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Iluminação por LEDs julho de 2013
ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 5ª Edição nº 005 Vol.01/2013 – julho/2013
Iluminação por LEDs
Douglas Bezerra de Castro – [email protected]
Master em Arquitetura
Instituto de Pós-Graduação - IPOG
Fortaleza, CE, 20 de setembro de 2012
Resumo
Atualmente, no mundo todo, existe uma preocupação com o meio ambiente e, sustentabilidade.
Pesquisadores tentam descobrir maneiras de economizar energia, de fazer objetos menos
poluentes, etc e com a iluminação não foi diferente, surgiu o LED. Alguns quesinamentos surgem
em torno disso como o que seria o LED, a iluminação por LED, quais as suas caracteristicas,
vantagens e beneficio, qual a melhor opção de iluminação, lâmpadas halógenas, fluorecentes ou
LEDs, seria o LED a iluminação mais eficiente, com menor consumo de energia, com maior
durabilidade e o objetivo dessa pesquisa foi justamente responder a esses questionamentos. O
estudo sobre esse tipo de emissão de luz foi realizado através de leituras em livros especificos, sites
relacionados ao assunto, cátalogos de luminárias, guias de iluminação e pesquisas em lojas
“Home Center” e o resultado encontrado foi bastante favorável ao LED, apresentando vantagens
em relação aos outros tipos de iluminação, como maior vida útil, menor tamanho, mais
possibilidades de usar em projetos luminotécnicos, luz que não emite raios infravermelho e nem
ultravioleta, apresenta variedades de temperaturas de cor para um mesmo tipo de LED, indice de
reprodução de cor satisfatório, maior eficiencia energética dentre outras caracteristicas e
beneficios. A a maior desvantagem desse tipo de iluminação é com relação ao seu valor em
comparação as outras fontes de luz, o que ainda apresenta um custo alto para implantação, mas
que o retorno deste custo vem rápido, com o baixo consumo do LED, menos despesas com
reposição de lâmpadas queimadas, ficando assim o LED mais viável. Concluiu-se que o LED é a
melhor opção em iluminação e que não é a iluminação do futuro, mas sim do presente.
Palavras-chave: LED. Iluminação artificial. Iluminação residêncial por LED. Eficiência
energética.
1. Introdução
Luz, algo primordial para a vida dos seres humanos. Luz, natural ou artificial, é a grande
influenciadora dos hábitos adquiridos pelo homem ao longo dos tempos.
Na Pré-História teve a primeira iluminação artificial, o fogo, que até então o período de trabalho se
limitava a duração da iluminação da luz solar. A partir de então, o homem sempre buscou aprimorar
a iluminação, como exemplo o uso de combustíveis e de parafinas no processo de queima,
chegando ao lampião, uma dos mais eficientes sistemas de iluminação a base de fogo.
Desde o início do século XIX, vários inventores tentaram construir fontes de luz à base de energia
elétrica, até que em 1802, Humphry Davy construiu a primeira fonte luminosa com um filamento de
platina, que quando aquecido pela passagem da corrente elétrica emitia luz visível. Em 1879,
Thomas Edison construiu a primeira lâmpada elétrica incandescente considerada comercialmente
viável, utilizando uma haste de carvão muito fina que quando aquecida acima de 900k passava a
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emitir luz bastante avermelhada e fraca. Hoje em dia, as lâmpadas incandescentes utilizam-se um
filamento de tungstênio.
Na década de 1930, surgiram as primeiras fluorescentes comercialmente viáveis, mas, em 1926, o
cientista Edmund Germer já a havia inventado a partir de uma lâmpada a vapor de mercúrio com a
pressão dentro do tubo aumentada e com o vidro revestido com pó fosforescente para obter uma luz
branca mais uniforme. As fluorescentes utilizam reatores para dar a partida em seu funcionamento e
para limitar a corrente elétrica e proteger o circuito. Ganharam notoriedade na década de 1970 e são
responsáveis por cerca de 80% de toda a luz artificial do planeta.
