nações e o julgamento dos anjos

caídos.

10 - O Julgamento das Nações;

Este acontecimento não diz respeito às nações que já

deixaram de existir, mas, as que estiverem existindo por ocasião da tribulação.

Quando acontecerá?

Este evento se dará no final da tribulação. O anjo que falava a Daniel disse:

11 Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado, e posta a

abominação desoladora, haverá ainda mil duzentos e noventa dias. 12 Bem-aventurado o que espera e chega até mil trezentos e trinta e

cinco dias. Dn 12.11-12 73

Nestes versos é dito que da abominação desoladora (a quebra

da aliança por parte do anticristo) até o fim, haverá 1.290 dias. Se fizermos

uma subtração com os dias correspondentes à segunda metade da tribulação,

que serão 1.260 dias, teremos aqui um total de 30 dias restantes.

Em caráter de especulação estas verdades nos levam a pensar

que estes trinta dias que estão entre a tribulação e o milênio serão para a

72 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 357 73 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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primeira ressurreição, para o julgamento da nação de Israel, como também

para a restauração da terra, para prepará-la para o milênio.

Mas ainda nos restam 45 dias. O verso 12 fala de 1.335 dias.

De 1.290 a 1.335 acrescentam-se 45 dias, se os 30 dias que já foram vistos

correspondem ao período de julgamento da nação de Israel, para que serão

estes 45 dias? Notemos que há uma bem-aventurança para os que chegam até

1.335 dias. Isto nos leva a entender que nos 1.335 dias de julgamentos, muitos

serão lançados no inferno, porém, se alguém passa destes 1.335 dias,

chegando assim ao seu término, este alguém é bem-aventurado, pois, obteve a

entrada no milênio. Sendo assim, podemos imaginar que estes 45 dias serão

para o julgamento das nações gentílicas, visto que Israel já fora julgado.

10.1 - O Julgamento das nações em relação às nações gentílicas;

Após os sete anos de tribulação Deus julgará as nações pelo

que elas fizeram, ou deixaram de fazer com relação ao povo de Israel nos dias

da tribulação, visto que este será tremendamente perseguido pelo anticristo.

Em Mt 25 Jesus fala a respeito do julgamento daquele dia em que Ele irá

separar os ―bodes das ovelhas‖, Este fato é visto em Mateus 25.31-46:

1 Quando vier o Filho do Homem na sua majestade e todos os

anjos com ele, então, se assentará no trono da sua glória; 32 e todas as nações serão reunidas em sua presença, e ele

separará uns dos outros, como o pastor separa dos cabritos as ovelhas;

33 e porá as ovelhas à sua direita, mas os cabritos, à esquerda;

34 então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.

35 Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes;

36 estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me.

37 Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber?

38 E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos?

39 E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? 40 O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que,

sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

41 Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos.

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42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

43 sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me.

44 E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos?

45 Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer.

46 E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a

vida eterna.74

A expressão ―pequeninos‖ encontrada nos versos 40 e 45 diz

respeito aos israelitas.

O resultado do julgamento;

Quando Deus chamou Abrão no capítulo 12 do livro do

Gênesis, Ele disse a Abrão que abençoaria os que o abençoassem, e

amaldiçoaria os que o amaldiçoassem. De fato esta promessa também tem

validade no período tribulacional, de modo que todos aqueles que tratarem

bem esta nação, serão abençoados com a entrada para o milênio.

Para os que tratarem bem o povo de Israel durante a

tribulação, O Senhor Jesus irá dizer: ―Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na

posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.‖. 75

Da mesma forma os que tratarem mal a nação de Israel irão

ouvir: ―Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o

diabo e seus anjos.‖. 76

10.2 - O Julgamento das nações em relação à nação de Israel;

Assim como no final da tribulação as nações serão julgadas, da

mesma forma a nação de Israel também provará do julgamento do Todo

poderoso. Conforme encontramos em Mt 45 a 51:

―45 Quem é, pois, o servo fiel e prudente, a quem o senhor

confiou os seus conservos para dar-lhes o sustento a seu tempo?

74 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 75 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 76 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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46 Bem-aventurado aquele servo a quem seu senhor, quando vier, achar fazendo assim.

47 Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens. 48 Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo:

Meu senhor demora-se, 49 e passar a espancar os seus companheiros e a comer e

beber com ébrios, 50 virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e

em hora que não sabe 51 e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali

haverá choro e ranger de dentes.‖ 77

Estes versos não estão falando da vinda de Nosso Senhor

Jesus Cristo para o arrebatamento da igreja, este fato é percebido claramente

no verso 51 quando O Senhor Jesus castiga os servos infiéis. Este castigo não

será executado na vinda para o arrebatamento, pois quando Ele vier apenas

levará Sua noiva, enquanto que a Sua vinda após a tribulação será seguida de

julgamentos. A expressão ―choro e ranger de dentes‖ diz respeito à reação dos

perdidos quando estes estiverem em sofrimento eterno. Neste caso se refere

aos perdidos de Israel. No livro do profeta Ezequiel encontramos uma menção

deste julgamento:

―33 Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, com mão

poderosa, com braço estendido e derramado furor, hei de reinar sobre vós;

34 tirar-vos-ei dentre os povos e vos congregarei das terras nas quais andais espalhados, com mão forte, com braço estendido e derramado furor.

35 Levar-vos-ei ao deserto dos povos e ali entrarei em juízo convosco, face a face.

36 Como entrei em juízo com vossos pais, no deserto da terra do Egito, assim entrarei em juízo convosco, diz o SENHOR Deus.

