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Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
Implementação de Programas de
Produção mais Limpa
Porto Alegre2003
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
PRESIDENTE DO SISTEMA FIERGS E DO CONSELHO REGIONAL DOSENAI-RS
Francisco Renan O. Proença
Conselheiros Representantes das Atividades Industriais - FIERGS
Titulares Suplentes
Manfredo Frederico Koehler Deomedes Roque Talini Astor Milton Schmitt Arlindo PaludoValayr Hélio Wosiack Pedro Antônio G. Leivas Leite
Representantes do Ministério da Educação
Titular Suplente
Edelbert Krüger Aldo Antonello Rosito
Representantes do Ministério do Trabalho e Emprego
Titular Suplente
Neusa Maria de Azevedo Cláudio Matzenbacher
DIRETORIA SENAI-RS
José ZortéaDiretor Regional
Paulo Fernando PresserDiretor de Educação e Tecnologia
Silvio S. AndriottiDiretor Administrativo-Financeiro
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
Implementação de Programas de
Produção mais Limpa
Porto Alegre2003
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
Implementação de Programas de Produção mais Limpa© 2003, CNTL - SENAI-RS
Publicação elaborada com recursos do Projeto INFOREDE/FINEP Nº.6400043600, sob a
orientação, coordenação e supervisão da Diretoria de Educação e Tecnologia do
Departamento Regional do SENAI-RS.
Coordenação Geral Paulo Fernando Presser Diretoria de Educação e Tecnologia
Coordenação Local Hugo Springer Diretor do CNTL
Coordenação do Projeto Marise Keller dos Santos Coordenadora técnica do CNTL
Elaboração
Adriano Prates do Amaral
Ana Cristina Curia
Marise Keller dos Santos
Rosele de Felippe Neetzow
Normalização Bibliográfica Enilda HackDET/Unidade de Negócios em ServiçosTecnológicos/Núcleo de Informação
Centro Nacional de Tecnologias Limpas/SENAI-RS Av. Assis Brasil, 8450 – Bairro SarandiCEP 91140-000 - Porto Alegre, RSTel.: (51) 33478410 Fax: (51) 33478405e-mail: [email protected]
SENAI – Instituição mantida e administrada pela Indústria
S491 SENAI.RS. Implementação de Programas de Produção mais Limpa. Porto Alegre, Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/ UNIDO/INEP, 2003. 42 p. il.
1.Proteção do meio ambiente 2. Administração da qualidade ambiental I. Título
CDU – 504.06
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
SUMÁRIO CENTRO NACIONAL TECNOLOGIAS LIMPASCNTL/SENAI-RS/UNIDO/UNEP
4
APRESENTAÇÃO 51. EVOLUÇÃO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS 61.1 O QUE É PRODUÇÃO MAIS LIMPA? 71.2 PRODUÇÃO MAIS LIMPA X FIM-DE-TUBO 82. BENEFÍCIOS DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA 112.1 BENEFÍCIOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA 122.1.1 Eliminação/redução de resíduos 122.1.2 Produção sem poluição 122.1.3 Eficiência energética 122.1.4 Saúde e segurança no trabalho 122.1.5 Produtos ambientalmente adequados 122.1.6 Embalagens ambientalmente adequadas 122.2 BENEFÍCIOS ECONÔMICOS DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA 133. IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA 153.1 ETAPA 1 163.1.1 Formação do ecotime 163.2 ETAPA 2 173.2.1 Estudo do fluxograma do processo 173.2.2 Realização do diagnóstico ambiental e de processo 173.2.3 Seleção do foco de avaliação 193.3 ETAPA 3 193.3.1 Elaboração do balanço material e estabelecimento de indicadores 193.3.2 Identificação das causas da geração de resíduos 213.3.3 Identificação de opções de Produção mais Limpa 233.4 ETAPA 4 283.4.1 Avaliação técnica, ambiental e econômica 283.4.2 Seleção de oportunidades viáveis 293.5 ETAPA 5 293.5.1 Plano de implementação e monitoramento 293.5.2 Plano de continuidade 304. BARREIRAS À IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES DE PRODUÇÃO MAISLIMPA
32
5. DÚVIDAS SOBRE A IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DEPRODUÇÃO MAIS LIMPA
33
6. CONCEITOS RELACIONADOS À PRODUÇÃO MAIS LIMPA 357. GLOSSÁRIO 37CENTROS NACIONAIS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA 40REFERÊNCIAS PARA PRODUÇÃO MAIS LIMPA 41
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
CENTRO NACIONAL TECNOLOGIAS LIMPASCNTL/SENAI-RS/UNIDO/UNEP
Em julho de 1995, o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial – SENAI-RS(Porto Alegre - RS) foi escolhido pela UNIDO - Organização das Nações Unidas para oDesenvolvimento Industrial e pela UNEP - Programa das Nações Unidas para o MeioAmbiente, para sediar o 10º Centro Nacional de Produção mais Limpa de uma série de 23centros instalados pelo mundo.
O Centro Nacional de Tecnologias Limpas – CNTL/SENAI-RS visa estabelecer umarede formada por instituições e profissionais, a fim de facilitar a transferência deinformações e tecnologia às empresas, permitindo a incorporação de Técnicas deProdução mais Limpa em seus sistemas de gerenciamento ambiental. A formação destarede é facilitada pela localização do CNTL/SENAI-RS dentro do sistema FIERGS,permitindo a ligação direta com as Federações das Industrias dos Estados, através daConfederação Nacional da Industria – CNI. Esta situação oferece uma vantagem para adisseminação de informação sobre Produção mais Limpa, bem como a capacidade depesquisa aplicada, desenvolvimento e otimização de processos oferecida pelos diferentesCentros Tecnológicos do SENAI em todo país.
CCEENNTTRROO NNAACCIIOONNAALL DDEETTEECCNNOOLLOOGGIIAASS LLIIMMPPAASSSENAI/UNIDO/UNEP
Endereço: Av. Assis Brasil, 8450CEP: 91140-000 Porto Alegre - RSFone: (51) 3347 84 00/84 10Fax: (51) 3347 84 05e-mail: [email protected]
http://www.rs.senai.br/cntl
Guiana
Brasil
SurinameGuiana Francesa
Paraguai
Venezuela
Equador
Colômbia
Peru
Bolívia
ChileArgentina
Uruguai
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APRESENTAÇÃO
Esta publicação é um dos produtos resultantes do projeto denominado SISTEMA DE
INFORMAÇÃO DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA BRASILEIRA - INFOREDE, executado pelo
CNTL SENAI-RS/UNIDO/UNEP. O projeto é decorrente de ação do Programa de Qualidade
Ambiental do Ministério do Meio Ambiente dentro do Plano Plurianual de Governo 2000-
2003 ( PPA ) apoiado pela Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP do Ministério da
Ciência e Tecnologia - MCT. O objetivo geral deste projeto foi criar um sistema de
informação sobre Produção mais Limpa nacional, reunindo as experiências brasileiras em
produção mais limpa em diversos setores produtivos. O sistema apresenta a informação
através de acessos facilitadores como: banco de dados, internet, manuais técnicos, vídeo
conferência, CDROM´s, seminários/workshops entre outros, de forma a permitir um fácil
acesso e disseminação aos interessados da informação nacional e internacional sobre
técnicas e tecnologias de Produção mais Limpa.
O estabelecimento e fortalecimento da área de informação do CNTL/SENAI-RS
promoverá as bases do estabelecimento da Rede de Produção mais Limpa, facilitando
assim sua disseminação.
Hugo Springer Rogério V. de Sá
Diretor do CNTL/SENAI-RS Coordenador de Ação - FINEP
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1. EVOLUÇÃO DAS QUESTÕES AMBIENTAIS
Analisando o histórico do gerenciamento ambiental pode-se visualizar nitidamenteas tendências seguidas pela evolução das questões ambientais nas últimasdécadas.
