20
PREPsico – www.prepsico.psc.br História da Psicologia – Profa. Solange Emílio Aula 1 – A Relevância do passado para o presente Primeira atividade prática: Qual é a sua história com a Psicologia? Como chegou a este curso e esta universidade? Quais são as suas expectativas com esta disciplina e com o curso? Quais são suas perspectivas futuras? O que imagina fazer com o a formação em Psicologia? Qual é a importância, para o psicólogo, de estudar história da psicologia? “A reflexão sobre o que é a Psicologia, de onde vem, para quê e a quem serve é algo tão imprescindível para o psicólogo como o conteúdo de suas teorias e o domínio de suas técnicas.” (Antunes, 1989, pp. 32-33). Desenvolvimento da Psicologia: Criação, desenvolvimento, processo e elaboração e do pensamento humano e da busca de respostas sobre a vida. Apreensão da totalidade da criação humana: como, por quê e quando foi criada – compreensão do predomínio de linhas teóricas, a eleição dominante de determinada área de atuação, aparecimento de novas áreas. Estudar nossa história enquanto homens produtores de conhecimento – posicionamento frente ao mundo e a atuação profissional. Aula 2 – Do Pensamento Mítico ao Filosófico O que caracterizou os primórdios do pensamento humano? Quais foram as mudanças que ocorreram desde a forma inicial até a atual? Homo Sapiens Sapiens: origem: há aproximadamente 150.000 anos Primeiros sepultamentos: 60.000 aC Pensamento mítico Explicação das origens, do Homem e do mundo pelas forças sobrenaturais. O pensamento psicológico nos filósofos gregos Mitologia grega O berço da civilização ocidental – início da filosofia ocidental Preocupação inicial: cosmológica: entender e explicar o cosmo Período pré-socrático: Busca da unidade ou elemento simples do universo Redução do complexo a elementos mais simples – elementismo, atomismo ou monismo O PENSAMENTO NOS FILÓSOFOS GREGOS Período pré-socrático: Tales de Mileto (640 a 548 aC): Água é o elemento presente em todos os seres vivos Não encontrou a unidade fundamental do universo Heráclito (540 a 475 aC) Mundo em constante mudança – o permanente era uma ilusão dos sentidos Mais ênfase ao processo A guerra é a mãe de todas as coisas Fogo como elemento básico do universo Pitágoras (570 a 496 aC) Número como essência permanente das coisas Preocupação com o conhecimento quantitativo do mundo Sustentava a existência de uma alma imortal Anaxágoras (499 a 428 aC) Não buscava um elemento único que fosse a unidade “tudo está em tudo, pois em cada coisa há uma parte de todas as outras” Como se unem e se relacionam os elementos – cerne da questão – valorização da ordem e disposição dos elementos no todo Defendia a presença de um espírito ordenador do universo – fluido universal que animava tudo o que tinha vida. Demócrito (460 a 370 aC) Verdadeiro e último elementista do período cosmológico; O universo era composto de átomos e materiais indivisíveis; A alma era constituída de átomos – sujeita à morte; Os pensamentos e atos do Homem são determinados por agentes externos; Primeira psicologia materialista lógica;

História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

História da Psicologia – Profa. Solange Emílio Aula 1 – A Relevância do passado para o presente Primeira atividade prática:

� Qual é a sua história com a Psicologia? Como chegou a este curso e esta universidade?

� Quais são as suas expectativas com esta disciplina e com o curso? � Quais são suas perspectivas futuras? O que imagina fazer com o a

formação em Psicologia? Qual é a importância, para o psicólogo, de estudar história da psicologia?

� “A reflexão sobre o que é a Psicologia, de onde vem, para quê e a quem serve é algo tão imprescindível para o psicólogo como o conteúdo de suas teorias e o domínio de suas técnicas.” (Antunes, 1989, pp. 32-33).

Desenvolvimento da Psicologia:

� Criação, desenvolvimento, processo e elaboração e do pensamento humano e da busca de respostas sobre a vida.

� Apreensão da totalidade da criação humana: como, por quê e quando foi criada – compreensão do predomínio de linhas teóricas, a eleição dominante de determinada área de atuação, aparecimento de novas áreas.

� Estudar nossa história enquanto homens produtores de conhecimento – posicionamento frente ao mundo e a atuação profissional.

Aula 2 – Do Pensamento Mítico ao Filosófico

• O que caracterizou os primórdios do pensamento humano? • Quais foram as mudanças que ocorreram desde a forma inicial até a

atual?

Homo Sapiens Sapiens:

origem: há aproximadamente 150.000 anos Primeiros sepultamentos: 60.000 aC

Pensamento mítico

• Explicação das origens, do Homem e do mundo pelas forças sobrenaturais.

O pensamento psicológico nos filósofos gregos

• Mitologia grega • O berço da civilização ocidental – início da filosofia ocidental • Preocupação inicial: cosmológica: entender e explicar o cosmo

Período pré-socrático:

• Busca da unidade ou elemento simples do universo • Redução do complexo a elementos mais simples – elementismo,

atomismo ou monismo O PENSAMENTO NOS FILÓSOFOS GREGOS Período pré-socrático:

Tales de Mileto (640 a 548 aC): • Água é o elemento presente em todos os seres vivos • Não encontrou a unidade fundamental do universo

Heráclito (540 a 475 aC) • Mundo em constante mudança – o permanente era uma ilusão dos

sentidos • Mais ênfase ao processo • A guerra é a mãe de todas as coisas • Fogo como elemento básico do universo

Pitágoras (570 a 496 aC) • Número como essência permanente das coisas • Preocupação com o conhecimento quantitativo do mundo • Sustentava a existência de uma alma imortal

Anaxágoras (499 a 428 aC) • Não buscava um elemento único que fosse a unidade • “tudo está em tudo, pois em cada coisa há uma parte de todas as

outras” • Como se unem e se relacionam os elementos – cerne da questão –

valorização da ordem e disposição dos elementos no todo • Defendia a presença de um espírito ordenador do universo – fluido

universal que animava tudo o que tinha vida.

Demócrito (460 a 370 aC) • Verdadeiro e último elementista do período cosmológico; • O universo era composto de átomos e materiais indivisíveis; • A alma era constituída de átomos – sujeita à morte; • Os pensamentos e atos do Homem são determinados por agentes

externos; • Primeira psicologia materialista lógica;

Page 2: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

• A natureza não tem causa primeira e existe deste toda a eternidade.

Período antropocêntrico

• Os sofistas: professores ambulantes que percorriam as cidades, ensinando ciências e artes aos jovens;

• Tentavam substituir a educação tradicional (formação de guerreiros) pela direcionada à formação do cidadão;

• Como saber se algo está certo ou errado, é falso ou verdadeiro, é mau ou bom?

• Representantes mais importantes: Protágoras (485-411 aC): não há possibilidade de formulação de uma visão absoluta da realidade. Górgias (485-380 aC): o conhecimento e a verdade são impossíveis de serem alcançados, pois se nada existe, não pode ser transmitido a outra pessoa (conceito de subjetividade).

Os Filósofos Clássicos Sócrates (470-399 aC)

• Dedicava-se à educação da juventude; • Os sentidos como vias imperfeitas, sujeitas a ilusões; • não existe a Filosofia enquanto o Homem não se voltar para si

próprio: “conhece-te a ti mesmo”; • Busca da verdadeira essência pelo diálogo crítico; • “Só sei que nada sei”; • Método: maiêutica (em grego, parto) – dar à luz idéias

consistentes. Aula 3 – De Platão a Aristóteles Os Filósofos Clássicos Platão (428-348 aC)

• O mito da caverna: • Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância,

geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para a frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados.

• A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior. A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto

- há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes.

• Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.

• Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam.

• Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda a luminosidade possível é a que reina na caverna.

• Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria.

• Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol, e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.

• Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los.

• Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo.