Na década de 60, Nick Holonnyak Jr. desenvolveu o primeiro LED, o qual é conhecido como
precursor de uma nova era tecnológica na área de iluminação, por causa das diversas vantagens que
oferecem em relação às fontes de iluminação convencionais. Estes dispositivos representam uma
ruptura na iluminação artificial tradicional, introduzindo novos paradigmas e possibilidades de
iluminar. Devido as suas formas e tamanho reduzido permitem uma flexibilidade enorme para o
design de luminárias e novos conceitos são introduzidos a cada dia.
Ao longo dos anos, várias empresas e profissionais de diversos países estudam meios alternativos
de produção e utilização eficiente de energia elétrica. Atualmente as pesquisas buscam por fontes
luminosas de baixo consumo, objetivando maior economia de energia. O estudo do LED e de sua
aplicabilidade para a iluminação artificial é extremamente relevante, pois em todo o mundo, são
crescentes as preocupações com aspectos ecológicos devido à maior demanda por geração de
energia e sua escassez. Os recentes avanços da tecnologia dos LEDs, fazendo-os ganhar potência e
escala mundial com a redução de custo, indicam uma forte alternativa para o mercado da
iluminação e vêm sendo chamados de “Green Light”.
2. LEDs
2.1. Evolução Histórica
O primeiro LED que se tem notícia (Electrical World Magazine, Vol 49) nasceu da observação, ao
realizar experimentos na área de rádio, do fenômeno da eletroluminescência pelo pesquisador
Henry Joseph Round, tendo registrado como um “fenômeno curioso”, em 1907. O cristal de SiC
(carborundum) emitiu uma luz amarelada ao ser aplicada uma pequena tensão elétrica.
Em 1927, o técnico de rádio Oleg Vladimir Losev criou um LED composto de óxido de zinco e
carboneto de silício que, quando ionizados, produziam luz. Losev, que não sabia da descoberta de
Round, considereou este o primeiro LED e publicou detalhes de seu experimento em um jornal
russo ainda em 1927. Ele continuou desenvolvendo sua descoberta e publicando os detalhes em
revistas inglesas e alemãs até 1930, mas não conseguiu chamar a atenção da indústria luminotécnica
da época e acabou morrendo de fome em 1942.
Em 1955, Rubin Branstein, da Radio Corporation of America, realizou experiências com emissão
infravermelha utilizando semicondutores GaAs (Gálio e Arsênio).
Sete anos depois, o pesquisador da GE, Nick Holonnyak Jr., desenvolveu o primeiro LED que
emitia luz visível (na cor vermelha), baseado na tecnologia GaAsP ( Gálio, Arsênio e Fósforo).
Nos anos 60 e 70, empresas como a Hewlett Packard (HP) foram pioneiras na comercialização em
larga escala de LEDs, tornando seu uso difundido em vários produtos como indicadores de
ligado/desligado de equipamentos eletrônicos até relógios e calculadoras.
Já nos anos 80, novas tecnologias de semicondutores permitiram sua miniaturização, possibilitando
novos formatos e brilho mais intenso. Nesta época já eram utilizados em semáforos, porém ainda
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não emitiam luz em intensidade suficiente para o uso em iluminação.
Somente em 1993, em uma pequena empresa do Japão: NICHIA, Dr. Shuji Nakamura inventou o
primeiro LED azul de alto brilho. Esta descoberta possibilitou a criação do LED branco e é
considerado um marco na indústria de iluminação.
Na década de 90 a indústria automobilística mundial interessou-se pelo uso da tecnologia a ponto de
incluir os LEDs em diversos pontos do carro, desde o painel às luzes de sinalização. Devido à
elevada demanda proporcionada pela indústria automobilística houve uma evolução das
características como maior variedade de cores, brilho e potência.
Em 1997/1998 surgem às primeiras luminárias de uso arquitetural produzida em larga escala. Os
modelos foram apresentados em feiras especializadas nos EUA e Europa (Light Fair e Light &
Building) e eram do tipo balizadores de piso e luzes de emergência.