Décadas de 50/60 Décadas de 70/80 Décadas de 90/atual
Disposição
• Início do desenvolvimento de padrõesde qualidade e de emissão
• Meio ambiente “livre” ou quase“livre”
• Diluição de resíduos e emissões naságuas e no ar
• Inexistência quase total deresponsabilidade empresarial comseu impacto ambiental
Tratamento
• Sistema de licenciamento e impactoambiental
• Atitude reativa: cumprimento dasnormas ambientais
• Controle no final de tubo (“end-of-pipe”)
• Responsabilidade empresarial isolada
Prevenção
• Instrumentos econômicos e códigovoluntário de conduta
• Atitude pró-ativa: além documprimento das normas
• Tecnologias Limpas/Análise do Ciclode Vida
• Integração total da responsabilidadena estrutura empresarial
Figura 1: Evolução das questões ambientais
Nos últimos 50 anos, a partir do melhor entendimento da cadeia de geração deresíduos, as políticas de controle da poluição evoluíram dos métodos conhecidoscomo de “fim-de-tubo” para as tendências mais recentes, baseadas no princípio deprevenção, que modificou a abordagem convencional de “O que fazer com osresíduos?” para “O que fazer para não gerar resíduos?”. Sobre este último princípiofundamenta-se a Produção mais Limpa.
Esta nova abordagem sobre a questão dos resíduos levou a uma mudança deparadigma. O resíduo, que antes era visto apenas como um problema a serresolvido, passou a ser encarado também como uma oportunidade de melhoria.
Isto só foi possível após a percepção de que o resíduo não era inerente aoprocesso mas, pelo contrário, era um claro indicativo da ineficiência deste.Portanto, é a identificação e análise do resíduo que dará início à atividade deavaliação de Produção mais Limpa.
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
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ABORDAGEM CONVENCIONAL Resíduo é gerado! O que devo fazer com ele? Onde devo dispor?
Estação de tratamento de efluentes
processo de galvanização
ABORDAGEM DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA Resíduo é gerado! De onde ele vem? Como ele é gerado? Quando ele é gerado?
1.1 O QUE É PRODUÇÃO MAIS LIMPA?
Produção mais Limpa é a aplicação de uma estratégia técnica, econômica eambiental integrada aos processos e produtos, a fim de aumentar a eficiência nouso de matérias-primas, água e energia, através da não geração, minimização oureciclagem dos resíduos e emissões geradas, com benefícios ambientais, de saúdeocupacional e econômicos.
• A Produção mais Limpa considera a variável ambiental em todos os níveis daempresa, como por exemplo, a compra de matérias-primas, a engenharia deproduto, o design, o pós-venda, e relaciona as questões ambientais comganhos econômicos para a empresa;
Exemplo Troca de embalagens de papelão porbombonas plásticas retornáveis.Cooperação entre o setor de comprase o setor de produção - Redução de100% na emissão de resíduos eeconomia de 5% no custo do adesivo.
Antes Depois
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• A Produção mais Limpa caracteriza-se por ações que são implementadas dentroda empresa com o objetivo de tornar o processo mais eficiente no emprego deseus insumos, gerando mais produtos e menos resíduos;
ExemploOtimização no uso de chapas de açopara produção de peças. Cooperaçãoentre o setor ambiental, setor deprojeto e setor de compras – usoeficiente da matéria-prima e menorgeração sucata.
Antes Depois
• Através da implementação de um programa de Produção mais Limpa aatividade produtiva identifica as tecnologias limpas mais adequadas para o seuprocesso produtivo;
ExemploUtilização de pistola para aplicaçãode adesivo em substituição aprocesso manual – redução noconsumo de matéria-prima e ganhoem produtividade.
Antes
• Mais importante, agindo positivamente sobre saúde ocupacioProdução mais Limpa levam a um melhor ambiente de trabalho.
ExemploRedução no consumo de tinta parapintura: alteração da pressão de ardas pistolas – redução de emissõesperigosas.
Antes
1.2 PRODUÇÃO MAIS LIMPA X FIM-DE-TUBO
A abordagem das ações de fim-de-tubo é diferente daquela aProdução mais Limpa. Enquanto a primeira dedica-se à solução dquestioná-lo, na última é feito um estudo direcionado para as caudo resíduo e o entendimento das mesmas.
Depois
/
nal as ações de
pro s
UNEP
esentada pelaproblema semas da geração
Depois
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TÉCNICAS DE FIM-DE-TUBO PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Pretende reação. Pretende ação.Os resíduos, os efluentes e as emissões são
controlados através de equipamentos detratamento.
Prevenção da geração de resíduos, efluentes eemissões na fonte. Procurar evitar matérias-primas
potencialmente tóxicas.Proteção ambiental é um assunto para
especialistas competentes.Proteção ambiental é tarefa para todos.
A proteção ambiental atua depois dodesenvolvimento dos processos e produtos.
A proteção ambiental atua como uma parteintegrante do design do produto e da engenharia de
processo.Os problemas ambientais são resolvidos a partir
de um ponto de vista tecnológico.Os problemas ambientais são resolvidos em todos os
níveis e em todos os campos.Não tem a preocupação com o uso eficiente de
matérias-primas, água e energia.Uso eficiente de matérias-primas, água e energia.
Leva a custos adicionais. Ajuda a reduzir custos.
A forma tradicional de atuar somente na solução da geração de resíduos ésimplista e acaba geralmente resultando no aumento dos custos associados aogerenciamento ambiental.
Na abordagem tradicional, as primeiras ações tomadas são geralmente adisposição dos resíduos ou o seu tratamento, que representam um potencialmenor para a solução do problema ambiental, além de serem mais caras no longoprazo, por apenas agregarem novos custos ao processo produtivo.
LICENCIAMENTO AMBIENTAL
GERENCIAMENTO DERESÍDUOS SÓLIDOS
GERENCIAMENTODE
ÁGUAS E EFLUENTES
MONITORAMENTOAMBIENTAL
PROJETO DE TRATAMENTODE RESÍDUOS
SÓLIDOS
SISTEMAS DEGERENCIAMENTO AMBIENTAL - SGA
OPERAÇÃO DESISTEMAS DE
TRATAMENTO DEEMISSÕES,
GERENCIAMENTODE EMISSÕESATMOSFÉRICAS
PROGRAMA DE PRODUÇÃOMAIS LIMPA
PROJETO DE TRATAMENTOEMISSÕES ATMOSFÉRICAS
Tipos de custogerados por uma
abordagemtradicional degerenciamento
ambiental
Figura 2: Tipos de custos gerados pela abordagem tradicional de gerenciamento ambiental
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Centro Nacional de Tecnologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
A abordagem lógica, pelo contrário, privilegia as soluções voltadas para aprevenção e minimização, sugerindo que as empresas atuem na fonte geradora,buscando alternativas para o desenvolvimento de um processo eco-eficiente,resultando na não geração dos resíduos, redução ou reciclagem interna e externa.
Tecnologia defim-de-tubo
ReciclagemExterna
AAççõõeess ddee PPrroodduuççããoo mmaaiiss LLiimmppaa
Modificação noProduto
Substituição deMatérias-Primas Modificação
Tecnológica
Boas PráticasOperacionais
Reintegração aoCiclo Biogênico
ReciclagemInterna
PrevençãoReação
Regulação Responsabilidade
Foco nos Resíduos Foco no Processo Foco no Ciclo de Vida
Bar
reir
a
Adaptado de: Prof. Van Berkel, Centre of Excellence in Cleaner Production, Curtin University of Technology, Western Australia
Figura 3: Evolução das empresas rumo à Produção mais Limpa
Esta abordagem contribui de forma muito mais efetiva para a solução do problemaambiental. Apesar de mais complexa, pois exige mudança no processo produtivoe/ou a implementação de novas tecnologias, permite uma redução permanentedos custos gerais, incorporando os ganhos ambientais, econômicos e de saúdeocupacional.
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2. BENEFÍCIOS DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA
A implementação de um Programa de Produção mais Limpa possibilita à empresa omelhor conhecimento do seu processo industrial através do monitoramentoconstante para manutenção e desenvolvimento de um sistema eco-eficiente deprodução com a geração de indicadores ambientais e de processo. Estemonitoramento permitirá à empresa identificar necessidades de: pesquisa aplicada,informação tecnológica e programas de capacitação. Além disso, o Programa deProdução mais Limpa irá integrar-se aos Sistemas de Qualidade, Gestão Ambientale de Segurança e Saúde Ocupacional, proporcionando o completo entendimentodo sistema de gerenciamento da empresa.