Reflita, a partir do mito:

• Qual é a relação entre mundo sensível e inteligível? • Qual é a relação entre conhecimento e conhecimento verdadeiro? • Qual é a relação entre o mito e a história de Sócrates

Page 3: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

Discípulo de Sócrates • “A alma é o que existe em nós de mais divino” • Fundador da primeira universidade: “Academia” (localizada no

bosque Academos) • O mundo sensível aos sentido é ilusório e não representa o

verdadeiro conhecimento • Conhecer seria lembrar, reconhecer • A alma é eterna, universal e independente da vida no corpo • “Psicologia platônica”: alma como uma parelha de cavalos

conduzidos por um cocheiro • cocheiro = razão • Cavalos = energia moral x desejo • Freud: Id, Ego e Superego

Aristóteles (384-322 aC)

• Família ligada à medicina – influências em seu pensamento • Foi aluno da Academia de Platão • Fundou o Liceu – centro de estudos dedicado às ciências naturais • “Sou amigo de Platão, porém mais amigo da verdade” • Não acreditava na existência da alma sem o corpo • A mente era vista como uma tábula rasa

Defendia a sistematização do conhecimento – base para o pensamento científico posterior Quatro causas determinam o ser e o vir a ser das coisas:

1. Formal - forma ou essência das coisas; 2. Material ou matéria: aquilo de que é feita uma coisa; 3. Eficiente ou motora: o que promove a mudança e o movimento das

coisas 4. Final – o bem de cada coisa

Volta a dar ao corpo a importância como fonte de conhecimento Aula 4 – Filosofia e Medicina na Antiguidade FILOSOFIA E MEDICINA NA HISTÓRIA DA HUMANIDADE

� A medicina desenvolvida na Mesopotâmia (atual região do Iraque) é talvez a mais antiga

� Surgem as primeiras descrições do corpo humano. O coração é considerado sede da inteligência; e o fígado, o centro da circulação.

� Para os povos da Mesopotâmia a interpretação dos sonhos é tida como importante atribuição dos médicos.

Hipócrates (460 a.C a 377 a. C)

� Sistematização bem feita do saber popular

� Seu trabalho marca o fim da Medicina como manifestação mágica e divina e inaugura a ciência baseada na observação clínica.

� Considera que as doenças resultam do desequilíbrio entre o que chama de humores: o sangue, a fleuma (estado de espírito), a bílis (amarela) e a atrabile (bílis negra).

Galeno (131 a 200)

� Foi o mais destacado médico de seu tempo e o primeiro que conduziu pesquisas fisiológicas

� Demonstrou pela primeira vez que as artérias conduzem sangue e não ar, como até então se acreditava.

ANTIGÜIDADE

� Período que vai do século III a.C ao séc III d.C � Helenismo: transição da civilização grega para a romana � Nas ciências e matemáticas, é a melhor obra já produzida pelos

gregos � Apropriação da cultura grega pelos romanos e pelos demais povos

mediterrâneos Alexandre (356 a.C. a 323 a.C)

� Foi aluno de Aristóteles � Assentou as bases da civilização helenística � seu mais ambicioso projeto: a conquista do Império Persa � fundou Alexandria, cidade que viria a converter-se num dos

grandes focos culturais da Antigüidade. � Valores morais e éticos colocados em crise pela revolução de

Alexandre � Cidadão ateniense esvaziado e confuso. � Com a perda da importância política, todos se voltam para a busca

da felicidade pessoal através da religião, da magia ou da Filosofia. GRANDES ESCOLAS HELENÍSTICAS

� Epicurismo � Primeira das grandes escolas helenísticas � Fundada por Epicuro � Preocupação com a ética fundada no prazer e no

afastamento da dor � Não concordava com Platão nem com Aristóteles � O homem feliz deve saber escolher prazeres que

neutralizem a dor e reduzam a perturbação do espírito � é necessário se livrar de todas as ansiedades, inclusive o

medo dos deuses e o medo da morte. � Estoicismo

Page 4: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

� Fundado por Zenão – influenciado por idéias discutidas no “Jardim de Epicuro”

� Prazer e dor não tinham importância � A virtude é o bem supremo e pode ser atingida pela

inteligência (saber o que é bom e mau), pela bravura (saber o que temer ou não temer), pela justiça (saber o que cabe a cada um) e pelo auto-controle (saber quais paixões moderar ou extinguir)

� Ceticismo � Pirro – filósofo que participou da expedição de Alexandre � Filosofia de ruptura � As sensações assim como as opiniões não podem ser

verdadeiras ou falsas � “Alegações extraordinárias exigem prova extraordinária”

� Neoplatonismo � Plotino – apoiou-se nas idéias de Platão � A alma não está no mundo, mas o mundo está nela � “Deus é todas as coisas e nenhuma delas. É aquilo de que

provém toda existência, toda vida e todo valor, mas ele próprio é de tal ordem que nada podemos afirmar a seu respeito, nem a vida, nem a essência; é superior a tudo e fonte absoluta de tudo”.

Apesar de terem lógicas, origens e motivações diversas, estiveram de acordo sobre alguns princípios morais fundamentais e suas mensagens duraram cerca de meio milênio A CULTURA OCIDENTAL ESTÁ SUSTENTADA SOBRE OS PILARES DO HELENISMO, DO JUDAÍSMO E DO CRISTIANISMO O JUDAÍSMO

� Povo escolhido para fazer uma aliança de salvação O CRISTIANISMO

� Explicação da origem e do destino da alma apoiada na convicção de uma vida eterna, conseguida pela vitória sobre o pecado, do ponto de vista da redenção.

Aula 5 – Filosofia e Medicina na Idade Média A Idade Média – noite de 1000 anos

• 476 d.C. - Queda do Império Romano • Era romana – época de cultura elevada – sistemas de banhos,

esgotos e bibliotecas - declínio • 529 d.C. – a Academia de Platão, em Atenas, é fechada

• O pensamento passa a ser sustentado por uma lógica institucional, com finalidade de firmar uma soberania político-religiosa.

• A verdade do cristianismo era um dado praticamente irrefutável. • Será que a fé e o conhecimento poderiam viver em harmonia?

SANTO AGOSTINHO (354-430)

• Foi, inicialmente, maniqueu (divisão entre bem e mal; luzes e trevas)

• Não aceitou esta divisão e partiu em busca da compreensão da origem do mal

• Influências do Estoicismo e Neoplatonismo • O mal está na ausência do bem, não existe “em si” • As idéias eternas estão dentro de Deus • Conhecimento pela introspecção

SÃO TOMÁS DE AQUINO (1224 -1274)

• Verdades naturais • Podemos chegar a elas pela fé ou pela razão • Tudo tem uma primeira causa • Teologia revelada – pela Bíblia • Plantas – animais – homem – anjo - Deus

MEDICINA NA IDADE MÉDIA

• Durante a Idade Média, este conhecimento foi abandonado em nome da demonologia – espíritos que tentavam dominar a alma e deveriam ser expulsos

• Doenças físicas e mentais reaparecem com grande intensidade. Aula 6 – A importância do Renascimento A IMPORTÂNCIA DO RENASCIMENTO E DA REFORMA RELIGIOSA PARA A HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

História da humanidade: De Adão até o final dos tempos

História do homem: Da infância à velhice.

Page 5: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

Renascimento

► Nascimento de novo da arte e da cultura da Antigüidade ► Início no final do século XIV ► Do norte da Itália rumo ao norte pelos dois séculos subseqüentes ► Nova visão do Homem, que volta a estar no centro

O HOMEM RENASCENTISTA

► Marcado pelo individualismo ► Na arte, representação de nus humanos ► Interesse na anatomia do corpo humano ► Ocupa-se com todos os aspectos da vida, da arte e das ciências

Marcos renascentistas

► Gutenberg (1394-1468): prensa tipográfica – acesso da maioria aos livros

► Aperfeiçoamento dos relógios e painéis mecânicos ► Estudos de anatomia: Andreas Vesalius – relações entre vários

órgãos e sistemas ► Copérnico – retira a Terra do centro do universo (geocentrismo) e

coloca o Sol no centro (heliocentrismo) ► Galileu – suporte às teorias de Copérnico pelas observações

empíricas com uso de telescópios A REFORMA – séc XVI

► Burguesia comercial em expansão - inconformada, pois os clérigos católicos estavam condenando seu trabalho;

► O lucro e os juros eram vistos como práticas condenáveis pelos religiosos o que contrastava com as arrecadações de indulgências e abusos no uso do dinheiro e do poder pela Igreja

► Perda da identidade da Igreja católica: gastos com luxo e preocupações materiais; desrespeito de elementos do clero às regras religiosas

► No campo político, os reis estavam descontentes com o papa, pois este interferia muito nos comandos que eram próprios da realeza.

