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FACULDADES INTEGRADAS DO EXTREMO SUL DA BAHIA
KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS
HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA
EUNAacutePOLIS BA
2018
KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS
HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem Orientadora Profordf Me Renata Soares Passinho
EUNAacutePOLIS BA
2018
KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS
HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem
Profordf Me Renata Soares Passinho (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Prof EspDiego Da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia) ProfEsp Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Profordf Esp Maria Cristina Marques
Coordenadora do Curso de Enfermagem
Eunaacutepolis - BA 10042018
AGRADECIMENTOS
O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios
planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de
gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e
amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente
com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o
impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute
inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves
por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia
maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas
vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de
lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo
disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada
obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo
EPIacuteGRAFE
Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si
proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as
coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa
na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha
ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades
satildeo natas de um futuro grande homem
RESUMO
A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS
HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem Orientadora Profordf Me Renata Soares Passinho
EUNAacutePOLIS BA
2018
KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS
HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem
Profordf Me Renata Soares Passinho (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Prof EspDiego Da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia) ProfEsp Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Profordf Esp Maria Cristina Marques
Coordenadora do Curso de Enfermagem
Eunaacutepolis - BA 10042018
AGRADECIMENTOS
O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios
planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de
gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e
amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente
com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o
impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute
inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves
por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia
maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas
vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de
lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo
disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada
obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo
EPIacuteGRAFE
Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si
proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as
coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa
na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha
ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades
satildeo natas de um futuro grande homem
RESUMO
A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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KALIANDRA SAMPAIO DOS SANTOS
HIGIENE ORAL DOS PACIENTES COM INTUBACcedilAtildeO OROTRAQUEAL NA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA
REVISAtildeO INTEGRATIVA DA LITERATURA
Trabalho de Conclusatildeo de Curso apresentado ao curso de Enfermagem das Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia como requisito final para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de Bacharel em Enfermagem
Profordf Me Renata Soares Passinho (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Prof EspDiego Da Rosa Leal (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia) ProfEsp Francis Celi Pinheiro Mendes (Faculdades Integradas do Extremo Sul da Bahia)
Profordf Esp Maria Cristina Marques
Coordenadora do Curso de Enfermagem
Eunaacutepolis - BA 10042018
AGRADECIMENTOS
O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios
planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de
gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e
amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente
com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o
impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute
inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves
por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia
maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas
vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de
lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo
disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada
obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo
EPIacuteGRAFE
Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si
proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as
coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa
na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha
ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades
satildeo natas de um futuro grande homem
RESUMO
A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
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hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
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que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
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Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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AGRADECIMENTOS
O que eacute o FUTURO A depender da perspectiva pode parecer algo tatildeo distante ou somente uma palavra para definir o que eacute quase inalcanccedilaacutevel Este eacute o meu futuro Foram dias intensos que me tornaram algueacutem melhor pronta para novos desafios
planos e metas Foram cinco anos almejando que esse futuro se fizesse presente o quanto antes Hoje com laacutegrimas transcorrendo dos olhos e com um senso de
gratidatildeo imensuraacutevel trago agrave tona a melhor de minhas emoccedilotildees recordando pessoas que foram parte essencial dessa jornada Sou indescritivelmente grata agrave minha voacute Raymunda Oliveira Dias que fez de mim seu reflexo na arte de cuidar e
amar e a saber o real sentido do amor Meu muito obrigada ldquoMAtildeErdquo Donatto Sampaio Checon meu filho por abdicar de todos os prazeres de uma matildee presente
com toda compreensatildeo entendimento e amor possiacuteveis Sou grata ao pai do meu filho e hoje meu grande amigo Joseacute Donato Checon da Costa que foi o
impulsionador do meu sonho e grande responsaacutevel pela meta alcanccedilada e que independentemente das mudanccedilas da vida soube se fazer presente sendo alicerce e parceiro Jamais poderia deixar de citar minha grande amiga Giselle pelo pontapeacute
inicial o apoio nos momentos de desespero e pela alegria genuiacutena ao me ver vencer cada batalha Reconheccedilo as palavras de motivaccedilatildeo e a confianccedila no meu potencial que Carolzinha e ldquoTia Maggyrdquo me ofertaram Minha amiga Maacutercia Alves Gonccedilalves
por dedicar horas para me ajudar na produccedilatildeo deste trabalho Minha eterna gratidatildeo Maacutercia sem vocecirc eu natildeo teria conseguido Por uacuteltimo e natildeo menos importante aos professores Johan Samira Cybelle Gislaine Francis e Diego por toda paciecircncia
maestria competecircncia parceria e amizade durante todo o curso Minha eterna gratidatildeo A presidente da Faculdade Ademildes Maria Alves da Silva por diversas
vezes me ensinar na praacutetica que justiccedila compromisso disciplina e regras podem ser aplicados com coerecircncia humanismo e amor obrigada por ser exemplo de
lideranccedila levarei essas liccedilotildees pra vida agrave minha orientadora Me Renata Soares Passinho por toda paciecircncia dedicaccedilatildeo comprometimento atenccedilatildeo
disponibilidade e apoio Aos que natildeo pude citar na imensidatildeo ainda que limitada das palavras deixo minha enorme gratidatildeo e carrego comigo a certeza de que cada
obstaacuteculo vencido fez de mim a mulher e profissional que o futuro vislumbrado exige Esse meu futuro natildeo eacute ponto final e sim recomeccedilo
EPIacuteGRAFE
Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si
proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as
coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa
na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha
ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades
satildeo natas de um futuro grande homem
RESUMO
A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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EPIacuteGRAFE
