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IDOSO E LAZER: uma reflexão sobre o projeto “Grupo Raio de Sol”
Antonio dos Santos Costa Neto Discente concluinte do CEDF/UEPA
[email protected] Patrícia do Socorro Chaves de Araújo Professora orientadora do CEDF/UEPA
RESUMO O presente trabalho tem como objetivo compreender quais as representações sociais e qual a importância do lazer, através de um projeto de esporte e lazer na cidade de Belém. Sendo a pesquisa baseada na epistemologia qualitativa, evidenciada a partir de uma pesquisa descritiva interpretativa, onde foram interpretadas as falas e respostas dos idosos, coletadas através de questionário e observação participante. Como resultado foi observado que questões de saúde e sociabilidade, são os principais motivos para a adesão dos idosos ao grupo. Sendo que para estes, lazer está ligado diretamente ao divertimento, ao prazer e a socialização. Onde o grupo é visto como uma família, trazendo importantes benefícios na saúde e bem-estar dos participantes. Assim concluímos que o idoso, busca desfrutar do divertimento e sociabilidade que o projeto lhe proporciona, para se sentir integrado a sociedade. Onde ele, procura vivenciar a prática de lazer, de acordo com as suas necessidades, indo contra preconceitos e estigmas sociais. Sugere-se então, que a partir de novos estudos, o poder publico busque ações que beneficiem a pessoa idosa, criando condições que os favoreça, promovendo a autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade, assegurando-lhe o direito de exercer sua cidadania. Palavras-chave: Lazer. Políticas públicas. Sociabilidade. Terceira idade.
INTRODUÇÃO
O objeto de investigação deste estudo foi o “Grupo Raio de Sol”. Projeto
social direcionado à população idosa, cujos princípios e diretrizes foram delineados
em consonância com a política de Esporte e Lazer.
Ao ter um contato maior com as idosas do grupo e após vivenciar a
disciplina Estudos do Lazer, como aluno e posteriormente como monitor, no âmbito
do CEDF/UEPA, houve a aproximação com a temática aqui proposta, havendo
debates e reflexões acerca do tema que se relaciona aos indivíduos idosos, ao lazer
e a participação em projetos sociais.
Velhice, envelhecimento, velho, idoso, terceira idade e outros, certamente
são conceitos ou termos usados sob as mais diversas óticas, porém, ainda
carregados de preconceitos. A preocupação da sociedade com o processo de
2
envelhecimento, nestes últimos anos, deve-se, sem dúvida a três motivos, ao nosso
ver muito interligados.
Um deles foi o próprio crescimento demográfico da população idosa
brasileira nos últimos anos. População essa que deve praticamente quadruplicar até
2060, passando de 14,9 milhões (7,4% do total), em 2013, para 58,4 milhões (26,7%
do total), em 2060 (IBGE, 2010).
O segundo diz respeito aos reflexos dessa longevidade para o campo
econômico e social, visto que um número crescente de idosos está passando a
depender, por mais tempo, da previdência social, dos serviços públicos de saúde e
assistência social.
O terceiro é decorrente da própria visibilidade alcançada pela velhice que se
faz em duplo movimento que acompanha sua transformação em uma preocupação
social. De um lado, a socialização crescente da gestão da velhice, que saiu da
esfera privada (família) e se torna uma questão pública, e de outro a forte tendência
de “reprivatização” que transforma a velhice numa responsabilidade individual,
sinalizando seu desaparecimento do foco das nossas preocupações sociais
(DEBERT, 1999).
Conforme Debert (1988) essas experiências inusitadas da terceira idade,
requerem a existência de uma “comunidade de aposentados” com respaldo
suficiente na sociedade, demonstrando concretamente alguns requisitos – dispor de
saúde, independência financeira e outros meios para tornar reais as expectativas de
que essa etapa da vida é propícia à realização e satisfação pessoal.
A satisfação pessoal está diretamente relacionada ao fator socioeconômico,
neste item o sedentarismo aparece com maior frequência nos idosos com renda
familiar mais baixa e com menor escolaridade. Esses fatores aliados ao fato de ter
algum distúrbio psicológico e ser mulher, estão ligados diretamente ao sedentarismo
no lazer na terceira idade (ZAITUNE et al, 2007).
Lazer que é interpretado como um fenômeno sociocultural, composto por
diferentes conteúdos (ou interesses), tais como: os conteúdos artísticos, os
intelectuais, os físicos, os manuais, os turísticos e os sociais (MARCELLINO, 1996).