► Trabalhadores urbanos, com mais acesso a livros, começaram a discutir e a pensar sobre as coisas do mundo.

► O novo pensamento renascentista também fazia oposição aos preceitos da Igreja.

► O homem renascentista, começava a ler mais e formar uma opinião cada vez mais crítica.

► Um pensamento baseado na ciência e na busca da verdade através de experiências e da razão.

Martinho Lutero (1483- 1546) ► Monge alemão - um dos primeiros a contestar fortemente os

dogmas da Igreja Católica ► Afixou na porta da Igreja de Wittenberg as 95 teses que criticavam

vários pontos da doutrina católicaCondenava a venda de indulgências e propunha a fundação do luteranismo ( religião luterana )

► A salvação do homem ocorria pelos atos praticados em vida e pela fé

► Embora tenha sido contrário ao comércio, teve grande apoio dos reis e príncipes da época

► Em suas teses, condenou o culto à imagens e revogou o celibato ► Foi excomungado e cassado ► Suas idéias foram difundidas por toda a Europa

A reforma calvinista

► João Calvino começou a Reforma Luterana na França, no ano de 1534

► A salvação da alma ocorria pelo trabalho justo e honesto ► Tais idéias atraíram muitos burgueses e banqueiros para o

calvinismo ► Muitos trabalhadores também viram nesta nova religião uma forma

de ficar em paz com sua religiosidade A Reforma Anglicana

► Na Inglaterra, o rei Henrique VIII rompeu com o papado, após este se recusar a cancelar o casamento do rei

► Henrique VIII funda o anglicanismo e aumenta seu poder e suas posses, já que retirou da Igreja Católica uma grande quantidade de terras.

A Contra-Reforma

► Preocupados com os avanços do protestantismo e com a perda de fiéis, bispos e papas reúnem-se na cidade italiana de Trento ( Concílio de Trento ) com o objetivo de traçar um plano de reação

► No Concílio de Trento ficou definido : - Catequização dos habitantes de terras descobertas, através da ação dos jesuítas; - Retomada do Tribunal do Santo Ofício - Inquisição : punir e condenar os acusados de heresias - Criação do Index Librorium Proibitorium ( Índice de Livros Proibidos ) : evitar a propagação de idéias contrárias à Igreja Católica.

Page 6: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

Aula 7 – Os primórdios da ciência moderna FRANCIS BACON (1561-1626)

� Considerado o pensador do Renascimento � A aquisição do conhecimento se processa por intermédio da

experiência � Influência para o empirismo britânico

CRÍTICAS A ARISTÓTELES � o verdadeiro filósofo natural deveria fazer a acumulação

sistemática de conhecimentos mas também descobrir um método que permitisse o progresso do conhecimento

� A realidade não pode ser vista como supostamente fixa, ou obediente a uma ordem divina, eterna e perfeita.

� O saber deveria ser ativo e fecundo em resultados práticos – ênfase no controle da natureza

PROPÕE MÉTODO EXPERIMENTAL RIGOROSO � Descrever todas as circunstâncias em que um fenômeno ocorre; � Avaliar os casos em que não ocorre; � Examinar detalhadamente os diversos casos particulares e a

relação entre eles para chegar a formulações gerais – indução ABORDAGEM INDUTIVA DA CIÊNCIA

� Indução: conclusões gerais a partir de fatos particulares – observações minuciosas de casos levando as afirmações gerais;

� Dedução – conseqüência tirada de um princípio ou de uma lei; � A experiência é sobretudo a possibilidade de utilizar os fatos da

natureza para o proveito do homem; � “Saber é Poder”.

SÉCULO XVII

� Espírito mecanicista � Relógio - modelo para a leitura do universo físico: regularidade,

previsibilidade e exatidão – conceito do determinismo � Reducionismo: redução das coisas às suas partes mais simples

ou componentes básicos, com o objetivo de compreendê-las

� Isso poderia ser aplicado aos animais, inclusive aos seres humanos?

� Animais não dotados de sentimentos – concepção básica para o estímulo a pesquisas feitas com animais vivos

RENÉ DESCARTES (1596-1650)

� Descartes aplicou a noção do mecanismo do relógio ao corpo humano

� Antes dele, a mente era vista como um manipulador, puxando as cordas do corpo

� Sua maior contribuição à Psicologia foi a tentativa de resolver o problema mente-corpo

� Para ele, a mente e o corpo influenciam-se mutuamente, mas têm diferentes essencias

� Teoria do ato reflexo: movimento não comandado ou não determinado pela vontade consciente

� Precursor da psicologia behaviorista (E – R) � Tendência à hipótese de previsibilidade do comportamento

humano DOUTRINA DAS IDÉIAS

� Idéias derivadas: dependem de um estímulo externo � Idéias inatas: surgem da mente ou da consciência: Deus, eu, a

perfeição e o infinito. Aula 8 – Materialismo, Empirismo e positivismo. MATERIALISMO

� Descrição dos fatos do universo em termos físicos � A consciência humana também poderia ser explicada em termos

físicos: estruturas anatômicas e fisiológicas do cérebro EMPIRISMO

� Todo o conhecimento resulta da experiência sensorial � Principal papel nas bases da ciência psicológica

Page 7: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

� A mente evolui com o acúmulo progressivo das experiências sensoriais, o que contradiz o conceito das idéias inatas de Descartes

EMPIRISTAS � John Locke � George Berkeley � David Hume � James Mill

JOHN LOCKE (1632-1704)

� Considera a mente como uma tábula rasa � Todas as idéias decorrem da experiência � Qualidades primárias e secundárias: “a dor não está na faca, mas

na experiência do corte”. O homem ao nascer não possui nenhum conhecimento. Todas as idéias

são fruto da aprendizagem. O conhecimento se dá pelo acúmulo de experiências sensoriais.

GEORGE BERKELEY

� Concordava com Locke quanto à origem do conhecimento do mundo, na experiência

� Discordava das qualidades primárias e secundárias � Todo o conhecimento depende da percepção do indivíduo

Nunca conhecemos a natureza física dos objetos, somente a percepção que temos deles.

DAVID HUME (1711-1776)

� Impressões: fortes e vívidas � Idéias: cópias fracas das impressões � Princípio da associação de idéias: combinação de idéias simples

para a formação de idéias complexas Se todo o conhecimento do mundo exterior é adquirido mediante

nossas idéias e portanto indiretamente, então não é possível realmente afirmar se existe ou não um mundo exterior

JAMES MILL (1773-1836)

� Não há subjetividade � A mente não passa de uma máquina � Pai de John Stuart Mill: - 3 anos: lia Platão em Grego - 11 anos: primeiro trabalho científico - 18 anos: máquina lógica - 21 anos: depressão profunda - Idéias complexas são mais do que a soma das idéias simples - Alegou ser possível a realização de um estudo científico da

mente POSITIVISMO

� AUGUSTE COMTE (1798-1857) � Pesquisa sistemática do conhecimento humano � A pesquisa pode se basear somente em dados observáveis � As ciências sociais deveriam abandonar as explicações

metafísicas Aula 9 – Avanços iniciais da Fisiologia. AS INFLUÊNCIAS FISIOLÓGICAS NA PSICOLOGIA A importância do observador humano:

Nem sempre há correspondência exata entre a natureza de um objeto e a nossa percepção deste objeto

Os avanços iniciais da fisiologia:

Os cientistas começam a estudar os órgãos dos sentidos humanos Estudo da sensação Filósofos interessados na experimentação da mente Fisiologistas queriam entender os mecanismos por trás dos fenômenos

mentais

Page 8: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

O mapeamento interno das funções cerebrais Delimitação das áreas especializadas do cérebro Refinamento nos métodos de pesquisa

MÉTODOS

Extirpação Técnica utilizada para determinar a função de uma parte específica

do cérebro, removendo-a ou destruindo-a e observando as mudanças no comportamento

Método clínico Exame pós-morte das estruturas do cérebro para verificar a área

lesionada, quando o indivíduo apresentava, em vida, alguma manifestação comportamental curiosa.