Um dia vocecirc tem tipo um click Vocecirc percebe o que eacute importante e o que natildeo eacute Vocecirc aprende a se incomodar menos sobre o que os outros pensam de vocecirc e mais sobre o que pensa de si
proacuteprio Vocecirc percebe o quatildeo longe vocecirc chegou e de quantas vezes pensou como as
coisas estavam tatildeo confusas e vocecirc natildeo conseguia encontrar uma saiacuteda Entatildeo ldquovocecirc sorri porque vocecirc estaacute realmente orgulhoso de si mesmo e da pessoa
na qual vocecirc lutou para se tornarrdquo Autor Desconhecido
DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha
ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades
satildeo natas de um futuro grande homem
RESUMO
A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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39
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DEDICATOacuteRIA
Dedico este trabalho ao meu filho Donatto Sampaio Checon que mesmo enquanto muito pequeno soube entender a minha
ausecircncia e renovar minhas forccedilas a cada reencontro a cada abraccedilo repleto de saudade e compreensatildeo cujas qualidades
satildeo natas de um futuro grande homem
RESUMO
A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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40
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RESUMO
A realizaccedilatildeo da higiene oral eacute uma teacutecnica que tem se mostrado eficaz para a manutenccedilatildeo da sauacutede e do conforto dos pacientes pois essa contribui para a diminuiccedilatildeo de taxa de morbimortalidade e de permanecircncia no leito O objetivo geral deste trabalho foi investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral pela equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal internados em Unidade de Terapia Intensiva e a evoluccedilatildeo destes com a praacutetica correta desse procedimento Deste modo a pergunta norteadora dessa revisatildeo foi apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene oral em pacientes assistidos em unidades de terapia intensiva e submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal as equipes de enfermagem realizam a higiene oral adequadamente A metodologia utilizada foi a revisatildeo integrativa da literatura atraveacutes da realizaccedilatildeo de uma busca entre agosto de 2017 a outubro de 2017 nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciecircncias da Sauacutede e Medical Literature Analysis and Retrieval System Online Os resultados encontrados a partir dos artigos revisados apontaram que embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da relevacircncia da realizaccedilatildeo da higiene oral nos pacientes intubados natildeo haacute comprovaccedilatildeo de que essa tarefa seja realizada de forma eficaz nos registros de prontuaacuterio dos pacientes Nesse sentido conclui-se que a higiene oral natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque as enfermeiras intensivistas natildeo tecircm tempo suficiente para realizar o procedimento Deste modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode trazer consequecircncias graves para a sauacutede do doente Assim ao se estabelecer um protocolo e treinamento com a equipe seraacute possiacutevel reduzir os iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica pois o esclarecimento sobre a importacircncia do procedimento contribui para a adesatildeo por parte da equipe de enfermagem Descritores Higiene Oral Unidade de Terapia Intensiva Intubaccedilatildeo Endotraqueal Enfermeiras e Enfermeiros Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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LISTA DE ILUSTRACcedilOtildeES
Figura 01 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados 20
Figura 02 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos
incluiacutedos na revisatildeo integrativa 26
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa 28
LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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LISTA ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN - Conselho Federal de Enfermagem
HO - Higiene Oral
IOT - Intubaccedilatildeo endotraqueal
OMS - Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede
PAVM - Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
PE - Processo de Enfermagem
SAE ndash Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem
UTI - Unidades de Terapia Intensiva
UI ndash Unidade de Internaccedilatildeo
SCP ndash Sistema de Classificaccedilatildeo de Pacientes
SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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SUMAacuteRIO
1INTRODUCcedilAtildeO 11
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO 11
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA 12
2 REVISAtildeO DE LITERATURA 14
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA 14
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL 15
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO A INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL 17
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA
OREM 21
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM 22
3 OBJETIVOS 25
31 OBJETIVO GERAL 25
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS 25
4 METODOLOGIA 26
5 RESULTADO27 6 DISCUSSAtildeO 32
7CONCLUSAO 37
REFEREcircNCIAS 38
11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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11
1INTRODUCcedilAtildeO
11 APROXIMACcedilAtildeO COM A TEMAacuteTICA DE ESTUDO
As unidades de terapia intensiva (UTI) satildeo destinadas agraves necessidades de
atendimento do paciente cujo estado demanda assistecircncia e observaccedilatildeo contiacutenua
dos profissionais de sauacutede que atuam na aacuterea Dentre as principais necessidades de
atenccedilatildeo aos pacientes nesse estado o cuidado com a sauacutede da boca eacute muito
relevante considerando a condiccedilatildeo debilitada e os riscos de que esses pacientes
adquiram processos infecciosos que podem causar a sua morte (ZANEI et al 2016)
O paciente internado submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal (IOT) em UTI precisa de
cuidados de caraacuteter multidisciplinar no entanto cabe aos enfermeiros manter e
proporcionar a manutenccedilatildeo da sua sauacutede bucal Isto pois o cuidado preciso e
adequado com a higiene bucal se tornou inerente na prevenccedilatildeo de processos
infecciosos e na diminuiccedilatildeo do nuacutemero de oacutebitos decorrentes destes processos
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
A Organizaccedilatildeo Mundial da Sauacutede (OMS 2014) estimou que 25 das mortes
ocorridas no mundo satildeo causadas por infecccedilotildees respiratoacuterias em UTI nas quais a
maioria destas infecccedilotildees estaacute associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Para a OMS os
casos de mortalidade no mundo em que haacute ocorrecircncia de pneumonia associada agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM) podem variar de 20 a 60 Esse resultado reflete
principalmente em virtude da doenccedila de base do paciente bem como a
particularidade da populaccedilatildeo estudada a falecircncia dos oacutergatildeos e do agente etioloacutegico
enredado
As infecccedilotildees respiratoacuterias que se podem prevenir na maioria das vezes estatildeo
atreladas agrave utilizaccedilatildeo de equipamentos ou algum tipo de procedimento peculiar
proporcionando em seu iniacutecio algum evento provavelmente mutaacutevel Destarte eacute
atribuiacuteda falha na atenccedilatildeo e no cuidado que eacute dispensado ao paciente tendo como
principal consequecircncia o aumento exagerado de microrganismos contraiacutedos durante
a internaccedilatildeo na UTI (CAVALCANTE et al 2000)
12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
13
hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
15
que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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12
Neste contexto o ato de cuidar do paciente criticamente enfermo submetido agrave IOT jaacute
faz parte da rotina do trabalho dos enfermeiros Poreacutem tem-se percebido a
necessidade de compreender meacutetodos de prevenccedilatildeo que podem ser realizados
atraveacutes do correto procedimento de higiene bucal para evitar que haja frequentes
infecccedilotildees ocorridas devido agrave presenccedila de bacteacuterias acometidas na regiatildeo oral do
paciente bem como da averiguaccedilatildeo da higienizaccedilatildeo bucal efetiva e sua devida
realizaccedilatildeo pelos enfermeiros (ZANEI et al 2016)
12 PROBLEMATIZACcedilAtildeO E JUSTIFICATIVA
A realizaccedilatildeo desta pesquisa justifica-se pela necessidade da realizaccedilatildeo correta do
procedimento de higiene oral pelos enfermeiros buscando evitar a ocorrecircncia de
infecccedilotildees bacterianas na regiatildeo oral do paciente internado na UTI A correta higiene
oral do paciente sob IOT eacute imperativa para que se possa manter a seguranccedila a
sauacutede do internado haja vista a alta mortalidade decorrente de doenccedilas
respiratoacuterias adquiridas por vias orais nessas situaccedilotildees