37 Far-vos-ei passar debaixo do meu cajado e vos sujeitarei à disciplina da aliança;

38 separarei dentre vós os rebeldes e os que transgrediram contra mim; da terra das suas moradas eu os farei sair, mas não entrarão na terra de Israel; e sabereis que eu sou o SENHOR. Ez

20.33-38 78

Em sua carta aos Romanos Paulo declara que ―… nem todos

os que são de Israel são israelitas‖ Rm 9.6.

77 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 78 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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11 - O julgamento dos anjos caídos;

Não sabemos exatamente quando se dará este julgamento, se

antes ou depois do milênio, porém, a Bíblia não faz menção de demônios

agindo no final do milênio, somente de Satanás, isto pode indicar que este

julgamento se dará antes do milênio no ―juízo do grande dia‖, ―… e a anjos, os

que não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio

domicílio, ele tem guardado sob trevas, em algemas eternas, para o juízo do

grande Dia‖ (Jd 6).

Paulo fala que nós os crentes iremos julgar os anjos caídos,

―Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos?…‖ 79 (1Co 6.3).

12 - As Ressurreições;

As ressurreições se darão em dois momentos que são: A

primeira ressurreição (acontecerá no final da tribulação), e a segunda

ressurreição (acontecerá no final do milênio). Não devemos misturar o

arrebatamento com as ressurreições.

É dito no capítulo 12 de Daniel, no verso 2 que: ―Muitos dos

que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para

vergonha e horror eterno.‖ 80 Alguns comentaristas ao analisarem este texto,

afirmam que o mesmo se refere a uma ressurreição geral, e o usam para

sustentar a falsa doutrina de que não há duas ressurreições. Porém, Tregelles

comenta a respeito de um rabino bastante conceituado na interpretação das

Escrituras, que comentou este versículo da seguinte maneira:

Dois dos rabinos que comentaram esse profeta são Saadiah Haggaon (no século x da nossa era) e Aben Ezra (no século xii); este último era um escritor de habilidade e precisão mental inigualáveis. Ele explica o versículo da seguinte maneira: […] sua interpretação é: os que acordarem ressuscitarão para a vida eterna, e os que não acordarem ressuscitarão para vergonha e horror

eterno…81

79 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 80 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 81 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 411

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West acrescenta:

A verdadeira tradução de Daniel 12.2,3, em relação ao contexto, é ―e (naquela hora) muitos (do seu povo) dos que dormem no pó da terra ressuscitarão (ou serão separados), uns (que ressuscitam) para a vida eterna, e outros (que não ressuscitam naquela hora) para vergonha e horror eterno‖. É assim que traduzem os melhores doutores em hebraico e os melhores exegetas cristãos; e esse é um dos defeitos da Versão revisada [em inglês] que […] permitiu que a impressão errada que a Versão autorizada [em inglês] dá sobre o

texto continue. 82

Desta forma, podemos afirmar que não haverá uma

ressurreição geral conforme muitos comentaristas defendem, pois, conforme

Dn 12.2 haverá uma primeira ressurreição, a qual será logo após a tribulação, e

os que ―acordarem‖ ressurgirão para a vida. E uma segunda ressurreição, que

acontecerá depois do milênio (estes são aqueles que não ―acordaram‖ na

primeira ressurreição, os quais ressurgirão para a morte).

12.1 - A primeira ressurreição;

Como já foi dito, esta ressurreição acontecerá no final da

tribulação, será o momento em que os salvos do Velho Testamento juntamente

com os salvos que foram mortos na tribulação ressurgirão para receberem a

sua herança, e entrarem no reino milenar. Tal promessa fora feita a Daniel: ―Tu,

porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás e, ao fim dos dias, te

levantarás para receber a tua herança.‖ Dn 12.13. 83 Veja que a Daniel foi dito

que ao fim dos dias ―te levantarás‖, isto se refere à primeira ressurreição.

É dito desta ressurreição, que os que dela participarem serão

bem-aventurados.

5 Os restantes dos mortos não reviveram até que se

completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. 6 Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira

ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os

mil anos. Ap 20.5-6 84

82 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 419

83 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 84 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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Somente os salvos é que participarão desta ressurreição, este

é o motivo pelo qual eles serão bem-aventurados, pois, na segunda

ressurreição somente os perdidos de todos os tempos é que serão ressurretos,

contudo, para a perdição eterna.

Há comentaristas que colocam os santos do Velho Testamento

juntos com a igreja no arrebatamento da mesma. Esta teoria é defendida por

Tom Westwood:

Portanto, pelo que eu vejo, há de haver duas primeiras ressurreições (ou duas fases da primeira ressurreição). A primeira fase da primeira ressurreição inclui todos os de Adão até o último pecador salvo pelo Evangelho da graça de Deus nesta época. Todos serão ressuscitados na hora do arrebatamento de 1Tessalonissences 4. A segunda fase da primeira ressurreição inclui todos os que serão salvos pelo Evangelho do Reino durante o período da Grande Tribulação, a maioria dos quais será morta pelo seu testemunho na prova difícil que

será aquela época. 85

A teoria de Westwood não encontra sustentação bíblica

suficiente quando posta diante das seguintes verdades:

1- O arrebatamento será um evento exclusivo da igreja, pois,

em 1 Ts 4.16-17 Paulo fala de duas categorias de pessoas que serão

arrebatadas, as quais são: ―os que morreram em Cristo‖ (estes fazem parte da

igreja) e ―depois nós, os que ficarmos vivos‖. Note que o texto não fala de

nenhum salvo do Velho Testamento.

2- Israel nunca provou do Batismo do Espírito Santo, ato que

coloca o pecador ―em‖ Cristo, por isso, não deve ser colocado junto neste

evento.

3- Não é dada a Israel uma promessa arrebatamento assim

como é dado à Igreja.

4- Israel não entra nos planos dispensacionais exclusivos para

a Igreja, como o arrebatamento.