PROGRAMA DEPRODUÇÃO MAIS LIMPA
PLANTAINDUSTRIAL
INFORMAÇÃOTECNOLÓGICA
SISTEMAS DEMONITORAMENTO
PROGRAMAS DECAPACITAÇÃO
SISTEMAS DEGERENCIAMENTO AMBIENTAL
PROGRAMASDE QUALIDADE
PESQUISAAPLICADA
O Programa de Produção mais Limpa traz para as empresas benefícios ambientaise econômicos que resultam na eficiência global do processo produtivo, através de:
• eliminação dos desperdícios;• minimização ou eliminação de matérias-primas e
outros insumos impactantes para o meio ambiente;• redução dos resíduos e emissões;• redução dos custos de gerenciamento dos
resíduos;• minimização dos passivos ambientais;• incremento na saúde e segurança no trabalho.
E ainda contribui para:
• melhor imagem da empresa;• aumento da produtividade;• conscientização ambiental dos funcionários;• redução de gastos com multas e outras penalidades.
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
SETOR INDUSTRIAL
REDUÇÃO DO IMPACTO AMBIENTAL
MARKETING AMBIENTAL
BENEFÍCIOS ECONÔMICOS
EFICIÊNCIA DO PROCESSO PRODUTIVO
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2.1 BENEFÍCIOS AMBIENTAIS DA PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Como mencionado anteriormente, ao longo das últimas duas décadas aabordagem de proteção ambiental sofreu uma mudança de paradigma, passandodo controle para a prevenção. A Produção mais Limpa insere-se naturalmenteneste contexto, pois ao contrário de apenas minimizar o impacto ambiental dosresíduos pelo seu tratamento e/ou disposição adequada, ela procura evitar apoluição antes que esta seja gerada. Entre as principais metas ambientais daProdução mais Limpa podem ser incluídas:
A Produção mais Limpa procuraeliminar o lançamento de resíduos
no meio ambiente ou reduzi-lo substancialmente. Entende-se por resíduo todos ostipos de poluentes, incluindo resíduos sólidos, perigosos ou não, efluentes líquidos,emissões atmosféricas, calor, ruído ou qualquer tipo de perda que ocorra duranteo processo de geração de um produto ou serviço.
Processos produtivos ideais, de acordo com oconceito de Produção mais Limpa, ocorrem
em um circuito fechado, sem contaminar o meio ambiente e utilizando os recursosnaturais com a máxima eficiência possível.
A Produção mais Limpa requer os mais altosníveis de eficiência energética na produção de
bens e serviços. A eficiência energética é determinada pela maior razão possívelentre energia consumida e produto final gerado.
A Produção mais Limpa procurasempre minimizar os riscos para os
trabalhadores através de um ambiente de trabalho mais limpo, mais seguro e maissaudável.
O produto final, bem comotodos os subprodutos
comercialmente viáveis, devem ser tão ambientalmente adequados quantopossível. Fatores relacionados à saúde e meio ambiente devem ser priorizados nosestágios iniciais de planejamento do produto e devem ser considerados ao longode todo o ciclo de vida do mesmo, da produção à disposição, passando pelo uso.
A embalagem doproduto deve ser
2.1.1 Eliminação/redução de resíduos
2.1.2 Produção sem poluição
2.1.3 Eficiência energética
2.1.4 Saúde e segurança no trabalho
2.1.5 Produtos ambientalmente adequados
2.1.6 Embalagens ambientalmente adequadas
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
Cen
eliminada ou minimizada sempre que possível. Quando a embalagem é necessáriapara proteger, vender, ou para facilitar o consumo do produto, esta deve ter omenor impacto ambie ossível.
Portanto, fica claro qreduzir a emissão deotimiza o uso de matde proteção ambieneficiência no uso de prazo.
2.2 BENEFÍCIOS ECO
Como em qualquer tidepende da relação crestrições de capital pela adoção de estrado processo: técnicaso caso da Produção m
Comparando as mudem duas situações Produção mais Limpsignificativamente coaumento da eficiênciaenergia, e da redução
Cus
tos
A
Ganho
Figur
A Figura 4 ilustra oinvestimentos, a estrulongo do tempo, com
100%
0%
ntal p
tro Nacional de Tecn
ue o principal obj o da Produção mais Limpa é eliminar ou poluentes para
érias-primas, águtal de curto prarecursos naturais
NÔMICOS DA PRO
po de projeto, a dusto-benefício que às pressões dotégias ambientais de fim-de-tubo) ais Limpa.
anças que ocorrepossíveis, quanda, verifica-se qum o tempo, res dos processos, de resíduos e em
Tempo
B
s
Investimento
a 4: Custos e benemedidas de P
s ganhos com tura de custos toportamento que e
etiv
ologias Limpas SENAI-RS/UNIDO/UNEP
o meio ambiente, ao mesmo tempo quea e energia. Desta forma, além de um efeitozo, a Produção mais Limpa incrementa a, gerando melhorias sustentáveis de longo
DUÇÃO MAIS LIMPA
ecisão de investir em Produção mais Limpae o investimento terá. Na prática, frente àss órgãos ambientais e das ONG’s, opta-se corretivas (tratamento da poluição ao finalno lugar de estratégias preventivas, como é
m na estrutura de custos de uma empresao não há e quando há investimento eme neste último caso os custos decrescemultado dos benefícios gerados a partir dodo uso eficiente de matérias-primas, água eissões gerados.
Benefícios
C
com produção mais limpa
sem produção mais limpa
Ganhos
fícios com implementação derodução mais Limpa
a Produção mais Limpa. Quando não hátais não apresenta variações substanciais aostá representado pela linha horizontal (sem
100%
0%
Implementação de Programas de Produção mais Limpa
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produção mais limpa). Quando se toma a decisão de implantar ações de Produçãomais Limpa, a princípio ocorre uma redução dos custos totais pela adoção demedidas sem investimento, como por exemplo ações de boas práticas operacionais(good-housekeeping). Visualmente isto corresponde ao segmento A do gráfico.
Num segundo momento (segmento B) ocorre um incremento nos custos totais,resultado dos investimentos feitos para as adaptações necessárias, incluindo aadoção de novas tecnologias e modificações no processo existente.
Com a entrada em ação dos processos otimizados e novas tecnologias, ocorre umaredução nos custos totais que permite a recuperação do investimento inicial e, como passar do tempo, os ganhos com a maior eficiência permitem uma reduçãopermanente nos custos totais. Visualmente esta redução de custos pode serobservada na diferença entre as duas curvas, no segmento C do gráfico.
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3. IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
O primeiro passo antes da implementação de um programa de Produção maisLimpa é a pré-sensibilização do público alvo (empresários e gerentes) através deuma VISITA TÉCNICA, fazendo a exposição de casos bem sucedidos, ressaltandoseus benefícios econômicos e ambientais. Além disso, devem ser tambémsalientados:
• reconhecimento da prevenção como etapa anterior às ações de fim-de-tubo;• as pressões do órgão ambiental para o cumprimento dos padrões ambientais;• custo na aquisição e manutenção de equipamento de fim-de-tubo;• outros fatores relevantes para que o público alvo visualize os benefícios da
abordagem de Produção mais Limpa.
É enfatizada, durante a pré-sensibilização, a necessidade de comprometimentogerencial da empresa, sem o qual não é possível desenvolver o Programa deProdução mais Limpa.