Natildeo se pode esquecer que pacientes internados em UTI necessitam de cuidados
constantes e especiais no sentido de tratar tanto dos problemas que ocasionaram a
sua internaccedilatildeo quanto agrave relevacircncia dos cuidados com os sistemas e oacutergatildeos que se
encontram em bom funcionamento mas que se faz imprescindiacutevel evitar qualquer
tipo de injuacuteria que possa vir a se desenvolver que acabe prejudicando a total
recuperaccedilatildeo e bom prognoacutestico do paciente bem como a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees O
cuidado com a higiene oral eacute de grande relevacircncia para evitar infecccedilotildees
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
O estudo eacute justificaacutevel jaacute que a realizaccedilatildeo da HO de forma insatisfatoacuteria ou a sua
falta podem gerar riscos para o paciente culminando na ocorrecircncia de complicaccedilotildees
seacuterias como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica (PAVM)
Como salientaram Guimaratildees Queiroz e Ferreira (2017) e Moreira et al (2011) a
PAVM se desenvolve por meio da aspiraccedilatildeo de patoacutegenos encontrados na
microbiota bucal Cabe mencionar que se trata de uma das principais causas de
mortes em UTI em pacientes entubados em IOT da maior permanecircncia tambeacutem nos
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hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
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que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
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Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
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importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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hospitais e do aumento consideraacutevel nos custos operacionais das unidades
hospitalares (GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Ocasionalmente a HO natildeo eacute priorizada nos pacientes internados e em muitos
casos natildeo eacute realizada corretamente pela equipe de enfermagem trazendo risco de
complicaccedilotildees e de morte para o paciente (ALMEIDA et al 2015) Assim sendo o
problema que norteou essa pesquisa eacute por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
As hipoacuteteses a serem investigadas nesse estudo satildeo
1) A equipe de enfermagem natildeo realiza o procedimento de HO de acordo com a
teacutecnica cientiacutefica apropriada nos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
2) A equipe de enfermagem natildeo dispotildee do tempo necessaacuterio para a realizaccedilatildeo
do procedimento de HO de acordo com a teacutecnica cientiacutefica nos pacientes
submetidos agrave IOT na UTI
3) O dimensionamento do pessoal de enfermagem nas UTIs natildeo segue o que eacute
preconizado pela Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho
Federal de Enfermagem (COFEN 2017)
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2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
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que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
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Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
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importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
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Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
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Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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14
2 REVISAtildeO DE LITERATURA
21 A HIGIENE ORAL COMO UM PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM NAS
UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA
A HO em pacientes internados em UTI eacute claramente responsabilidade do
profissional de enfermagem Nomeadamente estes pacientes hospitalizados satildeo
submetidos ao estresse e com isso a mucosa oral pode sofrer modificaccedilotildees
possibilitando assim outras complicaccedilotildees advindas de infecccedilotildees Dessa forma o
enfermeiro e a sua assistecircncia no ambiente da UTI satildeo imprescindiacuteveis no que
tange a terapecircutica dos pacientes em estado criacutetico Poreacutem a complexidade que
envolve o local requer do profissional interesse conhecimento habilidade e
desempenho na tomada de decisotildees e ao mesmo tempo implementaacute-las em tempo
haacutebil Cabe dizer que nas UTIs eacute rotina encontrar pacientes dependentes ou seja
com deacuteficit no autocuidado apresentando algum tipo de dano em sua funccedilatildeo
cognitiva ou motora o que promove a reduccedilatildeo de sua capacidade em desenvolver
as suas atividades de autocuidado (CAVALCANTE et al 2015)
Com relaccedilatildeo ao autocuidado humano e a atuaccedilatildeo do enfermeiro como um
profissional relacionado ao ato de ldquocuidarrdquo Foster e Dorothea (2000) mencionaram
que ldquoA teoria do autocuidado desenvolvida por Dorothea Orem consiste na ideia
de que os indiviacuteduos quando capazes devem cuidar de si mesmos Quando existe
a incapacidade entra o trabalho do enfermeiro no processo de cuidarrdquo (FOSTER
DOROTHEA 2000 p 83) Desse modo esses pacientes necessitam de ajuda para
atividades de locomoccedilatildeo alimentaccedilatildeo higiene que satildeo de fundamental importacircncia
para a sua recuperaccedilatildeo adequada Dentre outras inuacutemeras atribuiccedilotildees do
enfermeiro estaacute incluiacuteda a incumbecircncia de realizar a HO nos pacientes internados
nas UTIs quando eles natildeo puderem realiza-la sozinhos primando pelo conforto do
paciente (CRUZ et al 2014)
Os pacientes acamados em UTIs necessitam de cuidados especiais e constantes
aleacutem disso precisam manter a sauacutede dos demais oacutergatildeos para tratar a enfermidade
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que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
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Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
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importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
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Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
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Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
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O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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que os levou agrave internaccedilatildeo natildeo comprometendo o prognoacutestico e a sua devida
recuperaccedilatildeo (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Cabe salientar que a falta de higiene oral (HO) contribui para a manifestaccedilatildeo bem
como a sustentaccedilatildeo das bacteacuterias gram-negativas isso acontece principalmente em
razatildeo da alteraccedilatildeo da microbiota em consequecircncia do aumento do biofilme A HO
portanto tem como escopo a diminuiccedilatildeo da colonizaccedilatildeo bacteriana bucal
prevenindo possiacuteveis infecccedilotildees o agravamento da sauacutede do paciente mantendo a
mucosa iacutentegra promovendo o conforto dos pacientes em estado grave que se
encontram submetidos agrave IOT (CAVALCANTE et al 2015)
Eacute oportuno mencionar que os protocolos de higiene bucal satildeo recomendados para
pacientes criacuteticos internados em UTI prioritariamente pelo potencial e simplicidade
que representam quando o objetivo eacute a prevenccedilatildeo de infecccedilotildees Eacute importante
elencar que pacientes submetidos agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica podem ser acometidos por
forte odor bucal aleacutem de desidrataccedilatildeo da mucosa oral resultante da forma com que
a boca precisa permanecer (semiaberta) em virtude do tubo endotraqueal
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017 MOREIRA et al 2011)
Diante do exposto todas as informaccedilotildees anotadas no prontuaacuterio do paciente em
estado grave na UTI submetido a IOT e com qual assiduidade eacute realizada a HO
parece ser a melhor forma dos enfermeiros realizarem suas intervenccedilotildees com
sucesso e consequentemente levarem agrave promoccedilatildeo de melhora na qualidade de
vida dos pacientes (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
22 COMPLICACcedilOtildeES RELACIONADAS A FALTA DE HIGIENE ORAL
As vias aeacutereas satildeo comumente infectadas por microrganismos procedidos das
regiotildees fariacutengeas nasais e orais Contudo este tipo de contaminaccedilatildeo acontece
com maior frequecircncia naqueles pacientes que se encontram nas UTIrsquos e entubados
(ALMEIDA et al 2015)
16
Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
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importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
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Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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Para Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) pode-se adquirir infecccedilatildeo pulmonar grave