Estimulação elétrica Aplicação de fracas correntes elétricas para a exploração do córtex

cerebral, a partir das respostas motoras obtidas Franz Josef Gall (1758 – 1828)

Dissecava cérebros de animais e pessoas mortas Fundador da cranioscopia – que depois daria origem à frenologia Formato do crânio associado a características emocionais e intelectuais Protusão ou saliência correspondentes às àreas controladoras de

determinadas características Entrelaçamento de linhas

Mecanicismo também predominante na fisiologia do séc XIX Tentativa de explicação de todos os fenômenos pelos princípios da física Fortes influências do empirismo

OS PRIMÓRDIOS DA PSICOLOGIA EXPERIMENTAL A abordagem científica alemã: - fisiologia experimental alemã bem desenvolvida

- temperamento alemão adaptável ao trabalho de classificação e descrição - ênfase na indução – das partes para o geral - estímulo da Alemanha à pesquisa

Hermann von Helmholtz

- Um dos pesquisadores fundamentais para o início da psicologia experimental - Órgãos sensoriais humanos como máquinas

- Apreciava analogias técnicas - Primeira medição empírica da velocidade de condução do impulso nervoso - Estimulou o nervo motor e o músculo anexo da perna de um sapo e observou

o tempo de reação para diversos comprimentos de nervos - Velocidade de condução do impulso neural: 27 m/s - Com os seres humanos, não deu certo – houve enormes diferenças

individuais - Apesar de não estar interessado no significado psicológico, seu trabalho foi

considerado um dos primeiros passos na experimentação e medição de um processo psicofisiológico

- Estudou sentidos como a visão e a audição ERNST WEBER (1795 – 1878)

Explorou as sensações cutâneas e as musculares Brincadeira da cócega no braço Limiar entre dois pontos: ponto em que é possível distinguir duas origens

separadas de estímulo Diferença mínima perceptível: menor diferença entre dois estímulos físicos Estudos sobre os limiares e a medição da sensação foi de grande importância

para a psicologia GUSTAV THEODOR FECHNER (1801-1887)

Assistiu aulas de Weber sobre fisiologia Feriu os olhos ao olhar diretamente para o sol através de lentes coloridas Sofreu de grave depressão, que teve a cura atribuída ao sonho de uma amiga

e depois a um sonho seu (presunto marinado e número 77) Ligação mente e corpo: a dimensão da sensação (qualidade mental) depende

da quantidade de estímulos (qualidade física) Como medir a sensação?

1. Determinar se o estímulo está presente ou ausente 2. Medir o limiar absoluto: ponto de sensibilidade abaixo do qual as sensações

não são detectadas e acima do qual elas são percebidas 3. Definir o limiar diferencial da sensibilidade: o ponto no qual a menor

alteração em um estímulo provoca a mudança de sensação A PSICOFÍSICA

Estudo científico das relações entre os processos mentais e físicos Psicofísica interna: relação entre a sensação e a reação cerebral e nervosa Na época não foi possível medir com precisão os processos psicológicos

internos

Page 9: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

Fechner optou por lidar com a psicofísica externa – relação entre o estímulo e a intensidade subjetiva da sensação, medida por meio de seus métodos

IMPORTÂNCIA DE FECHNER No início do séc XIX, Kant afirmava que a psicologia nunca poderia ser considerada ciência por não ser possível a experiência com os processos psicológicos. Fechner trouxe as bases para a psicologia experimental, que viria a seguir. AULA 10 - OS PRIMÓRDIOS DA PSICOLOGIA EXPERIMENTAL Entrelaçamento de linhas

• Mecanicismo também predominante na fisiologia do séc. XIX; • Tentativa de explicação de todos os fenômenos pelos princípios da física; • Pensamento atomístico, apoiado na também na química e na biologia; • Fortes influências do empirismo.

A ABORDAGEM CIENTÍFICA ALEMÃ:

• Fisiologia experimental alemã bem desenvolvida;

• Temperamento alemão adaptável ao trabalho de classificação e descrição;

• Ênfase na indução – das partes para o geral;

• Estímulo da Alemanha à pesquisa. HERMANN VON HELMHOLTZ

• Um dos pesquisadores fundamentais para o início da psicologia experimental;

• Órgãos sensoriais humanos como máquinas;

• Apreciava analogias técnicas;

• Primeira medição empírica da velocidade de condução do impulso nervoso;

• Estimulou o nervo motor e o músculo anexo da perna de um sapo e observou o tempo de reação para diversos comprimentos de nervos;

• Velocidade de condução do impulso neural: 27 m/s;

• Com os seres humanos, não deu certo – houve enormes diferenças individuais;

• Apesar de não estar interessado no significado psicológico, seu trabalho foi considerado um dos primeiros passos na experimentação e medição de um processo psicofisiológico;

• Estudou sentidos como a visão e a audição.

ERNST WEBER (1795 – 1878) • Explorou as sensações cutâneas e as musculares; • Brincadeira da cócega no braço; • Limiar entre dois pontos: ponto em que é possível distinguir duas origens

separadas de estímulo; • Diferença mínima perceptível: menor diferença entre dois estímulos físicos; • Estudos sobre os limiares e a medição da sensação foi de grande importância

para a psicologia. GUSTAV THEODOR FECHNER

• Ligação mente e corpo;

• Como medir a sensação?

• Determinar se o estímulo está presente ou ausente;

• Medir o limiar absoluto: ponto de sensibilidade abaixo do qual as sensações não são detectadas e acima do qual elas são percebidas;

• Definir o limiar diferencial da sensibilidade: o ponto no qual a menor alteração em um estímulo provoca a mudança de sensação.

A PSICOFÍSICA

• Estudo científico das relações entre os processos mentais e físicos; • Psicofísica interna: relação entre a sensação e a reação cerebral e nervosa; • Na época não foi possível medir com precisão os processos psicológicos

internos; • Fechner optou por lidar com a psicofísica externa – relação entre o estímulo

e a intensidade subjetiva da sensação, medida por meio de seus métodos. IMPORTÂNCIA DE FECHNER

• No início do séc. XIX, Kant afirmava que a psicologia nunca poderia ser considerada ciência por não ser possível a experiência com os processos psicológicos;

• Fechner trouxe as bases para a psicologia experimental, que viria a seguir; apesar disso, o título de “pai da psicologia” seria atribuído a Wundt.

A PSICOLOGIA EXPERIMENTAL

• WILHELM WUNDT (1832-1920); • Tinha como objetivo promover a psicologia como uma ciência independente; • Sua importância está também na experimentação sistemática promovida por

ele;

Page 10: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

• Criou revistas especializadas e teve uma produção de textos impressionante (mais de duas páginas diárias).

A NOVA PSICOLOGIA DE WUNDT

• Exigia o exame científico da experiência consciente humana;

• Dois programas principais;

• O exame da experiência consciente “imediata” (sensação e percepção), por meio de métodos experimentais de laboratório;

• Estudo de processos mentais superiores (aprendizagem e memória), por meio de métodos não laboratoriais.

A PSICOLOGIA CULTURAL

• Dedicou mais de 10 anos de estudos à psicologia cultural; • Exerceu pouco impacto sobre a psicologia americana, apesar de ter sido seu

interesse até o final da vida PRINCIPAL OBJETO DE ESTUDO

• Consciência; • Não aceitava a idéia de os elementos da consciência serem estáticos; • Acreditava no papel ativo da consciência; • Voluntarismo: capacidade de organização da mente – ato ou força de

vontade. A ESSÊNCIA DO MÉTODO EXPERIMENTAL

• Variar as condições da situação de estímulo e observar as mudanças nas experiências do sujeito.