Sendo também de forma não obrigatória, uma vivência de livre escolha individual
onde se é propiciado um desenvolvimento do indivíduo, tanto de forma pessoal
quanto social, além de uma recuperação psicossomática (REQUIXA, 1980).
3
Concebido ainda como uma cultura entendida no seu sentido mais amplo e
vivenciada no seu tempo livre. Não se buscando nenhuma recompensa a não ser a
satisfação adquirida na atividade. Observando aí o caráter desinteressado como
base definidora dessa vivência (MARCELLINO, 1990). E este, por se configurar na
legislação brasileira como um direito social aos cidadãos (BRASIL, 1988), vem
integrando algumas políticas públicas nos âmbitos federal, estadual e municipal de
nosso país (GOMES, 2008).
Porém, deve ser observado também, que a quantidade de políticas públicas
voltadas para os idosos é muito pequena se comparada a grande demanda ocorrida
no Brasil. Com os benefícios físicos, psicológicos e sociais já comprovados das
atividades físicas, deve-se incentivar uma maior implantação de políticas de esporte
e lazer nessa área (LAMEIRA, 2013).
Visto que os idosos possuem um grande tempo livre que muitas vezes é mal
utilizado por estes, que em sua grande maioria se encontram solitários, sem contato
com outros indivíduos da mesma faixa etária, fato que pode levar a diversos casos
de disfunções psicológicas como a depressão. Esse tempo livre pode ser usado para
a socialização e manutenção da saúde, fatores que podem ser observados na
pratica de lazer.
Foi partindo desse pressuposto que se chegou a seguinte indagação: O que os
projetos de esporte e lazer, voltados para os idosos, representam para essa
população?
Tendo ainda como perguntas norteadoras: “Pode-se aferir previamente que os
projetos voltados para a terceira idade, representam espaços, e momentos de
relaxamento e diversão? ”.
Além de: “No Grupo Raio de Sol, os idosos utilizam de seu tempo livre para
experimentar diversas formas de lazer? ”.
Assim nosso objetivo geral se apresenta sobre a necessidade de:
Compreender quais as representações sociais e qual a importância do lazer para os
idosos, através de um projeto de esporte e lazer na cidade de Belém.
Sendo observado a necessidade ainda de: a) investigar quais as motivações
para a adesão e manutenção dos idosos no grupo. b) verificar o que os participantes
entendem como lazer e se entendem a atividade como pratica de lazer. c) desvendar
os usos e as representações do lazer diário no grupo.
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Pretende-se então, com esse trabalho, colaborar com a comunidade
acadêmica, gerando reflexões que possam contribuir com as discussões sobre as
práticas de lazer, esperando fornecer subsídios para futuros estudos.
1 METODOLOGIA
Este estudo trata-se de uma pesquisa com caráter qualitativo e quantitativo,
sendo a epistemologia qualitativa o método escolhido para acessar as informações
dos participantes e construir uma síntese teórica que permita compreender melhor
esse tema (GONZALEZ, 2005).
Por considerar todas as especificidades relativas ao objeto de estudo, optei
pela pesquisa descritiva interpretativa que, para Erickson (2001) é diferente de
outras que se baseiam em observação in loco por “buscar os significados locais e
imediatos das ações, a partir do ponto de vista dos atores sociais”. O pesquisador
interpreta os fatos que observa procurando entendê-los como os atores os
entendem.
Para tanto, o estudo constou de duas etapas, sendo a primeira uma revisão
bibliográfica a respeito da temática estudada e a segunda à pesquisa de campo,
utilizando-se como instrumentos o diário de campo, que se constituiu pela
observação e registro das aulas, e o relato de experiência, a partir do questionário
contendo perguntas abertas e fechadas.
O projeto “Grupo Raio de Sol” é administrado de forma independente, onde
recebe apenas doações, principalmente dos próprios alunos. Está localizado na
praça Eduardo Angelim, Bairro da Pedreira, Belém/PA. Sendo idealizado a 17 anos
atrás, o projeto procura proporcionar qualidade de vida e lazer aos idosos a partir da
ginástica e da dança. Visando a integração, socialização, prevenção, reabilitação e
bem-estar desse segmento social. Possuindo 270 alunos matriculados, com média
de 60 alunos por aula. Sendo esses distribuídos entre diversas faixa etárias.