quando os sintomas satildeo apresentados depois de 48 horas de ventilaccedilatildeo mecacircnica
visto que os pacientes ficam mais vulneraacuteveis a contrair a pneumonia numa escala
de seis a vinte e uma vezes maior que o normal causando o acreacutescimo da
mortalidade e dos custos com hospitais Entretanto cabe enfatizar que as infecccedilotildees
respiratoacuterias eacute uma das infecccedilotildees mais comuns nos ambientes de UTI ponderada
como uma inflamaccedilatildeo no parecircnquima pulmonar (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA
2013)
A PAVM uma das principais infecccedilotildees que acometem os pacientes intubados pode
ser prevenida desde que se tomem os procedimentos adequados no momento
certo Deste modo levaraacute agrave diminuiccedilatildeo do nuacutemero de casos da infecccedilatildeo fazendo
com que se diminua tambeacutem o tempo de internaccedilatildeo dos pacientes na UTI a
utilizaccedilatildeo de antibioacuteticos e as mortes Cabe dizer que quando o paciente eacute
submetido agrave intubaccedilatildeo IOT as estruturas de defesas do seu pulmatildeo ficam sujeitas a
serem atacadas por microrganismos devido agraves alteraccedilotildees ocasionadas pela doenccedila
de base trazendo em alguns casos distuacuterbios da fisiologia normal da funccedilatildeo
respiratoacuteria com iacutendices de morbidade considerados muito altos (SILVA SALLES
NASCIMENTO 2014)
A pneumonia incide ainda como uma das principais causas de morte no mundo todo
principalmente nas pessoas idosas com idade acima de sessenta e cinco anos
Muitas vezes tambeacutem a pneumonia eacute adquirida por um paciente internado na UTI
em decorrecircncia de outra enfermidade aumentando a incidecircncia e o risco que a
pneumonia pode trazer ao indiviacuteduo e agrave sauacutede puacuteblica como um todo Neste sentido
verifica-se que a mortalidade causada pelas complicaccedilotildees da falta de HO adequada
pode variar de 24 a 76 dos casos Pacientes idosos internados em UTI
submetidos a IOT apresentam maior risco de morte quando acometidos por
complicaccedilotildees como a pneumonia por isso torna-se imprescindiacutevel a HO realizada
corretamente pela equipe de enfermagem (VILELA et al 2015)
Para Orlandini e Lazzari (2012) a higiene oral dos pacientes em UTI eacute de total
responsabilidade dos enfermeiros Contudo verifica-se que essa preocupaccedilatildeo natildeo eacute
evidente na maioria das equipes de enfermagens Notadamente alguns enfermeiros
e teacutecnicos de enfermagem natildeo demonstram que sabem ou reconhecem a
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importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
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Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017
17
importacircncia desta teacutecnica para se prevenir infecccedilotildees respiratoacuterias graves Por outro
lado haacute a necessidade da implantaccedilatildeo de protocolos que visem a HO como
procedimento relevante para a melhora do paciente ou com o objetivo de diminuir a
ocorrecircncia de PAVM no Brasil
23 A TEacuteCNICA DE HIGIENE ORAL NO PACIENTE SUBMETIDO Aacute INTUBACcedilAtildeO
OROTRAQUEAL
A higiene oral deve ser realizada tambeacutem quando o paciente se encontra em UTI e
submetido agrave IO devendo ser realizado pela equipe de enfermagem e sendo de
grande relevacircncia na prevenccedilatildeo doenccedilas bem como infecccedilotildees sistecircmicas mas de
igual forma relevante para que se possa haver uma correta manutenccedilatildeo da mucosa
oral do paciente com o intuito da promoccedilatildeo e do conforto do mesmo (ORLANDINI
LAZZARI 2012)
O Processo de Enfermagem (PE) eacute avaliado como base de sustentaccedilatildeo da
Sistematizaccedilatildeo da Assistecircncia de Enfermagem (SAE) e eacute estabelecido por etapas
que envolvem a identificaccedilatildeo de problemas de sauacutede do paciente o esboccedilo do
diagnoacutestico de enfermagem o estabelecimento de um plano de cuidados a praacutetica
das accedilotildees delineadas e a avaliaccedilatildeo final (ORLANDINI LAZZARI 2012)
Embora de relevacircncia incomparaacutevel a teacutecnica de higiene oral na Unidade de
Terapia Intensiva (UTI) eacute estimada como um procedimento que eacute indispensaacutevel
para a adequada preservaccedilatildeo do estado do paciente em que seu principal escopo eacute
naturalmente conservar a cavidade oral do paciente limpo propiciando a maacutexima
diminuiccedilatildeo de instalaccedilatildeo de doenccedilas que podem levaacute-lo a morte muitas vezes a HO
eacute realizada de forma inadequada ou sequer eacute realizada (SCHLESENER 2012)
Nesse sentido Souza Guimaratildees e Ferreira (2013) expuseram que a concretizaccedilatildeo
da higiene da cavidade oral eacute sem duacutevida uma das premissas para que o paciente
internado e submetido agrave IOT tenha condiccedilotildees baacutesicas de higiene e de manutenccedilatildeo
do seu bem-estar tendo em vista que as patologias acometidas comprometem a
gengiva e os dentes causando maior dano para a sauacutede do indiviacuteduo
18
Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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Por conseguinte a higiene oral incide na limpeza conservaccedilatildeo e manutenccedilatildeo da via
oral cuja principal finalidade eacute a precauccedilatildeo de infecccedilotildees que podem acometer o
paciente ressaltando a importacircncia de tal procedimento que eacute bem simples em face
da sua eficaacutecia (SOUZA GUIMARAtildeES FERREIRA 2013)
Gonccedilalves et al (2012) esclareceram que a teacutecnica de higiene oral deve ser
concretizada nas UTIs de maneira padronizada utilizando-se uma escova de dente
macia e apenas nos casos em que natildeo for possiacutevel o profissional de enfermagem
deveraacute fazer uso da gaze E acrescenta que nestes casos a gaze deve estar
totalmente enrolada no abaixador de liacutengua embebecida em uma soluccedilatildeo
dentifriacutecia retirando todo resiacuteduo da soluccedilatildeo ao finalizar o procedimento
(GONCcedilALVES et al 2012)
Em virtude do risco do paciente submetido agrave intubaccedilatildeo orotraqueal contrair algum
tipo de complicaccedilatildeo como por exemplo a pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo
mecacircnica (PAVM) alguns teoacutericos como Silveira (2011) Souza Guimaratildees e
Ferreira (2013) Amaral Pires e Cortes (2012) assinalaram que o uso de
antisseacuteptico para a concretizaccedilatildeo da higiene bucal bem como a remoccedilatildeo da placa
dental devem ser padronizadas pelos profissionais de enfermagem prioritariamente
naqueles pacientes que estatildeo em UTIs submetidos agrave IOT
Conveacutem frisar ainda a extrema relevacircncia do uso de soluccedilatildeo antisseacuteptica Peridex
tambeacutem conhecida como Gluconato de clorexidina 012 para que se proceda a
higienizaccedilatildeo oral dos pacientes submetidos agrave IOT com a finalidade de se impedir a
formaccedilatildeo de qualquer tipo de placa bacteriana e consequentemente de se propiciar
melhores condiccedilotildees de higienizaccedilatildeo oral para os pacientes intubados nas UTIs Eacute
importante realizar tal procedimento jaacute que a higiene oral mesmo sendo um dos
procedimentos mais baacutesicos que todo ser humano sabe fazer e que desde crianccedila eacute
ensinado pelos pais no caso dos pacientes em UTIs eacute imperativo que seja realizado
pelo enfermeiro por se tratar de uma precauccedilatildeo para que natildeo venha existir nenhuma
complicaccedilatildeo no estado de sauacutede deste paciente levando ao seu agravamento
(MOREIRA et al 2011)
Aleacutem disso nos pacientes submetidos a VM para realizaccedilatildeo da HO o enfermeiro
deve a princiacutepio buscar a imobilizaccedilatildeo do tudo lavando a liacutengua por debaixo do tudo
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No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
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Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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19
No decorrer da HO o risco mais frequente eacute que o paciente acabe aspirando para os
pulmotildees tanto os liacutequidos usados no procedimento quanto aspirar as bacteacuterias que
jaacute estatildeo instaladas na cavidade bucal A escovaccedilatildeo dos dentes continua sendo a
teacutecnica de higiene da cavidade bucal preferida pelos profissionais para ser realizada
nos pacientes inconscientes e intubados (GONCcedilALVES et al 2012)
Com o intuito de diminuir a placa dental diminuindo tambeacutem colonizaccedilatildeo de
bacteacuterias na orofaringe a realizaccedilatildeo da HO tem se mostrado bastante eficaz aleacutem
de ter um custo muito baixo Contudo eacute necessaacuterio que os hospitais invistam em
protocolos que tenham como escopo o cuidado com a HO reduzindo os ricos da
doenccedila Bom lembrar que o paciente submetido agrave VM pode vir a apresentar forte
odor bucal fazendo com que a higiene oral traga para o paciente um pouco de
conforto diante do seu estado de sauacutede Apoacutes a extubaccedilatildeo este fato ainda pode
levar ao retardamento da aceitaccedilatildeo de dieta por via oral e da comunicaccedilatildeo verbal
(AMARAL PIRES CORTES 2012)