A EXPERIÊNCIA IMEDIATA

• Aquela que é usada como meio para conhecer algo distinto da própria experiência;

• O estudo da experiência tinha de ser realizado por introspecção, auto-observação controlada do conteúdo da consciência, em condições experimentais.

CIÊNCIA DA EXPERIÊNCIA IMEDIATA

• Problema: analisar os processos conscientes em seus elementos básicos, descobrir como esses elementos estão interligados e determinar suas leis de conexão.

TEMAS DE SUAS PESQUISAS MAIS VALORIZADAS PELOS AMERICANOS:

• Sensação e percepção; • Atenção; • Sentimento; • Reação; • Associação.

TEORIA TRIDIMENSIONAL DO SENTIMENTO

• Prazer/desprazer; • Tensão/relaxamento; • Excitação/depressão; • Emoções como um composto complexo de sentimentos elementares; • Redução aos elementos mentais.

A PERCEPÇÃO

• Processo de organização de fenômenos mentais formando uma unidade; • O todo é diferente da soma das partes – síntese criativa – correspondente na

química: combinação de elementos produz compostos com propriedades não encontradas nos originais.

CRÍTICAS À PSICOLOGIA DE WUNDT

• Introspecção realizada por diferentes observadores – resultados distintos; • Qual é o resultado correto? • Wundt defendia que o treinamento e a experiência dos observadores

aprimorariam o método. AULA 11 - ESTRUTURALISMO E FUNCIONALISMO ESTRUTURALISMO

Edward Bradford Titchener (1867-1927); Estudou dois anos com Wundt, mas desenvolveu a maior parte de seus

estudos nos Estados Unidos; Clara visão dualista – separava o mundo da física do mundo da psicologia; O problema da psicologia era a análise dos fenômenos mentais: sensação,

imagens e sentimentos. TRABALHOS DO SUJEITO EXPERIMENTAL EM PSICOLOGIA

Nomear a sensação; Identificar a intensidade com que ela se apresenta; Registrar sua duração; Decompor os elementos percebidos até o irredutível.

Page 11: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

ERRO DE ESTÍMULO

Confusão entre o processo mental e o objeto da observação:

Fruta maçã x elementos como cor, brilho e forma. DIFERENÇAS ENTRE MENTE E CONSCIÊNCIA

Consciência: soma das experiências em determinado momento; Mente soma das experiências ao longo do tempo.

A PSICOLOGIA PARA TITCHENER

Uma ciência pura, sem interesses utilitários ou aplicados, sem a preocupação com patologias, sistemas sociais ou econômicos ou condições culturais.

OBJETIVO DE TITCHENER

Descobrir os chamados átomos da mente:

OBSERVADORES

Quando devidamente treinados, seriam máquinas neutras e imparciais – não haveria subjetividade;

CRÍTICAS AO ESTRUTURALISMO

Introspecção: os treinamentos conduziam a observações parciais;

Acusado de artificial e estéril: a experiência não ocorre na forma de sensações, imagens ou estados individuais, mas em uma totalidade unificada.

CONTRIBUIÇÕES DO ESTRUTURALISMO

O objeto de estudo era claramente definido – a experiência consciente; Métodos de pesquisa: cientificamente tradicionais; Método da introspecção – atualmente, o relato oral baseado na experiência –

ainda é empregado em pesquisas em psicologia. FUNCIONALISMO

� Não havia a intenção de se iniciar uma nova escola de pensamento; � Prospera nos Estados Unidos graças ao temperamento americano; � Atitude geral pragmática e teoria evolucionista como pano de fundo; � Não havia a intenção de se iniciar uma nova escola de pensamento; � Prospera nos Estados Unidos graças ao temperamento americano; � Atitude geral pragmática e teoria evolucionista como pano de fundo; � Não existiu uma psicologia funcional única; � Houve psicologias funcionais que coexistiram e apresentaram algumas

diferenças; � As semelhanças se deram no compartilhamento da ocupação com os

objetivos e utilidade das funções da consciência. HERBERT SPENCER (1820-1903)

� Ênfase na aplicação da teoria evolucionista à natureza humana e à sociedade “Darwinismo Social”;

� Capacidade individual = sobrevivência dos mais capazes; � Defesa do individualismo.

WILLIAM JAMES (1842-1910)

� Principal precursor americano da psicologia funcional; � Paradoxalmente, era considerado uma força contrária ao desenvolvimento da

psicologia científica – interesse em telepatia, clarividência, comunicação com os mortos, etc.;

� Visão central do funcionalismo americano: “a psicologia não tem como meta a descoberta dos elementos da experiência, mas o estudo da adaptação dos seres humanos ao seu meio ambiente” (SCHULTZ, 2005, p. 161);

� Consciência - vital para a evolução humana; � Pessoas também dotadas de emoção e paixão, além de pensamento e razão; � As pessoas não são seres totalmente racionais.

FLUXO DE CONSCIÊNCIA

Page 12: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

A consciência é um fluxo constante e qualquer tentativa de reduzi-la a elementos pode distorcê-la;

Não é possível experimentarmos o mesmo pensamento ou a mesma sensação mais de

uma vez. ÊNFASE NA INTENÇÃO DISTINÇÃO ENTRE ESCOLHA E HÁBITO:

� Escolha: a consciência está em cena; � Hábito: involuntário e não consciente.

JOHN DEWEY (1859-1952) � Reflexo como um círculo e não um arco – a percepção e o movimento devem

ser vistos como uma unidade; � Propõe que o objeto de estudo mais adequado à psicologia seria a análise do

organismo inteiro e seu funcionamento no ambiente, sem reduções a elementos básicos.

JAMES ANGEL (1869-1949)

� A tarefa do funcionalismo é descobrir o funcionamento do processo mental; � Funções da consciência, do julgamento e da vontade para a adaptação e

sobrevivência; � Não faz distinções entre mente e corpo; � Pergunta dos funcionalistas: para quê é a consciência? – psicologia para a

solução de problemas cotidianos. HARVEY A. CARR (1873-1954)

� Alegava ser a psicologia funcional a psicologia americana; � Definiu a atividade mental como objeto de estudo da psicologia.

CRÍTICAS AO FUNCIONALISMO

� Funcionalistas acusados de inconsistentes e ambíguos; � palavra “função” descrevia atividade e também utilidade; � Discussão sobre a ciência pura e a aplicada.

AS CONTRIBUIÇÕES DO FUNCIONALISMO

� Aplicação prática da psicologia aos problemas cotidianos; � Incorporação da pesquisa do comportamento animal ao estudo da psicologia; � Estudos sobre bebês, crianças e adultos com dificuldades mentais (método

introspectivo complementado com testes, descrições objetivas, questionários, etc.).

A HERANÇA DO FUNCIONALISMO

� Psicologia clínica; � Os testes psicológicos; � Psicologia industrial e organizacional.

AULA 12 - A PSICOLOGIA NO BRASIL A PSICOLOGIA NO BRASIL PRÉ-COLONIAL A CRIANÇA NA SOCIEDADE INDÍGENA

• Amor dos índios pelas crianças; • Parto/amamentação; • Participação das crianças na vida da comunidade; • Participação social da mulher índia.

BRASIL COLONIAL CONCEITOS PSICOLÓGICOS NAS INSTITUIÇÕES ESCOLARES

• Idéias psicológicas em tratados pedagógicos. O ENSINO RELIGIOSO NO BRASIL

• Católicos contra-reformados - Companhia de Jesus tornou-se o principal agente educador;

• Os filhos de colonos e descendentes dos habitantes nativos eram o principal alvo da ação educativa dos padres, com vistas a catequizá-los, educar a elite nos colégios secundários e formar novos religiosos.