Na tentativa de buscar diferentes olhares de um mesmo contexto social,
fizeram parte desse estudo 18 idosos, entre homens e mulheres, com faixa etária
igual ou acima de 60 anos, participantes do projeto “Grupo Raio de Sol”.
Em um primeiro momento, houve um contato de aproximação com os
sujeitos, no qual os objetivos do trabalho foram expostos e realizou-se o
agendamento da aplicação do instrumento de pesquisa. Na sequência, a realizamos
5
em data e local de preferência dos idosos, favorecendo a criação de um ambiente
confortável para que as respostas transcorressem o mais natural possível. Cabe
salientar que foram utilizados números para fazer referência aos entrevistados, e
assim preservar a identidade dos mesmos, e que este trabalho segue a organização
do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Foram analisadas posteriormente as respostas de todos os participantes,
bem como o restante do material coletado. Foi feita a análise do conteúdo levando
em consideração que é um “conjunto de procedimentos que têm como objetivo a
produção de um texto analítico no qual se apresenta o corpo textual dos documentos
recolhidos de um modo transformado” (CALADO; FERREIRA, 2005).
2 TERCEIRA IDADE E SEUS SIGNIFICADOS PARA A SOCIEDADE
Durante todas as décadas, o ser humano sempre se preocupou com o
envelhecimento. O processo de envelhecer é rejeitado na sociedade atual,
inconformada com a sua evidência (SOBRAL, 2005). Assim revela-se que a forma
como a pessoa envelhece depende tanto de sua constituição genética como do
estilo de vida que esta leva (CONTE; LOPES, 2005).
Para Passos e Oliveira (2003), o envelhecimento é um processo natural,
complexo, progressivo, inexorável e irreversível, que atinge todos os indivíduos,
acarretando uma série de efeitos negativos de ordem fisiológica e também
psicológica, podendo ser resultante de uma série de fatores como o estilo de vida,
genética, doenças crônicas, etc.
É encarado pelas pessoas como período de decadência, quando o indivíduo
fica menos ativo, diminuindo suas capacidades físicas e sociais. Pode-se considerar
como aspectos biológicos do envelhecimento, a diminuição da altura causada pela
diminuição dos discos vertebrais, o aumento da curvatura vertebral, o aumento do
tecido conjuntivo e adiposo, entre outros (WEINECK, 1991).
Além das mudanças biológicas, o envelhecimento transforma as relações do
sujeito com o meio social. Os possíveis indicadores do envelhecimento social são a
progressiva diminuição dos contatos sociais, o distanciamento social, a progressiva
perda do poder de discussão, autonomia e independência (MOTTA, 1989). Com o
envelhecer, as funções sociais do indivíduo se tornam mais reduzidas, por escolha
pessoal ou por pressões da própria sociedade (ROSA, 1983 apud OLIVEIRA, 2013).
6
Assim dentro de uma sociedade capitalista, que visa exclusivamente o
trabalho, os idosos acabam sofrendo com o preconceito por serem vistos, pelos
sujeitos mais jovens e saudáveis, como pessoas inúteis, o que acaba ocasionando
uma sensação de impotência. Podendo se observar também que os próprios idosos
sentem essa inutilidade, pois estes receberam ou recebem forte influência do tipo de
organização social vigente, onde muitos deles fizeram parte do processo de
produção capitalista (GAIO; SILVA, 2000).
Nascidos em um contexto social em que o lazer era representado de forma
diferente da que hoje se apresenta, os idosos encontram nele uma oportunidade de
viver novas experiências e superar os problemas comuns nessa faixa etária. O lazer
vem sendo tomado cada vez mais pelos idosos como um espaço onde eles vão
participar de atividades recreativas ou de livre entretenimento (MARCELLINO, 1983).
É nesse âmbito que a atividade física, praticada em conjunto, pode ser de
grande relevância como pratica de lazer e para a melhoria na qualidade de vida do
idoso. Considerando também a inclusão dos idosos em grupos que possuam
indivíduos da mesma faixa etária, onde a partir da socialização o idoso pode exercer
suas potencialidades, desenvolvendo laços afetivos e vivenciando momentos de
lazer, favorecendo assim a melhora da autoestima e a identificação deste como
cidadão (ARAÚJO; COUTINHO; CARVALHO, 2005).
3 O IDOSO E O LAZER ATRAVÉS DAS DECADAS
A infância, concebida como a etapa de preparação para o mundo do
trabalho, é priorizada, enquanto a velhice passa a ser encarada como uma segunda
infância, cabendo ao velho o ócio como recompensa pelos anos de trabalho. Nas
últimas décadas do século XIX, após o processo de industrialização na Inglaterra, a
velhice torna-se um alvo das lutas de classes.