De maneira geral o intuito de se implementar uma rotina operacional quanto agrave HO eacute
para que se promovam condutas padronizadas a fim de se diminuir os patoacutegenos
primaacuterios e tambeacutem a colonizaccedilatildeo de patoacutegenos potenciais mantendo a
integridade da mucosa oral estimulando o apetite e prevenindo a inoculaccedilatildeo para
dentro dos alveacuteolos pulmonares (VILELA et al 2015)
Na padronizaccedilatildeo das condutas asseveradas por Vilela et al (2015) prevecirc-se que os
enfermeiros intensivistas devem prognosticar a accedilatildeo na qual iraacute sugar o trato oral e
respiratoacuterio posteriormente passar o fio dental entre os dentes realizar a escovaccedilatildeo
rigorosa passar soluccedilatildeo de clorexidina 012 oral e por fim hidratar os laacutebios do
paciente com muita prudecircncia verificando a angulaccedilatildeo da posiccedilatildeo de decuacutebito
(SILVA et al 2015)
Outra recomendaccedilatildeo advinda de um outro protocolo eacute que o enfermeiro intensivista
primeiramente aspire a regiatildeo da orofaringe mas antes embebeccedila a escova de
dentes na soluccedilatildeo clorexidina 012 natildeo alcooacutelica e realize 0movimentos
fomentando os vestiacutebulos o palato e a mucosa jugal Em seguida deve-se fomentar
as superfiacutecies linguais vestibulares oclusais dos dentes provocando o tubo
orotraqueal aspirar a orofaringe e passar o raspador na liacutengua (SILVA et al 2015)
20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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40
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20
Abaixo segue o fluxograma que melhor apresenta a forma de ser realizado o
cuidado com a higiene oral em pacientes intubados
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em
pacientes intubados
Separar identificar e levar o material necessaacuterio para realizaccedilatildeo da higiene oral
Lavar as matildeos e calccedilar as luvas de procedimento
Colocar o paciente na posiccedilatildeo de Fowler (30ordm a 45ordm) Lateralizar a cabeccedila do paciente ou quando natildeo for possiacutevel discutir junto ao fisioterapeuta ou meacutedico o melhor posicionamento para que o procedimento seja realizado de forma segura
Regular e manter a pressatildeo de aspiraccedilatildeo em 20 mmHg
Inspecionar a cavidade bucal do paciente (presenccedila de proacutetese sangramento pus mobilidade dental feridas na boca etc)
Adaptar a escova ao tubo de aspiraccedilatildeo Retirar a proteccedilatildeo das cerdas Colocar o gel de clorexidina 012 sobre as cerdas da escova no sentido transversal (volume aproximado de um gratildeo de ervilha) Escovar todas as superfiacutecies dos dentes da maxila da mandiacutebula e aacutereas edecircntulas Aspirar a secreccedilatildeo presente na cavidade bucal Com gaze umedecida em soro fisioloacutegico 09 higienizar a mucosa bucal (mucosa da bochecha palato e liacutengua) Limpar os laacutebios com a gaze previamente umedecida com soro fisioloacutegico a 09 Lubrificar os laacutebios com AGE com o auxiacutelio de uma gaze
Posicionar o paciente conforme prescriccedilatildeo
Continuaccedilatildeo (Figura 1)
21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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39
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21
Na pia ao lado do leito do paciente enxaguar as cerdas da escova com aacutegua corrente Realizar aspiraccedilatildeo da aacutegua para limpeza do interior da escova Secar a escova e o protetor de cerdas com gaze esteacuteril Recolocar o protetor de cerdas na escova Enrolar a escova em maacutescara limpa e colocaacute-la na caixa de pertences do paciente ateacute a proacutexima utilizaccedilatildeo
Organizar os materiais e descartar o que natildeo for necessaacuterio em local adequado
Retirar as luvas e lavar as matildeos
Registrar no prontuaacuterio o procedimento realizado as alteraccedilotildees bucais encontradas e anotar a sua execuccedilatildeo junto agrave folha de prescriccedilatildeo
Identificar a escova com o nome do paciente nuacutemero do leito e data em que foi usada pela primeira vez Descartaacute-la 7 dias apoacutes a primeira utilizaccedilatildeo
Figura 1 Fluxograma das atividades de higiene oral a serem realizadas em pacientes intubados Fonte Orlandini Lazzari (2012)
24 O DEacuteFICIT DO AUTOCUIDADO SEGUNDO A TEORIA DE DOROTHEA OREM
Em meados dos anos 1950 ocorreu o reconhecimento da enfermagem como uma
disciplina profissatildeo e ciecircncia em face das inuacutemeras teorias de enfermagem
publicadas na qual Dorothea E Orem destacou-se elaborando a Teoria do
autocuidado teoria dos sistemas de enfermagem e teoria do deacuteficit do autocuidado
As teorias de enfermagem ocupam-se de afirmaccedilotildees coerentes loacutegicas e
sistemaacuteticas que dizem respeito a questotildees assuntos substanciais e comunicados
que denota significaccedilatildeo tendo como finalidade a descriccedilatildeo de fenocircmenos
explicando suas relaccedilotildees e prioritariamente procurando prever as possiacuteveis
implicaccedilotildees e em prescrever o cuidado de enfermagem (VITOR ARAUacuteJO 2012)
A teorista Dorothea E Orem elaborou trecircs teorias que se inter-relacionaram sendo
elas do autocuidado dos Sistemas de Enfermagem do Deacuteficit do Autocuidado
(BERARDINELLI et al 2013)
22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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22
Para Carpenito-Moyet (2012) em anuecircncia com Orem a Siacutendrome do Deacuteficit do
Autocuidado eacute abarcada como o estado em que o sujeito expotildee funccedilatildeo motora e
cognitiva prejudicada levando-o agrave diminuiccedilatildeo da capacidade para a realizaccedilatildeo das
atividades da vida diaacuteria que constituem accedilotildees baacutesicas do cotidiano tome-se como
exemplo de se alimentar
Destarte a teoria do autocuidado de Orem identifica o profissional de enfermagem
como a pessoa indicada nas UTIs para exercer tais cuidados Segundo a autora o
autocuidado eacute a praacutetica de atividades que as pessoas desempenham em seu proacuteprio
benefiacutecio no sentido de manter a vida a sauacutede e o bem-estar (OREM 1991)
Resumidamente essa teoria fundamenta-se na capacidade que a pessoa possui de
desempenhar ou praticar alguma atividade em seu proacuteprio beneficio agrave sauacutede agrave vida
e ao proacuteprio bem-estar E ainda acrescenta que quando a pessoa realiza o
autocuidado haacutebil para realizar e manter o autocuidado eficaz e continuado ela estaacute
contribuindo para o seu desenvolvimento (ROURKE 1991)
25 DIMENSIONAMENTO DE ENFERMAGEM
Os efeitos nocivos da globalizaccedilatildeo se manifestam das mais diversas maneiras no
mundo As empresas que no passado tinham como concorrentes apenas as
organizaccedilotildees da mesma cidade ou da mesma regiatildeo precisam estar preparadas
para enfrentar a concorrecircncia mundial de organizaccedilotildees que muitas vezes possuem
tecnologias muito mais avanccediladas que as brasileiras (MARRAS 2011)
Frente a esta nova realidade de mercado as empresas passam a reconhecer cada
vez mais o papel das pessoas dentro do contexto organizacional visto que as
aquisiccedilotildees de mercadorias produtos e tecnologias estatildeo acessiacuteveis a todas as
empresas e o que passa a diferenciaacute-las uma das outras eacute a qualidade das pessoas
que as compotildeem (RIBEIRO 2012)
Neste contexto os recursos humanos de enfermagem passaram a ser vistos como o
maior patrimocircnio das instituiccedilotildees de sauacutede pois eacute deles que depende a eficiecircncia de
todos os seus processos No entanto as instituiccedilotildees de sauacutede precisam gerenciar
este recurso de maneira eficiente garantindo que as pessoas trabalhem motivadas e
empenhadas no alcance dos objetivos organizacionais (TRETTENE 2015)
23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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40
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23
O dimensionamento de pessoal tem por desiacutegnio prever o nuacutemero satisfatoacuterio de
funcionaacuterios para o suprimento de assistecircncia de enfermagem adequada com o
intuito de proporcionar o melhor atendimento de seus pacientes ou clientela
(ARAUacuteJO et al 2016)
Neste contexto um dimensionamento de pessoal adequado nas instituiccedilotildees de
sauacutede eacute imperativo dado a complexidade de atuaccedilatildeo do profissional de
enfermagem Entretanto eacute comum que o dimensionamento aconteccedila de forma
intuitiva sem se aplicar algum tipo de metodologia especiacutefica pois um
subdimensionamento ou o superdimensionamento geram problemas para a
instituiccedilatildeo de sauacutede e para sua clientela (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Diante do exposto a imperiosidade de dimensionamento correto de enfermagem
para que se determine com precisatildeo o dimensionamento e que se atenda de
maneira precisa as necessidades de cuidados de cada paciente com o intuito de
responder a complexidade do cuidado determinado e ao niacutevel de dependecircncia do
paciente eacute verificada (BRITO GUIRARDELLO 2016)
Assim sendo eacute um grande desafio um dimensionamento de pessoal adequado
principalmente quando se fala de um ambiente tatildeo complexo quanto a UTI em que