O resultado desta ressurreição;

Todos os que ressuscitarem nesta ocasião reinarão com Cristo

durante os mil anos: ―Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na

primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo

85 A Bendita Esperança – Tom Westwood – Pg. 38-39

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contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil

anos‖. Ap 20.6. 86

12.2 - A segunda ressurreição;

Como já foi mostrada, esta ressurreição acontecerá depois do

milênio, e farão parte dela todos os perdidos de todas as épocas. Assim mostra

Ap 20.5,11-14:

5 Os restantes dos mortos não reviveram até que se

completassem os mil anos. […] 11 Vi um grande trono branco e aquele que nele se assenta, de

cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. 12 Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, postos

em pé diante do trono. Então, se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto.

E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme

o que se achava escrito nos livros. 13 Deu o mar os mortos que nele estavam. A morte e o além

entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras.

14 Então, a morte e o inferno foram lançados para dentro do

lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. 87

O resultado desta ressurreição;

Os participantes desta ressurreição serão lançados no lago de

fogo. ―E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado

para dentro do lago de fogo.‖ Ap 20.15. 88

13 - O Milênio;

Ao findar a batalha do Armagedom (que acontecerá no final da

tribulação) a besta e o falso profeta serão presos e lançados vivos no lago de

fogo que arde com enxofre (Ap 19.20). Então um anjo que tem a chave do

abismo e uma grande cadeia na mão prenderá a Satanás e o amarrará por mil

anos, para que este não engane mais as nações até que se completem os mil

anos (Ap 20.1-3). Serão mil anos de paz, pois, O Cordeiro estará reinando.

86 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 87 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 88 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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13.1 - As teorias do milênio;

13.1.1 - O amilenismo;

Os defensores desta teoria negam que após a tribulação

haverá um período de mil anos em que Cristo será O Rei, e afirmam que o

milênio já está em vigor sendo que Cristo está reinando na vida dos crentes.

Charles C. Ryrie nos dá uma definição de amilenismo:

Amilenismo é a interpretação das últimas coisas que defende a inexistência de um milênio antes do fim do mundo. Defende que, até o final, haverá um desenvolvimento paralelo tanto do bem quanto do mal, do reino de Deus e do que pertence a Satanás. Após a Segunda Vinda de Cristo, no final do mundo, ocorrerá a ressurreição

generalizada e o juízo de todas as pessoas. 89

Há nesta teoria inúmeras razões pelas quais a mesma deve ser

rejeitada, vejamos algumas:

1) É dito em Ap 20.1-3 que antes do milênio Satanás será

preso, ficando nesta situação até o fim dos mil anos. Se a igreja já está no

milênio, por que Satanás anda em derredor do crente como se não estivesse

preso?

2) É dito em Is 45.23; 52.1,7-10; 66.17-23; Zc13.2 que a

adoração no milênio será uma adoração unificada, porém, o que vemos hoje é

um mundo dividido entre diversas crenças, religiões, seitas, de tal maneira que

podemos dizer que há uma adoração unificada no mundo.

3) Em Sf 3.9 é dito que no milênio haverá uma língua unificada.

Isto não é o que vemos hoje, visto que há no mundo milhares de dialetos

diferentes.

4) Conforme Is 33.24; Jr 30.17; Ez 34.16 no milênio não haverá

doença. Esta não é a realidade nos dias em que vivemos de um mundo que a

cada dia que se passam mais e mais doenças aparecem assustando e

contrariando a medicina.

89 Teologia Básica – Charles C. Ryrie – Pg. 517

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5) Jerusalém será no milênio a capital mundial, e todas as

nações subirão à ela para adorar, porém, tal verdade não é vista nos dias de

hoje.

6 ) É dito em Ap 20.4 que os que foram mortos por causa do

seu testemunho foram ressuscitados para reinarem com Cristo durante os mil

anos. Se já estamos no milênio, onde estão estes que ressuscitaram? Além do

mais, eles foram mortos por não aceitarem o sinal da besta, e onde está esta

―besta‖? Além de outras objeções, estas que foram apresentadas nos mostram

que não há fundamento bíblico para o amilenismo.

13.1.2 - O pós-milenismo;

Os defensores desta teoria situam a segunda vinda de Cristo e

a ressurreição de todos os mortos depois de um longo período chamado

milênio, mas, que não seriam necessariamente mil anos. ―Acreditam que com a

pregação do evangelho, o mundo irá melhorando até que o mal seja substituído

pelo bem, e assim Cristo virá‖ 90. Como também há alguns que defendem a

idéia de que a igreja irá passar pela tribulação. Loraine Boettner define esta

teoria:

Essa visão das últimas coisas que temos do reino de Deus está sendo estendida pelo mundo por meio da pregação do evangelho e da obra redentora do Espírito Santo no coração das pessoas, de modo que o mundo todo acabará cristianizado e a volta de Cristo deverá ocorrer no final de um longo período de justiça e de paz normalmente chamado de ―milênio‖ […]. A Segunda Vinda de Cristo será seguida, imediatamente, pela ressurreição generalizada, o juízo

geral e a introdução do céu e do inferno em sua plenitude. 91

Da mesma forma do amilenismo, o pós-milenismo não encontra

nas Escrituras uma sustentação saudável para as suas afirmações. Dizer que a

volta de Cristo será no final do milênio, é ignorar os seguintes fatos:

1) As Escrituras fazem diferença entre a vinda de Cristo para

arrebatar a Sua igreja, e a Sua vinda para estabelecer o Seu reino. Se Cristo já

está reinando, onde está o cumprimento da promessa do arrebatamento?

