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Data emissão: 2015-11-12 Pag. 1 de 1
Hemoglobina Glicada
(HbA1c)
(sangue total)
Descrição A hemoglobina glicada resulta da reação não enzimática entre a glicose circulante e
os resíduos N-terminais da valina das cadeias beta da molécula tetramérica da
hemoglobina, incluindo a que também pode estar glicada nos resíduos de lisina
(rearranjo estável e irreversível cetoaminado de Amadori). Embora a HbA1c diga
respeito apenas à HbA, o processo de glicação pode envolver as cadeias beta das
variantes de Hb, designadamente da HbS, HbC, HbD-Punjab e HbO-Árabe.
Cerca de 50% do valor da HbA1c é condicionado pela concentração média da
glicemia dos últimos 30 dias e apenas 25% pela dos últimos dois meses. Os seus valores
refletem a glicemia média (estimada) dos últimos 2 a 4 meses.
Valor semiológico A determinação da HbA1c tem o seu principal valor semiológico no diagnóstico
(HbA1c: ≥ 6,5%) e na identificação dos doentes com risco elevado de diabetes mellitus
(DM) tipo 2 designado por pré-diabetes (HbA1c: entre 5,7 e 6,4%), no prognóstico e na
monitorização da evolução clínica e da adequabilidade da terapêutica instituída
(objetivo terapêutico: <7,0 ou ≤ 6,5% de acordo com o critério clínico adotado).
Informação adicional A HbA1c tem caracteristicamente uma variabilidade fisiológica pré-analítica,
apresentando um coeficiente de variação biológico intraindividual normal de 1,9%, de
4,3% nos doentes com diabetes mellitus tipo 1 e de 8,8% nos que têm diabetes mellitus
tipo 2.
De acordo com o tipo de ensaio laboratorial utilizado os seus valores podem sofrer
interferências positivas (falsos resultados elevados em relação aos valores reais) ou
negativas (falsos resultados diminuídos em relação aos valores reais) nos doentes
urémicos (hemoglobina carbamilada), com hemoglobinopatias (exemplo: HbS e HbC) e
outras anemias hemolíticas, anemia ferropénica, intoxicação pelo chumbo, consumo
excessivo de bebidas alcoólicas, salicilatos, ácido ascórbico (vitamina C) ou vitamina E,
e hipertrigliceridemia. No caso particular dos ensaios imunoquímicos, os anticorpos
endógenos (autoanticorpos presentes nas doenças autoimunes e específicos
antianalitos, anticorpos heterófilos dos quais fazem parte o fator reumatóide e
anticorpos humanos anti-animais) que podem ser da classe IgG, IgA, IgM ou, mais
raramente, IgE e cuja prevalência na população em geral é de cerca de 40% podem
estar na origem de interferências positivas (falsos resultados elevados) ou negativas
(falsos resultados diminuídos) em relação ao valor real. As situações clínicas e as
circunstâncias que favorecem o aparecimento dos anticorpos endógenos e o tipo de
interferências que induzem estão associadas frequentemente com doenças autoimunes
(exemplos: artrite reumatóide, lupus eritematoso sistémico e outras colagenoses),
doenças inflamatórias do intestino (exemplos: doença de Crohn e colite ulcerosa),
doenças imunoalérgicas, vacinações, imunoterapia, infeções virais e bacterianas,
exposição prolongada a proteínas animais (social, profissional, ocupacional,
terapêutica ou de outra natureza), regimes alimentares especiais, transfusões de sangue
ou dos seus derivados plasmáticos, transplante de órgãos, fármacos, substâncias ativas
usadas ou consumidas no âmbito das medicinas alternativas ou da doença da adição,
neoplasias das células linfóides B, hemodiálise, transferência materno-fetal, gravidez e
período de aleitamento materno.