os enfermeiros intensivistas precisam estar mais atentos a cada leito e agrave assistecircncia
requerida para natildeo gerar riscos aos pacientes (OLIVEIRA et al 2016)
Assim salienta-se a Resoluccedilatildeo do Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
5432017 que estabelece o dimensionamento de pessoal especificando o
quantitativo de profissionais de enfermagem em cada setor das instituiccedilotildees de
sauacutede Para as UTIs segue o que estaacute estabelecido no Art 3ordm da Resoluccedilatildeo
I ndash como horas de enfermagem por paciente nas 24 horas
1) 4 horas de enfermagem por paciente no cuidado miacutenimo
2) 6 horas de enfermagem por paciente no cuidado intermediaacuterio
3) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado de alta dependecircncia
4) 10 horas de enfermagem por paciente no cuidado semi-intensivo
5) 18 horas de enfermagem por paciente no cuidado intensivo
O principal fator estressor para a equipe de enfermagem e a carga de trabalho eacute a
falta de funcionaacuterios havendo interferecircncia na qualidade do cuidado ao paciente em
UTIs pois muitas instituiccedilotildees de sauacutede natildeo seguem o que eacute recomendado pela
24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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40
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24
Resoluccedilatildeo nordm 543 de 18 de abril de 2017 do Conselho Federal de Enfermagem
(COFEN 2017)
25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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25
3 OBJETIVOS
31 OBJETIVO GERAL
Investigar na literatura cientiacutefica brasileira a relevacircncia da realizaccedilatildeo da HO pela
equipe de enfermagem em pacientes submetidos agrave IOT internados em UTI
32 OBJETIVOS ESPECIacuteFICOS
Relatar as complicaccedilotildees resultantes da higiene oral inadequada dos
pacientes internados com IOT na UTI
Descrever a teacutecnica correta para higienizaccedilatildeo de pacientes internados com
IOT na UTI
26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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26
4 METODOLOGIA
Optou-se neste trabalho por uma revisatildeo integrativa da literatura que se trata de um
meacutetodo que permite anaacutelise e siacutentese de resultados de maneira sistematizada
Assim seguiram-se as etapas identificaccedilatildeo do problema seleccedilatildeo da amostra
definiccedilatildeo das informaccedilotildees a serem extraiacutedas dos artigos selecionados anaacutelise
apresentaccedilatildeo e discussatildeo dos resultados bem como apresentaccedilatildeo da revisatildeo
(MENDES SILVEIRA GALVAO 2008) A pergunta norteadora deste estudo foi
apesar de ser reconhecida a importacircncia da teacutecnica da higiene bucal em pacientes
assistidos em UTI e submetidos agrave IOT por que a equipe de enfermagem natildeo
prioriza a realizaccedilatildeo da HO dos pacientes submetidos agrave IOT na UTI
O que se pretende saber eacute se a equipe de enfermagem realiza a HO
adequadamente nos pacientes internados com IOT na UTI Os resultados
apresentados foram retirados dos artigos originais leitura e avaliaccedilatildeo dos artigos
interpretaccedilatildeo dos resultados encontrados pelos renomados autores e por fim a
conclusatildeo dos conhecimentos alcanccedilados pela revisatildeo integrativa
Foi realizada uma busca entre Agosto de 2017 a Outubro de 2017 utilizando criteacuterios
de inclusatildeo estudos relacionados agrave temaacutetica proposta e disponiacuteveis na iacutentegra entre
os anos de 2011 a 2017 em liacutengua portuguesa e somente artigos originais
vinculados agrave Biblioteca Virtual de Sauacutede (BVS) Deste modo efetuou-se o
levantamento nas bases de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em
Ciecircncias da Sauacutede (LILACS) e Medical Literature Analysis and Retrieval System
Online (MEDLINE) Os criteacuterios para a inclusatildeo dos artigos foram serem artigos
originais apresentarem resultado de que as equipes de enfermagem natildeo realizam
de forma adequada a higienizaccedilatildeo oral dos pacientes assistidos em UTI e
submetidos agrave intubaccedilatildeo orotraqueal possuiacuterem resumos disponiacuteveis nas bases de
dados Foram incluiacutedos artigos na iacutentegra publicados em portuguecircs que abordavam
o tema proposto por meio do cruzamento dos descritores Como criteacuterios de
exclusatildeo artigos de revisatildeo artigos de opiniatildeo artigos que natildeo respondem a sua
pergunta norteadora teses monografias e dissertaccedilotildees
27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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27
Foram utilizados os seguintes descritores Enfermeiras e Enfermeiros Higiene
Bucal Unidade de Terapia Intensiva Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
Intubaccedilatildeo Endotraqueal As buscas foram realizadas de forma independente por
duas pesquisadoras Kaliandra Sampaio dos Santos autora da monografia e sua
orientadora Renata Soares Passinho Foi realizada uma seleccedilatildeo a partir da anaacutelise
minuciosa e criacutetica dos tiacutetulos textos e resumos completos das publicaccedilotildees Foram
encontrados 78 artigos na LILACS e 32 na MEDLINE Desse total de 110 artigos 2
foram excluiacutedos por estarem sem o resumo disponiacutevel assim 108 artigos foram
selecionados para leitura dos resumos Dos 108 artigos 20 foram excluiacutedos por
serem repetidos restando 88 artigos Destes 73 foram excluiacutedos por natildeo atenderem
aos criteacuterios de inclusatildeo ficando 15 artigos elegiacuteveis para a leitura na iacutentegra Por
fim 15 artigos foram incluiacutedos nessa revisatildeo integrativa (03 com desenho qualitativo
12 com quantitativo) (Figura 2)
Figura 2 Fluxograma PRISMA do processo de busca e seleccedilatildeo dos estudos incluiacutedos na revisatildeo integrativa
Registros identificados atraveacutes da
pesquisa nas bases de dados MEDLINE (n = 78) LILACS (n = 32)
TOTAL= 110
Registros apoacutes a remoccedilatildeo das repeticcedilotildees e artigos sem resumo
(n = 88) Registros
excluiacutedos por natildeo atenderem aos
criteacuterios de inclusatildeo (n = 73)
Artigos com texto
completo avaliados para
elegibilidade
(n = 15)
Estudos incluiacutedos na siacutentese qualitativa
(n = 03)
Estudos incluiacutedos na siacutentese quantitativa
(n = 12)
Artigos sem resumo disponiacutevel (n= 2)
Artigos repetidos (n= 20)
Iden
tifi
caccedil
atildeo
T
riag
em
E
leg
ibil
idad
e
Inclu
satildeo
28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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39
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28
5 RESULTADOS
Em relaccedilatildeo ao ano de publicaccedilatildeo nos anos de 2011 a 2017 na distribuiccedilatildeo
apresentada no Quadro 01 pode-se verificar que no ano de 2011 01 artigo foi
publicado em 2012 foram 02 artigos publicados em 2013 de igual modo 02 artigos
publicados 2014 foram 04 artigos publicados em 2015 foram 03 artigos publicados
em 2016 02 artigos publicadas e em 2017 apenas 01 artigo publicado
Observou-se que existe uma vasta gama de estudos publicados sobre o tema
entretanto nem todos correspondem ao periacuteodo estudado ou satildeo teses
monografias e revisotildees Pode-se verificar que haacute interesse dos pesquisadores
brasileiros sobre a realizaccedilatildeo correta da HO em pacientes criacuteticos em virtude das
possiacuteveis complicaccedilotildees que podem ocorrer se natildeo houver este cuidado (MATOS
SILVA 2015)
29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
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29
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Eficaacutecia de estrateacutegias educativas para accedilotildees preventivas da pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Gonccedilalves etal
2012
Esc Anna Nery Rev Enferm
Ensaio cliacutenico natildeo randomizado quantitativo
07 enfermeiros e 28 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
III
LILACS Instituiccedilatildeo de um protocolo de higiene bucal em pacientes internados no CTI do HUSF Guimaratildees Queiroz Ferreira
2017
Periodontia
Estudo quantitativo de natureza transversal
20 pacientes
Brasil
III
LILACS Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM Cavalcante Matos
2015
J Health Sci Inst
Estudo de caraacuteter descritivo e quantitativo de natureza transversal
01 enfermeira e 29 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Cruz Trevisani Morais
2014
Rev bras ter Intensiva
Estudo quantitativo de natureza transversal
35 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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39
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VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017
30
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS A eficaacutecia da higiene bucal na prevenccedilatildeo de doenccedilas respiratoacuterias em pacientes internados na UTI Adulto do Pronto Socorro 28 de Agosto Matos Silva
2015
J Health Sci Inst
Pesquisa de campo descritiva com abordagem quantitativa de caraacuteter transversal
12 enfermeiros 23 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Conhecimento da equipe de enfermagem sobre higiene oral em pacientes criticamente enfermos Orlandini Lazzari
