Upload
ngocong
View
219
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
SEGREGAÇÃO
E quem garante que a História
É carroça abandonada
Numa beira de estrada
Ou numa estação inglória.
A História é um carro alegre
07/08/2010 2
A História é um carro alegre
Cheio de um povo contente
Que atropela indiferente
Todo aquele que a negue.
Chico Buarque
HISTÓRICO E CONTEXTUALIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Critério básico de organização: quem não corresponde aopadrão de normalidade ditada pelos padrões sociais vigentes.
Tipo de atendimento: isolamento, segregação.
Concepção que motivou o tipo de atendimento feito:caracterização dos indivíduos (loucos, marginais, doentes
07/08/2010 3
caracterização dos indivíduos (loucos, marginais, doentesmentais, deficientes), enquadrando-os em categorias parafacilitar seu tratamento. Práticas disciplinares.
DO MITO À SEGREGAÇÃO: A EXCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA
HISTÓRIA
Deficiência relacionada com o sobrenatural.
Na Idade Média essa crença foi intensificada: deficiência comoobra e intervenção direta de Deus ou de outros seressuperiores, sob a forma de castigo.
07/08/2010 4
Período denominado ‘pré-científico’ no atendimento àspessoas com deficiência, arrastou-se ao longo dos muitosséculos da Idade Média e alcançou parte da Idade Moderna.
Mitos e estereótipos construídos nesse longo período aindapovoam o imaginário social até a atualidade.
AS BASES CIENTÍFICAS PARA O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Final do século XIX, com o desenvolvimento de pesquisas naárea da Medicina, um novo enfoque passou a ser dado àdeficiência: concepções clínicas que se encarregavam detratar e curar.
Primeiras práticas científicas: finalidades segregação, eminstituições, para cuidado, proteção ou tratamento médico,
07/08/2010 5
instituições, para cuidado, proteção ou tratamento médico,caracterizando o paradigma da institucionalização . (Até iníciodo século XX)
A Medicina ditou o que era ou não normalidade.Deficiência confundiu-se com patologia (mórbido, doentio),criando estigma de doentes mentais àqueles que aapresentavam.
AS BASES CIENTÍFICAS PARA O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Dessa compreensão equivocada, decorreu outra: que atribuíaà herança genética a origem dos inúmeros distúrbios físicos eintelectuais.
A concepção de desenvolvimento humano passou a incorporaridéias inatistas e o determinismo genético.
07/08/2010 6
Com essas noções, descartou-se qualquer possibilidade deintervenção para superar essa condição.
A psicologia e a educação, incorporaram o forte viés dodisciplinamento médico, com categorias terapêuticas decuidado e isolamento, em suas práticas, que passaria a ditaras normas pedagógicas aos professores.
AS BASES CIENTÍFICAS PARA O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Atendimento pioneiro foi aos cegos e surdos - ideal liberal docapitalismo que se organizava.
Ed. Especial para esses grupos tinha como objetivos umasimples instrução básica, destacando-se o trabalho manualpara o treinamento industrial.
07/08/2010 7
Em relação às demais deficiências a massa de excluídos eramasilados em instituições e encaminhados para o trabalhoforçado em troca de abrigo.
Ed. Especial relacionada à medicina tornou-se uma área comfins de exercer a normalização, cabendo-lhe educar, cuidar,corrigir, tratar etc.
AS BASES CIENTÍFICAS PARA O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Nesse período, no Brasil, também a concepção era a dainstitucionalização. Entre 1854 e 1857 foram criadas asprimeiras instituições para surdos e cegos. Preocupação comoutras deficiências somente em torno de 1950.
Assim como no resto do mundo, as primeiras iniciativas foramde caráter privado.
07/08/2010 8
de caráter privado.
Até os dias atuais as iniciativas privadas ainda são prioritáriasna área.
