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IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA RECENSEADOR (Nível Fundamental) Teoria, dicas e questões de provas FGV. LÍNGUA PORTUGUESA Prof. Yvantelmack MATEMÁTICA Prof. Nilo CONHECIMENTOS TÉCNICOS Equipe DINCE 2019 GRÁTIS Vídeo-Aulas no site www.editoradince.com.br

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IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

RECENSEADOR

(Nível Fundamental)

Teoria, dicas e questões de provas FGV.

LÍNGUA PORTUGUESA

Prof. Yvantelmack

MATEMÁTICA

Prof. Nilo

CONHECIMENTOS TÉCNICOS Equipe DINCE

2019

GRÁTIS Vídeo-Aulas no site

www.editoradince.com.br

Copyright 2019 – DIN.CE Edções Ténicas.

Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei nº 9.610/98.

Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio, sem autorização expressa e por escrito dos autores e da editora.

IBGE - 120 p

Capa:

Jonas

Diagramação:

Gleivim

Ilustração:

Autores

Impressão:

Gráfica DIN.CE

Editoração Gráfica:

Jonas

Acabamento:

Jolison e Toião

Revisão:

Autores

Supervisão editorial:

Vanques de Melo

_______________________

NOTA DA EDITORA:

As informações e opiniões apresentadas nesta apostila são de inteira responsabilidade dos autores e/ou organizadores das respectivas matérias.

A Editora DIN.CE se responsabiliza apenas pelos vícios do produto no que se refere à sua edição, considerando a impressão e apresentação. Vícios de atualização, revisão ou opiniões são de responsabilidade do(s) autor(res) ou organizador(res), respondendo este(s) pelas sanções previstas na lei.

NOTA DO(S) AUTOR(ES) ORGANIZADOR(ES)

A matéria ora apresentada nesta apostila tem como objetivo auxiliar ao candidato na preparação ao cargo almejado. Todo o seu conteúdo é abordado de forma objetiva e resumido. O que nem sempre é suficiente para lograr o êxito almejado, qual seja, a aprovação. Sendo assim, sugerimos ao candidato que, sempre que possível, busque outras fontes de consulta.

ATENÇÃO!!

Possíveis alterações e correções deste material estarão disponíveis no site: [email protected]

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PREZADO(A) CONCURSANDO(A),

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Possíveis falhas de impressão ou mesmo de digitação podem ocorrer, assim, caso seja constatado ou mesmo tenha dúvida em algum conteúdo ou gabarito, entre em contato pelo o e-mail dos professores ou diretamente pelo da editora [email protected] que lhe responderemos imediatamente.

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No mais, desejamos boa sorte e que Deus lhe abençoe.

Fale conosco: [email protected]

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Tens tu fé? Tem-na em ti mesmo diante de Deus. Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova. (Romanos 14)

Bem aventura o homem que não anda segundo o caminho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.

Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmo, 1.2 e 2)

Por isso vos digo que todas as coisas que pedires, orando, crede receber e tê-las-ei (Marcos, 11.24)

LÍNGUA PORTUGUESA 1

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LL ÍÍNNGGUUAA PPOORRTTUUGGUUEESSAA Teoria, dicas e questões de concursos por

assunto, inclusive da banca IBADE

Prof. Ms.Yvantelmack Dantas

Graduado em Letras e Mestre em Linguística pela Universidade Federal do Ceará.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

Compreensão de textos. .................................................. 1

Denotação e conotação. .................................................. 2

Ortografia: emprego das letras e acentuação gráfica. ... 14

Sinais de Pontuação. ...................................................... 48

Classes de palavras e suas flexões. .............................. 19

Coletivos. ....................................................................... 53

Verbos: conjugação, emprego dos tempos, modos e vo-zes verbais. .............................................................. 35

Concordâncias: nominal e verbal. .................................. 51

Regências: nominal e verbal. ......................................... 58

Emprego do acento indicativo da crase. ........................ 43

Colocação dos pronomes. .............................................. 24

Semântica: sinonímia, antonímia, homonímia, paronímia, polissemia e figuras de linguagem. ........................... 61

Funções sintáticas de termos e de orações. .................. 44

Processos sintáticos: subordinação e coordenação. ..... 46

Reescrita de frases ........................................................... 2

Questões de provas IBADE .......................................... 63

1 COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS.

Os concursos apresentam questões interpretativas que têm por finalidade a identificação de um leitor autô-nomo. Portanto, o candidato deve compreender os níveis estruturais da língua por meio da lógica, além de necessi-tar de um bom léxico internalizado. As frases produzem significados diferentes de acordo com o contexto em que estão inseridas. Torna-se, assim, necessário sempre fazer um confronto entre todas as partes que compõem o texto.

Além disso, é fundamental apreender as informações apresentadas por trás do texto e as inferências a que ele remete. Este procedimento justifica-se por um texto ser sempre produto de uma postura ideológica do autor diante de uma temática qualquer.

DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO

Sabe-se que não há associação necessária entre significante (expressão gráfica, palavra) e significado, por esta ligação representar uma convenção. É baseado neste conceito de signo linguístico (significante + signifi-cado) que se constroem as noções de denotação e cono-tação.

O sentido denotativo das palavras é aquele en-

contrado nos dicionários, o chamado sentido verdadeiro, real. Já o uso conotativo das palavras é a atribuição de um sentido figurado, fantasioso e que, para sua compre-ensão, depende do contexto. Sendo assim, estabelece-se, numa determinada construção frasal, uma nova rela-ção entre significante e significado.

Os textos literários exploram bastante as constru-ções de base conotativa, numa tentativa de extrapolar o espaço do texto e provocar reações diferenciadas em seus leitores. Ainda com base no signo linguístico, encon-

tra-se o conceito de polissemia (que tem muitas significa-ções).

Algumas palavras, dependendo do contexto, as-sumem múltiplos significados, como, por exemplo, a pala-vra ponto: ponto de ônibus, ponto de vista, ponto final, ponto de cruz ... Neste caso, não se está atribuindo um sentido fantasioso à palavra ponto, e sim ampliando sua significação através de expressões que lhe completem e esclareçam o sentido.

COMO LER E ENTENDER BEM UM TEXTO

Basicamente, deve-se alcançar a dois níveis de lei-tura: a informativa e de reconhecimento e a interpretativa. A primeira deve ser feita de maneira cautelosa por ser o primeiro contato com o novo texto. Desta leitura, extraem-se informações sobre o conteúdo abordado e prepara-se o próximo nível de leitura. Durante a interpretação propri-amente dita, cabe destacar palavras-chave, passagens importantes, bem como usar uma palavra para resumir a ideia central de cada parágrafo. Este tipo de procedimento aguça a memória visual, favorecendo o entendimento.

Não se pode desconsiderar que, embora a inter-pretação seja subjetiva, há limites. A preocupação deve ser a captação da essência do texto, a fim de responder às interpretações que a banca considerou como pertinen-tes. No caso de textos literários, é preciso conhecer a ligação daquele texto com outras formas de cultura, ou-tros textos e manifestações de arte da época em que o autor viveu. Se não houver esta visão global dos momen-tos literários e dos escritores, a interpretação pode ficar comprometida. Aqui não se podem dispensar as dicas que aparecem na referência bibliográfica da fonte e na identificação do autor. A última fase da interpretação con-centra-se nas perguntas e opções de resposta. Aqui são fundamentais marcações de palavras como não, exceto, errada, respectivamente etc. que fazem diferença na

escolha adequada.

Muitas vezes, em interpretação, trabalha-se com o conceito do "mais adequado", isto é, o que responde melhor ao questionamento proposto. Por isso, uma res-posta pode estar certa para responder à pergunta, mas não ser a adotada como gabarito pela banca examinadora por haver uma outra alternativa mais completa. Ainda cabe ressaltar que algumas questões apresentam um fragmento do texto transcrito para ser a base de análise.

Nunca deixe de retornar ao texto, mesmo que apa-rentemente pareça ser perda de tempo. A descontextuali-zação de palavras ou frases, certas vezes, são também um recurso para instaurar a dúvida no candidato. Leia a frase anterior e a posterior para ter ideia do sentido global proposto pelo autor, desta maneira a resposta será mais consciente e segura.

NÍVEL LITERAL E INFERENCIAL

Observe a seguinte frase:

Fiz faculdade, mas aprendi algumas coisas.

Nela o falante transmite duas informações de ma-neira explícita:

a) que ele frequentou um curso superior;

b) que ele aprendeu algumas coisas.

Ao ligar essas duas informações com um ―mas‖ comunica também de modo implícito sua crítica ao siste-ma de ensino superior, pois a frase passa a transmitir a ideia de que nas faculdades não se aprende nada.

Um dos aspectos mais intrigantes da leitura de um texto é a verificação de que ele pode dizer coisas que

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parece não estar dizendo: além das informações explici-tamente enunciadas, existem outras que ficam subenten-didas ou pressupostas. Para realizar uma leitura eficiente, o leitor deve captar tanto os dados explícitos quanto os implícitos.

Leitor perspicaz é aquele que consegue ler nas en-trelinhas. Caso contrário, ele pode passar por cima de significados importantes e decisivos ou – o que é pior – pode concordar com coisas que rejeitaria se as percebes-se.

Não é preciso dizer que alguns tipos de texto ex-ploram, com malícia e com intenções falaciosas, esses aspectos subentendidos e pressupostos.

Que são pressupostos? São aquelas ideias não expressas de maneira explícita, mas que o leitor pode perceber a partir de certas palavras ou expressões conti-das na frase.

Assim, quando se diz ―O tempo continua chuvoso‖, comunica-se de maneira explícita que no momento da fala o tempo é de chuva, mas, ao mesmo tempo, o verbo ―continuar‖ deixa perceber a informação implícita de que antes o tempo já estava chuvoso.

Na frase ―Pedro deixou de fumar‖ diz-se explicita-mente que, no momento da fala, Pedro não fuma. O verbo ―deixar‖, todavia, transmite a informação implícita de que Pedro fumava antes.

A informação explícita pode ser questionada pelo ouvinte, que pode ou não concordar com ela. Os pressu-postos, no entanto, têm que ser verdadeiros ou pelo me-nos admitidos como verdadeiros, porque é a partir deles que se constroem as informações explícitas. Se o pressu-posto é falso, a informação não tem cabimento. No exem-plo acima, se Pedro não fumava antes, não tem cabimen-to afirmar que ele deixou de fumar.

Na leitura e interpretação de um texto, é muito im-portante detectar os pressupostos, pois seu uso é um dos recursos argumentativos utilizados com vistas a levar o ouvinte ou o leitor a aceitar o que está sendo comunicado. Ao introduzir uma ideia sob a forma de pressuposto, o falante transforma o ouvinte em cúmplice, uma vez que essa ideia não é posta em discussão e todos os argumen-tos subsequentes só contribuem para confirmá-la.

Por isso pode-se dizer que o pressuposto aprisiona o ouvinte ao sistema de pensamento montado pelo falan-te.

A demonstração disso pode ser encontrada em muitas dessas ―verdades‖ incontestáveis postas como base de muitas alegações do discurso político.

Tomemos como exemplo a seguinte frase:

É preciso construir mísseis nucleares para defen-der o Ocidente de um ataque soviético.

O conteúdo explícito afirma:

- a necessidade de construção de mísseis;

- com a finalidade de defesa contra o ataque sovié-tico.

O pressuposto, isto é, o dado que não se põe em discussão é: os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.

Os argumentos contra o que foi informado explici-tamente nessa frase podem ser:

- os mísseis não são eficientes para conter o ata-que soviético;

- uma guerra de mísseis vai destruir o mundo intei-ro e não apenas os soviéticos;

- a negociação com os soviéticos é o único meio de dissuadi-los de um a taque ao Ocidente.

Como se pode notar, os argumentos são contrários ao que está dito explicitamente, mas todos eles confir-

mam o pressuposto, isto é, todos os argumentos aceitam que os soviéticos pretendem atacar o Ocidente.

A aceitação do pressuposto é o que permite levar à frente o debate. Se o ouvinte disser que os soviéticos não têm intenção nenhuma de atacar o Ocidente, estará negando o pressuposto lançado pelo falante e então a possibilidade de diálogo fica comprometida irreparavel-mente. Qualquer argumento entre os citados não teria nenhuma razão de ser. Isso quer dizer que, com pressu-postos distintos, não é possível o diálogo ou não tem ele sentido algum. Pode-se contornar esse problema tornan-do os pressupostos afirmações explícitas, que então po-dem ser discutidas.

Os pressupostos são marcados, nas frases, por meio de vários indicadores linguísticos, como, por exem-plo:

a) certos advérbios

Os resultados da pesquisa ainda não chegaram até nós.

Pressuposto: Os resultados já deviam ter chega-

do.

ou

Os resultados vão chegar mais tarde.

b) certos verbos

O caso do contrabando tornou-se público.

Pressuposto: O caso não era público antes.

c) as orações adjetivas

Os candidatos a prefeito, que só querem defender seus interesses, não pensam no povo.

Pressuposto: Todos os candidatos a prefeito têm

interesses individuais.

Mas a mesma frase poderia ser redigida assim:

Os candidatos a prefeito que só querem defender seus interesses não pensam no povo.

No caso, o pressuposto seria outro: Nem todos os candidatos a prefeito têm interesses individuais.

No primeiro caso, a oração é explicativa; no se-gundo, é restritiva. As explicativas pressupõem que o que elas expressam refere-se a todos os elementos de um dado conjunto; as restritivas, que o que elas dizem con-cerne a parte dos elementos de um dado conjunto.

d) os adjetivos

Os partidos radicais acabarão com a democracia no Brasil.

Pressuposto: Existem partidos radicais no Brasil.

REESCRITA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO

Figuras de estilo, figuras ou Desvios de linguagem são nomes dados a alguns processos que priorizam a palavra ou o todo para tornar o texto mais rico e expressi-vo ou buscar um novo significado, possibilitando uma reescritura correta de textos.

Podem ser:

Figuras de palavras

As figuras de palavra consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expres-sivo na comunicação.

São figuras de palavras: Comparação:

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Ocorre comparação quando se estabelece aproxi-mação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos – feito, assim co-mo, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem – e alguns verbos – parecer, assemelhar-se e outros.

Exemplos: ―Amou daquela vez como se fosse má-quina. / Beijou sua mulher como se fosse lógico.‖ (Chico Buarque);

―As solteironas, os longos vestidos negros fechados no pescoço, negros xales nos ombros, pareciam aves noturnas paradas…‖ (Jorge Amado).

Metáfora:

Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido. Exemplo: ―Supondo o espírito humano uma vasta concha, o meu fim, Sr. Soares, é ver se posso extrair pérolas, que é a razão.‖ (Machado de Assis). Metonímia:

Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas algum grau de semelhança, relação, proximidade de sentido ou implica-ção mútua. Tal substituição fundamenta-se numa relação objetiva, real, realizando-se de inúmeros modos:

– o continente pelo conteúdo e vice-versa: Antes de sair, tomamos um cálice (o conteúdo de um cálice) de licor.

– a causa pelo efeito e vice-versa: ―E assim o operá-rio ia / Com suor e com cimento (com trabalho) / Erguen-do uma casa aqui / Adiante um apartamento.‖ (Vinicius de Moraes).

– o lugar de origem ou de produção pelo produto: Comprei uma garrafa do legítimo porto (o vinho da cidade do Porto).

– o autor pela obra: Ela parecia ler Jorge Amado (a obra de Jorge Amado).

– o abstrato pelo concreto e vice-versa: Não deve-mos contar com o seu coração (sentimento, sensibilida-de).

– o símbolo pela coisa simbolizada: A coroa (o po-der) foi disputada pelos revolucionários.

– a matéria pelo produto e vice-versa: Lento, o bron-ze (o sino) soa.

– o inventor pelo invento: Edson (a energia elétrica) ilumina o mundo.

– a coisa pelo lugar: Vou à Prefeitura (ao edifício da Prefeitura).

– o instrumento pela pessoa que o utiliza: Ele é um bom garfo (guloso, glutão).

Sinédoque:

Ocorre sinédoque quando há substituição de um termo por outro, havendo ampliação ou redução do senti-do usual da palavra numa relação quantitativa. Encontra-mos sinédoque nos seguintes casos:

– o todo pela parte e vice-versa: ―A cidade inteira (o povo) viu assombrada, de queixo caído, o pistoleiro sumir de ladrão, fugindo nos cascos (parte das patas) de seu cavalo.‖ (J. Cândido de Carvalho)

– o singular pelo plural e vice-versa: O paulista (to-dos os paulistas) é tímido; o carioca (todos os cariocas), atrevido.

– o indivíduo pela espécie (nome próprio pelo nome comum): Para os artistas ele foi um mecenas (protetor).

Catacrese:

A catacrese é um tipo de especial de metáfora, ―é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito linguístico, já fora do âmbito estilístico.‖ (Othon M. Garcia).

São exemplos de catacrese: folhas de livro / pele de tomate / dente de alho / montar em burro / céu da boca / cabeça de prego / mão de direção / ventre da terra / asa da xícara / sacar dinheiro no banco.

Sinestesia:

A sinestesia consiste na fusão de sensações diferen-tes numa mesma expressão. Essas sensações podem ser físicas (gustação, audição, visão, olfato e tato) ou psicoló-gicas (subjetivas).

Exemplo: ―A minha primeira recordação é um muro velho, no quintal de uma casa indefinível. Tinha várias feridas no reboco e veludo de musgo. Milagrosa aquela mancha verde [sensação visual] e úmida, macia [sensa-ções táteis], quase irreal.‖ (Augusto Meyer)

Antonomásia:

Ocorre antonomásia quando designamos uma pes-soa por uma qualidade, característica ou fato que a distin-gue.

Na linguagem coloquial, antonomásia é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo etc.) do nome próprio.

Exemplos: ―E ao rabi simples (Cristo), que a igualdade prega, / Rasga e enlameia a túnica inconsútil; (Raimundo Correia). / Pelé (= Edson Arantes do Nasci-mento) / O Cisne de Mântua (= Virgílio) / O poeta dos escravos (= Castro Alves) / O Dante Negro (= Cruz e Souza) / O Corso (= Napoleão)

Alegoria:

A alegoria é uma acumulação de metáforas referin-do-se ao mesmo objeto; é uma figura poética que consiste em expressar uma situação global por meio de outra que a evoque e intensifique o seu significado. Na alegoria, todas as palavras estão transladadas para um plano que não lhes é comum e oferecem dois sentidos completos e perfeitos – um referencial e outro metafórico.

Exemplo: ―A vida é uma ópera, é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muitos bailados, e a orquestra é excelente…‖ (Machado de Assis).

EXERCÍCIOS

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O tempo não é experiência. Pode ser escle-rose. Numa visão ligeira, envelhecer seria

um caminhar no sentido do futuro - o que não corresponde à verdade. Caminhar em direção ao futuro é a característica do jo-

vem, ocorrendo envelhecimento quando se inicia o processo inverso: a volta ao passado, sua preservação, dele se fazendo sempre mais dependente. No que envelhece, o risco é o hábito - a infindável repetição daquilo que foi antes uma resposta criadora.

O perigo é a tensão inerente ao passado em buscar perpetuar-se, oferecendo as mesmas respostas a questões que agora são outras. Esta, a ameaça do passado. Mas há outro ângulo. O passado não se acumula somente sob a

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forma de hábito, mas, virtualmente, introduz

a possibilidade da memória. E se o hábito faz com que se repitam mecanicamente respos-

tas caducas, a memória é o potencial criador sempre disponível com o qual a história pode contar. O jovem está, num certo limite, livre de um

passado que ameace escravizá-lo - simples-mente por não existir ou por não ter atingido a intensidade necessária. Na aparência - como se isso não dependesse de uma posi-ção do espírito - sendo o Brasil um país jo-vem, estaríamos menos próximos dos peri-gos da esclerose. Mas com o que podemos

contar? Já foi dito, de resto, ser o Brasil um país sem memória. Nosso ceticismo destruiria esta considera-

ção - no sentido de levar em conta - com relação ao passado. Parece que estamos

condenados a sempre partir do zero. (GOMES, Roberto. Crítica da Razão Tupiniquim.

Porto Alegre, RS: Mercado Aberto, 7ª ed. 1984)

Em relação às ideias do texto, julgue os itens que se se-

guem. 001 ( ) O autor estabelece uma visão antitética em rela-

ção ao conceito usual de tempo. 002 ( ) Envelhecimento é a dependência em relação ao

passado. 003 ( ) Pode-se inferir que o jovem, para manter-se fiel a

suas características, preserva incólumes os valores herdados dos antepassados.

004 ( ) Hábito e memória excluem-se, na medida em que o hábito é pura repetição, enquanto a memória abre possibilidades criadoras.

005 ( ) Experiência, esclerose, passado, futuro e enve-lhecer, no texto, pertencem ao mesmo campo semân-tico.

006 ( ) Virtualmente (linha 18) poderia ser substituído

por potencialmente ou factivelmente, sem alterar subs-tancialmente o sentido do texto.

007 ( ) "Sendo o Brasil um país jovem", linhas 29-30,

instaura uma condição concessiva em relação à ora-ção seguinte.

008 ( ) Ceticismo, linha 34, liga-se semanticamente a sem memória, na linha 33.

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Em 10 de dezembro de 1948, a Assembléia

Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração Universal dos Direitos Humanos, ainda como parte das atividades inaugurais da organização, funda-da em 1945, visando construir um tempo

novo para a humanidade. A Declaração está aí, porém quantos a co-

nhecem na íntegra? No Brasil, por exemplo, o infeliz e absurdo slogan praticado por mui-tos, afirmando que ―direitos humanos são direitos de bandidos‖, tem servido para a justificação de todo tipo de absurdo cometi-do, negando o que é, na essência, ligado à

proteção da vida e da dignidade humanas. ―Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos‖, enunciado do artigo primeiro, é, em si, um programa de trabalho praticamente inesgotável. Os desafios da construção solidária — porque trabalhada em conjunto, fortalecida, sólida

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— da liberdade e da igualdade, sob as oscila-

ções decorrentes da ordem mundial, passan-do da bipolaridade para as polaridades difu-

sas ou múltiplas polaridades, demonstram que a Declaração estabeleceu apenas dire-ções, que têm ajudado a humanidade a manter-se, minimamente, no caminho da

sobrevivência. Em tempos de violência, tão globalizada

como a economia, há os que colocam sob suspeita e risco o respeito aos direitos hu-manos. Erro brutal, porque, se faltarem até os mínimos que a consciência humana esta-beleceu para si mesma, não se terá mais a

base comum sobre a qual caminhar. Roseli Fischmann. Correio Braziliense,

10/12/2001 (com adaptações).

Em relação às ideias do texto, julgue os itens que se se-guem.

009 ( ) Pela argumentação do texto, depreende-se que a autora considera a Declaração Universal dos Direitos Humanos uma ideia insuficiente para construir um tempo de paz e que deve ser substituída por outro do-cumento mais radical contra a violência.

010 ( ) Segundo o texto, a Declaração Universal dos Direitos Humanos é abrangente, mas detalhada e mi-nuciosa, de modo a oferecer diretrizes específicas e concretas para aplicação localizada e imediata.

011 ( ) De acordo com a argumentação do texto, infere-se que o conceito de globalização restringe-se aos as-pectos financeiros e econômicos das diversas nações.

012 ( ) Conforme o texto, a humanidade, para preservar suas possibilidades de sobrevivência, precisa respeitar os objetivos mínimos de liberdade e igualdade que es-tabeleceu para si como uma base comum.

013 ( ) Infere-se do texto que muitos acreditam que os marginais, os delinquentes, os transgressores da lei não são dignos de exigirem para si os direitos huma-nos aplicáveis aos cidadãos honestos.

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A maioria dos comentários sobre crimes ou se limitam a pedir de volta o autorita-

rismo ou a culpar a violência do cinema e da televisão, por excitar a imaginação criminosa dos jovens. Poucos pensam que vivemos em uma sociedade que estimula, de forma sistemática, a passividade, o rancor, a impotência, a inveja e o senti-mento de nulidade nas pessoas. Não po-

demos interferir na política, porque nos ensinaram a perder o gosto pelo bem

comum; não podemos tentar mudar nos-sas relações afetivas, porque isso é as-sunto de cientistas; não podemos, enfim, imaginar modos de viver mais dignos, mais cooperativos e solidários, porque

isso é coisa de ―obscurantista, idealista, perdedor ou ideólogo fanático‖, e o mun-do é dos fazedores de dinheiro.

Somos uma espécie que possui o poder da imaginação, da criatividade, da afirma-ção e da agressividade. Se isso não pode

aparecer, surge, no lugar, a reação cega ao que nos impede de criar, de colocar no mundo algo de nossa marca, de nosso desejo, de nossa vontade de poder. Quem

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sabe e pode usar — com firmeza, agressi-

vidade, criatividade e afirmatividade — a sua capacidade de doar e transformar a

vida, raramente precisa matar inocentes, de maneira bruta. Existem mil outras ma-neiras de nos sentirmos potentes, de nos sentirmos capazes de imprimir um curso à

vida que não seja pela força das armas, da violência física ou da evasão pelas drogas, legais ou ilegais, pouco importa. Jurandir Freire Costa. In: Quatro autores em busca do Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 2000, p. 43 (com adaptações).

Acerca das ideias do texto, julgue os seguintes itens.

014 ( ) Muitos acreditam que a censura aos meios de comunicação seria uma forma de reduzir a violência entre jovens.

015 ( ) A argumentação do texto põe em confronto atitu-des possíveis: uma que se caracteriza por passividade e impotência, outra, por resistência criativa.

016 ( ) O trecho ―Não podemos (...) dinheiro‖ (linhas 9-19) apresenta exemplificações que funcionam como ar-gumentos para a afirmação do período que o antece-de.

017 ( ) Infere-se do texto que o autor culpa a violência do cinema e da televisão pela disseminação da violência nos dias atuais.

018 ( ) De acordo com as ideias defendidas no texto, as formas positivas de dar sentido à vida e experimentar a sensação de poder vinculam-se à maneira como se usa a capacidade de doação e de transformação.

PARÁFRASE, PERÍFRASE, SÍNTESE E RESUMO

Paráfrase

Em poucas palavras poderíamos dizer que a pará-frase é a sinonímia frasal. Assim como ocorre de algumas palavras apresentarem sentidos bastante aproximados (querer/desejar, preceisar/necessitar etc), percebemos a ocorrência desse fenômeno entre frases, eis aí a paráfra-se. Tomemos< por exemplo, a seguinte frase:

Márcio construiu duas casas no ano passado.

Como sabemos temos aí o verbo na voz ativa. Se transpusermos a frase acima para a voz passiva:

Duas casas foram construídas por Márcio no ano passado.

alteraremos as relações sintáticas, no entanto manteremos as relações semânticas (sentido). Explicando melhor: no primeiro exemplo temos um agente (Márcio), uma ação (construir) e um paciente (produto da ação: duas casas). Todas essas relações se mantêm no segun-do exemplo. Podemos afirmar então que ambas as frases apresentam os mesmos valores semânticos, embora apresentem estruturas gramaticais diferentes. Vale lem-brar que qualquer mudança na estrutura gramatical impli-cará mudança de sentido por mínima e imperceptível que seja, não há; portanto, paráfrases perfeitas.

Vejamos alguns casos em que ocorre paráfrase:

a) a relação voz ativa/voz passiva:

Pedro matou João./João foi morto por Pedro.

b) a construção de comparativo de igualdade:

Pedro é tão bom quanto José./José é tão bom quanto Pedro.

c) a construção dos comparativos de superiodade e inferi-oridade, formulados nos dois sentidos:

Pedro é mais esperto do que José./José é menos esperto que Pedro.

d) a construção com ter/a construção com ser de:

Pedro tem João como amigo./João é amigo de Pedro.

e) construções nominalizadas/construções não-nominalizadas:

Primeiro o coral cantou o hino, depois a banda executou a marcha fúnebre./ O canto do hino pelo coral foi seguido pela execução da marcha fúnebre pela banda.

f) construção com mesmo:

Wladimir Zatopek corre 3000 metros no mesmo tempo que o irmão do João./O irmão do João corre os 3000 metros no mesmo tempo que Wladimir Zatopek.

g) paráfrase lexical e estrutural ao mesmo tempo:

O camelô vendeu-me este descascador de batatas que não funciona./Comprei do camelô este descascador de batatas que não funciona.

Perífrase

A perífrase consiste, basicamente, em dizer o mesmo com mais palavras. Assim temos perífrase nas relações entre:

a. Tempos simples e compostos

Paulo comprara um carro.

Paulo havia comprado um carro.

b. Adjetivo e locução adjetiva

Minha irmã tem um gênio diabólico.

Minha irmã tem um gênio de diabo

c. Adjetivo e oração subordinada adjetiva

Pessoas provenientes das camadas sociais inferiores.

Pessoas que provêm das camadas sociais inferiores.

d. Antonomásias

Tiradentes morreu enforcado.

O mártir da independência morreu enforcado.

Não é possível fazermos uma lista exaustiva dos casos de perífrase, portanto, lembremos do princípio: dizer o mes-mo com mais palavras.

Resumo

O resumo consiste em reduzir o texto às informa-ções principais nele contidas, em certa medida, é o con-trário da perífrase. É evidente que um resumo não mante-rá os mesmos sentidos do texto original, no entanto ele deve dar uma ideia clara daquilo que é central no texto resumido. Veja o texto seguinte:

Acompanhado por seus assistentes, o famoso ci-rurgião, personalidade respeitada em todo o mundo, de-

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sembarcou, nas primeiras horas da manhã, na cidade de Santos, convidado pelas mais altas autoridades do país.

Poderíamos resumi-lo em:

O famoso cirurgião desembarcou na cidade de Santos.

Observe que expressões explicativas, adverbiais, apositivas constituem especificações importantes para o texto, no entanto dispensáveis no resumo. Resumindo: o resumo mantém as ideias originais do texto sem seus acessórios.

EXERCÍCIOS

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Um traço que deve caracterizar o ser humano, ainda não embrutecido pela pró-pria fraqueza ou pela realidade tremenda,

é a liberdade que ele se reserva de opor ao evento defeituoso, à situação decepcionan-te, uma força contraditória. Essa força

poderia chamar-se esperança; esperança de que aquilo que não é, que não existe, possa vir a ser; uma espera, no sonho, de que algo se mova para a frente, para o

futuro, tornando realidade aquilo que pre-cisa acontecer, aquilo que tem de passar a existir.

Essa força talvez pudesse ser chamada, também, de sonho. Mas esse também seria um nome inadequado, porque um

sonho escapa a nosso controle, impõe-se a nós tanto quanto se insinua sobre nós essa realidade manca ou sufocante que precisa ser mudada. E é necessário termos o con-trole dessa mudança, algum controle. So-nhar, apenas, não serve.

Estaríamos mais perto do nome adequa-

do a essa força de contradição se pensás-semos na imaginação, essa capacidade de superar os limites frequentemente medío-cres da realidade e penetrar no mundo do possível. Mas a imaginação necessária à execução daquilo que deve vir a existir não é a imaginação digamos comum, aquela

que se alimenta apenas da vontade subje-tiva da pessoa e se volta unicamente para seu restrito campo individual. Tem de ser uma imaginação exigente, capaz de pro-longar o real existente na direção do futu-ro, das possibilidades; capaz de antecipar

este futuro como projeção de um presente a partir daquilo que neste existe e é passí-vel de ser transformado. Mais: de ser me-

lhorado. Essa imaginação exigente tem um no-

me: é a imaginação utópica, ponto de con-tato entre a vida e o sonho. É ela que, até

hoje pelo menos, sempre esteve presente nas sociedades humanas, apresentando-se como o elemento de impulso das inven-ções, das descobertas, mas, também, das revoluções. É ela que aponta para a pe-quena brecha por onde o sucesso pode surgir, é ela que mantém em pé a crença

em uma outra vida. Explodindo os quadros minimizadores da rotina, dos hábitos circu-lares, é ela que, militando pelo otimismo,

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levanta a única hipótese capaz de nos

manter vivos: mudar de vida. Teixeira Coelho. O que é utopia. São Paulo: Brasiliense, 1980, p. 7-9 (com adaptações).

Julgue se os itens seguintes apresentam, por meio de estruturas gramaticalmente corretas, informações do texto.

019 ( ) São traços característicos da juventude: a liberda-de, a oposição à frágil realidade e a força contraditória de suas ações, além do sonho e da utopia.

020 ( ) Poder-se-ia chamar de esperança essa força que move o ser humano para a frente, para o futuro, em busca daquilo que precisaria acontecer, daquilo que passaria a existir.

021 ( ) Deveria-se nomear a imaginação comum de exi-gente, referindo à capacidade de superar os limites reais e de penetrar no mundo possível, do restrito campo individual.

022 ( ) É possível intitular-se de imaginação exigente a capacidade de antecipar um futuro mais promissor, a partir da projeção de um presente transformado.

023 ( ) Ponto de contato entre vida e sonho, a imagina-ção utópica esteve sempre presente nas sociedades humanas, como elemento de impulso das invenções, das descobertas e das revoluções.

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Todos os direitos humanos são universais,

indivisíveis, interdependentes e inter-relacionados. Esses são alguns dos princípios fundamentais da Declaração de Viena sobre os Direitos Humanos, fruto de conferência realizada naquela cidade, em 1993. A partir dessa conferência, várias ações para o forta-lecimento da cooperação internacional na

área de direitos humanos vêm sendo consi-deradas como essenciais para a realização

plena da cidadania nos planos nacional e internacional. Com base na visão atual dos direitos huma-nos, julgue os itens que se seguem.

024 ( ) Já não se pode mais justificar a inobservância dos direitos humanos com base em argumentos como o do relativismo cultural ou o de que os direitos humanos são valores ocidentais.

025 ( ) Não é possível garantir os direitos civis sem que haja a garantia dos direitos sociais. É preciso entender que os direitos humanos, apesar de separados por ar-tigos, em declarações, convenções e pactos, devem transmitir a noção do conjunto de condições para a sobrevivência e a dignidade do homem.

026 ( ) O direito ao desenvolvimento é também um direito humano e deve ser realizado de modo a satisfazer equitativamente as necessidades ambientais e de de-senvolvimento de gerações presentes e futuras.

027 ( ) A existência generalizada de situações de extre-ma pobreza e a insanidade econômica destrutiva que prioriza o lucro a qualquer custo inibem o pleno e efe-tivo exercício dos direitos humanos.

028 ( ) No Brasil, país dos mais violentos e com graves problemas no campo da preservação dos direitos hu-manos, tem havido ações no sentido de mudança desse quadro, constituindo exemplo disso a criação de uma Secretaria Nacional dos Direitos Humanos.

1

A educação vem a ser um dos eixos funda-

mentais da construção da cidadania e da afirmação positiva de uma nação perante as

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demais. No Brasil, os padrões educacionais da

população, ainda bastante limitados, vêm sofrendo alterações positivas e negativas nos

últimos anos. A respeito dessa matéria, julgue os itens abaixo.

029 ( ) A herança histórica da escravidão, o cres-

cente endividamento social interno e o desleixo das elites em relação à incorporação positiva daqueles posicionados na base da pirâmide so-cial geraram a perversão de se dotar o país com um sofisticado sistema de pós-graduação ao la-

do de uma educação básica carente.

030 ( ) Apesar dos esforços da sociedade e do Estado nas últimas décadas, os índices de anal-fabetismo formal permaneceram estagnados.

031 ( ) A educação superior de bom nível está localizada, predominantemente, nas instituições públicas, mas a relação se inverte quando se

trata da educação básica.

032 ( ) O sistema de avaliação implantado pelo Exame Nacional de Cursos (Provão), apesar das críticas que vêm sendo feitas à sua concepção e à sua metodologia, vem permitindo a constru-ção de uma certa radiografia dos resultados dos

investimentos feitos pela sociedade e pelo Esta-do.

PROCESSOS COESIVOS (COESÃO E COERÊN-CIA)

Um texto não é um aglomerado de frases. Para que um conjunto de frases constitua um texto é necessá-rio que elas mantenham entre si uma ligação de sentido (coerência) e uma ligação material indicativa da ligação de sentido (coesão). É evidente que coerência e coesão são interdependentes, isto é, uma não existe sem a outra, dizendo de outro modo uma é causa e consequência da outra. Para realizarmos a ligação entre as diferentes par-tes do texto dispomos de diversos meios, um dos mais importantes é a referência, apontar para o que já foi dito ou para o que serái dito é o princípio básico da referência.

A classe de palavra que melhor desempenha essa função é a dos pronomes, contudo outras classes também podem desempenhar essa função. Vejamos alguns casos importantes.

a) a elipse – consiste em substituir, por nada, um termo

ou expressão já apresentada.

Muitos homens não sabem o que fazer com o dinheiro que têm, outros Ø não têm dinheiro para fazer o que

sabem.

c) a sinonímia – consiste em substituir, por um sinônimo, um termo ou expressão já citada.

Um matador de aluguel foi preso em Jaguaruana. A polícia afirma que o pistoleiro é o responsável pela morte do prefeito daquela cidade.

d) a hiponímia e a hiperonímia – acontecem quando

substituímos um termo ou expressão por outra de sentido mais amplo (hiperônimo) ou mais restrito (hipônimo).

Vimos o carro do ministro aproximar-se. Alguns minutos depois, o veículo estacionava diante do Palácio do Governo.

O professor mandou os alunos desenharem qua-drados, retângulos e trapézios. Os quadriláteros en-

contravam-se empilhados uns sobre os outros na mesa dianteira da sala...

e) os pronomes – essas palavras são as que mais se prestam para a referência, na verdade a natureza do pronome é referencial.

Os pais têm a esperança de que seus filhos lhes darão um futuro melhor que seu presente.

Quando um elemento coesivo faz referência a dois ou mais elementos de tal modo que não possamos espe-cificar a qual dos dois a referência é feita, temos ambi-guidade.

Sempre que viajava para a casa de Cristina, Marí-lia levava seus livros. (a quem pertencem os livros? A

Cristina ou a Marília?)

Quando diversos elementos de coesão fazem refe-rência a um mesmo termo ou expressão, temos uma cadeia coesiva.

O escorpião sempre exerceu um estranho fascínio sobre os homens. Ø Já foi venerado por alguns povos da

antiguidade e tem sua forma associada a um dos signos zodiacais. Sua capacidade de sobreviver até dois anos sem se alimentar, encerrado num vidro de laboratório, confere-lhe alguns recordes entre os seres vivos. Sua antiguidade também causa admiração: ele existe há cerca de 400 milhões de anos – e Ø pouco mudou desde aquela época. Quando molestado, Ø desfere uma terrí-

vel ferroada com o aguilhão que tem dependurado na extremidade de sua cauda anelada.

No texto acima, os elementos coesivos destacados referem-se todos ao termo O escorpião constituindo uma

cadeia coesiva.

Quando o referente de um elemento coesivo já foi citado, temos referência anafórica (anáfora); quando o referente surge no texto depois do elemento coesivo te-mos referência catafórica (catáfora).

Morreremos no auge de nossa sabedoria. Essa angústia sempre nos acompanhará. (anáfora).

Esta angústia sempre nos acompanhará: morre-remos no auge de nossa sabedoria. (catáfora)

EXERCÍCIOS

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Píndaro nos preveniu de que o futuro é muralha espessa, além da qual não pode-mos vislumbrar um só segundo. O poeta tanto admirava a força, a agilidade e a coragem de seus contemporâneos nas

competições dos estádios quanto compre-endia a fragilidade dos seres humanos no curto instante da vida. Dele é a constata-ção de que o homem é apenas o sonho de uma sombra. Apesar de tudo, ele se conso-

lará no mesmo poema: e como a vida é bela!

O século XX, que para alguns foi curto, para outros foi dilatado em seu sofrimento. Foi o século da mais renhida luta entre a opressão totalitária e a dignidade dos seres humanos. É provável que nele não tenha havido um só dia sem algum confronto bélico. Mas, em que século os seres huma-

nos conheceram a paz? Todos os tempos são opressivos, mas o

nosso tempo é o mais pesado de todos, e não só porque nele nos toca viver. A tecno-logia nunca serviu tanto à tortura, ao vili-pêndio e à morte quanto serve hoje. Não

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há mais liberdade em nenhum lugar do

mundo: os satélites nos ouvem e nos se-guem pelas câmeras de televisão, pelo

telefone celular, pelo uso do cartão de cré-dito, pelo desenho de nossos olhos. Po-demos morrer, ao atender a uma chamada telefônica, e grilhões explosíveis por con-

trole remoto impedem aos prisioneiros um direito sempre reconhecido, o de buscar a própria liberdade. Mauro Santayana. Sonhos e sombras. In: Cor-reio Braziliense. ―Opinião‖, 1.º/1/2003 (com adaptações).

Com relação ao emprego das estruturas linguísticas do texto acima julgue os itens a seguir.

033 ( ) Pelo emprego dos pronomes na primeira pessoa do plural —―nos‖ (linhas 1, 23 e 27), ―nosso‖ (linha 22) e ―nossos‖ (linha 30) — e da forma verbal ―Po-demos‖ (linhas 30-31) o autor procura compartilhar as

ideias com o leitor, inserindo-o no texto.

034 ( ) As expressões ―O poeta‖ (linha 3), ―Dele‖ (linha 8) e ―ele‖ (linha 10) constituem uma cadeia anafórica re-

lativa a um mesmo referente: ―Píndaro‖ (linha 1).

035 ( ) Ao se substituir ―quanto‖ (linha 6) por como, o

período torna-se incoerente.

036 ( ) Nas linhas 19-20, subentende-se da interrogação a ideia de que, em nenhum século, os seres humanos conheceram a paz.

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A grande crise econômica dos anos 80 reduziu a taxa de crescimento dos países centrais à metade do que foram nos vinte anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, levou os

países em desenvolvimento a terem sua ren-da estagnada por 15 anos e intensificou o

colapso dos regimes estatistas do bloco sovié-tico. Quando dizemos que esta grande crise teve como causa fundamental a crise do Esta-do - uma crise fiscal do Estado, uma crise do

modo de intervenção do Estado no econômico e no social e uma crise da forma burocrática de administrar o Estado - está pressuposto

Julgue os itens a seguir quanto à possibilidade ou não de darem continuidade ao texto que acima.

037 ( ) o sistema econômico no capitalismo contemporâ-neo, cuja coordenação é de fato realizada não apenas pelo mercado, como quer tal neoliberalismo conserva-dor desse notável economista neoclássico, mas tam-bém pelo Estado.

038 ( ) que o Estado, além de garantir a ordem interna, a estabilidade da moeda e o funcionamento dos merca-dos, tem um papel fundamental de coordenação eco-nômica.

039 ( ) de que o primeiro coordena a economia por meio de trocas, o segundo, por meio de transferências para os setores que esse não logra remunerar adequada-mente segundo o julgamento político da sociedade.

040 ( ) que, quando haveria uma crise importante no sistema, sua origem deverá ser encontrada ou no mercado, ou no Estado.

041 ( ) de que o mercado é o mecanismo de alocação eficiente de recursos por excelência, mas mesmo nes-ta tarefa sua ação deixa muitas vezes a desejar, dada não apenas a formação de monopólios, mas princi-palmente a existência de economias externas que es-capam ao mecanismo dos preços.

(Adaptado de Luiz Carlos Bresser Pereira)

TEXTO

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A força da História A História caprichosamente ofereceu aos brasileiros um símbolo de forte densidade, o de Tiradentes, para concretizar o mito do herói nacional. O lado generoso do chefe

da rebelião anticolonial vem do transbor-damento de seus objetivos, no sentido de tornar coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade. Não apenas um ato de particular conveniência no mundo das relações hu-manas, mas uma articulação de vulto naci-onal.

Enquanto os ativistas da Inconfidência (Tiradentes o maior e o mais lúcido de todos) e os ideólogos lidavam com catego-rias universais, que pressupunham os inte-

resses da coletividade brasileira, outros aderentes circunstanciais, os magnatas e os devedores da fazenda Real, ingressa-

ram no processo de luta a fim de resguar-dar vantagens particulares. Com efeito, a figura de Tiradentes implan-ta, na memória e no coração da nacionali-dade, o sentimento de poder e de grande-za que torna cada um de nós um íntimo

dos seres sobrenaturais, um parceiro dos deuses. (Fábio Lucas, Luzes e trevas – Minas Gerais no século

XVIII. Belo Horizonte: UFMG, 1998, p. 150-1; com

adaptações)

042 ( ) O primeiro período sintático do texto constitui a frase-núcleo, a ideia central a ser desenvolvida no res-tante do texto.

043 ( ) O primeiro período sintático do texto admite a seguinte paráfrase: Ao concretizar o mito do herói na-cional, Tiradentes ofereceu à História e aos brasileiros um símbolo de forte densidade.

044 ( ) As seguintes expressões do texto têm ―Tiraden-tes‖ como referente: ―herói nacional‖ (linha 4), ―chefe da rebelião anticolonial‖ (linhas 4-5), ―vulto nacio-nal‖ (linha 10) e ―ativistas da Inconfidência‖ (linha

12).

045 ( ) As ideias de ―coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade‖ (linhas 7-8), ―articulação de vulto nacional‖ (linhas 10-11), ―categorias universais‖ (linhas 14-15) e ―interesses da coletividade brasileira‖ (linhas 15-16) desenvolvem e explicam a ideia de ―transbordamento de seus objetivos‖. (linhas 5-6).

046 ( ) O segundo parágrafo estrutura-se sobre uma oposição: ativistas e ideólogos versus magnatas e devedores, correspondendo, respectivamente, a ―in-teresses da coletividade‖ e ―vantagens particula-res‖.

2 TIPOLOGIA TEXTUAL.

Observe os dois textos que seguem: Texto 1

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A mata que cobria uma das margens de um rio estava em chamas. Um escorpião, vendo que iria morrer carbonizado, pede a um sapo, que se preparava para ir para a outra margem, que o leve nas costas. O sapo recusa-se, dizendo que o escorpião poderia picá-lo, este diz que não haveria nenhuma razão para isso, pois se o

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aguilhoasse, morreria afogado. Continua dizendo que ele poderia estar tranquilo, pois aferroá-lo era ir contra sua própria vida. O sapo consente, então, em transportá-lo. O escorpião pica-o. Sentindo a ação do veneno, o sapo indaga o porquê daquela atitude, já que ambos iriam mor-rer. O escorpião responde que não podia resistir à vontade de ferroar os outros.

Texto 2

A índole das pessoas é imutável. Nenhuma cir-cunstância pode alterar a natureza do ser huma-no.

Os dois textos dizem basicamente a mesma coisa. Expressam o ponto de vista daqueles que não crêem na possibilidade de transformação do homem por meio do processo educativo, dos que acreditam que as condições em que o ser humano vive não exercem nenhum papel no forjamento de suas características. Se os dois textos são semelhantes do ponto de vista do conteúdo, são comple-tamente diferentes no que diz respeito à composição. Em que reside essa diferença? O primeiro é mais concreto e o segundo, mais abstrato.

Antes de prosseguirmos, vamos precisar o signifi-cado dos termos concreto e abstrato. Nossa tradição

gramatical ensina que concretude e abstração são propri-edades dos substantivos: concreto é o que existe por si mesmo num dado universo de discurso; abstrato, o que só tem existência própria num outro ser. Enquanto ho-mem, mulher, fada, e saci têm existência própria num dado universo de discurso (por exemplo, a fada no uni-verso dos contos maravilhosos), orgulho, amor e ira só existem nas pessoas orgulhosas, que amam ou ficam iradas, não tendo, portanto, existência própria.

Poderíamos alterar esse conceito e dizer que é concreto o que remete a algo presente no mundo natural, entendendo como mundo natural os mundo criados pela linguagem (assim não só casa pertence ao mundo natu-ral, mas também saci, pois é ele um ser que é parte do mundo natural delineado pelo nosso folclore). Abstrato seria, então, o que remete a algo não presente no mundo natural ( a tristeza, a imutabilidade, o ódio). Esse conceito não se restringe aos substantivos, mas se estende aos adjetivos e verbos: vermelho e abanar-se apresentam, do ponto de vista manifestado acima, mais concretude do que tolerante e invejar. Na verdade, concreto e abstrato não são dois pólos absolutamente opostos, mas formam um contínuo que vai do mais concreto ao mais abstrato.

Voltemos aos nossos textos. O primeiro é mais concreto. Será chamado texto figurativo, pois é constituí-do de figuras, que são, então, termos concretos, ou seja, que remetem a algo presente no mundo natural. No pri-meiro texto, temos mata, rio, escorpião, picar, carboniza-do, etc. O segundo é mais abstrato. Será denominado texto temático, pois é organizado com temas, que são, pois, termos abstratos, isto é, que não remetem a algo presente no mundo natural, mas a categorias explicativas do que nele existe. No segundo texto, trabalhamos com termos como índole, imutável, circunstância, natureza.

Os textos dividem-se, pois, em duas grandes cate-gorias: os figurativos e os temáticos. Uma observação impõe-se. Quando falamos textos figurativos e temáticos, pensamos em textos predominantemente, mas não exclu-sivamente, compostos de figuras ou temas. Com efeito, num texto figurativo podem aparecer termos abstratos e num temático, termos concretos. O que importa é que no figurativo predominam os concretos e no temático, os abstratos.

Esses textos têm finalidades completamente dife-rentes. Os figurativos servem para simular, representar,

figurar o mundo e as ações do homem. Têm pois uma função representativa. Graciliano Ramos representa com Fabiano e Sinhá Vitória, cujos maiores desejos eram, respectivamente, falar com seu Tomás da bolandeira e ter uma cama de couro como a dele, tantos fabianos e sinhás vitórias que, despossuídos de todos os bens materiais e espirituais estão colocados num nível infra-humano.

Os textos temáticos têm uma função predicativa, isto é, destinam-se a explicar, a interpretar, a dar sentido ao mundo.

Muitas vezes, textos figurativos e temáticos ver-sam sobre o mesmo assunto, um representando-o o outro explicando-o. Assim, o mito de Narciso, que narra a histó-ria de um belo moço, que, condenado a apaixonar-se por si mesmo, quando visse sua imagem, enamora-se de si mesmo no momento em que, curvando-se para tomar água numa fonte, vê sua imagem refletida, é um texto figurativo. Ele simula a atitude narcisística. Já o texto de Freud sobre o narcisismo explica uma determinada dire-ção da libido.

Sob todo texto figurativo há temas. As figuras en-cadeiam-se nele com vistas a manifestar um dado tema. Assim, a compreensão desse tipo de texto passa pela apreensão dos temas subjacentes. São eles que dão sentido ao texto figurativo. Não se pode entender o texto abaixo sem apreender o tema do eternizar a vida, igno-rando sua fugacidade.

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―As rosas amo dos jardins de Adônis,

Essas volucres amo, Lídia, rosas Que em o dia em que nascem Em esse dia morrem. A luz para elas é eterna, porque Nascem nascido já o sol, e acabam Antes que Apolo deixe O seu curso visível.

Assim façamos nossa vida um dia,

Inscientes, Lídia, voluntariamente Que há noites antes e após O pouco que duramos. PESSOA, Fernando. Odes de Ricardo Reis. Lisboa:

Ática, p.30

Depois dos conceitos de texto temático e figurati-vo, deve-se introduzir o de narratividade. Deve ser enten-dida a narratividade como uma transformação de estado. Assim, em ―a amizade de Escobar fez-se grande e fecun-da‖, temos um enunciado narrativo porque ocorre a trans-formação de um estado de amizade ainda pequena para um estado de amizade grande e fecunda.

Há dois tipos de transformações narrativas: a de aquisição e a de perda. A primeira é aquela em que se passa a ter algo; a segunda é aquela em que se é despo-jado de algo que se tem. Por exemplo.

a) ―O Padre Cabral recebera na véspera um reca-do do internúcio; foi ter com ele, e soube que, por decreto pontifício, acabava de ser nomeado protonotário apostóli-co.‖ Aqui ha várias aquisições: o saber relativo ao recado, o saber concernete à nomeação, a obtenção do título.

b) ―Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha chácara do Catumbi.‖ Aqui temos uma perda: a passagem da vida à não-vida.

Ao longo de nossa vida, entramos em contacto com múltiplos tipos de texto: poesia e prosa; literários e utilitários; políticos, religiosos e jornalísticos, etc. Podem-se fazer muitas classificações de textos. Cada uma delas tem base num dado critério.

Nossa tradição escolar usa bastante uma determi-nada classificação e com base nela pretende que os alu-

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nos aprendam a redigir três tipos de textos: a dissertação, a narração e a descrição. No entanto, embora muito utili-zados, o conhecimento de cada um desses tipos é intuiti-vo. Eles não são definidos com muito rigor. Apesar disso, nas provas e nos vestibulares exige-se que os alunos componham redações utilizando, com precisão, cada um deles. Com base nos conceitos expostos acima (figura, tema e narratividade) vamos delinear as característica básicas desses tipos de texto com que, em geral, a escola trabalha.

Antes de começar a estudar cada um deles, é pre-ciso ressaltar que dificilmente eles são encontrados em estado puro. Pode haver uma escala de narração, descri-ção e dissertação num mesmo texto.

A primeira característica para elaborar a distinção é a oposição temáticoXfigurativo. A dissertação é um texto temático, enquanto a narração e a descrição são figurativos. A segunda característica a ser levada em conta é a narratividade. Tanto a dissertação quanto a narração apresentam mudanças de situação. Já a descri-ção não. Ao contrário, ela mostra propriedades e aspectos simultâneos do que é descrito, considerados, pois numa única situação. É preciso detalhar o que foi dito.

Observe o texto que segue:

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―Mozart no céu No dia 5 de dezembro de 1791, Wolfgang Amadeus Mozart entrou no céu, como um artista de circo, fazendo piruetas extraordi-nárias sobre um mirabolante cavalo branco. Os anjinhos atônitos diziam: Que foi? Que

foi? Melodias jamais ouvidas voavam nas linhas suplementares superiores da pauta. Um momento se suspendeu a contemplação inefável. A Virgem beijou-o na testa

E desde então Wolfgang Amadeus Mozart foi o mais moço dos anjos.‖

BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1983. p. 255.

Observe que:

a) o texto é figurativo, pois fala de Mozart, piruetas, anjinhos, branco, pauta, melodias, Virgem, etc.

b) contém um conjunto de transformações de es-tado (a passagem da não-presença à presença no céu, alteração da atitude de contemplação inefável, etc.);

c) as mudanças relatadas estão organizadas de tal maneira que entre elas existem relações de concomitân-cia, anterioridade e posterioridade (por exemplo, a entra-da de Mozart no céu é anterior ao beijo da Virgem; ser o mais moço dos anjos é posterior a esse beijo; o vôo das melodias é concomitante à entrada de Mozart no céu).

Por essas razões, o texto acima é uma narração.

As três características do texto narrativo são:

a) é figurativo;

b) mostra transformações de estado;

c) apresenta variações de concomitância, anterio-ridade e posterioridade entre os episódios relatados.

Essas relações temporais (concomitância, anterio-ridade e posterioridade) são sempre necessárias à consti-tuição de uma narração, mesmo que sua linearidade este-ja alterada no texto. O leitor, para compreender a narrati-va, precisa reconstituir essas relações: saber o que acon-teceu antes, ao mesmo tempo e depois.

Note que estamos distinguindo narratividade e nar-ração. A primeira é uma transformação de situação, que pode estar presente também no texto dissertativo. A se-gunda é um texto figurativo em que há transformações.

A narração tem a finalidade de constituir um simu-lacro da ação do homem no mundo.

Há basicamente dois modos de narrar: em 3ª pes-soa e em 1ª. No primeiro, o narrador se ausenta do texto; no segundo, introduz-se nele dizendo eu.

No trecho abaixo o narrador não está presente.è um texto em 3ª pessoa:

Um crioulo trouxe o café. Rubião pegou na xícara e, enquanto lhe deitava o açúcar, ia disfarçadamente mirando a bandeja, que era de prata lavrada. Prata, ouro, eram os metais que amava de coração; não gostava de bronze, mas o amigo Palha disse-lhe que era matéria de preço, e assim se explica este par de figuras que aqui está na sala, um Menfistófeles e um Fausto. Tivesse, porém, de escolher, escolheria a bandeja, - primor de argentaria, execução fina e acabada.‖

ASSIS, Machado de. Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979 V 1, p.643.

Neste outro o narrador conta o que acontece com ele. Por isso, diz eu.

―Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis, nada menos. Meu pai, logo que teve a aragem dos onze contos, sobressaltou-se deveras; achou que o caso excedia as raias de um capricho juvenil.‖

ASSIS, Machado de. Obras completas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1979 V 1, p.536

Não é indiferente narrar em 1ª ou 3ª pessoa. Cada um desses modos cria um determinado efeito de sentido. Narrar em 3ª pessoa dá objetividade ao texto; contar em 1ª pessoa confere subjetividade ao texto. Se o texto é construído em 3ª pessoa, os fatos parecem narrar-se por si mesmos, parecem ser do jeito que são, parece que ninguém interferiu neles. Por isso, o texto científico não admite a 1ª pessoa. Se alguém dissesse: ―Eu afirmo que a Terra é redonda‖, poderia dar a entender que esse é um ponto de vista particular. Mas no enunciado ―A Terra é redonda‖ deixa-se implícito que isso é uma verdade uni-versal. Nada é gratuito na composição dos textos.

Observe agora o texto que segue:

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―O fogo crescia ímpetos de entusiasmo, como alegrado dos próprios clarões, des-feiteando a noite com a vergasta das laba-

redas. Sobre o pátio, sobre o jardim, por toda a circunvizinhança choviam fagulhas, con-trastando a mansidão da queda com os tempestuosos arrojos do incêndio. Por toda a parte caiam escórias incineradas, que a atmosfera flagrante repetia para longe

como folhas secas de imensa árvore sacu-dida. (...)

Às vezes, a um novo alento das chamas, a coluna ardente desenvolvia-se muito, e avistavam-se as árvores terrificadas, imó-veis, as mais próximas crestadas pelas

ondas de ar tórrido que o incêndio despe-dia. As alamedas, subitamente esclareci-das, multiplicavam as caras lívidas, olhan-do. Na rua, ouvia-se arquejar pressurosa-mente uma bomba a vapor; as manguei-ras, como intermináveis serpentes, insinu-avam-se pelo chão, colavam-se às pare-

des, desapareciam por uma janela. Nas cimalhas, destacando-se em silhueta, so-bre as cores terríveis do incêndio, moviam- se os bombeiros.‖

LÍNGUA PORTUGUESA 11

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POMPÉIA, Raul. O Ateneu. Rio de Janeiro:

Tecnoprint, 1965. p.185. (Edições de Ouro)

Esse texto que descreve o incêndio no Ateneu, apresenta as seguintes características:

a) é figurativo, pois fala de pátio, jardim, fagulhas, crestado, colar-se, etc.;

b) todas as frases apresentam ocorrências simul-tâneas (ao mesmo tempo que se multiplicavam caras lívidas, ouvia-se o arquejar de uma bomba a vapor); por isso, não existem no relato relações de anterioridade e posterioridade (por não haver esse tipo de relação crono-lógica, a sequência dos enunciados poderia ser alterada);

c) não há no texto transformações de estado (por exemplo, nada indica a passagem da ausência do fogo para sua presença: o incêndio já está lá);

d)ainda que o texto apresente ações e processos verbais, todos eles estão no pretérito imperfeito, que indi-ca concomitância durativa em relação a um marco pretéri-to instalado no texto (no caso, um dia do passado em que ocorreu o incêndio) e, por isso, não indicam nenhuma transformação.

Por essas características, pode-se dizer que o tex-to em questão é descritivo. Descrição é o tipo de texto em que se expõem características de seres e fatos concretos (pessoas, objetos, situações, etc.) considerados fora da relação de anterioridade e posterioridade. Constrói um simulacro do mundo.

As características do texto descritivo são:

a) é figurativo;

b) não relata mudanças de situação, mas proprie-dades e aspectos simultâneos dos elementos descritos, considerados, pois, numa única situação;

c) como o que se apresenta numa situação é si-multâneo, a concomitância é a única relação presente num texto descritivo.

A característica fundamental da descrição é a ine-xistência de progressão temporal, isto é, que o que se diz é simultâneo e que, portanto, não se pode estabelecer relação de anterioridade e posterioridade entre os enunci-ados. Numa descrição, podem perfeitamente ser expostos movimentos e ações, desde que sejam simultâneos, não indicando, pois, progressão de uma situação anterior a uma posterior. Uma das marcas linguísticas da descrição é o predomínio absoluto de verbos no presente e no pre-térito imperfeito do indicativo, uma vez que ambos indi-cam concomitância, o primeiro em relação ao momento da fala, o segundo em relação a um momento pretérito instalado no texto. O segundo indica uma simultaneidade durativa em relação ao passado.

Para transformar uma descrição numa narração basta introduzir nela a indicação de passagem de um estado antecedente para um subsequente. Por exemplo, se na primeira frase do texto acima trocarmos o pretérito imperfeito ―crescia‖ pelo pretérito perfeito ―cresceu‖ já estaremos introduzindo uma transformação de estado: o fogo passou de pequeno a grande.

Observe o texto que segue:

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―E a História do Brasil é, para Paulo Prado,

o desenvolvimento desordenado dessas obsessões – a luxúria e a cobiça – que do-minam o espírito e o corpo de suas vítimas. Dos excessos da vida sensual ficaram tra-ços no caráter do brasileiro, pois ‗os fenô-menos de comportamento não se limitam a

funções sensoriais e vegetativas; esten-dem-se até o domínio da inteligência e dos sentimentos. Produzem no organismo per-turbações somáticas e psíquicas, acompa-

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nhadas de uma profunda fadiga, que facil-

mente toma aspectos patológicos, indo do nojo até o ódio‘. Como ao lado da sensuali-

dade havia a cobiça, a luta entre esses apetites iria criar uma raça triste: ‗a triste-za sucedeu à intensa vida sexual do colono, desviado para as perversões eróticas, de

um fundo acentuadamente atávico‘; de outro lado, a cobiça não permite saciedade e ‗no anseio da procura afanosa, na desilu-são do ouro, esse sentimento é também melancólico, pela inutilidade do esforço e pelo ressaibo da desilusão‘.‖

LEITE, Dante Moreira. O caráter nacional brasi-leiro: história de uma ideologia. 3ªed. São Paulo:

Pioneira, 1976. p.263.