Após a fase de pré-sensibilização a empresa poderá iniciar a implementação de umPrograma de Produção mais Limpa através de metodologia própria ou através deinstituições que possam apoiá-la nesta tarefa. Um programa de implementação deProdução mais Limpa deverá seguir os seguintes passos:
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VISITA TÉCNICA
ETAPA 1
ETAPA 2
ETAPA 3
ETAPA 5
ETAPA 4
COMPROMETIMENTOGERENCIAL
IDENTIFICAÇÃO DE BARREIRAS
ESTUDO DA ABRANGÊNCIADO PROGRAMA
FORMAÇÃO DO ECOTIME
FLUXOGRAMA DO PROCESSO
DIAGNÓSTICO AMBIENTALE DE PROCESSO
SELEÇÃO DO FOCODA AVALIAÇÃO
BALANÇO MATERIALE INDICADORES
IDENTIFICAÇÃO DAS CAUSASDA GERAÇÃO DE RESÍDUOS
IDENTIFICAÇÃO DAS OPÇÕESDE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
AVALIAÇÃO TÉCNICA,ECONÔMICA E AMBIENTAL
SELEÇÃO DEOPORTUNIDADES VIÁVEIS
PLANO DE CONTINUIDADEPLANO DE IMPLANTAÇÃO E MONITORAMENTO
Figura 5: Passos para implementação de um programa de Produção mais Limpa
3.1 ETAPA 1
Na ETAPA 1 a metodologia de implementação de um Programa de Produção maisLimpa contempla as seguintes etapas:
• Obtenção do comprometimento gerencial é fundamental sensibilizar a gerência para garantir o sucesso do Programa. Aobtenção de resultados consistentes depende decisivamente docomprometimento da empresa com o Programa;
• Identificação de barreiras à implementação e busca de soluçõespara que o Programa tenha um bom andamento é essencial que sejamidentificadas as barreiras que serão encontradas durante o desenvolvimento doPrograma e buscar soluções adequadas para superá-las;
• Estabelecimento da amplitude do Programa de Produção mais Limpa naempresa - é necessário definir em conjunto com a empresa a abrangência doPrograma: incluirá toda a empresa, iniciará em um setor crítico, etc.;
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Avaliação de métodos de produção daempresa para identificação daspossibilidades da implementação deum Programa de Produção mais Limpae sua duração
• Formação do Ecotime.
3.1.1 Formação do ecotime
• O que é o ecotime?É um grupo de trabalho formado porprofissionais da empresa que tem por objetivoconduzir o programa de Produção mais Limpa.
• Funções do ecotime:- Realizar o diagnóstico - Implantar o programa - Identificar oportunidades e implantar
medidas de Produção mais Limpa- Monitorar o programa - Dar continuidade ao programa
3.2 ETAPA 2
A ETAPA 2 contempla o estudo do fluxograma do processo produtivo, realização dodiagnóstico ambiental e de processo e a seleção do foco de avaliação, descritos aseguir.
3.2.1 Estudo do fluxograma do processo
A análise detalhada do fluxograma permite a visualização e a definição do fluxoqualitativo de matéria-prima, água e energia no processo produtivo, visualizaçãoda geração de resíduos durante o processo, agindo desta forma como umaferramenta para obtenção de dados necessários para a formação de umaestratégia de minimização da geração de resíduos, efluentes e emissões.
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Matérias-Primas
Água
Produtos Auxiliares
Energia
• Efluentes• Substâncias
Resíduos Sólidos
• Emissões• Calor Residual
Etapa 1
Etapa 2
Etapa 3
Produtos
Processo Produtivo
Figura 6: Fluxograma qualitativo do processo produtivo
Após a elaboração do fluxograma do processo produtivo são determinadas asestratégias para identificação e quantificação dos fluxos de massa e energia nasdiversas etapas deste processo.
3.2.2 Realização do diagnóstico ambiental e de processo
Após o levantamento do fluxograma do processo produtivo da empresa, o ecotimefará o levantamento dos dados quantitativos de produção e ambientais existentes,utilizando fontes disponíveis como por exemplo, estimativas do setor de compras,etc.:
• Quantificação de entradas (matérias-primas, água energia e outros insumos),com maior enfoque para água e energia, mas sem detalhar por etapa dofluxograma;
• Quantificação de saídas (resíduos, efluentes, emissões, subprodutos eprodutos), mas sem detalhar por etapa do fluxograma;
• Dados da situação ambiental da empresa;• Dados referentes à estocagem, armazenamento e acondicionamento.
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Matérias-Primas......................kg......................kg......................m 3
Água ...........m 3
Produtos Auxiliares......................kg......................kg
Energia ........ kW
Efluentes ...........m 3
Substâncias.........................kg
.........................kg
Resíduos Sólidos .........................kg .........................kg
Emissões ...........kgCalor Residual ...... kW
Etapa 1
Etapa 2
Etapa n
Produtos ......................... m 3
.........................kg
Processo Produtivo
Figura 7: Fluxograma quantitativo do processo produtivo, elaboração do diagnóstico ambiental e planilha de aspectos e impactos
3.2.3 Seleção do foco de avaliação
De posse das informações do diagnóstico ambiental e da planilha dos principaisaspectos ambientais é selecionado entre todas as atividades e operações daempresa o foco de trabalho. Estas informações são analisadas considerando osregulamentos legais, a quantidade de resíduos gerados, a toxicidade dos resíduos,e os custos envolvidos.
TABELA DE MATÉRIAS-PRIMAS,INSUMOS E AXILIARES
QUANTIDADE CUSTO
MATÉRIAS-PRIMAS
ÁGUA
ENERGIA
AUXILIARES
TABELA DE SUBPRODUTOS,RESÍDUOS, EFLUENTES E EMISSÕES
QUANTIDADE CUSTO
SUBPRODUTOS
RESÍDUOS
EFLUENTES
EMISSÕES
DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
PLANILHA DE ASPECTOS E IMPACTOS
IMPACTOS
ETA
PA
ASPECTOS
RE
CU
RSO
S
CO
NT
AM
INA
ÇÃ
O
INC
ÔM
OD
O
PRO
BA
BIL
IDA
DE
IMPO
RT
ÂN
CIA
RE
QU
ISIT
O L
EG
AL
PRIO
RIZ
AÇ
ÃO
MEDIDA DECONTROLE
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DiagnósticoAmbiental
Planilha deAspectos
Regulamentoslegais
Toxicidade
Custo
Quantidade
Foco
Figura 8: Prioridades para seleção do foco de avaliação
Por exemplo: se a empresa tem um determinado prazo para cumprir um auto deinfração para reduzir a quantidade de cromo no seu efluente tratado, serápriorizado o item regulamentos legais, independente de quanto este efluenterepresenta em termos de custo, toxicidade ou quantidade.
3.3 ETAPA 3
Na ETAPA 3 é elaborado o balanço material e são estabelecidos indicadores, sãoidentificadas as causas da geração de resíduos e é feita a identificação das opçõesde produção mais limpa. Cada fase desta etapa é detalhada a seguir.
3.3.1 Análise quantitativa de entradas e saídas e estabelecimento deindicadores
Esta fase inicia com o levantamento dos dados quantitativos mais detalhados nasetapas do processo priorizadas durante a atividade de Seleção do Foco daAvaliação. Os item avaliados são os mesmos da atividade de Realização doDiagnóstico Ambiental e de Processo, o que possibilita a comparação qualitativaentre os dados existentes antes da implementação do Programa de Produção maisLimpa e aqueles levantados pelo Programa:
• Análise quantitativa de entradas e saídas;• Quantificação de entradas (matérias-primas, água, energia e outros insumos);• Quantificação de saídas (resíduos, efluentes, emissões, subprodutos e
produtos);• Dados da situação ambiental da empresa;• Dados referentes à estocagem, armazenamento e acondicionamento de
entradas e saídas.
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Matérias-Primas......................kg......................kg......................m 3
Água ...........m 3
Produtos Auxiliares......................kg......................kg
Energia ........ kWEtapa 1
Efluentes ...........m 3
Substâncias.........................kg
.........................kg
Resíduos Sólidos .........................kg .........................kg
Emissões ...........kgCalor Residual ...... kW
Etapa n
Produtos ......................... m 3
.........................kg
Processo Produtivo
Figura 9: Análise quantitativa de entradas e saídas do processo produtivo
A identificação dos indicadores é fundamental para avaliar a eficiência dametodologia empregada e acompanhar o desenvolvimento das medidas deProdução mais Limpa implantadas. Serão analisados os indicadores atuais daempresa e os indicadores estabelecidos durante a etapa de quantificação. Dessaforma, será possível comparar os mesmos com os indicadores determinados apósa etapa de implementação das opções de Produção mais Limpa.