No ano 2000, a empresa Lumileds lançou o LED LUXEON I, elevando o patamar da tecnologia aos
nunca antes possíveis 25 lumens em um único emissor, com uma plataforma que foi o grande
divisor de águas. Neste ponto podemos dizer que tivemos mais um marco no avanço da tecnologia e
a plataforma “Luxeon” anos mais tarde passou a ser adotada por vários fabricantes.
A Lumileds introduziu no mercado constantes inovações, sendo que em 2003 criou o LUXEON I
com emissão de até 80 lumens. No mesmo ano ofereceu ao mercado LEDs LUXEON I na cor
branca com temperatura de cor de 3200K e IRC de 90. Até então só havia disponibilidade LED
LUXEON I em branco com temperatura de cor elevada.
A tecnologia evoluiu muito rapidamente e em dez anos tivemos um crescimento avassalador após
um período de 40 anos desde o seu surgimento. O contexto atual mostra que uma grande parte dos
fabricantes de luminárias do mundo oferece produtos que utilizam a tecnologia de LEDs. Para os
céticos sobre o “poder” de iluminação dos LEDs, não faltaram exemplos de que esses minúsculos
emissores de luz já estão dando conta do recado tanto na iluminação urbana com postes de seis a
oito metros de altura com LEDs, quanto em spots, projetores, embutidos e pendentes iluminando
todo o ambiente.
Ainda é recente está história de LEDs na iluminação arquitetural e o mundo está clamando por
soluções eficientes, ecologicamente corretas, racionais e sustentáveis e as indústrias estão
imputando aos LEDs esta missão. O que era futuro, hoje já faz parte do presente e muita coisa ainda
vai surgir.
Figura 1 – Evolução Histórica do LED
Fonte: GOIS (2008)
2.2. Conceito e funcionamento
Para melhor compreender o que é, o funcionamento do LED e suas caracteristicas é fundamental ter
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uma noção de alguns conceitos como semicondutores e diodos.
Semicondutores são materiais que não são nem condutores nem isolantes. Alguns elementos
químicos têm esta propriedade e quando combinados de forma adequada formam o diodo
semicondutor. O nome diodo significa contração de dois eletrodos e é o mais simples dos
dispositivos semicondutores, mas exerce um papel vital em sistemas eletrônicos, pois a partir desta
descoberta foram possíveis à invenção dos transistores e circuitos integrados, os famosos chips
(GOIS, 2008).
Os diodos emissores de luz - dispositivos conhecidos pela abreviatura em língua inglesa LEDs
(Light Emiting Diodes) - são semicondutores em estado sólido que convertem energia elétrica
diretamente em luz. A luz do LED é gerada dentro do chip, um material de cristal sólido. O chip
gerador de luz é pequeno, geralmente com 0,25mm2.
Figura 2 – LED indicador tradicional de 5mm
Fonte: GOIS (2008)
O princípio de funcionamento do LED baseia-se na junção P-N, combinação de dois materias
distintos, no qual o lado P contém essencialmente lacunas (falta de eletrons) enquanto o lado N
contém essencialmente cargas negativas (excesso de eletrons). Quando polarizada diretamente, os
eletrons e lacunas se movimentam em direção ao mesmo ponto, que é devolvida, quando eles
retornam para seus níveis originais, em forma de luz.
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Figura 3 – Esquema de emissão de luz de um LED
Fonte: GOIS (2008)
A luz emitida pelo LED é monocromatica e o comprimento de onda está relacionado ao tipo de
material utilizado na composição do semiondutor. A dopagem do cristal pode ser feita com gálio,
alumínio, arsênio, fósforo, índio e nitrogênio. Esta varidade de elementos químicos e a combinação
deles permitem a emissão de luz em uma ampla faixa do espectro (Cervi, 2005; Bullough, 2003). O
responsável pela emissão de luz vermelha, laranja e amerela seriam os LEDs que utilizam os
compostos AlGaInP (Aluminium Gallium Indium Phosphide) formado por alumínio, gálio, índio e
fosfeto; já os responsáveis pelas tonalidades verdes e azuis são os que utilizam os comostos InGaN
(Indium Gallium Nitride), formado por índio, gálio e nitrito.