90 O Que Virá Após o Arrebatamento - (Elizeu Pereira Lopes) – Pg. 71 91 Teologia Básica – Charles C. Ryrie – Pg. 511

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2) As Escrituras falam de ―duas‖ ressurreições, sendo que uma

será antes do milênio, e a outra depois. Se Cristo voltará apenas após o

milênio, e se haverá apenas uma ressurreição e esta por sua vez generalizada,

então qual a necessidade de uma ―segunda‖ ressurreição?

3) As Escrituras fazem diferença entre o julgamento dos

crentes em Jesus Cristo (que será no Tribunal de Cristo), e os salvos do Velho

Testamento juntamente com os salvos da tribulação (que acontecerá após a

tribulação), e dos ímpios (que será no Grande Trono Branco logo após o

milênio). Desta forma, jamais poderá haver um único julgamento incluindo

todos os homens de todos os tempos.

4) Dizer que a igreja irá passar pela tribulação é negar o fato

que Cristo irá livrar a Sua noiva da ira vindoura (Rm 2.5; 5.9; 1Ts 1.10; 5.9).

Há varias outras objeções que nos mostram a fragilidade desta

teoria, portanto, tal teoria deve ser rejeitada.

13.1.3 - O pré-milenismo;

Esta teoria defende que a Segunda Vinda de Cristo (segunda

parte da Segunda Vinda) ocorrerá antes do milênio, acontecendo logo em

seguida, a primeira ressurreição (dos salvos do Velho Testamento e dos

mártires da tribulação), e o estabelecimento do reino com a chegada do

milênio. Esta é a interpretação mais óbvia, ou bíblica, sem espiritualizar os

textos, mostra de maneira clara,

simples e literal em sua forma de interpretar as profecias. De

fato devemos nos conter com as revelações que a Bíblia nos dá, e não

querermos afirmar aquilo que ela não afirma.

13.2 - Israel no milênio;

Paulo escreve: ―E assim, todo o Israel será salvo, como está

escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartará de Jacó as impiedades. Esta é

a minha aliança com eles, quando eu tirar os seus pecados‖ (Rm 11.26-27).

Este verso nos mostra que a nação de Israel será restaurada para a entrada no

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milênio, porém, todo o Israel que permanecer fiel. Vejamos o que Pentecost

comenta a respeito de Israel no milênio:

Israel se tornará súdito do governo do Rei (Is 9.6,7; 33.17,22; 44.6; Jr

23.5; Mq 2.13; 4.7; Dn 4.3; 7.14,22,27). Para ser súdito 1) Israel se

converterá e será reintegrado à terra, como já foi visto. 2) Israel será

reunido como nação (Jr 3.18; 33.14; Ez 20.40; 37.15-22; 39.25; Os

1.11). 3) A nação se unirá mais uma vez a Jeová por meio do

casamento (Is 54.1-17; 62.2-5; Os 2.14-23). 4) Israel será exaltado

acima dos gentios (Is 14.1,2; 49.22,23; 60.14-17;61.6,7). 5) Israel

será justificado (Is 1.25; 2.4; 44.22-24; 45.17-25; 48.17;55.7;

57.18,19; 63.16; Jr 31.11; 33.8; 50.20,34; Ez 36.25,26; Os 14.4; Jl

3.21; Mq 7.18,19; Zc 13.9; Ml 3.2,3). 6) A nação será testemunha de

Deus durante o milênio (Is 44.8,21; 61.6; 66.21; Jr 16.19-21; Mq 5.7;

Sf 3.20; Zc 4.1-7; 4.11-14; 8.23). 7) Israel será embelezado para

glorificar Jeová (Is 62.3; Jr 32.41; Os 14.5,6; Sf 3.16,17; Zc 9.16,17). 92

Durante muitos anos Israel esteve diante de nações que

desejaram o seu extermínio, porém, no milênio Deus colocará Israel no topo

das nações, de modo que Jerusalém será uma capital mundial onde todas as

nações levarão sua glória e honra a ela. O Templo será restaurado e a glória

de Deus estará ali (Ez 40.1-46.24). Ez 34.23 diz que Deus levantará Seu servo

Davi para ser príncipe no meio de Suas ovelhas, provavelmente Davi será

governador de Israel. Deus cumprirá Suas promessas que outrora fizera a

Israel.

13.3 - Os gentios no milênio;

Para que se entre no milênio, é preciso que haja conversão (Is

16.5; 18.7; 19.19-21,25; 23.18; 55.5,6; 56.6-8; 60.3-5; 61.8-9; Jr 3.17; 16.19-21;

Am 9.12; Ob 17.21), e isto não será diferente com os gentios que estiverem

vivos e entrarem no Milênio, os que ali estiverem estarão sujeitos Ao Rei Jesus,

de modo que as nações gentílicas serão servas de Israel (Is 14.1,2; 49.22,23;

60.14; 61.5; Zc 8.22,23).

13.4 - A igreja no milênio;

92 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 514

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A igreja estará no milênio como a Esposa do Cordeiro, e sendo

assim, ela reinará com Ele durante os mil anos, assim nos mostra Ap 5.9-10:

9 ―e entoavam novo cântico, dizendo:

Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação

10 e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e

reinarão sobre a terra.‖ 93

Não devemos nos esquecer de que todos os componentes da

igreja estarão com corpos glorificados. A habitação da igreja será na Nova

Jerusalém, mesmo ela não estando presente no milênio (ver sobre ―A Nova

Jerusalém‖ Pg. 119), devemos nos lembrar que corpos glorificados não se

limitam apenas à esfera natural, eles poderão ter acesso ao céu.

13.5 - A relação dos santos vivos e os santos ressurretos no milênio;

Tanto os santos do Velho Testamento quanto do Novo, e os da

tribulação, irão reinar com Cristo, tudo indica que todos estarão morando na

cidade celestial, a Nova Jerusalém, e reinando com Cristo aqui na terra. O

autor de Hebreus comenta no capítulo 11 algumas verdades que parecem

mostrar esta cidade sendo habitada por salvos tanto do Antigo como do Novo

Testamento e da tribulação.