Em meados de 1950, após fim da 2ª Guerra, a insatisfaçãosocial foram sintetizadas na Declaração Universal dos DireitosHumanos.Essência: Direito a ter direitos.
AS BASES CIENTÍFICAS PARA O SURGIMENTO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Principal ponto nesse período da história da Ed. Especial:mudança da concepção de pessoas com deficiência quepassaram a ser vistas como cidadãos, embora persistisse avisão assistencial e caritativa e o viés da medicalização emsua educação.
Relacionado ao “Estado do Bem Estar Social”, movimento
07/08/2010 9
Relacionado ao “Estado do Bem Estar Social”, movimentopolítico em países ricos, repercutiu no Brasil. Visibilidade paraa Ed. Especial, reservada a grupos que não respondem aopadrão de normalidade imposto pela escola.
LDB n. 4024/61 - é um exemplo - destinava um título à ed.Especial e outras novidades (p.5)
ABANDONANDO O DETERMINISMO: A CAMINHO DA INTEGRAÇÃO SOCIAL
Na década de 60 resultados de pesquisas mudaram a ótica dodeterminismo para uma visão diferenciada, relacionandoorigem dos distúrbios e deficiências, também motivados pordeterminantes socioculturais.
Implantação de Paradigma de Serviços - reabilitação.
07/08/2010 10
A partir da década de 70, movimentos inspirados nosprincípios de individualização , normalização e integração ,buscam oferecer convívio em ambientes o menossegregadores possíveis.
ABANDONANDO O DETERMINISMO: A CAMINHO DA INTEGRAÇÃO SOCIAL
Em relação à Educação: reconhecimento do potencial deaprendizagem, promovendo etapas para a integração queenvolviam diferentes possibilidades de inserção: escolasespeciais, classes especiais, comuns com apoios e comunssem apoio.
Os movimentos de integração dominantes nas décadas de 70
07/08/2010 11
Os movimentos de integração dominantes nas décadas de 70e 80, foram importantes historicamente pela ruptura nasidéias e práticas cristalizadas acerca da ineficiência eincapacidade das pessoas com deficiências.
ABANDONANDO O DETERMINISMO: A CAMINHO DA INTEGRAÇÃO SOCIAL
Aumento de matrículas escolares (aumento de populaçãourbana) levou à proliferação de classes especiais nas escolasregulares. Forma de absorver demanda de alunos com“dificuldades de aprendizagem” na verdade os oriundos dascamadas populares que não se adaptavam às práticashomogeneizadoras voltadas para o aluno ideal.
07/08/2010 12
Tipo de organização não integrava. Sociedade “recebia” apessoa e cabia a ela superar sua condição pelas práticas dereabilitação.
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Compreensão da diversidade como elemento constituinte dasdiferentes sociedades e culturas.
Avanço da democracia passou a exigir tratamento maishumanitário e proteção ao direito das minorias. Segregaçãosocial de segmentos populacionais não era compatível comdireitos de acesso e participação.
07/08/2010 13
direitos de acesso e participação.
Paradigma de suportes: tornar disponíveis suportes – social,econômico, físico, instrumental caminho para processochamado de inclusão social.
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Desde a década de 80, inúmeras leis foram aprovadas,organismos internacionais elaboraram documentosnorteadores de políticas públicas.
(Ross) Alerta para visão ingênua da crença que a igualdade dedireitos baseadas apenas em leis amplia concretamente osdireitos.
07/08/2010 14
direitos.
Aceitação abstrata da igualdade, apenas no plano legal,contribui para a sociedade eximir-se de seu papel histórico desocializar todos os seres humanos.
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
No Brasil, instrumento jurídico precursor em relação àinclusão foi a Constituição Federal de 1988.
Pela primeira vez se explicita que o atendimento educacionalespecializado aos alunos com deficiência deverá ocorrer,preferencialmente, na rede regular de ensino.