É também a partir da “sociedade industrial”, na Europa, que a importância do
lazer surge em função do desrespeito às condições de trabalho na indústria e à
percepção de que a relação tempo de trabalho e tempo de lazer tomava um
distanciamento significativo, acarretando em condições pouco favoráveis à
dignidade para o ser humano (MARCELLINO, 1996).
No período industrial então, é que se percebe o lazer como uma
necessidade humana e social em função da carga horária excessiva de trabalho. No
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período industrial os homens, por meio das “lutas” trabalhistas, passaram e
reivindicar o “direito à preguiça” por meio de manifestações em favor da redução da
jornada de trabalho (DUMAZEDIER, 1999).
Porém, o conflito de gerações também se intensifica nesse período, pois, a
solidariedade entre as duas gerações, a de jovens e a de velhos, passou a ser vista
como algo que refreava o sistema produtivo. A geração mais jovem tendo que
acompanhar as inovações, a mobilidade profissional e residencial em nome do
imperialismo industrial, tinha que se livrar da geração mais velha.
Ao abordar o problema das divisões entre as idades, Bourdieu (1983)
salienta os mecanismos de reprodução da ordem social e afirma que: “as
classificações por idade (mas também por sexo, ou, é claro por classe) acabam
sempre por impor limites e produzir uma ordem onde cada um desses se mantém
em seu lugar”.
Ao defender a ideia de que o lugar de cada um na sociedade está pré-
estabelecido, Bourdieu (1983) ainda considera a sociedade constituída por dois
polos hierarquicamente opostos: o dos dominantes e o dos dominados. O problema
da indefinição dos limites etários vincula-se à partilha do poder e de disputa de
privilégios entre as gerações. Ou seja, a definição de fronteiras entre maturidade e
velhice seria objeto de disputa entre adultos jovens e adultos mais velhos: a
transição da maturidade à velhice ficaria reduzida à reprodução do sistema de
dominação e das desigualdades sociais.
Outro importante fato que pode ser observado, é de que os idosos
atualmente não tiveram ao longo de suas vidas oportunidades para se prepararem
para uma nova etapa sem os afazeres do trabalho, comando de família e criação de
filhos, como também não passaram por uma educação para o lazer durante a vida
profissional (CAMARGO, 1992).
Por isso, a tarefa de repassar ao idoso a importância de preservar a vivência
ativa e positiva de seu tempo livre não é fácil. Porém, acredita-se que a
conscientização da importância do lazer constitui uma nova chance na vida do idoso
através de sua integração em projetos que possam transmitir respeito e autoestima.
(FENALTI; SCHWARTZ, 2003).
Ao contextualizar tais projetos, Fenalti e Schwartz (2003) afirmam que estes
assumem uma proposta de incentivar a valorização pessoal, a convivência grupal, o
fortalecimento da participação social, a formação de um cidadão consciente de suas
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responsabilidades e direitos, buscando que os idosos mantenham e/ou conquistem
certa autonomia.
Atualmente, umas das barreiras ou problemáticas do lazer no meio social
está na falta de opções, na sua baixa qualidade e na falta de oportunidades de
acesso ao mesmo, resultando na dificuldade de as camadas populares usufruírem
desse direito. Além disso, a falta de segurança para a população, pela crescente
violência urbana, também se configura como uma das barreiras para vivência do
lazer. Dessa forma, a população, muitas vezes fica limitada ao “lazer domiciliar”, com
o uso de equipamentos como TV, internet e outros (MARCELLINO, 2006).
4 POLÍTICAS PÚBLICAS DE LAZER E SOCIABILIDADE
Para entendimento geral, é necessário explicar que as políticas sociais são
um conjunto de políticas públicas que devem ser implementadas e sustentadas por
um governo, uma responsabilidade do Estado, por meio de ações ou programas de
intervenções. Podendo ser de cunho preventivo, curativo, redistributivo de renda,
emancipatório, entre outras, uma vez que se inserem, nas políticas assistenciais
(que assistem os direitos humanos); nas socioeconômicas (as políticas de emprego,
saúde, transporte, etc.); nas políticas participativas (políticas educacionais, culturais,
das conquistas dos direitos, entre outros) (DEMO,1996).