13 Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas;

vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra.

14 Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria.

15 E, se, na verdade, se lembrassem daquela de onde saíram, teriam oportunidade de voltar.

16 Mas, agora, aspiram a uma pátria superior, isto é, celestial. Por isso, Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus, porquanto lhes preparou uma cidade…

39 Ora, todos estes que obtiveram bom testemunho por sua fé não obtiveram, contudo, a concretização da promessa,

40 por haver Deus provido coisa superior a nosso respeito,

para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados. 94

93 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 94 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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Quanto aos santos que estiverem ainda com os seus corpos

naturais, estarão aqui na terra e serão os súditos do reino, tanto judeus como

gentios, todos os que perseveraram até o fim, continuarão tendo filhos, e

voltarão a viver muitos anos como viviam os homens antes do dilúvio (Is

65.20). Se alguém não se submeter ao reino, a chuva não cairá sobre ele, e

pragas lhes sobrevirão;

16 ―Todos os que restarem de todas as nações que vieram

contra Jerusalém subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos.

17 Se alguma das famílias da terra não subir a Jerusalém, para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, não virá sobre ela a chuva.

18 Se a família dos egípcios não subir, nem vier, não cairá sobre eles a chuva; virá a praga com que o SENHOR ferirá as nações que não subirem a celebrar a Festa dos Tabernáculos‖. (Zc 14.16-18). 95

Desta maneira, o cumprimento das promessas nacionais a

Israel será realizado não em israelitas com corpos glorificados, mas sim no

Israel natural e salvo que ainda estará vivo por ocasião da Segunda Vinda de

Cristo para o estabelecimento do Seu reino.

Quanto aos ressurretos, estes não precisarão de meios de

transporte para se locomover de um lado para o outro, ―e nem de portas para

penetrarem em ambientes fechados‖ 96. Terão os seus corpos como o de Jesus

depois que foi ressuscitado:

―Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser. Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque haveremos de vê-lo como ele é.‖

1Jo 3.2. 97

13.6 - Alguns aspectos do milênio;

95 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00 96 O Que Virá Após o Arrebatamento - (Elizeu Pereira Lopes) – Pg. 73

97 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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A Bíblia nos dá vários detalhes acerca deste tempo, como por

exemplo a adoração, a paz, a alegria… Pentecost faz um esboço detalhado a

respeito:

A. ―Paz‖. O término da guerra pela unificação dos reinos do

mundo sob o reinado de Cristo, juntamente com a prosperidade

econômica resultante, visto que as nações não precisam dedicar

grandes proporções de dinheiro a armamentos, é um dos temas

principais dos profetas. A paz nacional e individual é fruto do reino do

Messias (Is 2.4; 9.4-7; 11.e 9; 32.17,18; 33.5,6; 54.13; 55.12; 60.18;

65.25; 66.12; Ez 28.26; 34.25,28; Os 2.18; Mq 4.2,3; Zc 9.10).

B. ―Alegria‖. A plenitude da alegria será marca característica da

era milenar (Is 9.3,4; 12.3-6; 14.7,8; 25.8,9; 30.29; 42.1,10-12; 52.9;

60.15; 61.7,10; 65.18,19; 66.10-14; Jr 30.18,19; 31.13,14; Sf 3.14-17;

Zc 8.18,19; 10.6,7).

C. ―Santidade‖. O reino teocrático será um reino santo, no qual

a santidade é manifesta por meio do Rei e de seus súditos. A terra

será santa, a cidade será santa, o templo será santo e os súditos

serão santos no Senhor (Is 1.26,27; 4.3,4; 29.18-23; 31.6,7; 35.8,9;

52;1; 60.21; 61.10; Jr 31.23; Ez 36.24-31; 37.23,24; 43.7-12; 45.1;

Jl 3.21; Sf 3.11,13; Zc 8.3; 13.1,2; 14.20,21).

D. ―Glória‖. Será um reino glorioso, no qual a glória de Deus

encontrará plena manifestação (Is 24.23; 4.2; 35.2; 40.5; 60.1-9).

E. Consolo. O Rei ministrará pessoalmente a todas as

necessidades, a fim de que haja pleno consolo naquele dia (Is 12.1,2;

29.22,23; 30.26; 40.1,2; 49.13; 51.3; 61.3-7; 66.13,14; Jr 31.23-25;

Sf 3.18-20; Zc 9.11,12; Ap 21.4).

F. ―Justiça‖. Haverá administração de justiça perfeita a cada

indivíduo (Is 9.7; 11.5; 32.16; 42.1-4; 65.21-23; Jr 23.5; 31.23;

31.29,30).

G. Pleno conhecimento. O ministério do Rei levará os súditos

do reino ao pleno conhecimento. Sem dúvida haverá um ensinamento

sem paralelo do Espírito Santo (Is 11.1,2,9; 41.19,20; 54.13; Hc 2.14).

H. ―Instrução‖. Esse conhecimento será dado pela instrução

que emana do Rei (Is 2.2,3; 12.3-6; 25.9; 29.17-24; 30.20,21; 32.3,4;

49.10; 52.8; Jr 3.14,15; 23.1-4; Mq 4.2).

I. ―A retirada da maldição‖. A maldição original colocada sobre

a criação (Gn 3.17-19) será eliminada, de modo que haverá

produtividade abundante na terra. A criação animal será

transformada, animais nocivos perderão o veneno e a ferocidade

(Is 11.6-9; 35.9; 65.25).

J. “A doença será eliminada.‖ O ministério de curas do Rei

será observado em toda a era, assim a doença e até mesmo a morte,

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exceto como medida de castigo de pecado público, serão eliminadas

(Is 33.24; Jr 30.17; Ez 34.16).