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APLICAÇÃO DAMETODOLOGIADE PRODUÇÃOMAIS LIMPA
IMPLANTAÇÃO DEMEDIDAS
DA PRODUÇÃOMAIS LIMPA
INTRODUÇÃODE
TECNOLOGIASLIMPAS
PROCESSOPRODUTIVO
ATUAL
PROCESSOPRODUTIVOAVALIADO
PROCESSOPRODUTIVO
MODIFICADO
PROCESSOPRODUTIVO
MODIFICADO
INDICADORESATUAIS
INDICADORESMEDIDOS
NOVOSINDICADORES
MONITORAMENTO
NOVOSINDICADORES
MONITORAMENTO
GESTÃO ATUALDO PROCESSOPRODUTIVO
Figura 10: Indicadores ambientais e econômicos
3.3.2 Identificação das causas da geração de resíduos
Com os dados levantados no balanço material (quantificação) são avaliadas peloEcotime as causas de geração dos resíduos na empresa. Os principais fatores naorigem dos resíduos e emissões são:
Operacionais• consumo de água e energia não conferidos;• acionamento desnecessário ou sobrecargas
de equipamentos;• falta de manutenção preventiva;• etapas desnecessárias no processo;• falta de informações de ordem técnica e
tecnológica.
Matérias-Primas• uso de matérias-primas de menor custo,
abaixo do padrão de qualidade;• falta de especificação de qualidade;• deficiência no suprimento;• sistema inadequado de gerência de
compras;• armazenagem inadequada.
Produtos• proporção inadequada entre resíduos e
produtos;• design impraticável do produto;• embalagens inadequadas;• produto composto por matérias-primas
perigosas; • produto de difícil desmontagem e
reciclagem.
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Capital• escassez de capital para investimento em
mudanças tecnológicas e de processo;• foco exagerado no lucro, sem preocupações
na geração de resíduos e emissões;• baixo capital de giro.
Causas relacionadas aos resíduos• inexistência de separação de resíduos;• desconsideração pelo potencial de reuso de
determinados resíduos;• não há recuperação de energia nos produtos
resíduos e emissões;• manuseio inadequado.
Recursos humanos• recursos humanos não qualificados;• falta de segurança no trabalho;• exigência de qualidade – treinamento
inexistente ou inadequado;• trabalho sob pressão;• dependência crescente de trabalho eventual
e terceirizado.
Fornecedores/ parceiros comerciais• compra de matérias-primas de fornecedores
sem padronização;• falta de intercâmbio com os parceiros
comerciais;• busca somente do lucro na negociação, sem
preocupação com o produto final.
Know-how/ processo• má utilização dos parâmetros de processo;• uso de tecnologias de processo
ultrapassadas.
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3.3.3 Identificação das opções de Produção mais Limpa
Com base nas causas de geração de resíduos já descritas, são possíveismodificações em vários níveis de atuação e aplicações de estratégias visandoações de Produção mais Limpa.
Minimização deresíduos e emissões
Reuso de resíduos,efluentes e emissões
PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Nível 2Nível 1
Redução nafonte
Reciclageminterna
Reciclagemexterna
Ciclosbiogênicos
Nível 3
Modificaçãono processo
Modificaçãono produto MateriaisEstruturas
Boas Práticasde Produçãomais Limpa
Substituição dematérias-primas
ModificaçãoTecnológica
Figura 11: Fluxograma da geração de opções de Produção mais Limpa
A produção mais limpa é caracterizada por ações que privilegiem o Nível 1 comoprioritárias, seguidas do Nível 2 e Nível 3, nesta ordem.
Deve ser dada prioridade a medidas que busquem eliminar ou minimizarresíduos, efluentes e emissões no processo produtivo onde são gerados.
A principal meta é encontrar medidas que evitem a geração de resíduos na fonte (nível 1). Estas podem incluir modificações tanto no processo
de produção quanto no próprio produto.
Sob o ponto de vista de resíduos, efluentes e emissões e levando-se emconsideração os níveis e as estratégias de aplicação, a abordagem de produçãomais limpa pode se dar de duas formas: através da minimização de resíduos(redução na fonte), efluentes e emissões ou através da reutilização de resíduos(reciclagem interna e externa), efluentes e emissões:
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• Redução na FonteContempla modificação no produto e no processo.
- Modificação no produto A modificação no produto é uma abordagem complexa, geralmente de difícilimplementação, pois envolve a aceitação pelos consumidores de um produto novoou renovado. Geralmente é adotada após terem sido esgotadas as opções maissimples.
A modificação no produto pode incluir:Substituição completa do produto;Aumento da longevidade;Substituição de matérias-primas;Modificação do design do produto;Uso de matérias-primas recicláveis e recicladas;Substituição de componentes críticos;Redução do número de componentes;Viabilização do retorno de produtos;Substituição de itens do produto ou alteração de dimensões para um melhoraproveitamento da matéria prima.
- Modificação no processoAs medidas de minimização mais encontradas em Programas de Produção maislimpa são aquelas que envolvem estratégias de modificação no processo. Porprocesso entende-se todo o sistema de produção dentro da empresa. As medidasdeste tipo podem ser: boas práticas operacionais (good housekeeping) – utilizaçãocuidadosa de matérias-primas e materiais auxiliares, operação adequada deequipamentos e melhor organização interna; substituição de matérias-primas emateriais auxiliares e modificações tecnológicas.
Substituição de produto fabricadoem fibra-de-vidro por produtofabricado em plástico ABSreciclável.
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Boas práticas operacionais As boas práticas operacionais, também denominado de melhor cuidado operacionalou de manutenção da casa (good housekeeping), implica na adoção de medidasde procedimento, técnicas, administrativas ou institucionais que uma empresapode implantar para minimizar os resíduos, efluentes e emissões. Boas práticasoperacionais são freqüentemente implementadas com baixo custo.
As boas práticas operacionais incluem:Mudança na dosagem e na concentração de produtos;Maximização da utilização da capacidade do processo produtivo;Reorganização dos intervalos de limpeza e de manutenção;Eliminação de perdas devido à evaporação e a vazamentos;Melhoria de logística de compra, estocagem e distribuição de matérias-primas,materiais auxiliares e produtos;Elaboração de manuais de boas práticas operacionais;Treinamento e capacitação das pessoas envolvidas no programa de Produção maisLimpa.
Substituição de matérias-primas e materiais auxiliaresA substituição de matérias-primas inclui: Matérias-primas e materiais auxiliares toxicologicamente importantes, que podemafetar a saúde e a segurança do trabalhador e obrigam à utilização deequipamentos específicos de proteção (EPIs);Matérias-primas e materiais auxiliares que geram resíduos, efluentes e emissõesperigosos ou não-inertes, que necessitam de controle para evitar impactosnegativos ao meio ambiente. Pode incluir:
Substituição de solventes orgânicos por agentes aquosos;Substituição de produtos petroquímicos por bioquímicos;Escolha de matérias-primas com menor teor de impurezas;Escolha de matérias-primas com menor possibilidade de gerar subprodutosindesejáveis;
Válvula moduladora da vazão de vapor.
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Substituição de fornecedores;Uso de resíduos como matérias-primas de outros processos;Modificação de embalagens de matérias primas;Uso de matérias-primas biodegradáveis;Redução do número de componentes para reduzir a complexidade dosprocessos;Uso de substâncias livres de metais pesados;Uso de matérias primas que tenham um ciclo de vida conhecido e quefacilitem o sistema de fim de vida de produtos.
Modificação tecnológicaAs mudanças tecnológicas são orientadas para as modificações de processo e deequipamento para reduzir resíduos, efluentes e emissões no sistema de produção.As mudanças tecnológicas podem variar desde mudanças simples, que podem serimplementadas num curto período, até mudanças complexas e onerosas, como asubstituição completa de um processo.
Otimização no corte de barras.
Resinas de troca iônica.
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Estas opções podem incluir:Substituições de processos termo-químicos por processos mecânicos;Uso de fluxos em contracorrente;Tecnologias que realizam a segregação de resíduos e de efluentes;Modificação nos parâmetros de processo;Utilização de calor residual;Substituição completa da tecnologia.