Esse texto explica a concepção de Paulo Prado de que a História do Brasil é o desenvolvimento da luxúria e da cobiça e que isso deixou traços no caráter nacional.

Observe que:

a) o texto é temático, pois analisa e observa o mundo, usando, para tanto, termos abstratos. Fala ele de desenvolvimento, obsessões, luxúria, cobiça, perversões, eróticas, somáticas, psíquicas, etc. (sua função é explicar fatos da realidade);

b) o texto apresenta mudanças de situação, em geral implícitas (por exemplo, da inexistência de uma raça triste à sua existência, pela luta entre a luxúria e a cobiça; a passagem de um estado de intensa vida sexual a um estado de tristeza);

c) a progressão temporal dos enunciados não tem qualquer importância, pois o que interessa no texto são as relações de causalidade (o brasileiro é triste porque...).

Esse é um texto dissertativo. Dissertação é o tipo de texto que se destina a analisar, interpretar e explicar os dados da realidade. Suas características são:

a) é temático;

b) apresenta mudanças de situação;

c) não têm nele maior importância as relações de anterioridade e posterioridade dos enunciados, mas sim suas relações lógicas: analogia, perti-nência, causalidade, coexistência, implicação, correspondência, etc.

Resumindo, podemos dizer que os textos narrati-vos e descritivos são figurativos. Os primeiros mostram as mudanças de estado de um ser particular, com os enunci-ados encadeados numa progressão temporal, isto é, nu-ma relação de anterioridade e posterioridade. Os segun-dos expõem propriedades e aspectos de um ser ou um fato particular organizados numa relação de simultaneida-de.

O texto dissertativo é temático. Busca explicar e ordenar a realidade. Por isso, trabalha com conceitos abstratos, com modelos gerais, muitas vezes abstraídos do tempo e do espaço. Nele, as relações de anterioridade e posterioridade ombreiam-se com as demais relações lógicas. A dissertação também aborda mudanças de es-tado, mas o faz de maneira diferente da narração. En-quanto o centro desta é o relato das mudanças, o daquela é a explicação e a interpretação das transformações rela-tadas.

O estudo das características dos textos narrativos, descritivos e dissertativos tem uma dupla função: de um lado, determinar o tipo de texto que se analisa ajuda a compreender melhor os sentidos que ele veicula, uma vez que cada uma das classes de texto se destina a apresen-tar significados de uma certa maneira; de outro, tomar consciência das diferenças constitutivas dos diversos

12 LÍNGUA PORTUGUESA

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tipos de texto auxilia a tornar a produção textual mais eficiente. Assim, o estabelecimento de uma tipologia tex-tual não concerne somente à recepção do texto, mas também a sua produção. Esse duplo objetivo deve ficar bem marcado para que não se pense que o ensino da leitura e o da redação são coisas completamente diver-sas. Ao contrário, são indissociáveis. Embora de pontos de vista diferentes, os mecanismos são levados em conta tanto no ato de ler quanto no de redigir.

Há um último ponto a discutir. Geralmente se pen-sa que é só na dissertação que o produtor do texto mani-festa um ponto de vista sobre um determinado assunto. Isso é errôneo. Também na descrição e na narração es-tão presentes os pontos de vista de quem elabora o texto. O que varia é a maneira como esses pontos de vista são manifestados em cada tipo de texto. No texto dissertativo, por ser um texto temático, eles são expressos explícita e diretamente. Assim por exemplo:

Texto

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―Apesar do empenho inegável que o sr. de-dica à tarefa de desmantelar os partidos, abater as entidades empresariais e os sindi-catos, sufocar as organizações culturais e intimidar a imprensa, prevalecendo-se da

desordem ideológica de nossa época, açam-barcando a torto e a direito bandeiras, que vão do moralismo mais tacanho à ecologia, inspirando-se em estereótipos aqui do fa-cismo, acolá da social-democracia, mas lan-çando sempre uma névoa cintilante de con-fusão sobre a sociedade - apesar disso tudo

o sr. é obrigado a ouvir vozes capazes de dizer não.‖ FRIAS FILHO, Otávio. Carta aberta ao sr. presidente da

República. Folha de São Paulo, São Paulo, 25/4/91, p.1.

Numa descrição, quem faz o texto manifesta seus pontos de vista, entre outros recursos, pela adjetivação escolhida e pelos aspectos selecionados. Observe no texto abaixo como há uma reticência do produtor em rela-ção ao Gallery:

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―Saindo-se dele (do pequeno hall de entra-da), há uma encruzilhada. À direita, por uma escada, sobe-se ao bufê. Pela esquer-da, entra-se no bar e, depois, no restauran-te. (Um belo piano-bar, onde o cantor Jorge Rodrigues, acompanhado ao teclado por

Pachá, enleva pares românticos, com sua voz de Bob Short. É um bom restaurante, no qual os cristais, como as porcelanas, são finos e os talheres, a exemplo dos preços, são pesados.) Em frente, vai à boate. Há telas, esculturas, grades, colunas e tapeça-

rias por todos os lados, formando um ambi-

ente que é um misto de trem fantasma, museu e boate.‖

VEJA EM SÃO PAULO. São Paulo: Ed. Abril, 6-

12/5/1991, p. 17-18

Na narração há muitos meios de manifestar pontos de vista, um deles é a seleção de figuras. Dizer ―sem terras ocupam terreno na zona leste‖ expressa uma visão de mundo diferente de ―Bando de desocupados invade propriedade na zona leste‖. Quando se narra a história de um presidente que dizia trabalhar pelos pobres e caçar marajás e que aprovava um generosa doação do Tesouro aos usineiros e que admitia que um ministro mantivesse uma acumulação irregular de cargos, o confronto entre o

dizer e o fazer revela um ponto de vista sobre esse presi-dente.

Aqui estão algumas características do dissertar, do narrar e do descrever. Essas características não constitu-em uma fôrma que limita o engenho humano. Ao contrá-rio, o homem serve-se delas para criar textos muito varia-dos. Misturando diferentes tipos, forja o novo o inusitado. A criatividade consiste em juntar ingredientes idênticos de maneira diferente. No poema ―O ferrageiro de Carmona‖, de João Cabral, o ferrageiro ensina ao poeta que há duas maneiras de trabalhar o ferro: a fundição e o forjamento. Na primeira, é uma fôrma que dá forma ao ferro; na se-gunda, é a mão do homem. O ferrageiro diz que o ferro não deve fundir-se, pois o verdadeiro trabalho com o ferro é o forjamento.

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―Só trabalho em ferro forjado que é quando se trabalha o ferro: então, corpo a corpo com ele, domo-o, dobro-o, até o onde eu quero.

O ferro fundido é sem luta, é só derramá-lo na fôrma. Não há nele a queda-de-braço e o cara-a-cara de uma forja.‖. MELO NETO, João Cabral de. ―O ferrageiro de Carmo-

na‖. In _____. Crime na calle Relator. Rio de Janeiro:

Nova Fronteira, 1987, p. 31-32.

O fero é figura da linguagem. Não se trabalha com ela por meio de fôrmas, mas, num cara-a-cara, domando-a, dobrando-a, até que ela expresse o sentido que se quer. O estudo dos tipos não pode ser usado para cercar a criação (o forjamento), mas para ajudá-la. O trabalho pedagógico não é um freio à experimentação, mas um acicate a ela. A importância da tipologia é permitir uma melhor expressão dos sentidos e não restringi-la.

Talvez este texto suscite muitas dúvidas, muitas questões, muitas perguntas. Mas como dizia Guimarães Rosa: ―Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só fazer outras maiores perguntas‖.

FIORIN, José Luiz (1991). ―Tipologia dos textos‖. In LOPES,

Harry Vieira et alii (org.) Língua Portuguesa – O currículo e a

compreensão da realidade. São Paulo, Secretaria de Estado de

Educação/Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas,

1991: 33-42.

EXERCÍCIOS

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20

A Revolução Industrial provocou a dissoci-ação entre dois pensamentos: o científico e tecnológico e o humanista. A partir do século XIX, a liberdade do homem começa a ser identificada com a eficiência em do-minar e transformar a natureza em bens e

serviços. O conceito de liberdade começa a ser sinônimo de consumo. Perde importân-cia a prática das artes e consolidam-se a ciência e a tecnologia. Relega-se a preocu-pação ética. A procura da liberdade social se faz sem considerar-se sua distribuição.

A militância política passa a ser tolerada, mas como opção pessoal de cada um. Essa ruptura teve o importante papel de contribuir para a revolução do conheci-mento científico e tecnológico. A sociedade humana se transformou, com a eficiência técnica e a consequente redução do tempo

social necessário à produção dos bens de sobrevivência.

LÍNGUA PORTUGUESA 13

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O privilégio da eficiência na dominação da

natureza gerou, contudo, as distorções hoje conhecidas: em vez de usar o tempo

livre para a prática da liberdade, o homem reorganizou seu projeto e refez seu objeti-vo no sentido de ampliar o consumo. O avanço técnico e científico, de instrumento

da liberdade, adquiriu autonomia e passou a determinar uma estrutura social opressi-va, que servisse ao avanço técnico e cien-tífico. A liberdade identificou-se com a ideia de consumo. Os meios de produção, que surgiram no avanço técnico, visam ampliar o nível dos meios de produção.

Graças a essa especialização e priorização, foi possível obter-se o elevado nível do potencial-de-liberdade que o final do sécu-lo XX oferece à humanidade. O sistema capitalista permitiu que o homem atingisse

as vésperas da liberdade em relação ao trabalho alienado, às doenças e à escas-

sez. Mas não consegue permitir que o po-tencial criado pela ciência e tecnologia seja usado com a eficiência desejada. (Cristovam Buarque, Na fronteira do futuro. Brasília: EDUnB, 1989, p. 13; com adaptações)

Julgue os itens abaixo, relativos às ideias do texto

047 ( ) O conceito de ―liberdade‖ é tomado como sinôni-mo de consumo e de eficiência no domínio e na trans-formação da natureza em bens e serviços.

048 ( ) O autor sugere que o sistema capitalista apresen-ta a seguinte correlação: quanto mais tempo livre, mais consumo, mais lazer e menos opressão.

049 ( ) Depreende-se do primeiro parágrafo que a ética foi abolida a partir do século XIX.

050 ( ) No segundo parágrafo, a expressão ―Essa ruptu-ra‖ retoma e resume a ideia central do parágrafo ante-

rior.

051 ( ) O emprego da expressão ―as vésperas da liber-dade‖ (linha 41) sugere que a humanidade ainda não

atingiu a liberdade desejada.

Quanto à organização do texto, julgue os itens a seguir.

052 ( ) A argumentação do texto estrutura-se em três eixos principais: ciência e tecnologia, busca da liber-dade e militância política.

053 ( ) A tese para esse texto argumentativo pode assim ser resumida: nem todo ―potencial-de-liberdade‖ gera liberdade com a eficiência desejada.

054 ( ) Para organizar o texto, predominantemente argu-mentativo, o autor recorre a ilustrações temáticas e trechos descritivos sobre condições das sociedades.

055 ( ) A ideia de melhor aproveitamento do tempo como resultado da eficiência técnica é um argumento utiliza-do para provar a necessidade de lazer e descanso dos homens.

056 ( ) O fragmento a seguir, caso fosse utilizado como continuidade do texto, manteria a coerência da argu-mentação: Existe, assim, uma ambiguidade entre a ampliação dos horizontes da liberdade e os resulta-dos, de fato, alcançados pelo homem.

3 ORTOGRAFIA OFICIAL.

Ortografia é a parte da gramática que estabelece a grafia correta das palavras.

As palavras podem apresentar igualdade total ou parcial no que se refere a sua grafia e pronúncia, mesmo tendo significados diferentes. Essas palavras são chama-das de homônimas (canto, do grego, significa ângulo /

canto, do latim, significa música vocal). As palavras ho-mônimas dividem-se em homógrafas, quando tem a

mesma grafia (gosto, substantivo e gosto, 1ª pessoa do singular do verbo gostar) e homófonas, quando tem o

mesmo som (paço, palácio ou passo, movimento durante o andar).

1. EMPREGO DAS LETRAS:

A letra x:

1. Observando que, nas palavras abaixo, antes do espaço em branco sempre ocorre um ditongo, complete com x ou ch:

a. cai___a d. sei___o

b. frou___o e. rou___inol

c. trou___a f. deslei___ado

após um ditongo

ameixa trouxa caixa baixo

peixe encaixar eixo paixão

frouxo rebaixar

Cuidado com as exceções recauchutar e guache

2. Observando que todas as palavras abaixo são iniciadas pela sílaba en-, complete com x o ch:

a. en___ame d. en___ovia

b. en___uto e. en___aqueca

c. en___oval f. en___ó

após o grupo inicial en:

enxada enxovalho enxaqueca enxugar

enxerido enxurrada enxame

Cuidado com as palavras iniciadas por ch que re-cebem o prefixo en-: encher, encharcar, enchiqueirar, enchocalhar, etc.

3. Observando que antes da lacuna sempre ocorre a sílaba me complete com x ou ch.

me____a me____erico

me____ilhão me____eriqueiro

após o grupo inicial me-

mexer mexerica mexerico mexilhão

mexicano

A única exceção é mecha e suas derivadas.

Usa-se ainda o ―X‖:

nas palavras de origem indígena ou africana e nas palavras inglesas aportuguesadas:

xavante xingar xique-xique xará

xerife xampu

Atente para das seguintes palavras:

capixaba laxante xale bruxa

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muxoxo xaxim caxumba praxe

xenofobia faxina puxar xícara

graxa relaxar rixa roxo

arrocho chicória debocha mochila

apetrecho cachimbo fachada pechincha

bochecha comichão fantoche piche

brecha chope fechar pichar

broche chuchu flecha salsicha

chalé chute linchar tchau

Há vários casos de palavras homófonas cuja grafia distingue-se pelo fato contraste entre x e ch:

chá (bebida) xá (título de nobreza)

chácara (propriedade rural)

xácara (narrativa popular)

brocha (pequeno pincel) broxa (pincel)

cheque (ordem de paga-mento)

xeque (lance do xadrez)

Letras g e j

4. Complete as palavras abaixo com g ou j.

agiota__em gara__em fuli__em ferru__em

ara_em malandra__em impi__em lanu__em

Usa-se a letra g:

nos substantivos terminados em –agem, -igem e -ugem.

barragem miragem origem rabugem

contagem coragem vertigem viagem

Cuidado com as exceções pajem e lambujem.

5. Complete as palavras abaixo com j o g.

pressá__io ada__io necroló__io

ré__io cole__io contá__io

nas palavras terminadas em –ágio, -égio, -ígio, -ógio e -úgio:

egrégio relógio estágio litígio

refúgio pedágio prestígio subterfúgio

Preste atenção às seguinte palavras grafadas com g:

aborígine bege geada herege

tigela agilidade bugiganga gengiva

higiene vagem algema cogitar

gengibre impingir monge apogeu

drágea gesto rabugice argila

faringe gibi tangerina auge

fugir

Usa-se a letra j

as palavras de origem latinas Exemplos: jeito, majestade, hoje.

as palavras de origem árabe, africana ou exótica. Exemplos: alforje, jiboia, manjerona.

as palavras terminada com aje. Exemplos: laje, ultraje

6. Observando a grafia dos verbos abaixo, complete as demais formas verbais:

a. ultrajar: ultra___ei, ultr___emos, ultr___e.

b. viajar: via___em, via___ei, via___e

c. enferrujar: enferru___em, enferru___ei.

Nas formas dos verbos terminados em –jar

arranjar (arranjo, arranje, arranjem)

despejar (despejo, despeje, despejem)

enferrujar (enferruje, enferrujem)

viajar (viajo, viaje, viajem)

Nas palavras de origem tupi, africana, árabe ou exótica.

jê alforje jibóia canjica

pajé jerico jirau majericão

caçanje Moji alfanje

7. Observando a grafia da primeira palavra de cada série, complete as demais:

a. laranja: laran___eira, laran___inha.

b. gorja (garganta): gor__eta, gor___ear, gor__eio

c. cereja: cere___eira, cere___inha

Nas palavras derivadas de outras que já apresen-tam j:

gorja – gorjear, gorjeio cereja – cerejeira

laranja – laranjeira lisonja – lisonjear

loja – lojista sarja – sarjeta

rijo – rijeza varejo – varejista

Preste atenção às seguintes palavras que se es-crevem com j:

berinjela jeito majestade rejeição

cafajeste jerimum objeção traje

granja jérsei objeto trejeito

hoje jiló ojeriza jejum

intujice laje projétil

Letras s e z

Usa-se a letra s:

nas palavras que derivam de outra em que já exis-ta s:

casa – casinha, casebre,casario

liso – lisinho, alisar,alisador

análise - analisar, analisador

catálise – catalisador, catalisante

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8. Observando o emprego de s ou z, complete as frases:

a) Quem nasce na França é ______________

b) Quem nasce no Japão é _______________

c) Quem nasce e vive no campo é _________

d) O feminino de inglês é ________________

e) O feminino de poeta é ________________

f) O feminino de duque é _______________

g) O feminino de marquês é ______________

Nos sufixos:

-ês, -esa (para indicação de nacionalidade, título, origem)

chinês chinesa burguês burguesa

calabrês calabresa marquês marquesa

duquesa baronesa

-ense, oso, osa (formadores de adjetivos)

palmeirense amoroso gasoso paraense

amorosa gasosa cladense delitoso

espalhafatoso catarinense deleitoso portense

espalhafatosa

-isa (indicador de ocupação feminina):

poetisa profetisa pitonisa papisa

sacerdotisa diaconisa

9. Observando que antes da lacuna sempre ocorre um ditongo, complete com s ou z.

coi___a lou___a pai___ano mai__ena

após ditongos

lousa coisa causa Neusa

ausência náusea

10. Complete as formas verbais dos verbos querer e pôr:

a. querer: qui___, qui___eram, qui___essem

b. pôr: pu___essem, pu___, pu___eram

Nas formas dos verbos pôr e querer e seus deri-

vados

pus repus quis pusera

repusera quisera pusesse repusesse

quisesse

Atente para o uso da letra s nas seguintes pala-vras:

abuso aviso evasão maisena

revisa aliás bis extravasar

obsessão usura anis brasa

fusível vaso asilo colisão

hesitar ouriversaria atrás decisão

Isabel através Elisabete lilás

Cuidado com obcecado

Usa-se a letra z:

Nas palavras derivadas de outras em que já existe z:

deslize – deslizar baliza – abalizar

razão – razoável raiz – enraizar

11. Substitua o adjetivo pelo substantivo abstrato corres-pondente (observe a grafia do substantivo: s ou z).

Modelo: O carro é rápido. - O carro tem rapidez.

a. Aquele senhor é sensato.

Aquele senhor tem ______________________.

b. A paisagem é bela.

A paisagem tem ________________________.

c. O balão era leve.

O balão tinha ___________________________.

d. A foto era nítida.

A foto tinha ____________________________.

e. Lá a água é límpida.

Lá a água tem __________________________.

Nos sufixos:

-ez e –eza (formadores de substantivos abstratos a partir de adjetivos)

rijo – rijeza surdo – surdez

sisudo –sisudez singelo – singeleza

rígido – rigidez inválido – invalidez

avaro – avareza nobre – nobreza

intrépido - intrepidez macio –maciez

12. Sufixos –izar e -isar. Tendo como modelo os dois

primeiros exemplos, forme verbos a partir das palavras abaixo (observe o uso de z ou s na terminação dos ver-bos):

a. análise: analisar

b. canal: canalizar

c. suave _______________________________

d. improviso ____________________________

e. pesquisa _____________________________

f. individual _____________________________

g. popular ______________________________

h. piso _________________________________

-izar (formador de verbos) e –ização (formador de subs-tantivos)

civilizar civilização realizar

humanizar humanização hospitalizar

colonizar colonização realização

16 LÍNGUA PORTUGUESA

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hospitalização

Observe o uso da letra z nas seguintes palavras

assaz cizânia regozijo bissetriz

coalizão talvez buzina cuscuz

vazar catequizar giz vazio

gozo verniz prazeroso

Cuidado com catequese, ênfase, hipnose, batismo, exorcismo, síntese.

Distinção entre S, SS, Ç e C

Observe o quadro das correlações:

t-c ato ação; infrator infração; Marte marcial

ter-tenção abster abstenção; ater atenção; conter

contenção, deter detenção; reter retenção

rg-rs aspergir aspersão; imergir imersão- sub-

mergir submerso

rt-rs inverter inversão, divertir diversão

pel - puls impelir - impulsivo; expelir- expulsão - repelir - repulsão

corr-curs correr- curso- cursivo- discurso- excursão - incursão

sent-sens sentir- senso, sensível, consenso

ced-cess ceder - cessão - conceder - concessão;

interceder - intercessão. exceder excessi-vo ( exceto exceção)

gred-gress agredir- agressão - agressivo - progredir-

progressão - progresso. progressivo

prim-press imprimir impressão, oprimir opressão,

reprimir repressão.

tir-ssão admitir admissão discutir discussão, per-

mitir permissão. (re)percutir - (re)percussão

2. EMPREGO DO HÍFEN:

Emprego do hífen com prefixos.

Regra básica:

Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico,

super-homem.

OUTROS CASOS:

1. Prefixo terminado em vogal:

Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.

Sem hífen diante de consoante diferente de r e s:

anteprojeto, semicírculo.

Sem hífen diante de r e s.

Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.

Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:

Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.

Sem hífen diante de consoante diferente: intermu-nicipal, supersônico.

Sem hífen diante de vogal: interestadual, superin-teressante.

Observações:

1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também dian-

te de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc.

Palavras iniciadas por h perdem essa letra e jun-

tam-se sem hífen: subumano, subumanidade.

2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-

navegação, pan-americano etc.

3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segun-do elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobri-

gação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocu-pante etc.

4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-

rei, vice-almirante etc.

5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, para-quedista etc.

6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen: ex-aluno, sem-

terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.

EXERCÍCIOS

1 5

10

15

20 25

30

Um amigo meu estava ofendido porque um jornal o chamou de boa-vida. Vejam que país, que tempo, que situação! A vida deve-ria ser boa para toda gente; o que é insul-tuoso é que ela o seja apenas para alguns.

"Dinheiro é a coisa mais importante do mundo." Quem escreveu isso não foi ne-nhum de nossos estimados agiotas. Foi um homem que a vida inteira viveu de seu trabalho, e se chamava Bernard Shaw. Não era um cínico, mas um homem de vigorosa fé social, que passou a vida lutando, a seu

modo, para tornar melhor a sociedade em que vivia – e em certa medida o conseguiu. Ele nos fala de alguns homens ricos: "Homens ricos ou aristocratas com um de-

senvolvido senso de vida – homens como Ruskin, William Morris, Kropotkin – têm

enormes apetites sociais... não se conten-tam com belas casas, querem belas cida-des... não se contentam com esposas chei-as de diamantes e filhas em flor; queixam-se porque a operária está mal vestida, a lavadeira cheira a gim, a costureira é anê-mica, e porque todo homem que encontram

não é um amigo e toda mulher não é um romance... sofrem com a arquitetura da casa do vizinho..." Esse "apetite social" é raríssimo entre os nossos homens ricos; a não ser que "social" seja tomado no sentido de "mundano". E nossos homens de governo têm uma pas-

mosa desambição de governar.

(Rubem Braga)

Com base nas estruturas linguísticas do texto acima jul-gue os itens a seguir:

055-A ( ) A expressão apetite social (linha 29) significa

no texto uma preocupação mais ampla, tendo em vista o bem da sociedade em geral, não apenas o daqueles mais ricos.

056-A ( ) Infere-se do texto que há discrepância entre a visão que um escritor tem da vida em sociedade e a realidade vivida por algumas camadas sociais.

057 ( ) A argumentação presente no texto defende a tese de que as pessoas mais ricas só vivem preocupadas com sua vida particular e com o bem-estar de sua fa-mília.

LÍNGUA PORTUGUESA 17

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058 ( ) O texto compartilha a opinião de Bernard Shaw, de que ricos são aqueles que buscam melhorar as condições de vida para todos os que compõem uma sociedade.

Julgue se está correta ou não a grafia de todas as pala-vras nos itens abaixo:

059 ( ) O sonho do cronista parece extravagante, mas há que se reconhecer nele a beleza de uma vida a ser le-vada com muito mais distinção.

060 ( ) Quem vive de forma mais displiscente não é o homem distraído das obrigações, mas aquele que atri-bue importância exclusiva aos negócios e à rotina ur-bana.

061 ( ) Um telefone corta abruptamente nossa evazão imaginária, e anotamos nomes e números, na sugei-ção aos velhos hábitos e compromissos.

062 ( ) Se uma vida mais natural nos restitui a extinta simplicidade, que empecilhos tão fortes nos impedem de desfrutá-la?

063 ( ) A singeleza de uma vida natural exclue, é obvio, aqueles valores supérfluos que encorporamos sem nunca os analisar.

1

5

10

15

O BC e os números A decisão da Justiça baiana de desbloquear os bens do ex-banqueiro Ângelo Calmon de

Sá, do finado banco Econômico, revelou um comportamento extravagante do Banco Cen-tral. Até maio, os balanços do BC mostra-vam R$ 390 milhões no patrimônio da mas-sa falida do Econômico. Quando viu que perderia a ação, o BC mudou o cálculo e o balanço passou a mostrar dívida de R$ 7

bilhões. Coisa similar acontece em outro banco sob liquidação federal, o Mercantil de

Pernambuco, cujos ex-controladores tam-bém devem ganhar na Justiça ação contra as fórmulas usadas pelo BC para prolongar a intervenção. Há o risco de a conta ser paga pelo Tesouro - que se alimenta de nosso

bolso. (Revista Época, 13 de novembro de 2006 p. 31 –

com adaptações)

Com base nos sentidos e nas estruturas linguísticas do texto acima julgue os itens a seguir:

064 ( ) Justifica-se o emprego do hífen no vocábulo ex-banqueiro (linha 2), pela mesma razão pela qual foi empregado na palavra ex-controladores (linha 12).

065 ( ) A palavra finado (linha 3) pode ser substituída por mal-sucedido sem prejuízos para a coerência e a

correção gramatical do texto.

066 ( ) O comportamento extravagante a que o texto faz referência consiste no aumento do valor da dívida do banco Econômico após o novo cálculo realizado pelo Banco Central.

067 ( ) A substituição da palavra extravagante (linha 4) pelo seu sinônimo ecêntrico não provoca problemas de qualquer natureza ao texto.

068 ( ) Ao se substituir prolongar (linha 14) por diferir o texto torna-se incoerente.

4 ACENTUAÇÃO GRÁFICA.

A acentuação gráfica é usada para marcar a sílaba tônica das palavras. Isso porque muitas palavras podem apresentar dúvidas quanto à pronúncia, pois algumas

apresentam a mesma forma que outras de significado diferente, etc. Assim sendo, a acentuação gráfica tem caráter distintivo. Ao contrário do que se possa pensar os critérios de acentuação são bastante simples, o que facili-ta bastante o aprendizado das regras. Em português só temos três posições para a sílaba tônica: na última sílaba (palavras oxítonas), na penúltima sílaba (palavras paroxí-tonas) e na antepenúltima sílaba (palavras proparoxíto-nas). Como a função da acentuação é tornar as palavras distintas umas das outras, convém que as regras de acen-tuação não se contradigam. Por exemplo, se acentuamos as palavras oxítonas terminadas em “a” não acentuare-mos as paroxítonas que terminem em “a” posto que seria desperdício de acento. Assim jacá (cesto) possui acento, seria desnecessário, pois acentuarmos a palavra jaca. A

acentuação gráfica é feita geralmente com base nas ter-minações das palavras, de modo que se acentuarmos uma paroxítona que termine de um modo, uma oxítona que termine do mesmo modo não será acentuada. Por exemplo, refém possui acento ao passo que nuvem não possui. Note que ambas as palavras terminam por –em é

portanto desnecessário acentuarmos as duas palavras. Dito isto passemos à construção das regras, que serão feitas do seguinte modo:

Dado um grupo de palavras, acentue aquelas que julgar necessário e a partir daí, deduza a regra de acentu-ação dessas palavras.

Regra 1 - MONOSSÍLABOS TÔNICOS.

cha - ve - pes - pos - sos - pa - fe - cos - vai - meu - no - res - ja - pe - po - pos - pas - ves

São acentuados os monossílabos tônicos termina-dos em:

O Novo Acordo não alterou essa regra

Regra 2 - PALAVRAS OXÍTONAS

alias - obus - atras - dara - quiça - perus - satanas - atra-ves - cafe - cortes - ali - voce - guarani - apos - guri - avo - domino - vovo - alem - alguem - aqui - desdem - ninguem - bambu - tambem - cambuci - vintem - gibi - convens - chuchu - indu

São acentuadas as palavras oxítonas terminadas em:

O Novo Acordo não alterou essa regra

Regra 3 - PALAVRAS PAROXÍTONAS

aljofar - bonus - biceps - virus - afavel - borax - gratis - consul - abdomen - album - açucar - medium - polen - codex - agil - colegio - beriberi - alea - albuns - argenteo - afaveis - imã - mediuns - orfã - orfão - sotãos - louvaveis - forceps - vitorias - calvicie - amendoa - agua - bilingue - arduo

São acentuadas as palavras paroxítonas termina-das em:

Regra 4 - PALAVRAS PROPAROXÍTONAS

alcool - angulo - aerostato - agape - bigamo - barbaro - calice - chacara - candido - chavena - conjuge - cupula - diacono - despota - lepido - onibus - pleiade - transfuga - ubere - vermifugo – zéfiro

São acentuadas todas as palavras proparoxítonas.

O Novo Acordo não alterou essa regra

Regra 5 - DITONGOS ABERTOS

aneis - mausoleu - apoio - ateia - alcaloide - joia - ideia - ceu - trofeu

18 LÍNGUA PORTUGUESA

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Devem ser acentuadas as vogais ___ ou ___ tôni-cas abertas, dos ditongos ___, ___, ___.

O Novo Acordo alterou essa regra

Segundo a proposta do Novo Acordo, esses ditogos serão graficamente acentuados se aparecerem em sílaba tônica final, ou seja, em palavras oxítonas. Assim, herói continua

com acento, mas heroico perde o acento.

Regra 6 - SEGUNDA VOGAL DO HIATO

viuvo - ateismo - rainha - atraiu - bau - tainha - baia - ba-laustre - ataude - Avai - faisca - pirajui – Jacareí

Devem ser acentuados o ___ ou o ___, tônicos, que formam silabas sozinhos ou com s, e se apresentam em hiato com uma vogal anterior, desde que não sejam seguidas de ___ ou estejam __________.

O Novo Acordo alterou essa regra

Segundo a proposta do Novo Acordo, acrescenta-se a regra a condição de não haver ditongo antecedendo a segunda voga do hiato. Assim, feiúra passa a ser escri-

ta feiúra, sem acento.

Regra 7 - HIATOS EE E OO

ele crê eles __________

ele lê eles __________

ele vê eles __________

que ele dê eles __________

a. Devemos colocar acento circunflexo sobre __________ da terminação __________ (3ª pess.Pl.) dos verbos crer, dar, ler e ver, bem como de seus derivados.

abençoo - atraiçoo - voos - coo - voo - enjoo

b. Recebe acento circunflexo o _____________ fechado do hiato __________, nas palavras paroxítonas .

O Novo Acordo alterou essa regra

Segundo a proposta do Novo Acordo, o acento desses hiatos não existe mais. Assim vôo passa a ser escrito

voo, sem acento.

Regra 8 - ENCONTROS GU E QU

aguentar - unguento - linguiça - linguistica - frequente - eloquente - tranquilo - ubiquidade - argui - arguis

Deve ser colocado __________ sobre o ___ dos grupos _____, _____, _____, _____, quando esse ___ é pronunciado e átono.

a. O uso do trema é facultativo quando é facultati-va a pronúncia do (u).

Ex.: sanguíneo ou sanguíneo.

O Novo Acordo alterou essa regra

Segundo a proposta do Novo Acordo, não se usa mais o trema, a não ser em casos de palavras estrangeiras cuja escrita original exige trema. Assim, linguiça passa a ser

escrita, linguiça, sem trema; mas Muller (e suas derivadas

muleriano) continua com o trema.

b. Se o (u) dos grupos gue, gui, que, qui, não so-

mente for pronunciado, mas também tônico, deve receber o cento agudo.

Ex.: obliqúe, argúi

O Novo Acordo não alterou essa regra

Regra 9 - ACENTO DIFERENCIAL

Recebem acento agudo diferencial os seguintes vocábulos tônicos que tem a mesma escrita que outros átonos

Tônicos Átonos

ás (subst.masc.) às (contração)

pára (verbo) para (preposição)

péla(s) (s.m.), péla(s) (verbo) pela (s)(per + la(s))

pélo (verbo) pêlo(s) (subst.) pelo (per + lo)

pólo(s) subst.) polo(s) (por + (s))

pôr (verbo) por (preposição)

porquê (subst.) porque (conjunção)

Recebem acento circunflexo a forma verbal "pôde, 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo, para diferenciar de "pode", 3ª pessoa do singular do pre-sente do indicativo.

O NOVO ACORDO ALTEROU ESSA REGRA

Segundo a proposta do Novo Acordo, todos os acentos diferenciais desapareceram, exceto o circunflexo do verbo

pôr.

Regra 10 - VERBOS TER E VIR

a. Devemos colocar acento circunflexo na sílaba tônica das formas verbais de terceira pessoa do plural do pre-sente do ind. dos verbos ter e vir, e de seus derivados

TER DERIVADOS

ele tem ele contém ele retém

eles têm eles contêm eles retêm

VIR DERIVADOS

ele vem ele intervém, sobrevém

eles vêm eles intervêm, sobrevêm

O Novo Acordo não alterou essa regra

EXERCÍCIOS

1

5 10

15

Cada atividade humana tem seus próprios requisitos de qualidade para consumo de

água: o abastecimento urbano, a agricultura e a pesca exigem alto padrão de qualidade; o

abastecimento industrial e a irrigação neces-sitam de média qualidade de água; e a gera-ção de energia e a navegação podem usar água de baixa qualidade. Quanto aos efeitos das atividades humanas sobre as águas, boa parte é poluidora: o abastecimento urbano e industrial provoca poluição orgânica e bacte-

riológica, despeja substâncias tóxicas e eleva a temperatura do corpo d‘água; a irrigação carreia agrotóxicos e fertilizantes; a navega-ção lança óleos e combustíveis; o lançamento de esgotos provoca poluição orgânica, física, química e bacteriológica. A geração de ener-

LÍNGUA PORTUGUESA 19

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20

25

gia elétrica, por sua vez, não é poluidora,

mas provoca alteração no regime e na quali-dade das águas. A construção de grandes

represas, com inundação de áreas com vege-tação abundante, não apenas compromete bastante a qualidade da água, como pode repercutir no meio ambiente em torno. Zilda Maria Ferrão Borsoi e Solange Domingo Alen-car Torres, Política de recursos hídricos no Brasil.

De acordo com as ideias do texto acima, julgue os itens a seguir

069 ( ) A boa qualidade da água é imprescindível para qualquer um dos seus diversos usos.

070 ( ) O uso da água na indústria provoca forte alteração no regime das águas e no clima.

071 ( ) Os agrotóxicos e fertilizantes que são usados na irrigação da agricultura afetam a qualidade da água, pois são poluentes dos rios e do lençol d‘água.

072 ( ) A geração de energia elétrica em grandes repre-sas não afeta a qualidade da água, uma vez que não polui.

073 ( ) A temperatura da água não pode ser afetada pela sua poluição.

074 ( ) Assim como próprios (linha 1) devem receber

acento agudo: liquido, ocio, agua.

075 ( ) Nas linha 16-17, encontram-se quatro palavras cuja acentuação é regida pela mesma regra.

076 ( ) A maioria das atividades humanas provoca polui-ção nos corpos d‘água.

077 ( ) Quanto ao tipo de poluição provocada, o abaste-cimento industrial e o urbano são semelhantes.

078 ( ) A palavra fisicamente deve receber acento gráfi-co uma vez que deriva de física (linha 16).

Julgue os itens a seguir com base na correção ortográfica.

079 ( ) É fundamental que, numa autarquia, haja a pre-zervação de todos os meios que ensejem o desempe-nho de sua real autonomia – sem o quê ela se arrisca a encobrir os interesses mais excusos.

080 ( ) Os emprendimentos financeiros são, por naturêza, complexos, exigindo alta capacitação de todos os que devem propisciar aos investidores o máximo de objeti-vidade nas informações.

081 ( ) A mobilização de recursos constitui um processo que exige descortino, intuição e agilidade de quem agencie determinados investimentos – razão por que um técnico titubeante naufraga nas intempéries do mercado.

082 ( ) Ao se sentirem descriminados, os investidores que dispõem de poupanças consideradas exiguas, acabam por depositar suas economias em contas de remuneração irrisória, já que não mereceram a aten-ção dos especialistas.

083 ( ) O recrudecimento do pessimismo quanto ao mer-cado de ações ocorre em situações que os bons pro-fissionais sabem analisar; por isso, embora se reco-mende agilidade nas iniciativas, é imperdoável o as-sodamento nas resoluções.

084 ( ) É fácil encontrar quem divirja de Rousseau; difícil é surpreender, nos discursos do filosofo, a falta de perseverança ética.

085 ( ) A malediscência dos poderosos se encarrega de divulgar obcessivamente a ideia de que o povo é igno-rante.

5 EMPREGO DAS CLASSES DE PALAVRAS.

O substantivo

O substantivo pode figurar na frase como:

1. Sujeito

Paulo riu despreocupado

O sol já ia fraco, e a tarde era amena.

2. Predicativo

a) do sujeito

A beleza é um conceito.

Fui pouco depois aclamado chefe de meu partido.

b) do objeto direto

Promete que algum dia me fará baronesa?

c) do objeto indireto

O diretor cham-lhe cão, diz que tem calos na cara.

3. Objeto direto

A chuva traz melancolia

4. Objeto indireto

Gosto muito de crianças.

5. Complemento nominal

Eu recebi a participação de seu casamento.

6. Adjunto adverbial

Estamos em Coimbra.

7. Agente da passiva

As manhãs, até a hora do almoço, eram ocupadas pelos frades em receber confissões e donativos.

8. Aposto

Floriano Peixoto, vice-presidente, assumiu o poder.

9. Vocativo

Maria, por que me foges,

Por que me foges, donzela?

Substantivo como adjunto adnominal

1. Precedido de preposição, pode o substantivo formar uma locução adjetiva, que funciona como adjunto adno-minal:

Ele era homem de coragem.

Que é do homem sem esperança?

2. Pode também o substantivo, em função de adjunto adnominal, referir-se diretamente a outro substantivo. É o que ocorre em expressões modernas do tipo:

um ar província

Uma atitude povo

Substantivo caracterizador de adjetivo

Os adjetivos referentes a cores podem ser modifi-cados por um substantivo que melhor precise uma de suas tonalidades:

20 LÍNGUA PORTUGUESA

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amarelo-canário

azul-bandeira

cinza-chumbo

vermelho-sangue

Substantivo caracterizado por um nome

Recurso expressivo é a caracterização de um substantivo por meio de um nome (substantivo ou adjeti-vo) anteposto, ligado pela preposição de, num sintagma nominal do tipo:

O raio da menina

O infeliz do rapaz

Em que pese às divergências quanto à interpreta-ção dos valores semânticos e sintáticos que entram em jogo nessa estrutura nominal, todos reconhecem a inten-sidade afetiva de sua caracterização antecipada. A feição particular desta paree advir de, ao mesmo tempo, estar ligada pelo estreito vínculo de uma preposição e gozar do realce significativo que seria o de aposto ou de uma pre-dicação nominal.

Substantivos como núcleo de frases nominais.

As frase nominais, construídas sem verbo, tê o substantivo como centro.

É o que ocorre, por exemplo:

a) nas exclamações:

-Luz da noite! Alma da vida!

b) na indicações sumárias:

Vida paixão e morte

Sangue, suro e lágrimas.

c) em títulos como

Nova crise no Oriente Médio

Engarrafamento monstro na Santos Dumont.

EXERCÍCIOS

Texto:

1 5

10

15 20

AMOR MENINO

Tudo cura o tempo, tudo faz esquecer, tudo gasta, tudo digere, tudo acaba. Atre-ve-se o tempo a colunas de mármore, quanto mais a corações de cera! São as afeições como as vidas, que não há mais certo sinal de haverem de durar pouco,

que terem durado muito. São como as linhas, que partem do centro para a circun-

ferência, que, quanto mais continuadas, tanto menos unidas. Por isso os antigos sabiamente pintaram o amor menino: por-que não há amor tão robusto que chegue a ser velho. De todos os instrumentos com

que o armou a natureza, o desarma o tempo. Afrouxa-lhe o arco, com que já não atira; embota-lhe as setas, com que já não fere; abre-lhe os olhos, com que vê que não via; e faz-lhes crescer as asas com que voa e foge. A razão natural de toda essa diferença é porque o tempo tira a

novidade às coisas, descobre-lhe os defei-tos, enfastia-lhe o gosto, e basta que se-

25

jam usadas para não serem as mesmas.

Gasta-se o ferro com o uso, quanto mais o amor! O mesmo amar é causa de não

amar e ter amado muito, de amar a me-nos. VIEIRA, Pe. Antônio. Sermões. São Paulo, Ed. Das

Américas. V. 5, p. 169-70.

Com base nos sentidos e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

086 ( ) O vocábulo amar (linhas 22-23) está empregado

sucessivamente como substantivo, verbo e verbo.

087 ( ) infere-se do texto que o amor não chega a enve-lhecer porque está sujeito às leis do tempo.

088 ( ) O vocábulo tempo, implícito ou não, desempenha

a função de núcleo do sujeito de todos os verbos do primeiro período do texto.

089 ( ) a substituição de amar (linha 25 primeira ocorrên-cia) por amor mantém a correção gramatical do perío-

do e as mesmas relações semânticas.

090 ( ) infere-se do texto que, assim como os sentimen-tos, quanto mais uma vida se alonga no tempo mais próxima do seu fim se encontra.

091 ( ) as expressões colunas de mármore (linha 3) e ferro (linha 24) representam um conceito que é oposto àquele representado pelas expressões corações de cera (linha 4) e amor (linha 25).

092 ( ) o sujeito de todos os verbos do período que se inicia em Afrouxa-lhe (linha 15) e se estende até foge (linha 19) é o substantivo tempo que fica subentendi-

do.

EMPREGO DO ADJETIVO

FUNÇÕES SINTÁTICAS DO ADJETIVO

Adjetivo em função de adjunto adnominal

A rigor, o adjetivo só existe referido a um substan-tivo. Conforme se estabeleça a relação entre os dois ter-mos na frase, o adjetivo desempenhará as funções sintá-ticas de adjunto adnominal ou de predicativo.

Neste caso, o adjetivo se refere, sem intermediá-rio, ao substantivo, a que pode vir posposto ou anteposto. Formam ambos um conjunto significativo, marcado pela unidade de acento e entoação e pela identidade de fun-ção sintática.

Assim, no exemplo:

Seu gesto meigo cativou-me,

o sujeito da oração é não apenas gesto, mas toda a unidade significativa e acentual:

Seu gesto meigo,

É dentro deste conjunto que o adjetivo desempe-nhará a função sintática acessória, secundária portanto, de adjunto adnominal do substantivo gesto, núcleo do sujeito.

Neste caso, a qualidade expressa pelo adjetivo , transmite-se ao substantivo por intermédio de um verbo, que pode estar "explícito ou implícito na oração.

Adjetivo em função predicativa

Temos o adjetivo em função predicativa nas se-guintes construções:

1 . Predicativo do sujeito, com verbo de ligação explícito:

"A praia estava deserta.”

2. Predicativo do sujeito, com verbo de ligação implícito:

Terrível aquela noite!

LÍNGUA PORTUGUESA 21

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3. Predicativo do objeto direto, com verbo nocional transi-tivo:

"Sabia-o decidido sem medo"

4. Predicativo do objeto indireto, com verbo nocional tran-sitivo:

"Pareceu-lhe que não, sorriu e chamou·lhe incré-dulo"

5. Predicativo do sujeito, com verbo nocional intransitivo:

"Meu coração desmaia pensativo"

Nesta última construção, o adjetivo encerra sem-pre, mais ou menos acentuada, uma noção adverbial.

Emprego adverbial do adjetivo

Examinando as seguintes orações:

O cavalo seguia vagaroso pela estrada.

A tropa seguia vagarosa pela estrada.

Os. cavalos seguiam vagarosos pela estrada.

As tropas seguiam vagarosas pela estrada.

vemos que, nelas, o adjetivo em funçõo predicativa concorda em gênero e número com o substantivo sujeito. Mas verificamos, por outro lado, que, servindo embora de predicativo do sujeito, com o qual concorda, o adjetivo modifica em todas elas a ação expressa pelo verbo e assume, de alguma forma, um valor também adverbial.

Esse valor naturalmente será preponderante se, em lugar daquelas construções, usarmos as seguintes:

O cavalo seguia vagarosamente pela estrada.

A tropa seguia vagarosamente pela estrada.

Os cavalos seguiam vagarosamente pela estrada.

As tropas seguiam vagarosamente pela estrada

Aqui, a forma adverbial, invariável, impede a pos-sibilidade de concordância, justamente o elo que prendia o adjetivo ao sujeito, e, com isso, faz aflorar com toda a nitidez o modo por que se processa a ação indicada pelo verbo seguir.

É esse emprego do adjetivo em predicados verbo-nominais, com valor fronteiriço de advérbio, que nos vai explicar o fenômeno, hoje muito generalizado, da adverbi-alização de adjetivos sem o acréscimo do sufixo -mente.

Por exemplo, nestas orações:

"Falavam alto, comentando ainda as peripécias do leilão."

"Portanto a Maria pagou caro e por junto todas as contas."

"D. Felismina sorriu amarelo."

as palavras alto, caro e amarelo são advérbios, ra-zão por que ficam invariáveis.

OBSERVAÇÃO:

Embora o adjetivo adverbializado deva permanecer invariável, não faltam exemplos, mesmo em bons autores, de sua concordância com o sujeito da oração, fato iustifi-cável pela ampla zona de contato existente, no caso, entre o adjetivo e o advérbio:

"Estes homens rudes combatiam meios nus e des-prezavam todas as precauções da guerra. "

"Encontrou no caminho a mão do outro. Uma coisa pendente meia solta, molhada."

Diferença fundamental

A diferença entre o adjetivo em função de adjunto adnominal e o adjetivo em função de predicativo se ba-seia, principalmente, em dois pontos:

1.°) O primeiro é termo acessório da oração, parte de um

termo essencial ou integrante dela; o segundo é, por si próprio, um termo essencial da oração.

Se disséssemos, por exemplo:

Esta rua é estreita.

o adjetivo predicativo não poderia faltar, pois, sen-do termo essencial, sem ele a oração não teria sentido.

Se disséssemos, no entanto:

Esta rua estreita desemboca numa praça.

o adjetivo estreita seria parte do sujeito, uma dis-pensável qualificação do substantivo que lhe serve de núcleo, um termo, por conseguinte, acessório da oração.

2.°) A qualidade expressa por um adjetivo em função

predicativa vem marcado na tempo, e por essa relação cronológica entre a qualidade e o ser é responsável o verbo que liga o adjetivo ao substantivo. Comparem-se estas frases:

Um homem previdente não sofre decepções.

Carlos anda triste, mas era muito alegre.

Na primeira, acrescentamos a noção de previdente à de homem sem termos em mente qualquer referência à ideia de tempo. Já na segunda, as noções expressas pelos adjetivos triste e alegre são por nós atribuídas ao sujeito com a situação de tempo marcada pelo verbo: triste, no presente; alegre, no passado

Colocação do adjetivo adjunto adnominal

1. Sabemos que, na oração declarativa, prepondera a

ordem direta, que corresponde à sequência progressiva do enunciado lógico.

Como elemento acessório da oração, o adjetivo em função de adjunto adnominal deverá, portanto, vir com maior frequência depois do substantivo que ele qualifica.

2. Mas sabemos, também, que ao nosso idioma não re-

pugna a ordem chamada inversa, principalmente nas formas afetivas da linguagem, e que a antecipação de um termo é, de regra, uma forma de realçá-lo.

3. Podemos, então, estabelecer previamente que:

a) sendo a sequência substantivo + adjetivo a pre-dominante no enunciado lógico, deriva daí a noção de que o adjetivo posposto possui valor objetivo:

dia triste

homem bom

noite escura

campos floridos

b) sendo o sequência adjetivo + substantivo provo-cado pela ênfase dada ao qualificativo, decorre daí o noção de que, anteposto, o adjetivo assume um valor subjetivo:

triste dia

bom homem

escura noite

floridos campos

22 LÍNGUA PORTUGUESA

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Adjetivo posposto ao substantivo

Colocam-se preferentemente depois do substanti-vo:

a) os adjetivos que indicam uma categoria na es-pécie designada pelo substantivo:

galo indiano

água mineral

deputado federal

morango silvestre

b) os adjetivos que designam características muito salientes do substantivo, tais como forma, dimensão, cor e estado:

mesa redonda

rapaz alto

c) os adjetivos seguidos de um complemento no-minal:

uma atitude difícil de entender

leis necessárias ao país

Adjetivo anteposto substantivo

1. De um modo constante, só se colocam antes do subs-

tantivo:

a) os superlativos relativos: o melhor, o pior, o maior, o menor:

O melhor meio de ganhar é poupar.

O pior cego é o que não quer ver.

O maior castigo da injúria é havê-la feito.

O menor desleixo pode ser fatal.

b) certos adjetivos monossilábicos que formam com o substantivo expressões equivalentes a substanti-vos compostos:

bom dia

má hora

mal educado

c) adjetivos que nesta posição adquiriram sentido especial como simples (= mero, só, único); comparem-se:

O pai era um simples operário [= um mero operá-rio].

Sempre cultivei o estilo simples [=o estilo não complexo]

2. Afora esses casos, o adjetivo anteposto assume, em

geral, um sendito figurado. Comparem-se por exemplo:

um grande homem [= grandeza figurada]

um homem grande [= grandeza material]

uma pobre mulher [= uma mulher infeliz]

uma mulher pobre [= uma mulher sem recursos]

Outras formas de realce do adjetivo

1. Para realçar a caracterização do ser ou do objeto, cos-

tumam os escritores não só antepor o adjetivo ao subs-tantivo, mas também:

a) estabelecer uma pausa entre o adjetivo e o substantivo, o que na escrita se marca pela col cação do adjetivo entre vírgulas:

"Foi depois do dilúvio ... Um viandante,

Negro, sombrio. pálido, arquejante,

Descia do Arará ... "

"A criança, lívida, fechava os olhos."

b) repetir intencionalmente o adjetivo, que é uma das formas de superlativá-lo:

"São uns olhos verdes, verdes, Uns olhos de ver-de-mar ... "

"Aflito, aflito, amargamente aflito,

num gesto estranho que parece um grito."

c) separar o adjetivo do substantivo, colocando-o no fim da frase:

"Baleia ficou passeando na calçada, olhando a rua, inquieta."

"São meigos infantes, - brincando, saltando Em jo-go infantil,

Inquietos, travessos ... "

d) acentuar o sentido do adjetivo por meio de um advérbio

O assunto era muito vasto e extremamente com-plexo para uma análise lateral

2. O adjetivo, ou particípio, que modifica um pronome

substantivo vem sempre numa situação enfática, em ra-zão da pausa nítida que separa os dois termos. Por isso, escreve-se isolado por vírgulas

Eu, comovido, o escutava.

EXERCÍCIOS

Texto:

1 5

10

15

20 25

30

Até o mais camicase dos acadêmicos concorda que, no eterno debate sobre qua-lidade na televisão, o que está em pauta é um veículo de mercado, que como tal de-pende umbilicalmente da audiência. Se

tolerar o Ratinho pode parecer um excesso de democracia, ninguém está propondo para o horário nobre Telecurso Segundo Grau ou palestra de Umberto Eco: é entre o que a audiência deseja ver que se deve achar um circo possível, cujo pão não este-ja irremediavelmente envenenado.

No momento, o circo se chama Show do Milhão. (...)Nele, o que se quer ver é o sonho da casa própria ou da vida sem tra-balho duro, a ascensão do guarda-noturno

ou a humilhação do marceneiro, assim como na novela das oito, na qual se torce

para que os personagens se superem ou se afundem em suas encruzilhadas existen-ciais.

Mas as peripécias pouco significariam sem uma condução adequada, capaz de potencializá-las. É aí que entra Sílvio San-tos. Com uma breve conversa introdutória,

em que o candidato revela o seu local de nascimento, o seu estado civil e a sua mai-or ambição, o apresentador é capaz de dar grandeza imediata a trajetórias que quase nada têm de interessante. A psicologia dos concorrentes é extraída desses diálogos

LÍNGUA PORTUGUESA 23

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35

40 45

intercalados com as perguntas do jogo,

mesmo que sejam diálogos mínimos, do tipo "tem certeza de que a resposta é es-

sa?" Na forma como eles são levados adiante

está a natureza da empatia: dependendo de como o participante reage, terá torcida

ou não, será mais interessante ou não, dará mais ibope ou não. Manipular essas possibilidades é a habilidade primeira de um dos grandes comunicadores brasileiros. Ninguém duvida disso. Sem ela, o Show do Milhão não seria o palco televisivo onde se encontra hoje a maior intensidade de dra-

ma, de comédia e de tragédia num formato essencialmente popular. (Revista Bravo, novembro de 2001, p.143)

Com base nos significados e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

093 ( ) Infere-se do texto que o programa do Ratinho é essencialmente democrático.

094 ( ) Sendo um veículo de comunicação de massa, a televisão tem a qualidade de sua programação depen-dente do mercado.

095 ( ) o vocábulo camicase (linha 1) está empregado

com valor adjetivo, uma vez que vem intensificado pe-lo advérbio mais (linha 1).

096 ( ) É possível encontrarmos no gosto da população um divertimento que não reduza a qualidade da televi-são.

097 ( ) A substituição da locução adjetiva de mercado (linhas 3-4) pelo substantivo mercadológico torna o

texto incoerente e gramaticalmente incorreto.

098 ( ) Os participantes do Show do Milhão identificam-se com as personagens das novelas, assim como os te-lespectadores se identificam com os participantes do programa.

099 ( ) a expressão sem trabalho duro (linhas 15-16)

tem função de adjetivo caracterizando o substantivo vida (linha 15).

100 ( ) Na frase: Manipular essas possibilidades é a habi-lidade primeira de um dos grandes comunicadores brasileiros., se invertermos a posição dos termos des-tacados, manteremos a correção gramatical, mas alte-raremos as relações semânticas.

101 ( ) O adjetivo popular (linha 47) liga-se sintaticamen-te ao substantivo formato (linha 46) indicando, dentre

outras coisas, o tipo de público a que se dirige o pro-grama.

O ARTIGO

A presença ou ausência de artigos pode gerar efei-tos de sentido os mais diversos. Ao empregarmos, por exemplo, o artigo definido, estamos assumindo que o termo especificado pelo artigo já foi em algum momento citado no texto ou que é conhecido por nosso interlocutor: isso é o que chamamos determinação. Quando, porém,

empregamos o artigo indefinido, estamos assumindo que a informação apresentada é nova (ainda não foi citada) ou que é desconhecida de nosso interlocutor: isso é o que chamamos indeterminação. Consegue-se ainda um efeito de generalização quando omitimos o artigo, pois o

substantivo passa a ser tomado em sua plenitude de significado, sem influência do artigo.

Vejamos alguns casos de emprego do artigo:

a) É obrigatório o emprego do artigo definido entre o nu-meral ambos e o substantivo a que se refere.

O juiz solicitou a presença de ambos os cônjuges.

b) Nunca deve ser usado artigo depois do pronome relati-vo cujo (e flexões).

Este é o homem cujo amigo desapareceu.

Este é o autor cuja obra conheço.

c) Não se deve usar artigo antes das palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no sentido de chão fir-

me), a menos que venham especificadas.

Eles estavam em casa.

Eles estavam na casa dos amigos.

Os marinheiros permaneceram em terra.

Os marinheiros permanecem na terra dos anões.

d) Não se emprega artigo diante da maioria dos nomes de lugar.

Passaram o carnaval em Salvador

Florianópolis é capital de Santa Cantarina.

Nevou muito em Roma.

Brasília é a capital da República.

e) É facultativo o emprego do artigo definido diante dos pronomes possessivos.

Deixaram meu livro na sala. = Deixaram o meu li-vro na sala.

Não conheço sua namorada. = não conheço a sua namorada.

f) Com nomes de pessoas, geralmente não se usa artigo.

Lígia não compareceu à cerimônia.

Capitu é personagem de um romance de Macha-do de Assis.

Napoleão mudou os rumos da Revolução France-sa.

g) Não se emprega artigo antes dos pronomes de tratamento, com exceção de senhor(a), senhorita, ma-dame e dona.

Vossa excelência resolverá os problemas de Sua Senhoria.

h) Emprega-se o artigo definido com o superlativo.

Não consegui resolver as questões mais difíceis.

i) Depois do pronome indefinido todo, emprega-se artigo

quando se quer dar ideia de totalidade; quando se quer dar ideia de qualquer, omite-se o artigo.

Ele leu todo o livro. (o livro inteiro)

Ele leu todo livro. (qualquer livro)

j) Não se une com preposição o artigo que faz parte do nome de revistas, jornais, obras literárias.

Li a notícia em O Estado de S. Paulo.

l) não se combinam as preposições com o artigo que faz parte do sujeito.

Este é o momento de o governo agir.

Agora é hora de a onça beber água.

24 LÍNGUA PORTUGUESA

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Substantivação

É a capacidade que o artigo possui de transforma qualquer palavra a que se refira em substantivo.

O cantar dos pássaros acalma o espírito.

EXERCÍCIOS

Texto: 1 5

10

15

O nepotismo, o filhotismo, a lisonja, a corrupção e outros vícios foram sempre inseparáveis do critério de nomeação e promoções, em maior ou menor escala, nos diversos países. Quem ler a "Arte de Fur-tar", escrita no século XVII, poderá colher

impressões melancólicas sobre os costumes administrativos de Portugal, inevitavelmen-te transmitidos ao Brasil nos tempos coloni-ais. Em todo o período monárquico, a des-peito do esforço moralizador de Pedro II e

de alguns estadistas da época, os cargos

públicos, ainda quando de natureza estra-nha à política ou à imediata confiança dos governantes, eram, de modo geral, a paga das dedicações partidárias ou pessoais.

(Aliomar Baleeiro)

Com base nos significados e nas estruturas linguisticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

102 ( ) Os artigos que determinam os substantivos pre-sentes nas linha 1 e 2 conferem a estes substantivos um valor generalizante.

103 ( ) A expressão Em todo o (linha 10) pode ser subs-

tituída sem prejuízo para a correção e a coerência do texto por Ao longo do.

104 ( ) Segundo o texto, o critério de nomeação e promo-ção é indissociável de vícios como a corrupção e o nepotismo.

105 ( ) Da mesma forma que se omitiu o artigo o diante de Portugal (linha 8), deve-se omiti-lo em ao Brasil

(linha 9).

106 ( ) A omissão do artigo definido em os costumes

(linha 7) manteria a correção gramatical, mas altera-ria as relações semânticas, uma vez que se depre-enderia a transmissão de apenas alguns costumes e não de todos como se subentende do texto.

107 ( ) O artigo definido os, empregado na linha 12, indi-ca que todos os cargos públicos eram usados como pagamento das dedicações partidárias ou pessoais.

EMPREGO DOS PRONOMES

Pronome é a palavra que denota os seres ou se

refere a eles, considerando-os como pessoas do discurso ou relacionando-os com elas. Dessa forma, o pronome permite identificar o ser como sendo aquele que utiliza a língua no momento da comunicação (eu, nós), aquele a que a comunicação é dirigida (tu, você, vós, Senhora) ou também como aquele ou aquilo que não participa do ato comunicativo, mas é nele mencionado (ele, ela, aquilo, outro, qualquer, alguém, etc.).

O pronome também pode referir-se a um determi-nado ser, relacionando-o com as pessoas do discurso; pode, por exemplo, estabelecer relações de posse ou proximidade com a primeira pessoa (meu livro, este livro, isto), com a segunda pessoa (teu livro, esse livro, isso) e com a terceira pessoa (aquele livro, aquilo).

Sintaticamente, os pronomes podem desempenhar as mesmas funções desempenhadas pelos substantivos e

pelos adjetivos. Há pronomes que, nas orações, assu-mem as funções desempenhadas pelos substantivos; são, por isso, chamados pronomes substantivos. Também

há pronomes que acompanham os substantivos a fim de caracterizá-Ios ou determiná-los, atuando em funções típicas dos adjetivos: são, por isso, chamados pronomes adjetivos.

Classificação dos pronomes:

Há seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, relativos, indefinidos e interrogativos. Faremos a partir de agora o estudo de cada um desses tipos de pronomes.

Pronomes pessoais

Os pronomes pessoais indicam diretamente as pessoas do discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós, usa os pronomes tu, vós, você ou vocês para designar a quem se dirige e ele, ela, eles ou elas para fazer referência a pessoa ou pessoas de quem fala.

Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações, dividindo-se em pro-nomes do caso reto e do caso oblíquo. Para falar desses pronomes, teremos de fazer referências a vários termos da análise sintática: se você tiver dúvidas sobre eles, procure esclarecê-Ias na parte dedicada à Sintaxe.

Pronomes pessoais do caso reto

Pertencem ao caso reto os pronomes pessoais que nas orações desempenham as funções de sujeito ou predicativo do sujeito.

Esses pronomes não devem ser usados como complementos verbais. Frases como "Vi ele na rua", "En-contrei ela na praça", "Trouxeram eu até aqui", comuns na língua oral cotidiana, não devem ser usadas na língua formal escrita ou falada. Na língua culta, devem ser usa-dos os pronomes oblíquos correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na praça", "Trouxeram-me até aqui".

Pronomes pessoais do caso oblíquo

Pertencem ao caso oblíquo os pronomes pessoais que nas orações desempenham as funções de comple-mento verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal. Os pronomes do caso oblíquo variam de forma de acordo com a tonicidade com que são pronunciados nas frases da língua, dividindo-se em átonos e tônicos.

Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto ser

objetos diretos como objetos indiretos. Os pronomes o, a, os e as atuam exclusivamente como objetos diretos; as formas lhe e Ihes, como objetos indiretos.

O pronome se pode ser objeto direto ou indireto;

em qualquer caso, deve ser reflexivo, ou seja, deve indi-car que o sujeito pratica a ação sobre si mesmo. Esse pronome também pode ser usado em construções da voz passiva sintética e na indeterminação do sujeito.

Os pronomes me, te, lhe, nos, vos e Ihes podem combinar-se com os pronomes o, os, a, as, dando origem a formas como mo, mos, ma, mas; to, tos, ta, tas; lho, lhos, lha, lhas; no-Ia, no-Ias, no-Ia, no-Ias, vo-lo, vo-los, vo-la, vo-las. Observe o uso dessas formas nos exemplos que seguem:

- Trouxeste o pacote?

- Sim, entreguei-to ainda há pouco.

LÍNGUA PORTUGUESA 25

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- Não contaram a novidade a vocês? - Não, não no-Ia contaram.

português do Brasil, essas combinações não são usadas; mesmo na língua literária, seu emprego é muito raro.

Os pronomes o, os, a, as assumem formas espe-ciais depois de certas terminações verbais. Quando o verbo termina em -z, -s ou -r, o pronome assume a forma lo, los, Ia ou Ias, ao mesmo tempo que a terminação ver-

bal é suprimida:

fiz + o = fi-Io fazeis + o = fazei-Io dizer + a = dizê-Ia

Quando o verbo termina em som nasal, o pronome assume as formas no, nos, na, nas:

viram + o = viram-no repõe + os = repõe-nos retém + a = retém-na tem + as = tem-nas

Os pronomes do caso oblíquo tônicos são sempre precedidos por preposições, como a, até, contra, de, em, entre, para, por, sem (a combinação da preposição com e alguns desses pronomes originou as formas especiais comigo, contigo, consigo, conosco e convosco). As pre-posições essenciais introduzem sempre pronomes pesso-ais do caso oblíquo e nunca pronomes do caso reto. Por isso, preste atenção às frases abaixo, em que se exempli-fica a forma culta de utilizar esses pronomes:

Não há mais nada entre mim e ti.

Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.

Não há nenhuma acusação contra mim.

Não vá sem mim.

Há construções em que a preposição, apesar de surgir anteposta a um pronome, serve para introduzir uma oração cujo verbo está no infinitivo. Nesses casos, o ver-bo pode ter sujeito expresso; se esse sujeito for um pro-nome, deverá ser do caso reto:

Trouxeram várias peças para eu verificar.

Não vá sem eu saber.

As formas conosco e convosco são substituídas por com nós e com vós quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como outros, mesmos, pró-prios, todos, ambos ou algum numeral:

Você terá de viajar com nós todos.

Estávamos com vós outros quando chegaram as más notícias.

Ele disse que iria com nós três.

o pronome si é exclusivamente reflexivo no portu-guês do Brasil. O mesmo ocorre com a forma consigo. Observe seu emprego nas frases abaixo:

Ele é muito egoísta: só pensa em si.

Ela frequentemente conversa consigo mesma em voz alta.

Quadro geral dos pronomes pessoais retos oblíquos

átonos tônicos

eu me mim, comigo

tu te ti, contigo

ele, ela se, o, a, lhe si, ele, ela, consigo

nós nos nós, conosco

vós vos vós, convosco

eles, elas se, os, as, lhes si, eles, elas, consigo

A segunda pessoa indireta

A chamada segunda pessoa indireta ocorre quan-do utilizamos pronomes que, apesar de indicarem nosso interlocutor (portanto, a segunda pessoa), utilizam o verbo na terceira pessoa. É o caso dos chamados pronomes de

tratamento, que podem ser observados no quadro seguin-te.

pronome de tratamento

abreviação para se dirigir a

vossa alteza V. A. príncipes, duques

vossa eminência V. Emª cardeais

Vossa Excelência V. Exª altas autoridade e oficiais generais

Vossa Magnificên-cia

V. Magª reitores de universi-dades

Vossa Majestade V.M. reis, imperadores

Vossa Santidade V.S. papa

Vossa Senhoria V.Sª tratamento cerimo-nioso

Esses pronomes realmente representam uma for-ma indireta de nos dirigirmos aos nossos interlocutores. Ao tratarmos um deputado por Vossa Excelência, por exemplo, estamos nos endereçando à excelência que esse deputado supostamente tem para poder ocupar o cargo que ocupa. As formas da relação acima devem ser usadas quando designamos a segunda pessoa; para designar a terceira pessoa, é necessário substituir Vossa por Sua, obtendo os pronomes Sua Alteza, Sua Eminên-cia, Sua Excelência, etc.

Também são pronomes de tratamento o senhor, a senhora e você, vocês. O senhor e a senhora são empre-gados no tratamento cerimonioso; você e vocês, no tra-tamento familiar. Você e vocês são largamente emprega-dos no português do Brasil, praticamente substituindo as formas tu e vós.

É importante perceber que esses pronomes de tra-tamento utilizam o verbo e outros pronomes de terceira pessoa. Observe a frase seguinte:

Vossa Excelência decidiu apresentar seus projetos na sessão de hoje? .

No caso de você, vocês essas relações devem ser atentamente observadas. As formas você, vocês podem ser tanto usadas no papel de pronomes pessoais do caso reto (atuando como sujeito ou predicativo) como no de pronomes pessoais do caso oblíquo (atuando como com-plementos verbais e nominais):

Você votou na última eleição?

O responsável é você.

Vi você ontem na praça.

Entregarei as encomendas a você.

Não há mais nada entre mim e você.

Também se usam as formas oblíquas o, a, os, as; lhe, Ihes, se, si e consigo em combinação com você, vocês (e outros pronomes de tratamento):

Você não veio porque não quis: eu o havia avisado da reunião.

Já lhe falei várias vezes: você não deve insistir.

Será que você só pensa em si? Você só se preo-cupa consigo mesmo?

Na língua culta, não se devem misturar os trata-mentos tu e você, como ocorre com frequência na língua oral cotidiana. Devem-se evitar frases como "Se você chegar cedo, eu vou te ajudar". Em seu lugar, devemos usar frases com tratamento uniforme, como: "Se você chegar cedo, vou ajudá-Ia" (ou: ajudar você). ou: "Se chegares cedo, vou ajudar-te".

Na língua coloquial, utiliza-se com frequência a forma a gente como pronome de primeira pessoa do plu-

26 LÍNGUA PORTUGUESA

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ral. O verbo deve permanecer na terceira pessoa do sin-gular:

A gente acaba descobrindo cada coisa!

Na língua culta, essa forma deve ser substituída pelo tratamento nós.

EXERCÍCIOS

Texto: 1

5

10 15

20 25

ÉPOCA - Quais as principais tendências internacionais que deverão marcar 2006? Garelli - De um lado, a China e outros paí-ses asiáticos estão consumindo cada vez

mais matéria-prima para sustentar seu crescimento. De outro, os Estados Unidos estão demandando cada vez mais capital para se financiar. Como economia mais competitiva do mundo, os EUA estão cres-cendo 3% ao ano. Isso é bom para os ou-

tros países. Mas o crescimento americano

tem um problema sério. Os EUA têm um enorme déficit na balança comercial e tam-bém no orçamento público. Isso significa que o país precisa pegar muito dinheiro emprestado. Hoje, temos US$ 2 trilhões em títulos da dívida americana nas mãos de

investidores estrangeiros. Entre os estran-geiros, o Japão aparece em primeiro lugar. Mas a China está ficando cada vez mais importante. Até o fim do ano, pode superar o Japão. Seria urna grande ironia, pois um país comunista seria o maior credor dos Estados Unidos.

Revista Época 20 de fevereiro de 2006 p. 41

Com base nos significados e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

108 ( ) Embora a China seja o maior credor dos Estados Unidos, o crescimento norte-americano está além de qualquer problema.

109 ( ) depreende-se do texto que o crescimento dos Estados Unidos não tem influência sobre os demais países do mundo.

110 ( ) a substituição de os EUA (linha 10) pelo pronome eles não apresentaria problema de qualquer natureza

ao texto. 111 ( ) o pronome se (linha 9) refere-se a Estados Uni-

dos (linha 7).

Texto: 1

5 10

15

O país talvez esteja passando por perío-dos de descrença e desrespeito para com o patrimônio público, pois parece que a se-

paração entre o bem comum e o bem pri-vado deixa de existir ou pelo menos de ser respeitada.

Essa descrença talvez seja resultado de um processo de décadas de injustiça social e de negação da identidade cidadã. Uma nação constituída por pessoas que defen-

dem e honram os seus direitos e deveres tem melhores condições de diminuir as injustiças sociais, dentre elas as causadas pela corrupção, e aumentar o nível de de-senvolvimento e progresso.

O desenvolvimento da Educação Fiscal torna-se primordial, pois permite informar

os mecanismos de constituição do Estado,

20

25

ao mesmo tempo em que torna o cidadão

ciente da importância da sua contribuição, fazendo com que o pagamento de tributos

seja entendido e visto como investimento para o bem comum. Com a informação, o indivíduo pode se apropriar do poder de questionar e verificar a utilização destes

investimentos sociais. (Adaptado de www.receita.fazenda.gov.br)

Com base nos significados e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

112 ( ) Os argumentos do texto defendem o poder da informação no exercício da cidadania.

113 ( ) O respeito à separação entre o bem comum e o bem privado não é necessário para neutralizar a des-crença.

114 ( ) Justiça social, desenvolvimento e progresso estão relacionados à defesa e respeito aos direitos e deve-res de cada indivíduo.

115 ( ) A injustiça social e a negação da cidadania exis-tentes há décadas podem estar provocando descren-ça.

116 ( ) o pronome elas (linha 13) refere-se a injustiças sociais (linha 13).

136 ( ) Sendo o verbo informar (linha 17) transitivo direto

e indireto, a correta pronominalização de seu objeto di-reto, os mecanismos de constituição do Estado (li-nha 18), resultaria na estrutura informá-los.

117 ( ) O pronome se (linha 24) se refere a indivíduo

(linhas 24). 118 ( ) A substituição da expressão Essa descrença

(linha 7) pelo pronome ela resultaria em ambiguidade

para o texto.

PRONOMES POSSESSIVOS

Os pronomes possessivos estabelecem relação de posse entre seres e conceitos e as pessoas do discurso. A forma do possessivo depende da pessoa gramatical a que se refere; o gênero e o número concordam com o objeto possuído:

Eu trouxe meu apoio e minha contribuição.

Meu e minha são as formas do possessivo relati-vas à primeira pessoa do singular (eu); aparecem no

masculino e feminino singular em concordância com os substantivos apoio e contribuição, respectivamente.

Os pronomes de tratamento utilizam os possessi-vos da terceira pessoa:

Vossa Excelência apresentou seus projetos na sessão de hoje?

Você deve encaminhar suas reivindicações à dire-ção do colégio. Tenha certeza de que seus amigos o apoiarão.

Na língua coloquial, há forte tendência a construir frases relacionando você com os possessivos da segunda pessoa do singular. Essa tendência deve ser evitada na língua formal falada ou escrita.

Em algumas construções, os pronomes pessoais oblíquos átonos assumem valor de possessivos:

Vou seguir-lhe os passos. (= Vou seguir seus pas-sos.)

Apertou-me as mãos. (= Apertou minhas mãos.)

PRONOMES DEMONSTRATIVOS

Os pronomes demonstrativos indicam a posição dos seres designados em relação às pessoas do discurso,

LÍNGUA PORTUGUESA 27

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situando-os no espaço, no tempo ou no próprio discurso. Apresentam-se em formas variáveis (em gênero e núme-ro) e invariáveis.

As formas de primeira pessoa indicam proximi-

dade de quem fala ou escreve:

Este rapaz ao meu lado é um velho amigo.

Esta camisa que estou usando é nova.

Os demonstrativos de primeira pessoa podem indi-car também o tempo presente em relação a quem fala ou escreve:

Nestas últimas horas tenho aprendido mais do que durante toda a minha vida.

As formas de segunda pessoa indicam proximi-

dade da pessoa a quem se fala ou escreve:

Você pode mostrar o que é isso em sua mão?

Receba meus cumprimentos por mais um ano que esse velho corpo consegue atravessar incólume

Esses pronomes de segunda pessoa também po-dem indicar o passado ou o futuro próximos de quem fala ou escreve:

Foram muito agradáveis esses dias que passei na praia.

É provável que essas horas em que estaremos juntos sejam muito proveitosas.

Os pronomes de terceira pessoa indicam o que

está distante tanto de quem fala ou escreve como da pessoa a quem se fala ou escreve:

Você está vendo aquelas nuvens para lá da mon-tanha?

Quem é aquele rapaz do outro lado da rua?

Essas formas indicam um passado vago ou remo-to:

Naqueles tempos, o país era mais otimista.

Naquela época, podia-se caminhar à noite em se-gurança.

Esses pronomes demonstrativos também podem estabelecer relações entre as partes do discurso, ou

seja, podem relacionar aquilo que já foi dito numa frase ou texto com o que ainda se vai dizer. Observe:

Meu argumento é este: o crescimento econômico só faz sentido quando produz bem-estar social.

O crescimento econômico só faz sentido quando produz bem-estar social. Essa é a posição que defendo.

Este (e as outras formas de primeira pessoa) se refere ao que ainda vai ser dito na frase ou texto; essa (e as outras formas de segunda pessoa) se refere ao que já foi dito na frase ou texto. Também se pode utilizar a opo-sição entre os pronomes de primeira pessoa e os de ter-ceira pessoa na retomada de elementos anteriormente citados:

Crianças e idosos enfrentam problemas semelhan-tes na sociedade brasileira: estes (= os idosos) são des-prezados por um sistema previdenciário ineficiente e cor-rupto; aquelas (= as crianças) são massacradas por uma distribuição de renda que impede os pais de criá-Ias dig-namente.

Em determinadas situações, há outras palavras que podem atuar como pronomes demonstrativos, de-sempenhando importantes papéis no inter-relacionamento das partes constituintes das frases e textos.

Observe:

- o, os, a, as são pronomes demonstrativos quando equivalem a isto, isso, aquilo ou aquele, aqueles, aquela, aquelas. É o que ocorre em frases como:

Precisamos mudar nossa realidade social: é ne-cessário que o façamos logo. (=... é necessário que faça-mos isso...)

A que fizer o melhor trabalho será promovida. (= aquela que fizer o melhor trabalho...)

Não se pode desprezar tudo o que foi feito. (... tu-do aquilo que foi feito...)

- tal, tais podem ter o sentido aproximado dos pro-nomes demonstrativos estudados acima ou de semelhan-te, semelhantes; nesses casos, são considerados prono-mes demonstrativos, como ocorre nas frases:

Tal foi a conclusão a que chegamos. (= Essa foi...)

Nunca imaginei que pudesse ouvir tal coisa! (=... semelhante coisa)

- semelhante, semelhantes são demonstrativos quando equivalem a tal, tais:

Semelhantes despropósitos não ocorreriam se a cidadania fosse um fato e não um conceito. (= Tais des-propósitos...)

- mesmo, mesmos, mesma, mesmas; próprio, pró-prios, própria, próprias são demonstrativos quando têm o sentido de idêntico, em pessoa:

Não se pode continuar insistindo nos mesmos er-ros.

O próprio eleitor deve fiscalizar as atitudes daque-les que elegeu.

EXERCÍCIOS

Texto: 1

5

10 15

20

25

30

Remédios sob suspeita Dois remédios que eram considerados

ótimos passaram a ser vilões. O anticoa-gulante Plavix (clopidogrel), terceiro medi-

camento mais vendido no mundo, pode provocar sangramentos fatais. A ameaça é maior quando ele é utilizado em conjunto com a aspirina por pacientes com hiper-tensão e colesterol alto. A combinação dos

dois remédios costuma ser receitada para prevenir infartos e derrames. Agora os médicos terão de rever essa prática. Os riscos foram revelados por um estudo que acompanhou 15 mil pacientes.

"Quem recomenda a combinação de Plavix e aspirina para evitar um primeiro

infarto deve parar de receitá-la", afirma Eric Topol, da Universidade de Cleveland, um dos autores do estudo. A combinação continua sendo uma opção quando o paci-

ente já infartou e precisa evitar um se-gundo episódio. Mas nem nesses casos ela

se mostrou mais eficiente que o uso isola-do da aspirina. Outra revelação diz respei-to aos populares suplementos de vitamina B acido fólico, vitamina B 12 e vitamina B6. Ao contrário do que se pensava desde 1969, esses suplementos não reduzem o risco de infartos e derrames em pessoas

com aterosclerose (entupimento das arté-rias). A conclusão é baseada em três estu-dos, com 9 pacientes.

Revista Época 20 de março de 2006 p. 17

Com base nos significados e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

28 LÍNGUA PORTUGUESA

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119 ( ) a substância clopidogrel não oferece riscos à saúde quando utilizada de modo combinado com a aspirina

120 ( ) o tratamento realizado com clopidogrel pode levar pacientes à morte

121 ( ) pode-se definir aterosclerose como sendo uma moléstia que ataca o sistema vascular.

122 ( ) o uso combinado do clopidogrel à aspirina é me-nos eficiente do que o uso somente da aspirina

123 ( ) o artigo A (linha 5) pode ser substituído pelo pro-nome Sua sem prejuízo para a correção do período.

124 ( ) A expressão ela se mostrou mais eficiente que o uso (linhas 21-22) pode, sem prejuízo para a corre-

ção ou para a coerência do texto, ser substituída por sua eficiência se mostrou superior ao uso.

125 ( ) A expressão essa prática (linha 11) refere-se ao

fato de os médicos receitarem a combinação de dois medicamentos potencialmente perigosos para a saú-de.

126 ( ) A expressão A combinação (linha 18) pode ser substituída por Aquela combinação sem prejuízo pa-

ra a correção ou coerência textuais. 127 ( ) O pronome demonstrativo esses combinado com

a preposição em (nesses linha 21) concorda com o substantivo que lhe segue casos (linha 21) e retoma o

conteúdo do período anterior. 128 ( ) a expressão do que (linha 26) pode ser correta-

mente substituída por daquilo que. 129 ( ) a forma pronominal la (linha 16) está gramatical-

mente incorreta e deve ser substituída por lhe, dada a regência do verbo receitar (linha 16).

PRONOMES RELATIVOS

Os pronomes relativos se referem a um termo an-terior - o antecedente -, introduzindo uma oração adjetiva subordinada a esse antecedente. Cumprem, portanto, um papel duplo: substituem ou especificam um antecedente e introduzem uma oração subordinada. Atuam, assim, como pronomes e conectivos a um só tempo. Observe:

Buscam-se soluções para a crise que há anos cas-tiga o país.

A palavra que é, na frase acima, um pronome rela-tivo. O antecedente a que se relaciona é a crise; a oração adjetiva que se subordina a esse antecedente é que há anos castiga o país. Desdobrando o período composto acima em duas orações, percebemos claramente qual o papel desempenhado pelo pronome relativo que:

Buscam-se soluções para a crise. A crise há anos castiga o país.

que - introduz a segunda oração,na qual substitui a crise

Que é o relativo de mais largo emprego, sendo por

isso chamado relativo universal. Pode ser usado com referência a pessoa ou coisa,

no singular ou no plural: Eis o velho amigo de que lhe falei. Eis os velhos amigos de que lhe falei. Eis o instrumento de que necessitamos. Eis os instrumentos de que necessitamos. qual, os quais, a qual e as quais são exclusiva-

mente pronomes relativos: por isso, didaticamente são utilizados para verificar se palavras como que, quem, onde (que podem desempenhar diferentes funções) são pronomes relativos. Todos eles são usados com referên-cia a pessoa ou coisa por motivo de clareza ou depois de determinadas preposições:

Ele participou da principal reunião realizada no se-gundo semestre, a qual deu origem ao atual grupo de trabalho. (O uso de que neste caso geraria ambiguidade.)

Essas são as conclusões sobre as quais pairam muitas dúvidas? (Não se poderia usar que depois de sobre,)

Cujo e suas flexões equivalem a de que, do qual, de quem. Estabelecem normalmente relação de posse

entre o antecedente e o termo que especificam: Devem-se eleger candidatos cujo passado seja ga-

rantia de boas intenções. (= o passado desses candidatos deve ser garantia...)

É uma pessoa com cujas opiniões não se pode concordar. (= com as opiniões dessa pessoa não se pode concordar.)

Quem refere-se a uma pessoa ou a uma coisa

personificada: Aquele velho senhor a quem cumprimentamos to-

da manhã ainda não recebeu sua aposentadoria. Esse é o livro a quem prezo como companheiro. Onde é pronome relativo quando tem o sentido

aproximado de em que; deve ser usado, portanto, na indicação de lugar:

Buscamos uma cidade onde possamos passar al-guns dias tranquilos.

Quero mostrar-lhe a casa onde passei boa parte de minha infância.

Quanto, quantos e quantas são pronomes relativos quando seguem os pronomes indefinidos tudo, todos ou todas:

Esqueci tudo quanto foi dito aquela noite. Você pode confiar em todos quantos estão presen-

tes nesta sala. Quando e como são relativos que exprimem no-

ções de tempo e modo, respectivamente: É a hora quando as garças levantam vôo. Não entendi até agora a maneira como ela se diri-

giu a mim naquela festa. Não é difícil perceber que os pronomes relativos

são peças fundamentais à boa articulação de frases e textos: sua dupla capacidade de atuar como pronomes e conectivos simultaneamente favorece a síntese e evita a repetição de termos. Você terá oportunidade de perceber melhor essa atuação nas atividades que desenvolvere-mos adiante e no estudo das orações subordinadas adje-tivas.

OBSERVAÇÃO:

Alguns gramáticos falam na existência de prono-mes relativos sem antecedente em frases como:

Quem defende tal posição não deve ser muito lúci-do.

Permaneceu parado onde o colocaram. . Nesses casos, os pronomes quem e onde equiva-

lem aproximadamente a aquele que e no lugar em que.

PRONOMES INDEFINIDOS

Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa ou genérica. É o que ocorre, por exemplo, na frase

Alguém entrou no jardim e destruiu as mudas re-cém-plantadas.

Não é difícil perceber que alguém indica uma pes-soa de quem se fala (uma terceira pessoa, portanto) de forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser humano que seguramente existe, mas cuja identi-dade é desconhecida.

Os pronomes indefinidos da língua portuguesa formam um grupo bastante numeroso, que inclui formas variáveis e invariáveis.

LÍNGUA PORTUGUESA 29

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indefinidos invariáveis indefinidos variáveis

alguém, ninguém, outrem, algo, cada, mais, menos, demais, nada.

todo, outro, muito, algum, nenhum, pouco, certo, vário, tanto, quanto, um, bastante, qualquer.

Além desses pronomes, existem também as locu-ções pronominais indefinidas: cada um, cada qual, quem quer que, todo aquele que, tudo o mais etc.

Se você observar atentamente os pronomes inde-finidos acima, vai perceber que existem alguns grupos que criam sistemas de oposição de sentido. É o caso,

por exemplo, de: algum! alguém/ algo, que têm sentido afirmativo, e

nenhum/ ninguém/ nada, que têm sentido negativo; todo/ tudo, que indicam uma totalidade afirmativa,

e nenhum/ nada, que indicam uma totalidade negativa; alguém/ ninguém, que se referem a pessoa, e al-

go/ nada, que se referem a coisa; certo, que particulariza, e qualquer, que generaliza.

Essas oposições de sentido são muito importantes na construção de frases e textos coerentes, pois delas muitas vezes dependem a solidez e a consistência dos argumentos expostos. Observe nas frases seguintes a força que os pronomes indefinidos destacados imprimem às afirmações de que fazem parte:

Nada da que tem sido feito produziu qualquer re-sultado prático. E não há ninguém, absolutamente nin-guém que se passa dizer beneficiado pelas milhões de dólares já investidos nesses projetos descabidos!

Procuramos obter todas as informações necessá-rias ao bom andamento do projeto. Não há qualquer possibilidade de que algo inesperado passa acorrer. Cer-tas pessoas conseguem perceber essas sutilezas: não são pessoas quaisquer...

Pronomes interrogativos

Os pronomes indefinidos que, quem, qual e quanto recebem a denominação particular de pronomes interro-gativos porque são empregados para formular interroga-ções diretas ou indiretas:

Que é isso? Quero saber que é isso. Quem é esse senhor? Estou perguntando quem é esse senhor. Qual o melhor trajeto a percorrer? Diga-me qual é o melhor trajeto a percorrer Quanto lhe devo? Quero saber quanto lhe devo.

EXERCÍCIOS

Texto

1 5

10

Morre em Haia o carrasco dos bálcãs

O ex-ditador sérvio Slobodan Milosevic morreu vítima de infarto, aos 64 anos, na unidade de detenção do Tribunal Penal Internacional, em Haia. Ele tomou os re-médios errados para seu problema cardía-co - ao que tudo indica, de propósito. Co-

nhecido como o Carrasco dos Bálcãs, Milo-sevic foi um dos responsáveis pela guerra civil que pôs fim à Iugoslávia. Ele implan-tou uma política de "limpeza étnica" que resultou em milhares de execuções. Em 2001, foi detido e começou a ser julgado

pelo tribunal, acusado de crimes contra a humanidade e genocídio. A morte, no dia

15 11, antes do fim do julgamento, foi um

duro golpe para o tribunal. Revista Época 20 de março de 2006 p. 82

Com base nos significados e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

130 ( ) Infere-se do texto que Slobodan Milosevic foi o responsável pelo genocídio ocorrido na antiga Iugos-lávia

131 ( ) O texto sugere que o ex-ditador Slobodan Milose-vic cometeu suicídio dentro da unidade de detenção do Tribunal Penal Internacional

132 ( ) A morte do ex-ditador não teve causas naturais, uma vez que ele foi assassinado por membros do pró-prio Tribunal Internacional.

133 ( ) A frase: Milosevic foi um dos responsáveis pela guerra civil que pôs fim à Iugoslávia (linhas 7-9)

manteria as mesmas relações de sentido se fosse as-sim reescrita Milosevic foi um dos que se respon-sabilizaram pela guerra civil que pôs fim à Iugoslá-via.

134 ( ) o pronome relativo que (linha 10) pode ser substi-tuído por o qual sem prejuízo para a correção e senti-

do do período.

Quanto à correção gramatical, julgue os itens a seguir:

135 ( ) Aquele homem que nos está acenando é o res-ponsável pela preservação deste parque.

136 ( ) Os argumentos que ele tentou convencer-nos carecem de fundamento.

137 ( ) As propostas de que você duvida resultaram de longas discussões.

138 ( ) Você está namorando a garota cujo o pai é dele-gado de polícia.

139 ( ) Aqui é a sede do movimento sobre cujas propos-tas conversamos ontem.

COLOCAÇÃO DOS PRONOMES PESSOAIS OBLÍ-QUOS ÁTONOS

Os pronomes pessoais oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes) atuam basicamen-te como complementos verbais. Em relação aos verbos, esses pronomes podem assumir três posições:

a) próclise - O pronome surge antes do verbo:

Não nos mostraram nada.

Nada me disseram.

b) ênclise - O pronome surge depois do verbo:

Apresento-lhe meus cumprimentos.

Contaram-te tudo?

c) mesóclise - O pronome é intercalado ao verbo, que deve estar no futuro do presente ou no futuro do pretérito do indicativo:

Mostrar-lhe-ei meus escritos.

Falar-vos-iam a verdade?

Por muito tempo, perseguiram-se regras para ori-entar a colocação desses pronomes. Da busca de orien-tação passou-se logo à fixação de verdadeiras "leis", normalmente criadas a partir de modelos da fala lusitana, o que as tornava ainda mais impraticáveis para os falan-tes brasileiros. Felizmente, nos últimos tempos, a discus-são sobre as regras de colocação pronominal tem sido substituída por procedimentos norteados pelo bom-senso.

30 LÍNGUA PORTUGUESA

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Apresentamos a seguir algumas orientações bási-cas a esse respeito e salientamos que não se deve perder tempo com uma questão tão pouco relevante para o uso eficiente da língua.

A ênclise pode ser considerada a colocação básica do pronome, pois obedece à sequência verbo-complemento. Na língua culta, deve ser observada no início das frases:

Apresentaram-se vários projetos durante a sessão.

Contaram-me casos estranhíssimos.

Parece-me que o mais acertado seria retomar os programas de incentivo agrícola.

A ênclise não ocorre com as formas dos futuros do indicativo e do particípio. Com os futuros, quando não é possível fazer a próclise, deve-se optar pela mesóclise, forma completamente desusada na língua coloquial do Brasil:

Dir-nos-ão o que fazer?

Entender-me-ia o estrangeiro?

A próclise tende a ocorrer após pronomes relati-vos, pronomes interrogativos e conjunções subordinati-vas. Também tende a ocorrer nas negações:

É a pessoa que nos orientou.

Quem te disse isso?

Gostaria de saber por que nos fizeram vir aqui.

Nada foi feito, embora se conhecessem as conse-quências da omissão.

Não me falaram nada a respeito disso.

Nunca nos encontraremos novamente.

Jamais se cumprimentam.

No início de frase, a próclise é típica da língua co-loquial brasileira e é usada na escrita quando se pretende reproduzir a língua falada:

Me faça um favor.

Nos falaram que era tudo mentira.

Com as locuções verbais e tempos compostos, a tendência brasileira é colocar o pronome antes do verbo principal:

Vou lhe mostrar meus trabalhos.

Continuo pensando em lhe mostrar meus traba-lhos.

O pronome também pode surgir em outras posi-ções. Observe:

Eu lhes estou mostrando.

Eu estou mostrando-Ihes.

O uso do hífen nos casos em que o pronome apa-rece em posição intermediária é considerado optativo:

Eu estou-lhes mostrando.

Eu estou lhes mostrando.

Na verdade, a primeira forma tende a representar a fala lusitana, que "encosta" o pronome no verbo auxiliar ("Estou-lhes..."), enquanto a segunda forma tende a re-presentar a fala brasileira, que "encosta" o pronome no verbo principal ("... Ihes mostrando.").

EXERCÍCIOS

Texto 1 5

Dentre as ocupações valorizadas e mais bem remuneradas, há duas categorias. A primeira é a dos cientistas, engenheiros e muitos outros profissionais cuja preparação requer o domínio de técnicas complexas e

10

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45

especializadas – além das competências

―genéricas‖. Ninguém vira engenheiro ele-trônico sem longos anos de estudo. Mas

pelo menos a metade das ocupações que requerem diploma superior exige conheci-mentos específicos limitados. Essas ocupa-ções envolvem administrar, negociar, coor-

denar, comunicar-se e por aí afora. Pode-se aprendê-las por experiência ou em cur-sos curtos. Mas somente quem dominou as competências genéricas trazidas por uma boa educação tem a cabeça arrumada de forma a aprendê-las rapidamente. Por isso, nessas ocupações há gente de todos os

tipos de diploma. Nelas estão os graduados em economia, direito e dezenas de outras áreas. É tolo pensar que estão fora de lu-gar ou mal aproveitados, ou que se frus-trou sua profissionalização, pois não a

exercem. É interessante notar que as grandes multinacionais contratam ―espe-

cialistas‖ para posições subalternas e, para boa parte das posições mais elevadas, pessoas com a melhor educação possível, qualquer que seja o diploma.

A profissionalização mais duradoura e valiosa tende a vir mais do lado genérico

que do especializado. Entender bem o que leu, escrever claro e comunicar-se, inclusi-ve em outras línguas, são os conhecimen-tos mais valiosos. Trabalhar em grupo e usar números para resolver problemas, pela mesma forma, é profissionalização. E quem suou a camisa escrevendo ensaios

sobre o existencialismo, decifrando Camões

ou Shakespeare, pode estar mais bem preparado para uma empresa moderna do que quem aprendeu meia dúzia de técni-cas, mas não sabe escrever. In: CASTRO, Cláudio de Moura. O sofisma da especiali-

zação. Revista Veja, 4 de abril de 2001. p.25 (adapta-

ção)

Com base nos significados e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

140 ( ) O texto não faz menor indicação sobre quais são as competências genéricas ou para que serve uma boa educação.

141 ( ) o principal objetivo do texto é caracterizar o profis-sional que o mercado de trabalho mais valoriza.

142 ( ) O pronome se (linha 23) foi empregado antes do verbo pela mesma razão que o pronome a (linha 24).

143 ( ) Em comunicar-se (linha 34) a colocação proclíti-

ca do pronome não provocaria erro gramatical ao tex-to.

144 ( ) O pronome las em aprendê-las (linha 18) refere-se a competências genéricas (linha 6).

145 ( ) Se a expressão pois não a exercem (linha 24-25)

fosse empregada afirmativamente seria obrigatório o emprego enclítico do pronome a resultando na forma exercem-na.

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VALOR E EMPREGO DAS FORMAS VERBAIS

OS MODOS VERBAIS

Há três modos verbais em português, que são marcados pelas próprias formas verbais: o indicativo, o subjuntivo e o imperativo.

O indicativo é usado quando se toma como real

ou verdadeiro o conteúdo daquilo que se fala ou escreve:

Sempre chove nesta época do ano.

Choveu muito no último verão.

A meteorologia informa que choverá muito neste verão.

O subjuntivo é usado quando se toma como pro-

vável, duvidoso ou hipotético o conteúdo daquilo que se fala ou escreve:

Talvez chova muito neste verão.

Se chovesse nos próximos dias, a safra estaria salva.

O imperativo é usado para exprimir ordem, pedi-

do, súplica, conselho:

Não ouse perturbá-Io agora!

Faz-me um favor?

De uma forma geral, podem-se relacionar os mo-dos verbais a três atitudes diferentes de quem fala ou escreve:

a) o indicativo traduz uma postura mais objetiva di-ante de fatos e processos, que são apresentados como fenômenos positivos e independentes;

b) o subjuntivo possibilita a expressão de conteú-dos emocionais (como o desejo, a dúvida, a incerteza e outros), impregnando os fatos e processos com a subjeti-vidade de quem fala ou escreve;

c) o imperativo procura impor o processo verbal ao ouvinte, levando-o a agir em função daquilo que o emissor da mensagem pretende.

Vale lembrar que outros modos também existem, no entanto marcados por verbos auxiliares e não por desinências. Tais verbos indicativos de modo são chama-dos modais. Assim em uma frase como:

Cristina pode viajar para Paris.

A forma verbal pode indica um posicionamento do falante em relação ao envento descrito, o falante se refere a uma possibilidade (é possível que ela viaje), a uma permissão (Cristina tem permissão para viajar) ou ainda à capacidade de Cristina (Cristina é capaz de viajar). Vale lembrar que as atitudes do falante em relação aos even-tos apresentados não são marcados somente por verbos. Advérbios, adjetivos ou mesmo substantivos podem tra-duzir essa noção do modo. Observe:

Certamente Paula viajará para Paris. (advérbio)

O certo é que Paula viajará para Paris. (substanti-

vo)

É possível que Paula viaje para Paris. (adjetivo)

O TEMPO VERBAL

Entendemos por tempo a propriedade que o verbo possui de organizar a sequenciação de eventos aos quais fazemos referência. Essa propriedade permite organizar os eventos aos quais fazemos referência em enventos anteriores, simultâneos ou psteriores a um ponto tomado como referência. Esse ponto de referência pode ser o momento da fala ou um momento específico marcado no texto.

OS TEMPOS DO INDICATIVO

Presente

O presente do indicativo exprime os processos verbais que se desenvolvem simultaneamente ao momen-to em que se fala ou escreve:

Sinto-me bem agora.

O sol brilha tanto que ofusca a vista.

Vale lembrar que esse uso do presente é raro, quando se quer referir eventos em curso faz-se uso de locuções verbais com gerúndio:

Estou estudando.

Estou comprando melancia.

Também se exprimem com esse tempo os proces-sos habituais e regulares ou aquilo que tem validade per-manente:

Nesta casa, todos acordam cedo.

Ando seis quilômetros todas as manhãs.

Todos os cidadãos são iguais perante a lei.

O São Francisco deságua no Atlântico.

O presente do indicativo pode ser utilizado na nar-ração de fatos passados, conferindo-lhes vivacidade. É o chamado presente histórico:

No dia 15 de janeiro de 1985, o povo toma as ruas para comemorar o fim da ditadura. Não há um único es-paço vazio na praça: os cidadãos se espalham por todos os cantos. A multidão canta o hino nacional: alguns cho-ram, outros sorriem e abraçam quem está próximo. Há um grande entusiasmo no ar: parece que vale a pena ser brasileiro.

O presente também pode ser usado para indicar um fato futuro próximo e de realização considerada certa:

Amanhã embarcamos para a Argentina.

Volto hoje à noite.

Quando utilizado com valor imperativo, o presente constitui uma forma delicada e familiar de tratamento:

Você agora se comporta direitinho.

Amanhã vocês resolvem essa questão para mim.

Pretérito imperfeito

O pretérito imperfeito tem limites imprecisos: transmite uma ideia de continuidade, de processo não-concluído. É utilizado para indicar o que no passado era contínuo ou frequente:

Estávamos satisfeitos com os resultados obtidos.

Na sociedade indígena, as mulheres administra-vam o plantio e a colheita, enquanto os homens caçavam e pescavam.

Fazia ginástica todos os dias.

Quando nos transportamos mentalmente para o passado e procuramos falar do que então era presente, utilizamos esse tempo verbal:

Eu observava a cidade adormecida. Alguns cães latiam ao longe. Um ou outro automóvel passava pelas ruas, perturbando-Ihes a quietude por alguns instantes. O prateado da iluminação recobria as paredes, que guarda-vam o silêncio de quem finalmente descansava.

O imperfeito é usado para exprimir o processo que estava em desenvolvimento quando da ocorrência de outro:

O dia clareava quando chegamos à cidade.

A vítima ainda respirava quando chegou a equipe de socorro.

32 LÍNGUA PORTUGUESA

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Usado no lugar do presente do indicativo, o pretéri-to imperfeito denota cortesia:

Queria pedir-lhe um favor.

Quando substitui o futuro do pretérito na linguagem coloquial, tem valor enfático: Se ele me escutasse, trans-formava isto num lugar decente. (Compare com "Se ele me escutasse, transformaria... ")

Pretérito perfeito

O pretérito perfeito simples exprime os processos verbais concluídos e localizados num momento ou perío-do definido do passado. Veja os exemplos:

Naquele momento, não pensei em nada e agi im-pulsivamente.

A assembleia terminou às dez horas da manhã.

O pretérito perfeito composto exprime processos que se repetem ou prolongam até o presente:

Tenho lutado pelas coisas em que acredito.

Eles têm feito progressos significativos no campo social.

Observações:

Atente na distinção entre o pretérito imperfeito e o pretérito perfeito simples:

Quando o encontrava, conversávamos muito.

(= Todas as vezes que eu o encontrava, conversá-vamos muito.)

Quando o encontrei, conversamos muito.

(= Naquela oportunidade em que o encontrei, con-versamos muito.)

Sabia que não passaria no exame.

(= Desde certo tempo indefinido, tinha conheci-mento desse fato desagradável.)

Soube que não passaria no exame.

(= Em certo momento, tomou'fonhecimento do fa-to.)

Pretérito mais-que-perfeito

O pretérito mais-que-perfeito exprime um processo que ocorreu antes de outro processo passado:

Quando abri a porta, percebi que alguém invadira (ou tinha invadido) o quarto e remexera (tinha remexi-do) tudo.

O uso da forma composta desse tempo é muito mais comum do que o da forma simples, limitada à lin-guagem formal e a algumas expressões cristalizadas, como "Quem me dera!". Quando usado no lugar do futuro do pretérito do indicativo ou do pretérito imperfeito do subjuntivo, o mais-que-perfeito simples confere solenida-de à expressão:

Mais fizera se não foram as limitações da idade! (Compare com "Mais faria se não fossem as limitações da idade!")

Futuro do presente

O futuro do presente simples exprime basicamente os processos certos ou prováveis que ainda não se reali-zaram no momento em que se fala ou escreve:

Haverá uma passeata de protesto amanhã. Viaja-rei nas próximas férias.

Pode-se empregar esse tempo em substituição ao imperativo, com valor categórico:

"Honrarás pai e mãe. " Você não sairá daqui.

Em alguns casos, essa forma imperativa parece apenas sugerir a necessidade de se adotar certa conduta:

Você perdoará esta minha liberdade de vir aqui a estas horas.

Pagarás quando puderes. (não diga essa frase a

ninguém, conselho de amigo)

O futuro simples também pode ser usado para ex-primir dúvida ou incerteza em relação a fatos do momento presente:

Esta cidade terá atualmente uns seiscentos mil habitantes.

Será ela quem está batendo?

Na expressão de condições, o futuro do presente se relaciona com o futuro do subjuntivo para indicar pro-cessos cuja realização acreditamos possível:

Se me oferecerem o cargo, aceitarei.

Se houver pressão popular, as reformas sociais vi-rão.

O futuro do presente simples tem uso limitado na linguagem cotidiana: em seu lugar, costumamos empre-gar locuções verbais com o infinitivo, principalmente as formadas pelo verbo ir:

Vou sair daqui a instantes.

Estes projetos vão passar pela apreciação dos deputados nos próximos dias.

O futuro do presente composto exprime um fato ainda não realizado no momento presente, mas já passa-do em relação a outro fato futuro. Observe:

Quando chegarmos lá, o sol já se terá posto.

Quando eu voltar das férias, você já terá deixado o emprego.

Futuro do pretérito

O futuro do pretérito simples exprime processos posteriores ao momento passado a que nos estamos referindo:

Percebi que aquilo tudo não conduziria a nada.

Anos depois, teríamos a oportunidade de perce-ber nosso erro.

Também se usa esse tempo para exprimir dúvida ou incerteza em relação a um fato passado:

Haveria dez mil pessoas na manifestação.

Ele teria vinte anos quando apareceu por aqui.

Na expressão de condições, o futuro do pretérito se relaciona com o pretérito imperfeito do subjuntivo para indicar processos que acreditamos de difícil realização:

Se ela quisesse, fugiríamos juntos.

Faria tudo diferente se pudesse.

O futuro do pretérito composto exprime um pro-cesso encerrado posteriormente a uma época passada a que nos estamos referindo:

Previu-se que às três horas da tarde os candidatos já teriam entregado as provas. Soube-se que antes do anoitecer as tropas inimigas já teriam atingido os limites da cidade.

Esse mesmo tempo também exprime incerteza so-bre fatos passados:

Teria sido ele o autor do crime?

Na expressão de condições, o futuro do pretérito composto relaciona-se com o pretérito mais-que-perfeito do subjuntivo, exprimindo processos hipotéticos ou de realização desejada mas já impossível:

LÍNGUA PORTUGUESA 33

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Se ele me tivesse avisado a tempo, eu o teria aju-dado.

A vida teria melhorado em nosso país se se ti-vessem feito investimentos na educação e na saúde.

OS TEMPOS DO SUBJUNTIVO

Presente

O presente do subjuntivo exprime processos que se desenvolvem no momento em que se fala ou escreve:

Pena que a vida seja tão difícil para muitos!

Também se podem exprimir fatos ainda não reali-zados no momento em que se fala ou escreve:

Minha vida se torne insuportável se eu acreditar em você. É possível que ela compareça às aulas ama-nhã.

Pretérito imperfeito

O imperfeito do subjuntivo exprime processos de limites imprecisos, anteriores ao momento em que se fala ou escreve:

Chovesse ou não, eu corria todas as manhãs.

A crise social não permitiu que muitas crianças ti-vessem vida digna.

É o tempo que se relaciona com o futuro do preté-rito do indicativo na expressão de condição ou concessão:

Se tivesses bom coração, satisfarias meus an-seias.

Mesmo que tentasses, nada conseguirias.

Também se relaciona com os pretéritos perfeito e imperfeito do indicativo:

Pedi-lhe que compreendesse nossa posição.

Era provável que ninguém viesse à reunião.

Pretérito perfeito

Esse tempo, que só ocorre na forma composta, exprime processos' anteriores supostamente concluídos no momento em que se fala ou escreve:

Espero que você já tenha encontrado uma saída.

Essa referência pode incluir processos ainda não realizados no momento em que se fala ou escreve:

Espero que o exame já tenha terminado quando eu lá chegar.

Pretérito mais-que-perfeito

Também só ocorre na forma composta. Exprime um processo anterior a outro processo passado:

Aguardei até que tivesse completado seu discur-so para então começar a expor minha opinião.

Esse tempo se relaciona com o futuro do pretérito, simples ou composto, do indicativo na expressão de fatos irreais e hipotéticos do passado:

Se se houvessem empenhado, teriam hoje um país melhor.

Ainda que me tivesses ajudado, eu não teria obti-do sucesso.

Futuro

Na forma simples, indica possibilidades ainda não realizadas no momento em que se fala ou escreve:

Quando puder, irei visitá-lo.

Quem tiver condições deve ajudar os sem-teto.

O primeiro que responder à minha pergunta rece-berá um prêmio.

Esse tempo se relaciona com o futuro do presente do indicativo na expressão de fatos condicionados cuja realização julgamos possível:

Se vier aqui no próximo mês, trarei sua encomen-da.

O futuro do subjuntivo composto indica um proces-so futuro possível como terminado em relação a outro fato futuro:

Quando tiverem chegado ao ponto mais alto da montanha, encontrarão rastros da expedição anterior.

Sairemos somente se o trabalho estiver termina-do.

AS FORMAS NOMINAIS

As formas nominais do verbo são três: o infinitivo, o gerúndio e o particípio. Como já sabemos, essas for-mas são chamadas nominais porque podem assumir

comportamento de nomes (substantivos, adjetivos e ad-vérbios) em determinadas circunstâncias.

Infinitivo

O infinitivo apresenta o processo verbal em si mesmo, sem qualquer noção de tempo ou modo. É a forma pela qual se nomeiam os verbos:

É proibido fumar.

Alimentar-se dignamente é um direito de todos.

Estudamos a conjugação do verbo reaver.

É comum a substantivação do infinitivo pelo uso do artigo:

O querer excessivo é prejudicial ao homem.

Quando usado como substantivo, o infinitivo pode apresentar flexão de número:

É pessoa de alguns haveres.

Há duas formas de infinitivo em português: o pes-soal e o impessoal. No primeiro deles, o processo verbal

é relacionado a algum ser; no segundo, não há relação entre o processo verbal e qualquer ser. Observe:

Perguntei se havia algo para fazer.

Fazer algo ajuda a passar o tempo.

No primeiro exemplo, podemos perceber que o in-finitivo fazer se refere ao mesmo ser a que se refere a forma perguntei: eu. No segundo exemplo, não há qual-quer referência desse tipo: trata-se do processo verbal considerado em si mesmo.

O infinitivo pessoal pode flexionar-se para concor-dar em número e pessoa com o ser a que se refere:

Você quer saber se há algo para fazermos?

Essa flexão pode ocorrer até mesmo em situações em que o infinitivo tenha papel nominal:

O chegarmos tarde será encarado como desinte-resse.

Em sua forma composta, o infinitivo tem valor de passado, indicando um processo já concluído no momen-to em que se fala ou escreve:

Ter ficado até o fim da festa não nos valeu ne-nhuma satisfação maior.

Particípio

O particípio é a forma nominal que participa ao mesmo tempo da natureza do verbo e do adjetivo. Sua

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natureza verbal se manifesta nas locuções verbais, nos tempos compostos e em orações reduzidas:

O problema terá sido resolvido até segunda-feira.

Não há nada que possa ser feito.

Se você me tivesse ajudado, teríamos consegui-do superar as dificuldades.

Aprovado o procedimento, iniciaremos os traba-lhos.

Calado num canto, ele nos observava atentamen-te.

Observe nos dois últimos exemplos como o parti-cípio pode apresentar um processo completo anterior a outro (os trabalhos serão iniciados após a aprovação do procedimento) ou um processo que ocorre simultanea-mente a outro (ele estava calado enquanto nos observa-va).

Assume função adjetiva quando atua como carac-terizador de substantivos:

Teve papel destacado no encaminhamento da questão.

Teve atuação destacada no encaminhamento da questão.

Gerúndio

Além da natureza verbal, pode desempenhar fun-ção de advérbio e de adjetivo. Atua como verbo nas locu-ções verbais e orações reduzidas. Indica normalmente um processo incompleto ou prolongado:

Estou lendo o livro que você me emprestou.

Estamos lutando para mudar esta situação injus-ta.

Sua natureza adverbial pode ser percebida em fra-ses em que indica circunstância de modo:

Chorando muito, o menino procurava abraçar-se às pernas do pai.

O uso do gerúndio em função adjetiva é menos comum. Ocorre em frases em que caracteriza um subs-tantivo:

Vejo ali algumas crianças brincando.

A forma composta do gerúndio tem valor de preté-rito, indicando processo já concluído no momento em que se fala ou escreve:

Tendo feito várias reclamações por escrito que não foram atendidas, resolvi vir pessoalmente até esta repartição.

AS LOCUÇÕES VERBAIS

As formas nominais dos verbos são bastante em-pregadas na formação das chamadas locuções verbais ou perífrases verbais, conjuntos de verbos que, numa frase, desempenham papel equivalente ao de um verbo único. Nessas locuções, o último verbo, chamado principal, sur-ge sempre numa de suas formas nominais; as flexões de tempo, modo, número e pessoa ocorrem nos verbos auxi-liares:

Ninguém poderá sair antes do término da sessão.

Está ocorrendo uma rápida transformação dos valores.

Pode ser que ele fique magoado com esses co-mentários.

Pôs-se a trabalhar sem dizer uma palavra.

A língua portuguesa apresenta uma grande varie-dade dessas locuções, conseguindo exprimir por meio

delas os mais variados matizes de significado. Os auxilia-res ter e haver são empregados na formação dos chama-dos tempos compostos, de que já falamos detidamente. Ser (estar, em algumas construções) é usado nas locu-ções verbais que exprimem a voz passiva analítica do verbo. Poder e dever são auxiliares que exprimem a po-tencialidade ou a necessidade de que determinado pro-cesso se realize ou não. Observe:

Pode ocorrer algo muito importante hoje.

Deve ocorrer algo muito importante hoje.

Eles podem trabalhar.

Eles devem trabalhar.

A esses dois, podemos acrescentar querer, que

exprime vontade, desejo:

Quero ver um novo país.

Outros auxiliares largamente usados são começar a, deixar de, voltar a, continuar a, pôr-se a; ir, vir e estar, todos ligados à noção de aspecto verbal.

EXERCÍCIOS

Texto 1

5

10

15 20

25

30

35

Um sonho de simplicidade Então, de repente, no meio dessa desar-

rumação feroz da vida urbana, dá na gente um sonho de simplicidade. Será um sonho vão? Detenho-me um instante, entre duas providências a tomar, para me fazer essa pergunta. Por que fumar tantos cigarros? Eles não me dão prazer algum; apenas me fazem falta. São uma necessidade que inventei. Por

que beber uísque, por que procurar a voz de mulher na penumbra ou os amigos no bar para dizer coisas vãs, brilhar um pouco, saber

intrigas? Uma vez, entrando numa loja para com-

prar uma gravata, tive de repente um ataque

de pudor, me surpreendendo assim, a esco-lher um pano colorido para amarrar ao pesco-ço.

Mas, para instaurar uma vida mais simples e sábia, seria preciso ganhar a vida de outro jeito, não assim, nesse comércio de pequenas pilhas de palavras, esse ofício absurdo e vão

de dizer coisas, dizer coisas... Seria preciso fazer algo de sólido e de singelo; tirar areia do rio, cortar lenha, lavrar a terra, algo de útil e concreto, que me fatigasse o corpo, mas deixasse a alma sossegada e limpa.

Todo mundo, com certeza, tem de repente

um sonho assim. É apenas um instante. O

telefone toca. Um momento! Tiramos um lápis do bolso para tomar nota de um nome, de um número... Para que tomar nota? Não precisa-mos tomar nota de nada, precisamos apenas viver _ sem nome, nem número, fortes, do-ces, distraídos, bons, como os bois, as man-

gueiras e o ribeirão. (Rubem Braga, 200 crônicas escolhidas)

Com base nos significados e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

146 ( ) infere-se do texto que o autor busca uma depura-ção maior no seu estilo de escrever, marcado por ex-cessivo refinamento.

LÍNGUA PORTUGUESA 35

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147 ( ) as pequenas necessidades da rotina, que cada um de nós cria inconscientemente representam uma oposição a uma relação mais direta e vital do homem com os demais elementos da natureza.

148 ( ) O cronista condiciona a conquista de uma vida mais simples à possibilidade de viver sem precisar produzir nada, sem executar qualquer tipo de trabalho, afora o da pura imaginação.

149 ( ) Alimentar um tal um sonho de simplicidade é, na perspectiva do cronista, uma característica exclusiva dos escritores que não mantêm relações mais concre-tas com o mundo.

150 ( ) Cigarros, gravatas e telefones são elementos utilizados pelo cronista para melhor concretizar o mundo que representa uma antítese ao seu sonho de simplicidade.

Dada a frase abaixo, preencha corretamente as lacunas com os verbos indicados entre parênteses, em segui-da julgue os itens que se seguem:

Naquela época, eu _____ (1) cedo todos os dias e _____ (2) ginástica. Hoje, _____ (3) mal e por isso não _____ (4) disposição alguma de manhã. (acordar/ fa-zer/dormir/ter)

151 ( ) Tanto a lacuna 1 quanto a lacuna 2 devem ser preenchidas por uma forma verbal do pretérito imper-feito do indicativo, uma vez que essa forma verbal in-dica uma ação habitual.

152 ( ) As lacunas 3 e 4 devem ser preenchidas com uma forma verbal do presente do indicativo, uma vez que se refere a ações simultâneas àquelas anteriormente mencionadas

153 ( ) A lacuna 1 deve ser preenchida por uma forma verbal do pretérito mais que perfeito pois indica um fa-to anterior ao mencionado pela forma verbal da lacuna 2.

154 ( ) A lacuna 4 deverá se preenchida com uma forma verbal do futuro do presente, pois revela uma ação posterior àquela indicada na lacuna 3

155 ( ) O verbo ter (lacuna 4) deve ser empregado no futuro do pretérito em concordância com o verbo fazer (lacuna 2), que deverá estar no pretérito imperfeito.

Julgue os itens a seguir quanto ao correto emprego das formas verbais destacadas.

156 ( ) Todos os dias ele passava por aqui e perguntava se eu precisava de alguma coisa.

157 ( ) Naquele instante, não me contivera e gritava

para que ele parasse.

158 ( ) Sempre pedi aos colegas que colaborem

159 ( ) Daqui onde estava, vi o céu claro e ouvi o canto dos pássaros. A manhã estava linda!

160 ( ) Antes da chegada de Cabral, o Brasil possuía uma grande população indígena espalhada pelo litoral. Os membros das tribos plantavam, pescavam e guerreavam felizes, completamente alheios aos pla-nos expansionistas que se arquitetavam na Europa de então.

161 ( ) Amanhã acordaremos cedo e pegaremos o

primeiro ônibus para o litoral!

162 ( ) Tudo será diferente se ele desse ouvidos aos

nossos avisos.

163 ( ) Quem viria ali durante a noite para destruir nosso trabalho?

164 ( ) Meu avô nasceu em 1920: dois anos depois, aconteceria a Semana de Arte Moderna.

VOZES DO VERBO

As vozes do verbo são:

a) ATIVA: forma em que o verbo se apresenta pa-

ra normalmente indicar que a pessoa a que se refere é o agente da ação. A pessoa diz-se, neste caso, agente da ação verbal:

Eu escrevo a carta,

Tu visitaste o primo, Nós plantaremos a árvore.

b) PASSIVA: forma verbal que indica que a pessoa

é o objeto da ação verbal. A pessoa, neste caso, diz-se paciente da ação verbal:

A carta é escrita por mim,

O primo foi visitado por ti,

A árvore será plantada por nós.

A passiva é formada com um dos verbos ser, es-tar,ficar seguido de particípio.

Voz passiva e passividade - É preciso não confun-dir voz passiva e passividade. Voz é a forma especial em que se apresenta o verbo para indicar que a pessoa rece-be a ação:

Ele foi visitado pelos amigos. Alugam-se bicicletas.

Passividade é o fato de a pessoa receber a ação

verbal. A passividade pode traduzir-se, além da voz pas-siva, pela ativa, se o verbo tiver sentido passivo:

Os criminosos recebem o merecido castigo.

Portanto nem sempre a passividade corresponde a voz passiva Assim sendo, não se pode falar em voz pas-siva diante de linguagens do tipo osso duro de roer. Hou-ve aqui, se interpretarmos roer = de ser roído, apenas passividade, com verbo na voz ativa.

c) REFLEXIVA: forma verbal que indica que a

ação verbal não passa a outro ser (negação da transitivi-dade), podendo reverter-se ao próprio agente (sentido reflexivo propriamente dito), atuar reciprocamente entre mais de um agente (reflexivo recíproco), sentido de "pas-sividade com se" e sentido de impessoalidade, conforme as interpretações favorecidas pelo contexto, formada de verbo seguido do pronome oblíquo de pessoa igual à que o verbo se refere: eu me visto, tu te feriste, ele se enfeita.

O verbo empregado na forma reflexiva propriamen-te dita diz-se pronominal.

A voz passiva difere da reflexiva de sentido passi-vo em dois aspectos:

1) pode apresentar o verbo em qualquer pessoa, enquan-to a reflexiva só se constrói na 3.a pessoa com o pronome se (conhecido também pela denominação de "apassiva-dor"):

Eu fui visitado pelos meus parentes.

Nós fomos visitados pelos parentes.

2) pode seguir-se de uma expressão que denota o agente da passiva, enquanto a reflexiva, no português contempo-râneo, dispensa:

Eu fui visitado pelos parentes.

Aluga-se a casa (não se diz: aluga-se a casa pelo proprietário)

Todavia há casos em que se explicita o agente, como no seguinte exemplo de Drummond:

Não sei se devemos exaltar Pelé por haver conse-guido tanto, ou se nosso louvor deve antes ser dirigido ao

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gol em si, que se deixou fazer por Pelé, recusando-se a

tantos outros

OBSERVAÇÕES:

1) Em construções do tipo batizei-me, chamas-te José, há professores que vêem passiva pronominal com pronomes oblíquos de I." e 2.a pessoa. Outros, porém, não pensam assim, e interpretam o fato como um empre-go da voz reflexiva, indicando "uma atitude de aceitação consciente do nome dado ou do batismo recebido"

2) Em geral, o pronome átono que acompanha a voz reflexiva propriamente dita funciona como objeto direto, embora raras vezes possa exercer a função de indireto.

3) Com verbos como atrever-se, indignar-se, quei-xar-se, ufanar-se, admirar-se, não se percebe mais a

ação rigorosamente reflexa, mas a indicação de que a pessoa a que o verbo se refere está vivamente afetada. Com os verbos de movimento ou atitudes da pessoa "em relação ao seu próprio corpo" como ir-se, partir-se, e outros como servir-se, onde o pronome oblíquo empresta maior expressividade à oração, também não se expressa a ação reflexa. Alguns gramáticos chamam ao pronome oblíquo, nestas últimas circunstâncias, pronome de real-ce.

4) Muitos verbos normalmente não pronominais se acompanham de pronome átono para exprimirem aspec-tos estilísticos, como a mudança lenta do estado ou de processo lento:

agonizar-se, delirar-se, desmaiar-se, estalar-se, envelhecer-se, palpitar-se, peregrinar-se, repousar-se, tresnoitar-se.

5) Inversamente, elimina-se o pronome de muitos verbos que o exigem na língua padrão:

aquecer, chamar (ter nome), mudar (transferir-se), gripar, machucar, formar (Eu formei em Medicina), classi-ficar (Ele classificou em 3. o lugar), etc.

EXERCÍCIOS

Texto 1 5

10

15

Quando a aprendizagem, a educação e a socialização se verificam, desde a infância, numa mesma sociedade, a integração nela é denominada endoculturação: cada indiví-duo adquire, pela transmissão por agentes sociais significativos (aqueles que têm au-

toridade – e esta autoridade é reconhecida pela pessoa sobre a qual a exercem, como pais, professores, vizinhos, amigos, repre-sentantes do poder público, político, eco-nômico etc), as crenças, o comportamento, os modos de vida da sociedade a que per-

tence. É evidente que ninguém aprende

toda a cultura, mas encontra-se condicio-nado a certos aspectos particulares da transmissão realizada pelos grupos de que faz parte.

Com base nos sentidos e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

165 ( ) o texto valoriza a aprendizagem ligada à educa-ção, enfatizando a importância dos representantes do poder público.

166 ( ) o texto compara o indivíduo ao grupo social de que faz parte encara a diversidade de modos de vida da sociedade.