O LED com luz branca pode ser obtida de varias maneiras. Um dos métodos e o mais simples para
isso é a utilização de uma camada de fósforo na superficie do LED azul. O fósforo depositado em
cima do material semicondutor ao ser atravessado pela luz azul torna-se amarela, sendo que a o
restante da luminosidade azulada combinada com a luz amarela resulta na luz branca. Outra
maneira seria através da mistura de LEDs coloridos, já que q combinação das cores vermelha, azul e
verde resulta na cor branca. Então, com a utilização de três LEDs coloridos, ou apenas um LED
RGB (do inglês Red, Green e Blue) é possível obter um feixe luminoso branco ou de qualquer
tonalidade de cor intermediária a esta três alterando a intensidade luminosa de cada LED.
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Figura 4 – Espectro de radiação e as cores correspondentes em relação ao comprimento de onda
Fonte: LUXEON (2008)
Figura 5 – Diferentes modelos de LEDs e seus respectivos comprimentos de onda
Fonte: LUXEON (2008)
3. Características e benefícios do LED
A vida útil é a forma mais utilizada pelos fabricantes para classificar o tempo de uso de uma fonte
de luz, a qual considera o número de horas que a fonte operou até que a luminosidade seja reduzida
a 70% do valor inicial, considerando o efeito das respectivas falhas ocorridas neste período. Os
LEDs possuem uma vida útil elevada, em torno de 50.000 horas, o que torna uma redução de custos
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com reposição, mão de obra, paradas não programadas no serviço, etc. Porém, esta característica
pode ser drasticamente reduzida se a instalação ou a luminária não for adequada. A qualidade da luz
bem como a vida útil é afetada principalmente pelo calor gerado no chip o qual provoca a
degradação do fósforo nos LEDs brancos causando uma depreciação no brilho e variação da
temperatura de cor. Já que a área de dissipação de calor do LED é relativamente baixa comparada à
potência do dispositivo, deve ser considerada a concentração de calor como um fator primordial
para a redução da vida útil dos LEDs. Por esse motivo, a luminária deve prever o uso de
dissipadores para transferir o calor ao ambiente evitando o superaquecimento do LED. A figura 6
mostra uma comparação entre algumas fontes de luz e sua vida média.
Figura 6 – Comparativo entre algumas fontes de luz e sua vida média
Fonte: OSRAM (2012)
No aspecto ecológico, os LEDs, na sua fabricação, não se utilizam mercúrio, chumbo e outros
materiais considerados como potencialmente danosos ao meio ambiente. Infelizmente o processo de
fabricação de LEDs ainda utiliza grandes quantidades de energia para a produção dos
semicondutores, fato que é parcialmente compensado pela alta quantidade de chips produzida em
relação à energia aplicada ao processo. Outro fator determinante é seu tamanho, reduzindo o
impacto do descarte do produto na natureza.
Todas as fontes conhecidas hoje, como lâmpadas incandescentes, halógenas, vapor de sódio, vapor
metálica, luz do sol, etc. emitem ultravioleta e infravermelho, exceto os LEDs. O infravermelho é
percebido pela sensação de calor e não ha componentes de comprimento de onda da faixa do
infravermelho nos LEDs, portanto a luz emitida por eles é "fria", e assim não altera as cores dos
pigmentos dos objetos iluminados e não causa ressecamento e rachaduras, por exemplo, em obras
de arte, tecidos, etc. Entretanto, o chip do LED produz calor, e o projeto da luminária deve prever
sua dissipação. O ultravioleta não é percebido através de sensações, somente o efeito negativo que
causa como atrair insetos, desbotamento das cores, danos a obras de artes, a monumentos tombados,
etc. e como o LED branco é fabricado a partir de um chip com emissão azul recoberto com um
fósforo amarelo, tendo um comprimento de onda superior ao da radiação ultravioleta.