Assim o lazer pode ser considerado como uma política participativa, a partir
das características da mesma. Sendo a participação, assim como o lazer, um
fenômeno natural, podendo também ser entendida como um direito humano à
dignidade, onde esse processo ocorre no cotidiano por meio de articulações e
aspectos sociais. Assim concordamos com interpretação de Linhales (1998), que
sobre políticas sociais, afirma:
O conteúdo de uma política social, bem como as responsabilidades para sua implementação, guarda estreita relação com a natureza do Estado que, em outros termos, significa a forma como se processam os arranjos políticos que lhe dão sustentação. Estes, por sua vez, interferem na seleção de prioridades para alocação dos recursos públicos, que são extraídos da população e que a ela deveriam retornar, redistributivamente, na forma de programas e serviços públicos.
Existe hoje no Brasil, uma lógica de políticas públicas como forte aspecto
seletivo, onde são comtemplados os mais carentes entre os carentes, aprofundado
9
por programas sem continuidade, esporádicos, sem abrangência e geralmente com
fins político-eleitoreiros. O Estado, ao isentar-se das políticas públicas, transforma
em vítima todos os segmentos da sociedade, independente da classe social (MAIA,
2003).
A efetivação, a ampliação e a extensão dos direitos sociais dependem da
dimensão dos recursos nacionais que estão condicionados às prioridades do
governo. Assim sendo, a prestação de serviços sociais como direitos está
necessariamente condicionada pela base fiscal do Estado para pagá-los, sofrendo
oscilações constantes em decorrência das conjunturas econômicas e políticas. Aí
registra-se a fragilidade da assistência como direito (BARBALET, 1989).
Ao se falar de políticas públicas, torna-se imprescindível falar de
possibilidades de acesso a todos, de inclusão social. Embora existam diversas
políticas públicas sociais, elas não conseguem suprir as necessidades sociais de
forma plena, porém, muitas vezes, podem contribuir, minimamente, para a melhoria
da qualidade de vida, da inclusão social, além da diminuição das desigualdades
sociais, entre outros aspectos. Quanto a inclusão social, Salgado e Silva (2005)
afirmam:
A inclusão é um processo e, como tal, não tem um fim determinado. Requer um processo permanente de construção de sentidos, construção está coletiva, que parte da necessidade e minimiza barreiras [...] – sejam elas quais forem, experienciadas por qualquer que seja e, consequentemente, de aumentar a participação de um ou vários sujeitos ou grupos que se encontram em situação de exclusão.
A sociedade, em todas as culturas, atravessou diversas fases no que se
refere às práticas sociais. A sociedade começou praticando a exclusão social de
pessoas que por causa de suas condições atípicas, como as diversidades e
desigualdades sociais e grupos ditos de minoria, não lhes pareciam pertencer à
minoria da população; em seguida desenvolveu o atendimento segregado, passando
para a prática da integração social e, recentemente, adotou a filosofia da inclusão
social para modificar sistemas gerais (SASSAKI, 1997).
As minorias sociais são grupos que têm pouco ou menor acesso aos
mecanismos de poder por sofrerem interferências em suas formas de viver (MELO e
GIAVONI, 2004). A construção de uma sociedade para todas as pessoas implica em
alguns princípios da inclusão social como: celebração de diferenças, direito de
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pertencer, valorização da diversidade humana, solidariedade humanitária, igual
importância das minorias e cidadania com qualidade de vida (SASSAKI, 1997).
Assim os idosos se encontram dentro das minorias sociais, e almejam
políticas públicas e sociais que tenham como objetivo a inclusão social. Inclusão
social que está atrelada a melhorias das relações sociais, qualidade de vida, valores
sociais e humanos como: cooperação, solidariedade, amizade, boas convivências e
aprendizagem mútuas.
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após intensa convivência e interação com o grupo, faz-se necessário a
análise e compreensão do que foi coletado, a partir das observações, das
experiências e dos questionários aplicados, partindo primeiramente de alguns
fatores como: gênero, faixa etária e motivos para procurar a atividade
Quanto a questão de faixa etária e gênero, pode-se observar que dos 18
idosos que finalizaram a pesquisa, 15 eram do sexo feminino contra apenas 3 do
sexo masculino, mostrando a superioridade quantitativa das mulheres em relação
aos homens no projeto. Assim como o número maior de idosos com idade entre 60 e
70 anos. Onde Borges et al (2008), já haviam relatado uma tendência de maior
participação de idosos dessa faixa etária, em grupos de convivência.