07/08/2010 15
Estabelece diretrizes para tratar Ed. Especial comomodalidade da educação escolar obrigatória e gratuita,ofertada em estabelecimentos públicos, integrando escolasespeciais aos sistemas de ensino.
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Na década de 90 todos esses princípios foram reforçados nostextos legais subseqüentes, inspirados em documentosinternacionais como:
Proposta de Educação para Todos (Jomtien - Tailândia-1990)Declaração de Salamanca - Espanha (1994)Também: Plano Nacional de Educação para Todos (1990); LDB
07/08/2010 16
Também: Plano Nacional de Educação para Todos (1990); LDBde 1996, em seu capitulo V (Artigos 58, 59 e 60) destinados àEd. Esp. apontam novos caminhos para essa modalidade ereafirmam a perspectiva progressiva de seu caráterpedagógico ligado à educação escolar e ao ensino público,desde a Educação Infantil até o Ensino Superior.
Tantas mudanças trazem controvérsias e polêmicas.
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Destacam-se ainda: a Política Nacional de Educação Especial(MEC, Brasil, 1994), que contribuiu para organizar ossistemas de ensino, embora ainda pela perspectiva daintegração.
Parâmetros Curriculares Nacionais (1998)- não houvequalquer proposta vinculada à área.
07/08/2010 17
qualquer proposta vinculada à área.
Apenas em 1999, o Governo Federal publicou um cadernochamado:” Adaptações Curriculares dos ParâmetrosCurriculares Nacionais- Estratégias para a educação de alunoscom necessidades educativas especiais”. Oferece subsídios aosprofessores considerando a inclusão dos alunos comnecessidades educacionais especiais.
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Entre 1996 e 2002, a SEED realizou um trabalho alinhado àsDiretrizes Nacionais, usando em seus programas decapacitação a fundamentação teórica e filosófica doMEC/Seesp.
A partir daí houve uma ruptura ideológica na concepçãoeducacional entre as duas instâncias. O MEC/Seesp defende a
07/08/2010 18
educacional entre as duas instâncias. O MEC/Seesp defende achamada inclusão total, ou seja, a matrícula incondicional detodos os alunos com necessidades educacionais especiais naescola regular, independente do grau de comprometimento.
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
A escola pública, criada a partir dos ideais da RevoluçãoFrancesa como veículo de inclusão e ascensão social, vemsendo em nosso país inexoravelmente um espaço de exclusão— não só dos deficientes, mas de todos aqueles que não seenquadram dentro do padrão imaginário do aluno “normal”.
As classes especiais, por sua vez, se tornaram verdadeiros
07/08/2010 19
As classes especiais, por sua vez, se tornaram verdadeirosdepósitos de todos aqueles que, por uma razão ou outra, nãose enquadram no sistema escolar (GLAT, 2000. pg. 18).
DÉCADA DE 90 E OS NOVOS PARADIGMAS EDUCACIONAIS
Não podemos perder de vista que, como lembra Glat (1995),a segregação social e a marginalização dos indivíduos comsupostas deficiências têm raízes históricas profundas, e a suainclusão escolar não pode ser vista apenas como um problemade políticas públicas, pois envolve, sobretudo, “o significadoou a representação que as pessoas (no caso, os professores)têm sobre o deficiente, e como esse significado determina o
07/08/2010 20
têm sobre o deficiente, e como esse significado determina otipo de relação que se estabelece com ele”.
O ensino deve se adaptar às necessidades dos alunos ao invésde buscar a adaptação do aluno a paradigmas preconcebidosa respeito do ritmo e da natureza dos processos deaprendizagem.
“A escola não muda o mundo. A escola mudapessoas. Pessoas é que mudam o mundo.”(Carlos Rodrigues Brandão)
Escola inclusiva tem função de instituição deensino e não de apoio social.
“Feliz daquele que transmite o que sabe... eaprende o que ensina.” (Cora Coralina)
07/08/2010 21
aprende o que ensina.” (Cora Coralina)