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A temperatura de cor de uma lâmpada, seu índice de reprodução de cor e a eficácia luminosa são
características importantes em um projeto luminotécnico do ambiente, onde deve ser empregada a
lâmpada correta levando em consideração o ambiente e a atividade desenvolvida nesse. A
temperatura de uma cor de uma lâmpada é a grandeza que expressa à aparência da luz emitida
(Rodrigues, 2002). A luz branca natural, produzida pelo sol a céu aberta ao meio dia possui uma
temperatura de cor próxima de 5.800k. Lâmpadas com temperatura de cor inferior a esse valor
apresentam uma luz amarelada, como as lâmpadas incandescentes, já as que apresentam
temperatura acima, a luz emitida é de tonalidade azulada, como acontece algumas lâmpadas de
descarga. O LED, por sua vez, apresenta vantagem com relação às demais fontes de luz pelo fato de
ele possuir diferentes modelos com uma larga faixa de temperatura de cor, variando de 2.670k a
10.000k, estendendo a sua aplicação para diversos ambientes. A figura 7 mostra algumas fontes de
luz e sua temperatura de cor.
Figura 7 – Temperatura de cor de diferentes fontes de luz
Fonte: OSRAM (2012)
O indice de reprodução de cor (IRC) é a relação entre a cor ideal do objeto e a cor aparente quando
submetido a uma fonte de luz artificial (Rodrigues, 2002). A referência adotada para este conceito é
a luz produzida pelo sol em um dia claro de verão ao meio dia, portanto, quanto mais proximo de
100% for o IRC de uma lâmpada, mais próximo sua luz estará da referência fiel as cores do objeto
iluminado. Para que uma fonte de luz branca seja considerada adequada à iluminação, o IRC deve
ser maior que 75%. A figura 8 mostra o IRC de algumas fontes de luz e a figura 9 mostra que o
quadro de August Renoir iluminado com duas fontes de luz de diferentes IRC.
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Figura 8 – Indice de reprodução de cor (IRC) de diferentes fontes de luz
Fonte: RODRIGUES (2002)
Figura 8 – Quadro de August Renoir iluminado com duas fontes de luz: a esquerda com alto IRC e a direita com baixo
IRC
Fonte: SCHUBERT (2003)
A eficácia luminosa de uma lâmpada representa a capacidade de emissão do fluxo luminoso com
relação à potência necessária para realizar este processo (Costa, 2005). O fluxo luminoso representa
a potência fornecida por uma fonte luminosa, por segundo, em todas as direções sob a forma de luz
(Rodrigues, 2002), tendo como unidade medidora o lúmen. Os LEDs de alto brilho apresentam um
dos indices maiores quanto a eficacia luminosa por emitirem um feixo luminoso em um angulo de
abertura pequeno. Porem, o acumulo de poeira na superficie da lâmpada ou do refletor, ou ainda a
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propria depreciação do fluxo luminoso da fonte de luz pode causar uma redução na luminosidade do
ambiente, sendo assim, o projeto luminotecnico deve prever a depreciação do fluxo luminoso do
sistema de iluminação durante a sua utilização. A figura 9 mostra uma tabela de algumas fontes e
sua eficácia luminosa.
Figura 9 – Eficácia luminosa de diferentes fontes de luz
Fonte: RODRIGUES (2002)
Outras características e benefícios do LED são a dimerização, o controle de cores, e cores saturadas.
Controle de cores é um conceito que foi "importado" da iluminação cênica onde se utilizam os
sistemas de "color changing" (luminárias com filtros coloridos e sistemas mecânicos que trocavam
os filtros e lentes, proporcionando efeitos dinâmicos de cor e movimento). Quando se utilizam
LED, as luminárias com este efeito têm fontes dimerizáveis incorporadas, controladas por hardware
e software permitindo milhares de combinações, obtendo cores saturadas sem a filtragem por filtros
da luz branca produzida pelo LED, já que a utilização de filtros não é recomendada para LED. A
dimerização é a variação do fluxo luminoso, o qual é feito utilizando-se transformadores e drivers
em conjunto com dimmers tradicionais ou, às vezes, se necessário à utilização de interfaces para
conversão dos protocolos que cada fabricante utiliza.