• Reciclagem InternaA reciclagem interna ocorre no nível 2 das opções de Produção mais Limpa erefere-se a todos os processos de recuperação de materias-primas, materiaisauxiliares e insumos que são feitos dentro da planta industrial. Podem ser citadoscomo exemplos:
− Utilização de matérias primas ou produtos novamente para o mesmo propósito-recuperação de solventes usados;
− Utilização de matérias primas ou produtos usados para um propósito diferente -uso de resíduos de verniz para pinturas de partes não visíveis de produtos;
− Utilização adicional de um material para um propósito inferior ao seu usooriginal – aproveitamento de resíduos de papel para enchimentos.
• Reciclagem Externa e Ciclos BiogênicosAs medidas relacionadas aos níveis 1 e 2 devem ser adotas preferencialmentequando da implementação de um Programa de Produção mais Limpa. Somentequando tecnicamente descartadas deve-se optar por medidas de reciclagem deresíduos, efluentes e emissões fora da empresa (nível 3). Isto pode acontecer na
Centrifugação de limalha pararecuperação de óleo de corte.
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forma de reciclagem externa ou de uma reintegração ao ciclo biogênico (porexemplo: compostagem).
A recuperação de matérias-primas de maior valor e sua reintegração ao cicloeconômico – como papel, aparas, vidros, materiais de compostagem – é ummétodo menos reconhecido de proteção ambiental integrada através daminimização de resíduos.
3.4 ETAPA 4
A ETAPA 4 constitui-se da avaliação écnica, econômica e ambiental e da seleção deoportunidades viáveis, descritas a seguir.
3.4.1 Avaliação técnica, ambiental e econômica
A primeira atividade da Etapa 4 é a avaliação técnica, ambiental e econômica dasopções de Produção mais Limpa levantadas, sempre visando o aproveitamentoeficiente das matérias-primas, água, energia e outros insumos através da nãogeração, minimização, reciclagem interna e externa, conforme visto anteriormente.
Compostagem fechada.
Segregação de aparas de papelpara revenda e reciclagemexterna.
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Na avaliação técnica é importante considerar:• impacto da medida proposta sobre o processo,
produtividade, segurança, etc.;• testes de laboratório ou ensaios quando a opção estiver
mudando significativamente o processo existente;• experiências de outras companhias com a opção que
está sendo estudada;• todos os funcionários e departamentos atingidos pela
implementação das opções;• necessidades de mudanças de pessoal, operações adicionais e pessoal de
manutenção, além do treinamento adicional dos técnicos e de outras pessoasenvolvidas.
Na avaliação ambiental é importante considerar:• a quantidade de resíduos, efluentes e emissões que será reduzida; • a qualidade dos resíduos, efluentes e emissões que tenham sido eliminados –
verificar se estes contêm menos substâncias tóxicas e componentesreutilizáveis;
• a redução na utilização de recursos naturais.
Na avaliação econômica é importante considerar:• os investimentos necessários;• os custos operacionais e receitas do processo existente e os custos
operacionais e receitas projetadas das ações a serem implantadas;• a economia da empresa com a redução/eliminação de multas.
3.4.2 Seleção de oportunidades viáveis
Os resultados encontrados durante a atividade de avaliação técnica, ambiental eeconômica possibilitarão a seleção das medidas viáveis de acordo com os critériosestabelecidos pelo Ecotime.
3.5 ETAPA 5
A 5ª e última etapa constitui-se do plano de implementação e monitoramento eplano de continuidade.
3.5.1 Plano de implementação e monitoramento
Após a seleção das opções de Produção mais Limpa viáveis será traçada aestratégia para implementação das mesmas. Nesta etapa é importante considerar:
• as especificações técnicas detalhadas;• o plano adequado para reduzir tempo de instalação;
RESÍDUOS
MATÉRIAS-PRIMAS
Todos osresíduos que você estáatualmente pagando para
tratar ou dispor foramanteriormente adquiridos
por sua empresa
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• os itens de dispêndio para evitar ultrapassar o orçamento previsto;• a instalação cuidadosa de equipamentos;• a realização do controle adequado sobre a instalação;• a preparação da equipe e a instalação para o início de operação.
Juntamente com o plano de implementação deve ser planejado o sistema demonitoramento das medidas a serem implantadas. Nesta etapa é essencialconsiderar:
• quando devem acontecer as atividades determinadas;• quem é o responsável por estas atividades;• quando são esperados os resultados;• quando e por quanto tempo monitorar as mudanças;• quando avaliar o progresso;• quando devem ser assegurados os recursos financeiros;• quando a gerência deve tomar uma decisão;• quando a opção deve ser implantada;• quanto tempo deve durar o período de testes;• qual é a data de conclusão da implementação.
O plano de monitoramento pode ser dividido em quatro estágios: planejamento,preparação, implementação, análise e relatório de dados.
Primeiro estágioPlanejamento
Segundo estágioPreparação
Terceiro estágioImplementação
Quarto estágioRegistros e análises
de dados
Figura 12: Estágio da implementação do plano de monitoramento
Esses estágios precisam ser descritos em uma proposta que apresente osobjetivos, recursos, instalações, material (incluindo descartáveis), funcionáriosqualificados, logística, escala de horário e duração e custo geral.
3.5.2 Plano de continuidade
Após a aplicação das etapas e atividades descritas acima, o Programa de Produçãomais Limpa pode ser considerado como implementado. Neste momento éimportante não somente avaliar os resultados obtidos mas, sobretudo, criar
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condições para que o Programa tenha sua continuidade assegurada através daaplicação da metodologia de trabalho e da criação de ferramentas que possibilitema manutenção da cultura estabelecida, bem como sua evolução em conjunto comas atividades futuras da empresa.
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4. BARREIRAS À IMPLEMENTAÇÃO DE AÇÕES DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Apesar de ganhos econômicos atraentes e reduções significativas nos impactosambientais, a adoção generalizada de ações de Produção mais Limpa permaneceainda limitada. Estudos identificaram uma série de barreiras potenciais que podemimpedir ou retardar a adoção de Produção mais Limpa em empresas, que são:
BARREIRAS SUB-CATEGORIAS
1. CONCEITUAIS
• Indiferença: falta de percepção do potencial papel positivo da empresa nasolução dos problemas ambientais
• Interpretação limitada ou incorreta do conceito de Produção mais Limpa • Resistência à mudança
2.ORGANIZACIONAIS
• Falta de liderança interna para questões ambientais • Percepção pelos gerentes do esforço e risco relacionados à implementação
de um programa de Produção mais Limpa (falta de incentivos paraparticipação no programa e possibilidade de revelação dos errosoperacionais existentes)
• Abrangência limitada das ações ambientais dentro da empresa• Estrutura organizacional inadequada e sistema de informação incompleto• Experiência limitada com o envolvimento dos empregados em projetos da
empresa
3. TÉCNICAS
• Ausência de uma base operacional sólida (com práticas de produção bemestabelecidas, manutenção preventiva, etc.)
• Complexidade da Produção mais Limpa (necessidade de empreender umaavaliação extensa e profunda para identificação de oportunidades deProdução mais Limpa)
• Acesso limitado à informação técnica mais adequada à empresa bem comodesconhecimento da capacidade de assimilação destas técnicas pelaempresa
4. ECONÔMICAS
• Investimentos em Produção mais Limpa não são rentáveis quandocomparados a outras alternativas de investimento
• Desconhecimento do montante real dos custos ambientais da empresa• Alocação incorreta dos custos ambientais aos setores onde são gerados
5. FINANCEIRAS
• Alto custo do capital externo para investimentos em tecnologias• Falta de linhas de financiamento e mecanismos específicos de incentivo
para investimentos em Produção mais Limpa • Percepção incorreta de que investimentos em Produção mais Limpa
representam um risco financeiro alto devido à natureza inovadora destesprojetos
6. POLÍTICAS
• Foco insuficiente em Produção mais Limpa nas estratégias ambiental,tecnológica, comercial e de desenvolvimento industrial
• Desenvolvimento insuficiente da estrutura de política ambiental, incluindo afalta de aplicação das políticas existentes
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5. DÚVIDAS SOBRE IMPLEMENTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
1. Por que a Empresa se interessaria em implementar um Programa deProdução mais Limpa?
Existem muitos motivos que levariam uma empresa a implementar um Programade Produção mais Limpa. Podem ser citados: a geração excessiva de resíduos emseu processo, existência de resíduos tóxicos, dificuldade de disposição etratamento destes resíduos, custos elevados de tratamento e disposição, além dasimplicações legais, entre outros.2. Que tipo de empresa pode implementar um Programa de Produção
mais Limpa?Podem participar empresas de todos os setores econômicos: primário, secundárioe terciário, isto é, desde a agricultura, passando pela indústria até comércio eserviços. A metodologia também permite a participação de empresas de qualquerporte: micro, pequena, média e grande porte. 3. A empresa pode implementar um Programa de Produção mais Limpa
quando existem solicitações e/ou restrições do órgão ambiental emrelação a sua licença de operação?