167 ( ) o texto centraliza-se na definição de endocultura-ção e defende que a educação integral do indivíduo está condicionada a diversas influências.

168 ( ) segundo o texto os grupos sociais se firmam à sombra do comportamento dos indivíduos e a aquisi-ção da cultura depende do grau de socialização.

169 ( ) infere-se do texto que pais e professores são os responsáveis mais diretos pela formação do indivíduo e que a transmissão da cultura é dever de qualquer educador.

170 ( ) a forma ativa correspondente da estrutura esta autoridade é reconhecida pela pessoa sobre a qual a exercem (linhas 7 e 8) é a pessoa sobre a qual a exercem reconhece esta autoridade.

171 ( ) a forma verbal realizada (linha 16) indica uma

estrutura de voz passiva cujo verbo auxiliar, antecedi-do do relativo que, está subentendido.

172 ( ) Se substituirmos a estrutura a integração nela é denominada endoculturação por a integração nela denomina-se endoculturação manteremos o valor

passivo da expressão. 173 ( ) A forma verbal se verificam (linha 2) é exemplo

de voz passiva sintética.

EMPREGO DOS ADVÉRBIOS

1. Advérbios são palavras que se juntam a verbos, para

exprimir circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, e a adjetivos, para intensificar uma qualidade:

"Ternura leu-o depressa e, meio atordoado guar-dou-o no bolso "

"O silêncio é tão largo, é tão longo, é tão lento

Que dá medo... O ar, parado, incomoda, angustia ... "

2. Saliente-se ainda que:

a) os advérbios chamados de intensidade podem reforçar o sentido de outro advérbio:

"A vida não lhes correra nem muito bem nem muito mal."

b) certos advérbios aparecem modificando toda a oração:

"Felizmente, estava vago o lugar de inspetor esco-lar. "

"Tudo se separou, naturalmente."

OBSERVAÇÃO:

Sob a denominação de advérbios reúnem-se, tra-dicionalmente, palavras de natureza nominal e pronominal de emprego muito diverso. Por esta razão, nota-se entre os linguistas modernos uma tendência de reexaminar o conceito de advérbio, limitando-o, seja do ponto de vista funcional, seja do ponto de vista semântico.

Classificação dos advérbios

Os advérbios recebem a denominação da circuns-tância ou de outra ideia acessória que expressam.

A Nomenclatura Gramatical Brasileira distingue as seguintes espécies:

a) advérbios de afirmação : sim, certamente efeti-

vamente, realmente, etc.;

b) advérbios de dúvida: acaso, porventura, possi-

velmente, provavelmente, quiçá, talvez, etc.;

c) advérbios de intensidade: assaz, bastante,

bem, demais, mais, meio, menos, muito, pouco, quanto, quão, quase, tanto, tão, etc.;

LÍNGUA PORTUGUESA 37

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d) advérbios de lugar: abaixo, acima, adiante, aí,

além, ali, aquém, aqui, através, atrás, cá, defronte, dentro, detrás, foro, junto, lá, longe, onde, perto, etc.;·

e) advérbios de modo: assim, bem, debalde, de-

pressa, devagar, mal, melhor, pior e quase todos os ter-minados em mente: bondosamente, regularmente, etc.;

f) advérbio de negação: não;

g) advérbios de tempo : agora, ainda, amanhã, an-

teontem, antes, breve, cedo,' depois, então, hoje, já, ja-mais, logo, nunca, ontem, outrora, sempre, tarde, etc.

Advérbios interrogativos

Na classe de advérbios inclui ainda a NGB os in-terrogativos, que indicam circunstâncias de causa, de lugar, de modo e de tempo nas interrogações diretas e indiretas:

a) de causa: por quê?

"Por que me desvendaste a tua sedução?"

Queria saber por que me desvendaste a tua se-dução.

b) de lugar: onde?

"Onde estou com a cabeça?"

Não sei onde estou com a cabeça.

c) de modo: como?

"Como vai o meu substituto?"

Diga-me como vai o meu substituto.

d) de tempo: quando?

"Quando virás?"

Locução adverbial

1 . Denomina-se locução adverbial o conjunto de duas ou mais palavras que tem valor de advérbio. De regra, as locuções adverbiais se formam da associação de uma preposição com um substantivo, com um adjetivo ou com um advérbio:

"Meu pai batia-lhe no ombro em silêncio."

"Não, não vou por aí! Só vou por onde Me levam meus próprios passos ...

Mas há formações mais complexas:

"Olha a vida, rindo ou chorando, frente a frente. "

"Caminhamos ombro a ombro para a casa da eira.

"Já Brás Cubas recomendava ao seu leitor de vez em quando limpar os óculos."

2. À semelhança dos advérbios, as locuções ad-verbiais podem ser:

a) de afirmação (ou dúvida): com certeza, por cer-

to, sem dúvida.

Atente-se na distinção:

Com certeza [= provavelmente] ele voltará. Ele vol-tará com certeza [= com segurança].

b) de intensidade: de muito, de pouco, de todo,

etc.;

c) de lugar: à direita, à esquerda, à distância, ao

lado, de dentro, de cima, de longe, de perto, em cima, para dentro, para onde, por ali, por aqui, por dentro, por fora, por onde, por perto, etc.;

d) de modo: à toa, à vontade, ao contrário, ao léu,

às avessas, às claras, às direitas, às pressas, com gosto, com amor, de bom grado, de cor, de má vontade, de re-gra, em geral, em silêncio, em vão, frente a frente, gota a gota, ombro a ombro, passo a passo, por acaso, etc.;

e) de negação: de forma alguma, de modo ne-

nhum, etc.;

f) de tempo: à noite, à tarde, à tardinha, de dia, de

manhã, de noite, de vez em quando, de tempos em tem-pos, em breve, pela manhã, etc.

Locução adverbial e locução prepositiva

1 . Quando uma preposição vem antes do advér-bio, não muda a natureza deste; forma com ele uma locu-ção adverbial:

de dentro

por detrás

2. Se, ao contrário, a preposição vem depois de um advérbio ou de uma locução adverbial, o grupo inteiro se transforma numa locução prepositiva:

dentro de

por detrás de

Colocação dos advérbios

1 . Os advérbios que modificam um adjetivo, um particípio isolado, ou outro advérbio colocam-se de regra antes destes:

"Meio tonto, meio confuso, deixou-se cair no ban-co. "

Tão perto do chão,

Tão longe na glória

Da mística altura ... "

2. Dos advérbios que modificam o verbo:

a) os de modo colocam-se normalmente depois dele:

"Os cachorros latiam desesperadamente."

b) os de tempo e de lugar podem colocar-se antes ou depois do verbo:

"Outrora matavas o tempo, agora o tempo te ma-ta."

"O visconde tinha sido ministro e o barão foi minis-tro depois."

"Cá fora a algazarra distanciava-se ... "

c) o de negação antecede sempre o verbo:

"Não digas - adeus -, Maria! Ou não me Fales de amor!"

3. O realce do adjunto adverbial é expresso de regra par sua antecipação:

"Daqui por diante há só um talher à mesa."

" Lá dentro, a bandeira era beijada e abraça-a”.

"Em cima, é a lua, no meio, é a nuvem, embaixo, é o mar.' I

Repetição de advérbios em -mente

1 . Quando numa frase dois ou mais advérbios em -mente modificam a mesma palavra, pode-se, para tornar mais leve o enunciado, juntar o sufixo apenas ao último deles:

"O outro respondeu, vaga e maquinalmente: - É verdade, meu senhor, é verdade ... "

38 LÍNGUA PORTUGUESA

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"Está lá na sua cidadezinha, criando agora os ne-tos, como criara os filhos, pacífica, honrada e banalmente. "

2. Se, no entanto, a intenção é realçar as circunstâncias expressas pelos advérbios, costuma-se omitir a conjunção e, e acrescentar o sufixo a cada um dos advérbios:

"O mar choro, como sempre, longamente, monoto-namente . “

"Olha a vida, primeiro longamente , enternecido mente , como quem a quer adivinhar ... “

Gradação dos advérbios

Certos advérbios, principalmente os de modo, são suscetíveis de gradação. Podem apresentar um compara-tivo e um superlativo, formados por processos análogos aos que observamos na flexão correspondente dos adjeti-vos.

Grau comparativo

Forma-se o comparativo:

a) de superioridade - antepondo mais e pospondo

que ou do que ao advérbio:

Agiu mais nobremente que o irmão.

b) de igualdade - antepondo tão e pospondo como

ou quanto ao advérbio:

Agiu tão nobremente como o irmão.

c) de inferioridade - antepondo menos e pospon-

do que ou do que ao advérbio:

Agiu menos nobremente que o irmão.

Forma-se o superlativo

Forma-se o superlativo absoluto:

a) sintético - com o acréscimo de sufixo:

muitíssimo

pouquíssimo

sendo de notar que nos advérbios em -mente esta terminação se pospõe à forma superlativa feminina do adjetivo de que se deriva o advérbio:

Superlativo

Adjetivo nobre nobilíssimo

Advérbio nobremente nobilissimamente

b) analítico - com a ajuda de um advérbio indicador de

excesso:

"Canudos devia estar muito perto, ao alcance do artilharia."

"Estou mal em Paris, estou mal em Barcelona - es-tarei horrivelmente mal em Lisboa."

Outras formas de comparativo e superlativo

1 . Melhor e pior podem ser comparativos dos adjetivos bom e mau e, também, dos advérbios bem e mal. Neste caso são, naturalmente, invariáveis:

"Se não aprendi melhor, não foi senão por minha própria culpa."

"Meu sabiá das palmeiras

Canta aqui melhor que lá."

2. A par dessas formas anômalas, existem os comparati-vos regulares mais bem e mais mal, usados, de preferên-cia, antes de adjetivos-particípios:

As paredes da sala estão mais bem pintadas que as dos quartos.

Não pode haver um projeto mais mal executado do que este.

Advirta-se, porém, que na posposição só se em-pregam os formas sintéticas:

As paredes das salas estão pintadas melhor que as dos quartos.

Não pode haver um projeto executado pior do que este.

3. No superlativo absoluto sintético, bem apresenta a forma otimamente; e mal, a forma pessimamente:

"Disseram-lhe muito bem de mim e dito feito: cá estou e receberam-me otimamente."

4. Muito e pouco, quando advérbios, têm como compara-tivos mais e menos" e como superlativos o mais ou mui-tíssimo e o menos ou pouquíssimo, respectivamente:

"Se não sou mais que os do Norte, Menos também é que não."

5. O superlativo intensivo denotador dos limites da possi-bilidade forma-se - tal como o do adjetivo - antepondo o mais ou o menos ao advérbio e pospondo-lhe a palavra possível ou uma expressão (ou oração) de sentido equi-valente:

"Escreva-me o mais depressa possível."

Repetição do advérbio

Como a do adjetivo, a repetição do advérbio é uma forma de intensificá-lo:

"Costa emprestou o dinheiro logo, logo, e sem ju-ros. "

O mesma valor terá, naturalmente, o adjetivo ad-verbializado:

"O vulto levantou-se e encobriu-se, lento e lento, entre as primeiras casas."

Diminutivo com valor superlativo

Na linguagem coloquial é comum o advérbio as-sumir uma forma diminutiva (com os sufixos -inho e -zinho), que tem valor de superlativo:

"O rumor das águas parecia pertinho da casa-grande. "

Advérbios que não se flexionam em grau

Como sucede com alguns adjetivos, há advérbios que não se flexionam em grau porque o próprio significa-do não admite variação de intensidade. Entre outros, apontem-se: aqui, aí, ali, lá, hoje, amanhã, diariamente, anualmente e formações semelhantes.

Palavras de classificação à parte

1 .Certas palavras, enquadradas frequente e impropria-mente entre os advérbios, passaram a ter, com a Nomen-

LÍNGUA PORTUGUESA 39

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clatura Gramatical Brasileira, classificação à parte, mas sem nome especial.

São palavras que denotam, por exemplo:

a) inclusão: até, inclusive, mesmo, também, etc.:

"Não são só melhoras que ele verifica, verifico-os eu também."

b) exclusão: apenas, menos, salvo, senão, só,

somente, ele.:

"Faltou-lhe apenas citar o autor."

c) designação: eis:

"Eis-me eu, pobre homem, a contemplá-la de no-vo."

d) realce: cá, lá, é que, que, ora, só, etc.:

"Tinham lá coragem?"

e) retificação: aliás, ou antes, isto é, ou melhor, etc.:

"Li, isto é, folheei, os três pesados volumes da Academia ... "

f) explicação: a saber, isto é, por exemplo, etc.:

"Os outros brancos eram diferentes. O patrão atu-al, por exemplo, berrava sem precisão."

g) situação: afinal, agora, então, com efeito, mas, etc.:

"Mas, você, então, não sabe quem é o Rocha?"

2. Como nos mostram os exemplos acima, tais palavras são de classificação difícil. Não devem, porém, ser incluí-das entre os advérbios, pois que não modificam o verbo, nem o adjetivo, nem outro advérbio, característica desta classe de palavras.

EXERCÍCIOS

Texto 1

5

PETRÓLEO Eduardo Frieiro Os fatos desta vez deram razão a Monteiro

Lobato. Existe o petróleo. Resta saber, e o grande escritor morreu antes que pudesse observá-lo, resta saber se o cobiçado líquido brindará os brasileiros com uma vida decen-te, ou fará do país outra Venezuela, onde, há um quarto de século, se põe fora, sem proveito para o povo, a maior fartura petrolí-

fera da América Latina. (1948) O que é explícito num enunciado pode gerar informações

implícitas. Quanto aos dois primeiros períodos do texto julgue os itens a seguir.

174 ( ) Monteiro Lobato defendia a existência de petróleo no país.

175 ( ) As posições de Monteiro Lobato sempre tinham apoio nos fatos.

176 ( ) Monteiro Lobato era figura conhecida na época de elaboração do texto.

177 ( ) Os fatos não são apoio incontestável de argumen-tos.

178 ( ) Os fatos a que alude o texto dizem respeito à descoberta de petróleo no Brasil.

Com base nos sentido e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir.

179 ( ) A expressão desta vez (linha 1) sugere que nem

sempre Monteiro Lobato defendia seus posicionamen-tos embasando-se em fatos.

180 ( ) O vocábulo antes (linha 3) apresenta no texto um

valor temporal, estabelecendo relação entre os even-tos nomeados por observar (linha 4) e morrer (linha

3). 181 ( ) O vocábulo se (linha 4) introduz uma estrutura

adverbial de valor condicional. 182 ( ) O vocábulo onde (linha 7) tem valor adverbial

locativo e refere-se a Venezuela (linha 6). 183 ( ) A seguinte reescritura para o primeiro período do

texto não altera as relações sintático-semânticas do texto: Os fatos deram razão a Monteiro Lobato des-ta vez.

EMPREGO DAS PREPOSIÇÕES E CONJUN-ÇÕES

PREPOSIÇÕES

A classe das preposições é fechada, isto é, há um número limitado de preposições sendo raro o surgimento de novos itens. As preposições são palavras relacionais, pois medeiam uma relação entre dois itens da frase. De forma simplificada, podemos entender as preposições como uma ponte semântica entre dois itens que, interca-lados pela preposição, formam o que chamaremos de conjunto preposicionado. Esse conjunto é composto de três elementos:

ANTECEDENTE + PREPOSIÇÃO + CONSEQUENTE

Veja exemplos:

Antecedente Preposição Consequente

Livro de História.

Viagem a Paris.

Café com leite.

Em português, excepcionalmente, a preposição entre pode mediar a relação entre um antecedente e dois consequentes, ou então, consequente plural.

Ant. Prep. Cons. 1 Cons 2

Ficou entre a cruz e a espada.

As principais preposições do português são:

Preposição Exemplo de uso

A Viagem a Paris

Afora Todos desistiram, afora os mais insistentes.

Após Paulo retirou-se após a discussão.

Ante Ficou parado ante a porta.

Até Correu até cair de cansaço.

Com Café com leite

Como Receberam o troféu como prêmio.

Conforme Ocorreu conforme o esperado.

Consoante O rito se deu consoante os costumes.

Contra Lutaram um contra o outro.

De Copo de leite.

Desde Não o vejo desde o ano passado.

Durante Ele saiu durante o discurso.

Em Siga em frente.

Entre Estava entre a cruz e a espada.

Exceto Todos votaram a favor, exceto os radicais.

Fora Tudo corre bem, fora alguns detalhes.

Mediante Pudemos participar mediante recurso.

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Menos Todos compareceram, menos ele.

Para (pra) Comida para gatos.

Bom pra cachorro.

Por (Per) Passamos por ele no caminho.

Ele passou pelos percalços ileso.

Perante Apresentou-se perante o juiz.

Salvante Resolvi todas as questões, salvante a última.

Salvo Chegaremos logo, salvo algum imprevisto.

Segundo Estamos no caminho certo, segundo o mapa.

Sem Café sem açúcar.

Sob Trabalho sob pressão.

Sobre Pedra sobre pedra.

Tirante Conheço essas pessoas, tirante uns poucos.

Visto Ele terá alta, visto o resultado do exame.

A forma pra é uma variante informal de para.

As preposições por e per ocorrem em distribuição complementar. A preposição por predomina, mas não

pode ocorrer antecedendo artigos definidos. Não são válidas as combinações a seguir:

* Por a, * por as, * por o, * por os.

As formas inaceitáveis acima devem ser substituí-das pelas contrações equivalentes de per com os artigos definidos.

Per + a = pela

Per + as = pelas

Per + o = pelo

Per + os = pelos

Afora esses casos de contração, a preposição ar-caica per só ocorre em algumas poucas expressões da língua como de per si ou per capita.

Ordem e contiguidade no conjunto preposicionado

Os elementos do conjunto preposicionado não precisam ser necessariamente contíguos, como vemos nos exemplos a seguir:

Viajei ontem a Recife.

Comecem imediatamente a estudar.

Contou a fofoca para todos.

Podemos intercalar outros itens entre os elemen-tos do conjunto preposicionado, respeitando a regra que não se interpõe nada entre a preposição e o consequente. São inaceitáveis construções como:

* Contou para a fofoca todos.

* Reservei para, o melhor, ti.

Quanto à ordem, é aceitável a inversão específica da ordem típica do conjunto preposicionado como neste exemplos:

A todos contou a fofoca.

Para ti, reservei o melhor.

As duas ordens aceitáveis são portanto:

ANTECEDENTE + PREPOSIÇÃO + CONSE-QUENTE (típica)

PREPOSIÇÃO + CONSEQUENTE + ANTECE-DENTE

São inaceitáveis outras ordens, tais como:

CONSEQUENTE + PREPOSIÇÃO + ANTECE-DENTE

* Todos a contou a fofoca.

ANTECEDENTE + CONSEQUENTE + PREPOSI-ÇÃO

* Contou a fofoca todos a.

O conjunto preposicionado e os sintagmas

A preposição medeia a relação entre dois itens da frase formando o conjunto preposicionado. No entanto, esse conjunto não se contém em um único sintagma. De modo genérico, podemos descrever essa característica com a representação a seguir:

Sintagma 1 Sintagma 2

antecedente preposição + consequente

Veja alguns exemplos:

Sintagma 1 Sintagma 2

Doce S

de leite. Sadj

Colorido Adj

à mão. Sadv

Comecem V

a estudar. Prep V

Ele contou Suj SV

a todos. OI

As relações entre os elementos do conjunto prepo-sicionado se dão em uma camada à parte da estrutura de sintagmas. É como se tivéssemos dois níveis de interpre-tação sobrepostos sobre a mesma frase. Vamos exempli-ficar analisando o enunciado doce de leite.

Na camada sintática, doce é sintagma substantivo simples. Leite é sintagma substantivo simples, que por sua vez integra o sintagma adjetivo de leite.

Na camada do conjunto preposicionado, doce é o antecedente e leite é o consequente.

Na tabela a seguir, temos a maioria das possibili-dades de cruzamentos entre conjuntos preposicionados e sintagmas.

Antecedente Prep + cons

Tudo correu bem,

F

de modo geral.

SAdv

Eles partem

Suj SV

em viagem

SAdv

hoje.

SAdv

Letícia emprestou

Suj SV

a Otávio

OI

o livro.

OD

O médico

Suj

É

SV

contra a cirur-gia.

SAdj

Água

S

Mineral

SAdj

sem gás.

SAdj

Entediado

Adj

com a monoto-nia.

SAdv

Vestida

Vvcv

para matar.

Prep Vn

Sintagmas avulsos preposicionados

No modelo completo, a preposição só ocorre con-comitantemente a um antecedente e a um consequente. Nos sintagmas avulsos, porém, podemos encontrar a

LÍNGUA PORTUGUESA 41

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preposição associada apenas ao consequente, como mostram os exemplos a seguir:

Até a vitória.

Para você, com carinho.

Com sua licença, por favor.

Os exemplos são sintagmas preposicionados avul-sos. Pode-se entendê-los em muitos casos como frases elípticas, em que o antecedente foi omitido. Mesmo nos sintagmas isolados observamos que a preposição prece-de de imediato o consequente.

Combinação de preposições

Nas combinações, duas preposições atuam em conjunto para criar o elo semântico entre antecedente e consequente. As preposições aparecem lado a lado e a interpretação do elo semântico que elas definem se dá pela composição dos sentidos individuais de cada prepo-sição.

Veja exemplos:

Desceu de sobre a árvore.

Os preços baixaram em até 10%.

Ele tem o maior carinho para com você.

A umidade se infiltrou por entre as tábuas.

Sob perspectiva histórica, as preposições afora, após, dentre e perante são combinações.

Afora = a + fora

Após = a + pós

Dentre = de + entre

Perante = Per + ante

Os falantes de hoje, porém, já deixaram de perce-ber essas preposições como combinações, até porque duas delas incluem preposições arcaicas (per e pós). No português contemporâneo, podemos considerar esses casos como preposições simples.

CONJUNÇÕES

CONJUNÇÃO é a palavra invariável que liga duas orações entre si, ou que, dentro da mesma oração, liga dois termos entre si independentes.

1. Conjunções coordenativas:

Conjunções coordenativas são as que ligam duas orações ou dois termos (dentro da mesma oração), sendo que ambos os elementos ligados permanecem, sintatica-mente, independentes entre si. Exs.:

[Maria estuda] e [Pedro trabalha].

As conjunções coordenativas subdividem-se em:

1. Aditivas que ligam pensamentos similares ou

equivalentes: e, nem, (não só)... mas também, (não so-mente)... senão ainda, etc. Exs.:

“O médico não veio nem me telefonou.”

2. Adversativas que ligam pensamentos que con-

trastam entre si: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, não obstante, etc. Exs.:

“Serve aos opulentos com altivez, mas aos indi-gentes com carinho.”

3. Alternativas que ligam pensamentos que se

excluem ou se alternam: ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer, etc. Exs.:

“Já atravessa as florestas, já chega aos campos do Ipu.”

4. Conclusivas, que ligam duas orações, sendo

que a Segunda encerra a conclusão ou dedução de um raciocínio: logo, portanto, por conseguinte, por conse-quência, pois (após o verbo da oração), etc. Exs.:

Pedro aprendeu as lições, portanto pode fazer os exames.

5. Explicativas, que ligam duas orações sendo

que a segunda se apresenta justificando a anterior: pois, porque, que, porquanto, etc. Exs.:

Essa desculpa não serve, porque, afinal de con-tas, teus negócios vão bem.

2. Conjunções subordinativas

Conjunções subordinativas são as que ligam duas orações, sendo que a segunda é sujeito, complemento ou adjunto da primeira. A primeira é oração principal da Se-gunda, e esta é subordinada à primeira.

As conjunções subordinativas subdividem-se em integrantes e adverbiais.

A. Conjunções subordinativas integrantes

São as que ligam duas orações, sendo que a ora-ção subordinada desempenha alguma função substantiva da oração principal (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, aposto, complemento nominal): que, se. Exs.:

“O Brasil espera que cada um cumpra com o seu dever.”

B. Conjunções subordinativas adverbiais

São as que ligam duas orações, sendo que a ora-ção subordinada desempenha função de adjunto adverbi-al da oração principal, ou seja, a segunda expressa cir-cunstância de finalidade, modo, comparação, proporção, tempo, condição, concessão, causa ou consequência.

As conjunções subordinativas adverbiais subdivi-dem-se em:

1. Finais, que ligam duas orações, sendo que a

subordinada expressa circunstância de finalidade: para que, a fim de que, que, porque. Exs.:

É necessário que lutemos, a fim de que possa-mos triunfar.

2. Conformativas que ligam duas orações, sendo

que a subordinada expressa circunstância de conformida-de ou modo: como, segundo, conforme, etc. Exs.:

Tudo se realizou, conforme havia previsto o astró-logo.

3. Comparativas, que ligam duas orações, sendo

que a subordinada contém o segundo termo de uma com-paração: como, (tal)...tal, (menos)...do que, (mais)...do que, (tal)...qual, etc. Ex.:

“Os sonhos, um por um, céleres voam, como vo-am as pombas dos pombais.”

4. Proporcionais, que ligam duas orações, sendo

que a subordinada expressa fato que decorre ao mesmo tempo que outro: à medida que, à proporção que, (quanto mais)...tanto mais, (tanto menos)...quanto mais, etc. Ex.:

À proporção que remávamos, eu lhe ia contando a história.

5. Temporais, que ligam duas orações, sendo que

a subordinada expressa circunstância de tempo: quando,

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enquanto, apenas, mal, logo que, depois que, antes que, até que, que, etc. Exs.:

Quando a vejo, bate-me o coração mais forte.

6. Condicionais, que ligam duas orações, sendo

que a subordinada expressa uma hipótese ou condição: se, caso, salvo se, desde que, a menos que, sem que, contanto que, etc. Exs.:

Se o pai consentisse , Manuel continuaria namo-rando a Isabel.

7. Concessivas, que ligam duas orações, sendo

que a subordinada contém um fato que não impede a realização da ideia expressa na oração principal, embora seja contrário àquela ideia: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, se bem que, por mais que, por menos que, suposto que, etc. Exs.:

Não consigo ouvir a voz do astronauta, por mais que me esforce.

8. Causais, que ligam duas orações, sendo que a

subordinada contém a causa e a primeira, o efeito: por-que, visto que, porquanto, já que, como, etc. Exs.:

Como não estudou, foi reprovado.

9. Consecutivas, que ligam duas orações, sendo

que a subordinada diz a consequência de uma intensida-de expressa na primeira: (tão)...que, (tal)...que, (tama-nho)...que, (tanto)...que, etc. Exs.:

“Tão temerosa vinha e carregada, que pôs nos corações um grande medo.”

EXERCÍCIOS

1

5

10 15

20

25

Em dois séculos, o mundo sofreu gran-des transformações, mas o sentimento coletivo do medo permaneceu. Temos me-

do das epidemias, das armas capazes de destruir a humanidade, das mudanças cli-

máticas, da ousadia das experiências cien-tíficas, da aceleração da violência urbana etc. A última questão tem sabidamente grande impacto político em cidades como

Nova Iorque, Paris, Rio de Janeiro ou São Paulo. O medo não é uma fantasia, tendo uma nítida base material. Por isso mesmo, ele se presta ainda mais à exploração de-magógica, em que as tendências de direita se especializaram. Pouco importa saber, para fins de lucro político, se a criminalida-

de está crescendo ou se é o registro dos crimes, por um aumento de eficiência da polícia, que aumentou. A sensação de insegurança não se presta a qualificações sociológicas. No Brasil, conhecemos de

perto a exploração política do medo que envolve as grandes cidades. Como a com-

petência para lidar com a segurança públi-ca situa-se, em grande medida, na esfera estadual, a politização do tema tem-se concentrado nesse âmbito.

Boris Fausto. A exploração do medo. In: Folha de S.

Paulo, 6/8/2001, ―Opinião‖, A2 (com adaptações).

Com base nos sentidos e nas estruturas linguísti-

cas do texto acima, julgue os itens a seguir: 184 ( ) o tema central do texto é sentimento coletivo do

medo e sua exploração demagógica. 185 ( ) infere-se do texto que o medo frente ao perigo de

destruição da humanidade influencia a qualificação sociológica da sensação de insegurança.

186 ( ) Na linha 11, a substituição de ―tendo‖ por pois tem não altera as relações semânticas do texto.

187 ( ) O emprego da expressão ainda mais (linha 13)

no texto sugere que, além do medo, outros fatores ou sentimentos também podem se prestar à exploração demagógica.

188 ( ) Na linhas 15-16, se as posições dos trechos para fins de lucro político, e Pouco importa saber, forem

alternadas, serão mantidas as mesmas relações de sentido, mas, para isso, será necessário, além das de-vidas mudanças das letras iniciais em cada um dos trechos, a retirada de uma das duas vírgulas.

189 ( ) O emprego da conjunção em ―Como a compe-tência‖ (linhas 23) apresenta sentido comparativo, cor-respondente a de modo semelhante a.

Nas expressões a seguir, reproduzidas do texto, foram

inseridas, entre colchetes, ideias ou alterações grama-ticais. Julgue os itens quanto à manutenção da corre-ção e da coerência textuais.

190 ( ) ―medo [das transformações] permaneceu‖ (linha

3) 191 ( ) ―da aceleração [ , ] da violência‖ (linha 7) 192 ( ) ―por [causa de] um aumento‖ (linha 18) 193 ( ) ―não se presta a [qualquer] qualificações socio-

lógicas‖ (linha 20-21) 194 ( ) ―nesse âmbito [da segurança pública]‖ (linhas 23-

24)

Texto 1 5 10 15 20 25 30

O tipo de formação social em que nós vi-vemos não é como o de uma pequena al-deia tribal, embora haja muitas delas em nosso mundo. Não é sequer, como na Gré-cia, de onde saiu o modelo de nossa educa-ção, o lugar da polis, onde, pelo menos nos melhores tempos, vigora a democracia de

todos os cidadãos livres, mesmo que ela seja sustentada pelo trabalho dos escravos. Vivemos aqui, hoje, dentro de uma ordem social regida por um sistema amplo e muito complexo de relações de produção entre tipos de meios e produtores, a que se cos-

tuma chamar de modo de produção capi-talista. Ora, por toda parte, em sociedades como a nossa, grupos nacionais ou estran-geiros, que repartem entre si a propriedade e o controle direto dos meios de produção dos bens de que se nutrem as pessoas e seu mundo, concentram entre si o poder de

constituírem, em seu proveito, o tipo de Estado que, por sua vez, reproduz serviços e normas de segurança, de propriedade,

de direito, de saúde e até de educação, serviços e normas que servem em conjunto para manter coesa e, se possível, em relati-va paz a ordem social de que se nutre o

capital, ou seja, aquela ordem em que ele se multiplica. Carlos Rodrigues Brandão. O que é educação. São

Paulo: Brasiliense, p. 91-2 (com adaptações).

Quanto àquilo que pode ou não ser inferido do texto, julgue os itens a seguir:

195 ( ) o mundo atual incorpora variados tipos de forma-ção social.

196 ( ) na polis grega vigia um tipo de democracia em que coexistiam cidadãos livres e escravos.

LÍNGUA PORTUGUESA 43

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197 ( ) a democracia representa uma ordem social que incorpora um sistema complexo de relações de produ-ção.

198 ( ) o controle dos meios de produção tanto pode dar-se por grupos nacionais como estrangeiros.

199 ( ) coesão e relativa paz na ordem social propiciam a multiplicação do capital.

6 EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE.

Conceito:

Crase é a contração do artigo definido a(s), do pronome demonstrativo a(s) ou da vogal inicial do prono-me demonstrativo aquele(a)(s) com a preposição a. Tal contração recebe o acento grave ( `) indicativo de crase.

Ex.: Ele vai à igreja.

REGRA PRÁTICA

Troca-se a palavra feminina por uma masculina correspondente. Se, antes da masculina, aparecer ao(s), coloca-se o sinal de crase no a(s) antes da feminina.

Ex.: Ele vai à igreja Ele vai ao cinema.

Ele visitou a igreja Ele visitou o cinema.

CASOS EM QUE NÃO OCORRE CRASE.

A crase é proibida antes de palavras que não pos-suem o artigo a(s).

a. antes de masculinos

Ex. Ele foi a pé para casa.

b. antes de verbos

Ex. A torcida começou a gritar.

c. antes de pronome pessoais, inclusive os de trata-mento.

Ex. Nada disse a ela nem a Vossa Senhoria.

d. antes dos pronomes esta(s), quem e cuja(s)

Ex. Essa é a pessoa a quem pedi ajuda.

e. Com a no singular + palavra no plural.

Ex. Ele se refere a acusações mentirosas.

f. entre duas palavras repetidas

Ex. Ficamos cara a cara.

g. antes de nomes de cidade sem especificativo.

Ex. Ele gosta de ir a Fortaleza.

Obs.: Se o nome da cidade estiver acompanhado de um especificativo, ocorre crase.

Ex. Ele gosta de ir à ensolarada Fortaleza.

CASOS EM QUE SEMPRE OCORRE CRASE.

a. Locuções adverbiais femininas de:

Tempo

Ex. Ele chegou à noite e saiu às seis horas.

Lugar

Ex. Ninguém chegou à cidade.

Modo

Ex. Ele entrou às escondidas no armazém.

b. Locuções prepositivas (a + palavra feminina + de)

Ex. Nós ficamos à espera de ajuda.

c. Locuções conjuntivas (a + palavra feminina + que)

Ex. O tempo esfria, à medida que escurece.

CASOS EM QUE A CRASE É FACULTATIVA.

a. Antes de pronomes possessivos femininos.

Ex. A menina pediu ajuda à/a minha mãe.

b. Antes de nome de mulher.

Ex. O Juiz fez uma advertência à/a Paula.

c. Depois da preposição até.

Ex. Eu andei até à/a esquina.

CRASE COM PRONOMES DEMONSTRATIVOS E RE-LATIVOS

a. Preposição a + pronome demonstrativo a(s). O pro-nome demonstrativo a(s) aparece seguido de que ou de.

Critério prático: troca-se por um substantivo mas-culino o feminino que vem antes do a(s). Só ocorre crase se, com o masculino, aparecer ao(s) antes de que ou de.

Ex. Esta casa é igual à que você comprou.

Este carro é igual ao que você comprou.

b. Preposição a + aqueles.

Critério prático: troca-se aquele(s) pó este(s).

Só ocorre crase se aparecer a antes do este(s)

Ex. Ele se refere àquele fato.

Ele se refere a este fato..

Este critério prático vale também para os demons-trativos aquela(s) e aquilo.

c. Crase antes de qual/quais

Critério prático: troca-se pó um substantivo mas-culino o feminino anterior ao qual/quais. Só ocorre crase se, com o masculino, aparecer ao qual/aos quais

Ex. Estas são as crianças às quais me referi.

Estes são os alunos aos quais me referi.

Casos especiais de crase.

a. casa

sem especificativo, sem crase

Ex. Chegamos cedo a casa.

Com especificativo, com crase

Ex. Chegamos cedo à casa de meu pai.

b. terra

com sentido oposto ao de água, sem crase.

Ex. Os jangadeiros voltaram a terra.

Com o sentido de terra natal e planeta, com crase.

Ex. Ele voltou à terra dos avós.

EXERCÍCIOS

1 5

10

Alguns cientistas já se preocupam em garantir que os robôs do futuro tragam em seus programas, em todos eles, um "chip" da bondade que os impeça de fazer mal aos homens, assumindo, assim, que não será possível sequer desligá-los. Talvez estejam sonhando, como pensam alguns.

Talvez não. Lembremos: quando um dos primeiros

computadores do mundo, o Eniac, foi pro-duzido, em 1946, a revista Popular Me-chanics escreveu que a nova maravilha eletrônica tinha 18 mil válvulas e pesava

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15

20

30 toneladas, fazendo o que pareceu, na

época, uma previsão tresloucada: "Os computadores do futuro talvez usem ape-

nas mil válvulas e pesem em torno de uma tonelada." Hoje, um computador bem mais poderoso do que o Eniac cabe no bolso da camisa.

Esse fato autoriza a reiteração da dúvi-da: estarão os cientistas sonhando? Talvez sim. Talvez não.

Com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto, julgue os itens a seguir:

200 ( ) O texto trata da incerteza que envolve o julgamen-to de alguns acerca da garantia dos cientistas a res-peito dos robôs do futuro.

201 ( ) pode-se inferir do texto que a potência do compu-tador de hoje supera o Eniac, um dos primeiros com-putadores do mundo.

202 ( ) deduz-se do texto que qualquer ameaça dos ro-bôs do futuro ao homem será detida pelo simples ges-to de desconectá-los.

203 ( ) conforme o texto a eficiência do computador inde-pende de suas dimensões.

204 ( ) o computador é a expressão mais aprimorada do avanço da tecnologia, uma vez que robôs e computa-dores condicionam o poder da tecnologia.

Julgue os itens a seguir conforme o correto emprego do sinal indicativo de crase:

205 ( ) Deve-se à luta das feministas o respeito aos direi-tos que cabem também às outras parcelas de injusti-çados que integram a nossa sociedade.

206 ( ) Encontra-se à disposição dos interessados a nova edição do Código Civil, à qual, aliás, já se fizeram ob-jeções a torto e a direito.

207 ( ) À vista do que dispõe o novo código, não caberá à ninguém a condição "natural" de cabeça de casal, à qual, até então, se reservava para o homem.

208 ( ) Pode ser que à curto prazo o novo código esteja obsoleto em vários pontos, à exemplo do que ocorreu com o antigo.

209 ( ) Não se impute a uma mulher a culpa de não ter lutado por seus direitos; todas as pressões sociais sempre a conduziram àquela "virtuosa" resignação.

A ciência e o processo científico não constituem __1__ única forma de obtenção do conhecimento. Além da experiência cotidiana, constituindo __2__ base cultu-ral, __3__ os saberes reflexivos da filosofia. Apenas o simples processo experimental da ciência não conduz __4__ sabedoria: é necessário submeter os seus re-sultados __5__ elaboração filosófico-conceitual, __6__ preceitos éticos, para torná-los verdadei-ramente humanos.

(Adaptado de Samuel Murgel Branco)

Julgue os itens abaixo quanto ao correto preenchimento das lacunas do texto acima.

210 ( ) As lacunas 1 e 2 devem ser preenchidas com a,

artigo feminino singular.

211 ( ) Na lacuna 3 é correto colocar há, pois o verbo

haver, quando utilizado no sentido de existir, é impes-soal.

212 ( ) Duas opções, a e à, podem ser utilizadas in-

distintamente na lacuna 4, uma vez que conferem sen-tido idêntico ao período.

213 ( ) Estaria correto preencher a lacuna 5 com a desde que se preenchesse a lacuna 6 também com a.

214 ( ) A estrutura sintática do período admite que a lacuna 6 seja preenchida com aos somente se preen-chermos a lacuna 5 com à.

7 SINTAXE DA ORAÇÃO E DO PERÍODO.

A Sintaxe é a parte da gramática que estuda a disposição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si.

Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura transmitir um significado completo e compreensível. Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações.

FRASE, PERÍODO E ORAÇÃO:

Frase é todo enunciado suficiente por si mesmo

para estabelecer comunicação. Expressa juízo, indica ação, estado ou fenômeno, transmite um apelo, ordem ou exterioriza emoções.

Normalmente a frase é composta por dois ter-mos – o sujeito e o predicado – mas não obrigatoriamen-

te, pois, em Português há orações ou frases sem sujei-to: Há muito tempo que não chove.

Enquanto na língua falada a frase é caracterizada pela entoação, na língua escrita, a entoação é reduzida a

sinais de pontuação.

Quanto aos tipos de frases, além da classificação em verbais e nominais, feita a partir de seus elementos constituintes, elas podem ser classificadas a partir de seu sentido global:

frases interrogativas: o emissor da mensagem

formula uma pergunta. / Que queres fazer?

frases imperativas: o emissor da mensagem dá

uma ordem ou faz um pedido. / Dê-me uma mãozinha! – Faça-o sair!

frases exclamativas: o emissor exterioriza um

estado afetivo. / Que dia difícil!

frases declarativas: o emissor constata um fato.

/ Ele já chegou.

Quanto a estrutura da frase, as frases que possu-em verbo são estruturadas por dois elementos essenciais: sujeito e predicado.

O sujeito é o termo da frase que concorda com o

verbo em número e pessoa. É o ―ser de quem se declara algo‖, ―o tema do que se vai comunicar‖.

O predicado é a parte da frase que contém ―a in-

formação nova para o ouvinte‖. Ele se refere ao tema, constituindo a declaração do que se atribui ao sujeito.

Quando o núcleo da declaração está no verbo, te-mos o predicado verbal. Mas, se o núcleo estiver num nome, teremos um predicado nominal.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mu-lheres de opinião.

A existência é frágil.

A oração, às vezes, é sinônimo de frase ou perío-do (simples) quando encerra um pensamento completo e vem limitada por ponto-final, ponto-de-interrogação, pon-to-de-exclamação e por reticências.

LÍNGUA PORTUGUESA 45

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Um vulto cresce na escuridão. Clarissa se encolhe. É Vasco.

Acima temos três orações correspondentes a três períodos simples ou a três frases.

Mas, nem sempre oração é frase: “convém que te apresses” apresenta duas orações mas uma só frase, pois somente o conjunto das duas é que traduz um pen-samento completo.

Outra definição para oração é a frase ou membro de frase que se organiza ao redor de um verbo. A oração possui sempre um verbo (ou locução verbal), que implica, na existência de um predicado, ao qual pode ou não estar ligado um sujeito.

Assim, a oração é caracterizada pela presença de um verbo. Dessa forma:

Rua!

Que é uma frase, não é uma oração.

Já em:

―Quero a rosa mais linda que houver, para enfeitar a noite do meu bem.‖

Temos uma frase e três orações: As duas últimas orações não são frases, pois em si mesmas não satisfa-zem um propósito comunicativo; são, portanto, membros de frase.

Quanto ao período, ele denomina a frase constituí-da por uma ou mais orações, formando um todo, com sentido completo. O período pode ser simples ou compos-to.

Período simples é aquele constituído por apenas uma oração, que recebe o nome de oração absoluta.

Chove.

A existência é frágil.

Os homens sensíveis pedem amor sincero às mu-lheres de opinião.

Quero uma linda rosa.

Período composto é aquele constituído por duas ou mais orações:

“Quando você foi embora, fez-se noite em meu vi-ver.”

Cantei, dancei e depois dormi.

TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO

SUJEITO E PREDICADO

O sujeito e o predicado são considerados termos essenciais da oração, ou seja, sujeito e predicado são

termos indispensáveis para a formação das orações. No entanto, existem orações formadas exclusivamente pelo predicado. O que define, pois, a oração, é a presença do verbo.

O sujeito é o termo que estabelece concordância com o verbo.

a) “Minha primeira lágrima caiu dentro dos teus olhos.”;

b) “Minhas primeiras lágrimas caíram dentro dos teus olhos”.

Tipos de Sujeitos:

Simples: Aquela noite era a folga de Aparecida. (um núcleo)

Composto: O pai e o filho eram duas faces da mesma moeda. (dois ou mais núcleos)

Oculto ou desinencial: Concordamos com suas ideias. (não está expresso, mas é reconhecido pelo verbo)

Indeterminado: Mandaram os acidentados para o

hospital (verbo na 3ª p. pl.)

Vive-se bem no campo. (V.I + SE)

Precisa-se de carpinteiros.(V.T.I. + SE)

Só raramente se assiste a bons filmes. (V.T.I + SE)

É-se feliz. (V.Ligação + SE)

Pegou-se da espada e começou a lutar (T.T.D prepos. + SE)

É bom resolver o problema. (Verbo no Infinitivo)

Inexistente: Houve algum problema com você? (haver = acontecer)

Há muitos sonegadores ainda impunes. (haver = existir)

Faz dias que o carteiro não aparece. Era cedo quando ele chegou.

Estava um dia chuvoso. Choveu muito ontem. Bas-ta de reclamar.

Predicado: tipos

Verbal: informa a ação. Os operários lutam por melhores salários.(núcleo)

Acenderam-se as luzes.(núcleo)

Nominal: informa um estado do sujeito. Com ver-

bo de ligação.Com predicativo do suj.

Aquelas esculturas eram valiosas. (núcleo)

A população permanecia apreensiva.(núcleo)

*Predicativo do sujeito: atribui característica ao

sujeito.

As crianças continuam felizes.

OBS.

O pred. do sujeito pode aparecer com outros verbos.

As crianças saíram satisfeitas. (V.I. )

Os bancários terminaram o trabalho aliviados. (V.T.D.)

Verbo-nominal: expressa dupla informação: ação e estado.

Os operários chegaram cansados.

*Predicativo do objeto: atribui característica ao

objeto.

Os colegas consideram Daniel inteligente. (objeto direto)

Chama-lhe ingrato. (objeto indireto)

Distinção entre Predicativo do objeto e Adjunto adnominal

* O Predicativo do Objeto não pertence ao mesmo termo do objeto.

Os alunos acharam a prova fácil. (Os alunos acha-ram-na fácil)

* O Adjunto adnominal pertence ao mesmo termo do objeto.

Os alunos fizeram uma prova fácil. (Os alunos fize-ram-na.)

Estrutura do Predicado Verbal:

Formado de verbo transitivo e verb. intransitivo.

V. Intransitivo: As árvores florescem na primave-

ra.

V.T.Direto: Os pássaros fazem seus ninhos.

46 LÍNGUA PORTUGUESA

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V.T.Indireto: O imóvel pertence aos herdeiros.

(pertence-lhes)

V.T. Relativo: Diva gosta de Teresópolis. (gosta

dela – da cidade)

V.T.D.I.: Certos alunos escrevem poesias à namo-

rada.

Sujeito e Vozes do Verbo

*Sujeito Agente - voz ativa.

O menino quebrou o copo.

*Sujeito Paciente - voz passiva.

O copo foi quebrado pelo menino.

O edifício ficou deteriorado pelo tempo.(analítica)

Reproduziu-se o acidente no depoimento. (sintéti-ca)

*Sujeito Agente e Paciente - voz reflexiva.

A garota pintou-se rapidamente.

PROCESSOS SINTÁTICOS

COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Chamamos coordenação a relação existente en-

tre dois termos sintaticamente independentes, isto é, um termo não pertence à estrutura sintática formada pelo outro e vice-versa. Assim em:

Os cães domésticos e os cães selvagens têm

muitas características comuns.

Os termos destacados mantêm entre si uma rela-ção de coordenação, uma vez que o primeiro não partici-pa da estrutura sintática do segundo e vice-versa. Ambos constituem uma estrutura sintática maior, neste caso o sujeito.

Por outro lado, chamamos subordinação a rela-

ção existente entre um termo e o outro de que faz parte. Assim em:

Os cães domésticos e os cães selvagens têm mui-tas características comuns.

O termo destacado está subordinado ao verbo ter uma vez que faz parte da estrutura formada por esse verbo.

Esses fenômenos também ocorrem em períodos compostos:

O aluno dedicava-se aos estudos, mas ele não conseguia resultados satisfatórios.

Observe que a primeira oração (O aluno dedicava-se aos estudos) não faz parte da estrutura sintática da segunda. Do mesmo modo a segunda oração (ele não conseguia resultados satisfatórios) não faz parte da estru-tura sintática da primeira. Temos aí um exemplo de ora-ções coordenadas.

Observemos agora o seguinte período:

Todos desejamos que nosso país seja mais iguali-tário.

Nesse período a segunda oração (nosso país seja mais igualitário) é parte integrante da estrutura sintática formada pelo verbo desejar, essa oração faz parte da oração anterior, portanto é subordinada a ela. Temos aí exemplo de oração subordinada.

Uma palavra pode ocupar somente duas posições em uma estrutura sintática: ou ela é o núcleo ou não é o núcleo.

Tomemos a palavra feio nas seguintes frases:

Quem ama o feio, bonito lhe parece.

Cristina casará com aquele homem feio.

Na primeira frase, a palavra feio constitui o núcleo da estrutura o feio (O.D. de amar). Na segunda frase, a palavra feio participa da estrutura aquele homem feio (O.I. do verbo casar), porém não é seu núcleo.

Uma estrutura será chamada nominal se seu nú-cleo for um nome; e, verbal se seu núcleo for um verbo. Assim na frase:

Cristina casará com aquele homem feio.

A estrutura aquele homem feio é uma estrutura nominal, pois seu núcleo é o nome homem. O núcleo de uma estrutura nominal é sempre um substantivo, um pro-nome substantivo ou uma palavra substantivada.

Por outro lado a estrutura: casará com aquele homem feio é uma estrutura verbal, pois seu núcleo é um verbo.

Os termos que não são núcleo podem ser de dois tipos: os complementos e os adjuntos.

COMPLEMENTOS são termos que participam obrigatoriamente da estrutura sintática formada pelo nú-cleo. Assim, ao construirmos uma estrutura com o verbo amar, por exemplo, teremos ―obrigatoriamente‖ de indicar o objeto amado.

Cristina ama seu marido feio.

Na estrutura ama seu marido feio, a expressão seu marido feio constitui complemento do verbo ama, pois ela é exigida pelo verbo para a formação da estrutura maior, sem ela não existe a estrutura maior.

Os complementos podem ser verbais ou nomi-nais, conforme completem verbos ou nomes respectiva-mente.

Os complementos verbais são o objeto direto (sem preposição) e objeto indireto (com preposição).

ADJUNTOS são termos que fazem parte de uma

estrutura sintática sem, no entanto, serem exigidos pelo núcleo. Na frase:

Cristina ama seu marido feio.

A palavra feio faz parte da estrutura seu marido feio, porém se a removermos, a estrutura sintática conti-nua bem formada, continua completa, pois a palavra feio não é exigida pelo núcleo.

Os adjuntos podem ser adnominais ou adverbiais

conforme especifiquem nomes ou verbos respectivamen-te.

OBSERVAÇÃO:

tanto os complementos quanto os adjuntos são termos subordinados a um núcleo, seja ele

verbal ou nominal.

É possível que uma oração inteira desempenhe a função de complemento ou adjunto de um núcleo. Por exemplo:

Marilda disse que o marceneiro terminou o ar-mário.

Nessa frase, a oração destacada desempenha a função de complemento do verbo dizer, como o verbo dizer não exige preposição, essa oração desempenha a função de objeto direto.

Os livros que procuramos deixaram de ser publi-

cados.

Nessa frase a oração destacada desempenha a função de adjunto adnominal, pois especifica o núcleo livros, sem ser exigida por ele, se removermos a oração que procuramos a estrutura continua completa.

LÍNGUA PORTUGUESA 47

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Resumo

NÚCLEO VERBAL

NOMINAL

NÃO NÚCLEO

COMPLEMENTO VERBAL

OBJETO DIRETO

OBJETO INDIRETO

NOMINAL

ADJUNTO ADVERBIAL

ADNOMINAL

EXERCÍCIOS

1

5

10

15

20

25

Texto A força da História

A História caprichosamente ofereceu

aos brasileiros um símbolo de forte densi-dade, o de Tiradentes, para concretizar o mito do herói nacional. O lado generoso do chefe da rebelião anticolonial vem do transbordamento de seus objetivos, no

sentido de tornar coletiva a aspiração de ruptura e de liberdade. Não apenas um ato de particular conveniência no mundo das relações humanas, mas uma articulação de vulto nacional.

Enquanto os ativistas da Inconfidência (Tiradentes o maior e o mais lúcido de

todos) e os ideólogos lidavam com catego-rias universais, que pressupunham os inte-resses da coletividade brasileira, outros aderentes circunstanciais, os magnatas e

os devedores da fazenda Real, ingressa-ram no processo de luta a fim de resguar-

dar vantagens particulares. Com efeito, a figura de Tiradentes im-

planta, na memória e no coração da nacio-nalidade, o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais, um parcei-ro dos deuses.

(Fábio Lucas, Luzes e trevas – Minas Gerais no século XVIII. Belo Horizonte: UFMG, 1998, p. 150-1; com

adaptações)

Em língua portuguesa, a mudança na ordem das palavras nem sempre provoca alteração nas

relações semânticas entre elas. Os itens abaixo reproduzem trechos do texto com alguma altera-ção na ordem dos termos. Julgue-os quanto à ma-

nutenção dos sentidos originais do texto. 215 ( ) linhas 1-2: Caprichosamente, a História

ofereceu aos brasileiros 216 ( ) linhas 4-5: O lado generoso do chefe anti-

colonial da rebelião vem 217 ( ) linhas 6-8: no sentido de tornar a aspira-

ção coletiva de ruptura e de liberdade. 218 ( ) linhas de 14 a 17: aos ideólogos, que

pressupunham os interesses da coletividade brasileira, lidavam com categorias universais.

219 ( ) linhas de 22 a 26: na memória e no cora-ção da nacionalidade, a figura de Tiradentes implanta o sentimento de poder e de grandeza que torna cada um de nós um íntimo dos seres sobrenaturais.

Texto 1

5

10

15

20 25

30

35

40 45

A Revolução Industrial provocou a dis-

sociação entre dois pensamentos: o cientí-fico e tecnológico e o humanista. A partir do século XIX, a liberdade do homem co-meça a ser identificada com a eficiência

em dominar e transformar a natureza em bens e serviços. O conceito de liberdade começa a ser sinônimo de consumo. Perde importância a prática das artes e consoli-dam-se a ciência e a tecnologia. Relega-se a preocupação ética. A procura da liberda-de social se faz sem considerar-se sua

distribuição. A militância política passa a ser tolerada, mas como opção pessoal de cada um.

Essa ruptura teve o importante papel de contribuir para a revolução do conheci-

mento científico e tecnológico. A sociedade humana se transformou, com a eficiência

técnica e a consequente redução do tempo social necessário à produção dos bens de sobrevivência.

O privilégio da eficiência na domina-ção da natureza gerou, contudo, as distor-ções hoje conhecidas: em vez de usar o

tempo livre para a prática da liberdade, o homem reorganizou seu projeto e refez seu objetivo no sentido de ampliar o con-sumo. O avanço técnico e científico, de instrumento da liberdade, adquiriu auto-nomia e passou a determinar uma estrutu-ra social opressiva, que servisse ao avanço

técnico e científico. A liberdade identificou-

se com a ideia de consumo. Os meios de produção, que surgiram no avanço técnico, visam ampliar o nível dos meios de produ-ção.

Graças a essa especialização e priori-zação, foi possível obter-se o elevado nível

do potencial-de-liberdade que o final do século XX oferece à humanidade. O siste-ma capitalista permitiu que o homem atin-gisse as vésperas da liberdade em relação ao trabalho alienado, às doenças e à es-cassez. Mas não consegue permitir que o

potencial criado pela ciência e tecnologia seja usado com a eficiência desejada. (Cristovam Buarque, Na fronteira do futuro. Brasília:

EDUnB, 1989, p. 13; com adaptações)

A respeito da organização sintática das estruturas do texto, julgue os itens que se seguem.

220 ( ) A oração iniciada por ―Perde importância‖ (linhas

8-9) não precisa ter seu sujeito explicitado porque mantém o mesmo da oração anterior.

221 ( ) Em vez de substantivo, o termo ―procura‖ (linha

11) pode ser classificado como verbo, mas, nesse ca-so, para que as relações semânticas do texto sejam mantidas, seu sujeito deverá ser ―liberdade‖.

222 ( ) Mantêm-se as mesmas relações de dependência sintática, e a mesma classificação das orações, ao se substituir os dois-pontos depois de ―conhecidas‖ (li-nhas 25) por um ponto final.

223 ( ) Se fosse suprimida a vírgula que antecede a ora-ção ―que surgiram do avanço técnico‖ (linhas 35), seria

48 LÍNGUA PORTUGUESA

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mantida correta a pontuação e não haveria alteração da estrutura sintática do período.

224 ( ) em ―obter-se‖ (linha 39), o sujeito indeterminado expresso pelo pronome indefinido ―se‖ refere-se à ideia de humanidade em geral.

Texto 1

5 10

15

20

Que minhas primeiras palavras diante deste Parlamento Mundial sejam de confi-ança na capacidade humana de vencer desafios e evoluir para formas superiores

de convivência no interior das nações e no plano internacional.

Em nome do povo brasileiro, reafirmo nossa crença nas Nações Unidas. Seu papel na promoção da paz e da justiça permanece insubstituível. Rendo homena-

gem ao Secretário-Geral, Kofi Annan, por sua liderança na defesa de um mundo

irmanado pelo respeito ao direito interna-cional e pela solidariedade entre as na-ções.

O aperfeiçoamento do sistema multila-teral é a contraparte necessária do conví-

vio democrático no interior das nações. Toda nação comprometida com a demo-cracia no plano interno, deve zelar para que, também no plano externo, os pro-cessos decisórios sejam transparentes, legítimos, representativos.

Luiz Inácio Lula da Silva. Fragmento de discurso na

abertura da 58.ª Assembléia Geral da ONU. Nova

Iorque, 23/9/2003 (com adaptações).

A respeito das ideias e estruturas do texto acima e consi-derando aspectos atuais da política externa brasileira, julgue os itens seguintes.

225 ( ) A ideia expressa por ―confiança‖ (linhas 3) é

complementada, sintática e semanticamente, por duas outras ideias expressas no texto como: ―na capacida-de humana de vencer desafios‖ (linha 3-4) e ―evoluir para formas superiores de convivência no interior das nações e no plano internacional‖ (linhas 4-6).

226 ( ) As estruturas linguísticas do texto permitem inferir que, mesmo anteriormente ao discurso, já se tinha fé nas Nações Unidas e no seu papel de promoção da paz e da justiça.

227 ( ) Textualmente, o emprego do pronome possessivo ―nossa‖ (linha 8) remete à crença dos países-

membros das Nações Unidas. 228 ( ) Subentende-se uma oposição expressa por ―inte-

rior das nações‖ (linha 5) e ―plano internacional‖ (li-

nhas 5-6), oposição que é retomada, por coesão, com ―plano interno‖ (linha 20) e ―plano externo‖ (linha

21), respectivamente.

Texto

1 5

10

Lembremos que a modernidade se ca-racteriza não apenas por um novo modo de produção e de vida, mas também por uma nova forma de relacionamento entre os homens na sociedade, o que influi até mesmo no julgamento que fazemos uns

dos outros. Essa forma de relacionamento, que vem desde a Revolução Industrial, é intermediada pelo trabalho, e os parâme-tros para julgar as pessoas são o dinheiro e a propriedade.

Entretanto, trabalho e dinheiro não estão

15

20

disponíveis para todos. Em cidades super-

populosas, em meio às crises das indús-trias, frequentemente os trabalhadores se

vêem sem meios de sobreviver. Essa rela-ção entre os homens é, portanto, uma relação desigual, em que geralmente os trabalhadores estão em desvantagem, já

que não possuem meios estáveis de so-brevivência e dependem de empregado-res.

Com respeito às ideias do texto, julgue os itens a seguir. 229 ( ) A argumentação do texto reforça a ideia de que os

parâmetros do dinheiro e da propriedade são justos e igualitários.

230 ( ) O segundo parágrafo é um comentário que apre-senta ideias desfavoráveis à situação apresentada no primeiro.

231 ( ) Pelas relações semânticas, a estrutura linguística localizada após a última vírgula do texto corresponde ao seguinte esquema:

não possuem meios estáveis de sobre-vivência

já que dependem de empregadores

8 PONTUAÇÃO.

Os sinais de pontuação, ligados à estrutura sintáti-ca, têm as seguintes finalidades:

a) assinalar as pausas e as inflexões da voz (a en-toação) na leitura;

b) separar palavras, expressões e orações que, segundo o autor, devem merecer destaque;

c) esclarecer o sentido da frase, eliminando ambi-guidades.

Vírgula

A vírgula serve para marcar as separações breves de sentido entre termos vizinhos, as inversões e as inter-calações, quer na oração, quer no período.

A seguir, indicam-se alguns casos principais de emprego da vírgula:

a) para separar palavras ou orações paralelas justapos-tas, isto é, não ligadas por conjunção:

Chegou a Brasília, visitou o Ministério das Rela-ções Exteriores, levou seus documentos ao Palácio do Buriti, voltou ao Ministério e marcou a entrevista.

Simplicidade, clareza, objetividade, concisão são qualidades a serem observadas na redação oficial.

b) as intercalações, por cortarem o que está sintaticamen-te ligado, devem ser colocadas entre vírgulas:

O processo, creio eu, deverá ir logo a julgamento.

A democracia, embora (ou mesmo) imperfeita, ain-da é o melhor sistema de governo.

c) expressões corretivas, explicativas, escusativas, tais como isto é, ou melhor, quer dizer, data venia, ou seja, por exemplo, etc., devem ser colocadas entre vírgulas:

O político, a meu ver, deve sempre usar uma lin-guagem clara, ou seja, de fácil compreensão.

As Nações Unidas decidiram intervir no conflito, ou por outra, iniciaram as tratativas de paz.

LÍNGUA PORTUGUESA 49

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d) Conjunções coordenativas intercaladas ou pospostas devem ser colocadas entre vírgula:

Dedicava-se ao trabalho com afinco; não obtinha, contudo, resultados.

O ano foi difícil; não me queixo, porém.

Era mister, pois, levar o projeto às últimas conse-quências.

e) Vocativos, apostos, orações adjetivas não-restritivas (explicativas) devem ser separados por vírgula:

Brasileiros, é chegada a hora de buscar o enten-dimento.

Aristóteles, o grande filósofo, foi o criador da Ló-gica.

O homem, que é um ser mortal, deve sempre pensar no amanhã.

f) a vírgula também é empregada para indicar a elipse (ocultação) de verbo ou outro termo anterior:

O decreto regulamenta os casos gerais; a portaria, os particulares. (A vírgula indica a elipse do verbo regu-lamenta.)

Às vezes procura assistência; outras, toma a inicia-tiva. (A vírgula indica a elipse da palavra vezes.)

g) nas datas, separam-se os topônimos:

São Paulo, 22 de março de 1991.