Gráfico 1 – Distribuição segundo faixa etária e gênero
FAIXA ETÁRIA X GÊNERO
0
2
4
6
8
10
12
14
60 a 70 71 a 80 81 a 90 > 90 anos
Homens Mulheres
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Esse resultado também corrobora o que é visto na literatura nacional, onde
se é descrito uma adesão muito maior de mulheres em projetos e grupos de lazer
voltados para a terceira idade, do que de homens. Esse fato pode estar diretamente
ligado a maior longevidade das mulheres, porém, esse não é o único fator para que
se tenha uma diferença tão grande nesse âmbito.
Para Ruschel (1998) o homem quando atinge a velhice e a aposentadoria,
prefere muitas vezes permanecer no seu lar, pois, passou grande parte do seu
tempo fora de casa, por meio das obrigações do trabalho. Já a mulher, diferente do
homem, passou a vida cuidando da casa e acaba se interessando por outros
ambientes, procurando principalmente estabelecer novas interações sociais.
Podemos perceber então, que em sua grande maioria, as mulheres,
passaram a vida sendo donas de casa ou agricultoras, no caso das que viviam no
meio rural. Enquanto grande parte dos homens teve trabalhos fora do meio familiar,
sendo profissional autônomo, comerciário, funcionário público, cargos em sua
maioria no meio urbano (AREOSA; BEVILACQUA; WERNER, 2003).
Para Coutinho e Acosta (2009), corroborando com os outros autores já
citados, questões de âmbito cultural que foram trabalhadas ao longo da vida, tem
ligação direta com as diferenças de gênero no lazer. Para as autoras, o homem, por
ter ficado mais tempo fora do lar devido ao trabalho anterior à aposentadoria,
prefere, na velhice, permanecer em casa ou em locais calmos onde possa conversar
e relaxar. Do outro lado, a mulher, por ter permanecido no lar para cuidar dos
afazeres domésticos, opta por sair, fazer novas amizades, praticar atividades físicas.
Tabela 1 – Distribuição segundo motivos para participação da atividade
MOTIVO Nº de respostas %
SAÚDE 14 56
LAZER 2 8
ESTÉTICA 1 4
SOCIALIBILIDADE 5 20
BEM ESTAR 3 12
TOTAL 25 100
Com relação a motivação de adesão e manutenção dos alunos ao grupo,
fica evidente a predominância da saúde, seguida pela sociabilidade, como fator
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principal, tendo estes dois fatores 56% e 20% do total de respostas respectivamente.
Deve-se ainda frisar que grande parte dos idosos relatou dois ou mais motivos para
estar no grupo, o que mostra a relevância da saúde nesse caso.
Eiras et al (2010) já haviam apontado a manutenção e promoção da saúde
como principal fator da adesão de idosos à atividade física, relatando que para estes
o entendimento de saúde vai além da dimensão física, referindo-se também as
dimensões psicológicas e emocionais do ser humano. Onde muitos ainda
ressaltaram o papel das amizades e do senso de pertencimento a um grupo
enquanto fator decisivo para a sua permanência na atividade física.
Onde isso pode ocorrer, pelo fato de que os idosos entendem a velhice
como a fase da vida marcada pela discriminação e pela busca da saúde.
Observando que o surgimento de patologias nessa idade, segundo eles, encontra-se
mais presente do que em qualquer outra etapa da vida; associando também a
velhice à ‘morte’ (ARAÚJO; COUTINHO; CARVALHO, 2005).
6 A “FAMÍLIA” RAIO DE SOL: LOCAL DE LAZER E SOCIABILIDADE
O “Grupo Raio de Sol” é um local de intensa interação, onde podemos
observar a participação de indivíduos de diferentes e distintas faixa etárias. Porém,
essa interessante diferença é praticamente imperceptível na hora da atividade, todos
sem exceção participam com o mesmo entusiasmo e disposição, almejando quase
sempre o prazer e a diversão como objetivo fundamental.
A falta de parcerias e as dificuldades financeiras, fizeram com que o grupo
criasse uma característica própria, a adaptação. Adaptação essa que é feita com
recursos que a própria praça disponibiliza, como: arquibancada, meio fio, bancos,
etc. Tudo é utilizado como material para as aulas de ginastica e dança, ministradas a
partir de seus princípios básicos e utilizando-se principalmente do lúdico.