2012
Rev Gaucha Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
06 enfermeiros e 39 teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica medidas preventivas conhecidas pelo enfermeiro Moreira et al
2014
Rev baiana enferm
Caraacuteter descritivo e exploratoacuterio e abordagem qualitativa e anaacutelise de conteuacutedo com teacutecnica de Bardin
07 enfermeiros assistenciais
Brasil
VI
LILACS Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva Zanei et al
2016
REME Rev Min Enferm
Estudo exploratoacuterio descritivo abordagem quantitativa de natureza transversal
47 enfermeiros e assistenciais
Brasil
VI
LILACS Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Almeida et al
2015
BDENF ndash Enfermagem
Estudo descritivo quantitativo de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
31
BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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BASE DE
DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Anaacutelise do deacuteficit de auto cuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Berardinelli Guedes Acioli
2013
Rev enferm UERJ
Descritivo exploratoacuterio de abordagem qualitativa e analise de conteuacutedo
15 pacientes
Brasil
VI
LILACS Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de emergecircncia desafios para os enfermeiros Zabomenighi et al
2014
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal
10 enfermeiros
Brasil
VI
LILACS Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Arauacutejo etal
2016
Rev enferm Cent-Oeste Min
Estudo descritivo com abordagem quantitativa de natureza transversal
812 pacientes
Brasil
VI
LILACS Reprodutibilidade e confiabilidade de um indicador processual de avaliaccedilatildeo da adesatildeo agrave higiene bucal em pacientes com intubaccedilatildeo orotraqueal Silveira Gnatta Lacerda
2011
Online braz j nurs
Pesquisa de natureza descritiva com abordagem quantitativa e Observacional de natureza transversal
130 pacientes
Brasil
VI
Continuaccedilatildeo (Quadro 01)
32
BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
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6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
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VITOR A F LOPES M V O ARAUacuteJO T L Teoria do deacuteficit de autocuidado anaacutelise da sua importacircncia e aplicabilidade na praacutetica de enfermagem 2010 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeanv14n3v14n3a25gt Acesso em 13 de setembro de 2017 ZANEI S S V et al Valoraccedilatildeo e registros sobre higiene oral de pacientes intubados nas unidades de terapia intensiva REME rev min enferm v 20 2016 Disponiacutevel em lthttppesquisabvsaludorgportalresourceptbiblio-835273gt Acesso em 01 de agosto de 2017 ZANDOMENIGHI R C et al Cuidados intensivos em um serviccedilo hospitalar de Emergecircncia desafios para os enfermeiros Revista Mineira de Enfermagem v 18 n 2 p 404-425 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwremeorgbrartigodetalhes936gt Acesso em 15 de novembro de 2017
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BASE DE DADOS
TIacuteTULO AUTOR
ANO REVISTA TIPO DE ESTUDO
AMOSTRA PAIacuteS NIacuteVEL DE EVIDEcircNCIA
LILACS Avaliaccedilatildeo da
implementaccedilatilde
o de novo
protocolo de
higiene bucal
em um centro
de terapia
intensiva para
prevenccedilatildeo de
pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
Souza
Guiumaratildees
Ferreira
2013
REME rev min enferm
Estudo exploratoacuterio quantitativo de natureza transversal com anaacutelise de dados secundaacuterios e aplicaccedilatildeo de questionaacuterio
89 profissionais entre enfermeiros e teacutecnicos de enfermagem
Brasil
VI
LILACS Pneumonia
associada agrave
ventilaccedilatildeo
mecacircnica
discursos de
profissionais
acerca da
prevenccedilatildeo
Silva Salles
Nascimento
2014
Esc Anna Nery Rev Enferm
Pesquisa descritiva de natureza qualitativa e discurso do sujeito coletivo
25 profissionais 13 eram teacutecnicos de enfermagem 8 enfermeiros e 4 fisioterapeutas
Brasil
VI
Quadro 01 Artigos selecionados na revisatildeo integrativa (2011-2017)
33
6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
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VILELA M C N et al Cuidados bucais e pneumonia nosocomial revisatildeo sistemaacutetica Einstein (16794508) v 13 n 2 2015 Disponiacutevel em lthttpwwwscielobrpdfeins2015naheadpt_1679-4508-eins-1679-45082015RW2980pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017
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6 DISCUSSAtildeO
A higienizaccedilatildeo oral em pacientes em UTI depende especificamente dos profissionais
de enfermagem cabendo exclusivamente a estes prestar os cuidados necessaacuterios
para que a sauacutede do paciente seja reestabelecida e para que seja descartado
qualquer tipo de complicaccedilatildeo que possa vir a agravar a sauacutede do mesmo
(GUIMARAtildeES QUEIROZ FERREIRA 2017)
Foi confirmado que a higienizaccedilatildeo oral ainda eacute um procedimento escasso no
cotidiano das UTIs no Brasil embora a sua correta realizaccedilatildeo possa prevenir
doenccedilas respiratoacuterias e complicaccedilotildees graves nos pacientes internados
(CAVALCANTE MATOS 2015)
Os estudos de Picinini et al (2013) mostraram que a boca pode ser considerada
como um local de depoacutesito dos microrganismos e que quando o paciente aspira o
conteuacutedo da boca pode acabar ocasionando as infecccedilotildees pulmonares Para os
autores os pacientes em UTI e submetidos agrave IOT satildeo aqueles que estatildeo mais
suscetiacuteveis a esse tipo de complicaccedilatildeo
Vaacuterios podem ser os fatores que fazem com que a equipe de enfermagem natildeo
realize a teacutecnica de HO com o rigor necessaacuterio Dentre eles assinalam-se o
dimensionamento de enfermeiros insuficiente e a falta de conhecimento para a
realizaccedilatildeo da HO em pacientes entubados bem como a falta de um protocolo para
que seja seguido pelo profissional de enfermagem (MOREIRA et al2014)
Nesse sentido Almeida et al (2015) diz que estudos brasileiros sobre HO em UTI
elucidam que o conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre definiccedilatildeo
riscos prevenccedilatildeo complicaccedilotildees devido falta de HO correta natildeo eacute satisfatoacuteria
reforccedilando a importacircncia da formaccedilatildeo qualificada melhor forma de o enfermeiro
ampliar seu conhecimento e compreender a real importacircncia de se realizar a HO nos
pacientes submetidos agrave IOT
A HO quando realizada de maneira correta eacute muito vantajosa para os pacientes
criacuteticos pelo fato de diminuir as bacteacuterias alojadas na cavidade oral e o risco de
futuras infecccedilotildees Aleacutem disso eacute relevante que o enfermeiro registre no prontuaacuterio do
34
paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
35
Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
38
REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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39
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paciente todos os cuidados realizados frisando que a HO natildeo pode deixar de ser
anotada promovendo assim um respaldo legal visto que muitas vezes os
profissionais de enfermagem se esquecem de anotar no prontuaacuterio que o
procedimento foi realizado (CRUZ TREVISANI MATOS 2014)
Silveira Gnatta e Lacerda (2011) tiveram em seu estudo resultados relevantes sobre
o reconhecimento da HO como prevenccedilatildeo de pneumonia em pacientes entubados
Os autores enfatizaram que estes pacientes satildeo submetidos a um cenaacuterio no qual
ficam expostos a vaacuterios tipos de possibilidades de infecccedilotildees e sugerem que a HO
seja realizada com antisseacuteptico uma praacutetica que precisa ser adotada e
principalmente padronizada em pacientes submetidos agrave IOT Os resultados dos
seus estudos por meio da observaccedilatildeo e de registros em prontuaacuterios concluiacuteram que
as accedilotildees para prevenccedilatildeo de infeccedilotildees satildeo aqueles paracircmetros das regulamentaccedilotildees
governamentais mas que o desafio maior eacute detectar as falhas durante todo
processo de trabalho dos enfermeiros intensivistas
Orlandini e Lazzari (2012) por outro lado concluem que os profissionais
entrevistados em seus estudos enfatizam que natildeo receberam formaccedilatildeo adequada
para a realizaccedilatildeo da HO em pacientes submetidos agrave intubaccedilatildeo em UTI Infelizmente
eacute notado que muitos profissionais relataram natildeo terem recebido formaccedilatildeo adequada
para realizar os procedimentos de cuidados bucais em pacientes criacuteticos Isto nos
sugere que a higiene oral em pacientes internados natildeo tem constituiacutedo uma
preocupaccedilatildeo evidente nas praacuteticas de educaccedilatildeo em sauacutede das instituiccedilotildees
formadoras destes profissionais A responsabilidade quanto agrave necessidade do
cuidado oral recai sobre os proacuteprios enfermeiros liacutederes de equipes
Os resultados do estudo buscaram medir entre os enfermeiros o alcance da praacutetica
de determinar a qualidade da higiene bucal de pacientes adultos intubados