CONHECIMENTOS PSICOLÓGICOS NO ENSINO RELIGIOSO NO BRASIL

• Conceito de infância: criança que para viver necessita de socorro alheio – diferenciação infância/adolescência;

• Recomendação da amamentação das mães às crianças; • Determinismo ambiental - educação vista como fundamental – conceito da

tábula rasa: “a boa doutrina emenda a má natureza”; • A valorização dos jogos e brincadeiras infantis; • A punição física como método educativo – indicada na época até para o

ensino universitário – é abandonada em nome da “punição moral”. MUDANÇAS NO ENSINO RELIGIOSO NO BRASIL

• Os jesuítas permaneceram como mentores da educação brasileira até 1759, quando foram expulsos de todas as colônias portuguesas por decisão de

Page 13: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

Sebastião José de Carvalho, o marquês de Pombal, primeiro-ministro de Portugal de 1750 a 1777.

RUPTURA HISTÓRICA NO MODELO EDUCACIONAL BRASILEIRO

• Dos interesses da fé defendidos pelos jesuítas, à escola organizada para servir aos interesses do Estado.

INFLUÊNCIAS DO ILUMINISMO FRANCÊS

• Relação de causalidade entre os fenômenos; • Estados físicos determinam os fenômenos psíquicos; • Normas higiênicas e remédios físicos para males psíquicos.

A MEDICINA COMO SABER OBJETIVO

“ Descobrindo-se na confissão, as chagas todas do coração humano facilmente são conhecidas e podem ser inteiramente curadas pelos médicos”

(Mello Franco, 1794) TRÊS PECADOS – DOENÇAS ORGÂNICAS

• A lascívia; • A cólera; • A bebedice; • “uma vida sexual imperativa determinaria um enfraquecimento e

decomposição das fibras nervosas cerebrais”; • Substituem-se a culpa e o castigo pela infração e o distúrbio.

AULA 13 - PSICOLOGIA DA GESTALT

� Criada entre 1910 e 1912 – Kurt koffka, Wolfgang Köhler e Max

Wertherimer � Associada exclusivamente à percepção, mas muitas foram as contribuições à

psicologia do pensamento e da resolução de problemas Max Wertheimer (1880 -1943)

� Problema perceptual do movimento aparente (cinema)

� Fenômeno fi: o que se percebe são as figuras inteiras, providas de sentido, e não os elementos que se juntam para formar o todo

Conte os pontos pretos ! ! ! He,he...

� O todo é diferente da soma das partes e, além disso, os processos parciais são

determinados pela natureza intrínseca do todo Princípios da organização perceptual:

� Proximidade � Continuidade � Semelhança � Preenchimento � Simplicidade � Figura-fundo

AULA 14 - BEHAVIORISMO Precursores do Behaviorismo

Tradição objetivista e mecanicista Psicologia funcional Psicologia animal

A psicologia animal

Tentativa de demonstrar a existência da mente nos organismos inferiores Continuidade entre a mente animal e a humana

HANS, O CAVALO

Proprietário: matemático Wilhelm Von Olsten Era ou não prodígio? Investigador: Oskar Pfungst

– aluno de Carl Stumpf Decepção de Von Olsten

Page 14: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

THORNDIKE (1874-1949) Conexionismo: conexões entre as situações e as respostas Lei do efeito: atos que produzem satisfação tornam-se associados à situação

e tendem a ocorrer novamente com a repetição da situação As conseqüências da recompensa a uma resposta são mais eficazes do que a

mera repetição Puzzleboxes IVAN PETROVICH PAVLOV (1849-1936)

Médico – pesquisador Pesquisas com nervos cardíacos e com glândulas digestivas primárias Noção de reflexo condicionado – descoberta acidental Deu crédito a Descartes pela idéia de reflexo nervoso A salivação não era reflexiva, mas aprendida

Reflexo condicionado: reflexo condicional ou dependente na formação de uma associação ou ligação entre estímulo e resposta

Suas técnicas possibilitaram a redução do comportamento complexo a unidades de estudo

VLADIMIR M. BEKHTEREV (1857-1927)

Ajudou a desviar a área para a observação objetiva do comportamento Movimento reflexo não é apenas resultado de estímulo não condicionado, mas pelo estímulo associado ao estímulo original – reflexo associado Movimento reflexo não é apenas resultado de estímulo não condicionado, mas pelo estímulo associado ao estímulo original – reflexo associado JOHN B. WATSON (1878-1958)

Organizou e promoveu algumas idéias já vigentes: mecanicismo, psicologia animal e psicologia funcional

Behaviorismo como ramo puramente objetivo da ciência natural Objetivo: previsão e controle do comportamento Não há linha divisória entre o homem e o animal Fim da carreira acadêmica Psicólogo no campo da publicidade Controle do comportamento do consumidor Conselhos aos pais: Nunca abraçar e beijar as crianças Jamais deixar que elas sentem no colo Quando necessário, beijar somente uma vez na testa Pela manhã, cumprimentar somente com um aperto de mão

Ser perfeitamente objetivo com os filhos Métodos psicológicos:

1. Observação, com ou sem uso de instrumentos 2. Testes 3. Relatos verbais 4. Reflexo condicionado

BEBÊ ALBERT

Medo condicionado

CRÍTICAS: O programa de Watson omitia componentes importantes, como os processos perceptuais e sensoriais

Contribuições Tornou a metodologia e a terminologia da psicologia mais objetivas AULA 15 - NEOBEHAVIORISMO E SOCIO BEHAVIORISMO NEOBEHAVIORISMO (1920-1930

� Linha dominante na psicologia experimental norte-americana � Convergências e divergências entre os neobehavioristas

Convergências:

� Princípio evolucionista – o que se aplica a uma espécie deve se aplicar às demais

� A aprendizagem é essencial à compreensão de um comportamento – maior tendência ao adquirido do que ao inato – proximidade com o empirismo britânico

� Busca da aplicação prática – herança do funcionalismo Edward Chace Tolman (1886-1959)

� Comportamento molar X molecular – observação dos padrões amplos do comportamento e não somente uma série de reações de movimentos individuais – mapa geral do caminho

� “o cérebro se parece mais com uma sala de controle de mapas do que com uma antiquada conexão telefônica”

� Behaviorismo intencional – a finalidade é uma característica universal do comportamento aprendido

Page 15: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

� Variáveis intervenientes: sede, fome, etc. (não são vistas diretamente, mas a existência pode ser percebida como conseqüência da criação de uma condição de estímulo)

� Aprendizagem latente: a descoberta de comida na saída do labirinto não afetava diretamente a aprendizagem do rato – somente influía na motivação do animal para sair mais rapidamente

� O reforço afetava o desempenho e não a aprendizagem � “Precisamos, em resumo, submeter nossos filhos e a nós mesmos (como o

experimentador generoso faz com seus ratos) às condições ideais de motivação moderada e ausência de frustrações desnecessárias sempre que nos colocarmos todos diante deste grande labirinto divino que é o mundo de nós homens” (Tolman, 1948).

� Críticas recebidas: preocupação excessiva com a mente do rato e pequena com os comportamentos

� Contribuição significativa: elo entre o behaviorismo e a psicologia cognitiva � Maior importância: conjunto de valores e atitudes demonstrada; luta pelos

direitos humanos e contra as guerras B. F. SKINNER (1904-1990)

� Defendia um behaviorismo mais indutivo e descritivo � Dois únicos objetivos da psicologia: previsão e controle do comportamento � Modelagem do comportamento pelo ambiente � Distinção entre condicionamento clássico e operante

CONDICIONAMENTO CLÁSSICO • Comportamentos reflexos controlados por variáveis antecedentes, ou

seja, um S que provoca uma R do O.