Brasília, 15 de agosto de 1991.

É importante registrar que constitui erro crasso usar a vírgula entre termos que mantêm entre si estreita ligação sintática – p. ex., entre sujeito e verbo, entre ver-bos ou nomes e seus complementos.

Errado: O Presidente da República, indicou, sua

posição no assunto.

Certo: O Presidente da República indicou sua po-

sição no assunto.

Nos casos de o sujeito ser muito extenso, admite-se, no entanto, que a vírgula o separe do predicado para conferir maior clareza ao período. Ex.:

Os Ministros de Estado escolhidos para comporem a Comissão e os Secretários de Governo encarregados de supervisionar o andamento das obras, devem compa-recer à reunião do próximo dia 15.

O problema que nesses casos o político enfrenta, sugere que os procedimentos devem ser revistos.

Ponto-e-vírgula

O ponto-e-vírgula, em princípio, separa estruturas coordenadas já portadoras de vírgulas internas. É tam-bém usado em lugar da vírgula para dar ênfase ao que se quer dizer. Ex.:

Sem virtude, perece a democracia; o que mantém o governo despótico é o medo.

As leis, em qualquer caso, não podem ser infringi-das; mesmo em caso de dúvida, portanto, elas devem ser respeitadas.

Art. 15. É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos casos de:

I – cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado;

II – incapacidade civil absoluta;

III – condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos;

IV – recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5

o, VIII;

V – improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4

o.

Dois-pontos

Emprega-se este sinal de pontuação para intro-duzir citações, marcar enunciados de diálogo e indicar um esclarecimento, um resumo ou uma consequência do que se afirmou. Ex.:

Como afirmou o Marquês de Maricá em suas Má-ximas: “Todos reclamam reformas, mas ninguém se quer reformar.”

Encerrado o discurso, o Ministro perguntou:

– Foi bom o pronunciamento?

– Sem dúvida: todos parecem ter gostado.

Mais que mudanças econômicas, a busca da mo-dernidade impõe sobretudo profundas alterações dos costumes e das tradições da sociedade; em suma: uma transformação cultural.

Ponto-de-Interrogação

O ponto-de-interrogação, como se depreende de seu nome, é utilizado para marcar o final de uma frase interrogativa direta:

Até quando aguardaremos uma solução para o ca-so?

Qual será o sucessor do Secretário?

Não cabe ponto-de-interrogação em estruturas in-terrogativas indiretas (em geral em títulos):

O que é linguagem oficial

Por que a inflação não baixa

Como vencer a crise

Ponto-de-exclamação

O ponto-de-exclamação é utilizado para indicar surpresa, espanto, admiração, súplica, etc. Seu uso na redação oficial fica geralmente restrito aos discursos e às peças de retórica:

Povo deste grande País!

Com nosso trabalho chegaremos lá!

Outros sinais importantes

Aspas

As aspas têm os seguintes empregos:

a) usam-se antes e depois de uma citação textual:

A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, no parágrafo único de seu artigo 1

o afirma: “To-

do o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente”.

b) dão destaque a nomes de publicações, obras de arte, intitulativos, apelidos, etc.:

O artigo sobre o processo de desregulamentação foi publicado no “Jornal do Brasil”.

A Secretaria da Cultura está organizando uma apresentação das “Bachianas”, de Villa Lobos.

c) destacam termos estrangeiros:

50 LÍNGUA PORTUGUESA

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O processo da “détente” teve início com a Crise dos Mísseis em Cuba, em 1962.

“Mutatis mutandis”, o novo projeto é idêntico ao anteriormente apresentado.

d) nas citações de textos legais, as alíneas devem estar entre aspas:

O tema é tratado na alínea “a” do artigo 146 da Constituição.

Atualmente, no entanto, tem sido tolerado o uso de itálico como forma de dispensar o uso de aspas, exceto na hipótese de citação textual.

A pontuação do trecho que figura entre aspas se-guirá as regras gramaticais correntes. Caso, por exemplo, o trecho transcrito entre aspas terminar por ponto-final, este deverá figurar antes do sinal de aspas que encerra a transcrição. Exemplo:

O art. 2o da Constituição Federal – ―São Poderes

da União, independentes e harmônicos entre si, o Legisla-tivo, o Executivo e o Judiciário.‖ – já figurava na Carta anterior.

Parênteses

Os parênteses são empregados nas orações ou expressões intercaladas. Observe que o ponto-final vem antes do último parêntese quando a frase inteira se acha contida entre parêntese:

―Quanto menos a ciência nos consola, mais adqui-re condições de nos servir.‖ (José Guilherme Merquior)

O Estado de Direito (Constituição Federal, art. 1o)

define-se pela submissão de todas as relações ao Direito.

Travessão

O travessão, que é um hífen prolongado (–), é

empregado nos seguintes casos:

a) substitui parênteses, vírgulas, dois-pontos:

O controle inflacionário – meta prioritária do Go-verno – será ainda mais rigoroso.

As restrições ao livre mercado – especialmente o de produtos tecnologicamente avançados – podem ser muito prejudiciais para a sociedade.

b) indica a introdução de enunciados no diálogo:

Indagado pela comissão de inquérito sobre a pro-cedência de suas declarações, o funcionário respondeu:

– Nada tenho a declarar a esse respeito.

c) indica a substituição de um termo, para evitar repeti-ções:

O verbo fazer (vide sintaxe do verbo –), no sentido de tempo transcorrido, é utilizado sempre na 3

a pessoa do

singular: faz dois anos que isso aconteceu.

d) dá ênfase a determinada palavra ou pensamento que segue:

Não há outro meio de resolver o problema – pro-mova-se o funcionário.

Ele reiterou sua ideias e convicções – energica-mente.

EXERCÍCIOS

Texto

1 5

10

15

20

25

No nosso cotidiano, estamos tão en-volvidos com a violência que tendemos a acreditar que o mundo nunca foi tão vio-lento como agora: pelo que nos contam nossos pais e outras pessoas mais velhas, há dez, vinte ou trinta anos, a vida era

mais segura, certos valores eram mais respeitados e cada coisa parecia ter o seu lugar.

Essa percepção pode ser correta, mas precisamos pensar nas diversas dimen-sões em que pode ser interpretada. Se ampliarmos o tempo histórico, por exem-

plo, ela poderá se mostrar incorreta. Embora a violência não seja um fe-

nômeno dos dias de hoje, pois está pre-sente em toda e qualquer sociedade hu-

mana, sua ocorrência varia no grau, na forma, no sentido que adquire e na pró-pria lógica nos diferentes períodos da

História. O modo como o homem a vê e a vivencia atualmente é muito diferente daquele que havia na Idade Média, por exemplo, ou em outros períodos históri-cos em outras sociedades.

Andréa Buoro et al. Violência urbana – dilemas e

desafios. São Paulo: Atual, 1999, p. 12 (com adap-

tações).

Julgue os seguintes itens, a respeito do emprego dos sinais de pontuação no texto.

232 ( ) Pela função que desempenha no texto, o sinal de dois-pontos depois de ―agora‖ (linha 4) corresponde à ideia de pois, colocado entre vírgulas.

233 ( ) Para melhorar a clareza do texto, sem ferir a cor-reção gramatical, deveria ser introduzido o termo atrás, entre vírgulas, imediatamente após a palavra ―anos‖ (linha 6).

234 ( ) Pelo seu sentido textual, a oração entre vírgulas ―pois está presente em toda e qualquer sociedade humana‖ (linhas 16-18) poderia vir entre parênteses.

235 ( ) Se a oração ―pois está presente em toda e qualquer sociedade humana‖ (linhas 15-16) fosse re-

tirada do texto, seria também obrigatória a retirada de ambas as vírgulas que a isolam.

236 ( ) Nas linhas 24-25, a inserção de uma vírgula após ―períodos históricos‖ alteraria as relações semânti-cas entre essa expressão e ―outras sociedades‖ (li-

nha 25).

Texto 1

5

10

Perguntamo-nos qual é o valor da vida

humana. Alguns setores da sociedade

acreditam que a vida do criminoso não tem o mesmo valor da vida das pessoas honestas. O problema é que o criminoso pensa do mesmo modo: se a vida dele não vale nada, por que a vida do dono da carteira deve ter algum valor? Se prova-velmente estará morto antes dos trinta

anos de idade (como várias pesquisas comprovam), por que se preocupar em não matar o proprietário do automóvel que ele vai roubar?

Em relação ao texto acima, julgue os itens que se se-guem.

LÍNGUA PORTUGUESA 51

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237 ( ) Há um consenso na sociedade de que o valor da vida não é hierárquico, é equivalente para todos os se-res humanos.

238 ( ) Os criminosos acreditam que o valor da vida das pessoas que são por eles roubadas é superior ao valor de sua própria vida.

239 ( ) O uso da primeira pessoa do plural em ―Pergun-tamo-nos‖ (linha 1) tem a função generalizadora de

estender o questionamento a qualquer ser humano. 240 ( ) O primeiro período do texto dispensa o ponto de

interrogação por tratar-se de interrogação indireta. 241 ( ) Seria correto colocar sinal de dois-pontos após

―Perguntamo-nos‖ (linha 1) e ponto de interrogação após ―humana‖ (linha 1-2).

1

5

10

15

A violência nas grandes cidades brasi-leiras tornou-se uma prática gratuita. Há pessoas, principalmente jovens, ―que gos-

tam de exercer a violência‖. O diagnóstico é do antropólogo Gilberto Velho, que há

dez anos vem fazendo uma pesquisa quali-tativa com vítimas da criminalidade no Rio. ―A violência tem rompido barreiras que não existiam, como não agredir idosos. Os ido-sos dizem que os jovens são agressivos,

que são capazes de empurrá-los numa fila de ônibus‖, disse Velho. A cultura da vio-lência, acrescentou o antropólogo, provo-cou o acovardamento da população das cidades. ―Quando uma senhora idosa é assaltada, homens mais ou menos dispos-

tos não se movimentam para socorrê-la de imediato. O medo gera a covardia. Espera-se que o poder público socorra, mas o po-der público é ausente‖.

Em relação a aspectos gramaticais e às ideias do pará-

grafo acima, julgue os itens subsequentes. 242 ( ) A expressão ―principalmente jovens‖ (linha 3)

está entre vírgulas por tratar-se de termo intercalado para especificar a informação anterior.

243 ( ) O emprego de aspas indica que, nos trechos em que elas ocorrem, os pensamentos do antropólogo fo-ram parafraseados.

244 ( ) Infere-se do texto que, anteriormente, existiam limites que o senso comum e a ética social estabeleci-am à violência — como é o caso de ―não agredir ido-sos‖ (linha 9) —, os quais estão sendo rompidos.

245 ( ) As formas pronominais enclíticas ―-los‖ (linha 11) e ―-la‖ (linha 17) referem-se, respectivamente, à se-gunda ocorrência de ‗idosos’ (linha 9-10) e a ‗senho-ra idosa‘ (linha 15).

9 CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL.

Concordância Nominal

Os adjetivos e as palavras adjetivadas concordam em gênero e número com os elementos a que se referem. Por exemplo: gatas malhadas e cachorros brancos. Quando o adjetivo surgir junto de mais de um substantivo, teremos regras especiais, que veremos agora:

01) Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos

Adjunto adnominal

Quando o adjetivo posposto a dois ou mais subs-tantivos funcionar como adjunto adnominal e estiver quali-ficando todos os substantivos apresentados, poderá con-

cordar com o elemento mais próximo ou com a soma deles.

O Estado compra carros e maçãs argentinas.

O Estado compra carros e maçãs argentinos.

Há três casos em que o adjunto adnominal con-cordará apenas com o elemento mais próximo:

01) Se qualificar apenas o elemento mais próximo:

Comprei óculos e frutas frescas.

02) Se os substantivos forem sinônimos:

Desrespeitaram o povo e a gente brasileira.

03) Se os substantivos formarem gradação:

Foi um olhar, uma piscadela, um gesto estranho.

Predicativo do sujeito

Quando o adjetivo imediatamente posposto a dois ou mais substantivos funcionar como predicativo do sujei-to, deverá concordar com a soma dos elementos, apesar de existirem gramáticos que admitam a concordância também com o elemento mais próximo.

O operário e a esposa, preocupados, saíram para o trabalho.

Predicativo do objeto

Quando o adjetivo imediatamente posposto a dois ou mais substantivos funcionar como predicativo do obje-to, deverá concordar com a soma dos elementos, apesar de existirem gramáticos que admitam a concordância também com o elemento mais próximo.

Encontrei o operário e a esposa preocupados com a situação da empresa.

OBS.:

Uma maneira fácil de se estabelecer a diferença entre o adjunto adnominal e o predicativo é quando subs-tituímos o substantivo por um pronome: todos os adjuntos adnominais que gravitam ao redor do substantivo têm de acompanhá-lo nessa substituição, ou seja, os adjuntos adnominais desaparecem. Portanto, se o adjetivo não desaparecer na substituição, será predicativo.

02) Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos

Adjunto adnominal

Quando o adjetivo anteposto a dois ou mais subs-tantivos funcionar como adjunto adnominal e estiver quali-ficando todos os substantivos apresentados, deverá con-cordar apenas com o elemento mais próximo.

Trouxe belas rosas e cravos.

Predicativo do sujeito

Quando o adjetivo imediatamente anteposto a dois ou mais substantivos funcionar como predicativo do sujei-to, deverá concordar com a soma dos elementos, apesar de existirem gramáticos que admitam a concordância também com o elemento mais próximo.

Preocupados, o operário e a esposa saíram para o trabalho.

Predicativo do objeto

Quando o adjetivo imediatamente anteposto a dois ou mais substantivos funcionar como predicativo do obje-to, deverá concordar com a soma dos elementos, apesar

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de existirem gramáticos que admitam a concordância também com o elemento mais próximo.

Encontrei preocupados com a situação da empre-sa o operário e a esposa.

03) Dois ou mais adjetivos, modificando um só subs-tantivo

Quando houver apenas um substantivo qualificado por dois ou mais adjetivos, há duas maneiras de se cons-truir a frase:

A) Coloca-se o substantivo no plural, e enumeram-se os adjetivos.

Ele estuda as línguas inglesa e francesa.

B) Coloca-se o substantivo no singular, e, ao se enumerarem os adjetivos, acrescenta-se artigo a cada um deles.

Ele estuda a língua inglesa e a francesa.

CASOS ESPECIAIS

Obrigado / Mesmo / Próprio

Esses três elementos concordam com o substanti-vo ou com o pronome a que se referem, ou seja, se o substantivo for feminino plural, usam-se mesmas, próprias e obrigadas. Caso a palavra mesmo significar realmente, ficará invariável.

Elas mesmas disseram, em coro: Muito obrigadas, professor.

Os próprios jogadores reconheceram o erro.

As meninas trouxeram mesmo o radialista.

Só / Sós

Essa palavra concordará com o elemento a que se refere, quando significar sozinhos, sozinhos, sozinha, sozinhas; ficará invariável, quando significar apenas, somente. A locução a sós é sempre invariável.

Só as garotas queriam andar sós;

os meninos queriam a companhia delas.

Gosto de estar a sós.

Quite / Anexo / Incluso

Esses três elementos concordam com o substanti-vo a que se referem.

Deixarei as promissórias quites, para não ter pro-blemas.

Anexas, seguem as fotocópias dos documentos solicitados.

Estão inclusos o café da manhã e o almoço.

Meio

Concordará com o elemento a que se referir, quando significar metade; ficará invariável, quando signifi-car um pouco, mais ou menos. Quando formar substanti-vo composto, ambos os elementos variarão.

Era meio-dia e meia. Ela estava meio nervosa.

Os meios-fios foram construídos em lugar errado.

Verbo de ligação + Predicativo do sujeito

Quando o sujeito for tomado em sua generalidade, sem qualquer determinante, o verbo ser - ou qualquer outro verbo de ligação - ficará no singular e o predicativo do sujeito no masculino, singular. Se o sujeito vier deter-minado por qualquer palavra, a concordância do verbo e

do predicativo será regular, ou seja, concordarão com o sujeito em número e pessoa.

Caminhada é bom para a saúde.

Esta caminhada está muito boa.

É proibido entrada

Está proibida a entrada.

Menos / Pseudo

Essas duas palavras são sempre invariáveis.

Houve menos reclamações dessa vez.

As pseudo-escritoras foram desmascaradas.

Muito / Bastante

Quando modificarem substantivo, concordarão com ele, por serem pronomes indefinidos adjetivos; quan-do modificarem verbo, adjetivo, ou outro advérbio, ficarão invariáveis, por serem advérbios. Bastante também será adjetivo, quando significar que basta, que satisfaz.

Bastantes funcionários ficaram bastante revoltados com a empresa.

Há provas bastantes de sua culpa.

Grama

Quando a palavra grama representar unidade de massa, será masculina.

Comprei duzentos gramas de queijo.

Possível

Em frases enfáticas, como o mais, o menos, o me-lhor, o pior, as mais, os menos, os piores, as melhores, a palavra possível concordará com o artigo.

Visitei cidades o mais interessantes possível.

Visitei cidades as mais interessantes possíveis.

EXERCÍCIOS

1 5

10

A terceira revolução industrial não ocorre no campo da indústria para depois, por irradiação, ir-se propagando pelos demais setores econômicos da sociedade, até revo-lucionar seu modo de vida como um todo, como foi a característica das revoluções anteriores. Antes de tudo, ela é uma trans-

formação que ocorre no campo do pensa-mento e não tanto no dos objetos. Surge primeiro no mundo da pesquisa tecnoci-entífica para daí, então, implantar-se de forma generalizada nos demais setores do sistema econômico e da vida social. Ela é,

fundamentalmente, uma revolução infor-

mática. (Adaptado de Ruy Moreira)

Com base nos sentidos e nas estruturas linguísticas do texto acima, julgue os itens a seguir:

246 ( ) A palavra ―irradiação‖(linhas 2-3) está sendo utili-

zada no texto com o sentido de ação que se transmite de um centro para as partes periféricas.

247 ( ) O pronome ―seu‖(linha 5) concorda com ―modo de vida‖ (linha 5) e refere-se a ―sociedade‖ (linha 4).

248 ( ) Tanto na linha 7 como na linha 13, o pronome ―ela‖ refere-se ao mesmo antecedente: ―A terceira re-volução industrial‖ (linha 1).

LÍNGUA PORTUGUESA 53

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249 ( ) Se a palavra sistema (linha 13) fosse pluralizada, os adjetivos econômico (linha 13) e social (linha 13)

também deveriam ser pluralizados.

Texto

1 5

10

15 20

25

30

Na pesquisa para avaliar a gestão nas em-presas em relação à qualidade no setor de software, foram considerados os seguintes fatores: a elaboração de planos estratégicos, a inclusão de metas consistentes, a coleta de indicadores precisos, a contabilidade ade-quada de custos, a implantação de programas

de qualidade total e a certificação dos siste-mas.

O relacionamento das empresas com seus empregados foi acompanhado a partir de as-pectos da participação dos mesmos na solu-ção de problemas, sua satisfação e oportuni-dades de aperfeiçoamento profissional. O

relacionamento com o mercado era avaliado considerando-se a realização de pesquisas de expectativa e de satisfação junto aos clientes; a existência de estruturas de atendimento; a resolução de reclamações e o uso desses tipos de dados na revisão de projetos ou na especi-

ficação de novos produtos e serviços. Procedimentos específicos para qualidade

em software foram medidos por indicadores referentes à adoção de métodos de engenha-ria para prevenção ou detecção de defeitos, à utilização de ferramentas automatizadas de desenvolvimento e ao tipo de documentação

adotada. Adicionalmente, todo um conjunto de aspectos foi levantado visando à caracteri-zação das empresas e do software desenvol-

vido no Brasil. (http://www.mct.gov.br/temas)

Em relação ao texto, julgue os itens a seguir. 250 ( ) As escolhas sintáticas e lexicais do texto são

apropriadas para um texto de relatório. 251 ( ) O uso da voz passiva em ―foi acompanhado‖

(linha 11) tem o efeito estilístico de explicitar e reforçar o papel do agente da ação.

252 ( ) O uso do pretérito indica que a pesquisa a que o texto se refere está em andamento.

253 ( ) A substituição de desenvolvido (linha 33) por desenvolvidos não implica alterações na organização

semântica do texto. 254 ( ) O vocábulo considerados (linha 3) está no mas-

culino plural para concordar com planos estratégicos

(linhas 4-5). 255 ( ) O pronome seus (linha 10) concorda com empre-

gados (linha 11) e refere-se a empresas (linha 10). 256 ( ) Se a palavra produtos (linhas 23) estivesse no

singular o adjetivo novos (linha 23) deveria se flexio-

nar no singular.

CONCORDÂNCIA VERBAL

Estudar a concordância verbal é, basicamente, es-tudar o sujeito, pois é com este que o verbo concorda. Se o sujeito estiver no singular, o verbo também o estará; se o sujeito estiver no plural, o mesmo acontece com o ver-bo. Então, para saber se o verbo deve ficar no singular ou no plural, deve-se procurar o sujeito, perguntando ao verbo Que(m) é que pratica ou sofre a ação? ou Que(m) é que possui a qualidade? A resposta indicará como o verbo deverá ficar. Por exemplo, a frase As insta-

lações da empresa são precárias tem como sujeito As instalações da empresa, cujo núcleo é a palavra insta-lações, pois elas é que são precárias, e não a empresa;

por isso o verbo fica no plural. Até aí tudo bem. O proble-ma surge, quando o sujeito é uma expressão complexa, ou uma palavra que suscite dúvidas.

COLETIVOS

Quando o sujeito for um substantivo coletivo, co-mo, por exemplo, bando, multidão, matilha, arquipéla-go, trança, cacho, etc., ou uma palavra no singular que indique diversos elementos, como, por exemplo, maioria, minoria, pequena parte, grande parte, metade, porção, etc., poderão ocorrer três circunstâncias:

a) O coletivo funciona como sujeito, sem acompa-nhamento de qualquer restritivo:

Nesse caso, o verbo ficará no singular, concordan-do com o coletivo, que é singular.

A multidão invadiu o campo após o jogo.

O bando sobrevoou a cidade.

A maioria está contra as medidas do governo.

b) O coletivo funciona como sujeito, acompanhado de restritivo no plural:

Nesse caso, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no plural.

A multidão de torcedores invadiu / invadiram o campo após o jogo.

O bando de pássaros sobrevoou / sobrevoaram a cidade.

A maioria dos cidadãos está / estão contra as me-didas do governo.

c) O coletivo funciona como sujeito, sem acompa-nhamento de restritivo, e se encontra distante do verbo:

Nesse caso, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no plural.

A multidão, após o jogo, invadiu / invadiram o campo.

O bando, ontem à noite, sobrevoou / sobrevoaram a cidade.

A maioria, hoje em dia, está / estão contra as me-didas do governo.

Um milhão, um bilhão, um trilhão:

Com um milhão, um bilhão, um trilhão, o verbo

deverá ficar no singular. Caso surja a conjunção e, o ver-bo ficará no plural.

Um milhão de pessoas assistiu ao comício

Um milhão e cem mil pessoas assistiram ao comí-cio.

Mais de, menos de, cerca de...

Quando o sujeito for iniciado por uma dessas ex-pressões, o verbo concordará com o numeral que vier imediatamente à frente.

Mais de uma criança se machucou no brinquedo.

Menos de dez pessoas chegaram na hora marca-da.

Cerca de duzentos mil reais foram surripiados.

54 LÍNGUA PORTUGUESA

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Quando Mais de um estiver indicando reciproci-dade ou com a expressão repetida, o verbo ficará no plural.

Mais de uma pessoa agrediram-se.

Mais de um carro se entrechocaram.

Mais de um deputado se xingaram durante a ses-são.

Nomes próprios no plural

Quando houver um nome próprio usado apenas no

plural, deve-se analisar o elemento a que ele se re-fere:

a) Se for nome de obra, o verbo tanto poderá ficar no singular, quanto no plural.

Os Lusíadas imortalizou / imortalizaram Camões.

Os Sertões marca / marcam uma época da Litera-tura Brasileira.

b) Se for nome de lugar - cidade, estado, país... - o verbo concordará com o artigo; caso não haja artigo, o verbo ficará no singular.

Os Estados Unidos comandam o mundo.

Campinas fica em São Paulo.

Os Andes cortam a América do Sul.

Obs.:

Se o nome de lugar possuir artigo, mas es-te, por alguma razão, não for utilizado, a concor-dância com o artigo permanecerá sendo a regra, ou seja, o verbo continuará concordando com o ar-tigo.

EUA vencem o México na oitavas de final da Copa do Mundo.

Qual de nós / Quais de nós

Quando o sujeito contiver as expressões ...de nós, ...de vós ou ...de vocês, deve-se analisar o elemento que

surgir antes dessas expressões:

a) Se o elemento que surgir antes das expressões estiver no singular (qual, quem, cada um, alguém, algum...), o verbo deverá ficar no singular.

Quem de nós irá conseguir o intento?

Quem de vós trará o que pedi?

Cada um de vocês deve ser responsável por seu material.

b) Se o elemento que surgir antes das expressões estiver no plural (quais, alguns, muitos...), o verbo tanto poderá ficar na terceira pessoa do plural, quanto concordar com o pronome nós ou vós.

Quantos de nós irão / iremos conseguir o intento?

Quais de vós trarão / trareis o que pedi?

Muitos de vocês não se responsabilizam por seu material.

Sujeito sendo pronome relativo

Quando o pronome relativo exercer a função de sujeito, deveremos analisar o seguinte:

a) Pronome Relativo que:

O verbo concordará com o elemento antecedente.

Fui eu que quebrei a vidraça. (Eu quebrei a vidra-ça)

Fomos nós que telefonamos a você. (Nós telefo-namos a você)

Estes são os garotos que foram expulsos da esco-la. (Os garotos foram expulsos)

b) Pronome Demonstrativo o, a, os, as + Pronome Relativo que:

O verbo concordará com o pronome demonstrati-vo, ficando, então, na terceira pessoa do singular, ou na terceira pessoa do plural.

Fui eu o que quebrou a vidraça. (O que quebrou a vidraça fui eu)

Foste tu a que me enganou. (A que me enganou foste tu)

Fomos nós os que telefonaram a você. (Os que te-lefonaram a você fomos nós)

Fostes vós os que me engaram. (Os que me enga-ram fostes vós)

c) Pronome Relativo quem: O verbo ficará na terceira

pessoa do singular.

Fui eu quem quebrou a vidraça. (Quem quebrou a vidraça fui eu)

Foste tu quem quebrou a vidraça. (Quem quebrou a vidraça foste tu)

Foi ele quem quebrou a vidraça. (Quem quebrou a vidraça foi ele)

Fomos nós quem quebrou a vidraça. (Quem que-brou a vidraça fomos nós)

Fostes vós quem quebrou a vidraça. (Quem que-brou a vidraça fostes vós)

Foram eles quem quebrou a vidraça. (Quem que-brou a vidraça foram eles)

Um dos ... que

Quando o sujeito for iniciado pela expressão Um dos que, deveremos analisar o seguinte:

a) É certo que o elemento é o único a praticar a ação:

O verbo ficará no singular. Por exemplo, a frase Rogério Ceni é um dos goleiros brasileiros que mais fez gols tem o verbo no singular, pois é certo que, dos

goleiros brasileiros, Rogério Ceni foi o que mais vezes fez gols.

b) É certo que o elemento não é o único a praticar a ação:

O verbo ficará no plural. Por exemplo, a frase Ca-sagrande é um dos ex-jogadores de futebol que traba-lham como comentarista esportivo tem o verbo no

plural, pois é certo que, além de Casagrande, há outros ex-jogadores de futebol, trabalhando como comentarista esportivo - Falcão, Júnior, Tostão, Rivelino...

c) Não se sabe se o elemento é o único a praticar a ação ou não:

O verbo tanto poderá ficar no plural, quanto no singular. Por exemplo, a frase São Paulo é uma das cidades que mais sofre / sofrem com a poluição é facultativo, pois não há como medir se São Paulo é a

que mais sofre, ou se, além dela, há outras que sofrem tanto. Outra explicação também é a questão de se querer dar ênfase ao elemento: se se quiser enfatizar o problema em São Paulo, coloca-se o verbo no singular.

LÍNGUA PORTUGUESA 55

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Nenhum dos ... Que

Quando o sujeito for iniciado pela expressão Ne-nhum dos que, o primeiro verbo ficará no plural, e o

segundo, no singular.

Nenhum dos alunos que me procuraram trouxe o material.

Nenhuma das pessoas que chegaram atrasadas tem justificativa.

Porcentagem + Substantivo

Quando o sujeito for formado por porcentagem e substantivo, existirão três regras:

a) Porcentagem + Substantivo, sem modificador da porcentagem:

Facultativamente o verbo poderá concordar com a porcentagem ou com o substantivo.

1% da turma estuda muito.

1% dos alunos estuda / estudam muito.

10% da turma estuda / estudam muito.

10% dos alunos estudam muito.

b) Porcentagem + Substantivo, com modificador da porcentagem:

O verbo concordará com o modificador, que pode ser pronome demonstrativo, pronome possessivo, artigo...

Os 10% da turma estudam muito.

Este 1% dos alunos estuda mais.

c) Mais de, menos de, cerca de, perto de, antes da porcentagem:

O verbo concordará apenas com a porcentagem.

Mais de 1% dos alunos estuda muito.

Menos de 10% da turma estudam muito.

Núcleos ligados pela conjunção "e"

01) Verbo após os núcleos:

Ficará no plural o verbo que estiver após o sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela conjunção e:

O hotel e a cidade são maravilhosos.

Machado de Assis e Guimarães Rosa estão entre os melhores escritores do mundo.

Obs.:

Quando os núcleos forem sinônimos ou estiverem formando gradação, o verbo deverá ficar no singular.

"A lisura e a sinceridade frequenta pouco o Congresso Nacional." lisura = sinceridade.

"Cada rosto, cada voz, cada corpo lhe lembrava a amada."

"Um olhar, um arquejar de sobrancelhas, um aceno com a cabeça bastava para a paquera ser bem sucedida."

02) Verbo antes dos núcleos:

Facultativamente ficará no plural ou concordará com o núcleo mais próximo o verbo que estiver antes do sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela con-junção e:

É maravilhoso o hotel e a cidade.

São maravilhosos o hotel e a cidade.

É maravilhosa a cidade e o hotel.

Sujeito composto por pessoas diferentes

Se o sujeito for formado por pessoas diferentes (eu, tu, ele, ela ou você), o verbo ficará no plural, con-

cordando com a pessoa de número mais baixo na se-quência (1ª, 2ª ou 3ª). Não havendo a 1ª pessoa (eu ou ), e havendo a 2ª pessoa (tu ou vós), o verbo tanto poderá ficar na 2ª pessoa do plural, quanto na 3ª pessoa do plural.

Continuam valendo as regras anteriores, ou seja, se o verbo vier depois do sujeito composto, ficará no plu-ral; se vier antes, concordará com o mais próximo ou ficará no plural.

Teté e eu passamos as férias em Águas de Santa Bárbara.

Passei as férias em Águas de Santa Bárbara eu e Teté.

Passamos as férias em Águas de Santa Bárbara eu e Teté.

Tu e Walmor estais equivocados.

Tu e Walmor estão equivocados.

Estás equivocado tu e Walmor.

Estais equivocados tu e Walmor.

Estão equivocados tu e Walmor.

Núcleos ligados pela conjunção ou

Quando os núcleos do sujeito composto forem li-gados pela conjunção ou, deve-se analisar se há ou não exclusão, ou seja, analisar se um elemento, ao praticar a

ação, impede que o outro também a pratique.

01) Havendo ideia de exclusão:

Quando houver um elemento praticando a ação e, com isso, impedindo que o outro também a pratique, o verbo ficará no singular.

Dida ou Marcos será o goleiro titular da seleção.

O Presidente ou o Governador fará o discurso de abertura do Congresso.

02) Não havendo ideia de exclusão:

Quando não houver um elemento praticando a ação e, com isso, impedindo que o outro também a prati-que, o verbo ficará no plural.

Dida ou Marcos poderão ser convocados para a Copa de 2002.

O Presidente ou o Governador estarão presentes na abertura do Congresso.

Núcleos ligados pela preposição "com"

01) Verbo após os núcleos:

Facultativamente ficará no plural ou concordará com o primeiro núcleo o verbo que estiver após o sujeito composto cujos núcleos sejam ligados pela preposição com.

O gerente com os funcionários dará início à pro-moção de descontos.

O gerente com os funcionários darão início à pro-moção de descontos.

02) Verbo antes dos núcleos:

Concordará com o núcleo mais próximo o verbo que estiver antes do sujeito composto cujos núcleos se-jam ligados pela preposição com.

56 LÍNGUA PORTUGUESA

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Dará início à promoção de descontos o gerente com os funcionários.

Aposto resumidor / conectivos correlatos

O Aposto resumidor é normalmente representado por pronome indefinido (tudo, nada, ninguém, alguém, todos...) ou por pronome demonstrativo (isto, isso, aquilo...), resumindo o sujeito composto. O verbo, excep-

cionalmente, concordará com o aposto resumidor.

Brinquedos, roupas, jogos, nada tirava a angústia daquele jovem.

Amigos, parentes, companheiros de trabalho, nin-guém se incomodou com sua ausência.

Quando o sujeito composto tem os elementos liga-dos por conectivos correlatos: assim ... como, não só ... mas também, tanto ... como, nem ... nem, o verbo ficará

no plural. O singular é raro.

Tanto o irmão como a esposa ignoraram seu pedi-do de ajuda.

Não só Pedro mas também Eduardo estão à sua procura.

Um e outro / um ou outro / nem um nem outro

Um e outro

Quando o sujeito for a expressão um e outro, o substantivo correspondente a ela ficará no singular, o adjetivo no plural e o verbo facultativamente no singular ou no plural.

Um e outro aluno indisciplinados será punido.

Um e outro aluno indisciplinados serão punidos.

Um ou outro

Quando o sujeito for a expressão um ou outro, o verbo ficará no singular.

Um ou outro esteve à sua procura.

Nem um nem outro

Quando o sujeito for a expressão nem um nem ou-tro, o verbo ficará no singular, porém há gramáticos que o admitem no plural.

Nem um nem outro terá coragem de se revelar.

"Nem um nem outro compareceram."(Carlos Góis)

Verbos Especiais

01) O verbo Ser:

a) Quando o verbo ser e o predicativo do sujeito fo-

rem numericamente diferentes (um no singular, outro no plural), o verbo deverá ficar no plural.

O vestibular são as esperanças dos estudantes.

Tudo são flores, quando se é criança.

b) Se o sujeito representar uma pessoa ou se for

pronome pessoal, o verbo concordará com ele.

Aline é as alegrias do namorado.

O Presidente é as esperanças do povo brasileiro.

c) Se o sujeito for uma quantidade no plural, e o

predicativo do sujeito, palavra ou expressão como muito, pouco, o bastante, o suficiente, uma fortuna, uma miséria, o verbo ficará no singular.

Cem reais é muito, por esse produto.

Duzentos gramas de carne é pouco.

d) Na indicação de horas ou distâncias, o verbo

concordará com o numeral.

Era meio-dia, quando ele chegou.

São duas horas.

É 1h58min.

e) Na indicação de datas, o verbo poderá ficar no

singular, concordando com a palavra dia, ou no plural, concordando com a palavra dias.

É 1º de outubro. = É dia 1º de outubro ou É o pri-meiro dia de outubro.

É 15 de setembro = É dia quinze de setembro.

São 15 de setembro = São quinze dias de setem-bro.

02) O verbo Haver:

O verbo haver é impessoal, no sentido de existir, de acontecer ou indicando tempo decorrido; por isso fica na 3ª pessoa do singular - caso esteja acompanhado de um verbo auxiliar, formando uma locução verbal, ambos ficarão no singular. Nos outros sentidos, concorda com o sujeito.

Havia um mês, nós estávamos à sua procura.

Poderá haver confrontos entre os policiais e os grevistas.

Os alunos haviam ficado revoltados.

Haja vista:

a) Com a prep. a: haver no singular; vista invariá-

vel;

Haja vista ao exemplo dado.

Haja vista aos exemplos dados.

b) Sem a prep. a: haver no singular ou concorda

com o substantivo; vista invariável.

Haja vista o exemplo dado.

Haja vista os exemplos dados.

Hajam vista os exemplos dados.

03) O verbo Fazer:

O verbo fazer é impessoal, indicando tempo decor-rido e fenômeno natural; por isso fica na 3ª pessoa do singular - caso esteja acompanhado de um verbo auxiliar, formando uma locução verbal, ambos ficarão no singular. Nos outros sentidos, concorda com o sujeito.

Faz três meses que não o vejo.

Faz 35º no verão, em Londrina.

Deve fazer cinco anos que ele morreu.

04) Outros verbos impessoais:

Os outros verbos impessoais, que também ficam na terceira pessoa do singular, são os seguintes:

Fenômenos da natureza:

Chove há três dias sem parar.

Choveram pedras.

Nesse último caso, o verbo não é impessoal, pois o sujeito está claro.

LÍNGUA PORTUGUESA 57

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Passar de, indicando horas:

Já passa das 11h30.

Já passava das oito horas, quando ela chegou.

Chegar de e bastar de, no imperativo:

Chega de firulas! Vamos ao assunto.

Basta de conversas, meninos!

05) Os verbos Dar, Bater e Soar:

Concordam com o sujeito, que pode ser:

a) o relógio, a torre, o sino...

O relógio deu quatro horas.

O sino soou cinco horas.

b) as horas.

O numeral que marca as horas funcionará como sujeito, quando o relógio, a torre, o sino funcionarem co-mo adjunto adverbial de lugar - com a prep. em, ou quan-do eles não aparecerem na oração.

No relógio, deram quatro horas.

No sino, soaram cinco horas.

Bateram sete horas.

06) O verbo Parecer + infinitivo:

Quando o verbo parecer surgir antes de outro ver-bo no infinitivo, duas ocorrências podem acontecer:

a) Pode ocorrer a formação de uma locução ver-

bal. Nesse caso, o verbo parecer concordará com o sujei-to, e o verbo no infinitivo ficará invariável.

As meninas parecem estar nervosas.

Os alunos parecem estudar deveras.

b) Pode ocorrer a formação de um período com-

posto, com o verbo parecer na oração principal, invariável, e o verbo no infinitivo, formando oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo, concordando com o sujeito.

As meninas parece estarem nervosas.

Os alunos parece estudarem deveras.

Nesses dois casos, se desenvolvermos as ora-ções, teremos:

Parece as meninas estarem nervosas. Proveio de Parece que as meninas estão nervosas.

Parece os alunos estudarem deveras. Proveio de Parece que os alunos estudam deveras.

07) A Partícula Apassivadora:

O verbo na voz passiva sintética, construída com o pronome se, concorda normalmente com o sujeito. A maneira mais fácil de se comprovar que a oração está na voz passiva sintética é passando-a para a voz passiva analítica: Alugam-se casas muda para Casas são aluga-das. Sempre que for possível essa transformação, o se será chamado de Partícula Apassivadora. Para relembrar esse estudo clique aqui.

Entregam-se encomendas. = Encomendas são en-tregues por alguém.

Ouviram-se muitas histórias. = Muitas histórias fo-ram ouvidas.

Sabe-se que ele não virá. = Que ele não virá é sa-bido.

08) O Índice de Indeterminação do Sujeito:

O pronome se, sendo índice de indeterminação do sujeito, deixa o verbo na terceira pessoa do singular; haverá I.I.S. quando surgir na oração VI, sem sujeito cla-ro; VTI, com OI; VL, com PS e VTD, com ODPrep. Para relembrar esse estudo clique aqui.

Morre-se de fome no Brasil.

Assiste-se a filmes interessantes.

Aqui se está satisfeito.

Respeita-se a Robertoldo.

EXERCÍCIOS

Texto Regulação e democracia 1

5

10 15

20

25

Ao longo da História, surgiram ondas de

inovação e até modismos que buscavam o mesmo objetivo: responder melhor às de-

mandas da população em relação ao setor público. São muitas as experiências bem-sucedidas. Mas a ação modernizadora tam-bém gera suas distorções. É verdade que, diante da tradição brasileira de quebras contratuais e de instabilidade institucional,

ao querer atrair capital privado para os serviços públicos e assegurar um pacto duradouro entre usuários, investidores e governos, teríamos obrigatoriamente de construir agências profissionalizadas, com autonomia, erguidas sobre regras especiais, que as protegessem das oscilações conjun-

turais. Assim estaria assegurado o respeito

às regras do jogo. Simples seria se tivés-semos governos coordenando políticas pú-blicas, as agências desempenhando suas funções regulatórias e a iniciativa privada investindo em um ambiente competitivo. Mas, por diversas vezes, assistimos a go-

vernos querendo avançar em tarefas regu-latórias, agências reivindicando a formula-ção e a implementação de políticas públicas e setores tentando politizar a fiscalização dos serviços e a fixação de tarifas.

Marcus Pestana. Regulação e democracia. In: Cor-

reio Braziliense, 7/8/2001, ―Opinião‖, p. 5 (com adap-

tações).

De acordo com a argumentação do texto, ―a ação mo-dernizadora também gera suas distorções‖ (linhas

6-7). Julgue os itens abaixo conforme representem, no texto, exemplos dessas ―distorções‖.

257 ( ) governos exercerem tarefas regulatórias.

258 ( ) as agências formularem políticas públicas.

259 ( ) os setores da iniciativa privada investirem em ambiente competitivo.

260 ( ) as agências desempenharem funções regulató-rias.

261 ( ) a iniciativa privada politizar a fiscalização de servi-ços.

Julgue os itens a seguir a respeito do emprego das for-mas verbais e regras de concordância verbal no texto.

262 ( ) A forma impessoal em querer (linha 10) é opcio-

nal: caberia também empregar a forma flexionada no plural, querermos.

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263 ( ) Na linha 13, o plural em teríamos deve-se ao plural em investidores e governos.

264 ( ) O plural em protegessem (linha 16) deve-se ao plural em oscilações conjunturais (linhas 16-17).

265 ( ) Na linha 19, se governos fosse empregado no singular, a forma verbal tivéssemos (linhas 18-19)

também deveria ir para o singular.

266 ( ) a forma verbal surgiram (linha 1) está no plural para concordar com seu sujeito ondas de inovação

(linhas 1-2).

267 ( ) A estrutura regras do jogo (linha 18) constitui sujeito da forma passiva do verbo assegurar (linha

17).

268 ( ) A oração teríamos obrigatoriamente de cons-truir agências profissionalizadas (linhas 13-14) constitui o sujeito do verbo ser na expressão é verda-de (linha 7), por essa razão o verbo ser mantém-se no

singular.

Julgue os itens abaixo quanto à correção sintática do período.

269 ( ) A busca da competitividade da indústria brasileira de software e outros produtos passam, necessaria-mente, pelo alcance de padrões de qualidade e produ-tividade internacionalmente aceitos.

270 ( ) As pesquisas de satisfação, o registro e o acom-panhamento das reclamações dos clientes revestem-se de importância à proporção que os dados coletados são utilizados pelas empresas na revisão de seus pro-jetos ou na especificação de novos produtos ou servi-ços.

271 ( ) As pesquisas diretas com empresas que desen-volvem software no Brasil vêm sendo realizadas com o objetivo de acompanhar a evolução desse setor quan-to a aspectos do planejamento estratégico, sistemas da qualidade e certificação para a qualidade dos pro-dutos.

272 ( ) Estratégias e ações propostas à luz de diag-nósticos objetivos e fidedignos representam uma base sólida para a promoção da competição internacional dos produtos e serviços brasileiros, no momento em que as economias mundiais passam por processos de globalização.

273 ( ) A contabilização de custos da qualidade está associada a ferramentas de maior complexidade, que se adapta principalmente a sistemas da qualidade em fase relativamente madura.

10 REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL.

A regência estuda a relação existente entre os termos de uma oração ou entre as orações de um perío-do. A regência verbal estuda a relação de dependência que se estabelece entre os verbos e seus complementos. Na realidade o que estudamos na regência verbal é se o verbo é transitivo direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto ou intransitivo e qual a preposição relacionada com ele.

Verbos Transitivos Diretos

São verbos que indicam que o sujeito pratica a ação, sofrida por outro elemento, denominado objeto direto. Por essa razão, uma das maneiras mais fáceis de se analisar se um verbo é transitivo direto é passar a oração para a voz passiva, pois somente verbo transitivo direto admite tal transformação, além de obedecer, pagar e perdoar, que, mesmo não sendo VTD, admitem a passi-

va. O objeto direto pode ser representado por um subs-tantivo ou palavra substantivada, uma oração (oração subordinada substantiva objetiva direta) ou por um pro-nome oblíquo. Os pronomes oblíquos átonos que funcio-nam como objeto direto são os seguintes: me, te, se, o, a, nos, vos, os, as. Os pronomes oblíquos tônicos que funcionam como objeto direto são os seguintes: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Como são pronomes

oblíquos tônicos, só são usados com preposição, por isso se classificam como objeto direto preposicionado.

Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos diretos: Há verbos que surgirão em mais de uma lista, pois têm mais de um significado e mais de uma regência.

Aspirar será VTD, quando significar sorver, ab-sorver.

• Como é bom aspirar a brisa da tarde.

Visar será VTD, quando significar mirar ou dar visto.

• O atirador visou o alvo, mas errou o tiro.

• O gerente visou o cheque do cliente.

Agradar será VTD, quando significar acariciar ou contentar.

• A garotinha ficou agradando o cachorrinho por horas.

• Para agradar o pai, ficou em casa naquele dia.

Querer será VTD, quando significar desejar, ter a intenção ou vontade de, tencionar.

• Sempre quis seu bem.

• Quero que me digam quem é o culpado.

Chamar será VTD, quando significar convocar.

• Chamei todos os sócios, para participarem da reunião.

Implicar será VTD, quando significar fazer supor, dar a entender; produzir como consequência, acarre-tar.

• Os precedentes daquele juiz implicam grande honestidade.

• Suas palavras implicam denúncia contra o depu-tado.

Desfrutar e Usufruir são VTD sempre.

• Desfrutei os bens deixados por meu pai.

• Pagam o preço do progresso aqueles que menos o desfrutam. (e não desfrutam dele, como foi escrito no tema da redação da UEL em julho de 1996)

Namorar é sempre VTD. Só se usa a preposição com, para iniciar Adjunto Adverbial de Companhia. Esse verbo possui os significados de inspirar amor a, galan-tear, cortejar, apaixonar, seduzir, atrair, olhar com insistência e cobiça, cobiçar.

• Joanilda namorava o filho do delegado.

• O mendigo namorava a torta que estava sobre a mesa.

• Eu estava namorando este cargo há anos.

Compartilhar é sempre VTD.

• Berenice compartilhou o meu sofrimento.

Esquecer e Lembrar serão VTD, quando não fo-

rem pronominais, ou seja, caso não sejam usados com pronome, não serão usados também com preposição.

• Esqueci que havíamos combinado sair.

• Ela não lembrou o meu nome.

LÍNGUA PORTUGUESA 59

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Verbos Transitivos Indiretos

São verbos que se ligam ao complemento por meio de uma preposição. O complemento é denominado objeto indireto. O objeto indireto pode ser representado por um substantivo, ou palavra substantivada, uma oração (oração subordinada substantiva objetiva indireta) ou por um pronome oblíquo. Os pronomes oblíquos átonos que funcionam como objeto indireto são os seguintes: me, te, se, lhe, nos, vos, lhes. Os pronomes oblíquos tônicos

que funcionam como objeto indireto são os seguintes: mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, eles, elas.

Vamos à lista, então, dos mais importantes verbos transitivos indiretos: Há verbos que surgirão em mais de uma lista, pois têm mais de um significado e mais de uma regência.

Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. a

Aspirar será VTI, com a prep. a, quando significar almejar, objetivar.

• Aspiramos a uma vaga naquela universidade.

Visar será VTI, com a prep. a, quando significar almejar, objetivar.

• Sempre visei a uma vida melhor.

Agradar será VTI, com a prep. a, quando significar ser agradável; satisfazer.

• Para agradar ao pai, estudou com afinco o ano todo.

Querer será VTI, com a prep. a, quando significar estimar.

• Quero aos meus amigos, como aos meus irmãos.

Assistir será VTI, com a prep. a, quando significar ver ou ter direito.

• Gosto de assistir aos jogos do Santos.

• Assiste ao trabalhador o descanso semanal re-munerado.

Custar será VTI, com a prep. a, quando significar

ser difícil. Nesse caso o verbo custar terá como sujeito

aquilo que é difícil, nunca a pessoa, que será obje-to indireto.

• Custou-me acreditar em Hipocárpio. e não Eu custei a acreditar...

Proceder será VTI, com a prep. a, quando signifi-car dar início.

• Os fiscais procederam à prova com atraso.

Obedecer e desobedecer são sempre VTI, com a

prep. a.

• Obedeço a todas as regras da empresa.

Revidar é sempre VTI, com a prep. a.

• Ele revidou ao ataque instintivamente.

Responder será VTI, com a prep. a, quando pos-

suir apenas um complemento.

• Respondi ao bilhete imediatamente.

• Respondeu ao professor com desdém.

Caso tenha dois complementos, será VTDI, com a prep. a.

Alguns verbos transitivos indiretos, com a prep. a, não admitem a utilização do complemento lhe. No lugar, deveremos colocar a ele, a ela, a eles, a elas. Dentre

eles, destacam-se os seguintes:

Aspirar, visar, assistir(ver), aludir, referir-se, anuir.

Quando houver, na oração, um verbo transitivo in-direto, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

• Assisti à peça das meninas do terceiro colegial.

Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. com

Simpatizar e Antipatizar sempre são VTI, com a

prep. com. Não são verbos pronominais, portanto não existe o verbo simpatizar-se, nem antipatizar-se.

• Sempre simpatizei com Eleodora, mas antipatizo com o irmão dela.

Implicar será VTI, com a prep. com, quando signi-ficar antipatizar.

• Não sei por que o professor implica comigo.

Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. de

Esquecer-se e lembrar-se serão VTI, com a prep. de, quando forem pronominais, ou seja, somente quando

forem usados com pronome, poderão ser usados com a prep. de.

• Esqueci-me de que havíamos combinado sair.

• Ela não se lembrou do meu nome.

Proceder será VTI, com a prep. de, quando signi-ficar derivar-se, originar-se.

• Esse mau-humor de Pedro procede da educação que recebeu.

Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. em

Consistir é sempre VTI, com a prep. em. Esse verbo significa cifrar-se, resumir-se ou estar firmado, ter por base, ser constituído por.

• O plano consiste em criar uma secretaria especi-al.

Sobressair é sempre VTI, com a prep. em. Não é verbo pronominal, portanto não existe o verbo sobressa-ir-se.

• Quando estava no colegial, sobressaía em todas as matérias.

Verbos Transitivos Indiretos, com a prep. por

Torcer é VTI, com a prep. por. Pode ser também

verbo intransitivo. Somente neste caso, usa-se com a prep. para, que dará início a Oração Subordinada Ad-verbial de Finalidade. Para ficar mais fácil, memorize

assim: Torcer por + substantivo ou pronome. Torcer para + oração (com verbo).

• Estamos torcendo por você.

• Estamos torcendo para você conseguir seu inten-to.

Chamar será VTI, com a prep. por, quando signifi-car invocar.

• Chamei por você insistentemente, mas não me ouviu.

Verbos Transitivos Diretos e Indiretos

São os verbos que possuem os dois complemen-tos - objeto direto e objeto indireto.

Chamar será VTDI, com a prep. a, quando signifi-car repreender.

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• Chamei o menino à atenção, pois estava conver-sando durante a aula.

• Chamei-o à atenção.

Obs.: A expressão Chamar a atenção de alguém não significa repreender, e sim fazer se notado. Por exemplo: O cartaz chamava a atenção de todos que por ali passavam.

Implicar será VTDI, com a prep. em, quando signi-ficar envolver alguém.

• Implicaram o advogado em negócios ilícitos.

Custar será VTDI, com a prep. a, quando significar causar trabalho, transtorno.

• Sua irresponsabilidade custou sofrimento a toda a família.

Agradecer, Pagar e Perdoar são VTDI, com a prep. a. O objeto direto sempre será a coisa, e o objeto indireto, a pessoa.

• Agradeci a ela o convite.

• Paguei a conta ao Banco.

• Perdôo os erros ao amigo.

Pedir é VTDI, com a prep. a. Sempre deve ser

construído com a expressão Quem pede, pede algo a

alguém. Portanto é errado dizer Pedir para que al-

guém faça algo.

• Pedimos a todos que tragam os livros.

Preferir é sempre VTDI, com a prep. a. Com esse verbo, não se deve usar mais, muito mais, mil vezes, nem que ou do que.

• Prefiro estar só a ficar mal-acompanhado.

Avisar, advertir, certificar, cientificar, comuni-car, informar, lembrar, noticiar, notificar, prevenir são VTDI, admitindo duas construções: Quem informa, in-forma algo a alguém ou Quem informa, informa al-guém de algo.

• Advertimos aos usuários que não nos responsa-bilizamos por furtos ou roubos.

• Advertimos os usuários de que não nos respon-sabilizamos por furtos ou roubos.

Quando houver, na oração, um verbo transitivo di-reto e indireto, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno deno-minado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

Advertimos às alunas que não poderiam usar a sala fora do horário de aula.

Verbos Intransitivos

São os verbos que não necessitam de complemen-tação. Sozinhos, indicam a ação ou o fato.

Assistir será intransitivo, quando significar morar.

• Assisto em Londrina desde que nasci.

Custar será intransitivo, quando significar ter pre-ço.

• Estes sapatos custaram R$50,00.

Proceder será intransitivo, quando significar ter fundamento.

• Suas palavras não procedem!

Morar, residir e situar-se sempre são intransiti-

vos.

• Moro em Londrina; resido no Jardim Petrópolis; minha casa situa-se na rua Cassiano Ricardo.

Deitar-se e levantar-se são sempre intransitivos.

• Deito-me às 22h e levanto-me às 6h.

Ir, vir, voltar, chegar, cair, comparecer e dirigir-se são intransitivos. Aparentemente eles têm complemen-

to, pois Quem vai, vai a algum lugar. Porém a indicação de lugar é circunstância, e não complementação. Classifi-camos como Adjunto Adverbial de Lugar. Alguns gramáti-cos classificam como Complemento Circunstancial de Lugar. Esses verbos exigem a prep. a, na indicação de destino, e de, na indicação de procedência.

Só se usa a prep. em, na indicação de meio, ins-trumento.

• Cheguei de Curitiba há meia hora.

• Vou a São Paulo no avião das 8h.

Quando houver, na oração, um verbo intransitivo, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

• Vou à Bahia.

Verbos de regência oscilante

VTD ou VTI, com a prep. a

Assistir pode ser VTD ou VTI, com a prep. a, quando significar ajudar, prestar assistência.

• Minha família sempre assistiu o Lar dos Velhi-nhos.

• Minha família sempre assistiu ao Lar dos Velhi-nhos.

Chamar pode ser VTD ou VTI, com a prep. a, quando significar dar qualidade. A qualidade pode vir

precedida da prep. de, ou não.

• Chamaram-no irresponsável.

• Chamaram-no de irresponsável.

• Chamaram-lhe irresponsável.

• Chamaram-lhe de irresponsável.

Atender pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

• Atenderam o meu pedido prontamente.

• Atenderam ao meu pedido prontamente.

Anteceder pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

• A velhice antecede a morte.

• A velhice antecede à morte.

Presidir pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

• Presidir o país.

• Presidir ao país.

Renunciar pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

• Nunca renuncie seus sonhos.

• Nunca renuncie a seus sonhos.

Satisfazer pode ser VTD ou VTI, com a prep. a.

• Não satisfaça todos os seus desejos.

• Não satisfaça a todos os seus desejos.

VTD ou VTI, com a prep. de

Precisar e necessitar podem ser VTD ou VTI,

com a prep. de.

• Precisamos pessoas honestas.

• Precisamos de pessoas honestas.

Abdicar pode ser VTD ou VTI, com a prep. de, e

também VI.

• O Imperador abdicou o trono.

• O Imperador abdicou do trono.

LÍNGUA PORTUGUESA 61

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• O Imperador abdicou.

Gozar pode ser VTD ou VTI, com a prep. de.

• Ele não goza sua melhor forma física.

• Ele não goza de sua melhor forma física.

VI ou VTI, com a prep. a

Faltar, Bastar e Restar podem ser VI ou VTI, com

a prep. a.

• Muitos alunos faltaram hoje.

• Três homens faltaram ao trabalho hoje.

• Resta aos vestibulandos estudar bastante.

Na última frase apresentada não há erro algum, como à primeira vista possa parecer. A tendência é de o aluno concordar o verbo estudar com a palavra vestibu-lando, construindo a oração assim: Resta os vestibulan-dos estudarem. Porém essa construção está totalmente errada, pois o verbo é transitivo indireto, portanto resta a alguém. Então vestibulandos funciona como objeto indire-to e não como sujeito. Nenhum verbo concorda com o objeto indireto.

Quando houver, na oração, um verbo transitivo in-direto, com a prep. a, seguido de um substantivo feminino, que exija o artigo a, ocorrerá o fenômeno denominado crase, que deve ser caracterizado pelo acento grave (à ou às).

Assisti à peça das meninas do terceiro colegial.

VI ou VTD

Pisar pode ser VI ou VTD. Quando for VI, admitirá a prep. em, iniciando Adjunto Adverbial de Lugar. •

Pisei a grama para poder entrar em casa.

• Não pise no tapete, menino!

EXERCÍCIOS

Texto

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10

15

20 25

O real não é constituído por coisas. Nossa experiência direta e imediata da rea-lidade nos leva a imaginar que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou huma-nas), isto é, de objetos Físicos, psíquicos, culturais oferecidos à nossa percepção e às nossas vivências.

Assim, por exemplo, costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma coisa. No entanto, o simples fato de que essa "coisa" possua um nome, que a cha-memos "montanha", indica que ela é, pelo menos, uma "coisa–para-nós", isto é, algo que possui um sentido em nossa experiên-

cia. Suponhamos que pertencemos a uma sociedade cuja religião é politeísta e cujos deuses são imaginados com formas e sen-timentos humanos, embora superiores aos dos homens, e que nossa sociedade expri-ma essa superioridade divina fazendo que

os deuses sejam habitantes dos altos luga-res. A montanha já não é uma coisa: é a morada dos deuses Suponhamos, agora, que somos uma empresa capitalista que pretende explorar minério de ferro e que descobrimos uma grande jazida numa mon-tanha. Como empresários, compramos a

montanha, que, portanto, não é uma coisa, mas propriedade privada. Visto que iremos

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explorá-la para obtenção de lucros. não é

uma coisa, mas capital. Ora, sendo propri-edade privada capitalista, só existe como tal

se for lugar de trabalho. Assim, a montanha não é coisa, mas relação econômica e, por-tanto, relação social. A montanha, agora, é matéria-prima num conjunto de forças pro-

dutivas, entre as quais se destaca o traba-lhador. Suponhamos, agora, que somos pintores. Para nós, a montanha é forma, cor, volume, linhas, profundidade - não é uma coisa, mas um campo de visibilidade.

Com base nas ideias e estruturas linguísticas do texto, julgue os itens a seguir:

274 ( ) O conhecimento da realidade é causa imediata dos objetos Físicos, psíquicos e culturais.

275 ( ) A percepção da realidade depende do modo como os homens relacionam-se entre si e com a natureza; depende dos propósitos dos investimentos simbólicos de cada cultura.

276 ( ) O exemplo da montanha, estendido a todos os entes reais, é utilizado no texto para provar que só a propriedade privada oferece campo real de trabalho, independentemente da ideologia adotada.

277 ( ) É necessária uma visão de artista e uma sensibili-dade de pintor para absorver todas as possibilidades de existência de uma "coisa", como a montanha, por exemplo.

278 ( ) o emprego da preposição a (linha 6) justifica-se pela regência da palavra oferecidos (linhas 5-6).

279 ( ) Se substituirmos a forma verbal pertencemos (linha 15) pela expressão fazemos parte a preposição a (linha 15) deve ser substituída pela preposição de.

280 ( ) A substituição da forma verbal suponhamos (linha 23) por imaginemos dispensa outras alterações

no texto. 281 ( ) a preposição para (linha 30) introduz uma ideia de

finalidade, portanto podendo ser substituída por a fim de sem outras alterações no período.

282 ( ) O uso da proposição a (linha 3) se deveu à regên-cia da forma verbal leva (linha 3).

283 ( ) a inserção da preposição de antes do relativo cujo (linha 16) traz erro gramatical ao período.

11 SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS – SEMÂNTICA.

O sentido das palavras é assunto dos mais contro-versos em gramática. Determinar o exato sentido de uma expressão não é tarefa fácil.

De acordo com a significação, as palavras podem ser classificadas: sinônimas, antônimas, homônimas e parônimas.

Vejamos alguns conceitos importantes que nos po-derão ajudar nessa tarefa.

Sinônimos:

São palavras que apresentam uma identidade de sentido, isso não significa dizer que elas tenham o mesmo sentido. A sinonímia perfeita é caso raro, senão inexisten-te, nas línguas naturais. Tomemos um exemplo: concubi-na e rapariga são dadas pelo dicionário Houaiss como sinônimas. Porém, é fácil percebermos que, aqui no Cea-rá, ninguém diria que Salomão (o rei bíblico) tinha 2000 raparigas, mas sim que ele possuía 2000 concubinas. Assim, percebemos que o sentido das palavras varia conforme o uso que fazemos delas.

Antônimos:

62 LÍNGUA PORTUGUESA

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São palavras que apresentam algum tipo de oposi-ção de sentido. Existem diversos tipos de antônimos. Por exemplo: segunda-feira se opõe aos outros dias da se-mana, essa oposição é diferente da que existe entre norte e sul ou entre norte e leste ou entre sogro e genro ou entre alto e baixo. Todas essas oposições são diferentes entre si, mas são oposições.