Os LEDs são fontes de luz pontuais, com uma perda menor do facho luminoso que as lâmpadas
tradicionais. Na verdade é normal se utilizar de óticas secundarias que controlam o facho original
do LED. Estes dispositivos são produzidos com polímeros de alta pureza e desempenho, com
eficiência típica de 90%, tornando assim os LEDs em luminárias mais eficientes.
A diversidade de ângulos de abertura de facho dos LEDs é grande o que permite aos especificadores
escolher os efeitos desejados através do uso de lentes secundarias. O mercado se profissionalizou de
tal forma que existe diversos fornecedores de lentes com dezenas de opções de facho: abertos,
fechados, simétricos ou não, inclusive com fachos elípticos.
Os LEDs apresentam pequenas dimensões o que permite o design de luminárias menores que as
tradicionais. Os projetos luminotecnicos e a arquitetura enfrentam problemas constantes de
posicionamento das luminárias em ambientes cada vez menores ou por conta da interferência com
os projetos de refrigeração, sistemas de prevenção de incêndio, etc. Na área comercial as vitrines e
displays de demonstração devem aproveitar ao máximo o espaço útil, ocasionando uma
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aproximação entre as fontes de luz e os objetos a serem iluminados e quando isso ocorre, uma
luminária pequena, que não emite calor ou radiação ultravioleta frequentemente é a melhor opção
de projeto. Alem de ter pequenas dimensões, os LEDs são componentes bastante resistentes,
possibilitando seu uso em ambientes em que outras fontes de luz necessitariam de proteção extra,
como automóvel e aplicações em outdoor. Entretanto devem ser acondicionados em luminárias
evitando umidade e controlando o calor produzido pelo chip.
Outra característica a favor do uso do LED é o acionamento instantâneo, o qual não ha a partida
lenta como alguns produtos da iluminação tradicional que necessitam de alguns minutos para operar
a 100%, como por exemplo, as lâmpadas de descarga (sódio e multi-vapores metálicos). Alem
disso, os LEDs operam em baixa tensão de operação trazendo segurança quando os equipamentos
são pensados para receber 12 volts, como por exemplo, em aplicações subaquáticas.
Comparado ao preço praticado pelos fabricantes de produtos tradicionais de iluminação, as
luminárias com tecnologia de LEDs são mais caras. Uma lâmpada dicroica de 50W pode ser
comprada no mercado por preços tão baixos quanto R$ 5,00, sendo que a lâmpada de LED que
substituiria essa dicroica custa R$ 53,00, dez vezes mais caro. A pergunta a ser feita é: qual o
beneficio que o projeto de iluminação terá com a utilização de uma luminária com LED? Caso o
único valor percebido pelo cliente seja o custo do produto, provavelmente a tecnologia de LED não
deverá ser utilizada. Por outro lado, em aplicações onde os benefícios listados anteriormente são
relevantes, vale a pena utilizar LEDs. A figura 10 exemplifica a economia que terá com a utilização
de lâmpadas de LED, no qual o exemplo dado seria os gastos estimados, ao longo de cinco anos,
para uma casa com vinte pontos de luz e utilização média de dez lâmpadas acesas durante seis
horas.