identificando os registros e prescriccedilotildees de enfermagem apropriada agraves alteraccedilotildees da
cavidade bucal e ponderando os registros e as accedilotildees dos teacutecnicos de enfermagem
relacionados agrave HO A maioria relatou que avalia as condiccedilotildees da cavidade bucal e
prescrevem o procedimento de higienizaccedilatildeo Poreacutem nos prontuaacuterios natildeo foram
encontrados os diagnoacutesticos de enfermagem relacionados Em 67 dos prontuaacuterios
havia registros sobre a realizaccedilatildeo da higiene pelos teacutecnicos contudo estes registros
apresentavam-se falhos ou natildeo foram encontrados (ZANEI et al 2016)
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Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
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A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
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7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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Estudo realizado por Matos e Silva (2015) mostrou que quando questionados sobre
algum procedimento destinado aos pacientes internados que natildeo tecircm condiccedilotildees de
realizarem sozinhos praacutetica de meacutetodos mecacircnicos ou quiacutemicos para a remoccedilatildeo de
placa dentaacuteria toda a equipe de enfermagem afirmou realizar a praacutetica de forma
manual de higiene oral com a utilizaccedilatildeo de espaacutetula gaze e soluccedilatildeo quiacutemica da
placa dentaacuteria e saburra lingual dos pacientes Em relaccedilatildeo agrave frequecircncia de
realizaccedilatildeo deste procedimento 6896 dos enfermeiros entrevistados afirmaram
realiza-lo uma vez ao dia enquanto os 3103 restantes disseram realiza-lo duas
vezes ao dia
Berardinelli Guedes e Aciole (2013) afirmaram que a Teoria de Orem fornece
subsiacutedios agrave praacutetica de enfermagem para que seja possiacutevel identificar as condiccedilotildees
em que haacute deficiecircncia na capacidade de autocuidado Assim a adesatildeo ao
tratamento passa a estar vinculada ao papel educativo do enfermeiro
A qualidade do cuidado repercute na reduccedilatildeo dos casos de pneumonia associados agrave
ventilaccedilatildeo mecacircnica e na seguranccedila do paciente assim demandando accedilotildees
educativas interdisciplinares e auditorias perioacutedicas (ALMEIRA et al 2015)
Tambeacutem se torna importante mencionar o estudo de Zabomenighi et al(2014) no
qual conclui-se que natildeo haacute governabilidade da equipe de enfermagem no sentido de
contratar mais profissionais para auxiliar na demanda de higiene poreacutem os gerentes
de enfermagem podem lanccedilar matildeo de iacutendices que mensuram a carga de trabalho e
utilizam-se do sistema de classificaccedilatildeo de pacientes como por grau de dependecircncia
para respaldar a solicitaccedilatildeo de mais recursos humanos para o setor atendendo a
Resoluccedilatildeo COFEN 2932004
Em estudo realizado por Arauacutejo et al (2016) os autores concluiacuteram que o
gerenciamento do cuidado de enfermagem precisa ser coerente com a gestatildeo da
qualidade e seguranccedila dos pacientes Assim a classificaccedilatildeo dos pacientes surge
como um instrumento de gerenciamento do cuidado e organizaccedilatildeo das demandas e
pode ser incluiacutedo no processo de trabalho diaacuterio o qual permite melhor qualidade da
assistecircncia prestada pelo enfermeiro assim como uma contribuiccedilatildeo importante para
uma distribuiccedilatildeo de profissionais de enfermagem adequada para a demanda
36
A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
(2013)
Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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A deficiecircncia da higiene bucal de pacientes hospitalizados eacute um fator de risco para o
desenvolvimento de pneumonias Assim a implantaccedilatildeo de um novo protocolo de
higiene bucal incorporado agraves medidas preconizadas pelo bundle de prevenccedilatildeo de
pneumonia associada a ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute capaz de gerar um importante
impacto na reduccedilatildeo dos iacutendices de PAVM (SOUZA GUIMARAtildeES e FERREIRA
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Estudo realizado por Silva Salles e Nascimento (2014) mostrou que a higiene bucal
eacute muitas vezes negligenciada ou subvalorizada por alguns profissionais Os autores
afirmam que estas atitudes descuidadas satildeo um fator graviacutessimo no que se refere agrave
assistecircncia prestada Qualquer que seja a teacutecnica adotada para a higienizaccedilatildeo oral
dos pacientes em ventilaccedilatildeo mecacircnica eacute indispensaacutevel que a equipe de
enfermagem esteja preparada para desempenhar este cuidado A utilizaccedilatildeo de um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal assim como de um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais satildeo fatores determinantes para se reduzir as
taxas de PAVM jaacute que a falta de esclarecimento sobre sua importacircncia acaba
gerando uma baixa adesatildeo por parte da equipe de enfermagem
37
7 CONCLUSAtildeO
Este estudo surgiu com o propoacutesito de realizar uma revisatildeo integrativa da literatura
sobre a HO adequada em pacientes com IOT na UTI Apesar de ser reconhecida a
importacircncia da teacutecnica da HO em pacientes assistidos em UTI e submetidos agrave IOT a
literatura assinala que este procedimento ainda eacute bastante deficiente o que eleva os
iacutendices de ocorrecircncia de pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica
De modo geral embora os profissionais de enfermagem tenham conhecimento da
necessidade da realizaccedilatildeo da HO nos pacientes intubados nos estudos
encontrados os autores natildeo comprovaram que este procedimento eacute realizado de
forma adequada e consequentemente tambeacutem natildeo eacute registrado no prontuaacuterio do
paciente
Evidenciou-se que uma das complicaccedilotildees ocasionadas em face da falta da HO
adequada nos pacientes submetidos agrave IOT eacute a pneumonia que pode agravar-se
fazendo com que o paciente venha a oacutebito Por isso torna-se tatildeo importante que o
profissional de enfermagem conheccedila o procedimento e o realize de 12 em 12 horas
Para isso eacute relevante um protocolo a se seguir e a supervisatildeo diaacuteria do enfermeiro
Conclui-se desta forma que eacute necessaacuterio se manter nos ambientes hospitalares um
protocolo de atendimento de higienizaccedilatildeo bucal integrado a um programa de
treinamento contiacutenuo dos profissionais Os estudos apontaram que a Higiene Oral
natildeo eacute realizada da maneira correta e com a frequecircncia indicada porque a equipe de
enfermagem nas UTIrsquos natildeo tem tempo suficiente para realizar o procedimento Deste
modo preocupam-se com o que eacute vital para o paciente e infelizmente isso pode
trazer consequecircncias graves como a Pneumonia Associada agrave Ventilaccedilatildeo mecacircnica
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REFEREcircNCIAS ALMEIDA K M V et al Adesatildeo agraves medidas de prevenccedilatildeo para pneumonia associada agrave ventilaccedilatildeo mecacircnica Revista de Enfermagem da UFSM v 5 n 2 p 247-256 2015 Disponiacutevel em lthttpsperiodicosufsmbrreufsmarticleview15411pdfgt Acesso em 29 de agosto de 2017 AMARAL S M CORTEcircS A Q PIRES F R Pneumonia nosocomial importacircncia do microambiente oral Jornal Brasileiro de Pneumologia v 35 n 11 p 1116-1124 2009 Disponiacutevel em lthttpwwwjornaldepneumologiacombrdetalhe_artigoaspid=644gt Acesso em 29 de agosto de 2017 ARAUJO M T et al Dimensionamento de pessoal de enfermagem de uma unidade de cliacutenica meacutedica Revista de Enfermagem do Centro-Oeste Mineiro v 6 n 2 2016 Disponiacutevel em lthttpwwwseerufsjedubrindexphprecomarticleview9711105gt Acesso em 13 de setembro de 2017 BERARDINELLI L M M GUEDES N A C ACIOLI S Anaacutelise do deacuteficit de autocuidado de clientes hipertensos e as implicaccedilotildees na produccedilatildeo de cuidado Rev enferm UERJ v 21 n 1 n esp p 575-580 2013 Disponiacutevel em lthttpwwwfacenfuerjbrv21nesp1v21e1a03pdfgt Acesso em 13 de setembro de 2017 BRITO A P GUIRARDELLO E B Niacutevel de complexidade assistencial dos pacientes em uma unidade de internaccedilatildeo Revista Brasileira de Enfermagem v 65 n 1 2012 Disponiacutevel em lthttpwwwredalycorghtml2670267022810013gt Acesso em 13 de setembro de 2017 CRUZ M K MORAIS T M N TREVISANI D M Avaliaccedilatildeo cliacutenica da cavidade bucal de pacientes internados em unidade de terapia intensiva de um hospital de emergecircncia Revista Brasileira de Terapia Intensiva v 26 n 4 p 379-383 2014 Disponiacutevel em lthttpwwwrbtiorgbrartigodetalhes0103507X-26-4-11gt Acesso em 15 de agosto de 2017 CAVALCANTE L S et al Praacuteticas de higienizaccedilatildeo oral ao paciente da UTI e efeitos beneacuteficos na anaacutelise de 30 enfermeiros no Pronto Socorro e Hospital 28 de Agosto em ManausAM J Health Sci Inst v 33 n 3 p 239-242 2015 Disponiacutevel em ltwwwunipbrpresencialcomunicacaopublicacoesicsedicoes201503_jul-setV33_n3_2015_p239a242pdfgt Acesso em 08 de novembro de 2017
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