Sentido literal:

Podemos definir sentido literal como aquele mais comumente empregado por uma certa comunidade, aque-le sentido que constitui a norma de uma comunidade. Assim, em uma frase como: Minha vizinha possui um belo cachorro, a palavra cachorro, estará empregada em sentido literal (animal, mamífero, quadrúpede, doméstico, dito melhor amigo do homem e, no caso, da mulher). Por outro lado, se dizemos: Minha vizinha namora um ca-chorro, a palavra cachorro estará empregada em sentido não-literal (supomos que o namorado dela seja um ho-mem mal-afamado, sem-vergonha, enfim, um cachorro). É óbvio que se a vizinha sofre de algum distúrbio psicológi-co e de fato possui atração por animais o sentido da pala-vra cachorro seria, então, literal. Observemos que so-mente o contexto poderá nos dizer se uma palavra está empregada em sentido literal ou não-literal.

O contexto pode ainda nos ajudar na determinação do significado literal de uma palavra. É possível que uma mesma palavra apresente diversos significados literais, então é somente pelo contexto, pela relação que ela man-tém com as outras palavras da frase, que saberemos seu sentido. Tomemos a palavra cão nas frases seguintes:

O cão mordeu minha perna.

O cão está enferrujado, a arma não funcionará.

Marina está com o cão nos couros.

Em todas elas o sentido da palavra cão é literal, no entanto são sentidos diferentes; é somente pela relação com as outras palavras do enunciado que percebemos seu sentido, temos aí o sentido contextual.

EXERCÍCIOS

______1_______ reconhecer ___2___ o quadro instituci-onal é condição para o desenvolvimento econômico. A existência de instituições fortes e estáveis de natureza política, econômica e jurídica é ___3___ que distingue fundamentalmente os países mais avançados dos ____4_____. O esforço de criação e o aperfeiçoamento no âmbito institucional deverão ser especialmente rele-vantes na ___5____ de regimes fiscais e monetários confiáveis e na regulação do sistema financeiro e do mercado de capitais. (Carlos Antonio Rocca) Quanto ao preenchimento coeso e coerente da lacuna

correspondente, do texto acima, julgue os itens a se-guir.

284 ( ) O texto pode ter início (lacuna 1) com uma das expressões a seguir: Devem-se, É importante, É ne-cessário.

285 ( ) Na lacuna 2 tanto se pode colocar que como um

sinal de dois pontos. 286 ( ) Pode-se preencher a lacuna 3 com: elemento,

fator, aspecto, aquilo, o. 287 ( ) Na lacuna 4 é possível o emprego de: outros,

demais, mais desenvolvido. 288 ( ) Na lacuna 5 as palavras adequadas são: configu-

ração, consolidação, estruturação.

Gabarito

001 C 002 C 003 E 004 C 005 C

006 C 007 E 008 E 009 E 010 E

011 E 012 C 013 C 014 C 015 C

016 C 017 E 018 C 019 C 020 C

021 E 022 E 023 C 024 C 025 C

026 C 027 C 028 C 029 C 030 C

031 C 032 C 033 C 034 C 035 E

036 C 037 E 038 C 039 E 040 E

041 E 042 C 043 E 044 E 045 C

046 C 047 C 048 E 049 E 050 C

051 C 052 E 053 C 054 E 055 C

055/A C

056 E

056/A E

055 C 056 E 057 E 058 C

059 C 060 E 061 E 062 C 063 E

064 C 065 E 066 E 067 E 068 E

069 E 070 C 071 C 072 E 073 E

074 E 075 C 076 E 077 C 078 E

079 E 080 E 081 C 082 E 083 E

084 E 085 E 086 C 087 C 088 C

089 E 090 C 091 C 092 E 093 E

094 E 095 C 096 C 097 E 098 E

099 C 100 C 101 C 102 C 103 C

104 C 105 E 106 C 107 C 108 E

109 E 110 E 111 C 112 C 113 E

114 C 115 C 116 C 136 C 117 C

118 C 119 E 120 C 121 C 122 E

123 C 124 C 125 C 126 E 127 C

128 C 129 E 130 E 131 C 132 E

133 E 134 E 135 C 136 E 137 C

138 E 139 C 140 E 141 C 142 E

143 C 144 E 145 E 146 E 147 C

148 E 149 E 150 C 151 C 152 E

153 E 154 E 155 E 156 C 157 E

158 E 159 E 160 C 161 C 162 E

163 E 164 C 165 E 166 E 167 C

168 E 169 E 170 C 171 C 172 C

173 C 174 C 175 E 176 C 177 E

178 E 179 C 180 C 181 E 182 C

183 C 184 C 185 E 186 C 187 C

188 C 189 E 190 E 191 E 192 C

193 C 194 E 195 C 196 C 197 C

198 C 199 C 200 C 201 C 202 E

203 C 204 E 205 C 206 C 207 E

208 E 209 C 210 C 211 C 212 E

213 C 214 C 215 C 216 E 217 E

218 E 219 C 220 E 221 E 222 E

223 E 224 E 225 E 226 C 227 E

LÍNGUA PORTUGUESA 63

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228 C 229 E 230 V 231 C 232 C

233 E 234 C 235 E 236 C 237 E

238 E 239 C 240 C 241 C 242 C

243 E 244 C 245 C 246 C 247 C

248 C 249 E 250 C 251 E 252 E

253 E 254 E 255 C 256 C 257 C

258 C 259 E 260 E 261 C 262 C

263 E 264 E 265 E 266 C 267 E

268 C 269 E 270 C 271 C 272 C

273 E 274 E 275 C 276 E 277 E

278 C 279 C 280 C 281 E 282 C

283 C 284 C 285 C

288 C 289 E

QUESTÕES DE PROVAS IBADE

ADMINISTRADOR – ACRE - IBADE/2016

Texto para responder às questões de 01 a 15. Di-ploma não é solução

Vou confessar um pecado: às vezes, faço malda-des. Mas não faço por mal. Faço o que faziam os mestres zen com seus ―koans‖. ―Koans‖ eram rasteiras que os mestres passavam no pensamento dos discípulos. Eles sabiam que só se aprende o novo quando as certezas velhas caem. E acontece que eu gosto de passar rastei-ras em certezas de jovens e de velhos...

Pois o que eu faço é o seguinte. Lá estão os jo-vens nos semáforos, de cabeças raspadas e caras pinta-das, na maior alegria, celebrando o fato de haverem pas-sado no vestibular. Estão pedindo dinheiro para a festa! Eu paro o carro, abro a janela e na maior seriedade digo: ―Não vou dar dinheiro. Mas vou dar um conselho. Sou professor emérito da Unicamp. O conselho é este: sal-vem-se enquanto é tempo!‖. Aí o sinal fica verde e eu continuo.

―Mas que desmancha-prazeres você é!‖, vocês me dirão. É verdade. Desmancha-prazeres. Prazeres inocen-tes baseados no engano. Porque aquela alegria toda se deve precisamente a isto: eles estão enganados. Estão alegres porque acreditam que a universidade é a chave do mundo. Acabaram de chegar ao último patamar. As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáti-cos – nas culturas ditas primitivas, as provas a que têm de se submeter os jovens que passaram pela puberdade. Passadas as provas e os seus sofrimentos, os jovens deixaram de ser crianças. Agora são adultos, com todos os seus direitos e deveres. Podem assentar-se na roda dos homens. Assim como os nossos jovens agora podem dizer: ―Deixei o cursinho. Estou na universidade‖.

Houve um tempo em que as celebrações eram jus-tas. Isso foi há muito tempo, quando eu era jovem. Na-queles tempos, um diploma universitário era garantia de trabalho. Os pais se davam como prontos para morrer quando uma destas coisas acontecia: 1) a filha se casava. Isso garantia o seu sustento pelo resto da vida; 2) a filha tirava o diploma de normalista. Isso garantiria o seu sus-tento caso não casasse; 3) o filho entrava para o Banco do Brasil; 4) o filho tirava diploma.

O diploma era mais que garantia de emprego. Era um atestado de nobreza. Quem tirava diploma não preci-sava trabalhar com as mãos, como os mecânicos, pedrei-ros e carpinteiros, que tinham mãos rudes e sujas.

Para provar para todo mundo que não trabalhavam com as mãos, os diplomados tratavam de pôr no dedo um anel com pedra colorida. Havia pedras para todas as profissões: médicos, advogados, músicos, engenheiros. Até os bispos tinham suas pedras.

(Ah! Ia me esquecendo: os pais também se davam como prontos para morrer quando o filho entrava para o seminário para ser padre – aos 45 anos seria bispo – ou para o exército para ser oficial – aos 45 anos seria gene-ral.)

Essa ilusão continua a morar na cabeça dos pais e é introduzida na cabeça dos filhos desde pequenos. Pro-fissão honrosa é profissão que tem diploma universitário. Profissão rendosa é a que tem diploma universitário. Cria-se, então, a fantasia de que as únicas opções de profis-são são aquelas oferecidas pelas universidades.

[...]

Alegria na entrada. Tristeza ao sair. Forma-se, en-tão, a multidão de jovens com diploma na mão, mas que não conseguem arranjar emprego. Por uma razão aritmé-tica: o número de diplomados é muitas vezes maior que o número de empregos.

[...]

Tive um amigo professor que foi guindado, contra a sua vontade, à posição de reitor de um grande colégio americano no interior de Minas. Ele odiava essa posição porque era obrigado a fazer discursos. E ele tremia de medo de fazer discursos. Um dia ele desapareceu sem explicações. Voltou com a família para o seu país, os Estados Unidos. Tempos depois, encontrei um amigo comum e perguntei: ―Como vai o Fulano?‖. Respondeu-me: ―Felicíssimo. É motorista de um caminhão gigantesco que cruza o país!‖.

ALVES, Rubem. Diploma não é solução, Folha de S. Paulo, 25/05/2004. (Adaptado).

01. Sobre as ideias contidas no texto, leia as afirmativas a seguir.

I. Toda sociedade brasileira ainda acredita que o diploma é garantia de emprego, felicidade e satisfação pesso-al.

II. É imprescindível, para os jovens, participar das cele-brações que possuem sentido iniciáticos, aos moldes dos que ocorriam em sociedades primitivas.

III. O narrador assume postura realista, quanto à oferta limitada de emprego para os que têm diploma.

Está correto apenas o que se afirma em:

A) I.

B) I e II.

C) I e III.

D) II e III.

E) III.

02. Considerando-se a ideia produzida pelo autor, pode-se afirmar corretamente que:

A) todos profissionais diplomados estão sem emprego.

B) há diplomados insatisfeitos com a profissão que esco-lheram.

C) as universidades traçam o melhor caminho profissional para as pessoas.

D) os diplomados colocavam no dedo um anel com pedra colorida para satisfazer o desejo dos pais.

E) a ilusão de que profissão honrosa é a que exige diplo-ma universitário é obsoleta.

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03. Em ―às vezes, faço maldades. Mas não faço por mal.‖ e ―Alegria na entrada. Tristeza ao sair.‖ tem-se, res-pectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

A) antítese e antítese.

B) metáfora e anacoluto.

C) paradoxo e antítese.

D) metonímia e gradação.

E) hipérbole e sinestesia.

04. ―Cria-se, ENTÃO, a fantasia de que as únicas opções de profissão são aquelas oferecidas pelas universida-des.‖ A palavra em destaque nesse segmento poderia ser substituída, mantendo se o seu sentido original, por:

A) portanto.

B) entretanto.

C) contudo.

D) consoante.

E) porquanto.

05. O segmento ―Porque aquela alegria toda se deve precisamente a isto: eles estão enganados.‖ poderia ser reescrito, mantendo-se a correta colocação pro-nominal, uso adequado de pronomes, pontuação e mesmo sentido, por:

A) Porque toda aquela alegria, deve-se precisamente a isto: eles estão enganados.

B) Porque, aquela alegria toda, se deve, precisamente, a isto: eles estão enganados.

C) Porque toda aquela alegria, precisamente, se deve a isso – eles estão enganados.

D) Porque toda aquela alegria deve-se, precisamente, a isto: eles estão enganados.

E) Porque aquela alegria toda, se deve, precisamente, a isso: eles estão enganados.

06. Em ―Eles sabiam QUE SÓ SE APRENDE O NOVO quando as certezas velhas caem.‖, a oração destaca-da exerce a função de:

A) complemento nominal.

B) objeto direto.

C) objeto indireto.

D) adjunto adnominal.

E) adjunto adverbial.

07. ―O conselho é este: salvem-se enquanto é tempo!‖. Aí o sinal fica verde e eu continuo.‖ A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

I. O pronome ESTE tem valor catafórico.

II. A partícula SE, na construção realizada, exerce a fun-ção de índice de indeterminação do sujeito.

III. ENQUANTO atribui valor concessivo à oração a que pertence.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

A) I.

B) II.

C) I e III.

D) I e II.

E) II e III.

08. Sobre as formas destacadas e numeradas nos seg-mentos ―eram rasteiras que os mestres passavam no pensamento dos (1)DISCÍPULOS‖/ ―(2)AÍ o sinal fica verde e eu (3)CONTINUO.‖/ ―As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos (4)INICIÁTICOS‖ é correto afirmar que:

A) as palavras recebem acento pelo mesmo motivo.

B) a palavra 1 é acentuada por ser paroxítona e a 4 por ser proparoxítona.

C) o vocábulo 3 também deveria ser acentuado pelo mesmo motivo do 1.

D) as quatro palavras são paroxítonas com ditongo.

E) na palavra 2, acentua-se o ―i‖ tônico que forma o hiato com a vogal anterior.

09. Na estruturação do texto, a função dos dois-pontos no primeiro parágrafo é:

A) separar frases que possuem valor subordinativo.

B) representar a fala de uma pessoa ou personagem.

C) comunicar que se aproxima um enunciado.

D) apontar enumeração linear das ideias do texto.

E) indicar uma crítica ao que vai ser dito anaforicamente.

10. De acordo com os estudos de formação de palavras, o vocábulo destacado em ―Isso garantiria o seu SUS-TENTO caso não casasse‖ foi formado pelo processo de:

A) derivação parassintética.

B) derivação regressiva.

C) derivação sufixal.

D) aglutinação.

E) justaposição.

11. A passagem do texto em que o termo ou expressão destacado(a) tem uma forma equivalente corretamente indicada é:

A) ―E acontece QUE eu gosto de passar rasteiras‖ = onde

B) ―POIS o que eu faço é o seguinte‖. = no entretanto

C) ―MAS vou dar um conselho. = embora.

D) ―AÍ o sinal fica verde e eu continuo. = então

E) ―O diploma era MAIS que garantia de emprego.‖ = somente

12. Observe as seguintes ocorrências do pronome de-monstrativo no texto.

I. ―Porque aquela alegria toda se deve precisamente a ISTO‖

II. ―Ele odiava ESSA posição porque era obrigado a fazer discursos‖

III. ―ESSA ilusão continua a morar na cabeça dos pais‖ O s p r o n o m e s d e s t a c a d o s e x e r c e m , res-pectivamente, função:

A) catafórica, anafórica, anafórica.

B) anafórica, catafórica, anafórica.

C) anafórica, catafórica, catafórica.

D) catafórica, catafórica, exofórica.

E) anafórica, exofórica, catafórica.

13. ―As celebrações têm o mesmo sentido que os eventos iniciáticos – nas culturas ditas primitivas, as provas a que têm de se submeter os jovens que passaram pela

LÍNGUA PORTUGUESA 65

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puberdade.‖ A respeito do trecho acima, quanto aos aspectos gramatical, sintático e semântico, analise as afirmativas a seguir.

I. Na primeira oração do primeiro período, o verbo é im-pessoal.

II. O QUE, nas duas últimas ocorrências, inicia orações adjetivas.

III. MESMO é um pronome substantivo possessivo. Es-tá(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s):

A) I. B) II.

C) I e III.

D) I e II.

E) II e III.

14. Na frase ―Para provar para todo mundo QUE NÃO TRABALHAVAM COM AS MÃOS.‖, a oração em des-taque apresenta relação:

A) adjetiva.

B) adverbial.

C) substantiva.

D) conjuntiva.

E) causal.

15. Em ―Cria-se, então, a fantasia de que as únicas op-ções de profissão são aquelas oferecidas pelas uni-versidades.‖ o SE é:

A) índice de indeterminação do sujeito.

B) partícula expletiva.

C) conjunção subordinativa condicional.

D) pronome apassivador.

E) pronome reflexivo.

Gabarito:

66 LÍNGUA PORTUGUESA

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ANOTAÇÕES:

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_____________________________________________

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MATEMÁTICA

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1

MATEMÁTICA Teoria, dicas e questões pro assunto.

Prof. Nilo

[email protected]

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:

I - Números inteiros e racionais: operações e propriedades. Problemas. ....................................... 1/5

II - Números e grandezas proporcionais. Razão e proporção. Divisão proporcional. Regra de três simples. .............................................................. 12/15

III - Porcentagem. ........................................................... 18

IV - Equações do 1º grau. Problemas. ........................... 28

V - Máximo Divisor Comum (m.d.c.) e Mínimo Múltiplo Comum (m.m.c.). ...................................................... 5

CONJUNTOS – NOÇÕES GERAIS:

1. INTRODUÇÃO

A noção de conjunto é primitiva, ou seja, é aceita sem definição.

Intuitivamente, conjunto é toda coleção bem determinada de objetos. Coleção, grupo, classe e agrupamento, de certa forma, podem ser considerados sinônimos de conjuntos.

• Notação:

Os conjuntos são designados por letras maiúsculas do alfabeto latino: A, B, C, D, ... e os objetos, aos quais chamaremos elementos, por letras minúsculas: a, b, c, d, ...

2. REPRESENTAÇÃO DE UM CONJUNTO

Para representar um conjunto podemos usar qualquer processo ou método que nos permita identificar os seus elementos entre outros elementos dados.

Os principais métodos são:

1º - Por listagem ou tabulação

Consiste em citar todos os elementos do conjunto, separá-los por vírgula e limitá-los por chaves.

Ex.: Sendo V o conjunto das vogais teremos:

V = {a, e, i, o, u}

2º - Por sentenças abertas ou pela propriedade comum de seus elementos

Consiste em representar o conjunto por uma sentença aberta e os elementos do conjunto senão aqueles e apenas aqueles que tornam a sentença verdadeira.

Ex.: Sendo V o conjunto das vogais teremos:

V = {x: x é vogal}

3º - Por diagramas

Consiste em representar o conjunto citando os seus elementos no interior de uma curva fechada.

Ex.: Sendo V o conjunto das vogais teremos:

3. NÚMERO DE ELEMENTOS DO CONJUNTO

Sendo o conjunto V = {a, e, i, o, u}, dizemos que o número de elementos, a potência ou o cardinal do conjunto V é 5 e indicaremos assim: (V) = 5 ou # V = 5.

4. CONJUNTO UNITÁRIO

Sendo A = {x/x –1 = 3} ou A = {4}, dizemos que o conjunto A é unitário pois ele possui um só elemento.

Então: A é unitário n(A) = 1

5. CONJUNTO VAZIO

Sendo A = {x/x . 0 = 7}, dizemos que o conjunto A

é vazio ou nulo, pois ele não possui elementos.

Então: A é vazio n(A) = 0

Olhe: indicaremos o conjunto vazio assim: { } ou .

OBSERVAÇÃO

O conjunto A = {} é unitário e seu único

elemento é o símbolo , portanto {}, pois {}.

6. A RELAÇÃO DE PERTINÊNCIA

Dizemos que “algo” pertence a um conjunto ou é elemento do conjunto quando está na lista dos elementos do conjunto, isto é, quando “desfila” pelo conjunto.

Se “x” é elemento do conjunto A então indicaremo x é elemento de A ou x pertence a A.

Ex.1: Seja A = {1; 3} então: 1 A; 3 A e 5 A

Ex.2: Seja B = {{7};} então {7} B, B e 7 B.

► Importante!

1. Os elementos de um conjunto podem ser

conjuntos.

2. O vazio nem sempre é elemento de um conjunto.

7. RELAÇÃO DE INCLUSÃO - SUBCONJUNTO

Dizemos que um conjunto A está contido, é subconjunto ou é parte de um conjunto B e indicaremos A B, quando A é vazio ou quando todo elemento de A é também elemento de B

Ex.1: {1, 2, 3}

Ex.2: {1,3} {1,2,3}

Ex.3: {{2}} {{1},{2}}

► Importante!

1. O vazio é subconjunto de qualquer conjunto.

2. Todo conjunto é subconjunto de si próprio.

8. IGUALDADE DE CONJUNTOS

Dizemos que dois conjuntos são iguais se para eles valem as duas inclusões simétricas A B e B A.

Então: A = B A B e B A

Ex.1: Se A é o conjunto das letras da palavra AMÉRICA e B é o conjunto das letras da palavra IRACEMA

então A = B. Tá?

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2

Ex.2: O cardinal do conjunto das letras da palavra

ARARA é igual a 2. Sim?

9. CONJUNTO DAS PARTES

Dado um conjunto A, vazio ou não, chamaremos de conjunto das partes de A e indicaremos por IP(A)

como sendo o conjunto cujos elementos são todos os subconjuntos de A.

Então: IP(A) = {X; X A}

Ex.1: Se A = {1, 2} então IP(A) é o conjunto cujos

elementos são: ; {1}; {2}; {1; 2}.

Ex.2: Se B = () então o conjunto IP(B) possui um só

elemento que é o conjunto .

ou seja P(B) = {}.

10. NÚMERO DE SUBCONJUNTOS DE UM CONJUNTO

• Cuidado!

Se A é finito tem n elementos então A terá n2

subconjuntos.

Ex.1: O conjunto A = {1, 2, 4}

Tem 23 = 8 subconjuntos

Ex.2: O conjunto V = {a, e, i, o, u}

Tem 25 = 32 subconjuntos.

► Importante!

O número de elementos de P(A) é igual ao número de subconjuntos de A. Ok?

11. CONJUNTOS DISJUNTOS

Dizemos que dois conjuntos A e B, não vazios,

são disjuntos quando não possuem elementos em comum.

Ex.: A = {1; 3} e B = {2; 5} são disjuntos.

12. CONJUNTO UNIVERSO

É aquele conjunto U ao qual pertence todos os

elementos com os quais estamos trabalhando.

Ex.1: Quem trabalha com “letras” está trabalhando no universo U que é o alfabeto.

Ex.2: Quem trabalha com “vocábulos” está trabalhando no universo U que é o “dicionário”.

13. CONJUNTO COMPLEMENTAR

Seja A subconjunto de um universo U. Dizemos que o complementar de A em relação a U é o conjunto A

C

cujos elementos são todos os elementos de U que não pertencem ao conjunto A.

Ex.1: Se A = {2; 4} e U = {1; 2; 3; 4} então AC= {1; 3}.

Ex.2: Se U é o alfabeto e A é o conjunto das vogais então

AC será o conjunto das consoantes.

14. OPERAÇÕES COM CONJUNTOS

14.1. INTERSEÇÃO:

Interseção de dois conjuntos A e B é o conjunto

formado pelos elementos que pertencem ao mesmo tempo a ambos os conjuntos dados.

A B

Então: A B = {X; X A X B}

Ex.: Se A = {1; 3} e B = {2; 3; 4} então A B = {3}

Conclua que:

1º A B = B A

2º A =

3º A A = A

4º (A B) C= A (B C)

5º A B = , A e B são ditos disjuntos.

14.2. UNIÃO:

União de dois conjuntos A e B é o conjunto formado pelos elementos que pertencem a A ou a B ou a

ambos.

• Olhe: É o emprego de “ou” inclusivo.

A B

Então: A B = {X; X A ou X B}

Ex.: Se A={1;2;3} e B={2;3;4} então A B={1;2;3;4}

Conclua que:

1º A B = B A

2º A = A

3º A A = A

4º (A B) C = A (B C)

5º n(A B) = n(A) + n(B) – n(A B)

6º A B = A= e B =

14.3. DIFERENÇA:

Diferença entre os conjuntos A e B, nesta ordem, é o conjunto formado pelos elementos que pertencem a A, porém não pertencem a B.

A B

Então: A – B = {x; x A e X B}

Ex.: Se A = {1,2,3,4} e B = {2,3}

Então A – B = {1,4}

Conclua que:

1º A – A =

2º A – = A

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3

3º – A =

14.4. COMPLEMENTAR

Dados dois conjuntos A e B, se B A, a diferença A – B denomina-se complementar de B em relação a A e indica-se

BACBA

14.5. LEIS DE AUGUSTUS DE MORGAN

1.O complementar da reunião de dois conjuntos A e B é a interseção dos complementares desses conjuntos.

(A B)c = A

c B

c

2.O complementar da reunião de uma coleção finita de conjuntos é a interseção dos complementares desses conjuntos.

(A1 A2 ... An)c = A1

c A2

c .. An

c

3.O complementar da interseção de dois conjuntos A e B é a reunião dos complementares desses conjuntos.

(A B)c = A

c B

c

4.O complementar da interseção de uma coleção finita de conjuntos é a reunião dos complementares desses conjuntos.

(A1 A2 ... An)c = A1

c A2

c ... Anc

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (Vunesp) Numa classe de 30 alunos, 16 alunos

gostam de Matemática e 20 de História. O número de alunos desta classe que gostam de Matemática e de História é: a) exatamente 16. b) exatamente 10. c) no máximo 6. d) no mínimo 6. e) exatamente 18. 02. (UFF-97) Na eleição para prefeito de um município

concorreram os candidatos X e Y. O resultado final revelou que 38% dos eleitores votaram em X, 42% em Y, 16% nulo e 4% em branco. Se 25% dos

eleitores que votaram nulo, houvessem votado no candidato X e 50% dos que votaram em branco, houvessem votado em Y, o resultado seria:

a) 47,5% para X, 44% para Y, 6,5% nulos e 2% em

branco. b) 9,5% para X, 63% para Y, 25,5% nulos e 2% em

branco. c) 46% para X, 43% para Y, 8% nulos e 3% em branco. d) 42% para X, 44% para Y, 12% nulos e 2% em branco. e) 6,2% para X, 18,8% para Y, 25% nulos e 50% em

branco.

03. (UDESC-96) Seja A o conjunto dos naturais menores

que 10 e seja B outro conjunto tal que A B = A, A

B é o conjunto dos pares menores que 10. Então o conjunto B é:

a) vazio b) A B c) {x N | x < 10} d) {x N | x é par} e) qualquer conjunto de números que contenha A B 04. (PUCMG-97) Em um grupo de pessoas,30% têm mais

de 45 anos, 50% têm idade entre 30 e 40 anos, e as 16 restantes têm menos de 20 anos. O número de pessoas que têm mais de 45 anos é:

a) 12. b) 16. c) 20. d) 24. e) 30. 05. (PUCMG-97) Em uma empresa, 60% dos funcionários

lêem a revista A, 80% lêem a revista B, e todo

funcionário é leitor de pelo menos uma dessas revistas. O percentual de funcionários que lêem as duas revistas é:

a) 20%. b) 40%. c) 60%; d) 75%. e) 140%. 06. (Cesgranrio) Se A e B são conjuntos, A – (A – B) é

igual a: a) A b) B c) A – B d) A B e) A B 07. (FCC) Um conjunto X tem 32 subconjuntos, dois dos

quais são A = {a, b, c} e B = {a, b, d, e}. Nessas condições, é verdade que:

a) X = {a, b, c, d}. b) X = A B. c) X = B – A. d) X – A = {d, e}. e) X – B = {a, b}. 08. (FCC) Os editores das revistas Foto-mania e Musical

fizeram uma pesquisa entre os 400 alunos de uma escola. A pesquisa revelou que, desses alunos, 210 lêem a revista Musical, 190 lêem a revista Foto-mania e 50 não lêem revistas. O número de alunos que lêem somente a revista:

a) Musical é 160. b) Fotomania é 150. c) Musical é 170. d) Fotomania é 130. e) Musical é 180. 09. (PUC-MG/2000) Considere os conjuntos

A = { x R | –2 < x < 3}, B = {x R | 0 x 5} e C = A – B.

O número de elementos inteiros de C é:

a) 1. b) 2. c) 3. d) 4. e) 5.

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4

10. (UEPB-2000) Dada a inclusão dos seguintes

conjuntos: {a, b, c} X {a, b, c, d, e}, podemos afirmar que o número de conjuntos X é:

a) 3. b) 4. c) 5. d) 6. e) 7. 11. (FCC) Das pessoas presentes em uma festa, sabe-se

que a razão entre o número de mulheres e o de

homens, nessa ordem, é 13

7. Nessas condições, o

número de mulheres é igual a que porcentagem do total de pessoas presentes?

a) 35% b) 25% c) 20% d) 13% e) 7%

12. (FCC) Certo dia, César digitou, pela manhã, 5

2 do

total de páginas de um texto e, à tarde, 3

1 do número

de páginas restantes. Se ele deixou as últimas 36 páginas para digitar do dia seguinte, o total de páginas do texto era:

a) 87 b) 90 c) 92 d) 95 e) 98 13. (IEPRO) A Secretaria de Saúde de uma cidade

verificou que 10% da população estava com dengue e os restantes 90% estavam saudáveis. Hoje, verificou que 10% das pessoas que estavam enfermas se recuperaram e 10% das pessoas que estavam com saúde contraíram dengue. A porcentagem da população que, hoje, goza de boa saúde é:

a) 81% b) 82% c) 83% d) 84% 14. ( FUVEST ) Uma pesquisa de mercado sobre o

consumo de três marcas A, B e C de um determinado produto apresentou os seguintes resultados: A - 48% A e B - 18% B - 45% B e C - 25% C - 50% A e C - 15% nenhuma das 3 - 5% a) Qual é a porcentagem dos entrevistados que consomem as três marcas A, B e C? b) Qual é a porcentagem dos entrevistados que consomem uma e apenas uma das três marcas? 15. (Fgv) Em certo ano, ao analisar os dados dos

candidatos ao Concurso Vestibular para o Curso de Graduação em Administração, nas modalidades Administração de Empresas e Administração Pública, concluiu-se que * 80% do número total de candidatos optaram pela modalidade Administração de Empresas * 70% do número total de candidatos eram do sexo masculino * 50% do número de candidatos à modalidade Administração Pública eram do sexo masculino

* 500 mulheres optaram pela modalidade Administração Pública O número de candidatos do sexo masculino à modalidade Administração de Empresas foi a) 4 000 b) 3 500 c) 3 000 d) 1 500 e) 1 000 16. (Uff) Os conjuntos S, T e P são tais que todo elemento

de S é elemento de T ou P. O diagrama que pode representar esses conjuntos é:

17. (Unirio) Numa pesquisa para se avaliar a leitura de

três revistas "A", "B" e "C", descobriu-se que 81 pessoas lêem, pelo menos, uma das revistas; 61 pessoas lêem somente uma delas e 17 pessoas lêem duas das três revistas. Assim sendo, o número de pessoas mais bem informadas dentre as 81 é: a) 3 b) 5 c) 12 d) 29 e) 37 18. (Mackenzie) A e B são dois conjuntos tais que A-B

tem 30 elementos, A B tem 10 elementos e A B tem 48 elementos. Então o número de elementos de B-A é: a) 8 b) 10 c) 12 d) 18 e) 22 19. (Pucmg) O diagrama em que está sombreado o

conjunto (A B)-(A B) é:

20. (Pucmg) O diagrama em que está sombreado o

conjunto (AC)-(A B) é:

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5

GABARITO:

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

D D B D B E D A A B

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

A B B * C D A A A C

* a) 10% b) 57

CONJUNTOS NUMÉRICOS: NÚMEROS INTEIROS, RACIONAIS E REAIS

CONJUNTOS NUMÉRICOS

1. Números naturais (N)

N = {0, 1, 2, 3, 4, ...}

N* = {1, 2, 3, 4, ...}

2. Números inteiros (Z)

},3,2,1,0,1,2,3,{Z

},4,3,2,1,0{Z

}0,1,2,3,4,{Z

Relação de divisibilidade

Se a, b, c são números inteiros e ac = b então dizemos que, “a divide b” ou “a é fator de b” ou “a é divisor de b” ou “b é múltiplo de a” ou “b é divisível por a”.

Algoritmo da divisão

a b então a = bq + R e 0 R < |b|

R q

Números primos e compostos

• O inteiro “p” é chamado número primo se, se

somente se, p 1, p –1 e os divisores de p = {–p, –1, 1, p}.

• O inteiro “a” é chamado número composto se admite mais de quatro divisores inteiros.

• Números de divisores do inteiro n.

Dado o inteiro n, |n| > 1, tal que:

n = wzyx dcba , onde:

a, b, c, d são fatores primos de n e

x, y, z e w são números naturais não-nulos,

Então o número de divisores positivos de n é:

)1w)(1z)(1y)(1x(

MÁXIMO DIVISOR COMUM (MDC)

Dados os inteiros a e b, dizemos que o inteiro c é divisor comum de “a” e “b” se, e somente se, c divide a, c

divide b, ou seja, c )b(D)a(D

• DEFINIÇÃO DE MDC:

d = mdc (a, b) se somente se

)}b(D)a(D{maxd

então0bou0a

0)0,0(mdc

Mínimo Múltiplo Comum (MMC)

Dados os inteiros a e b, dizemos que c é múltiplo de a e b se, somente se, a divide c e b divide c.

• DEFINIÇÃO DE MMC

m = mmc (a, b) então:

0mcom)),b(m)a(mmin(mentão0be0a

0)b,a(mmcentão0bou0a

Para qualquer a, b inteiros temos:

|ab|)b,a(mmc)b,a(mdc

3. Número Racional (Q)

São todos aqueles que podem ser colocados na

forma de fração (com o numerador e denominador Z). Ou seja, o conjunto dos números racionais é a união do

conjunto dos números inteiros com as frações positivas e negativas.

Um número a é racional se

existe b e c inteiros primos entre si tal que c

ba com

0c

Lembrando da Tia...

O símbolo b

a significa:

a : b, sendo a e b números naturais e b diferente de ZERO.

Chamamos:

• b

a de fração;

• a de numerador;

• b denominador,

Se a é múltiplo de b, então b

a é um número

natural.

Veja um exemplo:

A fração 2

8 é igual a 8 : 2. Neste caso, 8 é o

numerador e 2 é o denominador.

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6

Efetuando a divisão de 8 por 2, obtemos o

quociente 4. Assim, 2

8 é um número natural e 8 é múltiplo

de 2.

Durante muito tempo, os números naturais foram os únicos conhecidos e usados pelos homens. Depois começaram a surgir questões que não poderiam ser resolvidas com números naturais. Então surgiu o conceito de número fracionário.

O significado de uma fração

Algumas vezes, b

a é um número natural. Outras

vezes, isso não acontece.

Neste caso, qual é o significado de b

a?

Uma fração envolve a seguinte idéia:

Dividir algo em partes iguais. Dentre essas partes, consideramos uma ou algumas, conforme nosso

interesse.

Exemplo: Roberval comeu 4

3 de um chocolate.

Isso significa que, se dividíssemos o chocolate em 4 partes iguais, Roberval teria comido 3 partes:

CHOCOLATE

Na figura acima, as partes pintadas seriam as partes comidas por Roberval, e a parte branca é a parte que sobrou do chocolate.

Como se lê uma fração

As frações recebem nomes especiais quando os denominadores são 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e também quando os denominadores são 10, 100, 1000, ...

2

1 um meio

5

2 dois quintos

3

1 um terço

7

4 quatro sétimos

4

1 um quarto

8

7 sete oitavos

5

1 um quinto

9

15 quinze nonos

6

1 um sexto

10

1 um décimo

7

1 um sétimo

100

1 um centésimo

8

1 um oitavo

1000

1 um milésimo

9

1 um nono

1000

8 oito milésimos

Classificação das frações

• Fração própria: o numerador é menor que o

denominador:

Ex.: 3

2,

4

1,

5

3, ...

• Fração imprópria: o numerador é maior ou igual

ao denominador.

Ex.: 3

4,

5

5,

4

6, ...

• Fração aparente: o numerador é múltiplo do

denominador.

Ex.: 3

6,

12

24,

4

8, ...

Frações equivalentes

Frações equivalentes são frações que representam a mesma parte do todo.

Exemplo: 2

1,

4

2,

8

4 são equivalentes

Para encontrar frações equivalentes devemos multiplicar o numerador e o denominador por um mesmo número natural, diferente de zero.

Exemplo: obter frações equivalentes à fração 2

1 .

4

2

22

21

6

3

32

31

8

4

42

41

10

5

52

51

Portanto as frações 4

2,

6

3,

8

4,

10

5 são algumas

das frações equivalentes a 2.

Simplificação de frações

Uma fração equivalente a 12

9, com termos

menores, é 4

3. A fração

4

3 foi obtida dividindo-se ambos

os termos da fração 12

9 pelo fator comum 3. Dizemos

que a fração 4

3 é uma fração simplificada de

12

9.

A fração 4

3 não pode ser simplificada, por isso é

chamada de fração irredutível.

A fração 4

3 não pode ser simplificada porque 3 e 4

não possuem nenhum fator.

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7

Números fracionários

Seria possível substituir a letra X por um número natural que torne a sentença abaixo verdadeira?

5 . X = 1

Substituindo X, temos:

X por 0 temos: 5.0 = 0

X por 1 temos: 5.1 = 5.

Portanto, substituindo X por qualquer número

natural jamais encontraremos o produto 1. Para resolver esse problema temos que criar novos números. Assim, surgem os números fracionários.

Toda fração equivalente representa o mesmo número fracionário.

Portanto, uma fração n

m (n diferente de zero) e

todas frações equivalentes a ela representam o mesmo

número fracionário n

m.

Resolvendo agora o problema inicial, concluímos que:

X = 5

1, pois 1

5

15

Adição e subtração de números fracionários

Temos que analisar dois casos:

1°. Denominadores iguais

Para somar frações com denominadores iguais, basta somar os numeradores e conservar o denominador.

Para subtrair frações com denominadores iguais, basta subtrair os numeradores e conservar o denominador.

Observe os exemplos:

7

6

7

2

7

4

7

3

7

2

7

5

2°. Denominadores diferentes

Para somar frações com denominadores diferentes, uma solução é obter frações equivalentes, de denominadores iguais ao mmc dos denominadores das frações.

Exemplo: somar as frações 5

4 e

2

5.

Obtendo o mmc dos denominadores temos:

mmc (5, 2) = 10.

• 10

?

5

4 (10 : 5) . 4 = 8

• 10

?

2

5 (10 : 2) . 5 = 25

10

33

10

25

10

8

Resumindo: utilizamos o mmc para obter as

frações equivalentes e depois somamos normalmente as frações, que já terão o mesmo denominador, ou seja, utilizamos o caso 1.

Dízimas periódicas

Há frações que não possuem representações decimais exatas. Por exemplo:

3

10,333...

6

50,833...

Aos numerais decimais em que há repetição periódica e infinita de um ou mais algarismos, dá-se o nome de numerais decimais periódicos ou dízimas periódicas.

Numa dizima periódica, o algarismo ou algarismos que se repetem infinitamente, constituem o período dessa dízima.

As dizimas classificam-se em dízimas periódicas simples e dizimas periódicas compostas.

Exemplos:

9

5 = 0,555... (período: 5)

3

7 = 2,333... (período: 3)

33

4 = 0,1212... (período: 12)

São dizimas periódicas simples, uma vez que

o período apresenta-se logo após a vírgula.

45

1= 0,0222... (Período:. 2)

► Parte não periódica: 0

900

039.1 = 1,15444... (Período: 4)

► Período não periódica: 15

495

61 = 0,1232323... (Período: 23)

► Parte não periódica: 1

São dizimas periódicas compostas, uma vez

que entre o período e a vírgula existe uma parte não periódica.

Observações:

• Consideramos parte não periódica de uma dízima o termo situado entre vírgulas e o período. Excluí-mos, portanto da parte não periódica o inteiro.

Podemos representar uma dízima periódica das seguintes maneiras:

0,555... ou 0, 5

0,12323... ou 0, 231

Geratriz de uma dízima periódica

É possível determinar a fração (número racional) que deu origem a uma dizima periódica. Denominamos esta fração de geratriz da dízima periódica.

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8

Procedimentos para determinação da geratriz de uma dízima:

Dízima simples

A geratriz de uma dízima simples é uma fração que tem para numerador o período e para denominador tantos noves quantos forem os algarismos do período.

Exemplos:

0,777... = 9

7

0,2323...= 99

23

Dízima composta

A geratriz de uma dízima composta é uma fração

da forma d

n, onde:

• n é a parte não periódica seguida do período, menos

á parte não periódica.

• d tantos noves quantos forem os algarismos do

período seguidos de tantos zeros quantos forem os algarismos da parte não periódica.

Exemplos:

0,1252525... = 990

124

990

1125

0,047777... = 900

43

900

04047

4. Conjunto dos números reais (IR)

Dados os conjuntos dos números racionais (Q) e dos

irracionais, definimos o conjunto dos números reais como:

IR=Q {irracionais} = {x|x é racional ou x é irracional}

O diagrama abaixo mostra a relação entre os conjuntos numéricos:

Portanto, os números naturais, inteiros, racionais e irracionais são todos números reais. Como subconjuntos importantes de IR temos:

IR* = IR-{0}

IR+ = conjunto dos números reais não negativos IR_ = conjunto dos números reais não positivos

Obs: entre dois números inteiros existem infinitos

números reais. Por exemplo:

Entre os números 1 e 2 existem infinitos números reais:

1,01 ; 1,001 ; 1,0001 ; 1,1 ; 1,2 ; 1,5 ; 1,99 ; 1,999 ; 1,9999 ...

Entre os números 5 e 6 existem infinitos números reais:

5,01 ; 5,02 ; 5,05 ; 5,1 ; 5,2 ; 5,5 ; 5,99 ; 5,999 ; 5,9999 ...

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (F.M. SANTA CASA-SP) Considere-se o número

313131A, onde A representa o algarismo das unidades. Se esse número é divisível por 4, então o valor máximo que A pode assumir é:

A) 0

B) 2

C) 4

D) 6

E) 8

02. (UU-MG) O resto da divisão de um número n por 7 é

3; então:

A) )3n( é divisível por 7

B) )3n( é divisível por 7

C) )4n( é divisível por 7

D) )4n( é divisível por 7

E) 3

n é divisível por 7

03. (CESGRANRIO) Uma torneira enche um tanque em

4 horas. O ralo do tanque pode esvaziá-lo em 3 horas. Estando o tanque cheio, abrimos simultaneamente a torneira e o ralo. Então o tanque:

A) nunca se esvazia

B) esvazia-se em 1 hora

C) esvazia-se em 4 horas

D) esvazia-se em 7 horas

E) esvazia-se em 12 horas

04. (CESGRANRIO) Seja N o menor inteiro positivo cujo

triplo é divisível por 9, 12 e 14. Então, a soma dos algarismos de N é:

A) 16

B) 15

C) 14

D) 13

E) 12

05. (UF-MG) Os restos das divisões de 247 e 315 por x

são 7 e 3, respectivamente.d os restos das divisões de 167 e 213 por y são 5 e 3, respectivamente. O maior valor possível para a soma x + y é:

A) 36

B) 34

C) 30

D) 25

E) n.d.a.

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9

06. (F.M. SANTA CASA-SP) A seguinte diferença 5,0666,0 98

é igual a:

A) 2

B) 1

C) 32

D) 2

E) 22

07. (Polícia Rodoviária Federal) O valor de

2,0

01,0

12,0

5,1 é de:

A) 0,75

B) 1,245

C) 1,25

D) 12,45

E) 2,5

08. (Polícia Rodoviária Federal) O valor de

01,08,04,0

2,015,03,0

é de:

A) – 1/2

B) 43/31

C) 43/310

D) 1/2

E) 43/31

09. (Polícia Rodoviária Federal) O valor de

3,015,0

03,012,04,0

A) 3,75

B) 0,375

C) 0,12

D) -0,12

E) -0,375

10. (SUSEP) A dízima periódica 0,3777... é igual a:

A) 17/45

B) 34/45

C) 37/90

D) 34/99

E) 37/99

11. Considere a expressão:

15

1

5

33

1

5

1

...999,0

.

Efetuando as operações indicadas e simplificando, obtemos:

A) 9/10

B) 2

C) 19/10

D) 15/9

E) 1

12. (Caixa Econômica Federal) Se x = (-2)3 – (–1)

2 + (–

3)2 – (–2)

2, então:

A) x < – 8

B) – 8 < x < – 5

C) – 5 < x < – 1

D) – 1 < x < 7

E) x > 7

13. (Magistério) Simplificando a expressão

...333,0

12

7

2

1

3

21

obtém-se:

A) 1/3

B) 1

C) 2

D) 3

E) 6

14. Sendo 0,22,3

3,02,0E

e 018,0:36,0F então E x

F vale:

A) 0,01

B) 0,1

C) 1

D) 10

E) 5

15. Seja

6

11

3

1

2

1

...999,0G e

3

1

2

1

11

7H

, então

(2G – H) vale:

A) 1

B) 2

C) 3

D) 4

E) 5

16. (AFRE) Os ingressos para um teatro custam $ 400,00

mas os estudantes pagam $ 250,00. Num dia foram vendidos 120 ingressos e foi arrecadado um total de $ 43.200,00. O número de ingressos vendidos para estudantes, foi de:

A) 108

B) 72

C) 64

D) 54

E) 32

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10

17. (AARE) Um negociante, num dia, recebeu 108 ovos,

que os colocou em duas cestas. A um freguês vendeu 1/3 dos ovos da primeira cesta e a outro freguês vendeu 1/6 dos ovos da segunda cesta. As duas cestas têm agora o mesmo número de ovos. Quantos ovos havia em cada cesta.

A) 65 e 43

B) 60 e 48

C) 50 e 58

D) 70 e 38

E) 55 e 53

18. (BB) O carro A, movido a gasolina, consumiu 20 litros

em 300 Km e o carro B, movido a álcool, consumiu 24 litros em 288 Km. O litro do álcool custa $360,00 e o da gasolina, $600,00. Supondo serem constantes os níveis de consumo de combustíveis, após 30.000 Km de percurso:

A) o carro B gastou $ 300.000,00 a menos que A

B) o carro A gastou $ 180.000,00 a menos que B

C) o carro A e o carro B gastaram a mesma quantia

D) o carro A gastou $ 250.000,00 a mais que B

E) o carro B gastou $ 200.000,00 a mais que A

19. (BB) A soma dos dois algarismos de um número é

12. Se trocarmos a ordem desses algarismos, o número aumenta em 18 unidades. Determine a terça parte desse número:

A) 16

B) 17

C) 18

D) 19

E) 20

20. (BB) O menor ângulo formado pelos ponteiros de um

relógio, quando este indica 10h10min, é:

A) 85°

B) 95°

C) 105°

D) 115°

E) 125°

21. (MPU) Numa divisão o divisor é 14, o quociente é 26

e o resto é o maior possível. Qual é o dividendo.

A) 496

B) 378

C) 377

D) 376

E) 372

22. (MPU) Que horas são agora, se 1/4 do tempo que

resta do dia é igual ao tempo já decorrido.

A) 8 horas

B) 4 horas

C) 4h 48 min

D) 6h 48min

E) 5h 48min

23. (TRT) A velocidade de um veículo é 72 Km/h. Essa

velocidade é equivalente a:

A) 0,02 Km/seg

B) 0,2 Km/seg

C) 1,2 Km/seg

D) 2 Km/seg

E) 12Km/Seg

24. (TRT) Um setor de uma repartição recebeu um lote

de processos. Desse lote, cada funcionário arquivou 15 processos, restando 5 processos. Se cada funcionário tivesse arquivado 8 processos, restariam 33. O número de funcionários desse setor é:

A) 4

B) 6

C) 7

D) 8

E) 10

25. (TRE) Dividindo-se um número natural X por 5, obtém

quociente 33 e o resto é o maior possível. Esse número X é:

A) menor que 1 centena

B) maior que 2 centenas

C) igual a 3 centenas

D) quadrado perfeito

E) cubo perfeito

26. (TTN) Duas estações, A e B, de uma linha férrea,

distam 180 Km. Um trem parte da estação A para B com a velocidade de 10 m/s; no mesmo instante, parte de B para A, um segundo trem, com velocidade de 5 m/s. A que distância de A se encontrarão.

A) 100 Km

B) 110 Km

C) 115 Km

D) 120 Km

E) 125 Km

27. (BB) Retirei, inicialmente, uma quinta parte de minha

conta bancária. Depois saquei uma quarta parte do resto e ainda sobraram $ 7.500,00. Qual era o saldo.

A) 12.750,00

B) 12.500,00

C) 12.250,00

D) 10.200,00

E) 9.600,00

28. (BB) Gastei 5/12 do que tinha com gasolina; 3/8 com

compras de mercadorias; 1/9 com despesas de hotel; com o restante saldei uma dívida de $35.000,00. Quantos quilômetros percorri sabendo-se que o litro de gasolina estava a $75,00 e meu carro fazia 10 Km/litro.

A) 200

B) 2.000

C) 2.200

D) 20.000

E) 22.000

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11

29. (BB) Num escritório, 3 funcionários receberam 400

fichas cada um, para datilografar. Na hora do lanche o primeiro já havia cumprido 5/8 de sua tarefa, o segundo 3/5 e o terceiro 6/10. Quantas fichas restavam para ser datilografadas.

A) 470

B) 500

C) 610

D) 730

E) 950

30. (TST) Dois trabalhadores fazem juntos um serviço em

10 dias. Se um deles sozinho realiza a mesma tarefa em 15 dias, o outro seria capaz de realizar a mesma tarefa em:

A) 18 dias

B) 20 dias

C) 25 dias

D) 27 dias

E) 30 dias

31. (TRT) Do total de ingressos para um espetáculo, 2/5

foram comprados por homens e 3/8 por mulheres. Se ainda restam 135 ingressos para serem vendidos, o número de ingressos comprados por homem foi:

A) 240

B) 270

C) 320

D) 450

E) 600

32. (TRT) Um tanque é alimentado por duas torneiras. Se

apenas a primeira torneira for aberta, o tanque ficará cheio em 2 horas. Se apenas, a segunda torneira for aberta, o tanque ficará cheio em 3 horas. Se as duas torneiras forem abertas ao mesmo tempo, o tanque ficará cheio em:

A) 1 hora

B) 1 hora e 2 minutos

C) 1 hora e 12 minutos

D) 1 hora e 20 minutos

E) 1 hora e 30 minutos

33. (TJ-CE) 7/8 de certa quantia valem $ 910,00. Essa

quantia foi repartida entre 3 pessoas. A 1ª recebeu 1/4; a 2ª, 2/5 e a 3ª pessoa, o resto. A terceira pessoa recebeu a importância de:

A) $ 227,50

B) $ 416,00

C) $ 364,00

D) $ 318,50

E) $ 260,00

34. (TJ-CE) Uma caixa d'água tem um vazamento que a

esvazia em 8 horas. A torneira que a abastece pode enchê-la em 6 horas. Com a torneira aberta, em quanto tempo a caixa d'água ficará cheia.

A) 60h

B) 12h

C) 24h

D) 36h

E) 48h

35. (ESPP) O produto de dois números inteiros positivos,

que não são primos entre si, é igual a 825. Então o máximo divisor comum desses dois números é:

A) 1

B) 3

C) 5

D) 11

36. (ESPP) Um casal tem filhos e filhas, cada filho tem o

número de irmãos igual ao número de irmãs. Cada filha tem o número de irmãos igual ao dobro do número de irmãs. Qual é o total de filhos e filhos do casal?

A) 3

B) 4

C) 5

D) 7

37. (UNIFOR) Seja AB e BA dois números de dois

algarismos, se a média aritmética entre eles é 66, então o valor de A + B é:

A) 10

B) 11

C) 12

D) 13

E) 14

38. De um número N de dois dígitos subtraímos o

número com os dígitos reversos e obtemos assim um cubo perfeito. Então:

A) N não pode terminar em 5

B) N pode terminar com qualquer dígito diferente de 5

C) N não existe

D) existem exatamente 7 valores possíveis para N

E) existem exatamente 10 valores possíveis para N

39. (FCC) Uma pessoa inicia sua jornada de trabalho

quando são decorridos 2/5 de um dia e a encerra quando são decorridos 7/9 do mesmo dia. Se parou 1 hora e 50 minutos para almoçar, ela trabalhou durante

A) 7 horas

B) 7 horas e 4 minutos

C) 7 horas e 14 minutos

D) 7 horas e 28 minutos

E) 7 horas e 36 minutos

40. (FCC) No almoxarifado de certa empresa havia dois

tipos de canetas esferográficas: 224 com tinta azul e 160 com tinta vermelha. Um funcionário foi incumbido de empacotar todas essas canetas de modo que cada pacote contenha apenas canetas com tinta de uma mesma cor. Se todos os pacotes devem conter igual número de canetas, a menor quantidade de pacotes que El poderá obter é:

A) 8

B) 10

C) 12

D) 14

E) 16

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12

GABARITO:

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

D B E E C B D A C A

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

B C E C E E B A D D

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

C C A A D D B D A E

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

A C C C C D C D C C

RAZÕES E PROPORÇÕES

1. RAZÃO

Na matemática, a razão estabelece uma comparação entre duas grandezas, sendo o coeficiente

entre dois números.

A razão entre dois números a e b 0, nessa

ordem, é o quociente b

a.

O número a é chamado antecedente ou primeiro termo e o número b é chamado consequente ou segundo

termo.

Exemplos

A razão entre 3 e 2 é 1,5, pois 2

3 = 1,5 e a razão entre 2

e 10 é 0,2, pois 10

2 = 0,2.

2. PROPORÇÃO

A proporção é determinada pela igualdade entre duas razões, ou ainda, quando duas razões possuem o

mesmo resultado.

Os números a, b, c e d, com b 0 e d 0, formam,

nessa ordem, uma proporção se, e somente se, a razão entre a e b for igual à razão entre c e d. Representa-se

por:

d

c

b

a

e lê-se: a está para b, assim como c está para d

Os números a e d são chamados extremos e os números b e c são chamados meios.

Exemplo

Os números 4, 2, 6, e 3 formam, nessa ordem, uma

proporção, pois 2

4 = 2 e

3

6 = 2.

Escreve-se 2

4=

3

6 e lê-se: 4 está para 2, assim

como 6 está para 3.

3. PROPRIEDADES DAS PROPORÇÕES

Se os números a, b, c e d formam, nessa ordem,

uma proporção,então:

I. bcadd

c

b

a

Costuma-se dizer: o produto dos extremos é igual ao produto dos meios.

II. d

dc

b

ba

d

c

b

a

Costuma-se dizer: a soma dos dois primeiros está para o segundo, assim como a soma dos dois últimos esta para o último.

II. d

c

b

a

db

ca

d

c

b

a

Costuma-se dizer: a soma dos antecedentes está para a soma dos consequentes assim como cada antecedente está para o correspondente consequente

4. GRANDEZAS PROPORCIONAIS

A notação A = (a1, a2, a3,...) é utilizada para indicar que a1, a2, a3,... são valores assumidos pela grandeza A.

Ao escrever, num dado problema, que A = (a1, a2, a3,...) e B = (b1, b2, b3,...), queremos dizer que quando a grandeza A assumir o valor a1, a grandeza B assumirá o valor b1. Queremos dizer, portanto, que a1 e b1 são valores correspondentes das grandezas A e B. Analogamente, a2 e b2 são valores correspondentes, o mesmo acontecendo com a3 e b3 e, assim, sucessivamente.

• Grandezas diretamente proporcionais (GDP)

Uma grandeza A é diretamente proporcional a uma grandeza B se, e somente se, as razões entre os valores de A e os correspondentes valores de B são iguais. Se A= (a1, a2, a3,...) e B = (b1, b2, b3,...) forem grandezas diretamente proporcionais, então:

k...b

a

b

a

b

a

3

3

2

2

1

1

e o número k é a constante de proporcionalidade.

Exemplo 1

A tabela a seguir:

DISTÂNCIA (km) 80 160 240 ...

TEMPO (horas) 1 2 3 ...

Dos valores das grandezas tempo (em horas) e distância (em quilômetros) da viagem de um trem com velocidade constante de 80km/h, nos mostra que:

803

240

2

160

1

80 e que, portanto, o tempo e a

distância, neste exemplo, são grandezas diretamente proporcionais (GDP).

Exemplo 2

Sabendo-se que (2, 3, x) e (6, y, 15) são sucessões diretamente proporcionais, determinar x e y.

Resolução

Se (2, 3, x) e (6, y, 15) são G.D.P., então:

15

x

y

3

6

2

De y

3

6

2 , temos: 9y63y2

De 15

x

6

2 , temos: 5x152x6

Resposta: x = 5 e y = 9

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13

• Grandezas inversamente proporcionais (GIP)

Uma grandeza A é inversamente proporcional a uma grandeza B se, e somente se, os produtos entre os valores de A e os correspondentes de B são iguais. Se A = (a1, a2, a3, ...) e B = (b1, b2, b3,...) forem grandezas inversamente proporcionais, então:

kbababa 332211

e o número k é a constante de proporcionalidade.

Exemplo 1

A tabela a seguir:

VELOCIDADE

(km/h) 40 80 120 ...

TEMPO (horas) 6 3 2 ...

Dos valores das grandezas velocidade (em quilômetros por hora) e tempo (em horas) da viagem de um trem, numa distância de 240km, nos mostra que:

40 . 6 = 80 . 3 = 120 . 2 = 240 e que, portanto, nesse exemplo, a velocidade e o tempo são grandezas inversamente proporcionais (GIP).

Exemplo 2

Sabendo-se que (x, 3, 4) e (2, y, 6) são sucessões inversamente proporcionais, determine x e y.

Resolução

Se (x, 3, 4) e (2, y, 6) são GIP, então: 2x = 3y = 24

De 2x = 24, temos x = 12

De 3y = 24, temos y = 8

Respostas: x = 12 e y = 8

► OBSERVAÇÕES:

I. Se a grandeza A (a1, a2, a3, ...) for inversamente

proporcional à grandeza B (b1, b2, b3, ...), então A será diretamente proporcional à grandeza

,

b

1,

b

1,

b

1

321

, ou seja:

3

3

2

2

1

1332211

b

1

a

b

1

a

b

1

abababa

II. Existem grandezas que não são nem diretamente

proporcionais e nem inversamente proporcionais. A tabela a seguir, por exemplo,

LADO (cm) 2 4 6 ...

ÁREA (cm2) 4 16 36 ...

Dos valores das grandezas lado de um quadrado (em cm) e área do quadrado (em cm

2) nos mostra que:

36

6

16

4

4

2 e 36616442 e, portanto: as

grandezas medida do lado do quadrado e medida da área do quadrado não são nem direta-mente proporcionais e nem inversamente proporcionais.

III. Ao dizer "A e B são grandezas proporcionais" subentende-se que são "grandezas diretamente proporcionais".

5. DIVISÃO PROPORCIONAL

• Divisão em partes diretamente proporcionais

Dividir um número N em partes diretamente proporcionais aos números a, b, e c significa determinar

os números x, y e z, de tal modo que:

l. as sequências (x, y, z) e (a, b, c) sejam direta-mente

proporcionais.

II. x + y + z = N

Para isso, usando a definição de GDP e as propriedades das proporções, podemos usar a seguinte técnica operatória:

Nzyx

c

z

b

y

a

x

Nzyx

c

z

b

y

a

x

cba

zyx

c

z

cba

N

b

y

cba

N

a

x

cba

N

cba

Ncz

cba

Nby

cba

Nax

• Divisão em partes inversamente proporcionais

Dividir um número M em partes inversamente proporcionais aos números m, n e p é o mesmo que

dividir M em partes diretamente proporcionais aos

inversos de m, n e p, com 0pnm .

EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

01. Um produto que custa R$ 18,00 para ser fabricado é

vendido por R$ 27,00. Determinar a razão entre:

a) o preço de venda e o de custo.

b) o lucro e o preço de venda.

Resolução

Sendo C o preço de custo, V o preço de venda e L o lucro, temos:

a) 5,12

3

18

27

C

V

b) 3

1

27

9

27

1827

V

CV

V

L

Resposta: a) 1,5 b) 3

1

02. Determinar x na proporção: 2

1

x6

3x

Resolução

Supondo x 6

x66x2)x6(1)3x(2

2

1

x6

3x

4x12x366xx2

Resposta: x = 4

03. Se (3, x, 14,...) e (6, 8, y,...) forem grandezas

diretamente proporcionais, então o valor de x + y é:

a) 20 b) 22 c) 24 d) 28 e) 32

Resolução

Se (3, x, 14,...) e (6, 8, y,...) forem grandezas diretamente proporcionais, então:

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14

y

14

8

x

6

3

De 8

x

6

3 , temos: 4

6

83x

De y

14

6

3 , temos: 28

3

146y

Assim sendo, x + y = 32

Resposta: e

04. Calcular x e y sabendo-se que (1, 2, x,...) e (12, y,

4,...) são grandezas inversamente proporcionais.

Resolução

Se (1, 2, x,...) e (12. y, 4,...) forem grandezas inversamente proporcionais, então:

12y24xy2121 e 6y12x4 e x = 3

Resposta: x = 3 e y = 6

05. Dividir o número 160 em três partes diretamente

proporcionais aos números 2, 3 e 5.

Resolução:

Sendo x, y e z as partes, temos:

160zyx

5

z

3

y

2

x

10

zyx

160zyx

5

z

3

y

2

x

80z5

z16

48y3

y16

32x2

x16

5

z

3

y

2

x

10

160

Resposta: As partes são: 32, 48, 80.

06. Dividir o número 81 em três partes inversamente

proporcionais aos números: 2

1,

3

2 e 1.