L. ―Cura dos deformados‖. Acompanhando esse ministério

haverá cura de toda a deformidade na instituição do milênio (Is 29.17-

19; 35.3-6; 61.1,2; Jr 31.8; Mq 4.6,7; Sf 3.19).

M. “Proteção‖. Haverá uma obra sobrenatural de preservação

da vida na era milenar por intermédio do Rei (Is 41 .8-14; 62.8,9;

Jr 32.27; 23.6; Ez 34.27; Jl 3.16,17; Am 9.15; Zc 8.14,15; 9.8;

14.10,11).

N. ―Liberdade em relação à opressão‖. Não haverá opressão

social, política nem religiosa naquele dia (Is 14.3-6; 42.6,7; 49.8,9;

Zc 9.11,12).

O. ―Ausência de imaturidade‖. A idéia parece ser de que não

haverá tragédias de corpos e mentes fracas e débeis naquele dia (Is

65.20). A longevidade será restaurada.

P. ―Reprodução dos povos vivos‖. Os santos que entrarem no

milênio com seus corpos naturais terão filhos durante o período. A

população da terra aumentará. Os nascidos no milênio ainda

possuirão a natureza pecaminosa; logo, a salvação será necessária

(Jr 30.20; 31.29; Ez 47.22; Zc 10.8).

Q. “Trabalho‖. O período não será caracterizado por

inatividade, mas haverá um sistema econômico perfeito, no qual as

necessidades do homem serão abundantemente providas pelo seu

trabalho naquele sistema, sob a direção do Rei. Haverá uma

sociedade plenamente produtiva, suprindo as necessidades dos

súditos do Rei (Is 62.8,9; 65.21-23; Jr 31.5; Ez 48.18,19). A

agricultura bem como a manufatura proverão empregos.

R. ―Prosperidade econômica‖. A perfeita situação de trabalho

trará uma economia abundante, de modo que não haverá falta ou

necessidade (Is 4.1; 35.1,2; 30.23-25; 62.8,9; 65.21-23; Jr 31.5,12;

Ez 34.26; Mq 4.1,4; Zc 8.11,12; 9.16,17; Ez 36.29,30; Jl 2.21-27; Am

9.13,14).

S. ―Aumento da luz‖. Haverá aumento da luz solar e lunar

nessa era. O aumento de luz provavelmente será a causa do

aumento da produção na terra (Is 4.5; 30.26; 60.19,20; Zc 2.5).

T. ―Língua unificada‖. As barreiras lingüísticas serão desfeitas,

a fim de que haja livre comunicação social (Sf 3.9).

U. ―Adoração unificada‖. Todo o mundo se unirá na adoração a

Deus e ao Messias (Is 45.23; 52.1,7-10; 66.17-23; Zc 13.2; 14.16;

8.23; 9.7; Sf 3.9; Ml 1.11; Ap 5.9-14).

V. ―A presença manifesta de Deus‖. A presença de Deus será

plenamente reconhecida e a comunhão com Ele será experimentada

em uma dimensão sem igual (Ez 37.27,28; Zc 2.2,10-13; Ap 21.3).

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X. ―A plenitude do Espírito‖. A presença e a capacitação divina

serão a experiência de todos que estiverem sujeitos à autoridade do

Rei (Is 32.13-15; 41.1; 44.3; 59.19,21; 61.1; Ez 36.26-27; 37.14;

39.29; Jl 2.28,29; Ez 11.19,20).

Z. ―A perpetuidade do estado milenar‖. O que caracteriza a era

milenar não é visto como temporário, mas eterno (Jl 3.20; Am 9.15;

Ez 37.26-28; Is 51.6-8; 55.3,13; 56.5; 60.19,20; 61.8; Jr 32.40; Ez

16.60; 43.7-9; Dn 9.24; Os 2.19-23). 98

Também é dito que os que morrerem com cem anos serão

tidos por jovens, e o pecador que não alcançar cem anos será considerado

amaldiçoado (IS 65.20). Os animais que hoje são perigosos como o leão, o

lobo, a cobra além de outros, no período milenar todos serão mansos

(Is 11.6-8; 65.25).

A terra voltará a produzir com o mesmo vigor que tinha quando

fora criada, e nunca faltará colheita nas plantações, e não mais haverá

espinhos e pragas para perturbar a vida humana:

―Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que o que lavra segue logo ao que ceifa, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente; os montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão.‖ (Am 9.13).

13.7 - Últimos acontecimentos do milênio;

Satanás será solto;

3… Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo. 7 Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será

solto da sua prisão 8 e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da

terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como a areia do mar.

9 Marcharam, então, pela superfície da terra e sitiaram o acampamento dos santos e a cidade querida; desceu, porém, fogo do céu e os consumiu.

10 O diabo, o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos

dos séculos. 99

Por um curto espaço de tempo Satanás será solto no final do

milênio, ele seduzirá as nações para cercarem Jerusalém e destruí-la, todos os

98 Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Pg. 496-498 99 Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

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rebeldes, ou todas as nações que não estiverem de acordo com o reino se

ajuntarão a ele, contudo, todos serão consumidos pelo fogo que descerá do

céu.

Esta ―peleja‖ é chamada de Gogue e Magogue, a qual não é a

mesma de Ez 38. Após a batalha Satanás será lançado para dentro do lago de

fogo e enxofre, onde já estão a besta e o falso profeta. Ali ficarão e não mais

sairão.

14 - O grande trono branco;

Trata-se do juízo final, o dia em que Deus irá julgar todos os

homens ímpios. Jesus disse que ―de toda palavra frívola que os homens

proferirem, dela darão conta no dia do juízo‖ (Mt 12.36-37).