E assim, mediante aos questionamentos e as perguntas propostas no
questionário, sobre se os alunos consideram as atividades praticadas no grupo como
práticas de promoção do lazer, todos responderam sim. Os idosos descreveram
como justificativas, para esse entendimento, fatores como diversão, bem-estar,
prazer e ampliação das relações de amizade. Podemos observar isso a partir das
respostas de alguns alunos: “Sim, é um momento de alegria para mim. Quando
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estou no grupo fico feliz e descontraio bastante” (Aluno 1). “Sim, pois lá é um local
de atividade e também de diversão, e aproximação com outras pessoas” (Aluno 15).
Voltando-se ao que diz Magnani (apud SOBRAL, 2005) a respeito do lazer,
“é o instante dos esquecimentos das dificuldades da vida diária, também é momento
e oportunidade do encontro, do estabelecimento de laços”. Observa-se então na fala
do aluno 15, a respeito do questionamento do lazer, a socialização, alegria e a
ludicidade presentes, remetendo à oportunidade do encontro e do estabelecimento
de laços a que Magnani se refere.
Quanto ao que o grupo representa para os alunos, a maioria respondeu que
sente como se o grupo fosse uma família. Isso também foi percebido, no processo
de observação, através da percepção de carinho que cada idoso tem para com os
outros alunos, a partir de fortes vínculos de amizade.
Araújo e Carvalho (2004) apontaram a importância dos vínculos de amizade
constituídos no âmbito dos programas que atendem grupos de idosos. Esses
programas gerariam mudanças nas relações interpessoais dos participantes,
oportunizando a construção de novas amizades. No grupo raio de sol a importância
dessas relações fica evidente desde o primeiro contato.
Em relação as mudanças nas vidas dos idosos, após a entrada no grupo, as
respostas mais frequentes apontaram para melhorias na saúde e bem-estar, além de
melhora na sociabilidade. Esses resultados corroboram os objetivos do grupo,
quanto a melhoria de qualidade de vida, integração e inclusão social dos idosos.
Fenalti e Schwartz (2003), apontam que as alterações pessoais observadas
após a entrada de idosos em grupos voltados para essa faixa etária, estão ligadas
diretamente a percepção de melhoria da saúde geral, incluindo aspectos
psicológicos, assim como perceptível melhora nos relacionamentos interpessoais.
7 LAZER? O QUE É O LAZER?
No decorrer do trabalho de campo, a partir das observações, experiências e
principalmente através das respostas dos próprios idosos para as perguntas, pôde-
se perceber o lazer diretamente ligado ao significado de distração, atividade
prazerosa e de divertimento.
Todos os idosos entendem a atividade desenvolvida no grupo como sendo
lazer e a maioria identifica a diversão como fator determinante para esse
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entendimento. Isso pode ser observado na fala de alguns alunos: “É diversão, ou
seja, é tudo aquilo que você faça que te dê prazer” (Aluno 3). “Poder ter momentos
de alegria com meus familiares, amigos, etc.” (Aluno 5). “É alegria, fazer o que eu
gosto” (Aluno 12).
Os idosos do grupo procuram no lazer formas de amenizar ou liberar as
tensões vividas no dia a dia. E o divertimento, sendo uma das mais importantes
funções do lazer, leva ao prazer e bem-estar. Onde podemos observar este como
sendo um conjunto de atividades, que almeja complementação, compensação, e
fuga das restrições e imposições da vida social. Os jogos, esportes, viagens,
cinema, teatro, etc., são os principais exemplos (DUMAZEDIER, 1973).
Assim é possível perceber que a maioria dos alunos entende o lazer a partir
de uma concepção ligada ao aspecto atitude, que onde se é observado a relação
entre o sujeito e a experiência vivenciada. Ainda que com menor intensidade, é
possível também observar um entendimento relacionado ao aspecto tempo, ligado
ao tempo livre, como concebeu Marcellino (2006).
Outro aspecto lembrado pelos idosos é a sociabilidade, que está ligada
diretamente a interação do idoso com outro individuo, podendo ser esse da mesma
idade ou de qualquer outra faixa etária. “Bom. É poder estar com a família ou amigos
conversando” (Aluno 4). No período de observação não era incomum ver alunos
chegando mais cedo ou saindo mais tarde da atividade, apenas para que pudessem
conversar e interagir com amigos do grupo.