• luz intensa (S eliciador) contração da pupila (R do O) • barulho do motor do dentista esquiva • Pareamento de estímulos

CONDICIONAMENTO OPERANTE � Ele é emitido e não induzido � O comportamento do organismo é condicionado pelo reforçador que o

acompanha Consiste em aumento na probabilidade da resposta ocorrer ao ser seguida por um reforçador O que define um reforçador? Reforçador positivo: apresentação de um estímulo – alimento, água, sexo, descanso contato físico, gosto doce, etc. Reforçador negativo: retirada de um estímulo aversivo

Em ambos os casos, a probabilidade de recorrência da reação aumenta � Aproximações sucessivas: reforçar cada parte do comportamento desejável

até que ele seja obtido � Programas de reforço: reforço intermitente

A UTOPIA

� Walden II: � “(...) talvez jamais possamos provar que o homem não é livre; trata-se de

uma pressuposição. Mas, o crescente sucesso da ciência do comportamento a torna cada vez mais plausível” (Skinner, 1948)

� Admirável Mundo Novo – Aldous Huxley SOCIOBEHAVIORISMO Albert Bandura

� Reforço vicário: aprendizado pode ocorrer por observação do comportamento de outras pessoas

� Auto-eficácia: percepção do indivíduo sobre sua auto-estima e a competência em lidar com os problemas da vida

EXPERIMENTO COM O JOÃO BOBO AULA 16 - PSICANÁLISE ANTECEDENTES

� Forte herança acadêmica no pensamento psicológico � Métodos e conceitos aprimorados em laboratórios, bibliotecas e

salas de conferências DIFERENÇAS PRINCIPAIS

� Surge dentro da medicina, a partir do tratamento de pessoas consideradas doentes mentais

� Apresenta-se de forma distinta ao pensamento psicológico vigente na época em relação aos objetivos, aos métodos e ao objeto de estudo

� Enfoca o inconsciente, que era praticamente ignorado pela psicologia

VISÕES ANTERIORES SOBRE O ICS

� Wundt e Titchener – método introspectivo – o inconsciente não poderia ser reduzido a elementos sensoriais

Page 16: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

� Funcionalistas – centrados no estudo da consciência, apesar de admitirem a existência do inconsciente, não viam validade em seu uso e estudo

� Watson não considerava nem a importância do consciente, menosprezando totalmente o inconsciente

SIGMUND FREUD

� Nasceu na Morávia, em 1856. � Mudou-se, aos quatro anos, com a família, para Viena. � Formou-se em medicina em 1881. � Especializou-se em Neurologia. � Teorias da mente inconsciente � Teoria da evolução � Idéias sobre a psicopatologia

Teorias da mente inconsciente

� diferentes graus de consciência – do completamente inconsciente ao claramente consciente

Teoria da evolução

� Estudos de Darwin sobre as forças biológicas do amor e da fome, base de todo o comportamento

� Continuidade do comportamento emocional da infância à fase adulta

� Surgimento do impulso sexual em bebês Psicopatologia

� Reconhecimento da doença mental: 2000 a.C. � Babilônicos – possessão demoníaca – tratamento por magia e

orações � Antigas culturas hebraicas: punição pelos pecados – cura

também religiosa � Filósofos gregos: desorganização do pensamento – cura pela

força das palavras

Psicopatologia

� Idade média: retorno da demonologia – cura pela tortura e execução

� Séc. XV a XVII: Inquisição – perseguição à heresia e à bruxaria � Séc. XVIII: doença mental vista como irracional - pessoas

confinadas ou exibidas em circos � Final do séc. XVIII e início do séc. XIX - tratamento mais

humano � Pinel (França): tratamento moral – tirou-os das correntes e ouvia

suas queixas O MESMERISMO E A HIPNOSE Séc. XVIII - Franz Anton Mesmer - médico:

� Concepção de que forças magnéticas afetavam diretamente os seres humanos

� procedimento para tratar a histeria – alimentos com altas doses de ferro e passagem de imãs pelo corpo

� Pacientes entravam em transe e voltavam curados – cura pelo magnetismo animal

Do mesmerismo à hipnose

� Mesmerismo considerado anti-científico � Curas atribuídas ao poder de sugestão do médico � No séc. XIX, o médico escocês James Braid percebeu que o

transe era semelhante ao estado de sono e cunhou o termo: neurohipnologia (do grego: neurón – nervo; hynós – sono)

JEAN MARTIN CHARCOT (1825 a 1893)

� Histeria – deriva da palavra grega que significa útero – associado às mulheres, apesar de haver registros de casos em homens

� Percebeu a histeria como distúrbio psicológico e procurou buscar sua causa

Page 17: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

� Associou a histeria à capacidade de deixar-se hipnotizar � Seu trabalho chamou a atenção de um jovem médico de Viena

SIGMUND FREUD (1856 – 1939)

� Inicialmente interessado pela anatomia do sistema nervoso. � Concentra-se nos estudos sobre a histeria. � Utilização da hipnose como alternativa aos tratamentos médicos

correntes (hidroterapia, eletroterapia, massagens e cura pelo repouso)

ENCONTRO COM BREUER Caso Ana O. (Bertha Pappenheim):

� Lado direito do corpo aparentemente paralisado e insensível � Persistente tosse nervosa � Déficit visual e auditivo � Hábitos alimentares bizarros � Perda da capacidade de falar a língua materna (Alemão),

substituindo-a por Inglês � Hidrofobia � Método catártico e cura pela palavra: � Quando recordava, em transe hipnótico, a primeira ocorrência

do sintoma, ocorria uma liberação emocional e os sintomas cediam

� Abandono da hipnose e opção pela técnica das associações livres.

AULA 17 - PSICANÁLISE CONCEITOS

� A importância do sonho � O inconsciente � Pulsão X instinto � Resistência, defesa e recalcamento � Sonho como manifestação distorcida de desejos recalcados � Trabalho onírico = restos diurnos + condensação +

deslocamento

� Análise dos sonhos FORMULAÇÃO DE TEORIAS

� Inconsciente - determinismo psíquico (atos falhos, sonhos, chistes, etc.)

� Pulsão - pressão ou carga energética X instinto - comportamento animal

� Resistência, defesa e recalcamento SEXUALIDADE HUMANA FORMULAÇÃO DE TEORIAS

� Sexualidade infantil � Até a época de Freud a sexualidade infantil não existia

dentro das concepções sociais, morais e éticas, isto é, o instinto sexual só era percebido pela comunidade a partir da puberdade.

� Freud mostrou que esta concepção não era verdadeira e que a sexualidade começava com o nascimento.

A PSICANÁLISE HOJE

A) Um método de investigação que consiste em evidenciar o significado inconsciente das palavras, ações e produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito.

B) Um método psicoterápico baseado nesta investigação. C) Um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em

que são sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de investigação e tratamento.

AULA 18 - A PSICOLOGIA NO BRASIL DO INÍCIO DO SÉCULO 20 O BRASIL NA VIRADA DO SÉCULO Colocação dos trilhos dos Bondes R.Direita - 1900 Teorias raciais – conceito de degeneração da raça

Page 18: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

A primeira república no Brasil é antiliberal, moralista, xenófoba e racista CONCEITOS E IDÉIAS IMPORTADAS Famosa greve dos trabalhadores em 1917 – Imigrantes como verdadeiros “Cavalos de Tróia” Liga Brasileira de Higiene Mental Psicohigiene defendida e concretizada pela educação moral Algumas idéias defendidas por intelectuais: esterilização dos “anormais” (leprosos, sifilíticos, tuberculosos, doentes e deficientes mentais e os pobres) A psicanálise chega às escolas – departamentos de ortofrenia (mente reta) e higiene mental escolar Práticos–psicologistas: empregos de técnicas psicológicas e psicoterápicas EDUCAÇÃO PARA TIRAR DAS RUAS: “Escola cheia, cadeia vazia” Fernando Azevedo: “É preciso fazer a revolução nas escolas antes que o povo a faça nas ruas” – temor do protesto, da reivindicação, do caos social

• Cadeira de Psicologia na Escola Normal de São Paulo • Disciplina também ensinada nos cursos de Filosofia, Ciências

Sociais e Pedagogia • Ação precedia a teorização • “para saber fazer é necessário, inicialmente, fazer saber” (Maria

Helena Souza Patto, 2005) Regulamentação da profissão – 1962

AULA 19 – JUNG E ADLER CARL GUSTAV JUNG (1875 a 1961) Sonhos – conteúdos míticos Inconsciente coletivo Arquétipos

• Persona • Anima • Animus • Sombra • Self

Persona – máscara Anima e animus Sombra Self – equilibra os demais Atitudes: extrovertido

• A energia da pessoa flui de maneira natural para o mundo externo de objetos, fatos e pessoas, em que se observa: atenção para a ação, impulsividade (ação antes de pensar), comunicabilidade, sociabilidade e facilidade de expressão oral.