Figura 10 – Tabela comparativa de gastos comparando as fontes de luz mais utilizadas e LED
Fonte: HTTP://DRSOLEK.WORDPRESS.COM (2012)
4. Conclusão
Existe uma tendência natural, pela natureza de gerar luz, e de que os LEDs sejam confundidos com
lâmpadas, o que não é o caso e para sua aplicação na arquitetura são necessários cuidados que
acima de tudo, tenha, no mínimo, uma escala para que seja possível manipula-los. A primeira
decisão que deve ser tomada em um projeto luminotécnico é a escolha das lâmpadas que vão
compor os ambientes, pois assim define as características básicas, como a compatibilização ao
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projeto arquitetônico, conforto ambiental e aspectos econômicos. Sendo que antes dos LEDs
surgirem, as lâmpadas tradicionais e suas respectivas luminárias já ofereciam inúmeras opções na
elaboração dos projetos e agora, os profissionais de arquitetura e design têm mais uma tecnologia de
emissão de luz para simplificar ou dificultar o seu trabalho.
Uma das primeiras aplicações prática dos LEDs na iluminação ocorreu quando alguns fabricantes
disponibilizaram lâmpadas com o formato das famosas "dicroicas". Estas lâmpadas viraram "febre"
no mercado, causando problemas, pois o fluxo luminoso era muitas vezes inferior, a vida útil
prometida não chegava perto das 100.000 horas, como era informado quando surgiu esse tipo de
lâmpada, e o usuário esperava que o produto substituísse o original, visto que a forma da lâmpada e
o soquete permitiam a troca imediata. Ate hoje as lâmpadas baseadas em LEDs do tipo 5mm tem
um estigma de produto de baixa qualidade.
A situação atual das lâmpadas baseadas em LEDs melhorou significativamente com os grandes
fabricantes mundiais de lâmpadas oferecendo produtos de qualidade, com especificações técnicas
realistas e soquetes variados para integração com as luminárias tradicionais. Nestes produtos é
possível notar que o design se preocupou com aspectos importantes como o tipo de LED utilizado,
o projeto térmico que incorporou dissipadores no corpo da lâmpada e as opções de alimentação
elétrica. Mas a questão é se a tendência do mercado será optar por lâmpadas com LEDs ou
luminárias com LEDs incorporados.
As lâmpadas de LEDs são produtos técnicos, as quais sua indicação de uso deve ser realizada por
arquitetos e designers para atender a um projeto. Por ser comercializada em pontos de venda como
"Home Centers" e lojas de lustres, a decisão de compra é do cliente final, ou seja, é uma compra por
impulso. Sendo assim, fica bem complicado resolver as questões técnicas de dissipação de calor em
um produto tão pequeno como, por exemplo, uma lâmpada MR16 (formato de dicroica), caso se
utilize LEDs de potências elevadas, já que a temperatura influencia no desempenho e vida útil do
LED. As luminárias tradicionais foram desenvolvidas para uso de lâmpadas com ótica conhecida e
especifica. A simples troca da lâmpada por outra que utiliza a tecnologia de LEDs provavelmente
não vai aproveitar os componentes da luminária como o refletor, por exemplo. Já nas luminárias
com LEDs incorporados, os designers tem uma maior liberdade para o desenvolvimento de soluções
para o calor, ótica, alimentação, instalação, etc., o que torna estes produtos mais confiáveis.
A tendência dos preços das lâmpadas é cair, já que são produzidas aos milhões e luminárias de
LEDs não, sendo assim, as lâmpadas tem uma vantagem mercadológica difícil de ser vencida no
curto prazo, como foi visto na figura 10, mas as luminárias que utilizam lâmpadas tradicionais
incorporam o conceito da substituição das lâmpadas, pois foram concebidas para uma vida útil
raramente superior a 3000 horas. Hoje existem fluorescentes com expectativa de vida superior a
16.000 horas, no entanto o conceito da substituição sobrevive, ao contrario das luminárias com
LEDs, em que a ideia é que não haja reposição. .
Apesar do custo de lâmpadas LED hoje ser mais caras do que as lâmpadas fluorescentes compactas,
a eficiência dos LEDs é muito superior que as fluorescentes. Em consequência disso, acredita-se
que dentro de cinco anos os LEDs irão substituir um número significativo de lâmpadas
fluorescentes de modo semelhante à forma como as lâmpadas fluorescentes compactas atualmente
substituem as incandescentes de bulbos.
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