Para Cabral (1997), os grupos de convivência são ambientes em que os
idosos melhoram suas relações interpessoais. Silva (2003) ainda relata que a
ampliação e aprimoramento dessas relações, é de suma importância na terceira
idade, podendo ser um impulso para a melhora da vida social e para a busca outros
objetivos. Podendo contribuir para o início de novas relações de amizade. A
sociabilidade observada aqui, encaminha para conexões onde o bem-estar de um
idoso vai estar ligado ao bem-estar do seu próximo.
“Eu gosto, me sinto bem. Aqui converso com amigos, me sinto acolhida e
renovada para a vida” (Aluno 17). Através da sociabilidade, o idoso se torna mais
consciente da sua participação na sociedade, ajudando para que esse veja outros
motivos para viver. A velhice é o estágio da vida que possibilita a pessoa idosa
novas conquistas, principalmente a satisfação pessoal e a sociabilidade guiada pela
prática do lazer.
15
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo abordou as principais representações do lazer para os idosos, com
destaque para a saúde e a sociabilidade, principais fatores de adesão e manutenção
da atividade, por parte dos idosos do grupo estudado. A partir do que foi relatado e
através da minha experiência, foi possível perceber que muitos do idosos iniciaram
na atividade por questões de saúde, através de indicação medica, ou para se ter
uma maior interação com pessoas da mesma idade.
Consegui, a partir da experiência mais próxima com o grupo, entender
alguns fatores primordiais para os idosos, como: pertencimento, sociabilidade, saúde
e diversão. Através da pesquisa, foi possível compreender a estreita relação entre as
dimensões do lazer e sociabilidade. Onde para os idosos a participação no projeto
pode ser considerada uma das perspectivas de vivenciar, compreender e superar a
velhice, valorizando as relações e laços familiares construídos.
A concepção de velhice evidenciada no estudo está ancorada nas perdas e
limitações físicas acarretadas pelo processo de envelhecimento, que aliadas às
precárias condições socioeconômicas apresentadas por esses idosos tornam a
velhice ainda mais difícil. No entanto, não percebemos uma visão pessimista quanto
à velhice em si, apesar da sua vivência na situação de pobreza e privações,
podemos vislumbrar situações melhores a partir da integração e inclusão.
A necessidade de se discutir a questão das vivências de lazer como uma
possibilidade de inclusão social dos mais diversos grupos ditos de minoria, em
especial para os idosos, torna-se relevante em vários segmentos da sociedade.
Tal problemática social é preocupante, uma vez que o índice de exclusão
social cresce a cada dia em países de economia neoliberal como o Brasil. A lei do
mercado capitalista acarreta na má distribuição de renda, levando às desigualdades
sociais.
Neste sentido os programas e projetos podem ser vistos como meios de
integração, como um dos processos de sociabilidade e divertimento, que segundo os
próprios idosos, está ligado diretamente ao lazer. Pois é assim que eles buscam
serem aceitos na sociedade e utilizando o seu tempo disponível para desfrutar das
atividades que o projeto lhes proporciona, muitas vezes negando a própria velhice
como forma de buscar ou recuperar o tempo perdido.
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Assim, sugere-se novos estudos sobre o lazer e a população idosa, com o
objetivo de contribuir para minimizar os processos discriminatórios, bem como
assegurar ações concretas do lazer, para que essa população sinta os benefícios
dessa prática. Sugere-se ainda, que o poder público direcione ações que beneficiem
a pessoa idosa, criando condições que favoreçam essa faixa etária, promovendo a
autonomia, integração e participação efetiva do idoso na sociedade, assegurando-
lhe o direito de exercer sua cidadania.
ELDERLY AND LEISURE: a reflection on the project "Sunshine Group"
ABSTRACT This study aims to understand which social representations and the importance of leisure, through a sports project and leisure in the city of Bethlehem. As the research based on qualitative epistemology, as evidenced from an interpretive descriptive research where were interpreted the statements and answers of the elderly, collected through a questionnaire and participant observation. As a result it was observed that health issues and sociability are the main reasons for joining the group of the elderly. And for these, leisure is connected directly to the fun, pleasure and socializing. Where the group is seen as a family, bringing important benefits in health and well-being of participants. Thus we conclude that the elderly enjoy search of fun and sociability that the project gives you, to feel integrated into society. Where it seeks to experience the practice of leisure, according to their needs, going against prejudice and social stigma. It is suggested then, that from new studies, the public can seek actions that benefit the elderly, creating conditions that favor, promoting autonomy, integration and effective in the elderly participation in society, assuring him the right to exercise their citizenship. Keywords: Leisure. Public politics. Sociability. Third age.
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