• O indivíduo extrovertido vai confiante de encontro ao objeto. Esse aspecto favorece sua adaptação às condições externas, normalmente de forma mas fácil do que para o indivíduo introvertido.

Atitudes: introvertido

• Direciona a atenção para o seu mundo interno de impressões, emoções e pensamentos.

• Observa-se uma ação voltada para o interior, o pensar antes de agir; postura reservada, retraimento social, retenção das emoções, discrição e facilidade de expressão no campo da escrita.

Funções

• Pensamento • Sentimento • Sensação • Intuição

Pensamento: significado e compreensão

• Relacionado com a verdade, com julgamentos derivados de critérios impessoais, lógicos e objetivos.

• grande planejador e tende a se agarrar a seus planos e teorias, ainda que seja confrontado com evidências contrárias.

Sentimento: ponderação e avaliação

• Orientado para o aspecto emocional da experiência. Prefere emoções fortes e intensas ainda que negativas, a experiências apáticas e mornas.

Page 19: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

• Toma decisões de acordo com julgamentos de valores próprios – bom/mau, certo/errado, agradável/desagradável, ao invés de julgar em termos de lógica ou eficiência.

Sensação: percepção cs

• Enfoque na experiência direta, na percepção de detalhes, de fatos concretos. • Reporta-se ao que uma pessoa pode ver, tocar, cheirar. É a experiência

concreta e tem sempre prioridade sobre a discussão ou a análise da experiência. Tende a responder à situação vivencial imediata, e lida eficientemente com todos os tipos de crises e emergências.

• Trabalha melhor com instrumentos, aparelhos, veículos e utensílios do que qualquer um dos outros tipos.

Intuição

• As implicações da experiência (o que poderia acontecer, o que é possível) são mais importantes para os intuitivos do que a experiência real por si mesma.

• Processa informações muito depressa e relaciona, de forma automática, a experiência passada com as informações relevantes da experiência imediata.

Sincronicidade

• "Cada um desses indivíduos - esquizofrênicos ou marginais de vários gêneros - possui suas peculiaridades, mas todos têm contato íntimo com as forças naturais, brutas, virgens do inconsciente. que hajam configurado visões, sonhos,vivências nascidas dessas forças primígenas, eis um dos mistérios maiores da psique humana."

Nise da Silveira Abelardo óleo e aquarela, 1951 32 x 23 cm Carlos Pigmentos sobre papel, 1959 54 x 37 cm Emydio de Barros

32,2 x 48,5 cm

óleo sobre papel

1970 • Emygdio retrata seu imenso sentimento de solidão diante das grades do

hospital. Hospital e cárcere se confundem.

ALFRED ADLER ( 1870 -1937)

� Também questionou a teoria sexual de Freud

� Enfatizava a unidade da personalidade além da força inata e dinâmica para atingir um gde objetivo

� Sentimento de inferioridade como motivador para a vida – busca de superação

� Complexo de inferioridade: indivíduo incapaz de enfrentar os problemas da

vida – resultado de excesso de mimo ou rejeição. Ordem do nascimento:

� Primeiro: inseguro e hostil � Segundo: ambicioso, rebelde e ciumento � Terceiro ou caçula – mimado e predisposto a problemas comportamentais

PSICOLOGIA HUMANISTA A TERCEIRA FORÇA

� Surge na década de 60 nos EUA � Desejo de suplantar as duas maiores forças da psicologia – o behaviorismo e

a psicanálise � Enfatiza o poder do homem, as aspirações positivas, a experiência

consciente, o livre-arbítrio, a plena utilização do potencial e a integridade da natureza humana.

INFLUÊNCIAS � Críticas ao reducionismo e ao mecanicismo � Abordagem gestáltica da consciência como um todo � Teóricos dissidentes da psicanálise, como Adler – queixas contra o

determinismo psíquico � Sentimento de descontentamento contra o materialismo da cultura ocidental

– movimento “hippie” A natureza da Psicologia Humanista

� O foco no comportamento manifesto é desumanizador – visão reducionista do humano

� Oposição à forma como a consciência era minimizada na psicanálise � Críticas aos estudos exclusivos das patologias � Ênfase na saúde e nas qualidades positivas do ser humano

Principais autores do Humanismo

� Abraham Maslow (1908 – 1970)

Page 20: História da Psicologia - Dos pré-socráticos à atualidade

PREPsico – www.prepsico.psc.br

� Carl Rogers (1902 – 1987) Maslow

� Foi aluno de Titchener – achou o curso desanimador – “não tinha nada a ver com as pessoas”

� Interessou-se pelo behaviorismo watsoniano � Conheceu e admirou os psicanalistas e psicólogos da Gestalt fugidos da

Alemanha � Acabou sendo isolado pela comunidade behaviorista � Tornou-se celebridade na década de 60 – herói da contracultura

PIRÂMIDE DAS NECESSIDADES

a) Necessidades fisiológicas: necessidades vegetativas relacionadas com a fome, o cansaço, o sono, o desejo sexual etc. - necessidades que dizem respeito à sobrevivência mais imediata do indivíduo e da espécie, constituindo pressões fisiológicas que levam o indivíduo a buscar ciclicamente a sua satisfação. b) Necessidades de segurança: levam o indivíduo a proteger-se de qualquer perigo real ou imaginário, físico ou abstrato. A procura de segurança, o desejo de estabilidade, a fuga ao perigo, a busca de um mundo ordenado e previsível são manifestações dessas necessidades de segurança. Como as necessidades fisiológicas, as de segurança também estão relacionadas com a sobrevivência do indivíduo. c) Necessidades sociais: relacionadas à vida associativa do indivíduo com outras pessoas. A ação e a participação levam o indivíduo à adaptação social, às relações sociais e mesmo às ações conjuntas de cidadania. d) Necessidades de estima: relacionadas ao ego. Orgulho, auto-estima, auto-respeito, progresso, confiança, necessidades de reconhecimento, apreciação, admiração etc. e) Necessidades de auto-realização: relacionadas com o desejo de cumprir a tendência que cada um tem de realizar seu potencial (auto-desenvolvimento, auto-satisfação). Carl Rogers (1902 – 1987)

� Nasceu em Chicago (EUA)

� Sentiu-se reprimido pelos pais durante toda a infância � Phd em psicologia clínica e educacional � Pela sua história de vida, convenceu-se de que as pessoas deveriam dar rumo

às próprias vidas com base em suas interpretações pessoais dos acontecimentos

Experiência � Jovens com questões de ajuste, inteligentes e comunicativos � Não tratou jovens com distúrbios emocionais graves

Força motivadora da personalidade � Atenção positiva: amor incondicional da mãe pelo bebê

Pessoas saudáveis � Mente aberta para aceitar qualquer tipo de experiência e novidades � Capacidade para se orientar pelos próprios instintos e não pelas opiniões ou

razões de outras pessoas � Senso de liberdade em pensamento e ação � Alto grau de criatividade � Necessidade contínua de maximizar o seu potencial

Psicoterapia centrada na pessoa � Apesar de não ter se tornado uma escola de pensamento, contribuiu para a

Psicanálise e a Psicologia Cognitiva � A função do terapeuta não é diagnosticar e tratar, mas criar uma atmosfera

saudável. Atributos do terapeuta

� Ser autêntico, estar saudável emocionalmente � Ter um olhar positivo incondicional – aceitar o valor da pessoa pelo simples

fato de ser um humano � Ter empatia: tentar compreender como o outro vê as coisas. Esta

compreensão nunca será total, mas deve ser sempre buscada � “Todas as razões nos levam a supor que a relação terapêutica é apenas um

exemplo de relação interpessoal (...). Podemos levantar a hipótese de que, se os pais criarem com os filhos uma atmosfera psicológica como a que descrevemos, esses filhos se tornarão mais centrados em si mesmos, mais socializados e mais maduros.”

(Carl Rogers, 1961)