Neste julgamento só comparecerão os perdidos, todos eles, de

todas as épocas estarão ali para receberem a sua sentença. Livros serão

abertos, nestes livros estarão registrados todos os atos que os homens

cometeram enquanto vivos:

―… E os mortos foram julgados, segundo as suas obras,

conforme o que se achava escrito nos livros.‖ (Ap 20.12b). 100

―Todo aquele que não foi achado inscrito no livro da vida, foi lançado no lago de fogo;‖ (Ap 20.15).

15 - A Nova Jerusalém Ap 21;

Quando ela virá?

1 Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira

terra passaram, e o mar já não existe.

2 Vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do

céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para o seu

esposo.

3 Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o

tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles

serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles.

4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não

existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras

coisas passaram.

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5 E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço

novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas

palavras são fiéis e verdadeiras.

6 Disse-me ainda: Tudo está feito. Eu sou o Alfa e o Ômega, o

Princípio e o Fim. Eu, a quem tem sede, darei de graça da fonte da

água da vida.

7 O vencedor herdará estas coisas, e eu lhe serei Deus, e ele

me será filho.

8 Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos

abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos

idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago

que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte. 101

Este é um assunto que tem encontrado bastante dificuldade

para compreensão, no entanto, não deve por isso ser ignorado, tentaremos

fazer aqui, uma breve explanação acerca desta verdade.

Muitos comentaristas veem a Nova Jerusalém no início do

milênio, porém, há diversas razões para não crermos assim, dentre elas

vejamos a seguinte lista:

1) Ao findar o capítulo 20 falando do Grande Trono Branco

João continua numa sequência e fala agora do estado eterno, isto é visto

claramente na expressão ―novo céu e nova terra‖, agora ―tudo‖ se fez novo e o

primeiro céu e a primeira terra ―passaram‖. Isto não pode ser no milênio, pois,

já que a terra e o céu só serão feitos ―novos‖ no final dos mil anos, a expressão

―tudo‖ não se encaixaria aqui (2Pe 3.10-13).

Seguindo a mesma sequência ele fala no verso 2 que viu a

cidade santa, a nova Jerusalém, e no verso 4 nos é mostrado que a morte já

não existirá, nem o pranto, nem a dor, e a razão disto é que as ―primeiras‖

coisas já ―passaram‖. Isto não pode ser durante o milênio, pois, no milênio

haverá morte (Is 65.20).

No verso 5 é visto mais uma vez a expressão ―toda‖, mostrando

que não resta nada para ser feito. Isto não pode se aplicar ao milênio.

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2) Pela terceira vez é visto a expressão ―tudo‖, desta vez no

verso 6 sendo seguida da expressão ―Alfa e ômega‖, que da a idéia de começo

ou fim, não resta dúvidas que esta se tratando do fim, pois, ―tudo está feito‖.

3) Os versos 7e 8 mostram claramente que este acontecimento

se dará no final do milênio, isto é visto pelo fato de que a ―segunda morte‖ será

após o Trono Branco. É mostrado quem herdará estas coisas, e da mesma

forma quem não herdará. O fato de os ímpios não poder entrar não significa

que ela está no milênio, mas, que após o julgamento do Grande Trono Branco

os ímpios poderão até ver sua chegada, mas, jamais entrar, pois, seus nomes

não estão inscritos no Livro da Vida, (o qual só será aberto no juízo final) e

serão lançados no lago de fogo. Porém, neste mesmo livro estão os nomes dos

salvos, os quais entrarão (Ap 21.27).

4) No milênio ―a luz da lua será como a do sol, e a do sol sete

vezes maior, como a luz de sete dias…‖ (Is 30.26), desta forma qual a

necessidade deste aumento de luz, visto que o verso 24 mostra as nações

andando à sua luz, isto não faz sentido para o milênio.

5) Em Ez 47 é visto que na Jerusalém terrena haverá árvores

cujas folhas servirão para remédio. Se na Jerusalém terrena haverá tal

providência, e se a nova Jerusalém estará no milênio, então qual a

necessidade de nela também haver uma árvore com tais benefícios? (Ap 22.2).

Alguns comentaristas usam a expressão ―cura das nações‖

para provar que o texto se refere ao milênio, visto que no estado eterno não

haverá doença. Porém, esta expressão não necessariamente indica presença

de doença, assim explica Champlin:

… ―as folhas‖… para a cura dos povos…Isso poderia ter o intuito de

ser declaração paralela de Ap 7:9. Os ―mártires‖ virão de cada tribo e

nação. Sofreram grandemente, tendo perdido a própria vida.

Abusaram deles. Mas agora, no estado eterno, cada ferida sua foi

curada, cada perda foi revertida. Verdadeiramente, foram ―curados‖,

tendo acesso às folhas da árvore da vida. Por toda a história da

humanidade, plantas, ervas e folhas têm sido usadas com sucesso

para a cura de enfermidades e mazelas, e esta é a alusão que há

aqui. As ―nações‖ envolvidas outrossim poderiam ser aquelas

mencionadas em 21:24,26, os humanos ―imortais‖ que habitarão na

―nova terra‖, dotados de uma redenção inferior. Esses benefícios

também se derivam da ―árvore da vida‖, e não meramente aqueles

que terão a redenção superior da Nova Jerusalém. A metáfora não

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subentende que ―tem algo que os cure‖, mas antes, que permanecem

em estado saudável, desfrutando de boa saúde em plena

imortalidade, porquanto receberam acesso à fonte da vida que há em

Cristo, simbolizada pela ―árvore‖.

6) A expressão ―reinarão para todo o sempre‖ é notável para o

momento, pois, em Ap 20.4 é dito que os santos glorificados reinarão com

Cristo por ―mil anos‖, porém, aqui é mostrado que no estado eterno o reino não

será limitado a mil anos, mas, ―para todo o sempre‖ (Ap 22.5).