Sim. As solicitações e/ou restrições solicitadas pelo órgão ambiental podem sermais facilmente solucionadas quando a empresa implementa um Programa deProdução mais Limpa. 4. Empresa que já possui a certificação ISO 14000 pode participar?Sim. O Programa de Produção mais Limpa serve como uma valiosa ferramentapara quem já obteve a certificação ISO 14000, na busca de opções que permitama melhoria contínua, possibilitando atingir as metas propostas. 5. Qual o procedimento para a empresa obter informações paraimplementar um programa de produção mais Limpa?A empresa deve identificar outras empresas que já tenham implementado, comsucesso, o Programa de Produção mais Limpa e/ou identificar instituições quepossam auxiliá-la nesta implementação. 6. Quem, dentro da Empresa, pode participar?Todos os setores da empresa devem participar. A Produção mais Limpa é umatarefa coletiva e integrada que não deve se restringir a apenas um grupo ou setorespecífico.7. Quanto custa implementar um Programa de Produção mais Limpa?O custo de implementação depende de uma série de fatores, incluindo o númerode funcionários, a complexidade do processo produtivo, a situação ambiental daempresa, etc. Contudo, a experiência mostra que os benefícios econômicos eambientais obtidos pela empresa são muito superiores ao investimento necessáriopara a implementação do Programa de Produção mais Limpa.
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8. Quanto tempo leva a implementação de um Programa de Produçãomais Limpa?
Varia em função dos dados de controle do processo disponíveis, do número defuncionários e da situação ambiental da empresa. O período pode variar de 3 a 18meses, sendo em média de 12 meses.9. Quando termina a implementação do Programa? Introduzidas a metodologia e a cultura de Produção mais Limpa na empresa, estadeverá ter sua continuidade garantida através do Plano de Monitoramento, queserá conduzido pela própria empresa. 10. O órgão ambiental reconhece a importância da Produção mais
Limpa? A sensibilização dos órgãos ambientais para a Produção mais Limpa varia entre osdiversos estados, mas de um modo geral eles estão familiarizados com aabordagem de Produção mais Limpa e consideram positivamente as empresas queparticipam de ações deste tipo.
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6. CONCEITOS RELACIONADOS À PRODUÇÃO MAIS LIMPA
Prevenção à Poluição (P2)Os termos Produção mais Limpa e Prevenção à Poluição são freqüentementeutilizados como sinônimos. A distinção entre os dois tende a ser geográfica – otermo Prevenção à Poluição é mais usado na América do Norte, enquantoProdução mais Limpa é utilizado em outras partes do mundo. Ambos, Prevenção àPoluição e Produção mais Limpa têm seu foco voltado a uma estratégia de reduzircontinuamente a poluição e impactos ambientais através de reduções na fonte –eliminando os resíduos dentro do processo ao invés de tratá-los após terem sidogerados. Tratamento de resíduos não deve ser incluído como uma técnica dePrevenção à Poluição ou Produção mais Limpa, pois não evita a criação do resíduo.
A Agência Ambiental do Canadá define Prevenção à Poluição como a utilização deprocessos, práticas, materiais, produtos e energia que evitam ou minimizam ageração de poluentes e resíduos, e reduzem o risco geral à saúde humana e aomeio ambiente. A Agência Ambiental dos Estados Unidos (EPA) define Prevenção à Poluição comredução na fonte – prevenindo ou reduzindo resíduos onde eles têm origem, nafonte – incluindo práticas que conservem recursos naturais pela redução oueliminação de poluentes através do uso mais eficiente de matérias-primas, energia,água e solo. Sob o Pollution Prevention Act de 1990, Prevenção à Poluição é apolítica nacional dos Estados Unidos.
Eco-EficiênciaTermo cunhado pelo World Business Council for Sustainable Development –WBCSD (Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável) em1992 e definido como a geração de bens e serviços a preços competitivos quesatisfaçam às necessidades humanas e tragam qualidade de vida, ao mesmotempo que reduzem progressivamente os impactos ambientais e o uso de recursosnaturais ao longo do ciclo de vida destes bens e serviços até, pelo menos, o nívelde sustentabilidade do planeta. Entretanto, os conceitos de Eco-eficiência e Produção mais Limpa são praticamentesinônimos. A pequena diferença entre eles reside no fato de que a Eco-eficiênciatem origem em questões sobre eficiência econômica que apresentam benefíciosambientais positivos, enquanto a Produção mais Limpa tem origem em questõesde eficiência ambiental que apresentam benefícios econômicos positivos.
Minimização de ResíduosO conceito de minimização foi introduzido pela Agência Ambiental dos EstadosUnidos (EPA) em 1988. Neste conceito, a abordagem de prevenção aos resíduos esuas técnicas são definidas como reduções na planta industrial, redução de
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resíduos através de mudanças de matéria-prima, mudanças tecnológicas, boaspráticas operacionais, e mudanças de produto. Reciclagem externa parareutilização direta também é considerada uma técnica de minimização de resíduos,mas tem baixa prioridade quando comparada à prevenção na planta. Usualmente, os termos Minimização de Resíduos e Prevenção à Poluição sãoutilizados como sinônimos. Prevenção à Poluição significa não gerar resíduos emprimeiro lugar através de reduções na fonte. Minimização de Resíduos é umconceito mais amplo que também inclui reciclagem e outros meios para reduzir aquantidade de resíduo que deve ser tratado/disposto.
Ecologia Industrial/Metabolismo IndustrialEcologia Industrial e Metabolismo Industrial são conceitos para os novos padrõesde produção industrial e estão intimamente relacionados ao conceito de Produçãomais Limpa. Ecologia Industrial e Metabolismo Industrial são áreas de estudo dossistemas industriais e das atividades econômicas, incluindo as ligações destasáreas com os fundamentos dos sistemas naturais. Basicamente, estes doisconceitos procuram imitar os aspectos da reciclagem de materiais de umecossistema – a gestão do fluxo de materiais é o aspecto crucial destasabordagens.
Seis principais elementos da Ecologia Industrial/Metabolismo Industrial1. Criação de ecossistemas industriais: maximização no uso de materiais
reciclados na produção, otimização no uso de materiais e energia, minimizaçãona geração de resíduos e reavaliação dos resíduos como matérias-primas paraoutros processos.
2. Equiparação das entradas e saídas dos processos industriais à capacidadenatural dos ecossistemas: compreensão da capacidade dos grandes sistemasnaturais de absorver resíduos tóxicos, ou de outro tipo, em situações típicas oude desastre ambiental.
3. Dematerialização: redução na intensidade no uso de materiais e energia naprodução industrial.
4. Melhorar os caminhos metabólicos dos processos industriais e no uso demateriais: redução ou simplificação dos processos industriais para que estespossam emular os processos naturais, altamente eficientes.
5. Padrões sistemáticos no uso de energia: promover o desenvolvimento de umsistema de fornecimento de energia que funcione como uma parte doecossistema industrial e que seja livre de impactos ambientais negativos aospadrões correntes de uso de energia.
6. Alinhamento de políticas com a perspectiva de longo prazo da evolução dosistema industrial: nações atuando em conjunto para integrar suas políticaseconômicas e ambientais.