Resolução:

O problema equivale a: “dividir” 81 em partes

diretamente proporcional aos inversos 2, 2

3 e 1.

Assim, sendo x, y e z partes, temos:

81zyx

1

z

2

3

y

2

x

12

32

zyx

81zyx

1

z

2

3

y

2

x

18z1

z18

27y

2

3

y18

36x2

x18

1

z

2

3

y

2

x

2

9

81

Resposta: As partes são; 36, 27 e 18.

07. Repartir uma herança de R$ 495.000,00 entre três

pessoas na razão direta do número de filhos e na razão inversa das idades de cada uma delas. Sabe-se que a 1ª pessoa tem 30 anos e 2 filhos, a 2ª pessoa tem 36 anos e 3 filhos e a 3ª pessoa 48 anos e 6 filhos.

Resolução

Se x, y e z forem as quantias que cada uma das 3 pessoas deve receber, então:

495000zyx

8

1

z

12

1

y

15

1

x

495000zyx

48

16

z

36

13

y

30

12

x

495000zyx

8

1

z

12

1

y

15

1

x

8

1

12

1

15

1

zyx

z8y12x151800000

8

1

z

12

1

y

15

1

x

120

33

495000

225000z,150000y,120000x

Resposta: A primeira pessoa deve receber R$ 120.000,00, a segunda R$ 150.000,00 e a terceira R$ 225.000,00.

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (PUC) Se (2; 3; x; ...) e (8; y; 4; ...) forem duas

sucessões de números diretamente proporcionais, então:

A) x = 1 e y = 6

B) x = 2 e y = 12

C) x = 1e y = 12

D) x = 4 e y = 2

E) x = 8 e y = 12

03. (MACK) Dividindo-se 70 em partes proporcionais a 2,

3 e 5, a soma entre a menor e a maior parte é:

A) 35

B) 49

C) 56

D) 42

E) 28

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15

04. (UFLA) Três pessoas montam uma sociedade, na

qual cada uma delas aplica, respectivamente, R$ 20.000,00, R$ 30.000,00 e R$ 50.000,00. O balanço anual da firma acusou um lucro de R$ 40.000,00. Supondo-se que o lucro seja dividido em partes diretamente proporcionais ao capital aplicado, cada sócio receberá, respectivamente:

A) R$ 5.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 25.000,00

B) R$ 7.000,00; R$ 11.000,00 e R$ 22.000,00

C) R$ 8.000,00; R$ 12.000,00 e R$ 20.000,00

D) R$ 10.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00

E) R$ 12.000,00; R$ 13.000.00e R$ 15.000,00

05. (MACK) Dividindo-se 660 em partes proporcionais aos

números 2

1,

3

1,

6

1, obtêm-se, respectivamente:

A) 330, 220 e 110

B) 120, 180 e 360

C) 360, 180 e 120

D) 110, 220 e 330

E) 200, 300 e 160

06. (BNB) Sabe-se que das 520 galinhas de um aviário,

60 não foram vacinadas e 92 vacinadas morreram. Entre as galinhas vacinadas, qual a razão do número de mortas para o número de vivas?

07. (AARE) Uma mistura apresenta 0,5 dal de água e 100 dl de álcool. Dentre as razões apresentadas, a razão falsa é:

A) água e mistura = 3

1

B) álcool e água = 1

2

C) água e álcool = 2

1

D) mistura e água = 3

1

E) álcool e mistura = 3

2

08. (TRE) Em uma Repartição Pública, o número de

funcionários do sexo masculino equivale a 5/8 do número total de funcionários. A razão entre o número de homens e o de mulheres que trabalham nessa repartição e, nessa ordem:

A) 3/8

B) 2/5

C) 1/2

D) 5/3

E) 4/5

09. (PETROBRÁS) Uma jarra contém uma mistura de

suco de laranja com água, na proporção de 1 para 3, e outra jarra contém uma mistura de suco de laranja com água na proporção de 1 para 5. Misturando

partes iguais dos conteúdos das jarras, obteremos uma mistura de suco de laranja com água na proporção de:

A) 1 para 4

B) 3 para 11

C) 5 para 19

D) 7 para 23

E) 25 para 32

10. (BB) Se a razão entre o valor bruto e o líquido de

certo salário é de 6/5, a fração do salário líquido que foi descontada é:

A) 1/5

B) 1/6

C) 2/5

D) 2/6

E) 5/6

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

C C B C A ¼ D D C A

REGRA DE TRÊS SIMPLES

É uma regra prática que nos permite comparar duas grandezas proporcionais, A e B, relacionando dois valores de A e dois valores de B. Nos problemas, haverá um desses quatro valores que será desconhecido e deverá ser calculado com base nos três valores dados. Daí o nome regra de três.

Dependendo das grandezas A e B, podemos ter:

Regra de três direta A e B são grandezas

diretamente proporcionais.

2

1

2

1

B

B

A

A .

Regra de três inversa A e B são grandezas

inversamente proporcionais.

1

2

2

1

B

B

A

A

EXEMPLO

Se uma dúzia de ovos custa R$1,40, então quanto deve custar uma bandeja com 30 ovos?

SOLUÇÃO:

Faça uma tabela relacionando a quantidade de ovos ao preço, e por meio de setas verifique se estas grandezas são diretamente ou inversamente proporcionais.

As setas têm o mesmo sentido porque as grandezas são diretamente proporcionais, ou seja, quanto mais ovos se quer comprar, mais dinheiro se tem que gastar. Logo:

50,312

40,1.3040,1

30

12 xx

x

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16

Resposta: Uma bandeja com 30 ovos deve custar

R$3,50.

REGRA DE TRÊS COMPOSTA

É uma regra prática utilizada na resolução de problemas que envolvem várias grandezas proporcionais. A regra de três composta é realizada da seguinte maneira.

1º Passo: Montamos uma tabela colocando em cada

coluna, ordenadamente, os valores de cada grandeza.

2º Passo: Escolhemos uma grandeza para servir de

referência.

3º Passo: Comparamos esta grandeza de referência a

cada uma das outras grandezas, isoladamente, identificando se há proporcionalidade direta (seta de mesmo sentido) ou inversa (setas invertidas).

4º Passo: Colocamos a razão da grandeza de referência

isolada no 1º membro e, no 2º membro, colocamos o produto das razões das outras grandezas, lembrando que se há proporcionalidade inversa em relação a uma grandeza, devemos inverter os elementos da respectiva coluna e escrever a razão inversa no produto.

EXEMPLO:

Dezoito operários, trabalhando 7 horas por dia durante 12 dias, conseguem realizar um determinado serviço. Trabalhando 9 horas por dia, 12 operários farão o mesmo serviço em quantos dias?

1ª SOLUÇÃO:

Montando a tabela e tomando a quantidade de dias como referência, temos:

Resposta: São necessários 14 dias.

2ª SOLUÇÃO:

Montando a tabela e tomando o no de operários

como referência, temos:

Operários Horas por dia Dias

18 7 12

12 9 x

Logo:

12.

7

9

12

18 x18.7 = 9.x x = 14 dias

Resposta: São necessários 14 dias.

REGRA DE SOCIEDADE

O fato é que: para ser justo em uma sociedade os lucros e os prejuízos devem ser distribuídos entre os vários sócios proporcionalmente aos capitais empregados (C) e ao tempo (T) durante o qual estiveram empregados na constituição dessa sociedade.

É uma aplicação prática da divisão em partes diretamente proporcionais, portanto:

332211332211 ...

dividido) ser a lucro(

... TCTCTC

zyx

TC

z

TC

y

TC

x

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (PUC) Se (2; 3; x; ...) e (8; y; 4; ...) forem duas

sucessões de números diretamente proporcionais, então:

a) x = 1 e y = 6

b) x = 2 e y = 12

c) x = 1e y = 12

d) x = 4 e y = 2

e) x = 8 e y = 12

02. As sequências (a; 2; 5;...) e (3; 6; b;...) são de números inversamente proporcionais e a + mb = 10.

O valor de m é:

a) 0,4

b) 1

c) 2

d) 2,5

e) 5

03. (FUVEST) - São dados três números reais, a < b < c.

Sabe-se que o maior deles é a soma dos outros dois e o menor é um quarto do maior. Então a, b e c são,

respectivamente, proporcionais a:

a) 1, 2 e 3

b) 1, 2 e 5

c) 1, 3 e 4

d) 1, 3 e 6

e) 1, 5 e 12

04. (MACK) Dividindo-se 70 em partes proporcionais a 2,

3 e 5, a soma entre a menor e a maior parte é:

a) 35

b) 49

c) 56

d) 42

e) 28

05. (UFLA) - Três pessoas montam uma sociedade, na

qual cada uma delas aplica, respectivamente, R$ 20.000,00, R$ 30.000,00 e R$ 50.000,00. O balanço anual da firma acusou um lucro de R$ 40.000,00. Supondo-se que o lucro seja dividido em partes diretamente proporcionais ao capital aplicado, cada sócio receberá, respectivamente:

a) R$ 5.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 25.000,00

b) R$ 7.000,00; R$ 11.000,00 e R$ 22.000,00

c) R$ 8.000,00; R$ 12.000,00 e R$ 20.000,00

d) R$ 10.000,00; R$ 10.000,00 e R$ 20.000,00

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17

e) R$ 12.000,00; R$ 13.000.00e R$ 15.000,00

06. (MACK) Dividindo-se 660 em partes proporcionais

aos números 2

1,

3

1,

6

1, obtêm-se, respectivamente:

a) 330, 220 e 110

b) 120, 180 e 360

c) 360, 180 e 120

d) 110, 220 e 330

e) 200, 300 e 160

07. (BNB) Sabe-se que das 520 galinhas de um aviário,

60 não foram vacinadas e 92 vacinadas morreram. Entre as galinhas vacinadas, qual a razão do número de mortas para o número de vivas?

08. (AARE) Uma mistura apresenta 0,5 dal de água e

100 dl de álcool. Dentre as razões apresentadas, a razão falsa é:

a) água e mistura = 1/3

b) álcool e água = 2/1

c) água e álcool = 1/2

d) mistura e água = 1/3

e) álcool e mistura = 2/3

09. (TER) Em uma Repartição Pública, o número de

funcionários do sexo masculino equivale a 5/8 do número total de funcionários. A razão entre o número de homens e o de mulheres que trabalham nessa repartição e, nessa ordem:

a) 3/8

b) 2/5

c) 1/2

d) 5/3

e) 4/5

10. (PETROBRÁS) Uma jarra contém uma mistura de

suco de laranja com água, na proporção de 1 para 3, e outra jarra contém uma mistura de suco de laranja com água na proporção de 1 para 5. Misturando partes iguais dos conteúdos das jarras, obteremos uma mistura de suco de laranja com água na proporção de:

a) 1 para 4

b) 3 para 11

c) 5 para 19

d) 7 para 23

e) 25 para 32

11. (BB) Se a razão entre o valor bruto e o líquido de

certo salário é de 6/5, a fração do salário líquido que foi descontada é:

a) 1/5

b) 1/6

c) 2/5

d) 2/6

e) 5/6

12. (TRE) Num teste com 20 questões, uma pessoa

acertou 12 questões. Determine a razão do número

de questões erradas para o número total de questões:

a) 2/5

b) 3/4

c) 2/3

d) 4/6

e) NDR

13. (CJF) A sucessão x, y, z é formada com números

inversamente proporcionais a 12, 8 e 6 e o fator de proporcionalidade é 24. O valor de x, y, z é:a) 2, 3, 6

b) 3, 5, 7

c) 2, 4, 6

d) 3, 6, 8

e) 2, 3, 4

14. (AFRE) 7

z

3

y

6

x e 2x + 3y – z = 42, então 3x + 2y

+ z é igual a:

a) 91

b) 93

c) 95

d) 97

e) 99

15. (BB) Se dois capitais estão entre si na razão de 8

para 3 e o maior deles excede o menor em $ 25.000,00, então a soma desses capitais é de:

a) $ 75.000,00

b) $ 70.000,00

c) $ 65.000,00

d) $ 60.000,00

e) $ 55.000,00

16. (BEC) Qual a fração equivalente a 7/3, cuja dife-

rença entre os termos é 16.

17. (TRT) Relativamente aos funcionários de uma

empresa, sabe-se que o número de homens excede o número de mulheres em 30 unidades. Se a razão entre o número de mulheres e o de homens, nessa ordem, é 3/5, qual o total de funcionários dessa empresa.

a) 45

b) 75

c) 120

d) 135

e) 160

18. (TRT) Os salários de duas pessoas estão entre si na

razão de 3:4. Se o triplo do menor dos salários menos o dobro do outro é igual a $ 14.000,00, o maior salário é:

a) $ 42.000,00

b) $ 48.000,00

c) $ 50.000,00

d) $ 52.000,00

e) $ 56.000,00

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18

19. (BB) Certa herança foi dividida de forma direta-mente

proporcional às idades dos herdeiros, que tinham 35, 32 e 23 anos. Se o mais velho recebeu $ 525.000,00, quanto coube ao mais novo.

a) $ 230.000,00

b) $ 245.000,00

c) $ 325.000,00

d) $ 345.000,00

e) $ 350.000,00

20. (BB) Jorge, Franz e Salim fizeram em conjunto, uma

aposta na loteca e ganharam $ 1.500.000,00. Sabendo que suas contribuições foram de $ 15,00, $ 25,00 e $ 35,00 respectiva-mente e que o prêmio foi distribuído proporcionalmente à contribuição de cada apostador, pode-se dizer que Franz recebeu:

a) $ 300.000,00

b) $ 400.000,00

c) $ 500.000,00

d) $ 600.000,00

e) $ 700.000,00

21. (BB) Certa quantia foi repartida em três partes

proporcionais a 2, 5 e 8. Se a soma das duas primeiras partes é $ 280.000,00 qual o valor da terceira parte.

a) $ 80.000,00

b) $ 140.000,00

c) $ 200.000,00

d) $ 300.000,00

e) $ 320.000,00

GABARITO

01 C 14 B

02 D 15 E

03 C 16 28/12

04 B 17 C

05 C 18 E

06 A 19 D

07 1/4 20 C

08 D

09 D

10 C

11 A

12 A

13 E

PORCENTAGEM E JUROS

NOÇÃO DE PORCENTAGEM

Porcentagem é uma fração de denominador 100. Assim, ao escrevermos p% estamos representando o

número 100

p.

100

p%p

Exemplos:

1. 34,0100

34%34

2. 42,3100

342%342

3. 10100

1000%1000

4. %9%)30( 2 , pois

%9100

9

10

3

100

30%)30(

222

5. %50%25 , pois

%50100

50

10

5

100

25%25

6. %25 de 400 é igual a 100, pois

100400100

25400%25

7. 32 é 80% de 40, pois 80% de 40 3240100

80

8. 40 é 125% de 32, pois 125% de 4032100

12532

9. %x de y = y% de 100

xyx

Observação: 1000

P%P e lê-se “p por mil”

AUMENTO E DESCONTO

• AUMENTO

I. Aumentar um valor x de p% equivale a multiplicá-lo por (100 + p)%, pois:

x)%100(x100

p100

x100

p1x

100

px%px

p

II. Aumentar um valor x de 20%, por exemplo, equivale a multiplicá-lo por 1,20, pois:

x100

120x%120x)%100( 20 1,20x

III. Aumentar um valor x de 70% equivale a multiplicá-lo por 1,70.

IV. Aumentar um valor x de 200% equivale a multiplicá-lo por 3, pois:

3x200 x%300)%100(

• DESCONTO

I. Diminuir um valor x de p% equivale a multiplicá-lo por (100 – p)%, pois

x)%100(x100

p100

x100

p1x

100

px%px

p

º

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19

II. Diminuir um valor x de 20%, por exemplo, equivale a multiplicá-lo por 0,80, pois:

0,80x20 x100

80x)%100(

III. Diminuir um valor x de 40% equivale a multiplicá-lo por 0,60.

• AUMENTOS DE DESCONTOS SUCESSIVOS

I. Dois aumentos sucessivos de 10% equivalem a um único aumento de 21% (e não de 20%), pois:

x100

121x

100

110

100

110)x%110(%110

x)%100(x%121 21

II. Dois descontos sucessivos de 10% equivalem a um

único desconto de 19% (e não de 20%), pois:

x100

81x

100

90

100

90)x%90(%90

x)%100(x%81 19

III. Um aumento de 10% seguido de um desconto de 10%

equivalem a um único desconto de 1%, pois:

x100

99x

100

110

100

90)x%110(%90

x)%100(x%99 1

JUROS SIMPLES

1. O QUE SÃO JUROS?

Juros vêm a ser a remuneração do capital

aplicado ou investido. Ele existe porque muitos indivíduos preferem o consumo imediato de um bem ou serviço, ou necessitam consumi-lo, mesmo não dispondo do capital necessário e, para tanto, estão dispostos a pagar um preço por isso. Por outro lado, há pessoas que são capazes de esperar até possuírem a quantia suficiente para adquirir seu desejo e se dispõem a emprestar esta quantia a alguém menos paciente. É evidente que esta abstinência de consumo deve ser recompensada na proporção do tempo e risco que a operação envolver. O tempo, o risco e a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos interferem na formação da taxa de juros.

O governo, por exemplo, quando deseja reprimir o consumo, na tentativa de conter a inflação, diminui a quantidade de dinheiro disponível no mercado para empréstimos, quer por depósitos compulsórios, quer aumentando a taxa de juros ou por outro meio. Desta forma, com a escassez do capital, a remuneração deste fica muito alta para quem paga, desmotivando o consumo. Por outro lado, essa situação é atraente para quem possui o dinheiro, estimulando-o a poupar.

2. CÁLCULO DOS JUROS SIMPLES

Valor principal ou capital é o valor inicial

emprestado ou aplicado, antes de se somarem os juros.

O juro, por sua vez, é obtido pela aplicação da taxa de juros unitária sobre o capital inicial, proporcionalmente ao tempo em que este é aplicado.

Da aplicação desta definição, tem-se a seguinte fórmula:

niCJ

Onde:

J = juros

C = capital ou principal

i = taxa de juros (unitária)

n = número de períodos de aplicação do capital.

Vale repetir que a taxa e o tempo devem estar na mesma unidade. Assim, se a taxa de aplicação

anunciada for o mês, o tempo com o qual se trabalha também deve ser o mês. Se o período de aplicação for anual, a taxa deve vir expressa em anos.

EXEMPLO 1

A empresa FMW Ltda. possui uma dívida de R$ 20.000,00, que deve ser paga em dois meses, com juros de 8% a.m. pelo regime de juros simples. Os juros que a empresa FMW Ltda. deve pagar são de:

Solução:

J = Cin

C = R$ 20.000,00

i = 8% a.m. 8 / 100 = 0,08 a.m.

n = 2 meses

J = Cin

Substituindo, tem-se:

J = R$ 20.000,00 x 0,08 x 2

J = R$ 20.000,00 x 0,16

J = R$ 3.200,00.

3. MONTANTE

Montante, em Matemática Financeira, significa o principal de uma aplicação (capital) mais os juros por

ele gerados.

Perceba que, quando se faz uma aplicação financeira de R$ 800,00, a qual, depois de determinado prazo de aplicação, rende juros de R$ 300,00, tem-se à disposição para saque o valor de R$ 1.100,00, que é o montante.

Desta forma, quando se soma os juros ao valor principal ou capital, tem-se o montante.

Assim:

M = C + J (1)

Onde:

M é o montante;

C é o capital ou principal; e

J é o juro.

Como J = Cin, substituindo-se em (1), tem-se:

M = C + Cin

Isolando C, tem-se: )in1(CM

EXEMPLO 2

Quanto a Cia. XMW receberá, em três anos, por um empréstimo de R$ 30.000,00, a uma taxa de 15% a.a. pelo regime de juros simples?

Solução:

Elementos do problema:

C = 30.000,00

i = 15% a.a. = 15/100 =0,15 a.a.

n = 3 anos

M = ?

J = ?

Há duas opções para resolver o problema: uma é calcular os juros e adicioná-los ao capital; outra é aplicar a fórmula do montante.

1ª) J = Cin

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J = R$ 30.000,00 x 0,15 x 3

J = R$ 30.000,00 x 0,45

J = R$ 13.500,00

M = C+J

M = R$ 30.000,00 + R$ 13.500,00

M = R$43.500,00.

2ª) M = C(1 + in)

M = R$ 30.000,00 (1 + 0,15 x 3)

M = R$ 30.000,00 x 1,45

M = R$ 43.500,00.

4. JURO EXATO E JURO COMERCIAL

Na maioria das aplicações, embora as taxas sejam referenciadas em anos, os prazos são fixados em dias. É o caso dos cheques especiais, se bem que, no Brasil, são cobrados juros compostos nestas operações. Nas aplicações de curto prazo, geralmente é adotado o regime de juros simples. Nestas condições, é necessário calcular a taxa proporcional diária, ou seja, de 1 dia.

Surgem, nesse momento, duas hipóteses para estabelecer a taxa diária, dependendo do número de dias que se adote para o ano:

1ª) ANO CIVIL 366 ou 365 dias,

conforme o ano seja ou não bissexto;

2ª) ano comercial 360 dias mês com

30 dias.

Na prática, quando se adota o ano comercial (360 dias), considera-se que todos os meses possuem 30 dias. Entretanto, nas situações em que a contagem dos dias há de ser exata, consideramos o ano com 366 ou 365 dias, conforme o ano seja bissexto ou não.

EXEMPLO 3

Dada a taxa de 36% a.a., qual é a taxa proporcional a 1 dia para as convenções do ano civil e do ano comercial?

Solução:

a) pelo ano civil

i365 = 36% / 365

i365 = 0,0986% ao dia;

b) pelo ano comercial

i360 = 36% / 360

i360 = 0,1% ao dia.

Assim, tem-se que a taxa obtida para o ano comercial é ligeiramente maior que a obtida para o ano civil, pois o divisor utilizado é menor.

Ressalta-se que as instituições financeiras trabalham com juros comerciais (ou ordinários).

Obs.: Taxa de Juros (representação simplificada)

Taxa Diária (ao dia) a.d.

Taxa Quinzenal (a quinzena) a.qi.

Taxa Mensal (ao mês) a.m.

Taxa Bimestral (ao bimestre) a.b.

Taxa Trimestral (ao trimestre) a.t.

Taxa Quadrimestral (ao quadrimestre) a.q.

Taxa Semestral (ao semestre) a.s.

Taxa Anual (ao ano) a.a.

5. JURO EXATO

Obtém-se juro exato quando são utilizados o tempo (n) em dias e o ano civil (365 ou 366 dias). Assim, para uma taxa anual i, o juro exato é obtido pela fórmula:

365

niCJe

EXEMPLO 4

Qual é o juro exato de um capital de R$ 20.000,00, que é aplicado por 80 dias à taxa de 36% a.a.?

Solução:

365

niCJe

365

)8036,0000.20$R(Je

Je = R$1.578,08.

Perceba que a divisão por 365 é realizada exclusivamente para transformar a taxa anual em taxa diária, visto que a taxa e o prazo devem se referir à mesma unidade, e o período de aplicação foi estabelecido

em dias.

6. JURO COMERCIAL OU ORDINÁRIO

O juro comercial (ou ordinário) é obtido quando se adota como referência o ano comercial. Assim, para uma taxa anual i, e um prazo n, estabelecido em dias, o juro

comercial é obtido pela fórmula:

360

niCJc

EXEMPLO 5

Calcular o juro comercial correspondente ao exercício do item anterior.

Solução:

360

niCJe

360

)8036,0000.20$R(Je

Je = R$1.600,00

Como já se havia constatado anteriormente, a taxa de juros comerciais é ligeiramente maior do que a taxa de juros exatos e, consequentemente, na mesma proporção, os juros comerciais também são maiores que os juros exatos.

É de ressaltar ainda que, em provas de concursos e nas situações práticas, na maioria das vezes, é utilizada a convenção do juro comercial.

7. PRAZO, TAXA E CAPITAIS MÉDIOS.

Prazo, taxa e capital médio são aqueles que

substituem diversas aplicações financeiras por uma única. É muito utilizado em operações de desconto de títulos quando precisamos saber o prazo médio do desconto, o a taxa média (ou única) ou, ainda, o capital médio.

Esse assunto vem sendo cobrado em muitos concursos públicos, com destaque para provas da ESAF. Observe a teoria e os exercícios resolvidos para perceber a diferença entre cada uma das médias.

TAXA MÉDIA

Quando vários capitais são aplicados a taxas diferentes e em períodos distintos, podemos encontrar através de média ponderada a taxa média em que esses capitais poderão ser aplicados produzindo os mesmos montantes.

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nn2211

nnn222111M

tCtCtC

tiCtiCtiCi

PRAZO MÉDIO

Quando vários capitais são aplicados a taxas diferentes e em períodos distintos, podemos encontrar através de média ponderada o prazo médio em que esses capitais poderão ser aplicados produzindo os mesmos montantes.

nn2211

nnn222111M

iCiCiC

tiCtiCtiCt

CAPITAL MÉDIO

Quando vários capitais são aplicados a taxas diferentes e em períodos distintos, podemos encontrar através de média ponderada o capital médio.

nn2211

nnn222111M

tititi

tiCtiCtiCC

EXEMPLO 6

Três meses atrás tomei num mesmo dia e ao mesmo credor os seguintes empréstimos e juros postecipados:

C1 = 30.000 i = 10% a.m. prazo = 7 meses

C2 = 60.000 i = 11% a.m. prazo = 8 meses

C3 = 60.000 i = 12% a.m. prazo = 10 meses

Agora estou negociando com o credor para trocar os três títulos por um único de valor igual ao somatório dos três originais. O credor concordou desde que não sofresse prejuízo. Como eu também não quero ser prejudicado, qual deve ser o prazo dessa letra única?

Solução:

iC

tiCt

12,08000011,0600001,030000

1012,080000811,06000071,030000t

84375,819200

169800t

Como 1 mês = 30 dias, temos:

3084375,8t

Logo:

t = 265 dias

Isto quer dizer que posso trocar os três títulos por um único, cujo vencimento se dará em 265 dias, sem

haver perda para ambas as partes.

EXEMPLO 7

Três meses atrás tomei num mesmo dia e ao mesmo credor os seguintes empréstimos e juros postecipados:

C1 = 30.000 i = 10% a.m. prazo = 7 meses

C2 = 60.000 i = 11% a.m. prazo = 8 meses

C3 = 60.000 i = 12% a.m. prazo = 10 meses

Qual a taxa média de juros desses três títulos?

Solução:

tC

tiCi

1080000860000730000

1012,080000811,06000071,030000i

11294,01490000

169800i

Isso quer dizer que se aplicarmos os três capitais, pelos prazos inicialmente estabelecidos, a uma taxa de 11,294% ao período, o rendimento será igual a se fosse

aplicado as taxas de 10%, 11% e 12%.

EXEMPLO 8

Três meses atrás tomei num mesmo dia e ao mesmo credor os seguintes empréstimos e juros postecipados:

C1 = 30.000 i = 10% a.m. prazo = 7 meses

C2 = 60.000 i = 11% a.m. prazo = 8 meses

C3 = 60.000 i = 12% a.m. prazo = 10 meses

Nesse caso, qual o Capital Médio desses três títulos?

Solução:

ti

tiCC

1012,0811,0710,0

1012,080000811,06000071,030000C

14,6107978,2

169800C

Isto quer dizer que o capital médio aplicado é de R$ 61.079,14

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. (CEF) Aplicando-se certo capital durante 3 meses e

10 dias. a 30% ao ano, serão obtidos Cr$ 3.900,00 de juros simples. Esse capital tem valor igual a Cr$:

A) 42.900,00

B) 45.000,00

C) 46.800,00

D) 50.700,00

E) 52.000,00

02. Por quantos anos se deve aplicar um capital para

que, a uma taxa anual de juros simples de 50%, quadruplique o valor inicial?

A) 2

B) 3

C) 4

D) 5

E) 6

03. (AFTN-ESAF/1998) A quantia de R$ 10,000,00 foi

aplicada a juros simples exatos do dia 12 de abril ao dia 5 de setembro do corrente ano. Calcule os juros

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obtidos, à taxa de 18% ao ano, desprezando os centavos.

A) R$705,00

B) R$725,00

C) R$715,00

D) R$720,00

E) R$735,00

04. (AFTN-ESAF/1998) Indique, nas opções abaixo, qual

taxa unitária anual é equivalente à taxa de juros simples de 5% ao mês.

A) 1,0

B) 0,6

C) 60,0

D) 12,0

E) 5,0

05. (AF-CE-ESAF/1998) Um capital é aplicado a juros

simples do dia 10 de fevereiro ao dia 24 de abril, do corrente ano, a uma taxa de 24% ao ano. Nessas condições calcule o juro simples exato ao fim do período, como porcentagem do capital inicial, desprezando as casas decimais superiores à segunda.

A) 4,70%

B) 4,75%

C) 4,80%

D) 4,88%

E) 4,93%

06. (BB-SP/98) Uma geladeira é vendida à vista por R$

1.000,00 ou em duas parcelas, sendo a primeira como uma entrada de R$ 200,00 e a segunda, dois meses após, no valor de R$ 880,00. Qual a taxa mensal de juros simples utilizada?

A) 6%

B) 5%

C) 4%

D) 3%

E) 2%

07. Um capital no valor de 50, aplicado a juro simples a

uma taxa de 3,6% ao mês, atinge, em 20 dias, um montante de:

A) 51

B) 51,2

C) 52

D) 53,6

E) 68

08. Paulo emprestou R$ 150,00 a juros simples

comerciais, lucrando R$ 42,00 de juros. Sabendo-se que o prazo de aplicação foi de 120 dias, a taxa de juros mensais aplicada foi de:

A) 7%

B) 8%

C) 6%

D) 5%

E) 4%

09. (AFRF-2002) Os capitais de R$ 2.000,00, R$

3.000,00, R$ 1.500,00 e R$ 3.500,00 são aplicados à

taxa de 4% ao mês, juros simples, durante dois, três, quatro e seis meses, respectivamente. Obtenha o prazo médio de aplicação destes capitais.

A) Quatro meses.

B) Quatro meses e cinco dias.

C) Três meses e vinte e dois dias.

D) Dois meses e vinte dias.

E) Oito meses.

10. Três capitais são aplicados a juros simples pelo

mesmo prazo. O capital de R$ 3.000,00 é aplicado à taxa de 3% ao mês, o capital de RS 2.000,00 é aplicado a 4% ao mês e o capital de R$ 5.000,00 é aplicado a 2% ao mês. Obtenha a taxa média mensal de aplicação desses capitais.

A) 3%

B) 2,7%

C) 2,5%

D) 2,4%

E) 2%

11. (ESAF) Uma conta no valor de R$ 1.000,00 deve ser

paga em um banco na segunda-feira, dia 5. O não-pagamento no dia do vencimento implica uma multa fixa de 2% sobre o valor da conta mais o pagamento de uma taxa de permanência de 0,1% por dia útil de atraso, calculada como Juros simples, sobre o valor da conta. Calcule o valor do pagamento devido no dia 19 do mesmo mês considerando que não há nenhum feriado bancário no período.

A) R$ 1.019,00

B) R$ 1.020,00

C) R$ 1.025,00

D) R$ 1.029,00

E) R$ 1.030,00

12. (BB) Em quantos meses o capital de Cr$ 74.000,00,

aplicado a 3,6% a.a., renderia os juros necessários à formação de um montante de Cr$ 76.220,00 ?

A) 8 meses

B) 9 meses

C) 10 meses

D) 11 meses

E) 12 meses

13. (BB/98) Um aplicador aplica R$ 10.000,00 em um

CDB do Banco do Brasil, de 30 dias de prazo e uma taxa prefixada de 3% ao mês. Considerando o imposto de renda de 20% no resgate, o valor líquido a ser resgatado pelo aplicador, em reais, e a taxa de rentabilidade efetiva da aplicação são, respectivamente:

A) 10.200,00 e 2,35%;

B) 10.240,00 e 2,35%;

C) 10.240,00 e 2,40%;

D) 10.240,00 e 2,45%;

E) 10.300,00 e 2,40%.

14. (UNB) Um capital aplicado, a juros simples, a uma

taxa de 20% ao ano duplica em:

A) 24 anos

B) 6 anos

C) 12 anos

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23

D) 10 anos

E) 5 anos

15. (AFTN-1998) Os capitais de R$ 20.000,00, R$

30.000,00 e R$ 50.000,00 foram aplicados à mesma taxa de juros simples mensal durante 4, 3 e 2 meses respectivamente. Obtenha o prazo médio de aplicação desses capitais.

A) Dois meses e vinte e um dias.

B) Três meses.

C) Três meses e dez dias.

D) Três meses e nove dias.

E) Dois meses e meio.

16. (BB) A que taxa mensal esteve aplicado o capital Cr$

630.000,00 que, em 2 anos e meio, rendeu juros equivalentes a 60% de si mesmo ?

A) 24%

B) 12%

C) 6%

D) 3%

E) 2%

17. O capital que, empregado a juros simples a 2,5% ao

mês, atinge em 3 meses o montante de R$ 12.900,00 é:

A) R$ 10.000,00

B) R$ 10.500,00

C) R$ 10.800,00

D) R$ 11.400,00

E) R$ 12.000,00

18. Um capital foi aplicado a juro simples e, ao completar

um período de 1 ano e 4 meses, produziu um montante equivalente a 7/5 de seu valor. A taxa mensal dessa aplicação foi de.

A) 2%

B) 2,2%

C) 2,5%

D) 2,6%

E) 2,8%

19. Um capital de R$ 15 000,00 foi aplicado a juro simples

a taxa bimestral de 3%. Para que seja obtido um momento de R$ 19 050,00, o prazo dessa deverá ser de.

A) 1 ano e 10 meses.

B) 1 ano e 9 meses.

C) 1 ano e 8 meses.

D) 1 ano e 6 meses.

E) 1 ano e 4 meses.

20. Numa aplicação a juro simples um capital produz em 2

meses o montante de R$ 5.460,00. Se aplicado à mesma taxa mensal, o mesmo capital produziria, ao final de 5 meses, o montante de R$ 5.850,00. O valor desse capital é

A) R$ 5.280,00

B) R$ 5.200,00

C) R$ 5.180,00

D) R$ 5.100,00

E) R$ 5.008,00

GABARITO:

01 02 03 04 05 06 07

C E D B C B B

08 09 10 11 12 13 14

A A B E C C E

15 16 17 18 19 20

A E E C D B

JUROS COMPOSTOS

No estudo sobre o regime de juros simples, constatou-se que apenas o capital inicial rendia juros e que estes eram diretamente proporcionais ao tempo e à taxa.

No regime de juros compostos, os juros são gerados a partir do montante do período anterior, isto é, os juros de cada período são capitalizados ou incorporados ao capital, e sobre eles também incidem juros. Surge, assim, a famosa expressão "juros sobre juros", que tem sido utilizada como sinônimo de juros compostos.

O regime de juros compostos é o mais comum ou o mais largamente utilizado no sistema financeiro e, portanto, o mais útil para cálculos de problemas do dia-a-dia.

1. MONTANTE

Chama-se capitalização o momento em que os

juros são incorporados ao capital ou principal.

Veja o que acontece em uma aplicação financeira por três meses, com capitalização mensal:

1º mês M = C x (1 + i)

2º mês o principal ou capital é igual ao montante do

mês anterior:

M = C x (1 + i) x (1 + i)

3º mês o principal ou capital é igual ao montante do

mês anterior:

M = C x (1 + i) x (1 + i) x (1 + i)

Simplificando, chega-se à seguinte fórmula: n)i1(CM

Onde:

M = montante

C = capital ou principal empregado

(l + i)n = fator de acumulação de capital.

O fator de acumulação de capital pode ser obtido por cálculo ou por meio de consulta às tabelas pré-elaboradas. Ressalte-se que, em questões de prova, principalmente as elaboradas pela Esaf, as tabelas geralmente são fornecidas, não sendo permitido o uso de calculadoras.

É importante lembrar, assim como em juros simples, que a taxa i tem que ser expressa na mesma medida do tempo "n", ou seja, taxa de juros ao mês para "n" meses, taxa de juros ao ano para "b" anos, e assim

por diante.

2. JUROS

Para se calcularem apenas os juros, basta diminuir do montante, ao final do período, o principal ou capital. Como o capital representa a unidade, os juros podem ser calculados pelo seguinte modo:

J = M – C

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J = C x (1 + i)n – C

J = C[(1 + i)n – 1]

EXEMPLO 1

Quanto renderá uma aplicação de R$ 1.000,00 por 1 ano, se a taxa oferecida é de 3,5% a.m.?

Solução:

C = R$ 1.000,00

n = 1 ano = 12 meses

i = 3,5% a.m.

J = ?

J = C[(1 + i)n – 1]

J = R$ 1.000,00 [(1 + 0,035)12

– 1]

J = R$ 1.000,00 [ 1,511068 – 1]

J = R$ 1.000,00 x 0,511068

J = R$ 511,07

EXEMPLO 2

Quanto devo aplicar hoje para, após 6 meses, ter R$ 5.000,00, se a taxa é de 8% a.m.?

Solução:

M = R$ 5.000,00

n = 6 meses

i = 8% a.m.

C = ? n)i1(CM

n)i1(

MC

6)08,01(

5000$RC

586874,1

5000$RC

C R$ 3.150,84

EXEMPLO 3

Que taxa está sendo paga por uma aplicação que, após 3 meses, rendeu R$ 111,27 a um capital de R$ 1.200,00?

Solução:

J = R$ 111,27

C= R$ 1.200,00

n = 3 meses

i = ?

27,311.127,11100,200.1MJCM

n)i1(C

M

3)i1(00,200.1

27,311.1

092725,1)i1( 3

Procurando na tabela a = (1 + i)n pelo valor 1,092725,

com n = 3, ele será encontrado na coluna correspondente a 3%. Portanto, a taxa mensal é de 3%.

OBS.:

As tabelas financeiras são de dupla entrada. Nas linhas, têm-se os períodos e, nas colunas, as taxas. Para se procurar um determinado valor na tabela.

Por exemplo: (1 + i)12

= 1,795856,

Deve-se proceder da seguinte forma:

1) localizar na linha relativa a 12 períodos o valor 1,795856;

2) uma vez encontrado o valor, subir na coluna em que este foi encontrado e, assim, verifica-se que ele representa a taxa de 5% ao período.

n\i 1,00% 2,00% 3,00% 4,00% 5,00%

1 1,010000 1,020000 1,030000 1,040000 1,050000

2 1,020100 1,040400 1,060900 1,081600 1,102500

3 1,030301 1,061208 1,092727 1,124864 1,157625

4 1,040604 1,082432 1,125509 1,169859 1,215506

5 1,051010 1,104081 1,159274 1,216653 1,276282

6 1,061520 1,126162 1,194052 1,265319 1,340096

7 1,072135 1,148686 1,229874 1,315932 1,407100

8 1,082857 1,171659 1,266770 1,368569 1,477455

9 1,093685 1,195093 1,304773 1,423312 1,551328

10 1,104622 1,218994 1,343916 1,480244 1,628895

11 1,115668 1,243374 1,384234 1,539454 1,710339

12 1,126825 1,268242 1,425761 1,601032 1,795856

3. VALOR ATUAL (OU PRESENTE)

O valor atual, pelo que já foi exposto em juros simples, representa o valor de um título em uma certa data inferior à do vencimento.

Assim, para o regime de juros compostos, o valor atual é obtido pela aplicação da seguinte fórmula:

n

FP

i

VV

)1(

Tendo em vista que, em juros compostos, há a chamada capitalização, ou seja, os juros são calculados sobre o montante do período anterior, o valor atual pode ser calculado para qualquer data focal menor à do montante, ou seja, o cálculo do valor atual, em regime de juros compostos, é o inverso ao cálculo do montante. É como se estivesse sendo calculado o valor do capital numa data qualquer, já que sobre o capital incidiriam juros!

DICA DO PROF. NILO CÉSAR:

* Valor Nominal = Valor Futuro = Montante = Valor da Nota Promissória = Valor da Duplicata= ...

* Valor Atual = Valor Presente = Valor Descontado = Capital = ...

4. TAXAS EQUIVALENTES

Duas taxas ou mais são equivalentes entre si se, aplicadas a um mesmo capital, por um mesmo prazo, gerarem montantes iguais.

No regime de juros compostos, a taxa equivalente de outra, com n períodos, será a raiz enésima desta taxa.

Assim:

I taxa do período maior.

i taxa do período menor.

n numero de vezes que o período maior contém o menor. Então, temos que:

)1()1( Ii n → n li 11

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11 n li

Ou ainda:

DICA DO PROF. NILO:

360126432 )1()1()1()1()1()1()1( dmbtqsa iiiiiii

EXEMPLO 4

Uma aplicação de R$ 10.000,00 renderá quanto em 1 mês, se os juros são de 15%a.a.? A taxa mensal equivalente aos 15% anuais é de:

1)i1(i 12

0117,010117,1i

i 1,17% a.m.

OBS.:

Se o objetivo do leitor for a preparação para concursos, ele não deve se preocupar com relação à forma de extrair a raiz duodécima, pois, de alguma forma, o seu valor será fornecido ou a resposta requerida será do upo indicativa.

5. PERÍODOS NÃO INTEIROS

Muitas vezes os períodos de aplicação não são inteiros. Entretanto em todas as situações a parte fracionária do tempo deve ser remunerada, pois, do contrário, haveria locupletamento ilícito para quem não necessitasse pagar os juros do período. Para calcular os juros da parte fracionária utilizam-se duas convenções:

5.1. Convenção linear

Calculam-se os juros do período não-inteiro por interpolação linear, que vem a ser a aplicação da fórmula do montante dos juros simples.

Neste método ou convenção calcula-se primeiro o montante correspondente ao período inteiro. Em seguida, para a fração de tempo não-inteira restante, admite-se uma formação linear de juros, isto é, juros simples para a parte não-inteira, tomando como capital o montante obtido pelo cálculo de juros compostos dos períodos inteiros.

5.2. Convenção exponencial

Nesse caso, utiliza-se a taxa equivalente para o período não-inteiro. Após o cálculo do montante relativo à parte inteira do período, aplica-se uma forma exponencial com a taxa equivalente de juros compostos.

DICA DO PROF. NILO CÉSAR:

Observações interessantes:

(i) Quando o período de aplicação for unitário (n=1), os juros simples e compostos serão sempre equivalentes.

(ii) Para qualquer período de aplicação menor do que o período de capitalização (n<1), os juros produzidos pelo regime de juros simples serão sempre maiores do que os produzidos pelo regime de juros compostos se adotada a convenção linear.

(iii) Em algumas questões de prova, pode ser cobrado o cálculo pela convenção exponencial, porém não se dispõe de tabela para tal. Neste caso, como o montante produzido pela convenção exponencial é ligeiramente menor do que a convenção linear, calcula-se o montante pela convenção linear e assinala-se a

alternativa cujo resultado seja ligeiramente menor.

6. TAXA EFETIVA E TAXA NOMINAL

6.1. Taxa nominal

Uma taxa de juros compostos é apenas nominal quando sua unidade de referência de tempo não coincide com a unidade de referência dê tempo do período de capitalização, isto é, a taxa nominal é referenciada a um período maior que o período de capitalização que estará contido na taxa nominal.

EXEMPLO 5

30% a.t., com capitalização mensal.

A taxa de 30% é apenas nominal, pois a taxa de capitalização proporcional é de 10% a.m., o que redunda em 33,10% ao cabo do trimestre, sendo essa a taxa efetiva ao trimestre.

ief = (1 + 0,1)3 = 1,331 – 1 = 0,331 x 100 = 33,1%.

6.2. Taxa efetiva

Uma taxa de juros compostos é, ao mesmo tempo, nominal e efetiva quando sua unidade de referência de tempo coincide com a unidade de tempo do período de capitalização. Entretanto, isto dificilmente ocorre. Desta forma, o modo de calcular a taxa efetiva, dada uma taxa nominal, é o seguinte:

EXEMPLO 6

30% a.t., com capitalização trimestral.

A taxa efetiva é obtida pela seguinte fórmula:

1k

i1i

k

ef

Onde:

ief = taxa efetiva

i = taxa nominal

k = número de capitalizações para 1 período da taxa nominal

11

03,01i

1

ef

efi 30% a.t.

DICA DO PROF. NILO CÉSAR:

OBS.:

É muito comum, em questões de concursos, a taxa nominal ser dada em termos anuais e a capitalização em períodos menores, como, por exemplo, o mês, bimestre, trimestre ou semestre.

7. TAXA APARENTE E TAXA REAL

A taxa aparente, representada pela taxa nominal, é uma taxa que tem em si a taxa de inflação de dado período.

Se, em determinado período, não houver inflação, então a taxa aparente será a própria taxa real de rendimento. Se, porém, estiver presente uma inflação, por menor que ela seja, ela deverá ser expurgada da taxa aparente para obtermos a taxa real.

A taxa real pode ser obtida do seguinte modo:

Considerando a taxa de inflação como if e a taxa aparente de ia, então a taxa real ir será encontrada pela

seguinte relação:

)i1()i1()i1( fra

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EXEMPLO 7

Qual é a taxa de rendimento real de um capital aplicado por um ano, se a taxa de rentabilidade oferecida é de 15% ao ano e se, neste mesmo ano, houve uma inflação de 10%?

Solução:

)if1(

)ia1()ir1(

)1,01(

)15,01()ir1(

1,1

15,1)ir1(

ir 1,045454545455 – 1

ir 0,045454545455

ir 4,54% no período

EXERCÍCIOS PROPOSTOS

01. A aplicação de um capital de R$ 10.000,00, no

regime de juros compostos, pelo período de três meses, a uma taxa de 10% ao mês, resulta, no final do terceiro mês, num montante acumulado:

A) de R$ 3.000,00;

B) de R$ 13.000,00;

C) inferior a R$ 13.000,00;

D) superior a R$ 13.000,00;

E) menor do que aquele que seria obtido pelo regime de juros simples.

02. (BB) Que capital aplicado a juros de 50% ao

semestre, capitalizados semestralmente, resultou num montante de R$ 540.000,00 após um ano?

A) R$ 240.000,00

B) R$ 256.000.00

C) R$ 270.000,00

D) R$ 320.000,00

E) R$ 390.000,00

03. (BC) Na capitalização composta:

A) O montante é constante.

B) O juro produzido por período é constante.

C) Só o capital aplicado inicialmente rende juros, ao fim de cada período.

D) Uma taxa mensal de 15% é equivalente a uma taxa bimestral de 30%.

E) O juro produzido ao fim de cada período renderá juro nos períodos seguintes.

04. (AFTN) Uma pessoa tem um compromisso de R$

500.000,00 para ser pago daqui a 2 anos. Admitindo-se a taxa de juros compostos de 18% a.a., com capitalização quadrimestral, a pessoa deve depositar hoje, para poder honrar o compromisso, a importância de:

A) R$ 352.480,30;

B) R$ 355.490,20;

C) R$ 356.278,50;

D) R$ 357.072,20;

E) R$ 359.091,80.

05. (AFTN) Uma financeira diz cobrar em suas operações

uma taxa de juros compostos de 40% a.a., capitalizados trimestralmente. Nessas condições, a taxa de juros efetiva anual que está sendo cobrada ao devedor é de:

A) 46,41%;

B) 47,26%;

C) 48,23%;

D) 49,32%;

E) 40,00%.

06. Uma loja vende um computador por RS 1.800,00 à

vista. À prazo, vende o aparelho por R$ 2.829,37, sendo R$ 720,00 de entrada e o saldo 3 meses após. Qual a taxa de juros compostos mensal?

A) 23%.

B) 24%.

C) 25%.

D) 26%.

E) 27%.

07. Se pretendo adquirir um imóvel no valor de RS

12.000.000,00, quanto devo investir hoje, a uma taxa de 40% a.a., com capitalização trimestral, para comprá-lo dentro de 5 anos?

A) 1.783.723,52.

B) 2.231.213,18.

C) 1.434.235,70.

D) 7.451.055,88.

E) 745.105,59.

08. Pedro resgatou RS 325.000,00 de uma aplicação,

que lhe rendeu R$ 83.520,00. Sabendo que a taxa de aplicação anual era de 12%, com capitalização bimestral, por quanto tempo ficou aplicado o capital de Pedro?

A) 1 ano.

B) 1,5 anos.

C) 2 anos.

D) 2, 5 anos.

E) 3 anos.

09. Obter a taxa anual equivalente à taxa mensal de 5%,

juros compostos, com aproximação de uma casa decimal.

A) 60,0%.

B) 69,0%.

C) 74,9%.

D) 77,2%.

E) 79,6%.

10. Um capital de R$ 1.000,00 é aplicado à taxa de 3%

ao mês, juros compostos, do dia 10 de fevereiro ao dia 31 de maio. Obtenha os juros da aplicação, usando a convenção linear.

A) R$ 110,00.

B) R$ 113,48.

C) R$ 114,47.

D) R$ 114,58.

E) R$ 115,00.

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11. A taxa de 40% ao bimestre, com capitalização

mensal, é equivalente a uma taxa trimestral de:

A) 60,0%;

B) 66,6%;

C) 68,9%;

D) 72,8%;

E) 84,4%.

12. Qual a taxa efetiva, em porcentagem e aproximada

em uma casa decimal, de um financiamento à taxa nominal de 36% ao ano com capitalização mensal?

A) 36,0% ao ano.

B) 39,2% ao ano.

C) 41,2% ao ano.

D) 41,9% ao ano.

E) 42,6% ao ano.

13. (BB) Qual será o número de anos necessários para

que um capital colocado a juros compostos, a taxa de 50% ao ano, atinja a 225% de seu valor inicial?

A) 1,3

B) 2

C) 4,5

D) 2,25

14. O capital de R$ 1.000,00 é aplicado do dia 10 de

junho ao dia 25 do mês seguinte, a uma taxa de juros compostos de 21% ao mês. Usando a convenção linear, calcule os juros obtidos, aproximando o resultado em real.

A) R$331,00.

B) R$ 343,00.

C) R$337,00.

D) R$ 342,00.

E) R$ 340,00.

15. Obtenha o capital inicial que, aplicado a Juros

compostos durante 12 meses, à taxa de 4% ao mês, atinge o montante de R$ 1.000,00 (aproxime o resultado para reais).

A) R$625,00.

B) R$630,00.

C) R$636,00.

D) R$650,00.

E) R$676,00.

16. (BB) Se aplicarmos R$ 25.000,00 a juros compostos,

rendendo 7% a cada bimestre, quanto teremos após 3 anos, com capitalização bimestral?

A) 25.000 x (1,70)6

B) 25.000 x (1,07)18

C) 25.000 x (0,93)3

D) 25.000 x (1,70)3

E) 25.000 x (0,7)18

17. (BB) O valor de um aluguel era de RS 400,00 no dia

1° de julho de 1999 e foi reajustado para R$ 410,00 no dia 1º de agosto de 1999. Considerando que a inflação registrada no mês de julho foi de 1%, é correto afirmar que a taxa real de juros utilizada no reajuste do valor desse aluguel foi:

A) inferior a 1,5%;

B) igual a 1,5%;

C) superiora 1,5% e inferior a 2,0%;

D) igual a 2,0%;

E) superior a 2,0%.

18. Na capitalização composta:

A) a sequência dos juros produzidos por período é constante;

B) a sequência dos montantes ao fim de cada período cresce em progressão aritmética;

C) só rende juro o capital aplicado inicialmente;

D) uma taxa mensal de 2% é equivalente a uma taxa bimestral de 4%;

E) o capital que rende juro em um período é o montante do final do período anterior.

19. (ESAF/Pref. Fort.) O capital de R$ 20.000,00 é

aplicado à taxa nominal de 24% ao ano com capitalização trimestral. Obtenha o montante, ao fim de dezoito meses de aplicação.

A) R$ 27.200,00.

B) R$ 27.616,11.

C) R$ 28.098,56.

D) R$ 28.370,38.

E) R$ 28.564,92.

20. (AFPS-2002) Obtenha os juros como porcentagem do

capital aplicado à taxa de juros compostos de 10% ao semestre, por um prazo de quinze meses, usando a convenção linear para cálculo do montante.

A) 22,5%.

B) 24%.

C) 25%.

D) 26,906%.

E) 27,05%.

21. Um capital é aplicado à taxa de Juros nominal de

24% ao ano com capitalização mensal. Qual a taxa anual efetiva de aplicação desse capital, em porcentagem, aproximada até centésimos?

A) 26,82%.

B) 26,53%.

C) 26,25%.

D) 25,97%.

E) 25,44%.

22. Um capital é aplicado a juros compostos durante dois

períodos e meio, a uma taxa de 20% ao período. Calcule o montante em relação ao capital inicial, considerando a convenção linear para cálculo do montante.

A) 150%.

B) 157,74%.

C) 158,4%.

D) 160%.

E) 162%.

23. (CEF) Fábio colocou R$ 40.000,00 em um banco, a

juros compostos de 16% ao ano, capitalizados anualmente. Ao fim de 2 anos obteve juros no valor de:

A) R$ 14.642,00

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B) R$ 14.582,00

C) R$ 14.284,00

D) R$ 13.824,00

E) R$ 13.482,00

24. (BC) Apliquei a metade de um capital C a juros

compostos, à taxa de 40% ao bimestre durante 4 meses e outra metade a juros simples, durante o mesmo prazo. Para que os montantes dos dois investimentos sejam iguais, a taxa mensal do segundo investimento deverá ser:

A) 24%

B) 23,5%

C) 23%

D) 22,5%

E) 22%

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08

D A E A A C A D

09 10 11 12 13 14 15 16

E D D E B C A B

17 18 19 20 21 22 23 24

A E D E A C D A

EQUAÇÕES DO 1º GRAU

EQUAÇÃO é toda sentença matemática expressa por uma igualdade ( = ), onde os números desconhecidos são representados por Letras ( incógnitas).

Exemplos:

2x – 3 = 15 Equação na incógnita X.

3x – 4y = 6 Equação nas incógnitas X e Y

Membros e Termos

Numa equação, a expressão situada à esquerda do sinal = é chamada de 1º membro da equação, e a expressão situada à direita do sinal = é chamada de 2º membro da equação.

Exemplo: – 2x + 10 = 3x – 5

1º membro 2º membro

Cada uma das parcelas que compõem um membro de uma equação é chamada de Termo da Equação.

Resolução de uma equação do 1º grau

1º Caso) Resolver a equação 4x – 3 = 2.(2x + 1) – 5

Solução

4x – 3 = 2.(2x + 1) – 5 Prop. Distributiva

4x – 3 = 4x + 2 – 5

4x – 3 = 4x – 3

4x – 4x = – 3 + 3

0 = 0 A igualdade se faz verdadeira, a equação é chamada Indeterminada, e seu conjunto- solução será o Universo. (S = U)

2º Caso) Resolver a equação 6

55

23

xxx

6

55

23

xxx

6

530

6

32 xxx

Reduzimos as frações ao

mesmo denominador comum(m.m.c)

2x + 3x = 30 + 5x

5x – 5x = 30

0 = 30 A igualdade não se faz verdadeira, a equação é chamada Impossível, e seu conjunto – solução será Vazio. (S = Ø)

3º Caso) Resolver a equação 2

1

2

1

3

12

xx

Solução

2

1

2

1

3

12

xx

6

1

6

13

6

122

xx Reduzimos ao menor

denominador comum

2. (2x – 1) – 3 .( x + 1) = 3 Prop. Distributiva

4x – 2 – 3x – 3 = 3

x = 3 + 5 x = 8 A equação é chamada Determinada, e seu conjunto – solução é a raiz

encontrada.

( S = { 8 } )

SISTEMA DE EQUAÇÕES DO 1º GRAU

Equações do tipo ax + by = c, isto é, do primeiro

grau com duas variáveis, possuem uma infinidade de soluções.

Resolver um sistema de duas equações é achar os valores das variáveis x e y, que satisfaçam, ao mesmo

tempo, cada uma das equações. Logo, as equações que constituem um sistema deverão admitir a mesma solução. Equações desse tipo são chamadas de equações simultâneas.

Na resolução de um sistema de duas equações simultâneas do primeiro grau, empregamos os processos de Adição e Substituição, os quais passaremos a estudá-los separadamente.

Adição

a) Multiplicam-se, ambos os membros de uma ou de cada uma das equações, por números, tais que, a incógnita que se deseja eliminar tenha, nas duas equações o mesmo coeficiente, porém de sinais contrários;

b) Somam-se, membro a membro, as duas equações, resultando, assim, uma única equação com uma incógnita;

c) Resolve-se esta equação, obtendo-se, assim, o valor de uma incógnita;

d) Substitui-se o valor dessa incógnita em qualquer uma das equações obtendo-se, assim, o valor da outra incógnita.

Exemplos:

01) Resolver o sistema x + 2y = 11

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29

x – y = 5

Solução:

Como a variável y já possui sinais contrários, basta

multiplicarmos a segunda equação por 2, no que resulta

x + 2y = 11

2x – 2y = 10

Somando, membro a membro, as duas equações, vem: 3x = 21, logo: x = 7.

Substituindo o valor de x na primeira equação, resulta: 7 + 2y = 11, que resolvida dará: Y = 2. Logo, S = { (7,2) } que é o conjunto verdade da equação.

02) Resolver o sistema: 2x + 3y = 8

5x – 2y = 1

Solução:

Multiplicando-se a primeira equação por 2 e a segunda por 3,

temos: 4x + 6y = 16

15x – 6y = 3

Somando, membro a membro, teremos: 19x = 19, onde x =1. Substituindo na primeira equação, o valor de x, vem: 2 + 3y = 8, que resolvida dará: y = 2. Então, o conjunto solução será:

S = { (1,2) }.

Substituição

a) Resolve-se uma das equações, em relação à incógnita que se deseja eliminar;

b) Substitui-se, na outra equação, a incógnita pelo seu valor obtido na primeira;

c) Resolve-se a equação resultante dessa substituição; encontrando-se, dessa forma, o valor dessa incógnita;

d) Substitui-se o valor dessa incógnita em qualquer uma das equações do sistema obtendo-se, assim, o valor da outra incógnita e, em consequência, a solução do sistema.

Exemplos:

1) Resolver o sistema x+ 2y = 1

2x – y = 7

Solução:

Resolvendo a primeira equação, em relação a x, temos: x = 1 – 2y.

Substituindo na segunda equação, o valor de x, isto é, 1 – 2y, vem:

2x – y = 7.

2 (1 – 2y) – y = 7 que, resolvida, dará: y = – 1.

Substituindo o valor de y em x = 1 – 2y, temos: x = 3.

Logo: S = { (3, -1)} que é o conjunto verdade da equação.

x + y = 10

2) Resolver o sistema: x – y = 2

Solução:

Tirando o valor da variável x na primeira equação, temos: x = 10 – y.

Substituindo, na segunda equação, o valor de x, vem: 10 – y – y = 2, que resolvida, resulta: y = 4.

Substituindo o valor de y em qualquer uma das equações do sistema ou na expressão

x = 10 – y, encontraremos o valor da variável x que será: x = 6.

Então, o conjunto solução será: S = { ( 6, 4) }.

PROBLEMAS COM NÚMEROS INTEIROS

Antes de resolver um problema devemos obter uma forma de representação para o que ele propõe.

Vejamos:

1) Representar um número ou uma quantia, e a seguir, o seu dobro, seu triplo etc.

Forma: x = o número

2x = o seu dobro

3x = o seu triplo

2) Representar duas quantidades, onde uma tem cinco unidades mais que a outra.

Forma: x é a quantia menor

x + 5 = a quantia menor mais cinco unidades

3) Representar duas idades que diferem 10 anos.

1ª forma 2ª forma

x = a idade menor x = a idade maior

x + 10 = a idade maior x – 10 = a idade menor

4) São dados três números: o 1º é 5 unidades maior que o 2º e este tem três unidades menos que o 3º.

Forma: x : o segundo número

x + 5 : o primeiro número

x + 3 : o terceiro número

QUESTÕES COMENTADAS

1) Determinar dois números cuja soma é 40, sendo o maior o quádruplo do menor.

2) A diferença entre dois números é 18 e o maior é o triplo do menor. Determiná-los.

x = o menor número

3x = o maior número

3x – x = 2x é a diferença entre o maior e o menor.

2x = 18

x = 18 ÷ 2 = 9 x = 9 3x = 27

3) Um pai diz a seus três filhos: Conceição, Luís e Duda:

Vou repartir entre vocês a importância de $ 90,00 de modo que Conceição, que é a mais velha, receba $ 12,00 mais que Luís e este receba $ 6,00 mais que Duda que é a mais nova.

x = a quantia de Duda

x + 6 = a quantia de Luis 3x = 66

x + 6 + 12 = a quantia de pela inversa da multiplicação

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30

Conceição x = 66 ÷ 3 = 22

Ou:

x

x + 6 = 90 Duda: $ 22,00

x + 18 Luís: $ 22,00 + $ 6,00 = $ 28,00

3x + 24 = 90

Conceição: $ 28,00+$12,00=$40,00

Pela inversa da adição: 3x = 90 – 24

4) A soma das idades de um pai e um filho é hoje 4 anos. Há 6 anos a idade do pai era o quíntuplo da idade do filho. Quais as idades de cada um hoje?

Há seis anos

54 – 2 X 6 = 54 – 12 = 42 anos x = 42 anos ÷ 6 = 7 anos

x é a idade do filho o filho, 7 anos

5x a idade do pai o pai, 35 anos

5x + x = 6x

Hoje

6x = 42 anos 7 + 6 = 13 anos o filho.

35 + 6 = 41 anos o pai

5) Cândida faz problemas. Ganha $ 0,10 por problema certo e paga multa de $ 0,07 por problema que erra. Fez 20 problemas e recebeu $ 1,32. Quantos problemas acertou e quantos errou?

Vejamos:

Neste problema deve-se raciocinar: Se Cândida acertasse todos os problemas ganharia: 20 problemas x $ 0,10 = $ 2,00.