Desta forma, fica evidente que a santa cidade, a Nova

Jerusalém, só virá após o milênio, no início do Estado Eterno.

Suas características;

9 Então, veio um dos sete anjos que têm as

sete taças cheias dos últimos sete flagelos e falou comigo, dizendo:

Vem, mostrar-te-ei a noiva, a esposa do Cordeiro;

10 e me transportou, em espírito, até a uma grande e elevada

montanha e me mostrou a santa cidade, Jerusalém, que descia do

céu, da parte de Deus,

11 a qual tem a glória de Deus. O seu fulgor era semelhante a

uma pedra preciosíssima, como pedra de jaspe cristalina. […].

22 Nela, não vi santuário, porque o seu santuário é o Senhor,

o Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro.

23 A cidade não precisa nem do sol, nem da lua, para lhe

darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a

sua lâmpada.

24 As nações andarão mediante a sua luz, e os reis da terra

lhe trazem a sua glória.

25 As suas portas nunca jamais se fecharão de dia, porque,

nela, não haverá noite.

26 E lhe trarão a glória e a honra das nações.

27 Nela, nunca jamais penetrará coisa alguma contaminada,

nem o que pratica abominação e mentira, mas somente os inscritos

no Livro da Vida do Cordeiro. 102

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Sobre este assunto cremos que as descrições bíblicas são

suficientes para entendermos aquilo que aprouve a Deus revelar-nos, portanto,

evitaremos entrar em especulações acerca desta tão gloriosa cidade.

16 - O Estado Eterno

São poucas as informações que temos a respeito deste assunto,

contudo, podemos fazer uma pequena lista dos detalhes que nos foram revelados:

a) será depois do Grande Trono Branco;

b) todas as coisas perecerão pelo fogo e serão feitas novas (2Pe

3.11-12; Ap 21.1,5);

c) não haverá morte, nem pranto, nem clamor, nem dor e nem

maldição (Ap 21.4; 22.3);

d) jamais haverá lembranças das coisas passadas (Is 65.17);

e) Deus habitará com os homens e será tudo em todos (1Co 15.28;

Ap 21.3).

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CONCLUSÃO

Diante das verdades explanadas, fica claro o fato de que um dia, e não tão distante, O

Filho do Homem romperá os céus em busca de Sua noiva. Ai daquele que não estiver

no sangue do Cordeiro, dias amargos será.

Ainda que os homens ímpios vivam como se nunca fossem prestar

contas de seus atos, um dia terão de comparecer diante do Reto Juiz. Deus não

deixará impunes as obras feitas por homens ímpios.

Quanto aos crentes em Jesus Cristo, a promessa de Sua vinda é

como o destilar dos favos, um refrigério para a alma cansada e abatida, será o dia

mais glorioso para a vida do crente, o dia em que com o Seu Senhor se encontrar, ver

em Suas mãos as marcas dos cravos, que sofreu para lhe salvar, e ouvir as doces

palavras de seu Mestre: ―Bem está, servo bom e fiel‖.

Caro amigo, Deus nunca falhou com Suas promessas, e é certo que

não falhará com as que estão reservadas para o futuro, como estará você quando

estes dias chegarem? Seguro em Jesus Cristo, ou a mercê dos terríveis julgamentos

divino? Há dentre as muitas promessas divinas, uma que está para o presente, que

pode ser alcançada hoje nesse exato momento, e que definirá o teu destino, Jesus

disse que: ―… Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para

que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.‖ ―Em verdade, em

verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a

vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.‖ Crê no

Senhor Jesus e serás salvo.

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BIBLIOGRAFIA

Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa

Manual de Escatologia – J. Dwight Pentecost – Vida

Enciclopédia Eletrônica Barsa

Apostila de Escatologia do Instituto Bíblico Maranata – Jaiderson E. Marçal

As Setentas Semanas de Daniel – Alva J. McClain – Imprensa Batista Regular

Ressurreição do Corpo –Richard W. de Haan; Paul. Van Gorder – Imprensa Batista

Regular

Vem Depressa Senhor Jesus - Charles C. Ryrie – Chamada da Meia-Noite

O CRENTE PODE PERDER A SALVAÇÃO? – ANÍBAL P. REIS – EDIÇÕES

CAMINHO DE DAMASCO

Teologia Sistemática – Lewis Sperry Chafer – HAGNOS

Internet Doutrina do Arrebatamento – 1997– Luiz H. L´Astorina

Comentário do Novo Testamento – R. N. Champlin – HAGNOS

Versão Almeida Revista e Atualizada – BOL MA 3.00

A visão de PATMOS – Orlando Boyer – Empreendimentos Evangélicos

Exposição de Apocalipse – Donald D. Turner – Imprensa Batista Regular

Enciclopédia de Bíblia e Filosofia - Vl. 1 – R. N. Champlin – HAGNOS

Apocalipse Introdução e Comentário – George Eldon Ladd – Mundo Cristão

Apostila de Escatologia – Paulo C. Guiley

Tese – Pedro Paulo Benites Pestana

O Que Virá Após o Arrebatamento? – Eliseu Pereira Lopes – Associação Religiosa

Imprensa da Fé

A Bendita Esperança – Tom Westwood –

Teologia Básica – Charles C. Ryrie –

APOCALIPSE: O DRAMA DOS SÉCULOS – Herbert Lockyer – vida

A Mensagem de Apocalipse – Michael Wilcock - ABU

COMENTÁRIO DE RITCHIE – Vl. 7 – 1 Coríntios – Versículo por versículo

O anticristo e Armagedom – Ricardo de Haan – Imprensa Batista Regular

Apocalipse Estudo Bíblico – Irving L. Jensen – Mundo Cristão.