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7. GLOSSÁRIO
Abordagem convencional Abordagem normalmente utilizada, abordagemtradicional. Ações corretivas Ações necessárias e suficientes para evitar que um problemareal volte a ocorrer. Ações preventivas Ações necessárias e suficientes para evitar que um problemapotencial se materialize. Agenda 21 Programa de desenvolvimento sustentável adotado na Conferênciasobre Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas, ocorrida no Rio deJaneiro em Junho de 1992.Análise do Ciclo de Vida Método usado para quantificar a sobrecarga de umproduto, processo ou atividade através de um inventário de impactos ambientaisda extração de matérias-primas até a sua disposição final (ou a subsequentereutilização ou reciclagem, conforme definido no escopo do estudo). Impactossobre saúde ocupacional e meio ambiente incluem o consumo de matérias-primas,água e energia e os resíduos sólidos, emissões atmosféricas e efluentes líquidos. Auditoria Ambiental Ferramenta de gestão ambiental que compreenda aavaliação sistemática, documentada, periódica e objetiva do desempenhoambiental de uma organização, sistema de gestão ou equipamento. O objetivo daauditoria é facilitar o controle da gestão das práticas ambientais e permitir àempresa seguir sua própria política, incluindo o atendimento de regulamentaçõesambientais. Avaliação de Impacto Ambiental É um processo de avaliação e decisão queprocura determinar os impactos sobre o meio ambiente de políticas, programas ouprojetos e, portanto, uma oportunidade para que as partes interessadas decidamse estes impactos são aceitáveis. Entre os objetivos da avaliação estão: aidentificação de problemas potenciais, o balanço de custos e benefícios e aredução de impactos inaceitáveis. Avaliação de Produção mais Limpa Procedimento usado para examinarprocessos de produção industrial, matérias-primas e também produtos paraidentificação de possíveis melhorias que possam ser feitas, e estimativa dosganhos econômicos que podem ser obtidos. Avaliação de Tecnologias Ambientais Processo através do qual os aspectosambientais de uma determinada tecnologia são sistematicamente analisados.Instrumento usado para identificação de tecnologias adequadas à ações deprodução mais limpa. Desenvolvimento Sustentável Desenvolvimento que permite suprir asnecessidades do presente sem comprometer a capacidade das futuras gerações deatingir suas próprias necessidades. É a criação de riqueza sem o comprometimento(destruição) do planeta para as futuras gerações. Desmaterialização (Dematerialization) Desmaterialização refere-se a umasubstancial redução no volume de materiais e energia utilizados para atingir as
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expectativas dos consumidores, enquanto mantém a qualidade uniforme dos bense serviços gerados.Eco-design (Desenho Ambiental) É a integração de aspectos ambientais aoprocesso de desenvolvimento do produto, através do equacionamento derequerimentos ambientais e econômicos. O eco-design considera os aspectosambientais em todos os estágios do desenvolvimento do produto, empenhando-sena criação de produtos com a menor geração de impactos ambientais possível,através do seu ciclo de vida. Eficiência Energética Razão entre o consumo de energia e a produção obtida.Refere-se normalmente ao montante de energia consumida por unidade ouquantidade de produto gerado. Fim-de-tubo É a prática de tratar substâncias poluidoras ao fim do processoprodutivo, quando todos os produtos e serviços foram feitos e os resíduos estãosendo dispostos. Normalmente é utilizado como um adjetivo para estratégias decontrole ambiental.ISO 14000 A série ISO 14000 foi introduzida em 1995 pela OrganizaçãoInternacional para Padronização (International Standardization Organization – ISO)como uma sistema de gestão ambiental que consistia de diretrizes sobre princípios,sistemas e técnicas de apoio nas áreas de sistemas de gestão ambiental, avaliaçãode desempenho ambiental, auditoria ambiental, análise de ciclo de vida erotulagem ambiental. Materiais Reciclados Produtos que são oriundos de materiais que anteriormenteeram resíduos. Modificação no Processo Representa o mais importante componente de umprograma de produção mais limpa. É qualquer mudança no processo de produçãoque reduza a geração de resíduos. Padrões de Emissão Conjunto de parâmetros e respectivos limites, como atemperatura e a concentração de determinadas substâncias que devem seratendidos pelos efluentes lançados, direta ou indiretamente no meio ambiente,para não prejudicar a sua qualidade. As unidades são geralmente expressas emmg/l para efluentes líquidos, mg/m3 para emissões atmosféricas e m3 pararesíduos sólidos. Paradigma Modelo ou padrão habitual. Penalidades Conjunto ou sistema de penas impostas pela lei. Plano de Monitoramento Plano de trabalho que consta de análises laboratoriais,medições e documentação para acompanhamento do Programa apósencerramento do trabalho formal desenvolvido dentro da empresa, visando darcontinuidade ao mesmo. Poluição Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas ou biológicas domeio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia que interfira deforma indesejável neste e o torne prejudicial à vida. Reciclagem Repetição de um procedimento sobre um determinadoproduto/substância com o objetivo de reaproveitar novamente as propriedades domesmo.
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Redução na Fonte Estratégia para redução da poluição que envolve prevenir ageração de resíduos no processo onde estes surgem, ao invés de limpá-los, tratá-los ou reciclá-los após terem sido gerados.Resíduo Material inútil, indesejável com conteúdo líquido insuficiente para quepossa fluir livremente, nos estados sólido e semi-sólido, resultantes de atividadesda comunidade, de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola,de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes desistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalaçõesde controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas propriedadestornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgoto ou corpos d’água.Neste trabalho os resíduos gerados são referidos da seguinte forma: efluenteslíquidos, emissões atmosféricas e resíduos sólidos.Sistema de Gestão Ambiental Uma parte do sistema de gerenciamento queinclui a estrutura organizacional, o planejamento de atividades, responsabilidades,práticas, procedimentos, processos e recursos necessários para odesenvolvimento, implementação, realização, revisão e manutenção da políticaambiental da empresa.
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CENTROS NACIONAIS DE PRODUÇÃO MAIS LIMPA
O programa dos Centros Nacionais de Produção mais Limpa (National CleanerProduction Centres – NCPC), uma iniciativa conjunta entre a Organização dasNações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO) e o Programa dasNações Unidas para o Meio Ambiente (UNEP), surgiu em 1994 para promoverpráticas de Produção mais Limpa em países não desenvolvidos e emdesenvolvimento.
Desde então foram criados 23 NCPCs. Destes, dez estão plenamenteestabelecidos: Brasil, China, República Tcheca, Hungria, Índia, México, Eslováquia,Tanzânia, Tunísia e Zimbabwe. Os centros da Costa Rica, Croácia, El Salvador,Etiópia, Guatemala, Quênia, Marrocos, Moçambique, Nicarágua e Vietnã estão emprocesso de estabelecimento e recebem apoio direto da UNIDO. Recentementeforam criados os centros da Coréia do Sul, Sri Lanka e de Uganda e estão sendoplanejados novos centros na Macedônia e Uzbequistão.
Rep.TchecaEslováquia
HungriaMéxico
China
Índia
Brasil
EtiópiaQuêniaTanzânia
ZimbabweMoçambique
VietnãGuatemala ElSalvador
Costa RicaNicaragua
MarrocosTunisia
CroáciaCoréia do Sul
Sri LankaUganda
Centros Nacionais de Produção mais Limpa no Mundo
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REFERÊNCIAS PARA PRODUÇÃO MAIS LIMPA
- Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente - PNUMAhttp://www.uneptie.org/pc/cp/home.htm
- Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial -ONUDIhttp://www.unido.org/en/doc/4460
- Agência de Proteção Ambiental dos EUA – EPA – Programa dePrevenção à Poluição – P2http://www.epa.gov/p2/
- Agência de Proteção Ambiental Australiana – Eco-eficiência eProdução mais Limpahttp://www.ea.gov.au/industry/eecp/
- Centro Canadense para Prevenção à Poluiçãohttp://www.c2p2online.com/
- National Pollution Prevention Roundtable - EUAhttp://www.p2.org/
- European Roundtable on Cleaner Production (ERCP) http://www.lu.se/IIIEE/ercp/
- Asia Pacific Roundtable for Cleaner Production http://www.aprcp.org/
- Roundtable of Americas for Cleaner Production http://esdev.sdc-moses.com/latin/
- Sustainables Alternatives Network http://www.sustainablealternatives.net/
- PREPARE (Preventive Environmental Protection Approaches inEurope) http://www.prepare-net.org/#
- International Cleaner Production Cooperativehttp://es.epa.gov/cooperative/international/
- Journal of Cleaner Productionhttp://www.elsevier.com/inca/publications/store/3/0/4/4/0/
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