Entretanto recebeu apenas $ 1,32. Significa que deixou de ganhar a diferença, isto é: $ 2,00 – $ 1,32 = 0, 68.

Entretanto, em cada problema errado, Cândida deixou de

ganhar: $ 0,17.

Pergunta-se: ___

Por que deixou de ganhar $ 0,17 por problema errado?

___

Claro, primeiro não ganhou $ 0,10 que seria o prêmio do acerto e segundo pagou $ 0,07 de multa. Logo, são $ 0,17 de prejuízo por problema errado.

Como o prejuízo total foi de $ 0,68 e o prejuízo por

problema foi de $ 0,17 basta efetuar a divisão:

$ 0,68 ÷ $ 0,17 = 4 problemas.

Isto é, Cândida errou 4 problemas e, logicamente, acertou 16 problemas.

Problemas certos: $ 0,10 x 16 = $ 1,60

Problemas errados: $ 0,07 x 4 = $ 0,28

Recebeu $ 1,32

6) Cândida foi a Bahia e deixou $ 1,00 de óbolo em cada igreja que visitou e, ao fim das visitas, sobraram $ 4,00 do dinheiro destinado às esmolas. Se tivesse deixado $ 1,50 em cada igreja, teria gasto $ 8,00 mais do que esperara gastar com os óbolos. Quantas igrejas Cândida visitou e quanto pensara gastar com as esmolas?

Vejamos:

I) Deixando $ 1,00 em cada igreja sobram $ 4,00

Deixando $ 1,50 em cada igreja faltam $ 8,00

Vê-se assim, que um acréscimo de 0,50 em cada óbolo provoca um acréscimo de $ 12,00 nas despesas de Cândida. (De fato, a sobra de $ 4,00 e mais os $ 8,00

que despenderia.)

Logo as igrejas são:

$ 12,00 ÷ $ 0,50 = 24 igrejas.

II) Cândida destinara aos óbolos:

24 X $ 1,00 = $ 24,00 distribuídos

+ $ 4,00

$ 28,00

Prova: De fato, se desse $ 1,50 em cada igreja, gastaria

$ 36,00, isto é, $ 8,00 mais do que previra.

7) Um boiadeiro comprou 25 bois e 8 novilhos pela importância de $ 1.820,00. Determinar o preço de cada animal, sabendo-se que um boi e um novilho juntos custam $ 100,00

Vejamos:

Como um boi e um novilho juntos valem $ 100,00, então os oito novilhos e os oito bois custaram $ 800, 00.

Desse modo, a importância restante, isto é, $ 1.820,00 – $ 800,00 = $ 1.020,00 foi necessária para adquirir os restantes 17 bois, ou seja:$ 1.020,00 ÷ 17 = 60,00

Logo:

$ 60,00 é o preço de cada boi; e $ 100,00 - $ 60,00 = $

40,00 é o preço de cada novilho.

Prova:

Um boi + um novilho = $ 60,00 + $ 40,00 = $ 100,00

8 novilhos + 25 bois = $ 320,00 + $ 1.500,00 = $ 1.820,00.

8) De duas cidades A e B, cuja distância é 315km, partem simultaneamente dois trens. O que parte de A se dirige em direção a B com a velocidade média de 60km por hora e o que parte de B se dirige para A com a velocidade média de 45km por hora. Pergunta-se: depois de quanto tempo se cruzarão e a que distância de A?

Vejamos:

Representando-se esquematicamente o problema, teremos:

Como os trens se deslocam em sentidos contrários, ao se cruzarem, a soma dos percursos realizados é igual à distância entre A e B que é de 315 km. Para realizar o mesmo percurso, no mesmo tempo, um único trem deveria ter uma velocidade V igual à soma entre as velocidades V1 e V2 . Isto é.

V = 60 km/h + 45 km/h = 105 km/h

Ora, um trem com 105 km/h demoraria 3 horas para percorrer os 315 km.

De fato: 315km ÷ 105 km/h = 3 horas.

Da mesma forma, os dois trens que partem de A e B. Para isso, basta, então dividir o percurso de 315 km pela soma de suas velocidade e, como acima, se encontrará 3 horas.

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31

60km/h x 3 horas = 180 km; 45 km/h x 3 horas = 135km.

QUESTÕES DE CONCURSOS

01. (F.M. SANTA CASA-SP) Considere-se o número

313131A, onde A representa o algarismo das unidades. Se esse número é divisível por 4, então o valor máximo que A pode assumir é:

A) 0

B) 2

C) 4

D) 6

E) 8

02. (CESGRANRIO) Uma torneira enche um tanque em 4

horas. O ralo do tanque pode esvaziá-lo em 3 horas. Estando o tanque cheio, abrimos simultaneamente a torneira e o ralo. Então o tanque:

A) nunca se esvazia

B) esvazia-se em 1 hora

C) esvazia-se em 4 horas

D) esvazia-se em 7 horas

E) esvazia-se em 12 horas

03. (CESGRANRIO) Seja N o menor inteiro positivo cujo

triplo é divisível por 9, 12 e 14. Então, a soma dos algarismos de N é:

A) 16

B) 15

C) 14

D) 13

E) 12

04. (F.M. SANTA CASA-SP) A seguinte diferença 5,0666,0 98

é igual a:

A) 2

B) 1

C) 32

D) 2

E) 22

05. Júnior possui uma fazenda onde recolhe 45 litros de

leite de cabra por dia, que são utilizados na fabricação de queijo. Com cada 5 litros de leite, ele fabrica 1kg de queijo. O queijo fabricado é então dividido em porções de 125g que são empacotadas em dúzias. Cada pacote é vendido por R$ 6,00 . Quanto Júnior arrecada por dia com a venda do queijo?

a)R$ 35,00

b)R$ 34,00

c)R$ 33,00

d)R$ 37,00

e)R$ 36,00

06. (PRF) O valor de 01,08,04,0

2,015,03,0

é de:

A) – 1/2

B) 43/31

C) 43/310

D) 1/2

E) 43/31

07. (PRF) O valor de 3,015,0

03,012,04,0

A) 3,75

B) 0,375

C) 0,12

D) -0,12

E) -0,375

08. Considere a expressão:

15

1

5

33

1

5

1

...999,0

.

Efetuando as operações indicadas e simplificando, obtemos:

A) 9/10

B) 2

C) 19/10

D) 15/9

E) 1

09. (CEF) Se x = (-2)3 – (–1)

2 + (– 3)

2 – (–2)

2, então:

A) x < – 8

B) – 8 < x < – 5

C) – 5 < x < – 1

D) – 1 < x < 7

E) x > 7

10. (Magistério) Simplificando a expressão

...333,0

12

7

2

1

3

21

obtém-se:

A) 1/3

B) 1

C) 2

D) 3

E) 6

11. (AARE) Um negociante, num dia, recebeu 108 ovos,

que os colocou em duas cestas. A um freguês vendeu 1/3 dos ovos da primeira cesta e a outro freguês vendeu 1/6 dos ovos da segunda cesta. As duas cestas têm agora o mesmo número de ovos. Quantos ovos havia em cada cesta.

A) 65 e 43

B) 60 e 48

C) 50 e 58

D) 70 e 38

E) 55 e 53

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32

12. (BB) A soma dos dois algarismos de um número é 12.

Se trocarmos a ordem desses algarismos, o número aumenta em 18 unidades. Determine a terça parte desse número:

A) 16

B) 17

C) 18

D) 19

E) 20

13. (BB) O menor ângulo formado pelos ponteiros de um

relógio, quando este indica 10h10min, é:

A) 85°

B) 95°

C) 105°

D) 115°

E) 125°

14. (MPU) Numa divisão o divisor é 14, o quociente é 26 e

o resto é o maior possível. Qual é o dividendo.

A) 496

B) 378

C) 377

D) 376

E) 372

15. (MPU) Que horas são agora, se 1/4 do tempo que

resta do dia é igual ao tempo já decorrido.

A) 8 horas

B) 4 horas

C) 4h 48 min

D) 6h 48min

E) 5h 48min

16. (TRT) A velocidade de um veículo é 72 Km/h. Essa

velocidade é equivalente a:

A) 0,02 Km/seg

B) 0,2 Km/seg

C) 1,2 Km/seg

D) 2 Km/seg

E) 12Km/Seg

17. (TRT) Um setor de uma repartição recebeu um lote de

processos. Desse lote, cada funcionário arquivou 15 processos, restando 5 processos. Se cada funcionário tivesse arquivado 8 processos, restariam 33. O número de funcionários desse setor é:

A) 4

B) 6

C) 7

D) 8

E) 10

18. (TRE) Dividindo-se um número natural X por 5, obtém

quociente 33 e o resto é o maior possível. Esse número X é:

A) menor que 1 centena

B) maior que 2 centenas

C) igual a 3 centenas

D) quadrado perfeito

E) cubo perfeito

19. (TTN) Duas estações, A e B, de uma linha férrea,

distam 180 Km. Um trem parte da estação A para B com a velocidade de 10 m/s; no mesmo instante, parte de B para A, um segundo trem, com velocidade de 5 m/s. A que distância de A se encontrarão.

A) 100 Km

B) 110 Km

C) 115 Km

D) 120 Km

E) 125 Km

20. (BB) Gastei 5/12 do que tinha com gasolina; 3/8 com

compras de mercadorias; 1/9 com despesas de hotel; com o restante saldei uma dívida de $35.000,00. Quantos quilômetros percorri sabendo-se que o litro de gasolina estava a $75,00 e meu carro fazia 10 Km/litro.

A) 200

B) 2.000

C) 2.200

D) 20.000

E) 22.000

GABARITO

01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

D E E B B A C B C E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

B D D C C A A D D D

BIBLIOGRAFIA:

• PAIVA, Manuel – MATEMÁTICA: CONCEITOS, LINGUAGEM E APLICAÇÕES. Vol. 2 – São Paulo: Moderna, 2002.

• GIOVANNI, José Ruy, BONJORNO, José Roberto. Volume 2. COLEÇÃO MATEMÁTICA UMA NOVA ABORDAGEM, - São Paulo: FTF, 2000.

• MATEMÁTICA: CIÊNCIA E APLICAÇÕES, 3 / Gelson Iezzi.. [et al.] – 4 ed. – São Paulo: ATUAL, 2006.

• DANTE, Luiz Roberto. Volume 3. MATEMÁTICA CONTEXTO & APLICAÇÕES – São Paulo: Ática, 2003.

CONHECIMENTOS TÉCNICOS 1

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CENSO EXPERIMENTAL 2019

PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO (PSS)

Estudo dos Conhecimentos Técnicos

Para Recenseador, Agente Censitário Supervisor (ACS) e Agente Censitário

Municipal (ACM)

Março/2019

Conteúdo conforme disponível no site do IBADE

SUMÁRIO:

1. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE . 1

2. O Censo Demográfico 2020 ......................................... 1

3. Quem é o Recenseador? ............................................. 2

4. Estrutura organizacional ............................................... 8

5. Quem é o Agente Censitário Supervisor ...................... 9

6. Quem é o Agente Censitário Municipal ........................ 9

7. Conceitos Fundamentais .............................................. 9

8. Características dos Moradores .................................. 15

9. Concluindo ................................................................. 16

10. Glossário .................................................................. 16

Apresentação

Quem somos? Como somos? Onde vivemos?

Responder a essas perguntas é fundamental para o Brasil conhecer as características de sua população. Um país sem conhecimento fica à deriva. Por isso, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE realiza o Censo Demográfico a cada década. O Censo é a única pesquisa que percorre e investiga cada município do Brasil.

O resultado do Censo é empregado para a gestão de políticas públicas e de projetos da iniciativa privada. Ele é a única pesquisa que gera informações atualizadas e confiáveis sobre as características da população e de seus domicílios, fornecendo um rico perfil do país e de suas diversas estruturas territoriais.

Objetivo

Apresentar aos candidatos os conteúdos técnicos fundamentais nas áreas de conhecimento do Censo Demográfico 2020 de forma a possibilitar aos interessados a participação no Processo Seletivo Simplificado (PSS).

1. IBGE - O INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

Por mais de 80 anos, o IBGE vem contribuindo para o Brasil com as suas pesquisas e mapeamentos. É um instituto de significado ímpar, dada a importância da sua atuação e dos reflexos que oferece para a sociedade, especialmente para o fortalecimento de políticas públicas.

Esperamos que você queira saber mais e sinta-se motivado em colaborar com essa apaixonante instituição.

Saiba Mais

Se tiver interesse em ampliar seu conhecimento sobre a história do IBGE visite o portal do Núcleo Virtual da Rede de Memória do IBGE.

Disponível no link: https://memoria.ibge.gov.br/

Em seus fundamentos, o IBGE é o órgão coordenador e produtor de informações estatísticas e geográficas do país. Para que suas atividades possam cobrir todo território nacional, a instituição

conta com uma rede nacional de pesquisa e disseminação, composta por:

27 Unidades Estaduais (26 nas capitais dos estados e 1 no Distrito Federal);

570 Agências de Coleta de Dados nos principais municípios.

Importante!

A missão do IBGE é “retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento de sua realidade e ao exercício da cidadania”.

O IBGE oferece um panorama objetivo e atual do país, com a produção e a disseminação de informações de natureza estatística, geográfica e ambiental. Essa missão se concretiza quando o IBGE:

Identifica, mapeia e analisa o território;

Realiza a contagem da população;

Informa como a população vive;

Apresenta a evolução da economia a partir de estatísticas do trabalho e da produção.

Tais informações, relevantes e confiáveis, são essenciais para a consolidação de uma sociedade democrática e para o planejamento de políticas públicas.

2. O CENSO - CENSO DEMOGRÁFICO 2020

Entre as principais pesquisas feitas pelo IBGE, encontra-se o Censo Demográfico, que é a operação realizada a cada 10 anos para contar a população e obter informações sobre:

sua distribuição territorial no país,

principais características de seus integrantes e de seus domicílios, e

evolução de seu quantitativo ao longo do tempo.

O Censo é a principal fonte de dados sobre a situação de vida da população nos municípios e localidades. Estes dados podem ser utilizados para a definição de políticas públicas em nível nacional, estadual e municipal. E também como auxílio para a tomada de decisões na área de investimentos, do setor privado.

Em 2020, o IBGE realizará o XIII Censo Demográfico, que será um “retrato de corpo inteiro” do País com o levantamento do perfil da população e das características de seus domicílios. Ou seja, ele nos dirá como somos, quantos somos e como vivemos.

No Censo 2020, o IBGE visitará cerca de 70 milhões de domicílios brasileiros, espalhados pelos mais de 8,5 milhões de km² do nosso vasto território, para conhecer a situação de vida da população em cada um dos 5.568 municípios. Um trabalho gigantesco que envolve milhares de pessoas!

A tabela a seguir mostra a variação populacional na

2 CONHECIMENTOS TÉCNICOS

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pirâmide etária a partir dos dados coletados no Censo 2010 pelo IBGE:

Para chegar a um consenso sobre quais questões serão investigadas no Censo Demográfico 2020, o IBGE promove consultas e debates amplos: com a sociedade brasileira e órgãos técnico-governamentais.

A partir daí, com a conclusão do Censo, o Brasil vai dispor de informações necessárias para conhecer as características das pessoas – onde residem, por exemplo –, a fim de planejar políticas e investimentos públicos.

Saiba Mais

Conheça as sinopses dos Resultados do Censo 2010 no Portal do IBGE disponível no link: https://memoria.ibge.gov.br/

O conjunto de dados coletados trará resultados relacionados a questões fundamentais, como:

O total da população do País por sexo e faixa etária e como está distribuída no Território Nacional;

A expectativa de vida da população do País;

A estimativa de brasileiros que vivem fora do País;

O número médio de filhos que uma mulher teria ao final do seu período fértil;

O tipo de habitação em que vive a população do País;

A proporção da população que tem acesso ao saneamento básico;

O nível de instrução da população; e

As condições de trabalho e o rendimento da população.

2.1 Censo Experimental

Antes da execução de um censo, é realizado um ensaio geral com objetivo de testar todas as definições e procedimentos planejados. Para a operação censitária de 2020, esse ensaio será o Censo Experimental 2019.

O Censo Experimental, assim como qualquer censo, tem como uma das etapas primordiais a coleta de dados. A partir de

entrevistas com moradores, o IBGE registra informações sobre os seus modos de vida.

Os dados coletados são relativos ao estado de coisas em uma data específica, isto é, a um retrato da situação naquele momento.

É preciso adotar uma data específica como referência para evitar divergências entre quantitativos e características da população, que se alteram com o tempo: entre o início e o fim do período da coleta.

Importante

A coleta do Censo Experimental será realizada no Município de Poços de Caldas, Minas Gerais, no período de 23 de setembro de 2019 a 22 de novembro de 2019. Mas, a data de referência para o Censo Experimental 2019 é o dia 31 de agosto de 2019, à meia-noite.

Isto significa que os Recenseadores deverão considerar a realidade desse instante do tempo como referência para a coleta de dados.

3. O RECENSEADOR - QUEM É?

O Recenseador é o responsável por fazer o trabalho da coleta de dados por meio de entrevistas com os moradores. Estando em contato direto com o público, ele representa o IBGE para a sociedade.

CONHECIMENTOS TÉCNICOS 3

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Importante

O Recenseador é a peça-chave do Censo.

A qualidade dos resultados que serão entregues para o país ao final da operação depende diretamente da qualidade do seu trabalho, do modo como se dedica às atividades em seu dia a dia.

3.1 O trabalho do Recenseador

O trabalho do Recenseador consiste em obter as informações junto aos moradores de uma determinada área, nos locais onde residem.

O Recenseador contará com a supervisão de um Agente Censitário Supervisor (ACS). O ACS lhe fornecerá

as informações, o material necessário e seus instrumentos de trabalho, assim como lhe prestará orientação técnica e assistência permanente durante o período de realização da coleta de dados. É a ele que o Recenseador deve se reportar sempre que encontrar alguma dificuldade.

3.2 Aproveitamento e escolha do Setor Censitário

O bom desempenho do trabalho do Recenseador está associado ao domínio dos conceitos e dos procedimentos que serão utilizados no Censo.

Por isso, é importante que o candidato a Recenseador tenha um bom aproveitamento no momento de formação, uma vez que a escolha da área em que deseja trabalhar dependerá da sua classificação final na avaliação do treinamento. Esta área, chamada pelo IBGE de Setor Censitário,

será o local de trabalho do Recenseador, onde realizará a coleta de dados.

Atenção!

Antes de iniciar a coleta de dados, o candidato a Recenseador deve dedicar-se ao treinamento realizando todas as atividades propostas, procurando rever e exercitar os conteúdos e procedimentos. Deve utilizar todos os recursos instrucionais disponíveis, esclarecendo suas duvidas sempre que necessário.

Durante o seu trabalho de coleta de dados, o Recenseador ficará lotado em um local físico sob responsabilidade do IBGE, chamado de Posto de Coleta.

3.3 Posto de coleta

O Posto de Coleta é o local de trabalho criado

temporariamente pelo IBGE para dar suporte à operação censitária. Nele, reúne-se a equipe encarregada do

gerenciamento [V.Glossário]

, da supervisão e da coleta de dados de uma determinada área.

Sempre que requisitado, o Recenseador deverá comparecer ao Posto de Coleta para que o Supervisor possa avaliar o seu trabalho e corrigir possíveis falhas. Caso a supervisão indique a necessidade de corrigir algum dado coletado, o Recenseador deverá retornar a campo.

Resumidamente, o trabalho do Recenseador consiste em percorrer o Setor Censitário sob sua responsabilidade, registrando endereços e realizando as entrevistas com os moradores.

Para concluir o seu trabalho, o Recenseador deve dirigir-se ao Posto de Coleta e devolver o material de trabalho ao Instituto.

3.4 Instrumentos de trabalho do Recenseador

Durante a coleta de dados, o Recenseador terá dois instrumentos de trabalho disponíveis: O Mapa do Setor Censitário (em papel) e o Dispositivo Móvel de Coleta (DMC). O Recenseador será responsável pelo patrimônio público enquanto estiver de posse dos materiais a ele confiados, devendo zelar por sua conservação e pelas boas condições de seu uso e funcionamento.

Além desses dois instrumentos de trabalho, o Recenseador contará com o Manual do Recenseador, que será usado como

recurso instrucional durante seu treinamento, além de fonte de consulta para o seu trabalho de coleta de dados.

4 CONHECIMENTOS TÉCNICOS

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O Manual do Recenseador reúne

os conceitos, as definições, os procedimentos e as orientações necessárias ao desempenho de suas atividades e ao registro das informações. O treinamento do Recenseador é composto por outros materiais e recursos de formação, que também servem

de suporte ao seu trabalho. Estes devem ser consultados sempre que necessário, junto ao Manual do Recenseador, para garantir maior qualidade na coleta.

Vejamos quais são os instrumentos de trabalho:

a) Mapa do Setor Censitário (em papel)

O Mapa do Setor Censitário (em papel) é uma representação gráfica da área a ser recenseada. Em seu verso, consta a descrição de seus limites. Eventualmente, a representação do setor ganha o acréscimo de elementos adicionais que facilitam a identificação de sua área (como a adição da área circundante).

b) Dispositivo Móvel de Coleta – DMC

É o equipamento para registro e armazenamento das informações coletadas em campo.

No DMC, podem-se acessar:

Mapa do Setor Censitário (digital) Lista de Endereços

Questionários

o Básico

o Amostra

CONHECIMENTOS TÉCNICOS 5

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3.5 Recursos do DMC

Dominar o uso dos aplicativos e funções do DMC é fundamental para a realização do Censo com a qualidade necessária, pois esse equipamento será a principal ferramenta de trabalho no cotidiano do Recenseador.

Mapa do Setor Censitário

É a representação gráfica do setor censitário. Por fins práticos, costuma retratar alguns outros elementos adicionais para facilitar o reconhecimento do setor em campo. O DMC exibe o Mapa por meio de uma imagem, obtida por satélites, da área do setor e das áreas que o rodeiam. E destaca com uma cor adequada os limites do setor, para diferenciá-lo das áreas restantes. O Mapa do setor censitário é fundamental para a localização do Recenseador em campo e para o trabalho de coleta.

Lista de Endereços

É composta por endereços trabalhados pelo setor censitário em pesquisas anteriores. Por isso, é também chamada de “lista prévia”. A cada um de seus endereços, o DMC acrescenta a informação sobre se o seu questionário respectivo já foi respondido pelo morador.

É importante que o Recenseador visite todos endereços do setor (mesmo que alguns destes não estejam presentes na lista, ou que se refiram a terrenos baldios) e atualize a relação que carrega em seu DMC.

Para a atualizar a lista de endereços (prévia), o Recenseador deverá seguir estas orientações:

a) Confirmar os endereços que continuam presentes

em campo, após verificação.

b) Incluir os novos endereços que forem

encontrados.

c) Excluir os endereços que não forem encontrados

em campo.

Questionário Básico

É o questionário com menor número de quesitos, em que serão registradas as características do domicílio e de seus

moradores na data de referência [V.Glossário]

. Os quesitos desse questionário serão aplicados a todos os domicílios.

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Questionário da Amostra

Esse questionário é respondido por uma parte da população, selecionada de forma aleatória por meio de cálculos específicos, formando uma amostra estatística.

3.5 Evitando a perda de informações

É muito importante tomar providências para evitar a perda de informações coletadas, tais como:

Zelar pelo correto registro das informações;

Fazer cópias de segurança (backups) regularmente;

Transmitir as informações sempre que possível;

Evitar quedas e contato com água e umidade; e

Adotar cuidados básicos ao circular pelos setores censitários com o DMC, preservando a segurança de si, dos dados coletados e do próprio equipamento.

3.7 Cálculo da remuneração do Recenseador

A remuneração mensal do Recenseador será por produção, calculada por Setor Censitário, conforme taxa fixada, de conhecimento prévio, com base na quantidade de unidades recenseadas (domicílios urbanos e/ou rurais), pessoas recenseadas e registro no controle da coleta de dados.

Em um mês, o Recenseador poderá receber vários pagamentos, de acordo com a liberação dos setores produzidos. Esses setores serão pagos de forma individualizada. Os valores respectivos são acumulados por mês para cálculo dos descontos

INSS e IRPF [V.Glossário]

, e para cálculo do recebimento de salário-família (caso o Recenseador se enquadre nos requisitos desse benefício)

3.7.1 Remuneração bruta e remuneração líquida

É preciso saber diferenciar remuneração bruta do trabalhador e remuneração líquida para entender o cálculo final da remuneração.

Os descontos mais comuns que costumam ocorrer da remuneração bruta para a remuneração líquida são:

INSS: alíquota de 8%, 9% ou 11%, conforme tabela do

INSS vigente em cada mês;

IRPF: para aqueles cuja base de cálculo sofra retenção

do imposto, conforme tabela do IRPF vigente em cada mês;

Pensão alimentícia, quando houver; e

Valores de produção recebidos indevidamente.

É o ganho total do Recenseador (produção + salário-família, quando houver).

É o valor recebido após os descontos aplicados na remuneração bruta.

Importante!

Remuneração Bruta – INSS – IRPF – Pensão Alimentícia

= Remuneração Líquida

3.7.2 Remuneração por rescisão

Quando o contrato terminar, o Recenseador terá direito a receber o pagamento da rescisão, que corresponde à soma dos valores de 13º salário e de férias indenizadas.

Devido ao fato do Recenseador não possuir um salário fixo, utiliza-se como base a Remuneração Média Mensal, calculada da seguinte forma:

Remuneração = soma das remunerações x 30

Média Mensal n.º dias do contrato

A partir dessa Remuneração Média Mensal são calculados os seguintes valores:

13º salário

Gratificação natalina proporcional aos meses de trabalho, observada a regra de que a fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será considerada como mês integral;

Férias indenizadas

Indenização relativa ao período incompleto de férias, na proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de efetivo exercício, ou fração superior a 14 (quatorze) dias, acrescido do adicional de 1/3 (um terço) da remuneração das férias.

3.8 Conduta do Recenseador

Milhares de Recenseadores do IBGE, em todo o Brasil vão às ruas em busca de informações de qualidade para a coleta do Censo Demográfico 2020. Nesse processo, interagem com diferentes públicos, cada qual com suas características e peculiaridades.

Face a essa diversidade, é natural que os moradores recebam os Recenseadores de maneiras distintas. Ora com receptividade, ora com desconfiança e resistência.

O tratamento cortês, respeitoso e seguro com o informante é fundamental para estabelecer uma relação de confiança e cooperação. Além disso, é importante que o Recenseador apresente uma postura de trabalho adequada e use sempre o crachá de identificação.

CONHECIMENTOS TÉCNICOS 7

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3.9 Conduta do Recenseador - A imagem do IBGE

O Recenseador representa a imagem do IBGE no contato com os informantes. É imprescindível se conscientizar disto. Como o Censo é a operação em que o IBGE percorre todo o país, a interação de cada Recenseador com cada informante é fundamental para reforçar a confiança e a credibilidade da população em suas pesquisas.

O Recenseador deve se identificar sempre de forma clara ao seu interlocutor, deixando seu crachá visível e esclarecendo os objetivos da operação censitária.

Importante!

Informe ao entrevistado que é possível verificar a identidade do Recenseador pela internet ou por telefone. Por meio do site http://respondendo.ibge.gov.br ou por meio do número 0800 721 8181 (que consta no crachá do agente). Em ambos os casos, deve-se fornecer o nome, matrícula e/ou CPF do Recenseador.

3.10 Conduta do Recenseador - Abordagem ao informante

A abordagem correta contribui para uma resposta mais rápida. Garante também uma postura colaborativa, diminuindo a possibilidade de retrabalho nas etapas posteriores. Por isso, é fundamental que o Recenseador consiga construir uma relação de parceria com o informante. Para isso, é importante ter cuidado com a forma de se fazer as perguntas do questionário. O Recenseador deve ler cada uma delas conforme estão escritas e registrar as respostas diretamente no DMC – sem comentários adicionais a respeito.

É essencial evitar temas delicados, como política ou religião; não emitir opiniões; procurar desviar-se de afirmações polêmicas e manter o foco na coleta de dados.

Importante!

O Recenseador deve explicar para o informante, de forma clara e segura, a importância do Censo Demográfico 2020 para o País e igualmente a do Censo Experimental, que será realizado em

2019.

3.11 Conduta do Recenseador – Identificação

É preciso vestir-se de forma adequada e discreta, e estar sempre portando o crachá de identificação. O crachá é o documento que credencia o funcionário a realizar a pesquisa para o IBGE.

O Recenseador, assim como o Agente Censitário Municipal (ACM) e o Agente Censitário Supervisor (ACS), deve falar também corretamente, evitando cometer erros de português ou usar gírias e palavras inadequadas.

Durante o trabalho de campo, os entrevistados podem fazer perguntas ao Recenseador e ao supervisor sobre o objetivo da pesquisa e o porquê da visita. Dependendo pode fazer um “julgamento” equivocado do funcionário e do IBGE.

Os funcionários do Instituto precisam cultivar uma atitude de autoconfiança. Estar cientes do que exatamente fazem, e transmitir segurança ao informante quanto à seriedade da operação.

Importante!

A abordagem aos moradores é um momento crítico da coleta, onde o informante faz um primeiro “julgamento” do Recenseador. Portanto:

Demonstre profissionalismo e credibilidade;

Cumprimente o informante e identifique-se, demonstrando que você é uma pessoa credenciada e treinada para realizar a coleta pelo IBGE;

Seja objetivo, fale brevemente o que deseja;

Lembre-se: você está representando o IBGE!

3.12 Conduta do Recenseador – Sigilo estatístico

A segurança das informações é também outro aspecto que deve ser demonstrado em suas atitudes, com o qual você e o IBGE têm deveres e responsabilidades.

É fundamental garantir o sigilo das informações

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obtidas pelo Censo Demográfico (e por quaisquer pesquisas oficiais) tanto para os informantes quanto para o próprio instituto. O informante deve ser avisado de que essas informações só poderão ser utilizadas para fins estatísticos.

Os cidadãos só se sentirão seguros em prestar informações à Instituição se sentirem confiança no IBGE e no funcionário que realiza o Censo. Assim, o IBGE toma todas as precauções necessárias para garantir que dados individualizados não sejam divulgados.

Importante!

O IBGE não divulga os dados de nenhuma pesquisa, inclusive do Censo, que possam identificar o informante e seu endereço (como nomes, telefones etc).

A Lei 5.534, de 14 de novembro de 1968, dispõe sobre a obrigatoriedade de prestar informações estatísticas ao IBGE e assegura o sigilo dessas informações.

Atenção!

A violação do sigilo por servidores, agentes de pesquisa e Recenseadores do IBGE está sujeita a punição de acordo com

as normas e a legislação.

3.13 Conduta do Recenseador - Informantes resistentes

Em caso de resistência à prestação de informações ao IBGE, é necessário que o Recenseador consiga apresentar argumentos convincentes ao informante relutante. Exemplificamos dois argumentos importantes em seguida:

“Os dados do Censo são uma importante fonte de estatística entregue à toda a sociedade. E também para o próprio IBGE, que elabora estimativas úteis para a melhoria do País.

“As informações coletadas são utilizadas exclusivamente para fins estatísticos. O sigilo delas é garantido por lei. Além disso, os dados da pesquisa são divulgados de forma agregada, ou seja, de forma vinculada a um total e não individualizada (por soma dos valores de cada domicílio aos valores de outros domicílios). Assim, o IBGE divulga apenas o valor total por setor censitário, nunca por domicílio. Por isso, em hipótese alguma, o sigilo dos dados individualizados será desrespeitado.

Importante

Se mesmo assim a recusa persistir, o Recenseador deve comunicá-la ao Supervisor para receber novas orientações.

3.14 Conduta do Recenseador - Procedimentos em campo

Antes de sair para a coleta, prepare com antecedência os itens que você vai precisar. Separe equipamentos e materiais que serão utilizados, como o DMC (Dispositivo Móvel de Coleta), mapa em papel e a descrição do setor. Planeje a melhor forma de chegar ao seu Setor Censitário: verifique os meios de transporte e o tempo de deslocamento.

Durante o seu trabalho em campo, observe as seguintes orientações:

Não permita que pessoas não autorizadas pelo

IBGE o acompanhem em seu trabalho;

Não permita que pessoas estranhas ao serviço

manuseiem os equipamentos de coleta;

Não permita que informações contidas no dispositivo

de coleta sejam vistas por terceiros;

Não faça comentários sobre qualquer informação obtida

durante seu trabalho; e

Não revele fatos ou informações sigilosas sobre os

informantes, domicílios e estabelecimentos pesquisados;

Atenção

Em locais de povos e comunidades tradicionais (indígenas, quilombolas, povos ciganos, pescadores artesanais etc.), além dos cuidados rotineiros de abordagem, previstos para o trabalho do IBGE para qualquer outro Setor Censitário, devem ser tomados outros cuidados, de acordo com a tradicionalidade dos diversos grupos. Siga as orientações específicas que serão fornecidas em momento oportuno, antes

de entrar nessas áreas especiais.

4. ESTRUTURA - ORGANIZACIONAL

O Censo Demográfico 2020 constitui uma grande operação estatística, mobilizando milhares de pessoas desde a fase de planejamento até a divulgação dos resultados.

Para atingir os objetivos da operação, a estrutura organizacional do Censo Demográfico 2020 definiu-se a partir das representações das Unidades Estaduais do IBGE:

CONHECIMENTOS TÉCNICOS 9

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A fim de que os coordenadores possam exercer os seus papéis no Censo Demográfico 2020, é necessário que eles conheçam muito bem as atribuições específicas de suas funções, as quais serão detalhadas no treinamento presencial.

5. QUEM É? - AGENTE CENSITÁRIO SUPERVISOR

O Agente Censitário Supervisor (ACS) [V.Glossário]

será a pessoa que supervisionará o trabalho de uma equipe de Recenseadores, orientando e corrigindo falhas, assegurando, assim, a qualidade dos trabalhos. Em linhas gerais, buscará garantir que o projeto Censo Demográfico 2020 se concretize com sucesso.

O ACS exercerá as tarefas de supervisão da operação censitária, com atenção às questões técnicas e de

informática, exercendo, quando necessário, tarefas administrativas, como renovação de contratos, avaliação de Recenseadores etc. Estará subordinado ao Agente Censitário Municipal (ACM).

A função de Supervisor serve de elo entre aqueles que

coletam as informações (os Recenseadores) e aqueles que gerenciam o Posto de Coleta (responsabilidade do ACM).

5.1 Função do Agente Censitário Supervisor

Sua principal função é acompanhar, avaliar e, sobretudo, orientar os Recenseadores durante a execução dos trabalhos de campo. Assim, evitam-se erros no preenchimento dos questionários e falhas na cobertura do Setor (como a omissão de pessoas e domicílios).

O ACM é quem irá orientá-lo na correta execução de seu trabalho. O ACS deve se reportar ao ACM sempre que houver qualquer dúvida ou problema que comprometa a realização de suas tarefas.

Para que os ACS cumpram com tranquilidade suas funções, estas foram divididas em duas grandes frentes:

O treinamento e a contratação dos Recenseadores; e

O apoio ao Recenseador e a supervisão do seu trabalho de coleta.

6. QUEM É? AGENTE CENSITÁRIO MUNICIPAL

O Agente Censitário Municipal (ACM) desempenhará a função de gerente do Posto de Coleta. Isto envolve as seguintes funções: gerenciar um grupo de supervisores (ACS), por distribuir tarefas e pelos equipamentos de coleta, assim como por acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos e cobrar o cumprimento das normas estabelecidas pelo IBGE.

O Posto de Coleta serve de base para a equipe da coleta de dados e da supervisão, ou seja, é ponto de encontro dos supervisores e Recenseadores durante as operações do Censo 2020. Para gerenciar o Posto de Coleta, o ACM utiliza o Sistema Integrado de Gerenciamento e Controle – SIGC.

6.1 Função do Agente Censitário Municipal

Durante todo o trabalho do Censo 2020, o ACM estará à frente de dois grupos de ações:

Gerenciais – gestão da equipe de supervisores e

Recenseadores, de materiais e dos equipamentos do Posto de Coleta;

Técnicas – acompanhamento e orientação

técnica da coleta de dados.

O ACM responde técnica e administrativamente ao Coordenador Censitário de Subárea (CCS), como visto na estrutura censitária simplificada.

7. CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Muitos dos conceitos que apresentaremos (como endereço, morador, logradouro e domicílio) fazem parte do nosso cotidiano. Contudo, a atuação do Recenseador exige o conhecimento específico dos conceitos fundamentais utilizados pelo IBGE, para que possa obter resultados adequados.

7.1 Divisão político-administrativa do Brasil

Para nos ajudar a compreender o que é o setor censitário, devemos compreender, em primeiro lugar, o que é a divisão político- administrativa brasileira.

A extensão, o conteúdo territorial, o número de

domicílios e estabelecimentos do Setor Censitário [V.Glossário]

influenciam na carga de trabalho do Recenseador. Por isso, os setores censitários são planejados para que possuam dimensões adequadas ao trabalho das pesquisas do IBGE. Além disso, os setores censitários respeitam a divisão político- administrativa do país e outros recortes geográficos.

O Brasil está dividido, em seu aspecto político-administrativo, nas seguintes unidades territoriais:

Estados,

Municípios,

Distritos e

Subdistritos.

10 CONHECIMENTOS TÉCNICOS

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Figura | Esquema da divisão político-administrativa do Brasil até setores censitários

Caso necessário, relembre quais são algumas das entidades da Federação: estados, Distrito Federal e as suas respectivas siglas:

Siglas

Acre AC

Alagoas AL

Amapá AP

Amazonas AM

Bahia BA

Ceará CE

Distrito Federal DF

Espírito Santo ES

Goiás GO

Maranhão MA

Mato Grosso MT

Mato Grosso do Sul MS

Minas Gerais MG

Pará PA

Paraíba PB

Paraná PR

Pernambuco PE

Piauí PI

Rio de Janeiro RJ

Rio Grande do Norte RN

Rio Grande do Sul RS

Rondônia RO

Roraima RR

Santa Catarina SC

São Paulo SP

Sergipe SE

Tocantins TO

Tabela 2 | Estados e Distrito Federal

7.2 Setor Censitário: o local de trabalho do Recenseador

Para estudos estatísticos e geográficos, o IBGE subdivide as unidades territoriais da divisão político-administrativa brasileira em áreas ainda menores. Cada uma dessas áreas é denominada Setor Censitário.

O Setor Censitário é uma unidade territorial de coleta e

de divulgação de dados estatísticos do IBGE. É, na prática, a área de trabalho onde se localizam os domicílios e os estabelecimentos que serão visitados pelo Recenseador. O Setor Censitário pode ser urbano ou rural, e é representado graficamente por um mapa.

A imagem exemplifica um Setor Censitário, com

seus limites assinalados em cor amarela. Isso significa que a área de trabalho abrange os domicílios e estabelecimentos situados em seu interior.

CONHECIMENTOS TÉCNICOS 11

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7.3 Situações dos Setores Censitários: áreas urbanas e rurais

Realizar a coleta do Censo em áreas urbanas [V.Glossário)

envolve estratégias distintas das utilizadas em áreas rurais

[V.Glossário] Por isso, cada Setor Censitário recebe uma classificação de acordo com suas características geográficas. A tabela a seguir apresenta resumidamente as situações dos Setores Censitários em áreas urbanas e rurais:

Categoria Situação Definição

Área urbana

Área urbana de alta densidade de edificações

Área urbana com alta densidade de edificações.

Área urbana de baixa densidade de edificações

Área urbana com baixa densidade de edificações, processos de expansão urbana, áreas verdes desabitadas, entre outras.

Núcleo Urbano

Aglomerações urbanas separadas das cidades e vilas em menos de 1km ou que, superando essa distância, apresentem características urbanas (loteamento, conjuntos habitacionais e condomínios).

Área Rural

Aglomerado rural

Caracterizam-se pelo caráter aglomerado de domicílios, normalmente distantes entre si não mais que 50 m, e separados da franja das cidades e vilas em mais de 1 km, com a exceção aplicada aos núcleos urbanos.

Área rural (exclusive aglomerado)

Áreas de uso rural caracterizadas pela dispersão de domicílios e pela presença usual de estabelecimentos agropecuários.

Tabela 3 | Situações dos setores censitários – áreas

urbanas e rurais (resumo).

Feita a distinção entre urbano e rural, o IBGE identifica outras estruturas territoriais por meio dos tipos de Setores Censitários para fins de coleta, conforme apresentados a seguir:

Convento / Hospital / ILPI / IACA

1

É o Setor Censitário dos domicílios coletivos relacionados ao acolhimento de crianças ou idosos, aos conventos e aos hospitais que contenham, cada um, mais de 50 habitantes permanentes residindo há mais de um ano no local.

Agrovila do PA (Projeto de Assentamento)

Setor Censitário com mais de 50 domicílios que se encontram associados a Projetos de Assentamento. São localidades de habitação e produção agrícola, caracterizada pelo adensamento e pela concentração de domicílios de famílias de determinado assentamento rural.

Agrupamento Quilombola

Setor Censitário em que existem 15 ou mais indivíduos autodeclarados quilombolas residentes em uma ou mais moradias contíguas espacialmente e por vínculos familiares ou comunitários.

Tabela | Tipos de setores censitários.

Importante

Cada um desses tipos requer uma abordagem específica

do Recenseador.

7.4 Setores Censitários de Povos e Comunidades Tradicionais

É importante destacar que o IBGE realiza o Censo em terras indígenas, territórios quilombolas e outras áreas habitadas por povos e comunidades tradicionais. Estes são grupos culturalmente diferenciados e se reconhecem como tal, e por isso possuem formas próprias de organização social, ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, além de utilizarem conhecimentos, inovações e práticas gerados e transmitidos pela tradição.

Nessas áreas, as condições de acesso e percurso são negociadas com as lideranças comunitárias, e também com os órgãos que atuam em

parceria com o IBGE na realização do Censo. A necessidade dessa ação é assegurada pelo direito internacional previsto na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT)

2.

Saiba Mais

Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Disponível no link: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004- 2006/2004/decreto/d5051.htm

Por meio dela, cabe ao Estado brasileiro garantir a consulta a esses povos mediante procedimentos apropriados e, particularmente, através de suas instituições representativas, cada vez que se antevejam procedimentos suscetíveis a afetá-los diretamente, tais como as pesquisas do IBGE.

Em muitas áreas indígenas o Recenseador precisará ser

1 Os termos asilo e orfanatos, embora de uso popular, deixaram de

ser adotados pelas instituições e políticas públicas. Foram

substituídos por:

ILPI = Instituições de Longa Permanência para Idosos e

IACA = Instituições de Acolhimento a Crianças e Adolescentes. 2 A Convenção 169 da OIT foi ratificada pelo Brasil em junho de

2002, pelo Poder Legislativo, e promulgada pelo Decreto

5.051/2004, do Poder Executivo, com aplicação imediata no

Brasil desde sua promulgação.

12 CONHECIMENTOS TÉCNICOS

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acompanhado por um guia e/ou um intérprete. De acordo com o Censo Demográfico 2010, 28,8% dos indígenas residentes em terras indígenas não falavam português no domicílio. A indicação do guia e/ou intérprete é feita com apoio da Fundação Nacional do Índio – FUNAI e da Secretaria Especial de Saúde Indígena – SESAI.

Figura | Exemplo de Setor Censitário de Agrupamento Indígena

em Terra Indígena (TI) Raposa Terra do Sol/RR.

7.5 Quadra e Face

Para que o Recenseador seja capaz de realizar o seu trabalho corretamente no seu Setor Censitário é necessário compreender dois conceitos básicos: quadra e face.

A imagem a seguir indica uma quadra padrão composta de 4 faces.

Quadra

É um trecho geralmente retangular de uma área urbana ou aglomerado rural, delimitado por elementos como: ruas, estradas, estradas de ferro, cursos d’água ou encostas. Contudo, pode ter forma irregular. Em alguns locais, a quadra é chamada de quarteirão.

Face

É cada um dos lados da quadra, contendo ou não endereços.

7.6. Endereço

O endereço reúne informações que permitem identificar uma unidade construída ou em construção dentro de um município, tal como uma casa, um prédio, um apartamento, um estabelecimento etc.

O IBGE adota um Padrão de Registro de Endereços bastante detalhado, que será objeto do treinamento presencial.

Consideram-se como componentes do endereço:

1) Logradouro;

2) Número;

3) Complemento; e

4) Coordenadas Geográficas.

Veremos a seguir como se definem esses

componentes.

Logradouro

O logradouro é uma área ou via pública, reconhecida pela comunidade, em que circulam pessoas, veículos e mercadorias. Na maioria das vezes, recebe um nome de conhecimento geral. Um logradouro pode ser uma Avenida, uma Viela, uma Praça, uma Estrada, um Acesso ou até mesmo um Rio.

Ao se registrar um logradouro, deve-se denominá-lo preferencialmente segundo a forma oficial, sem omissão de termos e sem abreviações. Exemplos: Rua Santo Antônio, Avenida Corifeu de Azevedo Marques, Estrada BR 101, Rio Solimões etc.

Número

É o valor numérico propriamente dito que indica a posição da edificação no logradouro.

Complemento

Muitas vezes, ao chegar a um número de um logradouro, observamos a existência de várias unidades, cujo acesso se dá pelo mesmo número (pela mesma posição no logradouro). O complemento é utilizado para identificar cada unidade nesse número. Essa situação é muito comum em edificações com múltiplas unidades, tais como prédios ou condomínios residenciais. São exemplos de complemento: bloco, apartamento, casa, fundos, sobrado etc.

A tabela, a seguir apresenta alguns exemplos de endereços, segundo os componentes explicados acima:

Endereço Logradouro Número Complemento

Travessa Padre Ananias, 342

Travessa Padre Ananias

342 (não há)

Rua Doutor Washington Pires, 970, Casa 2, Térreo

Rua Doutor Washington Pires

970 Casa 2, Térreo

Avenida Presidente Getúlio Vargas, 1071, Bloco A, Apartamento 304

Avenida Presidente Getúlio Vargas

1071 Bloco A, Apartamento 304

7.7 Coordenadas Geográficas

As coordenadas geográficas consistem em um dos métodos mais eficientes de localização, pois permitem identificar qualquer ponto na superfície da Terra por meio de dois valores: latitude e longitude. Essas coordenadas são um importante

recurso para o trabalho nos Setores Censitários. Os valores de latitude e longitude podem ser obtidos através de um receptor de sinais de satélites, como o (GPS) que se encontra integrado ao

DMC. Confira abaixo definições mais específicas desses valores:

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Figura | Exemplo de coordenadas capturadas pelo DMC no Setor Censitário.

Essas coordenadas são um importante recurso para o trabalho no Setor Censitário, tendo em vista que as Coordenadas Geográficas constituem um componente do endereço no

IBGE. Durante o treinamento presencial será realizado um exercício de simulação de como obter as coordenadas no DMC.

7.8 Morador

O conceito de morador é muito importante para a qualidade da coleta de dados do Censo. O morador é a pessoa

que, na data de referência [V.Glossário]

, residia habitualmente no domicílio.

O indivíduo permanece na condição de morador mesmo que esteja ausente do domicílio (a sua residência habitual) por um período que não ultrapasse 1 ano (12 meses).

Assim, o indivíduo permanece na condição de morador quando se encontra ausente de sua residência

habitual na data da referência, por não mais que 12 meses, em função de:

Viagem de estudos, a passeio, a serviço, a negócios etc.

Afastamento por motivo de caça, extração ou roça, no âmbito dos povos tradicionais.

Internação em estabelecimento de ensino ou com hospedagem em outro domicílio, pensionato, república de estudantes etc.

Detenção sem sentença definitiva declarada.

Internação temporariamente em hospital ou estabelecimento similar.

Embarcação a serviço ou em local de trabalho apenas por conveniência ou obrigação durante a data

de referência [V.Glossário]

do Censo. Nesta situação, consideram-se os seguintes profissionais: empregados domésticos, médicos, enfermeiros, militares, trabalhadores de obras, trabalhadores agrícolas sazonais, pescadores, agroextrativistas ou quaisquer outros profissionais que se enquadrem na situação.

Atenção

Lembre-se que a data de referência no Censo Experimental será a noite de 31 de agosto, à meia-noite.

Se o período ultrapassar o limite de 01 ano (12 meses) a partir dessa data, a pessoa deixa de ser considerada moradora da

residência, por não residir “habitualmente” no local.

7.9 Morador – quando o período de afastamento não conta

Contudo, há alguns casos em que uma pessoa está morando

fora de seu domicílio original na data de referência [V.Glossário]

e será considerada moradora do local onde se encontrava, independentemente do período de afastamento do domicílio de origem. Isto acontecerá caso a pessoa esteja/seja:

Internada permanentemente em sanatórios, asilos, conventos ou estabelecimentos similares.

Moradora em pensionatos, sem possuir outro local habitual de residência.

Condenada com sentença definitiva declarada.

Migrante para outra região em que fixou residência, em busca de trabalho.

7.10 Morador – com mais de uma residência

No caso de pessoas que ocupam duas ou mais residências será necessário investigar com a pessoa entrevistada qual era sua residência principal na data de

referência [V.Glossário]

, pois ela não pode ser considerada moradora de duas residências ao mesmo tempo.

Para determinar qual é a residência principal do morador, deve-se obedecer ao seguinte procedimento:

Solicite ao entrevistado que indique qual a sua residência habitual (residência principal).

Caso o entrevistado não possa indicá-la, considere como principal a residência em que passa a maior parte do ano.

Caso a pessoa ocupe duas residências em períodos iguais durante o ano, considere a residência principal a que possui há mais tempo.

7. 11 Espécie de unidade visitada

No dia a dia do trabalho de coleta de dados poderão ser encontrados três tipos de edificações nos endereços observados em campo. São eles:

edificações exclusivamente constituídas de unidades residenciais, que são as casas, apartamentos etc., chamadas de domicílios;

edificações exclusivamente constituídas de unidades não residenciais, que são as escolas, os postos de saúde, as lojas, denominadas de estabelecimentos; e

edificações mistas, que podem conter domicílios e estabelecimentos.

As espécies das unidades visitadas se classificam de forma geral em:

Domicílio Estabelecimento

Edificação construída ou utilizada com a finalidade de servir de

moradia.

Edificação não destinada à moradia.

Neste momento, é fundamental conhecer o que são as espécies de estabelecimento e domicílio, bem como duas

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classificações mais específicas de domicílio (domicílio particular e domicílio coletivo).

No Censo, deve-se considerar a data de referência [V.Glossário]

para classificar a espécie da unidade visitada encontrada no endereço. Após a confirmação do endereço, o Recenseador identificará a unidade visitada conforme a finalidade de seu uso na data de referência: 31 de agosto, à meia-noite.

Importante!

A finalidade de uso que se faz da edificação, na data

de referência [V.Glossário]

, associada a um endereço, caracteriza a espécie da unidade visitada - domicílio ou estabelecimento.

7.12 Estabelecimento

Toda a edificação utilizada para fins não domiciliares encontrada nos setores censitários é classificada como estabelecimento.

Exemplos de estabelecimentos encontrados no trabalho de campo: escolas, prédios e lojas comerciais, postos de saúde, templos religiosos, plantações etc. Existem, ainda, formas mais detalhadas de classificar os estabelecimentos, que serão estudadas no treinamento presencial.

7.13 Domicílio

Local construído com a finalidade de residência ou moradia. Em geral, não há dificuldade para identificar um domicílio, já que a maior parte das pessoas reside em apartamento ou casa.

Pode-se encontrar um domicílio em um lugar inesperado ou fora do comum, como, por exemplo, um cômodo que serve de moradia em um prédio exclusivamente comercial ou nos fundos de uma olaria ou, ainda, encontrar domicílios em tendas, barracas, trailers ou residências flutuantes.

A identificação de um domicílio dependerá da aplicação correta do seu conceito.

Importante

Domicílio é o local, estruturalmente separado e independente, que se destina a servir de habitação a uma ou mais pessoas. É também domicílio o local que não era destinado originalmente a ser utilizado como tal, mas que passou a sê-lo em momento posterior.

Logo, o Recenseador deve estar sempre atento. Em um primeiro olhar, nem sempre é possível identificar se existe mais de um domicílio em um mesmo terreno; ou se, além das aparências, existe um domicílio em local inesperado (ou não facilmente identificável). Vejamos os exemplos dos grupos a seguir:

Primeiro grupo

Fundos de terrenos; andares superiores, inferiores, subsolos e residências de porteiro ou zelador em edifícios residenciais; e habitações de caseiros em casas de veraneio.

Segundo grupo

Edificações aparentemente não-residenciais: edifícios comerciais, estabelecimentos de prestação de serviços, indústrias, estabelecimentos agropecuários etc.

Figura | Exemplo de domicílio no mesmo terreno do

estabelecimento agropecuário.

7.14 Critérios de separação e independência

Os critérios de separação e independência são essenciais para definir e caracterizar corretamente a existência de um domicílio ou mais de um em uma mesma propriedade ou terreno. Esses critérios devem ser atendidos simultaneamente.

Separação Independência

Este critério é atendido quando o local de habitação é limitado por paredes, muros ou cercas e coberto por um teto, permitindo que as pessoas que nele habitam se isolem das demais

para dormir, preparar e/ou consumir seus alimentos e proteger-se do ambiente exterior, arcando total ou parcialmente com suas despesas de alimentação ou moradia.

Este critério é atendido quando o local de habitação tem acesso direto,

que permite aos seus moradores entrar e sair sem necessidade de passar por locais de moradia de outras pessoas.

Atenção

Um domicílio só será caracterizado corretamente quando forem atendidas, simultaneamente, as condições de separação e independência.

7.15 Classificação dos domicílios

Os domicílios são classificados em dois grupos: domicílios particulares e domicílios coletivos.

Existem ainda, dentro desses dois grupos, outras classificações derivadas. Por ora, veremos apenas as que caracterizam esses dois grupos: domicílio particular e domicílio coletivo. As demais classificações de domicílio serão objeto de

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estudo no treinamento presencial.

Domicílio Particular

É o domicílio que foi construído para habitação ou que é utilizado para esta finalidade, servindo de moradia a uma ou mais pessoas. Nele, o relacionamento entre seus ocupantes é ditado por laços de parentesco, de dependência doméstica ou por normas de convivência.

Exemplos: casas, apartamentos em edifícios ou

apart-hotéis, habitações em cortiço, casas de cômodos, habitação indígena sem paredes ou malocas, e habitações em espaços improvisados (dentro de estabelecimentos sem instalações destinadas à moradia, grutas, ruínas, tendas improvisadas etc.).

Domicílio Coletivo

É uma instituição ou estabelecimento onde a relação entre as pessoas que nele se encontravam, na data de

referência [V.Glossário]

, restringia-se a normas de subordinação administrativa. Note que as pessoas que

ali se encontravam podiam ser residentes ou não. Por isso, o domicílio pode ser caracterizado como coletivo pela presença de moradores ou não na data de referência [V.Glossário]

.

Exemplos: abrigos, orfanatos, hotéis, quartéis,

penitenciárias etc.

7.16 Características do Domicílio

O objetivo de se levantar as características do domicílio é conhecer as condições de moradia da população e os níveis de qualidade de vida através do acesso a serviços básicos e quantidade de cômodos.

Cômodo

Para o IBGE, o conceito de cômodo é todo compartimento coberto por um teto, limitado por paredes e que seja parte integrante do domicílio, inclusive banheiro e cozinha. Por “parede” entende-se aqui a construção vertical que permite limitar, dividir ou vedar espaços.

Note-se que o cômodo pode existir tanto na parte interna, quanto na parte externa da edificação principal do domicílio, ainda sendo considerada como parte integrante do domicílio (por exemplo, um banheiro construído separadamente da construção principal dentro do mesmo terreno).

Importante

Banheiro é o cômodo de uso exclusivo dos moradores do

domicílio, destinado a banho, que possua: chuveiroou banheira.

Atenção

Não são considerados cômodos: os corredores

de ligação entre cômodos, as varandas abertas, garagem, compartimentos não residenciais, cozinha americana ou mezanino.

8. CARACTERÍSTICAS - DOS MORADORES

Para tornar possível o planejamento econômico e social da população é preciso conhecer as características dos moradores e da população.

Para compor a relação entre os moradores de um domicilio é fundamental que os próprios moradores definam uma pessoa responsável pelo local. Esta será usada como referência para registrar os demais moradores.

Dessa forma, é considerada pessoa responsável

homem ou mulher com, no mínimo, dez anos de idade, reconhecida como tal pelos demais moradores do domicílio.

8.1 Etnias e migração

No levantamento das informações sobre os moradores são investigados os seguintes temas: etnia, emigração internacional, imigração internacional e migração interna. Veremos, a seguir, como eles são definidos pelo IBGE:

Etnia: é uma comunidade humana definida por

afinidades linguísticas, culturais e sociais. Corresponde também a “povo” (no sentido de conjunto de pessoas que se caracterizam por uma cultura e forma de vida social própria).

Emigração Internacional: é o ato de deixar o Brasil

para morar em outro país.

Imigração Internacional: é o ato de ingressar no

Brasil para aqui residir.

Migração Interna: é o ato de deixar um município

para morar em outro município dentro do Território Nacional.

8.2 Educação

O objetivo do levantamento de informações sobre educação é caracterizar a educação da população residente no Brasil, investigando o analfabetismo, a frequência escolar, o nível de instrução e a área de formação no ensino superior.

No grupo de quesitos de educação, questiona-se, por exemplo, sobre a alfabetização do morador, com a seguinte

pergunta: sabe ler ou escrever?

Com isso, busca-se captar se a pessoa sabe ler e escrever pelo menos um bilhete simples, no idioma que conhece, independentemente do fato de estar ou não frequentando escola e já ter concluído períodos letivos.

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Pelo menos um recado ou bilhete simples no idioma que conhece.

Pessoa alfabetizada

A pessoa alfabetizada que se tornou física ou mentalmente incapacitada de ler ou de escrever, por motivo de acidente ou doença, deve ser considerada como sabendo ler e escrever.

Pessoa analfabeta

A pessoa que aprendeu a ler e a escrever, mas que se esqueceu de como fazê-lo devido a processo de alfabetização precário que não se consolidou, assim como aquela pessoa que nunca aprendeu a ler e a escrever não devem ser consideradas como sabendo ler e escrever.

8.3 Questões relativas à educação

Para investigar as demais questões relativas à educação o IBGE considera as seguintes definições:

Rede privada de ensino: para a pessoa que frequenta

escola da rede privada, inclusive os estabelecimentos mantidos por associação de moradores, empresa, fundação, Organização Não Governamental – ONG etc.

Rede pública de ensino: para a pessoa que frequenta

escola da rede pública federal, estadual ou municipal.

Deslocamento para estudo: é o deslocamento

feito pela pessoa entre o seu domicílio e o local de estudo, considerando o tempo, frequência e meios de transporte utilizados.

Local de estudo: colégio, escola, creche,

universidade, instituto técnico etc.

Atenção

Para Ensino a Distância (EAD) considerar como local de estudo o polo físico.

8.4 Trabalho

O objetivo de se investigar sobre as questões relacionadas ao trabalho é conhecer:

a composição da força de trabalho no país; e

identificar as principais características do trabalho da população, como ocupação, atividade, horas trabalhadas e rendimento.

Para o levantamento das informações sobre trabalho, as definições utilizadas pelo IBGE serão esclarecidas no treinamento presencial. Uma dessas definições é sobre deslocamento para o trabalho.

Importante

O deslocamento para trabalho é aquele feito pela pessoa entre o seu domicílio e o local de trabalho informado, considerando o

tempo, frequência e meios de transporte utilizados.

9. CONCLUINDO

Chegamos ao final do Estudo dos Conhecimentos Técnicos referentes ao Censo Experimental 2019!

Aqui foram apresentados conceitos e informações considerados relevantes pelo IBGE para a qualidade da operação censitária. Esse conteúdo será objeto de avaliação no Processo Seletivo Simplificado e, posteriormente, será aprofundado no treinamento presencial.

Atenção

É muito importante que você esteja preparado para desempenhar bem o seu trabalho com profissionalismo e segurança.

10. GLOSSÁRIO

Agente Censitário Supervisor (ACS)

É a pessoa que supervisionará o trabalho de uma equipe de Recenseadores, orientando e corrigindo falhas, assegurando, assim, a qualidade dos trabalhos.

Setor Censitário

É a unidade territorial de coleta das operações censitárias, definida pelo IBGE, com limites físicos identificados em áreas contínuas e respeitando a divisão político-administrativa do Brasil. O Território Nacional foi dividido em 215 811 setores para a realização do Censo Demográfico de 2000.

Equipe encarregada do gerenciamento

Equipe formada pelo Agente Censitário Municipal (ACM), pelo Agente Censitário Supervisor (ACS) e pelo Recenseador.

Imagem orbital

É aquela obtida da superfície terrestre através de equipamentos com sensores coletores a bordo de satélites artificiais, a partir da qual é possível identificar ruas, avenidas, viadutos, terrenos, casas, vegetação etc.

INSS

O Instituto Nacional do Seguro Social é um órgão do Ministério da Previdência Social, ligado diretamente ao Governo.

IRPF

Imposto de Renda de Pessoa Física (IRPF) é um imposto federal brasileiro que incide sobre todas as pessoas que tenham obtido um ganho acima de um determinado valor mínimo.

Área urbana

Área interna ao perímetro urbano de uma cidade ou vila, definida por lei municipal. Anteriormente, quando não existia legislação que regulamentasse as áreas urbanas de cidades ou vilas, o perímetro urbano foi traçado para atender a finalidade da coleta censitária.

Área rural

É definida pelo IBGE como toda a área externa ao perímetro urbano.

Data de referência

31 de agosto, à meia-noite.